Ano 14 Ed 157 Jun 2013

12

description

Jornal Umbanda

Transcript of Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Page 1: Ano 14 Ed 157 Jun 2013
Page 2: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Página -2 Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013

Diretor Responsável: Alexandre Cumino - Tel.: (11) 5072-2112E-Mail: [email protected]ço: Rua Paracatu, 220 - Sala 1 -Jd. Imperial - São Paulo - SP Diagramação, Editoração e Arte: Laura Carreta - Tel.: (11) 9-8820-7972E-Mail: [email protected]

Revisão: Marina B. Nagel CuminoE-Mail: [email protected]

Diretor Fundador: Rodrigo Queiróz Tel.: (14) 3019-4155 E-mail: [email protected]

Consultora Jurídica: Dra. Mirian Soares de Lima Tel.: (11) 2796-9059

Jornalistas Responsáveis:Marcio Pugliesi - MTB: 33888Wagner Veneziani Costa - MTB:35032 Alessandro S. de Andrade - MTB: 37401

expediente:

É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engrandecimento da religião, divulgando material teo ló gico e unificando a comunidade Umbandista.

Os artigos assinados são de in teira res ponsabilidade dos auto res, não refletindo necessaria mente a opi-nião deste jornal.

As matérias e artigos deste jor nal podem e devem ser reproduzidas em qualquer veículo de comunicação. Favor citar o autor e a fonte (J.U.S.).

O JORNAL DE UMBANDA SAGRADA

não vende anúncios

ou assinaturas

O médium, muitas vezes, pensa que está ficando lou-

co ou doente. É possível que, antes de desenvolver sua mediunidade, tenha passado por médicos e te-rapeutas, até que alguém lhe sugere a possibilidade de que seus sintomas façam parte de uma me-diunidade de incorporação mal trabalhada ou desco-nhecida.

Que fique bem claro uma diferença factual e determinante entre loucu-ra e mediunidade: a lou-cura não tem hora e nem lugar para se manifestar, a loucura não tem um sentido de ser e não pode dar um sentido para sua vida. A mediunidade se manifesta dentro de um sentido, seus efeitos têm causas que podem ser conhecidas e estudadas e, uma vez que é lapidada, esta mediunidade passa a ter hora e lugar para se manifestar. Esta mediunidade não é loucura e, da mesma forma, não é um castigo, não é um carma negativo, não é resultado de pecados cometidos e nem uma escravidão ou obrigação de servir algo ou alguém.

Encontrar um bom local para se desenvolver é uma outra dificuldade. É comum a pessoa sentir que tem algo para resolver em sua mediunidade, saber que sente “coisas”, que tem “ataques” e outros sintomas. Logo aparecem amigos, paren-tes e conhecidos para dar palpites e dizer o que você precisa fazer: ir a uma igreja, um centro espírita, uma roça de Candomblé, se benzer, ir a uma Tenda de Umbanda e até passar por um exorcismo católico.

E lá vamos nós. Mesmo sem saber, nosso co-ração já estava na Umbanda. Antes de encarnar, muitos de nós já nascemos com esta missão e este direcionamento. Mas, se não conhecemos a Umbanda, sabemos apenas que temos algo para resolver com a mediunidade e vamos procurando um local que possa nos ajudar a entender o que nos acontece.

Eu tive uma excelente oportunidade de preparação antes de me tornar médium de consulta, cambonando uma Maria Padilha das

Almas. Ela, que foi minha mentora, me ensinou várias coisas importantes, dentre elas uma que nunca vou esquecer. Numa gira, um consulente falou para ela: “Mas ‘você’ não vai resolver isso”? Poxa, aquele cara chamá-la de “você” me incomo-dou pra caramba, afinal, dias antes, um médium importante tinha sido enfático em dizer que suas entidades deveriam ser chamadas de “senhor” e sempre tratados de forma muito respeitosa.

Minha intenção era corrigir o consulente na hora, mas esperei ele sair pra fazer a pergunta. “A Senhora não se incomoda com ele tratando-a por VOCÊ”? Ao que a moça deu uma gargalhada ca-racterística e respondeu-me carinhosamente:

- Filho, em primeiro lugar, eu consigo ver a intenção e o coração de quem está conversando comigo. Palavras bonitas, ou um jeito “pomposo” de falar, só alimentarão o ego do meu médium e em nada alteram o respeito que o consulente tem por mim, ou o que ele veio buscar. Em segundo lugar, meu respaldo não está no modo como sou tratada pelos terrenos que muito têm a evoluir para que possam compreender e absorver meu Mistério. Para que possa trabalhar nesse terreiro, sou respaldada pela Lei Divina, pelos Tronos do Desejo e do Amor e também pelas boas atitudes, intenções e Fé do meu médium em minha capacidade de atuação.

Acho que foi nesse dia que o Espiritual come-çou a deixar mais claro para mim a importância de conseguir separar atitudes terrenas exigidas por seus médiuns, das atitudes astrais, requeridas pelas entidades. Além disso, também tentou me ensinar que o respaldo de uma entidade não pode ser “outorgado” por meios terrenos (ainda que muito se tente), se isso não se confirma nos planos superiores dentro e fora do médium. São lições difíceis que eu AINDA tento absorver e aplicar em todos os campos da minha vida.

É muito comum mé-diuns que possuem o dom da incorporação passarem por centros espíritas, que seguem a doutrina de Kardec, e se-rem identificados como médiuns de Umbanda, principalmente se este médium incorporar um caboclo, preto-velho, exu ou pombagira numa das sessões espíritas. Vão lhe dizer: “seu lugar não é aqui, seu lugar é na Umbanda, você é mé-dium de Umbanda”. Da mesma forma, é comum se iniciar no Candomblé e, com o tempo, sentir

que não era bem esta prática que queria realizar, mas que seu amor pelos Orixás é algo muito vivo e forte. Sem saber explicar ao certo, já existe uma identificação com a Umbanda, que pode ser ainda uma desconhecida para você. Muitos médiuns de Umbanda já passaram por várias religiões antes de chegar aqui. Alguns médiuns inclusive tinham preconceito com a Um-banda antes de conhece-la e a procuram como último recurso, no entanto, se surpreendem ao verificar que a Umbanda é uma religião linda, encantadora e que pratica apenas o bem.

Mas também pode acontecer de ter experiências negativas na Umbanda, passar por terreiros que não eram de Umbanda de fato. Em todo lugar tem gente mal intencionada e a Umbanda não está livre de embusteiros, charlatões e canalhas. É muito triste fazer parte de um grupo e, aos poucos, descobrir que ali não se pratica apenas o bem. Muitos usam o nome da Umbanda para enganar e aplicar golpes. Todos os dias, vemos anúncios de amarração e outros trabalhos pagos de magia negativa para prejudicar o próximo em nome de guias da Umbanda como cigano, exu, caboclo, preto-velho e

etc. Mas isto não é Umbanda. Umbanda não faz trabalhos pagos, não separa casais e não prejudica a quem quer que seja. Se estão lhe pressionando, mentindo, enganando e ainda levando seu dinheiro, afaste-se, isto não é Umbanda! Nossas carências muitas vezes nos levam a entrar em uma roubada como estas e, às vezes, permanecer nela. A Um-banda, ao contrário, nos ensina a crescer e vencer estas carências, não alimenta nossa dependência espiritual ou emocional.

Se tomamos a decisão de desenvolver a mediu-nidade de incorporação na Umbanda, é por sentir uma grande afinidade com os guias de Umbanda (caboclo, preto-velho, criança, exu, pombagira, baiano, boiadeiro, marinheiro, cigano e etc.) e com o ritual desta religião. Decidimos nos desenvolver na religião de Umbanda porque o nosso coração bate mais forte quando estamos num ambiente de Umbanda. É uma escolha que deve ser feita pelo coração e não pela cabeça, a cabeça é muito racional e muitas vezes nos engana. A escolha é feita pelo coração quando não sabemos explicar porque queremos a Umbanda, simplesmente sen-timos que fazemos parte desta religião, de uma forma inexplicável.

Historinha Umbandista do dia

Por MAIKON ANDREW BATISTA DE [email protected]

Historinha Umbandista do dia

Nossa capa:

Produzida por: UMBANDA EU CURTOwww.facebook.com/umbandaeucurto

Page 3: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013 Página -3

senso, a ponderação, a legitimidade, o respeito, a razão, o equilíbrio, a têmpera, etc.

O Princípio da Lei atua sobre os seres regulando no íntimo deles o caráter e a moral, estimulando os sentimentos regidos pelo sentido da lei e o desenvolvimento de qualidades afins, tais como: a lealdade, a retidão, a fidelidade, o senso de direção, a moral, o caráter, o profissionalismo, a proteção, etc.

O Princípio da Evolução atua sobre os seres regulando no íntimo deles as transformações, estimulando os sentimentos regidos pelo sentido da evolução e o desenvolvimento de quali-dades afins, tais como: a maturidade, a sapiência, a adaptabilidade, o senso de auxilio, o socorro, a fraternidade, etc.

O Princípio da Geração atua sobre os seres regulando no íntimo a criatividade, estimulando os sentimen-tos regidos pelo sentido da geração e o desenvolvimento de qualidades afins, tais como: a maleabilidade, a criatividade prática, o senso de famí-lia, a paternidade e a maturidade, a produtividade.

Os Princípios Divinos fluem através das vibrações divinas emitidas para toda a Criação pelas Sete Irradiações Divinas. Cada uma delas atua nos se-res através do sentido correspondente, estimulando no íntimo de cada um o desenvolvimento das suas faculdades mentais e o aprimoramento das suas qualidades morais.

É importante salientar que o ser é trabalhado como um todo e que o desenvolvimento pleno de uma das suas faculdades provoca alterações conscienciais, ampliando o virtuosis-mo e o humanismo em todos os sete sentidos. Também é preciso salientar que, por trás de cada um dos sete princípios existe uma divindade, que é em si um mental divino do tamanho da Criação, que o rege e o irradia para tudo e todos dentro dela.

Dentro do estudo teológico um-bandista nos é ensinado que cada uma dessas divindades regentes e aplicadoras desses sete princípios é um Orixá, denominado Orixá Original, e nos ensina que a atuação deles em nossa vida e evolução se realiza a nível consciencial, alimentando “por dentro” as nossas faculdades mentais, auxiliando-nos na abertura, desenvolvimento e aprimoramento delas, desenvolvendo em nosso íntimo um estado de consciência elevado e virtuoso. Fato esse que racionaliza o nosso instinto natural e estabiliza o nosso emocional, tornando-nos mais aptos a lidarmos com problemas de difícil solução, ou até insolúveis.

É preciso que as pessoas enten-dam que os princípios divinos atuam em nós visando nosso benefício, nossa

OS PRINCÍPIOS UMBANDISTASA Umbanda tem, na sua doutrina,

um conjunto de princípios divinos que, se devidamente estudados, nos reve-lam uma base religiosa reguladora do nosso caráter e da nossa moral, das nossas práticas mediúnicas e funda-mentadoras da nossa religiosidade, aparentemente politeísta, mas que é monoteísta. Para compreender como esses princípios são aplicados, temos que desenvolver comentários sobre cada um dos já conhecidos por nós. Vamos a eles:

• Princípio da Fé• Princípio do Amor• Princípio do Conhecimento• Princípio da Justiça Divina• Princípio da Lei Maior• Princípio da Evolução • Princípio da Geração

Cada um desses princípios é, em si, um poder divino que determina um dos sentidos de vida. Também, cada um deles atua sobre toda a Criação através de vibrações divinas, gerando o que denominamos por “Sete Irradiações Divinas” ou “Sete Linhas de Umbanda”.

O Princípio da Fé atua sobre os seres regulando a religiosidade deles, sempre estimulando no íntimo de cada um os sentimentos regidos pelo sentido da fé e o desenvolvimento de qualidades afins, tais como: a crença, a convicção, a resignação, a paciência, a fraternidade, a bondade, a mise-ricórdia, a compaixão, a confiança, etc. Cada um desses sentimentos e qualidades, além dos aqui não citados, nos colocam em um estado elevado de consciência e virtuosismo, sendo que o exercício deles no nosso dia-a-dia nos torna úteis e benéficos para as pessoas que convivem conosco, seja na família, no trabalho ou no centro que frequentamos.

O Princípio do Amor atua sobre os seres regulando a harmonia entre eles, estimulando no íntimo de cada ser os sentimentos regidos pelo sen-tido do amor e o desenvolvimento de qualidades afins, tais como: a bondade, o carinho, a afetividade, o amparo, a harmonia, etc.

O Princípio do Conhecimento atua sobre os seres regulando o apren-dizado deles, estimulando no íntimo de cada ser os sentimentos regidos pelo sentido do conhecimento e o desen-volvimento de qualidades, tais como: a criatividade, a memória, as recorda-ções, a curiosidade, o questionamento, a busca de soluções, a inventividade, a arte, etc.

O Princípio da Justiça atua so-bre os seres regulando no íntimo deles o equilíbrio, estimulando os sentimen-tos regidos pelo sentido da justiça e o desenvolvimento de qualidades afins, tais como: a imparcialidade, o bom

evolução e aperfeiçoamento conscien-cial. E que, quando estamos alinhados com as sete irradiações, a evolução acontece de forma pacífica e agradável. Mas, quando estamos desalinhados em relação a elas, a nossa evolução é turbulenta e desagradável.

Inclusive, devido a de sa linhamentos acentuados ou até a inversões de pola-ridades magnéticas mentais, pode acon-tecer do ser regredir consciencialmente e acentuar de forma incontrolável o instinto e a emotividade, entregando-se aos mais variados vícios da matéria, fato esse que desenvolve no mental do ser um estado de consciência negativo que lhe acarreta muitos dissabores, além de desenvolver “vícios de personalida-de”, tais como: intolerância, egoísmo, inveja, ciúme, soberba, ganância, in-sensibilidade, descrença, exibicionismo, prepotência, etc.

O desenvolvimento de um estado de consciência negativo desencadeia

na vida do ser negativado a reação dos princípios mantenedores da vida e do equilíbrio dos seres. Fato esse que o coloca em choque com os poderes mantenedores da Criação e da evolução dos seres. Os choques são as reações às suas ações, classificadas como ne-gativas e desequilibradoras da vida dos seus semelhantes.

Além disso, à medida que o estado de consciência negativa se acentua, o mental da pessoa em questão entra em sintonia vibracional com as esferas e as faixas vibratórias humanas negativas correspondentes, das quais, por afiniza-ção eletromagnética, a pessoa começa a atrair ondas vibratórias transportadoras de energias em padrões negativos, ali-mentadoras dos sentimentos, também negativos, vibrados continuamente por ela. E, isto acarreta outras consequên-cias, tais como: exposição espiritual a tudo que existe nessas esferas e faixas; exposição a espíritos que regrediram consciencialmente e procuram deses-peradamente se ligar às pessoas para vampirizá-las energeticamente; vulne-rabilidade diante de espíritos inimigos retidos nas faixas vibratórias negativas humanas, que são verdadeiras prisões de espíritos enlouquecidos, dementa-dos, vingativos, obsessores, degene-rados, etc. A reatividade acontece em regiões astrais correspondentes aos

desequilíbrios internos já cristalizados em “estado de consciência” das pes-soas em questão.

Assim, se uma pessoa se dese-quilibrou no sentido da fé devido à afronta direta aos princípios específicos reguladores da religiosidade dos seres, a reação virá das regiões astrais onde são recolhidos os espíritos das pessoas que regrediram no sentido da fé. Se a regressão aconteceu no sentido do amor, a pessoa em desequilíbrio entra em sintonia vibratória mental com re-giões astrais onde estão retidos, pela lei maior, os espíritos que regrediram nesse sentido. E assim ocorre com as pessoas que se desequilibram em outros sentidos, que ficam expostas às ações dos seus afins espirituais e a tudo mais que existir nas regiões às quais se expuseram.

Faz-se necessário todos saberem que o Divino Criador Olorum não pune ninguém, somente coloca (através de “mecanismos” divinos existentes nos mentais de todos os seres) cada um em sintonia vibracional direta com as regiões astrais e com os espíritos que lhes forem afins. E, aqui, já estamos entrando nos domínios da lei das afini-dades, que tem por função estabelecer as ligações dos seres com as regiões astrais que vibram nas mesmas frequ-ências dos seus sentimentos íntimos.

Esta lei regula as ligações mentais e espirituais, estabelecidas o tempo

todo pelos espíritos ou pelas pessoas. As ligações acontecem entre espíritos, entre pessoas e entre espíritos e pesso-as, sempre em função dos sentimentos íntimos vibrados intensamente e que alteram o magnetismo mental, seja dos espíritos ou das pessoas.

O mental dos seres possui um magnetismo “oscilatório”, que tanto se eleva, quanto se rebaixa, e tanto se desloca para a esquerda, quanto para a direita, etc. Existe dentro do mental de cada ser uma escala eletromag-nética graduada em graus positivos e negativos, à esquerda e à direita, a nordeste e a sudoeste, a noroeste e a sudeste, assemelhando-se a um octógono subdividido em graus ou

A Lei das Afinidadesfaixas vibratórias eletromagnéticas. São denominados eletromagnéticos justa-mente porque, se o magnetismo oscila para cima, ele coloca automaticamente o ser em sintonia vibratória com a esfera e a faixa vibratória espiritual humana correspondente.

Ou seja, se uma pessoa possui um magnetismo mental estável e classifica-do como grau dois positivo (+ 2), o seu espírito está exposto à segunda esfera e à segunda faixa vibratória espiritual humana positiva, das quais só receberá energias positivas e só se ligará a espí-ritos afins, possuidores de um grau de consciência positivo e muito benéfico para quem se ligar a eles.

Mas, se a pessoa oscilar para baixo e cristalizar seu magnetismo mental no grau dois negativo (- 2), então

entrará automaticamente em sintonia vibratória com a segunda esfera e com a segunda faixa vibratória humana negativa, e ficará exposta a tudo que nela existe e que lhe é prejudicial, por-que a carga energética que receberá será negativa, assim como também serão negativas as ligações que se estabelecerão, automaticamente, com espíritos que regrediram ao grau vibratório -2.

Esses exemplos descritos acima são para mostrar o que acontece com as pessoas e espíritos que deixam de ser amparado pelos princípios divinos, devido ao desenvolvimento de um estado de consciência negativa. As ligações afins se estabelecem automa-ticamente, inclusive entre espíritos que estão vibrando na mesma frequência.

Page 4: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Página -4 Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013

CrôniCas do dia a dia - 006por ANTONIO BISPO - Contatos: [email protected]

Pai Antônio é muito querido pelos seus filhos, pela comunidade, pela corrente. É pessoa simples de

pouco estudo, mas de um imenso amor pela religião de UMBANDA, pelas pessoas, pela vida. Tem um único filho carnal, a quem deposita todo AMOR E CON-FIANÇA. Com muito orgulho, Pai Antônio vê seu filho se formar doutor.

Seu nome é Carlos, para Pai Antônio, Carlinhos. Carli-nhos, após alguns anos mo-rando fora do Brasil, conclui seu doutorado. É um homem res-peitado no círculo profissional e social, iniciado em diversas ordens esotéricas. O reencontro com seu PAI tão amado é emocionante, muitos beijos, abraços e soluços envoltos em lágrimas. Pai Antônio se lembra do pe-queno príncipe que criou a duras penas, com a falta da mãe que se fora cedo para Aruanda, e hoje se vê pequeno diante do homem à sua frente, homem este que superou todas as expectativas.

No dia seguinte, haveria festa no terreiro para recepcionar o filho pródigo que retorna. Estão todos lá, os médiuns antigos que pegaram Carlinhos inúme-ras vezes no colo e os mais novos que, de tanto ouvirem falar do moço, o sen-tem como um irmão próximo. Carlinhos é muito simpático com todos, mas um tanto distante, já não é como antes. Dentro de si, sente que este mundo em que seu velho pai vive não mudou, mas ele sim mudou, e muito, já não pertence a esta comunidade simples.

Após alguns meses, Carlinhos sente que hoje tem muitas coisas a explicar e ensinar ao seu pai e o chama para uma longa conversa e explica que as preleções do pai estão repletas de erros de português, erros de concordância e interpretação, e tenta elucidar como o mundo evoluiu. O velho pai concorda, pois tem pouco estudo e sabe que está diante de um doutor das letras e das ciências.

Carlinhos sugere ao pai aulas de português. O velho pai se sente humi-lhado, mas concorda e apenas lamenta as poucas oportunidades que teve na vida e até questiona a sua pouca inteli-gência. Carlinhos vai escrever a próxima preleção, e vai ler também. Adianta ao Pai que vai explanar sobre física quân-tica, elementais e conceitos teosóficos, para que as pessoas comecem a reciclar seus conceitos. Pai Antônio não entende nada, mas concorda.

Carlinhos também acha um certo exagero tantos rituais e decide mudar o culto para algo mais prático. Pai Antônio fica pensativo. Os guias que o acompa-nham já deram inúmeras provas de sua força, de sua sabedoria e de seu AMOR. Mas é seu filho Carlinhos que está ali querendo ajudar e Pai Antônio pensa: “ele sabe o que diz, é um doutor, estu-dou muito, ele sabe e eu amo e confio nele, e sei que ele me ama”.

As giras seguem, mas sem a mesma magia. Os consulentes, pessoas simples da comunidade, percebem a beleza das palavras pronunciadas por Carlinhos, “o menino que virou doutor”, mas não conseguem entender a mensagem im-plícita, o teor das palavras agora lhes soa distante. E vão se desinteressando.

E o terreiro está tão mudado. Dos médiuns antigos, a maioria se diz aposentado, outros foram para outros cantos. Pai Antônio agora se sente velho, perdeu aquela energia habitual, está indeciso e inseguro, mas continua crente que seu filho sabe o que é o cer-to, porque ele estudou muito para saber.

Carlinhos agora decide fechar o terreiro e abrir um espaço holístico autossustentável no lugar, pois percebe que já se assenta na comunidade uma nova classe média. Pai Antônio ganha uma casa na praia para descansar na sua aposentadoria.

A comunidade sente a falta dos tra-balhos de UMBANDA e principalmente sente falta da simplicidade de Pai Antô-nio. E a cultura se sobrepõe à emoção. E a letra se torna mais forte do que a palavra. E o doutor subjuga o simples. E um ciclo se fecha. Mas, em algum lugar no chão de terra que já recebeu tantos caboclos, um moço se ilumina ao som dos tambores e um novo ciclo se abre.

Todos nós sabemos que a planta precisa do sol para o seu desen-volvimento biológico, é instintivo.

Ela tem necessidade do sol para des-pertar as suas funções biológicas e se desenvolver em plenitude. É natural, ela não pergunta, ela não questiona, ela simplesmente precisa, necessita e, assim, se ela tiver o sol, ela se desen-volve plenamente.

Com a ausência do sol, em pouquís-simo tempo, ela morre e deixa de existir porque faltou a ela justamente a parte essencial para o seu desenvolvimento. Se você também fizer uma experiência de pegar uma planta, colocá-la dentro de um quarto escuro e deixar apenas um filete de luz solar no ciclo total do sol passando por uma janela, ela vai perceber essa presença solar e ela vai se contorcer a tal ponto, vai se movimentar de tal forma, que ela vai conseguir chegar próximo do sol. E ela vai conseguir com essa convivência, com esse filete solar, o seu desenvol-vimento. É natureza, é biológico, ela faz isso com naturalidade. Ela precisa do sol para acontecer, para existir, para ser no mundo o que ela é: uma planta, não importa a espécie de quê estamos falando aqui. Há plantas também que precisam de mais ou menos sol, mas todas elas vão precisar de sol.

RELIGIÕESAs religiões, elas têm um papel

de serem como as janelas no quarto escuro para os homens. Os homens têm uma necessidade natural de buscar a Deus. É também uma biologia espiri-tual do homem, é uma necessidade da alma, é algo que transcende as nossas percepções físicas. A alma tem uma necessidade de buscar o seu sol. E o sol é a relação com Deus, com o sagrado e é o que faz despertar o seu funciona-

mento natural. Então, as religiões têm o papel de serem essa janela: “janela” que se abre e deixa o sol entrar na vida dos humanos, do homem para o seu desenvolvimento espiritual pleno.

Nesse caso, percebemos muitas e muitas religiões. A grande diversidade religiosa existe por conta da diversidade cultural, não é? Nós somos um planeta imenso, são sete bilhões de habitantes e culturas diversas e raças diversas e histórias diversas. As religiões surgem por parte do ser humano, ela não surge de uma coisa, é espiritual e se mate-rializa aqui. Vindo por um Anjo, vindo por Deus, vindo por um espírito, não importa, quem vai concretizar isso aqui é o indivíduo, é o homem. Então, ele faz isso por conta de uma necessidade também pessoal de transcendência, e ela passa a ser essa própria janela, a nova religião passa a ser a janela que vai iluminar milhares e milhares de homens, que vão encontrar naquela forma do sol se manifestar uma ressonância com o seu íntimo, com a sua alma. Isso tem a ver com as informações que o indivíduo tem no seu desenvolvimento desde quando ele nasce.

Então, a diversidade religiosa, ela só é uma diversidade cultural. Não po-demos considerar que há religiões que são “janelas” maiores, ou melhores, ou menores, ou mais ou menos eficientes do que as outras. Todas as religiões, diante do sol, são padrões, elas têm o mesmo tamanho, têm o sol que se ma-nifesta ali da mesma forma, igualzinho. Porém, o que muda é a decoração, ou seja, o discurso, como se entende aque-la entrada do sol através daquela janela e como os homens ali envolvidos, aque-les indivíduos envolvidos, interpretam e sentem a luz entrando por aquela janela.

A eficiência de uma religião, ou de como o sol se manifesta na vida

do indivíduo, é exatamente o que ela proporciona para aquele ente. Se eu tenho contato com cinco religiões e nenhuma me toca é porque eu não es-tou conseguindo sentir o sol entrar ali, eu não estou conseguindo. “Eu” é um problema meu, é pessoal, já que sou eu que não estou conseguindo perceber o sol entrar por aquela janela. É quase como, se de repente a janela está aber-ta, mas eu estou de costa para ela, eu não percebo a presença do sol. Então, os indivíduos vão buscar outras janelas, outras formas de ver o sol entrar, para perceber e sentir. E quando o indivíduo encontra o caminho de fé, encontra uma religião para falar: “Essa é a minha fé”, “Essa é a minha religião”, estamos nos deparando com uma situação em que o indivíduo encontrou a janela e ele viu a luz entrar. E ele se relaciona agora com sol assim como a planta, e vai começar a se desenvolver melhor. O sol é Deus, portanto, e na vida do indivíduo vai despertar a sua essência, a sua alma, para ele se desenvolver, se desenvolver e se desenvolver cada vez melhor, e esse desenvolver-se, desenvolver-se, desenvolver-se é o que chamamos de “transcendência”. É um assunto também profundo, mas “transcender”, simpli-ficadamente, é dizer: é o indivíduo se superar a todo instante, é o individuo que está avançando a todo instante, é ele perceber-se de tempo em tempo cada vez melhor, cada vez além.

Então, para os homens, a busca “do Deus”, “de Deus”, também é algo natural, é algo biológico, é algo espiri-tualmente biológico. Ele precisa do sol para se desenvolver. Assim como uma planta precisa do sol para existir.

(este texto é a transcrição do progra-ma 7 Minutos com Você: http://www.youtube.com/watch?v=xGCy5Z8vliA)

“A melhor maneira que o homem dispõe para aperfeiçoar-se, é aproximar-se de Deus” - Pitágoras

Ciclos da Vida

Querida e amada mamãe OxumPermita-nos adentrar em seu campo sagradoPara que lavados em suas águas e banhados em seu amor Possamos ser dignos de sua misericórdia divina Cubra-nos com seu véu, protegendo-nos de toda maldade E que suas irradiações vivas e divinas nos envolvam enchendo nossos corações de paz. Pois assim, acolhidos em seus braços Estaremos mais próximos do amor de Deus

Oraieieo Mamãe Oxum!!!

( (14) 3214-7172Av. Rodrigues Alves, 3-60, Centro, Bauru

CASA SÃO BENEDITOO MAis COMPlETO EsTOqUE DE ARTigOs REligiOsOs

Page 5: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013 Página -5

Olá, amigos. Começo esta minha narrativa contando o que prova-velmente foi a minha primeira

ligação com a Umbanda, antes mesmo, aliás, de vir a esta vida. Talvez esta venha a ser a principal “causa” de eu ter uma paixão por esta linda religião.

Antes mesmo de eu nascer, minha avó paterna foi frequentadora da nossa amada religião. Não, ela não era Um-bandista e nunca poderia ser chamada assim. Durante o tempo em que ela frequentava, conta meu pai, ela era uma daquelas pessoas que buscam na Umbanda o que a Umbanda não pode dar. Ia aos trabalhos somente pensando em fazer o mal, carregada de pensamentos e sentimentos negativos e rancorosos, e não me orgulho de dizer isso. Mas que entidade trabalha com uma pessoa assim?

Enfim, desde pequeno, procuro incontrolavelmente fazer o bem para colher o bem, pensar positivamente para colher coisas positivas. Isso me faz bem e ponto. Nunca, ninguém precisou me pedir para ser assim.

Porém me faltava algo, algum co-nhecimento que eu não tinha. Precisava aprender sobre algo que nunca me

falaram a respeito. Percebia que coisas, às vezes estranhas, aconteciam comigo, morria de medo de “fantasmas”, mas sempre me interessei por eles.

Há seis anos, após o divórcio do meu pai com a ex-mulher, ele resolveu conhecer um terreiro, ao qual logo em seguida me levou também. Quando ele me chamou, senti uma mistura de medo com satisfação. Enfim, conheceria um lugar que pudesse me ajudar. E não deu outra!

Já frequentei algumas tendas e, pelo que vejo, em quase todas elas, são pessoas que estão ali trabalhando, mas que não fazem a mínima idéia do que estão fazendo. Resolvi que gostaria de estudar a Umbanda e tudo relacionado à ela. O conhecimento, o estudo do que quer que seja, engrandece o homem. Ninguém poderia deixar de estudar, seja lá o que for. Trabalhar a mente, creio eu, ajuda muito a trabalhar o espírito. Rejuvenesce, reabilita, responde.

O que tudo isso tem a ver com o que eu comecei a minha narrativa? Simples, a vida me ensinou que an-tes de falar ou fazer algo, preciso ter um mínimo de conhecimento. Não quero cometer os mesmo erros que

cometeram no passado. Procuro ler muitos livros, vários deles do Rubens Saraceni, a quem não tive ainda o prazer de conhecer. Mas estudo, pro-curo sanar as minhas dúvidas, fazer as coisas certas.

Não poderia me dizer Umbandista sem ao menos conhecer a religião. Preciso aprender muito ainda, pretendo fazer muitos cursos. Conhecer ainda mais a Umbanda. Devorar quantos livros forem precisos para tirar minhas dúvidas. Saber lidar com meus medos, com os desafios da vida. Evoluir.

Hoje não me sinto preparado para trabalhar. Não consigo nem me con-centrar para conhecer melhor meus guias, que me ajudam tanto. Mas tenho certeza que isso tudo faz parte de um plano muito maior.

Vamos amigos! Estudemos! Não fecharemos os olhos para o conheci-mento, independente do quanto você sabe! A Umbanda é linda, e acredito que todos ainda desconhecem um pouco!

Para finalizar, uma frase de Einstein, que dizia mais ou menos o seguinte: “Sua mente, quando você abre para o conhecimento, ela nunca mais volta ao seu tamanho original.”

A umbanda é uma religião que transmite através de cada linha de trabalho, ou seja, pretos-

velhos, caboclos, baianos, etc., as qualidades divinas dos Orixás que os regem.

Assim, temos a oportunidade de receber, por meio destas linhas espirituais, o consolo, a paciência e a sabedoria dos pretos e pretas-velhas; a força, simplicidade, disposição de um caboclo(a); a mobilidade, a alegria e a energia destemida de um baiano(a); a alegria inocente e natural das crianças; a força para limpar nossos desequilíbrios emocionais, sem per-dermos o rumo, dos marinheiros(as); a firmeza, desenvoltura e determina-ção dos boiadeiros(as); a apreciação da liberdade e desprendimento dos ciganos(as); a vitalidade e o exercício de humildade perante a lei e a hierar-quia espiritual maior, proporcionada pelos exus, que nos auxiliam a re-movermos, com coragem, as nossas cascas emocionais e a enxergarmos nossas falsas noções de humildade; a suavidade e sutil sedução das pomba giras a atrair, envolver e trazer de nos-sos íntimos para fora nossas carências, para podermos identificá-las e tratá-las; a energia revigoradora e aliviadora de nossas encrencas, proporcionada pelos exus mirins, etc.

Tudo isso e muito mais, a umbanda oferece através de suas linhas de traba-lho, proporcionando-nos mais equilíbrio emocional, mais firmeza, mais deter-minação, mais alegria, mais humildade para encarar nossas dificuldades, mais paciência, assim como também cura, abre portas para emprego, realiza limpeza de lares conturbados ou am-bientes de trabalho, proporciona mais harmonia de convivência entre pessoas que se relacionam com atrito, oferece oportunidades singulares para que o consciente e o inconsciente trabalhem para sua evolução.

A umbanda utiliza elementos para oferendas que os guias manipulam energeticamente, potencializa-os e os reverte para benefício de nossos cor-pos físicos, energéticos, emocionais e mentais, proporcionando os benefícios acima citados. Toda a nossa ritualística de preparo da reunião, cantos de aber-

tura, movimentos de incorporação, são os meios para nos sintonizarmos e nos aproximarmos psíquica e emocional-mente à nossa estrutura espiritual e da casa em que umbandizamos, para que o trabalho proposto seja realizado, com eficácia e amparo da lei maior.

A remoção dos negativos que se ocultam em nós, mas que nos afetam diretamente a vida, por meio de nossas atitudes, julgamentos e decisões, vão sendo realinhados em nossas práticas, de forma a aprendermos a dominá-los e não continuarmos a ser subjugados por eles, em suas sagazes e sutis manipulações de nossas carências.

A umbanda é uma religião que nos faz exercitar a consciência, contendo um ritual que a movimenta. É dinâmi-ca, é expansora, é complexa na sua ampla estrutura, mas com uma prática simples. Oferece bases para quem quer entendê-la em sua profundidade, mas a traduz numa clara e eficiente expe-riência, que comprova sua capacidade de transformar e de dar meios para o ser evoluir. Aproxima diferentes graus de conhecimento para testar a nossa humildade. Oferece sustentação para quem quer buscar crescer e para quem identifica o que precisa fazer. Mas também traz a necessidade de superar carências íntimas, de aprender a enfrentar obstáculos, a lidar com paciência, perseverança e fé, com os sofrimentos próprios e alheios, pois como resultado colhe-se mais firmeza e melhor compreensão da “vida”. Como-dismos e preguiça são alimentos para que a própria pessoa expulse-os de sua prática, encontrando desculpas que o seu emocional negativo fornecerá com sutil intensidade.

Para os que perseveram com hu-mildade, a Umbanda oferece a energia, o suporte e meios apropriados, como estímulo para lidarmos com todo o movimento interno que instiga as dúvidas, que nos faz buscar esclareci-mentos e que nos estimula a crescer espiritualmente.

Salve a todas as linhas da umban-da! Salve a todos os orixás!

Salve aos fundadores, estrutura-dores e amparadores desta religião!

Salve o resgate de nossa natureza e de nossa ligação à natureza!

(14) 3232-3876Rua Gerson França, 2-28 - Centro, Bauru - SP

(

www.casasetelinhas.com.br

CASA 7 LINHASArtigos Religiosos, Velas, Defumadores, Imagens, etc ...

Era dia quando acordei, tremendo de frio e com muita febre. O pajé, ao meu lado, fazendo suas orações e convidando nossos antepassados com a autorização de Tupã. Eu não podia ver direito o seu rosto, pois a luz de uns poucos raios que invadiam a oca e a amerê (fumaça) emanada pelo seu cachimbo faziam-me confundir com várias pessoas que habitavam a aldeia e outros que já haviam partido.

Ouvi alguns murmúrios:- Abaçai! Abaçai! Abaçai! (Espírito

maligno)Então, o pajé me perguntou se

FÉ Mensagem do Caboclo Sete Montanhas Canalizada pelo médium Luiz Crivelari - “Luiz de Xangô” [email protected]

eu tinha fé. Prontamente, respondi que sim, mas intimamente não sabia exatamente o que era fé. Talvez fosse simplesmente crer.

Como se lesse meus pensamen-tos, o pajé me disse que não era sim-plesmente crer, tampouco necessitava ver para crer. Havia um meio termo que minha pouca sabedoria de dez anos de idade haveria de assimilar. Então, ele me disse para fechar os olhos e imaginar tudo ao meu redor e eu pude ver toda a aldeia: as crianças no rio, as mulhe-res cozinhando o beijú, as aracemas batendo em revoada e os homens sain-

do à caça. Então, ele me perguntou sobre o que eu via. Relatei, detalhadamente. Foi quando ele me disse que fé era sentir para crer e que, quanto mais evoluído se tor-nasse o meu espírito, mais possibilidade eu teria de sentir e ter fé.

No momento que pude entender o que é a fé, abaçai se afastou instantaneamente e o pajé encerrou a pa-jelança, dizendo que eu já era um baquara (sabedor de coisas).

O que lhes posso passar com o meu

aprendizado é que a fé é essencial-mente “sentir para crer”. A crença pura e simples deixa a criatura vulnerável a todas as afirmativas, nem sempre verdadeiras e muitas vezes capazes de levar ao fanatismo. Por outro lado, o indivíduo que se posta numa posição irredutível de acreditar somente naquilo que lhe é provado deixa de viver experi-ências verdadeiras que a todo momento conspiram para sua evolução. Por essa razão, deve-se “ouvir o coração”, abrir o canal da percepção, liberando a nossa razão para buscar argumentos também em nossa sensibilidade.

Há inúmeras formas do universo contribuir para nossa evolução. Para percebê-las, temos que sintonizar nossa vibração a essas energias. Para se be-neficiar dos “bons fluídos energéticos”, temos que vibrar nessa busca. Esse exercício constante nos leva, paulati-namente, ao encontro das respostas. A fé me trouxe a segurança de que existe algo mais além da limitada visão de um espírito em evolução.

Page 6: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Página -6 Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013

A Umbanda, segundo vários relatos ane-xados ao livro “A História da Umbanda”, de Alexandre Cumino, nos mostra

claramente, por meio dos diversos pontos de vista de cada anexo, sempre relativo à época cronológica dos relatos, raízes culturais dos mesmos e, por consequência, ensinamentos e orientações dos guias espirituais (sempre sob o filtro das crenças individuais de cada médium, grupo e cultura) que: a Umbanda pode ser vista de diversas maneiras, perspectivas, ângulos, sem nunca perder a sua principal característica, a de uma Umbanda única, maleável e relativa sempre a quem e quando é observada.

Brasileira, sim, no sentido de agregar tan-tas culturas, conhecimentos e aprendizados, juntando tudo em uma colagem própria, viva e verdadeira. Essa habilidade que nós Brasileiros temos como uma nação, em unir tantas raças e culturas, fundindo-as em uma só com uma identidade própria, nos credencia dentro de nossa morada planetária como solo fértil para o desenvolvimento da Umbanda. Em um mix de culturas e povos, como os indígenas Brasileiros, Africanos, Caboclos, Europeus, Asiáticos, entre tantos outros, todos com seus conhecimentos, sua cultura e sua espiritualidade lapidada pelo próprio tempo. Esse mix se funde em uma só (Umbanda), transformando-se através do tem-

No alto da montanha enxergava meu pasto. No alto da montanha

enxergava tudo ao meu redor. Quan-do descia me preparava para

ser lenhador. Quando descia me preparava para trabalhar arduamente. Ao meu ver, tudo me era permitido, tudo era possível, sempre trabalhei com determinação e coragem.

Tenho a comentar que nossa vida é passageira, po-

rém nossas determinações nos levam a viver pra sempre. Por todo o tempo, temos a certeza de só ter um caminho a seguir, o da luz.

Como lenhador, minhas mãos trazem a certeza do golpe certo e certeiro, suas ações podem ser e ter o mesmo termo, suas ações determinam o que vais sobreviver no futuro.

Como lenhador, me deram força para car regar grandes fardos, minha força veio au-mentando com a idade. Da mesma forma, tens a certeza que suas ações e provações te for-

Aconteceu no dia 30 de maio, a 9ª Homenagem Louvação e Procissão ao nosso Pai

Xangô. Duas mil e quinhentas pes-soas estiveram presentes, dentro do Ginásio do Clube Escola Mooca, para louvar nosso Pai Xangô.

Tivemos diversas apresenta-ções de Curimbas de São Paulo, Taubaté e Paraná, e entre elas a apresentação da Escola de Curim-ba e Arte Umbandista Aldeia de Caboclos, que emocionou a todos com uma belíssima amostra da Cultura Umbandista, afro-brasileira e do amor ao Orixá Xangô.

Um fato muito importante que ocorreu foi o pronunciamento de que a Procissão de Xangô vai fazer parte do “Calendário Cultural da Cidade de São Paulo”, com a ajuda do Vereador Police Neto, junto ao nosso amigo e Vereador Quito Formiga, que constituiu o Dia da Umbanda e do Umbandista na Cidade de São Paulo, no dia 15 de novembro, e em seu mandato fez o Projeto de Lei que torna a

9ª Louvação Homenagem e Procissão ao nosso Pai XangôPor PAI ENGELS DE XANGÔ - [email protected]

Umbanda “Patrimônio Cultural e Imaterial da Cidade de São Pau-lo”, que passou em 1ª votação e agora, com a ajuda do Vereador Police Neto, irá passar pela 2ª votação, concretizando enfim a Umbanda como Patrimônio Cultural e Imaterial da Cidade de São Paulo, dando mais valorização, respeito e visibilidade a nossa Religião.

Agradeço a todos que apoia-ram, divulgaram, compareceram

e vibraram a favor da 9ª Procissão ao nosso Pai Xangô. Agradeço a todas as Autoridades presentes, Federações, Associações, Escolas de Curimba, Web rádios, Fan Pa-ges, Jornais e Revistas, a todos os Alunos, Amigos e Familiares, que por amor colaboram na realização da 9ª Homenagem Louvação e Procissão ao Orixá Xangô.

Que nosso Pai Xangô abençoe a todos!

A História da Umbanda que continuaremos escrevendoPor JOÃO CARLOS DE SOUZA - [email protected]

po e deixando claro, pelos menos ao meu ponto de vista, que esse processo vivo (da transfor-mação) nunca pode parar, pois a Umbanda é mais que uma simples religião, é a expressão mais pura da Divindade em forma de vida.

A Umbanda é viva e, como um ser vivo, estará sempre em transformação, servindo ao meio cultural, social, e espiritual do planeta através do humano. A Umbanda é para ser vivida e sentida, é a expressão da nova era, livre, mutante e, como um espelho, irá sempre refletir a idade espiritual daqueles que bebem nas suas fontes através do tempo.

Querer fixar a Umbanda como isso ou aquilo é como querer prender um pássaro em uma gaiola para ver o seu voo, é como prender o vento em uma caixa para sentir sua brisa, é matar aquilo que só quer viver.

Lições de um LenhadorPelo médium PAULO MALPIGHI - [email protected]

talecem. Seus fardos agora, não de madeira, crescem como todos seus esforços, carrega-os contigo e descarregue, para que eles possam ser trabalhados.

Minhas madeiras cortadas aqueceram lares, foram transformadas em móveis que ajudaram a outras pessoas terem abrigo, moradia pra seus filhos, se transformam em utensílios domésticos que ajudaram pessoas a terem cultura, paz, proteção e muitos outros fatores e causas, tudo pelas minhas madeiras.

Suas ações devem e podem desencadear emoções tão vivas e fortes como as madeiras. Faça de sua vida algo exemplar, algo vivo, algo digno de se deixar pra seus filhos, seus amigos, seus entes familiares.

Quando retornares de sua vida, cansado com as mãos calejadas e subires novamente o morro de sua certeza, saiba que nosso Deus e pai terá sua morada formada de madeiras tão sólidas e fortes que nunca ninguém poderá te tirar isso. Terás a certeza da missão cumprida com a graça de Deus e a admiração de todos aqueles que pudestes ajudar.Somos os bons espíritos que

ajudam a quem necessita. Pisamos aonde é preciso

pisar para levar a luz, a espada e a força e, algumas vezes, a alegria necessária.

Não agradamos por simpatia, não ajudamos quem não é mere-cedor perante a Lei.

Sou um espírito, como você, que hoje trabalha como Exu, nas matas, nos cemitérios, nas encruzilhadas, nas ruas, nos mares, nas cachoeiras. Trabalha-mos e sempre trabalharemos na escuridão, em nome dos Orixás, levando a luz a quem necessitar, a quem merecer perante os olhos da Lei.

Não nos importamos com ró-

tulos que a sociedade terrena nos dá, pois, cedo ou tarde, sempre alguém irá necessitar de nosso auxílio, de nossa força, encarnado ou desencarnado.

Um dia, já errei; um dia, já tive falhas humanas, e ainda as tenho; porém, hoje mais cons-ciente, racional, trabalho em prol da ajuda daqueles que estão no mesmo campo emocional no qual, um dia, eu cai. Não faço isso por obrigação, como punição, faço por prazer, por um desejo latente que soa em meu íntimo. Um chamado divino me tocou um dia, ao qual todos nós somos chamados.

Não seja hipócrita e pense que todos os bons espíritos sem-pre foram da luz e sempre anda-

ram pelo caminho reto. Não, não e não. Somos humanos, já erramos, já caímos e hoje estamos na situa-ção de auxiliar por termos caídos e nos levantado, e de alguma forma escudado a voz que se comunica através do coração.

Podem-se passar centenas e milhares de anos, eu sempre serei Exu, até o dia que Deus não necessitar mais de mim no campo de “batalha”, pois enquanto o Pai quiser, eu estarei na escuridão, ajudando e lutando contra quem estiver contra a Lei e a Justiça.

Louvado e abençoado sejam nós, Exus, os bons espíritos que habitam na escuridão, levando a luz dos Orixás a quem necessitar e merecer.

Page 7: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013 Página -7

Meus queridos irmãos, vocês que aqui vêm em busca de um socorro, necessitam entender que o socorro é dado, mas, por muitas vezes, vocês acham que

nós não ajudamos. Vocês querem sair da Casa com os problemas resolvidos, e não é assim que a coisa funciona. Vocês entram aqui com uma avalanche de dificuldades e acham que, se colocarem nas mãos dos Exus, nós temos que resolver para vocês. Mas tenho uma pergunta: quem criou o problema? Partindo desta pergunta, entendam que tudo faremos para ajudá-los na solução, mas não esqueçam que serão vocês que terão que dar o primeiro passo em busca dessa solução. Por isto eu digo: VOCÊS TRAZEM OS PROBLEMAS PARA DENTRO DO TERREIRO, MAS NÃO LEVAM O QUE APRENDEM AQUI PARA O LADO DE FORA.

Se vocês vêm aqui e acreditam em nós e nas demais linhas de trabalho desta casa, então aprendam e passem adiante, não guardem para si. Pois, com a divulgação do aprendizado, muitos filhos que hoje estão enfrentando problemas e vocês ajudarem, com certeza, muito lá na frente e após muito falarem e ajudarem, quem sabe um dia, esses filhos que aqui vem e chegaram, às vezes, com uma simples dor de barriga, também encontrarão a solução para os seus próprios problemas.

Laroiê Exu, Exu é Mojuba!

Preguiça é algo real que nos distancia de nosso caminho pessoal. Muitos se tornaram distantes de si mesmos

por preguiça mental, preferem se entre-gar a inércia, pois para melhorar é preciso analisar-se e isso dá trabalho, dói e exige uma tomada de posição.

Na adolescência, acreditamos pia-mente que seremos melhores do que nossos pais, no entanto, com o tempo, vamos fazendo as mesmas concessões que eles fizeram na vida, indo ao encontro das mesmas insatisfações e frustrações. Vivemos em uma inércia alimentada por uma “indução magnética”, algo como um processo de “osmose” em que, sem nos darmos conta, vamos nos tornando iguais a nossos pais por comodismo, pois, afinal, eles já abriram o caminho para nos tornarmos iguais a eles. Há bem pouco tempo, o filho de um sapateiro acabaria sendo sapateiro também, independente se isso lhe agradaria ou não, pois foi o melhor que o seu pai pôde fazer. E, como era apenas a continuidade dos seus pais, só lhe restava dar continuidade ao que ele começou. Mas isso não precisa ser assim.

Vencer a preguiça é vencer também o comodismo, paradigmas pessoais e condicionamentos que vêm muitas vezes de nossos pais, parentes e amigos. Tudo nos influencia, somos frutos do meio, ao mesmo tempo em que somos frutos

genéticos de nossos pais e frutos divinos no Criador. O meio e a raiz familiar nos influenciam de forma inebriante e, em alguns casos, até mesmo fatalista, mas não podemos esquecer de que também somos frutos divinos e trazemos em nossa alma uma ligação com o Mistério maior da Criação.

Há tribos que consideram as crian-ças verdadeiros mestres, pois guardam lembranças frescas do mundo em que estavam antes. Reprimir ou corrigir uma criança é coisa séria que pode deixar marcas para toda a vida.

Uma criança reprimida já está a cami-nho de se tornar um adulto frustrado, a não ser que consiga juntar força suficiente para vencer seus traumas. Neste caminho, o primeiro passo é perdoar seus pais, seus agressores e, principalmente, perdoar-se a si mesmo por caminhar com essa culpa com relação à vida e a si mesmo.

Na Umbanda, temos a oportunidade de buscar força e entusiasmo para criar mudanças, curas e transformações que nos permitam vencer todas estas limita-ções, comodismos e condicionamentos. Portanto, saia do lugar comum, saia da preguiça mental e espiritual. A Umbanda lhe chama para trabalhar a si mesmo.

Pare de apenas pedir coisas e re-clamar das pessoas para os guias de Umbanda. Pare com este comportamento

cômodo em que você é a vítima do mun-do. Perceba que as dificuldades que está passando são resultados de suas escolhas na vida ou de suas escolhas feitas antes de encarnar. Perceba que tudo que o incomoda no comportamento dos outros reflete apenas suas dificuldades internas e o quanto você ainda precisa crescer para não se incomodar mais com os outros. Este é um fato: a Umbanda lhe convida para crescer e, ao mesmo tempo, lhe ofe-rece muitas ferramentas para isso. Além de uma infinidade de recursos magísticos (defumação, banho de ervas, firmezas, oferendas e etc.), temos recursos reli-giosos (práticas mediúnicas, rezas, atos devocionais, comportamentais, doutriná-rios e etc.) e, por fim, o mais importante, temos a presença de nossos amados guias e Orixás em nossas vidas. Aprenda com a vida, aprenda com as dificuldades da vida e supere suas limitações, contando com o amparo da espiritualidade. E lembre-se: ninguém pode fazer a sua parte.

A solução dos problemasPelo médium MAURICIO FRASSON - [email protected]

Mensagem do Exu da Meia Noite

Page 8: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Página -8 Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013

Por Marco Farnezi - [email protected]

Muitas e muitas vezes ouvimos esta frase: siga seu coração. Po-

rém, muito pouco se faz, ultimamente, em matéria de seguir o coração em nossas vidas. Neste ritmo das grandes metrópoles, é quase que im-possível parar e ouvir nossos corações, pois nem sobra tempo para respirar por conta do trabalho, família, filhos, problemas.

Nem nos damos mais o direito de viver, nem que seja por um instante, para nós mesmos. Buscamos sempre tratar as pessoas que amamos da me-lhor forma possível no tempo escasso que nos sobra e, ultimamente, agradar a nós mesmos é uma tarefa considerada sem importância ou, até mesmo, egoísta de nossa parte. Relacionamentos amorosos são cada vez mais inconsistentes, pois o amor que disponibilizamos é um amor superficial, um amor que pensamos dar ao parceiro, mas que não sentimos em nossas almas, pois não pensamos em nos amar primeiro para depois amar uma outra pessoa. E se somos capazes realmente de amar, entregamos todo o nosso amor ao próximo e não sobra amor para nós mesmos.

Quando isso acontece, começamos a nos sentir vazios e, com o passar do tempo, as cobranças do parceiro começam a ser mais e mais rigorosas no sentido de atenção e amor, porque acabamos cobramos do outro o que nós não estamos nos dando, que é amor próprio. E não percebemos que, nunca, ninguém pode tapar este buraco dentro de nós, a não ser nós mesmos. Descontamos então

A Umbanda traz o seu amor de volta!O seu amor próprio,O seu amor pela vida,O seu amor pelas pessoas,O seu amor pelo seu trabalho,O seu amor pela sua família e amigos,O seu amor íntimo,O seu amor, seu próprio amor, seu amor próprio.Quer seu amor de volta?Comece procurando: O AMOR DIVINO, O AMOR SAGRADO.Que Oxum e Oxumaré abençoem todas as formas de amor.Que Pombagira lhe ajude a ter mais amor próprio.

A mediunidade é um dom! Um presente preparado por Deus e designado

a todos os seres humanos. Cada um tem um tipo de mediunidade e ela não deve ser encarada como um fardo, um carma ou um castigo, mas sim como uma oportunidade de fazer o bem e de ajudar no processo de evolução do próprio ser.

É um dever, de cada um de nós Umbandistas, procurar entender a nossa mediuni-dade e saber lidar com ela. Afinal, a Umbanda é sinônimo de caridade; e a mediunidade é uma das formas em que podemos ajudar a nós mesmos e a outras pessoas a encontrar os caminhos da luz e do amor. Com a mediunidade, não basta saber que tem; precisa saber usá-la com sabedoria e humildade. E como fazer isso?

Existem inúmeros tipos de mediunidade e não faria sentido mencioná-las neste texto, afinal faz parte da mediunidade toda e qualquer ligação e/ou comunicação entre o mundo espiritual e o carnal. O médium em sintonia com a Coroa Divina e com os princípios da Criação desenvolverá natu-ralmente a sua mediunidade, sem a necessidade de adiantar ou pular algum processo. Conforme há o amadurecimento pessoal e espiritual, a me-diunidade flui naturalmente durante o processo de desenvolvimento mediúnico.

O autoconhecimento também é um aspecto importante no conhecimento da mediunidade, afinal, o exercício de vigiar os pensamentos, sentimentos, palavras e ações é diário e não pode ser esquecido. Para conseguir colocar em prática seus dons mediúnicos, o médium deve estar em sintonia dentro e fora do terreiro. Ser médium exige que se tenha uma conduta respeitosa dentro e fora dos trabalhos espirituais.

Na Umbanda, a principal mediunidade desen-volvida é a que chamamos de Incorporação ou acoplamento áurico. O médium cede o seu corpo para que seja feita a caridade com a ajuda dos guias espirituais. Em alguns templos, é dedicado

no parceiro que, por não nos amar como nós nos amaría-mos, parece não ser capaz de nos fazer feliz. Resultado, nos separamos para achar alguém que tape este buraco que nós mesmos abrimos em nossa alma. Caímos, então, em um círculo vicioso, no qual nin-guém estará apto a nos fazer feliz e, fatalmente, nos nega-tivamos neste sentido, muitas vezes não acreditando mais que seja possível encontrar um amor que nos faça feliz.

Ouvir o coração é exatamente escutar o Amor de Deus que habita em sua alma. Você pode ouvir seu coração em todas as situações de sua vida e, com certeza, nunca se arrependerá.

Porém, ao ouvir seu coração, às vezes te-mos que pagar o preço de muitas verdades que teremos que enfrentar, mudando nossas vidas radicalmente para adquirirmos uma postura de verdade e amor por nós mesmos, nos respeitando antes de fazer qualquer coisa que nos machuque em qualquer sentido em nossa caminhada. Mas, depois das mudanças, adquirimos uma paz que não tem preço e nos afinizamos com o amor Di-vino de uma forma que tudo se torna mais claro e feliz em nossas vidas, porque nos amamos de uma forma que nós seremos a nossa melhor companhia em dias de dificuldades e nossos parceiros se tornarão Luz em nossas vidas, pois você o aceitará como ele é, sem julgamentos e nem cobranças - apenas amor.

Ouvir seu coração é ouvir o Deus que habita dentro de ti!

Trazemos o seu AMORde volta!Por Junior [email protected]

Mediunidade em açao!Por TAIANE GARCIA - [email protected]

~

um ou mais dias para que haja o desenvolvimento mediúnico. Essas giras de desenvolvi-mento são extremamente benéficas tanto para o templo, quanto para o médium. Até mesmo aquele médium que se intitula desenvolvido deve participar dessas giras, afinal elas trazem inúmeros bene-fícios. Este dia é dedicado a todos os filhos da casa, não só para aprender a incorporar, mas também para ter novos conhecimentos, fortaleci-mento espiritual, firmezas. É um dia em que se pode ter vários ensinamentos acerca

dos Orixás, das linhas de passe, da corrente mediúnica, dos trabalhos que são realizados, tirar dúvidas, entre outros aspectos ligados às práticas religiosas. Além disso, contribui para a energia e a harmonia da casa e dos filhos de santo.

Um bom médium está em constante desen-volvimento! Deve ajudar nos trabalhos da casa, na manutenção do templo, respeitar os irmãos e outros templos religiosos, receber os mais novos e ajudar a orientá-los, etc. Ninguém sabe tanto que não possa aprender um pouquinho mais. Sempre se tem um conhecimento novo a vir e um bom ensinamento a passar. E é com humildade que nós devemos trilhar o caminho da evolução espiritual.

Falar de mediunidade é muito complexo, pois além de se ter muitos tipos diferentes de mediunidade, é o próprio médium que consegue, ao longo da caminhada espiritual, o entendimento dos seus dons mediúnicos. Não precisa ter pressa. Como dito anteriormente, os dons vão fluindo naturalmente de acordo com a postura e preparo do médium.

Em suma, sejam quais forem as faculdades mediúnicas já desenvolvidas, ou não, utilize-as com amor! Busque o amparo dos guias e mento-res espirituais para saber usá-las com sabedoria e respeito. Para ajudar a fazer o bem sem olhar a quem. Não adianta ter inúmeros dons; precisa colocar em prática com o único fim de ajudar ao próximo e fazer a caridade.

Page 9: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013 Página -9

TAMBOR DE ORIXÁCOM sEvERiNO sENA, há 14 ANOs fORMANDO Ogãs E iNsTRUTOREs.

CuRsO DE ATABAquE (CuRIMBA) TOquE E CAnTO

NOvAS TURMAS! hOMENS E MULhERES!!! Esta é a sua oportunidade de aprender canto e to-que na Umbanda, para Guias e Orixás!!!SEM TAxA DE MATRÍCULA: Toques: Nagô, Ijexá, Angola, Congo e Barra Vento

SEGUNDAS-FEIRAS, DAS 19h20 àS 22h30CEIE - CENTRO DE EST. INIC. EVOLUÇÃOPça Joaquim Alves, 1 - Penha - SP

SExTAS, AS 19h00 e SÁBADOS, AS 9h00INSTITUTO SETE PORTEIRAS DO BRASILAv. Tiradentes, 1290 - Metrô Armênia

INFORMAçÕES: 3984-0181/9622-7909www.tambordeorixá.net.br

[email protected]@terra.com.br

ADQUIRA O CD “Umbanda canta para as Yabás Obá, Oyá e Egunitá”

Templo de douTrina umbandisTa

PAI OXAlÁ E PAI OguM

Rua Tietê, 600 - vila vivaldiRudge Ramos - S.B. do Campo

Tel. (11) 4365-1108 - à partir das 13h00

TERÇA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00Sacerdócio de umbanda

deSenvolvimento mediúnicoQUINTA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00SáBADO: Das 14h00 às 16h00

magia divina daS Sete eSPadaS SagradaSSáBADO: Das 10h00 às 12h00

SEGUNDA-FEIRA: Das 20h00 às 22h00magia divina doS Sete raioS SagradoS

O JORNAL DE UMBANDA SAGRADAnão vende anúncios ou assinaturas

Somos julgadores em potencial, aliás e mais especificamente, pré-julgadores. Claro que

temos especialidades maiores que outras, que não cabe discussão e nem se pode recorrer. São os casos de futebol, política, religião e a vida dos outros.

Em se tratando de julgar, somos pródigos, dotados de conhecimento amplo e irrestrito, afinal é mais fácil olhar o jardim sujo do vizinho, do que o nosso próprio jardim, muitas vezes tão sujo ou mais. O julgador de hoje com sua sentença, às vezes, de morte, será naturalmente sen-tenciado num futuro muito próximo com a mesma dureza e parcialidade que demons-trou no pretérito perfeito de sua sentença.

Casos de julgamento equivocados fi-caram célebres no judiciário, como o Caso dos Irmãos Naves, e, recentemente, um dos maiores e mais independentes jornais do mundo, a Folha de São Paulo, também julgou de maneira desordenada no Caso da Escola Base.

Ademais, julgar a vida íntima dos outros é um dos esportes preferidos de muitos, mas, na maioria das vezes, não se sabe realmente os detalhes do acontecido, como é a vida do julgado, o que se passa, e sempre existe a minha verdade, a sua e

É fato que gentileza gera gentileza. Há muitos irmãos por aí afora que se tornaram pessoas amargas com

a vida, com o próximo e consigo mesmos. Às vezes, ficamos sem graça quando somos gentis e ganhamos em troca uma cara feia, ou um gesto que nos parece impróprio. Mas o universo nos pede exatamente para que continuemos a ser gentis, para que sejamos amáveis, independente da situação em que nos encontremos. Aquele irmão mal enca-rado e carrancudo, pode ser simplesmente uma pessoa que sofreu muito, ou que está sofrendo naquele momento.

Nós todos temos o hábito de sofrer com intensidade. Quando estamos em alguma situação conflitante, seja ela de saúde, de amor, de trabalho, etc., nós nos envolvemos demais, a ponto de achar que o nosso problema é maior do que o dos outros. Dificilmente encontramos alguém que não faça isso. Mas já que estamos dentro da nossa amada Umbanda, onde se prega o amor, a humildade e a caridade, vamos nos lapidando para sermos cada vez melhores. Não melhores do que os outros, é claro, mas melhores para os outros e para nós mesmos.

Dentro do terreiro de Umbanda, vamos encontrar os irmãos carrancudos, sofridos,

O JulgamentO Por MARCOS [email protected]

a verdadeira, como dizia Machado de Assis. Porém, seguimos sendo pré-julgadores de nós mesmo, pois, quando julgamos nosso próximo, usamos implicitamente problemas que nos envolvem, mas não temos coragem de enfrentá-los.

No caso umbandista, é bem provável que a grande maioria já tenha ouvido da boca de um doce preto-velho(a) este pedido de nunca julgar. Entretanto, conhecendo a alma humana, sabemos que nem sempre, nem a pedido de um guia de luz de imensa sabedoria, isso se faz valer.

Veja, por exemplo, no caso da abertura de um terreiro. Normalmente a abertura de um terreiro se dá quase que 90% da mesma

maneira. Um filho de uma casa, que sentindo sua espiritualidade muito aflorada e muitas vezes não sabendo lidar com isso, procura ou é “levado” num terreiro. Lá ouve de alguns guias ou o sacerdote da casa: “você precisa desenvolver sua mediunidade”. En-tendendo que isso pode lhe ajudar, segue em frente, veste branco, se desenvolve, vira filho daquela casa, porém, após um tempo, é chamado pela sua espiritualidade para abrir sua própria casa.

Ouve sua espiritualidade e pede licença ao sacerdote daquela casa que lhe abrigou, mas que irá abrir

seu próprio terreiro, pois foi chamado. Este caminho é normal e deveria ser algo para festejar, uma felicidade, afinal um terreiro – a despeito de muitos que estão fechando – vai se abrir. Mas, após algum tempo, a casa que se abriu, muitas vezes, é alvo do julgamento do sacerdote da outra casa que o acolheu, querendo que a casa do seu filho seja uma filial da sua, o que jamais será possível, pois cada casa tem seu mistério e seus chefes espirituais e carnais.

São estas coisas que ainda acontecem na Umbanda que fazem com que nossa religião tenha cada vez mais terreiros que, em vez de unidos pelo mesmo laço, estejam separados pelo julgamento.

GentilezaPor DÉBORA PEZENTE - [email protected]

até porque muitos dos que recorrem à banda estão em conflito interno, estão na esperança de ver o seu problema de saúde resolvido, tentando deses-peradamente uma ajuda que lhe abram os caminhos e as portas para que eles possam conseguir um emprego, e por aí vai.

Nós, médiuns de Umbanda, devemos receber todos com carinho, com amor e respeito. Quando olharmos para a assistên-cia e avistarmos esses rostos lá, é preciso que nos coloquemos no lugar da pessoa, pois em certos momentos tudo o que uma pessoa precisa é de um olhar fraterno e uma palavra amiga. Não só os guias e as entidades que atenderão, trabalham. Todos nós trabalhamos dentro de um terreiro. Sim-ples seria se cada um cuidasse de si, daria menos “pano para a manga”, mas também seria bem tedioso, passar por essa vida sem despertar o amor e a simpatia do próximo, não é mesmo?

Como nada nessa vida é por acaso, não estamos na Umbanda sem querer, estamos porque somos fortes. Fortes para lutar pelo próximo e pelo ideal da religião que sempre é fazer o bem. Fazê-lo em todos

os momentos, levar o ensinamento da Umbanda para fora do terreiro, levar para dentro de casa no cuidado com a família, pois, muitas vezes, somos gentis do lado de fora da nossa casa, mas dentro dela não é bem assim. Dentro de nosso lar devemos atentar se o “carrancudo” não somos nós. Caridade começa em casa... sempre.

Fé, amor, caridade, gratidão, humildade sincera, benevolência para com todos, entre outras, são as máximas do Umbandista. Eu estou tentando irmãos! Sei que vou tentar a vida inteira, pois ela é curta e o motivo dela é nos tornarmos pessoas de bem, e nem sempre é muito fácil para alguém como eu, tão pequena, mas eu busco, busco o quanto posso... no Axé dos Orixás, no som dos ata-baques, na magia da natureza, na força de todos os irmão que me acompanham e me motivam cada vez mais a seguir em frente. Porque juntos podemos, juntos somos mais.

Page 10: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Página -10 Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013

Page 11: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013 Página -11

No cotidiano de nossas vidas, algumas vezes nos deparamos com amigos, parentes e colegas de trabalho, que, numa conversa corriqueira, sendo eles pertencentes a uma religião

cristã, principalmente a evangélica, ao se despedirem, muito pro-vavelmente irão te pedir pra ir fazer uma visita e conhecer, quando der, a igreja que ele(a) frequenta. São pessoas que, muitas vezes, acreditam pertencerem à verdadeira religião e deterem o conheci-mento da “única e real verdade”.

Agora, caríssimo amigo e amiga leitor e irmão umbandista que vier a se deparar com a leitura deste artigo, vamos inverter os pa-péis: numa conversa com amigos, parentes e colegas de trabalho, ao se despedir, que tal pedir e convidá-los a irem fazer uma visita pra conhecer o terreiro, ou centro, ou templo espiritual, enfim, o local que você trabalha, e assistir a uma gira e um trabalho que será realizado em determinada data? Já pensou nisso? Quantas indagações, das mais variadas, você sofreria por parte da pessoa pelo simples fato de você ter expressado sua fé e querer que essa pessoa vá conhecer o local em que você pratica sua fé?

Alguns irmãos umbandistas mais experientes poderiam dizer que a Umbanda é muito maior do que qualquer concepção “humana” possa definir e entender, e não tem necessidade alguma de divulga-ção e comentário, ainda que de boca a boca, pelo menos entre os irmãos. Ou que, no tempo certo, as pessoas chegarão à Umbanda e nós, nos terreiros, estaremos prontos e dispostos a ajudá-los, junto com o amparo das linhas de trabalho (baiano, preto-velho, caboclo, marinheiro, etc.). Minha perspicácia e intuição faz discordar dessa corrente. E me faz dizer que nós, umbandistas, juntamente com a Sagrada Umbanda, sofremos uma repressão velada e discreta em muitos meios da sociedade, em que estamos previamente proibidos por tudo e todos de expressar e comentar nossa religião, ainda que amparados pela Constituição Federal, artigo 5°, inciso VI, que diz: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

Seja como for, companheiros de fé e simpatizantes, continuemos firmes na nossa caminhada junto com a Umbanda Sagrada, na cer-teza de que nenhuma certeza temos, mas com a fé e a esperança de contribuir para a Grandiosa Obra de Olorum.

“Vai láfazer uma visita...”Por ELCIO FRANCISCO DOS SANTOS [email protected]

Por Adriano Camargo – [email protected]

Nessa categoria, encontramos o maior número de ervas usadas em rituais e magia. São ervas clássicas que

normalmente não faltam em um preparo recomendado pelos guias espirituais, esses profundos conhecedores da natureza de elementos e da natureza humana.

Por conhecerem-nos tão bem, se ser-vem da característica dos exemplares dessa categoria para compor, junto ou separado das ervas quentes, um poderosíssimo con-junto de banhos e defumações capazes de nos ajudar em nosso dia a dia, sem prejuízo das nossas energias essenciais.

As ervas mornas ou equilibradoras aparecem como essa ferramenta poderosa, verdadeiro repositório de energia, vitalidade e força. Harmonizadoras por excelência, todas, sem exceção, podem ser usadas em caso de necessidade iminente de re-generação e equilíbrio das energias vitais, importantíssimas para o bom funcionamento do organismo espiritual humano e, conse-quentemente, do físico.

O nome dado a essa categoria e o pa-râmetro de temperatura associado remetem nosso mental a um estado de entendimento de que o “morno” é agradável em qualquer época ou situação. São ervas que podem ser usadas por todos, sem distinção, pois além de fazerem justiça ao seu propósito, o equilíbrio em todos os sentidos, carregam em si um poder de limpeza relativo e muito interessante.

Continuando a analogia que começa-mos nas ervas quentes, quando descre-vemos sua ação à dos ácidos de limpeza usados no local alugado para acomodar uma loja de doces, as ervas mornas são a próxima etapa da preparação para o ambiente receber a vibração ou a energia específica, no caso comparado, o produto final - os doces.

Assim, após o uso de um ácido, um solvente capaz de acabar com as gorduras, graxas e óleos, verdadeiros cascões ener-géticos, está na hora de tapar os buracos

das paredes, iluminar da forma adequada, usar massa corrida, gesso, pintura, enfim, deixar pronto para que os doces sejam acomodados.

Nesse momento, essas ervas vão rees-truturar os campos vibratórios da pessoa, regenerar seus corpos espirituais, cicatrizar aberturas energéticas nesses corpos, alinhar os centros de força (chacras), fortalecendo-os e fazendo-os vibrar na condição mais correta possível, devolvendo a energia vital perdida nos embates com as baixas vibrações, criando assim um magnetismo adequado para a melhor absorção dos fato-res específicos, entre outras ações caracte-rísticas, descritas de forma particular na sua monografia. Elas carregam na sua estrutura vibracional energias vivas que atuam no sentido de corrigir os desvios energéticos causados pelas atuações negativas que fo-

ram eliminadas pelas ervas quentes. Como dito anteriormente, as ervas

quentes apenas limpam, deixando para traz os buracos abertos no astral. Ao eliminar uma larva ou miasma astral, muito prova-velmente ficará um desvio, uma fissura, ou um buraco mesmo, no corpo energético, que posteriormente será sanado pelas ervas equilibradoras. Além disso, o uso exagerado das ervas quentes nos banhos pode causar exaustão de energias vitais para nossa má-quina humana, o que é reposto por essas maravilhas da magia natural.

Uma característica muito interessante e forte para esses exemplares, é que podem ser usadas isoladamente, ou seja, podemos tomar banho ou fazer defumação com apenas uma erva equilibradora, e ela será suficiente para a realização de um propósito.

A maior parte delas é bastante conheci-da e usada na rotina da nossa cozinha, como os temperos e condimentos, portanto temos sempre à disposição algumas dessas ervas. Aqui também se encontram a maioria das frutíferas e suas partes, e também as flores. Pode-mos usá-las no dia a dia sem restrição, pois não deixam rastros energéticos indesejáveis, não tiram vitalidade, e, se eventualmente usarmos em excesso, sua energia é absorvida pelos mecanis-mos compensadores do astral.

Essa categoria de ervas dispensa maiores cuidados se comparada com as ervas quentes. É importante observar que o uso contínuo, sempre das mesmas ervas mornas, para todas as funções ritualísticas, pode provocar um certo comodismo ao organismo espiritual. Se acostumarmos nosso organismo espiritual com esse uso contínuo, sem-pre para todas as funções, inclusive a limpeza astral, há uma tendência que passem a atender à simples expectativa mental, ou ao prazer proporcionado pelo banho, do que da sua verdadeira ação energética.

Ervas Mornas ou Equilibradoras

Page 12: Ano 14 Ed 157 Jun 2013

Página -12 Jornal de Umbanda Sagrada - Junho/2013