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Diretor Presidente: Márcio Muniz Fernandes [email protected] Circulação Diária Telefax: 35 3332-1008 Governo do Estado autoriza mais 31 nomeações de aprovados no concurso público da Unimontes São Lourenço, Sexta-feira, 11 de Maio de 2018 ANO XXVI - Nº 1141 - R$ 2,00 Chamadas A Cruz do Gamarra ____________________ página 2 _________________ Circuito Cultural de São Lourenço ____________________ página 3 __________________ Coluna Teresinha Vilella _______________ ___página 3 ______________________ Fique por dentro _______________ ___página 4_____________________ FAÇA JÁ SUA ASSINATURA Receba semanalmente, em sua casa, nossas quatro edições de terça-feira a sexta-feira ou compre nas bancas. 35-3332-1008 E-mail: [email protected] Dia D da vacinação contra a gripe será nesse sábado, 12 Serão sete postos de vacinação abertos nesse sábado entre 8h e 17h Todos os municípios do país farão, neste sábado, 12, o dia D da campanha de vacinação contra a gripe. O objetivo da ação é aumentar a cobertura vacinal dos municípios. Iniciada em 23 de abril e com previsão de término em 1º de junho, em São Lourenço, a cobertura vacinal está em 35,06% e a meta até o final da campanha é que 90% da população alvo seja vacinada. No Dia D da vacina- ção estarão abertos as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Porta do Céu, Vila Carneiro, Carioca, São Lourenço Velho, Nossa Senhora de Lourdes e Biquinha. Além desses, um posto volante A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) autorizou a nome- ação de 31 candidatos apro- vados em concurso público para Professor Universitário daUniversidade Estadual de Montes Claros (Uni- montes), em substituição a Professores de Educação Superior designados. A relação contempla as áreas dos departamentos de Artes, Direito Privado, Clínica Médica, Ciências da Computação, Ciências Exatas, Comunicação e Letras, Educação Física, Enfermagem, Fisiopatolo- gia, Geociências, História e Odontologia. A publicação dos atos de nomeação por parte do go- vernador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, deverá acontecer nos próximos dias. A partir da publicação, em data a ser divulgada pelo Estado, será observado o será instalado na Praça Brasil, somente para a imunização de adultos. A vacinação ocorrerá entre 8h e 17h. O público alvo da cam- panha são crianças com mais de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas até 45 dias após o parto, in- dígenas, idosos, além das pessoas com doença crônica. A vacina contra a gripe evita que ocorra complica- ções em consequência da gripe. Entre elas estão a pneumonia e a síndrome respiratória aguda, que pode levar a morte. A va- cina é produzida com vírus inativado, o vírus morto, e não causa doença. Esta é a sétima nomeação para professores na Unimontes autoriza- do pelo Estado. Publicação dos atos de nomeação deve acontecer nos próximos dias Foto: Divulgação internt prazo de 30 (trinta) dias para agendamento e realização de perícia dos aprovados. Em seguida, será definida a data para a posse dos 31 nomeados. Esta é a sétima no- meação para professores na Unimontes autorizado pelo Estado. Com as no- meações desses 31 novos professores, a Unimontes atingirá a marca de 477 empossados superando o percentual de quase 80% das nomeações de candi- datos aprovados. Organização O concurso público para professor de Educação Superior tem possibilitado a organização funcional dos docentes. Há três anos e meio, a universidade tinha apenas 25% dos docentes com vínculo estável. Atual- mente, com os benefícios do certame, o quadro de efetivação foi totalmente alterado positivamente, com quase 80% do quadro de professores efetivos. A Reitoria da Unimon- tes reconhece que a au- torização para novas no- meações é resultado de constantes negociações com o Governo do Estado, por meio da Seplag, da Secretaria de Desenvolvi- mento Econômico, Ciên- cia, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), e também da representação sindical dos docentes. Foto: Divulgação internt

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Diretor Presidente: Márcio Muniz Fernandes [email protected]ção Diária

Telefax: 35 3332-1008

Governo do Estado autoriza mais 31 nomeações de aprovados no concurso público da Unimontes

São Lourenço, Sexta-feira, 11 de Maio de 2018ANO XXVI - Nº 1141 - R$ 2,00

ChamadasA Cruz do Gamarra____________________ página 2 _________________

Circuito Cultural de São Lourenço____________________ página 3 __________________

Coluna Teresinha Vilella_______________ ___página 3 ______________________

Fique por dentro_______________ ___página 4_____________________

FAÇA JÁ SUA ASSINATURAReceba semanalmente, em sua casa,

nossas quatro edições de terça-feira a sexta-feira ou compre nas bancas.

35-3332-1008E-mail: [email protected]

Dia D da vacinação contra a gripe será nesse sábado, 12

Serão sete postos de vacinação abertos nesse sábado entre 8h e 17h

Todos os municípios do país farão, neste sábado, 12, o dia D da campanha de vacinação contra a gripe. O objetivo da ação é aumentar a cobertura vacinal dos municípios. Iniciada em 23 de abril e com previsão de término em 1º de junho, em São Lourenço, a cobertura vacinal está em 35,06% e a meta até o final da campanha é que 90% da população alvo seja vacinada.

No Dia D da vacina-ção estarão abertos as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Porta do Céu, Vila Carneiro, Carioca, São Lourenço Velho, Nossa Senhora de Lourdes e Biquinha. Além desses, um posto volante

A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) autorizou a nome-ação de 31 candidatos apro-vados em concurso público para Professor Universitário daUniversidade Estadual de Montes Claros (Uni-montes), em substituição a Professores de Educação Superior designados.

A relação contempla as áreas dos departamentos de Artes, Direito Privado, Clínica Médica, Ciências da Computação, Ciências Exatas, Comunicação e Letras, Educação Física, Enfermagem, Fisiopatolo-gia, Geociências, História e Odontologia.

A publicação dos atos de nomeação por parte do go-vernador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, deverá acontecer nos próximos dias. A partir da publicação, em data a ser divulgada pelo Estado, será observado o

será instalado na Praça Brasil, somente para a imunização de adultos. A vacinação ocorrerá entre 8h e 17h.

O público alvo da cam-panha são crianças com mais de seis meses a menores de cinco anos, trabalhadores da saúde, gestantes, puérperas até 45 dias após o parto, in-dígenas, idosos, além das pessoas com doença crônica.

A vacina contra a gripe evita que ocorra complica-ções em consequência da gripe. Entre elas estão a pneumonia e a síndrome respiratória aguda, que pode levar a morte. A va-cina é produzida com vírus inativado, o vírus morto, e não causa doença.

Esta é a sétima nomeação para professores na Unimontes autoriza-do pelo Estado. Publicação dos atos de nomeação deve acontecer

nos próximos dias

Foto: Divulgação internt

prazo de 30 (trinta) dias para agendamento e realização de perícia dos aprovados. Em seguida, será definida a data para a posse dos 31 nomeados.

Esta é a sétima no-meação para professores na Unimontes autorizado pelo Estado. Com as no-meações desses 31 novos professores, a Unimontes

atingirá a marca de 477 empossados superando o percentual de quase 80% das nomeações de candi-datos aprovados.

Organização

O concurso público para professor de Educação Superior tem possibilitado a organização funcional dos docentes. Há três anos e meio, a universidade tinha apenas 25% dos docentes com vínculo estável. Atual-mente, com os benefícios do certame, o quadro de efetivação foi totalmente alterado positivamente, com quase 80% do quadro de professores efetivos.

A Reitoria da Unimon-tes reconhece que a au-torização para novas no-meações é resultado de constantes negociações com o Governo do Estado, por meio da Seplag, da Secretaria de Desenvolvi-mento Econômico, Ciên-cia, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), e também da representação sindical dos docentes.

Foto: Divulgação internt

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Sexta-Feira, 11 de maio de 2018Pág 2 :: Correio do PapagaioAto e Geral

......................................................................O Jornal Correio do Papagaio é filiado ao SINDIJORI - Sindicato dos Proprietários de Jor-nais, Revistas e Similares do Estado de Minas Gerais.

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........................................................A Diretoria não se responsabiliza por conceitos, opiniões e coerência das matérias assinadas que são de inteira responsabilidade de seus autores.........................................................

Circulação no Sul de Minas e Aiuruoca, Alagoa, Andrelândia, Arantina, Baependi, Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas, Cam-panha, Carmo de Minas, Carvalhos, Cambuquira, Caxambu, Conceição do Rio Verde, Cristina, Cruzília, Dom Viçoso, Itajuba, Itamonte, Itanhandu, Jesuânia, Liberdade, Lambari, Maria da Fé, Minduri, Olímpo Noronha, Passa Quatro, Passa Vinte, Pouso Alto, Santa Rita de Jacutinga, São Lourenço, São Sebastião do Rio Verde, São Vicente de Minas, Seritinga, Serranos, Soledade de Minas, Três Corações, Varginha e Virgínia.

O Jornal Correio do Papagaio é uma publicação de:JCP Edições de Jornais e Eventos Ltda - CNPJ: 11.458.016/0001-69 Rua Ledo, 250 - Centro - São Lourenço-MG - Cep 37470-000

Diretor PresidenteJornalista ResponsávelMárcio Muniz Fernandes

MTB 0020750/MGRedação

Mayara SoaresClaudiane Landim

Jorge MarquesDiagramação Mayara Soares

Circulação DiáriaTerça a Sexta

TiragemEdição Cor: 5.000 a 8.000Edição P&B: 1.000 a 3000

Impressão:O Tempo Serviços Gráficos

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Opinião

Por Prof. Cícero Maia

Quem acompanha a vida política brasileira tem obrigação de saber tudo o que ocorreu no processo eleitoral de 2014. Tudo foi posto às claras e de forma transparente. O atual pre-sidente era vice, até então, e acompanhou tudo o que se desenrolou naquele pe-ríodo ainda que não tenha sido o responsável pelo andamento dos fatos.

A grande crítica que se pode fazer, hoje a Sua Excelência, é o fato de ele ter ficado no processo uma vez que poderia ter desisti-do de participar do certame sendo que ele conhecia os bastidores da campanha e, em nome da sua reputação pessoal, profissional e polí-tica ter se retirado do pleito. Mas não! Permaneceu até o final por razões que só ele pode explicar.

A candidata que se con-siderou vencedora, apesar de todas as fraudes, en-gendradas para atingir o resultado vencedor, depois de empossada passou a ter problemas de gestão governamental sem que o vice fosse consultado, se-gundo uma carta que este enviou a ela e que veio a público.

A rejeição das contas públicas pelo Tribunal de Contas da União deu início ao afastamento da estada da Presidente no Palácio do Planalto. A partir de en-tão, de todos conhecidos, o vice assume a respon-sabilidade pelo país. Para espanto de todos a nação encontrada não era a que

as estatísticas apresenta-vam oficialmente!

Começou então, uma nova governança para o país, desta feita, obser-vando os mais elementa-res princípios de conformi-dade legal.

Do muito que já foi feito cito apenas três fatos que seguramente beneficia-ram em muito a popula-ção e que tem passado despercebido pelo grande eleitorado como se o país continuasse em estado de letargia administrativa. 1) Foi repatriado quatrocen-tos e cinquenta bilhões de reais e distribuídos para Estados e Municí-pios; 2) Foram liberados os benefícios do PIS e PASEP para beneficiários acima de sessenta anos, antes era com mais de setenta anos e 3) Foram liberados cento e noventa milhões para atender as emergências com vene-zuelanos vítimas do caos social daquele país, den-tre muitas outras atitudes que trouxeram benefícios ao país. O resultado das pesquisas não diz quem é o presidente, mas sim, quem são os eleitores.

Quem saiu do governo deixou um rastro de des-truição assustador: Mais de dez milhões de desem-pregados; A Petrobrás afundada em prejuízos; A Eletrobrás suspensa da bolsa de Nova York, dentre muitas outras tra-gédias. Hoje, se ocupam de massacrar o governo atual.

ar t igosbsb@gmai l .com

O massacre do Presidente!

Prefeitura Municipal de Andrlândia

PROCESSO 079/2018 – PREGÃO PRESENCIAL 037/2018

Registro de preços para eventuais e futuras Contratações de Microem-presas, Empresas de Pequeno Porte e equiparadas, para prestação de serviços técnicos de Comunicação e marketing institucional interno e

externo dos diversos segmentos da Prefeitura de Andrelândia. Entrega de Envelopes e Sessão Pública dia 25/05/2018, com início às 09:00 ho-ras. Informações [email protected] ou Tel.: (035) 3325-1432. Pregoeira: Anna C. Zillmann-MG, 10/05/2018.

Prefeitura Municipal de Dom Viçoso

EXTRATOSPRIMEIRO TERMO ADITIVO A ATA DE REGISTRO DE PREÇOS Nº 003

/ 2018.Reajuste de preços para manter

o reequilíbrio econômico-financeiro referente ao fornecimento de com-bustíveis para o abastecimento dos veículos da frota municipal.

Gasolina comum - aumento de 0,88%, passando para R$4,83 (qua-

tro reais e oitenta e três centavos). Diesel S10, aumento de 2,53%, passando para R$3,87 (três reais e oitenta e sete centavos).

CONTRATANTE: Município de Dom Viçoso, CNPJ nº 18.188.268/0001-64

C O N T R ATA D A : A u t o P o s -to Dom Viçoso Ltda, CNPJ nº 11.344.707/0001-31

Dom Viçoso, 02 de maio de 2018

A Cruz do Gamarra

Andrés Avendano de Laura, 36, desacreditara na existência do “Eldorado”. As sofríveis con-dições de vida na aldeia, próxima a Ocucaje, nas cercanias do “Rio Ica”, outrora pisada por Atlantes, não lhe deixaram alternativas. Despediu-se do Peru para tentar a sorte na megalópole de São Paulo. Deambulou e ambulou pela “25 de Março” no intento de amealhar “la plata”, que um dia, quem sabe, custearia seu retorno triunfal para junto dos seus. A “Semana Santa” se aproximava. Andrés vendia uma echarpe a Teodósia, simpática senhora de uma aprazível e hospitaleira cidade do Sul de Minas, nominada Baependi, que lhe relata a efervescência do comércio local naquele vindou-ro feriado: “Fechamos até uma rua principal para gastronomia. Nenhum morador pode sair ou entrar de carro de suas casas”, disse num gracejo. O nome da localidade lhe soou familiar (“mbae-pindi”), descendente índio que era de uma linhagem ligada aos Incas. A compradora acrescentou em comentário ser o município vizinho de uma famosa estância hidromineral. Andrés recordou-se da visita, na tenra infância, na companhia do tio Jimenez (o mesmo que asso-ciado ao irmão, Juan, assistia-o nas vendas), às fontes de água de Tambomachay, em Cuzco. E na sua cordialidade habitual, en-tusiasmado com a semelhança cênica aliada à possibilidade de incremento de lucro, agradeceu a sugestão e de modo resoluto agendou a viagem. Tio Jimenez se encarregara da troca de telefones para qualquer even-tualidade. O desembarque ma-tutino no “Domingo de Ramos” na Rodoviária baependiana não lhe causara boa impressão, di-ferindo pouco da precariamente existente em seu pacato torrão natal. Instalou-se numa barraca ao lado da ocupada por angola-nos. Os negócios fluíram bem no primeiro dia. Na noite do dia seguinte, quando saboreava um “pão com pernil” na “fechada via gastronômica”, soube da Cacho-eira do Espraiado do Gamarra, bairro da zona rural de Baependi, onde, em passado recente, foram descobertas pinturas rupestres. Um motivo a mais para conhecê-la, pensou. Afinal, havia visitado anos antes o “Museu Secreto do Dr. Cabrera” na Plaza de Ar-mas, em Lima, concorridamente frequentado por turistas que se extasiam com a coleção única de pedras e blocos rochosos de Andesita, mineral eruptivo de da-tação de mais de 80 milhões de anos, que contêm diversos dese-nhos e hieróglifos. A manhã de terça-feira, 27 de março, estava propícia para a incursão. Fazia forte calor e as vendas somente aumentavam no fim de tarde. “Pepetela”, o loquaz angolano da barraca ao lado, prontificara-se a acompanhá-lo no passeio, que também contaria com as amizades uruguaias construídas na regalada noite anterior. O trajeto até o Gamarra evocava

também doces lembranças an-dinas. A estrada de chão batido, esburacada, pontilhada por reses soltas, contrastava com a beleza da paisagem, ladeada por um sinuoso rio no sopé de morros que descortinavam uma majestosa Serra. Ao chegarem no “Espraiado do Gamarra” não conseguiram conter a emoção. “Há magia neste lugar”, pronun-ciou “Pepetela” em tom grave. Andrés logo buscou informações com banhistas sobre as pinturas rupestres. Dirigiu-se pressurosa-mente ao sítio arqueológico. Não havia dúvidas. Tratava-se de gliptolitos (gravuras em pedra), muito semelhantes aos achados arqueológicos peruanos. Uma delas, em tom pastel, sugeria metais preciosos submersos no que parecia ser um rio... Os olhos fitos na figura não o fizera per-ceber que Galeno, o uruguaio, puxava seu braço, clamando em voz empostada: “Vamos a hombre ao río!”. Deixou-se conduzir não sem antes, num leve girar de tronco, contemplar pela derradeira vez a pintura. Embevecido, aproximou-se va-gorosamente da margem. Nem o ensurdecedor som de funk vindo de um carro cujo motoris-ta desrespeitava a advertência ambiental era capaz de distrair seus ouvidos atentos ao canto sereico da correnteza. Numa visada fixa na água, despiu-se, a revelar uma estranha vestimenta assemelhada a calção. Adentrou o rio, sorriu para os amigos de aventura, deu uma, duas, três braçadas, e mergulhou... Seu corpo foi encontrado dias depois. A mão esquerda enrijecida, uma vez aberta, pôs a escorrer uma fina areia amarela. Tio Jimenez, o irmão Juan, “Pepetela” e Ga-leno homenagearam Andrés com uma cruz numa formação rochosa a montante do leito fluvial mais caudaloso, no ponto em que desaparecera. Poucos circunstantes presenciaram a humilde cerimônia presidida pelo Tio Jimenez, que entoava uma fúnebre canção indígena. No retorno ao Peru, na aldeia da fa-mília, dias após o sepultamento de Andrés num caixão de pinho numa cova rasa, envolta pelas bandeiras brasileira e peruana, Juan recebe uma mensagem de Teodósia informando, num lamento, que a cruz do irmão havia sido retirada do Gamarra. Juan respondeu: “Senhora, não se importe. A cruz não simboliza apenas morte. É também vida! Andrés sempre foi, é e será para nós, Incas, um Atlante, como vocês também sempre foram e haverão de ser. As pedras falam conosco. Falaram com Andrés naquele dia. E queríamos ape-nas na pessoa dele homenagear o Gamarra, Baependi, o Brasil, que tão bem nos acolheram. Em ‘quíchua’, nossa língua-mãe, as pedras do Gamarra nos disse-ram: ‘Qelqaq allinyay aka akana’, a significar: ‘cuidem melhor deste lugar’ ”.

Omar Serva MacielAdvogado da União

Foto: Divulgação Internet

Sobre funk, último projeto de Marielle foi proposto

junto com Siciliano

Por Redação Carta Capital O último projeto de Marielle

Franco na Câmara dos Vere-adores do Rio de Janeiro foi publicado 14 dias antes de sua execução. Em 28 de fevereiro, a parlamentar do PSOL assinou uma proposta que cria o Progra-ma de Desenvolvimento Cultural do Funk Tradicional Carioca. O projeto é co-assinado pelo ve-reador Marcello Siciliano, hoje apontado por uma testemunha como um dos envolvidos em seu assassinato.

Em busca de proteção, uma testemunha que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio afirmou que o vereador Marcello Sicliano e Orlando Oliviera de Araújo, ex-policial militar preso por chefiar uma milícia em Curicica, dese-javam a morte da vereadora do PSOL. A revelação foi feita pelo jornal O Globo. Siciliano nega e afirma que Marielle era sua ami-ga. “Não faria isso com ela nem com qualquer outra pessoa.”

De acordo com a proposta de Marielle e Siciliano, protocolada seis dias antes de sua publicação e já distribuída para diversas comissões da Câmara, o progra-ma sobre o funk carioca busca “fundamentar o movimento na identidade cultural da diáspora africana, resultado do processo híbrido, influenciado pela música eletrônica negra norte-america, o Hip Hop e os ritmos do subúrbio negro carioca do final da década de 70”.

A proposta busca fomentar e incentivar a produção artística e de obras do funk carioca, “para promover o desenvolvimento so-cioeconômico e territorial da ci-

dade”. Quer promover e difundir o estilo em veículos de comuni-cação institucionais da prefeitura, disponibilizar aparelhos culturais e espaços públicos e incentivar a articulação entre produtores, artistas e demais participantes do movimento cultural.

O projeto pretende também reconhecer os ofícios de Mestres de Cerimônias, Disc Jockeys – conhecidos pelas siglas MC’s e DJ’s – e dançarinos e dançarinas como “elementos artísticos fun-damentais para a prática cultural do gênero.

Na justificativa, Marielle e Si-ciliano definem o funk como “um estilo musical oriundo das fave-las do Rio de Janeiro”, apesar do nome originário de outro gênero musical norte-americano. Os ve-readores afirmam que o funk “co-meçou a ser alvo de ataques e preconceito da sociedade, sendo uma das razões para isso a sua popularidade junto às camadas mais pobres da sociedade”.

A justificativa refaz o histórico do estilo e lembra que, a partir de 1995, o funk ganhou fôlego. “O que parecia ser um modismo ‘desceu os morros’ chegando às áreas nobres da Cidade.São desta época o programa Furacão 2000, o programa Xuxa Park apresentando artistas como Claudinho & Buchecha entre outros, tornaram-se referência nessa fase áurea,além de diver-sas equipes.’

Por fim, Marielle e Siciliano afirmam que querem “resgatar essa forma cultural de expressão dentre tantas outras que nosso povo incorporou, resultado daí um processo de disseminação da cultura popular na nossa cidade”

Foto: Divulgação Internet

Marielle e Siciliano defenderam o funk carioca como manifestação cultural da cidade

Vereador foi apontado por testemunha como um dos mandantes do assassinato da parlamentar

do PSOL. Ele nega envolvimento

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Correio do Papagaio :: Pág 3Sexta-feira, 11 de maio de 2018São Lourenço e Geral

Projeto do Governo de Minas Gerais levará água às famílias

em vulnerabilidade socialAção beneficiará municípios do Norte e Vales do Jequitinhonha e Mucuri por meio da estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo, programa que totaliza investimentos acima de R$

460 milhões desde 2016Levar água às famílias

em vulnerabilidade social é um dos objetivos do Gover-no de Minas Gerais com o projeto Sementes Presen-tes. A iniciativa faz parte da estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo - Novos Encontros, criada pelo Estado em 2016. Por meio do projeto, em 2018, famílias das regiões Norte, Vales do Jequitinhonha e Mucuri serão beneficiadas com sistemas simplificados de abastecimento de água.

A ação é coordenada pela Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvi-mento Social (Sedese) em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).

Cada kit contém tubu-lação de distribuição, con-junto de bombeamento, clo-radores e conexões, caixa d’água individual para cada propriedade e reservatório central de água de 20 mil li-tros. Serão distribuídos sete sistemas de abastecimento de água, beneficiando em torno de 700 famílias, em sete municípios.

De acordo com a coor-denadora técnica estadual da Emater-MG, Jane Tere-zinha da Costa Pereira Leal, a iniciativa visa promover a melhoria da qualidade de vida dos agricultores que sofrem com os longos pe-ríodos de estiagem.

“Com a implantação dos projetos, as famílias vão receber água em casa e contar com reservatórios individuais de água. Isso im-pactará de forma positiva na melhoria da saúde dessas famílias”, diz Jane Leal.

Os recursos para a aqui-sição dos sistemas, no valor de cerca de R$ 1 milhão, são provenientes da Se-dese. A Emater-MG ficou responsável pela elabora-ção dos projetos técnicos e o acompanhamento dos mesmos. As instalações dos sistemas devem acon-tecer ainda neste primeiro semestre.

Doação de sementes

Além de doar sistemas simplificados de abasteci-mento de água, o projeto Sementes Presentes tam-

bém distribui sementes para famílias em vulnerabilida-de social. Em 2017, foram doadas 226 toneladas de sementes de feijão, sorgo e milho para 23,8 mil famílias, em 159 municípios.

Em 2018, serão beneficia-das mais 26 mil famílias de 147 municípios das regiões Norte, Alto, Médio e Baixo Je-quitinhonha, Vales do Mucuri e Rio Doce. Elas receberão sementes de hortaliças, como alface, cenoura, abobrinha, beterraba e quiabo.

Ao todo serão 130 mil pa-cotes de sementes distribuí-das. A entrega das sementes de hortaliças é o encerra-mento da primeira etapa do Sementes Presentes, que teve início em 2017

Enfrentamento à Pobre-za no Campo

O projeto Sementes Pre-sentes faz parte da estratégia estadual de Enfrentamento da Pobreza no Campo - No-vos Encontros. Ela reúne diversos programas, ações e projetos voltados para a me-lhoria das condições de vida da população do campo.

São 20 instituições governamentais atuando em três eixos: acesso a serviços públicos, bene-fícios e transferência de renda; inclusão produtiva; e infraestrutura.

“Esta é uma expe-riência interessante do Governo de Minas na elaboração e implantação de políticas públicas. É uma prática fundamental para o desenvolvimento social. Estamos aportando conhecimentos sobre fa-mílias e comunidades vul-neráveis socialmente para que alcancem serviços e benefícios públicos, no caso, os serviços de pla-nejamento de produção e de extensão rural”, afirma a secretária da Sedese, Rosilene Rocha.

Entre 2016 e 2017, de acordo com a Se-dese, foram investidos cerca de R$ 262,4 mi-l hões nas ações de referentes à estratégia estadual de Enfrenta-mento da Pobreza no Campo. Para este ano estão previstos mais R$ 202,9 milhões.

IRMÃ BRASILIANA GOULART

Nossa Gente, Nosso OrgulhoPor Teresinha Maria Silveira Villela

Nasceu em São Lourenço a 18 de abril de 1920. Seus pais eram Justino José Goulart e Maria Cân-dida de Almeida. Muito cedo entrou para a Congregação Sale-siana, seguindo os passos de suas irmãs Maria José, Alice e o irmão Januário, com-pletando então uma família a serviço de Deus.

C o m o a s p i -rante, tornou-se uma aluna exemplar. Es-tudiosa e inteligente destacou-se em todas as matérias e, em es-pecial o português. Formou-se professora. Sua vocação religiosa e seu carisma levaram-na a ser Catequista, Formadora de Cate-quistas e responsável pelo Oratório. Foi co-ordenadora do curso primário dos Colégios Santa Inês de Barreto, Ribeirão Preto, San-to André, São José dos Campos, Cruzeiro e Batatais. Gostava imensamente de crian-

ças e adolescentes. Era alegre e

transmitia este sen-timento a todos que com ela conviviam. Imparcial em suas decisões, era justa e procurava ressaltar as qualidades das pesso-as com as quais con-vivia. Era uma pessoa feliz!

Paciente, t i -nha o Dom de ouvir e aconselhar aos que lhe confiavam seus problemas. Sempre achava uma solução, uma palavra certa na hora certa; e vinha um convite: - “Deus prove-rá, mas vamos juntos fazer uma novena”.

Viveu intensa-mente sua vida reli-giosa. Caprichosa e criativa, fazia lindo car-tazes com frases de incentivos e de amor a Deus e as colocava nos corredores e nas salas de aula. Amava flores e com elas en-feitava seu ambiente de trabalho.

Ninguém fica-va triste ao seu lado.

Durante um retiro espi-ritual, derrepente comu-nicou às irmãs: - “Acabo de fazer uma surpresa a mim mesma. Quando voltar do retiro vou en-contrar minhas meias consertadas, meu hábi-to lavado e perfumado”. (Ela mesma o fizera).

Era devota do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora.

Irmã Brasiliana trabalhava muito. Cer-ta vez, depois de um estafante dia, adorme-ceu no pavimento do banheiro... Contou às Irmãs, sorrindo o susto que levou!

Em 1984 ficou muito doente. Foram dezoito meses de gran-de sofrimento. Resigna-da, jamais se queixou. Achava-se privilegiada em poder ser tratada num ótimo hospital, ser atendida por bons mé-dicos, fazer exames, re-médios na hora certa e se entristecia ao pensar nos pobres que nada tinham e nem privavam de tais atendimentos.

Certa vez co-

mentou com as Ir-mãs:

“Falamos mui-to em ressurreição, mas, a ela não che-gamos de graça, ela é uma conquista”.

Sentido que chegara a hora de entregar sua alma a Deus, fez a Irmãs três pedidos:

- Que rezassem e pedissem a Deus que a viesse buscar.

- Que fossem verdadeiras irmãs para Alicinha (Irmã Alice).

- Que dessem um abraço a todos.

Perguntou por seus documentos, por seu hábito e se tudo estava em or-dem. Faleceu em São Paulo a primeiro de novembro de 1985, primeira sexta-feira do mês. Celebrava-se nesta data o Dia de Todos os Santos. Certamente, a par-tir de então, este foi também o dia de Irmã Brasiliana. Sua vida foi um hino de amor.

Notificação de imóveis desocupados cai 88% na gestão Doria

Por Marina Gama

O número de notifica-ções aos donos de imóveis vazios na cidade de São Paulo diminuiu 88% de 2016 e 2017. O período é referente ao final da ges-tão Haddad e o início da administração Doria na Pre-feitura da capital paulista. Imóveis ocupados, mesmo que irregularmente, como o edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no centro de São Paulo há cerca de uma semana, não entram nesta conta.

Em números absolu-tos, enquanto no último ano do petista 550 donos de terrenos e edificações ociosas foram informados da sua situação irregular, no primeiro ano da admi-nistração tucana apenas 63 notificações foram emitidas. Até abril deste ano, foram somente cinco.

A medida de notificação faz parte de uma política iniciada em 2014 visando o cumprimento da Cons-tituição, que prevê que a propriedade deve cumprir com sua função social. Ou seja, ela não pode perma-necer ociosa.

Para tentar sanar tal irre-gularidade, foram aplicados instrumentos como o PEUC (Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsória), que prevê a notificação, o IPTU Progressivo e a de-sapropriação dos espaços que não cumprem o previs-to em lei.

Segundo a professora da Faculdade de Urbanis-mo e Arquitetura da USP, Luciana Royer, as notifi-cações impactam tanto o mercado imobiliário como a implantação de uma política

pública de habitação.“Se há a notificação de

todos os imóveis ou muito imóveis que estão vazios, o mercado imobiliário tende a trabalhar para a reco-locação desses imóveis no próprio mercado. Além disso, quanto mais se no-tifica, maior é a tendência de que os imóveis vazios sejam desapropriados por falta do cumprimento da norma. Assim, eles pode-riam ser utilizados para fins habitacionais. Ao diminuir a notificação diminui essa possibilidade”, afirma.

Ela ressalta, porém, que a notificação é o primeiro e essencial passo para a rea-lização de uma reforma ha-bitacional, mas ela sozinha não trará a transformação necessária. “A aplicação de um instrumento urbanístico, como a PEUC, não é uma política sozinha. Ela faz parte de um rol imenso de ações que devem ser feitas articuladamente para que a gente consiga de fato ampliar o serviço habita-cional”.

Entre as articulações possíveis está o chamado consórcio imobiliário. Ele consiste em uma negocia-ção entre proprietários e Prefeitura. Nela, o dono do imóvel que não tem condi-ções econômicas de refor-mar ou edificar o espaço em situação irregular pode propor à administração mu-nicipal uma ação conjunta, em que ele cede o terreno e a administração pública fica responsável pela edificação e urbanização do espa-ço. Após a conclusão das obras, o antigo proprietário é ressarcido com unidades do edifício construído e o restante pode ser usado

para diminuir o déficit ha-bitacional.

Para Royer, a diminui-ção de 88% nas notifica-ções significa um retroces-so que tem um efeito prático de paralisia no andamento de uma política habitacional que necessita de tempo, a aplicação de diferentes instrumentos e da atitude do poder público para ver resultados efetivos na so-ciedade.

A Prefeitura, por sua vez, justifica a redução de 88% das notificações pela necessidade de “sanar in-consistências e desatualiza-ções das bases cadastrais” a partir de uma revisão do sistema e dos processos em andamento.

Questionada sobre a previsão de quando haverá uma retomada do ritmo de verificações de imóveis e notificações, a assessoria de imprensa do governo municipal não se mani-festou. Segundo ela, 286 imóveis já receberam a cobrança do IPTU Progres-sivo e aproximadamente 600 estão em análise para o lançamento ainda neste ano.

Um imóvel parado gera gastos para o Estado por-que, ainda que ele esteja vazio, os serviços públicos no entorno dele continuam a ser prestados: varrição, iluminação pública, trans-porte público, água e es-goto. “Toda a infraestrutura da cidade é mantida e é colocada no orçamento do município integralmente, não importa se aquele imó-vel está vazio ou não. Isso que causa uma disfuncio-nalidade: o imóvel tem que cumprir sua função social”, ressalta.

Prefeitura alega que redução se deve a revisão meto-dológica da gestão anterior. Especialista aponta im-pacto para o andamento de políticas habitacionais

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Sexta-Feira, 11 de maio de 2018Pág 4 :: Correio do PapagaioEntretenimento

RECEITA

PIADA

CRUZADAS

6 fatias de pão de forma1 colher de sopa de azei-

te extra virgemoréganosa

Modo de PreparoCroutons:

Corte as fatias de pão de forma em quadrados de aproximadamente 2 cm. E os coloque em uma assadeira. Regue os pães com o azeite extra virgem, polvilhe orégano a gosto e uma pitada de sal. Misture bem com as mãos para incorporar todos os cubi-nhos com o azeite.Leve para o forno pre-

aquecido a 230 ˚C por 5 minutos, retire do forno e dê uma sacudida na assadeira para que os cubinhos virem e volte ao forno por mais 5 minutos ou até que estejam leve-mente dourados.

Molho Caesar:

Em uma vasilha misture bem todos os ingredientes do molho. Se necessário coloque uma pitada de sal e reserve.Sirva por sobre as fo-

lhas .

Salada CeasarIngredientes:

2 pés de Alface Romana (pode usar a Americana)

(Molho Caesar):

1/2 xícara de maionese caseiraraspas de 1 limão sici-

lianosuco de 1/2 limão sici-

liano2 filés de anchova em

conserva picadas (para uma receita vegetariana basta não utilizar)2 colheres de sopa de

parmesão ralado na hora1 dente de alho picado

bem pequeno1 colher de sopa de mos-

tarda dijon1 colher de sopa de azei-

te extra virgempimenta do reino moída

na hora a gostosal (se necessário)

(Croutons):

Um dos principais pra-zeres do público ao ver uma novela é se identificar com os personagens e tor-cer pelos relacionamentos amorosos deles, mas isso foi um pouquinho difícil em ‘O Outro Lado do Paraíso‘. Boa parte dos namoros, ficadas e casamentos as-sistidos pelo público nos últimos meses de novela estavam repletos de coisas que precisamos colocar lon-ge da nossa vida. Duvida? Então vamos mostrar como os relacionamentos de “O Outro Lado do Paraíso” es-tão aí para servir de exem-plo do que NÃO fazer.

Gael: não seja essa pessoa

A história principal de ‘O Outro Lado do Paraíso’ infe-lizmente envolvia um crime pesado: agressão a mulhe-res. Clara (Bianca Bin) era uma professorinha doce e ingênua que havia se apaixonado perdidamente pelo rapaz da cidade Gael (Sergio Guizé). Tinha tudo para ser um típico romance de novela, com os moci-nhos caindo de amores no primeiro capítulo da trama, mas a história se desenhou de um jeito sinistro. Gael é uma pessoa com sérios problemas psicológicos, uma mistura de muitos estí-mulos negativos da infância

com uma falta de caráter, e mostrou não ser apto para viver em sociedade.

Gael tem todas as ca-racterísticas daquele tipo de cara lixo que afasta mulheres de amigos e co-nhecidos. O filho de Sophia (Marieta Severo) conquis-tou Clara e a impedia de ter contato com qualquer outra pessoa, seja o en-tão amigo Renato (Rafael Cardoso) quanto outras mulheres. Lembra que ele chegou a rasgar o cartão que Elizabeth (Gloria Pires) havia dado a Clara quando elas se conheceram em um shopping? E como se não bastasse toda a persona-lidade possessiva, Gael ainda era violento com a mulher. Uma das cenas mais marcantes e tristes da novela foi na noite de núpcias, quando o agressor rasgou o vestido de noiva de Clara e a estuprou.

Em vez da situação me-lhorar na segunda fase da novela, a coisa foi ladeira abaixo: quem sofreu na mão de Gael foi a nova namorada Aura (Tainá Mül-ler). A relação tornou Aura uma mulher extremamen-te submissa, passando a aceitar com normalidade os descontroles emocionais e falhas do parceiro. Aura até tentou ajudá-lo, chegou a sugerir um tratamento com terapia, mas a ideia foi

abandonada por Gael. Re-sumindo a história: se você conhece alguém como ele, fuja e não olhe para trás. Homem algum pode tratar mulher dessa forma.

Passividade também é tóxica

O delegado Bruno (Caio Paduan) é perdidamente apaixonado por Raquel (Eri-ka Januza), a ex-emprega-da que agora conseguiu ser juíza, mas o relacionamento foi abalado pelo racismo de Nádia (Eliane Giardini), a sogra da moça. Com um pensamento digno de uns dois ou três séculos atrás, a madame desprezava total-mente Raquel somente por causa da cor da pele, che-gando até a tentar separar o casal com planos absurdos, dignos de novela.

O problema nesse caso não é apenas a interferên-cia da racista, mas também a falta de pulso de Bruno. Muitas vezes Nádia proferiu em casa ofensas à raça de Raquel, e Bruno sempre esteve presente sem fazer nada. Quando se colocava contra a mãe, Nádia apenas retrucava com seu bordão “eu não sou racista” e o assunto morria ali. O rapaz nunca tentou se livrar da força da mãe em sua vida, e essa proximidade foi muito tóxica para Raquel.

Tanto que lá pelo meio da novela, quando Bruno caiu na segunda armação idêntica da mãe, Raquel largou mão e foi para os braços de Radu (Thiago Tomé). Bruno não tem cul-pa de ter essa mãe cruel que cria estratégias para separar o casal, mas tem culpa, sim, de permitir que a mãe tenha todo esse poder de influência sobre ele. No fim, quem sofreu com isso foi Raquel.

A família de Nádia pa-rece ser um guia de tudo o que não devemos repetir na nossa sociedade, pois Diego (Arthur Aguiar), o outro filho, também é outro campeão de relacionamen-tos disfuncionais. Para ele, existe aquele tipo de mulher para casar e aquele tipo de mulher para curtir, e ele se via incapaz de transar com Melissa (Gabriella Mustafá) por vê-la como algo puro. 2018 e ainda tem gente pensando dessa forma…

Os bons exemplos

Se dedicássemos um espaço para falar sobre todos os relacionamen-tos problemáticos de ‘O Outro Lado do Paraíso’, com certeza ficaríamos até amanhã escrevendo. E não pense que eles são exclusividade apenas dos personagens jovens da

novela, os adultos também cometiam suas burradas. Como não esquecer de Lorena (Sandra Corveloni), a mãe de Laura(Bella Piero) que ficou do lado do marido mesmo após descobrir o caso de pedofilia dele com a filha? Ou então como Henrique (Emílio de Mello) sofreu por tentar manter seu casamento falido com Jô (Bárbara Paz)?

Mas, por sorte, os bons namoros e casamentos também tiveram espaço nessa novela. O casal Pa-trick (Thiago Fragoso) e Clara é um exemplo a ser reproduzido, com respeito mútuo e carinho. O mesmo podemos dizer de Rafael (Igor Angelkorte) e Laura, principalmente pela sen-sibilidade que ele teve ao ajudar a esposa a superar o caso da pedofilia.

No fim, o espaço dado a esses relacionamentos acabou sendo positivo pois tivemos a chance de ver de perto o quão tóxicos eles são. A agressão às mulheres acabou caindo na boca do povo, mesmo o autor errando um pouco na abordagem, e os de-mais relacionamentos ruins foram mostrados como exemplos negativos às pessoas. Devemos é tomar cuidado para não cair nas mesmas ciladas que Clara e os demais.

Fotos: Divulgação Internet

O que aprendemos com as relações tóxicas de ‘O Outro Lado do Paraíso’