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ANÁLISE DA REDE METEOROLÓGICA DA BAHIA E SUA IMPORTÂNCIA
PARA AS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NO SEMIÁRIDO BAIANO
Selma Barbosa Bastos
Universidade Estadual de Feira de Santana
Manuel Cabalar Fuentes
Universidade Estadual de Feira de Santana
INTRODUÇÃO
A dinâmica atmosférica exerce grande influência nas diferentes atividades e
práticas humanas, sendo que as condições atmosféricas refletem diretamente nos hábitos
e na forma do homem viver em sociedade. O conhecimento da dinâmica atmosférica
sempre foi uma necessidade humana, visto que a sobrevivência humana tem forte
relação com as condições climáticas e meteorológicas.
A grande importância da Meteorologia para as prática agrícolas direcionou uma
grande responsabilidade para as Estações Meteorológicas, as quais desempenham a
função de coleta, registro, análise e processamento das condições atmosféricas de um
determinando lugar – momentaneamente – em forma de dados, que posteriormente será
transformado em informações para serem repassadas para a sociedade.
O Estado da Bahia possui uma diversificada dinâmica atmosférica,
principalmente, por conta de sua extensão territorial. No semiárido baiano as condições
meteorológicas ganham bastante repercussão por conta do seu baixo índice
pluviométrico refletindo, principalmente, nas atividades agrícolas que vão desde o
manejo do solo até o momento da colheita de uma cultura. Segundo a SUDENE (2014),
o semiárido é formado por uma área contígua, caracteriza pelo balanço hídrico negativo,
resultantes de precipitações inferiores a 800 mm, forte insolação, temperaturas
relativamente altas, e regime de chuvas marcadas pela escassez, irregularidade e
concentração das precipitações num período de três meses. Formado por 265
municípios, compreende uma área de 388.274 Km2, ou seja, 70% da área do estado,
com uma população de 6.316.846 habitantes. Isso significa dizer que esta área
corresponde a 68% do território do Estado e 48% de sua população. (LOBÃO, 2004)
A irregularidade no padrão pluviométrico do semiárido dificulta a prática de
atividades que demandam água, principalmente a agricultura. As prolongadas estiagens
e secas que ocorre nessa região acarretam danos às lavouras e pecuária, podendo
prejudicar o produtor em termos parciais ou acabar totalmente com a lavoura ou o
rebanho.
Como o agronegócio faz o uso dos recursos hídricos na produção, por meio da
irrigação, o pequeno produtor fica a mercê da escassez de chuva, sendo o mais afetado
nesse setor produtivo. Dessa forma, a ocorrência de prolongadas estiagens vem
dificultando as atividades agropecuárias na região, o que pode se agravar devido à falta
de investimentos em tecnologias que possibilite a convivência com a seca.
Como isso, é relevante afirmar que compreender o fenômeno das secas, mas
também de outros fenômenos climáticos e meteorológicos, é necessário para o uso
responsável dos limitados recursos hídricos do semiárido baiano. Além disso, a previsão
do tempo, quando transmitida de forma clara e objetiva ajuda o agricultor no momento
da produção e também contribuir para a formulação de políticas públicas de convivência
com a seca, de forma sustentável e includente.
Os fenômenos atmosféricos são estudados a partir da observação, experiências e
métodos científicos de análise. Sendo que essa observação é feita diante de uma
avaliação ou medida de um ou vários parâmetros meteorológicos. As observações
podem ser feitas por meio de quatro tipos de postos – estações meteorológicas. Essa
classificação tem como base o número de instrumentos que medem os elementos
meteorológicos, ou seja, sua finalidade. Os tipos são: estações sinóticas, estações
agrícolas, estações climatológicas e estações pluviométricas.
As estações sinóticas são aquelas controladas por um profissional em tempo
integral, mantendo uma observação meteorológica continua, na qual os elementos do
tempo são observados por meio de instrumentos em intervalos de tempo. Sendo que em
suas medições são coletadas dados sobre a direção e velocidade do vento, temperatura
do ar, umidade relativa do ar, chuva, pressão atmosférica, nuvens, geadas. E suas
leituras são realizadas às 9 horas, 15 horas e 21 horas. (AYOADE, 2010 e TORRES e
MACHADO, 2011).
As estações agrícolas ou agroclimatológicas são aquelas que têm por finalidade
fornecer informações relevantes para o estudo da influência do tempo sobre as culturas,
assim como realizar observações que determinam o crescimento e desenvolvimentos das
plantas. Esse tipo de estação é controlado por um observador em tempo parcial. São
feitas pelo menos duas observações diárias dos principais elementos do tempo
atmosféricos. Além dos principais elementos do tempo, os elementos usualmente
medidos, devido sua importância para agricultura, são: a evaporação, as temperaturas da
grama rasteira e do solo, e a radiação solar (AYOADE, 2010 e TORRES e
MACHADO, 2011).
As estações climatológicas são controladas por um profissional (observador) em
tempo parcial, sendo que são feitas uma ou duas observações instrumentais diárias da
direção e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, chuva, pressão
atmosférica, nuvens, geadas, temperatura do solo, evapotranspiração, orvalho,
evaporação e radiação solar. Sua principal função é obter dados para determinar o clima
de uma região, após o acumulo de dados de no mínimo 30 anos de observação. As
leituras são realizadas às 9 horas, 15 horas e 21 horas (AYOADE, 2010 e TORRES e
MACHADO, 2011).
Por fim as estações pluviométricas (ou postos), que são aquelas controladas por
um observador em tempo parcial, o qual faz leituras diárias apenas da precipitação
(AYOADE, 2010).
Além da classificação por conta da finalidade, há outra classificação por meio da
forma como se obtêm a coleta dos dados dos elementos do tempo. Diante disso,
segundo a INMET (2013), as estações meteorológicas podem ser do tipo convencional
ou automática. As estações meteorológicas de superfície convencionais:
[...] é composta de vários sensores isolados que registram continuamente os
parâmetros meteorológicos (pressão atmosférica, temperatura e umidade
relativa do ar, precipitação, radiação solar, direção e velocidade do vento,
etc.), que são lidos e anotados por um observador a cada intervalo e este os
envia a um centro coletor por um meio de comunicação qualquer.
Já as estações meteorológicas de superfície automáticas segundo a INMET (2013):
[...] é composta de uma unidade de memória central ("datalogger"), ligada a
vários sensores dos parâmetros meteorológicos (pressão atmosférica,
temperatura e umidade relativa do ar, precipitação, radiação solar, direção e
velocidade do vento, etc), que integra os valores observados minuto a minuto
e os transmitem automaticamente a cada hora.
Dessa forma as estações meteorológicas cumprem uma função determinante na
coleta de informações sobre a dinâmica atmosférica cujos resultados posteriormente
serão transmitidos através de diversos meios de comunicação. Sendo que os
instrumentos para a coleta desses dados têm grande importância na observação, registro
e análise da dinâmica atmosférica.
Cada instrumento meteorológico cumpre a papel de registrar o comportamento
dos elementos do tempo, como pressão, umidade, temperatura, precipitação, direção e
velocidade do vento, dentre outros. Segundo a INMET (2013), os principais
instrumentos meteorológicos são: anemógrafo, anemômetro, barógrafo, barômetro de
Mercúrio, evaporímetro de Piche, heliógrafo, higrógrafo, microbarógrafo, piranógrafo,
piranômetro, pluviógrafo, pluviômetro, psicrômetro,tanque evaporimétrico Classe A,
termógrafo, termohigrógrafo, termômetros de máxima e mínima, termômetros de Solo.
É por meio dos instrumentos meteorológicos que se tem uma Estação
Meteorológica. Pois é como o agrupamento desses equipamentos em um mesmo local
que forma uma Estação Meteorológica. Por sua vez, o conjunto dessas estações
distribuídas em uma região, forma uma Rede de Estações Meteorológicas.
Como a informação meteorológica deve ser precisa para a sociedade, à mídia
cumpre um papel relevante no momento da transmissão dessa informação. A previsão
do tempo não sai das estações e chegam às residências, por meio dos veículos de
comunicação. Primeiramente há um repasse desses dados para as emissoras de rádio e
TV, e posteriormente essas informações são adaptadas e adequadas para serem
transmitidas para a sociedade. Essa mudança nas informações é uma forma que a mídia
tem de facilitar o entendimento dos telespectadores. Contudo, no processo de mudança
dos termos científicos, por exemplo, pode ocorrer a perda de significância do conteúdo
e comprometer a veracidade das informações.
Com isso, a informação meteorológica quando sai das estações, passando pela
mídia até chagar para a sociedade pode perder sua relevância, comprometendo assim a
utilização dessa informação para as práticas agrícolas e atividades humanas.
Desta maneira, esse trabalho tem como objetivo principal, analisar a atuação da
Rede Meteorológica na Bahia, com ênfase na utilidade dos dados meteorológicos para a
produção agrícola, tendo como objetivos específicos: abordar conceito, classificação e
principais instrumentos de uma Estação Meteorológica, identificar a importância da
meteorologia para a as práticas agrícolas; investigar a importância da informação
meteorológica na Bahia, em especial na região semiárida; apresentar um panorama da
Rede Meteorológica da Bahia.
É relevante afirmar que a pesquisa ainda se encontra em andamento, e este
trabalho é fruto do relatório parcial do plano de trabalho que tem como título “A
importância da Rede Meteorológica e a relevância dos seus dados diante da produção
agrícola”, o qual faz parte de um projeto maior titulado “A rede Meteorológica da Bahia
e sua adequação para o planejamento da produção agrícola.
METODOLOGIAS
Por não ser estática, a atmosfera está sempre em constante transformação e muda
de lugar para lugar. Com isso, é de suma importância destacar a importância das
Estações Meteorológicas para observar, coletar, analisar, armazenar e transmitir dados
sobre o tempo e o clima. A análise da Rede Meteorológica da Bahia e sua importância
para as práticas agrícolas no semiárido baiano partiram de uma abordagem analítica
documental a fim de estabelecer um embasamento teórico que permita relacionar a
importância da Meteorologia nas praticas agrícolas. Neste trabalho, que objetiva
analisar as Estações Meteorológicas do Estado da Bahia e sua relevância para as
práticas agrícolas no seminário baiano, este foi o princípio adotado, cujos
procedimentos metodológicos se organizam nas etapas:
1. Revisão bibliográfica: formam consultadas publicações sobre o tema em
artigos e livros a fim de obter embasamento teórico sobre o assunto.
2. Posteriormente houve um trabalho analítico do estado das Estações
Meteorológicas da Bahia a partir do Inventário de Estações Meteorológicas
da ANA (Agencia Nacional de Águas), e dos dados disponibilizados nos
sites do INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) e do
INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).
3. Logo após foram elaborados gráfico e tabela para análise dos dados obtidos.
4. Por fim chegando aos resultados preliminares.
RESULTADOS PRELIMINARES
Por meio dessa investigação, é possível afirmar que o Estado da Bahia possui
um total de 518 estações, tento em vista as três entidades (SUDENE, INMET e
INEMA), sendo que 484 são estações ativas, e 34 são inativas. A SUDENE é a entidade
que possui o maior número de estações, um total de 380, e o INEMA é quem possui o
menor número, 41 (Quadro 01).
Quadro 01: Estações Meteorológicas da Bahia em 2009 (INEMA, INMET, SUDENE).
Entidade Ativas Inativas Total
SUDENE 355 25 380
INMET 92 5 97
INEMA 37 4 41
Total 484 34 518
Fonte: ANA, 2009; INEMA, 2013 e INMET, 2013.
Elaboração: BASTOS, Selma, 2014.
As estações meteorológicas da SUDENE correspondem a 73% do total do
estado, enquanto da INMET e da INEMA, 19% e 8%, respectivamente (gráfico 01). A
partir da análise por instrumento de cada estação, foi registrado que as estações que
contem apenas pluviômetro são as que possuem maior número, 336 no total, o que
corresponde 71% das estações do Estado. As estações que contem pluviômetro e
pluviógrafo ficaram em segundo lugar, 28 no total, o que corresponde a 8% de todas as
estações separadas por instrumentos.
Gráfico 01: Estações Meteorológicas por entidade na Bahia.
As estações do INEMA são divididas em três c
MET (Meteorológicas), e AGROMET (Agrometeorológicas). As Estações Hidrológicas
é a categoria que apresenta maior número, 19 estações.
em segundo lugar com 18
estações. Desse total, 41 estações
No Estado, o INMET tem 97 estações
inativas. Já a SUDENE possui
corresponde a 7% do total, já que 355 (93%) são inativas.
No semiárido baiano as Estações Meteorológicas cumprem uma função
determinante para as práticas agrícolas, visto que estas observam as variações da
atmosfera por meio de uma avaliação ou medida de um ou vários
meteorológicos. Os dados obtidos por essas Estações são responsáveis por indicar a
previsão do tempo atmosférico, o qual será útil para a produção agrícola.
Como as atividades agrícolas são dependentes da pluviometria, da radiação
solar, da temperatura, umidade do ar, ventos, e de outros elementos da dinâmica
atmosfera, de forma equilibrada para a garantia de uma boa produtividade e qualidade
das culturas, a informação do tempo, extraída dos dados coletados nas estações, ganham
importância quando o agricultor faz o uso dessa informação para a produção de
alimentos.
ESTAÇÕES METEOROLÓGICASPOR ENTIDADE NO ESTADO DA BAHIA, 2009
Fonte: ANA, 2009 INEMA, 2013 e INMET, 2013.
Elaboração: BASTOS, Selma, 2014.
As estações do INEMA são divididas em três categorias: HIDRO (Hidrológicas)
MET (Meteorológicas), e AGROMET (Agrometeorológicas). As Estações Hidrológicas
é a categoria que apresenta maior número, 19 estações. Já as Meteorológicas apare
estações, e em ultimo lugar ficam as Agrometeorológicas, 4
41 estações, 37 estão ativas e 4 são inativas.
No Estado, o INMET tem 97 estações, sendo que 95% estão ativas e 5%
possui 380 no total, sendo que apenas 25 são ativas, o que
, já que 355 (93%) são inativas.
No semiárido baiano as Estações Meteorológicas cumprem uma função
determinante para as práticas agrícolas, visto que estas observam as variações da
atmosfera por meio de uma avaliação ou medida de um ou vários
meteorológicos. Os dados obtidos por essas Estações são responsáveis por indicar a
previsão do tempo atmosférico, o qual será útil para a produção agrícola.
Como as atividades agrícolas são dependentes da pluviometria, da radiação
temperatura, umidade do ar, ventos, e de outros elementos da dinâmica
atmosfera, de forma equilibrada para a garantia de uma boa produtividade e qualidade
das culturas, a informação do tempo, extraída dos dados coletados nas estações, ganham
ando o agricultor faz o uso dessa informação para a produção de
73%
19%
8%
ESTAÇÕES METEOROLÓGICASPOR ENTIDADE NO ESTADO DA BAHIA, 2009.
SUDENE
INMET
INEMA
ANA, 2009 INEMA, 2013 e INMET, 2013.
ategorias: HIDRO (Hidrológicas),
MET (Meteorológicas), e AGROMET (Agrometeorológicas). As Estações Hidrológicas
s Meteorológicas aparecem
s Agrometeorológicas, 4
, sendo que 95% estão ativas e 5%
apenas 25 são ativas, o que
No semiárido baiano as Estações Meteorológicas cumprem uma função
determinante para as práticas agrícolas, visto que estas observam as variações da
atmosfera por meio de uma avaliação ou medida de um ou vários parâmetros
meteorológicos. Os dados obtidos por essas Estações são responsáveis por indicar a
previsão do tempo atmosférico, o qual será útil para a produção agrícola.
Como as atividades agrícolas são dependentes da pluviometria, da radiação
temperatura, umidade do ar, ventos, e de outros elementos da dinâmica
atmosfera, de forma equilibrada para a garantia de uma boa produtividade e qualidade
das culturas, a informação do tempo, extraída dos dados coletados nas estações, ganham
ando o agricultor faz o uso dessa informação para a produção de
SUDENE
INMET
INEMA
O conhecimento antecipado do estado do tempo, principalmente nas regiões
semiáridas do Estado, gera informações importantes para a agricultura, pois prevê
excesso ou falta de chuva, por exemplo, auxilia o produtor agrícola a época certa para
cada etapa da produção, dentre outros. Cada elemento meteorológico desempenha uma
determinada função para a produção agrícola, em decorrência disso, a informação
meteorológica quando bem elaborada, passa a ser preciosidade para a agricultura.
Assim como o tempo, o clima tem forte influência na produção agrícola,
segundo Ayoade (2010), mesmo com o avanço tecnológico, o clima ainda se constitui a
principal variável para a agricultura, influenciando em todos os estágios da cadeia
produtiva, que vai desde a preparação da terra, passando pela semeadura, crescimento
dos cultivos, colheita, armazenagem, transporte, até a comercialização. Em suma, os
parâmetros climáticos e meteorológicos interferem em todo o processo agrícola.
A quantidade de água e calor necessários para uma planta ter um bom
desenvolvimento são fatores preponderantes para a agricultura. Com isso o
conhecimento da evapotranspiração (superfície onde não há deficiência de umidade), a
evapotranspiração real (fenômeno que ocorre onde há deficiência de água) e o balanço
hídrico (diferença entre a quantidade de água que chega ao solo por precipitação ou por
irrigação e que sai por evaporação ou outros processos), são essenciais para as práticas
agrícolas. Dessa forma, a falta ou deficiência de água nas regiões semiáridas da Bahia
gera graves problemas para a agricultura, principalmente a de subsistência.
A radiação solar é de vital importância para a agricultura, isso porque a ausência
ou insuficiência de radiação solar faz com que o sistema radicular da planta não se
desenvolva completamente, resultando em folhagem amarelada e tendência do caule
crescer em detrimento da folhagem. A variação da temperatura do ar e do solo também
afeta o desenvolvimento da planta, ou melhor, em todos os processos de crescimento
das plantas. As altas e baixas temperaturas podem se destrutivas para as plantas, visto
que temperaturas do ar muito altas podem causar o murchamento, enquanto as baixas
temperaturas retardam o crescimento vegetal podendo causar até a morte da planta
(AYOADE, 2010).
A umidade também desempenha importante função para as plantas. Isso porque
a água – em todas as suas formas - é de extrema importância não apenas para o
crescimento dos vegetais, mas também na produção de todos os cultivos. A umidade do
solo pode causar murchamento e encharcamento nas plantas, podendo causar a morte do
vegetal. Dessa forma, temperaturas altas ou baixas de mais, escassez ou excesso de
água, atrapalham o desempenho agrícola.
O vento é outro parâmetro climático que afeta as práticas agrícolas. Sendo um
agente eficiente na dispersão das plantas e no crescimento da taxa de transpiração, o
vento também contribui negativamente para a vida do vegetal. Isso porque o vento em
excesso pode causar o ressecamento das plantas, por conta do alto índice de
transpiração. Outros fatores negativos do vento em são: o transporte de ervas daninha
para áreas agrícolas, a erosão eólica, a qual é capaz de retirar a cama superficial do solo
prejudicando as terras agrícolas, e em épocas de secas pode aumentar o risco de
incêndios florestais (AYOADE, 2010).
Diante disso, é relevante afirmar que as condições climáticas e atmosféricas
influenciam no crescimento, desenvolvimento, e na produtividade das culturas, no
entanto as condições extremas do clima e do tempo constituem graves ricos para as
práticas agrícolas (AYOADE, 2010).
Levando em consideração que o Estado da Bahia possui 518 Estações
Meteorológicas e que desse total, apenas 154 são ativas, pode-se inferir um possível
problema referente à coleta de dados meteorológicos, visto que o território baiano
possui grande dimensão e características climáticas distintas, necessitando assim de uma
Rede Meteorológica eficiente para fazer uma cobertura precisa da dinâmica atmosférica
em todo o Estado.
Em decorrência disso, conclui-se que a Rede Meteorológica da Bahia é de
extrema importância para o monitoramento da dinâmica atmosférica no Estado, e que
seus dados são de grande relevância para as práticas humanas, com destaque para a
produção agrícola. Como os fenômenos meteorológicos e os elementos climáticos
repercutem no desenvolvimento das plantas, o conhecimento desses parâmetros por
meio das estações, principalmente no semiárido baiano, é fator preponderante para o
desenvolvimento das práticas agrícolas. Contudo, para que esses conhecimentos sejam
relevantes para a agricultura a Rede Meteorológica do Estado deve atuar de forma
precisa na coleta dos dados sobre a dinâmica atmosférica, assim como a transmissão da
informação do tempo deve ser adequado ao entendimento da sociedade para um melhor
aproveitamento das informações da dinâmica atmosférica.
BIBLIOGRAFIA
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