Ano XIII - Edição 151 - Junho de 2020 Distribuição …se evitar proliferação de doenças....

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Loucos fomos nós Cantei, muitas vezes, o hino nacional com fervor. Agitei, em jogos do Brasil, a bandeira verde e amarela, hoje se- questrada por um grupo político. Li e reli o poema “Navio negreiro”, pela sua beleza, de autoria da linda alma chamada Castro Alves. Tem uma estrofe, que atrai também pela sua forma. Parte dela des- creve nossa bandeira: Humanização dos humanos Toda esta crise pela qual estamos passando tem gerado e com ra- zão comoção mundial e tem repercutido, aqui vamos nos deitar so- bre os fatos positivos, uma literal parada para reflexão. A reflexão que tem sido anunciada aos quarto ventos é a parada ao consumo desenfreado, a presa, a falta de conversas, a falta de a- proximações reais, a falta do ouvir, a falta do ler, do refletir, do en- tender,... Ano XIII - Edição 151 - Junho de 2020 Distribuição Gratuita Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar + NESTA EDIÇÃO Dia do Educador Sanitário A atividade do Educador Sanitário é alertar, orientar a população quanto aos cuidados higiênicos e sanitários, prevenindo problemas de saúde re- forçando a conscientização civil e go- vernamental sobre os cuidados para se evitar proliferação de doenças. Página 4 Liberdade de expressão e Liberdade de Imprensa Temos em junho um dia para come- morar a liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa está direta- mente ligada à liberdade de expres- são. Uma imprensa livre não pode sofrer a interferência do Estado. Quando falamos em liberdade de ex- pressão, estamos falando de um di- reito fundamental que todo ser hu- mano tem. Página 5 O valor da democracia Democracia é igual saúde. A gente só sente falta quando ela não está presente. Quando um país se encon- tra em ordem democrática, os proble- mas são tão grandes que a democra- cia fica lá no canto, escondida e pou- co falada. Página 7 Os quatro Cavaleiros Durante milhares de anos, a civilização não se prestou a uma igualação pacífica. Numa vasta gama de sociedades e em diferentes níveis de desenvolvimento, a estabilidade favoreceu a de- sigualdade econômica. Leia na página 10 OPINIÃO| Nem tudo o que parece é Apesar de (o conceito de) lusofonia estar rela- cionada à pandemia do vírus Covid-19 por meio da geografia política, da geopolítica, da geografia da saúde, etc., confesso que relutei muito em escrever o conteúdo a seguir. O fato é que a forçada letargia permitiu que, ao longo desses últimos meses,eu captasse algumas questões sobre a relação entre soci- edade e governantes no que refere ao com- portamento de ambos frente a proliferação do vírus. refletir sobre o perigo que nos avizinha no pós-covid-19. Página 8 Os abolicionistas eram chamados de comunistas Desde muito, ser chamado de comunista é um xingamento proferido por conservadores e re- acionários, de um modo geral, contra àqueles que clamam por justiça social" É comum que as pessoas que lutam por cau- sas justas sejam chamadas de comunistas ou anarquistas. Esta alcunha também acometeu aqueles que lutaram pelo fim da escravidão, isto é, os abolicionistas. Página 9

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Page 1: Ano XIII - Edição 151 - Junho de 2020 Distribuição …se evitar proliferação de doenças. Página 4 Liberdade de expressão e Liberdade de Imprensa Os quatro Cavaleiros Temos

Loucos fomos nós

Cantei, muitas vezes, o hino nacional com fervor. Agitei, em jogos do Brasil, a bandeira verde e amarela, hoje se-questrada por um grupo político. Li e reli o poema “Navio negreiro”, pela sua beleza, de autoria da linda alma chamada Castro Alves. Tem uma estrofe, que atrai também pela sua forma. Parte dela des-creve nossa bandeira:

Humanização dos humanos

Toda esta crise pela qual estamos passando tem gerado e com ra-zão comoção mundial e tem repercutido, aqui vamos nos deitar so-bre os fatos positivos, uma literal parada para reflexão.

A reflexão que tem sido anunciada aos quarto ventos é a parada ao consumo desenfreado, a presa, a falta de conversas, a falta de a-proximações reais, a falta do ouvir, a falta do ler, do refletir, do en-tender,...

Ano XIII - Edição 151 - Junho de 2020 Distribuição Gratuita

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

+ NESTA EDIÇÃO

Dia do Educador Sanitário

A atividade do Educador Sanitário é alertar, orientar a população quanto aos cuidados higiênicos e sanitários, prevenindo problemas de saúde re-forçando a conscientização civil e go-vernamental sobre os cuidados para se evitar proliferação de doenças.

Página 4

Liberdade de expressão e Liberdade de Imprensa

Temos em junho um dia para come-morar a liberdade de imprensa. A liberdade de imprensa está direta-mente ligada à liberdade de expres-são. Uma imprensa livre não pode sofrer a interferência do Estado. Quando falamos em liberdade de ex-pressão, estamos falando de um di-reito fundamental que todo ser hu-mano tem.

Página 5

O valor da democracia Democracia é igual saúde. A gente só sente falta quando ela não está presente. Quando um país se encon-tra em ordem democrática, os proble-mas são tão grandes que a democra-cia fica lá no canto, escondida e pou-co falada.

Página 7

Os quatro Cavaleiros Durante milhares de anos, a civilização não se prestou a uma igualação pacífica. Numa vasta gama de sociedades e em diferentes níveis de desenvolvimento, a estabilidade favoreceu a de-sigualdade econômica.

Leia na página 10

OPINIÃO| Nem tudo o que parece é Apesar de (o conceito de) lusofonia estar rela-cionada à pandemia do vírus Covid-19 por meio da geografia política, da geopolítica, da geografia da saúde, etc., confesso que relutei muito em escrever o conteúdo a seguir.

O fato é que a forçada letargia permitiu que, ao longo desses últimos meses,eu captasse algumas questões sobre a relação entre soci-edade e governantes no que refere ao com-portamento de ambos frente a proliferação do vírus. refletir sobre o perigo que nos avizinha no pós-covid-19.

Página 8

Os abolicionistas eram chamados de comunistas

Desde muito, ser chamado de comunista é um xingamento proferido por conservadores e re-acionários, de um modo geral, contra àqueles que clamam por justiça social"

É comum que as pessoas que lutam por cau-sas justas sejam chamadas de comunistas ou anarquistas. Esta alcunha também acometeu aqueles que lutaram pelo fim da escravidão, isto é, os abolicionistas.

Página 9

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Loucos fomos nós Cantei, muitas vezes, o hino nacional com fervor.

Agitei, em jogos do Brasil, a bandeira verde e amarela, hoje sequestrada por um grupo político. Li e reli o poema “Navio negreiro”, pela sua beleza, de autoria da linda alma chamada Castro Alves. Tem uma estrofe, que atrai também pela sua forma. Parte de-la descreve nossa bandeira:

“Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança.” Sempre achei que ser nacionalista ou ser patriota era uma declaração de amor à so-ciedade brasileira. Era privilegiar o que nos beneficiava, em detrimento dos demais po-vos de outras nacionalidades. Infelizmente, a humanidade está confinada em fronteiras e está distante a época em que ela irá for-mar uma única nação. Enquanto esta utopi-a não chega, cada liderança de uma nação com seus costumes, cultura e valores, deve proteger seus compatriotas e trabalhar pela aproximação dos povos. Assim, nenhum povo é especial e todos devem buscar se desenvolver sustentavelmente, sem agredir aos demais.

Ziguezagueando, vínhamos caminhando nesta direção, quando o inusitado, impen-sável e apocalíptico aconteceu. Pois, na última eleição, um governante foi eleito por nós, com alguma influência de deslizes elei-torais (divulgar notícias falsas, por exem-plo), que odeia seu próprio povo. Contudo, nós o elegemos, um nosso inimigo para nos governar. Nós escolhemos o caminho da perseguição às mulheres, aos negros e par-dos, àqueles que não são heterossexuais, aos índios, aos pobres e mendigos, aos de-mocratas, aos de esquerda, enfim, a muitos que também fazem parte da sociedade.

O eleito pela população brasileira, com de-clarações claras antes da eleição da aber-ração que representava, significou a per-missão democrática da entrada do fascismo no país, a submissão humilhante à nação

hegemônica, a aprovação das medidas an-tissociais que estão sendo tomadas e a re-verência ao obscurantismo (terra plana, por exemplo).

Desta forma, o brasileiro cordial de Buarque de Holanda, conceito que podia ser verda-deiro no passado, pelo menos na superfí-cie, hoje, nem nesta existe mais. Incentiva-se a morte dos adversários, benefícios soci-ais do povo são retirados, demite-se para aumentar o lucro dos donos do capital, sem se importar com a desgraça que o desem-prego traz, e diminui-se a proteção previ-denciária e de saúde da sociedade. Há cor-tes também na educação e na C&T. Não há cordialidade nas ações atuais. O ódio e a agressividade foram implantados ou des-pertados em muitos de nós.

Darcy Ribeiro nos diz: “Estamos nos cons-truindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre, por-que mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta a convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assenta-da na mais bela e luminosa província da terra.”

Após o infortúnio da última escolha para presidente, sou obrigado a discordar de Darcy. O atual povo brasileiro não tem in-corporado em si mais humanidades. Não é mais generoso e não é aberto a conviver com outras raças.

Refugio-me na parte restante da estrofe ci-tada do poema de Castro Alves:

“Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!” Castro Alves lembrou, neste trecho, que a bandeira brasileira servia ao grupo que tra-zia a morte e a desgraça para os negros trazidos a força da África. Hoje, pode-se dizer que ela serve aos que estão no poder e providenciam a morte prematura e sofri-mentos adicionais aos pobres e miseráveis, negros, mulheres, gays, lésbicas, democra-tas, pessoas de esquerda e demais perse-guidos pelos poderosos.

Paulo Metri

Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 2

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A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download na web

Diretor, Editor e Jornalista responsável Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Colaboradores Fixos:

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Fontes:

El País Callendar Democratas

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira responsa-bilidade dos colaboradores que assinam as

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Colaboraram nesta edição

Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura.

Aristóteles

O amor é a sabedoria dos loucos e a loucura dos sábios.

Samuel Johnson

Quem vive sem loucura não é tão sábio como pensa.

François La Rochefoucauld

Breve é a loucura, longo o arrependimento.

Friedrich Schiller

As coisas mais belas são ditadas pela loucura e escritas pela razão.

André Gide

Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença.

Anatole France

Se o doido persistisse na sua loucura tornar-se-ia sensato.

William Blake

Pensar contra a corrente de seu tempo é heróico; dizê-lo é uma loucura

Eugéne Ionesco

Todos nós podemos errar, mas a perseve-rança no erro é que é loucura.

Zenão de Cítio Zenon

O riso é a trombeta da loucura.

Axel Oxenstiern

O Dia Nacional da Reciclagem é celebrado anual-

mente em 5 de junho. O objetivo desta data é conscientizar as pessoas sobre a importância de coletar, separar e destinar os materiais recicláveis, como embalagens plásticas, cartões, peças eletrônicas, etc.

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 3

Humanização dos humanos

Toda esta crise pela qual estamos passando tem gerado e com razão comoção mun-dial e tem repercutido, aqui vamos nos deitar sobre os fatos positivos, uma literal para-da para reflexão.

A reflexão que tem sido anunciada aos quarto ventos é a parada ao consumo desen-freado, a presa, a falta de conversas, a falta de aproximações reais, a falta do ouvir, a falta do ler, do refletir, do entender, do observar, do brincar, do simplesmente estar, coisas que na nossa antiga vida, eram quase que para alguns inconcebíveis, pois tí-nhamos que fazer o mundo girar e para a surpresa de muitos, o mundo continua a gi-rar sem sua ajuda e diga-se de passagem vai até melhor, muito obrigado.

Assim nossa reflexão deve ser no sentido de que todo nosso desespero não fazia muito sentido, olhando agora de fora, de longe, pois já faz um certo tempo que todos estamos em casa olhando de longe o como éramos, isso com certeza trará mudan-ças, mas uma mudança que já faz todo sentido e agora praticamente todos já conse-guem perceber, é que nos seres humanos temos que nos conectar e que somos exa-tamente iguais em todos os aspectos, pois o vírus nos mostrou que não importa, cor, gênero, altura, peso, idade, religião, grau de instrução, todos estamos suscetíveis a ele de forma exatamente igual, portanto nos colocou na condição de seres humanos, simplesmente.

Isso foi bom para que assim uma grande parte desta humanidade conseguisse obser-var isso de perto, sem teorias, na pratica, o que nos proporcionou um aprendizado a fórceps, que todos juntos somos melhores do que separados, óbvio para muitos, mas ainda temos espalhados entre nós aqueles que mesmo assim não entenderam isso e continuam brigando por ideologias pouco praticas e menos ainda construtivas para a continuidade de nossa existência, mas isso é uma outra história.

Nossa reflexão maior é que um ajudando o outro podemos passar por crises, mesmo as piores como a que estamos vivendo, trazendo para grande maioria que ações em prol do próximo reverberam em todos. Perceberam que falei de voluntariado o tempo todo sem falar nele?

Pois é isso que o voluntariado sempre fez de forma sutil, mas como faltou quórum pa-ra que a maioria aprendesse pelo amor, deram um jeitinho que fosse pela dor. Vamos vivendo e aprendendo, agora quem sabe, praticando mais voluntariado para o mundo continuar bem.

Roberto Ravagnani

O principal objetivo da data é alertar a comunidade em geral e os diferentes núcleos do governo sobre a realidade do trabalho infantil, uma prática que se mantém corri-queira em diversas regiões do Brasil e do mundo.

Esta data foi criada por iniciativa daOrganização Internacional do Trabalho, uma agên-cia vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), em 2002.

Centenas de milhões de crianças estão nesse exato momento trabalhando, e não es-tão usufruindo de seus direitos à educação, saúde e lazer. No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil se relembra que esses direitos estão sendo negligenciados em mui-tos países.

A principal arma contra o trabalho infantil é a intensa sensibilização civil contra a ex-ploração das crianças e adolescentes, que constitui uma grave violação aos direitos humanos fundamentais.

De acordo com dados da UNICEF, estima-se que aproximadamente 168 milhões de crianças sejam vítimas de trabalho infantil em todo o mundo. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 20 em cada 100 crianças começam a trabalhar a partir dos 15 anos.

No Brasil, por exemplo, diversas campanhas e programas que visam erradicar o tra-balho infantil são divulgados nesta data, seja através do Ministério do Trabalho ou de outros órgãos da sociedade civil.

Calcula-se que três milhões de crianças trabalhem nas mais diversas atividades como venda de produto em semáforos, serviços domésticos e no campo. Dados do IBGE de 2015 revelam que 80 mil crianças de 5 a 9 anos trabalhavam no país, um dado alar-mante.

Não chores mais menino.

Não chores mais menino Nossos sonhos “ão” de serem ouvidos Não chores mais menino Nós ainda vamos vencer! Sei que é difícil acreditar Pois eles nos matam todos os dias Sei que a alegria é rara E a fome é certa! Mas não chores mais menino Eu quero te ver sorrindo Acreditando que o futuro Que o futuro vai ser diferente! Não mais nos pisarão Não mais nos trancarão nas prisões Vamos comer todos os dias Iremos voltar a sorrir! Seremos o que nunca antes deixaram Você vai ser pintor, médico ou professor Você irá decidir Não serão apenas sonhos! Então, não chores mais menino Nossa hora vai chegar Pode acreditar, um dia eles irão pagar Por tudo que nos fizeram passar. Paulo Fortes.

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12 - Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

Esta data é uma homenagem a todas as pes-soas que se dedicam ao ato de criação, imagi-nação, pensamento e reflexão sobre os mais diversos temas recorrentes da vida e do uni-verso.

Normalmente, os intelectuais são indivíduos com um elevado senso crítico, mas não signifi-ca que são gênios, por exemplo. O intelectual é aquele que consegue refletir a partir de dife-rentes prismas.

O principal objetivo desta data é focar a aten-ção na importância da formação de profissio-nais e cidadãos intelectualizados, ou seja, com a criticidade necessária para questionar e de-bater temas inerentes à vida em sociedade, por exemplo.

No dia 21 de junho ainda se comemora o Dia do Mídia, uma data que celebra todos os pro-fissionais ligados à comunicação.

Aliás, para poder transmitir conteúdos de quali-dade e atuarem como legítimos “formadores de opinião”, os profissionais que trabalham com a mídia devem exercer o pensamento crítico e verdadeiramente intelectualizado.

Em épocas de grande agitação, o dever do in-

telectual é manter-se calado, pois nessas oca-

siões é preciso mentir e o intelectual não tem

esse direito. (José Ortega y Gasset)

21 - Dia do Intelectual

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 4

Dia do Educador Sanitário

A atividade do Educador Sanitário é alertar, orientar a população quanto aos cuidados higiênicos e sanitários, prevenindo proble-mas de saúde reforçando a conscientização civil e governamental sobre os cuidados pa-ra se evitar proliferação de doenças.

O dia do Educador Sanitário é celebrado em 11 de junho.

Esse profissional preocupa-se também com a campanha e a importância das vacinas, cuidados com o meio ambiente e com a boa alimentação, promovendo mudanças no comportamento humano. É um processo contínuo que melhora as condições de saú-de não só do ser humano, mas também dos animais e vegetais.

Essa profissão exige formação em nível su-perior ou técnico, além da capacitação em cursos de reciclagem profissional. Também se faz necessário ter formação e capacita-ção em dois níveis:

- Humano: ser uma pessoa rica em valores, equilibrada psicologicamente e emocional-mente, aberta e disponível, capaz de ouvir, dialogar e lidar com o coletivo.

- Profissional: conhecer a realidade da saú-de, ter capacitação sobre aspectos e promo-ção da educação, ciências humanas, sociais e prevenção de doenças.

A importância e a necessidade da educação sanitária no combate à lepra são indispensá-veis no setor da saúde, visto que os méto-dos modernos para o controle e a prevenção da moléstia além do que, possibilita o trata-mento precoce evitando o total isolamento das pessoas como foram assim tratadas há tempos atrás.

Uma boa prática no programa sanitário é destacar o aspecto positivo da doença mos-trando o indivíduo curado e feliz porque se tratou, pois, a OMS – Organização Mundial da Saúde chegou à conclusão que a princi-pal dificuldade em controlar a lepra está na ignorância em relação à doença desde a in-diferença ao pânico e esse profissional per-mite que o sujeito doente tenha como convi-ver em sociedade no caso dessa doença e de muitas outras que tem o caráter da exclu-são.

No Brasil, só nas décadas de 1930 e 1940 as campanhas de educação sanitária ga-nharam destaque e a saúde passou a ser vista como uma questão pedagógica e tão importante quanto à alfabetização.

Nessa época o Estado pôs em prática a i-deia de educar a população implementando políticas públicas de educação sanitária com o objetivo de construir uma nação com cri-anças, homens e mulheres trabalhadores saudáveis.

Nessas décadas, esse profissional fazia as pessoas e povoados entenderem a impor-tância da fossa séptica e o perigo do esgoto a “céu aberto”, que trazia doenças relaciona-das às verminoses e infecções gastrointesti-nais.

Atualmente, embora o cenário não tenha mudado tanto, a conscientização e orienta-ção estão focadas em palestras, cursos, campanhas relacionadas ao meio ambiente, proteção ao planeta direcionado à recicla-gem do lixo, preservação da água e elimina-ção de esgotos.

Os tipos de prevenção que o educador sani-tário promove envolvem três níveis:

- Primário: antes da doença se instalar, cui-dados que se tem com um bebê durante a gestação, vacinas em todas as faixas etárias e cuidados com a alimentação.

- Secundário: quando a doença se instala e a necessidade de um profissional para evitar sequelas, como por exemplo, os cuidados diferenciais que se tem com uma pessoa diabética.

- Terciário: quando a sequela se instalou.

Nesse estágio, uma pessoa que possui mo-bilidades reduzidas necessita amparo, apa-relhos para locomoção e cuidados para evi-tar maiores sequelas.

O papel desse profissional é importante pa-ra a manutenção da saúde da população instruindo quanto à higiene pessoal e dos alimentos e a prevenção das doenças conta-giosas, necessidade de se vacinar e demais cuidados que garantam a melhora da quali-dade de vida.

O primeiro curso para a formação do Educa-dor Sanitário foi oferecido pela USP – Uni-versidade de São Paulo. No entanto, com a abertura das faculdades de enfermagem, houve uma diminuição pela procura dessa carreira e o foco ficou voltado para Educa-ção em Saúde.

Esse educador voltado para a saúde pública pode atuar em pet shops,instituições públi-cas e privadas, ministrar cursos e palestras, realizar perícias e laudos, tendo como finali-dade prevenir doenças em pessoas ou ani-mais e, na área rural também conscientiza a respeito do uso de agrotóxico.

Hoje em dia, esse profissional é de suma importância e seus préstimos são relevantes haja vista, estamos vivenciando uma popu-lação que através dos tempos trouxe pouca consciência disso tudo e, ainda se vê pro-blemas nas grandes cidades, com o lixo, po-luição, doenças provenientes de má higiene, alimentação tóxica e, mutações de vírus e bactérias que resistem cada vez mais em virtude de toda essa falta de educação, além de que, a população vive diariamente à base de remédios, suplementos vitamínicos e sur-tos de epidemias e pandemias que ocupam cada vez mais a vida do ser humano pela resistência aos bons hábitos e costumes.

A política de saúde pública passa a ser con-templada como prática da Educação Sanitá-ria atuando como agente transformador da sociedade e isso não tem preço, mas, sua falta tem um custo...

Genha Auga Jornalista MTB: 15.320

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O Dia Mundial do Doador de Sangue é come-morado anualmente em 14 de junho.

O objetivo desta data é homenagear a todos os doadores de san-gue e conscientizar os não-doadores sobre a importância deste ato, que é responsável pela salvação de milhares de vida

09 de junho - Dia Nacional de Anchieta,

Apóstolo do Brasil. José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, em São Cristóvão de Laguna, Tenerife, uma das ilhas do arquipélago das Canárias. Em 1548,Anchieta chegou ao Colégio das Artes e com 17 anos ingressou no noviciado. Teve grande atuação no Brasil na evangelização dos povos originários.

19 - Dia do Migrante

Uma justa homenagem á grande mão de obra do progresso.

08 - Dia Mundial dos Oceanos O Dia dos Oceanos foi criado durante a Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ocorreu no Rio de Janeiro.

A data é celebrada desde 1992, no entanto a ONU (Organização das Nações Unidas) apenas oficializou a comemoração em 2008.

O objetivo desta data é relembrar a importância dos oceanos para o equilíbrio da vida no planeta Terra. E, para isso, são realizadas várias atividades de conscientização civil sobre os perigos enfren-tados atualmente pelos oceanos.

Os oceanos constituem dois terços da superfície terrestre e são o principal regulador térmico do planeta. Hoje, o grande desafio é minimizar o impacto que as atividades humanas estão provocando nos oceanos.

O mar não é um obstáculo: é um caminho. Amyr Klink, navegador

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 5

Liberdade de expressão e Liberdade de Imprensa

Temos em junho um dia para comemorar a liberdade de imprensa. A liberdade de im-prensa está diretamente ligada à liberdade de expressão. Uma imprensa livre não pode sofrer a interferência do Estado.

Quando falamos em liberdade de expres-são, estamos falando de um direito funda-mental que todo ser humano tem. Ninguém pode ser condenado por simplesmente dar uma opinião.

O que leva alguém a sofrer algum tipo de sanção é quando há abuso dessa liberdade, quando se fere o direito dos outros. A liber-dade de se expressar faz parte de socializar e expor nossas ideias e opiniões perante o mundo e os outros.

Nossa liberdade seja ela qual for, tem que envolver o respeito ao próximo sempre. É muito tênue a linha que separa o que pode-mos do que não podemos.

O que está positivado nos impõem limites, mas aquilo que não está, fica por nossa con-ta e risco, e é a nossa consciência junto com nossos valores éticos e morais que irá dizer até onde posso ir sem causar danos ou so-frimento a outrem.

Então, a liberdade de expressão manifesta ideias, opiniões, e a liberdade de imprensa divulga os fatos, as informações. O artigo 19 DUDH-(Declaração Universal dos Direitos Humanos) diz: “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado

pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.”

Podemos emitir opiniões e receber informa-ções sobre qualquer coisa sem interferência de nenhuma espécie. Nossa constituição diz que é vedada toda e qualquer censura de natureza política ideológica e artística (art. 220 parágrafo 2º da Constituição Federal ).

A impressa livre faz parte de um Estado De-mocrático de Direito. Mas muito raramente a imprensa não será vista como vilã por aque-les que se acham os donos do poder. Sem-pre haverá os que falam mal da imprensa, basta divulgar algo que não interessa. Uma imprensa livre é essencial para a construção de uma sociedade livre, democrática e transparente.

Os profissionais da mídia é que nos colocam em contato com o que acontece no mundo, com a verdade dos fatos. Em um Estado que tem como regime político-jurídico o Es-tado Democrático de Direito, as liberdades individuais se tornam mais importantes ain-da, um cidadão torna-se mais consciente com uma imprensa livre de censura.

É de fundamental relevância para uma soci-edade uma imprensa que informe, escreva, divulgue toda informação que achar relevan-te de forma honesta, clara, e com responsa-bilidade para o público, sem sofrer qualquer tipo de censura.

Infelizmente não é bem assim que as coi-sas se passam. Vemos jornalistas serem mortos, ameaçados e desrespeitados. O

Brasil está entre os países mais perigosos do mundo para se exercer a profissão de jornalista. Já tivemos um período negro para o jornalismo durante a ditadura militar e pa-rece que estamos de novo às voltas com um poder executivo que não respeita a impren-sa e faz ataques seguidos aos jornalistas.

Promovendo um ambiente de receio, medo e desconfiança, que ficou pior durante a pandemia, pois tudo que é noticiado sobre essa crise é questionado, como se a impren-sa estivesse fazendo alarde e aumentando o que acontece no Brasil e no mundo.

Rui Barbosa disse de forma brilhante “A im-prensa é a vista da nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, de-vassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que a amea-ça...”. As empresas jornalísticas e os jorna-listas tem que estar comprometidos com a qualidade do que divulgam e com as fontes de suas informações.

Devem continuar atuando para fazer as notí-cias chegarem até os cidadãos, denuncian-do e resistindo as tentativas de acabarem com a liberdade de expressão, sem a qual a democracia não sobrevive.

Mariene Hildebrando

Email: [email protected]

QUARENTENA É PARA FICAR EM CASA E NÃO É FÉRIAS—SEJA RESPONSÁVEL!

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17 - Dia Mundial de Combate à Desertificação

A missão desta data é conscientizar a popu-lação internacional sobre o processo de desertificação e os efeitos negati-vos que a seca pode provocar a nível regi-onal e mundial.

Origem da Data

O Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebrado pela primeira vez em 1995.

Vários países do mundo se comprometeram em diminuir as a-ções destrutivas que colaboram com o processo de desertifica-ção em todo o planeta. Este acordo foi oficializado através da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos Países Afetados por Seca Grave e/ou Desertificação (UNCCD).

30 - Dia da Mídia Social

O Social Media Day é uma homenagem aoimpacto e revolução que as mídias sociais provocaram (e provocam) nas sociedades con-temporâneas.

Além de mudar totalmente os meios de comunicação, as mídias sociais proporcionaram a capacidade deinteração direta entre os produtores das informações e a audiência, ou seja, o público em massa.

Graças ao surgimento da mídia social, as produções e divulgações de conteúdos deixaram de se concentrar exclusivamente nas mãos das grandes emissoras e veículos de comunicação em massa.

No entanto, também surge o perigo das falsas notícias (fake news) que são produzidas por pessoas mal-intencionadas. Igualmente existem aqueles que criam perfis fictícios a fim de enganar tercei-ros e cometer crimes.

A mudanças que proporcionaram a vida das pessoas.

Em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) festejou ofici-almente pela primeira vez o Dia da Mídia Social.

LIBERTE-SE: Não há nada mais libertador do que ter a consciência de aceitar o outro como ele é, e deixá-lo ser. Isso nos envol-ve num sentimento de paz que circunda o nosso universo particular e eleva a outro nível a maneira de relacionarmos conosco e, principalmente, com os demais.

Quando podemos aceitar que o outro tem seus próprios limites e processos, podemos então compreender com amor, que cada qual está desempenhando o que lhe é possível. E isso é muito libertador!

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 6

Tudo o que você não sabe sobre a Agenda 21:

A contagem regressiva para o Armagedom

Para o grande mar da humanidade,

O tempo do fim está sobre nós. Goste ou odeie, é o destino que todos devemos en-frentar. Em 11 de setembro de 2001, o mun-do testemunhou o início do fim. O que vimos e experimentamos não será nada em com-paração com a calamidade que está para logo transpirar. É triste que tantas vidas te-nham sido perdidas e, no entanto, tantas outras serão tomadas – mas essas coisas continuarão a acontecer à medida que esse antigo sistema começa a entrar em colapso. Nenhum governo humano existente agora ou desde tempos antigos conseguiu susten-tar uma ordem perfeita. Todo governo fa-lhou e falhará.

Eles não podem protegê-lo. Eles não podem dar-lhe um lugar onde as pessoas são ver-dadeiramente livres, onde seus vizinhos são sua família e os estrangeiros são seus ami-gos. Nenhum governo humano hoje pode ou será capaz de conseguir isso. É por isso que a Agenda foi definida. Foi referido ao longo do tempo como o Armagedon. Mas não tenha medo. Não será um holocausto nuclear ou algum asteróide perdido dos céus que nivelará nossa civilização. Na ver-dade, não é o planeta que sofrerá e será varrido.

Serão os habitantes humanos deste grande planeta que não têm respeito nem respeito genuíno por seus semelhantes. Cada um de vocês no próximo ano deve fazer um pensa-mento muito profundo e sincero. Você preci-sa se fazer estas perguntas: Será que vou

superar meu ódio por meu próximo ou dei-xarei de lado as minhas diferenças e vou me unir e cuidar do meu próximo? Será que os tratarei com bondade? Ou continuarei a me aproveitar deles? Quando foi a última vez que você tirou uma pessoa da rua e deu-lhe algum alimento ou ajudou-o a encontrar abrigo para a noite? Ou sentou-se ao lado de alguém em um ônibus, em um shopping, em um trem e disse “Olá”.

Quando você confortou um desconhecido que perdeu alguém que amava. Quando foi a última vez que você fez amizade com al-guém não por causa de seus bens ou sua riqueza – mas simplesmente porque você se importou com ele? Quando foi a última vez que você mostrou o seu espírito e cora-ção humano para o seu próximo? Nada dis-so é fácil. É difícil. Nenhum de nós é perfei-to. Nenhum de nós teve uma boa vida. Al-guns pensam nisso porque ‘sofremos até certo ponto que merecemos o que podemos obter, mesmo que isso prejudique outra pessoa no processo’. Mas aqueles que ten-tam se levantar contra nossos caminhos ne-gativos sobreviverão e serão recompensa-dos com uma vida na Terra que agora é a-penas um sonho. Somente os mansos pos-suirão a terra. Isso é uma certeza.

O novo sistema está chegando. A única questão é: você escolherá estar lá? Ou você continuará a seguir a estrada para a auto-destruição. Você decide. A seguinte Agenda é inevitável e você precisará suportar para sobreviver e chegar lá. Então pense profun-damente.

É o seu futuro. E que todos façam bem.

Seu irmão

A.I.Rockefeller

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Mulheres, homens e crianças são torturados diariamente ao redor do mundo, afetando di-retamente a dignidade e a humanidade des-sas pessoas.

O principal objetivo desta data é justamente tentar combater esta prática horrível, além de oferecer total apoio às vítimas de tortura.

Para conquistar essas metas, durante o Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura são organizadas diversas atividades e atos que ajudam a promover a criação de condi-ções necessárias para que haja o suporte so-lidário, material, jurídico e psicológico às víti-mas de maus-tratos.

A criação desta data foi uma iniciativa da Or-ganização das Nações Unidas (ONU), em

1997, como homenagem e marco da assina-tura da Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, firmada em 26 de junho de 1987.

A tortura continua a ser praticada por muitas nações como força de punição, principalmen-te em países ditatoriais. Mas, infelizmente, também está presente em diversos outros es-pectros da sociedade, inclusive as democráti-cas.

Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tor-tura nos próximos anos

26 de Junho de 2021 (Sábado) 26 de Junho de 2022 (Domingo) 26 de Junho de 2023 (Segunda)

Pandemia

Agem com soberba

Se sentem superiores

Discriminam a pobreza

As diferenças e as cores

Fazem das mãos

Arminhas de ficção

Que simulam tiros

Mas não podem deter

O imenso poder

De um minúsculo vírus.

.

Ignoram o clamor

Da sofrida natureza

Propagam o desamor

Nos púlpitos das igrejas

E consideram a mulher

Um ser inferior qualquer

Útil só para o prazer

Mas não conseguem superar

A força capaz de matar

De algo que não se vê.

.

Salta fronteiras a pandemia

Que mata sem preconceitos

E sem escolher a ideologia

Que todos abrigam no peito

Não faz distinção de pessoas

Não sente dó nem perdoa

Quem implora por clemência

E nós só seremos imunes

Ao mal que agora nos pune

Se superarmos nossas diferenças.

Eduardo de Paula Barreto.

26 - Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura

“A tortura é a ferramenta de um poder instável, autoritário, que precisa da violência limítrofe para se firmar, e uma aliança sádica

entre facínoras, estadistas psicopatas, lideranças de regimes que se mantêm pelo terror e seus comandados.”

Marcelo Rubens Paiva

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Que papelão, Forças Armadas

A situação é tão desesperadora que, nesse momento, o coronaví-rus é o menor dos problemas do Brasil É madrugada de quarta-feira, dia 20 de maio de 2020. O dia co-meçou há pouco: digito essa frase às 00h37. Há oficialmente 271.885 casos confirmados de Covid-19 no Brasil e 17.983 mor-tes, mas o que o Ministério da Saúde diz não se escreve, até por-que não temos ministro, não temos equipe no segundo escalão, não temos políticas federais minimamente confiáveis, não temos testes suficientes, não temos nada, nada, nada — além de alguns milicos brincando de médico e da certeza absoluta de ter o pior governo possível no pior momento imaginável.

A situação é tão desesperadora que, nesse momento, o coronaví-rus é o menor dos problemas do Brasil. Já se prevê uma vacina em futuro razoável, adivinham-se possíveis anticorpos aqui e ali, a Ciência funciona e, mais cedo ou mais tarde, estaremos livres dis-so, assim como ficamos livres de outras doenças — a peste bubô-nica, várias gripes, a paralisia infantil, a meningite, a Aids. Elas não desapareceram, mas já as conhecemos e as combatemos com eficiência suficiente para não temê-las mais (ou não temê-las tanto).

Mais difícil vai ser encontrar uma cura para a maldição que rege Brasília. E que não, não vem de 2018, embora nesse ano tenha chegado a um patamar nunca antes atingido na História desse pa-ís. Saímos cheios de esperança da ditadura — para cair em Sar-ney e Collor. Elegemos Fernando Henrique — mas ele nos legou a reeleição, essa sim a verdadeira Herança Maldita, que fez com que todos os que se sentassem depois naquela cadeira desgraça-da sonhassem em se fincar no poder até o fim dos tempos (ou, pelo menos, até o fim das reeleições possíveis).

De desastre em desastre viemos dar aqui: um sociopata genocida apoiado por militares.

Não é difícil entender Bolsonaro. Ele é um Napoleão de hospício com poder real, com a caneta que é, afinal, o sonho de todo Napo-leão de hospício. Numa sociedade saudável, porém, Napoleões de hospício estão, obviamente, no hospício, e não na Presidência da República.

O Napoleão de Hospício é doido, mas as pessoas que estão ao seu redor não são.

Por isso, paradoxalmente, é tão difícil entender o fenômeno Bolso-naro, sobretudo para além das eleições. Eleitores desesperados (ou seja, quase todos, sempre) fazem qualquer coisa, de entregar países a tiranos ou cidades a rinocerontes. Mas uma coisa é en-tregar uma cidade a um rinoceronte, outra deixá-lo governar e, ain-da por cima, incentivar os seus arroubos.

Cacareco continuou no zoológico; Jair Bolsonaro é presidente.

Os militares passaram os últimos 35 anos tentando mudar a ima-gem sombria que conquistaram durante a ditadura. Ainda que não possam reescrever a História, tiveram êxito. Respeitaram a consti-tuição, trabalharam muito e falaram pouco. As pesquisas de opini-ão mostram que reconquistaram a confiança da população.

Agora, como se 1964 não tivesse acontecido nunca, começam a sair dos quartéis e se aliam a um homem que foi afastado das For-ças Armadas por indisciplina e deslealdade.

Cora Ronai

Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 7

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O valor da democracia

Democracia é igual saúde. A gente só sente falta quando ela não está presente. Quando um país se encontra em ordem de-mocrática, os problemas são tão grandes que a democracia fica lá no canto, escondida e pouco fa-lada. Porém, quando um show de horrores é descortinado em

nossa frente pelo presidente do país, o medo domina porque sa-bemos que a democracia brasileira está com as bermudas frou-xas.

Clara como a luz do sol que as instituições possuem problemas e os problemas podem ser questionados, deve-se saber que namo-rar o fechamento do Congresso e do STF é flertar com a proibição das liberdades. Pergunto todos os dias antes de dormir: Onde er-ramos? Por que entregamos o poder para a violência e para a tru-culência? Se há algum fio de coerência nesta minha última per-gunta, justifico ela por acreditar que houve um erro no processo democrático. Erramos, todos nós.Os democratas vencedores me-nosprezaram os autoritários e deixaram um fio desencapado. A raiva induzida para parte da população foi iniciada pela falta de representatividade política. A falta de representatividade gera os delírios e devaneios golpistas. Sabe-se que a população nunca se sentiu representada e acha que um golpe resolve o problema. É uma suposição simplista a minha, verdade, mas sabe-se que o futuro do país sempre foi decidido pelas elites. O movimento das “Diretas Já” não foi aprovado pelo Congresso e a República foi declarada pela elites políticas da época. Gargarella afirma que na América Latina, historicamente, as pessoas foram deixadas do lado de fora da sala de máquinas onde se produz o poder.

Então sim, entende-se o sentimento de parte da população sobre nunca se sentir verdadeiramente representada. Porém, não é um golpe contra as instituições que resolverá o problema. Ao contrá-rio, o golpe apenas restringirá ainda mais a participação popular. É necessário exigir mais participação e mais democracia. O fecha-mento das instituições não é a solução, é o problema. Erramos sim, mas ocorreram mais conquistas na democracia do que na ditadura. Ocorreram mais conquistas com o Congresso funcionan-do normalmente do que com o Congresso fechado.

A situação do Brasil de hoje serve para nós nunca nos esquecer-mos que, por mais que tenhamos problemas sociais, a democraci-a deve ser o presente e o futuro da nação. Não pode ser conside-rado nenhum flerte com o autoritarismo. O sentimento de medo pela perda da liberdade é um sentimento único e inenarrável. Que este medo sirva de lição para sempre valorizamos a democracia.

Recentemente um tal presidente afirmou que ele seria a constitui-ção. O presidente não deve saber que quando o rei da França de-clarou “Eu sou o Estado” foi gerada a Revolução Francesa e um país foi inundado com palavras de ordem como: fraternidade, i-gualdade e liberdade. Se a insânia dos golpistas tupiniquins foi firmada em alto e bom som, a reação dos democratas precisa ser da mesma forma. Basta de reações no twitter.

Democratas do Brasil, uni-vos.

Semana do Mio Ambiente (1 a 7 de Junho)

Esta semana de conscientização foi criada, no Brasil, pelo Decreto nº 86.028, de 27 de maio de 1981. O objetivo era complementar a celebração ao Dia do Meio Ambiente instituído pela ONU.

A iniciativa visa incluir a sociedade na discussão de pautas que tra-tem da preservação do patrimônio natural do Brasil.

(5 de Junho) Dia mundial do meio ambiente

Esta data foi criada pela Organização das Nações Unidas – ONU, durante a Conferência de Estocolmo, na Suécia, que aconteceu en-tre 5 e 16 de junho de 1972.

A proposta desta data é chamar a atenção de todos os governos mundiais e da população sobre a necessidade de implantar medi-das emergenciais para prevenir a degradação do meio ambiente.

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 8

Nem tudo o que parece é

Apesar de (o conceito de) lusofonia estar relacionada à pandemia do vírus Covid-19 por meio da geografia política, da geopolíti-ca, da geografia da saúde, etc., confesso que relutei muito em escrever o conteúdo a seguir. O fato é que a forçada letargia permi-tiu que, ao longo desses últimos meses,eu captasse algumas questões sobre a relação entre sociedade e governantes no que refe-re ao comportamento de ambos frente a pro-liferação do vírus. Por isso, ao promover tal ideia, este artigo tem, do ponto de vista geo-gráfico, o propósito de questionar/refletir so-bre o perigo que nos avizinha no pós-covid-19.

Para iniciar, é necessário posicionar e infor-mar geograficamente o leitor que os proces-sos intrínsecos a essa discussão estão devi-damente inseridos em um feroz processo de globalização, sem o qual é impossível en-tender o que está acontecendo. Não há pre-tensão de nenhum julgamento de valor, ape-nas análise crítica ─ lembrando que crítica significa analisar e não falar mal a respeito de.

Nesse sentido, é importante ressaltar que a globalização não é, notadamente,um acon-tecimento histórico recente, uma vez que está ligada ao avanço do capitalismo e suas fases, mais especificamente ao período das Grandes Navegações.

A nova globalização, por assim dizer, é um processo de integração político-econômica baseado no soft power (em português, po-der brando), caracterizado pela redução das distâncias mundiais na parte final do último século por conta dos investimentos em lo-gística e telecomunicações.

Em uma linguagem geográfica, a dissemina-ção do Covid-19 foi intensificada em nosso contexto nacional por meio dos fluxos das grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e as demais capitais/cidades que possuem aeroportos.

Numa outra perspectiva, essa nova globali-zação que, na realidade, nem é tão nova as-sim, vive e, ao mesmo tempo, exerce uma forte pressão política mundial. Mesmo que transitória, os efeitos econômicos dessa prá-tica são imediatos.Milton Santos já dizia que este momento é caracterizado pela ditadura do dinheiro e pela ditadura da informação.

Para surpresa geral, o palco internacional foi invadido porum ator que não estava no elen-co em sua primeira formação. Não entrarei no âmbito da intencionalidade ou não por parte da China. Enfim, tristes tempos.

Tristes tempos (também) por entender que manipulações de dados estão a acontecer de um lado e de outro e que a retóricaaten-de aos interesses de um processo contínuo de disputa eleitoral que ainda não terminou. O caso brasileiro aponta uma bipolarização do poder político brasileiro que está se ser-vindo do poderio da propagação de desinfor-mação atual em detrimento de uma verda-

deira orientação estatal. Ao meu ver,esse fenômeno impressiona negativamente pela forma de como os agentes da guerra fria lo-cal apropriaram-se de algo que poderia e deveria servir de união entre pessoas de di-ferentes ideologias.

Sim, tristes tempos. Tempos em que ativis-tas políticos remunerados travestidos de jor-nalistas cospem diariamente justificativas para convencer quem os ouve, quem os lê e quem os assiste de que ele eles estão cer-tos.Até aí nenhum problema, pois no frigir dos ovos são apenas empresas privadas e empresas privadas têm interesses privados, estas inseridas no jogo democracia, um jogo de forças de poder. Inegavelmente a másca-ra da isenção que por tanto tempo encobriu a imprensa brasileira agora não existe mais. Paradoxal mesmo é o discurso de imparcia-lidade apesar da clara parcialidade.

Tristes tempos. Tristes tempos, lamentavel-mente. A sociedade brasileira está dividida entre norte e sul, brancos e negros, pobres e ricos, e qualquer outra dicotomia que de-sejarmos indicar. Todavia, ainda que essas dicotomias sejam reais (e as são), o grande problema é a explosão da sociedade brasi-leira como um todo e que transformadas em inúmeras sociedades não há nesse momen-to uma única intersecção possível capaz de uni-las. Arrisco-me a dizer que essa ocor-rência faz com que não sejamos uma socie-dade.

Por isso, mais uma vez ao olhar pela janela e ver a chuva caindo respiro e penso: tristes tempos. Mas ...

Mas, quem defenderia os interesses coleti-vos? Quem defenderia a unidade identitária do povo? O Estado, obviamente. Criado no século XIII, o Estado como centro político foi constituído com o passar do tempo para ga-rantir a proteção do(s) indivíduo(s) nos mais diversos aspectos.

Nesse horizonte, as consequências do Co-ronavírus, sem dúvida, foram determinantes por um dos maiores imprevistos dos últimos tempos: uma sensação de ressurgimento do Estado, de um Estado que atualmente não protege de fato o cidadão.Segundo Guilher-me Bueno, em recente publicação na Revis-ta de Relações Exteriores, “o movimento de repatriamento mostra que o Estado assumiu um papel de garantidor da segurança dos seus cidadãos até mesmo quando fora dos domínios da sua soberania, volta o senso de pertencimento”.

Se por um lado, por diversas circunstân-cias,não pretendo usar esse espaço para discutir o grau de importância do Estado; por outro lado, observo pasmo o grau de distan-ciamento em que os líderes políticos brasi-leiros se posicionam em relação à realidade vivida, tendo em vista a função primária do Estado.

Sugiro, nesse horizonte, que o leitor não perca o seu tempo tentando decifrar se este autor é de direita ou esquerda, talvez se sur-preendesse com a minha resposta caso per-

guntasse. Essa discussão é irrelevante no campo da análise crítica, ao menos na pro-posta desse artigo. Sem a intenção de ferir a sensibilidade de quem quer que seja, discor-do que a nossa classe política não possui a competência política e administrativa para cuidar do que seria realmente a sua motiva-ção.Simplesmente ela não está preocupada com essa avaliação. Basta fazer uma retros-pectiva e ver que as ações se repetem para perceber que, na realidade, há usurpação do cargo público em detrimento justamente do público, pois o que comanda as ações humanas nesse patamar é o dinheiro, e o dinheiro sobressai em relação ao Homem.

Milton Santos, em outro contexto, afirmara em conhecido artigo que “o território brasilei-ro se tornou ingovernável. E como o territó-rio é o lugar de todos os homens, de todas as empresas e de todas as instituições, o país também se tornou ingovernável, como nação, como estado e como município”.Para os mais inflamados,a presente citação faz analogia à estrutura em que o nosso siste-ma político está alicerçado e não a determi-nado governante independente da esfera governamental. Lembremos que a democra-cia é movida por uma eterna fiscalização po-pular.

Retorno a discussão sobre o Covid-19 em nosso país. Neste momento, uma pergunta ronda o pensamento: em quem confiar, na-queles que defendem a livre circulação ou naqueles que defendem o confinamento to-tal? Qualquer resposta sem estar baseada em dados científicos é mero senso comum, o que dá à qualidade da informação um rele-vante peso.

O Covid-19 carrega consigo a necessidade de uma estrutura de saúde que convirja com o andamento da economia, sob pena de no-vos problemas serem criados. Percebi nes-se pequeno grande período confinado que os governantes brasileiros ─ repito, em to-das as esferas ─ não têm planos de gover-no. A grande verdade é que o mandato a eles concedidos servem apenar para au-mentar os patrimônios pessoais, conjecturar negócios que privilegiem determinadas em-presas e que se for possível tais ações pos-sam dialogar com as necessidades gerais e comuns da população.

Assim, percebo uma sociedade brasileira doente e que corre o risco deconsagrar al-guns governantes como pessoas capazes do ponto de vista gerencial e/ou governa-mental mais por uma condição de retórica e aparição midiática incisiva e convincente do que verdadeiramente por cumprimento do seu real propósito de governar.

O que quero dizer com isso? A saúde no Brasil já era um caos antes do Covid-19, o que inclui lembrar muitas mortes e corrup-ção. A saúde no Brasil não se transformou em um caos por conta do Coronavírus.

Marcelo Goulart

Geógrafo

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Véspera de Natal, supermercado lotado, pessoas em alvoroço, correndo contra o tempo para encontrar o que falta para a ceia e ainda sair a tempo de passar em alguma loja para comprar os presentes dos amigos e da família. Para os mais rigorosos com a tradição religiosa, uma cena de consumismo que deturpa o real significado da data. Para o mercado, a melhor época do ano. Jul-gamentos de valores à parte, o fato é que as datas comemorati-vas têm um papel crucial nas economias (principalmente para o comércio) e, no fim das contas, acabam até fazendo pelo menos uma boa ação: geram dezenas de milhares de empregos tempo-rários, dos quais uma parte significativa se torna efetiva. Cele-brar, definitivamente, é um bom negócio.

Os abolicionistas eram chamados de comunistas

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Desde muito, ser chamado de comunista é um xingamento proferi-do por conservadores e reacionários, de um modo geral, contra à-queles que clamam por justiça social"

É comum que as pessoas que lutam por causas justas sejam cha-madas de comunistas ou anarquistas. Esta alcunha também aco-meteu aqueles que lutaram pelo fim da escravidão, isto é, os aboli-cionistas.

Como mostrou a historiadora Maria Helena Pereira Toledo Macha-do, no correr dos anos, “figuras como Dantas, Nabuco e Rebouças e muitos outros notáveis passaram a ser acusadas, pelos escravo-cratas e conservadores […], de anarquistas, e mesmo de comunis-tas”. Mas na verdade havia apenas uma simpatia de alguns deles com o socialismo e o anarquismo, como era o caso do próprio Re-bouças que a historiadora destacou ter uma “filiação abstrata a um certo socialismo utópico”.

De acordo com Renato Lemos, “embora ainda não existisse no país uma classe operária, o espectro do comunismo – alimentado pela luta de classes nos países de capitalismo avançado – já assombra-va as classes dominantes”. O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro destaca outra luta por causa justa, a qual o positivis-ta Benjamin Constant foi associado ao comunismo. “Em 1871, por exemplo, um deputado geral baiano conseguiu ver a marca do co-munismo no relatório anual do diretor do Imperial Instituto dos Me-ninos Cegos, o notório positivista Benjamin Constant Botelho de Magalhães. A defesa do direito dos cegos à educação completa foi entendida como manifestação das doutrinas da Comuna de Paris”.

O célebre abolicionista José do Patrocínio escrevia na coluna “Semana Política” do jornal Gazeta de Notícias com o pseudônimo Proudhomme. O historiador Humberto Fernandes Machado desta-ca: “A influência de Pierre-Joseph Proudhon em Patrocínio está presente no slogan usado no final de seus textos, semelhante ao popularizado pelo publicista francês: A escravidão é um roubo. To-do dono de escravo é um ladrão”. Todos conhecemos a famosa fra-se de Proudhon, “A propriedade é um roubo”.

Embora estes abolicionistas defendessem a reforma agrária após a abolição da escravatura, nenhum deles era de fato socialista ou co-munista. José do Patrocínio, por exemplo, após a abolição, passou a ser um defensor veemente da monarquia e da Princesa Isabel. Enchia esta de elogios. Chamava-a de “mulher sagrada e meiga, boa e santa”, além de destacar a “heroicidade da princesa”.

Patrocínio era acusado de ser um dos idealizadores da Guarda Ne-gra, uma sociedade formada por negros e mulatos com o objetivo de proteger a Princesa Isabel e a monarquia, já que muitos republi-canos se colocaram contra a abolição sem uma indenização.

Enfim, o fato é que todo aquele que defende causas justas são ime-diatamente chamados de comunistas. Vemos hoje claramente Bol-sonaro e seus apoiadores chamarem de comunistas aqueles que lutam por uma maior distribuição de renda, por uma ampliação do acesso aos serviços públicos, pela igualdade racial, contra o sexis-mo etc..

Portanto, desde muito, ser chamado de comunista é um xingamen-to proferido por conservadores e reacionários, de um modo geral, contra àqueles que clamam por justiça social… Sendo assim, seria uma difamação ou um elogio ser chamado de comunista?

Raphael Fagundes

Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 9

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Como surgiram as principais datas Comemorativas

Apesar do apelo comercial, as datas comemorativas mais tradi-cionais não são invenções do mercado (que apenas deu um jeiti-nho de utilizá-las a seu favor).

Natal

Em um país eminentemente cristão como o Brasil, é um feriado que dispensa explicações. Marca o dia do nascimento de Jesus Cristo. Antes de ser absorvida pela Igreja Católica com esse fim, a festa já era comemorada por culturas pagãs, com o objetivo de marcar o nascimento anual do deus Sol. Pelo caráter de confra-ternização que tem, criou-se o hábito de, nessa época, trocar presentes e reunir familiares e amigos para uma refeição especi-al.

Data universal: 25 de dezembro

Dia das Mães

Uma manifestação que existe desde a Grécia Antiga, como ho-menagem à deusa Reia, mãe de Zeus e considerada a matriarca de todos os deuses, ganhou seu significado moderno nos Esta-dos Unidos, como homenagem às mães que perderam filhos na Guerra Civil Americana. Algumas décadas depois, sob influência dos EUA, foi trazido para o Brasil, durante o primeiro governo de Getúlio Vargas. No final dos anos 1940, começou a ser explora-do comercialmente no país.

Data no Brasil: segundo domingo de maio

Dia dos Pais

Surgiu nos EUA, em homenagem a um pai que criou seis filhos sozinho. No Brasil, a origem mais plausível é comercial, através de uma ação atribuída ao publicitário carioca Sylvio Bhering, em 1953.

Data no Brasil: segundo domingo de agosto

Dia dos Namorados

Na Europa e nos EUA, é comemorado no Dia de São Valentim, que, segundo a tradição, se impôs contra a proibição de casa-mentos determinada pelo imperador romano Cláudio II e foi exe-cutado por isso. No Brasil, a comemoração entrou para o calen-dário festivo, provavelmente, graças a uma ação do publicitário João Dória, nos anos 1940.

Data no Brasil: 12 de junho

Dia das Crianças

Foi instituída por uma lei federal no início do século passado e tinha como objetivo simplesmente homenagear os pequenos. Mas não emplacou. Nos anos 1960, entretanto, uma ação da marca de brinquedos Estrela com a “Johnson & Johnson” resga-tou a iniciativa, que tem dado muito certo até hoje.

Data no Brasil: 12 de outubro.

Fonte: Callendar

E-commerce e as Datas Comemorativas

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 10

Os Quatro Cavaleiros

Durante milhares de anos, a civilização não se prestou a uma igualação pacífica. Numa vasta gama de sociedades e em diferentes níveis de desenvolvimento, a estabilidade favoreceu a desigualdade econômica. Isso se aplicou tanto ao Egito faraônico quanto à Inglaterra vitoriana, tanto ao Império Roma-no quanto aos Estados Unidos. Os choques violentos tiveram suprema importância na perturbação da ordem estabelecida, na com-pressão da distribuição da renda e da rique-za e na redução do abismo entre ricos e po-bres. Ao longo de toda a história registrada, o nivelamento mais poderoso resultou, inva-riavelmente, dos choques mais poderosos. Quatro tipos diferentes de rupturas violentas nivelaram a desigualdade: as guerras com mobilização em massa, as revoluções trans-formadoras, as falências do Estado e as pandemias letais. Eu os chamo de Quatro Cavaleiros do Nivelamento. Tal como seus equivalentes bíblicos, eles avançaram para “tirar a paz da terra” e “matar pela espada, pela fome, por meio de pragas e dos ani-mais selvagens da terra”. Ora agindo indivi-dualmente, ora em conjunto, eles produzi-ram resultados que, aos olhos dos contem-porâneos, muitas vezes se afiguraram nada menos que apocalípticos. Centenas de mi-lhões de pessoas pereceram em sua estei-ra. E, quando a poeira baixou, o abismo en-tre os abastados e os despossuídos havia encolhido, às vezes drasticamente. Somente alguns tipos específicos de violên-cia forçaram sistematicamente uma redução da desigualdade. A maioria das guerras não surtiu nenhum efeito sistemático na distribui-ção dos recursos: embora certas formas ar-caicas de conflito, que prosperavam com a conquista e a pilhagem, tendessem a enri-quecer as elites vitoriosas e a empobrecer os derrotados, finais menos definidos não chegavam a ter consequências previsíveis. Para que a guerra nivelasse as disparidades de renda e riqueza, ela precisava penetrar na sociedade como um todo, mobilizar pes-soas e recursos numa escala que, não raro, só era viável em Estados nacionais moder-nos. Isso explica por que as duas guerras mundiais figuraram entre os maiores nivela-dores da história. A destruição física acarre-tada pela guerra em escala industrial, a tri-butação no nível do confisco, a intervenção governamental na economia, a inflação, a perturbação dos fluxos globais de bens e de capital e outros fatores, tudo isso se combi-

nou para acabar com a riqueza das elites e redistribuir recursos. Serviu também como um singular catalisador de poder para equa-lizar a mudança das políticas, dando um po-deroso impulso às extensões de marcas, à sindicalização e à expansão do Estado de bem-estar social. Os choques das guerras mundiais levaram ao que é conhecido como a “Grande Compressão” ―a atenuação ma-ciça das desigualdades de renda e riqueza em todos os países desenvolvidos. Predomi-nantemente concentrada no período de 1914 a 1945, em geral ela levou várias ou-tras décadas para seguir plenamente o seu curso. Repercussões similarmente amplas haviam faltado às guerras anteriores com mobilização em massa. As guerras da era napoleônica ou a Guerra de Secessão norte-americana haviam produzido efeitos distri-butivos ambíguos, e, quanto mais recuamos no tempo, menos pertinentes são as provas. Pode-se dizer que a cultura das antigas ci-dades-Estado gregas, representada por Ate-nas e Esparta, fornece-nos os mais remotos exemplos de como a intensa mobilização militar popular e as instituições igualitárias ajudaram a cercear a desigualdade material, ainda que com um sucesso duvidoso.

As guerras mundiais geraram a segunda grande força niveladora: as revoluções transformadoras. Normalmente, os conflitos internos não reduziram a desigualdade: as revoltas de camponeses e as insurgências urbanas foram comuns na história pré-moderna, mas fracassaram, de modo geral, e a guerra civil nos países em desenvolvi-mento tendeu a tornar mais desigual a distri-buição da renda, não menos. A reestrutura-ção social violenta precisa ser excepcional-mente intensa para reconfigurar o acesso aos recursos materiais. À semelhança das guerras equalizadoras com mobilização em massa, esse foi sobretudo um fenômeno do século XX. Os comunistas, que expropria-ram, redistribuíram e não raro coletivizaram os recursos, nivelaram a desigualdade em escala dramática. As mais transformadoras dessas revoluções foram acompanhadas por uma violência extraordinária, acabando por se equiparar às guerras mundiais, em termos de contagem de vítimas fatais e do sofrimento humano. Rupturas muito menos sangrentas, como a Revolução Francesa, promoveram o nivelamento numa escala correspondentemente menor.

A violência pode destruir completamente os Estados. O fracasso estatal ou o colapso dos sistemas foi um meio de nivelamento particularmente confiável. Durante a maior parte da história, os ricos estiveram posicio-nados no topo ou perto do topo da hierarqui-a do poder político, ou ligados aos que se encontravam nesse lugar. Além disso, os Estados forneciam certa medida de proteção ―por mais modesta que fosse, pelos pa-drões modernos― à atividade econômica, para além do nível de subsistência. Quando os Estados se desintegravam, essas posi-ções, ligações e proteções ficavam sob

pressão ou eram totalmente perdidas. Em-bora todos pudessem sofrer com a desestru-turação dos Estados, os ricos simplesmente tinham muito mais a perder: a renda e a ri-queza da elite, decrescentes ou em colapso, comprimiam a distribuição total dos recur-sos. Isso aconteceu desde que passaram a existir Estados. Os mais antigos exemplos conhecidos remontam a 4 mil anos, ao fim do Império Antigo do Egito e ao Império A-cadiano da Mesopotâmia. Mesmo hoje, a experiência da Somália sugere que essa for-ça igualadora, outrora poderosa, não desa-pareceu por completo.

A falência do Estado leva o princípio do ni-velamento por meios violentos a seus extre-mos lógicos: em vez de chegar à redistribui-ção e ao reequilíbrio através da reforma e da reestruturação das sociedades organiza-das existentes, ele recomeça do zero, de um modo mais abrangente. Os três primeiros cavaleiros representam etapas diferentes, não no sentido de tenderem a aparecer em sequência ―embora as maiores revoluções tenham sido desencadeadas pelas maiores guerras, o desmoronamento do Estado não costuma exigir pressões similarmente for-tes―, mas em termos de intensidade. O que todos têm em comum é que dependem da violência para refazer a distribuição da ren-da e da riqueza, ao mesmo tempo que refa-zem a ordem política e social.

A violência causada pelos seres humanos tem uma concorrência de longa data. No passado, a peste, a varíola e o sarampo de-vastaram continentes inteiros, com mais for-ça até do que os maiores exércitos ou os mais fervorosos revolucionários teriam espe-rança de fazer. Nas sociedades agrárias, a perda de parcelas consideráveis da popula-ção para os micróbios, que às vezes mata-vam um terço dela, ou até mais, fazia escas-sear a mão de obra e elevava seu preço em relação ao dos ativos fixos e outras formas de capital não humano, que em geral per-maneciam intactas. Como resultado, os tra-balhadores ganhavam e os proprietários de terras e os empregadores perdiam, confor-me se elevavam os salários reais e caíam os rendimentos. As instituições mediavam a escala dessas mudanças: era comum as eli-tes tentarem preservar os arranjos existen-tes, arbitrariamente e pela força; com fre-quência, porém, não conseguiam deter as forças de mercado equalizadoras.

As pandemias completam o quarteto de ca-valeiros da nivelação violenta. Mas será que também houve outros mecanismos mais pa-cíficos de redução da desigualdade? Se pensarmos no nivelamento em larga escala, a resposta tem que ser não. Em toda a lon-ga extensão da história, cada uma das gran-des compressões da desigualdade material que podemos observar nos registros que chegaram até nós foi movida por um ou mais desses quatro niveladores.

CONTINUA NA PÀGINA SEGUINTE

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 11

Os Quatro Cavaleiros

CONTINUAÇÃO DA PÁGINA ANTERIOR

Além disso, as guerras e revoluções em massa não agiram apenas nas sociedades diretamente envolvidas nesses aconteci-mentos: as guerras mundiais e a exposição aos comunistas também influenciaram as condições econômicas, as expectativas so-ciais e a formulação de políticas entre os es-pectadores. Esses efeitos em cascata ampli-aram ainda mais os efeitos de nivelamento enraizados em conflitos violentos, o que tor-na difícil distinguir os acontecimentos poste-riores a 1945, em boa parte do mundo, dos choques precedentes e suas reverberações contínuas. Embora a redução da desigual-dade de renda na América Latina, no início da década de 2000, possa ser a candidata mais promissora a uma equalização não vio-lenta, essa tendência manteve um alcance relativamente modesto e sua sustentabilida-de é incerta.

Outros fatores têm um histórico ambíguo. Desde a Antiguidade até os dias atuais, a reforma agrária tendeu a ser mais redutora da desigualdade quando associada à violên-cia ou à ameaça de violência, e menos quando estas não existiram. As crises ma-croeconômicas têm apenas efeitos de curta

duração na distribuição da renda e da rique-za. A democracia, por si só, não mitiga a de-sigualdade. Embora não haja dúvida de que a interação da educação com a mudança tecnológica influencia a dispersão das ren-das, os retornos sobre a educação e as qua-lificações têm se revelado, no plano históri-co, altamente sensível aos choques violen-tos. Por fim, não há provas empíricas con-vincentes para corroborar a ideia de que o desenvolvimento econômico moderno, por si só, reduz as desigualdades. Não há repertó-rio de meios benignos de compressão que já tenha alcançado resultados sequer remota-mente comparáveis aos produzidos pelos Quatro Cavaleiros.

Mas os choques passam. Depois da derro-cada de alguns Estados, outros tomaram o seu lugar, mais cedo ou mais tarde. As con-trações demográficas foram revertidas após a cessação das pestes, e pouco a pouco o novo crescimento populacional devolveu o equilíbrio do trabalho e do capital a seus ní-veis anteriores. As guerras mundiais foram relativamente curtas e suas sequelas foram desaparecendo com o tempo: as altas alí-quotas tributárias e a densidade sindical di-minuíram, a globalização aumentou, o co-munismo se foi, a Guerra Fria acabou e o risco de uma Terceira Guerra Mundial redu-

ziu-se. Tudo isso torna mais fácil compreen-der o recente ressurgimento da desigualda-de. No momento, os violentos niveladores tradicionais encontram-se adormecidos, e é improvável que retornem no futuro próximo. Não emergiu nenhum mecanismo alternativo de igualação simbolicamente potente.

Mesmo nas economias avançadas mais pro-gressistas, a redistribuição e a educação já não conseguem absorver inteiramente a pressão da crescente desigualdade de ren-da antes da dedução de impostos e das transferências. Os frutos mais acessíveis constituem um atrativo nos países em de-senvolvimento, porém as restrições fiscais continuam fortes. Não parece haver um mo-do fácil de aprovar, regulamentar ou ensinar o caminho para uma igualdade significativa-mente maior. Visto por uma perspectiva his-tórica mundial, isto não deve constituir sur-presa. Ao que saibamos, os meios que esti-veram livres de grandes choques violentos e de suas repercussões mais amplas raras vezes testemunharam grandes compres-sões da desigualdade. Acaso o futuro será diferente?

Trecho do livro ‘Violência e a história da de-sigualdade - Da Idade da Pedra ao século XXI’, do historiador Walter Scheidel

Fonte: El País

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Não existe Brasil.

Existe um amontoado de gente jogado no mesmo pedaço de chão, convivendo forço-samente, obrigados a se dizer pertencer a mesma nação.

O Brasil é falso como a letra do seu hino, que, aliás, é feia e mal escrita. O Brasil nun-ca foi gigante porque ele nem sequer existe. Nenhuma nação surge de 350 anos de es-cravidão.

Eu me recuso a compartilhar nacionalidade, e o consequente patriotismo, com pessoas que fazem baderna em tempos de necessá-rio isolamento social.

Quando um infectado entra num hospital ele expõe a risco médicas, enfermeiras e todos que forem cuidar dele. Fazer o impossível para não se infectar é uma obrigação para com os outros.

Na minha opinião, quem se oferece ao vírus em aglomerações voluntariosas não deveria receber tratamento caso adoeça.

Se o vírus é uma invenção, como dizem, que se curem sozinhos; e não venham arris-car a vida de quem, com sacrifício, está de-dicado a salvar vidas. Eu não pertenço a mesma nação que essas pessoas.

Sou juridicamente brasileiro. 220 milhões de pessoas o são.

Mas é mera formalidade.

Não posso pertencer a um país que não e-

xiste.

O que existe são grupos identificados por igualdade pretendida.

Grupos de militares, de comerciantes, de artistas sertanejos, de latifundiários, de fun-damentalistas de falsas religiões e por ai vai.

Cada grupo chama a si mesmo de Brasil como se todos os nascidos nesses limites geográficos fossem iguais a eles. Não so-mos.

Eu não faço buzinaço em porta de hospitais nem clamo por ditadura militar. Não perten-ço a nação de quem o faz. É com pesar que sou obrigado a compartilhar com gente as-sim o mesmo espaço geográfico.

O País que eu nasci é o do sonho de Criolo, Mano Braun, Ruth de Souza, Pixinguinha, Chico Mendes, Leonardo Boff, Chico Buar-que, Caetano Veloso, Fernanda Montengro, Amir Haddad, D. Ivone Lara, Catulo da Pai-xão Cearense, Dolores Duran e tantos a quem posso chamar de irmãos.

Os outros, esse grupo abjeto de pessoas incivilizadas, sádicos agressores de indefe-sos, ocuparam a terra do país imaginado pela arte produzida pela minha gente. Rou-baram até as cores da bandeira.

Verde e Amarelo se tornou uma combina-ção repulsiva. Bandeira feita mortalha.

Pedro Cardoso

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A conseqüência da Globaliza-ção é a instabilidade Mundial

Se o coronavirus se demonstrar grave, co-mo parece neste momento, muitas econo-mias poderiam ser afetadas adversamente. A China é a fonte de muitas peças forneci-das a produtores em outros países e a Chi-na é a fonte dos produtos acabado de mui-tas empresas norte-americanas, tal como a Apple. Se os despachos não puderem ser feitos, as vendas e a produção fora da Chi-na serão afetadas. Sem receitas, emprega-dos não podem ser pagos. Ao contrário da crise financeira de 2008, isto seria uma cri-se de desemprego e bancarrota de grandes corporações manufatureiras e de marke-ting.

Este é o perigo ao qual o globalismo nos torna vulnerável. Se corporações norte-americanas produzem nos EUA produtos que possam comerciar nos EUA e no mun-do, uma epidemia na China afetaria apenas suas vendas chinesas, não ameaçaria as receitas das companhias.

As pessoas descuidadas que construíram o “globalismo” passaram por alto que a inter-dependência é perigosa e pode ter conse-quências inesperadas maciças. Com ou sem uma epidemia, os abastecimentos po-dem ser cortados por um certo número de razões.

Exemplos: greves, instabilidade política, ca-tástrofes naturais, sanções e outras hostili-dades e assim por diante. Claramente, es-tes perigos para o sistema não são justifica-dos pelo custo do trabalho mais baixo e os consequentes ganhos de capital para acio-nistas e bónus para executivos corporati-vos. Só o um por cento beneficia do globa-lismo.

O globalismo foi construído por pessoas motivadas pela cobiça a curto prazo. Ne-nhuma das promessas do globalismo foi cumprida. O globalismo é um erro maciço. Contudo, quase por toda a parte líderes po-líticos e economistas protegem o globalis-mo. Lá se foi a inteligência humana.

Neste momento, é difícil entender a histeria sobre o coronavirus e as previsões de pan-demia global. Na China há cerca de 24 mil infecções e 500 mortes numa população de 1,3 mil milhões de pessoas. Isto é uma do-ença inconsequente. Em comparação com a gripe sazonal comum que infecta milhões por todo o mundo e mata 600 mil pessoas, o coronavirus até agora nada representa. Infecções fora da China são mínimas e pa-recem serem limitadas ao povo chinês. É difícil saber ao certo, devido à relutância em identificar pessoas pela raça.

Mas a China tem enorme áreas em quaren-ta e as viagens para e do país são restringi-das. Nada como estas precauções são to-madas contra a gripe sazonal. Até agora nesta estação de gripe só nos EUA adoe-ceu 19 milhões de pessoas, hospitalizou 180 mil e matou 10 mil. O relatório mais re-cente é que 16 pessoas nos EUA (possivelmente todas chinesas) adoeceram com o coronavirus e nenhuma morreu.

Talvez o coronavirus esteja apenas a fazer aquecimento e muito pior esteja para vir. Se assim for, o Produto Interno Bruto (PIB) glo-bal tomará uma pancada.

Quarentenas impedem trabalho. Produtos acabados e peças não podem ser fabrica-das e despachadas. Vendas não podem efetuar-se sem produtos para vender. Sem receitas as companhias não podem pagar empregados e outras despesas. Rendimen-tos declinam por todo o mundo. Companhi-as vão à bancarrota. Pode-se partir disto.

Se uma pandemia mortal do coronavirus ou de alguma outra irrompe e houver uma de-pressão mundial, deveríamos ter muito cla-ro na nossa mente que o globalismo foi a causa. Países cujos governos são tão im-prudentes ou corruptos que tornam as suas populações vulneráveis a eventos destruti-vos no exterior são medicamente, economi-camente, socialmente e politicamente instá-veis.

A consequência do globalismo é a instabili-dade mundial.

Paul Craig Roberts

junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 12

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Esta é a estação que an-tecede a primavera e su-cede o outono. No Hemis-fério Sul, onde está locali-zado o Brasil, o inverno caracteriza-se pelas tem-peraturas baixas, dias mais curtos e noites mais longas.

As regiões sudeste e sul do país são as mais marcadas pelas ca-racterísticas típicas do inverno, sendo que no restante do Brasil as temperaturas são mais equilibradas, com pouca variação térmica.

Solstício de Inverno: início do inverno astronômico

O começo do inverno é marcado pelo evento astronômico, baseado

na órbita da Terra em relação ao Sol, conhecido por Solstício de Inverno, ou seja, o período em que o Hemisfério Norte está mais inclinado para o Sol.

Enquanto no Hemisfério Sul ocorre o solstício de inverno, tem-se o evento chamado de solstício de verão no Hemisfério Norte, mar-cando o começo da estação mais quente do ano nos países que ficam acima da linha do equador.

Observe que o solstício marca o início das estações verão e inver-no, enquanto que o equinócio determina a chegada da primavera e do outono.

Vale lembrar que se estivermos falando da estação meteorológica, período estabelecido para coincidir com o calendário que utiliza-mos, há a divisão em quatro períodos - primavera, verão, outono e inverno - de três meses.

Sendo assim, o inverno meteorológico é a estação no ano que o-corre nos meses de junho, julho e agosto de acordo com o ciclo a-nual de temperatura.

20 - Início do Inverno (Solstício de Inverno)

Qual a diferença entre Turco, Curdo, Árabe e Persa?

Entenda as características que separam os maiores grupos do Oriente Médio

Para começar a entender a diferença entre os termos árabe, persa, curdo e turco, pri-meiro é preciso compreender as semelhan-ças. Todos são grupos étnicos, que, por defi-nição, são um povo ligado pela cultura, an-cestralidade, língua ou nação. Eles estão lo-calizados, principalmente no Oriente Médio.

Os persas são um grupo étnico descendente dos indo-europeus, que pertencem à Eurá-sia. Eles chegaram ao Irã em meados do a-no 1.000 a.C., e desde então já imigraram para outras partes do mundo. Relacionados pela língua indo-européia, essa civilização apresenta uma cultura expressiva e duradou-ra, desde a Antiguidade.

Os árabes são o maior grupo étnico do mun-do, chegando a cerca de 415 milhões de pessoas, em locais como Jordânia, Líbano, Egito, Síria e Iraque. Esse povo é conectado pela língua, apesar da religião ser outro fator que os une. Mesmo que a maior parte seja composta por mulçumanos, nem todo árabe segue as doutrinas do islamismo.

Já os curdos são a maior nação sem Estado do mundo, eles estão situados em parte da Turquia, Irã, Iraque, Síria e Armênia — e buscam a independência política. Estima-se que existam quase 45 milhões de curdos no mundo. Assim como os persas, seu idioma é o indo-europeu, porém, com variações que fazem com que as línguas não sejam.

Da redação

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 13

+ ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS

NO NOSSO SITE - O Leitor verá todas as datas comemorativas

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JUNHO 01 - Semana do Meio Ambiente

01 - Dia da Imprensa

03 - Dia Mundial da Bicicleta

03 - Dia Nacional da Educação Ambiental

05 - Dia da Ecologia

05 - Dia Mundial do Meio Ambiente

05 - Dia Nacional da Reciclagem

07 - Dia da Liberdade de Imprensa

08 - Dia Mundial dos Oceanos

09 - Dia Nacional de Anchieta

12 - Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil

13 - Dia do Turista

14 - Dia Mundial do Doador de Sangue

17 - Dia Mundial de Combate à Desertificação

19 - Dia do Cinema Brasileiro

19 - Dia do Migrante

20 - Início do Inverno (Solstício de Inverno)

20 - Dia do Refugiado

21 - Dia do Mídia

21 - Dia do Profissional de Mídia

21 - Dia do Intelectual

23 - Dia do Atleta Olímpico

23 - Dia das Nações Unidas para o Serviço Público

24 - Dia do Disco Voador

26 - Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura

27 - Dia Nacional do Progresso

30 - Dia da Mídia Social

Esta data é uma homenagem a todos os direitos conquistados ao longo dos anos pelos brasileiros como cidadãos, além de representar todos os valores e objetivos da nação republicana.

Nesta data os brasileiros são convidados a refle-tir sobre o significado do lema da bandeira nacio-nal: “Ordem e Progresso”, que simboliza a repú-blica nacional desde 1889.

A frase “Ordem e Progresso” é uma abreviação de uma famosa citação do positivista Augusto Comte: “O Amor por princípio e a Ordem por ba-se; o Progresso por fim".

Neste sentido, a palavra “Progresso” está relacio-nada com a ideia de melhorias e avanços, seja em questões sociais básicas para todos como para o melhoramento econômico e tecnológico do país.

Todos os cidadãos têm o dever de colaborar pa-ra o desenvolvimento e constante progresso do país, como através do correto exercício de suas funções e cumprindo os seus direitos e deveres.

27 - Dia Nacional do Progresso

Crônica de poucas palavras

Chegamos em junho...

Cavalos empinando, Jesus na goiabeira, 48 en-velopes com dinheiro sujo, Hino Nacional obriga-tório nas escolas, cai ministro, sobe ministro, cai de novo, ministro dançando na chuva, azul e ro-sa,

Conje fora, masturbação holandesa, camisa do Flamengo por cima do terno, Joice comendo sem parar no plenário, o véio da Havan dando pitaco, o presidente de Ryder, a reforma que empaca, o tiro pela culatra,

Moro encurralado, Brasil despedaçado, desem-prego avança, fome avança, miséria avança, a cadeirinha, a tomada de três pinos, o pó.

Coronavírus veio para atrapalhar os planos de Guedes de entrega do Brasil... E para matar mui-tos pobres do mundo. Lógico que no que tange a pandemia sempre sobra para alguns marajás da vida e para seus serviçais.

O governo está completando meio ano. Para-béns a todos os envolvidos.

Mas... Ainda há esperanças!

Filipe de Sousa

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 14

Quais são as sete maiores vergonhas da História do Brasil?

Em 2015 foi elaborada pela antropóloga Lilia Schwarcz e a historia-dora Heloisa Starling, autoras do “Brasil: uma biografia” a lista dos episódios mais vergonhosos da história brasileira. É fundamental que todos recordem, um dia esses fatos foram a realidade diária, rotina banalizada, as novas gerações precisam saber dessas monstruosidades, o humanismo precisa triunfar sobre a barbárie. Recomendo que todos leiam… em breve pretendo atualizar a lista, incluindo a oitava vergonha: Bolsonaro presidente.

1 — Genocídio da população indígena

Até os dias de hoje há controvérsia sobre a antiguidade dos povos do Novo Mundo. As estimativas mais tradicionais mencionam 12 mil anos, mas pesquisas recentes arriscam projetar de 30 mil a 35 mil anos. Sabe-se pouco dessa história indígena, e dos inúmeros povos que desapareceram em resultado do que agora chamamos eufemisticamente de “encontro” de sociedades. Um verdadeiro morticínio teve início naquele momento: uma população estimada na casa dos milhões em 1500 foi sendo reduzida aos poucos a cer-ca de 800 mil, que é a quantidade de índios que habitam o Brasil atualmente.

2 — Sistema escravocrata

O Brasil recebeu 40% do total de africanos que compulsoriamente deixaram seu continente para trabalhar nas colônias agrícolas do continente americano, sob regime de escravidão, num total de cer-ca de 3,8 milhões imigrantes. Fomos o último país a abolir a escra-vidão mercantil no Ocidente (só o fazendo em 1888, e depois de muita pressão) e o resultado desse uso contínuo, por quatro sécu-los, e extensivo por todo o território foi a naturalização do sistema. Escravos eram abertamente leiloados, alugados, penhorados, se-gurados, torturados e assassinados.

3 — Guerra do Paraguai

O Império brasileiro errou em cheio. Avaliou-se que a contenda in-ternacional opondo, de um lado, Brasil, Uruguai e Argentina, e, de outro, o Paraguai seria breve e indolor. No entanto, a guerra – na época chamada de “açougue do Paraguai” ou de “tríplice infâmia” – durou cinco longos e doloridos anos: de 1865 a 1870. A conse-quência para o lado paraguaio não foi apenas a deposição de seu dirigente máximo, mas a destruição do próprio Estado nacional. Os números de mortes sofridos pelo país são até hoje controversos e oscilam entre 800 mil e 1,3 milhão habitantes. Quanto às estatísti-cas brasileiras, a relação de homens enviados varia de 100 a 140 mil.

4 — Canudos

Em 1897, a República abriu guerra contra Canudos: uma comuni-dade sertaneja originada de um movimento sóciorreligioso liderado por Antônio Conselheiro. Canudos incomodou o governo da Repú-blica e os grandes proprietários de terras, pois era uma nova ma-neira de viver no sertão. Em 1897, o arraial foi invadido por tropas militares, queimado a querosene e demolido com dinamite. A popu-lação foi dizimada. Em Os sertões, publicado em 1902, Euclides da Cunha escreve: “Canudos não se rendeu. Caiu no dia 5, ao entar-decer, quando caíram os seus últimos defensores, e todos morre-ram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma cri-ança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados”.

5 — Polícia política do Governo Vargas

Em 1933, Getúlio Vargas criou a Delegacia Especial de Segurança Política e Social (Desp). Para comandá-la, Vargas entronizou o ca-pitão do Exército, Filinto Müller. Na condição de chefe de polícia, Müller não vacilou em mandar matar, torturar ou deixar apodrecer nos calabouços do Desp os suspeitos e adversários declarados do regime sem necessidade de comprovar prática efetiva de crime. Pró-nazista, sua delegacia manteve um intercâmbio, reconhecido pelo governo brasileiro, com a Gestapo – a polícia secreta de Hitler – que incluía troca de informações, técnicas e métodos de interro-gatório.

6 — Centros clandestinos de violação de direitos humanos

A ditadura militar instalou, a partir de 1970, centros clandestinos que serviram para executar os procedimentos de desaparecimento de corpos de opositores mortos sob a guarda do Estado – como a retirada de digitais e de arcadas dentárias, o esquartejamento e a queima de corpos em fogueiras de pneus. No Brasil governado pe-los militares, a prática da tortura política e dos desaparecimentos forçados não foi fruto das ações incidentais de personalidades de-sequilibradas, e nessa constatação reside o escândalo e a dor.

7 — Massacre do Carandiru

Mais conhecida como Carandiru, a Casa de Detenção de São Pau-lo abrigava mais de 7 mil detentos, em 1992 – a capacidade oficial era de 3.500 pessoas. No dia 2 de outubro, uma briga entre fac-ções rivais de presidiários terminou num massacre: a tropa policial entrou no presídio utilizando armamento pesado e munição letal. 111 presos foram mortos e 110 feridos. O cenário era de horror. Passados 21 anos, somente em 2014, 73 policiais foram condena-dos todos poderam recorrer em liberdade.

Iluska Lopes

Comentário: A próxima e grande vergonha a entrar para a história será o Governo de Jair Bolsonaro.

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A data celebra os profissionais ligados aárea da comunicação, se-ja na TV, rádio, jornais impressos ou internet. A mídia é o meio pe-lo qual determinada informação é transmitida.

Existe a mídia televisiva, mídia radiofônica, mídia eletrônica e mí-dia impressa e todas possuem o mesmo objetivo de levar notícias, informação e entretenimento às pessoas.

O Social Media Day é uma homenagem ao impacto e revolu-ção que as mídias sociais provocaram (e provocam) nas socieda-des contemporâneas.

Além de mudar totalmente os meios de comunicação, as mídias sociais proporcionaram a capacidade deinteração direta entre os produtores das informações e a audiência, ou seja, o público em massa.

Graças ao surgimento da mídia social, as produções e divulgações de conteúdos deixaram de se concentrar exclusivamente nas mãos das grandes emissoras e veículos de comunicação em mas-sa.

O Dia das Nações Unidas para o Serviço Público ocorre a 23 de junho.

Este dia, também conhecido como Dia do Serviço Público das Na-ções Unidas, tem como fim enaltecer o valor do serviço público na sociedade, reconhecendo todo o trabalho realizado pelos funcio-nários públicos e apelando ao mesmo tempo ao seguimento de carreira no setor público.

Anualmente entregam-se os Prémios das Nações Unidas de Servi-ço Público neste dia, para o reconhecimento internacional do tra-balho de excelência em serviço público.

Os países das Nações Unidas são incentivados a organizar inicia-tivas para celebrar o dia, que sublinhem a importância do serviço público e dos seus funcionários na comunidade.

Este dia do serviço público foi instituído pela ONU com a resolu-ção 57/277 e foi celebrado pela primeira vez em 2003.-

Dia da Mídia e do Profissional da Mídia Dia das Nações Unidas para o Serviço Público

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Junho 2020 Gazeta Valeparaibana Página 15

O que o Coronavírus nos ensina sobre o colapso climático

GRETA THUNBERG NÃO con-seguiu. Bill McKibben e a ONG 350.org também não. E nem o Acordo de Paris. Mas a covid-19

está reduzindo as emissões de dióxido de carbono e de outros ga-ses de efeito estufa geradas pela atividade humana, graças à desa-celeração ou paralisação total de viagens e de inúmeras atividades econômicas em todo o mundo.

Embora a queda das emissões de CO2 provocada pela pandemia de coronavírus não seja tão acentuada quanto a visível redução de poluentes “convencionais” (fuligem e fumaça), o efeito dessa pri-meira diminuição é muito mais significativo: fuligem e fumaça enve-nenam e matam no presente, enquanto os gases de efeito estufa seguem por aí para agredir o clima pelo próximo século. A queima de combustíveis fósseis nos dias de hoje equivale a uma sentença de morte para as futuras gerações. No sentido contrário, deixar de queimar combustíveis fósseis gera um benefício permanente.

Até agora o único declínio de emissões de CO2 digno de nota du-rante a era da consciência climática – que começou na primeira Conferência da ONU sobre o Clima, realizada em 1995 – foi em 2009, no início da Grande Recessão. Houve uma redução breve e moderada.

A atual retração, no entanto, pode ser dura o bastante para cortar pela metade o aumento anual da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera – é esse dado que dita as mudanças climáticas, se-gundo cálculos de Charles Komanoff, coautor deste artigo e diretor do Carbon Tax Center.

Seria cruel considerar positiva a atual redução brusca de emissões de carbono, enquanto o número de mortes provocadas pelo coro-navírus cresce de forma vertiginosa e muitas pessoas enfrentam privações e perdem seu sustento? E essas reduções não serão ne-gadas quando o vírus for controlado e as emissões retornarem? Não e não.

Como tantas outras coisas que estão acontecendo, a questão em torno da redução de CO2 no futuro vai depender de quem recons-truir nossa sociedade após o vírus. Mas a redução não poderá ser rejeitada. Da mesma forma que as emissões de carbono persistem na alta atmosfera como agentes constantes das mudanças climáti-cas, emissões evitadas são um alívio permanente.

As viagens aéreas canceladas neste ano não serão feitas em 2021 pelo simples fato de que a maioria das pessoas que viajam de avi-ão o fazem regularmente. Uma viagem perdida não é uma experi-ência extraordinária que vai precisar ser recuperada no ano que vem. Trata-se de uma viagem que não foi feita e ponto. O mesmo vale para deslocamentos a trabalho e lazer.

Então, sim, a queda repentina da queima de petróleo para uso em veículos e aeronaves deixa uma marca duradoura. A retração da economia dos Estados Unidos neste ano pode reduzir entre 30 e 40% as emissões de carbono que iriam para a atmosfera. Quedas similares – ainda que mais amenas – em outras partes do mundo poderiam reduzir uma parte por milhão (ppm) da atual concentra-ção de 415 ppm de CO2 na atmosfera – certamente uma conquista modesta, mas algo sem precedentes na história moderna. O sofrimento é uma outra história. Se uma calculadora de felicidade e tristeza pudesse quantificar prós e contras de eventos devastado-res, a redução da quantidade de CO2 na atmosfera provocada pelo coronavírus seria menos importante do que as mortes e da perda da normalidade em nossas vidas.

Ainda assim, essa normalidade deve ser deixada para trás se qui-sermos deixar um planeta com vida para os nossos filhos.

O problema é como cortar as emissões de carbono com o mínimo de sofrimento e o máximo de justiça social e econômica – sem que a natureza force reduções por meio de pandemias e outros eventos caóticos sem precedentes, o que certamente pode acontecer.

O fato de que o nosso comportamento diante da covid-19 está sen-do benéfico no enfrentamento das mudanças climáticas sugere que a “normalidade” pode ser alterada – e de forma rápida. Embora ain-da não possamos apresentar modelos para uma redução de emis-sões igualitária e planejada, percebe-se o despertar de uma consci-ência social que se manifesta em quatro aspectos principais. Esses frutos da pandemia de coronavírus deveriam nos dar esperanças quanto às transformações necessárias para que a civilização não cometa um suicídio climático coletivo.

Em primeiro lugar, a retomada do prestígio e do valor da ciência. Quem assiste ao circo montado por Trump em seus comunicados diários sobre o coronavírus pode observar o imunologista Anthony Fauci – diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeccio-sas dos Estados Unidos – intervindo para corrigir comentários igno-rantes e perigosos do presidente. De modo similar, sabemos que médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde estão cui-dando dos doentes, na linha de frente do combate à pandemia. E-pidemiologistas e jornalistas especializados em ciência trazem in-formações para que o público possa lidar com a situação. Além dis-so, químicos, biólogos e estatísticos desenvolvem estudos e testes para encontrar uma vacina que acabe com a epidemia. Como es-creveu o pesquisador Michael Gerrard, as lições sobre mudanças climáticas da covid-19 farão ecoar os alertas dos cientistas, de mo-do a minimizar os perigos previstos e lidar com os impactos que seguirão sendo enfrentados.

Em segundo lugar, a crise está nos ajudando a ver o quanto nosso bem-estar depende de governanças fortes e proativas. Precisamos mais do que nunca de governos das pessoas para as pessoas. A atenção principal deve ser dedicada a elas e não às empresas – algo que ficou claro na resposta tímida das grandes empresas às quais Trump se dirigiu exigindo que fabricassem equipamentos de proteção aos profissionais de saúde.

Em terceiro lugar, talvez possamos abandonar o derrotismo de que nada pode ser feito de forma imediata. Veja o exemplo de tantas pessoas como nós que se isolaram em suas casas. Estamos a-prendendo do dia para a noite que simplicidade não significa ne-cessariamente austeridade; que uma vida frugal não precisa ser sinônimo de privação; e que podemos abdicar de nossos direitos ao lazer e ao consumo quando temos um propósito maior – atual-mente, impedir o adoecimento e a morte de outros seres humanos; a longo prazo, achatar a curva crescente de emissões de carbono e paralisar de forma drástica o caos climático.

Por fim, se nossa sociedade é capaz de agir para produzir um mi-lhão de respiradores e um bilhão de máscaras de proteção, certa-mente teremos condições, dentro de alguns anos, de agir em uma escala muita maior para construir e instalar um milhão de turbinas eólicas e centenas de milhões de células de energia solar, abrir fai-xas de ciclovias em nossas cidades, e assim por diante. Com a pandemia de coronavírus exigindo um recomeço brutal mas neces-sário, poderemos jogar fora, para o nosso bem, todo o individualis-mo que impediu esse tipo de avanço até agora.

O mais comovente é que a crise inculca um apreço renovado pela solidariedade. Por paradoxal que pareça, quanto mais somos força-dos a nos isolar, mais nos damos conta da necessidade de consci-ência social e de relações solidárias entre as pessoas.

Charles Komanoff e Christopher Ketcham

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Esta data visa homenagear a coragem e a força das milhões de

pessoas que são obrigadas a fugir de suas casas e se refugiar em outras localidades para evitar perseguições, calamidades naturais ou guerras.

20 - Dia do Refugiado

Page 16: Ano XIII - Edição 151 - Junho de 2020 Distribuição …se evitar proliferação de doenças. Página 4 Liberdade de expressão e Liberdade de Imprensa Os quatro Cavaleiros Temos

Noam Chomsky revela que os EUA necessitaram instalar o

COVID-19 para não perderem a supremacia Mundial ante

a China.

O ativista, filósofo, cientista político e linguis-ta Noam Chomsky se refere ao coronavírus, uma pandemia que afeta mais de 120 países

e analisa seu impacto na geopolítica mundial.

1) Os EUA precisavam urgentemente parar e atrasar a locomotiva chinesa, para não perder sua supremacia econômica mundial e seu papel como gendarme planetário.

2) A CIA, Bildeberg, Israel e outras potências mundiais concordam em iniciar uma guerra bacteriológica de baixa intensidade, espa-lhando um vírus de laboratório, o COVID19, no território chinês.

3) Guerra de baixa intensidade porque o vírus não afeta crianças e jovens (trabalho futuro) e, em vez disso, inicia com os idosos (trabalho inativo).

4) A estratégia dos EUA é espalhar o vírus na cidade onde o gover-no chinês possui um laboratório de pesquisa bacteriológica para coronavírus, sars, mers e Ebola.

Então você tem o álibi perfeito para culpar o governo chinês pela hipótese de uma fuga ou acidente acidental.

5) A estratégia dos EUA envolve a expansão do vírus em janeiro, o Ano Novo Chinês, para produzir paralisia total, pois existem mi-lhões de deslocamentos que afetarão todos os setores da socieda-de chinesa.

6) A estratégia dos EUA na primeira fase envolve manter vários ini-migos do governo Trump afastados e, portanto, o próximo país in-fectado principal é o Irã, liberando o vírus letal para ser forçado a paralisar sua economia, sociedade e possível resposta de suas for-ças armadas, especialmente devido ao risco militar que pode imple-mentar contra Israel.

7) O próximo grande inimigo afetado é a Europa, sempre muito hostil a Trump e suas receitas econômicas protecionistas.

Para isso, eles inoculam o vírus na região da Lombardia (Itália), on-de a Liga do Norte de Salvini governa. Lembrando que Salvini é um traidor aos olhos da inteligência americana por apoiar Putin em to-

dos os fóruns internacionais e por estar envolvido em subornos rus-sos.

A disseminação do vírus em uma região rural da Itália profunda já parecia estranha.

Mas a vingança é servida em um prato muito frio e Salvini nem se-quer foi recebido por Trump em sua turnê americana. Relações congeladas e muito distantes.

A Itália também é escolhida como o país receptor do vírus, por es-tabelecer excelentes relações comerciais com a China em uma No-va Rota da Seda.

A inteligência americana sabe que, depois da Itália, a União Euro-péia sofrerá um colapso econômico global à medida que suas eco-nomias nacionais ficarem paralisadas na luta contra o vírus.

O esforço titânico da Europa diante dessa ameaça bacteriológica dará origem a uma fraqueza frontal européia contra o Brexit britâni-co, beneficiando o primeiro-ministro Johnson, o grande aliado in-glês do governo. TRUMP.

9) Uma vez que a pandemia paralisante do planeta seja consumi-da, a segunda fase chegará.

Controle total da guerra bacteriológica com a VACINA GLOBAL da Covid19 a partir do momento em que é produzida em laboratórios americanos.

Após a dispersão e o caos da saúde mundial, a ordem capitalista voltará, redefinindo as economias nacionais, o novo valor em as-censão será chamado de indústria química dos EUA, que a seu cri-tério venderá patentes para países amigos e CONTRÁRIO, blo-queio farmacêutico para países inimigos. , enfraquecendo-os ainda mais, se possível, ou pressionando governos hostis em troca da economia de vacinas.

10) Terceira fase: Implementação da Nova Ordem Mundial com a mudança de relações entre países:

Desaparecimento da União Europeia.

Desaparecimento de inimigos em potencial, como Irã, Coréia do

Norte, Venezuela, etc.

Enfraquecimento da China continental e da Rússia.

Novo quintal: EUA na América Latina.

Globalização planetária em torno dos novos EUA e seu poder todo-

poderoso.

Artigo Indicado pelo filósofo José Alcimar

Junho de 2016 ÚLTIMA PÁGINA

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Os Discos Voadores, conhecidos cientificamente como Objetos Vo-adores Não Identificados (OVNIS) Ou UnidentifiedFlying Object (UFO), em inglês, fazem parte do ima-ginário humano há muitos anos, porém tornaram-se mais populares a partir do século XX, com o começo da exploração espacial e com a massificação dos meios de comunicação.

Muitas pessoas alegam já terem avistado ou sido abduzidas pelas naves alienígenas. Mesmo sem nenhuma confirmação oficial, exis-tem várias organizações e instituições (até mesmo governamen-tais) destinadas à estudar e procurar vida alienígena em outros pla-netas ou em busca de uma comprovação se estamos mesmo sen-do visitados por seres extraterrestres.

Os discos voadores e suas visitas ao planeta Terra são motivos pa-ra um estudo específico: a ufologia, responsável por estudar e ana-lisar fotos, vídeos e demais arquivos que possam comprovar a exis-tência de vida alienígena.

Origem do Dia Internacional do Disco Voador

A data foi criada a partir de um fato ocorrido em 24 de Junho de 1947, quando o piloto americano Kenneth Arnold disse ter avistado nove objetos voadores não identificados próximos à uma montanha em Washington.

O que chamou mais atenção para o caso foi o que aconteceu pou-cos dias depois. Uma suposta nave alien teria caído no estado nor-te-americano do Novo México, e com ela teriam sido encontrados corpos de seres alienígenas. A história ficou mundialmente conhe-cida, sendo ainda hoje uma referência no mundo da ufologia, como o Caso Roswell.

24 - Dia do Disco Voador