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ANÁLISE ERGONÔMICA DE UMA MESA DE PESAGEM AUTOMATIZADA DE CUMBUCAS DE UVA Ana Luiza Morais de Souza (UNIVASF) [email protected] BRUNA ANGELA ANTONELLI (UNIVASF) [email protected] Thais Pereira de Azevedo (UNIVASF) [email protected] Felipe Gomes de Oliveira (UNIVASF) [email protected] A crescente preocupação das empresas quanto à oferta de serviços ou produtos de qualidade para seus clientes fez com que a Ergonomia alcançasse um novo espaço no mercado, pois ela visa a adaptação do trabalho ao homem sem perder o foco na produtividade. Baseado nesse contexto, o presente artigo teve por objetivo analisar um novo produto de facilitação da pesagem de cumbucas de uvas. O estudo foi realizado a partir da observação do posto de trabalho, analisando a interação homem - máquina, através de visitas ao local de trabalho bem como por meio do registro de vídeo. Como método complementar, foi utilizado o método RULA e a Checklist de Couto. Após as análises, foi possível elencar sugestões para a contribuição na melhoria do equipamento. Palavras-chave: Análise Ergonômica do Trabalho(AET), Ergonomia, RULA, Checklist de Couto, uvas XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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ANÁLISE ERGONÔMICA DE UMA

MESA DE PESAGEM AUTOMATIZADA

DE CUMBUCAS DE UVA

Ana Luiza Morais de Souza (UNIVASF)

[email protected]

BRUNA ANGELA ANTONELLI (UNIVASF)

[email protected]

Thais Pereira de Azevedo (UNIVASF)

[email protected]

Felipe Gomes de Oliveira (UNIVASF)

[email protected]

A crescente preocupação das empresas quanto à oferta de serviços ou

produtos de qualidade para seus clientes fez com que a Ergonomia

alcançasse um novo espaço no mercado, pois ela visa a adaptação do

trabalho ao homem sem perder o foco na produtividade. Baseado nesse

contexto, o presente artigo teve por objetivo analisar um novo produto

de facilitação da pesagem de cumbucas de uvas. O estudo foi realizado

a partir da observação do posto de trabalho, analisando a interação

homem - máquina, através de visitas ao local de trabalho bem como

por meio do registro de vídeo. Como método complementar, foi

utilizado o método RULA e a Checklist de Couto. Após as análises, foi

possível elencar sugestões para a contribuição na melhoria do

equipamento.

Palavras-chave: Análise Ergonômica do Trabalho(AET), Ergonomia,

RULA, Checklist de Couto, uvas

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1. Introdução

O estudo da ergonomia envolve diversas áreas de estudo, tendo sua aplicabilidade nas

dimensões cognitiva, organizacional e física. Seu objetivo é proporcionar melhoria das

condições de vida do trabalhador, adaptando o trabalho ao mesmo. Por ser uma ciência

multidisciplinar, a ergonomia pode ser utilizada em várias áreas e setores, inclusive aos

trabalhadores do setor agrícola.

O setor da agricultura tem bastante força no cenário nacional brasileiro, sendo um dos

com maior crescimento no PIB, fechando 2013 com aumento de 4,45% em relação a 2012

(CEPEA, 2013). Dentro do ramo agricultor, um dos destaques é a fruticultura.

Um estudo realizado pelo IBGE em 2010 caracterizou a cidade de Petrolina – PE,

como o município brasileiro de maior volume de produção de frutas, totalizando cerca de

R$ 619,2 milhões. Petrolina figura a maior exportação de uvas do país, somando com

Juazeiro – BA e com a Serra Gaúcha – RS, 95% das exportações de uva de mesa do país.

Porém, apesar da força no país, esse setor ainda sofre com a falta de estudos

ergonômicos voltados para seus trabalhadores e maquinários. Portanto, muitos

trabalhadores adotam o modo de trabalho que acham mais cômodos ou que foi repassado

de outros trabalhadores que possuem mais tempo desempenhando a função, sem

necessariamente seguirem padrões que facilitem, melhorem a produtividade ou mesmo

sequer reproduzem as atividades pensando em sua saúde em longo prazo.

Neste contexto, a empresa solicitante desenvolveu um equipamento para facilitar o

processo de pesagem das cumbucas de uvas de mesa, automatizando parte do processo,

aumentando a produtividade e reduzindo perdas. Por ser automatizado, o processo

incrementa a qualidade do produto, pois o mesmo possui maior frequência dentro de um

dos principais parâmetros exigidos: peso.

Tratando-se de um equipamento novo, a mesa de pesagem foi pensada inicialmente

apenas para melhoria da produtividade. Muitos estudos tem sido feitos no tocante da

melhoria tecnológica, porém, poucos estudos foram realizados no âmbito ergonômico.

Entendendo a importância da Ergonomia de interligar produtividade com saúde do

trabalhador, fazendo adaptação do trabalho ao operador, a empresa solicitou a análise

ergonômica do seu produto a fim de fazê-lo mais completo (produtivo e que atenda as

necessidades dos trabalhadores) e agregar valor ao mesmo.

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Nesse artigo serão expostos passos da AET realizada para a mesa de pesagem

automatizada, em uma packing house no Vale de São Francisco (VASF), onde o

equipamento em questão já estava operando, levantamento de dados e sugestões de

melhorias para a empresa aplicar ao produto.

2. Revisão bibliográfica

Um dos principais papéis da Ergonomia é promover a saúde e conforto do trabalhador

em seu ambiente de trabalho, aliando técnicas e métodos, pensando (e repensando) modos

de adaptar o trabalho ao trabalhador. Vale ressaltar, que a Ergonomia contribui como uma

ferramenta muito eficaz para o empregador, pois um ambiente de trabalho adaptado as

condições humanas reflete em melhor satisfação e eficiência no trabalho.

Segundo a ABERGO, a Ergonomia pode ser dividida em 3 domínios gerais de

especialização. São eles:

Ergonomia Organizacional: Busca otimização das situações da dinâmica do

trabalho como estrutura organizacional, comunicações, gerenciamento,

trabalho em grupo, cultura organizacional, entre outros;

Ergonomia Cognitiva: Estudo dos seres humanos e sistemas onde exista algum

tipo de processo mental associado;

Ergonomia Física: Observa as atividades humanas relacionando-as com

fisiologia, biomecânica, características da anatomia e antropometria.

Sendo este último, o principal domínio abordado no presente artigo, porém não o

único observado nas análises realizadas.

Ao pensar na ergonomia no contexto dos níveis organizacionais de uma empresa, a

primeira idéia que surge é a da ergonomia ligada diretamente e apenas com o nível

operacional. Porém, vale salientar que apesar desta idéia não estar incorreta, quando se

trata da ergonomia de produto, o nível organizacional envolvido é o estratégico, pois ao se

idealizar um novo produto é necessário pensar no seu público-alvo. Afinal, as

especificações do produto devem ser construídas baseadas na demanda que se deseja

atender. Para Rodrigues (2013), maior competitividade e foco na inovação são parte da

ação ergonômica integrada a gerência estratégica da empresa que gera o desempenho da

instituição como um todo.

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Antropometria é a ciência que analisa as dimensões do corpo humano, relacionando-as

com o desenvolvimento do produto e/ou posto de trabalho. Os estudos podem ser

realizados de acordo com as dimensões estáticas ou considerando as dimensões do corpo

humano durante a realização de alguma atividade. Com o passar dos anos, essa ciência

tornou-se mais precisa, ganhando proporções maiores por mostrar-se de grande valia no

quesito produtividade. Ela ajuda a aperfeiçoar os produtos de forma a proporcionar aos

trabalhadores e usuários maior conforto durante a execução da atividade, promovendo a

saúde e reduzindo movimentos desnecessários.

Durante um estudo antropométrico, é importante ter em mente que o produto poderá

ser utilizado por diferentes públicos e em locais diversos, portanto, ao conceber um

produto deve-se levar em consideração as medidas dos usuários. Por exemplo, a média das

dimensões femininas é menor que as masculinas (independentemente do povo), portanto

um produto pensando para o público feminino deve ser construído com dimensões

menores.

Nesse sentindo, a antrompometria é uma ferramenta fundamental da ergonomia, uma

vez que o mau posicionamento das ferramentas do posto de trabalho pode ocasionar

Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). Entende-se por DORT

uma síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários sintomas

tais como: dor, parestesia, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso.

Frequentemente são causa de incapacidade laboral temporária ou permanente.

Geralmente os trabalhadores por não sentirem dores imediatas ao realizarem

determinados movimentos laborais tem a falsa impressão de estarem realizando

movimentos corretos e da forma adequada. Isso resulta na sobrecarga das estruturas

anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação. A

sobrecarga pode ocorrer seja pela utilização excessiva de determinados grupos musculares

em movimentos repetitivos com ou sem exigência de esforço localizado, seja pela

permanência de segmentos do corpo em determinadas posições por tempo prolongado,

particularmente quando essas posições exigem esforço ou resistência das estruturas

músculo-esqueléticas contra a gravidade. A necessidade de concentração e atenção do

trabalhador para realizar suas atividades e a tensão imposta pela organização do trabalho

são fatores que interferem de forma significativa para a ocorrência das DORT.

No ambiente industrial, a postura em pé é muito observada tendo em vista que facilita

a movimentação corporal. De acordo com o National Safety Council, o trabalho em pé

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mantido de forma estática por longo período de tempo, pode causar pode causar fadiga

nos membros inferiores e coluna lombar.

Uma das partes do corpo que mais pode sofrer lesões é a articulação do ombro, devido

as suas características anatômicas e biomecânicas. Ângulos de abdução e flexão de braços

de 31º e 60° são considerados como posição média e acima de 60°, como severa. Já para

angulação lateral, 45° já é passível de postura de correção de ombros (ESTIVALET,2004

at al apud. LI et al 1995, GRANDJEAN,1998). Ou seja, trabalhos que exijam

movimentos em angulações consideradas médias e severas oferecem risco ergonômico de

desenvolver lesões osteomusculares em ombro oferecem riscos ao trabalhador e devem ser

evitados.

Para melhor identificação de riscos ergonômicos, métodos e ferramentas foram

desenvolvidos para auxiliar na identificação dos riscos relacionados ao trabalho. Eles

ajudam a quantificar e qualificar os problemas a fim de uma tomada de decisão mais

efetiva. A Checklist de Couto é uma dessas ferramentas que auxilia na identificação. Sua

aplicação segue basicamente o preenchimento de uma checklist, onde o valor das

respostas podem ser 0(zero) ou 1(um) e ao final, fazer a contagem dos pontos e

interpretação dos pontos resultantes da soma. As perguntas da checklist são baseadas em

itens que são importantes dentro do ambiente de trabalho como avaliação de sobrecarga

física e postura de trabalho. Abaixo seguem os critérios de interpretação (SOARES et al.,

2012 apud. COUTO, 2007):

Acima de 22 pontos: AUSÊNCIA de fatores biomecânicos;

Entre 19 e 22 pontos: fator biomecânico POUCO SIGNIFICATIVO;

Entre 15 e 18 pontos: fator biomecânico de MODERADA IMPORTÂNCIA;

Entre 11 e 14 pontos: fator biomecânico SIGNIFICATIVO;

Abaixo de 11 pontos: fator biomecânico MUITO SIGNIFICATIVO.

Pode-se analisar essa ferramenta através de um comparativo percentual em relação a

totalidade de pontos alcançados. Dessa forma, a tabela a ser utilizada é a seguinte

(SOARES et al., 2012 apud. COUTO, 2007):

91 a 100% dos pontos: Condição ergonômica excelente;

71 a 90% dos pontos: Boa condição ergonômica;

51 a 70% dos pontos: Condição ergonômica razoável;

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31 a 50% dos pontos: Condição ergonômica ruim;

Menos que 31% dos pontos: Condição ergonômica péssima.

O método RULA (Rapid Upper Limb Assessment) é de simples aplicação e oferece

uma dimensão significativa dos fatores de risco. Através da utilização de três diagramas com

escores, é possível chegar ao um escore final que indica que medidas devem ser tomadas a

partir do que foi notado da atividade (PINTO et al.2012). Abaixo os resultados dos escores:

1 a 2: Aceitável;

3 a 4: Investigar posteriormente;

5 a 6: Investigação e mudança imediata;

7: Investigar e mudar imediatamente.

3. Metodologia

O estudo foi realizado em uma unidade de produção (packing house) de uma empresa

produtora de uva, parceira da empresa solicitante, localizada no Vale do São Francisco, na

cidade de Lagoa Grande situada no estado de Pernambuco, a 53 km de Petrolina.

A análise contou com visitas in loco para observação do trabalho realizado com o

equipamento, prezando o exame das posturas e movimentos. Foram utilizadas gravações

de vídeos da atividade para uma análise mais detalhada dos movimentos. As filmagens

foram feitas em dia de funcionamento normal, nas condições usuais de trabalho. Foi

solicitado para que as funcionárias não mudassem seu ritmo de trabalho para que o estudo

fosse realizado mais precisamente possível.

Complementarmente, ao método de observação direta, foram agregados aos estudos, a

Checklist de Couto e o método RULA, que permitem a análise das posturas e dos efeitos

causados no sistema músculo-esquelético decorrentes dos movimentos.

4. Apresentação e análise de dados

4.1. Análise de demanda

O estudo foi solicitado por uma empresa localizada em Juazeiro, no Vale do São

Francisco (VASF), no estado da Bahia. O empreendimento de base tecnológica possui

duas frentes de trabalho: projetos (consultoria, projetos de base, análise de viabilidade

técnica) e inovação (soluções em automação, comunicação e software). A companhia

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atende o mercado do Vale do São Francisco, como Petrolina, Juazeiro e cidades

circunvizinhas.

A empresa demandou a AET para um de seus produtos: uma mesa de pesagem

automatizada de cumbucas de uva de mesa demonstrado na Figura 1. Desenvolvida pela

própria empresa, a mesa funciona através do reconhecimento do peso inicial da cumbuca

que chega à primeira fase de pesagem, e logo após indicando através de sinais luminosos

qual a bandeja contém cachos de uva com peso suficiente para complementar a cumbuca a

fim que ela saia com o peso programado.

Figura 1 - Mesa de pesagem

Fonte: Autoria própria (2014)

A fim de melhorar a qualidade ergonômica do produto, alcançar vantagem

competitiva, bem como sanar problemas reportados pelos clientes que utilizaram

previamente o equipamento, foi requerido o estudo e análise ergonômica do produto.

4.2. Análise de tarefa

A tarefa em questão é realizada em uma packing house onde ocorre o processo

de embalamento de uvas de mesa em cumbucas. Em ritmo normal, os turnos são de 8

horas de trabalho por dia. Em época de safra, a produção ocorre durante 24 horas,

dividindo trabalhadores por turnos de trabalho. Há predominância de mão-de-obra

feminina no setor que lida diretamente com o equipamento. Durante todo o turno o

trabalho é realizado em pé, com pausas programadas apenas para almoço e outras

para uso do sanitário ou beber água a qualquer hora.

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Figura 2 - Vista geral da packing house

Fonte: Autoria própria (2014)

Seguem-se as atividades dos postos de trabalho na mesa de pesagem

destrinchadas separadamente para maior detalhamento:

Pesagem de contrapeso

A funcionária responsável recebe um contentor com as uvas, que fica

posicionado em cima de um banco ao seu lado. Ela pega um cacho dentro do

contentor, coloca na balança e espera o sinal do equipamento. O equipamento

possui uma sequência de Led’s responsáveis pelo envio do sinal relativo ao

peso do cacho, dois Led’s se encontram na lateral do equipamento e indicam se

o cacho colocado sobre a bandeja se encontra com peso abaixo ou acima do

programado e outros Led’s estão posicionados em frente às bandejas. Caso o

cacho esteja dentro do limite programado, ela conduzirá o cacho à bandeja

onde o sinal luminoso apareceu. Se o Led de baixo acender, o cacho deverá ser

encaminhado ao descarte. Caso o Led superior acenda, a funcionária cortará o

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cacho em partes menores, realizará a pesagem novamente e dará

prosseguimento ao processo anterior.

Pesagem de cumbucas

A pesagem da cumbuca propriamente dita inicializa quando a funcionária pega

uma cumbuca em uma das cabines da ilha de produção, já preenchida

previamente com um cacho não pesado e coloca na balança. A mesa indicará

através de Led’s de qual bandeja a funcionária deverá tirar o cacho para

complementar o peso estipulado. Depois de feito isso, ela aguardará a mesa

confirmar se os pesos dos dois cachos combinados dentro da cumbuca estão

dentro da margem de peso estipulada. Caso apareça o sinal verde, ela dirige-se

a outra cabine com a cumbuca preenchida, onde ela será fechada é colocada

dentro da caixa que prosseguirá para o pallet.

Abaixo, quadro com imagens do processo:

Quadro 1 - Atividades de pesagem

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Fonte: Autoria própria (2015)

4.3. Análise ergonômica

Apesar da solicitação da AET ter vindo da empresa desenvolvedora do produto, ao se

tratar de ergonomia é necessário fazer uma avaliação simultânea tanto o produto quanto o

posto de trabalho.

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O layout da packing house influencia diretamente no posto de trabalho, na disposição

das funcionárias e em seus movimentos para realização da atividade. Portanto, muitos dos

movimentos (inclinação, rotação e flexão de tronco, abdução e flexão de ombros e flexão

de coluna cervical) observados e que poderiam ser substituídos ou eliminados, são fruto

da disposição do layout.

Prosseguindo a análise, foi observado que todos os funcionários do setor de packing

house, não só nesta como também em outras unidades, trabalham em pé durante todo o

turno. Esse tipo de postura pode causar distúrbios músculos-esqueléticos graves,

comprometendo a saúde do trabalhador.

A disposição das ilhas de produção não está da forma mais adequada. Nesse layout, as

funcionárias precisam fazer muitas movimentações de rotação de tronco e em angulações

que favorecem o aparecimento de lesões futuras.

Quanto ao equipamento, foi observado que o posicionamento das bandejas não está

ideal. Algumas bandejas estão dispostas em um nível tão elevado em relação às

funcionárias, que se notou muitas delas ficando nas pontas dos pés para poder alcançar as

uvas. E mesmo as que não precisam ficar na ponta dos pés para alcançar as uvas, ainda

precisam fazer movimentos com angulação acima de 45°, tornando a atividade prejudicial

para a saúde dos envolvidos. Ainda com relação ao posicionamento das bandejas,

importante ressaltar que o alcance também está prejudicado, pois as bandejas se

encontram relativamente distantes em relação a posição da funcionária. Para as

responsáveis pela pesagem das cumbucas, o dano pode ser um pouco maior, pois elas

trabalham muito mais com um lado do corpo do que com o outro durante todo o turno sem

troca de posto durante o dia.

Tendo em vista que a postura de abdução e flexão de ombros acima de 45º foi

observada durante toda a atividade vale ressaltar que o ombro é uma articulação de grande

mobilidade, e seu ponto de vulnerabilidade é o tendão do músculo supra-espinhoso,

responsável pelo movimento de abdução do braço (COUTO, 2007). A sobrecarga estática

dessa articulação contribui para o desenvolvimento de Doenças Osteomusculares

Relacionadas ao Trabalho (DORT). Por uma característica anatômica, movimentos de

elevação acima de 450, com ou sem suspensão de peso, ou movimentos repetitivos com

contração estática dos membros superiores acarretam o pinçamento do tendão do músculo

supra-espinhoso. Esse tendão apresenta um ponto de fragilidade tecidual, onde há pouca

vascularização com difícil reparo tecidual. Dessa forma, quanto maior o número de

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movimentos desenvolvidos pelo trabalhador maior será a probabilidade do mesmo sofrer

lesões por traumas cumulativos (HALL,2013).

Tendo como base dados antropométricos do livro de Iida (2005), as alturas ideais para

bancada fixa de posto de trabalho leve e em pé deveriam estar mais ou menos na altura do

cotovelo, variando entre 85-90 cm para mulheres e 90-95 cm para homens, procurando

sempre dimensionar baseada no trabalhador mais alto. A empresa solicitante forneceu os

desenhos para o projeto da mesa com dimensões mostradas na Figura 3. Como pode ser

observada, a altura da mesa não está adequada, pois ao passo que a bancada está mais

baixa que o devido, as prateleiras estão a uma altura superior à adequada.

Figura 3 - Projeto e dimensionamento do equipamento (em milímetros)

Fonte: Autoria própria (2014)

Apesar da maioria dos trabalhadores que tem contato com o equipamento ser do sexo

feminino, há relatos de trabalhos realizados com homens. Dessa forma, é importante

pensar em soluções que se adequem para as duas realidades, tanto mão-de-obra feminina

quanto masculina.

Uma vez que a ergonomia não se limita apenas à análise das atividades físicas, é

importante também observar o ponto de vista das atividades cognitivas. Apesar de o

equipamento facilitar na produtividade, o mesmo não estimula o desenvolvimento

cognitivo, condicionando os trabalhadores apenas a responder comandos através das luzes

emitidas pelos Led’s.

4.4. Método RULA

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O método RULA foi aplicado para investigar os ricos que possivelmente o

equipamento vem fornecendo. Após sua aplicação, o método nos forneceu um escore final

com pontuação 5. Ou seja, pelo método, as atividades necessitam de investigação e

mudança imediata, pois oferece riscos elevados a saúde do trabalhador.

4.5. Check-list de Couto

Com a Checklist de Couto foi possível fazer o levantamento de forma simplificada do

fator biomecânico no risco no trabalho.

O resultado final foi a soma de 15 pontos em ambas as atividades (pesagem de contra-

peso e pesagem de cumbuca). Interpretando esse resultado, chegamos a conclusão que o

fator biomecânico é de MODERADA IMPORTÂNCIA, ou seja, precisa de modificações

num prazo relativamente curto.

Através do método comparativo, percebemos que a percentagem é de 60%, o que

significa que as condições ergonômicas de trabalho está razoável. Apesar de não ser um

resultado explicitamente ruim, infere que há melhorias a serem aplicadas para se chegar

ao ambiente ideal.

4.6. Recomendações

Apesar de atender aos requisitos de produtividade, a mesa de pesagem de fato

apresentou necessidades para mudanças significativas no tocante da ergonomia do

produto. Como foram listados anteriormente, muitos movimentos feitos pelos funcionários

que operam a mesa são de risco moderado, ou seja, apesar de não serem riscos graves

ainda sim precisam ser evitados em um período de tempo relativamente curto. Dessa

forma, visando a melhoria ergonômica do equipamento com finalidade de melhorar a

saúde dos trabalhadores e aumentar a qualidade do produto oferecido, algumas sugestões

foram criadas:

Ajuste da altura do equipamento;

Apesar da maioria de mão-de-obra feminina na atividade, também há registros de

trabalhadores do sexo masculino, e pensando em atingir outros mercados, a opção

mais interessante seria a implementação de pés ajustáveis. Assim, serão permitidas

múltiplas modificações de acordo com cada grupo de trabalhadores em contato com o

equipamento. Tal medida já está sendo efetuada nos modelos mais novos do

equipamento.

Bandejas em níveis mais baixos;

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Essa medida é de extrema importância, pois conforme percebido através das fotos e

das ferramentas aplicadas, os membros superiores são os mais afetados de maneira

danosa durante a realização das atividades, com movimentos caracterizados como

críticos. Portanto, essa adaptação é uma das mais significativas dentro da análise

realizada, prevenindo lesões graves nos trabalhadores. Seguindo os princípios

ergonômicos, é importante que as bandejas estejam na mesma altura dos cotovelos,

permitindo braços em ângulo de 90°, conhecida como a posição de conforto para o

posto de trabalho. Essa medida não só ajudará na prevenção de lesões nos ombros

como aumentará a produtividade do equipamento, pois aproximando do operador os

elementos do equipamento o tempo de realização da atividade seria reduzido.

Bandejas reguláveis já estão disponíveis para o modelo mais atual, com cada estante já

sendo ajustada no momento do uso, de acordo com a altura do operador.

Utilização de cadeiras e apoios para os pés.

Apesar da utilização de cadeiras para turnos de trabalhos sentados seja vista com maus

olhos por passar a impressão de preguiça e baixa produtividade, esse é um conceito

muitas vezes errôneo. Muitas atividades não se tornam mais produtivas quando os

funcionários estão em pé, pelo contrário, os trabalhadores podem diminuir o paço

devido a dores nas pernas e na coluna. Essa é uma alternativa simples e viável para a

questão das trabalhadoras do caso estudado. A adaptação de um apoio para os pés na

cadeira agregaria ainda mais na questão do conforto.

Apesar do foco da AET ter sido voltado para a mesa de pesagem, produto da empresa

solicitante, a partir das observações realizadas nele foi possível realizar análises sobre o posto

de trabalho.

- Realização de ginástica laboral;

- Estipular pausas obrigatórias ao longo do turno de trabalho;

- Mudança ou adaptação de layout;

- Caso não seja possível dispor cadeiras, providenciar tapetes ergonômicos anti-stress

para atividades em pé;

- Alternar os postos de trabalho.

5. Conclusões

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XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção

Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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O trabalho realizado fez o levantamento da importância da nova tecnologia bem como,

rastrear as possíveis falhas a nível ergonômico do equipamento com finalidade de propor à

empresa, melhorias relevantes que agreguem valor ao produto e ofereça um acréscimo na

qualidade de vida do trabalhador.

Com base nos estudos realizados, foi possível sugerir modificações no modelo do produto

analisado. Tais alterações foram encaminhadas para a empresa solicitante a fim de serem

incorporados no planejamento dos próximos modelos de mesa de pesagem de uva. Algumas

modificações sugeridas através desse estudo, como ajuste da altura do equipamento através de

pés e bandejas ajustáveis, já foram tomadas nos modelos comercializados em 2014, e

encontram-se disponíveis nos modelos comercializados no presente ano. Será dado início a

um novo estudo para validação das modificações.

As análises do posto de trabalho não puderam ser destinadas a empresa que embala as

frutas durante os trabalhos que originou este artigo. Para isso, devem ser feitos estudos mais

aprofundados de outros fatores que influenciam a atividade e isso exige um pouco mais de

tempo e atenção dedicada a tal estudo. Fica então a sugestão de continuidade dos estudos para

melhoramento da saúde do trabalhador de forma completa, sendo o próximo possível objeto

de estudo, uma análise detalhada do posto de trabalho.

REFERÊNCIAS

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Horizonte: ERGO editora Ldta, 2007.

Ergonomics: A practical guide. 2nd

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pelas posturas adotadas por operadores de uma casa lotérica. XXIX ENEGEP, 2009, Salvador.

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Relatório – PIB Agro Brasil 2013, Brasil, CEPEA - Centro Avançado de Economia Aplicada (USP).

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RODRIGUES, Ricardo Furtado, MERINO, Eugenio Andrés Díaz, FILHO, Nelson Casarotto. Contribuição da

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SOARES, Elaine Victor Gonçalves et al. Estudo ergonômico e propostas de melhorias em postos de trabalho

de uma empresa de mineração. VII Seprone, 2012, Mossoró.