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Análise das manifestações patológicas encontradas nos revestimentos argamassados de um edifício residencial na cidade de Içara Julho/2018 ISSN 2179-5568 Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018 Análise das manifestações patológicas encontradas nos revestimentos argamassados de um edifício residencial na cidade de Içara Thaís dos Santos de Souza [email protected] Auditoria, Avaliações & Perícias de Engenharia Instituto de Pós-Graduação - IPOG Florianópolis, SC, 30 de julho de 2017 Resumo Com a grande expansão do número de obras executadas no país, as técnicas construtivas e o sistema de revestimento com o uso de argamassa vêm se aperfeiçoando e evoluindo, a fim de melhorar a qualidade final nos revestimentos de argamassa, evitar futuras patologias e buscar uma maior vida útil dos revestimentos. Este artigo tem como objetivo geral relacionar as manifestações patológicas encontradas nos revestimentos argamassados de um edifício residencial na cidade de Içara - SC, apresentar as possíveis causas e procedências destas patologias e propor diretrizes para a sua correção. O diagnóstico foi fundamentado através de vistorias no local de estudo e o levantamento fotográfico das patologias, para posteriormente serem elaboradas sugestões de medidas corretivas e preventivas para os problemas identificados. Após o levantamento e coleta de dados, foram diagnosticadas as seguintes manifestações patológicas de revestimentos argamassados: fissuras, manchas de umidade, descolamento com pulverulência e vesículas. De acordo com os elementos observados e analisados, é possível concluir que as manifestações patológicas notadas estão relacionadas à qualidade dos materiais, falhas na execução, e à falta de manutenção da edificação. As patologias avaliadas não trazem qualquer risco aos habitantes da edificação, apenas um desconforto visual. Caso não seja feita a manutenção e o reparo destes problemas, eles poderão evoluir e então causar danos maiores. Palavras-chave: Patologia. Revestimentos. Argamassados. Reboco. 1. Introdução Com o objetivo de regularizar, proteger e uniformizar as superfícies, os revestimentos argamassados podem ser definidos como um revestimento de múltiplas camadas, capaz de recobrir a superfície de concreto ou alvenaria, ao mesmo tempo em que cria um substrato adequado para receber o acabamento final. Já foi comprovado que a fase de execução dos revestimentos argamassados, (ou qualquer sistema construtivo), é de suma importância. Para Bauer (2008:938): A adequada execução dos serviços de revestimento necessita de elaboração prévia de caderno de encargos, contendo Normas, especificações técnicas e procedimentos. Os cadernos de encargos facilitam o controle do recebimento, estocagem, manuseio e transporte dos materiais, além do próprio controle da execução, na medida em que é verificada a conformidade dos serviços, por meio de listas de verificação adotadas

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Análise das manifestações patológicas encontradas nos revestimentos argamassados de um

edifício residencial na cidade de Içara

Julho/2018

ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018

Análise das manifestações patológicas encontradas nos revestimentos

argamassados de um edifício residencial na cidade de Içara

Thaís dos Santos de Souza – [email protected]

Auditoria, Avaliações & Perícias de Engenharia

Instituto de Pós-Graduação - IPOG

Florianópolis, SC, 30 de julho de 2017

Resumo

Com a grande expansão do número de obras executadas no país, as técnicas construtivas e o

sistema de revestimento com o uso de argamassa vêm se aperfeiçoando e evoluindo, a fim de

melhorar a qualidade final nos revestimentos de argamassa, evitar futuras patologias e

buscar uma maior vida útil dos revestimentos. Este artigo tem como objetivo geral relacionar

as manifestações patológicas encontradas nos revestimentos argamassados de um edifício

residencial na cidade de Içara - SC, apresentar as possíveis causas e procedências destas

patologias e propor diretrizes para a sua correção. O diagnóstico foi fundamentado através

de vistorias no local de estudo e o levantamento fotográfico das patologias, para

posteriormente serem elaboradas sugestões de medidas corretivas e preventivas para os

problemas identificados. Após o levantamento e coleta de dados, foram diagnosticadas as

seguintes manifestações patológicas de revestimentos argamassados: fissuras, manchas de

umidade, descolamento com pulverulência e vesículas. De acordo com os elementos

observados e analisados, é possível concluir que as manifestações patológicas notadas estão

relacionadas à qualidade dos materiais, falhas na execução, e à falta de manutenção da

edificação. As patologias avaliadas não trazem qualquer risco aos habitantes da edificação,

apenas um desconforto visual. Caso não seja feita a manutenção e o reparo destes

problemas, eles poderão evoluir e então causar danos maiores.

Palavras-chave: Patologia. Revestimentos. Argamassados. Reboco.

1. Introdução

Com o objetivo de regularizar, proteger e uniformizar as superfícies, os revestimentos

argamassados podem ser definidos como um revestimento de múltiplas camadas, capaz de

recobrir a superfície de concreto ou alvenaria, ao mesmo tempo em que cria um substrato

adequado para receber o acabamento final.

Já foi comprovado que a fase de execução dos revestimentos argamassados, (ou qualquer

sistema construtivo), é de suma importância. Para Bauer (2008:938):

A adequada execução dos serviços de revestimento necessita de elaboração prévia

de caderno de encargos, contendo Normas, especificações técnicas e procedimentos.

Os cadernos de encargos facilitam o controle do recebimento, estocagem, manuseio

e transporte dos materiais, além do próprio controle da execução, na medida em que

é verificada a conformidade dos serviços, por meio de listas de verificação adotadas

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como registro. A qualificação e treinamento dos operários é um fator importante na

fase de execução.

A NBR 13281 (2001:2) descreve que a argamassa é uma mistura homogênea de agregados

miúdos, aglomerantes inorgânicos e água, contendo ou não aditivos ou adições, com

propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação

própria (argamassa industrializada).

A NBR 13529 (1995:1) intitula como revestimento de argamassa, o cobrimento de uma

superfície com uma ou mais camadas superpostas de argamassa, apto a receber acabamento

decorativo ou constituir-se em acabamento final.

O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de no mínimo de três camadas

superpostas, contínuas e uniformes, denominadas: chapisco, emboço e reboco (Figura 1).

Figura 1 – Camadas do revestimento argamassado

Fonte: Blog Construir (2014)

O chapisco tem como finalidade ser o elemento de ligação entre o revestimento e o substrato,

e facilitar a execução do revestimento futuro, garantindo uma maior aderência decorrente de

sua superfície rugosa.

O emboço por sua vez, é uma camada de regularização que cobre e uniformiza a base,

acomodando uma superfície homogênea pronta para receber a próxima camada. Ela também

pode servir de base para outros revestimentos.

Por último, a camada responsável pela conclusão do revestimento é chamada de reboco, que é

caracterizada por uma fina camada, que irá receber ou não algum outro acabamento

decorativo como a pintura, por exemplo.

São definidas na NBR 13749 (2013:2) as espessuras admissíveis de revestimentos

argamassados para os ambientes internos e externos, eles estão relacionados na Tabela 1.

Local da aplicação Espessura (mm)

Máxima Mínima

Parede Interna 20 5

Parede Externa 30 20

Teto Interno e Externo 20 5

Tabela 1 - Espessuras admissíveis de revestimento interno e externo para parede

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Fonte: NBR 13749 (2013)

Segundo a NBR 7200 (1998:1), a etapa de execução do revestimento é a principal responsável

por fenômenos patológicos observados posteriormente.

Com a grande expansão do número de obras executadas no país, as técnicas construtivas e o

sistema de revestimento com o uso de argamassa vêm se aperfeiçoando e evoluindo, a fim de

melhorar a qualidade final nos revestimentos de argamassa, evitar futuras patologias e buscar

uma maior vida útil dos revestimentos.

Romano (2009:24) relata que é crescente o número de edificações que apresentam

deterioração precoce, com manifestação de danos de diversas origens.

Caporrino (2015:18) define:

Patologia (derivado do grego pathos, sofrimento, doença, e logia, ciência, estudo) é

o estudo das doenças em geral, como estado anormal de causa conhecida ou

desconhecida, tanto na medicina quanto em outras áreas do conhecimento, como

matemática e engenharias, onde é conhecida como patologia das edificações e

estuda as manifestações patológicas que podem vir a ocorrer em uma construção.

Ela envolve tanto a ciência básica quanto a prática.

Para Souza e Ripper (1998:14), patologia das construções é designada genericamente por um

novo campo da engenharia das construções que se ocupa do estudo das origens, formas de

manifestação, consequências e mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de

degradação das estruturas.

É notório que na fase de projeto, os revestimentos não recebem a atenção necessária e, devido

á isso, algumas deliberações importantes são adotadas de forma empírica no canteiro de

obras. Isso traz como consequência a incidência de manifestações patológicas, o aumento dos

custos de produção e os elevados desperdícios de materiais, mão de obra e tempo.

Silva e Fortes (2010:3, apud BORGES e MONTEFUSO, 1996) alegam que um dos danos

mais encontrados nos revestimentos de fachadas constituídos com argamassa é o

aparecimento de fissuras ao longo de toda a fachada, sendo elas transversais ou longitudinais.

A degradação de uma construção é decorrente de diferentes parâmetros, como variações de

temperatura, reações químicas, vibrações, erosão, má execução dos serviços e até mesmo a

má qualidade dos materiais.

Maia Neto, Silva e Carvalho Júnior (1999:3) contam que:

Além da desvalorização natural do imóvel devido aos aspectos visuais, a base dos

revestimentos (alvenaria ou concreto), sem o adequado acabamento final, torna-se

vulnerável às infiltrações de água e gases, o que consequentemente conduz a sérias

deteriorações no interior dos edifícios, podendo ser as mesmas de ordem estética ou

até mesmo estrutural.

Para a boa funcionalidade de uma construção, é indispensável fazer periodicamente a

inspeção, avaliação e o diagnóstico de suas patologias. E, sempre que necessário, deverão ser

executadas as devidas ações de manutenção e correção.

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Inspeção Predial é a vistoria técnica da edificação para a apuração de suas condições técnicas

e determinação das medidas preventivas e corretivas necessárias para a boa conservação e

manutenção do prédio (FERREIRA, 1999:4).

Para o IBAPE (2012:3):

A Inspeção Predial é ferramenta que propicia a avaliação sistêmica da edificação.

Elaborada por profissionais habilitados e devidamente preparados, classifica não

conformidades constatadas na edificação quanto a sua origem, grau de risco e indica

orientações técnicas necessárias à melhoria da manutenção dos sistemas e elementos

construtivos.

A Inspeção Predial também é definida por outras normas técnicas:

“Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes, realizada para orientar as

atividades de manutenção” (NBR 5674, 1999:2).

“Verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção

preventiva e corretiva da edificação” (NBR 15575-1, 2013:6).

As Inspeções Prediais deverão ser realizadas apenas por profissionais, engenheiros e

arquitetos, devidamente registrados. (IBAPE, 2012:6).

2. Objetivo

Este artigo tem como objetivo geral relacionar as manifestações patológicas encontradas nos

revestimentos argamassados de um edifício residencial na cidade de Içara - SC, apresentar as

possíveis causas e procedências destas patologias e propor diretrizes para a sua correção.

Os objetivos específicos desta análise são:

a) Identificar e descrever as manifestações patológicas encontradas nos revestimentos

argamassados de um edifício residencial na cidade de içara, através de um levantamento

visual e fotográfico;

b) Catalogar as manifestações patológicas e as possíveis origens de sua ocorrência; e

c) Indicar soluções para correção dos problemas encontrados.

3. Metodologia

O diagnóstico foi fundamentado através de vistorias no local de estudo e o levantamento

fotográfico das patologias, para posteriormente serem elaboradas sugestões de medidas

corretivas e preventivas para os problemas identificados.

O ambiente da pesquisa foi um edifício residencial, executado em concreto armado, com

acabamento interno e externo em reboco, entregue no ano de 2013, na cidade de Içara, SC.

As manifestações patológicas em revestimentos de argamassa que se encontram presentes

neste artigo correspondem aos incidentes localizados no ambiente de estudo, onde o clima é

peculiarmente marcado pelas grandes variações diárias e anuais de temperaturas. Este fato

influencia diretamente nos tipos de patologias encontradas.

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4. Análise das Manifestações Patológicas

As patologias registradas em revestimentos apresentam-se de diversas formas, todas elas

resultando na impossibilidade de cumprimento das finalidades para os quais foram

concebidos, notadamente no que se refere aos aspectos estéticos, de proteção e de isolamento

(MAIA NETO, SILVA E CARVALHO JÚNIOR, 1999:3).

Após o levantamento e coleta de dados, foram diagnosticadas as seguintes manifestações

patológicas de revestimentos argamassados:

a) Fissuras;

b) Manchas de umidade;

c) Descolamento com pulverulência; e

d) Vesículas.

4.1. Fissuras

As trincas podem começar a surgir de forma congênita, logo no projeto arquitetônico da

construção (THOMAZ, 1992:16).

Entende-se como fissuras, a circunstância em que um determinado objeto ou parte dele

apresenta aberturas finas e alongadas na sua superfície. Todos os materiais retraem

(diminuem de tamanho) quando secam e, quanto mais água conter no traço da argamassa,

maior será a sua retração. Assim como quanto maior a quantidade de cimento na argamassa,

também será maior a probabilidade de ocorrer retração.

A grande maioria das fissuras é superficial e não sugerem fundamentalmente, a redução da

segurança dos componentes estruturais, ou o perigo de instabilidade da construção.

Marcelli (2007:130) conta que, argamassas muito pobres ou muito ricas em cimento

favorecem o surgimento de fissuras; e, ainda, uma aplicação incorreta sem chapisco ou

elemento colante antes do emboço e reboco vai provocar inevitavelmente trincas.

Bauer (2008:916) expõe que a aplicação de uma camada de emboço excessivamente rico em

cimento ocasionará um revestimento sem a necessária elasticidade, não acompanhando

eventuais movimentações da base, fissurando-se.

Para Maia Neto, Silva e Carvalho Júnior (1999:5), as fissuras nos revestimentos podem estar

associadas a sua incapacidade de absorver as movimentações da estrutura que reveste, bem

como a técnica executiva utilizada, características e dosagem dos materiais constituintes.

Thomaz (1992:29) disserta que as fissuras induzidas por movimentações térmicas no corpo do

revestimento geralmente são regularmente distribuídas e com aberturas bastante reduzidas,

assemelhando-se ás fissuras provocadas por retração de secagem.

O mesmo autor destaca que:

A ocorrência de fissuras e descolamentos das argamassas de revestimento é ainda

facilitada pela aplicação do material em bases excessivamente porosas ou

ressecadas, com rápida perda da água tanto por evaporação como pela absorção da

base. O problema é agravado com as práticas construtivas atuais, que vêm

paulatinamente dispensando a prévia aplicação de chapisco (regulador da

higroscopicidade das paredes) e/ou o prévio umedecimento de bases muito

ressecadas. Dessa forma, não é raro presenciarmos em nossas obras os serviços de

revestimento se desenvolvendo em dias de intensa insolação, às vezes com ventos

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fortes, sem nenhum cuidado relativo à pré-umidificação das bases (THOMAZ,

2001:22).

Existem variados tipos de fissuras, dentre elas, foram identificadas no empreendimento as do

tipo: mapeada, de retração por secagem, a fissura horizontal e a devido à movimentação de

estrutura.

As fissuras mapeadas são caracterizadas por pequenas aberturas de formas variadas que

ocorrem ao longo da superfície, como se pode observar na Figura 2, que foi identificada no

pavimento de cobertura do edifício em estudo.

Figura 2 – Fissura mapeada - Pavimento de cobertura

Fonte: Autor (2017)

Esse tipo de fissura pode ser causado pela variação da temperatura na argamassa de

revestimento já no estado endurecido, e ocorre com maior frequência em argamassas que não

foram dosadas adequadamente, com excesso de cimento ou deficiência de cal (ZANZARINI,

2016:64). A argamassa utilizada nos revestimentos de paredes e lajes sofre naturalmente

perda de água por evaporação. O material, no momento em que é aplicado na superfície,

encontra-se no estado fresco e com determinado volume. Durante a secagem, a perda de água

faz com que o volume original seja reduzido, dando origem às fissuras. Portanto, esse tipo de

patogenia é geralmente relacionado à retração da argamassa. Esta avaria não permite o reparo,

sem a completa remoção do revestimento afetado. A recomendação é a renovação do

revestimento e da pintura.

Silva e Fortes (2010:3) descrevem:

De uma forma mais abrangente, entende-se por fissura uma manifestação patológica

resultante do alívio das tensões entre as partes de um mesmo elemento ou entre dois

elementos em contato. É comum encontrar residências, edifícios, ou qualquer tipo de

construção, que apresente algum tipo de fissura. Elas podem aparecer em uma fase

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prematura logo após o revestimento das fachadas, que é a situação mais frequente,

ou muitos anos após a conclusão do edifício, tendo diversas origens e ocorrer em

diferentes locais na fachada.

O segundo tipo de fissuras identificadas in loco, foram as fissuras no piso da garagem, que

são causadas pela retração por secagem. Esta patologia é originada pela redução de volume

causada pela rápida diminuição de umidade. Quando o revestimento perde umidade, ele se

contrai, e quando ganha umidade, se expande. Este efeito de variação de volume não seria

prejudicial se houvesse liberdade de movimentação do mesmo. Esse impedimento à

movimentação induz ao aparecimento de tensões de tração que podem romper o revestimento,

originando o aparecimento das tais fissuras. Já é conhecido que quanto maior for o consumo

de cimento adicionado à mistura, relação água-cimento e finura dos agregados, maior será a

retração.

Bauer (2008:915) descreve que:

“A fissuração é função de fatores intrínsecos, como o consumo de cimento, o teor de

finos, quantidade de agua de amassamento, e de outros fatores que podem ou não

contribuir na fissuração, como a resistência de aderência á base, o numero e

espessura das camadas, o intervalo de tempo decorrido entre a aplicação de uma e

outra camada, e perda de água de amassamento por sucção da base ou pela ação de

agentes atmosféricos.”

Em ambientes com baixa umidade relativa do ar e incidência de ventos, as misturas ricas em

cimento estão mais sujeitas à retração plástica, acompanhada das tradicionais fissuras curtas,

que surgem em grupos paralelos entre si (RODRIGUES, 2010:49).

Na maioria das vezes, a configuração dessas fissuras é linear com direções variadas,

dependendo de diversos fatores. Podemos analisa-las na Figura 3, identificada no pavimento

de garagem. Pelas investigações feitas in loco foi possível concluir que essas fissuras ocorrem

por ocasião da execução do piso. O tipo da fissura se da basicamente por retração de secagem,

como causa primária surge devido á ineficiência das juntas, como causa secundária retração

excessiva e cura ineficaz.

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Figura 3 – Fissura de retração por secagem - Garagem

Fonte: Autor (2017)

Para a recuperação e correção destas fissuras, é necessário executar a abertura de sulcos sobre

a fissura existente, bem como a remoção do acabamento (pintura, por exemplo). Em seguida,

deverá ser aplicado um selante acrílico na abertura feita, e aguardar a completa secagem da

fissura selada. Após seca, será feita a aplicação de um impermeabilizante acrílico, e uma

segunda demão com impermeabilizante estruturado em tela de poliéster.

Outro tipo de fissura identificada foi uma fissura horizontal entre a laje da rampa da garagem

e a alvenaria em uma parede externa que recebe insolação direta por todo o período da manhã

(Figura 4). Para Zanzarini (2016:62), esse tipo de fissura tem como mecanismo causador a

variação térmica diária e ocorre nas áreas que recebem insolação constante, como as

coberturas e as paredes externas, pois são nessas regiões que ocorrem maior variação de

temperatura.

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Figura 4 – Fissura horizontal – Parede externa

Fonte: Autor (2017)

As principais causas são a expansão da argamassa de assentamento por hidratação retardada

do óxido de magnésio da cal, e a expansão da argamassa de assentamento por reação cimento-

sulfatos ou devido á presença de argilo-minerais expansivos no agregado (CAPORRINO,

2015:89). Para reparar esta anomalia, o revestimento deverá ser refeito, utilizando materiais

que tenham a capacidade de absorver pequenas movimentações, como por exemplo,

revestimentos elásticos.

As demais fissuras encontradas na vistoria da edificação, não tem necessariamente, origem no

revestimento argamassado, elas são oriundas da movimentação da estrutura. É o caso da

Figura 5, que mostra uma fissura localizada no pavimento de cobertura. Trata-se de uma

sacada, com um pequeno balanço. A origem desta fissura se dá provavelmente pela

movimentação do balanço, e pela ausência de ferro de amarração ou a deficiência no

chumbamento entre a alvenaria e a estrutura.

Figura 5 – Fissura - Cobertura

Fonte: Autor (2017)

Bauer (2008:919) afirma que alvenarias executadas sobre balanços e lajes de terraços, com

fissuras devido ao deslocamento dos ferros negativos durante a construção, ou sobrecargas de

paredes, peitoris e jardineiras, correspondem a um procedimento gerador de fissuras no

revestimento.

Para a correção, é recomendada a utilização de uma tela em toda a extensão dos útimos

pavimentos e nas junções da alvenaria com as peças estruturais, tendo em vista tornar mínima

a insidência de novas fissurações.

4.2. Manchas de umidade

Na construção civil, as patologias mais recorrentes são causadas pela ação da agua ou da

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umidade. Esses defeitos construtivos podem gerar problemas, algumas vezes graves e de

difícil solução.

O mofo ou emboloramento é uma alteração observável macroscopicamente na superfície

(manchas) de diferentes materiais, sendo uma consequência do desenvolvimento de micro-

organismos pertencentes ao grupo dos fungos (YAZIGI, 2009:517).

Maia Neto, Silva e Carvalho Júnior (1999:5) relatam que as manchas de umidade:

Normalmente provocadas pelas infiltrações de água, devido a sistemas de

impermeabilização deficientes, as manchas podem se manifestar sob forma de

eflorescências, bolor (manchas esverdeadas ou escuras, comuns em áreas não

expostas à insolação) ou mudanças de tonalidade dos revestimentos. Frequentemente

estão associadas aos descolamentos, à desagregação dos revestimentos e à má

aderência entre camadas distintas de revestimentos.

As manchas marrons, geralmente, ocorrem devida á ferrugem (BAUER, 1996:15). É possivel

verificar na Figura 6, uma mancha marrom no pé do pilar. Esta patologia está localizada no

subsolo do empreendimento, onde normalmente já é um local com pouca ventilação e

nenhuma incidencia de iluminação solar, sendo então um ambiente constantemente umido.

Sabe-se que estas paredes estão em contato direto com o solo, o que se pode constatar que a

patologia apresentada é oriunda de infiltração por capilaridade.

Figura 6 – Mancha de umidade – Subsolo/Garagem

Fonte: Autor (2017)

Bauer (2008:924) conta que os materiais de construção absorvem água na forma capilar

quando estão em contato direto com a umidade. Isso ocorre geralmente nas fachadas e em

regiões que se encontram em contato com o terreno e sem impermeabilização.

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O mesmo autor também afirma que os revestimentos frequentemente estão sujeitos á ação da

umidade e de microorganismo, os quais provocam o surjimento de algas e mofo, e o

consequente aparecimento de manchas pretas ou verdes (BAUER, 1996:15).

Para o reparo, devem ser sanadas todas as infiltrações, e no caso de existirem micro-

organismos, proceder à lavagem com solução de hipoclorito. Todo material solto deve ser

retirado, por meio de escovação e lavagem, e o revestimento deve ser totalmente seco

(CAPORRINO, 2015:80).

Também foi identificada a presença de manchas esverdeadas na platibanda do edifício (Figura

7), para Caporrino (2015:79), manchas as quais se apresentam em regiões expostas á umidade

constante podem ser agravadas nos casos destas áreas não estarem expostas ao sol. A

patologia foi identificada na fachada sul da edificação, que na localidade de Içara, não possui

incidência solar direta.

As manchas também podem ser causadas pela contaminação atmosférica. Para Bauer

(2008:928), o principal responsável por este fenômeno é a poluição atmosférica, que pode ser

classificada em poluentes naturais ou biológicos, e resíduos provenientes de indústrias.

Figura 7 – Mancha de umidade – Cobertura

Fonte: Autor (2017)

Para a correção, é necessária a limpeza com solução de hipoclorito, e renovação da pintura

externa da edificação. Para que este problema não volte á acontecer, deverá ser feita

esporadicamente a limpeza da superfície exposta á umidade constante e aos resíduos de

poluição atmosférica.

4.3. Descolamento com pulverulência

Esta patologia é identificada quando o reboco se desagrega ou se esfarela com facilidade e

acontecem em revestimentos com o acabamento em pintura. Ocorre quando: há um excesso

de finos nos agregados, traços pobres em aglomerantes ou ricos em cal.

Bauer (2008:905) relata que uma das principais causas do problema corresponde ao tempo

insuficiente de carbonatação da cal existente na argamassa, principalmente quando se aplica

pintura sobre o revestimento em intervalo inferior a 30 dias.

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Análise das manifestações patológicas encontradas nos revestimentos argamassados de um

edifício residencial na cidade de Içara

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Caporrino (2015:91) destaca que as principais causas são o excesso de finos nos agregados,

traços excessivamente ricos em aglomerantes e cal, ausência de carbonatação da cal, e camada

expeça de reboco.

Na Figura 8, é possível identificar tal patologia. O reboco está com pouca resistência, e se

esfarela ao ser friccionado. A tinta está descascada e junto com ela, leva parte do reboco

enfraquecido.

Figura 8 – Descolamento com pulverulência – Subsolo/Garagem

Fonte: Autor (2017)

O excesso de finos no agregado provoca uma absorção da água da argamassa maior do que a

adequada; assim sendo, os aglomerantes não reagem totalmente, tornando a argamassa

pulverulenta (CAPORRINO, 2015:91).

Como reparo é recomendado à retirada de todo o revestimento afetado, e a renovação

completa do mesmo.

4.4. Vesículas

Para Caporrino (2015:83), a presença de umidade pode provocar vesículas com umidade em

seu interior. A umidade causa a expansão dos componentes do revestimento, ocasionando as

bolhas, conforme apresentado na Figura 9.

Analisando a patologia, que foi encontrada no pavimento de cobertura, é possivel apontar que

ocorreram problemas originados pela cal hidratada, pois é possível verificar a presença de

pequenos pontos no revestimento, que foram inchando e acabaram destacando a pintura e

deixando o reboco aparente.

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Figura 9 – Surgimento de vesículas

Fonte: Autor (2017)

As vesículas surgem, geralmente, no reboco e são causadas por uma série de fatores, como a

existência de pedras de cal não completamente extintas, matérias orgânicas contidas nos

agregados, torrões de argila dispersos na argamassa ou outras impurezas, como mica, pirita e

torrões ferruginosos (BAUER, 2008:920).

Para os autores Maia Neto, Silva e Carvalho Júnior (1999:5):

As vesículas (pontos estourados no revestimento) se manifestam através do

empolamento da pintura podendo ser brancas (devido a hidratação retardada de

óxidos de cálcio presentes nas argamassas com cal), pretas ou vermelho

acastanhadas (associadas a má qualidade da areia, basicamente quando esta

apresenta pirita, matéria orgânica ou concreções ferruginosas que, ao oxidarem,

promovem reações expansivas).

A região do revestimento que apresenta vesícula não pode ser readquirida. Para o reparo, é

necessária a renovação da camada de reboco, e a suspensão de toda a umidade. Caporrino,

(2015:83) ressalta que se deve proceder á remoção de todo o revestimento afetado e refazê-lo.

No entanto, caso haja presença de umidade, esta tem que ser totalmente sanada e a região

completamente seca antes de qualquer procedimento.

5. Causas e Reparos das Manifestações Patológicas

Como já foram descritos nos itens anteriores, as prováveis causas e reparos das manifestações

patológicas encontradas no residencial estão resumidos na Tabela 2, para uma melhor

compreensão.

Manifestação Patológica Provável Causa Provável Reparo

Mapeada Retração da argamassa.

Completa remoção do revestimento

afetado. E renovação do

revestimento e da pintura.

Retração por Secagem Retração de secagem, ineficiência É necessário executar a abertura de

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das juntas, retração excessiva e

cura ineficaz.

sulcos sobre a fissura existente, em

seguida, deverá ser aplicado um

selante acrílico na abertura feita, e

aguardar a completa secagem da

fissura selada. Após seca, será feita

a aplicação de um

impermeabilizante acrílico, e uma

segunda demão com

impermeabilizante estruturado em

tela de poliéster.

Movimentação de Estrutura

Pela movimentação do balanço, e

pela ausência de ferro de

amarração ou a deficiência no

chumbamento entre a alvenaria e a

estrutura.

É recomendada a aplicação de uma

tela em toda a extensão dos últimos

pavimentos e nas junções da

alvenaria com as peças estruturais.

Fissura Horizontal

Variação térmica diária e ocorre

nas áreas que recebem insolação

constante e expansão da argamassa

de assentamento por hidratação

retardada do óxido de magnésio da

cal, reação cimento-sulfatos ou

devido á presença de argilo-

minerais expansivos no agregado.

O revestimento deverá ser refeito,

utilizando materiais que tenham a

capacidade de absorver pequenas

movimentações, como por

exemplo, revestimentos elásticos.

Mancha de Umidade

São causadas pela ação da agua ou

da umidade. Também podem ser

causadas pela contaminação

atmosférica

Devem ser sanadas todas as

infiltrações, e proceder à lavagem

com solução de hipoclorito.

Refazer a Pintura.

Descolamento com pulverulência

Há um excesso de finos nos

agregados, traços pobres em

aglomerantes ou ricos em cal.

É recomendado à retirada de todo o

revestimento afetado, e a

renovação completa do mesmo.

Vesículas

Existência de pedras de cal,

matérias orgânicas contidas nos

agregados, torrões de argila

dispersos na argamassa ou outras

impurezas.

É necessária a renovação da

camada de reboco, e a suspensão

de toda a umidade.

Tabela 2 – Relação de manifestações patológicas – Causas e reparos

Fonte: Autor (2017)

6. Conclusão

A fase de concepção do projeto é tão importante quanto á fase de execução, e é nela que se

encontram as diretrizes para a melhoria da qualidade das edificações e por consequência, a

redução das manifestações patológicas. Na atualidade, com o aparecimento de distintas

manifestações patológicas nas construções, deve-se incluir a importância dos estudos e do

entendimento das manifestações patológicas pelos profissionais da área técnica, visando

evitar o aparecimento de futuras patologias. O conhecimento da origem das patologias e dos

métodos para avaliação do desempenho dos revestimentos argamassados executados, são

importantes ferramentas para diagnosticar as causas das falhas destes revestimentos.

De acordo com os elementos observados e analisados, é possível concluir que as

manifestações patológicas notadas estão relacionadas à qualidade dos materiais, falhas na

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execução, e à falta de manutenção da edificação. As patologias avaliadas não trazem qualquer

risco aos habitantes da edificação, apenas um desconforto visual. Porém, caso não seja feita a

manutenção e o reparo destes problemas, eles poderão evoluir e então causar danos maiores.

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