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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ANÁLISE TOPOLÓGICA EXPERIMENTAL POR PERFILOMETRIA CÍCLICA INDUTIVA DE SUPERFICIES DE PAREDES ESTRUTURAIS CHRISTIANO JOSÉ MENEZES DA COSTA NATAL/RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

ANÁLISE TOPOLÓGICA EXPERIMENTAL POR

PERFILOMETRIA CÍCLICA INDUTIVA DE SUPERFICIES DE

PAREDES ESTRUTURAIS

CHRISTIANO JOSÉ MENEZES DA COSTA

NATAL/RN 2013

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CHRISTIANO JOSÉ MENEZES DA COSTA

ANÁLISE TOPOLÓGICA EXPERIMENTAL POR

PERFILOMETRIA CÍCLICA INDUTIVA DE SUPERFICIES DE

PAREDES ESTRUTURAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para obtenção do título de Mestre em Engenharia.

Área de concentração: Mecânica do Contato/Tribologia

Orientador: Prof. Dr. João Telésforo Nóbrega de Medeiros.

Co-orientador: Prof. Dr.Neil de Oliveira Lima Filho.

NATAL/RN 2013

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DEDICATÓRIA

À minha família e amigos pelo apoio e a todos que estiveram envolvidos compartilhando conhecimentos para alcançar este objetivo.

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AGRADECIMENTOS

Ao CNPq e UFRN pelo apoio, incentivo à pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Ao meu orientador Prof. Dr. João Telésforo Nóbrega de Medeiros pelo convite,

ensinamentos, apoio, amizade, confiança, orientações e compreensão por eventuais

faltas.

Ao meu co-orientador Prof. Dr Neil de Oliveira Lima Filho pela contribuição no

desenvolvimento deste trabalho, apoio e amizade.

Aos professores Dr. João Bosco de Aquino Silva, Dr. João Bosco da Silva, Dr. José

Ubiragi de Lima Mendes e Dr. Efrain Pantaleon Matamoros pela contribuição no

desenvolvimento deste trabalho.

Aos professores do curso Técnico em Mecânica da Escola Técnica Federal do Rio

Grande do Norte, atual Instituto Federal do Rio Grande do Norte, e aos de

Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em especial

aos professores George Santos Marinho, José Ubiragi de Lima Mendes e João

Telésforo Nóbrega de Medeiros, pelos conhecimentos transmitido e incentivo à

pesquisa científica.

A Deus pelo dom da vida e por ter me dado serenidade, sabedoria, humildade, força

e equilíbrio, pois sem isso não teria superado as dificuldades encontradas durante

esta caminhada nem alcançado esta conquista.

À minha mãe Gilda Maria Menezes da Costa, em especial, por ser um referencial na

minha vida como ser humano e profissional, pelo imenso apoio, compreensão,

amizade, respeito e amor que sempre me deu e por estar sempre ao meu lado em

todas as situações.

Ao meu pai que me incentivou e que, através da sua profissão, me despertou o

interesse de ingressar e desvendar o mundo da mecânica.

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À minha família, em geral, pelo apoio e compreensão pelas ausências motivadas por

este trabalho.

Aos meus amigos Erik Caetano da Silva, Izac Martini Linhares, Marco Aurélio

Pinheiro, Paulo Henrique Patrício dos Santos, Ricardo Castilhos das Neves, e

Thiago de Lima Gurgel pela presença, apoio, respeito e compreensão pela minha

ausência em muitos momentos.

Aos meus amigos e ex-chefes, Paulo Rogério Gomes de Souza, Delcilene Oliveira

Mesquita e André Luiz da Apresentação Campos – responsáveis por eu estar nesta

formação hoje e ser o profissional que eu sou – pela amizade, imensa compreensão,

consideração, respeito, apoio e incentivo que me deram durante o período em que

eu cursava graduação em Engenharia Mecânica e trabalhava, e por hoje, mesmo

distantes, continuarem me incentivando e acreditando no meu potencial.

Aos meus amigos, em geral, pela torcida e por acreditarem na minha vitória.

A minha namorada, Patrícia Marques Portella, pelo carinho, ajuda e compreensão

pelas ausências em diversos momentos.

A todos os integrantes do GET – Grupo de Estudo de Tribologia e Integridade

Estrutural da UFRN, Alysson Silva, Edilson Marinho, Fernando Nunes, Juliana

Ricardo, Mayara Candido, Nayane Sá, pelo apoio, e em especial ao Eng. Mecânico

Jarbas Santos Medeiros pela amizade, imensa ajuda e parceria no desenvolvimento

deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Roberto Menezes pelo fornecimento de material para a realização do

trabalho experimental.

Ao técnico da oficina mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

José Maria Alves Frazão pela contribuição na usinagem de peças para montagem

da bancada.

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Enfim, a todos que, direta ou indiretamente, me ajudaram na concretização deste

trabalho.

Muito Obrigado!

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RESUMO COSTA, C. J. M. – Análise Topológica Experimental por Perfilometria Cíclica Indutiva de Superfícies de Paredes Estruturais. Natal/RN, 2012. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Para melhorar as práticas de manutenção, oleodutos e gasodutos são

inspecionados internamente por sistemas automatizados denominados PIG (Pipeline

Inspection Gauge). Uma inspeção e mapeamento de danos, como ressaltos e

rebaixos, na parede interna desses dutos são cada vez mais inseridos em prática

para uma política de Integridade Estrutural. A vida residual dessas estruturas deve

ser determinada a fim de minimizar as probabilidades de falha. Por esta razão, a

investigação no limite de detecção de algumas características topológicas básicas

constituídas por picos e vales dispostas ao longo de uma superfície lisa é de grande

valia para a determinação da sensibilidade nas medições de defeitos de alguns

níveis de combinações circunferencial, axial e radial. Nesta pesquisa, foi analisado

um sensor perfilométrico indutivo para inspecionar três órbitas, de raios r1, r2 e r3

numa superfície circular de aço baixo carbono, equipado com oito danos

consecutivos simulados por rebaixos e ressaltos, por órbita, uniformemente

espaçadas de π/4 rad. Uma bancada de ensaio e uma metodologia para teste em

laboratório foram desenvolvidos para avaliar a resposta do sensor e identificar suas

zonas cegas devido à flutuação dos saltos como uma função das características

topológicas e inspeção de velocidades – quatro velocidades distintas. Os resultados

são apresentados, analisados e sugestões são feitas na direção de uma nova

concepção de topologias de sensores, mais sensíveis para detectar esses tipos de

morfologias de danos.

Palavras-Chave: Engenharia de Manutenção, Inspeção de Dutos, Integridade

Estrutural, PIG, Topologia, Perfilometria.

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ABSTRACT COSTA, C. J. M. – Experimental Topological Analysis for Inductive Cyclic Profilometry of Surface of Structural Walls with Scan to 2,00m/s. Natal/RN, 2012. Masters Dissertation – Federal University of Rio Grande do Norte.

To enhance the maintenance practices, Oil and Gas Pipelines are inspected from the

inside by automated systems called PIG (Pipeline Inspection Gauge). The inspection

and mapping of defects, as dents and holes, in the internal wall of these pipelines are

increasingly put into service toward an overall Structural Integrity Policy. The residual

life of these structures must be determined such that minimize its probability of

failure. For this reason, the investigation on the detection limits of some basic

topological features constituted by peaks or valleys disposed along a smooth surface

is of great value for determining the sensitivity of the measurements of defects from

some combinations of circumferential, axial and radial extent. In this investigation, it

was analyzed an inductive profilometric sensor to scan three races, radius r1, r2, r3,

in a circular surface of low carbon steel, equipped with eight consecutive defects

simulated by bulges and holes by orbit, equally spaced at π/4 rad. A test rig and a

methodology for testing in laboratory were developed to evaluate the sensor

response and identify their dead zones and jumps due to fluctuations as a function of

topological features and scanning velocity, four speeds different. The results are

presented, analyzed and suggestions are made toward a new conception of sensor

topologies, more sensible to detect these type of damage morphologies.

Key-words: Maintenance Engineering, Pipeline Inspection, Structural Integrity,

Inspection, Pig, Topology, profilometry.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. (a) Contato conforme, (b) Limiar entre contato conforme e não conforme, (c) Contato Não conforme. Osculação de contato na definição de DA VINCI apud MEDEIROS (2002), modificado COSTA, C.J.M (2012)......................................................................................................... 5

Figura 2. Desenvolvimento do Papel da Geometria de Superfície, segundo Jiang & Whitehouse, 2012 .................................................................................................................................. 6

Figura 3. Classificação hierárquica da superfície, segundo Jiang & Whitehouse, 2012 .............. 7

Figura 4. Nova estrutura de classificação de superfície, segundo Jiang & Whitehouse, 2012. .. 8

Figura 5. Superfícies Estocásticas, ou Aleatórias, Isotrópicas e Anisotrópicas, e Estruturadas em diversos padrões, segundo Jiang & Whitehouse, 2012. ............................................................ 9

Figura 6. Representação da rugosidade e ondulação da superfície (ASM, 1994), apud, MATOS (2008). ................................................................................................................................................... 10

Figura 7. Desenvolvimento do Papel da Geometria de Superfície, segundo Jiang & Whitehouse, 2012. ............................................................................................................................... 10

Figura 8. Representação esquemática da medição topográfica da superfície utilizando a perfilometria de contato. HUTCHINGS (1992), apud MATOS (2008). ............................................. 12

Figura 9. Descrição do processo de medição da rugosidade sem o contato direto com a superfície, TAYLOR HOBSON, (2002), apud MATOS (2008). .......................................................... 13

Figura 10. Apalpadores perfilométricos com baixa rigidez na mola. Registro fotográfico de um PIG Instrumentado utilizado nas inspeções de dutos. ................................................................... 14

Figura 11. Desgaste das pontas dos apalpadores devido atrito com a superfície. Registro fotográfico de um PIG Instrumentado utilizado nas inspeções de dutos. .................................... 15

Figura 12. Recursos disponíveis (ao final do Século XX ) e resolução associada à medida da altura e espaçamento de asperezas, de acordo com MYSHKIN, PETROKOVETS e CHIZHIK [1998], apud MEDEIROS (2002). ......................................................................................... 16

Figura 13. Desvios de forma do perfil de uma superfície, conforme DIN 4760, MEDEIROS 2002. 18

Figura 14. Termos básicos para uma medição de superfície, ........................................................ 19

Figura 15. Ilustração do parâmetro da rugosidade Ra, apud Faccio (2002). ................................ 20

Figura 16. Ilustração do parâmetro de rugosidade Ry. ................................................................... 21

Figura 17. Ilustração do parâmetro de rugosidade Rz, apud FACCIO (2002). .............................. 22

Figura 18. (a) Curva de Abbott ou Abbott-Firestone de um perfil de rugosidade: lê-se os percentuais das áreas de asperezas (A1), de vales (A2), da rugosidade central (Rk) e de menor (Mr1) e maior (Mr2) capacidade de carga do perfil; (b) Definição esquemática e comparativa, aplicada a duas superfícies, dos parâmetros de textura superficial Rk, Rpk, Rvk, MR1, MR2, A1, A2, de acordo com MUMMERY [1992: 40-1], apud MEDEIROS (2002). ......................................... 24

Figura 19. Visão frontal da ferramenta com distribuição de sensores palito, apud SALCEDO, 2009.. ..................................................................................................................................................... 25

Figura 20. Apalpador (sensor perfilométrico) do pig de perfilagem. ............................................. 26

Figura 21. Funcionamento dos sensores de pig de perfilagem. Dois ímãs permanentes de NdFeB (a) são fixos na base da haste (b) em posições simétricas em relação ao eixo (d) em torno do qual se inclinam. Um transdutor Hall (c) é fixado dentro do eixo. (CAMERINI et. al., 2008), apud SABINO (2009). ............................................................................................................... 27

Figura 22. Sensores palito perfilando uma superfície de contato, apud SALCEDO (2009). ....... 27

Figura 23. Tipos de apalpadores ....................................................................................................... 28

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Figura 24. Distorção do perfil devido às dimensões finitas da ponta do apalpador (amplificado). BHUSHAN, B. (1999), modificado COSTA, C.J.M (2012). ................................................................ 29

Figura 25. Simulação de danos do tipo ressalto e rebaixo em três órbitas no disco de ensaio. 31

Figura 26. Base de fixação do sensor apalpador acoplado a um braço de manivela.................. 32

Figura 27. Batida axial do disco e placa de aquisição de dados. .................................................. 32

Figura 28. Morfologia dos danos ....................................................................................................... 33

Figura 29. Dimensionamento e posicionamento dos raios e danos no disco. ............................. 33

Figura 30. Registro da passagem do sensor nos danos obtidos com o papel carbono. ............ 34

Figura 31. Representação estática do sensor nos danos do tipo rebaixo. ................................... 35

Figura 32. Representação estática do sensor nos danos do tipo ressalto. .................................. 35

Figura 33. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 6mm e largura igual a 13mm. ....................................................................................................................................... 36

Figura 34. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 4mm e largura igual a 12mm. ....................................................................................................................................... 37

Figura 35. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 2mm largura igual a 6mm. ......................................................................................................................................... 37

Figura 36. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 4mm e largura igual a 9mm. ......................................................................................................................................... 38

Figura 37. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 4mm e largura igual a 9mm. ......................................................................................................................................... 38

Figura 38. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 16mm e profundidade igual 8mm. .................................................................................................................... 39

Figura 39. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 12mm e profundidade igual 6mm. .................................................................................................................... 39

Figura 40. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 9mm e profundidade igual 4,5mm. ................................................................................................................. 40

Figura 41. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 5mm e profundidade igual 2,5mm. ................................................................................................................. 40

Figura 42. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 2x10-2m/s . ....................... 42

Figura 43. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 2x10-1m/s . ....................... 43

Figura 44. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 1,00m/s . .......................... 44

Figura 45. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 2,00m/s . .......................... 46

Figura 46. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 2x10-2m/s . ....................... 48

Figura 47. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 2x10-1m/s . ....................... 49

Figura 48. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 1,00m/s . .......................... 51

Figura 49. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 2,00m/s . .......................... 53

Figura 50. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 2x10-2m/s . ....................... 55

Figura 51. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 2x10-1m/s . ....................... 56

Figura 52. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 1,00m/s . .......................... 58

Figura 53. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 2,00m/s . .......................... 60

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASM – American Society for Metals DIN - Deutsches Institut für Normung – Norma Técnica Alemã ISO - International Organization for Standardization – Norma de padronização

Internacional

MEV – Miscroscopia Eletrônica de Varredura PIG – Pipeline Inspection Gauge SEM – Scanning Electron Microscope STM – Scanning Tunneling Microscope

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LISTA DE SIMBOLOS

D – Quantidade de picos contados Ddr1 – Distância entre os danos do raio 1 (mm) Ddr2 – Distância entre os danos do raio 2 (mm) Ddr3 – Distância entre os danos do raio 3 (mm) lm – Comprimento da rugosidade medida (mm) mm – Unidade de comprimento do Sistema Internacional (SI) de Unidades, 1x10-3m m/s – Metro por segundo – Unidade de Velocidade do SI Mr1 – Fração de contato mínimo (%) Mr2 – Fração de contato máximo (%) NdFeB – Neodemium, composição química contendo Neodímio, Ferro e Boro. Nreb – Quantidade de rebaixos Nres – Quantidade de ressaltos Ra – Rugosidade Média (µm) Reb – Rebaixo Rk – Profundidade da Rugosidade Central (µm) Rpk – Altura reduzida dos picos (µm) Res – Ressalto Rvk – Profundidade reduzida dos vales (µm) Ry – Parâmetros de Rugosidade (µm) Rz – Parâmetros de Rugosidade (µm) r1 – Raio 1 r2 – Raio 2 r3 – Raio 3 Sm – Espaçamento médio µm – Unidade de comprimento, 1 x 10-6m

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SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................................. 7

ABSTRACT ............................................................................................................................................. 8

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................... 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................................................. 11

LISTA DE SIMBOLOS .......................................................................................................................... 12

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1

1.1. GENERALIDADES .............................................................................................................................................. 1 1.2. MOTIVAÇÃO ................................................................................................................................................... 2 1.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................................................... 3 1.4. HIPÓTESE....................................................................................................................................................... 3

2. REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................................................... 4

2.1. CONTATO ENTRE SUPERFÍCIES ............................................................................................................................ 4 2.2. METROLOGIA DE SUPERFÍCIE ............................................................................................................................. 5 2.3. CLASSIFICAÇÃO DA SUPERFÍCIE ........................................................................................................................... 6 2.4. TOPOGRAFIA DE SUPERFÍCIE ............................................................................................................................ 10 2.5. OBJETIVOS DE MEDIÇÃO TOPOGRÁFICA DA SUPERFÍCIE .......................................................................................... 11 2.6. TEXTURA SUPERFICIAL OU RUGOSIDADE ............................................................................................................. 11 2.7. DESVIOS DE FORMA ....................................................................................................................................... 17 2.8. PERFIS E PARÂMETROS DE TEXTURA DE SUPERFÍCIE ............................................................................................... 19 2.9. PERFILÔMETRO MECÂNICO .............................................................................................................................. 25 2.6.1 TIPOS DE PONTAS DE APALPADORES .................................................................................................................. 28 2.6.2 INCERTEZAS DE MEDIÇÃO COM APALPADORES MECÂNICOS ..................................................................................... 28

3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................... 30

3.1. CONSTRUÇÃO DA BANCADA ............................................................................................................................. 30 3.2. MORFOLOGIA DOS DANOS .............................................................................................................................. 32 3.3. CARACTERIZAÇÃO DOS DANOS ESTATICAMENTE (QUASE ESTÁTICO) .......................................................................... 34

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 41

4.1. ANÁLISE DOS GRÁFICOS DA ÓRBITA 1 ................................................................................................................. 42 4.2. ANÁLISE DOS GRÁFICOS DA ÓRBITA 2 ................................................................................................................. 48 4.3. ANÁLISE DOS GRÁFICOS DA ÓRBITA 3 ................................................................................................................. 55

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 62

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 65

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Generalidades

Nos projetos de Engenharia, em superfícies sólidas de peças com movimento

relativo e sob carga, há geralmente contato entre duas superfícies. Isto caracteriza o

chamado par tribológico. Interações do tipo fluido-estrutura também podem constituir

tais pares. Neste caso, a complexidade se acentua nos escoamentos multifásicos no

interior de dutos fabricados com materiais compósitos.

Por mais de meio século, muito tem se discutido, avaliado, definido e

contemplado sobre a noção de Tecnologia das Superfícies e tem se concluído que

ninguém tem todos os dados para definir precisamente a “funcionalidade” de uma

superfície de uma peça para predizer como e por quanto tempo ela irá se comportar,

do ponto-de-vista estrutural, satisfatoriamente. CLARK e GRANT (1992), apud

FREITAS (2006).

Pesquisas têm sido realizadas no que diz respeito ao comportamento de

pares de superfícies sólidas que deslizam entre si, sob carga, com ou sem

lubrificação. Por esta razão, estudos são realizados para medir e comparar a textura

e os parâmetros de rugosidade da superfície antes e após movimento relativo entre

as partes que levam a um processo de desgaste.

Entendendo a relação entre as propriedades do desgaste e a textura da

superfície, torna-se possível chegar à otimização da especificação da sua textura e

do processo de manufatura para várias necessidades funcionais da superfície a ser

gerada. (AMERICAN SOCIETY FOR METALS, 1992; MURALIKRISHNAM, 2003),

apud FREITAS (2006).

A avaliação do acabamento de uma superfície pode ser medida, dentro de um

comprimento de referência especificado, utilizando-se alguns dos parâmetros de

rugosidade e informações importantes sobre propriedades funcionais podem ser

obtidas através da curva desenvolvida por Abbott e Firestone na década 1931-40.

Segundo FREITAS (2006), o processo da técnica de medição de superfície

por apalpador (stylus) para avaliação de superfícies tem sido usado pela indústria

por mais de 50 anos. Basicamente, este método determina parâmetros que dão uma

rápida e clara caracterização da superfície.

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Este trabalho aborda um cenário, o mais simples possível: a avaliação do

percentual de detecção plena de ressaltos e rebaixos de uma superfície plana de

uma mesa de aço baixo carbono, por um sensor de contato perfilométrico

macroscópico, que atua em órbitas paralelas circulares cíclica, em velocidades de

deslocamento inferior ou igual a 2,00 m/s.

Deseja-se satisfazer à questão fundamental: o que muda na exatidão da

resposta de um sensor perfilométrico indutivo, varrendo uma trajetória plana em três

órbitas circunferenciais paralelas de raios r1, r2 e r3, em que se sobressaem Nres

ressaltos e Nreb rebaixos, às velocidades 2x10-2, 2x10-1, 1 e 2x100 m/s? Essas

velocidades foram assim determinadas tendo como referência a variação de

velocidade de deslocamento do PIG durante a inspeção em dutos, alcançando uma

máxima de 4,00 m/s.

A fim de contribuir no desenvolvimento da tecnologia do PIG e na maneira de

analisar a topografia de superfície de dutos investiga-se, nesta dissertação, a

influência da velocidade na varredura da superfície de uma estrutura mecânica por

um apalpador mecânico.

1.2. Motivação

À medida que a Engenharia de Petróleo avançou para a exploração de

combustíveis fósseis nas camadas subsuperficiais das águas marítimas profundas e

para que processos industriais se desenvolvessem em condições ambientalmente

amigáveis, neste Século XXI cresce a necessidade de uma avaliação confiável do

desgaste de espessura de paredes de dutos, associado à perda ou ganho de

massa. O estudo do mapeamento perfilométrico macroscópico de superfícies

constitui-se, desta maneira, em etapa importante na quantificação da exatidão da

inspeção de danos, de modo a assegurar e/ou prolongar a integridade desses

elementos estruturais, reduzindo a probabilidade de falhas catastróficas, de danos

ambientais e de perdas humanas.

Como forma de contribuir ao desenvolvimento de equipamentos e métodos

para uma análise topológica de uma superfície estrutural desenvolveu-se um método

de ensaio em laboratório para investigar o comportamento de um perfilômetro-

apalpador indutivo em contato com uma superfície, submetidos a quatro velocidades

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distintas, incluindo-se danos dos tipos ressalto e rebaixo, possíveis de ser

encontrados em estruturas mecânicas.

1.3. Objetivos

1.3.1. Geral

Investigar as respostas estática e dinâmica de um sensor perfilométrico em

processo cíclico de identificação de elementos de contato associados a padrões

topológicos de superfícies estruturais metálicas novas e desgastadas.

1.3.2. Específicos

1. Simular, radialmente, na superfície circular de uma mesa plana, padrões

geométricos estáticos, tipificando espaços físicos a serem identificados por

um sensor indutivo;

2. Identificar, por perfilometria cíclica e ações dinâmicas, ressaltos e rebaixos no

espaço físico de três órbitas paralelas;

3. Quantificar os erros associados aos padrões estáticos e às ações dinâmicas

rastreáveis, da perfilometria cíclica.

1.4. Hipótese O sensor indutivo tem sua resposta perturbada topologicamente pela

velocidade do processo de registro perfilométrico da superfície.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Contato entre superfícies

Quando duas superfícies sólidas planas e paralelas estão em contato e com

movimento relativo entre si, inicilamente o contato ocorre apenas em alguns pontos.

À medida que a carga normal aumenta, a área de contato entre as superfícies

aumenta.

Na mecânica do contato é fundamental identificar o tipo de contato entre duas

superfícies sólidas. Quando as superfícies desses corpos são consideradas do

ponto de vista macroscópico, apenas sua forma é relevante, ou seja, as

imperfeições (ondulações e rugosidade) são ignoradas. Nessas condições, pode-se

considerar o contato como conforme ou não conforme, segundo as indicações a

seguir:

Contato conforme: as superfícies se encaixam de forma que existe uma área de

contato aparentemente mensurável.

Contato Não conforme: as superfícies tocam-se em um ponto, uma linha ou uma

elipse.

Há também o contato limiar entre os contatos conforme e não conforme.

Da Vinci, apud MEDEIROS (2002), apresentou a concepção de contato

mecânico, observado na figura 1, para a osculação de contato entre dois corpos

sólidos interceptados.

SILVA (2006), afirma que a pressão máxima de Hertz para o contato entre

duas esferas pode ser calculada a partir da equação 1.

máxpaN ²...3

2π= [1]

Onde: N é a carga normal aplicada e ².aπ é a área de contato.

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5

Figura 1. (a) Contato conforme, (b) Limiar entre contato conforme e não conforme, (c) Contato Não

conforme. Osculação de contato na definição de DA VINCI apud MEDEIROS (2002), modificado

COSTA, C.J.M (2012).

Observação: Havendo desgaste, o contato não conforme tende passar a ser

conforme.

No caso da ponta de um sensor perfilométrico de um PIG em contato com a

superfície da parede interna de um duto, durante o processo de pigagem, o contato

inicialmente é não conforme. Porém, devido ao desgaste o contato entre esses dois

corpos passa a ser conforme.

2.2. Metrologia de Superfície

Segundo Jiang e Whitehouse, 2012, há uma evolução tecnológica recente

sobre Metrologia de Superfície. A Figura 2 mostra esta evolução desde os anos

1920, quando a textura de uma superfície era considerada incidental, até a primeira

década deste Século XXI, quando se agregaram valor à forma e textura através de

superfícies fabricadas com o auxílio de computador em que se inseriram algumas

peculiaridades geométricas (“features”) predeterminadas.

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6

Figura 2. Desenvolvimento do Papel da Geometria de Superfície, segundo Jiang & Whitehouse,

2012

2.3. Classificação da superfície

Segundo Jiang e Whitehouse, A classificação de texturas da área de

superfície área também foi mudada para a conveniência de projeto, fabricação e

metrologia. De 1980 a 1990, Suh e Saka, e Stout tentaram dividir superfícies em

duas classes: as superfícies de engenharia e estruturada. Mais tarde, Evans e Bryan

modificaram para as superfícies de engenharia e superfícies estruturadas a partir de

um ponto de vista de funções específicas.

• Superfícies estruturadas: Superfícies estruturadas: as superfícies com um

padrão determinístico de características geométricas geralmente elevadas em

relação ao aspecto desenhado para dar uma função específica.

• Superfícies de Engenharia: superfícies em que a superfície e as camadas da

subsupeprfície foram alteradas a fim de alcançar um desempenho funcional

específica.

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7

Este conceito foi novamente alterado por Stout e Blunt, apud Jiang e Whiteouse

(2012):

• Superfícies de engenharia: superfícies, em que, a superfície e as camadas da

subsuperfície foram alteradas a fim de obter um desempenho funcional

específico (conforme descrito por Evans).

• Superfícies não projetadas: superfícies produzidas como consequência direta

do processo de fabricação, onde pouca ou nenhuma tentativa é feita para

influenciar o caráter de superfície.

Essas categorias são subdivididos em aleatórios, sistemáticos e derivados

estruturados e não estruturados de acordo com a fabricação de rotas de

processamento. Jiang e Whitehouse, 2012, apresentaram a estrutura hierárquica

das oito classificações da superfície, relativas ao final do século passado e à

primeira década deste século, como mostra a figura 3.

Figura 3. Classificação hierárquica da superfície, segundo Jiang & Whitehouse, 2012

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8

Para atender às demandas dessas novas tecnologias e evolução da

geometria/textura de superfície, Jiang and Whitehouse revisaram as tecnologias

avançadas de fabricação de superfície e sugeriram a construção de um sistema de

classificação modificado baseado na identificação das características topográficas

críticas superficiais relacionando-as com a sua função. Deste modo, pode também

lidar facilmente com a especificação da superfície do projeto de acordo com o

princípio da dualidade.

Do ponto de vista da metrologia, a classificação de superfície modificada pode

ser tão simples de atualizar o progresso da tecnologia, e é mais conveniente para a

construção de "caixas de ferramentas" equipada para usos específicos, bem como

para a normalização das futuras superfícies. A estrutura hierárquica da classificação

modificada da superfície é mostrada na figura 4, na qual as formas de superfície

também são consideradas.

Figura 4. Nova estrutura de classificação de superfície, segundo Jiang & Whitehouse, 2012.

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9

Uma síntese morfológica de algumas Superfícies Estocásticas, ou Aleatórias,

Isotrópicas e Anisotrópicas, e Estruturadas em diversos padrões são apresentados

na figura 5.

Figura 5. Superfícies Estocásticas, ou Aleatórias, Isotrópicas e Anisotrópicas, e Estruturadas em

diversos padrões, segundo Jiang & Whitehouse, 2012.

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10

2.4. Topografia de Superfície

A maioria das superfícies têm espaçamentos regulares e irregulares, que

tendem a formar um padrão ou textura na superfície, gerado por uma combinação

de diversos fatores, como por exemplo, o processo de fabricação ou acabamento da

superfície, impactando na topografia e geometria da superfície.

De acordo com a ASM (1992), A “textura de superfície” refere-se às finas

irregularidades (picos e vales) produzidas na superfície por um processo de

fabricação. Por convenção, a textura compreende duas componentes: A rugosidade

e a ondulação, como apresentado na figura 2.

Figura 6. Representação da rugosidade e ondulação da superfície (ASM, 1994), apud, MATOS

(2008).

Jiang e Whitehouse, 2012, apresentaram elementos básicos de uma

superfície, como mostra a figura 3.

Figura 7. Desenvolvimento do Papel da Geometria de Superfície, segundo Jiang & Whitehouse,

2012.

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Neste trabalho os pontos críticos denominados por Jiang e Whitehouse, 2012,

como “Picos e Vales” foram nomeados de “Ressaltos e Rebaixos”, respectivamente.

2.5. Objetivos de medição topográfica da superfície

A medição topográfica de uma superfície tem como objetivos controlar o

processo de fabricação e tentar prever o desempenho de componentes e/ou

sistemas mecânicos para monitorar a sua integridade estrutural, garantindo a sua

operação com segurança, evitando, assim, prejuízos materiais e ambientais. Pode-

se citar como exemplo a estrutura de dutos pelos quais são transportados petróleo e

seus derivados.

Um sistema mecânico é normalmente composto por partes que trabalham em

contato e sob um determinado carregamento. O resultado deste contato ao longo de

um determinado período de tempo é o desgaste, caracterizado por uma remoção de

material da superfície. Um modo particular de desgaste é aquele causado pela

fadiga de contato, o qual ocorre em componentes submetidos a altas pressões

cíclicas de carregamento.(ASM, 1992).

2.6. Textura Superficial ou Rugosidade

Segundo Bonduelle (1994), apud OLIVEIRA (2010), toda superfície contínua

originada de processos de manufatura apresentam irregularidades. Algumas são

microgeométricas (rugosidade) e outras macrogeométricas (erro de forma). De toda

a gama de irregularidades, algumas estão associadas a características

microestruturais e outras a defeitos causados por manuseio inadequado. Tais

elementos diferem consideravelmente daqueles que constituem a rugosidade. Se

este defeito é desejável ou indesejável depende da função do componente. Os

defeitos são quantificados como unidades em uma área na superfície.

De acordo com Jin et al (2004) e Barbosa et al (2007), apud OLIVEIRA

(2010), os defeitos superficiais podem ser originados por várias fontes. Por exemplo,

impurezas não metálicas contidas no lingote durante a solidificação (inclusões) bem

como falha mecânica nos laminadores. A escamação superficial é um tipo de

defeito, que pode ocorrer paralelamente à direção de laminação, podendo surgir em

ambas às faces, e em qualquer lugar ao longo da largura de barras de aço trefiladas.

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Stoeterau (2004), relatou que as pesquisas sobre tópico Determinação da

Qualidade Superficial começaram em 1934 quando o engenheiro alemão Gustav

Schulz desenvolveu um perfilômetro simples capaz de registrar e armazenar os

desvios em uma determinada linha de uma superfície. O perfilômetro de Schulz

serviu de base para os atuais rugosímetros de contato mecânicos amplamente

difundidos em laboratórios e oficinas (Stout,1997).

De acordo com FACCIO (2002), A medição de rugosidade merece um

cuidado especial que muitas vezes é relevado em benefício de outras grandezas

envolvidas. A rugosidade, ou os parâmetros que são escolhidos para representá-la,

muitas vezes é uma caracterização incompleta do perfil ou da superfície que se

deseja analisar.

Os parâmetros de rugosidade existentes são valores numéricos resultantes

de integrações ou de operações matemáticas simples de perfis amostrais de

superfícies. Logo, são representações sujeitas a diversos erros de medição e

interpretação. FACCIO, 2002.

Para uma interpretação correta do perfil de rugosidade é necessário

considerar as escalas (para ampliação ou redução) distintas para as direções

vertical e horizontal.

Uma análise do perfil de superfície de estruturas utilizadas na engenharia

pode ser realizada por contato e sem contato físico. Muitas dessas análises são

realizadas pelo modo de contato direto através de um apalpador de um perfilômetro,

como por exemplo, os apalpadores de um PIG Instrumentado, ou um rugosímetro

(Figura 3). Porém, o sinal do perfil analisado pode sofrer alterações devido à carga

aplicada ao apalpador e ao raio da ponta do apalpador.

Figura 8. Representação esquemática da medição topográfica da superfície utilizando a perfilometria

de contato. HUTCHINGS (1992), apud MATOS (2008).

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Já a técnica sem contato físico direto utiliza os meios óticos (Figura 4), como

por exemplo, microscópios eletrônicos de varredura (MEV) ou outros equipamentos

que utilizam algum tipo de onda eletromagnética. Apesar de ser um equipamento de

alta ampliação (até 300.000 x) e resolução, este não substitui o uso do rugosímetro

nem do perfilômetro. Esta técnica ótica complementa a análise fornecida pelos

equipamentos macroscópicos.

Figura 9. Descrição do processo de medição da rugosidade sem o contato direto com a superfície,

TAYLOR HOBSON, (2002), apud MATOS (2008).

A carga aplicada ao apalpador (Figura 5) influencia na leitura e no desgaste

das superfícies devido à pressão de contato, o que, com o tempo, altera a geometria

da ponta do perfilômetro (Figura 6) e, consequentemente, o perfil analisado. Quanto

à distorção gerada pelo raio da ponta do apalpador, FACCIO (2002), baseia-se no

conceito que, por menor que seja o raio utilizado para coletar este perfil de

rugosidade, este sempre será maior que zero. Consequentemente este apalpador

não poderá reconhecer perfis de rugosidade cuja dimensão seja muito menor que a

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de seu raio, retratando o perfil adquirido como uma curva tangente à circunferência

descrita pelo raio de sua ponta. Dependendo do nível de detalhamento exigido em

relação à superfície analisada, deve-se optar por apalpadores de dimensões mais

sutis. E mais uma vez, os mesmos sistemas eletrônicos para obtenção dos perfis

sem contato podem ser aplicados para evitar este erro de distorção na transcrição

de um perfil.

Figura 10. Apalpadores perfilométricos com baixa rigidez na mola. Registro fotográfico de um PIG

Instrumentado utilizado nas inspeções de dutos.

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Figura 11. Desgaste das pontas dos apalpadores devido atrito com a superfície. Registro fotográfico

de um PIG Instrumentado utilizado nas inspeções de dutos.

Acordo MEDEIROS (2002), a utilização de perfilometria, mecânica e óptica, e

microscopia eletrônica de varredura (SEM – Scanning Electron Microscope), como

se vê na Figura 7, permite a investigação de regiões submetidas a processos de

desgaste em microcontatos e contatos de precisão, cujo espaçamento entre

asperezas possui dimensões mínimas de fração de micrometros [µm] e alturas

mínimas de asperezas na faixa de 0,01 a 0,001 µm, relativas a ondulação e

microrugosidade.

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Figura 12. Recursos disponíveis (ao final do Século XX ) e resolução associada à medida da altura e

espaçamento de asperezas, de acordo com MYSHKIN, PETROKOVETS e CHIZHIK [1998], apud

MEDEIROS (2002).

Através de perfilometria e microscopia eletrônica de varredura (SEM),

entretanto, não há condição de se detectar danos com altura de asperezas ao nível

de contato molecular, da ordem de 10-4 µm e espaçamento ao nível de rugosidade

atômica molecular, cuja altura situa-se entre 10-3 µm a 10-4 µm. Essa dimensão

justifica a utilização de microscopia de varredura por tunelamento (STM – Scanning

Tunneling Microscope), MEDEIROS (2002).

É conveniente diferenciar os parâmetros de qualidade da superfície com os

erros de forma desta.

Hutchings (1992), esclarece esta diferença definindo rugosidade como sendo

“as irregularidades de pequena escala de uma superfície” e o erro de forma como

“uma medida do desvio da forma da superfície a partir de sua forma ideal (por

exemplo, plana, cilíndrica ou esférica).

Hutchings (1992), Admite que a distinção entre os dois conceitos é arbitrária,

embora envolva claramente a escala de irregularidade horizontal, ou seja, paralela a

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superfície. Além disso, a imagem da superfície pode ser ainda mais complicada pela

presença de ondulação, definida por este autor como toda ondulação periódica em

escala intermediária entre a rugosidade e o erro de forma.

Na prática, na análise de estruturas mecânicas, os perfis, os parâmetros e

desvios de forma são percebidos devido a erros durante um processo de

usinagem/fabricação e/ou a desgastes ocasionados por um ou uma combinação de

mecanismos de desgaste.

2.7. Desvios de forma

Acordo MEDEIROS, 2002, a determinação quantitativa do desgaste, deve

incorporar a magnitude da pressão hertziana de contato (média ou máxima), a

análise da geometria das superfícies desgastadas, os mecanismos e a quantidade

de desgaste.

Superfícies novas, rugosas, com defeitos de forma como ondulações ou

submetidas aos contaminantes do lubrificante são as deflagradoras do início de

microtrincas superficiais geralmente em torno de 105 ciclos, segundo NÉLIAS e

colaboradores [1998]. Esses autores fazem menção à ondulação da superfície,

gerando microlascamentos (microspallings) de acordo com o modo II da mecânica

da fratura, por cisalhamento. Destacam também que o carregamento cíclico elevado

pode se constituir em fator importante na taxa de propagação de trincas. A

concentração de inclusões pode atuar retardando ou acelerando essas taxas, apud

MEDEIROS, 2002.

BET [1999: 54] demonstrou que, na medição de rugosidade (e ondulação) de

uma peça, quatro são as questões básicas:

a) Com qual equipamento medir?

b) Quais parâmetros utilizar?

c) Em qual direção medir?

d) Em quantos pontos?

A resposta a cada uma dessas questões é complexa e BET (1999) discute

cada conjunto de respostas e propõe uma metodologia direcionada à quantificação

da textura superficial por meio de sondas mecânicas e ópticas tipo seguidor, apud

MEDEIROS, 2002.

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A norma DIN 4760, 1982, apresenta seis tipos de diferentes desvios de forma,

relativamente ao perfil ideal da superfície de um componente mecânico, expostos na

Figura 8. A textura de uma superfície, na óptica da Metrologia Mecânica

convencional, diz respeito aos desvios de forma de segunda à quinta ordem.

Engloba, assim, a medição da rugosidade e da ondulação, BET (1999: 8). O desvio

de forma de sexta ordem, como consta na figura 6, está relacionado ao reticulado

cristalino do material.

Figura 13. Desvios de forma do perfil de uma superfície, conforme DIN 4760, MEDEIROS 2002.

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2.8. Perfis e Parâmetros de textura de superfície

O perfil de uma superfície pode ser definido como a linha produzida pela

apalpação de uma agulha sobre uma superfície. A medição de uma superfície

através de um sistema mecânico de apalpação produz uma linha conforme a figura 9

(Koenig, 1998. Stouts,1996), apud Stoeterau, 2004.

Figura 14. Termos básicos para uma medição de superfície,

A avaliação de medição da textura de uma superfície é baseada em um

comprimento de referência especificado.

A textura da superfície gerada pode ser descrita por três parâmetros básicos:

• Perfil P: Perfil primário, um perfil geral;

• Perfil W: Perfil de ondulação;

• Perfil R: Perfil da rugosidade superficial. Este perfil é calculado usando um

filtro de corte para remover as ondulações do perfil P. Portanto, é uma

modificação intencional do perfil P.

Entre estes perfis o parâmetro mais comum é no perfil R.

• Rugosidade Média (Ra)

É o desvio médio de um perfil em uma linha reta ao longo do comprimento de

avaliação da superfície. Os valores Ra mais comuns para superfícies de metal estão

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entre 0.02 µm e 3.5 µm – quanto mais baixo o valor mais fina a superfície (0,02 µm =

blank espelhado).

Acordo Hutchings (1992), a rugosidade média pode ser expressa

matematicamente pela expressão:

( )∫=L

dxxyL

Ra0

1 [2]

Onde, y é a altura da superfície acima da linha média a uma distância x da

origem, e L é o comprimento total do perfil analisado.

Um exemplo gráfico é ilustrado na figura 10.

Figura 15. Ilustração do parâmetro da rugosidade Ra, apud Faccio (2002).

Segundo Faccio (2002), este parâmetro de rugosidade tem a desvantagem de

não esclarecer ou caracterizar a variabilidade dos diferentes valores locais da

rugosidade sobre o perfil analisado.

• Espaçamento médio (Sm)

É o comprimento medido sobre a quantidade de picos contados (D). Pico é o

maior ponto registrado entre dois cruzamentos da linha média do perfil.

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O espaçamento médio entre picos pode ser expresso matematicamente

como:

D

lmSm = [3]

• Parâmetro de rugosidade (Ry)

É a distância entre o pico mais alto e o vale mais baixo da superfície

analisada, dentro do comprimento medido de um perfil de rugosidade.

Este parâmetro é representado como mostra a figura 11.

Figura 16. Ilustração do parâmetro de rugosidade Ry.

Faccio (2002), afirma que este parâmetro tem vantagens e desvantagens: é

um verdadeiro indicador de distância máxima dos limites de picos e vales de um

comprimento medido. Contudo, o pico mais alto pode estar no começo do perfil

analisado enquanto o vale mais profundo pode estar no final deste perfil. Assim,

estas duas ocorrências estão muito pouco correlacionadas e o parâmetro Ry

registrado pode transmitir uma ideia incorreta sobre a superfície.

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Portanto, para evitar essas situações, a norma ISO 4287 apresenta outro

parâmetro de rugosidade semelhante ao Ry, denominado Rz.

• Parâmetro de rugosidade (Rz)

É a distância média entre os 5 picos mais altos e os 5 vales mais profundos

de uma superfície dentro do comprimento analisado.

Acordo Faccio (2002), Este parâmetro é expresso matematicamente como:

+= ∑∑

==

5

1

5

15

1

i

i

i

i vpRz [4]

Sua representação gráfica é mostrado na figura a seguir;

Figura 17. Ilustração do parâmetro de rugosidade Rz, apud FACCIO (2002).

Comparando-se os parâmetros Ry e Rz conclui-se que, juntos, fornecem uma

ideia mais clara para a monitoração do acabamento superficial em um processo de

fabricação. Valores similares de Ry e Rz indicam um acabamento superficial

consistente de um processo de fabricação, enquanto que diferenças significativas

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destes dois indicam defeitos superficiais quando se deseja uma superfície

consistente.

Já o parâmetro Rz analisado separadamente, pode ser considerado mais

sensível a mudanças no acabamento superficial que Ra, por exemplo. Isso porque

somente alturas máximas de perfis, e não suas médias, são comparadas e

analisadas.

[WHITEHOUSE, 1994: 16-17; 947], apud MEDEIROS (2002), apresenta a

família Rk de parâmetros híbridos de avaliação da topografia superficial. Um

parâmetro é considerado híbrido quando contém informações relativas ao

espaçamento, altura de picos e profundidade de vales de asperezas.

BET (1999) define estes parâmetro como:

Rk = Profundidade da rugosidade central = “Core roughness depth” [ing.] =

Profundidade da rugosidade com exceção dos picos e vales ou a altura da região de

rugosidade central.

Rpk = Altura reduzida dos picos = “Reduced peak height” [ing.] = Caracteriza a

porção do perfil que está acima da região de rugosidade central. É a altura da região

de picos.

Rvk = profundidade reduzida de vales = “Reduced valley depth” [ing.] = Caracteriza

a porção do perfil que está abaixo da região de rugosidade central. É a altura da

região de vales.

Mr1 = Percentual de material correspondente à interseção entre a linha superior da

região de rugosidade central e a curva de Abbott, ou seja, o menor percentual de

suporte da região central.

Mr2 = Percentual de material correspondente à interseção entre a linha inferior da

região de rugosidade central e a curva de Abbott, ou seja, o maior percentual de

suporte da região central.

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A1 (vol.) = Volume correspondente à região de picos, compreendida entre a curva

de Abbott e a linha superior da região de rugosidade central.

A2 (vol.) = Volume correspondente à região de vales, compreendida entre a curva

de Abbott e a linha inferior da região de rugosidade central.

A Figura 13 apresenta a família Rk e a curva de Abbott, ou curva de relação

de material [WHITEHOUSE, 1994: 16-17; 947], apud MEDEIROS (2002).

Figura 18. (a) Curva de Abbott ou Abbott-Firestone de um perfil de rugosidade: lê-se os percentuais

das áreas de asperezas (A1), de vales (A2), da rugosidade central (Rk) e de menor (Mr1) e maior

(Mr2) capacidade de carga do perfil; (b) Definição esquemática e comparativa, aplicada a duas

superfícies, dos parâmetros de textura superficial Rk, Rpk, Rvk, MR1, MR2, A1, A2, de acordo com

MUMMERY [1992: 40-1], apud MEDEIROS (2002).

MUMMERY [1992], apud MEDEIROS (2002) destaca a importância de se

utilizar a família Rk quando se pretende avaliar o contato interativo entre duas

superfícies, estimar os limites da espessura do filme de óleo ou o desgaste entre

pares tribológicos.

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2.9. Perfilômetro mecânico

Perfilômetros de superfícies medem e registram a rugosidade micro-estrutural

de uma superfície. No caso do perfilômetro em análise, localiza e mede áreas de

perda de espessura na superfície interna da parede de um duto e está instalado nas

“coroas instrumentadas” de um pig palito. Acordo SALCEDO (2009), essas “coroas

instrumentadas” são angularmente defasadas uma das outras para distribuição

uniforme de sensores ao longo do perímetro da superfície interna do duto. A

equação que demonstra o cálculo da resolução circunferencial do pig palito é

descrita como:

Resolução Circunferencial = (π x Din) / (Número de sensores) [5]

Onde “Din” é o diâmetro interno do duto.

A figura 14 ilustra a disposição radial de todos os sensores palito no corpo do pig.

Figura 19. Visão frontal da ferramenta com distribuição de sensores palito, apud SALCEDO, 2009..

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Dentre os vários instrumentos disponíveis para avaliação de uma superfície,

mais comum usado hoje pela indústria é o perfilômetro mecânico do tipo apalpador

(stylus).

Utilizando o exemplo de inspeção de dutos por Pig de perfilagem, estes

apalpadores (Figura 15) realizam medição direta por contato na superfície interna do

duto (SABINO, 2009). Cada um possui uma haste rígida que permanece com uma

extremidade em contato com a superfície interna do duto, por pressão de uma mola,

e com a outra extremidade montada em um conjunto que contem imãs permanentes

de NdFeB (Neodimium) e que permite movimento de inclinação em torno de um eixo

que contem um transdutor de efeito Hall (Figura 16).

Figura 20. Apalpador (sensor perfilométrico) do pig de perfilagem.

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Figura 21. Funcionamento dos sensores de pig de perfilagem. Dois ímãs permanentes de NdFeB (a)

são fixos na base da haste (b) em posições simétricas em relação ao eixo (d) em torno do qual se

inclinam. Um transdutor Hall (c) é fixado dentro do eixo. (CAMERINI et. al., 2008), apud SABINO

(2009).

A haste permanece inclinada e tem movimento de inclinação em um plano

longitudinal ao duto passando pelo seu eixo. Ao alterar a inclinação da haste ocorre

uma variação de fluxo magnético e o transdutor gera um sinal analógico proporcional

a esta inclinação (Figura 17). O sensor é projetado para ter sensibilidade a qualquer

variação de posição angular da haste. Cada sensor é calibrado individualmente de

modo a inserir no software de aquisição de dados a curva real de resposta de cada

sensor, correlacionando ângulo da haste com a tensão gerada no transdutor.

Figura 22. Sensores palito perfilando uma superfície de contato, apud SALCEDO (2009).

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2.6.1 Tipos de pontas de apalpadores

Acordo FREITAS (2006), os apalpadores podem ser cônicos com pontas

esféricas ou tronco-piramidais como ilustrado na figura 18. Os apalpadores cônicos

possuem um ângulo de cone de 60º ou 90º com raio de ponta menor que 10,0 µm

(geralmente menor do que 2,0 µm). Os apalpadores tronco-piramidais têm uma

largura típica no topo de 2,0 µm.

Figura 23. Tipos de apalpadores

2.6.2 Incertezas de medição com apalpadores mecânicos Alguns erros podem ser introduzidos na medição de rugosidade quando um

perfilômetro mecânico com apalpador é utilizado. Alguns destes fatores são o

tamanho, carga e a velocidade do apalpador bem como a sua deflexão lateral

provocada pelas asperidades. (BHUSHAN, 1999; CARPINETTI ET AL., 2000;

CHONG e AMARAL, 2005; WHITEHOUSE, 2004), apud FREITAS 2006.

O efeito do tamanho do apalpador é mostrado na figura 19, que ilustra

esquematicamente o perfil real da rugosidade como perfil traçado pelo apalpador.

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29

Figura 24. Distorção do perfil devido às dimensões finitas da ponta do apalpador (amplificado).

BHUSHAN, B. (1999), modificado COSTA, C.J.M (2012).

Percebe-se que, dependendo do tamanho da ponta o apalpador pode não

penetrar totalmente em alguns vales presentes nas superfícies, nem percorrer o

perímetro real de um dano tipo ressalto, gerando um erro na varredura, ou seja,

registrando valores de rugosidade menores que o real da superfície. Portanto,

quanto maior o raio da ponta, menor será a trajetória percorrida pelo apalpador,

maior o erro durante a medição da superfície.

O fator velocidade, acordo SABINO (2009), a sua utilização em limites

superiores para a leitura na superfície interna de dutos por pig gera

questionamentos, como por exemplo, o comportamento dinâmico do contato sensor-

geratriz do duto no entorno do overshoot devido às protuberâncias e vales

originários de soldas e danos como pites, sulcos e mossas presentes nos materiais

dos dutos, e como esses fatores interferem na resposta de um pig perfilométrico e

sua resolução, repetitividade e precisão. Todos estes parâmetros são uma função da

velocidade de varredura, dos limites inferiores e superiores, horizontal e vertical do

dano, da geometria e propriedades elásticas do sistema sensor-duto.

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30

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O grande desafio durante uma análise de superfície com perfilômetro

mecânico é encontrar um que seja eficiente, compacto, confiável, resistente. Além

disso, encontrar a velocidade ideal de varredura de forma a registrar o menor

overshoot, ou seja, a menor alteração do valor do sinal em relação à dimensão

nominal do dano, e a menor interferência possível durante a varredura, pois

dependendo da sua atuação, estará sujeito a fortes impactos, vibrações mecânicas

e variações de pressão, como por exemplo, a inspeção de dutos de petróleo por Pig

Instrumentado.

Sabendo-se que os dutos de transporte de petróleo e seus derivados são

inspecionados periodicamente para controle da perda de espessura da parede

devido ao alto nível de desgaste gerado por um ou uma combinação de mecanismos

de desgaste - e que, durante o processo de inspeção o PIG há variações de

velocidade, projetou-se no laboratório de Dinâmica e Integridade Estrutural, no

Núcleo de Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, juntamente

com o Grupo de Estudos de Tribologia – GET, uma bancada de ensaio (Figura 29)

constituída de uma superfície circular de uma mesa plana, na qual foram inseridos

padrões geométricos estáticos, simulando, por exemplo, os níveis de danos

existentes (ressaltos e rebaixos) na superfície da parede interna de um duto,

tipificando o espaço físico em três órbitas paralelas, a serem reconhecidos por um

sensor indutivo, cuja ponta estará em contato com a superfície circular da mesa.

Além disso, foi alterada a velocidade de rotação da mesa para poder quantificar os

erros associados aos padrões estáticos e às ações dinâmicas da perfilometria

cíclica.

Vale salientar que este ensaio foi realizado sem a presença de petróleo, ou

seja, o contato sensor perfilométrico com o disco foi à seco.

3.1. Construção da bancada

Para a construção desta bancada de ensaio utilizou-se um disco de aço com

358,00 mm de diâmetro e 8,00 mm de espessura, acoplado a dois motores de

corrente contínua, alternadamente, para obter quatro velocidades de inspeção

requeridas para este trabalho (2x10-2, 2x10-1, 1 e 2x100 m/s) simulando o

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deslocamento de um PIG dentro do duto. O disco foi manufaturado com danos do

tipo ressalto e rebaixo, periodicamente espaçados a 45º, simulando os defeitos na

superfície da parede interna do duto (figura 29) e definiu-se três órbitas paralelas, de

raios r1 = 169,00mm, r2 = 112,00mm e r3 = 56,00mm. Desta forma, alterava-se a

distância entre os danos em cada raio (Ddr1=133,00mm, Ddr2=88,00mm e

Ddr3=44,00mm, aproximadamente) e, consequentemente, o comportamento do

sensor para a mesma velocidade. Em conjunto ao disco, desenvolveu-se um

dispositivo estático para a fixação o perfilômetro (figura 30). Este dispositivo foi

acoplado a um braço de manivela de uma máquina de movimento alternativo linear

para facilitar a movimentação da sensor na mudança de órtbita no disco. Antes da

realização do ensaio foi realizado um batimento axial na mesa para avaliar a sua

planicidade (Figura 31). Porém, devido a erro durante o processo de soldagem da

base de fixação do disco para acoplar no motor, foi possível perceber um desvio de

forma de 1ª ordem no disco, ou seja, uma não planicidade.

Para a captação dos sinais detectados pelo perfilômetro, referente aos danos

simulados no disco, foi utilizado uma placa de aquisição de dados da NATIONAL

INSTRUMENTS (NI) de 12 bits com taxa de amostragem de 25KHz (Figura 31).

Estes sinais, por sua vez, foram interpretados no computador através do Labview e

ORIGIN 8.

Figura 25. Simulação de danos do tipo ressalto e rebaixo em três órbitas no disco de ensaio.

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32

Figura 26. Base de fixação do sensor apalpador acoplado a um braço de manivela.

Figura 27. Batida axial do disco e placa de aquisição de dados.

3.2. Morfologia dos danos

Os danos do tipo ressalto foram feitos a partir da usinagem de dois tarugos de

aço baixo carbono, sendo um cilíndrico (diâmetro de 12,00mm) e o outro cônico

(diâmetro maior 12,00mm e diâmetro menor 6,00mm). A partir daí, usinou-se

cortando-os ao meio para fixá-los no disco de forma alternada mantendo um ângulo

de 90º entre eles. Já os danos do tipo rebaixo foram feitos usinando quatro furos

para os quais foram utilizados 4 brocas de diâmetros diferentes (5,00mm, 9,00mm,

12,00mm e 16,00mm). A profundidade de cada furo equivale à metade do valor do

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33

diâmetro da broca utilizada para facilitar a identificação do dano. As figuras 32 e 33

mostram, respectivamente, a morfologia dos danos e as dimensões do disco e dos

danos.

Figura 28. Morfologia dos danos

Figura 29. Dimensionamento e posicionamento dos raios e danos no disco.

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34

3.3. Caracterização dos danos estaticamente (quase estático)

Antes de iniciar os ensaios dinâmicos, utilizando as quatro velocidades

definidas, fez-se a caracterização dos danos “estaticamente” para verificar as zonas

cegas apresentadas nesta condição, uma vez que a geometria da ponta do sensor

não reconhece por completo o perfil do dano.

Para obter melhores resultados, colou-se etiquetas em todos os danos do tipo

ressalto e rebaixo, cuidadosamente para que estas acompanhassem perfeitamente

o perfil de cada um deles para não gerar erros (Figura 34). Em seguida, fixou-se

papel carbono sobre as etiquetas coladas nos danos do tipo ressalto para registrar

as zonas cegas na entrada e na saída de cada dano, em cada órbita,

individualmente. Para o registro nos danos do tipo rebaixo, o papel carbono foi

fixado na ponta do sensor para registrar uma melhor impressão e o procedimento foi

idêntico ao de registro anterior.

Estes registros foram feitos de forma quase estática, pois se fez necessário a

movimentação do disco manualmente numa velocidade tendendo a zero.

Figura 30. Registro da passagem do sensor nos danos obtidos com o papel carbono.

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35

Finalizado este procedimento, fez-se a leitura dos registros em cada dano utilizando

um paquímetro de resolução 0,05mm para poder representá-los no AutoCad, como

mostram as figuras 35 e 36.

Figura 31. Representação estática do sensor nos danos do tipo rebaixo.

Figura 32. Representação estática do sensor nos danos do tipo ressalto.

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Durante a caracterização estática dos danos foi possível perceber e registrar

em fotos as zonas cegas existentes na interface do contato da ponta do sensor com

os danos do tipo ressalto e rebaixo.

As figuras abaixo mostram a presença das zonas cegas em cada tipo de

dano. Como os danos se repetem nas três órbitas definidas, descritas no capítulo 3,

as fotos foram realizadas apenas na órbita 1 e órbita 2. Na órbita 2 apenas nos

danos que diferenciam do definido como padrão (4mm de altura x 12mm de largura).

Já os danos do tipo rebaixo, por também serem repetidos em todas as órbitas, são

apresentadas apenas as da órbita 1 para facilitar a visualização das zonas cegas.

Ressaltos – Zonas cegas.

Figura 33. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 6mm e largura igual a

13mm.

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37

Figura 34. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 4mm e largura igual a

12mm.

Figura 35. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 2mm largura igual a

6mm.

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Figura 36. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 4mm e largura igual a

9mm.

Figura 37. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo ressalto de altura igual a 4mm e largura igual a

9mm.

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Rebaixos – Zonas cegas.

Figura 38. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 16mm e

profundidade igual 8mm.

Figura 39. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 12mm e

profundidade igual 6mm.

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Figura 40. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 9mm e

profundidade igual 4,5mm.

Figura 41. Erro de leitura do perfilômetro no dano tipo rebaixo de diâmetro igual a 5mm e

profundidade igual 2,5mm.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir da análise da superfície, descrita na metodologia, foram gerados 12

gráficos como resultados dos ensaios realizados, nas três órbitas definidas com

raios r1 = 169,00mm, r2 = 112,00mm, r3 = 56,00mm, nas velocidades 2x10-2, 2x10-1,

1 e 2x100 m/s.

Nestes gráficos se observa o desvio de forma da mesa, bem como os picos e

vales provenientes dos danos inseridos na superfície em análise. A amplitude do

sinal gerado variou em cada gráfico de acordo com a velocidade. Para melhor

entendimento dos gráficos gerados, em relação a cada tipo de dano apresentado,

fez-se uma tabela na qual segue a sequencia dos sinais dos gráficos, sempre

intercalados como danos do tipo Ressalto e Rebaixo.

A posição angular foi definida a partir da taxa de amostragem do sensor e a

velocidade aferida com um tacômetro ótico. Desta forma foi possível relacionar a

quantidade de pontos com a posição a partir da equação a seguir:

twW ∆=∆ . [5]

Onde: ∆W = Variação da Posição r, ω = velocidade angular, ∆t = Variação de

tempo.

Durante o desenvolvimento do trabalho o sensor apresentou o fenômeno

denominado Stik-Slip (aderência-deslizamento) em baixas velocidades,

influenciando, assim, a precisão da posição angular dos danos.

A avaliação destes gráficos será descrita individualmente. Nestes é possível

ver claramente o sinal dos ressaltos (parte superior do gráfico) e ressaltos (parte

inferior do gráfico).

Para facilitar a visualização da amplitude do dano real com o lido pelo

perfilômetro, dadas em milímetro (mm), fez-se uma tabela identificando suas

respectivas medidas e a diferença entre elas.

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4.1. Análise dos gráficos da órbita 1

Velocidade – 2x10-2 m/s

Figura 42. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 2x10-2m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 1, velocidade de varredura 2x10-2 m/s, percebe-se

que:

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída, proporcional a altura do dano real, devido a rigidez da mola, sendo

respectivamente igual a 0,50mm, 0,60mm, 0,50mm e 1,2mm;

• O valor das amplitudes dos sinais gerados nos danos do tipo ressalto teve

uma exatidão de 92% devido a baixa velocidade;

• Em relação aos danos do tipo rebaixo a exatidão é de 72%;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

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• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

Velocidade – 2x10-1 m/s

Figura 43. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 2x10-1m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 1, velocidade de varredura 2x10-1 m/s, percebe-se

que:

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída proporcional a altura do dano projetado, devido a rigidez da mola,

sendo respectivamente igual a 0,70mm, 0,60mm, 0,80mm e 1,2mm;

• Ao aumentar a velocidade em uma ordem de grandeza, a amplitude do sinal

apresentou exatidão de 93% da dimensão real do dano do tipo ressalto;

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44

• Percebe-se que a maior variação na leitura do ressalto aconteceu na saída da

parte superior do desvio de planicidade do disco;

• Em relação aos danos do tipo rebaixo a exatidão é de 64%;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

Velocidade 1,00 m/s

Figura 44. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 1,00m/s .

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Analisando o gráfico da Órbita 1, velocidade de varredura 1,00 m/s, percebe-se que:

• O perfilômetro apresenta perturbação devido ao aumento da velocidade;

• O perfilômetro, ao tocar a superfície, após deixar o dano do tipo ressalto,

sofre impulsos sucessivos até sua estabilidade. O mesmo acontece ao sensor

tocar a parede de saída do dano tipo rebaixo. Isto ocorre devido ao aumento

da velocidade;

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída proporcional a altura do dano projetado, devido a rigidez da mola,

sendo respectivamente igual a 0,50mm, 0,25mm, 1,70mm e 2,50mm;

• Em todos os sinais referentes aos rebaixos, há um overshoot positivo,

respectivamente de 2,5mm, 1,0mm, 2,5mm e 1,4mm. Isso gera erro de

interpretação dos sinais referente à topografia da superfície;

• Ao aumentar a velocidade, percebe-se uma ampliação da amplitude do sinal

no menor dano do tipo ressalto em 65% da sua dimensão real;

• O perfilômetro apresentou uma exatidão de 90% nos danos do tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

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Velocidade 2,00 m/s

Figura 45. Sinais captados pelo sensor na órbita 1 na velocidade de 2,00m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 1, velocidade de varredura 2,00 m/s, percebe-se que:

• Houve perturbação no perfilômetro devido ao aumento da velocidade;

• O perfilômetro, ao tocar a superfície, após deixar o dano do tipo ressalto,

sofre impulsos sucessivos até sua estabilidade. O mesmo acontece ao sensor

tocar a parede de saída do dano tipo rebaixo. Isto ocorre devido ao aumento

da velocidade;

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída proporcional a altura do dano projetado, devido a rigidez da mola,

sendo respectivamente igual a 1,00mm, 1,30mm, 1,20mm e 1,10mm;

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47

• Em todos os sinais referentes aos rebaixos, há um overshoot positivo,

respectivamente de 1,40mm, 3,00mm, 1,00mm e 1,00mm. Isso gera erro de

interpretação dos sinais referente a topografia da superfície;

• Ao aumentar a velocidade, percebe-se uma ampliação da amplitude do sinal

no menor dano do tipo ressalto em 90% da sua dimensão real;

• O perfilômetro apresentou uma exatidão de 29% nos danos do tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

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4.2. Análise dos gráficos da órbita 2

Velocidade 2x10-2 m/s

Figura 46. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 2x10-2m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 2, velocidade de varredura 2x10-2m/s, percebe-se

que:

• No terceiro ressalto ocorreu o fenômeno “stick-slip” durante o ensaio, ou seja,

não houve um deslizamento uniforme em toda a superfície de análise;

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída do dano projetado, devido a rigidez da mola, sendo respectivamente

igual a 0,60mm, 0,80mm, 0,70mm e 1,10mm;

• Há um overshoot positivo, no primeiro dano do tipo rebaixo de 0,50mm,

devido ao fenômeno “stick-slip”;

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• O sensor obteve uma exatidão na leitura do ressalto foi de 92,5%;

• Nos danos do tipo rebaixo o perfilômetro apresentou uma exatidão de 44% da

dimensão do dano tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor;

Velocidade 2x10-1 m/s

Figura 47. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 2x10-1m/s .

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Analisando o gráfico da Órbita 2, velocidade de varredura 2x10-1m/s, percebe-se

que:

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída do dano projetado, devido a rigidez da mola, sendo respectivamente

igual a 0,70mm, 0,70mm, 0,70mm e 1,00mm;

• Há um overshoot positivo, no primeiro dano do tipo rebaixo de 0,40mm,

devido ao fenômeno “stick-slip”;

• O sensor obteve uma exatidão na leitura do ressalto foi de 92,5%;

• Ao aumentar a velocidade em uma ordem de grandeza, nos danos do tipo

rebaixo o perfilômetro apresentou uma exatidão de 40% da dimensão do

dano tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

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Velocidade 1,00 m/s

Fig

ura 48. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 1,00m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 2, velocidade de varredura 1,00 m/s, percebe-se que:

• Na superfície o perfilômetro apresenta perturbação devido ao aumento da

velocidade;

• O perfilômetro, ao tocar a superfície, após deixar o dano do tipo ressalto,

sofre impulsos sucessivos até sua estabilidade. O mesmo acontece ao sensor

tocar a parede de saída do dano tipo rebaixo. Isto ocorre devido ao aumento

da velocidade;

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída proporcional a altura do dano projetado, devido a rigidez da mola,

sendo respectivamente igual a 1,00mm, 1,10mm, 1,00mm e 1,20mm;

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• Em todos os sinais referentes aos rebaixos, há um overshoot positivo,

respectivamente de 1,4mm, 1,3mm, 0,8mm e 0,4mm. Isso gera erro de

interpretação dos sinais referente a topografia da superfície; Neste caso,

percebe-se a redução da grandeza do overshoot, se comparando com a

órbita 1, devido a redução da distância entre os danos;

• O perfilômetro apresentou uma exatidão de 92,5% nos danos do tipo ressalto;

• O perfilômetro apresentou uma exatidão de 31% nos danos do tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

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53

Velocidade 2,00m/s

Figura 49. Sinais captados pelo sensor na órbita 2 na velocidade de 2,00m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 2, velocidade de varredura 2,00 m/s, percebe-se que:

• Houve perturbação no perfilômetro devido ao aumento da velocidade;

• O perfilômetro, ao tocar a superfície, após deixar o dano do tipo ressalto,

sofre impulsos sucessivos e o amortecimento do sinal é reduzido devido a

diminuição da distância entre os danos.

• O sinal respectivo a cada evento é defasado em relação a posição real de

cada dano devido a redução da distância entre os danos e aumento da

velocidade.

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54

• O perfilômetro ao tocar a parede de saída do dano tipo rebaixo sofre impulsos

gerando erros de leitura, ou seja, mascara o tipo de dano, pois induz a

interpretar que há a presença de um dano tipo ressalto.

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída, devido a rigidez da mola, sendo respectivamente igual a 1,00mm,

0,80mm, 1,00mm e 1,40mm;

• Em todos os sinais referentes aos rebaixos, há um overshoot positivo,

respectivamente de 1,20mm, 2,50mm, 0,50mm e 0,30mm. Isso gera erro de

interpretação dos sinais referente a topografia da superfície;

• Ao aumentar a velocidade, percebe-se uma ampliação da amplitude dos

sinais do dano do tipo ressalto em 50% da sua dimensão real;

• O perfilômetro apresentou uma exatidão de 4% nos danos do tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

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55

4.3. Análise dos gráficos da órbita 3

Velocidade 2x10-2 m/s

Figura 50. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 2x10-2m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 3, velocidade de varredura 2x10-2 m/s, percebe-se

que:

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída do dano projetado, devido a rigidez da mola, sendo respectivamente

igual a 1,00mm, 0,70mm, 0,60mm e 0,80mm;

• Houve um acréscimo na amplitude da leitura do ressalto em 20% devido ao

aumento da velocidade e redução da distância entre os eventos;

• Nos danos do tipo rebaixo o perfilômetro apresentou uma exatidão de 36% da

dimensão do dano tipo rebaixo;

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• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

Velocidade 2x10-1 m/s

Figura 51. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 2x10-1m/s .

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Analisando o gráfico da Órbita 2, velocidade de varredura 2x10-1 m/s, percebe-se

que:

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída do dano projetado, devido a rigidez da mola, sendo respectivamente

igual a 1,50mm, 1,00mm, 0,60mm e 1,00mm;

• Ao aumentar a velocidade em uma ordem de grandeza percebe-se que há

uma perturbação do sinal obtido pelo sensor ao varrer a superfície;

• O sensor, ao sair do ressalto e tocar a superfície, recebe um impulso e em

seguida é amortecido;

• Houve um acréscimo na amplitude da leitura do ressalto em 20% devido ao

aumento da velocidade e redução da distância entre os eventos;

• Nos danos do tipo rebaixo o perfilômetro apresentou uma exatidão de 40% da

dimensão do dano tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

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Velocidade 1,00 m/s

Figura 52. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 1,00m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 3, velocidade de varredura 1,00 m/s, percebe-se que:

• Na superfície o perfilômetro apresenta perturbação devido ao aumento da

velocidade;

• O perfilômetro, ao tocar a superfície, após deixar o dano do tipo ressalto,

sofre impulsos sucessivos. O mesmo acontece ao sensor tocar a parede de

saída do dano tipo rebaixo. Percebe-se que: isto ocorre devido ao aumento

da velocidade e que praticamente não há amortecimento do sinal entre os

eventos;

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída proporcional a altura do dano projetado, devido a rigidez da mola,

sendo respectivamente igual a 1,50mm, 1,40mm, 1,00mm e 1,20mm;

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• Em todos os sinais referentes aos rebaixos, há um overshoot positivo,

respectivamente de 0,50mm, 1,50mm, 1,60mm e 1,30mm. Isso gera erro de

interpretação dos sinais referente a topografia da superfície;

• Houve um acréscimo na amplitude da leitura do ressalto em 30% devido ao

aumento da velocidade e redução da distância entre os eventos;

• O perfilômetro apresentou uma exatidão de 16% nos danos do tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

• Percebe-se o desvio de planicidade do disco devido ao processo de soldagem

da base e da fixação no eixo do motor.

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Velocidade 2,00 m/s

Figura 53. Sinais captados pelo sensor na órbita 3 na velocidade de 2,00m/s .

Analisando o gráfico da Órbita 3, velocidade de varredura 2,00 m/s, percebe-se que:

• Houve maior perturbação no perfilômetro devido ao aumento da velocidade;

• O perfilômetro, ao tocar a superfície, após deixar o dano do tipo ressalto,

sofre impulsos sucessivos. O mesmo acontece ao sensor tocar a parede de

saída do dano tipo rebaixo. Percebe-se que: isto ocorre devido ao aumento

da velocidade e que há baixo amortecimento do sinal entre os eventos;

• O sinal respectivo a cada evento é defasado em relação a posição real de

cada dano devido a redução da distância entre os danos e aumento da

velocidade;

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• O perfilômetro ao tocar a parede de saída do dano tipo rebaixo sofre impulsos

gerando erros de leitura, ou seja, mascara o tipo de dano, pois induz a

interpretar que há a presença de um dano tipo ressalto;

• Em todos os sinais referentes à amplitude dos ressaltos há um overshoot na

saída, devido a rigidez da mola, sendo respectivamente igual a 2,00mm,

1,50mm, 1,50mm e 2,00mm;

• Em todos os sinais referentes aos rebaixos, há um overshoot positivo,

respectivamente de 1,80mm, 2,90mm, 5,00mm e 3,00mm. Isso gera erro de

interpretação dos sinais referente a topografia da superfície, induzindo a

interpretar o evento como um ressalto;

• Ao aumentar a velocidade, percebe-se uma acréscimo da amplitude dos

sinais do dano do tipo ressalto em 80% da sua dimensão real;

• O perfilômetro apresentou uma exatidão de 8% nos danos do tipo rebaixo;

• O perfilômetro não alcançou a profundidade total de projeto devido a

geometria perfilômetro;

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5. CONCLUSÃO

O presente trabalho se propôs avaliar o comportamento de um sensor

perfilométrico em processo cíclico ao identificar danos em uma superfície, por

consequência o overshoot ocorrido na identificação de tais danos, em quatro

velocidades distintas.

Para a realização desta pesquisa, projetou-se e construiu-se uma bancada de

ensaio e desenvolveu-se um método experimental.

Após a avaliação do comportamento do sensor perfilométrico na variação de

velocidade de varreduras citadas, em três órbitas circulares, pode-se concluir que:

1. Demonstrou-se que foram eficazes a bancada e o método desenvolvidos para

executar a avaliação da exatidão do sensor perfilométrico na detecção de

topologias do tipo ressaltos e rebaixos;

2. À velocidade de varredura do PIG, compreendida entre 2x10-2 m/s e 2,00 m/s,

o sistema comportou-se na detecção de (a) ressaltos, com uma exatidão

superior a 90% e (b) rebaixos, com uma exatidão superior a 70%;

3. À velocidade de varredura do PIG, compreendida entre 1,00 m/s e 2,00 m/s, o

sistema comportou-se amplificando em até 80% os eventos topológicos

identificados na detecção como ressaltos e reduziu a 4% da sua magnitude

real os eventos topológicos identificados na detecção como rebaixos;

4. Houve uma evolução não-linear na perda de exatidão na detecção de

ressaltos e rebaixos em função do aumento da velocidade de varredura, da

geometria do sensor e da distância entre danos, isto é, imprescindível

mapear-se o overshoot no processo de inspeção.

5. Na avaliação dos gráficos percebe-se claramente a presença de overshoot

em todos os sinais relacionados aos danos. A fim de minimizar este problema,

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faze-se necessário uma modificação da rigidez da mola e do material do

sensor.

6. A geometria da ponta do sensor implicou na leitura incompleta do perfil do

dano.

Como sugestão para trabalhos futuros, recomenda-se fortemente estudos

aprofundados sobre:

1. A topologia da ponta do sensor e suas implicações sobre a integridade da

parede do duto, no âmbito de implicações tribológicas como riscos

esclerométricos nucleadores de danos à superfície e subsuperfície de dutos

de aço e liners poliméricos, como PEAD, por exemplo;

2. Materiais de maior coeficiente de amortecimento para fabricação de novos

sensores apalpadores para PIG de perfilagem;

3. A compatibilização entre a confiabilidade da inspeção e a redução de pontos

cegos ao mapeamento dos eventos topológicos mais frequentes e que

possam caracterizar danos às paredes dos dutos inspecionados.

4. Modelagem de sistemas para análise topológica de superfícies estruturais.

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