ANÁLISE DE CONJUNTURA...eleições de maio para o Parlamento Europeu –, com as escolhas de Ursula...
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
ANÁLISE DE CONJUNTURA 2º TRIMESTRE 2019
EDIÇÃO ELETRÓNICA
Análise elaborada com dados até 10 de julho e destaques de enquadramento até
final de junho, mais algumas notícias relevantes de início de julho
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Índice de Assuntos
EDITORIAL ........................................................................................................................ 4
1. ENQUADRAMENTO ....................................................................................................... 6
1.1 Enquadramento internacional .......................................................................................... 6
1.2 Enquadramento nacional ................................................................................................. 7
2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL ............................................................................... 9
2.1 PIB e outros indicadores de atividade ............................................................................... 9
2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais ................................................... 12
3. INTERNACIONALIZAÇÃO ........................................................................................... 15
3.1 Comércio internacional .................................................................................................. 15
3.1.1 Comércio internacional de bens .................................................................................. 15
3.1.2 Comércio internacional de serviços .............................................................................. 19
3.1.3 Balança de bens e serviços ......................................................................................... 20
4. FINANCIAMENTO ........................................................................................................ 22
4.1 Taxas de juro ............................................................................................................... 22
4.2 Crédito ......................................................................................................................... 24
4.3 Mercado de capitais ...................................................................................................... 27
4.4 Estrutura de financiamento das empresas ...................................................................... 28
5. MERCADO DE TRABALHO ........................................................................................... 29
6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS .............................................................................. 31
7. CUSTOS DA ENERGIA ................................................................................................. 32
7.1 Eletricidade .................................................................................................................. 32
7.2 Gás natural................................................................................................................... 33
7.3 Combustíveis ................................................................................................................ 34
8. INFLAÇÃO, CÂMBIOS E COMPETITIVIDADE PELOS CUSTOS ...................................... 35
8.1 Inflação e câmbios ........................................................................................................ 35
8.2 Competitividade pelos custos laborais ............................................................................ 36
9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA .......................................................... 37
9.1 Equilíbrio externo .......................................................................................................... 37
9.2 Contas públicas ............................................................................................................ 37
FICHA TÉCNICA
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Empresarial
de Portugal
Praça das Indústrias
1300-307 LISBOA
Diretor
João Costa Pinto
Edição
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Redação
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1300-307 LISBOA
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Disponível online.
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EDITORIAL
Os resultados das contas nacionais do primeiro trimestre, de que dá conta a presente edição
trimestral da Envolvente Empresarial, justificam uma análise atenta da presente conjuntura.
Por um lado, o investimento disparou para um crescimento de mais de 17%. Esta evolução
refletiu um aumento significativo das existências, mas também da FBCF, que acelerou de uma
taxa de 4,1% para 11,7%, impulsionada pelas componentes de Construção e de Outras Máquinas
e Equipamentos. Trata-se do ritmo de crescimento mais elevado desde 1998.
Este resultado, que, pelo menos em parte, reflete a retração do investimento nos últimos anos, é,
sem dúvida, da maior importância, tendo em conta que o investimento é fundamental para elevar
o potencial competitivo da economia, com base em ganhos de produtividade.
Apesar de algum abrandamento do consumo privado, este comportamento do investimento
aumentou significativamente o contributo da procura interna para o crescimento do PIB.
No entanto, o PIB acelerou apenas muito ligeiramente, de 1,7% para 1,8%.
Apesar das exportações terem recuperado um pouco, depois dos resultados pouco animadores do
final do ano passado, as importações dispararam, agravando o contributo negativo da procura
externa líquida para o crescimento do PIB e interrompendo, nos últimos doze meses, um ciclo de
seis anos de excedentes comerciais.
Note-se ainda que o menor dinamismo das exportações decorre não só do arrefecimento dos
nossos principais mercados de destino, mas também da estagnação da quota de mercado de
Portugal, suspendendo a trajetória ascendente de 2016 e 2017.
Esta evolução vem, assim, confirmar a preocupação que aqui expressei na anterior edição desta
publicação: com o motor da economia a deslocar-se das exportações para a procura interna, e
ainda sem ganhos consistentes de produtividade, o impulso do investimento refletiu-se num
aumento das importações, com a produção nacional a responder de forma fraca. Mais grave, com
a inversão da recuperação do VAB industrial, o processo de reorientação da produção para
setores abertos à concorrência internacional parece estar ameaçado.
Acresce que o agravamento da queda dos empréstimos concedidos às empresas privadas
exportadoras vem reforçar a apreensão pelo facto do setor financeiro estar ainda longe de
alimentar o dinamismo deste setor.
Restam, contudo, alguns sinais mais promissores: o indicador de competitividade-custo da
economia portuguesa acompanhado por esta publicação registou um ganho homólogo, no
primeiro trimestre, pela primeira vez desde o último trimestre de 2015, resultando esta retoma
quer da sua componente cambial, quer da variação dos custos laborais unitários relativos.
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Além disso, a produtividade do trabalho registou, no primeiro trimestre, uma evolução positiva e a
generalidade das projeções económicas aponta para que, nos próximos anos, os progressos nesta
frente se vão consolidando.
Relevante é também a melhoria notável da classificação de Portugal nos indicadores de
desempenho em inovação, entre 2017 e 2018, segundo a avaliação do European Innovation
Scoreboard divulgado em junho.
Da evolução de todas estas variáveis nos próximos anos (a que não será alheia a política
económica que for adotada) dependerá a conclusão sobre se estamos face a uma deterioração
temporária do equilíbrio externo, motivada por bons motivos (o relançamento do investimento),
ou se, pelo contrário, estaremos a retroceder para um modelo de crescimento centrado na
procura interna, inevitavelmente fraco, inconsistente e insustentável.
João Costa Pinto
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1. ENQUADRAMENTO
1.1 Enquadramento internacional
No início de abril, o Governo de França anunciou uma redução significativa de impostos, entre
outras medidas, após três meses de protestos do movimento dos “coletes amarelos”.
Em Espanha, o Partido Socialista liderado por Pedro Sanchez ganhou com minoria absoluta as
eleições legislativas de abril, seguindo-se um processo negocial com outros partidos para
tentar formar governo. No início de julho ainda não havia acordo para um novo governo.
O processo do Brexit deixará de ter como interlocutora Theresa May, que se demitiu do cargo
de primeira-ministra do Reino Unido a 7 de junho, abrindo um processo de sucessão na
liderança do Partido Conservador e do Governo.
Em termos de política monetária, realce para o adiamento da normalização das taxas de juro
diretoras do BCE, que serão mantidas em mínimos históricos, pelo menos, até ao primeiro
semestre de 2020 (a anterior indicação era final de 2019), conforme sinalizado na reunião de
junho. No final desse mês, o Presidente do BCE, Mário Draghi, referiu mesmo que, se as
perspetivas económicas não melhorarem e a inflação não recuperar, "serão necessárias
medidas de estímulo adicionais". Em reação, as taxas Euribor recuaram de forma acentuada.
Em junho, a Reserva Federal mostrou-se disposta a apoiar a continuação da expansão da
economia norte-americana, caso as incertezas atuais se materializem desfavoravelmente, tendo
em conta as baixas pressões de inflação, que foi revista em baixa nas novas projeções da Fed
para os anos de 2019 e 2020. A postura mais expansionista da Fed e do BCE refletiu-se numa
valorização acentuada dos índices acionistas, para máximos históricos nalguns casos.
No que se refere a política comercial, as negociações entre EUA e China foram suspensas
e retomadas no segundo trimestre, mas o principal destaque vai para o acordo comercial
entre a UE e o Mercosul, alcançado em junho após 20 anos de negociação, criando um
mercado de 800 milhões de consumidores com importantes oportunidades recíprocas, conforme
salientou o Governo português em comunicado.
Já no início de julho:
(i) o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, propôs sujeitar a direitos
alfandegários adicionais uma lista de produtos oriundos da UE no valor de 4 mil milhões de
dólares, como medida retaliatória no contexto da disputa junto da OMC contra os subsídios
que a UE atribui à construtora aeronáutica Airbus;
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(ii) a Comissão Europeia afastou a abertura de um procedimento por défices excessivos a
Itália, face à revisão do plano orçamental do Governo italiano, após um período de fricção na
coligação governamental e de confronto com Bruxelas, que chegou a levar a uma subida
significativa das yields soberanas de Itália;
(iii) foi alcançado um acordo para os cargos de topo da UE – tendo em conta o resultado das
eleições de maio para o Parlamento Europeu –, com as escolhas de Ursula von der Leyen
(atual Ministra da Defesa da Alemanha) para Presidente da Comissão Europeia, Christine
Lagarde (atual Presidente do FMI e antiga Ministra das Finanças da França) para Presidente do
BCE e Charles Michel (atual Primeiro Ministro da Bélgica) para Presidente do Conselho Europeu.
O acordo foi bem recebido nos mercados de ações e dívida europeus, em particular o nome de
Lagarde, que tem mostrado concordância com a política expansionista do BCE.
1.2 Enquadramento nacional
Em abril, destaca-se a atualização do Programa de Estabilidade 2019-2023 (analisado nas
secções 2.2 e 9.2, relativas a projeções macroeconómicas e contas públicas, respetivamente) e do
Programa nacional de Reformas 2016-2023, que passa a introduzir as reflexões
estratégicas produzidas pelo Portugal 2030.
Em maio, a agência de notação Fitch manteve o rating da dívida soberana nacional, mas reviu a
perspetiva de “estável” para “positiva”, o que aponta para uma subida na próxima atualização.
Realça-se ainda a divulgação, em junho, do European Innovation Scoreboard 2019, da
Comissão Europeia, onde Portugal se manteve como inovador moderado, mas já perto do
grupo de “Fortes inovadores” e da média da UE, refletindo uma forte melhoria entre 2017 e 2018.
Figura 1.2.1: European Innovation Scoreboard 2019
Fonte: Comissão Europeia
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Portugal pontuou acima da UE nos domínios Innovators (nos três indicadores: SMEs
product/process, marketing/organizational e innovating in-house), Innovation-friendly
environment (apenas no indicador Broadband penetration) e Attractive research systems (nos
indicadores Foreign doctorate students e International scientific co-publications). Os domínios
mais fracos de Portugal são Sales impacts (sobretudo no indicador Knowledge-intensive service
exports) e Linkages (em particular no indicador Public-private co-publications), sendo ainda de
realçar, dentro do domínio Intellectual assets, o mais baixo indicador de todos, relativo a PCT
patent applications (25,7% da média da UE em 2018).
Portugal aparece também bastante abaixo da média da UE nos indicadores estruturais
employment share in high and medium high-tech manufacturing e top R&D spending
enterprises per 10 million population, estando ainda significativamente abaixo das metas para
2020 nos indicadores Gross domestic expenditure on R&D (% of GDP) e Tertiary educational
attainment (% of population aged 30-34).
No contexto mundial, o relatório coloca a UE abaixo da Coreia do Sul, do Canadá, da
Austrália e do Japão no desempenho de inovação, mas à frente dos EUA e da China.
No Regional Innovation Scoreboard 2019, divulgado na mesma altura, Portugal tem
quatro regiões inovadoras moderadas (Algarve, Alentejo e as duas regiões autónomas) e três
inovadoras fortes menos (-), designadamente Lisboa, Norte e Centro, por ordem de
classificação neste indicador.
Quadro 1.2.1: Regional Innovation Index (RII) 2019, ranking e variação desde 2011 (%)
Fonte: Comissão Europeia
A R.A. Madeira, o Norte e o Centro foram as regiões que registaram maiores taxas de
crescimento neste indicador de inovação regional desde 2011.
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2. ATIVIDADE ECONÓMICA GLOBAL
2.1 PIB e outros indicadores de atividade
No primeiro trimestre, o PIB em volume acelerou ligeiramente em termos homólogos (para
uma tvh de 1,8%), traduzindo um aumento do contributo positivo da procura interna
(para 4,3 p.p.), devido à aceleração do investimento (para 14,5% na FBC e 11,6% na
FBCF, os valores mais altos desde o 4º trimestre de 1998), que refletiu sobretudo a evolução
das componentes de FBCF em construção e em equipamento não de transporte (tvh de
12,6% e de 16,0%, respetivamente), assim como o aumento significativo de existências, que
ficou associado à aceleração expressiva das importações, segundo o INE.
Quadro 2.1.1: PIB e componentes de despesa
2017 2018 2T 18 3T 18 4T 18 1T 19
PIB
Tvcr (%) 2,8 2,1 0,6 0,3 0,4 0,5
Tvhr (%) 2,8 2,1 2,5 2,1 1,7 1,8
Componentes de despesa: tvhr, %
Consumo Final (peso no valor do PIB 2018: 82,3%) 1,8 2,2 2,4 2,0 2,4 2,0
Consumo Privado (65,0%), do qual: 2,3 2,6 2,8 2,4 2,9 2,5
Bens alimentares (11,8%) 1,1 1,6 1,1 1,6 2,4 2,0
Bens duradouros (5,9%) 6,2 5,1 8,7 5,2 3,8 3,1
Bens correntes não alim., serviços (45,3%) 2,2 2,5 2,5 2,2 2,9 2,6
Consumo Público (17,3%) 0,2 0,8 1,1 0,8 0,7 0,4
FBC (17,5%), da qual: 9,2 5,5 4,6 4,5 7,4 14,5
FBCF (17,1%) 9,2 4,5 4,6 5,0 4,1 11,6
Recursos biológicos cultivados (0,3%) 0,8 0,8 0,8 0,9 0,9 0,9
Outras máq. e eq., sist. Armamento (4,3%) 14,4 7,3 8,6 6,8 5,3 16,0
Eq. de transporte (1,5%) 10,7 3,6 -5,5 9,7 5,0 5,2
Construção (8,4%) 8,3 3,1 4,3 3,1 2,8 12,6
Produtos de propriedade intelectual (2,6%) 3,4 4,9 4,9 5,0 5,5 5,2
Exportações (43,6%) 7,8 3,7 6,8 2,9 0,6 3,7
Bens (30,5%) 6,7 3,6 7,0 3,4 -0,3 3,3
Serviços (13,0%) 11,0 3,8 6,1 1,4 2,8 4,9
Importações (43,4%) 8,1 4,9 7,3 3,5 3,8 8,5
Bens (36,7%) 8,1 5,1 7,7 3,5 3,4 8,7
Serviços (6,7%) 7,7 3,6 4,4 3,5 6,3 7,0
Contributos para a tvhr do PIB (p.p.)
Procura Interna 3,1 2,8 2,9 2,5 3,3 4,3
Exportações líquidas -0,3 -0,7 -0,4 -0,4 -1,6 -2,5
Fonte: INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvc(h)r = taxa de variação em cadeia (homóloga) real;
p.p.=pontos percentuais; FBC(F)=Formação Bruta de Capital (Fixo).
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O aumento do investimento mais do que compensou o abrandamento do consumo (para tvh
de 2,5% na componente privada e 0,4% na pública) e o agravamento do contributo negativo
da procura externa líquida (para -2,5 p.p.), que decorreu de uma aceleração mais forte das
importações (de 3,8% para 8,5%) do que das exportações (de 0,6% para 3,7%).
Apesar da aceleração do PIB, o rimo de crescimento homólogo foi o segundo mais baixo desde
o 2º trimestre de 2016 e o 10º pior entre os 25 países da UE com dados, ainda que
permanecendo acima dos valores médios da UE (1,5%) e da Área Euro (1,2%), inalterados.
O PIB em volume também acelerou ligeiramente em cadeia, para 0,5%.
Em termos nominais, a tvh do PIB subiu de 2,9% para 3,9%, valor repartido entre um
crescimento de 1,8% em volume e de cerca de 2,1% no deflator do PIB (componente preço).
Na composição do PIB nominal, o peso das exportações manteve-se quase inalterado
(43,4%) no primeiro trimestre, enquanto o peso do investimento subiu para um máximo de
quase oito anos (19,2% na FBC e 18,4% na FBCF), não obstante uma queda no peso da
componente pública (para 1,4% do PIB na FBC e na FBCF, um valor historicamente baixo).
Essa evolução traduziu uma quebra nominal em cadeia do investimento público (-48,9% na
FBC e -48,3% na FBCF, em contraste com as subidas de 8,4% e 8,3% nos dados globais),
embora em termos homólogos até se tenha registado uma aceleração, para 10,3% na FBC e
11,8% na FBCF, ainda que com variações abaixo do investimento global (17,6% e 13,4%),
significando que o investimento privado foi o mais dinâmico também em termos homólogos.
O VAB em volume acelerou em termos homólogos no primeiro trimestre (para 1,7%, sem
impostos líquidos de subsídios), refletindo sobretudo o crescimento mais elevado nos setores
da Construção (7,6%), Comércio, reparação automóvel, alojamento e restauração (3,1%) e
Transportes e armazenagem, informação e comunicação (2,8%), assim como a recuperação da
Atividade financeira, seguradora e imobiliária (0,7%).
Quadro 2.1.2: VAB por ramos
2017 2018 2T 18 3T 18 4T 18 1T 19
VAB total e por ramos (tvhr, %)* 2,4 1,7 2,1 1,6 1,3 1,7
Agricultura, Silvicultura e Pesca (peso em 2018: 2,3%) 4,6 -1,8 -1,8 -3,0 -3,1 -2,0
Indústria (14,7%) 3,6 0,7 1,9 0,0 -1,2 -1,1
Energia, Águas e Saneamento (3,8%) -2,1 4,9 4,8 5,4 3,9 0,7
Construção (4,0%) 6,3 2,2 3,1 2,3 2,2 7,6
Comércio e rep. aut, Aloj. e Restauração (20,1%) 2,9 2,7 2,9 2,5 2,7 3,1
Transp. e armaz., Inf. e comunicação (8,3%) 5,7 2,7 4,1 2,1 2,3 2,8
Ativ. Financeira, Seguradora e Imobiliária (17,1%) 0,1 1,0 1,3 1,9 -0,3 0,7
Outros Serviços (29,7%) 1,8 1,3 1,4 1,2 2,0 1,7
INE, Contas nacionais (base 2011, SEC 2010). Tvhr=taxa de variação homóloga real; VAB=Valor Acrescentado Bruto.
*VAB a preços base (sem impostos líquidos de subsídios).
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A informação mais recente sugere uma nova aceleração ligeira do PIB no segundo trimestre,
atendendo à melhoria do indicador coincidente do BdP para a evolução homóloga
tendencial de atividade em abril e maio, ainda que o indicador análogo para o consumo
tenha permanecido inalterado pelo quinto mês seguido (em 2,1%, um mínimo desde nov-16).
Quanto ao investimento, o indicador de FBCF do INE voltou a acelerar em abril (tvh de
14,0%, em média de três meses, após 13,0% no primeiro trimestre).
Figura 2.1.1: PIB e Indicador Coincidente para a evolução homóloga tendencial de atividade
do Banco de Portugal, BdP (tvhr, %)
Em relação a informação avançada, a tendência mais recente do Indicador de Clima do
INE1 é descendente, apesar de uma retoma em junho, pelo que se espera algum
abrandamento da atividade após o 2º trimestre. Os índices de confiança que mais subiram em
junho foram os dos Consumidores, Construção e obras públicas e Indústria Transformadora.
Figura 2.1.2: Indicador de Clima Económico (tvh; média móvel de 3 meses, mm3) e
Indicadores de Confiança, IC (saldo de respostas extremas, sre; mm3)
1 Estimado a partir do inquérito às empresas e consumidores com base numa análise fatorial (pelo que não tem de
seguir, necessariamente, a evolução dos indicadores de confiança), estando calibrado para antecipar a tvh do PIB.
2,8
2,1
2,5
2,1
1,71,8
2,9
2,1 2,1
1,91,7
1,92,0
2,1
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
2017 2018 2T 18 3T 18 4T 18 1T 19 abr/19 mai/19
PIB Ind. coincidente tendencial de atividade económica do BdP (%)Fontes: INE; BdP
2,5
2,6 2,6 2,6 2,6
2,5
2,6
2,5
2,6
2,5 2,5
2,3
2,4
2,2
2,2
2,3
2,3
2,4
2,4
2,5
2,5
2,6
2,6
2,7
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
jun/1
8
jul/18
ago/1
8
set/
18
out/
18
nov/1
8
dez/
18
jan/1
9
fev/1
9
mar/
19
abr/
19
mai/19
jun/1
9
IC Consum. IC Ind. Transf.
IC Constr. e Obras Púb. IC Comércio
IC Serviços Indicador de clima ec. (esc. dta)Fonte: INE
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2.2 Projeções macroeconómicas nacionais e internacionais
Projeções para Portugal
No Boletim Económico de junho, o Banco de Portugal (BdP) reviu em baixa (-0,1 p.p.) a
projeção de variação real do PIB em 2020 (para 1,6%) e manteve os valores para 2019 e 2021.
A projeção para 2019 (1,7%) está em linha com os valores de maio do FMI e da Comissão
Europeia, enquanto as previsões para 2020 e 2021 estão sensivelmente a meio dos números do
FMI, os mais pessimistas, e os do Governo (Programa de Estabilidade, de abril), as mais otimistas.
Já em julho, as previsões de verão da Comissão Europeia deixaram inalteradas as
estimativas de crescimento do PIB de Portugal em 2019 e 2020 (1,7% nos dois anos).
Quadro 2.2.1: Projeções económicas para Portugal
BdP FMI OCDE CE Gov.
Jun-19 Mai-19 Mai-19 Mai-19 Abr-19
2019 2020 2021 2019 2020 2021 2019 2020 2019 2020 2019 2020 2021
PIB (tvar, %) 1,7 1,6 1,6 1,7 1,5 [1,4] 1,8 1,9 1,7 1,7 1,9 1,9 2,0
Consumo privado 2,6 2,0 1,7 1,9 1,5 2,4 1,6 2,3 1,9 1,8 1,8 2,0
Consumo público 0,5 0,5 0,5 1,6 1,3 0,2 0,6 0,8 0,5 0,2 0,6 0,5
FBCF 8,7 5,8 5,5 6,2 4,2 6,0 5,5 4,6 5,0 5,3 4,9 4,5
Exportações 4,5 3,1 3,4 4,1 4,1 [3,9] 2,4 4,0 3,2 3,5 3,8 3,8 3,7
Importações 8,0 4,3 4,4 5,2 4,7 [4,2] 4,1 4,4 4,9 4,6 3,9 3,9 3,9
Contributos brutos para a tvar do PIB (p.p.)
Exportações líquidas
(do total de importações) -0,8 -0,2 -0,7 -0,5 -0,2 -0,2 -0,2
Procura Interna 2,6 2,1 2,4 2,2 2,1 2,1 2,2
Contributos líquidos das respetivas importações (p.p.)*
Exportações 0,4 0,5 0,5
Procura Interna 1,3 1,1 1,0
Proc. externa relevante (tvar, %) 2,3 3,0 3,1 3,3 3,5 3,5
Emprego (tva, %) 1,3 0,8 0,4 1,4 1,0 1,1 0,8 0,6 0,6 0,6
Taxa de desemprego (%) 6,3 5,7 5,3 6,2 5,7 [6,1] 6,3 5,9 6,2 5,7 6,6 6,3 5,9
Inflação (tva do IHPC, %) 0,9 1,2 1,3 1,1 1,5 [1,7] 0,7 1,3 1,1 1,6 1,3 1,4 1,5
Bal. Corr. e de capital (% PIB) 0,1 0,2 0,2 0,0 0,1 0,4 0,5 1,0
Balança corrente (% PIB) -0,3 -0,4 [-0,7] -1,1 -0,3 -1,0 -1,1 -0,8 -0,7 -0,3
Bal. de bens e serviços (% PIB) -0,5 -0,7 -1,1 0,2 0,2 0,2
Bal. de bens (% PIB) -7,0 -7,5
Saldo orçamental (% PIB) -0,2 0,0 [0,4] -0,5 -0,2 -0,4 -0,1 -0,2 0,3 0,9
Dívida pública bruta (% PIB) 119,3 117,0 [111,3] 118,9 115,7 119,5 116,6 118,6 115,2 109,0
Fontes: Banco de Portugal, BdP, Boletim Económico - Junho de 2019; Fundo Monetário Internacional, FMI: [World
Economic Outlook April 2019]; Portugal: IMF Staff Concluding Statement of the 2019 Article IV Mission; OCDE, OECD
Economic Outlook May 2019 - Portugal summary; Comissão Europeia, CE, European Economic Forecast - Spring 2019;
Governo, Programa de Estabilidade 2019-2023. Tva = taxa de variação anual; tvar= taxa de variação anual real; p.p.=
pontos percentuais. *Contributo de cada componente expurgada do respetivo conteúdo importado (lógica de valor
acrescentado nacional), uma abordagem diferente da tradicional (contributos brutos), em que a procura interna inclui
importações e a procura externa líquida deduz as importações às exportações totais. O cálculo dos conteúdos importados
foi atualizado no Boletim económico de mar-19 com base nas “Matrizes Simétricas Input-Output, 2015” do INE.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
13
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Em termos de composição do crescimento do PIB em 2019, o BdP é o organismo que
projeta as variações mais altas do consumo privado (2,6%), da FBCF (8,7%) e das exportações
(4,5%), o que se reflete também na progressão mais alta das importações (8,0%). Com exceção
do consumo privado, todas as demais rubricas foram significativamente revistas em alta.
Nas projeções do BdP destaca-se ainda:
- A evolução do PIB até 2021 reflete a maturação do ciclo económico (menos recursos
disponíveis nos mercados de trabalho e produto) e restrições a um maior crescimento potencial;
- Processo muito gradual de convergência real com a Área Euro, com o PIB per
capita português a alcançar 60% dessa área de referência em 2021, menos que no início do euro;
- A FBCF deverá acelerar em 2019 e abrandar até 2021, ano em que estará ainda abaixo do nível
pré-crise financeira global, enquanto o investimento empresarial deverá atingir esse nível em
2019. O investimento público irá acelerar, refletindo, em parte, o afluxo de fundos comunitários;
- No consumo privado prevê-se uma maior subida em 2019 e uma perda de dinamismo nos
anos subsequentes, refletindo a evolução do rendimento disponível real das famílias, que tem sido
impulsionado pelo aumento do emprego e dos salários nominais, incluindo o salário mínimo;
- A revisão em baixa da procura externa, refletindo a conjuntura internacional (ainda
favorável, apesar das tensões comerciais), fez baixar a previsão de aumento do PIB em 2020;
- Aceleração das exportações em 2019 – com o menor dinamismo da procura externa a ser
contrariado por ganhos adicionais de quota de mercado nos bens não energéticos e de
turismo – e atenuação do crescimento em 2020-21 (incluindo no turismo), refletindo a
maturação do ciclo económico nos principais parceiros comerciais e menores ganhos de quota;
- Após uma forte subida em 2019 (8,0%, refletindo a evolução no 1º trimestre), o crescimento
das importações irá reduzir-se em 2020 e estabilizar em 2021, mas ainda assim será superior ao
das exportações, refletindo-se no retorno do défice da balança de bens e serviços já em 2019
(0,5% do PIB), com agravamento nos anos seguintes, o que reduziu as projeções do excedente
externo para valores entre 0,1% e 0,2% do PIB até 2021. Segundo o BdP, “esta evolução exige
uma atenção particular, uma vez que o endividamento externo da economia portuguesa
permanece num nível elevado e constitui uma das suas principais vulnerabilidades latentes”;
- Abrandamento do emprego e queda mais lenta da taxa de desemprego;
- Aumento da produtividade do trabalho, face à retoma do investimento empresarial e à melhor
afetação de recursos, com reorientação para os setores transacionáveis internacionalmente;
- Depois de se ter fixado em 1,2% em 2018, a taxa de inflação deverá diminuir para 0,9% em
2019 e recuperar gradualmente até 1,3% até 2021, apresentando valores abaixo da Área Euro;
- Riscos descendentes para o PIB (externos, incluindo o de hard brexit, que face ao soft brexit
incluído nas projeções baixa em 0,6% o nível do PIB em 2021) e ascendentes para a inflação.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
14
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Projeções para a economia mundial e principais mercados
Em junho, o Banco Mundial reduziu as suas projeções de crescimento da economia
mundial para 2,6% em 2019 e 2,7% em 2020 (-0,3 e -0,1 p.p., respetivamente, face às
projeções de janeiro), em termos reais, tendo mantido um valor de 2,8% em 2021. Estas são
as previsões mais baixas até ao momento relativamente ao andamento da economia mundial. A
deterioração das projeções, sobretudo para 2019, reflete a incerteza política acrescida,
incluindo a escalada das tensões comerciais entre as maiores economias, que foi
acompanhada por um abrandamento do investimento mundial e um declínio da confiança.
Apesar de tudo, a baixa inflação e a deterioração da confiança levaram os bancos centrais das
maiores economias a afastar políticas monetárias restritivas, o que beneficiou as condições
financeiras globais, levando a uma recuperação dos fluxos de capitais para as economias
menos desenvolvidas, que apenas contrariou parcialmente o abrandamento das exportações
desses países provocado pelo enfraquecimento da procura externa.
Já em julho, as previsões de verão da Comissão Europeia mantiveram as previsões de
crescimento da UE em 2019 (1,4%) e 2020 (1,6%), mas com algumas revisões nos países,
com realce para a maior subida em 2019 no caso de Espanha (2,3%), o nosso maior parceiro
comercial, que apresenta valores acima da média da UE, próximos de 2%, em 2019-2020.
Quadro 2.2.2: Previsões de crescimento económico – mundo e mercados (tvar, %)
BM, jun-19 OCDE, mai-19 CE, mai-19 FMI, abr-19
2018 2019 2020 2021 2019 2020 2019 2020 2019 2020
Mundo 3,0 2,6 2,7 2,8 3,2 3,4 3,2 3,5 3,3 3,6
Economias Avançadas 2,1 1,7 1,5 1,5 1,8 1,7
EUA 2,9 2,5 1,7 1,6 2,8 2,3 2,4 1,9 2,3 1,9
Japão 0,8 0,8 0,7 0,6 0,7 0,6 0,8 0,6 1,0 0,5
UE 1,4 1,6 1,6 1,7
Área Euro 1,8 1,2 1,4 1,3 1,2 1,4 1,2 1,5 1,3 1,5
Alemanha 0,7 1,2 0,5 1,5 0,8 1,4
França 1,3 1,3 1,3 1,5 1,3 1,4
Itália 0,0 0,6 0,1 0,7 0,1 0,9
Espanha 2,2 1,9 2,1 1,9 2,1 1,9
RU 1,2 1,0 1,3 1,3 1,2 1,4
OCDE 1,8 1,8
Ec. em Desenvolvimento 4,3 4,0 4,6 4,6 4,4 4,8
Angola -1,7 1,0 2,9 2,8 0,4 2,9
Moçambique 3,3 2,0 3,5 4,2 4,0 4,0
Brasil 1,1 1,5 2,5 2,3 1,4 2,3 2,1 2,5
Rússia 2,3 1,2 1,8 1,8 1,6 1,7
Índia 7,2 7,5 7,5 7,5 7,2 7,4 7,3 7,5
China 6,6 6,2 6,1 6,0 6,2 6,0 6,2 6,0 6,3 6,1
Fontes: Banco Mundial, BM, Global Economic Prospects - June 2019; Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico, OCDE, OECD Economic Outlook June 2019; Comissão Europeia, CE, European Economic Forecast - Spring
2019; Fundo Monetário internacional, FMI, World Economic Outlook April 2019; Tvar= taxa de variação anual real.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
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3. INTERNACIONALIZAÇÃO
3.1 Comércio internacional
Nesta secção são apresentadas as principais tendências das exportações e importações de bens
e de serviços, incluindo o cálculo e análise de quotas de mercado das exportações.
3.1.1 Comércio internacional de bens
Saldo da balança de bens
Quadro 3.1.1.1: Saldo da balança de bens
2018 Var. homóloga
Jan-Mai 19 Var. homóloga
Valor (M€) Valor (M€) Tvhn (%) Valor (M€) Valor (M€) Valor (M€)
Total
Exportações (FOB) 57 958 2 940 5,3 25 646 1 294 5,3
Importações (CIF) 75 033 5 345 7,7 34 143 3 830 12,6
Saldo -17 075 -2 404 16,4 -8 497 -2 536 42,5
Taxa de Cobertura (%) 77,2 75,1
Intra-UE
Exportações (FOB) 44 099 3 308 8,1 19 804 1 150 6,2
Importações (CIF) 56 817 3 624 6,8 26 015 2 697 11,6
Saldo -12 718 -315 2,5 -6 210 -1 546 33,2
Taxa de Cobertura 77,6 76,1
Extra-UE
Exportações (FOB) 13 859 -368 -2,6 5 842 144 2,5
Importações (CIF) 18 216 1 721 10,4 8 129 1 133 16,2
Saldo -4 357 -2 089 92,1 -2 287 -990 76,3
Taxa de Cobertura 76,1 71,9
Total sem combustíveis
Exportações (FOB) 53 951 2 877 5,6 24 112 1 549 6,9
Importações (CIF) 66 013 4 533 7,4 30 279 3 351 12,4
Saldo -12 062 -1 656 15,9 -6 167 -1 802 41,3
Taxa de Cobertura 81,7 79,6
Fonte: INE. Tvhn = taxa de variação homóloga nominal. M€= Milhões de euros. CIF (Cost, Insurance and Freight)
significa a inclusão dos custos inerentes ao transporte das mercadorias e FOB (Free on Board) o contrário.
No período de janeiro a maio registaram-se taxas de crescimento homólogo de 5,3% das
exportações (6,2% na UE e 2,5% extra-UE) e 12,6% das importações de bens (11,6% na
UE e 16,2% extra-UE), o que se repercutiu num agravamento do défice comercial de bens
(para 8,5 mil M€) e numa descida da taxa de cobertura (para 75,1%);
Excluindo combustíveis, as exportações subiram 6,9% e as importações 12,4%, traduzindo-
se num agravamento de défice sem esta componente (para 6,2 mil M€).
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Exportações de bens
Quadro 3.1.1.2: Exportações de bens nos 20 principais mercados de 2018
2018 Jan-Mai 19
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Espanha 14 685 6,0 1,5 6 338 2,5 0,6
França 7 344 6,3 0,8 3 369 5,9 0,8
Alemanha 6 648 6,2 0,7 3 110 8,2 1,0
Reino Unido 3 673 0,7 0,0 1 562 0,9 0,1
Estados Unidos 2 878 1,2 0,1 1 286 6,3 0,3
Itália 2 479 26,1 0,9 1 235 24,5 1,0
Países Baixos 2 210 -0,1 0,0 1 010 8,0 0,3
Angola 1 514 -15,2 -0,5 512 -15,3 -0,4
Bélgica 1 322 4,1 0,1 607 -1,8 0,0
Brasil 810 -14,2 -0,2 298 -14,7 -0,2
Polónia 761 19,4 0,2 353 7,4 0,1
Marrocos 692 -5,2 -0,1 314 -1,1 0,0
China 658 -21,8 -0,3 255 -1,6 0,0
Suécia 582 17,8 0,2 235 -3,3 0,0
Suíça 576 -0,4 0,0 282 17,3 0,2
Áustria 535 47,1 0,3 254 5,6 0,1
Turquia 442 14,6 0,1 232 42,0 0,3
Dinamarca 417 16,8 0,1 177 8,7 0,1
Roménia 410 4,6 0,0 185 7,2 0,1
Eslováquia 386 42,8 0,2 177 11,3 0,1
Subtotal 49 022 4,9 4,1 21 790 4,9 4,1
Total 57 958 5,3 25 646 5,3
Intra-UE 44 099 8,1 6,0 19 804 6,2 4,7
Extra-UE 13 859 -2,6 -0,7 5 842 2,5 0,6
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2017. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação
homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
Os maiores contributos positivos para o crescimento homólogo das exportações até maio
vieram dos mercados da Alemanha, Itália, França e Espanha – contrariando os contributos
negativos significativos de Angola e (em menor medida) Brasil,– e dos grupos de produtos
Material de transporte, Químicos, Madeira e cortiça, Alimentação, bebidas e tabaco (que se
sobrepuseram aos contributos negativos dos Combustíveis, Calçado e Máquinas e aparelhos).
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
17
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Quadro 3.1.1.3: Exportações de bens por tipo de produto
2018 Jan-Mai 19
Produtos NC8 e respetivos códigos Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 8 293 -1,6 -0,2 3 502 -0,4 -0,1
Material de Transporte: S17 (86-89) 8 240 25,0 3,0 4 375 20,8 3,1
Metais: S15 (72-83) 4 603 6,3 0,5 2 019 2,9 0,2
Madeira, cortiça, pasta e papel: S9 (44-46) e S10 (47-49)
4 396 5,9 0,4 1 923 7,0 0,5
Plásticos e borracha: S7 (39-40) 4 244 1,9 0,1 1 818 0,1 0,0
Combustíveis e óleos minerais: S5 (27) 4 007 1,6 0,1 1 534 -14,2 -1,0
Animais vivos, produtos animais e vegetais, e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15)
3 879 4,6 0,3 1 611 3,7 0,2
Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 3 270 2,8 0,2 1 384 7,0 0,4
Vestuário: S11 (61-62) 3 192 1,0 0,1 1 346 0,8 0,0
Químicos: S6 (28-38) 2 858 3,9 0,2 1 382 28,0 1,2
Têxteis: S11 (50-60, 63) 2 122 2,7 0,1 924 1,0 0,0
Calçado: S12 (64-67) 2 015 -2,3 -0,1 759 -5,1 -0,2
Outros 1 974 14,3 0,4 955 21,2 0,7
Mobiliário: S20 (94) 1 940 -0,5 0,0 864 1,7 0,1
Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 1 821 1,8 0,1 781 0,2 0,0
Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26)
823 12,1 0,2 341 1,2 0,0
Peles e couros S8 (41-43) 283 1,2 0,0 128 9,0 0,0
Total 57 958 5,3 25 646 5,3
Total sem combustíveis 53 951 5,6 5,2 24 112 6,9 6,4
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2017. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da
UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
Quotas de mercado das exportações de bens
Figura 3.1.1.1: Evolução homóloga das exportações de mercadorias, da procura externa
relevante e dos ganhos de quota de mercado
0,8
10,0
5,3
3,0
10,9
6,0
1,6
4,8
-0,6
8,1
4,9
2,5
5,8
7,1
4,24,9
1,41,9
0,4 0,5
5,1
-1,1
-2,6
-0,1
-4,0
-2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
2016 2017 2018 1T 18 2T 18 3T 18 4T 18 1T 19
Exportações de mercadorias (tvhn, %) = a
Indicador de procura externa relevante (tvhn, %) = b
Ganho (+) / Perda (-) de quota de mercado = a - bFonte: INE e cálculos próprios
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
18
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Segundo dados do INE, no primeiro trimestre registou-se uma aceleração homóloga mais
forte nas exportações do que no indicador de procura externa de bens, que passou a
registar um crescimento apenas marginalmente superior (4,9%, face a 4,8% nas exportações),
traduzindo uma perda de quota de mercado de bens já pouco significativa.
Importações de bens
Os maiores contributos positivos para o aumento homólogo das importações até maio
tiveram origem nos mercados de França (influenciado pelo forte aumento no Outro material
de transporte, sobretudo aviões, em maio, segundo o INE2), Espanha, Alemanha e China – mais
do que compensando os contributos negativos nos mercados do Cazaquistão, Brasil e Suécia
– e nos grupos de produtos Material de transporte, Máquinas e aparelhos, Combustíveis e
Químicos, entre outros, sem qualquer contributo negativo nos grupos definidos.
Quadro 3.1.1.4: Importações de bens nos 20 principais mercados de 2018
2018 Jan-Mai 19
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Espanha 23 563 4,7 1,5 10 148 5,5 1,7
Alemanha 10 387 9,1 1,2 4 717 11,4 1,6
França 5 740 12,4 0,9 3 402 40,6 3,2
Itália 4 009 6,2 0,3 1 704 2,7 0,1
Países Baixos 3 908 4,5 0,2 1 653 3,2 0,2
China 2 350 14,6 0,4 1 208 36,3 1,1
Bélgica 2 165 12,3 0,3 1 016 18,9 0,5
Reino Unido 1 901 2,0 0,1 881 14,5 0,4
Estados Unidos 1 384 39,0 0,6 733 54,9 0,9
Rússia 1 295 -17,9 -0,4 574 16,4 0,3
Brasil 1 006 -17,5 -0,3 385 -17,3 -0,3
Angola 929 233,0 0,9 431 18,9 0,2
Turquia 884 33,3 0,3 422 21,6 0,2
Polónia 884 4,7 0,1 430 14,4 0,2
Cazaquistão 770 51,4 0,4 145 -44,9 -0,4
Azerbaijão 737 7,0 0,1 291 11,5 0,1
Arábia Saudita 713 21,2 0,2 362 52,1 0,4
Suécia 709 7,9 0,1 284 -10,3 -0,1
Índia 668 7,5 0,1 336 14,3 0,1
República Checa 572 25,0 0,2 279 22,6 0,2
Subtotal 64 573 8,4 7,2 29 402 12,4 10,7
Total 75 033 7,7 34 143 12,6
Intra-UE 56 817 6,8 5,2 26 015 11,6 8,9
Extra-UE 18 216 10,4 2,5 8 129 16,2 3,7
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das exportações em 2017. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação
homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
2 Note-se que a compra de aeronaves é inscrita no comércio internacional como importação (entrada de bens), mas em
Contabilidade Nacional não é nem importação nem investimento por se tratar de locação operacional, segundo o INE.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
19
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Quadro 3.1.1.5: Importações de bens por tipo de produto
2018 Jan-Mai 19
Produtos NC8 e respetivos códigos Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Máquinas e aparelhos: S16 (84-85) 13 281 10,2 1,8 6 071 15,8 2,7
Material de Transporte: S17 (86-89) 10 222 8,2 1,1 5 547 26,2 3,8
Combustíveis e óleos minerais: S5 (27) 9 020 9,9 1,2 3 864 14,1 1,6
Animais vivos, produtos animais e vegetais, e gorduras: S1 (1-5), S2 (6-14), S3 (15)
7 833 4,4 0,5 3 284 4,4 0,5
Químicos: S6 (28-38) 7 639 11,1 1,1 3 554 14,1 1,4
Metais: S15 (72-83) 6 061 9,4 0,7 2 700 5,7 0,5
Plásticos e borracha: S7 (39-40) 4 516 5,9 0,4 2 021 5,8 0,4
Alimentação, bebidas e tabaco, S4 (16-24) 3 154 -0,1 0,0 1 360 12,6 0,5
Outros 2 693 8,3 0,3 1 152 11,4 0,4
Madeira, cortiça, pasta e papel: S9 (44-46) e S10 (47-49)
2 396 8,6 0,3 1 003 3,6 0,1
Vestuário: S11 (61-62) 2 210 5,2 0,2 921 11,9 0,3
Têxteis: S11 (50-60, 63) 2 091 2,1 0,1 939 4,0 0,1
Mobiliário: S20 (94) 1 147 -0,5 0,0 505 6,8 0,1
Calçado: S12 (64-67) 891 2,7 0,0 400 5,2 0,1
Pedra, cerâmica e vidro: S13 (68-70) 854 10,0 0,1 387 12,0 0,1
Peles e couros S8 (41-43) 827 0,5 0,0 332 -5,1 -0,1
Produtos minerais exceto combustíveis: S5 (25-26)
199 13,0 0,0 102 28,5 0,1
Total 75 033 7,7 34 143 12,6
Total sem combustíveis 66 013 7,4 6,5 30 279 12,4 11,1
Fonte: INE. Tabela ordenada pelo valor das importações em 2017. NC8 = Nomenclatura combinada de mercadorias da
UE a oito dígitos; M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais.
3.1.2 Comércio internacional de serviços
No período de janeiro a abril, o excedente da balança de serviços teve um aumento
homólogo de 1,7% (para 3,8 mil M€), bastante inferior ao registado no conjunto de 2018
(7,0%), traduzindo uma aceleração mais forte das importações (de 6,0% para 11,4%) do que
das exportações (de 6,5% para 7,2%), onde o abrandamento das Viagens e turismo (de
9,6% para 7,4%), a rubrica com maior peso, foi contrariada, em grande medida, pelo maior
dinamismo dos Outros serviços fornecidos por empresas (de 3,7% para 20,6%). Com
exceção desta última rubrica – que, em conjunto com as Viagens e turismo, justificou a
melhoria homóloga ligeira do saldo até abril –, todas as demais registaram taxas de
crescimento das importações superiores às das exportações.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
20
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Quadro 3.1.2.1: Balança de serviços
2018 Var. homóloga Jan-Abr 19 Var. homóloga
Valor (M€)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Valor (M€)
Valor (M€)
Tvhn (%)
Contributo (p.p.)
Exportações 32 249 1 979 6,5 9 288 623 7,2
Transformação, manut., reparação
918 -96 -9,5 -0,3 271 8 3,1 0,1
Transportes 6 911 363 5,5 1,2 2 280 64 2,9 0,7
Viagens e turismo 16 614 1 461 9,6 4,8 4 158 287 7,4 3,3
Outros serviços forn. por empresas
4 598 165 3,7 0,5 1 573 269 20,6 3,1
Outros 3 208 87 2,8 0,3 1 005 -4 -0,4 0,0
Importações 15 530 880 6,0 5 464 561 11,4
Transformação, manut., reparação
416 -40 -8,8 -0,3 192 62 47,2 1,3
Transportes 3 898 294 8,2 2,0 1 310 123 10,4 2,5
Viagens e turismo 4 704 412 9,6 2,8 1 608 164 11,4 3,3
Outros serviços forn. por empresas empresas
3 428 145 4,4 1,0 1307 200 18,1 4,1
Outros 3 084 69 2,3 0,5 1 047 11 1,1 0,2
Saldo 16 718 1 099 7,0 3 824 62 1,7
Transformação, manut., reparação
502 -56 -10,0 79 -53 -40,3
Transportes 3 013 69 2,3 970 -60 -5,8
Viagens e turismo 11910 1049 9,7 2550 123 5,0
Outros serviços forn. por empresas empresas
1169 20 1,7 265 69 34,9
Outros 124 18 s.s. -41 -16 82
Fonte: BdP. M€= milhões de euros; tvhn = taxa de variação homóloga nominal; p.p. = pontos percentuais; s.s. = sem
significado.
3.1.3 Balança de bens e serviços
Em termos de estrutura da balança de bens e serviços (BBS), destaca-se o aumento do
peso dos serviços no período de janeiro a abril face ao homólogo, para 32,2% das
exportações de bens e serviços – refletindo aumentos nas Viagens e turismo (para 14,4%)
e nos Outros serviços fornecidos por empresas (para 5,5%) – e 17,8% nas importações, onde a
estrutura é bastante mais repartida entre as rubricas.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
21
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Quadro 3.1.3.1: Balança de bens e serviços
Exportações
Importações Saldo
Jan-Abr Jan-Abr Jan-Abr
2018 2019 2018 2019 2018 2019
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Peso (%)
Valor (M€)
Valor (M€)
Bens (FOB) 18 870 68,5 19 527 67,8 23 003 82,4 25 286 82,2 -4 133 -5 759
Serviços (FOB) 8 664 31,5 9 288 32,2 4 903 17,6 5 464 17,8 3 761 3 824
Transformação, manut., reparação
263 1,0 271 0,9 130 0,5 192 0,6 132 79
Transportes 2 217 8,1 2 280 7,9 1 187 4,3 1 310 4,3 1 030 970
Viagens e turismo 3 871 14,1 4 158 14,4 1 443 5,2 1 608 5,2 2 428 2 550
Outros serviços forn. por empresas
1 304 4,7 1 573 5,5 1 107 4,0 1 307 4,3 197 265
Outros serviços 1 010 3,7 1 005 3,5 1 035 3,7 1 047 3,4 -26 -41
Total (FOB) 27 534 100 28 815 100 27 906 100 30 750 100 -372 -1 936
Fonte: Banco de Portugal. M€= milhões de euros. Nota: devido a diferenças de natureza metodológica, ocorre uma
diferença significativa de valores na balança de bens entre este quadro e o quadro 3.1.1.1, que tem como fonte o INE.
As diferenças têm origem sobretudo nas importações, em boa medida porque esta componente se encontra expressa
em valores CIF nos dados do INE e em valores FOB nos do Banco de Portugal (ver nota ao quadro 3.1.1.1).
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
22
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
4. FINANCIAMENTO
4.1 Taxas de juro
Quadro 4.1.1: Taxas de juro
2017 2018 4T 18 1T 19 2T 19 Abr-19 Mai-19 Jun-19
Taxas de juro (%)
Mercado monetário
Taxa “Refi” do BCE (fim de período) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Taxas Euribor (valores médios)
3 meses -0,329 -0,322 -0,315 -0,308 -0,317 -0,310 -0,312 -0,329
6 meses -0,260 -0,266 -0,254 -0,233 -0,249 -0,231 -0,237 -0,279
12 meses -0,145 -0,173 -0,143 -0,111 -0,145 -0,112 -0,134 -0,190
Dívida soberana: OT (valores médios)
Yield PT, 10 anos (a) 3,05 1,84 1,87 1,51 0,93 1,18 1,02 0,59
Yield Área Euro, 10 anos 1,09 1,13 1,22 0,93 0,64 0,78 0,70 0,44
Yield Alemanha, 10 anos (b) 0,32 0,40 0,30 0,07 -0,16 -0,04 -0,13 -0,31
Prémio de risco de PT = (a) –(b) 2,74 1,45 1,57 1,45 1,09 1,22 1,15 0,90
Crédito a empresas
Novas operações até 1 M€ (exclui descobertos bancários)
Taxa de juro média pond. em PT 3,10 2,78 2,76 2,69 2,66
Tx. de juro média pond. na A. Euro 2,18 2,03 1,99 2,00 2,00
Fontes: EMMI (European Money Markets Institute), BdP, BCE e Eurostat. OT = Obrigações do Tesouro; PT = Portugal;
Taxa “Refi” do BCE = taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento do Eurossistema.
Figura 4.1.1: Taxas Euribor a 3, 6 e 12 meses (valores médios mensais, %)
No segundo trimestre assistiu-se a uma descida significativa das taxas Euribor nos
principais prazos – invertendo o movimento ascendente que se vinha observar –, sobretudo em
junho, mês em que o Presidente do BCE admitiu que poderão ser tomadas mais medidas de
estímulo monetário para impulsionar a economia e a inflação da Área Euro.
-0,329
-0,279
-0,190
-0,350
-0,300
-0,250
-0,200
-0,150
-0,100
jun/1
8
jul/18
ago/1
8
set/
18
out/
18
nov/1
8
dez/
18
jan/1
9
fev/1
9
mar/
19
abr/
19
mai/19
jun/1
9
Euribor 3m Euribor 6 m Euribor 12 mFonte: EMMI
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
23
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Figura 4.1.2: Yields soberanas a 10 anos de alguns países da Área Euro (%)
No mercado secundário de dívida pública, a yield soberana de Portugal a 10 anos renovou
um mínimo mensal em junho (0,59%; série iniciada em 2000), beneficiando da postura mais
expansionista do BCE, mas também da evolução positiva das contas públicas em Portugal,
refletida na redução do prémio risco-país (diferencial face à yield alemã, que passou a
registar um valor negativo desde abril) para um novo mínimo da série (0,90 p.p.).
Figura 4.1.3: Taxas de juro sobre novas operações (até 1 M€, excluindo descobertos
bancários) a soc. não financeiras por inst. fin. monetárias (médias ponderadas, %)
A taxa de juro a sociedades não financeiras sobre novas operações até 1 M€ (excluindo
descobertos bancários) de Portugal situou-se em 2,66% no mês de abril – ainda próximo do
mínimo da série (iniciada em 2000), atingido em março (2,63%) –, que representa já o oitavo
valor mais baixo entre os 19 países da Área Euro.
-0,31
0,50
2,67
0,59
2,28
-1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
jun/1
6
ago/1
6
out/
16
dez/
16
fev/1
7
abr/
17
jun/1
7
ago/1
7
out/
17
dez/
17
fev/1
8
abr/
18
jun/1
8
ago/1
8
out/
18
dez/
18
fev/1
9
abr/
19
jun/1
9
Alemanha Espanha Grécia Irlanda Portugal ItalyFonte: Eurostat
3,25
2,11
1,67
4,72
4,37
2,66
2,00
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
5,5
6
abr/
15
jun/1
5
ago/1
5
out/
15
dez/
15
fev/1
6
abr/
16
jun/1
6
ago/1
6
out/
16
dez/
16
fev/1
7
abr/
17
jun/1
7
ago/1
7
out/
17
dez/
17
fev/1
8
abr/
18
jun/1
8
ago/1
8
out/
18
dez/
18
fev/1
9
abr/
19
Chipre Alemanha Espanha França Grécia
Irlanda Itália Portugal Área EuroFonte: BCE
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
24
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
4.2 Crédito
Quadro 4.2.1: Stock de crédito das IFM(a) (Taxa de variação média anual, tva, %)
2017 2018 Set-18 Dez-18 Mar-19 Abr-19
Stock de crédito interno total de IFM 1,9 2,6 3,9 2,6 0,3 1,3 (1,7*)
- Particulares -0,6 0,1 0,5 0,1 0,1 0,0 (1,2*)
- Sociedades não financeiras -2,1 1,1 0,3 1,1 1,0 0,7 (0,5*)
- Administrações públicas 21,6 10,9 15,8 10,9 7,5 13,5 (13,5*)
- Sociedades financeiras não monetárias -4,7 1,0 7,4 1,0 -10,3 -10,0 (-10,1*)
Fonte: BdP. (a) Stock de crédito (titulado e não titulado) de Instituições financeiras monetárias (IFM: Banco de Portugal
e Outras IFM (OIFM): bancos, caixas económicas e caixas de crédito agrícola e fundos de mercado monetário) ajustado
de operações de titularização. * Valores entre parêntesis sem ajustamento de operações de titularização.
A variação média anual do stock de crédito total (titulado e não titulado) concedido pelas
Instituições Financeiras Monetárias (IFM), com ajustamento por operações de
titularização, reduziu-se para 1,3% em abril (1,7% sem ajustamento), após 2,6% no conjunto
de 2018. Esta evolução refletiu abrandamentos ligeiros nas Sociedades não financeiras
(para 0,7%) e nos Particulares (para 0,0%; 1,2% sem ajustamento), mas sobretudo uma
quebra acentuada ao nível das Sociedades financeiras não monetárias (-10,0%), mais do
que compensando a aceleração nas Administrações públicas, que continuaram a registar, de
forma destacada, a taxa de crescimento mais alta (13,5%).
Figura 4.2.1: Stock de crédito (tva, %)
Ver nota do quadro anterior.
Ao nível dos empréstimos (crédito não titulado) das Outras Instituições Financeiras
Monetárias (OIFM) às SNF, os dados mostram uma queda de 0,8% entre abril de 2019 e
dezembro de 2018 (-572 M€), que é possível analisar por setor de atividade. As variações
positivas na Indústria transformadora (325 M€), no Comércio (322 M€), no Alojamento,
restauração e similares (38 M€) e nas Atividades de consultoria, técnicas e administrativas (12
1,3
0,7
-15,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
abr/
09
ago/0
9
dez/
09
abr/
10
ago/1
0
dez/
10
abr/
11
ago/1
1
dez/
11
abr/
12
ago/1
2
dez/
12
abr/
13
ago/1
3
dez/
13
abr/
14
ago/1
4
dez/
14
abr/
15
ago/1
5
dez/
15
abr/
16
ago/1
6
dez/
16
abr/
17
ago/1
7
dez/
17
abr/
18
ago/1
8
dez/
18
abr/
19
Total Soc. não financeirasFonte: BdP
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
25
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
M€) foram mais do que compensadas pelas quedas nos outros setores, lideradas pela
Construção (-441 M€), pelas Atividades imobiliárias (-296 M€) e pela Eletricidade, gás, vapor e
água; gestão de resíduos (-265 M€).
De notar que estes dados das SNF não são diretamente comparáveis com os dos
parágrafos anteriores devido a diferenças na composição e no universo de financiadores.
Figura 4.2.2: Empréstimos das OIFM a SNF por setor de atividade
(valores em final de mês, não incluindo títulos; M€)
Os empréstimos (crédito não titulado) do Setor Financeiro (OIFM e Instituições financeiras
não monetárias, IFNM3) às SNF diminuíram -0,6%, em média anual, no mês de maio, em
desagravamento face à queda de -1,1% no ano de 2018. A evolução menos negativa teve
origem nas médias empresas, que contrariaram o agravamento das quedas nas pequenas e nas
grandes empresas, bem como um ligeiro abrandamento nas microempresas. Realça-se, ainda, o
agravamento da descida nas empresas privadas exportadoras (de -0,5% em 2018 para
-2,0% em maio), em contraciclo com o resto das SNF.
Note-se que estes dados das SNF também não são diretamente comparáveis com os
anteriores, pelo menos no universo de financiadores.
Por comparação, os empréstimos do Setor Financeiro às Famílias aceleraram de uma tva de
0,5% em 2018 para 0,7% em maio, refletindo a evolução das componentes: de -1,0% para
-0,5% na habitação e de 6,4% para 5,3% no consumo e outros fins.
3 As IFNM incluem, nomeadamente, instituições financeiras de crédito (IFIC), sociedades financeiras para aquisições a
crédito (SFAC), sociedades de leasing e de factoring e sociedades de garantia mútua.
1 203
2 388
2698
3 687
5 018
5 558
7769
8 095
8 951
11 185
12 467
0 5 000 10 000 15 000
Outras atividades
Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca
Educação, saúde e outras ativ. de serviços sociais…
Eletricidade, gás, vapor e água; gestão de resíduos
Alojamento, restauração e similares
Transportes e armazenagem
Atividades de consultoria, técnicas e administrativas
Construção
Atividades imobiliárias
Comércio
Indústria transformadora
dez/18 abr/19Fonte: BdP
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
26
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Figura 4.2.3: Empréstimos do Setor financeiro às SNF: MPME, grandes empresas e
exportadoras (tva, %)
Quanto ao rácio de crédito vencido nos empréstimos do Setor Financeiro às SNF, os
dados confirmam a tendência de desagravamento significativo em 2019 (para 9,0% em maio,
após 9,4% em dezembro de 2018).
Por comparação, refira-se que o rácio de crédito vencido das Famílias foi de 3,2% em maio
(2,1% na habitação e 7,3% no consumo e outros fins), também com tendência de
desagravamento, mas mais moderado do que nas SNF, com valores mais altos.
Figura 4.2.4: Rácio de crédito vencido nos empréstimos do setor financeiro às SNF
(%; valores em final de período)
-3,3
0,5
-2,9
-7,1
-5,7
-0,3-1,1
4,3
-3,2
-5,8
-2,1
-0,5-0,6
4,2
-3,5-3,3
-5,6
-2,0
-8,0
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
2,0
4,0
6,0
SNF Microempresas Pequenasempresas
Médias empresas Grandesempresas
Empresasprivadas
exportadoras
dez/17 dez/18 mai/19Fonte: BdP
13,5
9,4 9,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
dez/17 dez/18 mai/19
Fonte: BdP
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
27
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
4.3 Mercado de capitais
No primeiro semestre de 2019, o valor transacionado no mercado secundário a contado
recuou 21,7% em termos homólogos (para 10,8 mil M€), com origem na Euronext Lisbon
(tvh de -24,1%, para 10,2 mil M€), o mercado com maior peso, que contrariou a recuperação
da Euronext Access (-61,7%, para 0,6 mil M€), representativo da totalidade da negociação do
sistemas de negociação multilateral (com menores exigências de listagem, mais
apropriados à participação das PME) face à ausência de transações na Euronext Growth.
No final de junho, a capitalização bolsista registava uma queda de 26,9% na Euronext Lisbon,
mas com ganhos assinaláveis na Euronext Access (14,6%) e na Euronext Growth (24,3%).
Quadro 4.3.1: Transações e capitalização bolsista (M€, salvo outra indicação)
Valor transacionado Capitalização bolsista
2017 2019 Jan-Jun 19 Dez-17 Dez-18 Jun-19
Mercados regulamentados 29 597,6 24 919,2 10 224,4
Tvh (%) 15,3% -15,8% -24,1%
Euronext Lisbon 29 597,6 24 919,2 10 224,4 281 492,2 190 990,4 204 074,9
Tvh (%) 15,3% -15,8% -24,1% 19,9% -32,2% -26,9%
Sistemas de neg. multilateral 1 121,7 675,2 612,5
Tvh (%) 96,9% -39,8% 61,7%
Euronext Access Lisbon (1) 1 121,4 675,2 612,5 2 967,5 2 641,2 3 464,0
Tvh (%) 96,8% -39,8% 61,7% 1,9% -11,0% 14,6%
Euronext Growth Lisbon (2) 0,3 0,0 0,0 33,0 31,1 32,3
Tvh (%) s.s. s.s. s.s. -25,3% -5,8% 24,3%
PEX (3)
Tvh (%)
Total (merc. secund. contado) 30 719,3 25 594,4 10 837,0
Tvh (%) 17,1% -16,7% -21,7%
Fonte: CMVM. Tvh = taxa de variação homóloga; s.s.=sem significado. 1) A partir de junho de 2017, o EasyNext
passou a denominar-se Euronext Access, incluindo desde 2009 o Mercado Sem Cotações; 2) A partir de junho de 2017,
o Alternext passou a denominar-se Euronext Growth; 3) O mercado PEX deixou de aparecer nas estatísticas da CMVM a
partir de maio de 2017.
O índice acionista de referência PSI-20 recuperou 8,6% no final de junho, em variação
acumulada no ano, embora em comparação homóloga o saldo tenha sido negativo em 7,1%.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
28
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4.4 Estrutura de financiamento das empresas
Em termos de estrutura de financiamento das empresas, o recurso ao capital próprio
tem vindo a ganhar peso nas PME desde 2012 (de 25,6% do ativo, nesse ano, para 35,8% em
2018) – na sequência do PAEF –, em detrimento das outras fontes, sobretudo do
financiamento obtido, que deixou de ocupar o lugar cimeiro em 2018. Nesse ano, a
capitalização das PME era superior à das grandes empresas (34,7%), que têm registado
melhorias menos expressivas.
Quadro 4.4.1: Estrutura de financiamento (% do ativo total)
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Var. 18/09
PME
Capital próprio 26,9 27,6 26,6 25,6 27,2 28,0 30,7 32,3 33,6 35,8 8,9
Financiamento obtido 37,9 40,1 40,5 42,1 40,2 39,3 38,0 36,3 35,1 34,2 -3,7
Fornecedores 12,5 12,5 12,4 11,9 11,6 11,2 10,8 10,8 10,6 10,1 -2,4
Outros 22,6 19,7 20,5 20,3 21,0 21,4 20,5 20,6 20,6 19,9 -2,7
Grandes empresas
Capital próprio 32,7 36,6 35,7 34,8 33,5 31,7 32,9 32,3 32,1 34,7 2,0
Financiamento obtido 35,9 35,4 38,0 39,1 39,1 38,7 38,1 38,5 38,6 35,0 -0,9
Fornecedores 10,9 11,5 11,2 10,4 9,9 10,8 10,8 11,3 11,8 12,0 1,1
Outros 20,6 16,5 15,1 15,7 17,5 18,9 18,3 17,8 17,4 18,2 -2,4
Fonte: GEE (Gabinete de Estratégia e Estudos), Ministério da Economia.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
29
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
5. MERCADO DE TRABALHO
No primeiro trimestre, a taxa de desemprego aumentou em cadeia pela primeira vez em
quatro anos (para 6,8%, após um mínimo de 6,7% no trimestre anterior, na série iniciada em
2011), embora tenha continuado a exibir uma descida em comparação homóloga, que expurga
eventuais efeitos de sazonalidade.
A taxa de desemprego jovem prosseguiu em queda, atingindo um novo mínimo da série,
enquanto a taxa de desemprego de longa duração não se alterou, mantendo-se no mínimo.
Figura 5.1: Taxa de desemprego total, jovem e de longa duração
(%, sem correção de sazonalidade)
Em termos homólogos, a população desempregada diminuiu 13,8% (apesar de uma subida
de 1,3% em cadeia, que explicou o aumento trimestral da taxa de desemprego), o emprego
aumentou 1,5% e a população ativa 0,3%.
As variações homólogas por nível de qualificação mostram que o ensino superior voltou a
ter o crescimento mais forte do emprego, mas foi o único nível a registar um aumento do
número de desempregados, apontando para uma forte rotatividade de trabalhadores. O nível
de ensino secundário seguiu a tendência global nestas variáveis, enquanto o ensino básico
registou a queda mais forte do desemprego, mas foi o único nível com uma queda do emprego.
Nos setores de atividade, o emprego apenas recuou no setor primário, em termos
homólogos, enquanto no desemprego a queda foi generalizada, mas com maior intensidade no
setor secundário e no terciário.
12,715,5 16,2
13,912,4
11,18,9
7,07,9
6,7 6,8
30,3
37,9 38,134,8
32,0
28,0
23,920,3
21,9
19,9
17,6
6,78,4
10,0 9,1 7,9 6,9 5,1 3,6 4,2 3,2 3,20
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
1T 1
6
2T 1
6
3T 1
6
4T 1
6
1T 1
7
2T 1
7
3T 1
7
4T 1
7
1T 1
8
2T 1
8
3T 1
8
4T 1
8
1T 1
9
Taxa de desemprego total
Taxa de desemprego jovem (15-24 anos)
Taxa de desemprego de longa duração (12 ou mais meses)Fonte: INE
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
30
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
Quadro 5.1: Inquérito trimestral ao emprego do INE
2018 1T 18 4T 18 1T 19 Tvh (%) Tvc (%)
População ativa (103 indivíduos) 5 232,6 5 216,8 5 232,1 5 233,9 0,3 0,0
Taxa de atividade (%) 51,0 50,8 51,0 51,0
População empregada (103) 4 866,7 4 806,7 4 883,0 4 880,2 1,5 -0,1
- Por nível de qualificação
Ensino básico: até 3º ciclo 2 233,7 2 219,8 2 187,5 2 142,3 -3,5 -2,1
Ensino secundário ou pós-secundário 1 329,0 1 308,4 1 350,1 1 365,7 4,4 1,2
Ensino superior 1 304,0 1 278,6 1 345,4 1 372,2 7,3 2,0
- Por setor
Sector Primário 294,2 285,0 274,9 282,1 -1,0 2,6
Sector Secundário 1 209,2 1 191,5 1 222,2 1 214,8 2,0 -0,6
Sector Terciário 3 363,3 3 330,2 3 385,9 3 383,3 1,6 -0,1
Trab. por conta de outrem (103) 4 056,5 4 011,2 4 058,2 4 042,6 0,8 -0,4
Com contrato de trabalho sem termo 3 165,1 3 141,1 3 169,2 3 181,1 1,3 0,4
Com contrato de trabalho com termo 745,0 729,9 733,9 724,1 -0,8 -1,3
População desempregada (103) 365,9 410,1 349,1 353,6 -13,8 1,3
Ensino básico: até 3º ciclo 172,6 197,9 155,1 167,0 -15,6 7,6
Ensino secundário ou pós-secundário 119,3 142,7 104,9 108,7 -23,8 3,5
Ensino superior 74,1 69,5 89,0 78,0 12,2 -12,4
Desemp. à procura de novo emprego (103) 320,4 364,2 306,0 319,8 -12,2 4,5
Oriundos do Sector Primário 9,3 12,0 § 11,7 -2,1 §
Oriundos do Sector Secundário 74,6 83,7 65,2 70,3 -16,0 7,8
Oriundos do Sector Terciário 211,2 240,5 210,6 214,9 -10,6 2,0
Taxa de desemprego (%) 7,0 7,9 6,7 6,8
Homens 6,6 7,6 6,0 6,0
Mulheres 7,4 8,1 7,3 7,6
Jovens (15-24 anos) 20,3 21,9 19,9 17,6
Longa duração (12 ou mais meses) 3,6 4,2 3,2 3,2
Regiões
Norte 7,3 8,1 6,7 6,8
Centro 5,6 6,3 5,7 4,9
A. M. Lisboa 7,4 8,6 6,7 7,8
Alentejo 7,2 7,8 7,7 6,3
Algarve 6,4 7,6 7,8 9,4
R. A. Açores 8,6 8,9 8,5 8,4
R. A. Madeira 8,8 9,1 8,9 7,0
População inativa (103) 5 031,5 5 054,0 5 028,2 5 031,4 -0,4 0,1
Fonte: INE. Tvh(c)= taxa de variação homóloga (em cadeia); n.d. = não disponível.
Nas regiões, apenas o Algarve registou um aumento homólogo da taxa de desemprego, tendo
também apresentado a maior subida em cadeia (seguido da A. M. de Lisboa e, em menor
medida, do Norte, que contrariaram a queda nas demais regiões), o que levou a recuperar o
máximo nacional nesta variável (9,4%), mantendo-se o mínimo no Centro (4,9%).
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
31
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
6. CUSTOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS
Segundo dados do Banco Mundial, o índice da energia recuperou 3,5% em cadeia no
segundo trimestre, acompanhando a evolução da cotação do barril de brent, que após uma
forte subida em abril (para 71,20 dólares, a refletir a ameaça de sanções da Administração
Trump a quem importe petróleo do Irão), corrigiu depois em baixa em maio e junho (para 63,3
dólares), face aos sinais de abrandamento da economia mundial e apesar da perspetiva de
prolongamento do corte de produção da OPEP. Por sua vez, o índice dos metais registou uma
queda de 2,4% no trimestre, influenciado pelo abrandamento da procura mundial, enquanto o
índice da agricultura estabilizou.
Figura 6.1: Índices de matérias-primas: Agricultura, Energia e metais (2010=100)
87,5 87,0 86,7 83,4
84,8
55,1
68,1
87,0
79,773,068,3
84,9
90,6
82,079,4
40
50
60
70
80
90
100
2016
2017
2018
2T 1
8
3T 1
8
4T 1
8
1T 1
9
2T 1
9
abr/
19
mai/19
jun/1
9Agricultura Energia Metais de baseFonte: Banco Mundial
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
32
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
7. CUSTOS DA ENERGIA
7.1 Eletricidade
Segundo dados revistos, os preços médios da eletricidade sem IVA e outros impostos
dedutíveis pagos pela indústria nacional foram superiores à média da UE em todos os
escalões de consumo no segundo semestre de 2018, tendo registado variações homólogas
abaixo da média europeia até ao 3º escalão e acima da média a partir desse escalão.
Os preços situaram-se na metade de países com preços mais elevados, entre a 7ª e a 8ª
posições entre os 26 a 28 países com dados até ao penúltimo escalão (no último, há apenas 16
países para comparação, pelo que a terceira posição poderá ser ilusória), o que traduz um
posicionamento semelhante nos vários escalões, quando até há pouco tempo eram os dois
primeiros escalões que exibiam preços relativamente mais altos no contexto da UE.
Quadro 7.1.1: Preços sem IVA (e outros imp. ded.) da eletricidade na indústria (€/KWh)
Portugal UE (28)
2S 17 1S 18 2S 18 2S 18 1S 18 2S 18
#UE 28 (sem imp., taxas)
Bandas de consumo
IA: Consumo < 20 MWh 0,2003 0,2053 0,1981 7º em 27 (17º em 27) 0,1869 0,1897
Tvh (%) 0,6 2,3 -1,1 2,1 5,9
IB: [20Wh; 500 MWh [ 0,1520 0,1492 0,1495 8º em 28 (10º em 28) 0,1373 0,1400
Tvh (%) 1,4 -3,1 -1,6 -2,0 2,3
IC: [500Wh; 2 000 MWh [ 0,1147 0,1123 0,1170 8º em 28 (12º em 28) 0,1139 0,1149
Tvh (%) 1,3 -1,9 2,0 0,5 2,8
ID: [2 000; 20 000 MWh [ 0,1043 0,1048 0,1090 7º em 28 (7º em 28) 0,0978 0,0992
Tvh (%) 1,6 1,6 4,5 -0,8 1,5
IE: [20 000Wh; 70 000 MWh [ 0,0868 0,0891 0,0963 7º em 28 (8º em 28) 0,0810 0,0828
Tvh (%) -0,1 1,6 10,9 -3,8 1,1
IF: [70 000; 150 000 MWh] 0,0821 0,0816 0,0877 7º em 26 (8º em 26) 0,0739 0,0778
Tvh (%) 0,9 0,2 6,8 -6,5 4,1
IG: Consumo > 150 000 MWh 0,0726 0,0679 0,0787 3º em 16 (4º em 16) 0,0675 0,0712
Tvh (%) -9,5 8,4 -1,2 4,6
Fonte: Eurostat. # UE 28 (sem imp., taxas) = ranking do preço de Portugal sem IVA e outros impostos dedutíveis (sem
todos os impostos e taxas) na UE 28; Mwh= megawatts/hora; tvh= taxa de variação homóloga.
Excluindo a totalidade de impostos e taxas (para aferir os preços de mercado sem a
influência global da fiscalidade) há uma perda de posições no ranking de preços mais altos, que
continuam na 1ª metade da tabela na maioria dos casos, com exceção do 1º escalão (17ª
posição), significando que as empresas nacionais, sobretudo as com menos consumo (PME),
são relativamente mais afetadas por impostos não dedutíveis que as congéneres europeias.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
33
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
7.2 Gás natural
No segundo semestre de 2018, os preços médios nacionais do gás natural sem IVA e
outros impostos dedutíveis pagos pela indústria situaram-se acima da média da UE na
maioria dos escalões de consumo – com destaque para o primeiro escalão de consumo, que
registou o 7º valor mais alto –, à exceção do terceiro, o único na segunda metade da tabela de
preços mais altos (18ª posição). Em termos de dinâmica, a variação homóloga dos preços foi
inferior à media da UE nos três primeiros escalões e superior à media nos dois seguintes.
Quadro 7.2.1: Preços sem IVA (e outros imp. ded.) do gás natural na indústria (€/GJ)
Portugal UE (28)
2S 17 1S 18 2S 18 2S 18 1S 18 2S 18
#UE (sem imp. taxas)
Bandas de consumo
I1: Consumo < 1 000 GJ 15,58 15,15 15,32 7º em 25 (6º em 25) 12,54 13,68
Tvh (%) -4,5 -2,7 -1,7 0,0 6,2
I2: [1 000; 10 000 GJ [ 10,42 12,26 11,37 11º em 26 (7º em 26) 10,42 11,17
Tvh (%) 5,2 13,7 9,1 2,2 10,0
I3: [10 000; 100 000 GJ [ 7,52 7,59 8,21 18º em 26 (14º em 26) 8,52 8,69
Tvh (%) -2,1 -2,0 9,1 3,8 10,9
I4: [100 000; 1 000 000 GJ [ 6,35 6,61 7,54 13º em 25 (9º em 25) 6,92 7,28
Tvh (%) -3,2 -0,6 18,8 4,1 13,3
I5: [1 000 000; 4 000 000 GJ] 6,19 6,63 7,65 6º em 19 (3º em 19) 6,46 7,08
Tvh (%) 2,4 3,4 23,6 7,8 19,1
I6: Consumo > 4 000 000 GJ 1º em 10, 1S 17 (1º em 10) 6,36 7,17
Tvh (%) 14,8 28,4
Fonte: Eurostat. # UE (sem imp., taxas) = ranking do preço de Portugal sem IVA e outros impostos e taxas dedutíveis
(sem todos os impostos e taxas) nos países com informação disponível da UE. ; GJ= gigajoules; tvh= taxa de variação
homóloga. Nota: não há dados para Portugal (e vários outros países europeus) no escalão acima de 4 000 000 GJ.
Contudo, excluindo todos os impostos e taxas, continua a constatar-se que a situação
piora em todos os escalões (com exceção do 6, em que não há dados) e os preços do gás
natural à indústria de Portugal são dos mais altos entre os países da UE com dados, com
exceção do 3º, sinalizando que os impostos não dedutíveis são relativamente baixos face à
média desses países. Mais importante, continua em evidência que a indústria enfrenta preços
relativamente elevados do gás natural antes da influência da fiscalidade.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
34
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
7.3 Combustíveis
O preço médio do gasóleo em Portugal cresceu a menor ritmo no segundo trimestre,
quer antes de impostos (tvh de 2,2%) quer após impostos (2,6%), incluindo uma quebra em
junho (-5,6% e -1,9%, respetivamente), a refletir a evolução da cotação do barril de brent.
Quadro 7.3.1: Preço do gasóleo rodoviário em Portugal e na UE (€/litro)
2017 2018 1T 19 2T 19 Jun-19
Preço do gasóleo rodoviário sem impostos*
Portugal 0,543 0,626 0,621 0,630 0,604
Tvh (%) 16,6 15,3 6,6 2,2 -5,6
Ranking na UE (28) 7º 10º
UE (28) 0,512 0,606
Tvh (%) 16,6 18,4
Preço de venda ao público do gasóleo rodoviário*
Portugal 1,241 1,349 1,361 1,373 1,341
Tvh (%) 10,1 8,7 5,0 2,6 -1,9
Ranking na UE (28) 9º 9º
UE (28) 1,214 1,338
Tvh (%) 8,0 10,2
Peso da tributação no preço (%)
Portugal 56,3 53,6
UE (28) 57,8 54,7
Fonte: DGEG (Direção-geral de Energia e Geologia). Nota: a tributação inclui o IVA (dedutível) e o ISP, do qual estão
isentas as instalações abrangidas pelo CELE (Comércio Europeu de Licenças de Emissão) e as empresas abrangidas
pelos ARCE (Acordos de Racionalização de Consumos Energéticos) – nº 2 do artº 89 do CIEC (Código dos Impostos
Especiais sobre o Consumo). * Preços do gasóleo simples.
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
35
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
8. INFLAÇÃO, CÂMBIOS E COMPETITIVIDADE PELOS CUSTOS
8.1 Inflação e câmbios
A taxa de inflação homóloga de Portugal (medida pelo IHPC) reduziu-se ligeiramente no
segundo trimestre (para 0,6%; 0,7% em junho), permanecendo abaixo da média da Área
Euro, inalterada (1,4%), o que acentuou o diferencial negativo. Nos EUA, a taxa de inflação
situou-se em 1,8% no mês de maio, valor acima da Área Euro (1,2%).
Figura 8.1.1: Taxas de inflação homólogas (%) de Portugal, UE (IHPC) e EUA (IPC), e
diferencial de inflação entre Portugal e a UE (p.p.)
O câmbio euro/dólar caiu para um mínimo de 2 anos em maio (1,1185 dólares por euro) –
dada a maior procura de dólares num contexto de incerteza e o reduzido dinamismo da
economia europeia –, mas recuperou em junho face à postura mais expansionista da Fed.
Figura 8.1.2: Taxa de câmbio euro/dólar (média mensal)
0,1
-0,6-0,3
-1,1
-0,6-0,8
-0,8-0,9
-0,5
1,6
1,2
1,8
0,8 0,80,6
0,9
0,3
0,7
1,51,8
2,1
1,91,4 1,4
1,7
1,2
1,2
2,12,4
2,6
2,2
1,6
2,01,8
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
2017
2018
3T 1
8
4T 1
8
1T 1
9
2T 1
9
abr/
19
mai/19
jun/1
9
Diferencial PT-AE Portugal Área Euro EUAFonte: Eurostat e BLS (EUA)
0,8532
1,5770
1,0543
1,2348
1,1185
1,1293
0,8
0,9
1,0
1,1
1,2
1,3
1,4
1,5
1,6
jun/9
9
jun/0
0
jun/0
1
jun/0
2
jun/0
3
jun/0
4
jun/0
5
jun/0
6
jun/0
7
jun/0
8
jun/0
9
jun/1
0
jun/1
1
jun/1
2
jun/1
3
jun/1
4
jun/1
5
jun/1
6
jun/1
7
jun/1
8
jun/1
9
Fonte: BdP
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
36
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
8.2 Competitividade pelos custos laborais
De acordo com dados revistos, a competitividade-custo da economia portuguesa face aos
37 principais parceiros registou um ganho homólogo no primeiro trimestre (depreciação de
1,0% no índice de taxa de câmbio real efetiva, ITCRE), pela primeira vez desde o último
trimestre de 2015. A retoma da competitividade-custo resultou da depreciação homóloga
nominal do euro – a primeira desde o último trimestre de 2015 –, mas também do
diferencial de variação dos custos laborais unitários (CLU) mais negativo.
Figura 8.2.1: Evolução da competitividade-custo e das componentes cambial e de diferencial
de CLU face ao exterior: 37 parceiros (tvh em % do ITCRE e do ITCNE4, e diferença em p.p.)
4 ITCRE é o índice de taxa de câmbio real efetiva, medido com o deflator custos laborais unitários, CLU, face a 37
parceiros comerciais. ITCNE é o índice de taxa de câmbio nominal efetiva, medido também face a 37 parceiros.
-3,3
1,62,1 1,7
2,3
1,0
0,1
-1,0
-2,6
1,2 1,21,5
2,0
1,0
0,3
-0,5-0,7
0,4
0,9
0,2 0,30,0
-0,2-0,5
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
2015 2016 2017 2018 2T 18 3T 18 4T 18 1T 19
Ganho (-) ou perda (+) de competitividade-custo (ITCRE_CLU, tvh em %)
Componente cambial nominal (ITCNE, tvh em %)
Componente CLU (diferença em p.p.)Fonte: Comissão Europeia
2T 19 ENVOLVENTE EMPRESARIAL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
37
ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
9. AJUSTAMENTO DA ECONOMIA PORTUGUESA
9.1 Equilíbrio externo
No período de janeiro a abril, o défice da balança corrente e de capital agravou-se 0,9 mil
M€ em termos homólogos, para 1,2 mil M€, a refletir o saldo mais negativo da balança
corrente – com origem na balança de bens, que contrariou a melhoria nas outras rubricas –
e, em muito menor medida, uma diminuição ligeira do excedente da balança de capital.
O saldo externo negativo, com um valor já significativo, traduz uma necessidade de
financiamento da economia.
Quadro 9.1.1: Balanças corrente e de capital (M€)
2017 2018 Jan-Abr 18 Jan-Abr 19 Var. hom. Var. abs.
Balança Corrente 879 -1 230 -722 -1 582 119,1% -860
Balança de bens e serviços 3511 2011 -372 -1936 420,7% -1 564
Bens -12 108 -14 707 -4 133 -5 759 39,4% -1 626
Serviços 15 619 16 718 3 761 3 824 1,7% 63
Rendimentos primários -4 859 -5 701 -999 -644 -35,5% 355
Rendimentos secundários 2 226 2 459 649 998 53,8% 349
Balança de Capital 1 820 2 133 432 404 -6,6% -29
Balanças corrente e de capital 2 699 903 -290 -1 179 306,4% -889
Fonte: BdP. M€= milhões de euros; s.s.=sem significado.
A Posição de investimento internacional5 (que reflete, para além da evolução do saldo
externo, efeitos como alterações de valoração de ativos e passivos sobre o exterior) situou-se
em 100,8% do PIB no final do primeiro trimestre, o mesmo valor que no final de 2018,
interrompendo-se assim a trajetória de melhoria que se vinha a observar.
9.2 Contas públicas
Em abril, o Governo divulgou o Plano de Estabilidade 2019-2023 (PE), onde confirmou o
saldo orçamental previsto de -0,2% do PIB em 2019 e apontou para excedentes orçamentais
até 2023 (0,7% do PIB nesse ano), tendo os valores de 2020 a 2022 sido revistos em baixa
face ao anterior Plano de Estabilidade (2018-2022), divulgado um ano antes, o que se refletiu
numa revisão em alta dos valores da dívida pública para esses anos.
5 A posição de investimento internacional (posição externa líquida) é dada pela diferença entre os ativos e os passivos
sobre o exterior, sendo um conceito mais abrangente que o da dívida externa líquida.
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ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL PORTUGUESACC I - CÂM ARA DE CO MÉRCI O E I NDÚSTR IA
De facto, o Governo prevê agora uma dívida pública de 103,7% do PIB em 2022, que
compara com 102,0% no PE de abril do ano passado, descendo abaixo dos 100% em 2023
(99,6%), que é o último ano do horizonte de projeção no PE atualizado.
Figura 9.2.1: Défice e dívida pública em Portugal (% do PIB)
Na análise do Banco de Portugal ao Plano de Estabilidade incluída no Boletim
económico de junho, destacamos:
- “o investimento público é a única componente da despesa para a qual se prevê um
aumento em rácio do PIB entre 2019 e 2023, esperando-se, ainda assim, que permaneça no
final do horizonte aquém do observado no período anterior à crise. (…) O PE 2019-23
perspetiva uma diminuição do rácio da receita no PIB, muito associada à redução da receita
fiscal e contributiva. Esta evolução tem subjacente o impacto líquido de duas medidas que já
estavam incluídas na anterior atualização do Programa. Em particular, prevê-se uma medida de
redução da tributação sobre o rendimento e o património das famílias, com impacto
de 2021 em diante, cujo efeito é ligeiramente inferior ao impacto acumulado do corte de
benefícios fiscais em sede de impostos sobre a produção e a importação.”
- “a melhoria do saldo orçamental ao longo do período do PE 2019-23 assenta, em larga
medida, no desvanecimento do impacto desfavorável de medidas temporárias e na
continuação da tendência de diminuição do peso das despesas em juros no PIB. Deste modo,
o saldo estrutural, ou seja, o saldo orçamental corrigido dos contributos do ciclo económico e
de medidas temporárias, melhora apenas moderadamente entre 2019 e 2023 (0,4 pp do PIB
potencial, em termos acumulados). O saldo primário estrutural, que exclui adicionalmente o
efeito da evolução da despesa com juros, deverá registar uma ligeira deterioração no mesmo
período, traduzindo-se numa orientação ligeiramente expansionista da política orçamental.”
71,7
83,6
96,2
111,4
126,2129,0 130,6 128,8 129,2 124,8 121,5
118,6115,2
109,0103,7
99,6
-3,8
-9,8
-11,2
-7,4
-5,7
-4,8
-7,2
-4,4
-2,0
-3,0
-0,5 -0,2
0,30,9 0,7 0,7
45
65
85
105
125
145
-12,0
-10,0
-8,0
-6,0
-4,0
-2,0
0,0
2,0
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019 (
P)
2020 (
P)
2021 (
P)
2022 (
P)
2023 (
P)
Dívida pública (% do PIB), escala dta.
Saldo orçamental (% do PIB), escala esq.Fonte: Eurostat e Governo (PE 2019-23); P= previsão
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- “O Conselho das Finanças Públicas considerou como prováveis as perspetivas
macroeconómicas [incluídas na secção 2.2 desta Envolvente] para 2019 e 2020 incluídas no
PE 2019-23, mas classificou como otimista o cenário no restante horizonte, enfatizando os
riscos descendentes. Ainda assim, o contributo do ciclo para os desenvolvimentos
orçamentais neste período deverá ser neutro.”
- A “evolução recente do rácio da dívida implicou uma revisão em baixa do Objetivo de
Médio Prazo (OMP) para o saldo estrutural em percentagem do PIB a partir de 2020”. “Até
2019, a apreciação da Comissão Europeia tem por referência um OMP correspondente a um
excedente estrutural de 0,25% do PIB, fixado para o período de 2017 a 2019. De 2020 a 2022
aplica-se a Portugal um novo OMP, resultante da recente revisão dos OMP mínimos. Estes são
regularmente revistos, a cada três anos, no seguimento da atualização das projeções
subjacentes ao Ageing Report. No caso de Portugal, o novo OMP mínimo aplicável de 2020
a 2022 corresponde a um saldo estrutural de 0,0% do PIB.”
- “Em termos gerais, a estratégia apresentada no PE 2019-23 implica uma melhoria do
saldo orçamental e a continuidade do rácio da dívida numa trajetória descendente. A orientação
da política orçamental é ligeiramente expansionista e a magnitude da redução do rácio da
dívida assenta na manutenção de excedentes primários significativos e na materialização
de um cenário macroeconómico otimista. Adicionalmente, a queda da despesa primária em
rácio do PIB não é inteiramente explicada por medidas de contenção. Assim, a concretização da
estratégia apresentada no PE 2019-23 apresenta riscos não negligenciáveis, tal como
referido pela Comissão Europeia na sua avaliação a este documento. Estes riscos são
especialmente relevantes num contexto em que o nível de endividamento das
administrações públicas se mantém um dos mais altos no conjunto da área do euro”.
Os dados mais recentes da execução orçamental (neste caso numa ótica de Contabilidade
Pública6) da DGO, relativos ao período de janeiro a maio, mostraram uma redução homóloga
de 71,2% no défice das Administrações Públicas (para 0,6 mil M€), decorrente de um
crescimento mais forte da receita (6,5%; 5,3% na receita fiscal) do que da despesa (1,2%:
1,5% na despesa corrente primária; -2,4% nos juros; 3,4% na despesa de capital).
Salienta-se que o crescimento bastante contido da despesa corrente primária resultou da queda
acentuada (não explicada) na rubrica residual “outras despesas correntes” (14,5%),
conjugada com a descida nas aquisições de bens e serviços (-5,0%, traduzindo um “efeito
de base do ano de 2018”, segundo a DGO), rubricas que amorteceram os aumentos de 4,3%
nas despesas com o pessoal (a refletir “as medidas de política de promoção salarial”,
segundo a DGO) e de 2,8% nas transferências correntes (influenciada, em grande medida,
pela evolução das pensões), com forte peso.
6 A Contabilidade Pública tem uma perspetiva de caixa, diferente da lógica de responsabilidades das Contas Nacionais.