ANO XXVI Nº 285 OUTUBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ · ... sobre as atuais desgraças que se abrem...

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EDITORIAL S. MIGUEL DA MAIA 1 ANO XXVI Nº 285 OUTUBRO 2015 PREÇO AVULSO 0,50€ Foi no dia 11 de de Outubro de 1992, que a nossa Igreja - A Igreja de Nossa Senhora da Maia - foi dedicada a Deus. Que dia extraordinário vivemos unidos "num só coração e numa só alma"! Muitas foram as maravilhas que Deus fez na nossa terra, a partir desse dia. Uma Igreja é um dom de Deus. Houve trabalho, e muito, mas o coração enche-se com tudo o que se fez. Valeu a pena. Louvo a Deus e agradeço-Lhe e a Nossa Senhora, o ter-me metido nesta aventura da construção duma Igreja que assumi levar ao fim, no primeiro dia da minha chegada, embora sem saber como, mas acreditando. Muitos foram os que me ajudaram "de alma, coração," tempo, generosidade e incentivo...não me deixaram parar". Houve e há quem pôs sempre obstáculos, tentando denegrir os outros... Pelo que não fui capaz e pelo que falhei, seja contra quem for, peço perdão. Perdoo também a todos do íntimo do coração a todos os que me ofendarem e a todos convido a tomarem parte ativa nesta Paróquia que amamos ou devemos amar afetiva e efetivamente. Deixemos quesílias e entoemos como Maria: "A minha alma glorifica o Senhor e exulta o meu espírito em Deus, meu salvador" Neste início do ano pastoral, abramos o nosso coração para que Deus nos converta ao seu amor. Assim, amando-O e amando-nos uns aos outros, seremos uma comunidade feliz. Caminharemos com Maria ao encontro de Jesus. PDJ

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EDITORIAL

s. miguel da maia ▪ 1

ANO XXVI ▪ Nº 285 ▪ OUTUBRO 2015 ▪ PREÇO AVULSO 0,50€

Foi no dia 11 de de Outubro de 1992, que a nossa Igreja - A Igreja de Nossa Senhora da Maia - foi dedicada a Deus.

Que dia extraordinário vivemos unidos "num só coração e numa só alma"! Muitas foram as maravilhas que Deus fez na nossa terra, a partir desse dia. Uma Igreja é um dom de Deus. Houve

trabalho, e muito, mas o coração enche-se com tudo o que se fez. Valeu a pena. Louvo a Deus e agradeço-Lhe e a Nossa Senhora, o ter-me metido nesta aventura da construção duma Igreja que

assumi levar ao fim, no primeiro dia da minha chegada, embora sem saber como, mas acreditando. Muitos foram os que me ajudaram "de alma, coração," tempo, generosidade e incentivo...não me deixaram parar". Houve e há quem pôs sempre obstáculos, tentando denegrir os outros... Pelo que não fui capaz e pelo que falhei, seja contra quem for, peço perdão. Perdoo também a todos do íntimo do coração a todos os que me ofendarem e a todos convido a tomarem parte ativa nesta Paróquia que amamos ou devemos amar afetiva e efetivamente. Deixemos quesílias e entoemos como Maria: "A minha alma glorifica o Senhor e exulta o meu espírito em Deus, meu salvador"

Neste início do ano pastoral, abramos o nosso coração para que Deus nos converta ao seu amor. Assim, amando-O e amando-nos uns aos outros, seremos uma comunidade feliz. Caminharemos com Maria ao encontro de Jesus.

PDJ

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CONSULTANDO A HISTÓRIA

Continuamos a leitura das recomendações feitas em agosto de 1744 pelos representantes do Balio de Leça, em visi-tação a esta freguesia de S. Miguel de Barreiros:

“Item mandamos que nenhum tendeiro desta freguesia dê casa de jogo de noute sob pena de des tostõis para a confraria do Santíssimo por se nos fazer queixa de que muitos homens cazados deixando as suas casas e serõis se vão pôr a comer, beber e jogar nas ditas vendas, e depois de tomados de vinho voltam para suas casas, e se inforecem contra suas mulheres dandolhe muita pancada e má // e má vida tudo por causa do excesso do muito comer, beber e jogar nas ditas vendas.”

ESTABILIzAR DEPOIS DO (RE)INíCIOMaria Artur

À data em que escrevo este pequeno artigo, já cele-bramos, de forma solene, e sob a presidência do Senhor Bispo das Forças Armadas, D. Manuel Linda, a Festa de Nª Sª da Maia, que este ano comemorou o 23º Aniver-sário desde a dedicação da nossa Igreja. Três semanas

após o (re)início da Catequese, a 26/Setembro, e após algu-ma “turbulência” típica nesta fase, é expectável que a nossa Ação Pastoral comece a estabilizar para mais um Ano Pas-toral de Catequese. Para um ano de partilha e transmissão de conhecimento e experiências, mas, acima de tudo, de partilha de testemunhos de Fé, um dom apenas concedido por Deus, na medida em que cada um de nós (catequistas, catequizandos e pais) for capaz de despertar e procurar ali-mentar essa chama no seu interior.

Com mais de 500 catequizandos a frequentar, anual-mente, a Catequese na nossa Paróquia, torna-se importante proporcionar condições para uma melhor organização da mesma, através da criação e definição de algumas equipas transversais, que nos permitam, de forma mais consistente e efetiva, gerir e dar resposta aos vários desafios e projetos pastorais que, em comunhão, sentimos como fundamentais para o nosso desenvolvimento. Em todo o caso, e apesar do conjunto de esforços que estamos a procurar levar a cabo, obviamente que os possíveis frutos que daí possam advir não surgirão de um dia para o outro. Tal como todos os pro-jetos e desafios que abraçamos na vida, é necessário tempo. Tempo para criar rotinas, tempo para estabilizar, tempo para aperfeiçoar, tempo para frutificar. Pois a Fé trata-se de um dom que nunca sabemos quando e de que forma pode ger-minar. Apenas sabemos que a mesma implica, essencialmen-

te, 4 etapas fundamentais: acolher, responder, testemunhar e celebrar. E, enquanto catequistas, procuramos testemunhar e celebrar a Fé, com o objetivo de proporcionar condições para que os nossos catequizandos (e seus pais) a possam, em primeiro lugar, acolher e responder. Bases fundamentais para uma vivência consciente e coerente com a Fé que ce-lebramos. Sem elas, o nosso testemunho torna-se vãoe des-provido de significado.

Por fim, e neste artigo, permitam-me referir apenas um dos projetos em curso, e que este Ano entra na sua fase decisiva, o projeto JMJ2016: um projeto que visa o desejo de participação de um grupo de catequizandos adolescentes nas próximas Jornadas Mundiais da Juventude, em Cracóvia, em Julho de 2016. Assim, e ao longo deste Ano Pasto-ral, também concentrare-mos alguns esforços no apoio desta iniciativa. Os encontros de preparação já começaram, no passado dia 12/Se-tembro, e os restantes já estão calendarizados. As atividades de angaria-ção de fundos continuarão a decorrer. Tudo com um único objetivo: reunir jovens católicos de todo o Mundo, para, em comunhão com eles, celebrar e testemunhar a Fé que pro-fessamos.

João Bessa

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Pró - VOCAÇÃO, por vocação

BOM DIA!Que dia bom foi aquele em que estive com o Papa! Senti ao vivo o mistério do infinito amor de

Deus manifestado na Sua e pela Sua Igreja que Ele fundou sobre Pedro: “Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja”. Essa Pedra hoje chama-se Francisco. E falou-me (e a todos os bispos portugueses) sobre as atuais desgraças que se abrem sobre o mundo e a consequente e urgente necessidade de irmos em socorro das suas vítimas. Falou-me (e a todos os bispos portugueses) sobre a importância insubstituível da família na construção de cada um de nós e na construção de uma sociedade sólida e justa. Falou-me (e a todos os bispos portugueses) na riqueza dos nossos jovens, nos perigos que correm nesta sociedade atual que procura alienar toda a gente e que o consegue tanto nos nossos jovens na altura em que se abrem à vida e ao futuro, bem como na necessidade urgente de estarmos com eles e os ajudarmos a crescer. E o Papa disse-me (disse-o a todos) muito mais, também com os silêncios da sua eloquente presença e que oportunamente irei (iremos) revelando.

Claro que no último e rápido encontro com Francisco, pedi-lhe que me fizesse portador da sua bênção para todos e quantos estavam no meu coração. E nele também estava a Maia.

Vivendo com a luz que nos vem da vida e dos ensinamentos de Pedro, teremos todos seguramente um

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BOM DIA!

Movimento Demográfico Mês de Setembro

BAPTIZADOS06 - Francisca Nogueira Ribeiro - Matilde Pereira da Cunha - Pedro Martins Morais12 - João Tomás Ferreira Franqueira - Maria Francisca Soares dsos santos Silva13 - Sara Isabel Nora Quelhas Lima20 - Filipa Pereira Amaral - Gonçalo de Carvlalho Monteiro - Guilherme de Carvalho Monteiro

MATRIMÓNIOS05 - Luis Filipe da Silva Rodrigues e Cláudia Martins Moreira12 - Manuel Fernandes Soto Maior Franqueira e Sandra Heloisa Moura Ferreira - Frederico da Cunha Pereira e Mariana Azevedo Marques Machado

ÓBITOS20 - Joaquim da Silva (85 anos)25 - Libãnia da Silva Pinto (88 anos)29 - Eduarda da Fonseca e Castro (81 anos)

Dissemos no último jornal que um dos quatro objetivos do Plano Dio-cesano de Pastoral 2015/2020 é “Consciencializar as pessoas, as famílias e as comunidades para o valor da vocação e para a responsabilidade de serem pro-motoras das diferentes formas de chamamento, nomeadamente as de especial consagração.”e que o plano para 2015/2016 recomenda “Valorizar a dimensão vocacional de toda a pastoral, a partir da família como «Igreja doméstica», sujei-to ativo e protagonista da evangelização.”

Também o Papa, no discurso que fez aos Bispos portugueses na recente visita quinquenal ad limina, abordou de forma incisiva a questão da vocação:

Diz, em relação aos jovens: “ (…)hoje a nossa proposta de Jesus não con-vence. (…) talvez mais difícil se torne encontrar Jesus no testemunho de vida do catequista e da comunidade inteira que o envia e sustenta, apoiada nas pa-lavras de Jesus: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos». Que Ele está, não há dúvida; mas onde é que O escondemos?” Recomenda então “ao catequista e à comunidade inteira” que passem“do modelo escolar ao catecu-menal: não apenas conhecimentos cerebrais, mas encontro pessoal com Jesus Cristo, vivido em dinâmica vocacional segundo a qual Deus chama e o ser hu-mano responde”, acrescentando ainda que “Precisamos de conferir dimensão vocacional a um percurso catequético global que possa cobrir as várias idades do ser humano, de modo que todas elas sejam uma resposta ao bom Deus que chama.”

Equipa Paroquial Vocacional

Plano Pastoral: um desafio vocacional, que o Papa reforça!

O papel dos leigosNo seu discurso aos nossos Bispos, o Papa lembrou o papel

próprio dos leigos, tal como refletido há 50 anos no Concílio Vaticano II:

«O apostolado no meio social, isto é, o empenho em infor-mar de espírito cristão a mentalidade e os costumes, as leis e as estruturas da comunidade em que se vive, são incumbência e encargo de tal modo próprios dos leigos que nunca poderão ser plenamente desempenhados por outros. Neste campo, podem os leigos exercer um apostolado de semelhante para com se-melhante. Aí completam o testemunho da vida pelo testemunho da palavra. Nesse campo do trabalho, da profissão, do estudo, da residência, do tempo livre ou da associação, são eles os mais aptos para ajudar os seus irmãos» (Apostolicamactuositatem, 13)

Não nos falta que fazer! Assim o queiramos, para “Assumir a vocação de discípulos missionários, para uma Igreja em saída!”, como pede o nosso Bispo.

O apelo do Papa é claro: “A Igreja em Portugal precisa de jovens capazes de dar resposta a Deus que os chama, para voltar a haver famílias cristãs estáveis e fecundas, para voltar a haver consagrados e consagradas que trocam tudo pelo tesouro do Reino de Deus, para voltar a haver sacerdotes imolados com Cristo pelos seus irmãos e irmãs. Temos tantos jovens deso-cupados e o Reino dos Céus à míngua de operários e servidores… Deus não pode querer isto. Que se passa então? «É que ninguém nos contratou».

Voltaremos a este tema nos próximos números e certamente vamos trabalhá-lo em comunidade já na Semana dos Se-minários, de 8 a 15 de Novembro.

do ano: A alegria do Evangelho é a nossa missão – Felizes os misericordiosos.

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Manuel Machado

Maria Teresa e Maria Fernanda

Neste ano de 2015 celebrou-se o 5º centenário do nascimento de StªTeresa de Ávila (28 de março de 1515). Muitos eventos assinalaram esta comemoração que continua até novembro. De um modo singelo, também nos queremos associar à homenagem prestada a este vulto da Santidade Cristã, apre-sentando aqui no BIP, este livrinho intitulado: Plenitude humana em Santa Teresa.

Vivendo embora no século XVI, St.ª Teresa de Jesus, legando-nos ensinamentos sobre a Oração, permite avivar e enriquecer a espiritualidade do homem de qualquer tempo.

Fragmentos de obras literárias de Sta. Teresa, constituem grande parte do recheio deste livro.Assim, nas Moradas a nossa alma é comparada a um castelo interiorde um só diamante ou purís-

simo cristal, onde há muitos aposentos, moradas… A porta para se entrar nesse castelo, é a oração e reflexão. Cerca de sete moradas principais, correspondem a graus diferentes de interiorização num crescendo até àquela onde só mora “Sua Majestade” – assim tratava Sta. Teresa, Jesus Cristo.

Diferentes etapas de oração são então passos decisivos para alcançar a plena intimidade com Cristo. E com Cristo poder chegar à plenitude humana e espiritual, como o experimentou na sua vida, Stª Teresa de Ávila, a Mestra da Oração.

Como cristãos deveríamos aprender com Stª Teresa de Ávila a importância e o sabor da oração como caminho para o Encontro Pleno com Deus! E, tal como ela dizia, a verdadeira oração não pode ser separada da “ação”, traduzida em serviço aos outros.

Na experiência de vida dos nossos utentes oiço histórias que valem um curso académico. Hoje trago-vos uma destas, simples e luminosa, que devíamos ouvir muitas vezes. Porque gostei dela, aqui a partilho com os meus leitores.

«Há muito, muito tempo, um príncipe de um grande país, em vésperas de ser co-roado imperador precisava, para cumprir a lei, de se casar.

Resolveu, então, escolher uma entre todas as raparigas da corte e do país. Fez, pois, anunciar que receberia numa celebração especial todas as pretendentes e que, nessa altura, lançaria um desafio.

Uma mulher, serva do palácio havia muitos anos, ouviu comentários acerca dos preparati-vos da festa e deixou cair uma lágrima. Conhecia bem o amor que sua filha tinha pelo príncipe.

Quando, em casa, contou à filha a novidade, surpreendeu-a a sua rápida reacção. Vou lá - disse a filha muito entusiasmada.

- Minha querida filha... que vais lá fazer? Estarão presentes as mais belas e ricas raparigas da corte. Não transformes o teu sofrimento em loucura.

Mas a filha retorquiu: Não, mãe, não sofro nem estou louca. Sei que jamais poderei ser a escolhida, mas assim

terei a oportunidade de ficar, pelo menos algum tempo, perto do príncipe. E isso já me toma feliz.

Na dia marcado, chegou ao palácio. O brilho das luzes não conseguia ofuscar os vestidos, as jóias e os penteados das pretendentes.

O príncipe não demorou a lançar o desafio: - Darei a cada uma de vós uma semente e um vaso. Aquela que, dentro de seis

meses, me trouxer a mais bela flor, será minha esposa e a futura imperatriz. O tempo passou. A nossa menina' não tinha muita habilidade na arte de jardinagem, mas

cuidava da sua semente com paciência e ternura. Sabia que, se a beleza da flor surgisse na mesma medida do seu amor ao príncipe, não precisaria de se preocupar com o resultado.

Mas passaram três meses e nada surgiu da terra; seis meses, e a semente não se transformava em flor.

Mesmo assim, a rapariga voltou ao palácio no dia combinado. Estava feliz com a perspectiva de passar mais alguns instantes na companhia do príncipe. Nada mais espe-rava. Chegou ao palácio com o vaso vazio.

Todas as outras raparigas apareceram com flores belíssimas, das mais variadas formas, cores e cheiros. O palácio transformou-se num imenso jardim.

Chegou finalmente o momento esperado. O príncipe passou junto de todas as pretendentes, observando com muito cuidado todas as flores. Mas quem o conhecia bem lhe notava no olhar um certo ar de divertimento.

Por fim anunciou: - A minha futura esposa será ... a menina que não trouxe nenhuma flor! Ora, isto provocou as mais variadas reacções de espanto. Por isso o príncipe explicou a sua escolha: - Esta menina foi a única que cultivou a flor que torna uma pessoa digna de se tornar imperatriz: a flor da honestidade

e da sinceridade. Porque todas as sementes que vos entreguei eram estéreis ... só esta não mentiu.».

4 ▪ s. miguel da maia

Outubro! Para mim um mês de afetos!...Uns mais tristes, pouca cor,Outros alegres, doirados,Cheios de frescura, de amor.

A 23 de outubro,Os campos, cheios de cores,Brindaram meu batizadoE o aniversário de meu paiComo perfume das flores…

Pelo que me contavam,Nos meus tempos de menina,Foi um dia bonito:Meus avós, os meus padrinhos;Meu avô materno tomandoOmanto de Nossa Senhora E com ele me rodeando...Nossa Senhora das RelíquiasTornou-se, assim, a madrinhaQue, por mim, foi velando.

A Dedicação da Igreja De Nossa Senhora da MaiaÀ sua Santa Padroeira,Neste mês teve lugar…Mais um afeto de outubroQue aos outros se veio juntar.

Afetos de Outubro CENTRO SOCIAL - UM HINO À SINCERIDADE

LIVRO A LIVRO

Ana Maria Ramos

Plenitude humana em Santa Teresa

Continuam as inscrições para a frequência do Lar de Nazaré:Valências :

Centro de Dia / Apoio DomiciliarPode inscrever-se nos Cartórios Paroquiais.

Tel.: 229 414 272, 229 418 052, 229 448 177 e-mail: [email protected]

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Contactos:917373873 - 229482390 229448287 - 229486634 - 969037943 966427043 - 229416209 - 965450809 962384918 - 938086881 229482390 - 914621341 - 914874641 - 229411492 - 910839619

www.paroquiadamaia.net; - [email protected] - Navegue

Maria Luísa e José Carlos Teixeira; Jorge Lopes; Lídia Mendes; Fernando Jorge; Regina; Júlia Sousa; José Sousa; P. Domingos Jorge

E.P.P.F

A Comissão Permanente do Conselho de Pastoral Paroquial, no seguimento do Plano de Pastoral da nossa Diocese do Porto, enviou à Equipa da Pastoral Familiar uns tópicos , para que depois de refetidos sejam enviados à mesma Comissão para ser, depois da Reunião da Assembleia, planeado o Ano Pastoral.

No próximo número, daremos mais notícias.

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EqUIPA PAROqUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

Relíquias de Santa Teresa de Lisieux e dos pais expos-tas em Santa Maria Maggiore

Exposição permanece durante o Sínodo. Dia18 de outu-bro será a canonização do casal Louis Martin e Zelie Guerin

Por Redação Roma, 29 de Setembro de 2015 (ZENIT.org) De 4 a 25 de outubro de 2015, durante o próximo

Sínodo Ordinário dos Bispos sobre a família, as urnas con-tendo as relíquias de Santa Teresa do Menino Jesus e de seus pais serão expostas à veneração dos fiéis na Capela Nossa Senhora Salus Populi Romanos na Basílica Papal de Santa Maria Maggiore.

Os cônjuges Louis e Zelie Guerin Martin serão cano-nizados dia 18 de outubro pelo Papa Francisco na Praça de São Pedro. Será o primeiro casal, não mártires, que, na história da Igreja chegam juntos ao altar, fato tão relevante que o Santo Padre decidiu canoniza-los no curso do Síno-do sobre a família,

CANONIzAÇÃO DOS PAIS DE SANTA TERESINHA"Louis e Zelie provaram com suas vidas que o amor

conjugal é um meio de santificação, é um caminho em di-reção à santidade percorrido pelas duas pessoas - disse o Vice-Postulador da Causa de Canonização do casal Martin, o Padre carmelita Antonio Sangalli. Isso, na minha opinião, é hoje o elemento mais importante para avaliar a família. Há uma enorme necessidade de uma espiritualidade simples, realizada na vida cotidiana".

A exposição das relíquias em Santa Maria Maggiore é de particular relevância, uma vez que está bem na frente da Virgem Maria Salus Populi Romani, a quem o Papa rezou pelos frutos do Sínodo e por todas as famílias do mundo.

As relíquias podem ser veneradas no horário de aber-tura da Basílica, todos os dias de 7 às 9.

Outra filha do casal, a Serva de Deus Irmã Francesca Teresa (Leonia Martin), irmã da Santa Teresa de Lisieux, teve sua causa de canonização aberta em 2 de julho, em Caen, na França.

A FAMíLIA: SONHO DE DEUS - Discursos do Papa em FiladélfiaDeus não quis vir ao mundo senão através duma família.

Deus não quis aproximar-se da humanidade senão através duma casa. Para Si mesmo, Deus não quis outro nome senão o de «Emanuel» (cf. Mt 1, 23): é o Deus connosco. E este foi, desde o princípio, o seu sonho, o seu propósito, a sua luta incansável para nos dizer: «Eu sou o Deus convosco, o Deus para vós». É o Deus que, desde os primórdios da criação, afirmou: «Não é conveniente que o homem esteja só» (Gn 2, 18). E nós podemos continuar dizendo: não é conveniente que a mulher esteja só, não é conveniente que a crian-ça, o idoso, o jovem estejam sós; não é conveniente. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe, unir-se-á à sua mulher e os dois serão uma só carne (cf. Gn 2, 24). Os dois serão uma só morada, uma família.

E assim desde tempos imemoriais, no mais fundo do nosso coração, ouvimos estas pala-vras que tocam fortemente o nosso íntimo: não é conveniente que tu estejas só. A família é o grande dom, o grande presente deste «Deus connosco» que não quis abandonar-nos à solidão de viver sem ninguém, sem desafios, sem morada.

Deus não Se limita a sonhar, mas procura fazer tudo «con-nosco». O sonho de Deus con-tinua a realizar-se nos sonhos de muitos casais que têm a coragem de fazer, da sua vida, uma família.

Por isso, a família é o símbolo vivo do projeto de amor que um dia o Pai sonhou. Querer formar uma família é ter a coragem de fazer parte do sonho de Deus, a coragem de sonhar com Ele, a coragem de construir com Ele, a coragem de unir-se a Ele nesta história, de cons-truir um mundo onde ninguém se sinta só, onde ninguém se sinta supérfluo ou sem lugar.

Nós, cristãos, admiramos a beleza de cada momento familiar, vendo nele como que o lugar onde, gradualmente, aprendemos o significado e o valor das relações humanas. Aprendemos que amar alguém não é apenas um sentimento forte, mas uma deci-são, um discernimento, uma promessa (cf. E. Fromm, A arte de

amar). Aprendemos a gastar-nos por alguém, e aprendemos que isto vale a pena.

Jesus não era um «solteirão», muito pelo contrário. Despo-sou a Igreja, fez dela o seu povo. Gastou-Se por aqueles que ama, entregando-Se completamente para que a sua esposa, a Igreja, pudesse sempre experimentar que Ele é o Deus connosco, com o seu povo, com a sua família. Não podemos compreender Cris-to sem a sua Igreja, tal como não podemos compreender a Igreja sem o seu esposo, Cristo Jesus, que Se entregou por amor e mostrou--nos que vale a pena fazê-lo.

Gastar-se por amor não é, em si, uma coisa fácil. Como se verificou com o Mestre, há momentos em que este «gastar-se» passa por situações de cruz. Momentos, em que parece que tudo se torna difícil. Penso em tantos pais, tantas famí-lias a quem falta trabalho, ou têm um trabalho sem direitos que se torna um verdadeiro calvário. Quanto sacrifício para se conseguir o pão de cada dia! Obviamente estes pais, quando chegam a casa, não po-dem dar o melhor de si aos seus filhos pelo cansaço que trazem.

In Zenit 26/09/2015

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Maria Luisa C. M. Teixeira

OS NOSSOS SÌTIOSA nossa vida também é feita em referência aos sítios. È

muito interessante, e às vezes até tem alguma graça, se nos damos conta de como somos conservadores dos nossos sítios. Durante anos, em que fiz viagens de comboio e mais recentemente de metro, raramente mudei de carruagem e muito menos de lugar (se já não estivesse ocupado por ou-tra pessoa, claro). Na igreja, se repararmos, até nos conhe-cemos, um pouco, pelo lugar em que as pessoas ficam. Em reuniões, encontros sociais, viagens, etc., por vezes de dura-ção de mais do que um dia, a maioria das pessoas volta para o mesmo lugar que escolheu no primeiro momento, após os intervalos e mesmo nos dias seguintes. Não sei como defi-nir: uma característica, um hábito do ser humano, instinto? Não sei. Mas é mesmo assim, somos visivelmente conserva-dores. E os nossos sítios, também, podem fazer com que nos sintamos mais ou menos felizes, conforme o que significam para nós, o que nos recordam ou nos proporcionam.

Há os sítios da nossa rotina diária, há os sítios em que estamos com alguma frequência, os que estamos de longe a longe, e muitos em que apenas uma vez da vida lá estivemos ou estaremos. São estes últimos que, por vezes, nos ficam na memória para sempre, especialmente por recordações mui-to importantes, quantas delas de momentos muito felizes e experiências únicas do longo caminhar através dos anos. E, em quantas ocasiões pensamos: como gostaria de voltar aquele lugar… como gostaria de repetir o que lá vivi…

No último fim-de-semana do recente passado mês de setembro, voltei ao convento de Avessadas, no Marco de Canaveses, para fazer um Retiro destinado aos guias das Oficinas de Oração e Vida. Já não me recordo com exatidão há quantos anos já tinha estado nesse convento, uma oca-sião em formação de casais das Equipas de Nossa Senhora e outra, num retiro orientado pelo conselheiro espiritual, senhor Padre Domingos Jorge da nossa Equipa de Casais das ENS- Maia 8. Foram duas experiências de grande riqueza que ficaram a ser a minha referência aquele sítio. Gravou--se muito mais profundamente em mim, a saudade daquele sitio, graças á vivência do retiro feito há anos, especialmente pelo tempo de silêncio e oração em que estive no seu belo bosque. E, Algo sobressaiu na importância daquele sítio para mim.

Na verdade ao partir para o Retiro das Oficinas aflora-va sempre ao meu pensamento o desejo de poder reviver aqueles maravilhosos momentos de sossego, paz e encontro com Deus em oração, no mesmo sítio em que tinha estado há tantos anos. Pensava: quem me dera poder ter experiên-cia semelhante, tão bela e tão consoladora da minha alma.

Assim que, na manhã do primeiro dia após o tempo de oração comunitária, nos foi dado tempo, chamado Tempo forte, para cada um estar em silêncio, livremente, onde quisesse, no interior ou no exterior do convento, eu caminhei resolutamen-te à procura daquele tal sítio, que afinal, agora lá, me surgia um pouco ténue na memória, pois a própria natureza se tinha al-terado com o desenrolar dos anos. Mas, expectante e convicta, fui na direção que o meu coração me indicava.

E encontrei! Maravilhosamente encontrei, precisamente marcado na natureza por aquilo que se tinha gravado para sempre em mim, quase que direi, misteriosamente. Naquela altura, era o início do mês de outubro… no meu tempo de oração, reparei na frescura da erva que num luminoso ver-dejante brotava, aveludadamente, ainda muito rasteirinha do chão, após a secura do verão e, também, uma pequenina e muito frágil florzinha lilás brotava, sem caule nem folhas junto ao chão. Encontrei tanta beleza naquela manifestação da natu-reza… Na deslumbrante singeleza daquela florzinha, vi como é extraordinária a ação criadora do nosso Deus.

Rejubilante e emocionada, desta vez, apenas e só, naque-le preciso local, eu encontrei, não uma só florzinha, mas mais de duas dezenas delas. Parece que Deus me disse naquela maravilhosa surpresa: como vês, minha filha, tudo multiplico neste universo, onde e quando quero, do que criei de bom e belo, para vos dar sinal de Mim sempre que procurais a minha Presença.

Para mais ninguém, terá relevância aquele bocadinho de terra, para mim já se tornou em dois bocadinhos de Paraíso.

6 ▪ s. miguel da maia

PEREGRINAÇÃO A FÁTIMA14 DE NOVEMBRO 2015

(SÁBADO)PROGRAMA

08.30h - Partida em autocarro junto à Igreja Nª. Sª. da Maia09.00h - Oração da manhã e recitação do Terço do Rosário11.10h - Concentração na Cruz Alta em Fátima12.00h - Terço do Rosário na Capelinha da Aparições12.30h - Eucaristia na Capelinha das Aparições presidida por D. Serafim Ferreira da Silva13.15h - Almoço livre -14.30h - Concentração junto dos autocarros que os levarão ao Seminário do Verbo Divino15.00h - Palestra15.45h - Intervalo16.00h - Filme "Um Profeta Moderno"17.30h - Despedida e regressoNotas:1 - Informações e inscrições - Maria Luisa Teixeira e Secretarias da Paróquia (Ver Cartazes afixados)2 - Bilhete do autocarro - 10€3 - Informamos que o almoço é livre. No entanto, há duas possi-bilidades de refeição relativamente económica: uma, no Albergue do Peregrino, situado junto ao Parque 2, pelo preço de 6.00 €, das 12.00h às 14.00h, com prévia marcação até às 11.00h do mesmo dia; telefone 249539606 a outra, pode ser no Seminário do Verbo Divino, onde prossegue o programa da parte da tarde, pelo preço de 9.00 €, com prévia marcação pelo telefone nº 249534118. Em ambas as situações, a opção e a marcação é da responsabilidade dos interessados.

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11 DE OUTUBRO DE 2015 - 23º ANIVERSÁRIO DA DEDICAÇÃO DA IGREJA DE Nª Sª DA MAIA

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Que o nosso coração seja o grande templo de Deus - Homilia de D. Manuel LindaManda a liturgia que se comemore o aniversário da de-

dicação das Sés e Igrejas paroquiais, tal como fazemos com o nosso dia de anos. E essa celebração tem a categoria de “festa”: deve contar com a participação do maior número possível de fiéis, ser presidida pelo bispo ou pelo Pároco, haver sinais exteriores de alegria e entoar-se o hino de “Glória”. Trata-se de uma recordação «obrigatória» que se sobrepõe a outros festejos como possíveis memórias dos santos, por exemplo.

1. Coroar de espiritualidade a matéria do mundo

Mas o que é a dedicação e donde vem este hábito pie-doso? Dedicar um espaço ou objecto religioso a Deus é o mesmo que o declarar exclusivo para o serviço divino. Nesta igreja, por exemplo, poder-se-iam retirar os bancos, colocar mesas e fazer um refeitório para os pobres. Proce-deríamos bem? Evidentemente, dar de comer a quem tem fome é das obras mais meritórias e mais maravilhosas da nossa fé. Mas havemos de conseguir outros espaços para isso. Aqui não. A não ser em caso de extrema necessidade. O que, na prática, nunca se verifica. Aqui é só, só, só para o louvor de Deus. É por isso que, anualmente, recordamos o dia em que atribuímos ao serviço exclusivo de Deus uma partícula pequena do que Ele mesmo nos dá.

Uma igreja, de facto, é sempre uma nota de poesia na prosa bárbara das nossas vidas. É um espaço de silêncio e in-terioridade no meio do bulício e dispersão da forma como tecemos a existência. É esta possibilidade de olhar para a construção e reconhecer que este se apresenta como sen-tinela do divino, como chamada de atenção, contínua lem-brança para que não nos esquecermos que, por cima de nós, está Deus. É também, de alguma maneira, como que a representação de mãos postas, mãos erguidas da «cidade dos homens» na direcção da «cidade de Deus». É desper-tador das nossas consciências, recordando que é possível a santidade no meio das nossas desordens morais, individuais e colectivas. É, enfim, o lugar dos afectos e dos sentimentos, pois neste espaço se vertem lágrimas de alegria num casa-mento e lágrimas de dor num funeral, exprime-se a ternura do encanto de um baptismo ou primeira comunhão e a an-gústia de quem pede afincadamente uma graça.

2. Acolher Cristo no templo e, fundamentalmente, no coração

Tudo isto é que reclama que este espaço seja diferente, único. Como tal, depois da dedicação, chamamos-lhe «espa-ço sagrado». Repare-se que esta noção não é exclusiva do cristianismo. Quando pensamos nas antigas civilizações, por exemplo, que nos ficou delas? Que vemos, hoje, do antigo Egipto? E dos Incas? Quase sempre templos e só templos. E, na actualidade, é por esta via que algumas seitas procuram afirmar a sua credibilidade. Pense-se em algumas notícias recentes que nos chegaram do Brasil e como uma outra religião procura como que assinalar a sua presença com a construção de templos sumptuosos.

Mas nós, os cristãos, não construímos igrejas para deixar marcas de civilização nem para afirmarmos um qualquer po-der: fazemo-lo porque estas construções, as igrejas ou tem-plos, constituem uma imagem da nossa vida da fé e mesmo da relação da graça divina connosco e de nós com Deus. A primeira leitura de hoje, por exemplo, apresentava essa lin-

da metáfora do templo como nascente de uma água viva que gera mais vida e, funda-mentalmente , mais qualidade de vida: “Aonde esta água che-gar, as outras águas tornar-se--ão sãs e haverá vida por toda a parte. [À sua beira crescerão árvores cujos] frutos servirão de alimento e as folhas de remé-dio”. E o Evan-gelho remete--nos para a ideia de que esta casa é o lugar onde acolhemos Deus e Deus nos acolhe: foi na sua casa, transformada em templo ou igreja, que Zaqueu acolheu Jesus. Mas é lá que Jesus o acolhe no reino de Deus ao garantir--lhe que “a salvação chegou a esta casa, porque o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”. Daqui a passagem para a ideia que dá forma a toda a segunda leitura: estas casas lembram-nos o necessário acolhimento de Cristo já não só dentro das suas paredes de pedra ou cimento, mas no sacrário mais íntimo que é o nosso coração. A ponto de se poder perguntar como S. Paulo: “Não sabeis que sois templos do Espírito Santo e que o Espírito de Deus habita em vós’”.

3. Temos medo de acolher Jesus? Nossa Senhora não teve.

Ora, é aqui que reside o grande mistério e o nó vital do nosso relacionamento com o divino: sermos ou não sermos os templos vivos de Deus. E muitos não querem ser. Este é, de facto, o drama do nosso tempo. Queremos Deus per-to de nós, como polícia a quem recorrer se nos sentimos atacados pela desgraça, para nos ouvir quando d’Ele preci-sarmos. Mas, na nossa casa e, muito mais, no nosso coração, podem entrar cães e gatos, cobras e lagartos, mas Deus… fica à porta. Que Deus habite na igreja, muito bem: Ele lá está para quando eu precisar, como o médico está nas ur-gências; mas que habite em nós, isso não, porque, assim, eu imagino que sou mais livre e que, dessa forma, posso fazer o bem ou o mal que me apetecer. É a terrível dicotomia fé/vida, algo de muito típico deste tempo. E que, na prática, representa um voltar as costas a Deus. É isso: queremos igrejas belas e solenes e queremos meter lá Deus; mas nós não queremos ser templos onde Deus habite!

Porém, temos o exemplo de Alguém que não proce-deu assim: é Nossa Senhora, a Padroeira desta igreja, Nos-sa Senhora da Maia. Ela não se precupou por arranjar um «templozinho» para Deus: trouxe-O sempre consigo. Na Anunciação, o Anjo ressalta isso mesmo ao dizer: “Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é [ou está] convosco”. Isso é que

Continua na Página nº 13

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UMA RúBRICA PARA TODOSRecordando o Jantar de celebração das Bodas de Prata des-

te ilustre Boletim Paroquial, comemorado no passado dia 26/Novembro/2014, no Lar de Nazaré, surge uma nova iniciativa no âmbito deste Grupo Pastoral e deste espaço, inaugurado em De-zembro/2013.

Assim, por sugestão do senhor Bispo D. Pio Alves, nesse refe-rido jantar, com o objetivo de compreendermos melhor o signi-ficado dos objetos litúrgicos e de podermos ajudar os restantes membros da nossa Paróquia e Comunidade a consegui-lo tam-bém, o GAM (Grupo de Acólitos da Maia) inauguranesta edição esta pequena rúbrica elucidativa, à qual pretendemos dar vida,

mensalmente, com a ajuda de Deus, que sempre nos acompanha.

Os objetos litúrgicos são parte inte-grante da Eucaristia, para a qual contri-buem indubitavelmente, razão pela qual não devem ser utilizados de forma displi-cente ou desrespeitosa. Por norma, são feitos de materiais nobres e decorados de forma a invocarem os mistérios que servem.Dada a sua importância para a celebração da nossa Fé, na Eucaristia, procuraremos aprofundar um pouco mais o conhecimento e sim-bologia sobre alguns destes objetos. Diogo Pereira

O primeiro objeto litúrgico sobre o qual escrevemos trata-sedo principal livro da Eucaristia, o Missal Romano, onde se encontram as orações próprias da celebração da Eucaristia e os ritos que se devem seguir para a celebrar. Este livro é usado pelo sacerdote que preside à celebração, assim como pelos concelebrantes durante a Liturgia Eucarística.

A sua versão original está escrita em latim, língua oficial do Império Romano à data de criação do mesmo. Mas, ao longo do tempo, o Missal tem sofrido algumas reformas, sendo que a mais recente ocorreu durante e após o Concílio Vaticano II, por influência do Papa Paulo VI. Mais tarde, O Papa João Paulo II promulgou, em 2002, a sua terceira edição, que ainda não foi traduzida para português.

RúBRICA “OBJETOS LITúRGICOS”: MISSAL

GAM - Grupo de Acólitos da MAia

CONFERêNCIA VICENTINA

No passado dia 27 de setembro, decorreu na Paróquia de São Miguel da Maia a Assembleia Celebrativa de São Vicente de Paulo, organizada pelos Conselhos de Zona da Maia: Conselho de Zona da Maia e Conselho de Zona Nossa Senhora da Paz da Maia, com apoio do Conselho Central do Porto e do Revº Padre Domingos Jorge.

A Assembleia iniciou-se com a Celebração da Eucaristia de Ação de Gra-ças, presidida pelo Senhor D. Pio Alves. Concelebraram o Senhor Padre Orlan-

do dos Santos, Vigário da Vara e o Padre Manuel Martins, Conselheiro Espiritual do Conselho Central.

No decurso da Celebração Eucarística fizeram o seu compromisso 13 vicentinos da Vi-gararia da Maia.

Pelas 16h30m teve inicio a Assembleia, no Auditório do Centro Social e Paroquial Lar de Nazaré, igualmente presidida pelo Senhor D. Pio Alves, sendo palestrante o Padre Lino Maia, Presidente da CNIS e Pároco de Aldoar, que nos falou sobre “Vicentinos – enviados à guarda dos irmãos”, abordando os problemas da sociedade em que vivemos e dado ênfase à atitude e resposta vicentina que lhes devemos dar, salientando a importância da atuação da família vicentina nas situações de fragilidade humana.

Esta Assembleia teve a participação de aproximadamente duzentos vicentinos da Diocese do Porto.

Contou ainda com a presença do Senhor Presidente do Conselho Central do Porto, Manuel Carvas Guedes e da Vereadora do Pelouro Social da Câmara da Maia, Dra Ana Miguel.

Seguiram-se momentos de descontração, convívio e partilha à volta das mesas. Na hora da partida, ficou claro que todos se sentiram verdadeiros irmãos na fé no caminho do Senhor Jesus, ao encontro dos

pobres na partilha e na caridade, à semelhança de São Vicente de Paulo e Beato Frederico Ozanan..

Vicentinos da Diocese do Porto em Assembleia Celebrativa na Maia

José Sousa

NOTICIAS DOS ESCUTEIROS

Iniciámos mais um ano Escutista sob o lema “RECONHECER” e o desafio de “HONRAR O PASSADO PARA PREPARAR O FUTURO” tendo como pistas a “MISSÃO” e o “CAMINHO”.

E é neste percorrer de CAMINHO que RE-CONHECEMOS tudo o que de bom nos traz o Escutismo: amizade, companheirismo, alegria, par-tilha, generosidade e um sem número de Valores

Morais e Cristãos tão necessários à sociedade que se quer cada vez melhor.

Contamos, como sempre, com a presença dos Pais neste CA-MINHO a percorrer. Da nossa parte, a disponibilidade e a entrega total para estar com os seus filhos e acompanhá-los nas mais diversas aventuras que eles estejam dispostos a viver. Os acampa-mentos, os hikes, os raids, os jogos de cidade, os ateliers de técnica Escutista e as mil e uma actividades, serão oportunidades de formação e crescimento para todos as crianças e jovens que fazem parte do Agrupamento 95-Maia. Este ano, temos um efectivo de 145 Elementos, sendo cerca de 20 os Animadores adultos. Desejamos que seja um ano pleno de realizações! Por uma Juventude melhor,Palmira Santos

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NOVO SUPERIOR GERAL E NOVA DIREÇÃO GERAL DOS MISSIONÁRIOS COMBONIANOS

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No dia 29 de setembro de 2015, foi eleito durante o Capítulo Geral que decorreu em Roma o novo superior geral dos Missionários Combonianos, o P. Tesfaye Tadesse Gebresilasie. Tem 46 anos. É etíope e foi ordenado sacerdo-te em 1995 depois de terminar o curso de teologia em Roma. Trabalhou no Egi-to, Sudão e Etiópia antes de ser eleito assistente geral no Capítulo de 2009. É o primeiro superior geral africano dos Missionários Combonianos, fruto natu-ral de um Capítulo que assumiu a inter-culturalidade como um desafio.

Depois de escolher um novo supe-rior geral, os capitulares elegeram tam-bémquatro conselheiros gerais, entre os quais se encontra o P. Jeremias Martins, um missionário comboniano português, natural de Soito, Sabugal. Os outros conselheiros gerais são: o P. Pietro Ciu-ciulla, italiano, o P. Rogelio Bustos, mexi-cano, e o Ir. Alberto Lamana, espanhol. Como se pode notar, a nova equipa en-carregada do governo dos missionários combonianos é bem representativa da continentalidade, internacionalidade do da congregação dos missionários com-

bonianos que desempenha ação missio-nária em quatro continentes do mundo, nomeadamente, na Europa, na África, na América e na àsia.

O primeiro conselheiro eleito foi o P. Pietro Ciuciulla. É italiano, tem 52 anos, terminou a teologia em Roma e foi ordenado em 1992. Trabalhou no Chade, na Itália e nos Estados Unidos. Regressou ao Chade em 2011. Era su-perior da delegação.

O Ir. Alberto Lamana nasceu há 44 anos em Espanha. Fez o noviciado em Santarém. Terminou a formação em Nairobi, Quénia, entre 1997 e 2001. Trabalhou no Sudão do Sul de 2001 até 2011, primeiro em Mapuordit e depois na Cadeia Católica de Rádios. Voltou a Espanha em 2011 e tirou um curso de jornalismo para a internet.

O P. Rogelio Bustos é mexicano e tem 54 anos. Terminou a teologia em Roma e foi ordenado em 1987. Traba-lhou no México entre 1988 e 1995 e no Perú desde 1996 a 2010, onde foi superior provincial. Está no México desde 2011 onde tem sido administra-dor das revistas missionárias.

A MISSÃO É UMA PAIXÃO

De vez em quando, ouvimos no-tícias de alguns missionários nossos amigos que partem para a missão e de outros que chegam da missão para passar férias. Ao vê-los partir e chegar, por vezes fisicamente cansados mas sempre serenos e cheios de alegria, é natural que nos perguntemos o que os leva a deixar a sua terra. Certamente que os missionários não partem para fazer turismo e nem vão à procura de aventura ou de dinheiro. Onde está então a razão e qual é o segredo? Na mensagem para o Dia Mundial das Missões 2015, o papa Francisco diz--nos que ‘a missão é uma paixão por Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, uma paixão pelas pessoas’. Quando nos po-mos em oração diante de Jesus cru-cificado, sentimos que Ele nos chama e quer servir-Se de nós para chegar cada vez mais perto do seu povo ama-do, especialmente dos mais pobres e abandonados. Foi precisamente a contemplação do amor profundo que brota do coração trespassado de Je-sus que levou S. Daniel Comboni a deixar a sua terra e a dar a sua vida pela evangelização da África. Impelidos P. Dário Balula Chaves, mccj Missionário Comboniano

P. Dário Balula Chaves, mccj Missionário Comboniano

pelo mesmo amor, os missionários combonianos continuam hoje a seguir o exemplo do seu fundador.

O mês de outubro é o mês mis-sionário. No dia 10 de Outubro é a festa de S. Daniel Comboni e no dia 18 celebra-se o Dia Mundial das Missões. É uma boa ocasião para nós, mem-bros da Família Comboniana, e para os cristãos em geral, recomeçarmos com renovado fervor, um novo ano de atividades pastorais e apostólicas nas nossas paróquias e nos diversos gru-pos. Temos pela frente o Ano Santo da Misericórdia, decretado pelo papa Francisco e que vai começar do dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Con-ceição, padroeira de Portugal. Nesse dia se celebram também 50 anos da conclusão do concílio Vaticano II, um acontecimento especial que veio dar um novo ímpeto missionário à vida da Igreja. A partir de agora e ao longo do Ano Santo da Misericórdia somos todos convidados a vivermos a fé cris-tã, não como uma mera doutrina ou como uma tradição bonita que nos habituámos a seguir, mas como um verdadeiro tesouro que enche de ale-

gria o nosso coração e nos dá força para sermos membros vivos de uma ‘Igreja em saída’ que vai ao encontro daqueles que vivem nas periferias da humanidade, como nos pede o papa Francisco. Não deixemos que o frio do inverno se apodere de nós e gele os nossos corações.

O papa recorda-nos que a missão destina-se a todos os que procuram a Deus de coração sincero, mas os destinatários privilegiados do anúncio evangélico são os pobres. Uma evan-gelização dirigida preferencialmente aos pobres é sinal do Reino que Jesus veio trazer. O papa lembra que a mis-são não é um apêndice mas sim parte integrante da fé cristã e algo de im-prescindível para quem se coloca à es-cuta da voz do Espírito. Neste sentido, quem segue Cristo não pode deixar de tornar-se missionário. Somos con-vidados a viver a fé como uma grande paixão que toma conta do nosso co-ração e transforma toda a nossa vida.Vamos lá então, mãos à obra, cheios de fervor missionário!

Como já foi dito, entre os quatro conselheiros eleitos está o P. Jeremias dos Santos Martins, que nasceu no Sa-bugal (Portugal) há 62 anos e tem sido o Superior Provincial da África do Sul. Estudou a teologia em Paris, França e foi ordenado em 1978. Trabalhou em Portugal e Moçambique (onde foi su-perior provincial). Em 2005 foi desti-nado à África do Sul onde trabalhou também como formador do seminário internacional de teologia.

Desejamos à nova direção geral dos missionários combonianos abun-dantes bênçãos de Deus e acompanha-mo-los com a nossa oração e amizade.

O Pároco e toda a Paróquia da Maia, agradecem a Sua Excelência Reverendíssima, Senhor D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas e Segurança, o ter estado na nossa Comunidade de S. Miguel da Maia, e presidido à Celebração do 32ºAniversário da Dedicação da Nossa Igreja - Igreja de Nossa Senhora da Maia - celebrando a Eucaristia e o Terço com um Solene Ato de Consagração a Nossa Senhora da Maia, junto da Sua bela Imagem.

Não houve Procissão, devido ao mau estado do tempo, mas houve celebração de extraor-dinária vivência da Fé, dentro da Igreja, que tocou o coração de todos.

AGRADECIMENTO

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A vida é feita de pequenas coisas, de atitudes muitas ve-zes escondidas ou desapercebidas mas importantes, por vezes marcantes, mesmo, na nossa vida.

Gosto muito de passear pelas ruas da Maia. O andar faz bem. Olho o ambiente da cidade e, às vezes passeio mesmo fora da realidade, absorvido nos meus pensamentos, nas músi-cas… Deslocava-me num dos meus passeios habituais, quando passou por mim um jovem que deixou cair no chão uma moe-da de um cêntimo. Avisei-o desse facto. Ele recolheu a moeda e agradeceu a minha atitude. Alguns metros mais à frente, olhei descontraidamente para o chão, à minha frente e encontrei, não foi nenhuma magia, duas moedas, uma de um euro e outra de dez cêntimos. Recolhi-as, guardei-as e fiquei a pensar nes-ta coincidência tão interessante: uma moeda perdida... duas moedas encontradas. Quando menos se espera, surgem estas pequenas coisas imprevistas, que nos fazem reflectir sobre a vida , os seus pormenores e as suas circunstâncias.

O jovem agradeceu-me o cêntimo que recuperou. Eu pró-prio parece que fui premiado, por este gesto tão simples e natural.

Este episódio, ou história real que eu vivi, levou-me a pen-sar e reflectir sobre as pequenas coisas inesperadas que nos acontecem no dia a dia, mas que com o stress que nos sufoca parece que não temos tempo de parar um pouco para reflectir e enquadrar a vida com as suas circunstâncias por vezes tão imprevistas.

De facto a vida é feita e moldada de coisas pequeninas, aparentemente insignificantes, que nos acontecem e que pas-sam por nós, sem as termos chamado. É certo também que vivemos muito distraídos, aéreos mesmo, e não nos apercebe-mos do muito que passa por nós. São estes e outros episódios pequeninos que por vezes nos acordam e, nos fazem cair na realidade da vida que vivemos e de tudo o que nos rodeia.

Mário Oliveira

Com o coração apertado mas feliz, entreguei esta carta, à minha filha, quando a deixei “à porta” de uma nova etapa da sua vida:

“Carta de uma mãe para uma filhade mim para ti, Maria Lúcia

Maia, 13/setembro/2015

Lúcia, minha querida filha,Nesta hora que se avizinha, que não é de despedida, mas

de um “até já” muito breve, só peço a Deus que te abençoe, te proteja e te guarde.

Nesta hora de saudade antecipada, de distância física, de solidão prevista, de coração apertadinho, vais voar. Vais abrir as tuas frágeis asas e vais voar. E, vais gostar, não vais olhar para trás e vais seguir o teu caminho. O caminho por ti escolhido e sonhado. Vais poder cumprir o projeto de vida que Deus escolheu para ti.

Voa meu passarinho, voa até à árvore que te ajudará a preparar o teu futuro.Do alto da copa vislumbra o horizonte. Vê o sol radiante, luminoso e otimista. Vais ver que a vida tem muito para te dar. O teu futuro, a tua vontade de vencer e o teu sonho, só dependem de ti, do teu esforço, do teu empenho e do teu amor. E, faças o que fizeres, escolhas o que escolheres, estarei sempre aqui para te apoiar. Sempre!

Dedica-te de alma e coração e serás uma ótima estudante. Só assim serás uma boa profissional. “Põe quanto és naquilo que fazes” - a tua ternura, a tua serenidade e o teu amor. Sonha, sonha sempre. Sonha os teus sonhos e realiza-os.Tem sempre vontade de ir mais além.Arrisca!

Trabalha com afinco, dedica-te em pleno, entrega-te, sê hu-Conceição Dores de Castro

milde, sê tu mesma.Terás nas tuas mãos seres frágeis, sofridos e que dependerão de ti. Ajuda-os no seu corpo ferido mas também na sua alma rasgada pelo sofrimento. Dá-lhes medica-mentos, cura, amor e carinho. Dá-lhes a tua mão, o teu apoio e o teu coração.

Aprende sempre pela vida fora. Nunca tenhas medo de o fazer nem te envergonhes. Tem orgulho no que fazes, mas fá-lo bem e para o bem de todos.

Guarda sempre um lugar no teu coração para os teus ami-gos, são precisos; para a tua família, é o teu sangue; para Deus, é a tua vida.

Não te preocupes com a Vovó. Está bem cuidada. Um dia ajudarás outros doentes como ela…

Sê agradecida a Deus que te deu a vida. Agradece-Lhe o dom que tens. Segue a tua vocação. Mas não te esqueças de Lhe falar, de estar com Ele, sempre e todos os dias. Não te esqueças de O continuar a servir no altar. E, tu sabes, uma vez acólita, sempre acólita.

És o meu orgulho, o meu reflexo, o meu raio de luz, um pedaço de mim. Lúcia é o teu nome, doce como tu.

Só te faço um pedido: guarda um cantinho pequenino, mui-to pequenino, para mim e para o papá,no teu coração e na tua grandiosa vida.

Que sejas abençoada. SÊ FELIZ!Beijo de amor e saudade da mamã que te ama.Zinha”

Nota de rodapé: agradeço a todos os Amigos que nos apoiaram e continuam a apoiar nesta nova fase da vida da Lú-cia. A lista é imensa! OBRIGADA!

OBRIGADA Senhor, pelo dom da maternidade.

AS COISAS PEqUENINAS DA VIDA

CARTA DE UMA MÃE PARA UMA FILHA

10 ▪ s. miguel da maia

É TEMPO DE CONSTRUIRNuma tarde de domingo, em que fui até ao parque da ci-

dade, sentei-me num banco à sombra de uma árvore e acabei por adormecer mesmo que de leve e sonhei com sonhos de plenitude. Sonhei que voava que passava por cima de obstácu-los ou facilmente os contornava, acordei e verifiquei que o real que sou e o ideal que sonho estão a uma distância enorme. Ainda existe muito a fazer para o homem novo dentro de mim estar completo. Semana apos semana nesta luta e ainda muito para crescer.

A realização pessoal parece estar muito longe de ser alcan-çada, a tarefa de fazer o homem novo dentro de mim é difícil, é uma tarefa árdua. Quando determino uma meta e quase a alcanço verifico que ainda tenho muito que crescer, parece-me que a alegria de estar plenamente realizado é um estado que não conhecerei nesta marcha da vida, e percebi que o impor-tante é o sentido que dou as minhas tarefas, se elas me reali-

zam a cada instante e se estou no caminho da plenitude. Serei mais eternamente quanto mais me realizar no tempo. Fico tris-te quando não cresço mais, eu preciso de Ti para crescer, não consigo faze-lo sozinho e as vezes esqueço-me.

Depois destes pensamentos voltei a adormecer e sonhan-do novamente: vi pescadores no cais sem poderem ir ao mar, senti a dor dos pais que criaram filhos e depois ficam sozinhos na velhice, vi corações despedaçados pela separação, acordei triste com o meu sonho. Se amar é tão difícil, porque é preciso amar? No meu pensamento deu-se logo a resposta, sem amor não nasce o homem novo que se vai construindo dentro de mim. Levantei-me, passei por uma bica e bebi água fresca, fiquei reconfortado e pensei: os vivos que chegaram á tarde deste domingo ainda têm de continuar a viagem, é preciso crescer até à noite do parto definitivo, depois vira a plenitude, mas agora é tempo de construir o amor. José Carlos Noval

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A GOBERNABILIDADE NA UNIÃO EUROPEIA

s. miguel da maia ▪ 11

À data em que escrevoeste arti-go já passaram 9 dias desde as elei-ções legislativas de 4 de Outubro. Não vamos discutir questões de polí-tica doméstica, como, de resto, nunca fizemos, por não ser essa a vocação deste espaço. Vamos reflectir sobre os sistemas eleitorais e a respectiva-capacidade para favorecer ou dificul-tar a formação de maiorias susceptí-veis de constituir governos estáveis.

Democracia, bem o sabemos, significa que cabe ao povo escolher aqueles que merecem a sua confiança para gerirem os destinos do país, apli-carem a constituição e as leis, gerir de forma eficiente os recursos comuns em benefício do interesse público e das funções essenciais dos Estados: soberania, defesa e segurança, educa-ção, saúde, justiça, justiça social.

Mas nas sociedades modernas, por razões práticas de exequibilidade, a de-mocracia não se exerce de forma direc-ta, mas através de formas de represen-tatividade indirecta, operacionalizada

pelos partidos políticos. Cabe, assim, aos países, escolher as suas formas de representatividade indirecta, ou seja, os respectivos sistemas eleitorais.

É inquestionável que, na ausência da representação directa, o sistema eleitoral mais representativo das di-ferentes sensibilidades dos cidadãos é o que se baseia no método de Hon-dt, ou sistema proporcional, segundo o qual o número de deputados do parlamento a eleger é directamente proporcional ao número de votos de cada uma. É este o sistema que vigora em Portugal, em Espanha, na Grécia e num vasto grupo de outros países. O reverso da medalha é que este siste-ma dificulta a formação de maiorias de governo quando os votos são dis-persos por vários partidos.

No extremo oposto temos o sis-tema maioritário do Reino Unido, mas também de outros países de tradição anglo-saxónica e, em boa parte dos Es-tados Unidos da América, assente em círculos uninominais. Nestes, havendo um partido que tenha uma vantagem relativa numa maioria de círculos, elege os deputados de todos esses círculos. É, assim, muito mais fácil formar maio-rias na sequência das eleições.

Em termos intermédios, temos sistemas eleitorais como o alemão,

em que uma parte dos deputados (20 a 30%) é eleita num único circulo elei-toral nacional, sendo os restantes elei-tos em círculos uninominais. Digamos que é um sistema híbrido que procura introduzir um pouco mais de demo-craticidade proporcional no sistema maioritário. Mesmo assim, nem sem-pre saem maiorias claras das eleições, como acontece na actual legislatura, em que a coligação vencedora de cen-tro direita (CDU/CSU) teve que for-mar um governo de coligação com a esquerda moderada (SPD), no que po-deremos designar de “bloco central”.

Os alemães e outros países não têm complexos em formar coligações (que sejam, obviamente coerentes e sustentáveis) em quadros parlamen-tares em que nenhuma força tenha tido maioria absoluta. Não é essa, infelizmente, a cultura dos nossos líderes políticos. Por isso, das duas uma: ou se muda a mentalidade, ou se muda o sistema eleitoral. Ou, deseja-velmente, as duas coisas!

Arlindo Cunha

PAPA DISCURSA NA ONU É preciso não perder

de vista, em momento al-gum, que a ação política e económica só é eficaz quando é concebida como uma atividade prudencial, guiada por um conceito perene de justiça e que tem sempre presente que,

antes e para além de planos e progra-mas, existem mulheres e ho-mens concretos, iguais aos governantes, que vivem, lutam e sofrem e que muitas vezes se veem obrigados a viver miseravel-mente, privados de qualquer direito.

Para que estes homens e mulheres concretos possam subtrair--se à pobreza extrema, é preciso permitir-lhes que sejam atores dignos do seu próprio destino. O desenvolvimento humano in-tegral e o pleno exercício da dignidade humana não podem ser impostos; devem ser construídos e realizados por cada um, por cada família, em comunhão com os outros seres humanos e num relacionamento correto com todos os ambientes onde se de-senvolve a sociabilidade humana – amigos, comunidades, aldeias e vilas, escolas, empresas e sindi-catos, províncias, países, etc. Isto supõe e exige o direito à educação – mesmo para as me-ninas (excluídas em alguns lugares) –, que é assegurado antes de mais nada respeitando e reforçando o direito primário das famílias a educar e o direito das Igrejas e das agregações sociais a apoiar e colaborar com as famílias na educação das suas filhas e dos seus

filhos. A educação, assim entendida, é a base para a realização da Agenda 2030 e para a recupe-ração do ambiente.

Ao mesmo tempo, os governantes devem fazer o máximo possível por que todos pos-sam dispor da base mínima mate-rial e espiritual para tornar efetiva a sua dignidade e para formar e manter uma família, que é a célula primária de qualquer de-senvolvimento social. A nível material, este mínimo absoluto tem três nomes: casa, trabalho e terra. E, a nível espiritual, um nome: liberdade de espírito, que inclui a liberdade religiosa, o direito à educação e todos os outros direitos civis.

Por todas estas razões, a medida e o indicador mais simples e adequado do cumprimento da nova Agenda para o desenvolvi-mento será o acesso efetivo, prático e imediato, para todos, aos bens materiais e espirituais indispensáveis: habitação própria, tra-balho digno e devidamente remunerado, alimentação adequada e água potável; liberdade religiosa e, mais em geral, liberdade de espírito e educação. Ao mesmo tempo, estes pilares do desen--volvimento humano integral têm um fundamento comum, que é o direito à vida, e, em sentido ainda mais amplo, aquilo a que pode-remos chamar o direito à existência da pró-pria natureza humana.

A crise ecológica, juntamente com a destruição de grande par-te da biodiversidade, pode pôr em perigo a própria existência da espécie humana. As nefastas consequências duma irresponsável má gestão da economia mundial, guiada unicamente pela ambição de lucro e poder, devem constituir um apelo a esta severa re--flexão sobre o homem: «O homem não se cria a si mes-mo. Ele é espírito e vontade, mas é também natureza».

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SERÁ POSSíVEL A PARTIR DA “LAUDATE SI” CONCLUIR qUE O PAPA FRANCISCO É UM AMBIENTALISTA?...

12 ▪ s. miguel da maia

Na sua mais recente carta apostólica, o Santo Padre, remete--nos para a providencial lucidez do Papa S. João XXIII, num mo-mento em que a Humanidade esteve à beira de uma ameaçadora crise nuclear.

No seu jeito singular e extraordinariamente simples, o Papa Francisco, sublinha que S. João XXIII, nesses momentos críticos, não se limitou a chamar à atenção das nações em conflito latente, para as terríveis consequências de uma eventual guerra nuclear, mas teve a coragem de apresentar uma proposta de Paz, rejeitan-do a guerra como solução para qualquer problema entre povos, entre comunidades, entre famílias, ou mesmo entre irmãos.

S. João XXIII, lembra o Papa Francisco, estava preocupado com o clima de guerra fria que se havia instalado nessa época, e face à sua íntima interpelação, agiu dirigindo a sua mensagem “Pacem in Terris”, a todo o mundo Católico. Mas a grande novida-de, sobretudo se pensarmos que essa carta já tem mais de meio século, é que ela foi igualmente endereçada a todas as pessoas de boa vontade, num amplo e inclusivo apelo a toda a Humanidade que desejava e se dispunha a construir a Paz no Mundo.

Através da “Laudate Si”, o Bispo de Roma pretende entrar em diálogo com toda a Humanidade e igualmente com todas as pes-soas de boa vontade, reflectindo com todos nós, sobre o futuro e a sustentabilidade da nossa casa comum, quer dizer, o Planeta Terra.

Alguns anos depois de S. João XXIII ter publicado essa sua mensagem de alerta, convocando todos para o caminho da Paz, o Beato Paulo VI, publicou em 1971, um documento pontifício alertando para a necessidade de preservar o equilíbrio dos ecos-sistemas, já nessa altura seriamente ameaçados por uma crise ambiental provocada por uma acção humana descontrolada que

se repercute na exploração inconsequente dos recursos que a Natureza oferece ao Homem. Homem, adverte Paulo VI, que será uma das principais vítimas de uma degradação de que é o grande responsável.

Na sua encíclica “Laudate Si”, o Papa Fran-cisco vem fazer a síntese de vários documentos da Igreja, que nas últimas décadas procuraram sensibilizar os líderes das nações, para a impe-riosa necessidade de mudar de vida.

Lembra o Santo Padre que de nada servirão os progressos científicos mais notáveis, as invenções tecnológicas mais incríveis, e o crescimento económico mais surpreendente, se não procurar o bem da Humanidade, quer dizer, o seu harmonioso desenvolvi-mento humano e social, com Justiça e com Paz, sem que isso se consiga à custa de uma atitude predadora e de uma exploração sem limites dos recursos naturais e do próprio Ser Humano, sem critério, sem ética e sem moral, que ponha em risco severo a nos-sa casa comum e a sobrevivência da própria Humanidade.

Poder-se-á rotular S. João XXIII, o Beato Paulo VI ou o Papa Francisco de activistas das causas ecologistas e ambientalistas, como alguns pretendem fazer, procurando apresentar uma visão redutora da sua palavra, na tentativa de isolar a sua voz, e circuns-crevê-la ao espaço do activismo cívico?

Claro que não é possível, porque a origem dessa Palavra e a inspiração da sua voz, transcende esse espaço!

Estes três Papas, com a sabedoria que lhes advém da Palavra e a sua clareza de espírito, têm revelado, isso sim, a Mundividência Cristã, na plenitude dos tempos e universalidade, através da verda-de, que ontem como hoje, permanece perene. Victor Dias

DEDICAÇÃO DA IGREJA E FESTA NOSSA SENHORA DA MAIA em imagensO dia 11 de Outubro foi de celebração do 23º aniversário da Igreja.Presidiu o Senhor D.Manuel Linda. Todos guarda-

ram, no coração, muito do belo acontecido neste dia. Quem viveu, desde o início, rejubilou. As fotos ajudam a reviver para além do imediato. Agradeço ao Sr. Tomé as fotos e todo o trabalho que sempre faz com gosto para que o Jornal apareça em papel e na página da internete.

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s. miguel da maia ▪ 13

HOMILIA DE D. MANUEL LINDAfaz d’Ela diferente de toda a gente, a “bendita entre as mu-lheres”: porque Deus está sempre com Ela e Ela está sempre com Deus. Sempre! Quando as coisas correm mal, como por exemplo, quando é preciso fugir para o Egipto, e quando há triunfo, como quando enormes multidões seguem Jesus. Está com Jesus e Jesus está com Ela na ternura do nascimento, mesmo que tenha sido num presépio, e na dor do Calvário; na incompreensão das palavras de Simeão que lhe anuncia uma “espada de dor” e na manhã dos aleluias da Páscoa.

Caros cristãos, que este templo continue a ser, para todos e cada um dos maiatos, metáfora do verdadeiro templo onde Deus quer habitar: em nós, no nosso coração, na nossa vida.

Continuação da Página nº 7

+ Manuel Linda

DEDICAÇÃO DA IGREJA E FESTA NOSSA SENHORA DA MAIA em imagens

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Paula Isabel

Todos nós, a dada altura, ou em vários momentos da vida, somos chamados, isto é, somos solicitados a dar resposta a desafios que, eventualmente, não seriam hipóteses a considerar, quanto mais desafios. Contudo, aí também reside o maravilhoso da vida. A possibilidade do inesperado ou do não pensado passar a fazer parte do nosso quotidiano, das nossas atribuições, contribuindo tantas vezes para um processo interessantissímo de descoberta pessoal é sempre de manter em aberto.

Neste contexto, o que diria se alguém se aproximasse e o convidasse para dar catequese? O convite quer-se pessoal, uma chamada ao coração.

O compromisso, para alguns, é de difícil gestão. Afugenta. Para outros, é um processo que, apesar, das dificuldades, torna-se um desafio às suas competências, aos seus dons, à forma como se movimenta na vida. A resposta positiva a um desafio pode demorar. Provavelmente, e dependendo do desafio, deve demorar. Provavelmente, é até a oportunidade para proceder a alguma avaliação que necessita de ser feita, nomeadamente, às nossas prioridades, vontades, capacidades e interesses, pelo que dar-se tempo é fundamental.

Ser catequista é um projeto exigente, dfícil mas, nobre. Implica ser humilde para aceitar que podemos fazer sempre mais e melhor. Ser racional o suficiente para perceber isso e não desanimar ou dar espaço crescente à frustração. Esta “embrulha-nos” e deixa-nos sem ação. Implica assumir com entusiasmo um compromisso maior, sabendo que é humano esmorecer. Implica aceitar e perceber que a responsabilidade é grande mas, não se está só. Implica perceber que ser catequista é fazer parte de um grupo, é estar ao serviço e dar testemunho de Cristo. Implica ser permeável à mudança e estar atento e aberto ao mundo que nos rodeia.

As necessidades espirituais também se vão alterando, a par com outras mudanças que se processam nos restantes âmbitos da vida. As transformações são rápidas e, muitas delas, incisivas, requerendo também mudanças assertivas nas abordagens, nomeadamente, no que diz respeito à evangelização e por conseguinte à catequese.

Assim, e porque também precisamos de escutar, sair dos nossos pensamentos e abrirmo-nos à inteligência, sabedoria e sensatez dos outros, deixo-nos algumas reflexões do Papa Francisco sobre a catequese dos e para os nossos dias:

“É importante que a catequese não seja puramente teórica. Isso não serve”.

“A catequese é dar-lhes doutrina para a vida e, portanto, tem de incluir três linguagens, três idiomas: o idioma da cabeça, o idioma do coração e o idioma das mãos”. É fundamental que “o jovem pense e saiba qual é a fé, mas que, por sua vez, sinta com o seu coração o que é a fé e, por sua vez, faça coisas. Se falta à catequese uma destas três línguas, destes três idiomas, não avança”.

Torna-se necessário “procurar uma metodologia da catequese que junte as três coisas: as verdades que se devem crer, o que se deve sentir e o que se faz, o que se deve fazer, tudo junto”.

Henrique António Carvalho

23º ANiVErSáriO DA igrEJA DA SENhORA DA MAIA(UM BELO TESOURO)

A SABEDORIA É UM DOM DE DEUS

14 ▪ s. miguel da maia

Todos nós sabemos como o Papa demonstra preocupação por variadíssimas causas. Escreveu, por exemplo, várias encíclicas preocupado com os últimos, os po-bres, os humildes, com todos os que se encontram nas “periferias”.

O Papa Francisco mostrou muito recentemente preocupação pelo meio am-biente. Na sua encíclica “Laudato si”, o Papa reconhece que a humanidade ainda está em tempo de evitar uma catástrofe ecológica e para isso pede compromissos concretos por uma “autêntica ecologia humana”.

Assim, no seguimento do que o Papa Francisco apela, visitem o site http://www.thecallofpopefrancis.org/.pt, onde está uma petição sobre como ainda podemos sal-var o planeta. Leiam o que aí é dito e assinem.

O PAPA ECOLOGISTA

Há muitíssimo mais de vinte e três anosPensaram numa igreja novaHá muito mais de vinte e três anosArquitetaram uma igreja novaHá bem mais de vinte e três anosAprovaram uma igreja novaHá bastante mais de vinte e três anosAdiaram a construção da igreja novaHá mais de vinte e três anosChegou o Padre DomingosHá pouco mais de vinte e três anos Abençoou-se a primeira pedraPara lá de há vinte e três anosComeçou a construção da igreja novaHá pouquinho mais de vinte e três anosAssistimos à primeira celebraçãoDias antes de há vinte e três anosChegou a mesa da consagraçãoE o batistério. E o ambãoNas vésperas de há vinte e três anosColocamos lá os bancos e o cadeirãoExatamente há vinte e três anosAssistimos à sua bênção e inauguraçãoHá pouco menos de vinte e três anosOuvimos o som do carrilhãoHá menos de vinte e três anosAdmirámos o vitral da ressurreiçãoO sacrário e o novo órgãoA coluna dos apóstolos e o portãoS. Miguel e a Via-sacraE uma imagem cor de solTão branca! Qual farol?Para nossa guia e proteçãoPovo todo. Vinde e adorai-aPorque a nossa Igreja NovaDedicámos à Senhora da MaiaA igreja que há vinte e três anosTerminou a sua construçãoQue a partir de então nos acolheCom seus sacramentos e sua bênção.

Já lá vão vinte e três anosSobre aquele dia de emoçãoQuem teve a dita de o viverGravou-o em seu coração.

Escrevo lembranças pra históriaMostrar aos nossos vindourosAlguns momentos e elementos Que formam tão belos tesouros…

MemóriaHá vinte anos chegou o Carrilhão (1995)E a Imagem Branca, luzente. Adorai-aHá dezasseis, louvando, cantamos O Hino à Senhora da Maia. (1999)

Maria Lúcia

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OFErTAS - ESTáTUA DE SÃO JOÃO PAULO ii

Rita + António Santos (Bodas de Prata) .................................. 30,00

A Transportar ..............................................................20.310,00

s. miguel da maia ▪ 15

Quem desejar fazer a sua dádiva (oferta) para o LAr DE NAZArÉ, por transferência bancária, pode fazê-lo usando o Balcão da Caixa do Crédito Agrícola (Maia), NIB 0045 1441 40240799373 19 ou entregar nos Car-tórios Paroquiais. A Obra é nossa .

Após a transferência indique-nos o NiC para lhe passarmos o recibo para apresentar na Decl. do irS.

IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISEm Setembro recebeu-se

CENTrO SOCiAL E PArOQUiAL da MAiA - LAr DE NAZArÉ

OFErTAS - SETEMBrOTransporte.............................................................419.585,49

Setembro -1º Domingo 532,24; 2º Domingo 437,59; 3º Domingo 450,87;4º Domingo 503,43; Celebração dos Vicentinos Diocese 99,88; S. Miguel 66,05; Vários 67,00;10/10 - 212,00; Of..Nossa Senhora do Bom Despacho 50,00. Cofre (Igreja de Nossa Senhora da Maia-Agosto e Setem-bro) - Santíssimo , 26,19; Senhora da Maia 49,25;S. Miguel 11,56; Obras 3,87.

3506 - Maria de Lurdes - José (Bodas de Ouro).............................20,003507- Maria Conceição Pacheco...................................................10,003508 - Por Maria Joaquiina Barros................................................15,003509 - Elisa Azevedo........................................................................10,003510 - Alguém ................................................................................. 10,003511- Maria Lúcia ...........................................................................10,003512 - Alguém....................................................................................10,003513 - Maria Palmira ..........................................................................100,003514 - Umas Bodas de Prata............ ............................................10.00 3515 - Alguém ............................................................................... 395,003516 - M.T.M.D. ............................................................................. 50.00 A Transportar ..........................................................640,00

O LAR DE NAzARÉ

Tendo em conta a devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho e a Nossa Senhora da Maia, fizemos várias peças que poderá adquirir nos cartórios das duas igrejas:

PINS: Nossa Senhora do Bom Despacho; Nos sa senhora da Maia; S. Miguel Arcanjo.MEDALhAS : pequenas e com guarnição: NªSª do Bom Despacho Nª Senhora da Maia; S. Miguel (algumas duas faces);POrTA-CHAVES: Nª Sª do Bom Despacho; NºSª da Maia; S. Miguel (2 faces)TERÇOS: várias cores ; com a imagem de NªSª do Bom Despacho e da Maia e a Cruz da igreja de Nossa Senhora da Maia.CATECiSMO DA DOUTriNA CriSTÃBÍBLIA SAGRADAMedalhões alusivos à Dedicação; Coroação de NªSª como Padroeira do Concelho da Maia e Decreto da Declaração de Santuário Mariano, plo Senhor D. Armindo e pela igreja.

ESTES ArTigOS rELigiOSOS ESTÃO á VENDA NOS CArTóriOS DAS NOSSAS igrEJAS.

ARTIGOS RELIGIOSOS DAS NOSSAS IGREJAS

O Lar de Nazaré é uma construção emblemá-tica. É única, deixa maravilhado todo aquele, que a olha dentro e fora com olhos de ver... É bela a construção. Ninguém pode ficar indiferente, a não ser aquele ou aquela que tem um coração e olhos sem luz. Os pecados contra o Espírito Santo não são raros, mas não se podem esconder:1º – Desespero de salvação.2º – Presunção de salvação sem merecimento.3º – Negar a verdade conhecida como tal.4º – Inveja da graça fraterna: Ocorre quando a pessoa tem inveja da graça que Deus dá a outrem. O invejo-so irrita-se por que o seu próximo conseguiu algo de bom e por isso revolta-se contra Deus.

5º – A obstinação no pecado: É quem peca não por fraqueza, mas por malícia.6º – A Impenitência final.

O Lar de Nazaré, assim como os dínamos, numa central de energia eléctrica, geram eletricidade que depois é levada para todos os lados, assim sê-lo-á o nosso Lar.

Já alberga muitas iniciativas, mas, muito em breve e havendo mais inscrições, será Centro de Dia.

Tem três andares (Cave, Rés-do-Chão e 1º Andar). São muitos e espaçosos todos os espaços..

Em breve serão abertas inscrições para Costura (já há 4 máquinas e alguém que vai estar à frente, pois tem saber e arte..

Haverá possibilidade para o teatro e Conjunto Mu-sical que terá, certamente, muitos jovens e adultos ade-rentes.

Já pouco falta colocar para todos os espaços esta-rem disponíveis para um sem números de ocupações.

É de admirar que haja gente entre nós que, nada deram e fazem o propósito para nada dar, pensando que o espaço alógica era fazer como alguns que:"nada dando, tudo tentam"pôr abaixo" como se isto fosse vitória, es-quecendo que são dignos de dó. Um dia Deus lhes dirá: "Tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber... estava doente e não me visitaste; estive na prisão e não me foste ver... E quando é que eu te vi?...Sempre que não o fizeste ao meu irmão a mim deixastes de fazer... Ide para o fogo eternio..." nâo haverá "mas..."

Mas há quem viva a fechar os olhos e, mais do que os olhos fecha o coração.

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Luís Fardilha

Pela Cidade...Passadas as eleições, ainda não

se sabe como será o governo do país e muito menos quais vão ser as orientações políticas a seguir em cada uma das diferentes áreas sectoriais. Não tenho capacidades para adivinhar o futuro, mas desde há muito se sabe que ele tem uma íntima relação com o passado mais ou menos próximo. Se não houver milagres ou outros acon-tecimentos inexplicáveis, o futuro há-de alimentar-se das raízes que

tem no passado: o amanhã é o resultado do que foi feito (ou não) ontem e do que está a acontecer hoje. Dizia-se antigamente que só quem conhecesse muito bem o pas-sado estaria em condições de prever o futuro. Por isso se recomendava que a História fosse disciplina obrigatória no currículo escolar de crianças e jovens, especialmente daqueles que poderiam vir a ter responsabilidades na condução da “coisa pública”, ou seja, de príncipes e gran-des senhores, cuja função social os obrigava a assumir a defesa do bem comum. Hoje infelizmente, são poucos os que acham importante saber História...

Durante a última campanha eleitoral os temas educativos estiveram geralmente ausentes. Há quem tenha dito que foi para isso que o Ministério da Educação deci-diu retardar o começo do ano escolar e tomou especiais precauções na gestão do processo administrativo de co-locação de professores. De facto, o início das actividades lectivas decorreu sem maiores percalços, ao contrário do que tinha ocorrido em 2014. Como o debate das questões educativas parece estar reduzido, nos últimos tempos, a discutir o que corre mal na acção da Secretaria de Estado do Ensino e da Administração Escolar, o assunto desapa-receu dos debates e das outras iniciativas da campanha.

Foi pena, porque a educação e o ensino vão muito mais longe do que a mera gestão dos espaços e do pessoal das escolas. Tem uma importância decisiva na preparação do futuro dum país e duma sociedade. Trata-se de formar os cidadãos de amanhã, transmitindo-lhes os valores hu-manos e espirituais que presidirão à própria organização social e ao modo como os elementos duma comunidade se relacionam entre si. As grandes transformações sociais começam, obrigatoriamente, pela educação. As mudanças de mentalidade, que são aquelas que verdadeiramente importam, têm o seu início e consolidam-se através da acção educativa convergente da escola e da família.

Teria sido importante, por isso, que aqueles que se propõem governar-nos tivessem partilhado connosco

o seu projecto de sociedade. Que debatessem o modelo de cidadão português que imaginam para o futuro. Quais os valores fundamentais que desejam ver promovidos e defendidos no Portugal que queremos construir. Deve a competitividade fazer esquecer a solidariedade? Vamos deixar para trás os mais velhos e os incapacitados a favor da produtividade e da eficácia económica? O mais importante será o lucro, mesmo que obtê-lo implique desrespeitar os direitos dos outros ou pôr de lado a lealdade na con-corrência? Os heróis da sociedade futura serão aqueles que conseguem contornar as leis, não pagam os impostos e fazem prevalecer os seus interesses egoístas sobre o bem comum? Pretendemos uma sociedade menos injusta e menos desigual, ou preferimos que cada um trate de si, sem se afligir com o sofrimento ou as dificuldades de quem mora ao lado?

Silenciar estes temas quando supostamente se deveria esclarecer os cidadãos para que pudessem votar em cons-ciência não parece aceitável. A menos que se considere que tudo está bem em matéria de ensino e de educação e, portanto, basta manter o rumo seguido até aqui. A ser assim, o mais provável será que se continue a adiar a discussão aprofundada que é necessário fazer sobre a actuação dos diferentes governos nesta área. O futuro que podemos imaginar a partir do que aconteceu no passado recente deverá, pois, ser marcado pelo imobilismo e por uma acção casuística, característica de quem corre atrás da realidade, em vez de a prever e controlar. A verdade é que os diagnósticos estão na sua maioria feitos, mas não tem havido capacidade técnica nem política para pôr no terreno as soluções apontadas.

Um domínio em que esta realidade é muito evidente é o do ensino superior. Apesar de ser conhecida a desadequação da rede de instituições de ensino e o desajustamento da oferta formativa que propõem, os anos vão passando e, com raríssimas excepções, não se vê uma acção governa-tiva consequente dirigida ao redimensionamento da rede, com a fusão de universidades e politécnicos públicos, por exemplo, o encerramento de cursos sem condições de funcionamento ou, mesmo, de instituições cuja existência não se justifica. Separar o trigo do joio, privilegiar a qualidade e criar, assim, as condições indispensáveis para um salto qualitativo do país, sustentado e irreversível, é o que deve exigir-se a quem é responsável pela governação nesta área.

Não acredito no determinismo absoluto, mas não vejo como pode esperar-se que as mesmas causas não produzam as mesmas consequências. Por isso, não há muitas razões para esperarmos com optimismo um futuro melhor, quando não nos dedicarmos desde já a lançar as bases sólidas e sadias em que ele possa assentar.

O FUTURO CONSTRÓI-SE HOJE

16 ▪ s. miguel da maia

director e chefe de redacção

P. Domingos Jorge

colaboradores

Ana Maria RamosÂngelo Soares

António MatosArlindo CunhaCarlos CostaConceição Dores de CastroD. Manuel da Silva MartinsHenrique Carvalho

Higino CostaIdalina MeirelesJoão AidoJoão BessaJosé Carlos NovaisJosé Carlos Teixeira

José Manuel Dias CardosoLuís Sá FardilhaManuel MachadoMª Artur C. Araújo BarrosMª Fernanda Ol. RamosMaria Lúcia Dores de Castro

Mª Luísa C.M. TeixeiraMaria Teresa AlmeidaMário OliveiraP. Francisco José MachadoPalmira SantosPaula Isabel Garcia Santos

tiragem: 1.500 exemplares Impresso na Tipografia Lessa ▪ Largo Mogos, 157 - 4470 MAIA ▪ t: 229441603

t: 229448287/229414272 /229418052 ▪ fax: 229442383 ▪ e-mail: [email protected]: Padre Domingos Jorge ▪ Registo na D.G.C.S. nº 116260 ▪ Empr. Jorn./Editorial nº 216259

s. miguel da maia ▪ boletim de informação paroquial publicação mensal ▪ propriedade da fábrica da igreja paroquial da maia

www.paroquiadamaia.net

outubro 2015

ano xxvinº 285

correspondentes

Vários (eventuais)

composição

José Tomé