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Angola Estudo de Mercado para o Setor de Chocolates, Balas, Confeitos e Amendoim.
Supervisão: Vice-Presidente: Solange Isidoro
Gestor de Exportação: Rodrigo Solano
Elaboração: Coordenadora de Inteligência Comercial: Juliany Braga
Setor de Exportação ABICAB
Agosto de 2013 Gostaríamos de saber sua opinião sobre esse material.
Elogios, críticas e sugestões, por favor, enviar para [email protected].
Copyright © 2011 ABICAB • Todos os direitos reservados. Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei Federal nº. 9.610, de 19/2/1998. Venda proibida. Distribuição gratuita pela ABICAB
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SUMÁRIO
Assunto Página
1. ANGOLA – INFORMAÇÕES GERAIS ..................................................................................................................................................... 02.
2. POPULAÇÃO, DADOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURA ....................................................................................................................... 03.
3. ECONOMIA E INFRAESTRUTURA ........................................................................................................................................................ 11.
4. COMÉRCIO EXTERIOR ........................................................................................................................................................................ 20.
5. POLÍTICA, ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E RELAÇÕES EXTERIORES ................................................................................................... 23.
6. DISTRIBUIÇÃO E VAREJO .................................................................................................................................................................... 27.
7. O MERCADO DE CONFECTIONERY ...................................................................................................................................................... 31.
7.1 Amendoim ........................................................................................................................................................................................ 39.
7.2 Candies ............................................................................................................................................................................................. 42.
7.3 Chocolates ........................................................................................................................................................................................ 45.
8. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ...................................................................................................................................................... 47.
9. ANEXOS ............................................................................................................................................................................................ 49.
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1. ANGOLA – INFORMAÇÕES GERAIS
População: cerca de 20,2 milhões (2012).
Moeda: kwanza (kz).
Língua oficial: português.
Horário local: GMT +1 (diferença de +4h em relação ao Brasil).
Área: 1.246.700 km² (aproximadamente o tamanho do estado do Pará).
Costa: 1.650 km.
Localização: costa ocidental da África.
Fronteiras: delimita-se com Congo, Zâmbia e Namíbia.
Capital: Luanda.
Clima: ensolarado, quente e úmido.
Aeroporto: 4 de Fevereiro
Principais portos: Luanda, Lobito e Namibe.
Código de discagem internacional: 244
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2. POPULAÇÃO, DADOS SOCIOECONÔMICOS E CULTURA
A população de Angola é de 20,8 milhões segundo o UN Population Division e cresce a uma taxa média de 3%. A população urbana é de 60% e é a que está
em maior expansão ( 4%, versus 0,8% da rural). Das 18 províncias1 que compõem o país, as mais populosas são Luanda, Huila, Benguela e Huambo. As cidades
mais populosas são Luanda e Huambo, que juntas representam 53% da população. Apenas Luanda tem cerca de 5 milhões de habitantes. É dividida em Baixa de
Luanda, Cidade Alta, Ilha de Luanda e Luanda Sul, além da zona de favelas. A Marginal é a principal avenida da cidade. Além de Luanda e Huambo, são cidades
importantes Benguela, Lubango, Menongue e Luena.
A população é de maioria jovem. Esse fato se deve à guerra pela qual ao
país passou, mas também pelas condições de vida precárias. Vale ainda notar
que a expectativa de vida dos angolanos é baixa, de 51,7 anos (sendo de 50,2
anos para homens e 53,2 para mulheres). A taxa de mortalidade infantil
também é alta comparada a de outros países: 96,2 (a cada 1.000
nascimentos). No Brasil, essa taxa é de 19,5.
Os níveis educacionais também são baixos, o que gera um déficit
precário de mão de obra especializada. Um adulto estudou em média 4,7
anos, segundo a UNDP.
Considerando esses dados, não surpreende o fato de que no ranking do Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2012, Angola tenha ficado na posição
de 148 dentre 186 países, o que a coloca no rol de países de baixo
desenvolvimento humano. O IDH leva em consideração três componentes:
Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, longevidade e educação.
1 As províncias são: Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Cuando-Cubango, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Cunene, Huambo, Huila, Luanda, Luanda-Norte, Luanda-Sul, Malange, Moxico,
Namibe, Uíge e Zaire.
153 232 326 444 578 775 979 1.034 1.305 1.551 1.789
962 1.295
1.568 1.953
2.591
3.533
4.511 4.772
6.013
7.080
8.077
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2009 2010 2015* 2020* 2025*
Huambo Luanda
Figura 1 - População das principais conglomerados urbanos ('000 hab.)
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A desigualdade social no país é grande. Contrastam nas ruas automóveis como BMW, Range Rovers, SUVs e outros, vindos sobretudo de Dubai, ao lado de
modelos antigos e gastos da maioria da população. O trânsito é intenso. É importante ressaltar que em Angola os serviços de táxi ainda não funcionam bem.
Existem, por exemplo, demora, cancelamento do envio de taxi e falta de disponibilidade, e que portanto não são confiáveis. Já o transporte público também é
precário, sendo geralmente realizado pelos chamados cadongueiros. Estrangeiros, entretanto, não utilizam esse tipo de transporte.
O comércio informal é comum (a OMC estima que até 70% das vagas de emprego oferecidas no país estão na economia informal), e conta com uma forte
presença de mulheres, as zungueiras. Elas levam a mercadoria na cabeça e carregam os filhos amarrados ao corpo. Também é comum encontrar seguranças nas
ruas e em locais privados armados com metralhadoras.
Figura 2 - Comércio nas ruas de Luanda e Candongueiros2
A desigualdade social e as condições de vida de um angolano médio podem ser percebidas também através do índice Where-to-be-born3, da Economist
Intelligence Unit (EIU). De 80 países analisados, Angola obteve em 2013 a 76ª posição. O índice leva em consideração 11 variáveis nas áreas de saúde, segurança,
liberdade e igualdade e previsões econômicas. O Brasil ocupa a 37ª posição.
2 Imagens registradas durante a visita aos armazéns em Luanda.
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Figura 3 - Indicadores Globais de Qualidade de Vida
Visão geral dos resultados dos indicadores considerados. À esquerda, índice Where-to-be-born. À direita, índice Happy Planet (a graduação de cores é utilizada da seguinte forma: verde para bons
índices e vermelho para performances baixas).
Já no Happy Planet Index4 2012 Angola obteve a posição 127 no ranking, de 151 países analisados. Já o Brasil, a de 21. Levando em consideração a
desigualdade social, Angola permanece na mesma posição, embora o Brasil caia para a posição 31. O índice leva em consideração 3 componentes: expectativa de
vida, bem estar e impacto ambiental. O bem estar, por sua vez leva em consideração a satisfação com a própria vida no momento dada as suas perspectivas.
Apesar das condições precárias de boa parte da população, há também no país a elite angolana, empresários e pessoas ligadas ao partido político no
poder, o MPLA, que residem principalmente nos condomínios privados de Luxo em Talatona (zona sul de Luanda) e no Miramar. Nessa pequena faixa da
população, pode-se gastar sete mil euros numa noite ou setecentos mil numa festa de aniversário. Somente os gastos com empregados de apoio (como
seguranças, empregadas e motoristas) na casa dessas famílias podem chegar a 20 mil euros por mês. As pessoas que compõem essa faixa da população viajam
3 Vide em www.economist.com/news/21566430-where-be-born-2013-lottery-life.
4 Disponível em: http://www.happyplanetindex.org/data/.
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com frequência, especialmente pelo fato de a oferta de produtos e serviços em Angola ser limitada. Portugal e Brasil são destinos importantes, uma vez que existe
o facilitador da língua falada.
No país há também participação expressiva de mão de obra estrangeira, sobretudo em posições estratégicas, já que o país carece de mão de obra
especializada. Os chamados pulas (forma pejorativa utilizada pelos locais para designar os brancos) são, dentre outros, libaneses, turcos, brasileiros, e
portugueses. Um expatriado ganha em média dez mil dólares por mês, segundo a CNN5. Vale ressaltar que pela segunda vez em três anos Luanda ganhou o título
de cidade mais cara para expatriados, dentre as outras 214 cidades avaliadas pela consultora Mercer, no maior estudo feito sobre o custo de vida para os
trabalhadores estrangeiros. O alto custo de vida é puxado principalmente pelo preço da habitação, mas também pelo preço dos alimentos.
Os angolanos adoram festejar. Qualquer motivo é bom para reunir os amigos e em casamentos e aniversários as festas são mais elaboradas. Essa
característica das pessoas pode ser confirmada pelo indicador desenvolvido pela Gallup que ranqueia os países mais e menos emotivos6, em que angolanos são
considerados bastante emotivos. O índice Emotional State in the World leva em consideração a porcentagem de “sim” respondidos a perguntas que procuram
captar emoções positivas e negativas relacionadas à satisfação no trabalho, alegria, competitividade e experiências urbanas (como o estresse), dentre outros, em
mais de 140 países.
Também é comum que os encontros ocorram em casa ao invés de restaurantes. Independentemente da classe social, é considerado a melhor opção. Além
disso, comer fora é um luxo. Em qualquer restaurante considerado bom, a conta fica ao redor de 100 dólares e o serviço é geralmente ruim se comparado aos
padrões de atendimento dos países desenvolvidos.
5 Conforme a matéria disponível em: http://edition.cnn.com/2013/08/01/travel/day-and-a-night-luanda/index.html.
6 Vide a lista completa dos países em: http://www.gallup.com/poll/158882/singapore-ranks-least-emotional-country-world.aspx#2 (pg. 2).
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Figura 4 – Resultados do índice Emotional State in the World no mundo
O funge e a muamba são pratos típicos. A culinária tradicional de Angola é influenciada pela portuguesa e pela moçambicana, recebendo ultimamente
influência também da culinária brasileira. O funge é uma massa cozida de farinha de milho ou de mandioca, semelhante a um pirão, e geralmente acompanhado
de molhos e carnes. Já a muamba é um tipo de cozido, e pode ser preparada com galinha, carne seca ou peixe, acompanhada de quiabo e dendê. Dentre os
ingredientes mais utilizados na culinária angolana pode-se citar a mandioca, o amendoim, o milho, o trigo e a pimenta, segundo o Angola Market7. Ovos, frango e
frutos do mar também estariam dentre os alimentos preferidos.
A maior parte da população é cristã (da população teísta, 98% é cristã) e a presença de protestantes no local tem aumentado. A Igreja Universal do Reino
de Deus (brasileira), por exemplo, tem uma forte presença no local, com 230 templos.
7 No site são disponibilizadas algumas informações do mercado angolano. Para mais detalhes é necessária a contratação. Link: http://www.angolamarket.com.
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Guia rápido de informações úteis em Angola8:
Angolanos são hospitaleiros e calorosos. A construção e manutenção de relacionamentos são fundamentais para o sucesso.
Embora o aperto de mãos seja o cumprimento mais comum, também é comum um abraço e/ou beijo, entre mais próximos. Não apresse esse momento
de "quebra gelo" e cumprimente cada presente individualmente.
Respeite as hierarquias. Cumprimente primeiramente os mais velhos, permita que eles se sirvam primeiro e utilize títulos e sobrenomes no tratamento.
É comum ser convidado para uma visita residencial ao invés de restaurantes, mesmo em classes sociais mais altas. E embora a troca de presentes não seja
prática muito comum e ocorra mais em áreas urbanas, é polido levar flores, frutas ou chocolate.
Angolanos em geral são supersticiosos e valorizam suas tradições.
A sociedade é considerada matriarcal.
Eventos históricos e fatores econômicos resultaram em aversão a riscos e precauções.
A burocracia é um fator a ser contornado.
Angolanos não são apressados, têm um ritmo mais relaxado, lento de lidar com as coisas. Paciência é necessária para atuar no mercado.
Horários, leis e regras são, às vezes, flexíveis.
Evite sair sozinho à noite, lugares cheios e utilizar joias e relógios em locais públicos.
Ande apenas com as cópias de seus documentos, e evite andar com quantias significativas de dinheiro.
Estrangeiros devem andar de carro pessoal ou motorista. Caso o contato local não se disponibilize para efetuar seu transporte, solicite indicação, já que
táxis geralmente não funcionam bem.
8 Com base no Angola Market e em informações coletadas in loco. Para mais informações a respeito da cultura angolana, é possível encontrar vídeos no Youtube, como o
programa exibido pela Band “O Brasil Segundo os Brasileiros”, sobre o país: http://www.youtube.com/watch?v=2Tc0xM1Yg5Y. É possível, ainda obter mais informações sobre o mercado por meio de depoimentos e entrevistas realizadas durante o Mercado Foco Angola, evento promovido pela Apex-Brasil. Links: http://www2.apexbrasil.com.br/exportar-produtos-brasileiros/multimidia/seminario-mercado-foco-angola, http://www.firstpost.com/topic/place/angola-seminario-mercado-foco-angola-video-RXPxGLTmWtw-3431-10.html, http://www.firstpost.com/topic/place/angola-palestra-nettrading-video-lXFiArUsx2A-3431-1.html e http://www.firstpost.com/topic/place/angola-palestra-marco-polo-video-wOmY80IC6F8-3431-1.html.
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Como a malária é comum no país, procure evitar picadas de mosquitos, tomando vitaminas do Complexo B cerca de 10 dias antes da viagem e utilizando
repelente. Tenha em mente também os sintomas da doença, dentre eles febre alta, dor de cabeça e no corpo, ondas de calor, calafrios, palidez e cansaço.
Caso sinta um estado incomum, procure um médico imediatamente9.
Beba água engarrafada.
A voltagem no local é de 220v.
Evite utilizar o cartão de crédito: prefira levar dólares e trocar. Mesmo porque o número de estabelecimentos que aceitam cartão é bem limitado (cartões
da bandeira Visa são mais aceitos do que a da Mastercard).
A moeda de Angola é o kwanza. A taxa de cambio costuma ser cerca de kz95/dólar (porém crescente, com a valorização do dólar).
Brasileiros necessitam de visto para entrada em Angola. Recomenda-se que seja tirado com antecedência.
Desde fevereiro de 2012, não residentes que entrarem no país com mais de 10 mil dólares ou o equivalente em outra moeda devem declarar esse valor na
alfândega, podendo ter esse valor confiscado caso contrário (controle de moeda).
Antes de começar um negócio local, contrate um bom advogado local, preferencialmente recomendado pela Embaixada.
9 Uma lista de clínicas recomendadas a estrangeiros pode ser encontrada aqui: http://www.angolamarket.com/index.php?page=view/article/71/Luanda-Clinics--Hospitals.
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Tabela 1 - Feriados Nacionais
Data Descrição
01 de Janeiro Ano Novo
04 de Fevereiro Dia do Início da Luta Armada de
Libertação Nacional
08 de Março Dia Internacional da Mulher
Março (variável) Carnaval
04 de Abril Dia da Paz e Reconciliação Nacional
Abril (variável) Sexta-feira Santa
01 de Maio Dia Internacional do Trabalhador
17 de Setembro Dia do Herói Nacional
02 de Novembro Dia dos Finados
11 de Novembro Dia da Independência Nacional
25 de Dezembro NatalFonte: Angola Press, 2012.
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3. ECONOMIA E INFRAESTRUTURA
Angola está no rol de países de crescimento acelerado, e possui várias categorias de produtos e nichos de mercados ainda não explorados. A guerra civil
pela qual o país passou até a década passada acabou com a agricultura, destruindo campos e provocando a fuga da mão de obra agrícola para as cidades. Angola
tem de importar a esmagadora maioria de bens de consumo, mesmo os mais básicos. Angola importa mais de 95% do que consome.
O país também é rico em recursos naturais, como petróleo, diamantes, ouro, minérios de ferro, dentre outros, de modo que as principais indústrias do
país estão ligadas à mineração. Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África e quarto maior produtor mundial de diamantes. O setor industrial é o
principal ramo de atividade do país, embora o setor agrícola venha apresentando elevado crescimento. O petróleo foi responsável por 54% do Produto angolano
em 2012, segundo estimativas do FMI. A seguir, os principais indicadores econômicos de Angola.
Tabela 2 – Principais Indicadores Econômicos (2012)
O gráfico abaixo mostra a evolução do PIB angolano e da inflação. Até 2008 o país apresentava taxas de crescimento de dois dígitos (22,6% em 2007 e
13,8% em 2008). A partir desse ano o PIB continuou crescendo acima da média mundial, porém com aceleração reduzida, situação em parte justificada pela crise
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mundial, que teve impacto da demanda de petróleo. Segundo a Apex-Brasil10, o crescimento foi ainda prejudicado por atrasos governamentais em pagamentos de
construção em infraestrutura, mas perspectivas positivas em relação ao petróleo, bem como novas descobertas em mar profundo e recuperação do pós-guerra,
conduziram desde 2002 a um movimento sustentado de aceleração do consumo privado e do investimento.
Figura 5 – Evolução do Crescimento do PIB e da Taxa de Inflação de Angola
Fonte: FMI. Relatório de Abril de 2013. Elaboração IC ABICAB. *Estimativa/Previsão.
A taxa de inflação no país ainda é alta, porém em queda. A estimativa é de que nesse ano pela primeira vez ela fique abaixo dos dois dígitos. O custo de
vida é alto no país e penaliza os mais pobres. Ainda segundo a Apex-Brasil, uma parcela de 68% da população é considerada pobre, sendo que 30% vivem com
menos de US$ 2 por dia. Somente 30% da população possuem acesso à água potável e à eletricidade, além de os sistemas de transporte público e de educação
não abrangerem todos os setores da sociedade.
10
Vide Angola Perfil e Oportunidades Comerciais 2012, disponível em: http://www2.apexbrasil.com.br/media/estudo/PERFILANGOLADefinitivo_15012013100518.pdf.
2842
60
8475
82
104
119126
135
0
20
40
60
80
100
120
140
160
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* 2013* 2014*
PIB (US$ bilhões)
23,0
13,312,2 12,5
13,714,5
13,5
10,39,4 8,4
20,6 20,7
22,6
13,8
2,43,4 3,9
8,4
6,27,3
0
5
10
15
20
25
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* 2013* 2014*
Inflação (%) Crescimento do PIB (%)
13
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Enquanto os salários para a população local ainda são baixos, estima-se que para uma família com dois adultos e uma criança as despesas mensais de
supermercado devem ser de cerca de 2.250 dólares11. O salário mínimo varia de 90 a 136 dólares (95kz/dólar), dependendo do setor de atividade12.
O país possui 163 municípios, distribuídos em 18 províncias: Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Cuando-Cubango, Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Cunene,
Huambo, Huila, Luanda, Luanda-Norte, Luanda-Sul, Malange, Moxico, Namibe, Uíge e Zaire. Cabinda se localiza a parte do restante do país, separada pela
República Democrática do Congo. Das 18 províncias, as com melhores perspectivas de negócios são principalmente Benguela e Lubango, além de Cabinda, Huila e
Huambo. O governo tenta uma descentralização dos negócios em Luanda, e pode ser estimulado pelo fomento via crédito e pelo crescimento da agricultura
nessas áreas.
Os gastos do governo são de 36,3% do PIB. O superávit orçamentário é grande devido à receita do petróleo, mas existe certa incerteza fiscal. A dívida
pública é moderada. O governo angolano esforça-se em recuperar a infraestrutura logística do país, prejudicada pelo período de guerra civil, sobretudo nas áreas
relacionadas a transporte e logística, como malhas rodoviária e ferroviária. Há também interesse na diversificação da economia, e para isso têm realizadas revisões
da legislação relacionada ao comércio e investimento e modernização do ambiente regulatório para atrair mais investimentos privados. O governo também
tomou medidas como o Programa de Gerenciamento das Finanças Públicas e do Programa de Modernização Aduaneira, a fim de promover maior transparência e
responsabilização em suas operações. Faz parte ainda dos planos do governo de melhorar as condições de infraestrutura, habitação, além de investimento no
setor agrícola. O sucesso na evolução desses setores básicos vai determinar o sucesso da intenção de diversificar a sua economia.
Boa parte das indústrias locais manteve-se nas mãos de empresas estatais, como as relacionadas ao petróleo e à produção de diamantes, desde a
independência do país, em 1975. Entretanto, o governo teria anunciado à Bloomberg plano para a privatização de mais de 30 empresas públicas até 2018 para
impulsionar a atividade econômica no país e reduzir o peso do Estado na economia. A estratégia é vender as empresas não essenciais, reduzir os seus custos e o
montante de subsídios atribuídos pelo governo.
O governo tenta subsidiar alguns produtos e serviços básicos, como água, eletricidade, transporte público, combustíveis, material escolar, medicamentos,
serviços de saúde e de educação, etc. No entanto, alguns observadores apontam que tais medidas, apesar de sua natureza socializante, não atingem seus
objetivos, sendo um fator de desinteresse para investidores privados no país e favorecedor do surgimento de desequilíbrio das despesas orçamentárias.
11
Segundo o livro Trabalhar em Angola, de Hermínio Santos. 12
Informação disponível em: http://www.meusalario.org/angola/main/salario/salario-minimo.
14
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Apesar dos esforços empreendidos, há ainda muito que se melhorar. Falta estrutura básica no país, que está em reconstrução. A energia é cara, e a falta
de energia frequente, sendo comum que quem possa compre geradores. O acesso a saneamento básico também é precário, apenas 57% da população tinha
acesso a saneamento em 200813.
Figura 6 – Falta de Estrutura Básica em Angola
Na foto, pessoas trabalhando e descansando ao lado do lixo e do esgoto. Carnes sendo expostas e vendidas nas ruas, sem condições de higiene.
O país é bastante conhecido pela sua corrupção e cobrança de propina. Dessa forma, não é de se estranhar as condições precárias da população, uma vez
que altos níveis de corrupção estão relacionados à falha na prestação de serviços básicos, como educação ou saúde. O Corruption Perceptions Index14, que mede a
corrupção do setor público, pode indicar o grau de corrupção no país. O índice varia em sua escala de 0 (país altamente corrupto) a 100 (muito transparente), e
enquanto nenhum país apresenta um índice perfeito, uma pontuação abaixo de 50 indica um sério problema de corrupção. A pontuação de Angola em 2012 foi de
22 pontos, o que no quesito de transparência a coloca na posição 157, de 174. A pontuação do Brasil foi de 43, ficando em 69º lugar.
13
Segundo O Globo, com base em dados da OCDE e do Banco Mundial. 14
Disponível em http://www.transparency.org/cpi2012/results.
15
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A seguir, mais índices importantes para analisar a estrutura do país:
Economic Freedom of the World 201215, do Frasier Institute. Leva em consideração o tamanho do governo, o sistema legal e direito de propriedade, a
segurança da moeda, a liberdade de comércio internacional e regulação por meio da avaliação de cerca de 50 subvariáveis. A nota de Angola Nota 5,12 de
10, alcançando a 139ª posição, de 144. A seguir, os parâmetros que mais interferiram no desempenho.
Tabela 3 – Variáveis de Destaque na Avaliação do Economic Freedom of the World 2012
Fonte: Frasier Institute. Elaboração: IC ABICAB.
2013 Index of Economic Freedom16: analisa estado de direito, limitação do governo, eficiência regulatória e abertura de mercado. O índice forneceu
resultados semelhantes ao índice anterior, embora considere que os indicadores do país tenham melhorado, principalmente em relação aos gastos do
governo, liberdade de comércio e corrupção. Angola está classificada em 158, de 177 países analisados, e sua pontuação permanece bem abaixo da média
15
Os dados considerados, porém, são de 2010. Disponível em: http://www.freetheworld.com. 16
Vide http://www.heritage.org/index/ranking.
Melhores desempenhos Piores Desempenhos
Abrindo um negócio Consumo do governo
Alíquotas máximas de impostoControle do movimento de capital
e de pessoas
Controle da taxa de juros Cumprimento de contratos
Negociação coletiva centralizada Custos de burocracia
Propriedade bancáriaCustos de conformidade de
importações e exportações
Regulação do mercado de crédito Imparcialidade dos tribunais
Tarifas Propinas
Proteção aos direitos de
propriedade
Requisitos administrativos
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mundial e regional (posição 40 dos 46 países da região da África Subsaariana). Segundo a análise do indicador, o uso do sistema judicial, por exemplo, é
desencorajado por procedimentos demorados e de influências do poder executivo sobre os resultados. Honorários advocatícios e registro de propriedade
podem ser proibitivamente caro, e a proteção aos direitos de propriedade é fraca.
Doing Business 201317, do Banco Mundial. A classificação dos países leva em conta aspectos relacionados à abertura de empresas, obtenção de alvarás,
contratação de empregados, emissão de registro de propriedades, obtenção de crédito, proteção de investidores, pagamentos de impostos, comércio
exterior, cumprimento de contratos e fechamento de empresas, entre outros. Leva em consideração 185 países, sendo que no último ano disponível
Angola ficou na 172º posição (o Brasil, em 130º). Segundo o Banco Mundial, o país tem apontado uma melhora nos últimos anos.
No item do Doing Business referente a comércio exterior mede-se o tempo e o custo (excluindo tarifas e o tempo e custos referentes ao transporte
marítimo) associados a exportação e importação de um carregamento padrão de mercadorias por transporte marítimo e o número de documentos necessários
para completar a transação. A exportação para Angola (porto de Luanda) de um contêiner de 20' requer 8 documentos, leva 45 dias e custa 2.690 dólares.
Tabela 4 – Angola: Tempo e Custo Relacionados a Procedimentos para Importar
Fonte: Doing Business, Banco Mundial. Elaboração: IC ABICAB.
O tempo e o custo envolvidos para as importações angolanas vêm caindo desde 2009. Angola acelerou os processos relacionados a comércio exterior por
meio da adoção de procedimentos simplificados e investimentos em infraestrutura e administração portuária.
17
Disponível em http://www.doingbusiness.org/~/media/giawb/doing%20business/documents/profiles/country/AGO.pdf.
Procedimento Tempo (dias) Custo (US$)
Preparação de documentos 25 790
Desembaraço aduaneiro e controle técnico 7 400
Manuseio nos portos e terminais 10 500
Manuseio e transporte interno 3 1.000
Total 45 2.690
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Os documentos para a importação são básicos, a saber: Conhecimento de Embarque (Bill of Landing), Documento Único (vendido pelo governo),
Certificado de Origem, Fatura comercial (Commercial Invoice), Declaração de importação, Autorização de importação do Conselho Nacional dos Carregadores
Angolanos, Romaneio de Carga (Packing List) e Recibo de manipulação Portuária. Os produtos que não possuírem a documentação de importação correta estarão
sujeitos a taxas de penalidade.
Além disso, segundo a Apex-Brasil, a Bivac (Bureau Inspection Valuation Assessment Control) aconselha que os exportadores etiquetem, em português,
bens do gênero alimentício, perfumes e cosméticos, farmacêuticos e químicos. As informações que devem estar presentes nas embalagens de gêneros
alimentícios são: nome do produto, referência do lote, condições de armazenamento, datas de produção/validade, composição de gordura, capacidade,
percentual alcoólico, etc. O tempo remanescente de vida útil em estante deve ser de seis meses (cinco meses para fins de mercado e um para fins de transporte).
Em relação à infraestrutura logística, há poucos anos havia grande congestionamento no porto, e as empresas apresentavam grandes problemas no plano
da logística, como a deterioração dos produtos e aumento dos custos. Entretanto, empresários brasileiros relatam que o governo está fazendo um bom trabalho
no que diz respeito à logística dos alimentos, melhorando e expandindo o porto de Luanda, por exemplo, o que facilita a atividade das empresas. O principal meio
de transporte utilizado para o comércio exterior em Angola é o marítimo, sendo os principais portos os de Luanda, Lobito e Namibe.
A seguir, mais informações sobre o transporte em Angola18:
Transporte Rodoviário: em 2006, dos 75.000 km de estradas, 7.955 km eram asfaltadas (11%). Os principais eixos caracterizam-se por unirem a capital
com o interior, ou seja, na direção Norte (Bengo, Zaire, Uíge), Leste-Oeste (Malanje, Luanda Norte, Huambo, Luanda Sul, Moxico, Kwanza-Norte, Huambo, Bié) e
Sul (Kwanza Sul, Benguela, Namíbe). Essa malha é complementada com eixos secundários que permitem a comunicação com Namíbia, República Democrática do
Congo e República do Congo.
Transporte Ferroviário: Angola tem uma rede ferroviária de 2.750 km. Desses quilômetros de linha férrea, dois são de percurso interprovincial e apenas
uma intercontinental, conforme a tabela abaixo.
18
Segundo o Portal da República de Angola, 2011. Disponível em: http://www.angola.gov.ao/Angola/.
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Tabela 5 – Malha Ferroviária de Angola
Fonte: Portal da República de Angola, 2011.
Transporte Aéreo: uma rede de infraestrutura constituída por aeroportos e aeródromos distribuídos por todo o país permitem o acesso a todo o território
nacional e ao exterior através do aeroporto internacional 4 de Fevereiro, na capital. A TAAG (Angola Airlines) constitui a companhia que opera por todo o país e
assegura as ligações com capitais da África, Europa e América. Além da TAAG, atuam no país as seguintes companhias aéreas estrangeiras: TAP, Air-France,
Aeroflot, Sabena, Lac (R.D.Congo), Lima-Congo (Congo-Brazzaville), Air-GAbon, Air Namíbia, SAA, Ethiopian Airlines e a British Airways. Em relação a voos
domésticos existem ainda as companhias SAL (Sociedade de Aviação Ligeira), AAC (Angola Air Charter Ltda) e a Trasnáfrica, que prestam serviços de transportes de
passageiros e cargas e dispõem de ligações regulares entre as principais cidades – Luanda, Huambo, Benguela, Lubango, Cabinda, Moxico e Malanje; Air Gemini
que opera na região do Leste e a Sonair com operações aéreas ligadas à Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, empresa estatal do ramo
petrolífero).
Transporte Marítimo: o principal meio de transporte utilizado para o comércio exterior em Angola é o marítimo, sendo os principais portos os de Luanda,
Lobito e Namibe. O País está dotado de três grandes portos comerciais e diversos outros de pequenas dimensões orientados fundamentalmente para a pesca e
petróleos. Entre as principais companhias de navegação que operam em Angola destacam-se a Cabotang, Empromar, NDS e a Secil Marítima.
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Segundo a Apex-Brasil19, a capacidade de pagamentos de Angola foi semelhante à de Moçambique e Nigéria, e inferior a de Egito e África do Sul. Sua
classificação de longo prazo seria B e a de longo prazo seria B+. Assim, o comum no mercado é trabalhar com pagamento adiantado ou carta de crédito
confirmada de banco de primeira linha.
O setor bancário em Angola tem mais de 20 bancos em operação e continua a crescer. A utilização pública de serviços bancários, no entanto, continua a
ser baixa, apenas cerca de 10 por cento da população mantém contas bancárias. Os setores mais atrativos são aqueles relacionados com a construção civil, a
agricultura, a pesca, a alimentação, o turismo e os imóveis.
19
Em Angola: Perfil e Oportunidades Comerciais (http://www2.apexbrasil.com.br/media/estudo/PERFILANGOLADefinitivo_15012013100518.pdf), com base nas medidas de risco feitas pela Standard and Poor’s (S&P). A classificação vai de AAA, menor risco ou melhor avaliação, até C, maior risco ou pior avaliação, ficando assim distribuída: AAA; AA+; AA; AA-; A+; A; A-; BBB+; BBB; BBB-; BB+; BB; BB-; B+; B; B-; CCC; CC; C.
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4. COMÉRCIO EXTERIOR
O fluxo de comércio entre Angola e o mundo é intenso, visto que sua economia ainda tem como base o petróleo e necessita importar a maioria maciça dos
bens que consome. É possível notar conforme a tabela abaixo que o crescimento ou da queda das exportações tem impacto direto nas importações, reforçando o
papel desempenhado pelo petróleo na economia.
Tabela 6 – Angola: Comércio Exterior20 (US$ bi)
Assim, a crise econômica mundial repercutiu tanto sobre as exportações, as importações e o PIB angolano, cuja queda no desempenho não foi maior por
conta da demanda interna. Ademais, sofre forte influência dos preços internacionais de produtos relacionados a alimentos e derivados de petróleo e energia.
A pauta de exportação é composta por petróleo e seus derivados (mais de 97%), além de pedras preciosas e embarcações flutuantes, dentre outros. Os
principais destinos das exportações angolanas em 2011 foram China (com participação de 38%), Estados Unidos (21%), Índia (9%) e Canadá (4%). O Brasil obteve o
12º lugar entre os principais destinos com participação de 0,7% do total.
20
Os dados de comércio de 2012 do país ainda não estão fechados.
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Já os principais fornecedores de bens a Angola são: Portugal (20%), China (18%), Estados Unidos (9,5%), Brasil (7%) e África do Sul (6%). Dentre os demais
fornecedores, a presença é de, sobretudo, países da União Europeia, como França, Reino Unidos, Bélgica e Holanda. A participação conjunta do bloco é de 40% na
pauta importadora de Angola. Os bens demandados pelo país são principalmente de manufaturados, com destaque para fabricação de máquinas e equipamentos
de uso na extração mineral, construção e siderurgia e alimentos e bebidas, conforme a tabela a seguir.
Tabela 7 – Angola: Composição das Importações em 2011
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Enquanto o Brasil importa de Angola praticamente petróleo e seus derivados, as exportações brasileiras para Angola são diversificadas, e principalmente
de manufaturados, cuja participação é de 66% (seguida de produtos básicos, cuja participação é de 33,7%). Os principais produtos exportados são açúcar refinado,
carne de frango e suína e máquinas e equipamentos.
Tabela 8 – Brasil-Angola: Evolução do Intercâmbio Comercial (US$ milhões)
Diversas empresas brasileiras têm negócios com o páis. Grandes empresas brasileiras como Odebrecht, Petrobrás, Furnas e Vale do Rio Doce estão
presentes no local. Do setor de balas, chocolates e amendoim, 19 empresas integrantes da Sweet Brasil exportaram para lá em 2012.
A presença brasileira no mercado é notória. É comum ouvir músicas brasileiras nas rádios, bem como regravações de músicas que fizeram sucesso no
Brasil por artistas angolanos. As novelas da Globo e da Record, que têm canais fechados na TV angolana, correspondem a mais de 40% da audiência. Nas gôndolas
também é fácil encontrar produtos brasileiros, como o guaraná Antártica. Os nativos admiram muito os brasileiros, e esse componente afetivo ajuda a aceitação
do produto brasileiro lá. A presença de brasileiros também não é baixa, há mais de 20 mil brasileiros residindo no país.
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5. POLÍTICA, ESTRUTURA INSTITUCIONAL E RELAÇÕES EXTERIORES
Angola foi durante 5 séculos colônia de Portugal, até 1975, e ainda hoje a influência portuguesa é muito grande. O interesse primordial de Portugal por
Angola era o comércio de escravos. Vale notar que em 1648, após de 24 anos de conflitos, Portugal reestabelece a conquista da colônia invadida pelos holandeses
e inicia um período de esforços para a restauração do que havia sido destruído durante os embates. Angola também tem laços com a Inglaterra, que financiou a
construção de importantes ferrovias de ligação entre a costa e o interior.
Após a independência, o país foi marcado pela rivalidade política entre as forças angolanas, que culminou na guerra civil, com fim em 2002. O atual
presidente é José Eduardo dos Santos, eleito o presidente do partido em poder, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola). Em 1992, ele e o candidato
Jonas Savimbi foram eleitos para o segundo turno (por 49,6% vs. 40,7% dos votos, respectivamente), entretanto o segundo candidato mais votado alegou fraude
nas eleições, reascendendo a guerra civil, enquanto José Eduardo permaneceu no poder.
Angola possui um sistema republicano de governo, entretanto a nova Constituição aprovada em fevereiro de 2010 estabelece a extinção do cargo de
primeiro-ministro, de forma que o Poder Executivo passou a ser de titularidade exclusiva do presidente da República. O presidente é escolhido pelo partido que
ganha as eleições parlamentares, e é eleito para um mandato de cinco anos, podendo ser reeleito para dois mandatos consecutivos ou descontínuos de ofício.
O Conselho de Ministros transformou-se em órgão auxiliar do presidente da República no exercício do Poder Executivo. Cada província tem um
governador, que é nomeado pelo presidente, e a Assembleia Nacional é unicameral, composta por 223 membros. A estrutura jurídica angolana consiste no
Tribunal Supremo, no Tribunal Constitucional, nos tribunais provinciais e nos tribunais municipais. O presidente da República nomeia os juízes do Tribunal
Supremo, após considerações do Conselho Superior da Magistratura Judicial. O Conselho Superior possui também as incumbências de nomeação, colocação,
transferência e promoção de outros juízes. No que tange ao comércio, não existem tribunais específicos; em dezembro de 2010, entretanto, segundo a Apex-
Brasil21 o Ministério das Finanças e o Serviço Nacional das Alfândegas reabilitaram as instalações da Sala do Contencioso Fiscal e Aduaneiro, instalada no Porto de
Luanda.
21
Essa e as informações a seguir dessa seção são um resumo das informações disponíveis no estudo Angola: Perfil e Oportunidades Comerciais. Para informações mais detalhadas acessar o estudo em http://www2.apexbrasil.com.br/media/estudo/PERFILANGOLADefinitivo_15012013100518.pdf (especialmente págs. 18-27).
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A organização da economia permanece largamente nas mãos do Estado, que é o principal regulador e coordenador do desenvolvimento econômico. A
nova Constituição, contudo, estabelece alterações em matéria de Direitos Fundamentais, que passaram a incluir a propriedade privada, a livre-iniciativa
econômica, o direito ao ambiente e a propriedade intelectual.
Figura 7 – Estrutura e Principais Órgãos do Governo de Angola
Fonte: IC Apex-Brasil, com base em sites do governo.
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Quanto a organizações interestatais africanas, Angola é membro original da União Africana (UA), cujo objetivo é a formação de uma união monetária e
econômica. A UA tem sua origem na Organização para a Unidade Africana (OUA), cuja participação de Angola data de 1975. Além disso, Angola é membro
fundador da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, na sigla em inglês), a qual almeja formar um mercado comum entre seus membros até
2015. Angola também faz parte, como membro original, da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (ECCAS) e do grupo de países Africanos,
Caribenhos e do Pacífico (ACP) que, sob o Acordo de Cotonou, estão associados à Comunidade Europeia (CE).
Desde agosto de 2002, juntamente com Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, Angola integra a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)22, sendo membro-fundador. Nesse sentido, houve a assinatura de um acordo de cooperação entre os
membros em julho de 1998.
Angola também tem acordos comerciais bilaterais com Argentina, Bulgária, Cabo Verde, Camarões, China, Cuba, Congo-Brazzaville, República Democrática
do Congo, República Tcheca, Gabão, Alemanha, Gana, Guiné-Bissau, Hungria, Índia, Coreia do Norte, Marrocos, Moçambique, Namíbia, Polônia, Rússia, São Tomé
e Príncipe, Eslováquia, Tanzânia, Ucrânia, Vietnã, Zâmbia e Zimbábue.
Tendo sido o primeiro Estado a reconhecer a independência de Angola, sob a liderança do MPLA, o Brasil possui fortes laços com esse país africano,
manifestados das mais diversas formas, seja através da intermediação de relações diplomáticas entre Angola e Estados Unidos ou no desmonte de minas
terrestres em solo angolano, efetuado pela Engenharia do Exército Brasileiro. Com a posse do presidente Lula, em 2003, uma nova direção foi dada às relações
exteriores do Brasil, a qual conferiu um papel especial às relações com os países africanos, em especial aqueles de língua portuguesa, aprofundando a agenda da
CPLP. Quanto a Angola, novas linhas de crédito foram abertas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), impulsionando investimentos
brasileiros e incentivando empresas brasileiras, principalmente na área de infraestrutura, a se estabelecerem no país23.
Além disso, nos regimes dos países desenvolvidos de Sistema Geral de Preferências (SGP), Angola é beneficiária de cláusulas de País menos Desenvolvido
(LDC, na sigla em inglês). O tratamento de Nação Mais Favorecida (NMF) é concedido a todos os parceiros comerciais de Angola, que, embora tenha assinado o
Protocolo Comercial da SADC, ainda não apresentou um projeto de redução de tarifas para as preferências regionais.
22
Mais informações podem ser obtidas em http://www.cplp.org. 23
Os acordos bilaterais com o país ainda podem ser visualizados no link a seguir: http://mercadofoco.apexbrasil.com.br/angola/informacoes-estrategicas/acordos-bilaterais.
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As importações angolanas estão também sujeitas ao imposto sobre o consumo, que consta na tarifa junto com direitos de importação e cujas taxas são de
2%, 10%, 20% e 30%. A taxa de 10% se aplica à grande maioria dos produtos, enquanto as taxas de 20% e 30% se aplicam principalmente a bens de luxo e a taxa
de 2%, a uma variedade de bens básicos ou, em alguns casos, aos insumos ou às máquinas para a indústria. Na prática, já que a maior parte das mercadorias tem
que ser importadas pelo país, o imposto sobre o consumo é efetivamente um imposto adicional sobre as importações; a proteção efetiva concedida à indústria
nacional é reforçada pela diferenciação nas taxas desse imposto, a fim de impulsionar um embrionário processo de substituição de importações por produção
interna.
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6. DISTRIBUIÇÃO E VAREJO
Embora o mercado informal seja expressivo em Angola (estima-se que ainda corresponda a mais de 50% de tudo o que é comercializado), o setor de
varejo é crescente e considerado muito promissor. Ele foi impulsionado pela entrada em 2003 do grupo sul africano Shoprite, o maior do continente, e do Nosso
Super e Poupa Lá, da estatal Presild, a partir de 2005. Na sequência, foi inaugurado o maior hipermercado do país (Kero) e o cash & carry Alimenta Angola em
2009, além do Mega Cash & Carry, em 2010.
Sondam ainda a entrada no mercado a marca portuguesa Continente (do Grupo Sonae) e o grupo angolano Score, que anunciou a intenção de construir 60
supermercados sob a insígnia Mel. Também existe o interesse de outros grupos no mercado, como o El Corte Inglés (espanhol) e o Wal-Mart (americano). A rede
varejista local conta ainda com o grupo nacional Arosfran, redes de supermercados como Martal e Pomobel e a rede de produtos premium Casa dos Frescos,
dentre outros. O crescimento da rede varejista também influencia o consumo de alimentos no país, pois aumenta a variedade de produtos disponibilizados bem
como a qualidade dos produtos ofertados, além de criar mais empregos e gerar renda. Abaixo, mais informações de redes varejistas que operam no local24.
PRESILD
Marcas: Nosso Super, Poupa Lá, Nossa Casa
Origem: Angola
O Programa de Reestruturação Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População (Presild), criado por um decreto presencial de 2005, visa reformular
o quadro legal do comércio, ampliar a oferta de bens essenciais à população e o consumo de produtos nacionais. O programa inclui igualmente a construção de
infraestruturas para o atacado e varejo, além de criar novas oportunidades de negócios e de emprego. Foi no âmbito do Presild que nasceram supermercados de
pequeno e médio porte espalhados por todo o território, como o Nosso Super (gerido pela empresa brasileira Odebrecht) e Poupa Lá (inicialmente gerido pelo
grupo português GCT, que acabou por falir no seu país de origem, sendo substituído pela Odebrecht). Face aos problemas financeiros que o projeto enfrentou,
especulou-se na imprensa uma eventual privatização, embora isso tenha sido desmentido pelo Ministério do Comércio. A reabertura do Presild em maio desse
ano contou com negociações extensas entre o Estado angolano (proprietário da rede) e a empresa privada Nova Rede de Supermercados de Angola (NRSA),
entidade que vai gerir as lojas Nosso Super nas 18 províncias do país. A NSRA assinou com o Estado um contrato de dez anos, tendo investido na recuperação da
24
Com base em informações do O País, revista Exame e site das empresas.
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rede mais de 50 milhões de dólares. A rede, que integra um complexo empresarial em Viana, dois centros de distribuição e logística em Viana e no Lobito e 29
lojas distribuídas por todo o país, é a maior a operar no mercado varejista nacional25.
GRUPO AUCHAN
Marca: Jumbo
Origem: França
O grupo familiar Auchan foi fundado no Norte de França em 1961, sendo um dos principais grupos de distribuição europeus. Pioneiro no conceito de
hipermercado, o grupo iniciou a internacionalização para os mercados contíguos de Espanha, Itália e Portugal. A partir de 1994, o processo intensifica-se com a
entrada na Polônia, México, Luxemburgo, Hungria, Estados Unidos, China, Taiwan, Marrocos, Rússia e Romênia. Em 1996, adquire o grupo Pão de Açúcar em
Portugal (com 31 lojas das marcas Jumbo e Box), o que permitiu assumir a gestão do hipermercado Jumbo de Luanda, criado em 1973, e o maior do pais até a
chegada do Kero. Hoje, o grupo está presente em 13 países, tendo faturado 58,3 mil milhões de dólares em 2011. Segundo a Espírito Santo Research, o
hipermercado Jumbo é detido em 30% pelo grupo francês e o restante pertence a investidores angolanos.
TEIXEIRA DUARTE
Marcas: Maxi, Bom Preço, Casa de Coração
Origem: Portugal
O grupo está presente no comércio alimentar angolano desde 1996, no formato cash & carry, através da insígnia Maxi, que está localizada nas províncias de
Luanda (Morro Bento, Talatona, Cazenga, Viana); Kwanza-Sul (Porto Amboim e Sumbe) e Benguela (Lobito). O grupo criou recentemente a marca de varejo de
bairro Bom Preço (localizada no Ginga Shopping, em Viana), a Casa de Coração (especializada em produtos para o lar) e a Maxilectro (eletrodomésticos), presentes
no Maxi Park de Talatona. O grupo Teixeira Duarte Angola também detém os hotéis Trópico, Alvalade e Baía em Luanda. A construção civil é o seu principal ramo
de atividade (participa, entre outros projetos, da construção da nova sede da Assembleia Nacional). Outros ramos de negócio são o imobiliário (posse de imóveis);
25
Veja ainda vídeo sobre a rede, que permite conhecer as lojas do grupo, seus clientes e seus planos para os próximos anos: http://www.firstpost.com/topic/place/angola-angola-central-de-distribuicao-nosso-super-presild-video-ZepAD4cVLRo-3431-1.html.
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o automotivo (comercialização e representação das marcas Peugeot, Nissan, Honda e a marca Indiana Mahindra), a de cimentos (Angocine e Metangola) e a de
restaurantes (pastelaria Nilo e restaurante Pintos). O grupo, fundado em Portugal em 1921, está em Angola desde 1976 e em mais 12 países (Argélia, Brasil, Cabo
Verde, China, Espanha, Marrocos, Moçambique, Namíbia, Rússia, São Tomé e Príncipe, Ucrânia e Venezuela).
REFRIANGO
Marcas: Mega Cash & Carry
Origem: Angola
O grupo detido por uma sociedade anônima de capital angolano e português inaugurou o Mega Cash & Carry em novembro de 2010, no bairro da Palanca. Detém,
ainda, as marcas de bebidas Blue, Pura, Nutry, Tutti, Cuia e Welwitschia e a Wayfield (uma trading de produtos alimentares sediada em Portugal, mas que tem
Angola como mercado-alvo), dentre outros negócios. Durante a cerimônia de lançamento o Mega Cash & Carry assumiu a intenção de se tornar o maior centro
comercial de distribuição de produtos alimentares em Angola, com foco nos produtos perecíveis. O investimento orçado em 35 milhões de dólares inclui uma área
de venda de 4600 metros quadrados e uma referência de 3 mil produtos (incluindo marcas próprias, a fabricação de pão e pastelaria, cafeteria e restaurante). Na
mesma ocasião, o grupo revelou a intenção de inaugurar mais duas lojas, em Benguela e Luanda, e criar uma rede em todo o território nacional até 2020.
SHOPRITE
Marcas: Shoprite, USave
Origem: África do Sul
Trata-se do maior grupo de distribuição africano e abriu o seu primeiro hipermercado em Angola em 2003. Hoje o grupo possui lojas no Belas Shopping de
Talatona (que foi ampliada), no bairro do Palanca (o primeiro do grupo, lançado em 2003) e no Lobito (aberta em 2010). Possui ainda outros supermercados de
menor dimensão (a cadeia designa-os internamente por USave) no Bairro Azul, Ilha do Cabo, Morro Bento, Mulemba e Prenda, além de hipermercados em
Huambo e Lubango. A rede sul-africana está também representada nas províncias do Namibe e Kwanza-Sul (Porto Amboim). O grupo opera em 16 países
africanos e emprega 95 mil pessoas. No ano passado o presidente informou à imprensa sul-africana que tencionava abrir mais dez unidades na Nigéria, Malawi,
República Democrática do Congo e Angola nos próximos dois anos.
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TENDA ATACADO
Marcas: Alimenta Angola
Origem: Brasil
O cash & carry Alimenta Angola foi inaugurado em 2009, na estrada de Catete com uma área de 4.500 metros quadrados, 150 funcionários e mais de 6 mil itens. O
grupo tem a intenção de ampliar a rede para dez unidades atacadistas em Angola, duas em Luanda e sete nas províncias. Fundado em 2001, o grupo Tenda
Atacado possui 15 lojas em São Paulo, dois centros de distribuição e cerca de 3 mil trabalhadores. Fatura mais de 60 milhões de dólares por ano e é a quinta maior
rede varejista do Brasil.
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7. O MERCADO DE CONFECTIONERY
Semelhantemente ao que ocorre na comercialização dos produtos em geral, também é comum que os produtos do setor sejam comercializados nas ruas,
principalmente as pastilhas e chiclés (por ambulantes e barraquinhas) e o amendoim, que é vendido a granel dentro de bacias. Além do consumo dos produtos
como indulgência, é comum que as igrejas distribuam balas às crianças nas salas de ensino. Também é possível a compra de balas e doces para elaboração de kits
a serem entregues em festas de aniversário. O período de maiores vendas vai de outubro a dezembro, por conta das festas de final de ano, sobretudo no mês de
dezembro.
Como os produtos são de origem externa, as importações servem como uma aproximação do consumo do setor (com exceção do amendoim, já que existe
produção local). No período compreendido entre 2007 e 2011 as importações angolanas do setor cresceram a uma taxa média de 24% em valor e 19% em volume.
Só no ano de 2011 o crescimento correspondeu a 33% em valor e 22% em volume. As importações de candies cresceram em média 26% em valor e 22% em
volume no período em análise, 51% em valor e 32% em volume em 2011. Já as importações de amendoim apresentaram um crescimento médio de 35% em valor
e 31% em volume, sendo que em 2011 cresceram 43% em valor, mas caíram 11% em volume. Já as importações de chocolates cresceram em média 18% em valor
e 10% em volume no período 2007-2011, sendo que em 2011 apresentou crescimento de 3% e caíram 2% em volume. Vale notar que em 2012 as importações de
chocolates, ainda não fechadas, já haviam ultrapassado o valor e o volume importado no ano anterior, indicando crescimento.
Os principais fornecedores de produtos do setor são Portugal (com participação 15% no total importado), Brasil (15%), Namíbia (15%), Argentina (13%),
China (12%) e África do Sul (12%). Não foram identificadas diferenças de tarifas aplicadas sobre as importações originadas no Brasil em comparação aos principais
países concorrentes, sendo que a tarifa ad valorem aplicada varia de 5 a 15% conforme o SH.
As exportações brasileiras do setor, por sua vez, cresceram em média 14% em valor e 9% em volume no período entre 2007 e 2011 (puxadas para cima
devido ao segmento de candies). As exportações brasileiras de chocolates no período caíram a uma taxa média anual de 6% em valor e 4% em volume. As
exportações de amendoim também caíram no período, a uma taxa média de 38% em valor e 39% em volume. Entretanto, as exportações de candies cresceram
em média 18% em valor e 11% em volume. As exportações de amendoim deram um salto em 2012. Com exceção do amendoim, em 2012 os segmentos
apresentaram taxas de crescimento negativas (quedas superiores a 5% em valor e em volume).
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Figura 8 – Importações Angolanas do Setor e Segmentos
Fonte: UN/Comtrade. Elaboração: IC ABICAB. *Dados de 2012 ainda não fechados (faltando parceiros relevantes, como Namíbia, Colômbia, Itália. e Colômbia). Note que Angola não reporta seus
dados de comércio, logo as informações aqui apresentadas tratam-se de dados “espelho” (exportações para Angola).
16,222,3
26,7 26,8
32,6 31,9
38,8
55,9
67,2 68,4
91,0
82,9
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2007 2008 2009 2010 2011 2012*
Importações do Setor
Volume (TON Milhares) Valor (US$ Milhões)
205,0
179,9
313,2
675,6603,5
411,1384,0
399,7
588,0
899,2
1283,0
861,4
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1400,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012*
Importação de Amendoim
Volume (TON) Valor (US$ Milhares)
11,4 15,918,8 19,2
25,224,125,3
35,3
40,4 42,5
64,0
53,2
0
10
20
30
40
50
60
70
2007 2008 2009 2010 2011 2012*
Importação de Candies
Volume (TON Milhares) Valor (US$ Milhões)
4,66,2
7,66,9 6,7
7,4
13,1
20,1
26,225,0
25,828,8
0
5
10
15
20
25
30
35
2007 2008 2009 2010 2011 2012*
Importação de Chocolate
Volume (TON Milhares) Valor (US$ Milhões)
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Figura 9 – Principais Fornecedores dos Produtos do Setor em 2011
Fonte: UN/Comtrade. Elaboração: IC ABICAB.
Tabela 9 – Tarifas de Importação Ad Valorem
Fonte: MacMap, ITC. Elaboração: IC ABICAB.
O mercado é dominado pela Kraft Foods (por meio dos produtos Cadbury Dairy Milk, Trident, Dentyne e Chiclets, dentre outros) e pela Arcor (Bon o Bon,
Big Bola, Blow Up, dentre outros). Tais produtos são facilmente encontrados nos PDVs em geral. Também foram encontrados outros produtos de marcas fortes,
como Nestlé e Lindt. Esses produtos (somando os da Kraft Foods) são exportados geralmente da África do Sul, embora possam vir também da Europa. Nos
armazéns, havia maior variedade de produtos, originados de diversos locais, embora a Arcor ainda fosse encontrada com força expressiva. Foi informado,
entretanto, que nas demais províncias há menos opções e variedade de produtos.
Portugal
15%
Brasil15%
Namíbia15%
Argentina13%
China12%
África do Sul12%
Colômbia
7%
Outros
11%Total: US$ 91
milhões 170410 170490 180620 180631 180632 180690 200811
África do Sul 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
Argentina 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
Brasil 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
China 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
Colômbia 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
Índia 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
México 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
Namíbia 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
Portugal 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
Turquia 5% 5% 10% 10% 10% 10% 15%
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Figura 10 – Exportações Brasileiras do Setor e Segmentos para Angola
Fonte: SECEX/Aliceweb. Elaboração: IC ABICAB.
4,9
8,0
6,55,9
7,16,3
8,1
13,1
10,9 10,8
13,7
12,8
0
2
4
6
8
10
12
14
16
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Exportações Brasileiras do Setor
Volume (TON Milhares) Valor (US$ Milhões)
14,3
4,76,4
0,51,9
7,4
50,3
36,4
20,2
3,3
7,2
41,3
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Exportações Brasileiras de Amendoim
Volume (TON) Valor (US$ Milhares)
4,2
7,1
5,8 5,4
6,45,8
6,3
11,1
9,5 9,8
12,4 11,8
0
2
4
6
8
10
12
14
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Exportações Brasileiras de Candies
Volume (TON Milhares) Valor (US$ Milhões)
0,7
1,0
0,7
0,4
0,6
0,5
1,7
2,0
1,4
1,0
1,3
1,0
0
1
1
2
2
3
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Exportações Brasileiras de Chocolate
Volume (TON Milhares) Valor (US$ Milhões)
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Durante a visita de mercado, foram analisados 19 pontos de venda, tanto do varejo (diversos portes, embora com destaque a redes maiores) como do
atacado. Compuseram a lista de PDVs visitados: Kero, Mundo & Martal, Casa dos Frescos, Shoprite, Intermarket, Jumbo, Nosso Super, Maxi, Mega, 1 quiosque, 3
lanchonetes, 1 mercearia, 1 loja de conveniência (da rede de postos Super 7 Express, uma das maiores de Luanda), além de 4 armazéns. Dentre os armazéns,
destaca-se a visita a 2 armazéns da NDAD (antiga Gulfrate), a maior distribuidora do país (presente em todas as províncias). A NDAD possui mais de 120 armazéns
em Angola, sendo mais de 30 em Luanda. Atua há cerca de 15 anos no mercado.
Figura 11 – Imagens Externas Alguns PDVs Visitados
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No varejo em geral a proporção de candies e chocolates em alimentos é bastante pequena, não ocupando nem sequer um lado inteiro de um corredor, e
amendoins não foram encontrados em todos os PDVs (exceto nas redes maiores, na forma industrializada, incluindo marcas nacionais). Entretanto os amendoins
são também vendidos a granel pelas zungueiras. Existem poucos displays diferenciados, a maioria da Cadbury, que inclusive possui na maioria dos PDVs visitados
uma geladeira da marca com seus produtos. O Kero foi o PDV com maior proporção de displays diferenciados, como os das marcas Haribo e Gorila, além de ilhas
de produtos do setor. Já promoções são muito comuns e atraentes, uma vez que os preços em Angola costumam ser bastante altos.
Figura 12 - Ilha de Destaque de Produtos das Marcas Jubileu e Regina (ambas da Imperial) no Hipermercado Kero
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Figura 13 - Displays Diferenciados nos PDVs
Displays diferenciados. Na ordem: displey da Haribo, da Gorila e da Cadbury.
Foi informado que os angolanos compram de marcas que já conhecem (força da marca), pois há uma carência em geral de produtos de qualidade ou ainda
porque não dispõem de renda para provar novos produtos. Por isso, segundo representantes do NDAD, se faz importante a presença de promotores nos
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armazéns, o trabalho de degustação e bons distribuidores. Investimentos em publicidade contribuem para o sucesso da entrada do produto no mercado. A forma
mais comum de publicidade utilizada em Angola são os outdoors, além da televisão26.
Figura 14 – Outdoors espalhados por Luanda
Outdoors nas ruas de Luanda. Destaque para o outdoor da Arcor, na primeira imagem e da Columbina na segunda imagem (ao centro).
Embalagens são encontradas em diversos tamanhos, já que a maioria dos produtos é importada e seguem o padrão do mercado de origem. Entretanto, as
embalagens menores são mais propensas ao sucesso, visto que seus preços menores permitem que o consumidor prove, bem como que as classes mais baixas
tenham acesso. As embalagens devem ser resistentes, já que o produto pode ser comercializado nas ruas.
26
É importante recordar, entretanto, que esse meio de comunicação deve ser mais eficaz em classes mais altas, já que ainda falta muito energia no país, sobretudo nos bairros mais pobres. Para exemplo de propaganda veiculada na televisão angolana, vide propaganda do Blow Up, da Arcor: http://www.firstpost.com/topic/place/angola-blow-up-arcor-video-mcBi7sPOA3E-3431-1.html.
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7.1 Amendoim
O amendoim, conhecido em Angola como ginguba, é amplamente utilizado na culinária local. Levando esse fato em consideração, é de se esperar que a
venda de amendoins sem sal seja maior, para permitir sua utilização numa gama maior de receitas27. As receitas mais comuns que levam o amendoim são o bolo
de ginguba (inclusive vendidos em supermercados) e moamba de galinha, também chamada de moamba de ginguba. A moamba de ginguba acompanha outro
tradicional prato de Angola: o funge.
Figura 15 – Exemplos de pratos que levam amendoim: bolo de ginguba, torta de amendoim e chocolate e moamba de ginguba
27
Para conhecer exemplos de receitas que levem amendoim, acesse: http://receitasangola.blogspot.com.br/2013/03/bolo-de-ginguba.html e http://rainhadasinsonias.blogspot.com.br/2013/03/receita-de-moamba-de-ginguba-amendoim.html.
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O amendoim também é consumido na forma industrializada, doce e salgado (com e sem casca). O amendoim na forma doce e crocante é chamado de
paracuca e também é comum. Também foi encontrado no mercado doce de amendoim semelhante ao pé de moleque. A marca nacional “Kitutis da terra” oferta
ainda um produto chamado cafufutila (amendoim moído, semelhante a uma farinha) e a kitaba (uma pasta de amendoim). As marcas nacionais Jota e Kitutis da
terra foram as mais encontradas, sendo que o produto da marca Jota é encontrado também em lanchonetes além de rede varejistas, próximo ao caixa. Entretanto
a qualidade do produto e da embalagem da indústria local ainda não é sofisticada.
Figura 16 – Produtos de Amendoim de Marcas Angolanas
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Dos produtos importados, os principais fornecedores são Índia, China, África do Sul e Portugal, e os produtos do segmento encontrados nos PDVs seguem
a seguir.
Figura 17 – Importações Angolanas de Amendoim: Principais Fornecedores
em 2011
Fonte: UN/Comtrade. Elaboração: IC ABICAB.
Tabela 10 – Produtos a base de Amendoim encontrados nos PDVs
Informações obtidas a partir da observação nos PDVs. Elaboração: IC ABICAB.
Índia22%
China16%
África do Sul15%
Portugal
11%
Vietnã
11%
Togo
7%
Gana7%
Reino Unido5%
Outros
6%
Total: US$ 1,3 milhões
Produto Descrição Tamanho mais encontrado
Jota Paracuca 50g
Kitutis da terraGinguba torrada, Paracuca, pé de
moleque, Cafufutila110 ou 120g
Zaeli Amendoim tipo snack Diversos
Matutano Amendoim tipo snack 50g
Ferbar Amendoim salgado 150 e 250g
Alman's Amendoim salgado 150g
Jazam Paçoca e pé de moleque -
Padkos Amendoim com passas 200g
Yoki Amendoim e Paçoca -
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7.2 Candies
O segmento de candies é o menos concentrado. Além dos da Kraft Foods são encontrados diversos produtos, sobretudo nos armazéns. Desempenham um
papel importante a Lusiteca (portuguesa), com balas duras e os produtos da marca Gorila (chicles, pirulitos e balas mastigáveis). Produtos com tendência saudável
ainda não são facilmente encontrados (com exceção do chicle sem açúcar) e os sabores mais comuns são: tutti frutti, menta, morango e tropical (mistura de
frutas, geralmente cítricas).
Figura 18 - Mix de Produtos Gorila
Dentre os produtos, chiclés em formato esférico, chiclés em formato tiolinho, pirulitos, bala mastigável com recheio e pacote com diversos, apropriado para montagem de kits para crianças.
Vale ainda comentar que o comércio informal de produtos do setor não ocorre somente em relação às pastilhas e aos chicles, mas balas e pirulitos,
conforme as imagens a seguir.
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Figura 19 – Candies Vendidos no Comércio Informal
Na primeira imagem, balas e pirulitos (no canto inferior direito) sendo vendidos na feira de rua. Na segunda imagem, venda de pastilhas e chicletes.
Vale ainda notar que o Brasil é o principal fornecedor de candies para o mercado angolano (participação de 20% no total importado), seguido de Namíbia
(17%), China (15%), Portugal (13%) e África do Sul (11%).
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Figura 20 – Importações Angolanas de Candies: Principais Fornecedores em
2011
Fonte: UN/Comtrade. Elaboração: IC ABICAB.
Tabela 11 – Candies: Principais Marcas Encontradas nos PDVs
Informações obtidas a partir da observação nos PDVs. Elaboração: IC ABICAB.
Brasil20%
Namíbia
17%
China
15%
Portugal
13%
África do Sul11%
Colômbia10%
Índia6%
Argentina5%
Outros3%
Total: US$ 64 milhões
Categoria Empresa/Marca Tamanho
Pastilhas e chiclésKraft Foods (Trident, Dentyne, Chiclets),
Lusiteca (Gorila), Arcor (Big Bola) e Fleer (Clix)
Até 10
pastilhas/caixa ou
pacote de 60g
Bala duraLusiteca (Mouro Drops Perolas e Mentol), Boa
Vistense (diversos), Arcor (Frutal, Cristal)100-150g
Bala mastigávelLusiteca (Gorila Blob), Arcor (Blow Up), Super
Gorila, Mentos, Beacon (Fizzer) e outrasDiversos
Drops Kraft Foods (Halls)9 unid. (formato
quadrado)
Gomas Haribo, Vidal, Beacon, Chelsea, Arcor Diversos
Pirulitos Yogueta, Columbina, Chupa Chups -
ToffeesArcor (Butter Toffees), Kraft Foods (Cadbury
Eclairs), Chelsea, Dori-
Marshmallows Beacon (mmmMallows), Fini e Magic Moments 150g
Caramelos Beacon (Sparkles) e Werther's Original 125g
Torrones A marca Damascus foi a única encontrada 150g
45
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7.3 Chocolates
O segmento de chocolates é dominado pela Arcor, seguida pela Kraft Foods, por meio da Cadbury. Outras marcas fortes como Nestlé, Lindt e Ferrero
também estão presentes. A portuguesa Imperial também desempenha papel importante através das marcas Regina, Jubileu e Pantagruel (culinário). A grande
maioria dos displays diferenciados são Cadbury, inclusive geladeiras e freezers da marca, que também servem para a conservação do produto. Um de seus
principais produtos, Cadbury Dairy Milk é encontrado em 3 tamanhos (35g, 90g e 180g), embora o tamanho de 90g seja mais comum.
Figura 21 – Posicionamento de Marca da Cadbury, da Kraft Foods
Prateleiras recheadas de produtos e freezers especiais para divulgação e conservação dos produtos.
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Figura 22 – Importações Angolanas de Chocolates
Fonte: UN/Comtrade. Elaboração: IC ABICAB.
Tabela 12 – Chocolates: Principais Marcas Encontradas nos PDVs
Informações obtidas a partir da observação nos PDVs. Elaboração: IC ABICAB.
Categoria Empresa/Marca Tamanho
Barras
Kraft Foods (Cadbury Dairy Milk,
Bubbly), Imperial (Regina e Jubileu),
Nestlé, Novi, Nero, Lindt, Guylian
85g
Bombons
Arcor (Bon o Bon), Lindt, Merci,
Ferrero, Nestlé (diversos), Imperial
(Regina e Jubileu), Guylian
Diversos
Candy barKraft foods (Bounty, Cadbury Lunch
Bar, Mars e Snickers)Até 50g
Drageados Imperial (Jubileu e Regina) Até 250g
CulinárioImperial (Pantagruel), Novi,
Masterchef, Lindt200g
Confeitos de
chocolate/açúcar Nutry, Nicoletta, Trumps Vermicelli
Até
75g/pote
Pastilhas de chocolatesNestlé (Smarties) e Imperial
(Pintarolas)38g
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8. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Angola cresce a ritmo acelerado e importa a maioria maciça dos bens que consome. O país está em reconstrução e em desenvolvimento, e a tendência é de que a
demanda por produtos manufaturados continue em crescimento. Ainda que o país deseje estimular a indústria nacional, é de se esperar que a oferta de produtos
seja disponibilizada apenas no longo prazo, pois Angola ainda tem grandes déficits, como de água, energia e mão de obra especializada.
Há nichos de mercado ainda não explorados. Entretanto é importante que a empresa que deseje atuar no mercado tenha consciência das dificuldades inerentes
ao processo, como burocracia e lentidão.
O desenvolvimento rápido do varejo, da distribuição, do food service e do catering apresenta grandes oportunidades. A expansão do setor varejista, além de criar
mais empregos e gerar renda, amplia as oportunidades para os produtos de maior qualidade. As empresas que investirem na relação com o país nesse momento
pode ter vantagens sobre as concorrentes quando o setor de varejo estiver mais maduro.
O nível educacional baixo da população também oferece oportunidades, como no oferecimento de cursos, que são bastante demandados. Em especial para a
categoria food service, que pode se beneficiar da promoção de seus produtos.
A imagem Brasil no mercado é positiva e forte, o que auxilia a criar simpatia pelos produtos ofertados. A proximidade cultural com o mercado, inclusive a língua,
também facilita os negócios, exigindo menos adaptações, por exemplo.
Como a influência brasileira no local é grande, tanto em relação a cultura como nos negócios, e como há presença razoável de brasileiros no local é possível que
haja espaço para a exploração do “mercado da saudade". Para isso se faz necessário uma escolha diligente do local onde o produto será disponibilizado, visto que
estrangeiros não costumam frequentar os mesmos locais que os nativos.
A NDAD informou que há grandes oportunidades de negócio para empresas que tenham um mix de produtos semelhante ao da Arcor28.
Para primeiro contato com o mercado, sugere-se a participação na Luanda International Fair (Filda), o maior evento de negócios do país. Esse ano 4 empresas
integrantes da Sweet Brasil participaram do evento com o apoio da Apex. Angola também é considerada um dos mercados alvos da Apex-Brasil, que possui um
28
Vide como exemplo os produtos da Arcor no anexo desse estudo.
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Centro de Negócios no local, para apoio às empresas brasileiras29. As empresas que tiverem interesse em fazer negócios com o país podem procurar o
departamento de exportação da ABICAB para mais informações e apoio.
Mais fotos da visita ao mercado podem ser acessadas no link: http://www.flickr.com/photos/abicab-export/sets/72157635243091658/.
29
Mais sobre o apoio fornecido pela Apex-Brasil, vide http://mercadofoco.apexbrasil.com.br/angola.
49
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9. ANEXOS
Tabela 13 – Preços Praticados no Varejo de produtos do Segmento de Amendoins
Produto Marca Tamanho Preço Médio (Kz) Preço Médio
(dólar, 95Kz/dólar)
Amendoim Zaeli Amendoim torrado com pele sem sal 50g 199,95 2,10
Amendoim Zaeli Amendoim torrado com pele salgado 30g 59,95 0,63
Amendoim Zaeli Amendoim salgado sem pele 50g 129,95 1,37
Amendoim Alcoa Amendoim Torrado 250g 199,95 2,10
Amendoim Ferbar Aperitivos Amendoim com sal 250g 483,00 5,08
Amendoim Ferbar Aperitivos Amendoim com sal 150g 190,00 2,00
Amendoim Alman's Amendoim com sal 200g 436,60 4,60
Amendoim Matutano Amendoins Tostados no Forno (salgado) 50g 180,00 1,89
Amendoim Fiesta Amendoim salgado 50g 49,60 0,52
Amendoim Amendoim a granel (no Intermarket) - 713/kg 7,51/kg
Amendoim doce Kitutis da terra Doce de ginguba 120g 225,00 2,37
Amendoim doce crocante Kitutis da terra Paracuca 110g 295,00 3,11
Amendoim doce crocante Jota Paracuca simples 50g 50,00 0,53
Amendoim doce crocante Jota Paracuca com canela 50g 60,00 0,63
Amendoim doce crocante Jota Paracuca com baunilha 50g 55,00 0,58
Amendoim doce crocante Jota Paracuca com coco 50g 55,00 0,58
Amendoim doce crocante Jota Paracuca com gindungo 50g 55,00 0,58
Amendoim doce crocante Beacon Pink and White 75g 99,95 1,05
Amendoim doce crocante Mucua nacional - 561/kg 5,91/kg
Amendoim e Passas Padkos 200g 249,95 2,63
Milho frito Alman's 150g 369,20 3,89
Outros Magic Moments Peanut Clusters 125g 299,95 3,16
Outros Kitutis da terra Cafufutila 110g 295,00 3,11
Outros Kitaba jamate (pasta de amendoim)Cerca de
120g225,00 2,37
50
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CEP: 01311-923 São Paulo - SP - Brasil Fone/Fax +55 11 3269-6900
Tabela 14 – Preços Praticados no Varejo de produtos do Segmento de Candies
Produto Marca Tamanho Preço Médio (Kz) Preço Médio
(dólar, 95Kz/dólar)
Bala dura Lusiteca Mouro sabor morango 250g 195,00 2,05
Bala dura Lusiteca Mouro sabor mel 250g 215,00 2,26
Bala dura Lusiteca Mouro Mentol 250g 172,48 1,82
Bala dura Mouro Drops Pérolas 100g 99,95 1,05
Bala dura Mouro Drops de Anis 100g 99,95 1,05
Bala dura Arcor Frutal 150g 169,95 1,79
Bala dura Arcor Cristal 150g 169,95 1,79
Bala dura Mouro Drops Recheio Ananás 100g 99,95 1,05
Bala dura (drops) Halls 9unid 79,95 0,84
Bala Mastigável Beacon Maynards 125g 149,95 1,58
Bala Mastigável Beacon Fizzer 24unid 369,95 3,89
Bala Mastigável Villa Caramelos 200g 199,95 2,10
Brinquedos & Candies Candy Jeep Fantasy Toys - 344,80 3,63
Brinquedos & Candies Purify Enginner Fantasy Toys 50g 259,10 2,73
Caramelos Beacon Indulgent Sparkles 125g 199,95 2,10
Caramelos Beacon Indulgent Sparkles (com recheio, sabores) 125g 199,95 2,10
Chiclé Clix 3D chicle sin azúcar3 pacotes, com 14g
cada (7 stick)245,00 2,58
Chiclé Dentyne (sabores, sugar free)10 pastilhas por
unidade122,65 1,29
Chiclé Trident White 24unid 97,48 1,03
Chiclé Trident Splash Caixa com 88g 1.110,80 11,69
Chiclé Chiclets - 45,00 0,47
51
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Produto Marca Tamanho Preço Médio (Kz) Preço Médio
(dólar, 95Kz/dólar)
Chiclé Orbit Professional 14g 92,00 0,97
Confeitos Nutry Granulado Colorido 75g 290,00 3,05
Confeitos Nutry Choco Mix Crocante 60g 335,00 3,53
Confeitos Nicoletta Cake Confetti - 899,90 9,47
Confeitos Trumps Silver 40g 399,95 4,21
Confeitos Trumps Vermicelli 75g 149,95 1,58
Gomas Haribo Melocotones Pacote 100g 295,00 3,11
Gomas Haribo Strawberries & Cream Pacote 100g 295,00 3,11
Gomas Haribo (sabores) Caixa com 190g 495,00 5,21
Gomas Haribo (morango) Caixa com 220g 660,00 6,95
Gomas Nutry 150g 210,00 2,21
Gomas Arcor Mogul Guianitos Ácidos 150g 149,95 1,58
Gomas Interdoces 150g 299,95 3,16
Marshmallows Beacon mmmMallows Pink & White 150g 328,48 3,46
Marshmallows Beacon mmmMallows Apple & Banana 150g 328,48 3,46
Pirulito Gorila Pop - 215,00 2,26
Pirulito Amazon Monster Pops 1295g 520,00 5,47
Toffee Cadbury Eclairs 100g 349,95 3,68
Toffee Arcor Butter Toffees 150g 229,95 2,42
Toffee Arcor Butter Toffees 150g 259,95 2,74
Torrone Beacon Damascus 150g 199,95 2,10
52
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Tabela 15 – Preços Praticados no Varejo de produtos do Segmento de Chocolates
Produto Marca Tamanho Preço Médio (Kz) Preço Médio
(dólar, 95Kz/dólar)
Barra de chocolate Regina Size18 quadradinhos
individuais, 85g total180,00 1,89
Barra de chocolate Jubileu Extra Noir 100g 250,00 2,63
Barra de chocolate Jubileu Nougat 135g 290,00 3,05
Barra de chocolate Jubileu Leite 100g 230,00 2,42
Barra de chocolate Jubileu Nougat Crocant 135g 290,00 3,05
Barra de chocolate Jubileu Amêndoas (avelã com passas) 100g 230,00 2,42
Barra de chocolate Jubileu Amêndoas (amêndoas inteiras) 100g 270,00 2,84
Barra de chocolate Cadbury Dairy Milk 90g 232,48 2,45
Barra de chocolate Cadbury Dairy Milk 180g 427,48 4,50
Barra de chocolate Toblerone Fruit & Nut mini 115,00 1,21
Barra de chocolate Cadbury Bubbly Dairy Milk 90g 260,00 2,74
Barra de chocolate Imperial Pantagruel 200g 399,48 4,21
Barra de chocolate Imperial Pantagruel sem adição de açúcares 200g 599,95 6,32
Barra de chocolate Imperial Pantagruel Chocolate em pó culinário 125g 228,98 2,41
Barra de chocolate Novi (Noisette, Bianco e outros) 100g 429,00 4,52
Barra de chocolate Nestlé (Chocolate ao leite e diversos) 150g 299,95 3,16
Barra de chocolate Regina Frutos do Mar 125g 969,00 10,20
Barra de chocolate Novi Novibloc 500g 1.541,00 16,22
Barra de chocolate Lindt Swiss Premium Chocolate 300g 1.321,00 13,91
53
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Produto Marca Tamanho Preço Médio (Kz) Preço Médio
(dólar, 95Kz/dólar)
Barra de chocolate Cadbury Dairy Milk 35g 85,00 0,89
Barra de chocolate Toblerone (tradicional) - 129,95 1,37
Barra de chocolate MasterChef 200g 503,00 5,29
Barra de chocolate Regina Almondigas 24g 103,00 1,08
Bombons Bon o Bon Pacote com 119g 249,95 2,63
Bombons Bon o BonCaixa transparente
com 272g799,95 8,42
Bombons Bon o Bon Caixa de papel 567,48 5,97
Bombons Guylian Original Sea Shells 125g 777,20 8,18
Bombons Guylian Escargots 65g 433,00 4,56
Bombons Guylian Extra Dark 250g 1.381,10 14,54
Bombons Guylian's Temptations 124g 634,40 6,68
Bombons Regina Trufas (de chocolate/de capuccino) 175g 1.457,00 15,34
Candy Bar Cadbury Lunch Bar 46g 115,00 1,21
Candy Bar Mars Clássico 51g 97,00 1,02
Candy Bar Snickers 57g 101,98 1,07
Candy Bar Bounty 28,5g 89,95 0,95
Candy Bar Crunchie 50g 109,95 1,16
Candy Bar Tex - 249,95 2,63
54
Av. Paulista, 1313 - 8º andar – cj. 809
CEP: 01311-923 São Paulo - SP - Brasil Fone/Fax +55 11 3269-6900
Produto Marca Tamanho Preço Médio (Kz) Preço Médio
(dólar, 95Kz/dólar)
Candy Bar Twix - 89,95 0,95
Outros Jubileu (Avelãs cobertas com chocolate) 60g 389,95 4,10
Outros Ferbar Drageias com Recheio de Chocolate 175g 449,95 4,74
Outros Nestlé After Eight 400g 1.125,00 11,84
Outros Regina Floc Choc balls 35g 129,95 1,37
Outros Sombrinha Regina 15g 69,00 0,73
Outros Magic Moments Coconut Clusters 125g 299,95 3,16
Outros Lindt Lindor (ovinhos de chocolate) 100g 603,00 6,35
Outros Regina Coelho de Páscoa 3x12g 426,00 4,48
Outros Magic Moments Peanut Clusters 125g 299,95 3,16
Pastilhas de chocolate Imperial Pintarolas 3 tubos de 22g cada 245,00 2,58
Pastilhas de chocolate Imperial Pintarolas Unid. 22g 99,95 1,05
Pastilhas de chocolate Top Deck Cadbury 35g 100,00 1,05
Pastilhas de chocolate Droste Pastilles (Sabores) 100g 331,35 3,49
Pastilhas de chocolate Droste Pastilles (Sabores) 200g 622,00 6,55
Pastilhas de chocolate Nestlé Smarties Mini 216g 520,00 5,47
Pastilhas de chocolate Nestlé Smarties 38g (caixa formato hexagonal) 99,95 1,05
Pastilhas de chocolate Nestlé Smarties Mini 40g 149,95 1,58