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WWW.PIMAMAZONIA.COM.BR ANO IX - Nº 107 - FEVEREIRO DE 2019 ISSN 2359-3369 R$ 15,00 CEL. ALFREDO MENEZES ASSUME A SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS COM O APOIO DA CLASSE EMPRESARIAL E A DIFÍCIL MISSÃO DE RESGATAR A AUTONOMIA DA AUTARQUIA SELVA! ENTREVISTA - Pg. 12

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R$ 15,00

CEL. ALFREDO MENEZES ASSUME A SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS COM O APOIO DA CLASSE EMPRESARIAL

E A DIFÍCIL MISSÃO DE RESGATAR A AUTONOMIA DA AUTARQUIA

CEL. ALFREDO MENEZES ASSUME A SUPERINTENDÊNCIA SELVA!

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SUMÁRIO EDIÇÃO 107 - FEVEREIRO DE 2019

ARTIGOS

EDITORIAL

CIRCUITO

TENDÊNCIAS

LEITURA EXECUTIVA

INDICADORES INDUSTRIAIS

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SEÇÕES

ANIVERSÁRIO ZFM

INDÚSTRIA

Com difi culdade de se atualizar, Zona Franca vem encolhendo ao longo do tempo e completa 52 anos sob o risco de perder mais linhas de produção

Fraca recuperação do nível de atividade industrial do Amazonas em 2018 manteve contratações bem distantes do nível pré-crise

CAPACoronel Alfredo Menezes assume comando da Suframa com apoio da classe empresarial e a difícil missão de resgatar a autonomia da autarquia

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ZFM e governos: lua de mel com aliança trincadaP. 42

Políti ca e desafi os ao ti tular da SuframaP. 39

Eustáquio Libório

Marco Dassori

GESTÃOAndrade GC traçou objeti-vos para validar capacidade administrativa e compe-tência para resultados, até subir ao pódio do GPTW34

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6 NR. 107 - FEVEREIRO DE 2019

No mês em que a Zona Franca de Manaus completa seu aniversário de 52 anos, o novo titular da Suframa, o coronel reformado Alfredo Menezes, assume o leme da autarquia com a missão de resgatar seu protagonismo na região Norte e fortalece-la para os desafios dos novos tempos. As demandas são muitas, mas se resumem em maior autonomia operacional, descontingenciamento de verbas e destravamento de PPBs. A classe empresarial do PIM já demonstrou que, se depender de apoio, a missão do novo gestor será mais assertiva, embora árdua.

O balanço dos 52 anos de existência da ZFM apontam que o modelo encontra-se em uma encruzilhada que pode resultar em seu sepultamento, caso não sejam tomadas medidas urgentes para abrir seu leque de produtos e garantir os que já são manufaturados por aqui. Muita coisa mudou nessas mais de cinco décadas: o mundo se conectou e o Brasil se abriu – embora nem tanto. E, mais importante: indústria e consumidores passaram a incorporar tecnologia em escala crescente em seu cotidiano, com reflexos no consumo e na produção. Não é de hoje que a Revista PIM Amazônia, que leva a marca da Zona Franca em seu DNA, pontua a necessidade do Polo Industrial se reinventar para os novos tempos. Esse imperativo se mantém.

Na seção “Indústria” deste mês, a propósito, os números mais recentes do IBGE apontam para uma dura realidade: vai demorar muito para que as empresas atinjam o nível de crescimento adequado para elevar a empregabilidade a níveis satisfatórios, dados os baixos níveis de uso de capacidade instalada e de taxa de investimentos nas linhas de produção, que gradualmente vêm substituindo o trabalho humano pela automação.

Nesta edição, o leitor confere também os méritos Andrade GC Advogados, nossa escolhida para a editoria “Gestão”. E constata que a empresa traçou um longo caminho de planejamento e metas até crescer e ficar entre as 15 melhores do ranking GPTW (Great Place To Work) 2018.

Boa leitura e até o próximo mês!

Ano IX | Edição 107 | 2019Manaus / Amazonas / Brasil

DIRETOR EXECUTIVOJuarez B. C. Filho

EDITOR CHEFEMarco Dassori MTb/AM 560

FOTOGRAFIARudá Marques, Divulgação e arquivo Balponte

REPORTAGEMMargarida Galvão, Laura Freitas e Marco Dassori

ASSISTENTE DE DIAGRAMAÇÃOLuís Felipe de Almeida Reis

REVISÃOJuvenal Farias

ASSISTENTE DE REDAÇÃOLaura Freitas

A Revista PIM Amazônia (ISSN 2359-3369) é uma publicação mensal da Editora Balponte - CNPJ: 03.855.866/0001-72

WW.PIMAMAZONIA .COM.BRECONOMIA, INDÚSTRIA E NEGÓCIOSNA ZONA FRANCA DA AMAZÔNIA

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As opiniões contidas nos artigos assinados não correspondem necessariamente ao posicionamento da PIM AMAZÔNIA. O que é a Fábrica de Conteúdo?

A fábrica de conteúdo elabora materiais de qualidade que são pa-trocinados por empresas contratantes de seus serviços. Os conteúdos são identifi cados por expressões como “Apresenta”, “Apresentado por”, “Informe Publicitário”, “Oferecimento”, “Especial Publicitário”, “Ofereci-mento”, “Especial Publicitário” e “Conteúdo Publicitário”.

Fábrica de Conteúdo

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Um leitor informado também pode ser um leitor atuante. Participe, então, de nosso esforço para fazer uma Revista PIM Amazônia cada vez melhor. Envie sugestões para as próximas edições. O que você gostaria de ler aqui nos próxi-mos meses? Críticas, denúncias, opiniões ou dúvidas: tudo isso é bem vindo e não ficará sem resposta. Estamos aguardando seus comentários.

Participe!

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OPINIÃO DO LEITOR

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APRESENTADO POR

INSTITUTO DENTALY EXTRAI CÉLULAS-TRONCO POR MEIO DA ODONTOLOGIAClínica foi a primeira no Amazonas a realizar o método em dentes de leite de crianças entre 5 e 12 anos

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PRODUZIDO POR

aposta promissora, de acordo com pes-quisas atuais. Segundo Lopes, trata-se de “uma fonte quase que inesgotável de tratamento que o cliente ou seus familiares possam precisar no futuro”, destaca.

Além da extração de células-tronco, o Instituto Dentaly oferece outros serviços como prevenção, day clinic, odontologia do sono, mapeamento genético e tratamento com ozônio (pioneiro no Amazonas). Realiza igual-

O ato de guardar o dente de leite de uma criança hoje signifi ca mais que preservar uma lembran-ça. A atitude pode salvar

vidas. Estão presentes na polpa do dente de leite as raras células-tron-cos, cujas propriedades são objeto de vários estudos que preveem o tratamento e cura de doenças gra-ves. No Amazonas, o Instituto Den-taly é pioneiro em utilizar o método que envolve a extração do dente de leite de crianças para o armazena-mento e cultivo destas células.

Alguns estudos e aplicações ob-servadas indicam o diferencial po-sitivo da extração das células por meio do dente de leite. Além de ser um procedimento menos invasivo à criança, estas células são muito mais versáteis quanto a sua apli-cação, podendo se transformar em outras, específi cas. “A polpa do den-te de leite é uma fonte de células--tronco que pode ser usada tanto pela criança quanto por qualquer pessoa da família que tenha com-patibilidade. Essas células, quando necessárias, podem reparar o teci-do da pele, o tecido adiposo, tecido cardíaco, dos olhos, sistema nervo-so, entre outros”, conforme cita o cirurgião-dentista do Instituto, Dr. Marcelo Lopes.

O procedimento pode ser feito no período de troca dos dentes entre os 5 e 12 anos, sem causar nenhum dano ao processo natural da troca dos dentes. Aproveita-se o momen-to em que o dente já está prestes a cair, para a preparação da extração, coleta e armazenagem do dente. E, para que sejam mantidas todas as suas propriedades, é necessário que o mesmo nunca tenha sofrido com cárie ou qualquer outro trauma. No caso de ter perdido a oportunida-de da coleta à época dos dentes de leite, existe a alternativa de realizar o procedimento em pacientes com no máximo 21 anos que retirem o 3° molar (conhecido como “dente do juízo”), seguindo as mesmas regras do dente de leite.

O armazenamento das células--tronco têm se apresentado uma

O PROCEDIMENTO PODE SER FEITO NO PERÍODODE TROCA DOS DENTES,ENTRE OS 5 E 12 ANOS

Fábrica de Conteúdo

mente serviços odontológicos corriqueiros como: restaurações, extrações, implantes, prótese, or-todontia, odontopediatria, endo-dontia, cirurgia, etc.

No Instituto, também existe a possibilidade de que todos os membros da família sejam atendi-dos no mesmo horário, simultane-amente, oferecendo desta maneira maior conveniência, praticidade e economia.

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CIRCUITO

DISTRITO INDUSTRIAL DE CASTANHAL MAIS PERTO DA REALIDADE

BANPARÁ E BANCO DA AMAZÔNIA FECHAM PARCERIA PARA OPERAR FNO

Representantes da Codec (Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará) receberam, neste mês, na sede do órgão em Belém, o prefeito e secretários municipais de Castanhal para discutir a implantação de um Distrito Industrial na cidade do nordeste paraense. A reunião visa a continuidade das negociações para a criação do polo. O Distrito, destinado exclusivamente a atividades industriais, será instalado a 7 km do centro do município, na PA que liga Castanhal à cidade de Inhangapi. Conforme o

O Banco do Estado do Pará (Banpará) e o Banco da Amazônia vão ser parceiros nas operações financeiras do FNO (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte) no Estado. O FNO financia crédito a projetos de pequenos, médios e grandes empreendimentos, da pequena à grande produção, em agricultura, serviço, indústria e comércio. O fundo reserva R$ 2,7 bilhões para serem investidos no Pará em 2019. Segundo o presidente regional do Banco da Amazônia, Valdecir Tose, a ideia é destinar um limite desse

IMAGENS: 1 , 2 E 3 D IVULGAÇÃO

titular da Codec, Lutfala Bitar, o projeto é uma das prioridades da nova gestão da Companhia. “O Distrito de Castanhal será o primeiro no Estado a seguir o modelo de condomínio industrial e vai dispor de toda a infraestrutura necessária para a atração de novas indústrias”, afiançou Bitar. O prefeito de Castanhal, Pedro Coelho diz que o potencial de atração de novos empreendimentos é alto na área e que já existem diversas empresas interessadas em se instalar por lá, em virtude da localização privilegiada.

crédito ao Banpará para a geração de novos negócios no Estado. O banco estadual será a primeira instituição financeira a firmar parceria nesse tipo de operação. Ainda não há data prevista para o início dos trabalhos, mas a documentação referente ao contrato e norma de repasse já está sendo adequada ao sistema tecnológico da instituição financeira. “Fortaleceremos esta ação porque acreditamos que o Banpará pode ser uma força importante em prol do nosso desenvolvimento”, encerrou o governador Helder Barbalho.

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AMAZONASTUR E UEA UNEM FORÇAS PARA POTENCIALIZAR TURISMOA Amazonastur (Empresa

Estadual de Turismo do Amazonas) firmou parceria, neste mês, com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio do Observatur (Observatório de Turismo da UEA), para potencializar o setor como nova matriz econômica do Estado. Um grupo de trabalho do órgão, juntamente com a equipe de professores da UEA, vai compilar dados do turismo, via Observatório, do que foi produzido na região nos últimos anos. A ideia é fazer um estudo de longo prazo com o prognóstico

para o setor, identificando erros, acertos, além do trabalho desenvolvido no Estado. De acordo com a coordenadora do Observatório de Turismo da UEA, professora Selma Batista, os primeiros resultados dos estudos se darão em pelo menos um ano e meio. Ela salientou ainda que o levantamento de dados substanciará as projeções turística de cada região do Amazonas. “O turismo gera 7% das exportações de escala mundial. Um a cada dez empregos está destinado para o profissional dessa área”, finalizou.

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FEIRAS DE ORGÂNICOS MOVIMENTAM R$ 1,58 MILHÃO EM MANAUSEm janeiro, cerca de 100 mil

pessoas visitaram as Feiras de Produtos Regionais em Manaus, promovidas pelo Governo do Estado, através da ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável). Em comparação ao mesmo período do ano passado (70.379), as feiras obtiveram um aumento de quase 30% no número de visitação. As oito edições semanais, além de uma quinzenal, movimentaram mais de R$ 1,58 milhões. As feiras realizadas no Shopping Ponta Negra e no Cassam (Centro Associativo dos Suboficiais e Sargentos da Aeronáutica em

Os governos do Acre e de Rondônia assinaram, neste mês, um protocolo de intenções para fortalecer o desenvolvimento da agricultura e da pecuária dos dois Estados. “Os Governos do Acre e Rondônia estão muito alinhados em suas políticas de desenvolvimento. Queremos produzir soja, arroz, feijão e tudo aquilo que for possível para aquecer a nossa economia”, enfatizou o governador do Acre, Gladson Cameli, durante o evento. No documento, foram formalizados acordos de cooperação e ações que visam

Manaus), se destacam entre as edições que mais movimentam recursos com a comercialização de produtos regionais. Ao todo, 625.736 mil quilos de produtos foram vendidos em janeiro.

A venda de hortaliças e frutas lidera o ranking de produtos mais comercializados. Na sequência, está o consumo de alimentação nas feiras por meio do setor de economia solidária, com a participação de empreendedores locais ofertando comidas preparadas na hora como tapioca, pé de moleque, tacacá, pastel, entre outros. A venda de pescado e ovos também se destaca.

fortalecer a cadeia produtiva dos dois Estados, como produção de grãos, pecuária de corte e do leite, avicultura, cafeicultura e piscicultura. Qualificação e assistência técnica aos agricultores, integração e otimização das políticas públicas de infraestrutura logística, tributárias e ambientais também estão na pauta. Nos próximos dois dias, uma comitiva de empresários e autoridades rondonienses, liderada pelo vice-governador de Rondônia, José Jordan, vai conhecer as experiências agrícolas desenvolvidas no Acre.

IMAGENS: 1 , 2 E 3 D IVULGAÇÃO

O projeto tocantinense de APL (Arranjos Produtivos Locais) voltado à piscicultura poderá se tornar o modelo adotado pelo MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) para toda a região Norte do País. A sinalização foi dada neste mês, durante apresentação em videoconferência dos técnicos da Secretaria de Indústria e Comércio e coordenadores do NAPL/TO (Núcleo de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais do Tocantins), Marcondes Martins e Geanny Pinheiro. Os fatores que chamaram atenções para

PISCICULTURA: TOCANTINS PODE SER MODELO PARA REGIÃO NORTE

ACRE E RONDÔNIA ASSINAM ACORDO PARA IMPULSIONAR AGRONEGÓCIO

Tocantins foram a mobilização institucional, o modelo de governança, e a capacidade de elaboração e execução do plano de desenvolvimento, que entre outras ações resultou na implantação da Câmara Setorial da Piscicultura – um dos setores do agronegócio que mais cresce na região. Outra possível conquista será a inserção do Estado nas Rotas de Integração Nacional, uma das estratégias do MDR com a meta de fomentar o desenvolvimento regional e a inclusão produtiva de territórios com baixo dinamismo econômico.

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CAPA / ALFREDO MENEZES

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13 NR. 107 - FEVEREIRO DE 2019

POR MARGARIDA GALVÃOFOTO: RUDÁ MARQUES

“PRIORIDADE É DESTRAVAR PPBS E DESCONTINGENCIAR

VERBAS”

C om a missão de resgatar o protagonismo da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no cenário da região Norte, o militar

reformado Alfredo Menezes assumiu a direção da autarquia no dia 18 de fevereiro, disposto a mostrar ao Brasil os benefícios que o modelo

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coisas mais importes que temos. Portanto, quero sair do discurso e ir para a prática. Gerir é fazer as coisas acontecerem, não com discurso, mas com ações. E é dessa forma que vou trabalhar na autarquia. A ordem do presidente Bolsonaro é trabalhar dia e noite para alavancar o modelo, fazer o que é necessário para que possamos melhorar o que se tem aí com produtividade e competitividade.

Quais as vantagens que sua formação militar e acadêmica podem trazer a sua gestão na autarquia? Vai trazer valores como probidade e austeridade, que são essenciais para qualquer gestor público. Além disso, tenho experiência na área de infraestrutura e plataforma logística. Como venho do setor financeiro – era gerente regional de um banco –, com certeza essa área financeira vai ser essencial. Mas, o mais importante são os valores.

As lideranças do PIM defendem uma Suframa mais forte, e atuante. O que o senhor tem a dizer sobre isso?Estou aqui para dar esse status à Suframa. Não tenho dúvida de que, com as orientações que recebi do presidente Jair Bolsonaro, acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes, vamos implementar e dar um protagonismo maior para a Suframa. É o que eu e minha equipe vamos fazer. Para isso, estou me articulando para trabalhar em sinergia com a bancada amazonense no Congresso, com os deputados estaduais, com o Governo do Estado, com a Prefeitura de Manaus. Enfim, a Suframa precisa se aliar aos dirigentes do Polo Industrial de Manaus e às demais entidades de classe para que possamos fazer um trabalho conjunto. Parto do princípio de que não existe um ‘salvador da pátria’, o que existe é uma conjugação de esforços para conseguir esse fim. Conseguindo isso, com certeza vamos gerar mais empregos e renda para a nossa região.

E como fica o diálogo com as outras

CAPA / ALFREDO MENEZES

“ESTOU ARTICULANDO PARA TRABALHAR

EM SINERGIA COM A BANCADA AMAZONENSE

NO CONGRESSO, A ALEAM, O GOVERNO

DO ESTADO E A PREFEITURA”

ZFM oferece para a economia nacional, principalmente na geração de empregos – um total de 700 mil em função dos insumos comprados de outros Estados pelas empresas incentivadas pelo modelo. Para incrementar as ações da autarquia em nível nacional e internacional, Menezes diz ter feito algumas exigências ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes. A lista inclui autonomia administrativa para nomear sua equipe, autonomia financeira da autarquia – acompanhada do descontingenciamento de seus recursos – e a volta do controle da Suframa sobre o estabelecimento dos Processos Produtivos Básicos (PPBs). A intenção, de acordo com o novo dirigente, é fazer uma gestão austera, íntegra, moderna, com planejamento e fiscalização. Leia a entrevista na íntegra, a seguir.

Revista PIM Amazônia – Qual o diferencial que o senhor pretende imprimir na Suframa, por meio de sua gestão?Alfredo Menezes - Planejamento, fiscalização, austeridade, probidade, verdade, responsabilidade, lealdade, olho no olho e franqueza. Esses valores são as

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regiões?Também é preciso melhorar o diálogo com outras regiões do país para estabelecer um trabalho em conjunto e desmistificar a afirmação de que a ZFM é inimiga do resto do Brasil. Precisamos mudar essa visão com o qual o resto do país nos enxerga. O PIM ajuda a economia de outros Estados indiretamente. Tanto é que 99% dos pneus usados pelo polo de duas rodas vêm do Rio Grande do Sul, enquanto o aço utilizado vem de Minas.

De que forma a Suframa vai trabalhar para manter os investimentos atuais e trazer novas empresas?A gente vai chamar o empresário e perguntar: ‘Amigo, o que vai precisar para melhorar o teu negócio?’ Esse é o tom que quero dar na minha administração. Quanto aos novos investidores, vamos trabalhar e fazer uma série de ações, a começar focando nos níveis estratégicos naqueles pontos que consideramos necessário, a partir do levantamento interno que estamos fazendo. Quero trabalhar para colocar a Suframa no papel de protagonista, no sentido de melhorar o que está sendo feito. Quando se assume uma função, o objetivo é melhorar, ampliar... A oxigenação é salutar, e o sangue novo sempre é bem vindo.

Ao ser convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a direção da autarquia, o senhor disse ter elencado quatro pontos prioritários. Que prioridades são essas?A primeira prioridade foi autonomia para nomear minha equipe. A segunda foi autonomia financeira, com o descontingenciamento dos recursos da Suframa, por entender que isso é vital. Para você ter ideia, até 2002 a Suframa tinha convênios com diversos órgãos, como governo, prefeituras, em todas as áreas de abrangência da ZFM. O Aeroporto de Lábrea, por exemplo, foi construído com a chancela da Suframa, assim como o frigorifico de Parintins, além de pontes que ligam o Acre com

outros Estados e até uma parte da BR-319 – em torno de 40 quilômetros. O setor moveleiro em Rondônia foi construído com verba da Suframa e hoje esses recursos se perderam. Solicitei ao presidente que estudasse, juntamente com a sua equipe econômica, a possibilidade de conceder esse descontingenciamento para colocar a Suframa como um vetor de desenvolvimento regional. É fundamental que o dinheiro gerado aqui seja investido aqui. O terceiro item foi com relação à agilidade na aprovação dos PPBs das empresas, que atualmente excede o limite máximo de 120 dias estabelecido pela lei, prejudicando o desenvolvimento da indústria. Na prática, esse prazo se excede às vezes de seis meses, oito meses, um ano. Sabemos que no ambiente de completa inovação tecnológica em que vivemos, se nós gastarmos esse tempo todo para aprovar um produto, quando sai da ‘geladeira’, já está ultrapassado. Pedi que se faça um estudo para que haja a possibilidade de o PPB ser trazido para a Suframa. Por último, pedi que pudéssemos dar um outro rearranjo e uma nova formatação nos recursos de pesquisa e desenvolvimento que, por ser um assunto sensível de se tratar, requer a verificação de sua aplicabilidade no

“VAMOS PERGUNTAR AO EMPRESÁRIO: ‘O QUE PRECISA PARA MELHORAR TEU NEGÓCIO?’ ESSE É O TOM QUE QUERO EM MINHA ADMINISTRAÇÃO”

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desenvolvimento tecnológico da região. As empresas que trabalham com eletroeletrônico e que gozam de benefícios da Lei de P&D, têm que desenvolver produtos que possamos utilizar na verticalização da nossa cadeia produtiva. Queremos verificar se esses recursos estão sendo aplicado corretamente na região.

Das quatro prioridades listadas pelo senhor, qual a mais urgente?Todas são necessárias. Mas, não tenho dúvidas de que, se conseguirmos destravar o PPB, trazer para cá, dar agilidade a esse processo, melhorando paralelamente a nossa infraestrutura, com certeza vamos diminuir em muito o custo e os nossos produtos serão muito mais competitivos.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, combate os subsídios fiscais. Como o senhor avalia essa questão?De fato, a política econômica do governo é de rever incentivos fiscais, mas não os da Zona Franca de Manaus, que estão garantidos pela Constituição. Quando se fala em renúncia fiscal, fala-se em incentivo dado para diminuir as desigualdades regionais. Acredito que vai haver um outro olhar sobre os estímulos da ZFM. Há uma promessa do nosso presidente de revitalizar o nosso modelo e criar mecanismos de destravar para melhorar.

No que diz respeito às obras de asfaltamento e sinalização do Distrito, o senhor vai tratar esse assunto com prioridade? Sim, já estive com o prefeito

Artur Neto e um dos assuntos tratados foi o asfaltamento dessas ruas. Nós queremos deixar o Distrito como um ponto turístico de Manaus, que merece, por sinal. Os nossos empresários e futuros parceiros precisam ter o Distrito como uma referência. O prefeito assegurou que o processo de licitação está praticamente pronto e, dentro de poucos dias, será realizado.

Em um futuro bem próximo, as empresas vencedoras certamente iniciarão as obras de asfaltamento e sinalização.O que se pode esperar de investimentos no CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia)?Verticalizar o nosso processo produtivo é fato. Dar modernidade a esse processo é o que desejam a Suframa e todas as empresas do Distrito. Vamos caminhar nessa direção.

Sabemos que o Centro, em sua origem, foi concebido para isso. Temos as verbas de P&D e vamos combinar tudo isso para trabalhar nessa direção. Tenho conhecimento que o CBA está passando por um momento de reformatação. Ainda não tenho dados concretos, mas se pudermos arrumar... O objetivo é produzir aparatos tecnológicos para que essa tecnologia seja

utilizada com matéria-prima da região.

No governo de Jair Bolsonaro, tem havido uma mudança de postura do Brasil com relação aos EUA. Podemos esperar mais investimento dos americanos no PIM?Temos que buscar investimentos de quem tem recursos e tem a nos ensinar. Vejo com bons olhos essa aproximação. Vamos procurar estar mais perto sobre as diretrizes da nossa política externa, caminhando na direção dos EUA, um bom parceiro a nos ensinar. É por aí que temos que caminhar.

Há uma movimentação dos deputados estaduais com a Embaixada do Equador para implantar o Projeto Manta-

Manaus. Como o senhor avalia esse projeto?Como trabalhei na Embaixada do Equador, conheço muito bem esse projeto. Fiquei feliz de saber que uma comitiva dirigida pelo deputado Sinésio Campos (PT) esteve recentemente naquele país, tratando desse assunto. Como trabalhei do outro lado, conheço essa rota. Vejo como alternativa logística. Se realmente for viável, não vejo porque não experimentá-lo.

“A POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO É DE

REVER INCENTIVOS FISCAIS, MAS

NÃO OS DA ZONA FRANCA, QUE SÃO GARANTIDOS PELA CONSTITUIÇÃO”

CAPA / ALFREDO MENEZES

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