Classificação dos solos e Caracterização das areias e argilas
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ANÀLISE TÉRMICA DE ARGILAS DAS FORMAÇÕES AQUIDAUANA E PONTA GROSSA NO ESTADO DE MATO GROSSO/MS.
E. M. Anselmo, G.R.dos Santos, A.R.Salvetti
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Depto. de Física – CCET
Cidade Universitária s/n - Caixa Postal 549- CEP 79070-900, Campo Grande-MS;
e-mail: [email protected]
RESUMO
Com este trabalho caracterizou-se termicamente reações mineralógicas referentes
a quatro amostras de argilas (Stª. Maria Alto (MA), Stª Maria Baixo (MB), Terenos (T) e
Coxim (CX)) encontradas no Estado de Mato Grosso do Sul, nas cidades de Rio Verde,
Terenos e Coxim, pertencentes a duas formações geológicas, denominadas Formação
Ponta Grossa e Formação Aquidauana. Utilizou-se das técnicas de análise
termomecânica (TMA), calorimetria exploratória diferencial (DSC) e termogravimetria
(TG). Os resultados destas análises permitiram identificar reações endotérmicas com
perda de massa e variação dimensional, referente à liberação de água livre,
desidroxilação dos argilominerais e minerais de argila, mais intensos na argila de
Coxim. Identificou-se ainda reações endotérmicas sem perda de massa e expansão
referente à transição do quartzo (α → β). Para faixas mais altas de temperatura pode-se
observar uma retração mais acentuada correspondente aos processos de
recristalização e formação de fase vítrea.
Palavras-Chave: argila, análise térmica, dilatometria.
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INTRODUÇÃO A análise térmica é um conjunto de técnicas que permitem medir as mudanças
das propriedades físicas e químicas de uma substância ou material em função da
temperatura. As curvas térmicas (TMA, DSC, e TG) são características, dependendo da
composição da argila, sendo associadas ao comportamento térmico dos diversos
argilominerais. Tanto pela presença como na quantidade é possível perceber reações
típicas dos minerais de argila como quartzo, feldspato, calcário, etc.(1)
As amostras analisadas possuem provavelmente o argilomineral ilita que é
semelhante com a montmorilonita, diferenciando-se principalmente pela maior carga em
sua estrutura cristalina que substitui o silício por alumínio como cátion octaédrico
predominante. Comumente, ilita ocorre em partículas muito pequenas, de dimensões
coloidais, resultado da mistura íntima com outros argilominerais, de modo que a
regularidade do empilhamento de camadas sucessivas não pode se determinar. Em
conseqüência dessas acomodações as camadas estruturais estão fortemente ligadas e
não expandem. As ilitas são freqüentes em formações argilosas sendo classificada
entre as micas como micas argiláceas, não sendo uma estrutura pura proporcionando
grande dificuldade de caracterização mineralógica.(2)
As curvas dilatométricas (TMA) mostram claramente as variações dimensionais
que ocorrem numa amostra, relacionando o respectivo coeficiente de dilatação com
alguns fenômenos, como perda de matéria constituinte por ebulição e transformações
cristaloquímicas nos argilominerais por processo de sinterização e formação de fase
vítrea ou líquida (3).
A Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) detecta diretamente a variação de
energia na amostra evidenciando medidas quantitativas do calor de reação e transição,
calor específico, etc. Suas medidas podem ser feitas isotermicamente, ou em razões de
aquecimento muito baixo, sem perda de sensibilidade.(4)
As variações de massa (TGA), (em geral perda, mais raramente ganho) em função da
temperatura desejada, permitem tirar conclusões sobre a estabilidade térmica da
amostra, sobre a composição e estabilidade dos compostos intermediários e sobre a
composição do resíduo.(5)
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Foram estudadas amostras coletadas nas cidades de Rio Verde-MS, Terenos-
MS e Coxim-MS. São folhelhos argilosos da Formação Ponta Grossa que aflora numa
faixa estreita de direção N-S que se estende de Rio Negro a Pedro Gomes e Formação
Aquidauana cortando praticamente todo o estado. As amostras são utilizadas como
matéria-prima por cerâmicas/olarias da região para a fabricação de artefatos cerâmicos,
que até o presente momento tem suas indústrias cerâmicas totalmente voltadas para
fabricação de cerâmica vermelha (tijolos e telhas). Os folhelhos argilosos são,
localizados aproximadamente como mostra a figura 1.
Figura 1: Localização da faixa de afloramentos da Formação Aquidauana e Ponta
Grossa em Mato Grosso do Sul.
Os folhelhos da Formação Aquidauana são a principal fonte de matéria prima para
as indústrias de cerâmica vermelha do norte do Estado de Mato Grosso do Sul.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Para confecção dos corpos de prova, foi obtido pó umidificado e “granulado”
através de secagem da argila coletada na jazida, moagem desta, peneiramento,
homogeneização e umidificação das amostras de argilas coletadas. Foram coletadas
amostras da cidade de Rio Verde, Terenos e Coxim para as análises térmica cuja
nomenclatura é: (Stª. Maria Alto (MA), Stª Maria Baixo (MB), Terenos (T) e Coxim (CX))
As amostras foram moídas a seco em moinho de martelos de marca Tigre e
peneiradas até uma granulometria passante na peneira de malha ABNT n°20
(0,085mm). Após a moagem as mesmas foram umidificadas até atingirem
aproximadamente 8,0% de água livre, sendo então postas a estabilizar em recipiente
hermético no mínimo por 48 horas.
Foram retirados e prensados manualmente os corpos de prova para os ensaios
termomecânicos (TMA) com aproximadamente 3,5 a 4,5mm de comprimento. As
análises termomecânicas foram realizadas com o equipamento TMA–50H da
Shimadzu, com taxa de aquecimento de 10°C/min e temperatura máxima de 1200°C.
O equipamento utilizado na técnica DSC foi o Shimadzu DSC-50, com
aproximadamente 30mg de massa de cada amostra em pó, com razão de aquecimento
de 10°C/min e temperatura máxima de 650°C.
Para os ensaios de termogravimetria (TG) foi o equipamento Shimadzu TGA-50,
com aproximadamente 30mg de massa de cada amostra em pó, com razão de
aquecimento de 10°C/min e temperatura máxima de 900°C.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sobre a análise térmica nas amostras (Stª. Maria Alto (MA), Stª Maria Baixo (MB),
Terenos (T) e Coxim (CX)), foram aplicadas as técnicas de calorimetria exploratória
diferencial (DSC), análise termomecânica (TMA), e termogravimetria (TGA), tendo os
seguintes resultados.
A análise geral termomecânica (TMA) registrou variações dimensionais das
amostras que foram aquecidas na razão de 10°C/min. A partir da figuras 2 pode-se
observar comportamento gráfico (TMA) de todas as amostras:
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Figura 2 - Curvas TMA das amostras T, MB, MA e CX.
Inicialmente temos contração em conseqüência da perda de água (H2O) entre
26ºC e 200ºC observando menos umidade na amostra de Coxim (CX). A liberação de
água mais fortemente ligada a alguns argilo-minerais, entre 90-200ºC, manifesta-se
como contração aproximada de 0,05% na amostra Terenos (T), 0,02% em Stª. Maria
Alto (MA), e 0,03% para Stª. Maria Baixo (MB) nos gráficos de TMA.
As amostras seguem dilatação linear até 500°C. Na faixa de 573 - 600°C ocorre
uma forte dilatação, evidenciando em todas amostras a presença de quartzo (transição
reversível de α para β). Entre 650ºC e 900ºC obteve-se patamar dimensional para argila
de Terenos (T), leve contração nas argilas Stª. Maria Alto (MA), Stª Maria Baixo (MB) e
Coxim (CX).
Tal ocorrência acompanha comportamento dilatométrico dos argilominerais ilita e
caulinita. Quando a proporção de ilita cresce em relação à quantidade de caulinita, o
patamar de dilatação entre 650-900º é definido. Todavia, outros fatores como a
presença de quartzo e carbonatos, podem influenciar a curva dilatométrica nessa região
de temperatura.(3)
Em torno de 950°C ocorrem novas contrações bastante acentuadas, resultantes
do desabamento da estrutura cristalina dos minerais. Essa contração aumenta por volta
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de 1100°C, com a recristalização da metacaulinita, onde pode se verificar qual
amostra é mais fundente e continua a retrair pelos eventos de sinterização ou formação
de fase vítria.
Na Tabela I - Coeficientes dilatométrico para as amostras T, MB, MA e CX.
TMA
AMOSTRAS
0-200ºC
(x10-6/K)
200-400ºC
(x10-6/K)
573-600°C
(x10-6/K)
650-900ºC
(x10-6/K)
950-1100°C
(x10-6/K)
1100-1200°C
(x10-6/K)
MB -20,75 10,89 44,71 -6,86 -185,86 -356,59
MA -18,56 11,49 42,76 -7,70 -131,86 -281,50
T -15,74 11,03 34,93 0,00 -243,95 -176,31
CX -3,63 9,41 15,19 -7,50 -130,64 -207,22
Observa-se na tabela II as contrações percentuais das amostras para os eventos
de recristalização, sinterização ou formação de fase vítrea.
Tabela II – porcentagem de contração das amostras MA, MB, CX e T.
TMA
AMOSTRAS Recristalização
950-1100°C
Sinterização (%)
1100-1200°C
MB -2,41 -3,03
MA -1,87 -2,33
T -2,46 -2,19
CX -1,20 -1,61
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Na Figura 3, os gráficos de calorimetria exploratória diferencial (DSC)
representam os calores de reação das amostras MA, MB, CX e T.
Figura 3 - Curvas DSC das amostras T, MB, MA e CX.
Os gráficos apresentam reações exotérmicas entre 30°C e 130°C, devido à
presença de água livre, coincidindo com retração das amostras no teste de TMA.
Entre 140-200ºC o DSC apresenta reações exotérmicas para todas as amostras.
Este evento indica a liberação de água absorvida por argilominerais presentes nas
amostras MA, MB, CX e T, que são provavelmente ilitas/mica. As reações exotérmicas
na seqüência entre 200°C e 400°C são associadas à combustão de matéria orgânica e
sulfetos.
Para as amostras Stª. Maria Baixo (MB) e Coxim (CX) com maior intensidade,
absorvem calor na faixa de 250-320ºC, característico de perda de água ligada ao
hidróxido de ferro (2FeOOH → Fe2O3 + H2O), evidenciando folhelhos intemperizados.
Conhecido como goetita (FeOOH), este é produto de intemperismo dos minerais
de argila portadores de ferro como a pirita (FeS2), proporcionando condições de
oxidações (ddp) que dão origem a goetita.(2)
As argilas de CX e MB apresentaram forte mudança de cor depois das queimas
feitas perante as análises térmicas utilizadas. Pode ser observada na figura 4 abaixo,
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amostra de CX que apresenta o argilomineral goetita, evidenciando coloração
vermelha logo após liberação de água (2FeOOH → Fe2O3 + H2O).
Figura 4 – Amostra de CX a temperatura ambiente, antes e após reação de
desidroxilação da Goetita.
Tal coloração esta relaciona ao Fe2O3 que não apresenta a cor vermelha enquanto
hidróxido de ferro (FeOOH).
Em torno de 500°C reações endotérmicas indicam a desidroxilação dos
argilominerais. Há também reações endotérmica aproximadamente em 560°C devido à
transição do quartzo livre presente nas amostras, que muda sua estrutura cristalina da
fase α para a fase β, absorvendo energia para concluir deslocamento angular de parte
tetraédrica do mineral que em conseqüência expande conforme observado no TMA.
Tabela III - Calor de reação por unidade de massa, para as amostras T, MB, MA e
CX.
DSC
AMOSTRAS H2O
livre
(J/g)
140-200ºC
(J/g)
Liberação de
H2O da goetita
(J/g)
Desidroxilação
argilomineral
(J/g)
Quartzo
(α – β)
(J/g)
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MB -36,23 -1,49 -1,05 -70,61 -0,28
MA -35,85 -2,38 0,00 -77,34 -0,34
T -43,30 -1,89 0,00 -31,06 -0,44
CX -16,04 -0,87 -4,98 -120,00 -0,33
Estão expostos os gráficos de termogravimetria (TGA) para todas as amostras na
figura 5.
Figura 5 - Curvas TGA das amostras T, MB, MA e CX.
As perdas de massa até 200°C confirmam a liberação de água livre e mais
fortemente ligada conforme o comportamento das argilas nos testes de (TMA), (DSC).
Em torno de 95ºC nota-se certa mudança no coeficiente angular das curvas de TGA
analisadas, associadas com a perda de massa referente à água (H2O) absorvida dos
argilominerais, aproximadamente -0,75% em MB, -0,80% em MA, -0,71% em T e
-0,59% em CX.
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As perdas entre 200°C e 400°C, são devidas principalmente à combustão de
matéria orgânica (CO2, CO) e sulfetos, conforme reações exotérmicas das análises
(DSC).
Entre 250 – 320ºC, evidencia-se a perda de água da goetita (FeOOH → Fe2O3 +
H2O), notando na figura 3 a absorção de calor para o evento tanto na amostra de Coxim
(CX) quanto Stª. Maria Baixo (MB).
Em torno de 450°C inicia-se a perda de massa devido a reações endotérmicas
(DSC) de desidroxilação dos argilominerais estendendo-se até a temperatura em torno
de 600ºC.
Entre 600°C e 900°C ocorreu uma pequena perda de massa, em todas as
amostras, talvez em conseqüência da descarbonatação.
Tabela IV - Perda de massa em porcentagem (%) referente à análise TGA das amostras T, MB, MA e CX.
T G A
AMOS
TRAS
H2O
livre
(%)
Matéria
orgânica/
sulfetos
(%)
Liberação
de OH da
goetita
(%)
Desidroxilação
dos
argilominerais
(%)
600-900ºC
(%)
Perda total
de massa
(%)
MB -3,59 -0,45 -0,23 -2,55 -0,43 -7,45
MA -3,23 -0,38 0,00 -2,37 -0,33 -6,32
T -4,25 -0,31 0,00 -2,13 -0,50 -7,18
CX -2,22 -0,62 -0,55 -4,23 -0,52 -8,12
CONCLUSÕES
Nos primeiros eventos de liberação de H2O, nota-se em todas as argilas reações
endotérmicas nos ensaios de DSC entre 140-200ºC relacionadas à água absorvida dos
argilominerais. Nesta faixa de temperatura a argila de Stª. Maria Alto (MA) absorve
maior quantidade de energia, -2,38 J/g e tendo CX menor absorção de -0,87J/g. Para
as análises TMA percebe-se pouca contração nas amostras de T, MA e MB (em média
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de 0,03%) não sendo possível identificar contração característica do evento na
amostra de CX, devido à pequena quantidade de água mais fortemente ligada.
Matéria orgânica em pequena quantidade em todas as amostras, evidenciada por
reações endotérmicos que se observa nos gráficos DSC entre 200-400°C e perda de
massa (TG) com maior teor na amostra CX (-0,62%).
A amostra de MB apresentou aproximadamente 2/5 da goetita evidenciada em CX
de acordo com teste de TGA (perda de H2O entre 250-325ºC).
Quartzo presente em todas as amostras, verificado reações endotérmicas
características nos testes de DSC e dilatações nos gráficos TMA em torno de 575°C
referente a transição α → β (quartzo).
Na faixa de 400-600ºC, CX absorveu grande quantidade de energia (DSC) para
desidroxilação dos argilominerais em relação com as outras amostras presentes no
gráfico da figura 3. Conseqüentemente associa-se maior perda de massa (TGA) nesta
respectiva temperatura para a argila de CX.
Entre 950-1100ºC e 1100-1200ºC a amostra que se mostrou mais fundente foi Stª.
Maria Baixo (MB).
REFERÊNCIAS
1. G. Peco, Análise Dilatométrica de Argilo-Minerais, Cerâmica 16 (64) 1970,
pp. 320-336.
2. P. Souza Santos, Ciência e Tecnologia de Argilas, vol 1, S. Paulo, USP,
Edgar Blüchier Ltda.
3. M. H. Rodrigues, Estudo de Argilas do Estado de Mato Grosso do Sul,
Campo Grande, UFMS, 1998, Dissertação de Mestrado, p. 3-37.
4. T. Daniels – Thermal Analysis London, Kogan Page, 1973.
5. M. Ionashiro – Análise Térmica Diferencial, 1989.
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THERMAL ANALYSIS OF THE CLAY FROM AQUIDAUANA AND PONTA GROSSA FORMATION FROM STATE OF MATO GROSSO/MS.
Abstract
In this work were thermically characterized mineralogical reactions referred to
four samples of clays (Stª. Maria Alto (MA), Stª Maria Baixo (MB), Terenos (T) e Coxim
(CX)) from Rio Verde, Terenos and Coxim cities, state of Mato Grosso/MS, belonged to
two geological formation from Aquidauana and Ponta Grossa. Were used such
techniques: differential scanning calorimetry (DSC), thermogravimetric analysis (TG),
thermomechanical analysis (TMA). The results of those analysis allowed to identify
endothermical reactions with loss of mass and dimensional variations, referred to the
losses of free water and the arligominerals’ water, more intenses in the sample of
Coxim (CX). Were also identified endothermical reactions without loss of mass and
expansion referred to the transition of quartz (α → β). Due to the function of burn curve
was possible determine temperatures of the possibily thermal events, and changes of
physical or chemical properties, with higher retraction in the temperatures of 950ºC and
1100ºC.
Key-words: clay, thermal analysis, dilatometer.
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