ANÁLISE DO MOVIMENTO DA SUBIDA NA PRANCHA E SUA …
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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
VANESSA LIMA SARMENTO
ANÁLISE DO MOVIMENTO DA SUBIDA NA PRANCHA E SUA INF LUÊNCIA NO
DESEMPENHO DE SURFISTAS INICIANTES.
Palhoça
2012
VANESSA LIMA SARMENTO
ANÁLISE DO MOVIMENTO DA SUBIDA NA PRANCHA E SUA INF LUÊNCIA NO
DESEMPENHO DE SURFISTAS INICIANTES.
Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.
Orientador: Prof. George Roberts Piemontez, Msc.
Palhoça
2012
VANESSA LIMA SARMENTO
ANÁLISE DO MOVIMENTO DA SUBIDA NA PRANCHA E SUA INF LUÊNCIA NO
DESEMPENHO DE SURFISTAS INICIANTES
Este relatório de estágio foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Educação Física e Esporte e aprovado em sua forma final pelo Curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Palhoça, _____de Novembro de 2012
___________________________________ Professor e Orientador George Roberts Piemontez, Msc.
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
___________________________________ Professora Elinai dos Santos Freitas Schutz, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
___________________________________ Professora Maria Leticia Pinto da Luz Knorr, Msc. Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
AGRADECIMENTOS
Agradeço meu orientador George Roberts Piemontez, a professora Elinai
Freitas dos Santos Schutz, pelo auxílio nos momentos de ansiedade, dificuldade e
por me atender prontamente em todas as dúvidas e questionamentos ao longo deste
ano.
À coordenadora do curso de Educação Física Maria Letícia Pinto da Luz
Knorr, que sempre foi atenciosa, uma ótima professora e uma pessoa especial.
Aos professores da Universidade Unisul: Adriana Salum, Fabiana Ribeiro,
Jucemar Benedet, Gustavo Sá, Rafael Andreis, Simone Souza,Tiago Baptista e
Vanessa Francalacci, que sempre apresentaram o conteúdo das disciplinas com
clareza e conhecimento.
À banca examinadora pela presença e disposição em avaliar este
trabalho.
À Escola de Surf Evandro dos Santos, pela oportunidade de realizar meu
projeto em sua escola.
À todos os participantes do estudo.
Agradeço a Deus por estar concluindo esta importantíssima etapa da
minha vida, que foi tão esperada.
À minha mãe, meu pai, minha irmã e meu namorado que sempre
estiveram ao meu lado me apoiando nos momentos em que mais precisei.
À toda minha querida família, que é base de tudo.
As minhas grandes amigas Natalie Andreoli, Aline Atassio, Crytina
Panzenhagem e Roberta Motta, que me ajudaram psicologicamente e durante todo
o processo do meu projeto.
À Ariana Alberti, Cristiane Zappelini, Elton Guesser, Karen Beppler,
Helena Braitt, Mariana Carrati, Natanael Trupel, Tatyana Navarrete e Willian Garcia,
colegas que conheci durante o curso e que se tornaram grandes amigos.
“Uma vida não basta ser apenas vivida: também precisa ser sonhada.” Mario
Quintana
“Não adianta fugir, nem mentir para si mesmo agora, há tanta vida lá fora, aqui
dentro sempre, como uma onda no mar". Lulu Santos
RESUMO
Este estudo experimental teve como objetivo analisar o movimento da subida na
prancha e sua influência no desempenho de surfistas iniciantes nas ondas.
Participaram 4 surfistas entre 25 e 45 anos, de ambos os sexos e com tempo de
prática de surf de no máximo 4 meses. O estudo constituiu-se em duas etapas, na
Escola de Surf com uma prancha de espuma ao solo, e a outra etapa aconteceu
dentro da água com uma prancha de fibra para cada surfista. As duas etapas
aconteceram no primeiro dia da coleta. Após a primeira coleta, os participantes
receberam um feedback do professor, com orientações do que eles poderiam
melhorar durante o treinamento. A intervenção ocorreu uma vez por semana e tinha
duração de aproximadamente três horas, durante dois meses. Os sujeitos
praticavam os cinco movimentos da subida na prancha fora da água e depois
acontecia a prática na água. Após dois meses de treinamento, foi realizada
novamente a coleta, no mesmo local, com o mesmo número de repetições sobre a
prancha fora e dentro da água. Adotou-se a metodologia utilizada pela Escola de
Surf Evandro Santos para comparar o movimento da subida na prancha e o
desempenho dos sujeitos na onda com as fases dos estágios que foram analisadas,
resultando em uma comparação através dos vídeos e fotos realizados no estudo.
Utilizou-se para aquisição das imagens uma câmera sony de 120 Hertz. Para efetuar
a análise dos dados foi utilizado o programa Kinovea, afim de analisar
detalhadamente os movimentos das fases iniciais de aprendizagem no surf do
estágio 1 e 2 da metodologia, com ênfase no movimento de subida na prancha. A
partir do treinamento da subida na prancha, verificou-se que houve uma melhora
significativa no movimento da subida na prancha, na postura e no desempenho dos
sujeitos sobre a prancha fora da água e dentro da água.
Palavras-chave : Surf. Escola. Aprendizado.
ABSTRACT
This experimental study aimed to analyze the pop up movement on a surfboard and
its influence on beginner surfers' performance in the waves. Four surfers participated
in this study. They were all between 25 and 45 years old, with a maximum of 4
months of surfing experience. The study was conducted in two stages. The first took
place at a Surf School with a foam board on the ground, and the second occurred in
the water with a fiberglass board for each surfer. Both stages took place on each day
of data collection. After the first stage, participants received feedback from the
teacher, with tips on how they could improve during the training. Training occurred
weekly for two months. Each training session lasted approximately three hours. At
each training session, the subjects practiced five pop up movements on the foam
board at the Surf School, and then practiced again in the water. Data collection took
place on the first day of training, and again at the end of training, in the same place,
with the same number of reps on the board, out of the water and in the water. In this
study it was looked at the methodology used by the Evandro Santos' Surf School to
teach students the pop-up movement. For image acquisition it was used a video
camera (Sony, acquisition frequency 120 Hertz). For data analysis it was used the
Kinovea program, in order to analyze in detail the movements of the early stages of
learning the movements of surfing, with emphasis on the pop up movement on the
board. Based on the pop up movement training on the board, it was found a
significant improvement in the pop up movement on the board, in the stance, and the
subjects' performance on the board out of the water and in the water.
Keywords: Surf. School. Learning.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Pranchas de surf ....................................................................................... 19
Figura 2 - Partes da prancha de surf ......................................................................... 20
Figura 3 - Parafina ..................................................................................................... 21
Figura 4 - Deck ......................................................................................................... 21
Figura 5 - Raspador ................................................................................................. 22
Figura 6 - Cordinha (leash ou strep) .......................................................................... 22
Figura 7 - Roupas de surf .......................................................................................... 23
Figura 8 - Capacete ................................................................................................... 24
Figura 9 - Quilhas ...................................................................................................... 24
Figura 10 - Regular Foot ........................................................................................... 26
Figura 11 - Goff Foot ................................................................................................. 27
Figura 12 - Partes da Onda ....................................................................................... 30
Figura 13 - Ficha pré-avaliação ................................................................................. 35
Figura 14 - Ficha pós-avaliação ................................................................................ 36
Figura 15 - Sujeito 1 no primeiro dia da coleta .......................................................... 47
Figura 16 - Sujeito 1 no último dia da coleta ............................................................. 47
Figura 17 - Sujeito 2 no primeiro dia da coleta .......................................................... 48
Figura 18 - Sujeito 2 no último dia da coleta ............................................................. 48
Figura 19 - Sujeito 3 no primeiro dia da coleta .......................................................... 49
Figura 20 - Sujeito 3 no último dia da coleta ............................................................. 49
Figura 21 - Sujeito 4 no primeiro dia da coleta .......................................................... 50
Figura 22 - Sujeito 4 no último dia da coleta ............................................................. 50
Figura 23 - Participantes da pesquisa ....................................................................... 51
Figura 24 - Participantes da pesquisa ....................................................................... 51
Quadro 1 - Análise do estágio 1 do movimento de subida na prancha. .................... 42
Quadro 2 - Análise do estágio 2 do movimento de subida na prancha. ................... 45
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ............................................. 11
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 14
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 14
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 14
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................... ...................................................... 16
2.1 HISTÓRIA DO SURF .......................................................................................... 16
2.2 SURF................................................................................................................... 17
2.2.1 Pranchas de surf ............................ ................................................................ 18
2.2.2 Partes da prancha de surf ................... .......................................................... 19
2.2.3 Equipamentos (acessórios) ................... ........................................................ 20
2.3 ESCOLA DE SURF ............................................................................................. 24
2.3.1 Base do surfista ............................ ................................................................. 26
2.3.2 Movimento e postura do surfista na prancha .. ............................................ 27
2.3.3 Estágio de desempenho e aprendizagem motora . ...................................... 29
2.4 ONDA .................................................................................................................. 29
2.4.1 Partes da Onda .............................. ................................................................. 30
2.4.2 Observação do mar ........................... ............................................................. 30
2.4.3 Entrada na onda (remada) .................... ......................................................... 31
2.5 MANOBRAS ........................................................................................................ 32
3 MÉTODO ................................................................................................................ 34
3.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................... 34
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA ....................................................................... 34
3.3 INSTRUMENTOS DA PESQUISA ...................................................................... 35
3.3.1 Fichas Cadastrais pré e pós avaliação ....... .................................................. 35
3.3.2 Cinemetria .................................. ..................................................................... 36
3.3.3 Materiais ................................... ....................................................................... 36
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................................... 37
3.5 ANÁLISE E COMPARAÇÃO DOS DADOS......................................................... 39
3.5.1 Descrição das fases ......................... .............................................................. 40
3.5.2 Análise dos dados ........................... ............................................................... 41
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......... ............................ 42
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES ........................... ................................................... 52
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
GLOSSÁRIO ......................................... .................................................................... 55
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA
O surf é uma atividade física submetida a determinadas regras,
habilidade física e pode ser definida como um esporte de competição, lazer ou
considerado como um esporte radical, de aventura e turismo (SANTOS, 2012).
Sua habilidade é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos
executados. O surf é um esporte completo, tem características de atividade
anaeróbia e aeróbia, podendo ser moderada ou de alta intensidade. Enquadra-se
em uma categoria de esporte com limitados contatos físicos e de risco de colisão,
diferenciando-se do futebol, basquete, vôlei e outros esportes (STEINMAN, 2003).
A prática do surf vem evoluindo no Brasil e no mundo, tornando-se não só
uma profissão para os surfistas competidores. Hoje existem muitas escolas de surf
nas cidades litorâneas de todo o mundo, com profissionais qualificados, professores
de surf, personal surfers, que vivem do esporte e que procuram melhorar a didática
evoluindo junto com o esporte. A mídia tem sido grande influência para as escolas
de surf, pois nos últimos anos programas de televisão e novelas divulgaram o surf
(SANTOS, 2012).
Considerando estas escolas de surf, inicialmente, são dois segmentos de
trabalho: escolas particulares e escolas públicas, que estão ligadas às secretarias
municipais de esporte e educação. Os objetivos educacionais encontrados são de
escolas de iniciação esportiva, com preparação para competição e profissionalismo,
também podendo ser com as duas preparações, competição e profissionalismo.
Existem escolas que atendem os veranistas, turistas entre outros (MARTINEZ NETO
et al., 2005).
Além disso, o surf hoje é abordado como disciplina em cursos de
graduação de algumas universidades. Alguns temas são importantes nas escolas de
surf, como: primeiros socorros no mar, alimentação, preparação física, ética e
educação ambiental e qualidade de vida (MARTINEZ NETO et al., 2005).
A atuação de diversos profissionais tornou-se uma necessidade no
mercado do surf, pois o esporte envolve fundamentos técnicos da modalidade; é
12
preciso que o praticante tenha conhecimento das regras, segurança, noções básicas
referentes a correntes, ventos, marés, entre outros.
Segundo Souza (2004), o surf não é apenas um esporte, é também um
estilo de vida.
Surfar é ter o controle de um objeto inanimado em um ambiente que
muda o tempo todo, que é o mar. “A única coisa que conseguimos controlar é aquilo
que fazemos as nossas pranchas fazerem através do movimento dos nossos
corpos” (IRONS, 2008).
Para iniciar no surf, é importante aprender em uma escola qualificada,
com um profissional que saiba ensinar as regras do desporto, proporcionando um
aprendizado correto e seguro, visando os objetivos dos alunos (ARAÑA, 2007;
SANTOS, 2012).
Para o surfista iniciante, a prancha certa está relacionada com a sua
habilidade, seu histórico esportivo, histórico de vida e com seu contato com o mar
(SANTOS, 2012).
Segundo Santos (2012), as pranchas utilizadas pelos surfistas iniciantes
devem ser escolhidas pelo professor, sendo indicado o modelo ideal após uma
avaliação feita com o aluno. Geralmente ela deve ter boa flutuação, facilitando o
equilíbrio e mantendo um bom deslocamento na fase da remada.
De acordo com Conway (1993), o surf como aprendizagem torna-se mais
fácil, quando se escolhe o equipamento adequado. As pranchas para os
principiantes devem ser mais compridas, mais largas e mais espessas, diferente das
usadas pelos veteranos.
Para Santos (2012), o surf começa quando realiza-se o movimento de
levantar e ficar em pé na prancha, esse movimento que traz o feeling do esporte.
Quando o surfista realiza o movimento, o professor vai escolher a prancha
ideal para que ele consiga surfar, visando estabilidade e consciência. Ao fazer o
movimento, se perfeitamente executado, com rapidez e levantando em um salto
único, o iniciante conseguirá surfar no primeiro contato. Porém para o surfista
executar a subida, precisará realizá-la várias vezes fora da água, buscando ser cada
vez mais ágil e preciso (SANTOS, 2012).
Ao aprender a subida, o surfista descobre qual é a sua base (postura).
Existem dois tipos de base, que chamamos regular foot ou goof foot. Regular foot é
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quando o surfista coloca o pé esquerdo na parte da frente da prancha e direito na
traseira dela. Goof foot é o oposto do regular, o pé direito fica na parte da frente da
prancha e o esquerdo atrás (ARAÑA, 2007; IRONS, 2008; SANTOS, 2012;SOUZA,
2004).
“A partir dessas posições, haverá dois tipos de posicionamento na onda:
back side e front side. Quando o surfista está de costas para a onda é back side.
Quando está de frente para a parede da onda é front side” (SOUZA, 2004, p.94).
Após saber a sua base e aprender o movimento da subida, o surfista
iniciante deve treiná-lo. Este movimento pode ser praticado em casa, na areia, na
academia em frente a um espelho, isto ajudará na evolução (SOUZA, 2004;
SANTOS, 2012).
Segundo ARAÑA (2007) exercícios específicos do surf prepararão o
corpo do surfista para responder as exigências musculares solicitadas pelo esporte.
É importante que ele seja criativo, lembrando dos movimentos do surf na onda, e é
aconselhado treinamento fora da água.
De acordo com Santos (2012), o iniciante ao realizar o movimento da
subida na prancha sem saber a técnica correta, poderá criar vícios no aprendizado
como a postura incorreta sobre a prancha de surf.
Mesmo com a orientação correta do movimento da subida, não é fácil ter
o controle da prancha na onda e de uma boa leitura dela para que o surfista possa
ser ágil, preciso e realizar os passos básicos importantes para evoluir no esporte
(SANTOS, 2012).
O treinamento da subida na prancha fora da água é funcional e
fundamental para que este movimento aconteça naturalmente quando o surfista
entrar na onda, sendo assim o próximo passo é a leitura da onda e o que fazer nela
(SANTOS, 2012).
A orientação de um profissional de surf nas aulas é importante para a
correção do movimento, postura sobre a prancha, visualização das ondas, tempo de
entrada na onda, segurança, noções básicas sobre vento, ondulação, maré e as
regras do esporte (SANTOS, 2012).
Para Santos (2012), a prática freqüente em uma escola com uma boa
didática proporciona conhecimento teórico-prático em pouco tempo de surf e ajuda o
14
aluno a alcançar um melhor resultado no desempenho em todos os aspectos da
modalidade.
Existe técnica para realizar a subida na prancha, como existe técnica para
realizar a manchete no vôlei, a braçada do nado crawl e como em diversos esportes.
Pouco se conhece esta técnica, pois não tem muita literatura sobre o esporte surf
(SANTOS,2012).
Considerando este contexto, de que forma o movimento da subida na
pode influenciar no desempenho dos surfistas iniciantes na onda antes e após um
treinamento?
1.2 OBJETIVO GERAL
Analisar o movimento da subida na prancha e a influência das sessões de
treinamento no desempenho de surfistas iniciantes nas ondas.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) Caracterizar os sujeitos da pesquisa;
b) Verificar o movimento da subida na prancha de surfistas iniciantes, fora da
água e dentro do mar;
c) Verificar a postura dos surfistas iniciantes sobre a prancha fora da água e
dentro da água;
d) Verificar a subida na prancha e sua influência no desempenho de surfistas
iniciantes após conseguir pegar a onda;
1.4 JUSTIFICATIVA
A análise do movimento de subida na prancha é importante para a
melhora do desempenho de surfistas que pretendem evoluir no surf. O primeiro
passo para a evolução neste esporte é o contato dos pés sobre a prancha com
posição equilibrada. Após este momento pode-se perceber a formação e o percurso
na onda, podendo ter um bom resultado.
15
Segundo Joe...(2002) deslizando na parte certa da onda, ou seja na
parede da onda, o surfista poderá realizar manobras com mais agilidade e rapidez;
se a subida na prancha for tardia, perde-se o tempo da virada e ele não conseguirá
manter a prancha na parede da onda, dificultando a realização das manobras.
Como o mar está sempre em movimento e uma onda não é igual à outra,
a maior dificuldade encontrada no surf é saber o momento ideal, o tempo certo de
entrar na onda, e realizar o movimento da subida deixando os pés sobre a prancha
com a postura correta para que a onda seja surfada de uma maneira mais natural
possível, com o mínimo de esforço físico (IRONS, 2008; SANTOS, 2012).
O treinamento da técnica da subida na prancha fora da água irá ajudar os
surfistas iniciantes a desenvolver a melhoria no desempenho da subida, tornando
esta fase da subida automática, ou seja, natural. Isto proporciona ao praticante
concentrar-se em outras fases, como o tempo de entrada na onda, a permanência
nela e como aproveitar o máximo dela com uma boa leitura da onda.
A pesquisa será importante para conscientizar os alunos das escolas de
surf e iniciantes da importância do aprendizado com um profissional da área.
É fundamental a dedicação para atingir o objetivo e conseguir melhoras
no desempenho no esporte. O praticante deve adquirir consciência corporal,
aperfeiçoar o gesto técnico, iniciar de maneira correta sem vícios, o que acontece
com muitos surfistas que começam a praticar o esporte sem a orientação de um
professor, isso o leva a comprar o equipamento inadequado e se aventurar nas
ondas do mar sem segurança nenhuma (SANTOS, 2012).
Afirma-se a importância desse estudo, para os profissionais da área de
educação física e professores de surf, para que possam adquirir um maior
conhecimento, já que hoje ainda é muito vago e pouco divulgado estudos científicos
e fonte de pesquisa desta modalidade.
Santos (2012) corrobora sobre a necessidade de um estudo que
fundamenta-se melhor o conhecimento técnico sobre a prática de surf,
principalmente na fase da subida na prancha, sendo vital na fase inicial. Muitas
pessoas procuram professores com o objetivo de conseguir ficar em pé e surfar, pois
já haviam tentado sozinhos e não obtiveram sucesso.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 HISTÓRIA DO SURF
Existem diferentes histórias sobre o início da prática do surf, sendo difícil
dizer exatamente como, onde e quando a prática começou. Algumas teorias dizem
que sua origem foi na costa da África Ocidental e do Peru, porém outros acreditam
que foi na Polinésia e nas ilhas do Pacífico Sul (WARSHAW, 1994).
Segundo Young (1994), os primeiros surfistas viveram á cerca de mil
anos. Eles teriam vivido na Oceania e, em constantes imigrações, espalhavam o
hábito de pegar onda pelo Pacífico Sul.
Nas travessias entre ilhas, os polinésios levaram este costume para o
Havaí. Relatos dizem que o surf tem sido executado desde 400 a.C. Porém, o
navegador Britânico, Capitão James Cook, foi o primeiro homem do Ocidente a ver o
surf em ação, no ano de 1777, quando descobriu o arquipélago. Nas suas cartas
contou como os homens que moravam nas ilhas desciam as ondas com pranchas
de madeira. Nesta época a prática do surf, acontecia por toda a sociedade Havaiana
(WARSHAW, 1994; YOUNG, 1994).
Durante muitos anos, o surf foi proibido pela igreja por não ser
considerado de acordo com a moral cristã. Até a metade do século XIX o surf foi
diminuído à uma atividade ocasional. Entretanto, no início do século XX o surf
renasceu no Havaí através do Duke Paoa Kahanamoku, conhecido como o pai do
surf moderno, pois com a sua persistência conseguiu manter o esporte
vivo.(WARSHAW, 1994; YOUNG, 1994).
Duke Kahanamoku dedicou grande parte da sua vida para popularizar o
esporte por todo o mundo. No ano de 1911 fundou o primeiro clube de surf da
história, em Honolulu. Nas Olimpíadas de 1912, em Estocolmo, Duke ganhou uma
medalha de ouro na natação e fez o mundo conhecer o surf e saber que ele era um
surfista e que o surf era o ato de cavalgar as ondas do mar. Em 1913, Duke inseriu o
surf na América e em 1915 na Austrália (WARSHAW, 1994).
Um elemento revolucionário na história do surf aconteceu no ano de
1935 pois Tom Blake introduziu as quilhas, acessório que permitia que a prancha
realizasse manobras. O surf evoluiu graças à melhoria da tecnologia feita pelos
17
californianos e australianos, pois a partir dos anos 60 os lugares aonde o surf era
mais praticado era na Califórnia e na Austrália como esporte (WARSHAW, 1994;
YOUNG, 1994).
O surf iniciou na Europa em Biarritz em 1959. No Brasil, as primeiras
pranchas foram trazidas por turistas. Segundo o livro “A história do Surf no Brasil”, a
primeira prancha brasileira foi produzida em 1938 pelos paulistas Osmar Gonçalves,
João Roberto Suplicy Haffers (Juá) e Júlio Putz, com base em uma matéria da
revista americana Popular Mechanics, que indicava o tipo de material e medidas. Na
época, a prancha tinha 12 pés (3,60 m) de comprimento e pesava aproximadamente
80 quilos. Existe controvérsia eles foram os primeiros surfistas do Brasil, ou se foi o
norte-americano, brasileiro, Thomas Rittscher, em 1934 (WARSHAW, 1994).
Em 1950, os cariocas Jorge Grande, Bizão e Paulo Preguiça fabricaram
uma prancha que não havia flutuação nem envergadura. No ano de 1962, no Rio de
Janeiro o Sr. Moacir inventou uma técnica para dar envergadura aos pranchões, e
em São Paulo, Homero Naldinho, com 14 anos, fazia suas madeirites (WARSHAW,
1994).
2.2 SURF
O surf é um exercício físico que todos podem praticar, para isso é preciso
ter perseverança, força de vontade e uma prancha. É um esporte que ensina o
praticante a ter paciência, aprendendo a ser mais tolerante fora da água, sendo
muito bom para o exercício da cidadania (SOUZA, 2004).
Para Santos (2012), o surf é um esporte complexo, pois existem diversas
variáveis envolvidas, como: onda, vento, velocidade, prancha, praia e surfista. Ao
conhecer essas variáveis e as etapas do aprendizado de forma clara “se torna mais
prazeroso e seguro, gerando um desejo natural de continuar vivenciando a saúde
física e mental que o surf produz através de seu contato”.
Segundo Irons (2008) o surf acontece quando o surfista realiza
movimentos com o corpo controlando a prancha de surf que está sobre a onda do
mar.
18
2.2.1 Pranchas de surf
Desde o início, as pranchas sempre foram fabricadas especificamente
para cada tipo de onda e surfista (SOUZA, 2004).
Existem diversos modelos de pranchas de surf, mas três modelos são
básicos, sendo mais utilizados como: a prancha Longboard, que tem como sua
principal característica o bico arredondado, com comprimento superior a 9 pés (2,7
m), a prancha Funboard, que tem como principal característica o bico arredondado
e o seu comprimento é menor que 9 pés (2,7 m), a prancha Shortboard tendo como
sua característica principal o bico mais pontudo e geralmente sendo mais fina e
estreita do que o Longboard e o Funboard (MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010;
SANTOS, 2012).
É importante saber qual modelo e tamanho de prancha é adequada, e no
início esse processo de reconhecimento pode ser complexo, já que a variação
ocorre de acordo com o biotipo do surfista, nível de condicionamento, tamanho e
formação da onda que será surfada e do estilo de surf que se deseja fazer. Nos
últimos anos as pranchas evoluíram muito e são adaptadas para vários tipos de
ondas, ondas que necessitam de pranchas específicas. Para iniciar no esporte o
ideal é ter uma prancha que seja larga e grossa, facilitando o surfista iniciante na
remada e no equilíbrio (SANTOS,2012).
Segundo Santos (2012) não é apenas a característica física do peso e da
altura do surfista iniciante que vai influenciar no modelo ideal da prancha de surf e
sim a sua habilidade em conseguir realizar o movimento da subida, seu histórico
esportivo e de contato com o mar. Se o aluno sobe rápido não é preciso uma
prancha com muita estabilidade, mas se o aluno demora para subir na prancha, é
importante que ela tenha boa flutuação, sendo larga e grossa.
19
Figura 1 - Pranchas de surf
Fonte: Santos, 2012
2.2.2 Partes da prancha de surf
As partes de uma prancha são chamadas de: Bico (Nose) parte superior
da prancha de surf, podendo variar o seu formato sendo arredondada ou com ponta,
Borda (Rail) parte lateral da prancha, Deck sendo a parte de cima, onde o surfista
ficará de pé, Longarina (Stringer) geralmente feita de madeira localizada no centro
da prancha de surf , Fundo (Bottom) parte inferior ao fundo da prancha de surf,
podendo ter muita curvatura (rocker) ou pouca, Rabeta (Tail) ponta inferior da
prancha que existe diversos formatos e as quilhas (fins) leme estabilizador fixo ou
móvel na parte traseira da prancha que ajuda na direção da prancha (IRONS, 2008;
MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010; SANTOS, 2012).
20
Figura 2 - Partes da prancha de surf
Fonte: Santos, 2012
2.2.3 Equipamentos (acessórios)
Os equipamentos evoluíram rapidamente favorecendo e proporcionando
mais segurança aos surfistas (MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010; SANTOS, 2012;
SOUZA, 2004; WERNER, 1999).
É importante que o surfista tenha todo o material que se utiliza para surfar
em todas as condições. Materiais como os descritos abaixo são imprescindíveis:
Parafina: é uma mistura de parafina pura e óleo mineral, é importante
para que os pés não escorreguem da prancha, aumenta a aderência e a segurança,
proporcionando mais eficiência nas manobras. São diversos os tipos de parafina, a
escolha da parafina é de acordo com a temperatura da água (MACLAREN, 1997;
MARCUS, 2010; SANTOS, 2012; SOUZA, 2004; WERNER, 1999).
No Brasil quando o surf começou, não existia parafina, os surfistas
utilizavam velas para que os pés não escorregassem da prancha. A parafina
21
começou a ser comercializada a partir dos anos 70 (MACLAREN, 1997; MARCUS,
2010; SANTOS, 2012; SOUZA, 2004; WERNER, 1999).
Figura 3 - Parafina
Fonte: Santos, 2012
Deck de borracha: é um piso de borracha, antiderrapante, com a mesma
função da parafina; geralmente é colocado na parte de traz da prancha, aonde o
surfista deixa o pé traseiro. Alguns surfistas gostam de colocar o deck em toda
prancha (MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010; SANTOS, 2012; SOUZA, 2004;
WERNER, 1999).
É um bom acessório para os iniciantes, pois serve como referência para a
posição do pé (MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010; SANTOS, 2012; SOUZA, 2004;
WERNER, 1999).
Figura 4 - Deck
Fonte: Santos, 2012
22
Raspador: são duas funções, uma delas é para limpar a prancha, quando
ela está com muita parafina. Para limpar o surfista deve deixar a prancha durante
três minutos no sol aproximadamente, e deverá remover a parafina com a parte lisa
do raspador. A outra função é para dar mais aderência dos pés sobre a prancha,
raspando a parafina com os dentes do raspador (MACLAREN, 1997; MARCUS,
2010; SANTOS, 2012; SOUZA, 2004; WERNER, 1999).
Figura 5 - Raspador
Fonte: Santos, 2012
Cordinha (Leash ou strep): serve para que o surfista não perca a prancha,
deixando ela presa no tornozelo e na parte traseira da prancha. A cordinha sempre
deve ser colocada no tornozelo da perna traseira do surfista, com sua saída para a
parte de fora da perna, evitando que ela enrole no pé. São diversos os tamanhos
das cordinhas, é importante que o surfista utilize uma cordinha maior que o tamanho
da prancha, pois quando muito curto a prancha voltará mais rápido na direção do
surfista (MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010; SANTOS, 2012; SOUZA, 2004;
WERNER, 1999).
Figura 6 - Cordinha (leash ou strep)
Fonte: Santos, 2012
23
Camisa de lycra: evita assaduras, pois o corpo fica em contato com a
parafina e também protege do sol. É interessante que o surfista iniciante utilize
camisa de cor viva, para que seja visto no mar com facilidade em casos de
acidentes ou de aglomerações entre outros surfistas.
Roupa de borracha (neoprene): são vários tipos de roupas de borracha
(longa, chamada de long John e curta, chamada de short john), as roupas variam a
espessura conforme a temperatura da água, sua função é aquecer o corpo do
surfista. As roupas evoluem a cada dia, sendo cada vez mais flexíveis.
Botinha: o uso das botinhas é importante quando o surfista surfa em
ondas com o fundo de pedra, coral, protegendo contra cortes. Também protege os
pés do frio e proporciona mais aderência (MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010;
SANTOS, 2012; SOUZA, 2004; WERNER, 1999).
Figura 7 - Roupas de surf
Fonte: Santos, 2012
Capacete: Utilizado em surfistas para ondas grandes, com fundo de coral
ou pedra. Importante para proteger a cabeça, pois acidentes podem ser fatais
24
nessas condições de mar (MACLAREN, 1997; MARCUS, 2010; SANTOS, 2012;
SOUZA, 2004; WERNER, 1999).
Figura 8 - Capacete
Fonte: Watertech, 2012
Quilhas: Servem para dar direção na prancha, sem as quilhas, a prancha
fica sem direção. O tamanho das quilhas e o número podem variar. A prancha pode
ter 1, 2, 3, 4 ou 5, vai depender do tipo de prancha que o surfista irá surfar, pois para
cada tipo de onda pode-se utilizar diferentes pranchas.
As quilhas podem ser fixas na prancha ou removíveis, as removíveis são
mais utilizadas pela facilidade de transportar a prancha.
Figura 9 - Quilhas
Fonte: Santos, 2012
2.3 ESCOLA DE SURF
No ano de 1982 surgiu a primeira escola de surf do Brasil, no Arpoador.
Foi uma iniciativa inédita pois, enquanto os australianos aperfeiçoavam o surf para
as competições, no Arpoador a escola de surf tinha como objetivo ensinar as
25
pessoas que nunca haviam surfado a pegar ondas. “Pensei na escola como forma
de retribuir o muito que o surf me proporciona. Senti antes, e ainda sinto hoje, que
precisava me voltar para as crianças como uma maneira de contribuir para o
crescimento do surf” (SOUZA, 2004, p.55)
A oportunidade da escola de surf surgiu quando Souza trabalhava na
Riotur, e teve duração de apenas um mês, não obstante o desejo dos idealizadores
que a escola tivesse vida eterna. O projeto só voltou dez anos depois e permanece
ativo até a atualidade (SOUZA, 2004).
Já a escola de surf do ex-surfista profissional Evandro Santos, tem uma
história distinta. Escola pioneira em Santa Catarina tem como filosofia de vida do
surf, mostrar através de aulas teórico-prática que o surf é possível para todos. O
objetivo do professor Evandro dos Santos era desmistificar o universo desta
modalidade instruindo de maneira consciente, segura através de ensinamentos
teórico-práticos, facilitando o processo didático, incentivando a saúde, a melhoria da
qualidade de vida e visando o bem estar do aluno (SANTOS, 2012).
Seu contato inicial com aulas de surf foi no ano 1989/1990, foi convidado
a trabalhar como instrutor de surf nos intervalos das competições que participava, no
projeto que foi pioneiro em aulas de surf em Florianópolis. Ele continuou a ministrar
aulas de surf, e com o passar dos anos desenvolveu seu próprio método de ensino,
fabricando as pranchas e personalizando-as para seus alunos. Seu objetivo ao
fabricar as pranchas para os alunos era que todos pudessem surfar no primeiro
contato. No ano de 2005 seu objetivo foi alcançado e garantiu o sucesso de suas
aulas de surf, todos os alunos surfam na primeira aula (SANTOS, 2012).
Para começar a prática do surf é importante a orientação de um
professor, não é somente comprar uma prancha e entrar na água. O profissional irá
avaliar o surfista iniciante, sua habilidade, escolher o equipamento ideal a ser
utilizado e vai ensinar as regras do esporte (SANTOS, 2012).
Para Santos (2012), existem muitas pessoas que acham que ensinar é
apenas empurrar o aluno e dizer sobe.
Hoje existem muitas escolas de surf, o número de escolas cresce cada
vez mais em lugares aonde existe a possibilidade de surfar. Cada escola tem sua
didática, elas trabalham de acordo com as necessidades e objetivos de cada
profissional. A maior parte das escolas de surf tem professores que são surfistas
26
experientes. É importante conhecer a escola antes de iniciar nas aulas, saber se é
segura e analisar o perfil dos profissionais responsáveis (ARAÑA, 2007).
2.3.1 Base do surfista
Como já foi dito anteriormente no texto, existem dois tipos de postura
(base) no surf, quando o surfista fica na posição com o pé esquerdo na frente da
prancha e direito atrás, chama-se de regular foot (ARAÑA, 2007; IRONS, 2008;
SANTOS, 2012; SOUZA 2004).
Figura 10 - Regular Foot
Fonte: Santos, 2012
Quando o pé direito fica na frente da prancha e o esquerdo atrás, chama-
se de goof foot (ARAÑA, 2007; IRONS, 2008; SANTOS, 2012; SOUZA 2004).
27
Figura 11 - Goff Foot
Fonte: Santos, 2012
A base do surfista não vai afetar no desempenho dele na onda, será
apenas a postura que utilizará para surfar, a qual se sinta mais a vontade.
O movimento de subir na prancha, após ser ensinado acontece
naturalmente, o surfista iniciante ao realizá-lo colocará um pé na frente e o outro
atrás, e assim descobrirá a sua base (ARAÑA, 2007; IRONS, 2008; SANTOS, 2012;
SOUZA 2004).
2.3.2 Movimento e postura do surfista na prancha
Após ter subido na prancha, o surfista não pode ficar com a posição das
pernas nem muito afastadas nem muito unidas. Os braços devem ficar
aproximadamente na altura do ombro. Para ter um bom equilíbrio, é importante que
os joelhos estejam flexionados evitando o desequilíbrio, afinal com as pernas
estendidas o surfista acaba desequilibrando (SOUZA, 2004).
Segundo Santos (2012), para o surfista iniciante realizar o movimento de
subida na prancha ele deverá posicionar as mãos ao lado do peito, na mesma
distância entre os ombros, saltará em um movimento único, suas pernas deverão
ficar paralelas e flexionadas. Os braços deverão ficar abaixo da linha do ombro, o
28
que irá ajudar no equilíbrio. É importante a prática desse movimento de subida,
podendo ser realizado na areia, em casa e em frente a um espelho, isto irá ajudar o
surfista a adquirir mais agilidade no momento de ficar em pé na prancha (SANTOS,
2012; WERNER, 1999).
Para Irons (2008), para ficar em pé o surfista deve agarrar as duas bordas
da prancha e fazer uma flexão, mantendo o peso centralizado, para não cair. É
preciso colocar o pé da frente na linha central da prancha e ficar em pé, virando os
pés para que os dedos fiquem de um lado da longarina e os calcanhares do outro
lado. “Também é importante não travar seus joelhos, porque você quer ficar flexível.
Quando você olha nas revistas, você vai ver pessoas em posturas similares. Esta é
uma postura funcional e neutra que irá te ajudar depois” (IRONS 2008).
Para ficar em pé na prancha é preciso arquear as costas para cima,
colocar a cabeça para baixo movendo-se um pouco para frente e botar a prancha
para baixo, ficando na parede da onda. Após ir para baixo na parede da onda, o
surfista arqueia e fica em pé. Ao ficar em pé sobre a prancha de surf, o surfista
segura as duas bordas da prancha e traz seus pés debaixo de seu corpo, sem
colocar os joelhos, levantando o mais rápido que puder. O movimento da subida
pode ser praticado na praia ou em casa. O surfista pode colocar a prancha na areia
na praia e treinar o ato de levantar, ficando em pé sobre a mesma. (LEARN..., 2002).
A prática da subida na prancha deve acontecer várias vezes antes que o
surfista entre no mar, para automatizar os movimentos que será preciso na água.
Desenhe uma prancha no solo, deite sobre ela, coloque as mãos abaixo do peito,
cotovelos junto ao corpo, empurre o corpo todo para cima deixando o corpo
lateralmente, os pés devem ficar sobre o desenho no centro. Os pés precisam ficar
fixados um a frente do outro, em um espaço de 40 a 50 cm aproximadamente,
paralelos em um ângulo de 45 graus para o pé da frente e para o de trás 90 graus. É
importante que os joelhos estejam flexionados, tronco em posição natural, braços
abertos, cabeça e ombros na direção do bico da prancha. Este movimento deve
acontecer em um pequeno salto, deixando primeiramente o pé de apoio que está
atrás (ARAÑA, 2007).
29
2.3.3 Estágio de desempenho e aprendizagem motora
A aprendizagem inicial tem como característica as tentativas do sujeito de
adquirir conhecimento do movimento (GENTILE, 1972 apud SCHMIDT; WRISBERG,
2001) ou compreender o padrão básico de coordenação (NEWELL, 1985 apud
SCHMIDT; WRISBERG, 2001). Para tanto é necessário que o sujeito tenha
conhecimento teórico, e a partir desse conhecimento desenvolva a prática.
Na fase inicial do processo de aprendizagem o desempenho do sujeito é
marcado por imprecisão, lentidão, inconsistência e aparência rígida (SCHMIDT;
WRISBERG, 2001). A hesitação e a indecisão são componentes do comportamento;
os iniciantes não possuem certeza de como realizaram os movimentos.
O desenvolvimento depende de vários fatores, tais como: capacidades
adquiridas, motivação, experiência prévia e a dificuldade da tarefa (SCHMIDT;
WRISBERG, 2001). Após essa tomada de consciência do movimento o sujeito irá
refletir e refinar o seu processo de aprendizagem melhorando o desempenho.
Segundo Gentile (1972, apud SCHMIDT; WRISBERG, 2001), a
experiência prática é imprescindível para o aprendizado de qualquer habilidade.
O movimento só se torna autônomo após considerável prática e varia de
acordo com cada sujeito. “Fitts e Posner (1967) chamam este momento de ´estágio
autônomo´, enquanto Adams (1971) rotula-o de ´estágio motor´, sugerindo ênfase
proporcionalmente maior nos aspectos motores da tarefa do que nos cognitivos”
(SCHMIDT; WRISBERG, 2001, p.27).
2.4 ONDA
De acordo com Learn... (2002), a onda origina-se a milhares de
quilômetros de distância, de onde ela quebra.
A energia do sol aquece os oceanos e a atmosfera, e isto causa mudanças térmicas e climáticas que geram ventos e tempestades. Estes ventos ou tempestades sopram sobre o oceano e causam pequenas ondulações que aparecem na superfície. Esta energia se propaga até encontrar um fundo ou um obstáculo que faça com que ela aumente de altura e quebre.
A onda pode ser chamada de direita ou esquerda. Se o surfista regular
estiver de frente para a onda, ou o goof de costas para a onda chama-se a onda de
30
direita. Quando o surfista goof estiver de frente para onda, ou o regular de costas
para a onda, chama-se a onda de esquerda (SANTOS, 2012).
2.4.1 Partes da Onda
Pode-se chamar as partes da onda como: crista sendo a parte de cima da
onda, base sendo a parte da onda mais baixa, parede ou face sendo a parte que
ainda não quebrou da onda e espuma sendo a parte da onda que já quebrou
(SANTOS, 2012).
Figura 12 - Partes da Onda
Fonte: Santos, 2012
2.4.2 Observação do mar
Segundo Santos (2012), o surfista deve alongar o corpo antes da prática
do surf. Nesse momento ele pode aproveitar o tempo em que está realizando o
alongamento para fazer a observação das condições do mar, verificar o tamanho da
onda, formação, se a maré está enchendo ou secando e deverá escolher o lugar
ideal de acordo com seu nível de surf e sua habilidade.
31
É importante fazer a análise das condições do mar antes da pratica do
surf. O mar tem variações de condições constantes, influenciadas pelas correntes
marítimas e pela direção do vento influenciando diretamente na formação e
propagação das ondulações.
2.4.3 Entrada na onda (remada)
Para pegar a onda corretamente a remada é o fator número um. Para o
surfista iniciante, é importante remar de maneira correta, a velocidade não é o mais
importante. O corpo deve estar equilibrado no centro da prancha, e a remada
precisa ser contínua, evitando balançar muito o corpo (SOUZA, 2004).
Este autor afirma que a remada do surf é parecida com a remada da
natação com a prancha, os movimentos são sempre longos e contínuos. Para o
surfista melhorar o desempenho na remada, deve levantar o peito deixando somente
abdômen sobre a prancha. Permanecendo nessa posição, os braços estarão em um
ângulo melhor, isso irá proporcionar uma remada correta. A posição ideal para remar
sobre a prancha é aquela que o corpo esteja bem no centro, o bico da prancha não
pode estar muito alto e nem muito baixo. Estar bem posicionado permite menor
esforço e maior potência. Cada surfista terá seu estilo de remada.
Já para Steinman (2003), a remada do surf é diferente da remada da
natação, o surfista fica mais inclinado para cima e para trás e está apoiado sobre
prancha.
De acordo com Santos (2012), no primeiro contato com o surf não precisa
saber nadar se estiver com um profissional responsável, se estiver em uma onda
adequada para um iniciante como em uma bancada rasa “dê pé”. Para evoluir e dar
continuidade no surf é essencial saber nadar e ter boa remada. Primeiramente para
remar é preciso achar o centro da gravidade sobre a prancha, de um jeito que a
prancha não embique e que o bico não fique levantado. O surfista deve remar
alternando os braços, com a braçada do nado estilo crawl. É importante remar com
as pernas juntas.
Um erro comum do surfista iniciante é remar com as pernas afastadas,
para tentar manter o equilíbrio. O surfista deve remar olhando para o horizonte, com
32
uma braçada após a outra. Santos aconselha que o surfista treine a remada em um
lugar que não tenha ondas, para dominar a técnica da remada (SANTOS, 2012).
No surfe umas das coisas mais difíceis é remar para entrar na onda. O
surfista pode dobrar os joelhos para facilitar a remada. Ao tentar pegar uma onda
remando, “reme como se sua vida dependesse disto”. Se o surfista não remar forte,
ele não irá alcançar a onda, e é simples assim. O melhor jeito para remar é deixar os
braços perto da prancha e afundar a braçada. Ao remar os dedos das mãos devem
estar juntos, é preciso empurrar fundo e forte. A remada trabalha o tríceps e as
costas (IRONS, 2008).
A remada é um dos principais fundamentos, se não tiver uma boa técnica
será difícil surfar as melhores ondas, ultrapassar a arrebentação ou superar uma
correnteza. Muitos surfistas não tem uma técnica boa de ramada, mas sabem como
é importante quando precisam dela. A remada pode ser realizada de duas maneiras,
uma delas é alternar a braçada e a outra é remar com os dois braços
simultaneamente (ARAÑA, 2007).
2.5 MANOBRAS
Quando o surfista é iniciante, apresenta pouca experiência no surf, sua
base é correta para os dois lados da onda, direita e esquerda, pode começar as
primeiras manobras (SOUZA, 2004).
A subida na prancha e a descida da onda, chamado de drop é a primeira
manobra que o surfista realiza. Ela acontece quando o surfista deitado rema
pegando velocidade, fica em pé e vai até a base da onda escolhendo o lado dela
conforme a sua formação. A segunda manobra realizada pelos iniciantes no surf é a
cavada, que acontece quando o surfista desce na base da onda e vira para a direita
ou para a esquerda (SOUZA, 2004).
Se a onda for boa e longa, várias manobras distintas poderão ser
executadas, como: batida, tubo, floater, aéreo, cut back, side sleep, 360º, lay back.
As manobras hang Five e hang ten podem ser efetuadas com a prancha do modelo
longboard, prancha que permite o deslocamento do corpo caminhando sobre a
prancha (SOUZA, 2004).
33
Para Araña (2008), as manobras realizadas pelos surfistas são: drop,
virada ou cavada (bottom turns), batida no lipe ou na junção, slash, cut back, floater,
tubo, aéreo, aério 180º, tail slide, grab rail, 360º. Além dessas manobras os surfistas
longboarder pode realizar: knee turn, drop knee, hang Five, cut back knee turn,
streching, 360º helicopter, soul arch, walking on de board, 360º conduzido (fins first),
spinner, bananeira e troca de base.
34
3 MÉTODO
Neste capitulo são apresentados os procedimentos metodológicos
adotados para nortear o estudo. São descritas as características do estudo, os
sujeitos as variáveis analisadas, instrumentação, os procedimentos de coleta de
dados, e tratamento estatístico.
3.1 TIPO DE PESQUISA
A pesquisa experimental realizada foi de caráter descritiva e qualitativa,
usando como base a análise inicial e final dos dados que foram coletados.
A pesquisa qualitativa é considerada descritiva, pois não quantificou os
dados, mas sim identificou as suas naturezas e as analisou. A importância desse
método foi em função dele ser capaz de dar uma descrição rica e detalhada do
fenômeno estudado (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009).
3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA
Para a realização da pesquisa foram selecionados quatro voluntários de
ambos os sexos, utilizando a forma de amostragem não probabilística intencional,
uma vez que os elementos que pertenceram à amostra foram deliberadamente
escolhidos por serem representativos da população que se desejava avaliar no
estudo (NETO, 1977), pois atenderam os seguintes requisitos: eram ex-alunos da
Escola de Surf, tinham no máximo quatro meses de prática no esporte; sem histórico
de lesão músculo-esquelética nos últimos seis meses; com faixa etária de 25 à 45
anos. Os participantes tiveram disponibilidade e compareceram no local de
treinamento e avaliação. Todos os sujeitos que participaram do estudo foram
instruídos a respeito dos procedimentos a que foram submetidos e assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e de fotografia e vídeo.
Conforme Gil (1995), a amostra foi do tipo não probabilístico e intencional,
composto por voluntários selecionados de acordo com os quesitos solicitados, pela
disponibilidade de horários e interesse em participar da pesquisa.
35
3.3 INSTRUMENTOS DA PESQUISA
Para a realização deste estudo foram utilizados os seguintes
instrumentos:
3.3.1 Fichas Cadastrais pré e pós avaliação
Para cada participante, ex-aluno da Escola de Surf, foi criada uma ficha
cadastral com as seguintes informações: a massa, estatura, idade, tempo de prática
no surf e tempo de prática, por semana, de cada surfista. Além disto, cada
participante preencheu os documentos listados abaixo:
a) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
b) Consentimento para fotografia e vídeo;
c) Preenchimento dos dados na ficha pré-avaliação e pós-avaliação;
Figura 13 - Ficha pré-avaliação
Fonte: Santos, 2012.
36
Figura 14 - Ficha pós-avaliação
Fonte: Santos, 2012. 3.3.2 Cinemetria
O método de pesquisa utilizado foi a cinemetria. A cinemetria é um
conjunto de métodos que busca medir as variáveis cinemáticas do movimento
(análise da distância, do tempo, da velocidade e da aceleração alcançada por um
dado segmento corporal ou pelo centro de massa do indivíduo ao realizar um
determinado movimento). Junto à obtenção de imagens, a partir das quais as
medidas são realizadas, o objetivo da cinemetria é fornecer subsídios para a
descrição do movimento de um corpo, sem se preocupar em explicar as causas
destes movimentos. (AMADIO et al., 2012).
3.3.3 Materiais
A pesquisa foi realizada em duas etapas distintas. Uma etapa aconteceu
na da escola de Surf e a outra etapa foi realizada na Praia da Barra da Lagoa, em
37
Florianópolis, Santa Catarina. Para o desenvolvimento das duas etapas utilizou-se
os seguintes materiais:
a) 1 câmera filmadora sony digitais, 29 quadros/s (vídeo formato ".avi"); em
frequência de 30HZ;
b) 1 caixa estanque para câmera fotográfica Canon T2i full HD;
c) 1 câmera fotográfica Canon T2i full HD;
d) 1 tripé;
e) Uma Prancha de Isopor;
f) Roupas de neoprene (para manter a temperatura do corpo na água);
g) Pranchas de surf de fibra;
h) Parafina (para que o sujeito não escorregue em cima da prancha);
i) Cordinha ou leash (amarrada à prancha e a perna do sujeito);
j) Raspador (para raspar a parafina, proporciona mais aderência do sujeito
sobre a prancha e é utilizada também para limpar a prancha).
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
O primeiro procedimento foi a submissão e aprovação no comitê de ética
CEP/Unisul, após esse procedimento houve o contato com a Escola de Surf Evandro
dos Santos e com os participantes da pesquisa. Foi aplicado um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e um termo de consentimento para
fotografia e vídeo, informando aos participantes os objetivos da pesquisa e os
procedimentos utilizados. Após a assinatura do consentimento, os voluntários
receberam uma cópia do termo.
Foi feito o agendamento para iniciação do processo de coleta e da
intervenção. No primeiro dia de coleta, foi preenchida a ficha cadastral pré-avaliação
e no último dia a ficha cadastral pós-avaliação.
Os participantes tiveram dois meses de treinamento, neste tempo, os
participantes adaptaram-se ao ambiente da coleta de dados. O treino da subida na
prancha não era novidade para os participantes, pois já eram alunos da Escola de
Surf.
38
O registro dos dados aconteceu em dois dias distintos, sendo que no
primeiro dia foi feito o registro das imagens fora da água, em uma prancha de isopor
ao solo e dentro da água, com a prancha de fibra.
O estudo começou com alongamento de aproximadamente 15 minutos,
após o alongamento os sujeitos realizaram individualmente cinco repetições
seguidas do movimento de subida na prancha na areia com a correção do
movimento pelo professor. A escolha pelo número de repetições do movimento foi
dado as experiências anteriores de modo a não levar a fadiga que o excesso de
repetições poderia gerar, alterando ou comprometendo o desempenho do sujeito
dentro da água. Em seguida os sujeitos foram para o mar, onde o professor os
ajudou a entrar na onda, orientando o momento exato da subida na prancha,
corrigindo a postura após a onda surfada.
Os procedimentos aconteceram no período da manhã, na escola de surf
e no mar. As condições climáticas foram as seguintes: sem chuva, pois um dos
equipamentos para registrar as imagens não era à prova da água. O tempo utilizado
para coletar os dados foi de aproximadamente três horas, foi o tempo médio para
realização do processo.
Após esta primeira coleta, os participantes receberam um feedback do
professor, com orientações do que eles poderiam melhorar durante o treinamento.
Após o feedback, iniciou-se o treinamento com os participantes, com duração de
dois meses. O treinamento aconteceu aos domingos, no período matutino e teve
duração de duas horas em cada dia. As aulas aconteceram de acordo com as
condições climáticas para o treinamento, com sol ou chuva e o treino foi realizado
fora e dentro da água, sem registro das imagens.
No término do treinamento dos dois meses, realizou-se o segundo
registro de dados, da mesma maneira como foram coletados antes de iniciar o
treinamento. Posteriormente foi realizada a análise e comparação dos dados
coletados, conforme será descrito no item 3.5.
Para realização da pesquisa foi utilizada uma filmadora que estava fixada
a um tripé, dentro da escola de surf. A câmera ficou a uma distância de 3 metros da
prancha de isopor. Na parte prática no mar, a câmera estava a uma distância de 10
metros aproximadamente na areia, e havia também uma câmera fotográfica aquática
aquática. A freqüência foi de 30Hz, a câmera estava posicionada de forma que
39
mostrava imagens da movimentação do corpo inteiro, dos pés à cabeça. O ajuste da
câmera que estava fixada a um tripé e posicionamento da mesma aconteceu antes
do alongamento dos participantes, quando a filmagem foi feita no solo e no momento
em que os sujeitos entraram no mar.
Foi utilizada uma prancha de isopor (soft) de 2m (tamanho 7´0) para a
realização do movimento no solo, roupas de neoprene para manter a temperatura do
corpo dos participantes na água e pranchas de fibra escolhidas pelo professor para
os participantes da pesquisa surfarem no mar.
Portanto, para a coleta dos dados, o primeiro passo foi verificar e
escolher o ambiente, o segundo passo escolher os participantes, o terceiro passo a
câmera (posicionamento, freqüência, calibração, e sincronização) e por último o
processamento das imagens (edição, digitalização, reconstrução, variáveis,
organização).
3.5 ANÁLISE E COMPARAÇÃO DOS DADOS
Seguimos a metodologia utilizada pela Escola de Surf Evandro Santos
para comparar o desempenho dos sujeitos com as fases dos estágios que foram
analisadas, através dos vídeos e fotos gerados ao longo do estudo.
A metodologia que foi utilizada para a comparação dos dados, é
composta por dois estágios: o estágio 1 e o estágio 2 (anexos). Cada estágio tem
cinco fases.
No estágio 1 o sujeito passa por cinco fases com o auxílio, orientação e
correção do professor: posicionamento inicial (deitado) sobre a prancha; tempo de
deslocamento; movimento ágil e preciso; postura sobre a prancha após o movimento
ágil e preciso e postura do nado crawl.
No estágio 2 o sujeito também passa por cinco fases, porém realiza as
fases sem o auxílio e sem a orientação do professor, apenas com a correção do
mesmo. As fases são: posicionamento inicial (deitado) sobre a prancha; tempo de
deslocamento; movimento ágil e preciso; postura sobre a prancha após o movimento
ágil e preciso e postura do nado crawl. Nos dois estágios os participantes foram
avaliados nas fases como: Péssimo (cor preta), Ruim (cor vermelha), Regular (cor
branca), Bom (cor amarela), Muito Bom (cor verde).
40
3.5.1 Descrição das fases
As fases são as seguintes segundo o método Evandro Santos (2012):
FASE 1: Posicionamento inicial (deitado) sobre a prancha: nesta fase o
sujeito deverá estar no centro da prancha, para que consiga um bom deslocamento
e para entrar na onda no tempo certo.
O sujeito deverá iniciar deitado com o olhar para frente, pernas fechadas
e juntas no centro da prancha.
FASE 2: Tempo de deslocamento: nessa fase o sujeito vai observar a
onda e remar para pegá-la.
O sujeito deve permanecer com o corpo alinhado, pernas fechadas e
deverá olhar para os dois lados da onda, fazendo uma rotação lateral da cabeça.
Após olhar a onda olhará para frente, no sentido da praia.
FASE 3: Movimento ágil e preciso: esta fase é fundamental, pois se o
sujeito não souber subir na prancha, não conseguirá ficar em pé na prancha no
tempo certo para a prática do surf, perdendo a onda. O movimento é semelhante a
um pulo, o indivíduo ao saltar deverá impulsionar o corpo para cima.
FASE 4: Postura sobre a prancha após o movimento ágil e preciso: o
sujeito após realizar o movimento deverá ficar na seguinte postura: pés paralelos
sobre a prancha, afastados na largura dos ombros, pernas flexionadas a 45º, braços
próximos e abertos abaixo da linha do joelho e rosto com rotação lateral com olhar
para frente, como se fosse olhar para onda.
FASE 5: Postura do nado crawl: nesta fase o corpo do sujeito deverá
estar no centro da prancha com as pernas juntas e estendidas, com o olhar para
frente o sujeito irá movimentar os braços alternadamente. O movimento dos braços
é similar ao do nado crawl, proporcionando o deslocamento do surfista sobre a
prancha na água.
O nado crawl é aquele realizado com a barriga para baixo, onde os
braços realizam majoritariamente a propulsão do corpo. Os braços, que são também
responsáveis pela velocidade, devem realizar um movimento parecido com um
ponto de interrogação ou um “S”, esse movimento faz com que o nadador consiga
empurrar mais água, aumentando o impulso (MASSAUD, 2004).
41
3.5.2 Análise dos dados
Para efetuar a análise dos dados foi utilizado o programa Kinovea, com o
objetivo de analisar detalhadamente os movimentos das fases iniciais de
aprendizagem no surf do estágio 1 e 2 da metodologia de Santos (2012), com
ênfase no movimento de subida na prancha.
42
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados, os quais
estão organizados de acordo com os objetivos específicos determinados no estudo.
Quadro 1 - Análise do estágio 1 do movimento de subida na prancha
SUJEITOS
FASE 1
FASE 2
FASE 3
FASE 4
FASE 5
Sujeito 1 RUIM RUIM RUIM RUIM RUIM
Sujeito 2 RUIM RUIM RUIM RUIM RUIM
Sujeito 3 BOM RUIM RUIM RUIM BOM
Sujeito 4 RUIM RUIM BOM RUIM RUIM
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
Antes do início do treinamento, o sujeito 1 tinha dois meses de prática no
surf com a freqüência de 1 vez por semana, o sujeito 2 tinha 4 meses de prática
mensal com a freqüência de 2 vezes por semana e o sujeito 3 e 4, tinham 4 meses
de prática mensal com a freqüência de 1 vez na semana.
Analisando os resultados do Quadro 1 verifica-se que a maioria dos
sujeitos apresentou desempenho ruim nas fases 1 a 5.
De acordo com a análise de cada fase do Método Santos (2012), os erros
mais comuns apresentados pelos surfistas iniciantes foram:
Na fase 1, que se refere ao posicionamento inicial do sujeito na prancha,
os sujeitos não estavam bem posicionados na prancha para remar. As pernas
ficaram afastadas, sendo que alguns sujeitos deitavam muito na frente da prancha e
outros muito atrás. Apenas o sujeito 3 tinha um bom posicionamento sobre a
prancha e não precisava da orientação do professor nesta fase.
Na fase 2, que se refere ao tempo de deslocamento: os sujeitos não
conseguiam entrar na onda sozinhos, sendo necessário o auxílio e impulso do
professor.
Na fase 3, momento em que os sujeitos realizam o movimento ágil e
preciso de subida na prancha, verificou-se que eles não conseguiram realizar o
movimento da subida na prancha com rapidez, subiam lentamente, alguns dos
43
sujeitos colocaram os joelhos e subiam em etapas, demoravam para chegar na
postura. Apenas o sujeito 4 realizou teve um bom desempenho no movimento da
subida na prancha.
Na fase 4, que diz respeito ao posicionamento do corpo sobre a prancha
após a subida na prancha, verificou-se que foi necessário o auxílio do professor
após o término da onda, pois não realizaram a flexão dos quadris e dos joelhos, não
olharam para frente e nem para a onda, olharam para baixo, levantando os braços
acima dos ombros, o que fazia com que eles perdessem o equilíbrio, e caíssem da
prancha.
E por fim, na Fase 5, que refere-se a posição do corpo sobre a prancha
para voltar com prancha ao local de formação das ondas (após a arrebentação), os
sujeitos não conseguiram voltar remando. Voltaram caminhando, segurando a
prancha ao lado. Porém um dos sujeitos conseguiu deitar corretamente na prancha
e remar, não sendo necessário o auxílio do professor nesse estágio.
Buscando suporte na literatura específica, após o posicionamento do
corpo sobre a prancha, Santos (2012) destaca a importância em posicionar o centro
da gravidade sobre a prancha, de maneira que o bico da prancha não incline para
baixo nem para cima, e as bordas não inclinem para os lados.
Antes de iniciar a subida na prancha o surfista deve remar alternando os
braços, com a braçada no estilo nado crawl, e é importante remar com as pernas
sempre unidas (SANTOS, 2012).
De acordo com Souza (2004), para o surfista iniciante, é importante
remar de maneira correta, a velocidade não é o fator mais importante. O corpo deve
estar equilibrado no centro da prancha, a remada deve ser contínua e o surfista deve
evitar balançar o corpo. Já para Steinman (2003), a remada de surf é diferente da
remada da natação, o surfista fica mais inclinado para cima, para trás e está apoiado
sobre a prancha.
Para realizar a subida na prancha, o surfista segura as duas bordas da
prancha e traz seus pés debaixo de seu corpo, sem colocar os joelhos, levantando o
mais rápido que puder (JOE, 2002).
Irons (2008) complementa dizendo que, a melhor maneira para remar é
deixar os braços perto da prancha e afundar a braçada. Para ficar em pé o surfista
deve agarrar as bordas da prancha e fazer uma flexão, mantendo o peso
44
centralizado, para não cair. É preciso colocar o pé da frente na linha central da
prancha e ficar em pé, virando os pés para que os dedos fiquem de um lado da
longarina e os calcanhares do outro lado.
Já para Souza (2004) e Santos (2012), o surfista não deve colocar as
mão na borda da prancha antes de realizar o movimento da subida, pois as mãos
podem escorregar. Já Joe (2002), diz que o surfista deve segurar as duas bordas
antes de realizar o salto em um movimento único, deixando as pernas paralelas e
flexionadas. Os braços deverão ficar abaixo da linha do ombro o que irá ajudá-lo no
equilíbrio.
Geralmente os erros mais comuns dos surfistas iniciantes na prática de
surf são sempre os mesmos: a) dificuldade em posicionar corretamente o corpo
sobre a prancha, por isso não conseguem remar corretamente, tendo dificuldade de
entrar na onda sem o auxílio de um professor; b) após estarem deitados sobre a
prancha, os sujeitos tentam entrar sozinhos na onda e acabam não conseguindo
subir corretamente na prancha, pelo posicionamento incorreto do corpo e pela
remada inadequada; c) geralmente remam pouco e a onda passa e eles sobem
antes na prancha, ou remam demais e passa do tempo de entrar na onda, subindo
depois da onda se formar, assim acabam caindo (SANTOS, 2012).
O surfista quando está aprendendo também não consegue saber o que
fez de errado, por isso é importante a presença e correção de um professor.
Existem controvérsias sobre o movimento e postura sobre a prancha,
alguns autores dizem que o movimento deve ser rápido em um salto e outros
relatam que o movimento é de caminhada. Na postura, muitos concordam que os
joelhos devem permanecer flexionados e os braços devem estar estendidos na
altura do ombro para baixo (ARAÑA, 2007; IRONS, 2008; JOE, 2002; SANTOS,
2012; SOUZA, 2004).
Pela prática acredita-se que o surfista não deve colocar as mãos nas
bordas da prancha, pois atrapalha na realização do movimento. O movimento deve
ser rápido, pois se não for realizado com rapidez, o surfista acaba perdendo a onda
e irá demorar para evoluir. Em relação à postura, é necessária a flexão dos quadris
e dos joelhos, os braços devem ficar abertos, abaixo do ombro e o surfista deve
olhar para frente ou para onda, nunca para os pés ou para baixo, pois assim irá cair.
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Segue abaixo a análise do movimento de subida na prancha após a
intervenção. Os resultados estão plotados no Quadro 2.
Quadro 2 - Análise do estágio 2 do movimento de subida na prancha
SUJEITOS
FASE 1
FASE 2
FASE 3
FASE 4
FASE 5
Sujeito 1 BOM RUIM RUIM BOM BOM
Sujeito 2 BOM BOM BOM BOM BOM
Sujeito 3 BOM RUIM RUIM BOM BOM
Sujeito 4 BOM BOM MUITO
BOM
BOM BOM
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
Analisando o quadro 2, após o término do treinamento de dois meses, a
maioria dos sujeitos obteve melhora no desempenho na subida na prancha.
Constatou-se que metade dos sujeitos passou do conceito RUIM para o conceito
Bom ou MUITO BOM e a outra metade dos sujeitos ainda permaneceu com o
conceito RUIM nas fases 2 e 3.
Verificou-se que todos os sujeitos melhoraram a postura sobre a prancha
(Fase 1), e remaram para entrar na onda com uma postura boa deitada sobre ela.
Já na segunda fase, que é a entrada na onda, 2 dos sujeitos passaram do
estágio 1 para o 2, conseguindo entrar em quase todas as ondas sozinhos, sem o
auxílio e o impulso do professor. Os outros 2 sujeitos não passaram do estágio 1
para o 2, mas melhoraram no desempenho, saindo do ruim para bom, pois estavam
remando, o que ajudava o professor no momento do impulso. Ressalta-se que em
todas as ondas o professor precisou ajudá-los.
Na fase da subida na prancha (Fase 3), considerada a principal fase
deste estudo, 2 dos sujeitos, passaram do estágio 1 para o 2, e os outros 2
permaneceram no estágio 1. Apenas 1 dos sujeitos, teve um desempenho muito
bom nessa fase, no estágio 2, 1 dos sujeitos teve bom desempenho no estágio 2, 1
dos sujeitos teve bom desempenho no estágio 1 e 1 teve um desempenho regular
46
nessa fase. Todos melhoraram, saindo do ruim para, regular, bom e muito bom,
porém 2 dos sujeitos continuaram segurando as bordas da prancha antes da subida,
o que influenciou um pouco no desempenho sobre a onda surfada.
Em relação à postura sobre a prancha, todos os sujeitos passaram do
estágio 1 para o 2, tendo bom desempenho nessa fase. A postura melhorou, os
sujeitos flexionaram os quadris e os joelhos, e permaneceram sobre a prancha
olhando para frente e para onda, os braços estavam abertos e abaixo dos ombros.
Em algumas vezes, 2 dos sujeitos levantava o braço de trás, perdia o equilíbrio e
acabava caindo antes de chegar ao final da onda.
Na última fase (postura do nado crawl), todos os sujeitos tiveram bom
desempenho, conseguindo deitar na prancha e voltar remando até o professor que
se encontrava após a arrebentação das ondas, não precisando da orientação para
corrigir a postura sobre a prancha.
De acordo com o Método de Santos (2012), todos os sujeitos obtiveram
melhora no desempenho da subida na prancha, conforme descrição das fases no
item 3.5.1 (método). Ressalta-se entretanto que, em se tratando de iniciantes, é
necessária a orientação e auxílio do professor no estágio 1. Verificou-se que no
estágio 2, a atuação do professor já não se faz tão presente, pois o sujeito já
consegue ter mais segurança e confiança para realizar sozinho o movimento de
subida na prancha.
Pode-se dizer que os sujeitos evoluíram na maioria das fases do estágio
2. Este fato pode ser atribuído aos seguintes aspectos: a) o movimento de subida
ainda não estava totalmente maduro pelos sujeitos; b) para alguns sujeitos o tempo
de intervenção deveria ter sido superior ao proposto neste estudo, já que cada
sujeito apresenta respostas motoras diferenciadas. Como a condição do mar estava
diferenciada com ondas maiores, no último dia pode-se perceber que esse fato
afetou psicologicamente os sujeitos nas duas fases, pois havia um pouco de
insegurança no momento da subida, o que influenciou na entrada na onda. Eles
precisaram de mais concentração para realizar o movimento da subida, e por isso
precisaram de ajuda para entrar na onda.
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Imagens do primeiro e último dia da coleta dos sujeitos da pesquisa:
Figura 15 - Sujeito 1 no primeiro dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
Figura 16 - Sujeito 1 no último dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
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Figura 17 - Sujeito 2 no primeiro dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
Figura 18 - Sujeito 2 no último dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
49
Figura 19 - Sujeito 3 no primeiro dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
Figura 20 - Sujeito 3 no último dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
50
Figura 21 - Sujeito 4 no primeiro dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
Figura 22 - Sujeito 4 no último dia da coleta
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
51
Figura 23 - Participantes da pesquisa
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
Figura 24 - Participantes da pesquisa
Fonte: Elaboração dos autores, 2012.
52
5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES
A partir do treinamento da subida na prancha fora da água e dentro do
mar, verificou-se que o treinamento influenciou positivamente no desempenho dos
surfistas iniciantes nas ondas.
O movimento da subida no último dia estava melhor comparado com o
primeiro dia, tanto fora como dentro da água, eles subiam com mais facilidade,
leveza, parando com precisão na postura, e por isso conseguiam surfar a onda até o
final, o que não aconteceu no primeiro dia.
Os sujeitos melhoraram em todas as fases do estágio, remavam para
entrar na onda, conseguindo entrar nela no tempo desejado, subiam na prancha no
tempo certo, e permaneceram com a postura correta sobre a prancha. Porém
verificou-se que dois dos sujeitos precisaram da ajuda do professor para entrar na
onda, pelo motivo do movimento não estar automático como desejado.
Apesar de não ser objetivo deste trabalho, os resultados demonstraram
que os sujeitos mediante as condições das ondas, tiveram insegurança em alguns
momentos, ocasionando uma não evolução desejada no desempenho. Sugere-se
que para futuros estudos o tempo de intervenção seja superior ao proposto neste
estudo, já que cada sujeito apresentou respostas motoras diferenciadas. Sugere-se
também o aumento do número de sujeitos da amostra.
Verificou-se a importância do auxílio e das correções do professor para
que houvesse uma melhora em dois meses de treinamento, e que é importante ter
disciplina para conseguir um bom resultado.
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REFERÊNCIAS
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54
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55
GLOSSÁRIO
Antiderrapante – Borracha aderente que é colada na prancha para ajudar a fixação
dos pés do surfista. O mesmo que astrodeck.
Arrebentação – É a distância que vai da praia até onde quebram as ondas. O
mesmo que inside ou zona de impacto.
Back side – É como se denomina a posição do surfista que surfa de costas para a
parede da
Base – Maneira como o surfista se posiciona na prancha, se usa o pé esquerdo ou
direito como apoio, se consegue se colocar bem. Também a parte mais baixa da
onda, sua base, local da onda onde o surfista realiza a cavada para ganhar
velocidade e poder realizar outras manobras.
Bico – É a parte da frente da prancha de surf. Nas pranchas convencionais, é a
parte que tem menor contato com a água e, portanto, tem menos diferenças
significativas ou mesmo utilidade, Já no caso de maior área, agrega sustentação,
facilita a entrada nas ondas e produz maior estabilidade. No entanto, prejudica a
manobrabilidade. Uma prancha com área menor no bico perde sustentação, mas
ganha sensibilidade.
Biquilha – Prancha de duas quilhas. Elas proporcionam mais mobilidade que a
monoquilha, mas menos controle e precisão, sendo mais úteis em ondas pequenas.
O mesmo que Twin fin.
Boa formação – Ondas bem formadas e com condições para a prática de um bom
Surf.
Borda – São as partes laterais da prancha.
Bottom – Parte debaixo da prancha, que tem maior contato com a água e onde
ficam as quilhas. O mesmo que fundo.
Canal – São buracos ou correntes por onde a água empurrada pelas ondulações
para a praia retorna ao oceano. Eles ficam sempre entre dois bancos de areia e são
muito bons para os surfistas, pois ajudam a chegar ao fundo com mais facilidade. O
mesmo que vala.
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Carving – Manobras onde o surfista faz uma curva na base da onda para conseguir
mais velocidade e subir a parede em direção a sua crista. O mesmo que cavada,
botton turn, virada.
Cavada – Manobra em que o surfista faz uma curva na base da onda para conseguir
mais velocidade e ir em direção à crista. A cavada tanto pode ser de back side
(quando o surfista está de costas para a parede da onda) ou de front side (quando
ele está de frente para a parede). O mesmo que botton turn, Carving, virada.
Cordinha – corda feita de material elástico que une a prancha ao tornozelo do
surfista. O mesmo que leash, strep, estrepe ou chop.
Cortar a onda – manter a prancha na parte lateral da onda durante o seu percurso
enquanto está quebrando.
Cut back – Manobra em que o surfista ao manter o corte da onda retorna a parte
próxima da espuma para voltar a ter impulsão da onda, para não perdê-la, e volta a
direção inicial. Esta manobra tanto pode ser realizada em back side (quando o
surfista está de costas para a parede da onda) ou front side (quando o surfista está
de frente para a parede).
Deck – Parte de cima da prancha onde o surfista pisa.
Drop – Ato de descer, de entrar numa onda. O mesmo que dropar.
Entubar – Manobra onde o surfista fica dentro da onda tubular e a crista da onda o
cobre completamente. É considerada um das mais importantes manobras do surf. O
mesmo que entubar, botar para dentro e entocar.
Floater – Manobra em que o surfista após realizar uma cavada na base da onda vai
até a crista e passa por cima dela, quase flutuando, retornando em seguida para sua
base. Esta manobra pode ser realizada estando o surfista de back side – de costas
para a parede da onda – ou de Front side – de frente para a parede.
Formação – É a estrutura das ondas, podendo ser ruim, regular, boa ou excelente.
Front side – É como se denomina a posição do surfista que pega onda de frente
para sua parede. O contrário de back side.
Fundo – Toda parte de baixo da prancha e onde também ficam as quilhas. O
mesmo que bottom.
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Fundo de areia – O mesmo que beach break. . Exemplo de fundos de areia: Barra
da Lagoa (SC), Hossegor (França), Puerto Escondido (México) e a maioria das
praias brasileiras.
Goofy footer – Surfista que pisa na prancha com o pé direito na frente. É o canhoto,
que tem a perna esquerda com ponto de apoio. O mesmo que goofy.
Grab rail – Manobra em que o surfista coloca a mão na borda da prancha para
pegar um tubo de costa para a parede da onda, de back side.
Hang five – Manobra realizada no longboard que consiste em caminhar sobre a
prancha até o seu bico colocando os cinco dedos de um dos pés para fora, no bico,
como se estivesse num trampolim.
Hang ten – Manobra realizada no longboard que consiste em caminhar sobre a
prancha até o bico colocando os dez dedos dos pés para fora, no bico, como se
estivesse num trampolim. O mesmo que ten toes over. Também o nome de uma das
primeiras fábricas de roupas para surfistas, surgida na Califórnia em 1963. Seu dono
era Doug Boyd.
Inside – Local para as ondas que quebram mais próximas da areia, abaixo da zona
de arrebentação.
Lip – Parte superior da onda, a crista.
Longarina – Tira longitudinal de madeira que une as duas metades um bloco e
ajuda a aumentar a resistência a impactos na prancha.
Longboard – Modelo de prancha de surf com comprimento superior a 9 pés
(2,70m) e formato com bico arredondado. Até a década de 70 eram as mais usadas,
hoje são as preferidas de muitos surfistas de todas as idades e também indicada
para os iniciantes.
Neoprene – Material com o qual se confeccionam as roupas dos surfistas.
Nose – È o bico da prancha de surf.
Out side – Local onde se formam as ondas ou qualquer lugar fora da arrebentação.
Parafina – Tablete de cera que é utilizado na prancha para formar uma camada
protetora na parte superior e aumentar o atrito, ajudando a manter a aderência dos
pés do surfista.
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Parede – Parte de trás de uma onda, a parte que ainda não quebrou e que sustenta
a crista, o lip. É a área de transição entre a crista e a base.
Quebra-côco – Onda oca e que se forma na beira da praia, quebrando
abruptamente, sem dar condições para o surf.
Rabeta – Parte de trás da prancha. Tem diferentes formatos.
Rasgada – Manobra onde o surfista, depois de cavar na base da onda, sobe até sua
crista e, antes de atingi-la, muda de direção com força, jogando muita água para
cima e retornando em seguida à base. O mesmo que snap.
Raspador - Acessório que serve para remover ou encrespar a parafina da prancha.