angiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianos

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Radiol Bras 2002;35(3):155–160 155 155 155 155 155 Artigo Original Artigo Original Artigo Original Artigo Original Artigo Original ANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DOS ANEURISMAS INTRACRANIANOS* DOS ANEURISMAS INTRACRANIANOS* Vinícius Santos Laureano 1 , José Carlos Zirretta 2 , Hilton Augusto Koch 3 Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa- Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa- Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa- Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa- Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa- rativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidade rativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidade rativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidade rativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidade rativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidade da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien- da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien- da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien- da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien- da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien- tes que apresentavam um total de sete aneurismas não tratados e um aneurisma tratado. Houve subse- tes que apresentavam um total de sete aneurismas não tratados e um aneurisma tratado. Houve subse- tes que apresentavam um total de sete aneurismas não tratados e um aneurisma tratado. Houve subse- qüente correlação com outros trabalhos publicados na literatura médica. Os exames foram realizados em qüente correlação com outros trabalhos publicados na literatura médica. Os exames foram realizados em qüente correlação com outros trabalhos publicados na literatura médica. Os exames foram realizados em uma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlação uma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlação uma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlação uma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlação entre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliação entre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliação entre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliação entre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliação entre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliação pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo, pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo, pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo, pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo, pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo, de menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é um de menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é um de menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é um de menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é um de menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é um . . exame que deve ser utilizado com maior freqüência para avaliação nesta enfermidade. exame que deve ser utilizado com maior freqüência para avaliação nesta enfermidade. exame que deve ser utilizado com maior freqüência para avaliação nesta enfermidade. Unitermos: Aneurisma intracraniano. Tomografia computadorizada por raios X. Angiografia cerebral. Radio- logia. Computed tomography angiography of intracranial aneurysms. We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi- We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi- We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi- We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi- We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi- tal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a larger tal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a larger tal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a larger tal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a larger tal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a larger utilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreated utilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreated utilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreated utilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreated utilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreated and 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Tests and 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Tests and 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Tests and 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Tests d were performed at a private clinic and in two private hospitals in Rio de Janeiro, RJ, Brazil. There was good were performed at a private clinic and in two private hospitals in Rio de Janeiro, RJ, Brazil. There was good were performed at a private clinic and in two private hospitals in Rio de Janeiro, RJ, Brazil. There was good correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu- correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu- correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu- correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu- correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu- ation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and more ation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and more ation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and more ation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and more ation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and more accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu- accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu- accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu- accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu- accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu- .ation of intracranial aneurysms. ation of intracranial aneurysms. ation of intracranial aneurysms. Key words: Intracranial aneurysm. X-ray computed tomography. Cerebral angiography. Radiology. Resumo Resumo Resumo Resumo Resumo Abstract Abstract Abstract Abstract Abstract * Trabalho realizado na Clínica Labs Madureira e no Hos- pital Rio-Mar, Rio de Janeiro, RJ. 1. Radiologista Chefe do Serviço de Diagnóstico por Ima- gem do Hospital Quinta D’Or e da Clínica Labs Madureira. 2. Professor de Radiologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Neurorradiologista do Hospital Rio-Mar. 3. Professor Titular do Departamento de Radiologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universi- dade Federal do Rio de Janeiro. Endereço para correspondência: Dr. Vinícius Santos Lau- reano. Rua Américo Brasiliense, 236, Madureira. Rio de Janeiro, RJ, 21351-060. E-mail: [email protected] Recebido para publicação em 3/8/2001. Aceito, após re- visão, em 24/10/2001. INTRODUÇÃO Recentemente, os aparelhos de tomo- grafia computadorizada (TC) de última geração, também chamados helicoidais ou espirais, vêm permitindo exames ultra-rá- pidos, com cortes de espessura cada vez mais fina. A computação gráfica, median- te utilização destes dados, nos dá a possi- bilidade de fazer reconstruções multiplana- res da anatomia, e mesmo tridimensionais. Os vasos sanguíneos podem ser destacados pelo uso do meio de contraste endovascu- lar iodado. Novos programas de computa- ção permitem, inclusive, simular um exa- me endoscópico, seja de vísceras ocas, vias aéreas ou mesmo de vasos sanguíneos. Todos estes novos fatos permitiram o de- senvolvimento da angiografia por tomogra- fia computadorizada (ATC). A possibilidade de avaliar estruturas vasculares por um método menos invasi- vo que a angiografia por subtração digital (ASD) agrada aos médicos assistentes, e parece ser uma tendência pela maior rapi- dez do exame, menor risco para o pacien- te, custo reduzido e validade clínica, faci- litando o diagnóstico e acompanhamento. Além disso, a TC também estuda outras doenças intracranianas que podem estar presentes, concomitantemente, em um pa- ciente com vasculopatia cerebral. Pode- mos, então, avaliar a relação dos aneuris- mas intracranianos com as estruturas ós- seas, o parênquima e demais estruturas en- cefálicas. O objetivo deste trabalho é ava- liar a ATC helicoidal, por meio de imagens bidimensionais multiplanares e tridimen- sionais, comparativamente à ASD, no es- tudo de aneurismas intracranianos, no to- cante aos seguintes itens: a) diagnóstico; b) orientação de tratamento; c) acompanha- mento; d) utilização em larga escala. PACIENTES, MATERIAL E MÉTODO Foram estudados, por meio da ATC e da ASD, oito pacientes com diagnóstico pré- vio de aneurisma intracraniano obtido por TC, ressonância magnética (RM) ou ASD, no período de 4/6/1997 até 2/6/2000. Um dos pacientes já havia sido tratado, sendo o estudo realizado como pós-operatório. O espaço entre os dois tipos de exame para um mesmo paciente variou de quatro a nove meses. Os exames foram feitos e analisados em uma clínica e em dois hospitais privados na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Os exames de ATC foram realizados em aparelho

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Radiol Bras 2002;35(3):155–160 155155155155155

Artigo OriginalArtigo OriginalArtigo OriginalArtigo OriginalArtigo Original

ANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADAANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DOS ANEURISMAS INTRACRANIANOS*DOS ANEURISMAS INTRACRANIANOS*

Vinícius Santos Laureano1, José Carlos Zirretta2, Hilton Augusto Koch3

Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa-Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa-Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa-Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa-Este trabalho foi realizado para avaliar os achados da angiografia por tomografia computadorizada, compa-rativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidaderativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidaderativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidaderativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidaderativamente à angiografia por subtração digital, em relação aos aneurismas intracranianos, e a possibilidadeda maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien-da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien-da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien-da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien-da maior utilização da angiografia por tomografia computadorizada no Brasil. Foram analisados oito pacien- tes que apresentavam um total de sete aneurismas não tratados e um aneurisma tratado. Houve subse-tes que apresentavam um total de sete aneurismas não tratados e um aneurisma tratado. Houve subse-tes que apresentavam um total de sete aneurismas não tratados e um aneurisma tratado. Houve subse- qüente correlação com outros trabalhos publicados na literatura médica. Os exames foram realizados emqüente correlação com outros trabalhos publicados na literatura médica. Os exames foram realizados emqüente correlação com outros trabalhos publicados na literatura médica. Os exames foram realizados em uma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlaçãouma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlaçãouma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlaçãouma clínica e em dois hospitais privados, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Foi demonstrada boa correlaçãoentre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliaçãoentre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliaçãoentre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliaçãoentre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliaçãoentre os métodos estudados, em relação ao diagnóstico dos aneurismas, no acompanhamento e avaliaçãopré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo,pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo,pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo,pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo,pré-terapêutica dessas lesões. A angiografia por tomografia computadorizada foi um exame menos invasivo,de menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é umde menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é umde menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é umde menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é umde menor custo e maior acessibilidade. Concluiu-se que a angiografia por tomografia computadorizada é um . .exame que deve ser utilizado com maior freqüência para avaliação nesta enfermidade.exame que deve ser utilizado com maior freqüência para avaliação nesta enfermidade.exame que deve ser utilizado com maior freqüência para avaliação nesta enfermidade.Unitermos: Aneurisma intracraniano. Tomografia computadorizada por raios X. Angiografia cerebral. Radio-logia.

Computed tomography angiography of intracranial aneurysms.We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi-We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi-We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi-We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi-We conducted a study to assess and compare the findings of computed tomography angiography and digi-tal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a largertal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a largertal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a largertal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a largertal subtraction angiography in patients with intracranial aneurysms, and to evaluate the possibility of a largerutilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreatedutilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreatedutilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreatedutilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreatedutilization of computed tomography angiography in Brazil. Eight patients were studied, 7 with nontreatedand 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Testsand 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Testsand 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Testsand 1 with a treated aneurysm. The results were compared with those from the medical literature. Testsdwere performed at a private clinic and in two private hospitals in Rio de Janeiro, RJ, Brazil. There was goodwere performed at a private clinic and in two private hospitals in Rio de Janeiro, RJ, Brazil. There was goodwere performed at a private clinic and in two private hospitals in Rio de Janeiro, RJ, Brazil. There was goodcorrelation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu-correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu-correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu-correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu-correlation between the two investigational methods regarding diagnosis, follow-up and pretreatment evalu-ation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and moreation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and moreation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and moreation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and moreation of these lesions. Computed tomography angiography showed to be less invasive, less costly and moreaccessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu-accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu-accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu-accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu-accessible. We concluded that computed tomography angiography should be used more often in the evalu-.ation of intracranial aneurysms.ation of intracranial aneurysms.ation of intracranial aneurysms.Key words: Intracranial aneurysm. X-ray computed tomography. Cerebral angiography. Radiology.

ResumoResumoResumoResumoResumo

AbstractAbstractAbstractAbstractAbstract

* Trabalho realizado na Clínica Labs Madureira e no Hos-pital Rio-Mar, Rio de Janeiro, RJ.

1. Radiologista Chefe do Serviço de Diagnóstico por Ima-gem do Hospital Quinta D’Or e da Clínica Labs Madureira.

2. Professor de Radiologia da Universidade do Estado doRio de Janeiro e Neurorradiologista do Hospital Rio-Mar.

3. Professor Titular do Departamento de Radiologia doHospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro.

Endereço para correspondência: Dr. Vinícius Santos Lau-reano. Rua Américo Brasiliense, 236, Madureira. Rio deJaneiro, RJ, 21351-060. E-mail: [email protected]

Recebido para publicação em 3/8/2001. Aceito, após re-visão, em 24/10/2001.

INTRODUÇÃO

Recentemente, os aparelhos de tomo-grafia computadorizada (TC) de últimageração, também chamados helicoidais ouespirais, vêm permitindo exames ultra-rá-pidos, com cortes de espessura cada vezmais fina. A computação gráfica, median-te utilização destes dados, nos dá a possi-bilidade de fazer reconstruções multiplana-res da anatomia, e mesmo tridimensionais.Os vasos sanguíneos podem ser destacadospelo uso do meio de contraste endovascu-

lar iodado. Novos programas de computa-ção permitem, inclusive, simular um exa-me endoscópico, seja de vísceras ocas, viasaéreas ou mesmo de vasos sanguíneos.Todos estes novos fatos permitiram o de-senvolvimento da angiografia por tomogra-fia computadorizada (ATC).

A possibilidade de avaliar estruturasvasculares por um método menos invasi-vo que a angiografia por subtração digital(ASD) agrada aos médicos assistentes, eparece ser uma tendência pela maior rapi-dez do exame, menor risco para o pacien-te, custo reduzido e validade clínica, faci-litando o diagnóstico e acompanhamento.Além disso, a TC também estuda outrasdoenças intracranianas que podem estarpresentes, concomitantemente, em um pa-ciente com vasculopatia cerebral. Pode-mos, então, avaliar a relação dos aneuris-mas intracranianos com as estruturas ós-seas, o parênquima e demais estruturas en-cefálicas. O objetivo deste trabalho é ava-liar a ATC helicoidal, por meio de imagens

bidimensionais multiplanares e tridimen-sionais, comparativamente à ASD, no es-tudo de aneurismas intracranianos, no to-cante aos seguintes itens: a) diagnóstico; b)orientação de tratamento; c) acompanha-mento; d) utilização em larga escala.

PACIENTES, MATERIALE MÉTODO

Foram estudados, por meio da ATC e daASD, oito pacientes com diagnóstico pré-vio de aneurisma intracraniano obtido porTC, ressonância magnética (RM) ou ASD,no período de 4/6/1997 até 2/6/2000. Umdos pacientes já havia sido tratado, sendoo estudo realizado como pós-operatório. Oespaço entre os dois tipos de exame paraum mesmo paciente variou de quatro anove meses.

Os exames foram feitos e analisados emuma clínica e em dois hospitais privados nacidade do Rio de Janeiro, RJ. Os examesde ATC foram realizados em aparelho

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Angiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianos

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ProSpeed fabricado pela GE Medical Sys-tems, por meio de cortes helicoidais com1 mm de espessura, com “pitch” de 1:1 paraestudo de aneurismas e “pitch” de 2:1 paraestudo das malformações arteriovenosas. O“pitch” maior permite estudo de uma regiãode interesse de maior extensão, apesar dapequena perda de qualidade da imagem. Oespaço entre a reconstrução das imagens foide 0,5 mm (50% da espessura de corte). Oscortes foram feitos durante a injeção domeio de contraste iodado (300 mg/ml) emuma veia antecubital, com volume total de120 ml, por intermédio de bomba injetoraMedrad MCT. O “scan delay” variou de 17a 20 segundos, mais rápido se mais jovemo paciente. A velocidade de fluxo utiliza-da variou de 2,5 a 3,0 ml/s, maior quandoa veia puncionada permitia o uso de agu-lha de maior calibre.

Utilizando-se um computador (estaçãode trabalho SUN) e programa específico(Advantage Windows, GE), os dados ob-tidos foram reconstruídos por um médicoradiologista, obtendo-se imagens bidimen-sionais multiplanares ou imagens tridi-mensionais pelas técnicas MIP (“maximumintensity projection” — projeção de inten-sidade máxima) e SSD (“shaded surfacedisplay” — exposição de superfície som-breada).

A análise foi feita na estação de traba-lho e posteriormente impressa em filmeradiológico. O tempo para a realização doexame de ATC foi aproximadamente omesmo empregado em um exame de TC decrânio, cerca de dez minutos. A edição e oprocessamento das imagens feitos por ummédico radiologista treinado leva cerca de30 a 60 minutos, período no qual é tambémrealizada a análise dos casos.

O estudo por angiografia digital foi rea-lizado em aparelhos Siemens (três pacien-tes) e General Electric (cinco pacientes) porum neurorradiologista experiente, median-te punção da artéria femoral e cateteriza-ção seletiva de vasos intracranianos.

As medidas dos aneurismas pela ASDforam baseadas nas medidas das artériasbasilar ou carótida interna como referênciade valor, e este valor é arbitrado pela mé-dia dos diâmetros encontrados em pacien-tes submetidos a angiografia cerebral semdoença vascular ou por análise dos diâme-tros destes vasos em peças anatômicas.

Zubillaga et al.(1), em trabalho de revisão,utilizam um valor de referência de cerca de3,4 mm de diâmetro para os vasos citados.

Os exames de ATC e de ASD foramanalisados separadamente e os seguintesdados foram obtidos: a) detecção; b) loca-lização; c) tamanho; d) forma; e) colo; f)anatomia vascular de vizinhança; g) rela-ção com outras estruturas intracranianas.

Os achados de um e outro método fo-ram comparados, sempre colocando a an-giografia digital como método padrão.

RESULTADOS

Na angiografia digital, em sete de oitopacientes foram encontradas formaçõesaneurismáticas, sendo que cinco pacientestinham um aneurisma e dois pacientes apre-sentavam dois aneurismas. Um dos pacien-tes tinha um aneurisma embolizado, sen-do o exame realizado como pós-operatório.O número total de aneurismas evidencia-dos na ASD foi então de nove. A faixa etá-ria dos pacientes variou de 43 a 68 anos.Dos oito pacientes, quatro (50%) eram dosexo masculino e quatro (50%) eram dosexo feminino.

A localização dos aneurismas e suasdimensões (Figuras 1 e 2) estão sumariza-das na Tabela 1. As dimensões dos aneu-rismas variaram de 3 a 62 mm, com médiade 12,9 mm.

A ATC demonstrou os mesmos aneuris-mas que a angiografia digital. A localiza-ção dos aneurismas foi igual em relação àASD. A dimensão dos aneurismas varioude 3 a 67 mm, com média de 13,4 mm. Osdados estão sumarizados na Tabela 2.

A anatomia vascular intracraniana foibem avaliada em relação aos principaisvasos, notadamente do polígono de Willis,e mesmo pequenos vasos puderam ser bemobservados.

DISCUSSÃO

Com recentes e crescentes avanços tec-nológicos, novas formas de diagnóstico porimagem têm sido desenvolvidas. Torna-se,então, indispensável definir, cientificamen-te, qual é o papel de cada método diagnós-tico no que concerne não só à eficácia diag-nóstica, como a outros vários parâmetros,inclusive custos.

Figura 1.Figura 1.Figura 1.Figura 1.Figura 1. Reconstrução de aneurisma em MIP.Aneurisma sacular da bifurcação da artéria cere-bral média direita (seta). Paciente 8.

Figura 2.Figura 2.Figura 2.Figura 2.Figura 2. Angiografia por tomografia computado-rizada. Aneurisma sacular parcialmente trombo-sado da artéria comunicante anterior. Paciente 3.

Vários trabalhos já foram realizadoscomparando a ATC e a angiografia digitalem relação ao diagnóstico de aneurismasintracranianos, com dados que demonstramque a técnica menos invasiva é bastantepromissora, com índices de sensibilidadecomparáveis à ASD(2–7). A Tabela 3 traz umresumo desses trabalhos.

Parece haver importante limitação, pro-vavelmente a ser superada com o avançotecnológico, sendo relacionada a aneuris-mas menores que 3 mm, sendo 2 mm, tal-vez, o limite inferior para a acuidade diag-nóstica(5,8).

As imagens bidimensionais são eviden-temente superiores para a avaliação de pe-quenos vasos, pois as reconstruções tridi-mensionais, sendo objeto de manipulaçãode dados, terminam por “amputá-los” ouexcluí-los. Há que se fazer uma ressalva emrelação à dificuldade de individualizaçãodos vasos próximos à calota craniana, peladificuldade de separá-los nas reconstruçõestridimensionais.

É interessante, ainda, acrescentar que amaior demanda de tempo ocorre não na

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Laureano VS et al.

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realização do exame, mas no processamen-to das imagens na estação de trabalho(12,13).

Os dados deste trabalho mostram boacorrelação da ATC com a ASD, em relaçãoaos dados pesquisados. Sendo a ATC umexame rápido, de menor custo e menos in-vasivo, a sua utilização pode ser recomen-dável. Porém, segundo Osborn(14), emboraas técnicas não-invasivas — ATC e angio-

grafia por RM (ARM) — sejam freqüen-temente efetivas em pacientes com aneu-rismas não rotos, a maioria dos neurocirur-giões ainda prefere uma combinação de TCsem contraste e ASD para avaliar pacien-tes com possível hemorragia subaracnói-dea. Segundo Brown et al.(15), o sucesso daATC é evidenciado pela crescente aceita-ção como exame de rotina. Atualmente, os

novos aparelhos de TC incorporam quasesempre a tecnologia helicoidal, além des-tes existirem em muito maior número doque os aparelhos de ASD. Estes fatos im-plicam que a não-utilização da ATC, sen-do esta comprovada como excelente paradiagnóstico de aneurismas intracranianos,é, pelo menos, um grande desperdício.

Como este trabalho relata a impressãosobre aneurismas não rotos, é preciso res-saltar que alguns artigos publicados de-monstram que a ATC é um bom exame nospacientes com hemorragia subaracnói-dea(11,16), podendo, inclusive, em algumascircunstâncias, diagnosticar aneurismasquando a ASD for negativa(17).

No que se refere ao custo, não temos da-dos nacionais, porém Harbaugh et al.(18)

obtiveram e compararam os custos envol-vidos (material, taxas hospitalares, custosprofissionais) da ATC, ARM e ASD emNew Hampshire, EUA, e demonstraramque entre 1992 e 1993 o custo médio deuma ATC era cerca de 31% de uma ASD e72% de uma ARM.

TTTTTabela 1abela 1abela 1abela 1abela 1 Sumário dos achados nas angiografias por subtração digital em pacientes com aneurismas.

Nº doexame

12

34

567

8

Nº deaneurismas

12

11

112

1

Local

Artéria cerebral posterior esquerdaArtéria carótida esquerda segmento C6Artéria hipofisária superior direitaArtéria comunicante anteriorArtéria basilar

Artéria basilarArtéria basilarArtéria pericalosaArtéria cerebral média esquerdaArtéria cerebral média direita

Dimensões

10 × 11 × 10 mm14 × 10 × 10 mm8 × 5 × 6 mm21 × 22 × 16 mm23 × 13 × 62 mm

18 × 8 × 16 mmEmbolizado4 × 4 mm3 × 3 mm8 × 4 mm

Forma

SacularSacularSacular multilobuladoSacular parcialmente trombosadoMisto, sacular e fusiforme, parcialmentetrombosadoSacular bilobuladoEmbolizadoSacularSacularSacular

Colo

5 mm3 mm1 mm3 mmNão

NãoEmbolizadoNãoNão3 mm

TTTTTabela 2abela 2abela 2abela 2abela 2 Sumário dos achados nas angiografias por tomografia computadorizada em pacientes com aneurismas.

Nº doexame

12

34

567

8

Nº deaneurismas

12

11

112

1

Local

Artéria cerebral posterior esquerdaArtéria carótida esquerda segmento C6Artéria hipofisária superior direitaArtéria comunicante anteriorArtéria basilar

Artéria basilarArtéria basilarArtéria pericalosaArtéria cerebral média esquerdaArtéria cerebral média direita

Dimensões

12,3 × 10,0 × 10,8 mm13,1 × 9,7 × 11,3 mm6,9 × 5,2 × 6,6 mm23,0 × 20,5 × 18,4 mm21,9 x 14,8 × 67,0 mm

19,3 × 8,0 × 16,4 mmEmbolizado4,2 × 4,9 mm3 × 3 mm7,0 × 5,2 mm

Forma

SacularSacularSacular multilobuladoSacular parcialmente trombosadoMisto, sacular e fusiforme, parcialmentetrombosadoSacular bilobuladoEmbolizadoSacularSacularSacular

Colo

6 mm4,5 mm1,4 mm2,2 mmNão

NãoEmbolizadoNãoNão2,2 mm

TTTTTabela 3abela 3abela 3abela 3abela 3 Sensibilidade e especificidade no diagnóstico de aneurismas intracranianos nas angiogra-fias por tomografia computadorizada.

Autor

Schwartz et al.(9)(9)(9)(9)(9) (1994)Alberico et al.(5)(5)(5)(5)(5) (1995)Vieco et al. (1995)*Liang et al. (1995)*Wilms et al.(7)(7)(7)(7)(7) (1996)Rieger et al. (1996)*Hope et al.(10)(10)(10)(10)(10) (1996)Zouaoui et al.(3)(3)(3)(3)(3) (1997)Lenhart et al.(11)(11)(11)(11)(11) (1997)Young et al.(4)(4)(4)(4)(4) (1998)

Nº depacientes

21 68 22 23 10 32 80107 53 66

Nº deaneurismas

30 24 30 17 14 9 94129 51 55

Sensibilidade(%)

87 96 87 88100100 90 97 98 95

Especificidade(%)

100100 94 89

Não relatadoNão relatado

50100100 74

* Dados relatados no trabalho de Kuszyk et al.(2)(2)(2)(2)(2).

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Angiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianosAngiografia por tomografia computadorizada dos aneurismas intracranianos

158158158158158 Radiol Bras 2002;35(3):155–160

Somado a isto, pesa a favor da ATC apossibilidade da avaliação das estruturasencefálicas e da existência de alteraçõesintracranianas concomitantes, o que é debastante auxílio para o planejamento dotratamento, seja clínico, cirúrgico ou endo-vascular(16,18–22).

É conhecida uma “verdadeira revolu-ção” ocorrida na neurologia após o desen-volvimento da TC, e, apesar do surgimen-to da RM, a TC ainda é um método reco-nhecidamente eficaz para estudo das estru-turas encefálicas, sendo superior à RM naavaliação de calcificações, da cortical ós-sea e de pequenas estruturas ósseas. Alémdisso, a possibilidade de utilização de re-construções bi e tridimensionais melhoraa observação da anatomia das estruturasintracranianas.

Deve-se lembrar que, quando se descre-ve a ASD como técnica invasiva, isto serefere ao fato de, apesar da utilização detécnicas modernas e meticulosas, mesmoem centros de referência, as complicaçõesserem possíveis, inclusive nas mãos domais habilidoso angiografista. Em pacien-tes com hemorragia subaracnóidea o riscopode ser maior, considerando-se o apare-cimento ou agravamento de angioespasmo,bem como em pacientes idosos, com doen-ça cérebro-vascular difusa, com hiperten-são arterial não controlada ou com ataquesisquêmicos transitórios freqüentes(18).

Neste estudo não foi feita a comparaçãocom a ARM, mas é conveniente citá-la. AARM também é um método não-invasivo,e segundo Katz et al.(23) e Schwartz et al.(9),a ARM e a ATC são métodos comparáveisem termos de sensibilidade no estudo davascularização intracraniana. Porém, se-gundo Tacke et al.(16), em seu trabalho de1997, embora a imagem multidimensionalpor RM tenha trazido enorme melhora naorientação anatômica, a transferência da in-formação adquirida ao sítio anatômico,como necessário em uma cirurgia de basede crânio, permanece difícil. Já a TC heli-coidal com reconstrução tridimensional desuperfície é uma técnica moderna que cla-ramente melhora a compreensão espacialdas alterações ósseas ou a relação entre tu-mores ou aneurismas e a base do crânio.Esses autores concluíram que exames deATC em aneurismas em topografia anterior,média ou posterior na base do crânio foram

classificados como de ajuda ou significan-temente informativos na sua maioria, naavaliação pré e pós-operatória, tendo inclu-sive, subjetivamente, avaliado como demuita ajuda em mais da metade dos casos.Ademais, conforme descrito anteriormen-te, o custo de um exame de RM é maior,além do fato de haver menor disponibili-dade destes aparelhos.

Segundo Wilms et al.(7) e Schwartz(24),em pacientes com alta velocidade de fluxosanguíneo cerebral o realce precoce do seiocavernoso pode obscurecer a carótida in-tracavernosa na ATC (deve-se ressaltar,apesar de não referido por este autor, queeste problema pode ser parcialmente con-tornado com reconstruções multiplanaresbidimensionais, reconstruções tridimen-sionais e correta manipulação da janela) eo uso do meio de contraste iodado é umadesvantagem (alergia e insuficiência renal).Porém, a ATC tem várias vantagens defi-nitivas sobre a ARM. A ATC é mais bemtolerada por claustrofóbicos, há menos ar-tefatos de movimento pela rapidez do exa-me, a imagem não é prejudicada em pacien-

tes com insuficiência cardíaca, como podeacontecer na ARM, não há artefatos de flu-xo em grandes aneurismas e os trombos ecalcificações são melhor observados.

Um outro dado que parece importanteé a confiabilidade das medidas dos aneu-rismas, visto que pela ATC podem ser me-didos de parede externa a parede externa,incluindo trombos e espessamentos parie-tais, o que não pode ser feito pela ASD,bem como as medidas realizadas por ASDsão, em geral, menos precisas.

Os parâmetros técnicos utilizados paraa realização dos exames foram escolhidosapós comparação com a literatura, confor-me está descrito na Tabela 4. Utilizamos ocorte mais fino, no tempo mais curto pos-sível que permitisse cobrir a área de estu-do adequada, o menor “pitch” e reconstru-ção das imagens com 50% da espessura decorte. Estes parâmetros buscaram a melhorqualidade de imagem possível(12).

Houve alguma dificuldade em se con-seguir um maior número de casos para estetrabalho, pelo fato de este exame ainda nãoestar bem difundido no meio médico, além

TTTTTabela 4abela 4abela 4abela 4abela 4 Revisão da literatura dos parâmetros técnicos da angiografia por tomografia computadorizadado crânio.

Autor

Napel et al. (1992)*Dillon et al. (1993)*Kalender et al. (1994)*Görzer et al. (1994)*Rieger et al. (1994)§

Schwartz(24)(24)(24)(24)(24) (1994)Tsuchiya et al. (1994)§

Dorsch et al.(6)(6)(6)(6)(6) (1995)Vieco et al. (1995)§

Zeman et al. (1995)§

Liang et al. (1995)*Rubin et al. (1995)*Katz et al. (1995)*Alberico et al.(5)(5)(5)(5)(5) (1995)Hsiang et al.(25)(25)(25)(25)(25) (1996)Rieger et al. (1996)*Wilms et al.(7)(7)(7)(7)(7) (1996)Dillon et al. (1996)§

Koch et al. (1997)§

Zouaoui et al.(3)(3)(3)(3)(3) (1997)Strayle-Batra et al.(26)(26)(26)(26)(26) (1998)Young et al.(4)(4)(4)(4)(4) (1998)Kuszyk et al.(2)(2)(2)(2)(2) (1998)

Colimação(mm)

13

1–231221111

Não relatado1111

Não relatado11111

1–2

“Pitch”

11111111111

Não relatado1,3111

Não relatado1

1–1,51

1,51

1,5

Volume decontraste

(ml)

60100–150120–150

100 80 75 85120100100135 90 90 80135

60–80100

87,5–140120–150

140100–130

Não relatado120

Velocidadede infusão

(ml/s)

31,5–23–44

Não relatado2,52422333334

3–3,52,5–3,53–3,52,5

2–2,543

“Delay”(s)

1830–40

2016

14–17202520

20–403020

8–20Individual

1520

14–1720

Não relatado17–2220–3015–25

1215

* Dados relatados no trabalho de Strayle-Batra et al.(26)(26)(26)(26)(26). § Dados relatados no trabalho de Koch et al.(27)(27)(27)(27)(27).

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Laureano VS et al.

Radiol Bras 2002;35(3):155–160 159159159159159

de não haver um centro de referência paradrenagem de pacientes com doença cére-bro-vascular. Os hospitais universitários epúblicos, locais mais adequados ao atendi-mento de urgência e ao estudo acadêmico,têm carência de tecnologia de ponta.

Deve-se lembrar que, mesmo quandonão se dispõe da tecnologia helicoidal, aATC pode ser realizada, porém em locaisonde a região anatômica a ser estudada nãoseja extensa, o que se enquadra perfeita-mente na “altura” do polígono de Willis(15).

A ATC poderia ser o exame eleito comopreferencial para a varredura de aneurismasintracranianos em pacientes nos quais estapesquisa seja necessária e no seguimentopré e pós-tratamento destas alterações.Também deveria ser o primeiro exame empacientes com hemorragia. Estas afirma-ções se baseiam nos seguintes fatos: a acu-rácia do método; o custo mais acessível quea ASD e a ARM; o maior número de apa-relhos disponíveis; a crescente substituiçãodos aparelhos de TC convencional pela tec-nologia espiral.

A ARM poderia ser a melhor opção empacientes comprovadamente com alergiaao meio de contraste iodado, com insufi-ciência renal ou em casos de gravidez, lem-brando-se que a alergia não é contra-indi-cação absoluta, pois pode ser feita a des-sensibilização, sendo então o exame reali-zado em ambiente hospitalar com acompa-nhamento de anestesista.

A ASD permaneceria como o exame demaior confiabilidade, sendo realizada emcasos de dúvidas, como nos casos de ATCnegativas, quando a possibilidade do diag-nóstico de aneurisma intracraniano for alta,como pré-operatório ou quando a opção foro tratamento endovascular.

É importante citar que, dos artigos re-visados, todos foram favoráveis à utiliza-ção da ATC no diagnóstico dos aneurismasintracranianos. E, ainda mais, a experiên-cia com o uso da ATC com TC helicoidaljá se faz desde 1992, sendo um tempo bas-tante razoável para se conhecer a eficiên-cia do método.

O reconhecimento da conveniência dautilização da ATC como técnica diagnós-tica eficaz poderia inclusive colaborar paraum melhor tratamento, e mesmo para evi-tar uma hemorragia fatal, como no casoilustrativo relatado a seguir.

Caso ilustrativo

Paciente de 66 anos de idade, sexo mas-culino, hipertenso controlado, internado nodia 16/5/2000 em um hospital universitá-rio da rede pública, queixava-se de cefaléiaintensa de início súbito, vômitos em jato eapresentava rigidez de nuca ao exame físi-co. Foi submetido a TC convencional con-trastada, que revelou a existência de aneu-risma no polígono de Willis anterior à es-querda, mas não evidenciou sinais de he-morragia subaracnóidea na fase sem con-traste. Na ocasião, o neurorradiologista dohospital alertou para a possibilidade de acefaléia ter tido origem em pequeno san-gramento sem repercussão na TC. Foi fei-ta então punção lombar, que confirmou ahemorragia subaracnóidea.

Por impossibilidade da realização deASD (inexistência do equipamento), o pa-ciente foi enviado a uma clínica particular,no dia 25/5/2000, para realização de exa-me de ATC, que demonstrou aneurismalocalizado no segmento comunicante (C7)da carótida intracraniana esquerda, lobu-lado, medindo 18 mm no maior diâmetro(Figura 3). A artéria comunicante posterioremergia do aneurisma e a artéria cerebralposterior tinha origem fetal. O colo do aneu-risma media cerca de 4 mm. Optou-se porrealizar uma ASD, exame mais caro e commenor número de aparelhos para sua rea-lização. O exame foi marcado em uma clí-nica privada, sendo que o paciente, infor-tunadamente, faleceu dois dias antes, víti-ma de nova e volumosa hemorragia.

Este paciente do caso ilustrativo não en-trou na casuística do trabalho por não ha-ver ASD comparativa. Porém, melhor se-ria se tivesse sido operado apenas de pos-se da ATC, segundo as equipes neurocirúr-gica e neurorradiológica.

CONCLUSÕES

A ATC é um exame comparável à ASDna avaliação diagnóstica dos aneurismasintracranianos.

A ATC pode cumprir papel importantena orientação terapêutica dos aneurismasintracranianos, tendo vantagem, compara-tivamente à ASD, no que concerne ao es-tudo bi e tridimensional da relação da le-são com as estruturas encefálicas e pelaavaliação de lesões encefálicas concomi-tantes.

A ATC pode ser utilizada no acompa-nhamento dos aneurismas intracranianos,com algumas vantagens em relação à ASDpor ter custo menor, menor índice de com-plicações e ser mais acessível.

A ATC é exame que pode ser realizadoem larga escala por ter, comparativamen-te, custo menor do que a ASD, além dacrescente aquisição e evolução dos apare-lhos de TC que são capazes de realizar oexame.

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Figura 3.Figura 3.Figura 3.Figura 3.Figura 3. Aneurisma do caso ilustrativo, localiza-do no segmento C7 da artéria carótida intracra-niana esquerda (seta).

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