Análise Filme 300-Neto

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ESTUTOS ESTRATÉGICOS DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS ESTUDOS ESTRATÉGICOS I PROFESSOR VITÉLIO BRUSTOLIN ALUNO: EVERALDO DE CARVALHO NETO ANÁLISE DO FILME 300 Na obra analisada é apresentada a escalada do conflito entre gregos e persas, com foco heróico na figura dos soldados espartanos. Logo no começo do filme, após breve contextualização sobre o crescimento de um cidadão espartano, a audiência é introduzida aos meandros políticos que permeiam o conflito. Este tema é retomado ao decorrer do longa em alternância com as cenas de batalha de modo a lembrar do objeto político da guerra e do que os soldados deixaram para trás. O fato dos espartanos não conseguirem reunir todas as suas forças para a guerra por razões políticas e religiosas diversas coincide com o raciocínio de Clausewitz em On War quando este afirma que a “guerra não consiste de um único golpe curto”, mas que ao contrário está sujeita às probabilidades do mundo real, as quais impedem a agregação máxima tendendo ao extremo das forças do país. Depende de fatores como as condições do conflito, velocidade de recrutamento, tamanho do país etc. No caso do conflito exibido os fatores que impediram os espartanos de reunir todas as suas forças contra os persas foram política e tradição. Sobre a batalha em si, a tática formulada pelo personagem do rei Leônidas se caracteriza por estabelecer um ponto de resistência em local estreito de modo a não ser engolido pelos números superiores de Xerxes, tendo em vista a disponibilidade de apenas uma pequena fração do exército espartano. Poderia se argumentar que mesmo com a reviravolta na história de uma traição que permite aos persas cercarem a pequena resistência, tal apenas acelerou o inevitável, pois a tática do estreito até poderia possibilitar uma vitória contra um exército de números superiores, mas não contra os números esmagadores de Xerxes. Em resumo, a situação dos espartanos estava condenada desde o

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Na obra analisada apresentada a escalada do conflito entre gregos e persas, com foco herico na figura dos soldados espartanos. Logo no comeo do filme, aps breve contextualizao sobre o crescimento de um cidado espartano, a audincia introduzida aos meandros polticos que permeiam o conflito. Este tema retomado ao decorrer do longa em alternncia com as cenas de batalha de modo a lembrar do objeto poltico da guerra e do que os soldados deixaram para trs. O fato dos espartanos no conseguirem reunir todas as suas foras para a guerra por razes polticas e religiosas diversas coincide com o raciocnio de Clausewitz em On War quando este afirma que a guerra no consiste de um nico golpe curto, mas que ao contrrio est sujeita s probabilidades do mundo real, as quais impedem a agregao mxima tendendo ao extremo das foras do pas. Depende de fatores como as condies do conflito, velocidade de recrutamento, tamanho do pas etc. No caso do conflito exibido os fatores que impediram os espartanos de reunir todas as suas foras contra os persas foram poltica e tradio.Sobre a batalha em si, a ttica formulada pelo personagem do rei Lenidas se caracteriza por estabelecer um ponto de resistncia em local estreito de modo a no ser engolido pelos nmeros superiores de Xerxes, tendo em vista a disponibilidade de apenas uma pequena frao do exrcito espartano. Poderia se argumentar que mesmo com a reviravolta na histria de uma traio que permite aos persas cercarem a pequena resistncia, tal apenas acelerou o inevitvel, pois a ttica do estreito at poderia possibilitar uma vitria contra um exrcito de nmeros superiores, mas no contra os nmeros esmagadores de Xerxes. Em resumo, a situao dos espartanos estava condenada desde o princpio, com traio ou no estes seriam sobrepujados sob avanos infindveis do inimigo. Entretanto deve se considerar a estratgia subjacente de Lenidas, a qual buscava no vencer, mas atrasar o avano persa at que uma resoluo poltica favorvel permitisse reunir todas as foras de Esparta. Dentro deste contexto importante analisar o comportamento dos exrcitos em batalha. O lado persa esperava intimidar a resistncia no s com nmeros, mas tambm com todo tipo de artifcio psicolgico. A utilizao de monstros e magia contra o inimigo, alm da reputao de seus guerreiros de elite, os chamados Imortais. Por outro lado, os espartanos buscavam desmoralizar o oponente, tendo investido na qualidade de seus soldados superiores contra inimigos que, apesar de excedentes, julgavam ser inferiores por virem de uma forma largamente constituda de escravos e regimentos mal treinados em sua viso. Assim, se observa que ambos os lados utilizavam ativamente o medo como arma de maneiras distintas.