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informa informa Ano 34, Número 103 Abril/Maio - 2016 AELO VAMOS CONSTRUIR MELHORES CIDADES? Edição dedicada à memória de Maurício Scopel Essa fazenda que perdeu viabilidade na produção de alimentos (foto) pode vir a ser área para a produção de moradias. Vale a pena empreender em loteamentos? O presidente da AELO, Caio Portugal, explica: “É uma atividade essencialmente privada que produz áreas com infraestrutura urbana integradas à cidade, onde serão construídas a vida, o trabalho e o lazer. É recebedora de toda a sorte de ineficiências, pactos equivocados, perseguição e cobrança da recuperação do processo desordenado de ocupação das cidades.” Percebe-se que empreender é ser persistente, idealista e patriota. Apesar dos problemas, vale a pena. Páginas 6 e 7 Maurício Pereira Scopel, presidente da AELO de 1989 a 1993, faleceu em 25 de março. Nosso setor guarda a imagem do criativo e aguerrido dirigente, um verdadeiro líder. Ele está sendo focalizado no Editorial e também numa página inteira, mas nossa homenagem vai além: toda esta edição do “AELO Informa” é dedicada à memória de Maurício. Páginas 2 e 3

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Abril/Maio - 2016AELOVAMOS CONSTRUIR MELHORES CIDADES?

Edição dedicada à memória de Maurício Scopel

Essa fazenda que perdeuviabilidade na produção dealimentos (foto) pode vir a serárea para a produção demoradias. Vale a penaempreender em loteamentos? Opresidente da AELO, CaioPortugal, explica: “É uma

atividade essencialmente privadaque produz áreas cominfraestrutura urbana integradas àcidade, onde serão construídas avida, o trabalho e o lazer. Érecebedora de toda a sorte deineficiências, pactos equivocados,perseguição e cobrança da

recuperação do processodesordenado de ocupação dascidades.” Percebe-se queempreender é ser persistente,idealista e patriota. Apesar dosproblemas, vale a pena.

Páginas 6 e 7

Maurício Pereira Scopel, presidente da AELO de 1989 a 1993,faleceu em 25 de março. Nosso setor guarda a imagem docriativo e aguerrido dirigente, um verdadeiro líder. Ele estásendo focalizado no Editorial e também numa página inteira,mas nossa homenagem vai além: toda esta edição do “AELOInforma” é dedicada à memória de Maurício.

Páginas 2 e 3

PresidenteCaio Carmona Cesar Portugal

Vice-PresidenteFlavio Augusto Ayres Amary

Diretores:Administrativo e FinanceiroArthur Matarazzo Braga

Relações InstitucionaisElias Resnichenco Zitune

Assuntos RegionaisÂngela Aparecida L. de Paiva Fernandes

Assuntos de Meio AmbienteRonaldo Lucas Brani

Conselho ConsultivoPresidenteCiro Pereira Scopel

Membros EfetivosAntonio Augusto de Araújo Faria GuedesAntonio BasileLuiz Eduardo de Oliveira CamargoRoland Philipp MalimpensaTemístocles Maia Filho

Membros SuplentesCarlos De GióiaCélia Regina de Oliveira Valladares

Conselho FiscalMembros EfetivosPaulo Roberto VelziRoberto Cavalotti HaddadRuth Carmona Cesar Portugal

Membros SuplentesCeci Soares Krähenbühl PiccinaJaques ZituneMarcos Cesar Walter

AELO Informa é a publicação oficial da AELOJornalista-responsável e textos: Luiz CarlosRamos (MTb n.º 8.472-SP)Fotos: Luiz Carlos Ramos e Acervo Secovi-SPArte: Glauco Eduardo Soares

DIRETORIA

2n

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AELOAssociação das Empresas de

Loteamento e Desenvolvimento Urbano - AELO

informanAELO Abril/Maio - 2016

EDITORIAL

CAIO

PORTUGAL *

No momentoem que oprezado leitorestivertomandoconhecimentodeste editorial,

alguma outra informação já teria de seracrescentada ao texto para atualizar avisão em torno do panorama brasileiro,que nós, do setor imobiliário,consideramos em situação extremamentegrave. Faz dois anos que vivemos umasequência de acontecimentos absurdospara o País em geral e para o setorimobiliário em especial. O movimento peloimpeachment trouxe esperança.

Este inédito panorama dramático nosremete à atuação deMaurícioScopelcomopresidenteda AELO,de 1989 a1993.Maurícioassumiu noano em queFernandoCollor foieleitopresidentedo Brasil,virando apágina daditadura edas eleições indiretas. Havia esperança,mas a posse de Collor, em março de 1990,com o anúncio de plano econômico queacabou sendo um desastre, levaria o Paísa uma prolongada recessão. Collor,vaidoso e arrogante, isolando-se em seupequeno partido, o PRN, e enfrentandodenúncias de corrupção que partiam até deseu próprio irmão, Pedro Collor, caiu em1992. Itamar Franco, o vice, assumiu e,aos poucos, garantiu uma reação daeconomia, representada pelo Plano Real.

Na AELO, Maurício Scopel chegou afestejar essa reação, antes de sofrer ograve acidente de automóvel que oafastaria de todas as atividades, em 1993.Faleceu em 25 de março deste ano,deixando um importante legado para onosso setor.

Em seus quatro anos na presidência daAELO, Maurício foi valente e ousado; firmee aberto ao diálogo; ativo, mas sempretrabalhando em equipe. E, sob sua gestão,a entidade se consolidou, enquanto o Brasilsuperava a grande crise.

Este número do jornal impresso “AELOInforma” é totalmente dedicado a MaurícioPereira Scopel. Na página 3, um amplotexto mostra quem foi o jovem líder quecontribuiu para a expressiva arrancada daAELO. A sala de reuniões da entidade tem onome dele, uma homenagem eterna (foto

nesta página).Nas demais

páginas, sãofocalizados temasem torno dosproblemas e dasconquistas dosempreendedoresde parcelamentodo solo.Histórias de lutae de sucesso,como a de LairKrähenbül,ousadoloteador que setornou tambémum respeitadogestor público

na tarefa de garantir moradias paracidadãos de baixa renda em São Paulo eno País.

Se agora estamos tristes pela partida deMaurício Scopel e indignados com fatos dapolítica brasileira, pelo menos somoscapazes de perceber personagens easpectos positivos da atualidade. Muitoobrigado, Maurício! A luta continua.

*Caio Portugal é presidente da AELO

Obrigado, Maurício!

No espaço físico da AELO, as lembrançassobre Maurício Pereira Scopel sãopermanentes. O nome desse dirigente falecidoem 25 de março foi dado, há 15 anos, à Salade Reuniões, na sede da entidade, na AvenidaPaulista, esquina com a Avenida BrigadeiroLuiz Antônio. Na mesma sala, uma foto deMaurício está na galeria dos ex-presidentes,indicando o período em que exerceu o cargo:de 1989 a 1993.

Já no campo do legado para a AELO e parao setor de parcelamento do solo do País, asrealizações de Maurício Scopel à frente destaassociação são percebidas a cada momento,hoje e sempre. Se a atividade de loteador estámais valorizada e transmite credibilidade, istose deve, em grande parte, à atuação dospresidentes e demais dirigentes da AELO e deinstituições parceiras, com especial destaquepara o trabalho de Maurício e seuscompanheiros.

O professor Vicente Celeste Amadei, queintegra os quadros da AELO desde afundação, há 35 anos, comenta: “Maurício foigrande, inesquecível. Tive o prazer e a honrade participar de ações lideradas por ele emdefesa do parcelamento do solo.”

O presidente da AELO, Caio Portugal,lamentou o falecimento de Maurício Scopel,ressaltando o importante papel que essedirigente exerceu em momentos difíceis daentidade: “O trabalho de Maurício é um legadoimortal para todos nós, tendo inspirado cadadiretor e cada conselheiro a seguir seusideais, inclusive nesta época de grave crise noPaís, em que a AELO completa 35 anos. Seuexemplo permanece para quem luta pelo setorimobiliário.” A Diretoria, conselheiros,associados e parceiros também manifestaram

seu pesar à família Scopel.Membro da família Scopel, que tem

expressiva tradição no setor de parcelamentodo solo, Maurício destacou-se como jovemidealista ao empreender projetos em váriasregiões do Estado nos anos 1980. Já em1986, ele se tornou vice-presidente da AELOe, três anos depois, assumiu a presidência.

Foi no início da década de 1990 queMaurício Scopel, comandando um trabalho deequipe, levou adiante mudanças quefortaleceram nossa entidade. Naquela época,o Governo do Estado criou o Graprohab,ligado à Secretaria da Habitação, surgido apartir de reivindicações da própria AELO nosentido de tornar mais ágil o trâmite deprojetos de parcelamento do solo. Mauríciohavia assimilado o talento de seu pai, ogaúcho Antônio Scopel, fundador da empresanos anos 1960. Habilidoso, Maurício Scopelsoube costurar acordos para que a AELO se

consolidasse e atraísse importantes parcerias,além de organizar eventos do setor.Infelizmente, ao sofrer grave acidente deautomóvel, em maio de 1993, ficouimpossibilitado de prosseguir a brilhantecarreira de empresário e de dirigente. O cargode presidente da entidade foi então assumidopelo vice-presidente, Carlos De Gióia.

O estado de saúde de Maurício agravou-seno fim de março. Ele veio a falecer, no dia 25,no Hospital Albert Einstein. Deixa a mãe, sra.Clarice. Eram seus irmãos Ciro, Eduardo,Janete e Luciana. Ciro Scopel, diretor daempresa Scopel, é diretor do Secovi-SP epresidente do Conselho Consultivo da AELO.

Fotos: No alto, Maurício Scopel abraçaGeraldo Portugal em evento, tendo ao lado,entre outros, seu pai, Antônio Scopel (deóculos, terno claro). No rodapé, Maurício fazum balanço do setor; a seguir, sua foto daGaleria dos Presidentes na sede da AELO.

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O legado de Maurício ScopelMEMÓRIA

O engenheiro civil e empresárioimobiliário Lair Alberto SoaresKrähenbühl, exemplo de sucessorem famílias de novosbandeirantes, criadores de bairrose de cidades no País, é o terceiroentrevistado da seção “No Alto doPódio”, que estreou com ClaudioBernardes e prosseguiu com oprofessor Vicente CelesteAmadei. Também gestor públicode ações inovadoras e bemsucedidas, Lair é diretor Técnicoe Comercial da empresaConsurb, onde se tornouespecialista em loteamentos e emhabitação. A empresa foi fundadaem 1962 pelo pai, Alberto MoratoKrähenbühl, arrojadopiracicabano, descendente deimigrantes suíços – falecido em2011, aos 87 anos –, e vemsendo dirigida por Lair e sua irmã,Ceci Krähenbühl Piccina(presidente). Unida, a famíliaKrähenbühl (foto) tem históriaspara contar.

Em seu escritório, no JardimAmérica, em São Paulo, Lair fazo que gosta: idealiza projetos econversa com clientes e amigos.Nesse ambiente, ele posou paraa foto reproduzida nesta página,tendo ao fundo, a planta derecente projeto da Consurb. “AAELO contribuiu decisivamentepara a valorização do trabalho deloteadores”, comenta oentrevistado: “Tive a honra deser um dos fundadores dessaentidade, em 1981, e passei aatuar nela quando Marcos CintraCavalcanti era o presidente. Nagestão de Maurício Scopel, fuipresidente do Conselho Diretivo.Fiquei amigo do Maurício, doClaudio Bernardes, do GeraldoPortugal e de muitos outrosdirigentes da AELO e do Secovi-SP. Naquele tempo, já formadoengenheiro, trabalhava naConsurb com meu pai, homemacostumado a desafios de obras

no Interior e no Litoral e quehavia participado de produtivasparcerias com Luiz Carlos BerriniJúnior em lançamentos como oJardim Anália Franco e aextensão do Brooklin. Berrinitrabalhou com o grande prefeitoPrestes Maia.”

Lair interrompe a entrevistapara atender a um telefonemada mãe, senhora Célia, que foiprofessora na rede públicaestadual e que não abre mão dacondição de conselheira dofilho. Ele sorri e, em seguida,retoma a conversa: “Na casa demeus pais, fui criado sob odiálogo, juntamente com a irmãCeci e o irmão Alberto. E façoisso com minha esposa econselheira Mônica, comminhas três filhas, Cinthia, Júliae Andreia, e com meu filho,Pedro. Na vida e no trabalho,tem de ser assim.”

“Com 12 anos, eu via meu paitrabalhando com o Berrini etambém cuidando de obras daConsurb”, recorda LairKrähenbühl. “Aos 15, passei afazer parte daquele universo.Enquanto muita gente ia jogarbola, preferia trabalhar com meupai. Lembro-me da implantaçãodo Jardim Avelino, hoje parte daVila Alpina, na Zona Leste”,conta ele. “Vivemos nossa vidacom muito trabalho eausteridade.” Mais tarde, cursoua Escola de Engenharia Mauá epassou a aplicar na Consurb osensinamentos tidos nafaculdade e na vida prática aolado do pai. “Levamos adianteloteamentos importantes emSão Paulo e em outrosmunicípios. Acredito que aConsurb se consolidou por teruma visão de futuro sobrealgumas áreas. Somosespecialistas em moradias dequalidade, em cidadeshumanas”, explica Lair.

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NO ALTO DO PÓDIO - 1

Um profissional da habitação

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O gestor público LairKrähenbühl é um caso inéditode empresário imobiliário quese tornou gestor público, tendoatuado no plano federal echegado aos cargos desecretário da Habitação damaior cidade do País esecretário da Habitação doEstado mais populoso, SãoPaulo, assumindo a missão deliderar a construção demoradias de qualidade parafamílias de baixa renda. Suasgestões marcaram época. Lairvive para a família e para otrabalho. Mas tem seusmomentos de lazer. “Sim, soucorintiano. Adoro futebol e vejoos jogos do meu time”, conta.E explica outro passatempo:“Sou apaixonado pelo contatocom a natureza, no Brasil e emoutros países. Trato de aliviar a cabeça,praticando trilha em jipe. Já fui até à

Namíbia, na África, e ao Chile, parapercorrer desertos.” A foto do alto destapágina comprova: Lair em posição

parecida com a da páginaanterior, tendo ao fundo umcenário de seu lazer, oDeserto de Atacama, nonorte chileno. “Lá, vi lindaspaisagens. E o céu émaravilhoso, cheio deestrelas.”

Lair Krähenbühl revelasensibilidade ao falar desuas paixões da vidapessoal e ao comentarexperiências na Consurb enas funções de gestorpúblico. O programahabitacional Cingapura, naPrefeitura de São Paulo, apartir de 1993, não foi suaprimeira ação no campogovernamental: antes, em1990, trabalhou no governofederal. “Em Brasília,percebi ser possível

melhorar os planos de moradia popular”,explica.

Desde garoto, Lair Krähenbühl ficachocado com a existência de favelas noBrasil. O que fazer? Ele defende a tese deque “se as favelas são erradicadas, acidadania é resgatada”. Com base nessafilosofia, Lair fez parte do Conselho deFavelas do Estado de São Paulo e integroua equipe de programa do candidato MarioCovas a presidente da República em 1989.Em 1990, aceitou convite do eleitoFernando Collor para ser diretor dePlanejamento e Normas da SecretariaNacional da Habitação. “Com isso, moreium ano e meio em Brasília e ajudei a criaruma política que previa financiamento dolote popular, mas que acabou não vingandoporque a lei não permitia. Segui em frente econseguimos a reforma na Lei doInquilinato, beneficiando pessoas de baixarenda.”

Em 1992, antes da queda de Collor, Lairdeixou o governo e retomou as atividades

na Consurb, na AELO e no Secovi. E mais:assumiu a presidência da Comissão daIndústria Imobiliária (CII), ligada à CBIC).Em 1993, foi sondado pelo amigo Romeu

Chap Chap, do Secovi, paraassumir a Secretaria da Habitaçãode São Paulo. Teve um contatocom o prefeito Paulo Maluf, queainda não conhecia, e aceitou odesafio – um desafio que fezhistória, com o ProgramaCingapura de habitaçõespopulares, humanizando favelas.Em 2007, houve o mesmo tipo desondagem: era o governador eleitoJosé Serra, convidando Lair paraser secretário da Habitação doEstado. Em quatro anos de gestão,ele inovou, melhorando ascondições das casas da CDHU(foto) e lançando programas, comoo da Serra do Mar, em quemoradores das encostas da serra

são transferidos para áreas mais seguras daBaixada Santista. “Esse programaprossegue no atual governo”, conta Lair.

NO ALTO DO PÓDIO - 2

O gestor público da moradia

“Se favelas são erradicadas, a cidadania é resgatada”

Caio Portugal, presidente da AELO, comenta asbarreiras do setor, e indicaas possíveis soluções

CAIO PORTUGAL

Neste momento de crise nacional, de discussãoprofunda dos problemas do modelo brasileiro deadministração pública, uma das atividades quemais sofrem a ação predatória da inserção doEstado na ação privada é o setor de loteamentos.Trata-se de atividade essencialmente privada queproduz áreas com infraestrutura urbana integradasà cidade, onde serão construídas a vida, otrabalho e o lazer. No entanto, acaba sendorecebedora de toda a sorte de ineficiências,pactos equivocados, perseguição e cobrança darecuperação do processo desordenado deocupação das cidades.

A nova produção desses espaços é feita semqualquer incentivo por parte da administraçãopública e, pelo contrário, é vista com certarenitência, ou mesmo com instrumentos quequase chegam à proibição expressa. E,diferentemente dessa visão, tal segmento

requalifica a cidade, recupera o meio ambiente,ocupa ordenadamente os vazios urbanos, criaverdadeiramente os novos espaços para que opalco urbano atenda a um número maior decidadãos.

O empreendedor de loteamentos atua como odesenvolvedor de novos espaços na cidade E,

para isso, atua como solucionador dasquestões infraestrutura urbana(saneamento, eletricidade, drenagem,ambiental), acesso a serviços públicos(cria áreas para a instalação deequipamentos), recuperaçãoambiental (cria áreas verdes e

6n informanAELO

A ANÁLISE DO PRESIDENTE

Loteamentos: em busca da re

replanta espécies nativas do ecossistema ondeo empreendimento está inserido), mobilidadeurbana (constrói sistema viário comacessibilidade, espaço para transporte coletivo).

Como melhorar essa situação e estimular osetor de parcelamento do solo?

Nesse sentido, como temos debatido nasreuniões do Comitê de Desenvolvimento Urbano(foto), o momento atual favorece que ainterlocução dessa atividade privada busque nosagentes públicos os verdadeiros valores datransparência e eficiência da gestão pública,para tanto, no plano macro: n Reforma do Estado;n Reforma fiscal;n Reforma política.No plano micro:n Repactuação do processo de urbanização.

As concessionárias de serviços públicos devemressarcir aqueles que custeiam o processo deuniversalização: os consumidores;n Simplificação e desburocratização do

processo de urbanização. A ação de quemproduz deve ter o mesmo peso na relação dequem não produz e regula essa atividade. Asubserviência deve ser a lei e não a análisesubjetiva de quem a aplica. Assim sendo, osprocessos de licenciamento urbanístico eambiental devem buscar a eficiência,transparência e a sustentabilidade comequiparação das três componentes – ambiental,econômica e social.

Por um plano de ação conjuntaA AELO, ao lado de todas as atividades do

setor imobiliário, deve articular junto aos trêsPoderes – Executivo, Legislativo, e Judiciário – ameta da prevalência dos aspectos técnicos econsolidar a meta de eficiência conjunta emdefesa do desenvolvimento sustentado,utilizando-se do acesso à informação, dapesquisa, da comunicação, do esclarecimento,do diálogo e, principalmente, da defesaintransigente do importante papel que osdesenvolvedores urbanos transferem àconstrução das cidades.

A reconstrução da nossa economia dependeda recuperação dos valores maiores dasociedade, transparência, trabalho, livreiniciativa e eficiência conjunta.

7n informanAELO

ecuperação e da repactuação

O primeiro curso de 2016 destinado aosetor de loteamentos tem o título deDesenvolvimento e Aprovação deProjetos de Parcelamento do SoloUrbano, uma iniciativa da UniversidadeSecovi, com apoio da AELO, paraempresários, engenheiros, arquitetos etécnicos. As aulas começam em 25 deabril e terminam em 27 de junho, sempreàs segundas-feiras e quartas, das 19 às22 horas, na sede da UniversidadeSecovi, à Avenida Brigadeiro LuizAntonio, 2.344 – 9.º andar, a uma quadrada Avenida Paulista e da estaçãoBrigadeiro do metrô, em São Paulo. Acoordenação geral é do professorVicente C. Amadei.

Ainda há tempo para inscrições, poisas aulas podem ser presenciais ou àdistância. Além disso, é possível optarpor módulos específicos.

Mais informações e inscrições:

Telefones (11) 5591-1304 a 1308E-mail: [email protected] C. Amadei, que durante 35

anos atuou diretamente na área deparcelamento do solo urbano comodiretor geral de empresa especializadaem loteamentos, organiza e coordenacursos de Parcelamento do Solo Urbanoda Universidade Secovi-SP, há mais de20 anos. É diretor da Vice-Presidênciade Desenvolvimento Urbano e MeioAmbiente do Secovi-SP e representantetitular do Secovi no Graprohab.Juntamente com o filho Vicente de AbreuAmadei, Desembargador do Tribunal deJustiça de São Paulo, ele escreveu olivro “Como Lotear uma Gleba – OParcelamento do Solo Urbano em seusAspectos Essenciais (Loteamento eDesmembramento)”, que já está na 4.ªedição. A obra pode ser comprada pormeio do site www.secovi.com.br.

Como lotear glebas: curso e livro

A seção Radar, criada pelojornal “AELO Informa” hácinco anos para divulgarnúmeros oficiais de projetosde loteamentos apresentadosno Grupo de Análise eAprovação de ProjetosHabitacionais do Estado deSão Paulo (Graprohab),confirma agora a previsão deque a crise do País chegariatambém ao setor. Nacomparação dos projetosprotocolados em 2015,houve quedade 26% emcondomínios ede 17% emconjuntoshabitacionais,emcomparaçãocom 2014. Jáo balanço dosloteamentosindica umaqueda menor:1%, passandode 696projetos em 2014 para 688em 2015.

O presidente da AELO,Caio Portugal, vice-presidente deDesenvolvimento Urbano eMeio Ambiente do Secovi-SPe coordenador do Comitê deDesenvolvimento Urbano deSão Paulo (CDU), afirma queesses números nãoconstituem surpresa. E eleadverte que, pelo fato de otrabalho de implantação de loteamentosexigir longo período de maturação, ospróximos balanços deverão continuarnegativos, fruto da crise geral daeconomia e da política do Brasil.

O “AELO Informa” agradece aoGraprohab e ao Departamento deEconomia do Secovi-SP pelofornecimento das informações e gráficosque compõem esta página.

Os gráficos mostram, de 2010 a 2015, avariação do número de projetos de lotea-mentos protocolados no Estado de SãoPaulo e o total de projetos aprovados emcada ano. Os loteamentos aprovados peloGraprohab em 2015 chegaram a 534, comum total de 151 mil lotes, algo acima dos515 projetos e 148 mil lotes do ano anterior.A cidade campeã em aprovação de proje-tos foi, a exemplo de 2014, São José doRio Preto, com 8 projetos e 5.472 lotesprevistos. No anterior, foram 7.171 lotesem 12 projetos. Outra cidade expressivado Interior paulista, Ribeirão Preto, lideroua lista de projetos protocolados em 2015,com 7 projetos para 9.850 lotes previstos,mas sofreu mais restrições no órgão e nemaparece na relação dos 10 municípios com

mais projetosaprovados. Oranking dasaprovaçõesmostra, pela or-dem, depois deRio Preto: Fran-ca, Leme, Inda-iatuba, Catandu-va, Lins, Piracica-ba, Birigui, BadyBassitt e Jaú.

8n informanAELORADAR

Abril/Maio - 2016

Números de 2015 indicam queda

Rio Preto é bicampeãde aprovações

Cerca de 30 anos atrás, a região deRibeirão Preto chegou a ganhar fama de“Califórnia Brasileira”. E o apelido surgiucom base na qualidade de vida da ex-Terrado Café, então centro do maior polosucroalcooleiro do mundo. Não se falavaem pré-sal, o álcool era opção para aenergia. O enriquecimento de Ribeirão edas cidades do entorno atraiu novosmoradores e, assim, incentivou a evoluçãodo mercado imobiliário. Fazendas e sítios,como as áreas do distrito de BonfimPaulista, se transformaram em bairrosdesenvolvidos por empresas deparcelamento do solo para todas asclasses sociais.

Nos últimos anos, houve a crise da canade açúcar, com o fechamento de usinas, e acrise política e econômica do País afetaramRibeirão Preto. A região passou a ter favelase um alto índice de criminalidade. Mas 2016trouxe uma notícia positiva: vai ser criada aregião metropolitana de Ribeirão Preto, com34 municípios: Altinópolis, Barrinha,Batatais, Brodowski, Cajuru, Cássia dosCoqueiros, Cravinhos, Dumont, Guariba,Guatapará, Jaboticabal, Jardinópolis, LuisAntônio, Mococa, Monte Alto, Morro Agudo,Nuporanga, Orlândia, Pitangueiras, Pontal,Pradópolis, Ribeirão Preto, Sales Oliveira,Santa Cruz da Esperança, Santa Rita doPassa Quatro, Santa Rosa do Viterbo,Santo Antônio da Alegria, São Simão, SerraAzul, Serrana, Sertãozinho, Taiúva, Tambaúe Taquaral.

Com população de 1,6 milhão de

habitantes (3,7% do Estado), segundodados de 2014 do IBGE, a RegiãoMetropolitana de Ribeirão Preto deveráocupar um território de 14,8 mil km² (5,96%do Estado). O Produto Interno Bruto (PIB)atinge R$ 48,3 bilhões, de acordo comdados de 2013. Esse valor representa2,93% do PIB do Estado e 0,94% do PIBbrasileiro. Será a sexta regiãometropolitana de São Paulo, que já contacom a da Capital e as da Baixada Santista,

Campinas, Vale do Paraíba e Sorocaba.Ribeirão conserva seu lado romântico de

antigos moradores que se reúnem naPraça XV para discutir política, negócios efutebol, tomar chope no Pinguim edegustar um café na tradicional Única, de1937, na esquina das Ruas Álvares Cabrale São Sebastião. Um dos símbolos daevolução é a Avenida João Fiúza, surgida apartir de loteamentos e hoje ocupada porgrandes e modernos edifícios (fotos).

REPORTAGEMComo vai a Califórnia Brasileira?

9n informanAELOAbril/Maio - 2016

Temos espaço para seuanúncio, seja qual for otamanho. Contatos:Para AgênciaMPropaganda &Marketing (11) 4616-1394 [email protected]

Anuncie neste jornal

A AELO e o Secovi-SP têm caminhadojuntos desde a fundação de nossa entidade,há 35 anos. Neste ano, pela primeira vez nahistória do setor, um presidente da AELOassumiu a presidência do Secovi-SP, omaior sindicato empresarial do setorimobiliário do País. Flavio Amary, quecomandou a AELO de 2009 a 2011 apósocupar vários outros cargos, foi eleito emoutubro de 2015 para presidir o Secovi-SPem 2016/2018 e assumiu neste ano, ao ladoda Diretoria e dos Conselhos. Ele substituiClaudio Bernardes, que também trabalha naatividade de parcelamento do solo.

Na posse festiva, em 29 de fevereiro, emSão Paulo, Flavio Amary fez discursocontundente. “Queremos menos burocraciae o fim da insegurança jurídica, cujaconsequência é a desordem social, aprecariedade dos negócios e a ausência deinvestimentos”, proclamou Flavio. “Que serespeitem os contratos! Que leis deixem de

retroagir! O Estado não pode ficar mudandoregras a toda hora!” E acrescentou, sempoupar críticas ao governo Dilma Rousseff:“A estabilidade das normas é condiçãoessencial para o desenvolvimentoeconômico e para o emprego”.

Nesta página, uma foto da última reuniãodo CDU de 2015, em que Flavio Amaryparticipou ao lado do presidente da AELO ecoordenador do debate com mais de 40outros empresários e executivos do setorimobiliário, Caio Portugal.

10n informanAELO Abril/Maio - 2016

REPORTAGEM

Flavio Amary assumiu Secovi-SP

Os seis advogados do Conselho Jurídicoda AELO foram homenageados com umalmoço de confraternização, em 10 dedezembro. O presidente da AELO, CaioPortugal, e os diretores Elias ResnichencoZitune (Relações Institucionais) e ÂngelaAparecida de Paiva Fernandes (AssuntosRegionais), representando a Diretoria,manifestaram seu agradecimento a esseConselho por mais um ano de trabalho emdefesa dos associados e da própria AELO.Além de tudo, houve motivos paracomemoração: a atuação do Conselhojunto ao Supremo Tribunal Federal (STF)levou aquele órgão a admitir a AELO como“Amicus Curiae”, o que garante à nossaentidade a possibilidade de ser ouvida quandode ações relacionadas com o setor. Oscontatos com o ministro Dias Toffoli, emBrasília, foram levados adiante pelo presidenteCaio Portugal e pelos doutores Luís PauloGermanos e Carlos Eduardo de Castro Souza.

O Conselho Jurídico é integrado pelosdoutores Luís Paulo Germanos, CarlosEduardo de Castro Souza, Renata Mathias deCastro Neves, Zildete Medeiros, LucianaLopes Azevedo e Kelly Durazzo Nadeu, quese reúnem a cada início de mês para analisar

questões jurídicasapresentadas pela Diretoria epelos associados da entidade.

A foto desta página mostraos participantes do encontro.Na ala esquerda, da esquerdapara a direita, surgem osdoutores Carlos Eduardo deCastro Souza, Renata Mathiasde Castro Neves, LucianaLopes Azevedo e KellyDurazzo Nadeu; ao centro, àcabeceira da mesa, o doutorLuís Paulo Germanos; na aladireita, a partir do fundo, daesquerda para a direita, a

doutora Zildete Medeiros, a diretora ÂngelaPaiva, o presidente Caio Portugal e o diretorElias Zitune.

Todos brindaram, com vinho, pelo eficientedesempenho do Conselho em 2015 e pelaesperança de uma reação do País em 2016.

11n informanAELOAbril/Maio - 2016

Conselho Jurídico obtém vitóriasREPORTAGEM

Mariângela Iamondi Machado,emocionada, pediu a palavra e,emocionada, evitou que o presidente daAELO, Caio Portugal, encerrasse a primeirareunião do Comitê de DesenvolvimentoUrbano (CDU) de 2016, em 25 de fevereiro,sem receber a homenagem a que ele e suaentidade teriam direito pelo fato de, navéspera, a AELO ter completado 35 anos.

Caio, também vice-presidente deDesenvolvimento Urbano do Secovi-SP ecoordenador do CDU, sentado ao lado doprofessor Vicente Celeste Amadei – um fielparticipante das lutas da AELO desde ahistórica assembleia de criação, em 24 defevereiro de 1981 –, ouviu as espontâneaspalavras da oradora, seguidas por aplausos(foto) dos mais de 50 empresários eexecutivos presentes na reunião do Comitê,na sede do Secovi-SP. A salva de palmashavia sido sugerida pela própria Mariângela,como eficiente membro do CDU diretora daVice-Presidência de Administração

Imobiliária e Condomínios do Secovi-SPjunto à Diretoria de Associações emLoteamentos, para ressaltar o trabalho daAELO em 35 anos, destacar o papel detodos os dirigentes da história da entidade,na ocasião simbolizados por Caio e pelo

professor Vicente. A reunião, com número recorde de

participantes, focalizou vários temas deimportância para o setor. O CDU, criado há16 anos, é integrado pela AELO, Secovi-SPe SindusCon-SP.

As fotos mostram uma cidade da Europaonde foi realizada a Exposição Mundial de2015, com pavilhões de 147 países, entre osquais o Brasil. Esse evento é promovido acada cinco anos, há mais de 150 anos,

sempre numa diferente cidade. São Paulotentou ser sede da Expo 2020, mas aescolhida acabou sendo Dubai, nos EmiradosÁrabes Unidos. Responda: que cidade foisede no ano passado? Envie a resposta para

[email protected]. E concorra a um livro. Naedição anterior, a cidade focalizada, por meiode fotos do metrô aéreo e do corredor deônibus expresso, foi Lima, capital do Peru.Não houve acertador.

Qual a cidade da Expo Mundial 2015?

Aplausos aos 35 anos da AELOCOLUNA DO COMITÊ

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12n informanAELO Abril/Maio - 2016