ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E SUAS …

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UNIVERSIDADE FERDERAL DO RIO DE JANEIRO Curso de Engenharia Civil Departamento de Construção Civil ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E SUAS RESPECTIVAS TERAPIAS EM FACHADAS COM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS Marcella Lorena Ribeiro de Souza Rio de Janeiro 2019

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UNIVERSIDADE FERDERAL DO RIO DE JANEIRO

Curso de Engenharia Civil

Departamento de Construção Civil

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E

SUAS RESPECTIVAS TERAPIAS EM FACHADAS COM

APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ROCHAS

ORNAMENTAIS

Marcella Lorena Ribeiro de Souza

Rio de Janeiro

2019

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E

SUAS RESPECTIVAS TERAPIAS EM FACHADAS COM

APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ROCHAS

ORNAMENTAIS

Marcella Lorena Ribeiro de Souza

Projeto de Monografia apresentado ao

Departamento de Construção Civil da Escola

Politécnica da UFRJ como exigência parcial

para obtenção do Título de Engenheira Civil.

Orientador: Assed Naked Haddad, Dsc.

Rio de Janeiro

Março de 2019

i

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E SUAS RESPECTIVAS

TERAPIAS EM FACHADAS COM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE

ROCHAS ORNAMENTAIS

Marcella Lorena Ribeiro de Souza

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTEÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

__________________________________________ Prof. Assed Naked Haddad, D. Sc.

(Orientador)

__________________________________________ Prof. Leandro Torres Di Gregorio, D. Sc.

__________________________________________ Mohammed Najjar, M. Sc.

Rio de Janeiro, RJ

Março, 2018

ii

Souza, Marcella Lorena Ribeiro de

Análise e diagnóstico das manifestações patológicas em

revestimento de fachadas com aplicação com rochas

ornamentais/ Marcella Lorena Ribeiro de Souza. – Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.

XII, 95 p.: il.; 29,7cm

Orientador: Assed Naked Haddad

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Civil, 2019.

Referências Bibliográficas: p. 81-86.

1. Manifestações patológicas. 2. Rochas ornamentais. 3.

Fachadas. I.Haddad, Assed Naked. II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil.

III. Análise das manifestações patológicas e suas respectivas

terapias em fachadas com aplicação de revestimentos de

rochas ornamentais.

iii

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter cuidado de mim em todos os

momentos e que mesmo em meio as dificuldades da vida, me fez sonhar e acreditar

que o impossível pode ser tornar possível. Obrigada por fazer por mim muito mais do

que eu realmente mereço.

Agradeço a minha mãe e ao meu irmão, Maria e Matheus, por todo apoio ao

longo dessa incrível jornada e por não medirem esforços para que eu pudesse chegar

até aqui. Agradeço ao meu pai, Orlando, por acreditar mais em mim do que eu mesma.

Obrigada pelo amor incondicional, paciência e por sonharem comigo este sonho. Essa

vitória é nossa. Serei grata eternamente a vocês.

Agradeço minha família, Ribeiro, por me ajudar a chegar até aqui, seja com

palavras ou simplesmente por estar ao meu lado nos momentos de dificuldade.

Aos meus colegas de faculdade, com quem compartilhei momentos de tensão e

alegria. Agradeço especialmente a Monique, Elisa e Mariana, pela amizade e por

tornarem a caminhada mais leve. Não conseguiria chegar até aqui sem vocês.

Agradeço a Sonali, que sem pestanejar, andou comigo algumas vezes pelo

Centro do Rio e me ajudou a tirar as fotos e obter as informações necessárias para a

realização deste trabalho. Sem você teria sido mais difícil e menos divertido. Obrigada!

As minhas amigas Lorrane, Thais, Carolainne e Bruna, por todo o apoio ao longo

desta jornada. Amo vocês!

Agradeço a minha amiga Priscilla, por todo o carinho e por me ajudar a chegar

até aqui. Agradeço por estar me apoiando nos momentos de dificuldades e também por

ter se alegrado com as minhas vitórias. Obrigada pelos os conselhos, pelas orações e

pela amizade. Você faz parte disso de tudo isso. Amo você!

Agradeço aos meus irmãos da Igreja Belcaire, pelas suas orações e pelo amor

por mim e por minha família.

Por fim, agradeço ao meu orientador Assed Haddad que acreditou neste trabalho

e por disponibilizar parte do seu tempo para me orientar. Toda informação e

conhecimento foram fundamentais para a orientação deste trabalho. E a todos os

professores do curso de Engenharia Civil que contribuíram para minha formação

acadêmica. Obrigada!

iv

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ANÁLISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E SUAS RESPECTIVAS

TERAPIAS EM FACHADAS COM APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE ROCHAS

ORNAMENTAIS.

Marcella Lorena Ribeiro de Souza

Março/2019

Orientador: Assed Naked Haddad

Curso: Engenharia Civil

Os revestimentos são de grande importância para as edificações em geral, porém os

revestimentos muitas vezes, não recebem a devida atenção. Por isso, é necessário a

utilização de medidas preventivas para garantir o desempenho satisfatório,

correspondente com a sua vida útil. O assentamento e execução da aplicação dos

revestimentos feito de forma incorreta, e a falta de realizações de manutenções

periódicas contribuem para que a edificação sofra com patologias, provocando

acidentes e afetando a estética da fachada. Devido a importância do tema, é necessário

promover a preservação e desempenho adequado às edificações que fazem uso de

rochas ornamentais em suas fachadas. Baseado nesses fatores, este trabalho tem

como objetivo avaliar as principais patologias que afetam o desempenho e durabilidade

de edificações em geral e dessa forma, sugerir medidas para solucionar os problemas

atuais que estas estruturas apresentam e contribuir para redução de problemas futuros.

Este trabalho será desenvolvido em duas etapas: inicialmente foi utilizada a literatura

disponível sobre as principais patologias que as edificações podem apresentar e em

seguida, foi realizada a inspeção visual e levantamento fotográfico de algumas

edificações no Centro da cidade do Rio de Janeiro que possuem rochas ornamentais

que apresentam em suas fachadas manifestações patológicas. A partir destas etapas,

foi determinada as possíveis causas e consequências, como também o tratamento

destas patologias.

Palavras – chave: revestimentos; patologias; manifestações patológicas; fachadas;

rochas ornamentais;

v

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Engineer.

ANALYSIS OF PATHOLOGICAL MANIFESTATIONS AND THEIR RESPECTIVE

THERAPIES IN FACADS WITH ORNAMENTAL ROCK COATING APPLICATION.

Marcella Lorena Ribeiro de Souza

March/2019

Advisor: Assed Naked Haddad

Course: Civil Engineering

Coatings are of great importance for buildings in general, but coatings often do not

receive proper attention. Therefore, it is necessary to use preventive measures to ensure

the satisfactory performance, corresponding with its useful life. The laying and execution

of the application of the coatings made incorrectly, and the lack of periodic maintenance

achievements contribute to the building suffer with pathologies, causing accidents and

affecting the aesthetics of the facade. Due to the importance of the theme, it is necessary

to promote the preservation and adequate performance to the buildings that make use

of ornamental rocks in its façades. Based on these factors, this study aims to evaluate

the main pathologies that affect the performance and durability of buildings in general

and, thus, suggest measures to solve the current problems that these structures present

and contribute to reduce future problems. This work will be developed in two stages:

initially the available literature was used on the main pathologies that the buildings can

present and then, the visual inspection and photographic survey of some buildings in the

downtown of Rio de Janeiro that have ornamental rocks which present pathological

manifestations in their facades. From these steps, the possible causes and

consequences were determined, as well as the treatment of these pathologies.

Keywords: coatings; pathologies; pathological manifestations; facades; ornamental

rocks

vi

Sumário 1. Introdução ............................................................................................. 1

1.1. Justificativa ........................................................................................ 2

1.2. Objetivos ............................................................................................ 3

1.2.1. Objetivo Geral .............................................................................. 3

1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................... 3

1.3. Metodologia ....................................................................................... 4

1.4. Estrutura do Trabalho ......................................................................... 5

2. Rochas Ornamentais ............................................................................. 6

2.1. Classificação petrográfica................................................................... 6

2.1.1. Rochas Ígneas ............................................................................. 6

2.1.2. Rochas Sedimentares .................................................................. 7

2.1.3. Rochas Metamórficas ................................................................... 7

2.2. Principais Minerais Constituintes das Rochas ..................................... 7

2.2.1. Quartzo ........................................................................................ 8

2.2.2. Feldspato ..................................................................................... 8

2.2.3. Micas ........................................................................................... 8

2.2.4. Calcita ......................................................................................... 8

2.2.5. Dolomita ...................................................................................... 8

2.2.6. Anfibólios ..................................................................................... 9

2.3. Principais propriedades dos minerais e das rochas ............................. 9

2.3.1. Dureza ......................................................................................... 9

2.3.2. Clivagem .................................................................................... 10

2.3.3. Fratura ....................................................................................... 11

2.3.4. Tenacidade ................................................................................ 11

2.3.5. Porosidade ................................................................................. 11

2.3.6. Alterabilidade ............................................................................. 11

2.3.7. Aderência .................................................................................. 13

2.3.8. Condutibilidade térmica .............................................................. 13

vii

2.4. Classificação das rochas ornamentais .............................................. 13

2.4.1. Rochas Silicáticas ...................................................................... 14

2.4.2. Rochas Carbonáticas ................................................................. 15

2.5. Ensaio de Caracterização Tecnológica ............................................. 16

2.5.1. Análise Petrográfica ................................................................... 18

2.5.2. Índices físicos (densidade aparente, da porosidade aparente e da

absorção de água) ............................................................................................ 20

2.5.3. Coeficiente de dilatação térmica linear ........................................ 20

2.5.4. Resistência ao congelamento e degelo ....................................... 21

2.5.5. Resistência à compressão uniaxial ............................................. 22

2.5.6. Módulo de ruptura (flexão por carregamento em três pontos) ...... 22

2.5.7. Resistência à flexão por carregamento em quatro pontos ........... 23

2.5.8. Resistência ao impacto de corpo duro ........................................ 23

2.5.9. Desgaste por abrasão ................................................................ 24

3. Fachadas com Rochas Ornamentais.................................................... 25

3.1. Rocha para revestimento.................................................................. 25

3.2. Fixação das placas de rochas ornamentais nas fachadas ................. 26

3.2.1. Fachadas aderentes ................................................................... 26

3.2.1.1. Argamassa cimentícia convencional ........................................ 27

3.2.1.2. Argamassa colante .................................................................. 29

3.2.1.3. Argamassa adesiva ................................................................. 30

3.2.2. Fachadas ventilada/aeradas ....................................................... 30

4. Principais patologias em rochas ornamentais ....................................... 35

4.1. Eflorescências.................................................................................. 36

4.2. Manchas .......................................................................................... 40

4.3. Modificação de coloração ................................................................. 45

4.4. Fissuras e fraturas ........................................................................... 46

4.5. Riscos .............................................................................................. 49

4.6. Descolamento de placa .................................................................... 49

viii

4.7. Deterioração .................................................................................... 56

4.8. Perda de brilho ................................................................................. 58

4.9. Colônias biológicas .......................................................................... 59

5. Trabalho de campo .............................................................................. 61

5.1. Eflorescência ................................................................................... 61

5.2. Descolamento de placa .................................................................... 63

5.3. Manchas .......................................................................................... 66

5.4. Manchas de minerais secundários .................................................... 70

5.5. Modificação da coloração ................................................................. 72

5.6. Perda de Brilho ................................................................................ 73

5.7. Fraturas, fissuras e lascagem ........................................................... 74

5.8. Riscos .............................................................................................. 76

5.9. Colônias biológicas .......................................................................... 77

5.10. Deterioração ................................................................................. 78

6. Considerações finais ........................................................................... 80

Referências bibliográficas.............................................................................. 81

Apêndice A – Fichas de Apoio ....................................................................... 87

Apêndice B – Resultados Obtidos.................................................................. 89

ix

Índice de figuras

FIGURA 1 - DESPLACAMENTO DE PLACA DE MÁRMORE NA RUA DA ASSEMBLEIA NO RIO DE JANEIRO .... 3

FIGURA 2 - CORTE ESQUEMÁTICO DE UM REVESTIMENTO DE UMA EDIFICAÇÃO COM APLICAÇÃO DE

ROCHAS ORNAMENTAIS ................................................................................................................. 25

FIGURA 3 - ESQUEMA DE FIXAÇÃO DIRETA ............................................................................................ 27

FIGURA 4 - DETALHE DA FIXAÇÃO DA TELA NO SUBSTRATO ................................................................... 28

FIGURA 5 - JUNTA DE MOVIMENTAÇÃO ................................................................................................. 29

FIGURA 6 – SISTEMA DE REVESTIMENTO DE FACHADA VENTILADA COM PLACAS DE ROCHAS ............... 31

FIGURA 7 - ESQUEMA ILUSTRATIVO DA FIXAÇÃO DE GRAMPOS EM REVESTIMENTOS PÉTREOS ............. 32

FIGURA 8 – DETALHE DE INSERT METÁLICO ........................................................................................... 33

FIGURA 9 – FACHADA COM USO DE CHUMBADORES PARA FIXAÇÃO DE REVESTIMENTOS PÉTREOS EM

FACHADAS ..................................................................................................................................... 33

FIGURA 10 – DANOS PROVOCADOS PELA CRIPTOFLORESCÊNCIA ........................................................... 36

FIGURA 11 - EFLORESCÊNCIA NAS JUNTAS EM UM EDIFÍCIO REVESTIDO COM GRANITO ....................... 38

FIGURA 12- ETAPAS PARA A EXECUÇÃO DA BARREIRA DE IMPERMEABILIZAÇÃO ATRAVÉS DO CORTE

HÍDRICO ......................................................................................................................................... 39

FIGURA 13 – EFLORESCÊNCIAS NAS JUNTAS E NOS REFORÇOS DE ANCORAGEM .................................... 39

FIGURA 14 - MANCHAS ORIUNDAS DE UMIDADE EXCESSIVA DA ARGAMASSA (MANCHAS ESCURAS)

QUANTO DA IMPUREZAS DOS MATERIAIS DO ASSENTAMENTO (MANCHAS AMARELADAS) ......... 41

FIGURA 15 - MANCHAS DEVIDO A LIBERAÇÃO DE ÓXIDOS E HIDRÓXIDOS DE FERRO PROVENIENTES DA

PORTA DE FERRO NO REVESTIMENTO ........................................................................................... 42

FIGURA 16 - MACHAS DEVIDO AO USO DE ARAMES NO TARDOZ DO REVESTIMENTO ............................ 43

FIGURA 17 - MANCHAS DEVIDO A APLICAÇÃO INADEQUADA DE SELANTE ............................................. 43

FIGURA 18 - MACHAS DE UMIDADE DEVIDO A FALHAS NO REJUNTAMENTO QUE PERMITIRAM A

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NAS JUNTAS ............................................................................................ 44

FIGURA 19 - MANCHAS CAUSADAS PELA LIMPEZA INEFICIENTE PARA REMOVER GRAFFITI DO

REVESTIMENTO ............................................................................................................................. 45

FIGURA 20 – PLACAS DE GRANITO APRESENTANDO MODIFICAÇÃO DE COLORAÇÃO EM VIRTUDE DA

APLICAÇÃO DE PRODUTOS DE LIMPEZA, INSOLAÇÃO, POLUIÇÃO E OXIDAÇÃO .............................. 46

FIGURA 21 - FRATURA POR IMPACTO EM REVESTIMENTO DE GRANITO .............................................. 477

FIGURA 22 - FISSURAS DEVIDO A DILATAÇÃO E JUNTAS COM ESPAÇAMENTOS INADEQUADOS ............ 47

FIGURA 23 – LASCAGEM NAS BORDAS DO REVESTIMENTO EM MÁRMORE ............................................ 48

FIGURA 24 – FISSURAS NA ARGAMASSA PROVOCANDO DESCOLAMENTO .............................................. 50

FIGURA 25 – ARGAMASSA COM PLASTICIDADE INADEQUADA ............................................................... 50

FIGURA 26 – DESPLACAMENTO CAUSADO PELA FALHA NA APLICAÇÃO DA PLACA NA ARGAMASSA ....... 51

FIGURA 27 - REVESTIMENTO SOLICITADO À TRAÇÃO .............................................................................. 52

FIGURA 28 - REVESTIMENTO SOLICITADO À COMPRESSÃO .................................................................... 53

x

FIGURA 29 - TIPOS DE RUPTURA ............................................................................................................. 54

FIGURA 30 – DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA DE EXPANSÃO ......................................... 55

FIGURA 31 - DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA NO SUBSTRATO ....................................... 55

FIGURA 32 - DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA NO CHUMBADOR ................................... 56

FIGURA 33 - DESPRENDIMENTO DO CHUMBADOR NA FALHA DE TRINCAS PRESENTE NO MATERIAL BASE

...................................................................................................................................................... 56

FIGURA 34 – GRANITO APRESENTANDO VÁRIAS PATOLOGIAS ............................................................... 58

FIGURA 35 - DESENVOLVIMENTO DE VEGETAÇÃO ENTRE AS JUNTAS .................................................... 60

FIGURA 36 E FIGURA 37 - EFLORESCÊNCIA NAS JUNTAS AVENIDA RIO BRANCO 100 COM RUA DO

ROSÁRIO ........................................................................................................................................ 62

FIGURA 38 – EFLORESCÊNCIA NA AVENIDA RIO BRANCO 128 COM A RUA SETE DE SETEMBRO .............. 63

FIGURA 39 - DESPLACAMENTO NA AVENIDA RIO BRANCO 100 COM A RUA DO ROSÁRIO ...................... 64

FIGURA 40 E FIGURA 41 – DESPLACAMENTO NA RUA BUENOS AIRES, 59 ............................................... 66

FIGURA 42 - MANCHAS DE UMIDADE NA AVENIDA RIO BRANCO 128 COM A RUA SETE DE SETEMBRO .. 67

FIGURA 43 E FIGURA 44 - MANCHAS DE UMIDADE NA AVENIDA RIO BRANCO, 125 ................................ 68

FIGURA 45 - MANCHAS DEVIDA À UMIDADE NA AVENIDA RIO BRANCO 99 ............................................ 69

FIGURA 46 - MANCHA DE SELANTE NA AVENIDA RIO BRANCO, 142 COM A RUA DA ASSEMBLEIA .......... 70

FIGURA 47 E FIGURA 48 - MANCHA DEVIDO A LIBERAÇÃO DE ÓXIDOS E HIDRÓXIDOS DE FERRO POR

PORTA DE FERRO ENFERRUJADA NA AVENIDA RIO BRANCO 100 COM A RUA DO ROSÁRIO ........... 71

FIGURA 49 E FIGURA 50 - MANCHA OCASIONADA POR MINERAIS SECUNDÁRIOS AVENIDA RIO BRANCO,

142 COM A RUA DA ASSEMBLEIA ................................................................................................... 72

FIGURA 51 E FIGURA 52 - DIFERENÇA DE COLORAÇÃO DAS PLACAS NA AVENIDA RIO BRANCO COM A

RUA SETE DE SETEMBRO ................................................................................................................ 73

FIGURA 53 - PERDA DE BRILHO NA AVENIDA RIO BRANCO 103 COM A RUA DO ROSÁRIO ...................... 74

FIGURA 54 E FIGURA 55 – FRATURA, LASCAGEM E FISSURAS NA AVENIDA RIO BRANCO 109 ................. 75

FIGURA 56 – FISSURAS NA AVENIDA RIO BRANCO 109 ........................................................................... 75

FIGURA 57 E FIGURA 58– FRATURAS E FISSURAS NA RUA BUENOS AIRES, 59 ......................................... 76

FIGURA 59 - RISCOS NA AVENIDA RIO BRANCO 100 COM A RUA DO ROSÁRIO ....................................... 77

FIGURA 60 - SURGIMENTO DE PLANTAS NO REJUNTE ENTRE AS PLACAS NA AVENIDA RIO BRANCO 109

COM A RUA DO ROSÁRIO ............................................................................................................... 78

FIGURA 61 E FIGURA 62– FACHADA QUE APRESENTA VÁRIAS PATOLOGIAS (EFLORESCÊNCIA, UMIDADE,

MANCHAS E COLÔNIAS BIOLÓGICAS) ............................................................................................. 79

xi

Índice de tabelas

TABELA 1 - ESCALA DE MOHS E PADRÕES SECUNDÁRIOS ......................................................................... 9

TABELA 2 - ROTEIRO PARA AVALIAÇÃO PRELIMINAR DO ESTADO DE ALTERAÇÃO DAS ROCHAS ............ 13

TABELA 3 - ENSAIOS RECOMENDADOS PARA ROCHA DE REVESTIMENTO ............................................... 17

TABELA 4 – PARÂMETROS QUALITATIVOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS PARA ESPECIFICAÇÃO DA

PLACA DE ROCHA EM FUNÇÃO DO TIPO DE APLICAÇÃO ................................................................ 17

TABELA 5 - CARACTERÍSTICAS PETROGRÁFICAS GERAIS DE ROCHAS USADAS COMO MATERIAL DE

REVESTIMENTO NO BRASIL ............................................................................................................ 19

TABELA 6 - ALTERAÇÃO EM REVESTIMENTO ........................................................................................... 35

TABELA A.1 – CARACTERIZAÇÃO DA PATOLOGIA .................................................................................... 88

TABELA B. 1 - IDENTIFICAÇÃO DE TODOS OS EDIFÍCIOS ESTUDADOS .. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

TABELA B.2 – CARACTERÍSTICAS DOS REVESTIMENTOS DE CADA EDIFÍCIO ESTUDADO . ERRO! INDICADOR

NÃO DEFINIDO.

TABELA B.3 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO A .................................................................................... 900

TABELA B.4 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO B (LOJA 1) ...................................................................... 900

TABELA B.5 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO B (LOJA 2) ........................................................................ 91

TABELA B.6 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO C ...................................................................................... 91

TABELA B.7 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO D ...................................................................................... 92

TABELA B.8 - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO E ....................................................................................... 92

TABELA B.9 - CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO F ....................................................................................... 93

TABELA B.10 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO G .................................................................................... 93

TABELA B.11 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO H .................................................................................... 94

TABELA B. 12 – CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO I .................................................................................... 94

TABELA B.13 – PORCENTAGEM DE APARECIMENTO DE CADA PATOLOGIA NA AMOSTRA ESTUDADA ..... 95

xii

Índice de abreviaturas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AISI – American Iron and Steel Institute

ASTM - American Society for Testing and Materials

BSI - British Standards Institution

CSTB – Centre Scientifique et technique du bâtiment

NBR - Norma Brasileira

Índice de unidades

Cm – Centímetros

M – Metros

Mm – Milímetros

𝑴𝑷𝒂𝒎𝒊𝒏⁄ – Mega Pascal por minuto

𝑴𝑷𝒂𝒔⁄ – Mega Pascal por segundo

𝑵𝒎𝒊𝒏⁄ – Newtons por minuto

1

1. Introdução

Os revestimentos são elementos importantes nas edificações. Além de melhorar

a estética da fachada, os revestimentos garantem a proteção da vedação, proporcionam

um bom desempenho térmico e acústico e ainda podem agregar valor ao imóvel. Dessa

forma, tem-se realizado aplicações de variados tipos de revestimento, um deles é a

rocha ornamental.

As pedras naturais são usadas como material na construção desde a pré-

história. Nos primórdios, a rocha era usada como material para confecção de

ferramentas, elementos estruturais e de vedação. Ao longo do tempo, o homem

desenvolveu técnicas para diversificar o uso de rochas. O uso é justificado pela

disponibilidade e durabilidade que preserva a sua resistência mecânica por um logo

período de tempo. Atualmente, podemos utilizar rochas desde a construção de

edificações, obras de arte, monumentos, estradas, entre outros tipos estruturas.

O setor associado as rochas ornamentais produziram e produzem fantásticas

obras de arquitetura e engenharia pelo mundo todo, como: a cidade de Petra na

Jordânia, catedrais, castelos e também modernas edificações que são marcos em suas

cidades. As características intrínsecas da rocha atraem aqueles que desejam dar um

toque diferencial e único para a edificação.

As rochas ornamentais são rochas que possuem um grande poder estético e por

possuir padrão homogêneo torna-se algo de grande valor para o setor comercial. Além

de proporcionar um acabamento diferenciado ao objeto ou à localidade, as rochas

ornamentais possuem propriedades funcionais, como resistência e durabilidade.

De acordo com Frazão (2002), o conhecimento das características petrográficas

das rochas, suas propriedades físicas e físico-mecânicas, permite um melhor

entendimento do seu comportamento sob aos diferentes tipos de solicitações. Muitos

dos problemas que ocorrem em virtude do comportamento indesejado das rochas

poderiam ter sido evitados com um maior conhecimento das propriedades e melhor

entendimento do seu comportamento.

Entretanto, por mais que as rochas sejam materiais resistentes isto não impede

que elas sofram com ações de degradações físicas, químicas ou biológicas que as

edificações estão expostas.

2

Para Chiodi e Rodrigues (2009), as patologias não são decorrentes de

problemas ou deficiências da rocha em si, mas da inadequada especificação aos

ambientes desejados e técnicas incorretas de aplicação nestes ambientes.

Toda edificação tem uma vida útil. Neste tempo, a edificação deve se comportar

perfeitamente e sem o surgimento de patologias, porém, se não houver uma

preocupação com os materiais empregados, com os projetos, controle na execução e

com a manutenção periódica, estas patologias aparecem, prejudicando o seu uso e a

estética da edificação.

Segundo Frazão (2002), os principais problemas que podem surgir em

revestimentos exteriores podem ser resumidos no:

• Aparecimento de manchas ou orifícios, em revestimentos exteriores devido ao

uso de rochas que tem minerais sulfetados em sua composição, que se

decompõem devido a ações intempéricas;

• Surgimento de manchas em revestimentos exteriores quando o uso de rochas

com um alto grau de absorção de água, principalmente quando a argamassa de

assentamento apresenta alta relação água/cimento.

Para Chiodi e Rodrigues (2009), a maioria das manifestações patológicas podem

ser prevenidas através do conhecimento das propriedades tecnológicas das rochas e

seleção de argamassas de assentamento e rejuntamento. É importante também a

adoção de técnicas adequadas de aplicação, manuseio e acondicionamento

controlados das peças na obra, procedimentos recorrentes de limpeza e quando é

recomendado o uso de produtos impermeabilizantes e/ou selantes.

Diante deste cenário, torna-se importante o conhecimento das causas para o

surgimento das manifestações patológicas decorrentes do uso de rochas ornamentais

no revestimento de fachadas, com objetivo de buscar técnicas para a prevenção e

terapia, reduzindo riscos acidentais e financeiros.

1.1. Justificativa

A escolha do tema tem como justificativa o grande número de patologias que as

edificações apresentam em virtude da má conservação, das técnicas não executadas

na maneira correta, materiais de qualidade duvidosa e profissionais não capacitados

para execução de técnicas adequadas. Visto que, neste trabalho, focaremos em

revestimentos com rochas ornamentais em fachadas, ou seja, áreas externas às

edificações, onde as ações de degradação são mais intensas e problemáticas. As

3

patologias mais graves podem afetar a segurança, como descolamentos das placas

revelam um sério risco de acidentes, conforme a figura 1.

Figura 1 - Desplacamento de placa de mármore na Rua da Assembleia no Rio de Janeiro Fonte: Portal G1, de 03/10/2008

Em virtude disto, torna-se importante analisar problemas causados por estas

patologias, como podem ser evitadas em futuras construções de edificações, utilização

das rochas ornamentais nos locais adequadas segundo às suas propriedades e o uso

de técnicas adequadas. Tendo em vista que as fachadas compõem a externalidade da

edificação, as patologias ficam visíveis e pode se tornar perigoso para os pedestres

caso as placas se desprendam.

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo abordar o uso de rochas ornamentais em

fachadas, investigar as principais manifestações patológicas, seu comportamento frente

às ações de degradação e também a terapia que deve ser utilizada para a sua

recuperação, de forma a preservar as características originais da pedra usada.

1.2.2. Objetivos Específicos

São objetivos do estudo:

• Apresentar sobre a origem das rochas, como são classificadas, suas

propriedades e como se comportam.

• Apresentar os principais tipos de rochas que são utilizadas na construção civil

em fachadas.

4

• Identificar as principais patologias que as edificações com aplicação em rochas

ornamentais podem apresentar em fachadas

• A partir da identificação das patologias e buscar as causas para o aparecimento

destas manifestações patológicas e as consequências para o desempenho

pleno da edificação.

• E a partir destas informações, propor soluções para reduzir o efeito destas

patologias, de forma a preservar e prolongar as suas características originais.

1.3. Metodologia

A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho consistiu em informações

baseadas em revisões bibliográficas sobre revestimentos com uso de rochas

ornamentais em ambientes internos e externos, normas técnicas e revistas

especializadas.

O trabalho de campo foi realizado no Centro da cidade do Rio de Janeiro,

especificamente ao longo da Avenida Rio Branco e em algumas de suas transversais,

no qual foi selecionado nove edifícios que apresentavam em sua fachada revestimentos

com aplicação de rochas ornamentais. A escolha destes edifícios foi feita partir do

estado que se encontram, a partir da concentração e diversidade de patologias

encontradas em um mesmo prédio.

Escolhido os edifícios, foi elaborado um material de apoio que consistia em uma

ficha com informações gerais do edifício (como: localização, função, tipo de pedra

utilizada, tipo de fixação e dimensões, entre outras informações) e uma tabela com as

possíveis degradações que o edifício está submetido, a localização desta patologia na

placa e as possíveis causas. Estas fichas estão localizadas no apêndice A, no apêndice

B, estão as tabelas preenchidas com as informações obtidas a partir do trabalho de

campo.

Identificação das patologias encontradas foram feitas de forma visual e com

auxílio de paquímetro, régua e trena para medir as dimensões da placa como também

das fissuras e espessura de juntas.

Foi utilizado o software Google Earth para mensurar as dimensões dos edifícios,

como também área de aplicação de revestimentos de rochas ornamentais nestas

fachadas.

O registro fotográfico foi feito em dois momentos diferentes e com condições

climáticas diferentes. O primeiro foi feito no mês de outubro de 2018, neste dia o tempo

5

estava nublado e com chuva fraca. O segundo momento aconteceu em janeiro de 2019,

o tempo estava ensolarado, porém houve chuvas fortes no dia anterior.

A partir destas etapas, foi possível realizar as análises e respectivas terapias em

fachadas estavam submetidas a manifestações patológicas.

1.4. Estrutura do Trabalho

Este trabalho foi dividido em seis capítulos. O primeiro capítulo constitui uma

introdução do tema abordado, tratando as justificativas, objetivos e metodologias que

conduziram para a elaboração deste trabalho.

O segundo capítulo apresenta os conceitos básicos das rochas em geral

relacionando às propriedades mais importantes para o estudo, os principais minerais

constituintes das rochas que iremos abordar neste trabalho e os ensaios de

caracterização das rochas segundo a norma NBR 15845:2010.

O terceiro capítulo aborda o uso das rochas ornamentais na construção civil,

procedimentos para aplicação correta das rochas e os tipos de sistemas de fixação de

revestimentos com rochas ornamentais em fachada.

O quarto capítulo são apresentadas as principais patologias apresentadas nas

rochas ornamentais quando estão aplicadas em fachadas.

O quinto capítulo aborda um estudo prático sobre fachadas que possuem

manifestações patológicas no bairro do Centro, na cidade do Rio de Janeiro. A partir da

documentação fotográfica foi feita a análise das patologias apresentadas e soluções

para estas patologias.

No sexto e último capítulo são feitas as considerações finais sobre o tema e as

conclusões tiradas para a diminuição das manifestações patológicas em fachadas.

6

2. Rochas Ornamentais

2.1. Classificação petrográfica

Segundo Chiodi e Rodrigues (2009), rochas são corpos sólidos naturais,

formados por agregados de um ou mais minerais cristalinos. Segundo Frazão (2002),

mineral é toda substância química homogênea e definida, cristalina, podendo ser quase

sempre inorgânica e sólida, que se forma por processos naturais. A ABNT NBR

15012:2013 “Rochas para revestimentos de edificações – Terminologia”, define como

rocha ornamental todo material natural pétreo, utilizado pare revestimento interno e

externo, estruturas e decoração. Esta norma define que rocha para revestimento, como

rocha ornamental submetida a diferentes tipos de beneficiamento e diferentes graus de

temperatura, utilizada no revestimento de superfícies.

As rochas são classificadas segundo a sua genética, em que as rochas são

agrupadas de acordo com o seu modo de formação na natureza. Portanto, eles se

dividem em três grandes grupos: rochas ígneas, rochas sedimentares e rochas

metamórficas.

2.1.1. Rochas Ígneas

Rochas ígneas são rochas resultantes da agregação de minerais originados pelo

resfriamento de um material rochoso que se encontrava no estado líquido (magma) por

efeito de fusão em alta temperatura. Quando este resfriamento ocorre na superfície da

crosta terrestre, ela é classificada como ígnea extrusiva ou vulcânica. Em rochas

extrusivas, verifica-se que a lava se consolida rapidamente, devido as diferenças de

temperatura entre a região de origem e a temperatura da superfície da Terra. E isto,

resulta uma rocha de granulação invisível a olho nu (afanítica), que pode ser constituída

de vidro (amorfo) ou de microcristais, que é resultado da cristalização rápida que impede

que os cristais se desenvolvam, ou ainda, de granulação visível (fanerítica), mas muito

fina. Quando o resfriamento ocorre no interior do globo terrestre, a rocha é classificada

como do tipo ígnea intrusiva. As rochas de intrusivas se consolidam de forma lenta, onde

a temperatura é muito próxima daquelas de origem e estas rochas são chamadas de

plutônicas. Segundo Frazão (2002), a textura da rocha influencia diretamente na

resistência das rochas pois para a composição mineralógica, a resistência aumenta com

a diminuição da granulometria com o aumento do grau de imbricamento dos minerais.

As rochas ígneas podem ser também classificadas conforme o seu teor de sílica,

como:

7

• Ácidas: maior que 65% de sílica

• Intermediárias: de 65% a 52% de sílica

• Básicas: de 52% a 45% de sílica

• Ultrabásica: menor que 45% de sílica

A presença de sílica é importante para as rochas ígneas pois confere maior

dureza, resultando numa maior resistência ao desgaste. Portanto, as rochas ígneas são

excelentes materiais de construção devido as características de alta resistência e

durabilidade. As rochas ígneas incluem o granito, basalto, sienito, gabro e diorito.

2.1.2. Rochas Sedimentares

Rochas sedimentares são divididos em dois tipos segundo a sua origem. São

chamadas de clásticas quando provêm de sedimentos de rochas preexistentes, nos

quais depositam e consolidam por pressão de sobrecarga e/ou por cimentação. Estas

rochas, em geral, menos resistentes que as rochas ígneas, além de suas propriedades

físicas e físico-mecânicas variarem de acordo com a direção, em relação a estrutura.

Devido a isso, haverá variação das resistências a compressão, tração, cisalhamento,

bem com a permeabilidade e a dilatação térmica. Os outros tipos de rochas

sedimentares são as químicas, as quais são formadas a partir de íons dissolvidos na

água que se combinam e precipitam em substâncias cristalinas. As rochas sedimentares

incluem o calcário sedimentar, dolomite e outros tipos de rochas que são utilizadas no

ponto de vista ornamental.

2.1.3. Rochas Metamórficas

Rochas metamórficas são originadas de rochas preexistentes por

transformações nas associações mineralógicas, na textura e na estrutura. Estas

transformações acontecem pelas condições físicas e físico-químicas diferentes daquela

que se originou. E destas transformações resultam a recristalização de minerais

preexistentes, formação de texturas e estruturas típica de processos metamórficos

(temperatura, pressão e ação de fluídos). As características da rocha metamórfica serão

em função da composição da rocha original e da intensidade com que os agentes de

metamorfismo agirão. Nas rochas metamórficas, aquela que mais se destaca é o

mármore, mas existem outras rochas importantes deste grupo, como: gnaisse, ardósia,

quartzito e outas rochas xistentas.

2.2. Principais Minerais Constituintes das Rochas

São relacionados a seguir os principais minerais constituintes das rochas que

serão estudadas neste trabalho. A maioria dos minerais citados são considerados

8

minerais essenciais, ou seja, são minerais que caracterizam e servem de base para

identificação para a rocha. Os minerais acessórios, participam da constituição da rocha

e servem para diferenciar rochas do mesmo grupo.

2.2.1. Quartzo

O quartzo é a forma cristalina da sílica (𝑆𝑖𝑂2). Apresenta fratura conchoidal,

geralmente tem grande estabilidade química e é mais duro dos minerais essenciais das

rochas, com grau 7 de dureza na escala Mohs. Não possui plano de clivagem,

usualmente é opaco com uma coloração esbranquiçada. Possui alta resistência à

compressão e apresenta grande resistência à abrasão. Segundo Frazão (2002), o

quartzo pode apresentar reações indesejáveis com álcalis do cimento Portland e o

mesmo pode acontecer com o quartzo deformado por metamorfismo. Segundo Petrucci

(1975), o quartzo não é atacado por ácidos, exceto ácido clorídrico.

2.2.2. Feldspato

De acordo com Frazão (2002), o feldspato é o mineral essencial mais

importantes das rochas ígneas e metamórficas. O feldspato são silicatos de alumínio

com algum tipo de metal alcalino ou alcalino-terroso. Apresentam dois planos de

clivagem (uma perfeita e a outra regular) e possui uma dureza de grau 6 na escala Mohs.

A coloração dos feldspatos é variável (branca, rosa a vermelho escura, amarela, cinza,

etc.) e que é sensível a ácido clorídrico. Segundo Petrucci (1975), possui a resistência

à ação mecânica e química do intemperismo é insignificante.

2.2.3. Micas

Segundo Frazão (2002), são minerais essenciais, ou acessórios, nas rochas

ígneas ácidas e nas metamórficas. São silicatos de alumínio hidratados com algum tipo

de metal. A escala de Mohs deste mineral depende da direção em que se promove o

risco que geralmente varia de 5 e 6 da escala.

2.2.4. Calcita

Conforme Frazão (2002), a calcita é um mineral com composição 𝐶𝑎𝐶𝑂3. Possui

três planos de clivagem perfeita, fraca solubilidade na água, é facilmente atacado pelo

ácido clorídrico e apresenta dureza grau 3 na escala Mohs.

2.2.5. Dolomita

Segundo Frazão (2002), dolomita é também um mineral carbonático como a

calcita com composição 𝐶𝑎𝑀𝑔(𝐶𝑂3)2, porém, mais dura, mais resistente e menos

9

solúvel na água. Apresenta três planos de clivagem perfeita e é facilmente atacada pelo

ácido clorídrico.

2.2.6. Anfibólios

Segundo Frazão (2002), este mineral apresenta clivagem boa e são muito

alteráveis nas condições de clima tropical. Os anfibólios são mais alteráveis que os

feldspatos e o quartzo.

2.3. Principais propriedades dos minerais e das rochas

As rochas podem ser identificadas através da observação de suas propriedades,

sejam químicas, físicas, mecânicas e geológicas. Apesar de ter diversas propriedades,

focaremos apenas nas propriedades mais importantes para este estudo.

2.3.1. Dureza

Esta é uma das mais importantes propriedades mineralógicas para a

identificação de minerais. A dureza é caracterizada pela a resistência que um mineral

tem quando é riscado a partir de outro material de dureza conhecida. Para classificar os

minerais, foi elaborada a escala de Mohs (Tabela 1), que usa minerais comuns como

padrões e que varia de 1 a 10, em ordem crescente de dureza. Na falta de algum destes

minerais padrões, podem ser usados estes elementos da coluna “padrão secundário”.

Tabela 1 - Escala de Mohs e Padrões Secundários Fonte: Texeira et al. (2000)

Mineral Padrão Dureza Padrão Secundário

Talco 1

Gipsita 2 Unha (2,5)

Calcita 3 Alfinete (3,5)

Fluorita 4

Apatita 5 Lâmina de aço (5 - 5,5)

Ortoclásio 6

Quartzo 7 Porcelana (~7)

Topázio 8

Coríndon 9

Diamante 10

10

Conforme Klein e Dutrow (2012), a dureza está relacionada com a forças das

ligações. A dureza é a resposta a uma estrutura cristalina à tensão sem ruptura.

Todavia, materiais rúpteis respondem à tensão (teste de dureza) pelo micro

fissuramento. O talco (dureza 1), tem uma estrutura feita de placas fracamente ligadas

umas às outras que um simples risco com a unha será suficiente para deslizar uma

placa sobre a outra. Já no caso do diamante (dureza 10), os seus átomos de carbono

estão tão firmemente ligados entre si que nenhum outro mineral pode separa-lo de modo

a causar fissuras.

Segundo Brod (2002), os minerais formados por ligações metálicas podem

através do atrito produzir fissuras que foram ocasionadas a partir do contato de um

mineral de dureza mais alta contra a superfície do mineral. Os minerais formados por

ligações iônicas e covalentes tendem apresentar um comportamento mais rúptil. A carga

e os tamanhos dos compostos iônicos afetam na dureza do mineral. Quanto maior a

distância interiônica e quanto menores as cargas dos íons, mais fraca será a ligação e,

portanto, menor a dureza do mineral.

Conhecendo a Escala de Mohs, a composição mineralógica e quantitativa da

rocha, torna-se fácil a escolha da rocha mais adequada, respeitando o desgaste

abrasivo que a rocha estará sujeita em diferentes ambientes (Iamaguti, 2001).

Portanto, rochas ricas em talco, gipsita e calcitas não são aconselháveis no uso

em revestimentos de pisos, visto que um simples grão de areia (quartzo) poderá riscar

estes pisos, prejudicando o padrão estético. Em rochas ricas em minerais de dureza

baixa, deve-se evitar o uso de material abrasivo e agressivo.

2.3.2. Clivagem

Segundo Brod (2002), a clivagem ocorre porque o mineral possui ligações fracas

para unir os átomos em direções específicas e, portanto, o mineral se rompe nessas

direções. A clivagem é uma excelente propriedade diagnóstica. Ela é descrita segundo

a sua qualidade (perfeita, boa, regular, má e ausente), pelo número de direções de

clivagem e pela orientação dos planos de clivagem. A clivagem sempre está relacionada

a estrutura cristalina, logo, se um mineral possui uma determinada direção de clivagem,

possivelmente ocorrerá inúmeros planos de clivagem naquela direção.

Segundo Iamaguti (2001), a clivagem possui várias implicações. Quando a

clivagem é bem desenvolvida segundo uma direção, permitirá o desgaste do mineral

por atrito e também facilitam a infiltração, permitindo a fixação de sujeiras, ocasionando

manchas e trazendo um aspecto de sujeira mesmo quando são frequentemente limpas.

11

Os minerais com clivagens bem desenvolvidas e com grandes coeficientes de

dilatação, não devem ser expostos a amplas variações térmica. As sucessivas

dilatações e contrações destes minerais enfraquecem a trama da rocha e aumentam as

infiltrações de agentes líquidos (Iamaguti, 2001).

2.3.3. Fratura

De acordo com Brod (2002), as fraturas ocorrem quando as forças das ligações

químicas são parecidas em todas as direções e assim, o rompimento não ocorre em

nenhuma direção cristalográfica em particular. Segundo Klein e Dutrow (2012), os

padrões de fratura podem ser singulares e importantes para identificação de minerais.

As fraturas são identificadas segundo as suas aparências (conchoidal, fibrosa,

serrilhada e irregular). Para Iamaguti (2001), o fraturamento permite a infiltração de

agentes líquidos e gasosa que podem provocar a alteração do mineral.

2.3.4. Tenacidade

Tenacidade é a propriedade que o mineral apresenta de resistir ao impacto. A

tenacidade não está ligada necessariamente a dureza pois, por exemplo, o diamante

tem dureza de grau 10 na escala Mohs, mas possui tenacidade baixa, já que quebra

com facilidade quando está sujeito ao impacto.

2.3.5. Porosidade

A porosidade é a relação do volume de vazio pelo volume total da rocha.

Segundo Petrucci (1975), a rocha porosa é pouco resistente a compressão, permeável

e gelível, ou seja, a rocha absorve maior quantidade de água. Portanto, a porosidade

está ligada a durabilidade da rocha.

2.3.6. Alterabilidade

Frazão (2002), define alterabilidade como a potencialidade de maior ou menor

modificação das propriedades ao longo do tempo. Mas para fazer uma avaliação da

alterabilidade da rocha, é necessário conhecer o grau de alteração e quais são os efeitos

que as rochas terão em determinadas condições ambientais.

Segundo Aires-Barros (apud Frascá e Yamamoto, 2014), define a alterabilidade

da rocha como um conceito dinâmico, que está relacionada a aptidão da rocha se alterar

em função do tempo.

𝑀 = 𝑓(𝑖, 𝑒, 𝑡)

Onde:

12

M = alterabilidade;

i = fatores intrínsecos, dependentes do tipo de rocha (natureza do material,

mineralogia, grau de fissuramento ou porosidade, da superfície exposta à alteração);

e = fatores extrínsecos, função do clima (temperatura, intensidade de chuvas,

entres outros fatores) e do meio em que se processa a alteração (temperatura, pH, Eh,

quantidade de água, poluentes, forças bióticas e outros);

t= tempo.

Segundo Frazão (2002), a alterabilidade pode prejudicar na granulometria da

rocha, pode provocar o aumento de porosidade e de absorção de água e diminuição da

resistência mecânica, da aderência e adesividade.

Segundo Iamaguti (2001), o quartzo é resistente a todos os agentes com

exceção ao ácido fluorídrico. A alteração de micas escuras, anfibólios e piroxênios

sempre se associa à liberação de óxido de ferro, que mancha a rocha.

De acordo com Iamaguti (2001), os granitos amarelos merecem atenção, pois a

coloração é rara. Geralmente a cor é secundária, que é resultante da liberação de óxido

de ferro por minerais com ferro, que sofrem alteração. Se o granito tem uma coloração

amarelada homogênea isto indica que foram capazes de percolar e colorir

homogeneamente a pedra, que só possível se ela for porosa e, portanto, estas rochas

absorvem muita água.

Segundo Frazão (2002), a avaliação das rochas quanto ao grau de alteração

deve ser feita de forma mega, macro e microscópica. Esta avaliação se faz pelos teores

e tipos de minerais primários alterados e secundários, além do grau de microfissuração

presente.

13

Tabela 2 - Roteiro para avaliação preliminar do estado de alteração das rochas Fonte: Adaptado Frazão e Junior apud Frazão (2002)

Parâmetro Rocha Características

Estado de Alteração

Macroscopicamente, não há indício de alterações físicas, ou químicas; minerais apresentam brilho.

Pouco alterada Alteração incipiente dos minerais; em geral, a rocha exibe pouca descoloração.

Medianamente alterada Minerais mediamente alterados; geralmente, não apresentam brilho.

Muito alterada Minerais muito alterados, por vezes pulverulentos e friáveis; totalmente sem brilho.

2.3.7. Aderência

A aderência é a capacidade da placa de rocha ao se ligar à argamassa. E isto é

devido a ação química entre os materiais de contanto e à ação mecânica que resulta do

endurecimento da argamassa nas saliências da pedra.

2.3.8. Condutibilidade térmica

A condutibilidade térmica é a propriedade que o material possui de transmitir,

através da espessura, um fluxo térmico resultante da diferença de temperatura entre as

faces do material. A condutibilidade depende da porosidade do material, das

características dos poros, da natureza do material, massa específica aparente e

temperatura média de transmissão de valor. Segundo Petrucci (1975), a rochas porosas

são mais isolantes que as rochas compactas. Por causa da condutibilidade térmica,

devem ser previstas juntas para evitar fissuras de dilatação. Na condutibilidade térmica,

a superfície sofre mais que o interior da rocha, originando tensões diversas que

provocam o fendilhamento.

2.4. Classificação das rochas ornamentais

As rochas ornamentais são produtos naturais que são utilizados comercialmente

e o que caracterizam estas rochas são os seus atributos estéticos que são determinados

pela combinação de alguns fatores, como: estrutura, padrões cromáticos e texturas.

Devido a estes fatores, devem-se respeitar as indicações comerciais.

14

2.4.1. Rochas Silicáticas

A composição mineralógica destas rochas é definida por associação de quartzo,

feldspato, micas e anfibólios, podendo ter outros diversos minerais acessórios em

proporções reduzidas (Chiodi e Rodrigues, 2009). As rochas silicáticas são compostas

por granito, charnockitos, sienitos, basaltos, entre outros.

Segundo Petrucci (1975), as rochas silicáticas são rochas que tem alto teor de

sílica (𝑆𝑖𝑂2), apresenta uma maior resistência mecânica e durabilidade. De acordo com

Chiodi e Rodrigues (2009), as rochas silicáticas, exigem um cuidado maior com o

manchamento originado de infiltrações de líquidos, sobretudo provenientes de umidade

residual e excesso de água e oleosidade nas argamassas de fixação e rejunte.

Os granitos são constituídos de quartzo, feldspato e mica, podendo apresentar

outros minerais acessórios que não influenciam nas suas propriedades (menos de 10%

em peso). O granito apresenta resistência e durabilidade altas como é característico do

seu grupo. Em obras que predominam os esforços de compressão, é aconselhável o

seu uso (Petrucci, 1975). De acordo com Frazão (2002), os granitos são recomendados

para revestimento externo e interno de edificações e pedra britada. Devido a sua alta

resistência ao impacto e desgaste, os granitos também podem ser utilizados em pisos

em geral. Os granitos possuem uma grande resistência mecânica alta e pequena

alterabilidade. Os granitos são rochas compactas, que podem receber polimento e

possuem minerais de dureza 6 e 7 da escala Mohs.

Os granitos comerciais apresentam granulação variada (dimensões máximas de

centenas de mícron até dezenas de centímetros). Os granitos podem apresentar

coloração variada, com destaques para os tons de amarelo, branco, cinza, azul, rosa e

diversos tons de verde. A coloração do granito está ligada aos processos de alteração

de seus constituintes opacos e minerais máficos (minerais ricos em compostos

ferromagnesianos e pobre em sílica) e com presença de clorita.

De acordo com Amaral et al. (2012), os granitos possuem teores em sílica

sempre superiores a 40% (rochas ultrabásicas), mas em geral, os granitos têm um teor

de sílica (𝑆𝑖02) superior a 60% (porcentagem em peso). Outros compostos típicos do

granito são a alumina (𝐴𝑙203), óxido de ferro III (𝐹𝑒203), óxido de magnésio(𝑀𝑔𝑂), óxido

de sódio (𝑁𝑎2𝑂) e oxido de potássio (𝐾2𝑂).

Segundo o estudo que Oliveira e Costa (1998) realizaram , os granitos

apresentam uma maior possibilidade de apresentar problemas, tais como: aumento de

porosidade e absorção de água, manchas, perdas de cor e brilho.

15

2.4.2. Rochas Carbonáticas

As principais rochas carbonáticas abrangem calcários, dolomitos e mármores,

sendo este último que focaremos. Os mármores são caracterizados pela presença de

minerais carbonáticos com diferentes graus de recristalização metamórfica (Chiodi e

Rodrigues, 2009). Rochas carbonáticas apresentam carbonato de cálcio (𝐶𝑎𝐶𝑂3),

apresenta uma boa resistência mecânica e média durabilidade (Petrucci, 1975).

Rochas carbonáticas são empregadas em revestimentos devido à resistência

às intempéries. São de fácil trabalho pois são estratificadas.

Por sua alta trabalhabilidade e diversidade estética, o seu uso é diversificado. O

mármore não é apropriado para o uso em revestimentos exteriores, pois são compostos

de minerais carbonáticos solúveis em águas ácidas, nem para pisos devido a sua baixa

dureza (Frazão, 2002).

De acordo com Chiodi e Rodrigues (2009), as rochas carbonáticas são menos

resistentes ao desgaste abrasivo e quimicamente mais reativas que as rochas

silicáticas, exigindo rígidos processos de manutenções em fachadas e pisos em geral.

As rochas silicáticas no ponto de vista físico-mecânico é superior as carbonáticas para

revestimentos externos, piso em geral e áreas de serviço. As rochas carbonáticas são

ideais para uso de interiores, com restrições aos pisos de alto tráfego e áreas de serviço.

Em cidades litorâneas, não deve ser utilizada as rochas carbonáticas para fachadas e

pisos, pelo ataque do aerossol marinho (contém ácido clorídrico) que agride as fachadas

e pela abrasividade das areias da praia que ficam alocados nos calçados e riscam os

pisos.

Segundo Frazão (2002), os mármores são rochas metamórficas originadas de

calcários e dolomitos. A cor é branca quando só apresentam estes minerais, mas se

apresentar outros minerais e impurezas (argilas e matéria orgânica) podem apresentar

outras colorações. Os mármores em geral, apresentam baixa dureza (3 e 4), são rochas

compactas que podem receber polimento e são atacados por ácidos. Os mármores não

são recomendados em ambientes externos.

Para Oliveira e Costa (1998), os mármores são susceptíveis à alteração devido

à predisposição a reagirem a água e a diversos ácidos, sendo o desgaste excessivo dos

minerais, corrosão e a perda de brilho, os principais problemas observados.

De acordo com Amaral et al. (2012), a escolha do tipo de mármore deve ser feita

a partir do conhecimento prévio da sua origem através da sua microestrutura. Por

exemplo, os mármores mais claros ou até mesmo branco provém de rochas calcárias

16

puras (rochas sedimentares), que apresentam muitas vezes algumas propriedades da

sua origem, ou seja, calcários. Outros mármores, de cores diversas ou om veios,

resultam da presença de minerais formados a partir de impurezas existentes do calcário

original.

2.5. Ensaio de Caracterização Tecnológica

As rochas em geral devem passar pela caracterização tecnológica antes de

serem utilizadas na construção pois permitem diagnosticar problemas estéticos em

virtude da escolha e aplicação incorreta dos materiais. O ensaio de caracterização

tecnológica determina as propriedades petrográficas, físicas, químicas e mecânica das

rochas ornamentais através de ensaios e análises que determinam o uso correto da

rocha para objetivo empregado. Portanto, os ensaios de caracterização devem ser

executados com procedimentos padronizados que são normalizadas por instituições

competentes. Existem diversas instituições normalizadoras que servem de referência

para ensaios de caracterização tecnológica em rochas, como: ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas), ASTM (American Society for Testing and Materials),

BSI (British Standards Institution), entre outras.

Frascá (2002) hierarquiza os ensaios recomendados para rochas que são

usadas como revestimento fachadas externas em edifícios e residências, segundo sua

orientação da instalação dos revestimentos. A tabela 3 e tabela 4, mostra ensaios

recomendados para os revestimentos aplicados no exterior das edificações.

17

Tabela 3 - Ensaios recomendados para rocha de revestimento Fonte: Adaptado de Frascá (2001)

Tipos de Revestimento

Ensaios Recomendados

AP AA RDA RF RCU CDTL RICD

Horizontais de Exteriores

N N R R R N N

Verticais de Exteriores

(fixados com argamassa

ou ancoragens metálicas)

N N I N N N I

Nota: AP = análise petrográfica; AD = absorção d’água; RDA = resistência ao desgaste

abrasivo; RF = resistência à flexão; RCU = resistência à compressão uniaxial; CDTL = coeficiente

de dilatação térmica linear; N = necessário; R = recomendado; I = de interesse.

Tabela 4 – Parâmetros qualitativos que devem ser considerados para especificação da placa de rocha em função do tipo de aplicação

Fonte: Adaptado de Frazão (2002) e Maranhão e Barros (2006)

Propriedades Requisitos

Revestimentos de edificações

Características petrográficas 1

Índices físicos 1

Alteração cromática com a absorção por água

3

Velocidade de propagação de onda longitudinais

3

Coeficiente de dilatação térmica 1

Alterabilidade 1

Resistência aos ataques químicos de produtos de limpeza

1

Resistência aos ataques de agentes químicos de chuva ácida

3

Resistência aos agentes atmosféricos (névoa salina e variações de umidade e temperatura)

3

Resistência ao desgaste 1

Resistência ao impacto 1

Resistência à compressão 3

Resistência à flexão 1

Módulo de deformidade 3

Nota: 1 = Pouco importante; 2 = Importante; 3 = Muito importante.

18

A seguir, serão apresentados principais ensaios para conhecer as características

das rochas:

2.5.1. Análise Petrográfica

A análise petrográfica especifica a execução de análises macroscópica e

microscópica em laboratório conforme a ABNT NBR 15845-1: “Rochas para

revestimento – Parte 1: Análise petrográfica”. Esta norma corresponde aos estudos

macroscópicos e microscópicos de consiste na caracterização completa da rocha,

como: descrever a coloração, estrutura, textura, tamanho dos minerais, formatos os

grãos, orientação, presença ou não de fraturas e fissuras, distribuição dos grãos, grau

de alteração e quais minerais essências e acessórios estão presentes na rocha. A

análise petrográfica é o único método de investigação que é capaz de proporcionar a

visualização detalhada dos constituintes da rocha. A tabela 4, apresenta as

características petrográficas das rochas mais usadas para revestimento.

19

Tabela 5 - Características petrográficas gerais de rochas usadas como material de revestimento no Brasil

Fonte: Adaptado de Frazão (2002)

Origem Teor em

sílica Tipo

petrográfico

Mineralogia essencial/

secundário Textura Estrutura

Alguns tipos comerciais brasileiros

Ígn

ea

Ácida Granitos Feldspato, quartzo,

mica/anfibólio

Grossa, média,

fina

Compacta; raramente bandada

Cinza Mauá, Kinawa Bahiam,

Branco Ceará

Intermediária

Sienitos, Dioritos,

Monzonitos, Charnockitos

Feldspatos, piroxênios,

mica, feldspatóides

Grossa a média

Compacta; às vezes bandada

Marrom Imperial, Azul Bahia, Preto Bragança,

Verde Labrador

Básica Gabro,

Diabásio Basalto

Feldspatos, piroxênio/argilas

Grossa a fina

Compacta

Diversos tipos em fase de viabilidade

comercial

Ultrabásica Norito,

Piroxenitos Olivina,

piroxênios Grossa Compacta

Preto São Gabriel

Se

dim

en

tar

Não aplicável

Arenitos Quartzo, argila,

sílica amorfa Média a

fina Estratificada Rosa Bahia

Dolomitos Dolomita Média Compacta Branco Espirito Santo

Me

tam

órf

ica

Não aplicável

Gnaisses graníticos

Feldspatos, quartzo, mica

Grossa a média

Bandada Jacarandá

Verde Candeias

Quartzito Quartzo, mica Média Compacta/

”estratificada ‘

Azul Macaúbas.

Black Diamond/

Pedra Mineira,

Pedra Goiás, Pedra S.

Tomé

Ardósias Argilas, mica Fina Folheada Diversos

tipos

Mármores Calcita,

dolomita, sílica amorfa, argilas

Grossa a fina

Compacta e bandada

Azul Acquamarina,

Rosa Patamuté,

Branco Paraná

20

2.5.2. Índices físicos (densidade aparente, da porosidade aparente

e da absorção de água)

A ABNT NBR 15845-2: “Rochas para revestimento – Parte 2: Determinação da

densidade aparente, da porosidade aparente e da absorção da água” tem como objetivo

realizar ensaios para determinar o estado de alteração e coesão das rochas. Por meio

de corpos de prova expostos a água e a estufa são determinadas suas massas secas,

saturadas e submersas. A partir destes dados, é possível determinar através de

fórmulas a densidade, porosidade e absorção de água.

A porosidade aparente e absorção de água aparente são índices que devem ser

considerados no momento da seleção do tipo de rocha que ficarão expostas às

intempéries e à umidade, pois permitem a absorção e podem provocar o manchamento

da peça. Portanto, quanto maior o volume dos vazios da rocha, maior será a porosidade

aparente e assim, maior será a absorção de água e possivelmente, menor será a sua

resistência físico-mecânica. O uso do índice de absorção de água é importante, pois

permite medir a penetração de água que pode manchar a rocha, levando a deterioração

do material (Alencar, 2013). E por meio da densidade específica aparente é possível

determinar o peso próprio das placas, importante para o cálculo de cargas.

Segundo Fascá e Quitete apud Frascá (2001), grande parte das patologias que

surgem em rochas usadas em revestimentos estão associadas à percolação e/ou

acumulação de soluções nos ladrilhos de rochas.

O Brasil por ser um país tropical, a pluviosidade é muito alta e, portanto, a

escolha das rochas deve ser feita de forma cuidadosa. Além deste fator, a poluição das

grandes cidades, traz consigo ácidos dissolvidos que corroem os minerais das pedras

carbonáticas (mármores) quando instaladas em revestimentos externos e também

podem provocar reações com outros minerais ocasionando manchamentos e

decomposição dos minerais (Iamaguti, 2001).

2.5.3. Coeficiente de dilatação térmica linear

A ABNT NBR 15845-3: “Rochas para revestimento – Parte 3: Determinação do

coeficiente de dilatação térmica linear” tem como objetivo realizar ensaios para que seja

possível determinar o coeficiente de dilatação térmica linear de rochas onde corpos de

provas são submetidas a variações de temperatura entre 0°C e 50°C. Este ensaio é

importante para dimensionamento do espaço das juntas em revestimentos.

21

A partir destes dados, é possível verificar a queda da resistência mecânica da

rocha após o ensaio, devido as variações térmicas que ocasionam dilatações e

contrações nas peças.

O coeficiente de dilatação térmica depende de alguns parâmetros: mineralogia

da rocha, porosidade e absorção d’água, estrutura da rocha e grau de

microfissuramento da rocha. Rochas porosas, permeáveis e microfaturadas tem

coeficiente menor que rochas maciças e compactas. O coeficiente de dilatação é

importante no dimensionamento das juntas e na durabilidade das rochas (Iamaguti,

2001).

Para Chiodi e Rodrigues (2009), em climas tropicas como no Brasil, as

temperaturas raramente atingem o ponto de congelamento da água, portanto, não há

problemas com perda de resistência físico-mecânica, decorrentes da tensão dos vazios

provados pelo gelo na rocha. Mas, em elevadas temperaturas, sobretudo em

revestimento de piso e fachadas que estão expostos à insolação, percebe-se que os

revestimentos acabam apresentando dilatações térmicas. A partir do coeficiente de

diferentes tipos de litológicos, é possível definir o espaçamento mínimo entre as placas

de revestimento com propósito de evitar contato, compressão lateral e imbricamento.

Segundo Chiodi e Rodrigues (2009), em revestimentos onde as fachadas são

fixadas com argamassa, o rejuntamento com ligantes ocupam espaços vazios que

acomodariam a dilatação, mas ainda tem o coeficiente de dilatação da rocha,

argamassa e do material de rejuntamento podendo causar o descolamento e queda das

placas. Já em revestimentos verticais onde são usados inserts metálicos, sem

argamassa, o espaço entre as placas é vazio e permite acomodar a dilatação.

A situação ideal é aquela que os coeficientes de dilatação térmica das rochas e

suas argamassas de fixação e rejuntamento devem ser compatíveis. Por isso é

preferível, o uso de argamassas flexíveis para fixação e rejuntamento, pois permite

acomodar a dilatação e contração das placas.

As rochas mais escuras absorvem mais os raios solares, dissipando menos

calor, atingindo menor grau térmico e desenvolvendo índices mais altos de dilatação.

Portanto, estas cores de rochas são ideias para climas temperados e frios.

2.5.4. Resistência ao congelamento e degelo

A ABNT NBR 15845-4: “Rochas para revestimento – Parte 4: Determinação da

resistência ao congelamento e do degelo” consiste em separar dois grupos de corpos

de prova. O primeiro grupo de corpos de prova será submetido ao ensaio mecânico à

22

seco enquanto o outro grupo, será submetido ao ensaio mecânico após congelamento

e degelo. Após os ensaios realizados, é necessário fazer exame visual dos corpos de

prova para verificação dos possíveis danos. Depois disto, fazer o cálculo da média da

tensão de ruptura dos corpos de provas e do coeficiente de enfraquecimento.

A partir destes dados, é possível verificar a queda da resistência da rocha após

simulações de congelamento e degelo.

2.5.5. Resistência à compressão uniaxial

A ABNT NBR 15845-5: “Rochas para revestimento – Parte 5: Determinação da

resistência à compressão uniaxial” consiste em executar os ensaios tanto na condição

seca quanto saturada com água na prensa para determinar a tensão de ruptura da rocha

quando submetida a esforços compressivos. Em seguida, é colocado estes corpos de

prova na prensa e aplicado à uma força de menos de 0,5 MPa/s até que ocorra a ruptura

do corpo de prova. A partir disso, é calculada a tensão de ruptura na compressão do

corpo de prova.

Para Frascá (2001), a finalidade deste ensaio é avaliar a resistência da rocha

quando utilizada como elemento estrutural e obter um parâmetro indicativo de sua

integridade física.

Rochas anisótropas e as movimentadas, com estruturas definidas por minerais

placóides, ou seja, micas, tendem a apresentar valores distintos de tensão de ruptura,

conforme a posição do eixo do corpo de prova em relação a essas estruturas. As rochas

isótropas, de granulação fina a média, são mais resistentes à ruptura por compressão

uniaxial (Chiodi e Rodrigues, 2009).

2.5.6. Módulo de ruptura (flexão por carregamento em três pontos)

A ABNT NBR 15845-6: “Rochas para revestimento – Parte 6: Determinação do

módulo de ruptura” consiste em executar ensaios no corpo de prova com dimensões

especificadas na norma, na condição seca em estufa e saturada em água. Assenta-se

o corpo de prova nos roletes inferiores e assenta-se o rolete superior na linha média do

corpo de prova, aplicando uma pequena carga inicial para estabilização do sistema. Em

seguida, aplicar-se lentamente e de forma progressiva à uma taxa de 4450 𝑁𝑚𝑖𝑛⁄ até

que ocorra a ruptura. A partir disso, é calculada a resistência à flexão por carregamento

de três pontos.

23

Este ensaio permite avaliar a aptidão para o uso em revestimento ou elemento

estrutural e também fornece um parâmetro indicativo da sua resistência à tração

(Alencar, 2013).

As placas usadas como revestimentos em edificações e que são fixadas por

ancoragem, sofrem a ação da força dos ventos, sendo solicitadas à flexão. Portanto, o

revestimento deverá ser flexível para absorver tanto as acomodações do suporte quanto

as forças do vento que exercem uma pressão sobre a placa (Iamaguti, 2001).

2.5.7. Resistência à flexão por carregamento em quatro pontos

A ABNT NBR 15845-7: “Rochas para revestimento – Parte 7: Determinação da

resistência à flexão” consiste em executar ensaios no corpo de prova com dimensões

especificadas na norma, na condição seca em estufa e saturada em água. Assenta-se

o corpo de prova nos roletes inferiores e assenta-se o rolete superior na linha média do

corpo de prova, aplicando uma pequena carga inicial para estabilização do sistema.

Após isto, aplicar lentamente e de forma progressiva à uma taxa menor que 4 𝑀𝑃𝑎𝑚𝑖𝑛⁄

até que ocorra a ruptura. A partir disso, é calculada a resistência à flexão por

carregamento por quatro pontos.

Este ensaio permite determinar o cálculo da espessura em função da área das

placas de rochas que sofrem com esforços fletores, durante o transporte e após sua

colocação em revestimentos de fachadas com uso de inserts para fixação de placas

(Alencar, 2013).

2.5.8. Resistência ao impacto de corpo duro

A ABNT NBR 15845-7: “Rochas para revestimento – Parte 7: Determinação da

resistência ao impacto de corpo duro” tem como objetivo executar ensaios com corpos

de provas cortados a partir de placas com acabamento e espessura de uso. Assenta-se

o corpo de prova sobre um colchão de areia e a face com acabamento para cima, de

forma a nivela-lo perfeitamente, logo depois, é alçado uma esfera de aço até 20

centímetros e é abandonado em queda livre. Em seguida, é feito intervalos constantes

de 5 centímetros, até que ocorra fissuras e a ruptura da placa. Com os valores da altura

onde ocorreu a ruptura da placa é obtido a energia de ruptura. Este ensaio é um

indicativo de tenacidade.

Para revestimentos verticais a resistência mecânica pode ser baixa. Já em

ambientes submetidos a circulação de carga e impactos são necessários revestimentos

que suportem alta carga de ruptura (Iamaguti, 2001).

24

2.5.9. Desgaste por abrasão

A ABNT NBR 12042: Materiais orgânicos – Determinação do desgaste à abrasão

que consiste em determinar a perda de espessura devido ao desgaste. Este ensaio é

realizado a partir de dois corpos de prova são pressionadas sobre um disco metálico de

alta dureza no qual é lançada uma areia quartzosa. O desgaste é medido pela diferença

da altura do corpo de prova após 500 metros e 1000 metros percorridos na máquina de

Amsler.

A resistência ao desgaste está relacionada a dureza. Rochas ricas em quartzo

como é o caso dos granitos são mais resistentes ao desgaste por abrasão. As rochas

ricas com minerais de dureza baixa, não devem ser usadas em ambientes de grande

tráfego de pessoas. Se não forem observadas estas características, poderá ocasionar

perda de brilho nas peças e pequenas depressões na superfície da placa.

25

3. Fachadas com Rochas Ornamentais

3.1. Rocha para revestimento

As rochas foram usadas desde os primórdios como elementos estruturais e de

vedação. Segundo Frazão (2002), com o domínio da tecnologia do aço para construção

de estruturas e do concreto, a rocha passou a ser usada como em revestimento de

forma decorativa e funcional. A figura 2 mostra um corte esquemático de um

revestimento de uma edificação hipotética.

Figura 2 - Corte esquemático de um revestimento de uma edificação com aplicação de rochas ornamentais

Fonte: Frazão (2002)

Vemos na figura acima, as diversas formas de fixar as placas, utilizando

diferentes dispositivos para garantir a fixação dessas placas de forma a não haver o

desprendimento do revestimento. Podemos ver a partir do corte esquemático, que o

assentamento tradicional é realizado com uma altura limite devido ao risco de queda em

virtude da gravidade e do peso das placas. Na parte superior do corte esquemático,

vemos a aplicação de inserts metálicos que são seguros para grandes alturas.

26

Para uso de revestimentos de edificações, as rochas precisam apresentar

(Frazão e Paraguassu apud Frazão, 2002):

• Facilidade de afeiçoamento (corte e polimento), para alcançar os efeitos

estéticos e geométricos desejados, sem provocar o desgaste excessivo

e consumo exagerado de abrasivos;

• Alta resistência ao intemperismo e a reagentes agressivos a rocha, para

assim manter as características estéticas funcionais para o seu uso;

• Resistência mecânica adequadas, para suportar de forma satisfatória as

solicitações de compressão, flexão, impacto e desgaste;

• Baixas absorções de líquidos e baixa dilatação térmica para não afetar

sua função estética e garantir a durabilidade da rocha escolhida.

3.2. Fixação das placas de rochas ornamentais nas fachadas

A fixação das placas de rochas ornamentais em fachadas pode ocorrer de duas

maneiras: por colagem com ou sem ancoragem de segurança (fachadas não-aeradas)

ou por ancoragem mecânica (fachada aerada).

3.2.1. Fachadas aderentes

As fachadas aderentes são fachadas que há a ligação direta entre o substrato e

a placa através do uso de argamassa. As fachadas aderentes podem ser assentadas

em três tipos de base: emboço de argamassa, alvenaria e concreto. O emboço de

argamassa e a alvenaria devem estar curados pelo menos há 14 dias e a bases de

concreto devem ter pelo menos 28 dias de cura. A superfície da base deve estar seca,

curada e limpa para proporcionar uma boa aderência com a argamassa de

assentamento, assim como apresentar resistência adequada para resistir aos

movimentos das pedras ao longo dos anos. As paredes da edificação devem estar

niveladas e sem qualquer indício de umidade, caso esteja úmido, deverá ser eliminado

antes da aplicação das peças.

O método mais utilizado no assentamento de placas pétreas em fachadas com

até 3,00 metros de altura utiliza adesão física com argamassas tradicionais. Em

edificações mais altas, as placas têm dimensões maiores inviabilizando o processo de

assentamento das placas em virtude do risco de desplacamento. E uma maneira de

contornar este problema em edifícios de até 15 metros foi a utilização de telas de aço

galvanizado para ancoragem das placas (Moreiras, 2005).

27

Porém, o uso de fixação direta da pedra em paredes exteriores, não é tão bem

aceita e é apenas empregado em algumas situações pontuais e devidamente

justificadas. É aconselhável, em qualquer dos casos, a fixação direta com pedras em

paredes exteriores/fachadas o uso de sistemas de reforço, tais como os grampos

(Amaral et al., 2012).

Figura 3 - Esquema de fixação direta: (a) situação sem reforço; (b) situação com reforço através do uso de grampos, onde: 1 – suporte, 2 – grampo, 3 – material de revestimento, 4 –

ancoragem do grampo, 5 – material de selagem e 6 – junta. Fonte: Carvalho et al. apud Amaral et al. (2012)

3.2.1.1. Argamassa cimentícia convencional

Segundo Chiodi e Rodrigues (2009), para revestimentos exteriores onde a placa

será assentada com argamassa, devem ser fixados arames galvanizados no dorso das

placas com massa plástica, ou colas à base de resinas de poliéster ou epoxídicas para

fixar o arame. Segundo Flain (2002), utiliza-se uma tela de aço galvanizada soldada

(malha de 15 cm x 15 cm), fixada ao suporte com chumbadores de aço galvanizado

(figura 4). Estes arames são enganchados a uma tela de aço galvanizado ou inoxidável,

fixadas na base do revestimento com chumbadores de expansão e a posição destes

chumbadores devem constituir uma malha quadrada de 50 cm x 50 cm. As placas são

posicionadas com um afastamento de 4 cm para assentamento da placa. Os arames

presos ao dorso das placas devem ser fixados na malha. A argamassa de assentamento

deverá ser colocada em camadas de 20 cm, para evitar esforços que possam provocar

o desprendimento das placas. Segundo Nogami (2007), esta forma de assentamento,

com argamassas comuns devem ser feitas com fachadas de até 15 m.

28

Figura 4 - Detalhe da fixação da tela no substrato Fonte: Revista Techné (1994)

Após a secagem e cura da argamassa de assentamento, que deve ter o mínimo

de 72 horas de cura, deve ser realizado o rejuntamento. Após a limpeza das juntas, são

utilizadas espumas de poliuretano expandido na profundidade das juntas e logo em

seguida, é feita a aplicação de selante elastomérico (figura 5).

O mal dimensionamento e ausência de juntas podem ocasionar o descolamento

de placas e que podem causar acidentes aos transeuntes que passam pela edificação

com aplicação de rocha na fachada.

29

Figura 5 - Junta de movimentação Fonte: Carvalho Jr. apud Chiodi e Rodrigues (2009)

3.2.1.2. Argamassa colante

Segundo Weber Saint-Gobain, para peças de até 60x60cm, considerando que a

pedra tenha até 2 cm de espessura, podem ser usados cimentos-cola com aderência e

deformabilidade adequada à aplicação em fachada. Caso a dimensão da pedra seja

superior a 60x60cm com 2 cm de espessura é necessário utilizar um sistema de fixação

misto, ou seja, colagem dupla e reforço com fixação mecânica. Porém, a norma de

origem francesa, CAHIERS du CSTB (2000), limita o uso de pedras naturais com o uso

de argamassa colante para:

• 2000 𝑐𝑚2 (40 x 40 cm) para revestimentos com porosidade >5%;

• 1100 𝑐𝑚2 (30 x 30 cm) para revestimentos com porosidade ≤ 5%.

Além disso, a CSTB limita a massa superficial máxima para o revestimento

pétreo para 40 𝑘𝑔 𝑚2⁄ . Acima disso, deverá ser feita a fixação mecânica obrigatória.

Já para Weber Saint-Gobain, o revestimento máximo deve ser 2400 𝑐𝑚2 e 2 cm

de espessura utilizando a argamassa colante (weber.col flex L). Caso o revestimento

tenha dimensões até 3600 𝑐𝑚2 e 2cm de espessura deverá ser utilizado uma argamassa

colante de deformabilidade maior (weber.col flex XL). Porém, para peças com

dimensões maiores que 3600 𝑐𝑚2, deve-se iniciar o processo com um estudo cuidadoso

30

da fachada e das placas de forma correta para execução da solução mista (colagem

dupla +fixação mecânica). Deve-se aplicar a argamassa colante no suporte e no tardoz.

Logo depois, é utilizado grampos para a fixação da pedra na base. Após assentamento

e secagem, realizar o preenchimento das juntas.

De acordo com Chiodi e Rodrigues (2009) e Amaral et al. (2012), deve-se aplicar

a argamassa colante na base e no tardoz (colagem dupla), utilizando a desempenadeira

dentada e este procedimento é importante para que não haja vazios. Os cordões do

tardoz devem ser perpendiculares aos da base. Em seguida, assentar as peças e utilizar

o martelo de borracha para obter a espessura da argamassa.

3.2.1.3. Argamassa adesiva

A argamassa adesiva é composta por cimentos de alta resistência e é indicada

para assentamentos de rochas que necessitam de elevadas resistências e de execução

rápida. Os procedimentos de assentamento de rochas com argamassa adesiva são

semelhantes a argamassa colante, a diferença é que a argamassa adesiva possibilita o

assentamento de camadas mais espessas. Após assentamento e secagem, realizar o

preenchimento das juntas.

3.2.2. Fachadas ventilada/aeradas

Atualmente, o método mais eficaz para a fixação de revestimento de rochas

ornamentais em edificações altas é aquele que utiliza inserts metálicos, pois elimina o

uso de argamassas, maior produtividade, promove o isolamento térmico e segurança

do revestimento.

Este tipo de fachada é composto por inserts metálicos ancorados na estrutura

da edificação, que é projetado em função das cargas que atuam no revestimento, sem

a utilização de argamassa para a fixação da pedra (figura 6). As fachadas ventiladas

proporcionam um vazio que separa o revestimento da estrutura, promovendo

isolamento termo-acústico e assim, possibilitando conforto interno para usuários.

31

Figura 6 – Sistema de revestimento de fachada ventilada com placas de rochas, onde: (a) substrato, (b) insert, (c) placa de rocha e (d) colchão de ar

Fonte: Moreira et al. apud Moreira (2005)

Este de tipo de fachada foi idealizada a princípio nos países do hemisfério norte

devido ao seu inverno severo. O vão entre o substrato e a pedra é preenchida por uma

camada de material isolante para promover o conforto térmico necessário para os

ambientes internos da edificação.

Além do conforto térmico, as fachadas ventiladas podem possibilitar o uso de

placas de maiores dimensões se comparada as fachadas onde as placas de rochas são

fixadas pelas argamassas. Este tipo de fachada também facilita a retirada de peças com

problemas e evita o aparecimento de infiltrações (e, consequentemente, o surgimento

de diversas patologias relacionadas a infiltrações) e umidades.

As fachadas ventiladas podem ser aplicadas em estruturas de concreto,

alvenaria ou metálica. Neste tipo de fachada é feita o uso de inserts metálicos para fixar

as placas de rochas, que segundo Chiodi e Rodrigues (2009), tem a função de:

• Fixar as placas de suporte e conectar umas às outras;

• Sustentar o peso próprio da placa de rocha, a ação dos ventos, pressões

internas e outros tipos de cargas;

• Impedir o tombamento das placas;

• Absorver as deformações diferenciais entre o suporte e o revestimento,

de forma a permitir a dissipação das tensões;

• Promover livre circulação de ar e eliminação da umidade no sistema

revestimento / suporte

A fixação dos inserts começa com marcação e furação das placas que serão

aplicadas na fachada conforme as especificações do projeto. Em seguida, é feita a

32

furação da estrutura e fixação dos chumbadores promovendo a ancoragem do conjunto

dos inserts com chumbadores. E por último, é realizado o engastamento da placa. De

acordo com Branco (2010), o diâmetro dos furos deve ser de 2 mm maior que o diâmetro

do elemento metálico. O preenchimento do furo com selante traz duas vantagens: evita

o contato metálico com a placa e inibe possíveis vibrações durante a vida útil da placa.

Figura 7 - Esquema ilustrativo da fixação de grampos em revestimentos pétreos Fonte: Autora

De acordo com Antas (2014), os furos, ou devem se localizar a uma

distância mínima entre o seu eixo e o canto correspondente de 1/4 a 1/5 do total

comprimento do lado considerado da placa, ou devem respeitar uma distância mínima

do canto igual a três vezes a espessura da placa.

Antes do rejuntamento recomenda-se que sejam retirados todo e qualquer

material que possa prejudicar a aderência do selante pois, caso contrário, poderá

favorecer a infiltração de água no revestimento.

Após a limpeza das juntas, é utilizado a espuma de poliuretano expandido na

profundidade das juntas e logo em seguida, é feita a aplicação de selante nas juntas.

33

Figura 8 – Detalhe de insert metálico Fonte: Revista Techné (1994)

A técnicas de fixação indireta, utilizam estruturas onde os produtos, de maioria

modulares, assentam e são fixados através de elementos metálicos como perfis e

chumbadores.

Figura 9 – Fachada com uso de chumbadores para fixação de revestimentos pétreos em fachadas

Fonte: Casal apud Amaral et al. (2012)

34

As placas utilizadas em revestimentos estão submetidas a diversas solicitações

e a sua estabilidade é obtida pelos inserts, desde que eles estejam bem fixados e que

proporcionem a liberdade de movimentação. Portanto, devem ser capazes de resistir

aos esforços e as deformações.

As juntas devem ser previstas na concepção e no dimensionamento do projeto.

Portanto, a NBR 15846: 2010 destaca algumas recomendações:

• As juntas no revestimento devem coincidir, em largura e comprimento,

com as juntas de dilatação ou de movimentação;

• As juntas devem ser capazes de absorver as movimentações tanto do

suporte quanto do revestimento.

Segundo a ABNT NBR 15846: 2010, os inserts devem ser em aço inoxidável do

tipo ABNT 304 (AISI 304), para atmosferas urbanas e industriais isentas de cloreto, e a

ABNT 316 (AISI 316), para atmosferas urbanas, marítimas e industriais que contenham

cloretos.

Conforme a ABNT NBR 15846:2010, deve-se evitar a associação de metais de

natureza diferente pois, pode haver a ocorrência de corrosão por pares galvânicos (ou

seja, um dos metais vira o anodo e sofre com a corrosão enquanto o outro atua como

catodo). E também deve-se evitar a fixação em duas zonas diferentes para que não

tenham deformações diferentes.

35

4. Principais patologias em rochas ornamentais

As rochas ornamentais são tipos de materiais que são duráveis, porém podem

sofrer com patologias se não houver projetos, instalação e utilização de materiais

incorretos, exposição às condições climáticas agressivas, poluição atmosférica e falta

de manutenção preventiva. Segundo Frascá e Yamamoto (2014), as manifestações

patológicas incluem mudanças físicas e químicas, que resultam na diminuição da

resistência da rocha e modificações na aparência estética, desde alterações cromáticas

até esfoliações de camadas superficiais ou ainda a perda de resistência mecânica.

Tabela 6 - Alteração em revestimentos Fonte: Adaptado de Chiodi e Rodrigues, 2009

Patologias Físicas, Químicas e Biológicas

Agente Fenômeno Patologia

Físicos

Cristalização de sais Fissuração

Variação de temperatura Fissuração +

Descolamento

Absorção de água Manchas

Saturação / Secagem Lixiviação, desagregação

e corrosão

Químicos Reação a ácidos, álcalis e

produtos em geral Corrosão + Fissuração +

Manchas

Biológicos

Fixação de vegetais inferiores

Fissuração

Dissolução de 𝐶𝑂3 e 𝑆𝑖𝑂2 Corrosão / Manchas

Ainda, segundo Gama (2002) e Iamaguti (2001), os fatores responsáveis pelo

surgimento de patologias que podem ser classificados em:

• Fatores relacionados a análise petrográficas, problemas de natureza

química (minerais alteráveis), ensaios físicos (densidade, porosidade e

absorção de água) e teste mecânico (dilatação, desgaste, impacto,

compressão e flexão), ou seja, especificação incompatíveis com as

condições de utilização;

• Ausência de projeto construtivo;

• Fatores relacionados à instalação e ao tipo de fixação das placas;

• Fatores relacionados à produção, transporte e manuseio de placas.

O desconhecimento das propriedades dos materiais que fazem parte do sistema

como um todo (pedra natural, peças de fixação metálica, assentamento e vedação), o

desconhecimento da maneira como os sistemas funcionam ou aplicação e execução

36

incorretas ainda na fase de projeto, podem causar manifestações patológicas.

Independente da patologia, todas elas podem causar custos significativos para os

proprietários devido ao trabalho para reparação destes materiais (Voratôjo e Silveira,

2010). Cabe ressaltar que as patologias geralmente se manifestam na fase final da

construção dos edifícios. Isto demostra a escolha e a aplicação de métodos

inadequados e/ou falta de conhecimento em relação ao sistema (Amaral et al., 2012).

Portanto, poderão apresentar problemas, como: manchas, fissurações, mudança

de coloração, eflorescência, perda de resistência mecânica, entre outros problemas

patológicos.

4.1. Eflorescências

Umas das patologias mais frequentemente encontradas em fachadas são as

eflorescências. Esta manifestação patológica é formada pela ação de água da chuva,

infiltrações e intempéries onde os sais migram para superfície da estrutura e com a

evaporação da água forma-se os depósitos salinos. As eflorescências prejudicam a

estética da pedra e ao longo do tempo poderá afetar a durabilidade da peça.

A eflorescência pode ser um anúncio de um outro tipo de manifestação patologia

que é mais nociva as rochas e esta patologia é chamada de criptoflorescência, que é a

recristalização de sais que ocorre no interior dos poros das placas de rocha (Gama,

2002). De acordo com Asafa Seguros (2011), a criptoflorescência é mais perigosa, pois

pode aumentar o volume no interior do material criando tensões que abrem o poro e que

possibilita a entrada de água, gelo e outros elementos, que lentamente pode prejudicar

o material (Figura 10). Visto que a perda de massa ocasionada pelo confinamento dos

sais no interior, acaba ocasionando fissuramento e lascagem na rocha natural.

Figura 10 – Danos provocados pela criptoflorescência Fonte: Asafa seguros, (2011)

37

Onde:

1. Formação de sais no interior dos poros.

2. Crescimento dos cristais de sais no interior.

3. Fratura do cristal.

4. Crescimento das partículas fraturadas.

5. Quebra do poro pelas forças da cristalização.

6. O vento e a chuva levam os restos para o exterior.

Segundo Branco (2010), os fatores que contribuem para a formação de

eflorescências:

• Teor de sais solúveis;

• Pressão hidrostática para proporcionar a migração para superfície;

• Presença de água.

De acordo com Granato (2005), a eflorescência ocorre devido ao alto teor de

hidróxidos de cálcio que são encontrados no cimento utilizado na argamassa

empregado na execução da proteção mecânica e no assentamento dos revestimentos.

A água que permeia pelos revestimentos, rejuntes e tricas, dissolve os hidróxidos do

cimento, tornando-o alcalino, ao encontrar condições para se desenvolver, os sais se

cristalizam e formam-se as eflorescências. Por isso, é recomendável usar argamassas

que não receba cal em sua composição, pois a cal pode gerar eflorescências na pedra.

As argamassas que serão utilizadas devem seguir corretamente as recomendações do

fornecedor para que que tenha o traço correto e assim, evitar o aparecimento desta

patologia. A areia usada na argamassa não deve conter impurezas, pois pode tornar a

argamassa porosa e facilitando o transporte de sais dissolvidos na água.

Conforme Maxit (apud Antunes et al., 2011), se a eflorescência estiver localizada

na superfície da pedra e com grande intensidade no rejunte, convém verificar a

estanqueidade destes rejuntes (figura 11). Isto pode ter ocorrido devido o mal

preenchimento, que permite que toda a água da chuva penetre na fachada. A água, ao

infiltra-se podendo lixiviar o material de colagem, dissolvendo sais e arrastando-os até

a superfície.

38

Figura 11 - Eflorescência nas juntas em um edifício revestido com granito Fonte: Branco (2010)

As eflorescências ainda podem aparecer devido a presença de fissuras e pontos

de descolamento do rejuntamento, visto que esta patologia necessita de maior

quantidade de água para dissolver sais (Maranhão e Barros, 2006).

No momento da instalação da pedra, deve-se evitar criar um vazio entre a peça

e o substrato, que permite a passagem de água podendo causar eflorescência,

manchas, fissuras e descolamento.

Deve-se ter cuidado no momento da lavagem da fachada, pois mármores regem

ao ataque de ácido clorídrico ou muriático, surgindo eflorescência. Quanto maior o teor

de calcita maior vai ser a manifestação desta patologia.

Segundo Antunes et al. (2005), caso a eflorescência estiver localizada mais

próximo do solo e que a umidade é ascendente, pode ser feito um corte hídrico, que

permite estabelecer uma barreira continua, na base, que impede a ascensão da água

ou realizar trabalhos para drenar o solo nessa zona onde a eflorescência se encontra

(figura 12).

Eflorescências

39

Figura 12- Etapas para a execução da barreira de impermeabilização através do corte hídrico Fonte: Felten apud Alves (2011)

O reforço de ancoragem com uso de parafuso galvanizados ancorado com bucha

plástica pode ainda ter a funcionamento comprometido, pois a bucha dependendo do

comprimento, não alcança o substrato, fixada apenas na camada de argamassa. A partir

disto, podem surgir as eflorescências por existir um espaço vazio entre a cabeça do

parafuso e a placa por onde a água poderá penetrar (figura 12). O parafuso com rosca

do tipo castelo, permite um ajuste melhor da placa evitando o aparecimento de

eflorescência, porém pode comprometer a estética do revestimento (Branco, 2011).

Figura 13 – Eflorescências nas juntas e nos reforços de ancoragem Fonte: Branco (2010)

40

Segundo Branco (2010), os sais oriundos das eflorescências são de difícil

remoção e a tentativa de limpeza com produtos inadequados e abrasivos podem causar

mais danos à rocha.

4.2. Manchas

As manchas são patologias que modificam a aparência do revestimento,

mudando a sua cor e textura, podendo ter diferentes causas, como: umidade, materiais

e técnicas inadequadas, escolha errada da rocha ornamental ou poluição. O tipo de

manchas mais comuns é aquele que ocorre devido a própria umidade da argamassa

que provoca alterações cromáticas na superfície da rocha. Inicialmente, as manchas

irão afetar a estética do edifício e, posteriormente, poderá danificar as propriedades

físicas e mecânicas das peças.

O aumento da umidade da argamassa, que é porosa, provoca a expansão que

é chamada de dilatação higroscópica. Porém, se houver a diminuição da umidade, a

argamassa retrai. Havendo vínculos que restringem a movimentação, aliado à

intensidade da movimentação e do módulo de deformação do material, são

desenvolvidas tensões, além do surgimento de manchas, podem provocar

descolamento e fissuras (Branco, 2010). Além disso, as fissuras podem ser porta de

entrada para infiltração de água. Usualmente nas rochas mais impermeáveis, a umidade

se concentra nas juntas e em rochas mais porosas, absorvem a umidade de forma

uniforme (Antunes et al., 2005).

O método de fixação direta de rochas ornamentais nas fachadas (fachadas

aderentes) é oportuno para o surgimento de manchas nas pedras.

Todas as pedras são porosas e determinadas substâncias podem penetrar no

interior da pedra através desses poros. Segundo Iamaguti (2001), Flain et al. (2014) e

Antunes et al. (2005), é comum o aparecimento de manchas provocadas principalmente

pelo excesso de água na argamassa, impurezas do cimento e da areia, juntamente com

a alta porosidade da rocha, poderão reforçar o manchamento da pedra. As substâncias

que causam as manchas ficam dissolvidas no excesso de água presente na argamassa,

evaporam através dos capilares das pedras em direção a superfície, dando origem as

manchas escuras com aspecto molhado em locais isolados. A umidade também pode

originar manchas que mostram a forma que as placas foram fixadas no substrato, por

isso é necessário que a colagem seja dupla. Se na penetração de água na placa houver

transporte de íons do cimento poderá ocorrer precipitação destes íons em poros da

pedra. Segundo Flain et al. (2014), a presença de impurezas nas areias, tais como

óxidos e hidróxidos de ferros, principalmente de frações finas (# < 100), podem, em um

41

meio com grau de alcalinidade alto, como o que é promovido pela mistura de água-

cimento, se dissociarem e migrarem por capilaridade, para a superfície da pedra e a

partir disso se precipitarem e provocarem as machas na pedra (figura 14).

Figura 14 - Manchas oriundas de umidade excessiva da argamassa (manchas escuras) quanto da impurezas dos materiais do assentamento (manchas amareladas)

Fonte: Iamaguti (2001)

Segundo Iamaguti (2001), as manchas de umidade aparecem devido a:

• características das rochas escolhidas incompatíveis com o uso

(constituição mineralógica impropria, alto grau porosidade e

permeabilidade);

• Existência de infiltrações na edificação;

• Percolação de água de chuva que propiciam a formação de manchas nas

pedras (percolação nas juntas mal rejuntadas, mal vedadas e mal

impermeabilizadas). Este fator compromete a durabilidade e

estanqueidade das edificações.

Segundo Iamaguti (2001), o processo convencional de assentamento, utilizando

argamassa para fixar placas naturais, pode ocasionar carreação de carbonatos para a

superfície da placa, surgindo eflorescência, que aparecem devido ao uso de cal de

forma indevida na argamassa ou do cimento de qualidade inferior.

As rochas são compostas por diversos minerais que possuem diferentes

características e, portanto, quando esses minerais são alterados (intemperismo, chuva

ácida, produtos de limpeza, entre outros), podem se transformar em outro mineral

(secundário) e haver a liberação de elementos químicos.

42

Segundo Maranhão e Barros (2006), as manchas geralmente estão ligadas à

presença de minerais que se alteram nas condições ambientais e produzem manchas.

Este é o caso dos revestimentos de rochas que possuem ferro em sua composição

(𝐹𝑒+2) que quando é oxidado, se transforma em 𝐹𝑒+3 que acaba produzindo manchas

amarelas e quando é lixiviado, embranquece a superfície da placa. Os inserts e outros

elementos metálicos (portas, entre outros) também podem ser capazes de causar

manchas devido a oxidação deles (figura 15).

Figura 15 - Manchas devido a liberação de óxidos e hidróxidos de ferro provenientes da porta de ferro no revestimento Fonte: Iamaguti (2001)

Muitas vezes, com a ideia de tentar aumentar a aderência da placa ao substrato

é utilizado arames no tardoz da placa, porém este método pode causar baixa segurança

pois não é possível realizar a verificação com relação ao seu desempenho e o uso de

arame não galvanizado pode levar a corrosão causando a perda de resistência (figura

16). Além disto, é possível acontecer o desplacamento de peças (Branco, 2010).

43

Figura 16 - Machas devido ao uso de arames no tardoz do revestimento Fonte: Branco (2010)

A corrosão dos dispositivos metálicos pode ocasionar machas avermelhadas na

pedra por isso é aconselhável usar dispositivos metálicos inoxidável.

Os selantes são utilizados para vedar juntas contra infiltrações e também são

utilizados para aliviar as tensões térmicas. Porém, se houver excesso no uso de

selantes, haverá o manchamento ao seu redor (figura 17). De acordo com Antunes et

al. (2005), as manchas também podem aparecer ao longo do tempo em virtude à

infiltração da água da chuva pelas juntas presentes entre as placas ou pelo topo do

revestimento que umidifica a argamassa, esta situação acontece quando as placas não

estão alinhadas e quando as juntas não estão bem preenchidas. Alem disso, Iamaguti

(2001) afirma que a falta de limpeza que a mancha na superfície da pedra ao aplicar

selante ao redor das juntas podem ocasionar o manchamento das peças.

Figura 17 - Manchas devido a aplicação inadequada de selante Fonte: Branco (2010)

44

O rejuntamento, caso não seja feito de forma correta, pode ser a porta de entrada

para infiltração de água, possibilitando o surgimento de manchas próximos aos rejuntes.

As juntas devem ser preenchidas no tempo de abertura correto, pois segundo Antunes

et al. (2005), a umidade poderá ser liberada através das placas de rochas através de

fenômenos de vapor e capilaridade. Este fenômeno é lento e que pode dar origem ao

transporte de substâncias solúveis em água levando ao surgimento de manchas.

Figura 18 - Machas de umidade devido a falhas no rejuntamento que permitiram a infiltração de água nas juntas

Fonte: Branco (2010)

Os impermeabilizantes têm o objetivo de minimizar o surgimento de manchas. O

uso de impermeabilizantes incorretamente podem causar a alteração do aspecto

superficial da pedra, pois pode ser formada por uma película superficial ou a degradação

devido a temperatura e umidade. Os produtos impermeabilizantes podem provocar a

perda de transparência e o surgimento de manchas (geralmente amarelas), que alteram

o aspecto superficial das pedras (Maranhão e Barros, 2006).

Segundo Branco (2010), a incompatibilidade entre o produto de proteção

superficial e alguns dos componentes mineralógicos da rocha podem causar

manchamentos.

O graffiti acontecem devido ao vandalismo, como a rocha ornamental é um

material poroso, a remoção do graffiti nem sempre é fácil, deixando muitas vezes

manchas ao fazer a limpeza (figura 19). Esta remoção pode contribuir para ocorrência

de degradação, devido a diminuição da espessura do revestimento (Silva, 2009).

45

Figura 19 - Manchas causadas pela limpeza ineficiente para remover graffiti do revestimento Fonte: Autora

4.3. Modificação de coloração

Este tipo de patologia tem origem a partir de fatores externos, geralmente

relacionados a manutenção e limpeza das peças de rocha (figura 20). A utilização de

produtos de limpeza ácidos podem causar a perda de brilho e causar mudanças nas

cores da pedra. Por isso, é necessário o conhecimento prévio na hora de realizar a

limpeza para que usem produtos adequados de acordo com a natureza e especificações

de cada rocha (Costa, 2011).

De acordo com Branco (2010), a modificação da coloração original da placa de

rocha ornamental é originária do:

• Desgaste e/ou lixiviação de minerais pela ação de intempéries e por

agentes de limpeza agressivos (ácido muriático);

• Deposição de sujeira que ocasionam uma aparência amarelada na peça;

• Amarelamento de ceras ou outras películas utilizadas na proteção ou

impermeabilização da superfície da peça.

46

Figura 20 – Placas de granito apresentando modificação de coloração em virtude da aplicação de produtos de limpeza, insolação, poluição e oxidação

Fonte: Branco (2010)

4.4. Fissuras e fraturas

As fissuras e fraturas são aberturas nas placas, mas são patologias diferentes.

Fissuras são pequenas aberturas que aparecem na estrutura ou no revestimento, nível

superficial sem orientação preferencial. Segundo CANOVAS (1992), o processo de

fissuração contempla duas etapas: primeiro ocorre a microfissuração inicial e depois um

macrofissuração posterior. São consideradas microfissuras, aquelas que medem menos

de 0,05mm e as fissuras, medem até 2 mm. As fraturas ocorrem por toda a profundidade

do revestimento, ocasionando a fragmentação da pedra podendo acontecer o

desprendimento da peça. Por causa destas aberturas, as fissuras e as fraturas podem

ser portas de entradas de agentes agressivos. De acordo com Voratôjo e Silveira (2010),

no caso de fissuras, pelo menos uma das bordas não atinge o canto da peça pétrea,

enquanto a fratura, separa o objeto podendo causar a separação das partes, havendo

a possibilidade da queda material (figura 21).

47

Figura 21 - Fratura por impacto em revestimento de granito Fonte: Autora

De acordo com Iamaguti (2001) e Branco (2010), as fissuras e fraturas podem

aparecer devido a:

• Falta de cuidado no transporte da peça (choque entre as placas) e

assentamento da peça, a interface entre o revestimento e da camada de

fixação não contínua;

• Elevado índice de dilação térmica das placas que são expostas a

variações térmicas e separadas por juntas inadequadas (figura 22);

• Solicitações elevadas ou repetitivas nas peças de rocha.

Figura 22 - Fissuras devido a dilatação e juntas com espaçamentos inadequados Fonte: Autora

Fissura de dilatação

48

De acordo com Neto (apud Costa, 2011), na fixação indireta, as tensões

provocadas pelos grampos, que restringem as deformações, geram tensões que podem

originar fissuras nas rochas ornamentais. Para evitar o aparecimento deste tipo de

manifestação patológica é necessário deixar juntas em tamanho adequado para que

possam ser utilizados materiais elásticos nestas juntas para que possam absorver as

deformações provocadas pelo sistema.

De acordo com Branco (2010), as resinas de preenchimento são usadas

geralmente para calafetação (vedação de fendas) na superfície da pedra e é usado

principalmente com mármore. Esta resina é um material muito poroso. Por isso deve ter

cuidado na escolha da rocha, pois se o local for suscetível a agressões químicas, as

resinas por serem porosas, serão atacadas também, ocasionado o ressecamento e

fissuras.

De acordo com Silva (2009), a lascagem distingue-se pela perda de fragmentos

do material pétreo. Esta patologia e é mais comum nas zonas de fixação metálica e nas

bordas das placas (figura 22).

Figura 23 – Lascagem nas bordas do revestimento em mármore Fonte: Autora

Uma patologia que pode ocasionar a lascagem da rocha ornamental é a

utilização de dispositivos metálicos nas zonas dos orifícios de fixação no topo das

pedras. Esta anomalia é decorrente das tensões excessivas da pedra, mas também

pode ser originada da falta de prumo que criam tensões nos apoios metálicos. Isto pode

acontecer frequentemente quando não se é respeitada a distância mínima entre a face

exterior e o eixo dos furos para colocar os dispositivos metálicos.

49

Os elementos de fixação ainda podem fletir, surgindo deficiências de planeza do

revestimento, que poderão originar fissuras, lascagem ou até o desprendimento do

revestimento (Silva, 2009).

A corrosão dos inserts metálicos em contato com a água e a poluição podem se

degradar/corroerem, vão originar além das manchas de ferrugem, ainda podem originar

fissurações e degradações (Silva, 2009).

Segundo Carvalho (2003), o uso de argamassas mais resistentes e menos

deformáveis pode levar ao surgimento de fissuras nos vértices da pedra. Quando a

pedra tem elevada resistência mecânica e/ou juntas estão preenchidas com

argamassas mais deformáveis, as fraturas aparecem segundo as juntas.

As rochas que tem alta capacidade de absorção de água, pode propiciar

patologias devido a interação da argamassa com os agentes degradadores ambientais.

Esta propriedade pode estar ligada ao alto grau de alteração mineralógica e de

microfissuração Mesmo que o grau de alteração esteja inicialmente baixo, poderá

evoluir se as condições ambientais e microambientais forem desfavoráveis as placas.

Neste processo de microfissuração poderá aumentar e gerar fraturas (Frazão e Farjallat

apud Flain et al., 2014)

4.5. Riscos

Os riscos na superfície da rocha ornamental acontecem devido a dureza da

rocha ser menor que a dureza do material que a riscou. A dureza está relacionada a

resistência do material ser riscado e para classificar os minerais presentes nestas

rochas foi elaborada a escala de Mohs que varia de 1 a 10 na escala de dureza. Os

riscos são comuns em edificações que não foram especificadas corretamente o material

segundo uso. Segundo Iamaguti (2001), rochas ricas em quartzo e feldspato, como

granito e gnaisses, tem dureza elevada e, portanto, são muito resistentes ao risco.

4.6. Descolamento de placa

O descolamento é a patologia mais perigosa devido ao risco de queda de placas

das fachadas de edifícios.

Segundo Granato (2005), o assentamento de rochas ornamentais demanda um

assentamento com alto desempenho, pois submete o elemento de aderência a altos

esforços cortantes e cargas de arrancamento. Porém, as argamassas têm a sua

resistência ligada ao teor de aglomerante, que são ricas, devido as condições impostas

50

pelo peso da placa, provocam tensões de retração elevada, cujo o alivio é restringido

pela aderência ao substrato e as placas de revestimento. Pela baixa deformabilidade

das argamassas ricas, as tensões tendem a provocar fissuras e descolamento do

revestimento (figura 24).

Figura 24 – Fissuras na argamassa provocando descolamento Fonte: Branco (2010)

Outro problema que pode ocasionar o desplacamento é a baixa qualidade da

argamassa para o revestimento pétreo, ou seja, uma argamassa com plasticidade

incorreta acaba gerando vazios ou falhas que prejudicam no preenchimento total da

placa da rocha (figura 25). Entretanto, há a possibilidade de incluir aditivos plastificantes

nas argamassas, mas se for feita de forma inadequada, estas argamassas

industrializadas podem diminuir a aderência do assentamento com a placa.

Figura 25 – Argamassa com plasticidade inadequada Fonte: Branco (2010)

51

Outro motivo para o desplacamento de pedras é a falha na aplicação da

argamassa de assentamento. Na figura 26, vemos os cordões intactos e que houve uma

pequena área efetiva de contato entre a argamassa e o tardoz da placa.

Figura 26 – Desplacamento causado pela falha na aplicação da placa na argamassa Fonte: Branco (2010)

De acordo com Costa (2011), para minorar os riscos de quedas das pedras

seguir processos rigorosos e produtos adequados, como:

• As superfícies da fachada e das placas devem estar limpas e sem poeiras

para garantir aderência do ligante;

• O teor correto de água é importante na argamassa pois caso contrário,

pode causar redução na eficácia da colagem.

• O produto de colagem deve ser adequado a pedra e ao tipo de substrato.

• O produto de colagem tem que cobrir toda a peça e substrato. O substrato

deve estar plano para que não se perca área de colagem. O tardoz deve

ter rugosidade para ter uma boa aderência.

• O tempo de abertura da argamassa deve ser o recomendado pelo

fabricante, pois caso seja ultrapassado este tempo, há a formação de

uma película que causa a perda da plasticidade e da adesividade da

argamassa

Os desplacamentos por variações térmicas que provocam dilatações e

contrações que são restringidos pelo o conjunto (revestimento, assentamento e

substrato) geram tensões. Deve-se ter cautela no momento de fazer as juntas pois, ela

deve ser dimensionada de forma a permitir as variações térmicas do revestimento.

Cordões intactos

Pequena área efetiva de contato

52

Segundo Granato (2005), a ausência de juntas geram esforços elevados e

impossíveis de serem absorvidas pelos materiais que integram a fachada, que por

serem rígidos, provocam o descolamento das placas cuja a aderência à argamassa do

substrato não é alta. A inexistência de juntas ou rejuntadas com argamassa rígida

provocam o descolamento das placas.

Na figura 27, mostra um trecho de uma fachada o qual está sob uma temperatura

inicial T, passando gradativamente para 𝑇1 > 𝑇. A argamassa se expande e as peças

tendem a se afastar uma das outras e as juntas se abrem, acontece o cisalhamento

entre o tardoz das placas e o assentamento (Figura 27A). Atingida a ruptura, as peças

se soltariam da base. Já na figura 27B, as peças não têm retração e nem deformação

lenta e assim, as pedras não acompanham o encurtamento, devida queda gradativa de

temperatura 𝑇2 < 𝑇 e, portanto, as peças se soltam pela falta de espaço para as

deformações.

Figura 27 - Revestimento solicitado à tração Fonte: Fiorito (2009)

53

Considere a figura 28, onde há compressão atuando no revestimento causado

pela retração da argamassa de assentamento. A compressão irá originar componentes

verticais “p” de tração, as quais tendem a arrancar o revestimento do substrato. A elas

se opõe a aderência "q" proporcionada pela argamassa no método convencional para

fixação do revestimento.

Figura 28 - Revestimento solicitado à compressão Fonte: Fiorito (2009)

Se 𝑝 < 𝑞, haverá compressão, mas o revestimento permanecerá estável (figura

28B). Se 𝑝 ≥ 𝑞, as peças se soltam da base por tração causará o abaulamento da placa

de revestimento (figura 28C) e logo depois, o seu colapso (figura 28D). A má formação

da argamassa ou a falta de água leva a valores baixos e irregulares de aderência “q”,

favorecendo o colapso.

De acordo com Costa (2011), se a placa descolada não possuir argamassa no

tardoz, significa que houve ruptura adesiva entre a placa e a argamassa (figura 29A).

Isto aconteceu devida a utilização de uma argamassa inadequada à porosidade da

pedra, ou a argamassa é fraca para as dimensões da placa utilizada para o

revestimento, ou devido a ultrapassagem do tempo de abertura da argamassa. Se a

placa descolada possuir pedaços de argamassa no tardoz e no substrato, indica que

54

houve ruptura coesiva (figura 29B). Este tipo de ruptura é devido a espessura excessiva

de argamassa ou pela umidificação de placas antes da aplicação. Se houver a ruptura

adesiva na interface da argamassa e o substrato (figura 29C), isto é caracterizado pela

presença de toda a argamassa no tardoz da placa. Esta situação pode ocorrer tanto da

contaminação do substrato com poeira, como pela variação de temperatura excessiva

ou umidade insuficiente que causaram secagem excessiva na aplicação da argamassa.

Ainda, o descolamento pode ser pela ruptura coesiva no substrato (figura 29D) neste

caso, o substrato não tem as devidas condições para receber o revestimento aderente

no peso e na dimensão do que foi aplicado no substrato. Após a queda da placa é

possível verificar como estão os cordões da argamassa, se eles estiverem visíveis

significa que a força aplicada foi insuficiente para a aderência, que pode provocar o

descolamento.

Figura 29 - Tipos de ruptura Fonte: Autora

O uso de impermeabilizantes pode reduzir a resistência de aderência, pois

quando aplicado no tardoz, o impermeabilizante poderá influenciar na resistência de

aderência reduzindo a permeabilidade à água, dificultando assim a penetração de pasta

para ancoragem placa-argamassa (Maranhão e Barros, 2006).

55

Em um sistema de fixação utilizando a fixação mecânica existem quatro tipos de

falhas que provocam rupturas e este tipo de falha pode causar o desplacamento,

fissuras e fraturas.

Umas das formas mais comuns do desprendimento do chumbador é a falha na

expansão. Esta falha surge quando o esforço de tração aplicado no chumbador é maior

do que a força de expansão entre o chumbador e a material base e, isto é causado em

virtude de um torque ou expansão abaixo das especificações do fabricante. Na figura

30, é possível ver que o chumbador sai completamente do furo sem a ruptura do

concreto (Walsywa).

Figura 30 – Desprendimento do chumbador na falha de expansão Fonte: Walsywa

Quando colocam chumbadores em um substrato frágil pode ocorrer a falha e isto

ocorre quando a resistência do concreto é menor que as cargas que o chumbador está

sujeito, levando ao arrancamento do chumbador (figura 31). Geralmente o rompimento

se dá entre 35 a 45 graus (Walsywa).

Figura 31 - Desprendimento do chumbador na falha no substrato Fonte: Walsywa

56

A falha do chumbador é uma falha que é caracterizada pelo rompimento do

chumbador que não seria adequado para suportar a carga aplicada (figura 32).

Figura 32 - Desprendimento do chumbador na falha no chumbador Fonte: Walsywa

A falha na instalação esta relacionada com o local onde os chumbadores foram

instalados. Esta ruptura é caracterizada pela a abertura de fendas ou quebra do

substrato (figura 32), que ocorreu devido as insuficientes dimensões deste substrato em

largura ou comprimento. A abertura destas fendas causadas pela expansão do

chumbador diminui a tensão que pode ser aplicada nos chumbadores. Esta patologia

pode acontecer devido a instalação de fixadores bem próximos das bordas do substrato.

Figura 33 - Desprendimento do chumbador na falha de trincas presente no material base (fonte: Walsywa)

4.7. Deterioração

A deterioração é uma mudança que ocorre nas propriedades naturais dos

materiais no decorrer do tempo quando este material está em contato com ambiente ao

qual está inserido. Quando há a ocorrência de um conjunto de várias manifestações

patológicas, podemos dizer que a pedra está se deteriorando. Esta degradação pode

comprometer a rocha ornamental tanto esteticamente (alterações cromáticas) quanto

na redução da resistência da rocha. Segundo Fascá (2002), a deterioração inclui

alterações físicas e químicas, desde alterações moderadas até esfoliações de camadas

superficiais.

57

De acordo com Viles (apud Fascá e Yamamoto, 2003), a deterioração é um

problema de fato quando uma ou mais das três condições são encontradas no sistema

construtivo, são elas:

• O ambiente ao qual está inserido é corrosivo, como áreas costeiras e

desérticas com aerossóis salinos e/ou as pedras que já tem

predisposição a se degradar;

• A ação humana acelera a deterioração devido a poluição atmosférica,

manutenção inadequada, entre outros;

• Edifícios e monumentos de grande valor ou significância são afetados.

As características físico-mecânicas das rochas, em maior ou menor grau em

função da composição mineralógica, solubilidade em ácidos, ação de intempéries,

conduzem tanto a degradação funcional quanto estética (Branco, 2010). As rochas

carbonáticas são suscetíveis a este conjunto de patologias que formam a deterioração.

A fadiga a longo prazo, a textura e/ou estrutura da rocha com elevado coeficiente de

dilatação térmica sucessivas também podem levar a perda de suas características

físico-mecânicas (Iamaguti, 2001).

Segundo Frascá e Yamamoto (2003), a deterioração inclui mudanças físicas e

químicas na superfície da pedra, quando se refere aos materiais que são porosos. Isto

resulta inúmeras manifestações patológicas, como formação de manchas ferruginosas

e crostas, descoloração, descamação superficial e produção de cavidades, buracos e

fragmentação. A partir disto, acabam resultando custos financeiros referentes a

reparação de danos, limpeza e restauração.

O tipo litológico da rocha, presença de fraturas e/ou fissuras, porosidade, o clima

e a taxa de intemperismo podem ser considerados fatores que tornam suscetível a

degradação da rocha. Além, da ação da poluição das cidades e a execução de

processos inadequados de assentamento e manutenção das rochas (Frascá e

Yamamoto, 2003). Além dos defeitos gerados da extração e o beneficiamento da rocha,

ainda podem levar o aumento de fissuras, aumento de porosidade e outros problemas,

que irão contribuir para a facilitação da degradação da rocha.

Outra possível origem da degradação é a utilização de rochas compostas por

minerais que são facilmente decompostos ou em estado avançado de decomposição e

isto ocorre pela incorreta especificação para o uso requerido (Branco, 2010). Neste

caso, muitos granitos amarelos, cuja a cor não é primária e sim secundária, que é

resultado da alteração parcial da rocha. Estas rochas são porosas e apresentam

58

características físico-mecânicas o que os torna rochas que não são recomendadas para

alguns usos (Iamaguti, 2001).

Podem-se ter a perda de resina de preenchimento, a formação de crostas negras

pela fuligem e também da chuva ácida, que aumenta a velocidade de degradação da

rocha (Branco, 2010).

Os efeitos químicos do ataque ácido é a gradual deterioração da superfície

exposta, portanto, o ácido penetra no interior da rocha que ocorre a gradual perda de

resistência e também o aumento da porosidade (Frascá e Yamamoto, 2014).

De acordo com Fascá (2002), no Brasil, as principais causas da degradação

podem ser sintetizadas em:

• Clima tropical (altas variações de temperatura e umidade);

• Agentes de limpeza, que podem causar modificação da rocha,

principalmente no aspecto estético;

• Poluição ambiental, que tem grande influência na emissão de poluentes

que ficam disperso na atmosfera (por exemplo, 𝑆𝑂2, 𝑁𝑂𝑥, 𝐶𝑂 𝑒 𝐶𝑂2);

• Assentamento inadequado das placas de rochas ornamentais.

A figura 34, mostra o caso do granito com presença de umidade que

proporcionou o desenvolvimento de outras patologias.

Figura 34 – Granito apresentando várias patologias (a) Machas amareladas, indicativo de forte alteração

(b) Umidade, mostra que o material tem alta absorção de água (c) Falha nos rejuntes, permitindo infiltrações

Fonte: Branco (2010)

4.8. Perda de brilho

A escolha correta da rocha ornamental deve ser feita com cuidado, pois cada

tipo de rocha possui uma resistência diferente. Sendo assim, a perda de brilho por

59

desgaste abrasivo vem em decorrência as características naturais. Por exemplo, o

mármore (que é uma rocha pobre em quartzo) tem pouca resistência ao desgaste e o

granito (que é uma rocha rica em quartzo) resistem bem ao desgaste abrasivo.

As causas químicas ocorrem através da ação de poluentes, atmosferas

agressivas ou pelo uso incorreto de produtos de limpeza que podem provocar a

oxidação, alteração cromática, inchamento e lascagem dos minerais e estas patologias

também provocam a perda de brilho do material. Os agentes químicos mais agressivos

são o dióxido de carbono e os gases sulfurosos. Em ambientes que apresentam

elevadas concentrações de poluição, reagem quimicamente com os minerais

constituintes das rochas, tornando o mineral pulverulento e desagregado. Assim a

porosidade aumenta, há a queda da resistência mecânica e o brilho da placa também

sofre decaimento. Alguns pássaros, provocam corrosão química através dos seus

dejetos, que tem uma composição química ácida (Oliveira et al., 2008b).

Segundo Maranhão e Barros (2006), muitos dos produtos de limpeza produzem

efeitos desastrosos no revestimento da placa de rocha, sendo muitas vezes

responsáveis pela perda de brilho, surgimento de cavidade, aumento da superfície

específica da placa (sujeita à impregnação de sujeira) e deterioração do rejunte.

4.9. Colônias biológicas

As colônias biológicas ocorrem a partir do crescimento de organismos biológicos

(fungos, algas, liquens, entre outros) nas fachadas provocando o surgimento de

manchas de diversas tonalidades que são dependentes do organismo biológico. As

colônias surgem dos esporos que se dispersam no ar e ao encontrar condições

adequadas para reprodução, umidade e nutrição, germinam e que podem prejudicar a

placa.

As colônias biológicas provocam a degradação da rocha ornamental por meio de

processos químicos que são desencadeados por organismos de natureza vegetal ou

animal. A colonização das rochas pode ser biológica (musgo, algas ou líquenes), por

vegetação (que nasce nas juntas e trincas do revestimento) e por excrementos de

animais (altamente nocivo).

O líquen é definido pela associação simbiótica entre um fungo e um ou mais

organismos fotossintéticos e esta simbiose forma um talo (não possui folhas ou caule).

Os liquens são sensíveis a poluição atmosférica pois danificam os talos, portanto eles

geralmente não estão presentes nos centros urbanos. Segundo Marques (apud Lobo,

2008), a degradação mecânica ocasionada pelos líquens é resultado da penetração dos

60

dispositivos de fixação e do próprio talo nos poros e fissuras existentes na rocha. O

crescimento do talo do líquen poderá provocar o aumento dessas fissuras. A

degradação química é resultado da atividade metabólica que provoca o surgimento de

ácidos que reagem com compostos da própria rocha.

A vegetação é classificada como a presença de musgos e plantas mais

desenvolvidas. A ação mecânica dos musgos não é tão problemática para a rocha

quanto nas plantas desenvolvidas pois estes seres não possuem raízes, mas sim

raizóides. As plantas mais desenvolvidas apresentam raízes, portanto são agentes de

degradação mais importantes pois através da pressão exercida pelo crescimento das

raízes e a exsudação de ácidos que tem a função de dissolver silicatos e carbonatos de

modo a poderem ser captados e absorvidos (Lobo, 2008). O surgimento de plantas

mais desenvolvidas é mais comum em planos horizontais visto que, é mais fácil

acumular água, sementes e a presença de animais como aves. A vegetação contribui

para o aumento de tensões por causa das suas raízes, contribuindo para aberturas de

fissuras na rocha (figura 35).

Figura 35 - Desenvolvimento de vegetação entre as juntas Fonte: Branco (2010)

A decomposição de excrementos orgânicos de seres vivos pode levar a

formação de ácido húmico (que acelera a decomposição de rochas), ácido fosfórico e

enxofre (que corroem a superfície das rochas).

61

5. Trabalho de campo

Neste presente trabalho, foram analisados 9 edifícios que apresentam em suas

fachadas a aplicação de rochas ornamentais e, portanto, foram exploradas algumas das

patologias mais evidentes. No apêndice A, estão as fichas e as tabelas utilizadas para

a realização das análises das patologias que foram utilizadas no capitulo 5. Já no

apêndice B, estão anexados os resultados observados de cada edifício estudado.

Primeiro foi feita a descrição dos edifícios, como: o tipo de uso da edificação, o

tipo de pedra, cor, tipo de fixação, dimensões e juntas. Em seguida, as causas para o

surgimento das patologias e finalmente, as soluções para resolução das patologias

apresentadas.

5.1. Eflorescência

Este edifício comercial está localizado na Avenida Rio Branco que está revestido

com placas de rochas de granito que apresentam eflorescências. A eflorescência está

localizada nas juntas. As peças que revestem esta fachada são constituídas de granito

na cor preta, com 1 cm de espessura e com superfície retangular de 80 x 65 cm (5200

𝑐𝑚2). A junta possui aproximadamente 1 mm (variáveis). A fixação mista (direta +

fixação mecânica) utilizando 3 parafusos por placa.

As figuras 35 e 36 apresentam eflorescência nas juntas. Esta patologia surgiu

devido a depósitos salinos ocasionando manchas esbranquiçadas. Devido ao mal

estado do rejuntamento que estava em contato com água da chuva e/ou umidade,

acabou acarretando um elevado teor de hidróxidos. De acordo com Silva (2009), a

eliminação de eflorescência é realizada através da limpeza e manutenção das fachadas,

podendo causar custo onerosos.

Para esta situação, seria necessária a remoção das peças mais danificadas

pelas manchas causadas pelas eflorescências e instalação de novas placas. E é de

suma importância, descobrir a origem do problema e solucionar as manchas para que

não reapareçam. As pedras que não estiverem tão danificadas devem ser lavadas com

jatos d’água, escova de cerdas macias e produtos de limpeza adequados (Costa,2011).

Conforme Maxit (apud Antunes et al., 2011), se a eflorescência estiver localizada

na superfície da pedra e com grande intensidade no rejunte, convém verificar a

estanqueidade destes rejuntes. Isto pode ter ocorrido devido o mal preenchimento, que

permite que toda a água da chuva penetre na fachada. A água, ao infiltra-se podendo

62

lixiviar o material de colagem, dissolvendo sais e arrastando-os até a superfície. Os

rejuntes que estiverem em mal estado devem ser refeitos e também é importante

impermeabilizar os topos das fachadas para evitar infiltração de água.

'

Figura 36 e Figura 37 - Eflorescência nas juntas Avenida Rio Branco 100 com Rua do Rosário

Enquanto a figura 38, apresentam granitos na cor marrom, onde as placas têm

80 x 180 cm (14400 𝑐𝑚2) com espessura de 2,5 cm. As juntas têm aproximadamente

3 mm. A fixação foi feita de forma direta.

A figura 38 apresentam eflorescências nas placas e esta patologia surgiu mais

fortemente na área onde tem uma tubulação que passa próximo a estas placas.

Possivelmente, esta tubulação está com vazamentos e seja a principal origem do

problema.

Eflorescências nas juntas

63

Figura 38 – Eflorescência na Avenida Rio Branco 128 com a Rua Sete de Setembro

Neste caso, primeiro seria necessário fazer uma vistoria nas instalações que

passam naquela área para ver se há vazamentos e tomar medidas para a resolução do

problema, seja a troca ou reparo da tubulação. As placas devem ser lavadas com água,

escova de cerdas macias e produtos de limpeza adequados, caso as placas tenham

sido fortemente danificadas devem ser trocadas, juntamente com o reparo nas

instalações. Estas medidas serão suficientes para o não reaparecimento desta

patologia.

5.2. Descolamento de placa

Esta fachada de um edifício comercial, localizado na Avenida Rio Branco, está

revestida com placas de rocha que apresenta descolamento da placa (figura 39). Na

localidade onde ocorreu o descolamento, nota-se que o assentamento saiu juntamente

com a placa, ficando apenas o substrato.

Neste caso, esta patologia surgiu devido a ruptura completa entre a argamassa

e o substrato (como foi exemplificado na figura 29C, no capítulo 4.6), possivelmente isto

ocorreu devido a contaminação do substrato com poeira ou variação de temperatura

Tubulação

Tu

64

excessiva ou umidade insuficiente que causaram a secagem excessiva no momento da

aplicação da argamassa. Como as juntas nesta fachada são estreitas, provavelmente

resultou em esforços elevados e que tornou inviável os esforços serem absorvidos pelos

materiais que compõem a fachada, visto que a aderência a argamassa não é tão alta,

provocando o descolamento das placas na fachada.

Para reparação nesta situação, seria necessário dimensionar de forma

adequada as juntas para que o sistema possa se movimentar livremente sem que os

esforços não sejam absorvidos pelo sistema e que acabem ocasionando o

descolamento de placas. Além disso, deve-se ser vistoriado todas as placas, pois como

há juntas com espessuras inadequada e que impedem a completa absorção dos

esforços provocados pela variação de temperatura. Caso necessário, remover as placas

e recolocadas corretamente.

Figura 39 - Desplacamento na Avenida Rio Branco 100 com a Rua do Rosário

O revestimento de placa de rocha aplicado na fachada de um edifício comercial,

localizado na Rua Buenos Aires, apresenta descolamento. Na figura 40, mostra o

descolamento da placa e a figura 41, o eminente descolamento das placas. A placa de

rocha que reveste esta fachada em estudo é constituída de granito de cor preta, com

aproximadamente 2 cm de espessura e com superfície retangular de 45 x 90 cm (4050

𝑐𝑚2). As juntas entre as placas têm dimensões de aproximadamente de 4 mm. A fixação

da placa foi feita de forma direta (fachada aderente), usando-se o método de colagem

simples sem utilização de fixação mecânica.

65

No caso da figura 40, esta patologia surgiu devido a ruptura completa entre a

argamassa e o tardoz da placa (como foi exemplificado na figura 29A, no capítulo 4.6)

e podemos ver falhas ou vazios (resistência nula), o que coopera para diminuir a

aderência da placa na argamassa. Isto possivelmente aconteceu em virtude da

utilização de argamassa imprópria para a porosidade da pedra, ou a argamassa é fraca

para as dimensões da placa utilizada, ou devido a ultrapassagem do tempo de abertura

da argamassa.

Já na figura 41, parece a situação ilustrada capítulo 4.6, na figura 27B. Thomaz

(2003), lista duas causas:

• Deformação lenta e retração por secagem. A argamassa fica sujeita a

grandes tensões de cisalhamento. As pedras não têm retração e nem

deformação lenta e por este motivo, as pedras não acompanham o

encurtamento. Os revestimentos pétreos ficam comprimidos e flambam.

Como é visto na figura 41, a flambagem sempre ocorre entre duas placas.

• Como fachadas estão expostas a insolação, elas podem atingir

temperaturas de 60ºC, em contraste com a temperatura interna da

edificação que fica por volta de 25ºC. As pedras tendem a dilatar e o

concreto impede. Este fenômeno gera tensões idênticas ao fenômeno de

deformação lenta e retração.

Para a reparação da fachada, seria necessário remover as placas e a argamassa

danificada e logo depois, deverá ser feita a reaplicação das peças de forma correta. O

substrato deve ser limpo dos restos de argamassa. Todas as pedras com riscos de se

desprenderem devem ser retiradas. Como já foi citado no capítulo 3.2.1.2, a placa tem

dimensões maiores do que especificado pela CTSB e que pela organização deveria

usada a fixação mista ou fachada aerada, e pela Weber Saint-Goble que para esta área

de placa, deveria usar uma argamassa que proporcione uma deformabilidade maior.

Para Thomaz (2003), para evitar o ressurgimento da patologia da figura 41 seria

necessário a fixação de grampos metálicos.

66

Figura 40 e Figura 41 – Desplacamento na Rua Buenos Aires, 59

5.3. Manchas

Esta fachada está localizada na Avenida Rio Branco, revestida com placas de

granito marrom que está apresentando manchas de umidade (figura 42).

Neste caso, as manchas de umidade surgiram possivelmente do vazamento da

tubulação no forro da marquise deste edifício comercial.

Para a reparação da fachada, primeiro deve-se resolver o problema com o

vazamento na tubulação. A mancha de umidade acabou provocando modificação na

coloração da pedra e após a resolução da raiz do problema, seria necessário trocar

todas as peças de granito afetadas pelo vazamento de água.

67

Figura 42 - Manchas de umidade na Avenida Rio Branco 128 com a Rua Sete de Setembro

O revestimento de granito na fachada de um edifício comercial, localizado na

Avenida Rio Branco apresenta manchas de umidade. A fachada é constituída de granito

de cor cinza, com espessura de 1,5 cm de espessura e com superfície retangular de 45

x 80 cm (3600 𝑐𝑚2). As juntas entre as placas têm dimensões de aproximadamente de

1 mm. A fixação da placa foi feita de forma direta.

Nas figuras 43 e 44, a patologia manifestou-se em virtude de falhas no

rejuntamento que consequentemente deu origem ao manchamento por absorção de

água. A água da chuva juntamente com a ação dos ventos permitiu a infiltração de água

permitiram a percolação nas juntas mal executadas ou com especificação incorreta,

provocando manchas na área.

Para a reparação das manchas de umidade causadas pela penetração de água

devem ser refeitos os rejuntes de forma adequada e com os materiais corretos para que

a mancha não retorne, visto que o pilar tem contato com a água da chuva,

principalmente nas quinas. Portanto, para correção, seria necessário a total remoção do

material preenchido e reaplicação de um novo rejunte.

Manchas de

umidade

68

Figura 43 e Figura 44 - Manchas de umidade na Avenida Rio Branco, 125

A figura 45, apresenta uma fachada comercial localizada na Avenida Rio Branco

que apresenta também manchas ocasionadas por umidade. A fachada é formada por

peças de granito cinza com espessura de 2,0 cm com dimensões de 60 x 95 (5700 𝑐𝑚2).

As juntas apresentam 5 mm de espessura. A fixação da placa foi feita de forma direta.

A partir da figura 45, podemos notar que a umidade vem da percolação de água

pelo solo, por ascensão capilar. Possivelmente esta mancha surgiu devido a ineficiência

da impermeabilização.

Primeiro, será necessário retirar a placa. Como a umidade está localizada

próxima do solo e a umidade é ascendente, deverá ser feito um corte hídrico e execução

da impermeabilização na base (exemplificado na figura 12 na seção 4.1), que impedirá

a ascensão da água e consequentemente as manchas na pedra ou deverá ser feita a

drenagem do solo na área onde ocorreu a mancha de umidade.

69

Figura 45 - Manchas devida à umidade na Avenida Rio Branco 99

A fachada localizada na Avenida Rio Branco apresenta manchas próximo as

juntas (figura 46). A fachada é constituída de granito de cor marrom, com espessura de

1,5 cm e com superfície retangular de 90 x 100 cm (9000 𝑐𝑚2). As juntas entre as placas

têm dimensões de aproximadamente de 1 mm. A fixação da placa é mista (direta +

fixação mecânica) com 4 parafusos em cada placa.

Na figura 46, a patologia manifestou-se em virtude de excesso de selante

utilizado nas juntas e falta de limpeza na superfície da pedra o que ocasionou as

manchas. O não uso de fitas de proteção no momento do uso do selante e a limpeza

ineficiente dos resíduos de selante próximo as juntas causaram as manchas.

De acordo com Poliplás (2017), o selante quando está endurecido ou curado é

de difícil remoção e somente poderá ser removido por abrasão ou com auxílio de um

material cortante. Por isso, a remoção deve ser realizada com o devido cuidado para

não danificar a superfície onde o selante foi aplicado.

70

Figura 46 - Mancha de selante na Avenida Rio Branco, 142 com a Rua da Assembleia

5.4. Manchas de minerais secundários

Esta fachada foi utilizada a placa de mármore como revestimento e está

localizada na Avenida Rio Branco que apresentam manchas devido a minerais

secundários, ou seja, o mineral primário se transformou em um secundário liberando

certos elementos químicos. A fachada é constituída de granito com de cor branca, com

1 cm de espessura e com formato retangular de 40 x 85 cm (3400 𝑐𝑚2). As juntas têm

dimensões 1 mm. A fixação foi feita de forma direta (fachada aderente) sem a utilização

de fixação mecânica.

As figuras 47 e 48 mostram o surgimento de uma mancha ferruginosa próximo a

proximidade da porta de ferro que se encontra enferrujada no estabelecimento

comercial. Esta patologia surgiu devido a liberação de óxidos e hidróxidos de ferro que

ocasionou a mancha de ferrugem na fachada de mármore. A umidade, água da chuva

e/ou poluição, possivelmente ocasionaram a oxidação e provocaram o surgimento de

hidróxidos de ferro, que precipitaram nas placas de mármore, afetando a estética da

rocha, como é visto nas figuras abaixo. Além disso, a alta porosidade da rocha, que é o

mármore, reforçou o manchamento da peça.

A porta por estar exposta a poluição, umidade e chuva, ocasionou a degradação

da peça de mármore. Para frear o aparecimento de manchas originadas a partir da

liberação de hidróxido de ferro seria necessário trocar a porta de ferro por uma porta de

aço galvanizado ou inoxidável ou efetuar a retirada da ferrugem da porta e utilizar um

71

líquido neutralizador de ferrugem. Além disso, seria necessário remover as pedras

afetadas e utilizar oxilene (removedor de oxidação em pedra natural) para remover as

manchas de ferrugens da pedra.

Para reduzir o surgimento de manchas ferruginosas e aconselhável a

impermeabilização da peça e o uso de produtos de limpeza apropriados para a

especificação da pedra.

Figura 47 e Figura 48 - Mancha devido a liberação de óxidos e hidróxidos de ferro por porta de ferro enferrujada na Avenida Rio Branco 100 com a Rua do Rosário

As figuras 49 e 50 mostram a fachada de um edifício comercial localizada na

Avenida Rio Branco e está revestida por peças de granito que está apresentando

manchas de cor acastanhada.

Esta patologia deve ter sido proveniente da presença de impurezas de ferro no

cimento e na areia não lavada que ao evaporar a água da argamassa, penetram os

poros das pedras causando manchas ferruginosas.

Para reparar o problema, é necessário remover as pedras danificadas e utilizar

o oxilene para retirar as manchas. Em seguida, retirar toda a argamassa que provocou

as manchas e utilizar uma nova argamassa para assentar as placas recuperadas.

72

Figura 49 e Figura 50 - Mancha ocasionada por minerais secundários Avenida Rio Branco, 142 com a Rua da Assembleia

5.5. Modificação da coloração

Este edifício comercial está localizado na Avenida Rio Branco, onde o

revestimento aplicado foi o mármore que apresentou modificação da coloração (figuras

51 e 52). As peças que revestem a fachada são compostas por mármore na cor branca,

com 1,5 cm de espessura e com dimensões de 135 x 70 cm (fachada principal) e 90 x

70 cm (fachada lateral). A junta possui aproximadamente 1 mm e a fixação foi feita de

forma direta.

O mármore é uma pedra que é muito sensível a intempéries e a poeiras. Quando

são utilizados produtos de limpezas incorretos podem ocasionar mudanças de

coloração e perda de brilho. A insolação, poluição e sujeira impregnada na pedra

também pode intensificar a patologia. Na verdade, o mármore deveria ser evitado em

cidades onde chuvas são muito ácidas por causa do pH elevado da água.

Para limpeza, aplique detergente neutro na pedra e utilize uma esponja ou um

disco abrasivo. Os rejuntes também devem ser limpos com a utilização de removedores

a seco ou a base de limoneno. No final do processo, aplica-se um hidrorrepelente para

aumentar a proteção do revestimento (Revista Techne, 2008).

73

Figura 51 e Figura 52 - Diferença de coloração das placas na Avenida Rio Branco com a Rua Sete de Setembro

5.6. Perda de Brilho

A fachada da figura 53 foi aplicado uma peça de granito que está localizada na

Avenida Rio Branco, apresentando perda de brilho. A fachada é constituída por placas

de granito na cor marrom, com 1,5 cm de espessura e com formato retangular de 40x60

cm, mas são peças com dimensões variáveis. As juntas têm dimensões 2 mm. A fixação

da placa foi feita de forma direta.

Os principais fatores que possivelmente ocasionaram a perda de brilho nesta

placa de granito foram: o clima e as condições atmosféricas que as placas estão

submetidas devido a sua localização (Centro da cidade do Rio de Janeiro) onde há uma

grande circulação de carros e ônibus todos os dias e o uso de produtos de limpeza

ácidos que degradam a pedra provocando a perda de brilho.

Quando as rochas perdem o brilho é necessário polir o material ou aplicar

produtos químicos (seladores) que devolvem a luminosidade, mas este procedimento

não proporcionam um resultado tão efetivo.

74

Figura 53 - Perda de brilho na Avenida Rio Branco 103 com a Rua do Rosário

5.7. Fraturas, fissuras e lascagem

A fachada de granito marrom de um edifício comercial localizado na Avenida Rio

Branco apresenta fraturas, fissuras e lascagens (figuras 54, 55 e 56). A placa de granito

tem espessura de 3,0 cm de espessura e com superfície retangular de 120 x 90 cm

(10800 𝑐𝑚2). As juntas entre as placas têm dimensões de aproximadamente de 3 mm.

A fixação da placa foi feita de forma direta.

Como vemos na figura 55, ocorreu um descolamento parcial da placa de granito

e fica evidente o surgimento de outras patologias (fissuras, lascas e fraturas). Essas

outras patologias possivelmente surgiram de dilatações e contrações do conjunto

(revestimento, assentamento e substrato) gerando tensões, por isso as dimensões das

juntas devem ser adequadas para não surgir tensões entre as placas que

potencializariam o aparecimento as fissuras, fraturas e lascagem das pedras.

Neste caso, para a reparação da área da fachada com a presença destas

patologias, seria necessário retirar a placa pois ela está muito danificada, juntamente

com argamassa. Além disso, seria necessário dimensionar as juntas adequadamente

para que o sistema possa dilatar e contrair livremente sem que gere tensões nas placas

pétreas. Segundo Costa (2011), pode-se ainda prever a fixação mecânica

complementar nas placas.

75

Figura 54 e Figura 55 – Fratura, lascagem e fissuras na Avenida Rio Branco 109

Figura 56 – Fissuras na Avenida Rio Branco 109

A fachada de um edifício comercial com aplicação de granito como revestimento,

localizado na Rua Buenos Aires, apresenta fissuras e fraturas (figura 57 e 58).

Na figura 57, o faturamento deve ter surgindo devido a algum forte impacto na

pedra. A figura 58 mostra fissura horizontal que ocorreu na placa que está na eminência

Descolamento

da placa do

substrato

Fratura e Lascagem Fissura

Fissuras devido

a dilatação

76

de descolar (figura 41, capítulo 5.2.). Os revestimentos pétreos ficaram sujeitos a

tensões de cisalhamento, sendo comprimidos e acabaram flambando, ocasionando a

fissura horizontal.

Em ambos os casos, será necessário trocar as peças de granito por estarem

muito danificadas e remover as argamassas. A reaplicação das peças deverá ser feita

corretamente com juntas de dimensões adequadas. Para evitar o reaparecimento da

patologia da figura 58, seria necessário a utilização de fixação mecânica.

Figura 57 e Figura 58– Fraturas e fissuras na Rua Buenos Aires, 59

5.8. Riscos

Este edifício comercial é composto por placas de granito na cor preta, que está

localizado na Avenida Rio Branco e apresentam riscos em suas pedras (figura 59).

Os riscos apareceram por causa do contato com materiais com dureza maior do

que a dos minerais presentes na peça de granito.

Para remover os riscos das placas, será necessário limpar a placa para tirar

qualquer sujeira que esteja acumulada. Depois de limpo, será utilizado uma pasta para

polimento e será utilizado um equipamento para realizar o polimento da pedra. Se

necessário, impermeabilizar a placa. Pode-se utilizar medidas paliativas para disfarçar

os riscos, como: um acrílico rígido e impermeabilizante realçador de cor, porém, estas

medidas não são tão efetivas como o polimento.

Fissuras de

dilatação

77

Figura 59 - Riscos na Avenida Rio Branco 100 com a Rua do Rosário

5.9. Colônias biológicas

A fachada localizada na Avenida Rio Branco, está revestida por placas de granito

que apresenta colonização biológica (figura 60). A vegetação nasceu na junta entre as

placas na marquise do edifício.

As fachadas estão em contato com a água da chuva e com a umidade. Se

material do rejuntamento se desassociar ou houver o surgimento de fissuras nas placas,

poderá ocasionar o surgimento de plantas neste fendilhamento. A vegetação parasita

poderá ocasionar um aumento de tensões devido ao crescimento das raízes que poderá

comprometer a estabilidade da fachada.

Esta fachada tem uma marquise e possivelmente esta marquise não foi

impermeabilizada adequadamente, pois por toda a marquise apresenta manchas

umidade em suas placas que revestem a marquise deste edifício comercial. Antes de

retirar a vegetação propriamente, será necessário resolver o problema de umidade pois

a umidade e luz contribuem para o desenvolvimento de organismos biológicos. Logo

depois, deverá ser realizado um rejunte bem executado para que não seja um lugar

propício para o desenvolvimento de organismos biológicos novamente.

78

Figura 60 - Surgimento de plantas no rejunte entre as placas na Avenida Rio Branco 109 com a Rua do Rosário

5.10. Deterioração

A fachada está revestida por granito na cor marrom, localizada na Avenida Rio

Branco.

A deterioração ocorre quando uma peça está acometida por várias patologias.

As altas variações de temperatura, umidade, a utilização de produtos de limpezas

inadequados, poluição ambiental, assentamento incorreto das placas, entre outros,

podem contribuir para a deterioração da rocha.

Nas figuras abaixo, vemos a presença de umidade que desencadeou manchas,

eflorescências e colonização biológica nas juntas. A marquise deve estar acumulando

água, então seria necessário impermeabiliza-la. Como houve um alto grau de

degradação da coloração, será difícil retornar a cor original do granito. Por isso, o ideal

seria a retirada das peças danificadas e também refazer os rejuntes para que não haja

portas de entrada para a infiltração e absorção de água.

Vegetação

parasita na junta

79

Figura 61 e Figura 62– Fachada que apresenta várias patologias (eflorescência, umidade, manchas e colônias biológicas)

80

6. Considerações finais

Conhecer a origem dos materiais é de grande importância para que seja feita a

escolha correta para a função que eles irão exercer e, consequentemente, conhecer as

suas limitações. Uma vez que é de suma importância conhecer a mineralogia, origem

das rochas e as suas propriedades que foram tratados neste trabalho. Através do

conhecimento prévio das características das rochas, podemos determinar como essas

rochas poderão ser utilizadas para que apresentem desempenhos satisfatórios, sem o

surgimento de patologias que possam degradar e afetar a saúde da edificação.

Ficou evidente neste trabalho, que grande parte das patologias apresentadas

poderiam ter sido evitadas com a realização de projetos de fachadas, com a execução

correta dos procedimentos para instalação destas placas com segurança e sem falhas

para que suportem as intempéries aos quais foram submetidas. O conhecimento e a

experiência, quase sempre, podem prevenir o surgimento destas patologias.

A partir das informações obtidas a partir do trabalho em campo no Centro da

cidade do Rio de Janeiro, foram selecionados os edifícios que se encontravam com a

maior diversidade de manifestações patológicas em sua fachada. A partir disso, foram

elaboradas planilhas que foram apoiadas através da inspeção visual e fotográfica que

tornou possível chegar analisar e sugerir possíveis reparos para as fachadas estudadas

neste trabalho. Portanto, podemos chegar a algumas conclusões, como: as juntas

acabam propiciando a penetração de substâncias e o surgimento de manchas, além das

perdas e danificações do material pétreo. A partir deste trabalho, ficou perceptível que

as fachadas aderentes são mais propícias para o surgimento de patologias e o método

mais encontrado.

Através deste trabalho foi possível perceber que o maior problema não está na

pedra em si, mas sim nas falhas de projeto e execução, que acabaram possibilitando o

surgimento de patologias. E que a maioria destas manifestações patológicas poderiam

ter sido evitadas.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi contribuir para o conhecimento das

patologias que podem afetar as fachadas devido ao uso de revestimento com rochas

ornamentais e assim, evitar os surgimentos delas.

Para trabalhos futuros, um estudo com uma maior amostragem para que se

possa identificar de fato quais as patologias que mais afetam as fachadas e os fatores

que as afetam. E também definir níveis de degradação destas patologias.

81

Referências bibliográficas

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orgânicos – Determinação do desgaste à abrasão, 2012. 5 p.

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87

Apêndice A – Fichas de Apoio

Identificação: ______________

Localização: ___________________________________________________________

Função da edificação: _______________ Número de pavimentos: ______________

Número de fachadas livres: ____________ Número de fachadas com RRO: _________

Tipo de fachada:_____________________

Área da fachada:___________________ Área da fachada com RRO: _____________

Tipo de pedra: ________________ Cor:______________ Acabamento:___________

Tipo de fixação:________________ Dimensão:___________ Espessura:__________

Espessura das juntas: ___________

Identificação

Fachada

Características do revestimento de rochas ornamentais (RRO)

88

Tabela A.1 – Caracterização da patologia

c p j H A

Eflorescência

Manchas de umidade

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração

Riscos

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas

Degradação

Desplacamento

Lascagem

Fissura

Fratura

Legenda:

(H) Causas humanas; (A) Causas ambientais e acidentais.

Esté

tica

Jun

tas

Fixa

ção

(c) Zona central da placa; (p) Zona periférica da placa; (j) juntas.

Patologias (Ed.) DegradaçãoLocalização Causas

Obs.

Caracterização das patologias

89

Apêndice B – Resultados Obtidos

Tabela B.1 – Identificação de todos os edifícios estudados

Tabela B. 2 – Características dos revestimentos de cada edifício estudados

Identificação Endereço FunçãoNúmero de

pavimentos

Fachadas

livres

Fachadas

com RROTipo de Fachada

Área da fachada

com RRO (m²)*

Ed. A Av. Rio Branco, 128 com R. Sete de Setembro Comercial 17 2 2 Lateral/Frontal 900

Ed. B1 Av. Rio Branco, 100 Comercial 24 4 4 Lateral/Frontal/Fundos 410

Ed. B2 Av. Rio Branco, 100 com R. do Rosário Comercial 24 4 4 Lateral/Frontal/Fundos 150

Ed. C Av. Rio Branco, 143 com R. Sete de Setembro Comercial 23 3 3 Lateral/Frontal 400

Ed. D Rua Buenos Aires, 59 Comercial 3 1 1 Frontal 42

Ed. E Av. Rio Branco, 125 Comercial 24 1 1 Frontal 230

Ed. F Av. Rio Branco, 142 com R. da Assembleia Comercial 37 4 4 Lateral/Frontal/Fundos 1225

Ed. G Av. Rio Branco, 99 Comercial 22 2 2 Lateral/Frontal 140

Ed. H Av. Rio Branco, 109 Comercial 23 2 2 Lateral/Frontal 425

Ed. I Av. Rio Branco, 103 Comercial 25 2 2 Lateral/Frontal 220

* Dados aproximados (obtidos pelo programa Google Earth Pro)

IdentificaçãoTipo de

pedraCor Acabamento Tipo de Fixação

Dimensão

(m)

Espessura

(cm)

Espessura das

juntas (mm)

Ed. A Granito Marrom Liso Direta 0,80x1,80 2,5 3

Ed. B1 Mármore Branco Liso Direta 0,40x0,85 1 5

Ed. B2 Granito Preto Liso

Mista (3

parafusos por

placa)

0,80x0,65 1 2 (váriavel)

Ed. C Mármore Branco "Rugoso" Direta

1,35x0,70

(principal)

0,90x0,70

(lateral)

1,5 1

Ed. D Granito Preto Liso Direta 0,45x0,90 2 4

Ed. E Granito Cinza Liso Direta 0,45x0,80 1,5 1

Ed. F Granito Marrom Liso

Mista (4

parafusos por

placa)

0,90x1,00

(variável)1,5 1

Ed. G Granito Cinza Liso Direta 0,60x0,95 2 5

Ed. H Granito Marrom Liso Direta

1,20x0,90

(variável) 3 3

Ed. I Granito Marrom Liso Direta 0,40x0,60 1,5 2

Identificação de cada edifício

Características dos revestimentos de rochas ornamentais

90

Tabela B.3 – Caracterização do edifício A

Tabela B.4 – Caracterização do edifício B (Loja 1)

c p j H A

Eflorescência x x x x

Manchas de umidade x x x x

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração x x x

Riscos

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas

Degradação x x x

Desplacamento

Lascagem

Fissura

Fratura x x x 1 placa

Fixa

ção

LocalizaçãoObs.

CausasPatologias (Ed. A)

Jun

tas

Esté

tica

Degradação

c p j H A

Eflorescência

Manchas de umidade

Manchas de minerais

secundáriosx x x

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração

Riscos x x x x

Perda de Brilho

Graffiti x x x x

Ausência de linearidade x x x

Dimensões inadequadas

Degradação x x x

Desplacamento

Lascagem x x x 3 placas

Fissura x x x x

Fratura

Esté

tica

Jun

tas

Fixa

ção

Patologias (Ed. B1) DegradaçãoLocalização Causas

Obs.

Caracterização das patologias de cada edifício

91

Tabela B.5 – Caracterização do edifício B (Loja 2)

Tabela B.6 – Caracterização do edifício C

c p j H A

Eflorescência x x x

Manchas de umidade

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração

Riscos x x

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade x x x

Dimensões inadequadas x x x

Degradação x x x

Desplacamento x x 1 placa

Lascagem x x x

Fissura

Fratura

Esté

tica

Jun

tas

Fixa

ção

Patologias (Ed. B2) DegradaçãoLocalização Causas

Obs.

c p j H A

Eflorescência

Manchas de umidade

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração x x

Riscos

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas x x

Degradação x x

Desplacamento

Lascagem x x

Fissura x x

Fratura x x

Fixa

ção

Localização CausasObs.

Esté

tica

Jun

tas

Patologias (Ed. C) Degradação

92

Tabela B.7 – Caracterização do edifício D

Tabela B.8 - Caracterização do edifício E

c p j H A

Eflorescência x x x

Manchas de umidade

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração

Riscos

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas x x x

Degradação

Desplacamento x x 3 placas

Lascagem x x x

Fissura x x x x

Fratura x x x

Obs.Es

téti

caJu

nta

sFi

xaçã

oPatologias (Ed. D) Degradação

Localização Causas

c p j H A

Eflorescência

Manchas de umidade x x x

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração

Riscos

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas x x

Degradação

Desplacamento x x 1 placa

Lascagem x x x

Fissura

Fratura x x

Esté

tica

Jun

tas

Fixa

ção

Patologias (Ed. E) DegradaçãoLocalização Causas

Obs.

93

Tabela B.9 - Caracterização do edifício F

Tabela B.10 – Caracterização do edifício G

c p j H A

Eflorescência

Manchas de umidade

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas x x x x

Colonização biológica

Modificação da coloração x x x x

Riscos x x x

Perda de Brilho

Graffiti x x

Ausência de linearidade x x

Dimensões inadequadas

Degradação x x x

Desplacamento

Lascagem

Fissura x x x x

Fratura x x x 1 placa

Patologias (Ed. F) DegradaçãoLocalização Causas

Obs.Es

téti

caJu

nta

sFi

xaçã

o

c p j H A

Eflorescência x x x

Manchas de umidade x x x x

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas x x x

Colonização biológica

Modificação da coloração

Riscos

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas

Degradação x x x

Desplacamento

Lascagem

Fissura

Fratura x x x 1 placa

Obs.

Esté

tica

Jun

tas

Fixa

ção

Patologias (Ed. G) DegradaçãoLocalização Causas

94

Tabela B.11 – Caracterização do edifício H

Tabela B. 12 – Caracterização do edifício I

c p j H A

Eflorescência

Manchas de umidade x x x

Manchas de minerais

secundários

Outras manchas

Colonização biológica

Modificação da coloração

Riscos

Perda de Brilho x x x

Graffiti

Ausência de linearidade x x x

Dimensões inadequadas

Degradação x x x

Desplacamento

Lascagem

Fissura x x x

Fratura

Fixa

ção

Localização CausasObs.

Esté

tica

Jun

tas

Patologias (Ed. I) Degradação

c p j H A

Eflorescência x x x x

Manchas de umidade x x x x

Manchas de minerais

secundáriosx x x

Outras manchas

Colonização biológica x x x

Modificação da coloração x x x x

Riscos

Perda de Brilho

Graffiti

Ausência de linearidade x x x

Dimensões inadequadas

Degradação x x x

Desplacamento x 1 placa

Lascagem x x x

Fissura x x x x

Fratura x x x

Esté

tica

Jun

tas

Fixa

ção

Patologias (Ed. H) DegradaçãoLocalização Causas

Obs.

95

Tabela B.13 – Porcentagem de aparecimento de cada patologia na amostra estudada

Manifestação patológica Porcentagem (%) Es

téti

ca

Eflorescência 8%

Manchas de umidade 8%

Manchas de minerais secundários 3%

Outras manchas 3%

Colonização biológica 2%

Modificação da coloração 6%

Riscos 5%

Perda de Brilho 2%

Grafitti 2%

Jun

tas Ausência de linearidade 8%

Dimensões inadequadas 6%

Degradação 13%

Fixa

ção

Desplacamento 6%

Lascagem 10%

Fissura 8%

Fratura 11%

Total 100%

Porcentagem do surgimento das manifestações patológicas nas fachadas

estudadas