Ano XIII - Edição 150 - Maio de 2020 Distribuição GratuitaDe acordo com o Instituto Nacional de...

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Tempos difíceis Tempos difíceis sim.! Tudo muda o tempo todo. As mudanças acontecem às vezes de forma inesperada, e nos atropelam como se fosse um trem, pas- sando por cima sem dó nem piedade. Não temos controle sobre nada. Não queremos morrer, mas vai acontecer um dia. Não temos controle, apenas a falsa sensação O voluntariado mostra sua cara Em tempo de pandemia e quarentena, brigas políticas, desespero econômico, salta aos olhos as ações de voluntariado por todos os cantos do mundo e das formas mais diferenciadas, disponíveis pa- ra quase todos os perfis de pessoas que buscam uma atividade vo- luntária e para os que precisam de uma ação de voluntariado. Ano XIII - Edição 150 - Maio de 2020 Distribuição Gratuita Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar + NESTA EDIÇÃO Conta a história que em 1847 o Dr.Ignaz Semmelwei, um médi- co húngaro,na época em que ainda não se entendia os ger- mes, tentou aplicar métodos científicos para impedir a pro- pagação de infecções num sis- tema de lavagens de mãos que reduziria a taxa de mortalidade nas maternidades.. Página 4 UNILAB: muito mais do que uma oportunidade Este artigo pretende apresentar a magnitude da UNILAB enquanto ins- trumento de integração regional sob a lógica da cooperação internacional entre os países lusófonos. Página 8 Como o coronavírus vai mu- dar nossas vidas: dez ten- dências para o mundo pós- pandemia Página 10 Aquecimento Global Imagem da Nasa mostra seca severa no Sul do país. A combinação de bloqueio atmos- férico no Brasil com estiagem ante- cipada elevou as queimadas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para o maior patamar em cinco a- nos. O bloqueio atmosférico que está inibindo as chuvas no Centro-Sul do país, aliado a estiagem desde março no Sudeste e desde novembro do ano passado no Sul do Brasil elevou o número de queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Mato Grosso, o estado com maior número de queimadas do país neste ano, foram 3.587 focos de calor entre os dias 1 de janeiro e 22 de abril, um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 3.031. Este também é o maior número de queimadas dos últimos cinco anos. A Somar Meteorologia ressalta que em Mato Grosso do Sul, foram 1.501 focos no período, tam- bém o maior dos últimos cinco anos e um aumento de 43% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram 1.052 focos. Umidade do solo Com esse tempo seco, as regiões de Mato Grosso, Pantanal e Sul do Brasil são as registram os menores índices de umidade superficial do solo. No geral, os mapas mostram que a umidade na terra vem caindo, embora algumas áreas apresentem níveis maiores de água no solo, como em Goiás, Triângulo Mineiro e norte de São Paulo. Com isso, há risco de mais queimadas no Pantanal e oeste do Rio Grande do Sul. “No Pantanal, o período seco mal está começando e a situação pode piorar, surgindo mais queimadas. No Rio Grande do Sul, com a entrada do outono, a expectativa é de chuva mais freqüente. Francielle Bertolacini Bolsonaro transformou o Brasil em nação de patifes O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria co- mo linguagem corriqueira, adotadas nos mais altos níveis de uma sociedade embrutecida. Leia mais na página 5

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Tempos difíceis Tempos difíceis sim.!

Tudo muda o tempo todo. As mudanças acontecem às vezes de forma inesperada, e nos atropelam como se fosse um trem, pas-sando por cima sem dó nem piedade. Não temos controle sobre nada. Não queremos morrer, mas vai acontecer um dia. Não temos controle, apenas a falsa sensação

O voluntariado mostra sua cara

Em tempo de pandemia e quarentena, brigas políticas, desespero econômico, salta aos olhos as ações de voluntariado por todos os cantos do mundo e das formas mais diferenciadas, disponíveis pa-ra quase todos os perfis de pessoas que buscam uma atividade vo-luntária e para os que precisam de uma ação de voluntariado.

Ano XIII - Edição 150 - Maio de 2020 Distribuição Gratuita

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

+ NESTA EDIÇÃO

Conta a história que em 1847 o Dr.Ignaz Semmelwei, um médi-co húngaro,na época em que ainda não se entendia os ger-mes, tentou aplicar métodos científicos para impedir a pro-pagação de infecções num sis-tema de lavagens de mãos que reduziria a taxa de mortalidade nas maternidades..

Página 4

UNILAB: muito mais do que uma

oportunidade Este artigo pretende apresentar a magnitude da UNILAB enquanto ins-trumento de integração regional sob a lógica da cooperação internacional entre os países lusófonos.

Página 8

Como o coronavírus vai mu-dar nossas vidas: dez ten-dências para o mundo pós-

pandemia

Página 10

Aquecimento Global

Imagem da Nasa mostra seca

severa no Sul do país.

A combinação de bloqueio atmos-férico no Brasil com estiagem ante-cipada elevou as queimadas em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para o maior patamar em cinco a-nos.

O bloqueio atmosférico que está inibindo as chuvas no Centro-Sul do país, aliado a estiagem desde março no Sudeste e desde novembro do ano passado no Sul do Brasil elevou o número de queimadas.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Mato Grosso, o estado com maior número de queimadas do país neste ano, foram 3.587 focos de calor entre os dias 1 de janeiro e 22 de abril, um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 3.031. Este também é o maior número de queimadas dos últimos cinco anos.

A Somar Meteorologia ressalta que em Mato Grosso do Sul, foram 1.501 focos no período, tam-bém o maior dos últimos cinco anos e um aumento de 43% em relação ao mesmo período de 2019, quando foram 1.052 focos.

Umidade do solo

Com esse tempo seco, as regiões de Mato Grosso, Pantanal e Sul do Brasil são as registram os menores índices de umidade superficial do solo. No geral, os mapas mostram que a umidade na terra vem caindo, embora algumas áreas apresentem níveis maiores de água no solo, como em Goiás, Triângulo Mineiro e norte de São Paulo.

Com isso, há risco de mais queimadas no Pantanal e oeste do Rio Grande do Sul. “No Pantanal, o período seco mal está começando e a situação pode piorar, surgindo mais queimadas. No Rio Grande do Sul, com a entrada do outono, a expectativa é de chuva mais freqüente.

Francielle Bertolacini

Bolsonaro transformou o Brasil em nação de patifes

O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria co-mo linguagem corriqueira, adotadas nos mais altos níveis de uma sociedade embrutecida.

Leia mais na página 5

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Tempos difíceis

Tempos difíceis sim.!

Tudo muda o tempo todo. As mudanças acontecem às vezes de forma inespera-da, e nos atropelam como se fosse um trem, passando por cima sem dó nem pi-edade. Não temos controle sobre nada. Não queremos morrer, mas vai aconte-cer um dia. Não temos controle, apenas a falsa sensação de que estamos no controle de tudo. Essa pandemia veio para nos mostrar isso.

Acho que a humanidade nunca pensou que poderia passar por algo assim ago-ra. Talvez em um futuro distante, como acontece em alguns filmes de ficção ci-entífica. A maioria de nós achou que 2019 foi um ano difícil, mas 2020 está se superando em dificuldades. Um ano praticamente perdido, pois ainda não sabe-mos quanto tempo mais ficaremos isolados. Quantos amigos e parentes, e pes-soas que não conhecemos irão sucumbir por causa desse vírus. Uma história que está sendo vivida pela humanidade toda. Surgem explicações esotéricas. Alguns acreditam que isso é uma nova chance, um novo recomeço para a huma-nidade.

Um susto que nos faz pensar no outro, deixar o egoísmo de lado e pensar que não estamos sozinhos e que a minha atitude de me cuidar, implica em ter cuida-do com o outro também. Essa pandemia fez surgir à solidariedade, a empatia. Alguns dizem que o planeta está se beneficiando de estarmos em casa. Menos poluição, menos agressão ao meio- ambiente. Ao mesmo tempo em que coisas boas surgiram, o impacto econômico que isso está causando e ainda irá causar é algo preocupante. O desemprego, a ruína de algumas empresas, a falta de di-nheiro e a falta de trabalho para o trabalhador autônomo são consequências ter-ríveis. Aquele que é menos favorecido com certeza sofre mais. Mas a pior conse-quência que ela trás, é a morte.

Alguns mais espiritualizados tentam ver o lado bom disso, mas, e aqueles que perderam amigos, parentes, será que acham que existe lado bom nessa situa-ção? Com certeza não. Essa história de que “ estamos mais conectados com nós mesmos” como apregoam alguns, será mesmo que faz sentido?

Só quem passa por algo muito difícil e dolorido sabe o que está sentindo. Esta-mos falando de um vírus. E o que faz esse vírus? Espalha-se, e espalha o ter-ror. Quem consegue fazer quarentena, que ótimo, quem tem emprego, salário, ou é rico o suficiente para poder ficar sem trabalhar, que ótimo. Mas nem todo mundo vai achar que isso é uma oportunidade de crescimento, nem todos vão fazer o isolamento, muitos vão dizer que isso é um pesadelo, com pessoas mor-rendo. Então não se sinta culpado se acha que isso não é oportunidade para na-da. Não se sinta culpado se você não está bem, se a solidão está pesando, se você não sabe o que fazer. E, não se sinta culpado, por estar fazendo o isola-mento.

O que não está certo é banalizar a pandemia achando que não é nada sério. Não respeitar o que diz a OMS( Organização Mundial da Saúde) sobre ficarmos em isolamento. O que não é certo é não se importar com a morte de milhares de pessoas, e tratar esse problema desconsiderando tudo o que é dito e feito para tentar conter a disseminação desse vírus. O que não é certo é agir com levianda-de e querer tapar o sol com a peneira.

Vamos nos cuidar e pensar nos outros. São bilhões de pessoas em casa. O pla-neta está mais silencioso. Temos mais tempo para pensar no que está aconte-cendo. Com certeza não sairemos dessa crise do mesmo jeito que entramos.

Quem sabe aproveitamos e tiramos um tempo para pensar e repensar nossa existência, nossos caminhos, nossos quereres, nossos sonhos, e incluir nesses pensamentos amor, muito amor, pois só ele é capaz de transformar o mundo.

Mariene Hildebrando

e-mail: [email protected]

Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 2

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A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download na web

Diretor, Editor e Jornalista responsável Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Colaboradores Fixos:

Mariene Hildebrando Genha Auga Filipe de Sousa João Paulo E. Barros Marcelo Goulart

Colaboradores eventuais:

Roberto Ravagnani Luis Fernando Veríssimo, Misael Galvão José Armando Nougeira Luciane Soares da Silva Karoline Figueiredo Clayton Melo Francielle Bertolacini

Fontes:

jornaldoogunhe.com.BR brasilescola.uol.com.BR oeco.org.BR Callendar

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira responsa-bilidade dos colaboradores que assinam as

matérias, podendo seus conteúdos não corresponderem à opinião deste Jornal.

Colaboraram nesta edição

Roberto das Neves: “O mundo começou por um incesto e um fratricídio, e até hoje não melhorou”.

* * * Câmara Cascudo: “Nações e frutos têm sua hora

natural de maturação”. * * *

O povo (ditado popular): “Casa de mulher feia não precisa de tramela”.

* * * Constâncio Alves: “Há anedotas que passam de celebridade em celebridade, como roupas de alu-

guel, que passam de corpo em corpo”. * * *

Érico Veríssimo: “A gente foge da solidão quando tem medo dos próprios pensamentos”.

O povo (dito popular): “O tempo tudo cura, menos a velhice”.

* * * César Zama: “Suicidem-me os senhores, porque

por minhas mãos eu não me suicido”. * * *

Paula Nei: “A maternidade é um fato, mas a paterni-dade é um problema”.

* * * Carlito Maia: “Quem tem mãe não sabe o que está

perdendo”. * * *

Aristides Ávila: “A diferença é a seguinte: apetite é fome de quem tem o que comer; fome é apetite de

quem não tem o que comer”. * * *

Marquês de Maricá: “A imaginação é o paraíso dos afortunados e o inferno dos desgraçados”.

* * *

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 3

O voluntariado mostra sua cara Em tempo de pandemia e quarentena, brigas políticas, desespero econômico, salta aos olhos as ações de voluntariado por todos os cantos do mundo e das formas mais diferenciadas, disponíveis para quase todos os perfis de pessoas que buscam uma atividade voluntária e para os que precisam de uma ação de voluntariado.

O voluntariado vai sair desta crise mundial, assim como todos nós, reinventado e com o seu valor definitivamente entendido por todos, ou pela grande maioria, pois o vírus nivelou as expectativas e necessidades de praticamente todos no mundo, lógico que com diferenças para alguns que tinham mais que os outros, economicamente falando, mas emocionalmente quase todos seguem no mesmo barco da incerteza e do medo.

Até neste aspecto o voluntariado trouxe alternativas, quantos profissionais da psicolo-gia, da assistência social, entre outros, estão disponíveis voluntariamente para con-versar e tentar dissipar um pouco estas condições emocionais, quantos profissionais disponibilizaram conteúdo, treinamentos e cursos de forma gratuita para que nós pos-samos enfrentar esta nova situação com mais conhecimento e entendimento de nos-sos sentimentos em relação a crise. Tudo isso tem feito a palavra voluntario estar en-tre uma das palavras mais procuradas e pronunciadas nesta quarentena.

O voluntariado sairá fortalecido desta crise, não que eu goste da forma, mas para que exista uma vida pós pandemia, temos que aprender, mesmo que a fórceps, que a aju-da entre os iguais, entenda aqui seres humanos, é fundamental, o voluntariado sem-pre trouxe essa verdade, mas não de forma tão intensa como agora. E aqui vai uma dica, o voluntariado está disponível para todos, mesmo aqueles que estão reclusos quase que por completo, os trabalhos á distancia se apresentaram de forma muito real e com um volume gigante, creio que muitos deles irão perdurar para pós pandemia, o que é muito bom pois vai continuar atendendo aqueles que querem mas tem um tem-po menor ou dificuldades de deslocamento. Ele sempre esteve entre nós, mas agora mais do que nunca ele está ai e vai ficar, trabalho voluntario a arte de mudar o mundo com as próprias mãos. Vamos juntos fazer isso acontecer.

Roberto Ravagnani

Muito ouvimos falar sobre a importância das abelhas para a polinização e desenvolvi-mento da natureza. Esses insetos cumprem um papel essencial, que vai muito além de produzir mel e outros produtos. Porém, colméias inteiras estão desaparecendo e cada vez menos abelhas são vistas. Nos últimos 15 anos, mais de 31% das abelhas dos Estados Unidos sumiram e isso tem se repetido em diversos países. As causas exatas ainda não foram descobertas, mas as suspeitas apontam para o uso descon-trolado de diversos agrotóxicos.

As abelhas vivem em colméias, sejam elas naturais ou artificiais. Cada colônia é for-mada por uma rainha e outras 15000 obreiras. Elas usam a cera para construir favos, onde armazenam o mel e polén, que usam para alimentar as larvas e as abelhas adul-tas.

Cada abelha tem, em média, 28 a 48 dias de vida, com exceção da rainha, que pode viver até 5 anos. A colméia possui também cerca de 1500 zangões, cuja principal fun-ção é fecundar a rainha.

Primeiro, vamos entender o que elas fazem: A polinização, feita pelas abelhas, é o transporte de pólen de uma flor para a outra. É através desse método que as flores são fecundadas, iniciando o desenvolvimento de frutos e sementes na natureza. Ela também pode ser feita através da água, vento e outros animais, como beija-flores e borboletas.

O animal mais famoso e mais eficiente quando se trata de polinização é a abelha. Ela é mais rápida e possui a capacidade de descobrir o melhor horário para coletar o pó-len, apenas observando a flora próxima à colméia e associando isso a intensidade de luz do dia.

Apesar do seu tamanho pequeno, as abelhas possuem uma importância gigante para toda a vida na Terra. Sem elas, a vegetação seria drasticamente reduzida e além de perdermos diversos produtos agrícolas.

Língua portuguesa: Para falar

português corretamente é necessário saber conjugar verbos.

Um dos requisitos mais importantes para falar um bom português é saber conjugar verbos de forma correta, mas aqueles mais difíceis. A Língua Portuguesa pode ser mesmo muito trai-çoeira e os verbos são uma das suas partes mais complicadas de usar e perceber.

Existem vários verbos difíceis de conjugar em português, quer por serem irregulares, quer por serem pouco utilizados, quer por apresentarem uma sonoridade considerada estranha.

É importante conhecer esses verbos e enten-der que existem algumas regras que facilitam a sua conjugação. Estes são alguns dos verbos mais difíceis de conjugar da Língua Portugue-sa.

Compelir

Eu compilo os meus funcionários, não vou mentir.

Ele compele os seus funcionários, mas não ad-mite.

Vocês concordam que eles compilam os fun-cionários?

Apesar do verbo compelir ser um verbos regu-lar, apresenta uma alternância vocálica no radi-cal, passando da vogal e para a vogal i nas su-as formas rizotónicas, ou seja, quando a sílaba tónica está no radical: eu compeli – eu compilo – que eu compila.

Gerir

Eu giro as contas da minha casa e da casa da minha avó.

Você quer que eu gira as suas contas?

Giram bem o dinheiro para pagar as contas.

O verbo gerir apresenta formas verbais irregu-lares, com o radical gir-: eu giro, que eu gira, que eles giram,… É, assim, frequentemente confundido com o verbo girar. Apesar disso, a única forma verbal em comum é eu giro, no presente do indicativo.

Haver

Elas não se houveram corretamente com essa situação.

Ele houve, inacreditavelmente, a carteira perdi-da no táxi.

Haja, no mínimo, dignidade!

Embora o verbo haver seja conjugado majorita-riamente apenas na 3.ª pessoa do singular, co-mo verbo impessoal, pode ser conjugado de forma completa com vários sentidos: lidar, rea-ver, entender-se,… Em diversas formas ver-bais ocorre a alteração do radical hav- para houv- e haj-.

O Voluntariado traz também o sentido á vida daqueles que já o perderam

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20 - Dia Mundial das Abelhas

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 4

Conta a história que em 1847 o Dr.Ignaz Semmelwei, um médico hún-garo,na época em que ainda não se entendia os germes, tentou aplicar métodos científicos para impedir a propagação de infecções num siste-ma de lavagens de mãos que reduziri-a a taxa de mortalidade nas materni-dades.

Ao perceber que as crianças morriam menos ao nascer quando vindas ao mundo pelas mãos limpas das partei-ras e não pelas mãos sujas e ensan-guentadas dos médicos da época, fi-cou intrigado e saiu correndo pelas ruas gritando "lavem as mãos, lavem as mãos".

Foi uma tentativa digna, mas, o Dr. Semmelweis acabou sendo demoni-zado por seus colegas.Depois, no en-tanto, ele ficou conhecido como o "Salvador das Mães".

Mesmo com essa história a adesão ao procedimento e a atenção a essa medida tão simples ainda não era procedimento eficaz em ambientes de saúde e nos lares. Infecções hospita-lares ceifavam vidas de milhares de pessoas sendo que poderiam ser pre-venidas com ações simples.

Os pesquisadores Tschudin-Sutter, Pargger e Widmer publicaram em 2010, que infecções em UTIs, associ-adas aos cuidados de saú-de,vitimavam até 1,4 milhões de pes-soas todos os anos.

A higienização das mãos passou a ser reconhecida como importante a-ção na prevenção de diarréias, desi-dratação e infecções respirató-rias,consideradas as maiores causas de morte em crianças e que poderiam ser evitadas se essas crianças tives-sem desenvolvido o hábito de lavar as mãos.

Em 15 de outubro de 2008, foi criado o “Dia Mundial da Lavagem das Mãos” por uma iniciativa público-privada da Global Handwashing Part-nershipcomo forma de aumentar a conscientização e compreensão dos benefícios da lavagem das mãos e in-centivar comunidades, defensores e líderes a divulgarem essa prática e em quais momentos é importante a lavagem das mãos:

- Antes de manipular ou consumir ali-mentos

- Antes e depois de se entrar em con-tato com pessoas doentes ou acama-das

- Depois de ir ao banheiro

- Depois de espirrar, tossir ou assoar o nariz.

- Após manipular objetos potencial

mente sujos ou contaminados

- Após entrar em contato com animais

- Sempre que as mãos estiverem visi-velmente sujas

No entanto, como forma de alertar pa-ra a importância deste ato, a OMS – Organização Mundial da Saúde, des-de 2007, instituiu o dia 05 de maio co-mo o “Dia Mundial de Higienização das Mãos”, data marcada por ações voltadas para a conscientização de profissionais da saúde, governantes e administradores hospitalares e popu-lação em geral sobre a importância do procedimento para a promoção da sa-úde, uma luta contra a resistência mi-crobiana nas mãos.

Embora essa técnica seja a mais im-portante e eficaz medida contra a dis-seminação de infecções e microrga-nismos resistentes em qualquer esta-belecimento de saúde, foi muito negli-genciada por muito tempo.

Um ato simples, mas é a ação mais eficiente para o controle de infecções relacionadas à saúde e prevenção da transmissão de microrganismos.

No Brasil, a ANVISA - Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária comemora a data no dia 5 de maio, data associa-da ao quinto dia do quinto mês aos cinco momentos da Higiene das Mãos:

- Antes de contato com um paciente

- Antes da realização de procedimen-tos assépticos, como a administração de medicamentos.

- Após risco de exposição a fluidos corporais

- Após contato com um paciente

- Após contato com as áreas próximas ao paciente

A importância da higienização das mãos pode ser evidenciada e apoiada pela OMS e focado principalmente no profissional de saúde como objetivo de melhorar e reduzir as infecções re-lacionadas com a assistência à saú-de, promovendo a segurança de paci-entes, profissionais e demais usuários

dos serviços de saúde transformando a lavagem das mãos em um hábito frequente e que pode salvar mais vi-das do que qualquer vacina ou inter-venção médica.

Na ausência de água e sabão, o gel de limpeza das mãos é tão eficiente quanto uma lavagem correta, já que contém álcool, que remove boa parte das bactérias.

O “Dia Mundial da Higienização das Mãos” é comemorado em todo o mun-do com Campanhas de Conscientiza-ção e em sua maioria voltadas às cri-anças.

Em 05 de maio de 2019, o tema da Campanha Mundial Salve Vidas: “Higienize Suas Mãos”, estimulado pela OMS e apoiado pela ANVISA passou a ser: “Cuidado Seguro para Todos está em Suas Mãos” e, essa campanha passou a prevenir as IRAS – Infecções Relacionadas à Assistên-cia à Saúde.

As luvas também servem para promo-ver uma barreira de proteção na con-taminação das mãos quando em con-tato com material contaminado redu-zindo a possibilidade de transmissão de microrganismos que possam estar presentes nas mãos dos profissionais durante o cuidado prestado ao paci-ente e devem ser trocadas entre a re-alização de procedimentos de um pa-ciente e outro e retiradas imediata-mente após o uso.

As infecções hospitalares causadas por vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos moram em nossa pe-le e mucosas, fazem parte da nossa flora e ficam presentes no ambiente, nas mesas ou maçanetas das portas.

Por esse motivo, a Campanha Anual de Higienização das Mãos é importan-te para prevenir a transmissão dos mi-crorganismos e infecções e, a busca constante pela “taxa zero” nos mostra que não basta só lavar as mãos. É necessário que elas sejam higieniza-das no momento certo e corretamen-te.

Apesar de há tanto tempo esse as-sunto ter sido debatido e comprovado pelos estudiosos da medicina, ainda somos alertados diariamente com li-ções sobre a importância de lavar as mãos, pois, em pleno século XXI e à mercê do “Coronavírus” ouvimos o mesmo e antigo jargão que se repete:

“LAVAR AS MÃOS É SALVAR

VIDAS!”

Que seja o mantra da quarentena de cada um..

Genha Auga

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DIA MUNDIAL DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 5

A liberdade de imprensa

A liberdade de expressão não é princípio abstrato. Está inscrito como um

dos direitos e garantias fundamentais da Constituição no inciso IV do ar-

tigo 5º, onde se assegura a livre manifestação do pensamento, sendo

vedado o anonimato. Sobre esse preceito constitucional, o Brasil read-

quiriu o hábito salutar da liberdade de imprensa, da pluralidade do pen-

samento e da livre manifestação de opiniões.

A democracia se corporifica na presença das muitas manifestações di-

vergentes do povo, mas se fundamenta no respeito à decisão da maioria.

Sem que a maioria sufoque a minoria divergente, composta de variadas

opiniões, visões de mundo e ideologias.

Em alguns casos, a imprensa expressar a voz da maioria. Em outros, vo-

caliza a minoria que se manifesta contrariamente ao senso majoritário.

Torna-se crítica, assume o papel fiscalizador do Estado, posicionando-se

como contraponto ao poder formal e legalmente instituído. É saudável

que assim seja. É bom a existência da oposição, do contraditório, da di-

vergência. O silogismo grego já demonstrava a força do entrechoque de

ideias e de realidades para se chegar a resultado evolutivo no pensa-

mento.

Imprensa livre é, portanto, sinal de que se caminha no sentido de fortale-

cimento da vida democrática, ao lado da pluralidade de pensamentos re-

presentada pelos parlamentos. Não à toa, sempre que se instaura uma

ditadura, as duas primeiras vítimas são parlamentos e imprensa livre.

Um olhar rápido pela História basta para comprovar essa constatação.

Muitos brasileiros viveram essa conjunção sufocante onde imprensa e o

povo não respiravam a liberdade. Por isso, valorizamos tanto a verdadei-

ra expressão de uma garantia e de um direito reconquistado com muita

luta por muitos brasileiros.

É essencial a imprensa livre para o verdadeiro processo democrático.

Imprensa responsável é fundamental para uma democracia justa e equili-

brada, onde os direitos individuais e coletivos sejam assegurados a to-

dos. A liberdade de expressão não pode ser confundida com leviandade

de divulgação de boatos. A esses, devem-se sempre sobrepor os fatos.

Esses sim, senhores maiores do jornalismo de qualidade que vários pro-

fissionais, trabalhando em diferentes veículos, lograram produzir no Bra-

sil. No jornalismo político brasileiro, Carlos Castello Branco tornou-se se-

lo de garantia da boa informação, credibilidade conquistada com apego

religioso na apuração de fatos e desprezo fundo pelos boatos.

Não devemos temer a liberdade de expressão porque o regime constitu-

cional brasileiro estabelece que "é assegurado o direito de resposta, pro-

porcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à

imagem". Esse inciso V é muitas vezes esquecido, relegado aos proces-

sos onde se aplica, sob força de decisão judicial, o reparo à imagem.

Quase sempre, reparos tardios, que nem sempre reconstroem a imagem

derruída por equívocos da imprensa. Mas, de qualquer forma, é meio de

recompor a verdade dos fatos. São dois valores constitucionais: de um

lado, a livre manifestação da imprensa e, de outro, a eventual responsa-

bilização se dano verificar-se

A defesa da liberdade de imprensa é lugar comum. Hoje, o país não abre mão desse valor. Contudo, a expressão vigorosa da liberdade exige rigor na busca dos fatos, os primeiros a sofrerem baixa nos momentos extre-mos das grandes disputas, sejam guerras reais ou eleitorais.

Da redação

QUARENTENA É PARA FICAR EM CASA E NÃO É FÉRIAS—SEJA RESPONSÁVEL!

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Bolsonaro transformou o Brasil em nação de patifes

O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria como linguagem corriquei-ra, adotadas nos mais altos níveis de uma sociedade em-brutecida.

“Apatifar”, nos diz o Aurélio, significa tornar desprezível, a-viltar, envilecer. Pessoas se apatifam, nações inteiras po-dem se apatifar, ou serem apatifadas. O mundo hoje vive uma assustadora onda de contágio viral que, espera-se, a-cabará controlada ou, eventualmente, desaparecerá. Já pa-tifaria não mata, mas também contagia, com a diferença de que não tem nem perspectiva de cura.

É impossível observar o Brasil de hoje sem a sensação de estar assistindo a uma pantomima tragicômica, à decompo-sição de um Estado que, dissessem o que dissessem de governos anteriores – inclusive os lamentáveis -, mantinha, pelo menos, a linha, o que é mais do que se pode dizer da atuação de Bolsonaro & Filhos no palco do poder.

Agora se entende por que Bolsonaro insistia em dizer que não houve um golpe em 64 nem uma ditadura militar nos 20 anos seguintes: ele queria montar o seu próprio regime mili-tar, enchendo o Planalto de generais de fatiota que deixam seus tanques no estacionamento e entram pela rampa prin-cipal, rindo da gente. Implícita nessa original tomada do po-der está a ideia imorredoura de que só uma casta ilumina-da, os militares, sabe governar um país.

O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria como linguagem corriquei-ra, adotadas nos mais altos níveis de uma sociedade em-brutecida. Apatifam-nos pelo exemplo. Milícias armadas im-põem sua lei do mais forte e mais assassinos com licença tácita para matar. Há uma guerra aberta com a área de cul-tura e a ameaça de um retrocesso obscurantista nas priori-dades de um governo que ainda não aceitou Copérnico, o que dirá Darwin. Aumentam os cortes de gastos sociais, a-lém de cortes em direitos históricos dos trabalhadores. Au-menta a defloração da Amazônia. Aumentam as ameaças à imprensa.

E aumenta a suspeita de que, na Universidade de Chicago, o Paulo Guedes só assistiu às aulas de bobagens para di-zer, caso a economia não deslanche.

Luis Fernando Veríssimo,

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 6

O papel fundamental da imprensa na sociedade

A imprensa é considerada por muitos estudiosos como o quarto poder brasileiro em alusão aos três poderes constitu-intes. O papel primordial da imprensa é levar informação à população com precisão, de forma séria, imparcial, compro-metida com a verdade.

Uma imprensa séria se preocupa em desempenhar o seu pa-pel social para que cada vez mais a população possa sentir-se confiante nesse papel tão importante que é a informação. “Uma imprensa séria é livre de máculas, são os olhos e a voz do povo”. A imprensa como o “quarto poder”, é responsável por controlar os abusos dos poderes constituídos (Legislativo, Executivo e Judiciário) contra a população que, na maioria das vezes, não tem voz ativa para interferir em questões importantes.

Novelas por exemplo: ditam modas, valores, desestruturação familiar como algo normal, enfim, o fato mostra a grande in-fluência que a mídia em geral exerce notadamente sobre vá-rias pessoas, e principalmente demonstra a grande respon-sabilidade da imprensa perante a população. Uma notícia in-verídica acarretará grandes transtornos ou até mesmo danos irreparáveis às pessoas. Por isso a imprensa tem uma res-ponsabilidade imensurável na formação da sociedade, estan-do atrás apenas da inigualável obra criada por Deus, que é Família, sendo essa base de toda conduta moral, honrosa, ilibada do ser humano.

Então, o papel da imprensa nos dias atuais é informar a po-pulação de todo e qualquer acontecimento e até mesmo sair em defesa dos interesses da sociedade, agindo assim, como um órgão fiscalizador. “Quando a imprensa não fala, o povo é que não fala”. Não se cala a imprensa. Cala-se o povo.

.Fonte: jornaldoogunhe.com.br

A data celebra o profissional dos Serviços Sociais, dedicado na luta por melhores condições de vida, saúde e trabalho para os grupos sociais mais desfavorecidos ou "à margem da sociedade". É um membro ativo na luta pelos direitos humanos. Todos podem colaborar para construir um bom ambiente igualitário em uma sociedade, no entanto, os assistentes sociais se especiali-zam (fazendo o curso de ensino superior em Serviços Sociais) em construir projetos e políticas sociais, sempre com o intuito de me-lhorar a qualidade de vida de uma comunidade.

Origem do Dia do Assistente Social

O Dia do Assistente Social surgiu a partir da aprovação da Lei nº 3.252, de 27 de Agosto de 1957, através do Decreto Federal nº 994, de 15 de Maio de 1962, que regulamenta e oficializa a profis-são no Brasil.

No entanto, em 1993, a Lei nº 8.662, de 7 de Junho de 1993, revo-ga a Lei de 1957 e aplica uma nova Lei de Regulamentação da Profissão.

Portanto, em homenagem à regulamentação da profissão, em 1962, o dia 15 de Maio é considerado o Dia Nacional do Assistente Social.

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05 - Dia Nacional das Comunicações

MUSEU: RETRATO DE UMA

SOCIEDADE Há décadas nossa sociedade desempenha transformações

culturais, sociais e tecnológicas. Como reconhecer tais transforma-ções? De que maneira desvelar seus conhecimentos?

Não se refere apenas da luta contra a segregação, como a apartheid,sobre o preconceito implantado social e culturalmente, da maneira como se dá as relações com o objeto, da exposição hu-mana, ou do desenvolvimento tecnológico, mas sim oportunizar re-flexões, esclarecimentos e contribuições para nossa sociedade.

O Museu, espaço de conexão entre ciência, cultura e sociedade, tendo como papel informar e educar por meio de exposições perma-nentes, atividades recreativas, multimídias, teatro, vídeo e laborató-rios. Espaço de despertar a curiosidade, estimulando a reflexão e o debate, promovendo a cidadania, colaborando para a sustentabilida-de das transformações culturais estando ao longo do tempo auxili-ando para a formação cultural em nosso país, intensificando sabe-res inerentes as construções do desenvolvimento humano ao longo do traçado histórico.

Local de progresso do patrimônio cultural, de comunicação da sabe-doria, preservação da memória, da trajetória histórica, de inovação, comprometendo-se a divulgar e preservar a diversidade. Tornando-se ponto de encontro, instrumento de socialização da consciência religioso, técnica, educacional, étnica, estrutural, etc. Disponibilizan-do capacidades de “ver o outro lado da moeda”, participando das transfigurações culturais.

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Por meio de seus documentos raros, máquinas, jornais, pinturas, esculturas, desenhos, móveis, instrumentos, sua arquitetura, por seu acervo, o museu tem sido reflexo do desenvolvimento processa-do por nossa sociedade. Sua capacidade tecnológica de expor, de-senvolver e traduzir o que se apresenta de mais rico, de forma a complementar nosso gnose. Este espaço nos faz perceber o quanto somos fadados ao conhecimento e seus desdobramentos. Quando visitamos um museu depreendemos o quão pequenos somos, e en-tendemos a valência dos rendimentos de nossas transformações culturais. Identificando nossa história por meio de objetos e ima-gens, fazendo com que criemos bens para reflexão sobre o passa-do, a atualidade e o futuro.

Museus são importantes para a formação cultural do país, pois reco-nhecem as transformações da inteligência quando os expõe em seus eventos e salas, desvelando o que está aparentemente enco-berto pela ignorância dos arrogantes.

Fonte: brasilescola.uol.com.br

18 - Dia Internacional dos Museus

15 - Dia do Assistente Social

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A missão do líder

comunitário O trabalho comunitá-rio é essencial aos bairros de Cuiabá, especialmente por-

que a cidade cresceu de forma desordenada, nas últimas déca-das. Dentro de nossa é necessário se compreender os níveis de lideranças existentes na comunidade. E minha visão aponta que há dois tipos de líderes comunitários:

Líder Cidadão: que participa, apóia, contesta a maioria dos assun-tos relacionados ao seu bairro e cidade, mesmo sem ter cargo ou função alguma.

Líder comunitário: é o que se propõe a assumir as responsabilida-des sobre o seu bairro, enfrentando um caminho bem mais árduo. Primeiro passa pelo crivo do voto popular, nas urnas; recebe o mesmo voto de uma eleição convencional para vereador, prefeito e até presidente da República. Ele passa a ser o representante oficial da comunidade e não é remunerado.

Já passei por tal experiência, quando fui presidente da Associação dos Moradores do Bairro Doutro Fábio I. Pude passar por momen-tos de suma importância e fazer uma política mais próxima das pessoas. É a chamada “política de dentro de casa”, onde existem os apelos por melhorias. E no Doutor Fábio I eram muitos apelos. E os obstáculos enormes. Todavia, nada que um líder comunitário não consiga lidar, buscar e executar. E, enfim, ver o resultado posi-tivo em favor da nossa comunidade.

O Líder Cidadão se destaca pela forma de participação que imple-menta na comunidade. Em geral, buscando sempre criar um nível de consciência crítica junto à população, para que ela cobre seus direitos, feito de forma coletiva, vendo os problemas, analisando e agindo. Quase sempre passa o problema para o presidente do bairro buscar alternativas de solução.

Em sendo assim, o líder comunitário – Presidente de bairro – é um herói anônimo. É servidor da comunidade sem remuneração e sempre busca honrar as suas obrigações defender o coletivo. Ele é o verdadeiro representante da comunidade perante o poder públi-co. Sua missão não passa pelo individualismo: “eu fiz, eu sou, eu faço”. Ele deve, sim, se adaptar às diretrizes coletivas da organização comunitária que preside. É certo que não se consegue chegar em lugar algum como sozinho. Todo indivíduo necessita de ajuda de alguém. Porque é o povo que o elegeu: ali já nasceu uma união e um elo com todos. Onde é o primeiro lugar que o morador busca a solução? É na casa do presidente de bairro! Não tem gabinete. Abre as portas da sua casa para atender às pessoas da comunidade. Sua sala e sua cozi-nha se tornam o seu gabinete. E deixa de ter sua privacidade com a família para compartilhar com todos moradores do seu bairro.

Busca de benefícios para comunidade

Quando uma obra chega no bairro, o líder pode comemorar, pois

sabe que teve uma grande luta e muitas dificuldades para chegar até ali. Por exemplo, para ter a obra, certamente participou de vá-rias reuniões com poder público, buscando a melhoria.

É certo que teve que se sujeitar em intermináveis “chás de cadei-ra”. E tirar do seu bolso ou fazer cota com a comunidade para pa-gar a passagem do transporte coletivo, para ir às reuniões. Ou mesmo, ir de carona com membros da diretoria ou com os próprios moradores. O líder deixa de estar com a família em prol do coletivo. Recebe vários“nãos” e, mesmo assim, não desiste. É legítimo, por-tanto, que, depois possa comemorar com a comunidade as vitórias conquistadas para seu bairro.

Parabéns aos novos presidentes de Associação de Bairros de Cui-abá, eleitos neste ano. Desejo que todos possam trilhar o caminho do novo, na busca incessante em melhorias para o coletivo. Repito: sozinho não se chega em nenhum lugar. Contudo, juntos, som sua diretoria, os presidentes com suas comunidades conseguem políti-cas públicas sérias e, por consequência, elevam a auto-estima da população.

O verdadeiro líder comunitário promove sua comunidade e, por ve-zes, faz as pessoas sentirem que o seu bairro é o melhor para se viver e constituir sua família. Ele trabalha sempre para que cada morador se sinta valorizado e ele faça a diferença no seu bairro.

Quando isso acontece, as pessoas se sentem valorizadas. E isso dá um novo sentido ao ego de cada um. E, assim, o líder comuni-tário se sente realizado por mais um dia árduo de trabalho sem re-muneração.

O verdadeiro líder comunitário tem tato com as pessoas e sabe conquistar cada uma delas, mesmo que leve certo tempo. Aquele que é líder verdadeiramente conhece suas próprias fraquezas, mas não se deixa abater por nenhuma delas. A humildade é sua marca. Ele segue seu caminho, cumpre o seu papel com amor e simplici-dade e leva ao topo todos os que ouvem e seguem seus conse-lhos.

Os líderes comunitários sempre atuam em todas as regiões de Cuiabá: Norte, Sul, Leste e Oeste. Sempre fortalecendo projetos e propostas que valorizam a nossa cidade e ajudam a construir um novo tempo. E assegurar o pomposo lema: “Cuiabá capital do Pan-tanal e do agronegócio”. Afinal de contas, a nossa história de líder comunitário é confeccionada com carinho e desejo de mudar para melhor as condições de vida das pessoas.

Fica aqui um caminho a percorrer aos novos presidentes de Asso-ciações de Moradores de Bairros, futuros heróis anônimos, eleitos pelo povo popular do seu bairro e que hoje representa muitos pais de família. Sigam em frente nos momentos mais difíceis. Pense em Deus. Sempre coloquem Deus em primeiro lugar, em suas ações. Valorizem suas famílias. Não tenham medo de errar e de sonhar. Sejam atuantes e determinados, na defesa de suas comunidades.

Trabalhem incansavelmente por seus bairros e o resultado positivo virá com o tempo. E você poderá comemorar com sua família e com sua comunidade as vitórias alcançadas no seu bairro e pelo seu trabalho sem remuneração. Parabéns mesmo a todos que ti-veram a oportunidade de colocar seu nome e disputar a eleição e foram vencedores pelo voto do povo cuiabano.

Misael Galvão

Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 7

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15 - Dia Internacional da Família

Esta data homenageia a instituição familiar, um núcleo essencial para a formação moral de todos os indivíduos.

Vale lembrar que família é o grupo de indivíduos que protegem, cui-dam e amam você. Uma família pode ser formada por diferentes membros, não apenas um pai, uma mãe, por exemplo. Existem fa-mílias com dois pais, duas mães, pais ou mães solteiros, tios, avós e etc.

Existem no mundo diferentes famílias. Família grande, família pe-quena… Família com pai, mãe e filhos, família com casal e um ca-

chorro, família com pai e filhos, família com mãe e filhos, família com dois pais ou duas mães, família em que os avós são os pais, família de sangue, e família de coração.

A família é o amor que plantamos em solo fértil, com raiz forte e que cultivamos e cuidamos constantemente, para que brotem belas flores e bons frutos. Não é à toa que se compara a família a uma árvore. Afinal, o que é a família senão vários galhos unidos pela mesma raiz, e sustentados por um tronco comum, que precisa ser forte para suportar as intempéries da vida.

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05 - Dia Nacional do Líder Comunitário

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 8

UNILAB: muito mais do que uma oportunidade

Este artigo pretende apresentar a magnitude da UNILAB enquanto instrumento de integração regional sob a lógica da cooperação in-ternacional entre os países lusófonos.Fruto da cooperação no setor educativo, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB) é, acima de tudo,um espaço de intercâm-bio (de conhecimentos e de pessoas) entre Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. Sob a plataforma da internacionalização do ensino superior lusófo-no, a 5ª Reunião de Ministros da Educação da Comunidade de Paí-ses de Língua Portuguesa (CPLP), em 2004, promoveu um docu-mento final que ficou conhecido como Declaração de Fortaleza. Neste documento foramestipuladas as seguintes metas: (1) O estí-mulo à qualidade das formações oferecidas no âmbito da CPLP e ao reconhecimento mútuo e internacional; (2) A promoção da mobi-lidade de estudantes, docentes, investigadores e técnicos; (3) A co-operação no domínio da estrutura das formações superiores; (4) O incentivo à participação das instituições da CPLP em programas relevantes de outras comunidades de países. Inicialmente pensada como nome de U-niCPLP, a nova universidade cumpriria, também, a premissa de unificar o idioma e consolidar a integração entre os Estados-membros daCPLP. Assim, desde a apro-vação da Lei nº 12.289, em 20 de julho de 2010, cerca de dois anos após a instaura-ção de uma Comissão de Implantação a fim de desenvolver atividades ligadas ao planejamento institucional, a UNILAB, vin-culada ao Ministério da Educação brasileiro, tem o objetivo de de-senvolver pesquisas e promover a extensão universitária, bem co-mo promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional. A UNILAB, aberta ao público em 25 de maio de 2011, tem como missão institucional específica formar re-cursos humanos para a demanda do espaço lusófono, sobretudo, os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). É importante ressaltar que apesar de estar direcionada à interna-cionalização do ensino superior lusófono, a Universidade atende-também a uma interiorização do terceiro grau brasileiro. Para tal, necessita consolidar-se como elemento de identidade nas distintas regiões em que está inserida, uma vez que os municípios que a re-cebe possuem infraestrutura ainda reduzida. Dividida em quatro unidades, as atividades administrativas e acadêmicas da universi-dade estão localizadasem: Redenção/CE, Campus da Liberdade (sede administrativa)e Campus das Auroras; Acarape/CE, Unidade Acadêmica dos Palmares; e em São Francisco do Conde/BA, Cam-pus dos Malês. Dados oficiais referentes ao início do ano de 2019 indicam que a universidade matriculou 5.169 estudantes nos cursos de graduação e pós-graduação (presenciais e não presenciais), cuja representati-vidade de alunos estrangeiros atinge a marca de 23%. Por experiência pessoal destaco que em 2015 tive o prazer de con-viver durante 6 mesescom estudantes no Campus dos Malês e pu-de constatar que há uma relação de confiança entre a UNILAB, os

estudantes e os países de origem, na medida em que a mobilidade aca-dêmica especialmente dirigida ao Brasil é vista como uma oportunida-de de superar as realidades existen-tes no ensino superior dos países envolvidos. Foi nesse período que ao observar o processo em sua totalidade construí o fluxograma a seguir no qual está representado o passo a passo desde a abertura do edital até o retorno ao

país de origem ou a escolha em permanecer no Brasil. Alguns, de fato, optam em dar continuidade aos estudos em programas de mestrado no Brasil para então depois retornar ao país de origem. Os primeiros três meses são fundamentais para a adaptação, o a-colhimento e a permanência do estudante em solo brasileiro. Há outras universi-dades brasileiras que fazem parte do mesmo contex-to geopolítico da supracitada inte-gração regionalda Cooperação Sul-Sul (ou Coopera-ção Horizontal). Em face da perda de legitimidade da então Cooperação Norte-Sul, anova ordem de coopera-ção está intima-mente ligada à i-deia de comparti-lhamento de sabe-res e tecnologias entre países em de-senvolvimento ao v i -sar metas comuns, sem imposição de condicionalidades, e a pro-moção de maior integração política, econômica, social e cultural entre as partes envolvidas. Figura 1: Embaixada brasileira em Moçambique Fonte:A história contada pela caça ou pelo caçador? Perspectivas sobre o Brasil em Angola e Moçambique (2012) No entanto, a UNILAB é a única que atende as ações da agenda do governo brasileiro à época em relação ao que entendemos por lusofonia, basta ver o movimento nas embaixadas brasileiras em período de inscrições (ver Figura 1).Apesar disso, ‘nem tudo são flores’, pois o contexto de vulnerabilidade socioeconômica dos es-tudantes dos Estados-membros da CPLP é uma circunstância a-temporal e que preocupa a todos que aprovam a missão da UNI-LAB. Mas isso fica para um outro momento. Marcelo Goulart Mestre em Geografia Humana Especializado em espaço lusófono

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Quadro 1: Quantitativo de estudantes Fonte: UNILAB

Fluxograma 2: Etapas da Seleção de Estudante Estrangei-

Na década de 1960, nos EUA, surgiu a proposta dos medicamen-tos genéricos, iniciativa que começou a ser discutida no Brasil em 1970 e só passou a vigorar de fato em 1999. De lá para cá, eles se tornaram populares entre os consumidores, mas ainda geram dúvi-das, principalmente quando comparados aos medicamentos simila-res.

O produto genérico tem a mesma substância ativa, forma farma-cêutica, dosagem e indicação do medicamento de referência - ou de marca --, mas é comercializado a um preço menor e, conse-

quentemente, mais atrativo para a maioria da população", explica

Os genéricos são identificados por uma tarja amarela na embala-gem, com a letra G impressa e os dizeres "Medicamento Genérico" e o nome da substância ativa. "Eles podem substituir o medicamen-to de referência sem pesar tanto no bolso.Já os medicamentos si-milares são aqueles que têm o mesmo princípio ativo, concentra-ção, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indica-ção terapêutica do produto de marca, mas com diferença em carac-terísticas como embalagem, tamanho e forma do produto, prazo de validade, excipiente e veículos, rotulagem etc. Esse tipo de produto deve ser identificado por nome comercial ou marca e não deve ser substituído pelo medicamento de referência sem o conhecimento

20 - Dia Nacional do Medicamento Genérico

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Esta data visa promover debates sobre um dos princípios mais importantes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): o direito da convivência familiar e comunitária com dignidade.

Quando as crianças são negligenciadas ou abandonadas por seus pais biológicos, a adoção é uma alternativa para não privar o jovem de usufruir de uma relação harmoniosa e sau-dável num contexto familiar e social.

Normalmente, durante esta data, algumas organizações, co-mo a Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, promovem atividades lúdicas e educacionais para conscien-tizar a população em geral sobre o funcionamento dos pro-cessos de adoção no Brasil.

Origem do Dia Nacional da Adoção

No Brasil, o Dia Nacional da Adoção foi oficializado a partir do decreto de lei nº 10.447, de 9 de maio de 2002. Esta lei instituiu o 25 de maio como data oficial de celebração do Dia da Adoção no país.

Originalmente, o 25 de maio foi declarado Dia Nacional da Adoção (a nível não-oficial) durante o I Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção, em 1996.

Biomas A Mata Atlântica é um dos grandes biomas brasileiros, junta-mente com a Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa.

O bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE), é o “conjunto de vida (vegetal e animal) defini-da pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identi-ficáveis em escala regional, com condições geoclimáticas si-milares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria”.

Em outras palavras, ele pode ser definido como uma grande área de vida composta por um conjunto de ecossistemas.

Muitas vezes, o termo “bioma” é utilizado como sinônimo de “ecossistema” mas, diferente do ecossistema, a classificação de bioma interessa mais o meio físico (a fisionomia da área, principalmente da vegetação) que as interações que nele ocor-rem. O perfil do local e a dimensão também importam na clas-sificação: um ecossistema qualquer só será considerado um bioma se suas dimensões forem de grande escalas.

Por exemplo, existe o bioma da Mata Atlântica e, dentro dele, ecossistemas como a floresta ombrófila densa, a mata de arau-cária, os campos de altitude, a restinga e os manguezais.

Fonte: oeco.org.br

Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 9

Trabalho Rural no Brasil

A data homenageia to-das as pessoas que trabalham nas zonas rurais, campos, fazen-das como lavradores, agricultores, cuidado-res de animais, e etc.

O Brasil sempre teve na agricultura, no extrativismo e na pecuária suas maiores fontes de riqueza. Em 2013, calculava-se que 15,2 milhões de pessoas exercessem atividades ligadas ao campo. Es-sas ocupações estão em declínio com a mecanização, os baixos salários e a falta de oportunidades no setor.

No entanto, sua atividade é fundamental para que tenhamos ali-mentos de qualidade para comer.

Por isso, respeitar o trabalhador do campo como um profissional que merece todos os direitos é dever da sociedade e do governo brasileiro.

A agricultura rural familiar é responsável por 70% da alimentação do povo.

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25 - Dia do Trabalhador Rural

20 - Dia Nacional da Mata Atlântica 25 - Dia Nacional da Adoção

Esta data tem o objetivo de alertar as pessoas sobre todas as questões relacionadas com o desaparecimento de crianças e a-dolescentes.

De acordo com o S.O.S Crianças Desaparecidas, estima-se que aproximadamente 50 mil jovens desapareçam por ano no Brasil.

Durante esta data, várias instituições em prol dos direitos da cri-ança, organizam atividades que visam mobilizar a população em geral na tentativa de solucionar os milhares de casos de jovens desaparecidos.

Origem do Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

Esta data é uma homenagem ao caso de Etan Patz, um menino de 6 anos que desapareceu nas ruas de Nova Iorque, enquanto voltava da escola, em 25 de maio de 1979.

A partir de então, anualmente os amigos e familiares de Patz se reuniam na data de seu desaparecimento para conscientizar a população sobre os cuidados que devem ter para evitar o desa-parecimento de outras crianças.

Infelizmente, a criança nunca foi encontrada, mesmo com o in-tenso esforço da polícia e comunidade na época. A partir deste caso, começou a famosa campanha que incluía fotos de crianças desaparecidas nas caixas de leite nos Estados Unidos.

Em 1986, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Rea-gan, oficializou o dia 25 de maio como uma data dedicada a to-das as crianças desaparecidas.

25 - Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 10

Como o coronavírus vai mudar nossas vidas: dez tendências para o mundo

pós-pandemia Consumir por consumir sai de moda, morar perto do trabalho, atuar mais no coletivo com colegas de empresas, ou vizinhos do bairro. A Covid-19 vai rever valores e mudar hábitos da sociedade

A Covid-19 mudou nossas vidas. Não estou falando aqui simples-mente da alteração da rotina nesses dias de isolamento, em que não podemos mais fazer caminhadas no Minhocão ou ir aos nos-sos bares e restaurantes preferidos. Sim, tudo isso mudou nosso cotidiano — e muito. Mas o meu convite para você é para pensar-mos nas mudanças mais profundas, naquelas transformações que devem moldar a realidade à nossa volta e, claro, as nossas vidas depois que o novo coronavírus baixar a bola. Por isso talvez seja melhor mudar o tempo verbal da frase que abre este texto e dizer que o coronavírus vai mudar as nossas vidas. Mas como? Que ce-nários prováveis já começam a emergir e devem se impor no mun-do pós-pandemia?

O mundo pós-pandemia será diferente

Entender que mundo novo é esse é importante para nos preparar-mos para o que vem por aí. Porque uma coisa é certa: o mundo não será como antes, conforme nos alertou o biólogo Átila Lamari-no.

“O mundo mudou, e aquele mundo (de antes do coronavírus) não existe mais. A nossa vida vai mudar muito daqui para a frente, e alguém que tenta manter o status quo de 2019 é alguém que ainda não aceitou essa nova realidade”, disse nesta entrevista para a BBC Brasil Átila, que é doutor em microbiologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutor pela Universidade Yale. “Mudanças que o mundo levaria décadas para passar, que a gente levaria muito tempo para implementar voluntariamente, a gente está tendo que implementar no susto, em questão de meses’, diz ele.

Pandemia marca o fim do século 20

Ainda nessa linha, havia uma visão entre especialistas de que falta-va um símbolo para o fim do século 20, uma época altamente mar-cada pela tecnologia. E esse marco é a pandemia do coronavírus, segundo a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, professora da Universidade de São Paulo e de Princeton, nos EUA, em entrevista ao Universa. “[O historiador britânico Eric] Hobsbawm disse que o longo século 19 só terminou depois da Primeira Guerra Mundial [1914-1918]. Nós usamos o marcador de tempo: virou o século, tu-do mudou. Mas não funciona assim, a experiência humana é que constrói o tempo. Ele tem razão, o longo século 19 terminou com a Primeira Guerra, com mortes, com a experiência do luto, mas tam-bém o que significou sobre a capacidade destrutiva. Acho que essa nossa pandemia marca o final do século 20, que foi o século da tecnologia. Nós tivemos um grande desenvolvimento tecnológico, mas agora a pandemia mostra esses limites”, diz Lilia.

Coronavírus, um acelerador de futuros

Vários futuristas internacionais dizem que o coronavírus funciona

como um acelerador de futuros. A pandemia antecipa mudanças que já estavam em curso, como o trabalho remoto, a educação a distância, a busca por sustentabilidade e a cobrança, por parte da sociedade, para que as empresas sejam mais responsáveis do ponto de vista social.

Outras mudanças estavam mais embrionárias e talvez não fossem tão perceptíveis ainda, mas agora ganham novo sentido diante da revisão de valores provocada por uma crise sanitária sem prece-dentes para a nossa geração. Como exemplos, podemos citar o fortalecimento de valores como solidariedade e empatia, assim co-mo o questionamento do modelo de sociedade baseado no consu-mismo e no lucro a qualquer custo.

“A vida depois do vírus será diferente”, disse ao site Newsday a fu-turista Amy Webb, professora da Escola de Negócios da Universi-dade de Nova York. “Temos uma escolha a fazer: queremos con-frontar crenças e fazer mudanças significativas para o futuro ou simplesmente preservar o status quo?”

Efeitos do coronavírus devem durar quase dois anos

As transformações são inúmeras e passam pela política, economia, modelos de negócios, relações sociais, cultura, psicologia social e a relação com a cidade e o espaço público, entre outras coisas.

O ponto de partida é ter consciência de que os efeitos da pandemia devem durar quase dois anos, pois a Organização Mundial de Saú-de calcula que sejam necessários pelo menos 18 meses para haver uma vacina contra o novo. Isso significa que os países devem alter-nar períodos de abertura e isolamento durante esse período.

Diante dessa perspectiva, como ficam as atividades de lazer, cultu-ra, gastronomia e entretenimento no centro e em toda a cidade du-rante esse período? O que mudará depois desse período? São questões ainda em aberto, mas há sinais que nos permitem algu-mas reflexões.

Para entender essas e outras questões e identificar os prováveis cenários, procurei saber que tendências os futuristas, pesquisado-res e bureaus de pesquisas nacionais e internacionais estão tra-çando para o mundo pós-pandêmico. A partir dessas leituras e tam-bém de um olhar para as questões que dizem respeito ao centro de São Paulo e à vida urbana em geral, fiz uma lista com algumas dessas tendências, que você pode ler a seguir.

Confira as 10 tendências para o mundo pós-pandemia

1. Revisão de crenças e valores

A crise de saúde pública é definida por alguns pesquisadores como um reset, uma espécie de um divisor de águas capaz de provocar mudanças profundas no comportamento das pessoas. “Uma crise como essa pode mudar valores”, diz Pete Lunn, chefe da unidade de pesquisa comportamental da Trinity College Dublin, em entrevis-ta ao Newsday.

“As crises obrigam as comunidades a se unirem e trabalharem mais como equipes, seja nos bairros, entre funcionários de empre-sas, seja o que for... E isso pode afetar os valores daqueles que vivem nesse período —assim como ocorre com as gerações que viveram guerras”.

Já estamos começando a ver esses sinais no Brasil —e no centro de São Paulo, com vários exemplos de pessoas que se unem para ajudar idosos, por exemplo.

2. Menos é mais

A crise financeira decorrente da pandemia por si só será um motivo para que as pessoas economizem mais e revejam seus hábitos de consumo. Como diz o Copenhagen Institute for Futures Studies, a ideia de “menos é mais” vai guiar os consumidores daqui para fren-te.

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 11

Esta data celebra a importância cultural e histórica da língua portuguesa para toda a Comunidade de Países de Língua Por-tuguesa (CPLP)

Durante esta data, os países que formam a CPLP promovem eventos especiais na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

No Brasil, o idioma português também é celebrado durante o Dia Nacional da Língua Portuguesa, em 5 de novembro. Esta data foi instituída no país através do decreto de lei nº 11.310/2006.

Outra data que também celebra a Língua Portuguesa é 10 de junho, comemorada principalmente em Portugal (o berço do idioma português). A escolha desta data é uma homenagem ao icônico poeta Luiz Vaz de Camões, o autor de Os Lusíadas.

Origem do Dia da Língua Portuguesa

Esta data foi criada a partir de uma resolução da XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, em 20 de julho de 2009, em Cabo Verde.

São Paulo, por exemplo, é considerada a cidade com maior concentração de falantes de português em todo o mundo. Por este motivo, a capital paulista abriga o Museu da Língua Por-tuguesa.

O idioma português ainda é celebrado no Dia da Língua Portu-guesa, em5 de maio.

Existem nove países que adotam o português como idioma oficial: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné-Bissau.

Nesta data os países do espaço lusófono procuram desenvol-ver atividades que ajudam a promover a cultura do idioma português pelo mundo.

Outra data que também celebra a Língua Portuguesa é 10 de junho, comemorada principalmente em Portugal (o berço do idioma português). A escolha desta data é uma homenagem ao icônico poeta Luiz Vaz de Camões, o autor de Os Lusíadas, que faleceu neste dia em 1579.

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05 - Dia da Língua Portuguesa O

Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) é uma organização humanitária, independente e neutra, que se esforça em proporcio-nar proteção e assistência às vítimas da guerra e de outras situa-ções de violência. Com sua sede em Genebra, Suíça, desfruta de um mandato da comunidade internacional para servir de guardião do Direito Internacional Humanitário, além de ser o órgão fundador do Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. No seu constante diálogo com os estados, o CICV insiste continuamente no seu caráter neutro.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha é o membro fundador do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Verme-lho. A organização foi fundada em Genebra, Suíça, em 1864, onde até os dias atuais está sediada. Tendo começado como uma pe-quena organização de assistência a soldados feridos, o Comitê In-ternacional é atualmente uma das organizações mais respeitadas do mundo, tendo exercido um importante papel no desenvolvimen-to da proteção à dignidade humana desde sua criação. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha é o corpo do Movimento Internacio-nal mais honrado, tendo sido premiado três vezes com o Prêmio Nobel da Paz (em 1917, 1944, e 1963) por seus trabalhos.

História

A organização foi fundada por iniciativa de Jean Henri Dunant, em 1863, sob o nome de Comitê Internacional para ajuda aos militares feridos, designação alterada, a partir de 1876, para Comitê Interna-cional da Cruz Vermelha. A assistência aos prisioneiros de guerra teve grande avanço a partir de 1864, quando foi realizada a Con-venção de Genebra, para a melhoria das condições de amparo aos feridos, e em 1899, quando foi realizada a Convenção de Haia, que disciplinava as “normas” de guerra terrestre e marítima. Atualmen-te, a Cruz Vermelha não se tem limitado apenas à proteção de pri-sioneiros militares, mas também a detidos civis em situações de guerra ou em nações que violem os Estatutos dos Direitos Huma-nos. Preocupa-se ainda com a melhoria das condições de deten-ção, a garantia do suprimento e distribuição de alimentos para as vítimas civis de conflitos, a prover assistência médica e a melhorar as condições de saneamento especialmente em acampamentos de refugiados ou detidos. Também tem atuado em assistência a víti-mas de desastres naturais, como enchentes, terremotos, furacões, especialmente em nações com carência de recursos próprios para assistência às vítimas.

08 - Dia Internacional da Cruz Vermelha

Também conhecido como Dia Internacio-nal dos Enfermeiros, esta data homena-geia o trabalho e contributo dos enfermei-ros e enfermeiras para a proteção da saú-de nos hospitais.

O trabalho desses profissionais é essenci-al para garantir a recuperação e salvamento de vidas em perigo, seja nos hospitais ou demais instituições que necessitam da assis-tência continua de cuidados médicos.

Normalmente, durante este dia são organizadas atividades destina-das aos profissionais de enfermagem, como palestras e discussões que ajudam a potencializar as funções do seu trabalho.

Origem do Dia Internacional da Enfermagem

O Dia Internacional da Enfermagem é celebrado mundialmente desde 1965. Porém, oficialmente esta data só foi estabelecida em 1974, a partir da decisão do Conselho Internacional de Enfermei-ros.

O dia 12 de maio foi escolhido como homenagem ao nascimento

de Florence Nightingale, considerada a “mãe” da enfermagem moderna.

Florence Nightingale, de nacionalidade inglesa, nasceu em Floren-ça, na Itália. Aos 17 anos, Florence Nightingale, que era cristã an-glicana, decidiu ser enfermeira, acreditando ter um chamado de Deus para fazer enfermagem.

Foi na guerra da Crimeia, em que o Reino Unido participou entre 1853 e 1856, que o seu trabalho se tornou mais conhecido e ela foi chamada de “Dama da Lâmpada”, instrumento que usava durante a noite para ajudar melhor os feridos.

Florence Nightingale fundou a primeira Escola de Enfermagem se-cular do mundo na Inglaterra, em 1860.

Dia da Enfermagem no Brasil

O Dia Internacional da Enfermagem passou a ser uma data come-morativa no Brasil em 1938, quando a data foi instituída pelo então presidente Getúlio Vargas.

No entanto, no Brasil é comum a celebração da Semana da Enfer-magem, que começa em 12 de maio (com o Dia Internacional da Enfermagem) e termina em 20 de maio (com a comemoração do Dia do Auxiliar e Técnico de Enfermagem).

12 - Dia Internacional da Enfermagem e do Enfermeiro

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Mas a falta de dinheiro no momento não será o único motivo. As pessoas devem rever sua relação com o consumo, reforçando um movimento que já vinha acontecendo. “Consumir por consumir saiu de ‘moda’”, escreve no site O Futuro das Coisas Sabina Deweik, mestre em comunicação semiótica pela PUC e pesquisadora de comportamento e tendências.

O outro lado desse processo é um questionamento maior do mode-lo de capitalismo baseado pura e simplesmente na maximização dos lucros para os acionistas. “O coronavírus trouxe para o contex-to dos negócios e para o contexto pessoal a necessidade de revisi-tar as prioridades. O que antes em uma organização gerava resul-tados financeiros, persuadindo, incentivando o consumo, aumen-tando a produção e as vendas, hoje não funciona mais”, diz Sabi-na.

“Hoje, faz-se necessário pensar no valor concedido às pessoas, no impacto ambiental, na geração de um impacto positivo na socieda-de ou no engajamento com uma causa. Faz-se necessário olhar definitivamente com confiança para os colaboradores já que o ho-me office deixou de ser uma alternativa para ser uma necessidade. Faz-se necessário repensar a sociedade do consumo e refletir o que é essencial.”

3. Reconfiguração dos espaços do comércio

A pandemia vai acentuar o medo e a ansiedade das pessoas e es-timular novos hábitos. Assim, os cuidados com a saúde e o bem-estar, que estarão em alta, devem se estender aos locais públicos, especialmente os fechados, pois o receio de locais com aglomera-ção deve permanecer.

“Quando as pessoas voltarem a frequentar espaços públicos, de-pois do fim das restrições, as empresas devem investir em estraté-gias para engajar os consumidores de modo profundo, criando lo-cais que tragam a eles a sensação de estar em casa”, diz um rela-tório da WGSN, um dos maiores bureaus de pesquisas de tendên-cias do mundo.

Eis um ponto de atenção para bares, restaurantes, cafeterias, aca-demias e coworkings, que devem redesenhar seus espaços para reduzir a aglomeração e facilitar o acesso a produtos de higiene, como álcool gel. Os espaços compartilhados, como coworkings, têm um grande desafio nesse novo cenário.

4. Novos modelos de negócios para restaurantes

Uma das dez tendências apontadas pelo futurista Rohit Bhatgava é o que ele chama de “restaurantes fantasmas”, termo usado para descrever os estabelecimentos que funcionam só com delivery. Co-mo a possibilidade de novas ondas da pandemia num futuro próxi-mo, o setor de restaurantes deve ficar atento a mudanças no seu modelo de negócios, e o serviço de entrega vai continuar em alta e pode se tornar a principal fonte de receita em muitos casos.

5. Experiências culturais imersivas

Como resposta ao isolamento social, os artistas e produtores cultu-rais passaram a apostar em shows e espetáculos online, assim co-mo os tours virtuais a museus ganharam mais destaque. Esse com-portamento deve evoluir para o que se pode chamar de experiên-

cias culturais imersivas, que tentam conectar o real com o virtual a partir do uso de tecnologias que já estão por aí, mas que devem se disseminar, como a realidade aumentada e virtual, assistentes vir-tuais e máquinas inteligentes.

De acordo com o estudo Hype Cycle, da consultoria internacional Gartner, as experiências imersivas são uma das três grandes ten-dências da tecnologia. Destacamos aqui a área cultural, mas isso também se estende a outros setores, como esportes, viagens a va-rejo, conforme indica o relatório A Post-Corona World, produzido pela Trend Watching, plataforma global de tendências.

6. Trabalho remoto

O home office já era uma realidade para muita gente, de freelan-cers e profissionais liberais a funcionários de companhias que já adotavam o modelo. Mas essa modalidade vai crescer ainda mais. Com a pandemia, mais empresas —de diferentes portes— passa-ram a se organizar para trabalhar com esse modelo. Além disso, o trabalho remoto evita a necessidade de estar em espaços com grande aglomeração, como ônibus e metrôs, especialmente em ho-rários de pico.

7. Morar perto do trabalho

Essa já era uma tendência, e morar no centro de São Paulo se tor-nou um objeto de desejo para muitas pessoas justamente por conta disso, entre outros motivos. Mas, com o receio de novas ondas de contágio, morar perto do trabalho, a ponto de ir a pé e não usar transporte público, deve se tornar um ativo ainda mais valorizado.

8. Shopstreaming

Com o isolamento social, as lives explodiram, principalmente no Instagram. As vendas pela internet também, passando a ser uma opção também para lojas que até então se valiam apenas do local físico. Pois pense na junção das coisas: o shopstreaming é isso. Uma versão Instagram do antigo ShopTime.

9. Busca por novos conhecimentos

Num mundo em constante e rápida transformação, atualizar seus conhecimentos é questão de sobrevivência no mercado (além de ser um prazer, né?). Mas a era de incertezas aberta pela pandemia aguçou esse sentimento nas pessoas, que passam, nesse primeiro momento, a ter mais contato com cursos online com o objetivo de aprender coisas novas, se divertir e/ou se preparar para o mundo pós-pandemia. Afinal, muitos empregos estão sendo fechados, al-gumas atividades perdem espaço enquanto outros serviços ga-nham mercado.

10. Educação a distância

Se a busca por conhecimentos está em alta, o canal para isso da-qui para frente será a educação a distância, cuja expansão vai se acelerar. Neste contexto, uma nova figura deve entrar em cena: os mentores virtuais. A Trend Watching aposta que devem surgir no-vas plataformas ou serviços que conectam mentores e professores a pessoas que querem aprender sobre diferentes assuntos.

Clayton Melo jornalista

Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 12

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Esta data visa promover a conscientização da população sobre a importância do respeito ao contribuinte, ou seja, a responsabilidade de cumprir com todos os deveres fiscais, assim como esclarecer sobre os direitos dos contribuintes.

No Brasil, esta data foi instituída a partir do decreto de lei nº 12.325, de 15 de setembro de 2010.

De acordo com a lei, todos os órgãos públicos que se destinam a fiscalizar a arrecadação dos tributos devem promover atividades e campanhas de conscientização cívica sobre a importância de res-peitar o papel de contribuinte.

Além de esclarecer e conscientizar, a Receita Federal Brasileira também se dedica em tentar simplificar o processo de contribuição dos cidadãos, através de métodos mais cômodos de atendimento.

A criação dessa data em nada alterou o tratamento que se dá ao contribuinte brasileiro. Fala-se em respeito, mas as poucas mudan-ças havidas se limitaram a fatos sem importância, como a coloca-ção de mais cadeiras nos locais onde as pessoas esperam atendi-mento.

Agora em tempos de coronavírus o desrespeito é gritante, quando chegam a triplicar o preço de alimentos essenciais.

25 - Dia Nacional do Respeito ao Contribuinte (criaram o dia mas a maioria esqueceu do respeito)

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 13

ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS

NO NOSSO SITE - O Leitor verá todas as datas

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MAIO

01 - Dia do Trabalho

01 - Dia da Literatura Brasileira

03 - Dia Internacional da Liberdade de Imprensa

03 - Dia do Sertanejo

03 - Dia do Pau-Brasil

05 - Dia da Língua Portuguesa

05 - Dia Nacional do Líder Comunitário

05 - Dia Nacional das Comunicações

05 - Dia Nacional do Expedicionário

05 - Dia do Marechal Rondon

05 - Dia Mundial de Higienização das Mãos

08 - Dia Internacional da Cruz Vermelha

12 - Dia das Mães

12 - Dia Internacional da Enfermagem e do Enfermeiro

13 - Abolição da Escravatura

15 - Dia do Assistente Social

15 - Dia Internacional da Família

17 - Dia Mundial das Telecomunicações e da Sociedade da Informação

17 - Dia Internacional Contra a Homofobia

18 - Dia Internacional dos Museus

18 - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil

18 - Dia Nacional da Luta Antimanicomial

20 - Dia do Pedagogo

20 - Dia Mundial das Abelhas

20 - Dia Nacional do Medicamento Genérico

21 - Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento

23 - Dia da Juventude Constitucionalista

25 - Dia Nacional da Adoção

25 - Dia do Trabalhador Rural

25 - Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

25 - Dia Nac. do Respeito ao Contribuinte (criaram o dia e esqueceram do respeito)

26 - Dia do Revendedor Lotérico

27 - Dia Nacional da Mata Atlântica

29 - Dia Mundial da Energia

30 - Dia Internacional dos Soldados da Paz das Nações Unidas

Esta data homenageia a Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888, a qual pôs fim à escravidão no Brasil. Quem assinou a lei da Abolição da Escravatura foi Dona Isabel, princesa imperial do Brasil.

Não se trata de feriado nacional, sendo esta condição revogada através da Lei nº 19.488, em 15 de dezembro de 1930, pelo ex-presidente Getúlio Vargas.

O Brasil foi o último país livre da América a abolir totalmente a escravatura.

Normalmente, esta data é celebrada nas escolas e instituições de ensino, com o in-tuito de reforçar a história da luta pela criminalização da escravidão, uma prática considerada hedionda na contemporaneidade.

Infelizmente, a discriminação racial ainda predomina em diversas camadas da socie-dade brasileira. Assim, o Dia da Abolição da Escravatura também serve como um mecanismo de conscientização e educação para ajudar a erradicar completamente qualquer tipo de preconceito racial.

A história do Dia do Trabalho surgiu em Chicago, nos Estados Unidos, em 1º de maio de 1886, quando muitos trabalhadores foram às ruas para protestar contra jornada exaustiva diária, que po-dia chegar até 17 horas. Homens e mulheres lu-tavam por uma carga horária de 8 horas e melho-res condições de trabalho. No mesmo dia, todos os trabalhadores americanos realizaram uma greve geral no país. As manifestações ficaram conhecidas como a Revolta de Haymarket.

Nos dias seguintes, os trabalhadores continua-ram reivindicando e os policiais começaram a en-trar em conflito com os grupos. Quanto mais as forças armadas repreendiam, mais os manifes-tantes continuavam e a importância da data fica-va marcada.

Em consequência dos protestos realizados, a França decretou 1º de maio como feriado nacio-nal, e reduziu eduziu a jornada de trabalho para 8 horas, em 23 de abril de 1919. Logos após, di-versos países passaram a tomar a mesma medi-da.

Nos Estados Unidos, a data é celebrada anual-mente na primeira segunda-feira do mês de se-tembro. A pesar do feriado ser reconhecido em 1894, a redução da jornada de trabalho para 8 horas foi efetivada em 1890.

As primeiras manifestações trabalhistas no Brasil ocorreram em 1891, nas principais cidades da época, Rio de Janeiro e São Paulo. Com o pas-sar dos anos, as pessoas passaram a se reunir por todo país no dia 1º de maio, realizando dis-cursos, apresentações musicais, passeatas, e outras atividades.

Em 1910, com o surgimento do Movimento Ope-rário no país, os trabalhadores foram impulsiona-dos ainda mais por ideais socialistas e anarcos-sindicalistas, e os protestos se intensificaram. Em decorrência do Movimento Operário, em 1917, cerca de 50 mil pessoas paralisaram o tra-balho em São Paulo. A iniciativa passou a ser prática comum, sempre no 1º de maio.

A data foi oficializada no país pelo presidente Ar-thur da Silva Bernardes (1922-1926) por meio do Decreto 4.859 de 26 de setembro de 1924. Nas décadas de 1930 e 1940, o presidente Getúlio Vargas passou a utilizar o 1º de maio, não ape-nas para homenagear os trabalhadores, mas co-mo também para divulgar mudanças e benefícios trabalhistas através de instituições de leis. Po-dendo ser citado como exemplo, a legislação so-bre o Salário Mínimo, devendo ser reajustado a-nualmente, com intuito de suprir as necessidades básicas do cidadão brasileiro (alimentação, mo-radia, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social). Outro exemplo foi a criação da Justiça do Trabalho, voltada es-pecificamente para resolver questões judiciais com relação aos trabalhos e aos direitos dos tra-balhadores.

Karoline Figueiredo

01 - Dia do Trabalho

13 - Abolição da Escravatura

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 14

Que venha a nós um mundo novo!

Ninguém menos que Karl Marx escre-veu em “A ideologia alemã”: (…“O pri-meiro ato histórico dos homens, pelo qual se distinguem dos animais não é o fato de pensar, mas o de produzir seus meios de vida.” Eu emendo sem a pretensão de discutir, aprovar ou rebater o economista e filósofo ale-mão, talvez o pensador mais odiado e mais amado do século XIX até hoje.

Apenas pego carona no seu raciocínio para perguntar: quem pro-duz seus meios de vida e consegue acumular fortunas, (sem discu-tir méritos, oportunidades, heranças ou sorte) necessitaria de mais de US$ 5 bilhões para viver, segundo suas regras de conforto, ex-travagâncias ou pão-durismo?

De acordo com o Índice Bloomberg, as 500 pessoas mais ricas do planeta nunca ganharam tanto dinheiro como neste início de 2020. Atingiram em 2019, o recorde histórico: US$1,2 trilhão (equivalente a 60% do PIB do Brasil!). Essas 500 pessoas aumentaram em 25% o patrimônio coletivo (delas), chegando a US$ 5,9 trilhões! Gente: US$ 5,9 trilhões repartidos entre apenas 500 pessoas no mundo! Só vou citar o Jeff Bezos, fundador da Amazon, que continua o do-no do maior patrimônio do mundo: US$ 116,28 bilhões!

Mas a consistência e volatilidade desses números andam de mãos dadas. O efeito covid -19, por exemplo, provocou com a pandemia uma perda a Bezos de 8% no valor do seu patrimônio em duas se-manas. (perdeu mais de US$ 8 bilhões– e daí? Continua riquíssimo e todo faceiro). Fora o desmoronamento de Bolsas e mercadinhos de flores ou de batata mundo afora, além das dificuldades de assa-lariados e aposentados, com o encarecimento geral dos custos de manutenção de tudo. A crise sanitária nascida na esteira da COVID-19 ceifa vidas mundo afora. E também expõe as vísceras da cruel-dade humana como nunca se viu com tanta clareza. Os vergonho-sos extremos agem com a força de cutelos entre o luxo e o lixo.

No Brasil, as desigualdades até então meros números e cálculos estatísticos ganham o mau cheiro de guetos, becos sem esgotos e sem água tratada. Cortiços, casebres e moradias apinhadas de gente. Quando não moradores sem teto e nulos de esperança. Em que pese tamanha dor e o ronco da fome são sobreviventes da in-diferença. Sequer recebem o olhar de quem os vê apenas nas telas das TVs ou nas páginas tímidas de noticiários inócuos e acríticos, na maioria das vezes. Salvo raríssimas exceções de solidariedade, geralmente realizadas por remediados, e não pelos podres de rico. Mas a crise serve de alerta para trazer à tona a fragilidade humana, independente de sua posição socioeconômica e ideológica. O vírus não escolhe etnia, poder ou País. Todos são vulneráveis.

Conforme citação de Monteiro Lobato, no livro de aforismos editado pela magnífica, Migalhas Editora, (aforismo 505) – “De século em século opera-se uma revisão nas ideias humanas, e vai para o refu-go muita coisa tida antes como verdade absoluta –.”

Minha utopia secular: nada a ver com subtrair dinheiro de nenhum afortunado. Pelo contrário. Apenas imaginar que toda fortuna pes-soal acima de US$ 5 bilhões poderia/deveria ser investida para “produzir meios de vida.”

Em outras palavras: desentocar fortunas estagnadas, como se guardadas nas sacolas do Pato Donald. Fortunas que poderiam ge-rar mais fortunas para os donos dos capitais investidos, e criariam, ao mesmo tempo, uma roda-viva ecumênica de desenvolvimento.

Com mais qualidade de vida. Menos pobreza. Mais oportunidades. Mais conforto. Mais saúde. Quem sabe, muito menos violência. Não por acaso o Papa Francisco disse nessa Sexta-Feira Santa, para quem possa compreender seja Cristão ou incréu: “Precisamos de pão não de rifles.”

Afinal, continuo me perguntando: se alguém precisa desesperada-mente acumular mais de 5 bilhões de dólares para si mesmo, jul-gando que essa fortuna pode eternizá-lo na Terra? Penso que não, por isso minha utopia conduz a uma proposta mundial com pers-pectiva histórica mais abrangente. Sobretudo, a partir dessa crise de inquietação do espírito que trespassa a condição humana. Criar, ao em vez do PIB convencional e costumeiro entre as economias mundiais, seu sucedâneo, o Produto de Qualidade de Vida Superi-or (PQVS), onde os abismos entre riqueza e pobreza seriam menos dramáticos. Com as sobras acima de US$ 5 bilhões seriam reinves-tidas na geração de bem-estar humano, não como esmola, mas com novos negócios criadores de meios de produção!

A história das moedas e seus valores são retratos da civilização e suas trocas. Que já incluíram escravos como moeda corrente em vários Países e Impérios. O ser humano como “coisa” mercantil construiu riquezas espalhadas entre os colonizadores e piratas de várias nacionalidades. Desde a antiguidade dos valores atribuídos ao arroz, trigo e às moedas de reis e imperadores, passando pela Bíblica dracma.

Bretton Woods, em plena Guerra de 1944, foi palco do acordo que durou até 1971, quando num passe de mágica os EUA colapsaram a conversibilidade do dólar em ouro, fazendo surgir, do nada, o dó-lar como moeda fiduciária, tornando-se moeda de reserva. Até a libra esterlina, do grande aliado britânico, passou a ser flutuante como moedas de outros Estados/Países. Eu imagino: se os EUA imprimirem toneladas de dólar não haverá inflação nenhuma, por-que o dólar ainda vale quanto pesa! Está na hora de mudar essa relação? Na minha avaliação, sim! O mundo oferece com lágrimas, chagas, dores e sofrimento uma oportunidade excepcional a uma correção desta fadiga histórica que veio à tona em meio à pandemi-a.

O capital não pode mais matar vidas humanas para sobreviver. Com que finalidade ter no acúmulo a antítese da vida? Ainda que essa proposição tenha a ousadia da utopia do alcance mundial, a proporcionalidade da obscena concentração de renda no Brasil po-deria ter como teto de R$ 1 bilhão de acúmulo per capita. Conve-nhamos, esse valor é mais do que suficiente para alguém digladiar pelo trono do mais rico mausoléu de sua terra. Mesmo que quem o possua supere os 100 anos de vida não terá tido tempo de torrar tamanha fortuna. Qualquer valor acima desse acúmulo geraria uma avalanche de investimentos de todo porte, num País onde mais de 90% da população é formada de pobres a miseráveis.

Por tudo isso, o conceito de PQVS, como balizador da nova ordem mundial, poderá gerar centenas e centenas de milhares de novos investimentos, com o consequente crescimento da qualidade de vida de milhões de pessoas mundo afora. Com a criação de mais escolas, mais universidades, mais hospitais, mais formação de qualidade, maior preparo, rendas mais dignas e mais amplas em alcance e valores. Maior igualitarismo sem nenhum cunho ideológi-co de esquerda, direita ou centro. Se preferirem, apenas com a re-colocação da Humanidade no centro como geradora e detentora dos seus meios de vida. E os muito ricos? Pelos meus cálculos e-les ficariam ainda mais ricos. De duas formas soberanas: financeira e moralmente. É isso. Estou pronto para utópicos abraços e muitas pedradas.

José Armando Nougeira

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Este dia foi proclamado pela Assembleia Geral da ONU em 2002, em comemoração da aprovação em 2001 da Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural. A declaração da UNES-CO estipula que a diversidade cultural é um património comum da humanidade.

O objetivo desta data é cultivar a compreensão da riqueza e impor-tância da diversidade cultural, assim como incentivar o respeito pe-lo outro. Conhecer melhor as diferenças entre os povos permite ob-ter uma maior compreensão das vicissitudes, assim como cimentar uma maior união.

21 - Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento

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Maio 2020 Gazeta Valeparaibana Página 15

Quanto um professor deveria ganhar no Brasil?

No ensino médio ou nas séries finais do ensino fundamental, um professor iniciante em Luxemburgo recebe mais de US$ 79 mil por ano, o equivalente a R$ 23 mil por mês. Se estiver com alta experi-ência e qualificação, ou seja, no topo da carreira, receberá US$ 138 mil por ano, ou R$ 40 mil por mês.

Utopia pensar-se isso no Brasil. Mas o que seria razoável?

O piso salarial dos professores deve aumentar 12,84% em 2020, mas ainda assim, está bem abaixo da média mundial. O piso salari-al dos profissionais da rede pública da educação básica em início de carreira foi reajustado em 12,84% para 2020, passando de R$ 2.557,74 para R$ 2.886,24.

O Banco Nacional de Empregos (BNE) revela que a média salarial de um professor universitário na rede particular é de R$ 4.600 e muda muito de acordo com o tempo de experiência do profissional. Conheça: Professor em início de carreira: de R$ 2.800 a R$ 4.800. Com 4 a 6 anos de experiência: de R$ 3.550 a R$ 6.000.

Condições de trabalho e os salários dos professores são sempre citados como principais empecilhos na melhoria da qualidade da educação no Brasil.

A falta de remuneração adequada é um dos principais desafios da educação brasileira ao longo de sua história. Uma série de elemen-tos levam a entender um desprestígio da categoria que vem de lon-ga data. Atualmente, os mais de dois milhões de professores que lecionam na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio nas escolas públicas estaduais e municipais no Brasil são descendentes de uma trajetória que tem início por volta do ano de 1551, quando os jesuítas chegam ao país, durante a colonização, mais especificamente à Bahia. O Brasil só teve a primeira escola cinquenta anos após a ocupação portuguesa.

Na época, os padres, coadjutores e “escolásticos” eram como pro-fessores e também responsáveis pela catequese. Registros históri-cos apontam que os alunos eram as crianças filhas de portugueses ou brasileiros mamelucos e os curumins, indígenas aculturados. Apesar dos serviços prestado à Coroa Portuguesa, os professores não recebiam bons salários e também não dependiam desse paga-mento para sobreviver. A renda era adquirida da venda de gado nas fazendas, em sua maioria aos cuidados dos escravos.

Em 1759, após a expulsão dos jesuítas do Brasil, o legado que res-tou foram dezessete colégios secundários e cerca de 200 escolas de primeiras letras na maioria das capitanias. “A expulsão dos jesu-ítas foi o choque necessário para se constituírem dois tipos de pro-fessores assalariados: o das aulas régias, pago por tributos públi-cos, chamados de “subsídio literário”, cobrado pelas Câmaras Mu-

nicipais do abate de animais nos açougues, da produção de vinho e da destilação de cachaça. E o das escolas particulares que então proliferaram, pago pela prodigalidade de fazendeiros ou comercian-tes e pela novidade da época, a mensalidade dos alunos. Neste momento entra um elemento novo na discussão da educação: a valorização do professor medida não mais pelo seu saber, autorida-de ou pertinência a uma ordem religiosa, mas pelo valor de seu sa-lário, não por acaso denominado então de “honorário”, explica o pesquisador João Antonio Cabral de Monlevade, em sua pesquisa "Valorização Salarial dos Professores".

No século 20, ainda de acordo com o pesquisador Monlevade, o processo de precarização do trabalho do professor se acentuou a-pós o ano de 1960. Na época, o governo promoveu um aumento das matrículas no ensino público e não balanceou a demanda com o orçamento dos trabalhadores na educação do país. As condições de trabalho e o salários dos professores foram impactados negati-vamente, tendo a jornada de trabalho aumentada, em muitos ca-sos.

No atual panorama nacional, os problemas continuam. Número ex-cessivo de alunos, aumento das turmas, expansão da carga horária de trabalho, rotatividade dos professores nas instituições de ensino, precárias condições de trabalho e falta de perspectiva por um futu-ro menos castigante. Após mais de dois séculos e meio de história, em 2018, a remuneração dos professores também está no bojo das discussões a respeito da melhoria da qualidade da educação do Brasil.

Neste ano, o piso salarial dos professores é de R$ 2.886,24. Trata-se do mínimo a ser pago para profissionais em início de carreira, com formação de nível médio e carga horária de 40 horas sema-nais. A quantia é atualizada anualmente e a regra vale para todo o país. Esses profissionais devem atuar em estabelecimentos públi-cos de ensino na educação infantil, no ensino fundamental e no en-sino médio, em todo o país. O piso salarial nacional do magistério foi instituído pela Lei n° 11.738, de 16 de julho de 2008, regulamen-tando uma disposição já prevista na Constituição Federal.

Apesar da legislação, menos da metade dos municípios e 17 esta-dos, além do Distrito Federal, declararam conseguir pagar em 2016 ao menos o mínimo estabelecido em lei aos professores de escolas públicas da educação básica de suas respectivas redes de ensino, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). Mas, a Lei 11.738 não prevê nenhuma punição expressa para o estado ou município que descumprir a norma. Com isso, várias gestões alegam passar por dificuldades diversas e ainda não cumprem o pagamento do piso salarial nacional do magistério.

Enfim: “O professor precisa ser valorizado e as respostas não são imediatas”

Da redação

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Data também lembra o soldado constitucionalista em São Paulo

23 de maio é uma data importan-te para a democracia brasileira. Neste dia, em 1932, quatro estu-dantes paulistas foram mortos num confronto com a polícia. Martins, Miragaia, Dráusio e Ca-margo se manifestavam contra a ditadura de Getúlio Vargas.

A morte deles foi o estopim de uma revolta paulista contra o go-

verno e a favor de uma constituição. As iniciais dos nomes dos

quatro estudantes, MMDC, passaram a ser o símbolo da revolta de São Paulo que eclode em 9 de julho e passa para a história com o nome de Revolução Constitucionalista de 32.

A revolução de 32 foi uma espécie de “revide” dos grupos que fo-ram derrotados pela Revolução de 30. Estes grupos, ligados ao Partido Republicano Paulista (PRP), defendiam a instalação imedi-ata da Assembleia Constituinte e acusavam Getúlio Vargas de re-tardar a elaboração da nova Constituição do país. Porém, almeja-vam recuperar o poder que perderam com a vitória política de Var-gas. O movimento MMDC mobilizou cerca de 100 mil homens, sen-do a maioria representante da classe média. Organizaram-se em frentes de combate e se posicionaram nas divisas de São Paulo com Minas Gerais, com o Paraná e no Vale do Paraíba. Os paulis-tas aguardaram o apoio de outros Estados, o que não aconteceu. No dia 3 de outubro as tropas paulistas se renderam diante da su-perioridade das forças federais

23 - Dia da Juventude Constitucionalista

Page 16: Ano XIII - Edição 150 - Maio de 2020 Distribuição GratuitaDe acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Mato Grosso, o estado com maior número de queimadas

Da Revolta da Vacina às praias lotadas: do que riem aqueles que desafiam

uma pandemia?

(Gravura que retrata a “Revolta da Vacina” que ocorreu na cida-

de do Rio de Janeiro em 1904.)

Não há como pensar o coronavírus e a descrença por parte da po-pulação sem lembrar das razões pelas quais esta parcela, princi-palmente do povo, não acredita que algo possa acontecer. Os áu-dios que tenho recebido apresentam um hipotético carioca des-construindo por dois minutos toda a gravidade da pandemia. Este carioca afirma que seria necessário, para o vírus firmar-se no país, aguentar engarrafamento na avenida Brasil, Luís Paulo Conde, Ro-sinha Garotinho, Pezão, Sérgio Cabral, Crivella, Eduardo Paes, a família Bolsonaro e sua relação com a milícia, a crise hídrica vivida recentemente na cidade, a Igreja Universal. E ainda, o Comando Vermelho, o Terceiro Comando, o Comando Amigos dos Amigos, o Primeiro Comando da Capital e a Assembleia Legislativa. E o que seria um vírus diante do cotidiano do enfrentamento com a Polícia Militar? Ao relembrar o sumiço das vigas da Perimetral e as falsas notícias nas eleições, completa sua fala com a condição do trans-porte público em bairros como Bangu. Para uma população que convive com tiroteios, que gravidade poderia superar sua realidade concreta?

No final de década de 1980, em um país com boa parte da popula-ção vivendo nas cidades, mas com práticas herdadas do mundo rural, as formas de cura eram absolutamente fundadas na ação de benzedeiras, na frequência a terreiros de candomblé e umbanda, nas operações feitas pelo espaço, como as operadas pelo doutor Fritz. Além disto, centros espíritas eram responsáveis por passes, tratamentos e sessões de psicografia que explicavam aos familia-res as razões da morte de um ente querido. Importante lembrar que no Brasil em 2014, um advogado apresentou uma carta psicografa-da em um processo de homicídio. Ela foi aceita como prova teste-munhal em Uberada . E muitos advogados antes deste se valeram do mesmo expediente.

A criação das Faculdades de Medicina no Brasil foi tardia, ocorren-do apenas com a chegada de D. João VI em 1808. A preocupação dos primeiros estudiosos, ocupava-se mais com temas de medicina legal e em como “curar um país doente”. O importante aqui é com-preender como a relação entre povo e doença é estabelecida em pesquisas que advogavam os males sustentados no sangue que era apresentado enquanto raça. Ou melhor, cruzamento racial e degenerescência.

Todos conhecemos popularmente expressões como “raça ruim”. E conhecemos também as formas pelas quais as populações acessa-ram a cura e as formas de tratamento ao longo destes séculos. O privilégio de acesso médico criou em cidades do interior e figura do “doutorzinho”. O médico, branco, filho de algum fazendeiro que vol-tava à pequena Ilhéus, ou a pequena Itaperuna para praticar a me-

dicina. Existia no Brasil também a figura do médico vocacionado que bradando contra o poder, aliava sua medicina ao combate a fome e ao analfabetismo. Era o sanitarista, o médico que cobrava pouco, uma espécie de vocacionado social. Em outros casos, era o “milagreiro” como José de Camargo, um ex-escravo que construiu uma igreja em Sorocaba, incomodando a elite católica local e na-cional. Sem cobrar pela cura.

Seria impossível encontrar entre as classes populares até a década de 1990, alguém que não conhecesse de alguma forma o médium Chico Xavier. E não era incomum encontrar entre as famílias católi-cas brasileiras, pessoas que já tivessem recorrido a psicografia e aos centros de passe existentes em todo o Brasil. Centros adminis-trados por engenheiros, médicos, advogados que encontravam ali, uma forma segura de fazer caridade ao próximo sustentados pelas leis de Alan Kardec. Estes centros sobreviveram e existem até hoje em muitas cidades do Brasil. E são eles, junto com as igrejas neo-pentecostais que produzem as narrativas mais próximas do povo de como tratar doenças que ao fim, estão na alma e por isto, exi-gem fé. A fé sempre foi um vetor de organização social e política no Brasil. Se a pobreza é a condição de entrada para o reino do céu católico, a doença tem uma função essencial para purgar pecados, destas e de outras vidas. Assim, como a morte é um destino seguro para os que acreditam. Não há como vencer estes discursos sem compreender sua sustentação. Não são crendices e tampouco ig-norância. Porque asseguraram a vida de gerações. Ervas, orações, chás, remédios caseiros aliados a certeza de quem não teria mais outra possibilidade a não ser esta aposta.

Uma busca rápida com os termos “descrença” e “coronavírus” é reveladora. De manchetes sobre população exposta a constantes intervenções policiais e tiroteios, da descrença nos políticos, da descrença na mídia e na justiça. A quantidade de situações absur-das de mortes sem resolução e a continuidade de práticas antide-mocráticas parece enfraquecer o apelo de que “é um momento de união”.

Para fechar este texto, volto ao cenário da Revolta da Vacina na capital federal em 1904. O próprio nome remete a uma revolta po-pular contra a vacinação obrigatória. Mas não são poucos os pes-quisadores, principalmente historiadores que observam outras vari-áveis tais como : a obrigatoriedade aliada a presença policial na entrada em casas do centro da cidade, uma nova ordem econômi-ca mundial que impõe uma compreensão de ciência, empregada pelo Estado sem preocupação com a informação à população, o remodelamento de áreas centrais com expulsão de seus morado-res, o alto preço dos alimentos, o alto preço dos aluguéis aliado a crescente especulação imobiliária[1].

Um dos fatos essenciais para entender a relação entre ciência e fé: a varíola para muitos dos moradores negros da área portuária esta-va sob a proteção de Omulu, dentro do panteão africado, ligado a saúde e a doença. Ao evocarem tambores e sofrerem a repressão das autoridades policiais, aumentaram a fúria da população. Dados oficiais dão conta de 200 mortos e vários feridos e presos.

A informação contra o coronavírus é parte essencial de seu comba-te. Mas fica evidente a cada dia que questões básicas sobre saúde, saneamento e emprego e renda serão temas mobilizados no coti-diano. As resoluções dadas as condições básicas de saúde da po-pulação não excluem a debate sobre periferias, acesso a saúde e formas de comunicação. Por isto, não se trata de simples ignorân-cia do povo ou má fé. Trata-se de pensar a relação entre Estado e sociedade civil. Crença e capacidade de ação.

Luciane Soares da Silva

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