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UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Ciências Contábeis Caroline Aparecida Camaçari Ribeiro Priscila Cintra Tamiris Honório Lemos ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COM ELABORAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS Pé Direito Acabamentos e Construção Promissão SP LINS SP 2016

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UniSALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Caroline Aparecida Camaçari Ribeiro

Priscila Cintra

Tamiris Honório Lemos

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COM

ELABORAÇÃO DOS DEMONSTRATIVOS

CONTÁBEIS

Pé Direito Acabamentos e Construção

Promissão – SP

LINS – SP

2016

CAROLINE APARECIDA CAMAÇARI RIBEIRO

PRISCILA CINTRA

TAMIRIS HONÓRIO LEMOS

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COM ELABORAÇÃO DOS

DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Me. Irso Tófoli e orientação técnica da Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner.

LINS - SP

2016

Ribeiro, Caroline Aparecida Camaçari; Cintra, Priscila; Lemos, Tamiris Honório.

Análise econômico-financeira com elaboração dos demonstrativos contábeis: Pé Direito Acabamentos e Construção / Caroline Aparecida Camaçari Ribeiro; Priscila Cintra; Tamiris Honório Lemos. – – Lins, 2016.

87p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2016.

Orientadores: Irso Tófoli; Érica Cristiane dos Santos Campaner.

1. Análise Financeira. 2. Demonstrações Contábeis. 3. Indicadores Financeiros. 4. Tomada de Decisão. I Título.

CDU 657

R368a

CAROLINE APARECIDA CAMAÇARI RIBEIRO

PRISCILA CINTRA

TAMIRIS HONÓRIO LEMOS

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA COM ELABORAÇÃO DOS

DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: _____/______/_____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Me. Irso Tófoli

Titulação: Mestre em Administração pela CNEC – FACECA - MG

Assinatura: _________________________________

1º Prof.: Euclides Reame Junior

Titulação: Mestre em Engenharia da Produção pela Escola de Engenharia de

São Carlos - USP

Assinatura: _________________________________

2º Profª: Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa

Titulação: Mestra em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília -

UNIMAR

Assinatura: _________________________________

Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora por sempre estarem

ao meu lado, guiando-me, dando-me forças, e me levantando todas as vezes

que cai, por me ajudarem a enfrentar todas as dificuldades que tive no decorrer

destes 4 anos, por ter me concedido a realização desde sonhos. “Que até aqui

sua mão me sustentou”. Obrigada Pai e Mãe do céu.

Aos meus pais Zemilda e Joaquim por todo esforço e sacrifício que

fizeram para que eu conseguisse cursar essa faculdade, por toda força e

conselhos nas horas difíceis, por me segurarem quando cai me dando o apoio

necessário para me levantar. A vocês toda minha gratidão.

A minha irmã Maria Gabriela por todo o apoio, ao namorado William por

sempre estar do meu lado me apoiando e dando força para que eu não

desistisse.

A todos os meus amigos e em especial as amigas e parceiras deste

trabalho Priscila e Tamiris que fizeram parte da minha formação me ajudando

em todos os momentos de dúvidas e dificuldade.

Aos Professores: Rosiane Sozzo Gouveia, Irso Tófoli, Ricardo Santos,

Andre Santos e Rogério Canuto, por terem me amparado no momento em que

mais precisei e fizeram de tudo para que eu não desistisse, sou muito grata á

vocês por tudo. Ao professor Irso Tófoli, pela orientação, apoio e confiança.

A todos o meu muito obrigada.

Caroline Aparecida Camaçari Ribeiro

Dedico este trabalho em primeiro lugar а Deus ao qual durante toda a

trajetória iluminou mеυ caminho, me sustentou e me deu coragem para a

realização deste sonho. Aos meus pais, Carlos e Lucinéia Cintra, por sempre

acreditarem em mim e não medirem esforços para tornar possível a minha

graduação. A minha irmã, Jéssica, que aturou com paciência toda minha

bagunça com papelada e livros neste último ano. Ao meu namorado, que

sempre me apoiou e incentivou. Aos meus amigos e principalmente as minhas

companheiras de TCC, Caroline e Tamiris, que com sua dedicação e esforço

tornaram a realização deste trabalho possível.

Priscila Cintra

Dedico esse trabalho, primeiramente a Deus, pois Ele é o grande

responsável por eu ter chegado até aqui. Por ter me concedido sabedoria,

saúde, disposição e por sempre me levar a fazer o meu melhor ao longo desta

jornada. É com muita gratidão que concluo mais essa etapa da minha vida.

Aos meus familiares que sempre acreditaram em mim e não me

deixaram desanimar perante os momentos difíceis. Em especial a minha mãe

Teresa que sempre me apoiou e esteve pronta para me ajudar no que fosse

preciso. Ao meu pai André (in memoriam) que partiu antes da conclusão dessa

etapa da minha vida, mas que com certeza se orgulhou de mim. E a minha avó

Cida, que sempre me ajudou com seus valiosos conselhos.

Ao meu querido noivo, e melhor amigo, Vinícius, que sempre esteve

presente me incentivando e não me deixando desistir. Obrigada pela infinita

paciência, você trouxe a calmaria nos momentos em que me desesperei.

Obrigada por sempre acreditar em mim.

Aos professores que nos passaram tanto conhecimento, nos ensinando

e motivando a sermos grandes profissionais. Em especial, ao querido

orientador, Irso Tófoli, que sempre esteve disposto a nos auxiliar. Agradeço por

ter acreditado no nosso potencial, por todo o incentivo e paciência durante toda

a orientação.

As minhas companheiras de grupo Caroline e Priscila, pela amizade

construída ao longo desses anos. Obrigada por todo o esforço, dedicação e

paciência na realização desse trabalho.

Obrigada a todos!

Tamiris Honório Lemos

AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, pois sem Ele não conseguiríamos

concluir mais esta etapa das nossas vidas.

Aos nossos pais, por toda contribuição e incentivo para a realização

deste sonho.

À empresa Pé Direito Acabamentos e Construção, que desde o início

nos recebeu de portas abertas, nos fornecendo todas as informações

necessárias e precisas para a realização desse trabalho.

À esta instituição e seu corpo docente que compartilharam

conhecimento e experiências durante esses quatro anos de curso.

Aos professores da banca examinadora pela contribuição a este

trabalho.

Em especial ao nosso querido orientador, Prof. Me. Irso Tófoli, com sua

competência e carinho se prontificou a nos ajudar, não medido esforços para

concluirmos esse trabalho.

À professora Profª Esp. Érica Cristiane dos Santos Campaner, que

sempre se colocou a total disposição para nos ajudar no que fosse preciso.

Aos colegas de sala, pelas experiências trocadas e pelos momentos de

alegria que compartilhamos durante esses anos.

Caroline, Priscila e Tamiris

RESUMO Em tempos onde a recessão econômica está crescendo em nosso país

e com a competitividade entre as empresas cada vez mais acirrada, os gestores buscam por mecanismos que auxiliem na tomada de decisão de modo que não haja falhas que comprometam o futuro da organização, realizando avaliações periódicas. A Análise Financeira é uma ferramenta que proporciona uma avaliação constante dos negócios, possibilitando uma maior visão e permitindo a antecipação de cenários para planejar suas atividades, com isto, poderão tomar medidas corretivas, se assim for necessário. Através dos indicadores financeiros, é possível conhecer a real situação da empresa, saber se a empresa está lucrando ou não, e quais as suas deficiências e qualidades. Este trabalho teve como objetivo conhecer a importância da análise econômico-financeira em tempos de recessão econômica, para uma melhor gestão da empresa, em uma empresa do ramo da construção civil, na cidade de Promissão, SP. Para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma revisão da literatura sobre o assunto abordado, e após o estudo bibliográfico, foi desenvolvida a pesquisa de campo com elaboração das demonstrações contábeis e aplicação da Análise Financeira Tradicional, Necessidade de Capital de Giro e Esquema Margem X Giro. Através da pesquisa realizada, comprovou-se que uma análise, com base em informações precisas, possibilita conhecer a saúde financeira da empresa proporcionando decisões mais acertadas.

Palavras-chave: Análise financeira. Demonstrações contábeis. Indicadores financeiros. Tomada de decisão.

ABSTRACT

In times where the economic recession are growing in our country and the competitiveness between the companies increasingly fierce. The managers seek for mechanisms to assist in decision making so that there are no flaws that compromise the future of the organization, conducting periodic assessments.The Financial Analysis is a tool that provides a constant assessment of the business, making able increase the vision and allowing the anticipation of scenarios to plan their activities, this may take corrective measures, if so required. Through its financial indicators, it is possible to know the real situation of the company, whether the company is making money or not, and what its shortcomings and qualities. This study aimed to know the importance of economic and financial analysis in times of economic recession, for better management of the company, in a company of the construction industry in the city of Promissão, SP. To achieve the proposed objectives, a review of literature on the subject matter was held, and after the bibliographical study, field research was conducted with the preparation of financial statements and application of the Financial Analysis Traditional, Working Capital Requirement and Scheme Margin X Giro. Through the survey, it was found that an analysis based on accurate information possible to know the financial health of the company providing better decisions. Keywords: Financial analysis. Accounting statements. Financial indicators. Decision making.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fachada da empresa .......................................................................... 19

Figura 2: Estrutura organizacional .................................................................... 22

Figura 3: Balanço Patrimonial ........................................................................... 29

Figura 4: Demonstração do Resultado do Exercício ......................................... 30

Figura 5: Cálculo Análise Vertical ..................................................................... 31

Figura 6: Cálculo Análise Horizontal ................................................................. 32

Figura 7: Balanço Patrimonial ........................................................................... 56

Figura 8: Demonstração do Resultado do Exercício ......................................... 56

Figura 9: Índices de Liquidez ............................................................................ 57

Figura 10: Índices de Estrutura de Capital ........................................................ 60

Figura 11: Índices de atividades ....................................................................... 62

Figura 12: Giros ................................................................................................ 63

Figura 13: Ciclo Operacional............................................................................. 64

Figura 14: Ciclo Financeiro ............................................................................... 65

Figura 15: Índices de Lucratividade e Rentabilidade ........................................ 66

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Cálculo do Saldo de Tesouraria. ..................................................... 69

Quadro 2 - Taxa de Retorno sobre Investimento .............................................. 70

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC: Ativo Circulante

ACF: Ativo Circulante Financeiro

ACO: Ativo Circulante Operacional

AH: Análise Horizontal

AHa: Análise Horizontal sobre o Ano Anterior

AHb: Análise Horizontal sobre o Ano Base

ANC: Ativo Não Circulante

AV: Análise Vertical

CE: Composição do Endividamento

CGL: Capital de Giro Líquido

CGP: Capital de Giro Próprio

CMPC: Custo Médio Ponderado de Capital

DRE: Demonstração do Resultado do Exercício

GA: Giro do Ativo

GCR: Giro de Contas a Receber

GE: Giro de Estoques

GF: Giro de Fornecedores

GI: Giro do Imobilizado

IECP: Índice de Endividamento de Curto Prazo

IEG: Índice de Endividamento Geral

IIPL: Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido

IIRñC: Índice de Imobilização de Recursos não Correntes

ILC: Índice de Liquidez Corrente

ILG: Índice de Liquidez Geral

ILI: Índice de Liquidez Imediata

ILS: Índice de Liquidez Seca

IPCT: Índice de Participação de Capital de Terceiros

LL: Lucro Líquido

MB: Margem Bruta

PL: Patrimônio Líquido

MOP: Margem Operacional

NCG: Necessidade de Capital de Giro

PC: Passivo Circulante

PCF: Passivo Circulante Financeiro

PCO: Passivo Circulante Operacional

PELP: Passivo Exigível a Longo Prazo

PL: Patrimônio Líquido

PMPC: Prazo Médio de Pagamento de Compras

PMRE: Prazo Médio de Renovação de Estoques

PMRV: Prazo Médio de Recebimento de Vendas

PNC: Passivo Não Circulante

ROA: Retorno sobre o Ativo Total

ROE: Return On Equity (Retorno sobre o Patrimônio Líquido)

ROI: Retorno Sobre o Investimento

RSPL: Retorno sobre o Patrimônio Líquido

ST: Saldo de Tesouraria

VEA: Valor Econômico Agregado

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17

CAPÍTULO I – PÉ DIREITO ACABAMENTOS E CONSTRUÇÃO .................. 19

1 EMPRESA ........................................................................................... 19

1.1 Evolução histórica ................................................................................ 19

1.2 Missão, vocação, valores e visão ......................................................... 21

1.2.1 Missão .................................................................................................. 21

1.2.2 Vocação ............................................................................................... 21

1.2.3 Valores ................................................................................................. 21

1.2.4 Visão .................................................................................................... 21

1.2.5 Visão futura .......................................................................................... 22

1.3 Estrutura organizacional ....................................................................... 22

1.4 Produtos ............................................................................................... 23

1.5 Clientes ................................................................................................ 24

1.6 Fornecedores ....................................................................................... 24

1.7 Concorrência ........................................................................................ 25

1.8 Propaganda .......................................................................................... 25

1.9 Responsabilidade social ....................................................................... 26

2 PERSPECTIVAS.................................................................................. 26

CAPÍTULO II - ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ................................... 27

1 CONCEITO DA ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA ..................... 27

1.1 A importância da análise econômico-financeira ................................... 27

2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...................... 28

2.1 Balanço Patrimonial ............................................................................. 28

2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ........................................... 30

3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ............................................... 31

3.1 Análise Vertical .................................................................................... 31

3.2 Análise Horizontal ................................................................................ 32

4 INDICADORES FINANCEIROS .......................................................... 33

4.1 Índices de Liquidez............................................................................... 33

4.1.1 Índice de Liquidez Geral ....................................................................... 34

4.1.2 Índice de Liquidez Corrente ................................................................. 34

4.1.3 Índice de Liquidez Imediata .................................................................. 35

4.1.4 Índice de Liquidez Seca ....................................................................... 35

4.1.5 Capital de Giro Líquido ......................................................................... 36

4.1.6 Capital de Giro Próprio ......................................................................... 36

4.2 Índices de Estrutura de Capital ............................................................ 37

4.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros .................................... 37

4.2.2 Índice de Endividamento Geral ............................................................ 38

4.2.3 Índice de Endividamento de Curto Prazo ............................................. 38

4.2.4 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido ...................................... 39

4.2.5 Índice de Imobilização de Recursos não Correntes ............................. 39

4.2.6 Composição do Endividamento ............................................................ 40

4.3 Índices de Atividades ........................................................................... 40

4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques ............................................ 41

4.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas ............................................ 41

4.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras ........................................... 42

4.3.4 Ciclo Operacional ................................................................................. 42

4.3.5 Ciclo Financeiro ................................................................................... 42

4.3.6 Giro de Estoques ................................................................................. 43

4.3.7 Giro de Conta a Receber ..................................................................... 43

4.3.8 Giro de Fornecedores .......................................................................... 44

4.3.9 Giro do Ativo ........................................................................................ 44

4.3.10 Giro do Imobilizado .............................................................................. 45

4.4 Índice de Lucratividade e Rentabilidade ............................................... 45

4.4.1 Rentabilidade das Vendas ................................................................... 45

4.4.1.1 Margem Bruta ....................................................................................... 46

4.4.1.2 Margem Operacional............................................................................. 46

4.4.1.3 Margem Líquida .................................................................................... 46

4.4.2 Retorno sobre o Ativo Total .................................................................. 47

4.4.3 Retorno sobre o Patrimônio Líquido ..................................................... 47

4.5 Capital de Giro ..................................................................................... 48

4.6 Necessidade de Investimento de Capital de Giro ................................ 48

4.7 Saldo em Tesouraria ............................................................................ 49

4.8 Efeito Tesoura ...................................................................................... 50

4.9 Retorno Sobre o Investimento .............................................................. 50

4.10 Custo Médio Ponderado de Capital ..................................................... 51

4.11 Valor Econômico Agregado .................................................................. 51

4.12 Sistema DuPont de Análise .................................................................. 52

CAPÍTULO III – PESQUISA DE CAMPO ......................................................... 54

1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA PÉ DIREITO

ACABAMENTOS E CONSTRUÇÃO ................................................... 54

1.1 Demonstrações contábeis .................................................................... 55

2 ANÁLISE DOS INDICADORES FINANCEIROS ................................. 56

2.1 Índice de Liquidez ................................................................................ 57

2.1.1 Índice de Liquidez Geral ....................................................................... 57

2.1.2 Índice de Liquidez Corrente ................................................................. 58

2.1.3 Índice de Liquidez Imediata .................................................................. 58

2.1.4 Índice de Liquidez Seca ....................................................................... 58

2.1.5 Capital de Giro Líquido ......................................................................... 59

2.1.6 Capital de Giro Próprio ......................................................................... 59

2.2 Índices de Estrutura de Capital ............................................................ 59

2.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros .................................... 60

2.2.2 Índice de Endividamento Geral ............................................................ 60

2.2.3 Índice de Endividamento de Curto Prazo ............................................. 61

2.2.4 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido ...................................... 61

2.2.5 Índice de Imobilização de Recursos não Correntes ............................. 61

2.2.6 Composição do Endividamento ............................................................ 62

2.3 Índice de Atividades ............................................................................. 62

2.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques ............................................ 63

2.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas ............................................ 63

2.3.3 Prazo Médio de Pagamento de Compras ............................................ 64

2.3.4 Ciclo Operacional ................................................................................. 64

2.3.5 Ciclo Financeiro ................................................................................... 64

2.3.6 Giro do Ativo ........................................................................................ 65

2.3.7 Giro do Imobilizado .............................................................................. 66

2.4 Índice de Lucratividade e Rentabilidade ............................................... 66

2.4.1 Rentabilidade das Vendas ................................................................... 66

2.4.1.1 Margem Bruta ...................................................................................... 67

2.4.1.2 Margem Operacional............................................................................ 67

2.4.1.3 Margem Líquida ................................................................................... 67

2.4.2 Retorno sobre o Ativo Total .................................................................. 67

2.4.3 Retorno sobre o Patrimônio Líquido ..................................................... 68

2.5 Necessidade de Investimento em Capital de Giro ............................... 68

2.6 Saldo em Tesouraria ............................................................................ 68

2.7 Efeito Tesoura ...................................................................................... 69

2.8 Sistema DuPont de Análise .................................................................. 69

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 70

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 72

CONCLUSÃO ................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 75

APÊNDICES ..................................................................................................... 77

17

INTRODUÇÃO

Diante de um cenário onde a recessão econômica está crescendo em

nosso país e com a competitividade entre as empresas cada vez mais acirrada,

os gestores necessitam de um conhecimento aprofundado nas informações

para a tomada de decisão de modo que não haja falhas que comprometam o

futuro da organização.

Para que a empresa possa sobreviver diante desse cenário, é

necessário que os gestores se utilizem de ferramentas que proporcionem uma

avaliação constante de seus negócios, possibilitando uma maior visão sobre

eles e permitindo a antecipação de cenários para planejar suas atividades, com

isto, poderão tomar medidas corretivas, se assim for necessário.

A análise econômico-financeira, por exemplo, é uma ferramenta que

possibilita a avaliação de desempenho de uma empresa em vários contextos.

Permite, através dos indicadores, conhecer a real situação da empresa, saber

se a empresa está lucrando ou não, e quais as suas deficiências e qualidades.

Além da análise dos indicadores é oportuno que as empresas trabalhem,

também, com a análise da Necessidade de Capital de Giro e da Taxa de

Retorno Esquema Margem e Giro.

Conhecendo a importância desses elementos, estabeleceu-se como

objetivo a busca de um aprofundamento do conhecimento da importância da

análise econômico-financeira em tempos de recessão econômica, para uma

melhor gestão da empresa, em uma organização do ramo da construção civil,

na cidade de Promissão, SP.

Durante a pesquisa exploratória surgiu o seguinte questionamento: em

períodos de crises de mercado, conhecer a situação econômico-financeira da

empresa proporciona gestão com decisões mais acertadas?

Com a necessidade de resposta, surgiu, a priori, a seguinte hipótese: a

análise econômico-financeira proporciona aos gestores informações que

revelam a atual situação da empresa, apontando seus pontos fortes e fracos,

proporcionando fundamentos essenciais para a tomada de decisões mais

acertadas.

E, para demonstrar a veracidade da hipótese foi realizado um estudo de

18

caso na empresa Pé Direito Acabamentos e Construção, que gentilmente

prontificou-se a disponibilizar documentos necessários avulsos para o efetivo

desempenho dos trabalhos, haja vista não dispor de dados contábeis, no

momento, que selecionados, ajustados e agrupados transformaram-se no

Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultados, que fundamentam a

análise.

Os métodos e técnicas utilizados na pesquisa de campo estão descritos

no capítulo III.

O trabalho contempla três capítulos, assim distribuídos:

Capítulo I – apresenta dados e informações da empresa analisada,

como a história de seu surgimento e expansão, seus proprietários, sua

estrutura organizacional e suas perspectivas.

Capítulo II – aborda os conceitos das demonstrações contábeis e de sua

análise econômico-financeira, demonstrando sua aplicação e detalhando cada

índice, afim de auxiliar na realização do estudo de caso.

Capítulo III – relata a estruturação das demonstrações contábeis e a

aplicação da análise econômico-financeira, bem como os resultados obtidos no

período de fevereiro a outubro de 2016.

Finalizando o trabalho, são apresentadas a proposta de intervenção e

conclusão.

19

CAPÍTULO I

PÉ DIREITO ACABAMENTOS E CONSTRUÇÃO

1 EMPRESA

1.1 Evolução histórica

Inaugurada em 04 de março de 2011, localizada no município de

Promissão/SP, a Pé Direito Acabamentos e Construção, situa-se na Praça

Primeiro de Maio, Centro, surgiu da vontade de dois irmãos Márcio e Emerson

Baptista em possuírem seu próprio negócio.

Figura 1 Fachada da empresa

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

A escolha do nome Pé Direito surgiu por tratar-se de uma expressão

20

comumente utilizada em arquitetura, engenharia e construção em geral, que

indica a distância da base do pavimento (solo) ao teto, além, do bordão popular

que tudo aquilo que começa bem e vai bem, começa com o Pé Direito.

A princípio devido ao pouco capital, a empresa oferecia uma limitada

variedade de produtos contando com apenas 43 itens, contudo, graças ao

conhecimento que os irmãos já possuíam na época no ramo de construção, ao

planejamento e os contatos que fizeram ao longo do tempo na área, a

quantidade de produtos oferecidos não impediu a boa aceitação que a empresa

obteve na cidade.

Trabalhando para ganharem cada vez mais o mercado e alcançar seus

objetivos financeiros, os proprietários Márcio e Emerson apostaram no

aperfeiçoamento de sua equipe, na inovação do atendimento para as vendas

dos materiais de construção, apresentação de soluções criativas para as obras

de seus clientes aos quais buscam estabelecer um relacionamento de

confiança e respeito, para isso, procuram oferecer preços mais competitivos,

produtos de excelente qualidade, trazer as novidades do ramo e principalmente

priorizar as vontades, sugestões e críticas de seus clientes para contribuição

no crescimento do negócio.

Com o aumento das vendas surgiu à ideia da abertura de uma segunda

loja, que foi inaugurada em setembro de 2012, localizada na Avenida Francisco

Gimenes, na cidade de Promissão. Devido algumas deficiências na gestão de

pessoas e apesar do aumento das vendas, o faturamento da loja 2 não era o

suficiente para manter-se, sendo necessário muitas vezes uma intervenção

financeira da sede para cobrir as despesas, desta forma em abril de 2014 a

segunda loja encerrou suas atividades.

Sem perder o foco nunca, hoje, a Pé Direito conta com uma gama de 10

mil itens em sua loja, distribuídos em 1.200m², além, do Centro de Distribuição

que foi necessário ser criado para tornar possível o crescimento da empresa e

armazenagem de seus produtos brutos, ou seja, aqueles que ocupam maior

espaço, e da própria madeireira onde é realizado o processamento da madeira,

além, da fabricação de alguns produtos como mesas e bancos. Juntos o centro

de distribuição e a madeireira somam uma área de mais de 10.000m².

Oferecendo produtos desde o básico, acabamento, hidráulica, elétrica,

madeira, metais até decoração, a empresa já conquistou um lugar entre as

21

principais lojas de materiais de construção da cidade e da região.

1.2 Missão, vocação, valores e visão

Para que uma empresa possa obter sucesso no mercado é necessário

que antes de qualquer coisa trace com muita clareza os caminhos que deseja

trilhar, serão estes os pilares da organização. Com a Pé Direito não foi

diferente, a empresa sabe muito bem aonde quer chegar e tem bem delineadas

a missão, a visão, a vocação e os valores que servem para toda a estrutura

organizacional como um guia motivador.

1.2.1 Missão

Estabilizar-se no mercado de construção de Promissão e região,

aumentar de forma controlada o crescimento do faturamento, mix, veículos e

imobilizados, sem perder o foco econômico. Honrar os compromissos com

fornecedores, funcionários e clientes, ter excelência no atendimento.

1.2.2 Vocação

Vender materiais de qualidade e variedade, a preços competitivos,

atender bem para atender sempre, cumprir com os prazos e produtos

combinados com o cliente.

1.2.3 Valores

Respeitar cada pessoa, prazos e acordo, valorizar qualidade acima do

preço, união dos sócios e colaboradores, ambiente familiar.

1.2.4 Visão

Buscar constantemente a inovação por meio da procura de novos

negócios no ramo, agregando desta forma maior valor a empresa. Ganhar cada

vez mais espaço entre seus concorrentes e aumentar continuamente a gama

22

de produtos oferecidos.

1.2.5 Visão futura

Almeja tornar-se uma empresa cada vez mais sólida no mercado,

possibilitando desta forma a expansão de novos estabelecimentos comerciais e

investimento em novos negócios no ramo de construção. Ser reconhecida

como um grupo que agrega valores para a região, obras e também para seus

funcionários, oferecendo não somente produtos de qualidade, mas também

respeito com seus colaboradores e clientes, transparência e comprometimento

sempre.

1.3 Estrutura organizacional

Atualmente, a Pé Direito opera as suas atividades com a colaboração de

26 funcionários.

A figura 2 ilustra como os seus departamentos estão organizados:

Figura 2: Estrutura organizacional

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

GERÊNCIA ADMINISTRATIVA

GERÊNCIA DE VENDAS

CAIXA

VENDEDORES

AUXILIAR DE LIMPEZA

SUPERVISOR DE ESTOQUE

AJUDANTE GERAL

MARCENEIRO

SUPERVISOR DE LOGÍSTICA

MOTORISTAS

23

a) gerência administrativa: é responsabilidade do sócio Emerson, onde

são tomadas todas as decisões e realizados todos os processos

burocráticos da empresa. Responsável por toda a parte financeira,

compras, marketing e recursos humanos, dando suporte a todos os

outros setores da empresa;

b) gerência de vendas: é responsabilidade do sócio Márcio, onde seu

papel é liderar a loja, coordenar o trabalho dos vendedores,

gerenciando equipes, delegando atribuições, cobrando resultados e

avaliando desempenho;

c) supervisor de estoque: responsável por todo o controle de entrada e

saída, armazenamento, e inventário anual de todos os produtos.

Também tem a responsabilidade de liderar a equipe de ajudantes do

centro de distribuição;

d) supervisor de logística: responsável pela supervisão da entrega do

produtos aos clientes e pela liderança dos motoristas;

e) vendedores: responsáveis pelo atendimento aos clientes, pela

efetivação das vendas e pela fidelização dos clientes;

f) operadores de caixa: responsável por registrar a venda, receber do

cliente e controlar e organizar o fluxo de dinheiro do seu caixa;

g) auxiliares de limpeza: responsáveis pela limpeza e manutenção da

loja;

h) ajudantes gerais: responsáveis por auxiliar nas atividades

relacionadas ao estoque e entrega de mercadorias;

i) motoristas: responsáveis pelas entregas a domicílio;

j) marceneiros: responsáveis pelos pela fabricação de batentes, mesas,

bancos e outros produtos.

1.4 Produtos

Com a competitividade no mercado cada vez mais acirrada, as

empresas buscam produtos de qualidade, lançamentos, atrativos e marcas que

ofereçam garantia, para a maior satisfação dos seus clientes. E na Pé Direito

não é diferente, a empresa se preocupa em oferecer o melhor produto aos

seus clientes.

24

A Pé Direito comercializa produtos direcionados a construção civil,

suprindo as necessidades de todas as fases da obra, da construção até ao

acabamento em geral. Conta com um portfólio com mais de 10 mil produtos,

sendo alguns de fabricação própria como: coxos, mesas, bancos entre outros

produtos fabricados da madeira.

1.5 Clientes

O lema é: “aqui na Pé Direito o cliente é o patrão.” Dando ênfase no bom

atendimento antes, durante e depois da venda.

A construção de um bom relacionamento entre o cliente e a empresa é

fundamental, é uma forma de a empresa manter-se no mercado. Além de um

produto de qualidade, preços e prazos, o cliente busca um bom atendimento,

isso o fideliza e conquista uma maior gama de clientes.

Atualmente, a loja conta com aproximadamente 4 mil clientes, onde

passam por dia cerca de 200 deles. Movimentando assim uma média de 140

vendas por dia, sendo 95% das vendas destinadas a pessoa física e apenas

5% a pessoa jurídica.

1.6 Fornecedores

Os fornecedores são grandes parceiros da empresa desde o início de

suas atividades. Quando a empresa ainda não possuía capital para investir no

seu estoque, alguns dos fornecedores forneceram os seus produtos em forma

de consignação, o que foi de grande ajuda para o crescimento da organização.

A Pé Direito acredita que manter uma boa relação com seus fornecedores

ajuda a melhorar o desempenho da empresa.

Hoje, a Pé Direito conta com mais de 380 fornecedores cadastrados

para atender seu portfólio de venda, que cresce a cada dia. Os principais

fatores levados em consideração na hora da escolha do fornecedor são

qualidade, menor preço e melhor condição de pagamento.

Atualmente destaca-se como principais fornecedores a Votorantim,

Amanco, Tramontina, Sasazaki e Embramaco.

25

1.7 Concorrência

Dada a atual conjuntura da economia do país, o número de empresas

vem reduzindo gradualmente tornando desta forma a concorrência ainda mais

estreita.

A Pé Direito sempre fez parte do grupo de empresas que acompanham

de perto seus concorrentes identificando-os em três grupos: grupo direto,

indireto e de mercado profissional.

Conforme Kotler (2000), concorrentes diretos, são aqueles que vendem

a mesma linha de produtos que a Pé Direito, atingem o mesmo público alvo e

possuem uma faixa de preço próxima da oferecida pela empresa. Neste grupo

foram listados seus maiores concorrentes, tais como, Grupo Marelli Promad e

Finóka Center, ambos situados na cidade de Promissão, contando ainda com a

Madeireira Linense localizada na cidade de Lins.

No grupo dos concorrentes indiretos, encontram-se aqueles que não

oferecem os mesmos produtos, porém, atingem o mesmo público alvo. Este

grupo é representado pelas construtoras que apesar de não fazerem a venda

dos materiais, ao serem contratadas para determinada obra conseguem

negociar diretamente com os fornecedores de materiais de construção por

preços bem melhores, desta forma, não haverá a necessidade de compras em

depósitos de construção.

Concorrência de mercado profissional trata-se de uma excelente

estratégia e uma forma de garantir o crescimento do faturamento, baseia-se em

ter o profissional que atua no ramo de construção civil fidelizado a loja, pois,

este poderá influenciar o cliente a comprar na loja na qual ele possui um bom

relacionamento.

1.8 Propaganda

A propaganda é uma ferramenta que procura estimular o poder de

compra das pessoas e atrair novos clientes. A Pé Direito investe mensalmente

na divulgação da loja na cidade de Promissão e região, através de: rádios,

carro de som, panfletos, redes sociais e visitas em obras.

Todas estas ferramentas auxiliam e atraem novos públicos para

26

compras

1.9 Responsabilidade social

Uma empresa que valoriza a importância da responsabilidade social

aumenta a satisfação de grande parcela dos seus clientes e ganha vantagem

competitiva perante os seus concorrentes.

A Pé Direito aposta nos benefícios na atuação do desenvolvimento da

sociedade, adotando uma postura séria e ética que prioriza a prática da

responsabilidade social. Acreditando em seus valores, a empresa tem o

comprometimento em ajudar mensalmente a APAE, Asilos Vicentinos e

projetos esportivos.

2 PERSPECTIVAS

No início a meta era estar entre as três maiores empresas do ramo da

construção da cidade, hoje essa meta já foi alcançada e com isso se tem a

proposição de triar novos objetivos, ou seja, traçar novos caminhos, investir em

outros negócios e ampliar em médio/longo prazo.

27

CAPÍTULO II

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

1 CONCEITO DA ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA

1.1 A importância da análise econômico-financeira

A análise de balanços trata-se de uma técnica datada desde a segunda

metade do século passado, muito utilizada pelos banqueiros daquela época,

tem por finalidade acompanhar, avaliar e interpretar a real situação econômico-

financeira da empresa. (IUDÍCIBUS, 2008)

“A análise de balanços permite uma visão da estratégia e da visão da

empresa analisada, permite estimar o seu futuro, limitações e potencialidades. ”

(BRANCO apud MARION, 2012, p. 11)

A análise financeira por se tratar de um procedimento que avalia as

mutações patrimoniais, permitindo aos gestores uma visão ampla sobre a real

situação da saúde econômico e financeira da empresa, potencializando desta

forma tomada de decisões mais acertadas, deverá ser uma ferramenta de uso

contínuo pela empresa possibilitando conhecimento dos problemas já

existentes e soluções para os mesmos e trará conhecimento sobre todos os

riscos envolvidos em negócios futuros.

Segundo o autor:

A análise de balanços é fundamentalmente comparativa. Ou seja, determinado índice, quando avaliado isoladamente não produz informações suficientes para uma correta conclusão. É indispensável que se conheça como evoluiu esse resultado nos últimos anos e em que nível ele se situa em relação aos concorrentes e aos padrões de mercado. (ASSAF NETO, 2007, p. 63)

A análise econômico-financeira não se restringe a apenas um tipo de

empresa, podendo ser aplicada em qualquer tipo de organização, pois, seus

resultados possibilitam a comparação com empresas do mesmo ramo,

revelando desta forma se seus índices encontram-se dentro dos limites de

normalidade.

28

Diante do exposto, este trabalho teve o objetivo de conhecer os

procedimentos e técnicas utilizados na análise econômico-financeira e analisar

as demonstrações contábeis da empresa.

2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

A demonstração contábil é a apresentação dos principais

acontecimentos registrados pela contabilidade em dado período, tem o objetivo

de fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, desempenho

e fluxo de caixa da organização.

A Lei das Sociedades por Ações, Lei nº 6.404/76, alterada pela Lei

11.638/07, estabelece que ao final de cada período social o gestor deve

elaborar as respectivas demonstrações e determina a estrutura das quatro

demonstrações essenciais: Balanço Patrimonial, Demonstração dos Lucros ou

Prejuízos Acumulados, Demonstração do Resultado do Exercício e

Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos. Destaca-se que além da

elaboração dessas quatro demonstrações, será necessária a complementação

obrigatória por meio de Notas Explicativas. (ASSAF NETO; LIMA, 2011)

Segundo o autor:

Somente pelo entendimento da estrutura contábil das demonstrações é que se pode desenvolver avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabilização e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o desempenho da empresa. (ASSAF NETO, 2007, p. 65)

Portanto, os relatórios contábeis são um meio obrigatório de prestações

de contas das organizações e a interpretação destes é fundamental para a

análise de balanços.

2.1 Balanço Patrimonial

Esta demonstração é responsável por evidenciar a situação financeira e

patrimonial de uma organização em determinado momento.

De acordo com Tófoli (2012), o Balanço Patrimonial é a demonstração

29

contábil que apresenta todos os bens e direitos da empresa (Ativo) e suas

obrigações (Passivo). Embora cada empresa seja livre para escolher a data do

encerramento do seu balanço, a maioria das empresas brasileiras encerram

seus balanços no final do ano civil.

Fonte: Tófoli, 2012, p. 25

O Balanço Patrimonial encontra-se estruturado da seguinte forma: Ativo,

Passivo e Patrimônio Líquido.

O grupo do Ativo apresenta-se da seguinte forma:

a) Ativo Circulante (AC): representando os bens e direitos que serão

convertidos em dinheiro até a data de encerramento do exercício

seguinte;

b) Ativo Não Circulante (ANC): neste grupo encontram-se as contas de

baixa liquidez e aquelas que não se destinam à venda.

O Passivo está subdivido em:

a) Passivo Circulante (PC): compreende as obrigações que terão seu

vencimento até a data de encerramento do exercício seguinte ou até

o final do ciclo operacional;

Figura 3: Balanço Patrimonial

30

b) Passivo Não Circulante (PNC): composto pelas obrigações vencíveis

após a data de encerramento do exercício seguinte ao encerramento

do balanço ou após o ciclo operacional da empresa;

c) Patrimônio Líquido (PL): onde estão representados os recursos

próprios dos acionistas ou proprietários.

2.2 Demonstração do Resultado do Exercício

Segundo Tófoli (2012), é formada pelas receitas e despesas incorridas

no exercício social, demonstrando desta forma desde as Receitas Brutas até o

Lucro Final.

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é realizada na forma

dedutiva, sendo elaborada pelo regime de competência, seu objetivo é

evidenciar se o resultado líquido do exercício foi de lucro ou prejuízo.

Figura 4: Demonstração do Resultado do Exercício

Fonte: Tófoli, 2012, p. 26

31

3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

A técnica de análise vertical e horizontal é considerada uma das mais

simples de ser aplicada, consiste na comparação da evolução das contas

conforme o passar do tempo.

De acordo com o autor:

Os métodos de análise vertical e horizontal prestam valiosa contribuição na interpretação da estrutura e da tendência dos números de uma empresa. Podem ainda auxiliar na análise dos índices financeiros e em outros métodos de análise. (SILVA, 2008, p. 203)

3.1 Análise Vertical

A Análise Vertical (AV) é responsável por evidenciar qual a porcentagem

de participação relativa que cada conta possui na demonstração analisada.

Conforme Iudícibus (2008, p. 83): “Este tipo de análise é importante para

avaliar a estrutura de composição e sua evolução no tempo.”

De acordo com Tófoli (2012), o cálculo de participação é feito dividindo-

se o valor de cada conta pelo Total do Ativo ou do Passivo.

No caso da Demonstração de Resultados, o cálculo é realizado com

base nas Vendas Líquidas ou Receita Líquida. Assim como no Ativo Total e no

Passivo Total, as Vendas Líquidas serão iguais a 100.

O cálculo é realizado por meio de regra de 3 simples, conforme figura

abaixo:

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

Figura 5: Cálculo Análise Vertical

32

Matarazzo (2003, p. 243) afirma que: “O percentual de cada conta

mostra sua real importância no conjunto”. Através deste exemplo, é possível

observar que a conta caixa e bancos representam 2% do Ativo Total.

3.2 Análise Horizontal

Conforme Assaf Neto (2008, p. 111): “Permite que se avalie a evolução

dos vários itens de cada demonstração financeira em intervalos sequenciais de

tempo.”

Composta por duas análises, sendo elas a análise horizontal sobre o

ano base (AHb), considera-se como ano base o primeiro ano e análise

horizontal sobre o ano anterior (AHa), será aplicada no resultado das contas do

ano anterior.

A Análise Horizontal (AH) permite a comparação dos valores de uma

mesma conta em diferentes exercícios, sendo necessários no mínimo dois

exercícios para que a comparação possa ser realizada.

De acordo com Silva (2008, p. 210): “O propósito da análise horizontal é

permitir o exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem

as demonstrações contábeis.”

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

A Análise Horizontal possibilita visualizar de forma clara o crescimento

de 50% da conta Estoques do ano 2 em relação ao ano 1.

Segundo Tófoli (2012), algumas orientações devem ser seguidas

Figura 6: Cálculo Análise Horizontal

33

durante a aplicação das técnicas da análise horizontal:

a) quando o valor da conta, na data-base, é zero não se efetua o

cálculo. Avalia-se, considerando o valor absoluto;

b) quando a conta, data-base apresentar um valor negativo e o ano

seguinte um valor positivo, a expressão matemática será realizada

normalmente e ao final o sinal será desprezado;

c) deve-se redobrar a atenção quando um dos anos for negativo.

4 INDICADORES FINANCEIROS

Os indicadores econômico-financeiros são os elementos que tradicionalmente representam o conceito de análise de balanço. São cálculos matemáticos efetuados a partir do balanço patrimonial e da demonstração de resultados, procurando números que ajudem no processo de clarificação do entendimento da situação da empresa, em seus aspectos patrimoniais, financeiros e de rentabilidade. (PADOVEZE, 2010, p. 213)

Os indicadores financeiros são grandes aliados dos analistas em

comparação com uma análise apenas com a observação da evolução dos

valores das contas, pois, por intermédio deles é possível visualizar o real

cenário econômico-financeiro que a empresa se encontra, servindo como base

para os gestores na tomada de decisão e correções necessárias.

Os índices financeiros são relações entre contas ou grupo de contas das demonstrações contábeis, que têm por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem visualizadas de forma direta nas demonstrações contábeis. (SILVA, 2008, p. 225)

Será por meio dos objetivos que a empresa pretende alcançar que a

periodicidade da análise será definida. A análise gerencial interna é que

precisará de maior atenção, alguns índices merecerão acompanhamento

mensal, outros podem chegar a precisar de intervalos mais curtos, dependendo

de quão crítico seja o índice como um dos sinais de alarme do sistema de

informação contábil – financeiro, quanto a análise para finalidades externas, um

cálculo anual ou semestral bastará. (IUDÍCIBUS, 2008)

4.1 Índices de Liquidez

34

A liquidez de uma empresa é medida por meio de sua folga financeira,

ou seja, a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante que resulta

na capacidade de pagamento das obrigações assumidas que a organização

possui.

Os índices de liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as saídas de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuraram medir quão sólida é a base financeira de uma empresa. (MATARAZZO, 2003, p. 164)

De acordo com Marion (2006), a capacidade da empresa para saldar

seus compromissos pode ser avaliada em: prazo imediato, curto prazo e longo

prazo.

Os índices de liquidez são caracterizados pela relação que fazem dos

bens e direitos com as obrigações da organização, os índices mais usados são:

Índice de Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Liquidez Seca e Liquidez Imediata.

4.1.1 Índice de Liquidez Geral

Este indicador é muito usado pelas empresas na hora de detectar sua

liquidez de curto e longo prazo.

O autor, descreve:

Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo). (MARION, 2006, p.89)

O Índice de Liquidez Geral (ILG) revela quanto dos compromissos de

curto e longo prazo a empresa poderá saldar, sem utilizar o seu Ativo

Permanente e ainda demonstra se a empresa conta com uma folga financeira.

Sendo o cálculo, segundo Tófoli (2012):

ILG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo x 100

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

4.1.2 Índice de Liquidez Corrente

35

Tófoli (2012, p. 67) afirma: “É a relação entre os grupos patrimoniais do

Ativo Circulante e o Passivo Circulante.”

O Índice de Liquidez Corrente (ILC) é responsável por evidenciar o

quanto a empresa dispõe em disponível e conversível em curto prazo, com

relação as suas dívidas de mesmo período, ou seja, indicará quanto a empresa

possui de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de dívida a curto prazo.

Iudicíbus (2008), alerta que neste quociente é necessário redobrar a

atenção para os prazos de vencimentos das contas a receber e a pagar, além,

do grau variado de conversibilidade dos vários itens que compõem o ativo

circulante.

Conforme Iudícibus (2008), abaixo sua fórmula:

ILC = Ativo Circulante x100

Passivo Circulante

4.1.3 Índice de Liquidez Imediata

O Índice de Liquidez Imediata (ILI) evidencia a capacidade da empresa

em liquidar de imediato suas dívidas de curto prazo, com o que possui de

disponibilidades. Quanto maior for seu índice, maiores serão os recursos

disponíveis pela empresa.

Tófoli (2012) afirma que este índice costuma ser muito baixo, devido ao

pouco interesse das empresas em manter numerários em caixas e bancos.

Abaixo cálculo de ILI, conforme Tófoli (2012):

ILI = Disponível x 100

Passivo Circulante

4.1.4 Índice de Liquidez Seca

Representa a porcentagem da capacidade que a empresa possui de

liquidar suas dívidas de curto prazo, sem utilizar-se dos estoques.

Diferencia-se por excluir de seu ativo o montante dos estoques, pela

demora da sua conversão em dinheiro e das despesas antecipadas, visto que,

36

não representam um valor a receber.

Esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza. (IUDICÍBIUS, 2008, p.93)

Tendo o Índice de Liquidez Seca (ILS) como fórmula, conforme

demonstrado por Tófoli (2012):

ILS = Ativo Circulante – Estoques - Despesas Antecipadas x 100

Passivo Circulante

4.1.5 Capital de Giro Líquido

O Capital de Giro Líquido (CGL) trata-se da diferença entre os ativos e

Passivos Circulantes, sendo o seu resultado denominado como folga

Financeira, montante que a empresa possui para saldar seus compromissos de

curto prazo.

Tófoli (2012, p. 48) descreve: “Capital de Giro Líquido é aquela porção

os ativos circulantes de uma empresa, financiada com fundos de longo prazo.”

Representado o CGL, segundo Tófoli (2012), pela fórmula:

CGL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

4.1.6 Capital de Giro Próprio

Também conhecido como Capital Circulante Próprio, seu conceito é

baseado na diferença do Patrimônio Líquido e Passivo Não Circulante, ou seja,

corresponde a parcela do Ativo Circulante que está sendo financiada com

recursos próprios.

Tófoli (2012, p. 50), afirma: “O Capital Circulante Próprio revela,

basicamente, os recursos próprios da empresa que estão financiando suas

atividades correntes – o ativo circulante.”

Logo, o cálculo, segundo Tófoli (2012):

37

Capital de Giro Próprio = Patrimônio Líquido – Ativo Não Circulante

4.2 Índices de Estrutura de Capital

Uma empresa tem sua estrutura de capital formada da seguinte forma:

Capital Próprio - formado pelo Patrimônio Líquido e o Capital de Terceiros -

formado pelo Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo.

Esse indicador ilustra a forma pela qual os recursos de terceiros são usados pela empresa e sua participação relativa em relação ao capital próprio. Fornecem, ainda, elementos para avaliar o grau de comprometimento financeiro de uma empresa perante seus credores (principalmente instituições financeiras) e sua capacidade de cumprir os compromissos financeiros assumidos a longo prazo. (ASSAF NETO, 2008, p. 122)

Os índices de endividamento medem o quanto a empresa se encontra

endividada e de que modo seu Ativo está sendo financiado, se por meio de

recursos próprios ou de terceiros.

Segundo Marion (2006), é vital que o analista durante a análise dos

índices de endividamento, observe de que maneira a empresa vem

empregando seus recursos decorrentes do Capital de Terceiros, se este estará

sendo utilizado para aplicações em ativos, financiando uma expansão, trata-se

de um endividamento benéfico que gerará receita para empresa que poderá

ser usada na liquidação do compromisso assumido; ou se este servirá para

pagar dívidas prestes a vencer, o que será extremamente prejudicial para a

empresa, que possivelmente recorrerá a mais empréstimos para serem usados

com o mesmo fim, podendo até mesmo gerar uma situação de insolvência para

empresa.

4.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros

Evidencia o percentual de dependência que a empresa possui em

relação ao capital de terceiros, ou seja, demonstra o quanto a empresa tomou

de recursos externos para cada R$1,00 de seu capital próprio.

Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação dos capitais de terceiros com o patrimônio líquido, menor a liberdade de

38

decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses terceiros. Do ponto de vista da obtenção do lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros se a remuneração paga a esses recursos for menor que o lucro conseguido com sua aplicação no negócio. (TÓFOLI, 2012, p. 63)

O Índice de Participação de Capital de Terceiros (IPCT) é representado,

conforme Tófoli (2012), pela fórmula:

IPCT = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo x 100

Patrimônio Líquido

4.2.2 Índice de Endividamento Geral

A finalidade deste indicador é medir a estrutura de financiamento da companhia. É um número que evidencia o reflexo das políticas de alavancagem financeira da empresa e financiamento do capital de giro a cada final de período. (PADOVEZE, 2010, p. 220)

O Índice de Endividamento Geral (IEG) refere-se ao endividamento

proveniente de recursos externos que a empresa possui no financiamento de

seu Ativo, de curto e longo prazo.

Conforme Padoveze (2010), sendo sua fórmula:

IEG = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo x100

Ativo Total

4.2.3 Índice de Endividamento de Curto Prazo

O Índice de Endividamento de Curto Prazo (IECP) demonstra a

quantidade de dívidas a curto prazo que poderá ser paga no prazo de até 360

dias, com relação ao capital próprio investido no Patrimônio Líquido.

Trata-se de um índice de quanto menor seu percentual for, melhor é.

Segundo Tófoli (2012), representado pela fórmula:

IECP = Passivo Circulante x100

Ativo Total

39

4.2.4 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido

Evidencia a dependência de recursos próprios que a empresa utiliza

para a manutenção dos negócios, ou seja, quanto o Patrimônio Líquido está

financiando do Ativo Permanente.

A empresa deve ser prudente no uso do Patrimônio Líquido em seu

Ativo Permanente, este deve ser suficiente para financiar o Ativo Não

Circulante e ainda realizar aplicações em seu Ativo Circulante.

Quanto mais a empresa investir em Ativo Permanente com recursos do Patrimônio Líquido, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante, logo, maior a dependência dos capitais de terceiros para financiamentos do Ativo Circulante. O ideal, em termos financeiros, é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente, e ainda sobrar uma parcela de Capital Circulante Próprio. (TÓFOLI, 2012, p. 56)

O Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido (IIPL) é do tipo quanto

menor, melhor.

Conforme Tófoli (2012), a fórmula:

IIPL = Ativo Não Circulante x100

Patrimônio Líquido

4.2.5 Índice de Imobilização de Recursos não Correntes

De acordo com Assaf Neto (2007), o Índice de Imobilização de Recursos

não Correntes (IIRñC) permite identificar o percentual dos recursos não

permanentes (Passivo não Circulante + Patrimônio Líquido) que estão sendo

aplicados nos ativos permanentes (Ativo não Circulante).

Segundo Tófoli (2012), quanto menor for a porcentagem do índice,

melhor é, visto que um alto grau de imobilização compromete a liquidez da

empresa.

Se o índice apresentar um resultado superior a 1,0 (100%), indica que o patrimônio líquido e o exigível a longo prazo não são suficientes para cobrir os investimentos em ativos permanentes. Nessa situação, conclui-se que o passivo circulante (dívidas em curto prazo) está financiando uma parte dos investimentos permanentes, o que revela

40

um sinal de desequilíbrio financeiro. (ASSAF NETO, 2007, p. 166)

Sua fórmula, conforme Tófoli (2012):

IIRñC = Ativo não Circulante x 100

Passivo não Circulante + Patrimônio Líquido

4.2.6 Composição do Endividamento

De acordo com Silva (2008), a Composição do Endividamento (CE) é a

comparação das dívidas da empresa com vencimento a curto prazo (passivo

circulante) com a dívidas totais (Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo

Prazo (PELP)). Quanto maior for o índice do CE pior é para empresa, pois

indica que suas dívidas a curto prazo estão com um valor alto, o que gera uma

pressão para gerar recursos para saldar seus compromissos.

Sua fórmula de cálculo, conforme Silva (2010):

CE = Passivo Circulante x 100

Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo

Para Marion (2006, p. 106): “A proporção favorável seria de maior

participação de dívidas a Longo Prazo, propiciando à empresa tempo maior

para gerar recursos que saldarão os compromissos.”

4.3 Índices de Atividades

Os Índices de Atividades (Prazo Médio de Renovação de Estoque, Prazo

Médio de Recebimento de Vendas e Prazo Médio de Pagamento de Compras)

permitem que seja analisado o desempenho operacional da empresa e suas

necessidades de investimento em giro. (ASSAF NETO, 2007)

Através dos prazos médios é possível verificar a média de tempo que a

empresa demora para renovar seus estoques, receber suas vendas a prazo e

pagar seus fornecedores. Os índices de atividades medem o prazo com que as

contas são convertidas em vendas ou em entradas e saídas de caixa.

41

(TÓFOLI, 2012)

Os indicadores devem refletir as políticas de administração do fluxo de caixa, bem como da capacidade de manter o fluxo contínuo de atividade operacionais. São indicadores que buscam também evidenciar a produtividade dos ativos da companhia. (PADOVEZE, 2010, p. 221)

Segundo Tófoli (2012), é importante que os indicadores sejam

analisados conjuntamente, pois isoladamente não apresentam uma informação

importante e sim um simples dado.

4.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques

O Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE) representa quantos

dias a empresa demora para renovar seus estoques por causa da venda.

Quanto maior a rotatividade dos estoques, melhor. Desde que a margem de

lucro sobre as vendas se mantenha ou se diminuir que seja menos do que o

aumento da rotatividade dos estoques. (IUDÍCIBUS, 2008)

Sua fórmula, segundo Tófoli (2012):

PMRE = Estoque x 360

Custo das Mercadorias Vendidas

4.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas

O objetivo do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) é indicar

quantos dias a empresa leva para receber suas vendas a prazo. (SILVA, 2008)

Sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012):

PMRV = Duplicatas a Receber x 360

Vendas Líquidas

O fato de uma empresa demorar mais ou menos para receber suas vendas a prazo pode derivar de vários fatores, tais como: usos e costumes do ramo de negócios, política de maior ou menor abertura para crédito, eficiência do serviço de cobranças, situação financeira de liquidez dos clientes (do mercado) etc. (IUDÍCIBUS, 2008, p. 99)

42

4.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras

Conforme Tófoli (2012): “O Prazo Médio de Pagamento de Compras

(PMPC) indica, em média, quantos dias a empresa demora a pagar seus

fornecedores.”

Se uma empresa demora muito mais para receber suas vendas a prazo do que para pagar suas compras a prazo, irá necessitar mais capital de giro adicional para sustentar suas vendas, criando um círculo vicioso difícil de romper. (IUDÍCIBUS, 2008, p. 100)

Seu cálculo para PMPC, conforme Tófoli (2012):

PMPC = Fornecedores x 360

Custo da Mercadoria Vendida

4.3.4 Ciclo Operacional

O Ciclo Operacional pode ser definido como o intervalo entre a compra

de mercadoria e o recebimento das vendas a prazo. (ASSAF NETO; LIMA,

2011)

Representa o período de tempo em que não ocorre o recebimento de

vendas a prazo, sendo necessário capital de giro para suprir esse período.

Parte desse capital é financiada pelos fornecedores que concederam prazo

para pagamento. (TÓFOLI, 2012)

Sua fórmula de cálculo, conforme Tófoli (2012):

Ciclo Operacional = PMRE + PMRV

4.3.5 Ciclo Financeiro

O Ciclo Financeiro, ou Ciclo de Caixa, representa o intervalo de tempo

entre o pagamento dos fornecedores e a data do recebimento das vendas a

prazo. (ASSAF NETO, 2007)

Seu cálculo, segundo Tófoli (2012):

43

Ciclo Financeiro = PMRE + PMRV – PMPC

O Ciclo Financeiro é o período em que a empresa financia suas

operações sem a participação dos fornecedores. Quanto maior for esse

período, mais recursos próprios e de terceiros, com exceção dos fornecedores,

estarão aplicados nas operações, provocando custos financeiro e afetando a

rentabilidade. (TÓFOLI, 2012)

De acordo com Assaf Neto e Lima (2011) algumas das estratégias para

gerenciar o ciclo financeiro são:

a) diminuir os investimentos em estoque (promover maior giro aos

estoques). Tendo o cuidado de não ocorrer perda de vendas ou

atrasos na produção;

b) controle eficiente sobre as contas a receber; e

c) negociar maiores prazos de pagamentos aos fornecedores.

4.3.6 Giro de Estoques

O objetivo do indicador Giro de Estoques (GE) é medir a quantidades de

vezes que os estoques foram comprados e vendidos em um determinado

exercício, ou seja, quantas vezes o estoque girou. (ASSAF NETO; LIMA, 2011)

Segundo Tófoli (2012) o GE: “É a relação entre o custo de mercadoria

vendida e o estoque. Quanto maior for o giro dos estoques, melhor.”

Logo, sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012):

GE = Custo da Mercadoria Vendida ou GE = _360_

Estoques PMRE

Conforme Gitman (2007, p.47), “O giro resultante só tem algum

significado quando comparado ao de outras empresas pertencentes ao mesmo

setor ou então ao valor passado do giro de estoques da própria empresa.”

4.3.7 Giro de Conta a Receber

44

A finalidade do indicador Giro de Contas a Receber (GCR) é mensurar a

média da quantidade de vezes em que os valores a receber (Duplicatas a

Receber ou Clientes) são recebidos na empresa. Quanto maior for o giro,

melhor. (TÓFOLI, 2012)

Sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012):

GCR = Vendas Líquidas ou GCR = _360_

Duplicatas a Receber PMRV

4.3.8 Giro de Fornecedores

Segundo Tófoli (2012), o Giro de Fornecedores (GF) é a relação entre o

custo das mercadorias vendidas e os fornecedores, com o objetivo de medir a

média do número de vezes em que as contas a pagar giram no período. E

quanto menor o giro de fornecedores, melhor.

O GF tem como fórmula, segundo Tófoli (2012):

GF = Custo da Mercadoria Vendida ou GF = 360_

Fornecedores PMPC

Para este giro, observar se o resultado for baixo, isto é, está girando pouco (logo, demorando em pagar fornecedores), não é consequência de atrasos nos pagamentos efetuados (ou não pagamentos). Da mesma forma, se o giro for alto, isto é, está girando muito (pagando rapidamente os fornecedores), se não é resultado de falta de crédito junto àqueles que vendem a prazo. (TÓFOLI, 2012, p. 59)

4.3.9 Giro do Ativo

O indicador Giro do Ativo (GA) tem o objetivo de medir, em média, a

quantidade de vezes que o Ativo Total se renovou (transformou-se em dinheiro)

pelas vendas realizadas. Quanto maior for o giro, indica a eficiência com a qual

a empresa usa seus ativos para gerar vendas. (TÓFOLI, 2012)

O giro do ativo (turnover asset) é um dos principais indicadores da atividade da empresa. Estabelece relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, que estão representados pelo ativo total médio. (SILVA, 2008, p. 235)

45

Logo, sua fórmula de cálculo, segundo Tófoli (2012):

GA = Venda Líquidas

Ativo Total

De acordo com o autor:

Este indicador também é conhecido como “produtividade”. Quanto mais o Ativo gerar em vendas reais, mais eficiente a gerência está sendo na administração dos investimentos (Ativo). A ideia é produzir mais, vender mais, numa proporção maior que os investimentos no Ativo. (MARION, 2006, p. 166)

4.3.10 Giro do Imobilizado

O indicador Giro do Imobilizado (GI) é a relação entre as vendas líquidas

e o imobilizado. Tem por objetivo expressar a eficiência com que a empresa

tem utilizado seus imobilizados para gerar receita. (TÓFOLI, 2012)

Sua fórmula, conforme Tófoli (2012):

GI = Vendas Líquidas

Imobilizado

4.4 Índice de Lucratividade e Rentabilidade

O índice de Lucratividade e Rentabilidade tem a finalidade de medir o

retorno do capital investido na empresa, e apontar os fatores que geraram essa

rentabilidade. Permite-se conhecer o desempenho econômico da empresa.

(PADOVEZE; BENEDICTO, 2007)

Existem inúmeras medições da rentabilidade. Como grupo, essas medições permitem ao analista avaliar os lucros da empresa em relação a certo nível de vendas, a certo nível de ativos ou volume de capital investido pelos proprietários. Sem lucros, uma empresa não poderia atrair capital externo. Os proprietários, credores e administradores preocupam-se muito com o aumento do lucro, pois isso é visto como algo muito importante no mercado. (GITMAN, 2007, p.52)

4.4.1 Rentabilidade das Vendas

46

A Rentabilidade das vendas expressa a eficiência da empresa em

produzir lucro por meio de suas vendas. É contemplada por três margens:

Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida. (TÓFOLI, 2012)

4.4.1.1 Margem Bruta

A Margem Bruta (MB) mede a porcentagem monetária das vendas

restantes após o pagamento do Custo dos Produtos Vendidos (CPV). Quanto

maior for a margem melhor para empresa. (GITMAN, 2007).

Sua fórmula, conforme Tófoli (2012):

MB = Lucro Bruto x 100

Vendas Líquidas

4.4.1.2 Margem Operacional

Representa a proporção monetária de cada venda e o que sobra após a

dedução dos custos e despesas. Este lucro operacional é o lucro puro, mede o

resultado que foi obtido nas operações. Quanto maior for a margem de lucro

melhor. (GITMAN, 2007)

Conforme Gitman (2007), a Margem Operacional (MOP) é calculada da

seguinte maneira:

MOP = Resultado operacional x 100

Receita de vendas

4.4.1.3 Margem Líquida

Representa a intensidade de cada unidade monetária das receitas sobre

as vendas, que restam após a dedução de todos os custos e despesas. Quanto

mais alta for essa margem melhor. (GITMAN, 2007)

Sua fórmula, conforme Gitman (2007) é:

47

Margem de lucro líquido = Lucro líquido aos acionistas ordinários x 100

Receita de vendas

4.4.2 Retorno sobre o Ativo Total

O Retorno sobre o Ativo Total (ROA), que geralmente é chamado de

Retorno do Investimento, mensura a eficácia da administração da empresa, ou

seja, verifica se a mesma gerou lucros com os ativos disponíveis. Esse valor

quanto mais alto melhor para empresa. (GITMAN, 2007)

Como critério de decisão, o retorno sobre o ativo (ROA) – do inglês Return of Assets - pode ser interpretado como o custo financeiro máximo que uma empresa poderia incorrer em suas captações de fundos. Evidentemente, se uma empresa consegue obter um retorno de 15% ao ano em seus investimentos (ativos), o custo de seus financiamentos não pode superar este percentual. Se financiar-se pagando jurus de 10% ao ano, por exemplo, o resultado positivo auferido irá reforçar o retorno dos proprietários. (ASSAF NETO, LIMA, 2011, p. 229)

Ou seja, quando a empresa pegou dinheiro emprestado pagando 10%

de juros ao ano, e aplica o valor financiado em seus ativos e oferecem 15% de

retorno ao ano, essa diferença de 5% positiva pertence aos acionistas de

acordo com o capital investido. (ASSAF NETO; LIMA, 2011)

Logo, sua fórmula, conforme Gitman (2007) é:

ROA = Lucro disponível para os acionistas e ordinários x 100

Ativo Total

4.4.3 Retorno sobre o Patrimônio Líquido

São os retornos dos recursos aplicados na empresa pelos proprietários,

ou seja, mede o percentual dos sócios de acordo com o investimento.

(TÓFOLI, 2012)

O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) é obtido pela relação entre

o Lucro Líquido (após o Imposto de Renda) e o Patrimônio Líquido. (ASSAF

NETO; LIMA, 2011)

Logo, sua fórmula, conforme Assaf Neto e Lima (2011):

48

ROE= Lucro Líquido_____x 100

Patrimônio Líquido Médio

Conforme Silva:

Podemos calcular o retorno sobre o PL utilizando um fórmula mais simples, RSPL = LL/(PL-LL), desde que não tenham ocorrido novos aportes de capital ou outras modificações expressivas ao patrimônio líquido ao longo do período considerado. A formula que utiliza o patrimônio líquido médio é mais elaborada, porém um pouco mais trabalhosa e precisa do patrimônio líquido inicial. (SILVA, 2008, p.245)

4.5 Capital de Giro

Capital de Giro direciona os valores investidos no Ativo Circulante. São

os recursos utilizados pela empresa para exercer suas atividades diariamente.

Seu valor tem origem do capital da empresa, capital de terceiros de longo

prazo e fornecedores aplicados no Ativo Circulante.

A gestão do Capital de giro compreende ao processo continuo de tomada de decisões envolvendo a liquidez (risco) e a rentabilidade da empresa e busca administrar de forma coerente as atividades compreendidas desde a compra de matéria-prima, sua produção (ou mercadorias, no caso de empresas comerciais), a venda e o recebimento correspondente, incluindo a administração dos compromissos gerados pela atividade. (TÓFOLI, 2012, p. 46)

Segundo Tófoli (2012), existem dois meios de formação do Capital de

giro, sendo o Fixo e o Variável. O Fixo corresponde ao volume mínimo

necessário do Ativo Circulante para manter a empresa em funcionamento. Já o

Variável são as necessidades temporais e adicionais de determinado período,

ou seja, quando houver um atraso no recebimento dos clientes ou antecipação

de compras.

4.6 Necessidade de Investimento de Capital de Giro

A Necessidade de Capital de Giro (NCG) são os recursos utilizados

pelas empresas para financiar suas operações, ou seja, se existem recursos

suficientes para pagar seus compromissos em dia. Essas necessidades

utilizam geralmente os recursos do Patrimônio Líquido e do Passivo Não

49

Circulante. (TÓFOLI, 2012)

Conforme Assaf Neto:

A necessidade de investimento em capital de giro, ou simplesmente em giro, reflete o volume liquido e recursos demandado pelo ciclo operacional da empresa, determinado em função de suas políticas de compras, vendas e estocagem. É necessariamente os investimentos cíclicos – que se repetem periodicamente - em cada capital de giro. (ASSAF NETO, 2008, p. 537)

Logo, sua fórmula, conforme Tófoli (2012):

NCG = ACO – PCO

Segundo Tófoli (2012), o Ativo Circulante Operacional (ACO) é

identificado pelas contas ligadas diretamente aos negócios da empresa– ao

ciclo operacional. Como: valores a receber, estoques, adiantamentos a

empregados e despesas do exercício seguinte. O Passivo Circulante

Operacional (PCO) é representado pelas operações de curto prazo ligadas aos

negócios da empresa. Como: fornecedores, salários e encargos a pagar,

tributos a pagar, adiantamentos a clientes.

4.7 Saldo em Tesouraria

Saldo de Tesouraria (ST) é a diferença entre Ativo Circulante Financeiro

(ACF) e Passivo Circulante Financeiro (PCF). Um saldo positivo representa que

a empresa possui recursos financeiros suficientes para honrar com suas

obrigações financeiras de curto prazo.

O Saldo de Tesouraria, quando menor que zero, indica que a empresa depende de empréstimos de curto prazo, descontos de duplicatas e/ou dívidas de curto prazo não relacionado com seu ciclo operacional (dividendos a distribuir, por exemplo). (TÓFOLI, 2012, p.178)

Quando a empresa começa a apresentar saldos de tesouraria negativos

cada vez maiores, significa que é insustentável a situação financeira da

empresa a longo prazo. Por conta de financiar os bens do Ativo Não Circulante

com empréstimos de curto prazo, a empresa passa a ter cada vez mais

dependência dos recursos externos de curto prazo, criando o efeito tesoura.

50

(TÓFOLI, 2012)

Logo, seu cálculo, conforme Tófoli (2012):

ST = ACF – PCF

Segundo Tófoli (2012), o ACF é representado pelas contas caixa,

bancos e aplicações financeiras, que são ligadas às operações táticas de curto

prazo. O PCF é representado pelas obrigações da empresa junto às

instituições financeiras e com outro que não tenham vínculo direto com as

operações da empresa. É representado pelas contas: empréstimos bancários,

financiamentos, duplicatas descontadas e dividendos a distribuir.

4.8 Efeito Tesoura

O Efeito Tesoura é percebido quando o Saldo de Tesouraria é negativo

com tendência crescente com as taxas maiores que na Necessidade de Capital

Giro. O equilíbrio é encontrado na satisfação da necessidade não prevista

pelos recursos permanentes, assim gerando empréstimos de curto prazo.

(TÓFOLI, 2012)

É importante ressaltar, uma vez mais, que um saldo de disponível negativo, característica do efeito tesoura, revela que a empresa é incapaz de financiar adequadamente seus investimentos operacionais em giro, operando com recursos de maturidade incompatível com suas efetivas necessidades financeiras. (ASSAF NETO, 2007, p.219)

Segundo Assaf Neto (2007, p.219): “O efeito tesoura pode ocorrer por

várias razões, ou seja: Crescimento elevado do nível de atividade empresarial

(overtrade); Desvio de recursos do giro para imobilizações; Inflação etc”.

4.9 Retorno Sobre o Investimento

O Retorno Sobre o Investimento (ROI) representa os recursos

levantados pela empresa e aplicados em seus negócios, conhecidos como

passivos onerosos. (TÓFOLI, 2012)

O capital investido é formado pelo passivo oneroso que são as dívidas

financeiras que produzem juros, e pelo capital investido pelos acionistas, onde

51

todos os valores são registrados nas contas do Patrimônio Líquido da empresa.

Os passivos sem ônus que não apropriam encargos são inerentes à atividade

da empresa, não são recursos que os acionistas e credores investem,

diretamente na empresa, classificados como passivo de funcionamento ou não

onerosos. (ASSAF NETO; LIMA, 2011)

Logo, seu cálculo, conforme Tófoli (2012):

ROI = Lucro Antes dos Juros e Depois do Imposto de Rendax100

Investimento

4.10 Custo Médio Ponderado de Capital

O Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) reflete ao custo médio

futuro esperado no longo prazo. É obtido multiplicando o custo de cada tipo

especifico de capital por sua proporção na estrutura de capital da empresa.

(GITMAN, 2007)

Sua fórmula, conforme Assaf Neto (2007) é:

CMPC = W1 x Ki + W2 x Ke

Onde:

CMPC = custo médio ponderado de capital das várias fontes de

financiamento utilizadas pela empresa;

W1, W2= respectivamente, proporção de fundos de terceiros e próprios

na estrutura de capital;

Ki = custo de capital de terceiros (empréstimos e financiamentos);

Ke = custo do capital próprio, ou seja, taxa de retorno requerida pelos

acionistas em seus investimentos na empresa.

4.11 Valor Econômico Agregado

Valor Econômico Agregado (VEA) é a ferramenta utilizada para

52

identificar o desempenho operacional da empresa, onde indica se a empresa

consegue cobrir todos os custos e despesas, juntamente com o custo de curto

prazo, assim gerando riqueza para os acionistas. (ASSAF NETO; LIMA, 2011).

Quanto maior o valor do VEA, maior será a riqueza da empresa nesse

período, isso irá refletir sobre a valorização do preço no mercado. (ASSAF

NETO, 2008)

Logo, suas fórmulas são:

VEA pelo RROI = (ROI – CMPC) x Investimento

VEA pelo Lucro Operac. Liq. do IR = NOPAT – (CMPC x Investimento)

VEA pelo LL = Lucro Líquido – Custo de Capital Próprio

4.12 Sistema DuPont de Análise

Ferramenta que possibilita ao analista um conhecimento aprofundado

sobre a Taxa de Retorno da empresa, desde sua composição aos elementos

responsáveis pela taxa presente. É possível verificar os itens do Balanço

Patrimonial que não são satisfatórios em seu desempenho. (TÓFOLI, 2012)

A taxa de retorno significa quanto a empresa consegue obter de lucro por cada unidade monetária investida. É decomposta em taxa de giro do ativo e margem lucrativa. (TÓFOLI, 2012, p. 131)

Segundo Marion (2001), a Taxa de Retorno é composta por dois

elementos que contribuem no seu estudo.

a) Margem de Lucro Líquido, verifica os centavos de cada real das

vendas restam após deduzir todas as despesas. Quanto maior for a

taxa melhor.

b) Giro do Ativo, mostra a forma que a empresa utiliza seus ativos.

Quanto mais vendas forem geradas, mais eficientes serão os ativos

utilizados.

Ainda segundo Marion (2001), seguem as fórmulas:

53

Margem de Lucro =Lucro Líquido x 100

Vendas

Giro do Ativo = __Vendas__

Ativo Total

Taxa de Retorno = Margem de Lucro – Giro do Ativo

Para Marion:

Taxa de Retorno sobre o Investimento pode ser obtida por meio da multiplicação da Margem de Lucro pelo Giro do Ativo. As empresas que ganham mais na margem, normalmente ganham no preço. As empresas que ganham mais no giro, visam quantidade. A rentabilidade de uma empresa é obtida por meio de uma boa conjugação entre Preço e Quantidade, ou seja, entre Margem (Lucratividade) e Giro (produtividade); Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI. (MARION, 2001, p.165)

Essa análise é utilizada para direcionar as demonstrações financeiras

analisando a situação econômica da empresa. Este sistema une as

Demonstrações de Resultado e o Balanço Patrimonial, com duas medidas

sintéticas de rentabilidade: Retorno do Ativo Total e Retorno do Capital Próprio.

(GITMAN, 2007)

Para Gitman (2007), a vantagem do sistema DuPont é que ele permite

que as empresas dividam o retorno do capital próprio em rentabilidade das

vendas, eficiência na utilização dos ativos e uso do capital de terceiros.

54

CAPÍTULO III

PESQUISA DE CAMPO

1 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DA EMPRESA PÉ DIREITO

ACABAMENTOS E CONSTRUÇÃO

Com o objetivo de analisar a importância da análise econômico-

financeira em períodos de crise no mercado foi realizada uma pesquisa de

campo na empresa Pé Direito Acabamentos e Construção, no período de

fevereiro a outubro de 2016.

No decorrer deste trabalho, foram utilizados os seguintes métodos de

pesquisa exploratória: Método de Estudo de Caso, Método de Observação

Sistemática e Método Histórico.

No Método de Estudo de Caso na empresa Pé Direito foram coletados

dados financeiros com os proprietários e o com o contador da empresa, afim de

elaborar as demonstrações contábeis, uma vez que esses documentos não

estavam disponíveis. Após a elaboração dos demonstrativos, foi realizada a

análise econômico-financeira da empresa afim de verificar sua importância

para uma gestão com decisões mais acertadas.

Para o desenvolvimento do Método de Observação Sistemática foram

observados e analisados os procedimentos aplicados na elaboração dos

demonstrativos financeiros e na análise econômico-financeira, servindo como

base para o desenvolvimento do estudo de caso.

E no Método Histórico foram relatadas a evolução e expansão da

empresa e do assunto pesquisado, servindo como suporte para o

desenvolvimento do estudo de caso.

As técnicas utilizadas foram as seguintes: Roteiro de Estudo de Caso

(APÊNDICE A), Roteiro de Observação Sistemática (APÊNDICE B), Roteiro

Histórico da empresa (APÊNDICE C), Roteiro de entrevista para o proprietário

(APÊNDICE D), Roteiro de entrevista para o contador (APÊNDICE E), Roteiro

de entrevista para profissionais da área (APÊNDICE F), Balanço Patrimonial

(APÊNDICE G), Demonstração do Resultado do Exercício (APÊNDICE H) e

55

Indicadores Financeiros (APÊNDICE I).

1.1 Demonstrações contábeis

A empresa estudada, não possui suas demonstrações contábeis

disponíveis. Para que fosse possível a elaboração deste trabalho, os

proprietários foram solícitos em fornecer todos os dados necessários para que,

com base no conhecimento adquirido nestes quatro anos de curso, fosse

possível então realizar suas demonstrações e posteriormente dar início a sua

análise.

Cumpre-se esclarecer, antes de tudo, que os valores aqui representados

foram baseados em dados verídicos, porém, por um pedido dos proprietários

estes foram alterados por um coeficiente que será de conhecimento exclusivo

dos donos da empresa e do grupo.

Após a estruturação dos documentos contábeis, foi possível constatar

em seu Balanço Patrimonial os seguintes dados: seu ativo circulante soma um

total de R$909.500,00, distribuídos entre as contas do disponível (saldo em

conta + caixa) R$83.450,00, clientes que formam seus direitos (cheques+

duplicatas provenientes de vendas a prazo) R$301.050,00, estoques

R$525.000,00. Seu ativo não circulante é composto por seus bens imobilizados

que somam R$315.000,00 em máquinas e equipamentos, portanto, formando

um ativo total no valor de R$1.224.500,00.

Seu Passivo Circulante fica representado pelos empréstimos em curto

prazo R$115.000,00, fornecedores R$121.500,00, formando um passivo

circulante de R$236.500,00. Seu Exigível em Longo Prazo conta com um

empréstimo no valor de R$114.500,00. Seu Patrimônio Líquido soma

R$873.500.000,00, dividido entre capital social R$10.000,00 e lucros

acumulados R$863.500,00. Portanto, seu passivo total soma um valor de

R$1.224.500,00, conforme detalhamento a seguir:

56

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

Sua Demonstração do Resultado do Exercício fica assim configurada:

suas receitas (vendas) somam R$4.412.000,00, seu custo das mercadorias

vendidas R$2.647.500,00, formando assim um lucro bruto de R$1.764.500,00,

suas despesas operacionais (despesas necessárias para a realização das

atividades da empresa) são de R$1.176.949,00, portanto, conforme pode-se

apurar com os dados apresentados, a empresa obteve um lucro líquido de

R$587.551,00. Sua estrutura fica assim configurada:

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

2 ANÁLISE DOS INDICADORES FINANCEIROS

Figura 7: Balanço Patrimonial

Figura 8: Demonstração do Resultado do Exercício

57

Conforme o item 4 do capítulo II, a análise dos indicadores financeiros

permite visualizar o real cenário econômico-financeiro que a empresa se

encontra, servindo como base para as tomadas de decisões.

2.1 Índice de Liquidez

De acordo com o item 4.1 do capítulo II, os Índices de Liquidez são

conhecidos pela relação que fazem dos bens e direitos com as obrigações da

empresa, permitindo medir sua folga financeira.

A figura abaixo representa os índices de liquidez da empresa Pé Direito:

Figura 9: Índices de Liquidez

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

2.1.1 Índice de Liquidez Geral

Este indicador demonstra a saúde financeira da empresa a longo prazo,

revelando o quanto de seus compromissos de curto e longo prazo ela poderá

saldar sem utilizar o seu Ativo Permanente.

A empresa estudada apresentou um ILG de 259,12%, o que representa

que ela possui uma capacidade financeira de saldar seus compromissos

elevada. Para cada R$1,00 do passivo, ela dispõe de R$2,59 para saldar os

0,00%

50,00%

100,00%

150,00%

200,00%

250,00%

300,00%

350,00%

400,00%

ILG ILC ILI ILS

2016 259,12% 384,57% 35,28% 162,58%

ÍND

ICE

ÍNDICES DE LIQUIDEZ

58

seus compromissos, ou seja, a empresa consegue saldar o seu Passivo e

ainda dispõe de uma folga financeira.

2.1.2 Índice de Liquidez Corrente

De acordo com o item 4.1.2 do capítulo II, o ILC é uma relação entre o

Ativo Circulante e o Passivo Circulante, representando o quanto a empresa

possui a curto prazo para saldar suas dívidas do mesmo período.

Avaliando o ILC, percebe-se que no período analisado a empresa

estudada possui um excelente Índice de Liquidez Corrente, sendo 384,57%. O

que indica que a empresa dispõe no seu disponível e conversível a curto prazo,

recursos suficientes para saldar seus compromissos a curto prazo. Para cada

R$1,00 de dívida ela detém R$3,84 para pagar.

Porém, é importante ressaltar que a conversão do seu Ativo Circulante é

muito variável, visto que 90% do seu Ativo Circulante é representado pelas

duplicatas a receber de clientes e estoques, itens que devem ser renovados e

repostos para que a empresa continue suas atividades.

2.1.3 Índice de Liquidez Imediata

Este indicador representa a capacidade financeira da empresa em

liquidar suas dívidas de curto prazo, apenas com o que detém em

disponibilidades.

A empresa estudada apresentou um ILI de 35,28%, para cada R$1,00

de dívidas a curto prazo, a empresa possui de disponibilidade R$0,35. O que

indica que a empresa não possui recursos suficientes para liquidar suas dívidas

a curto prazo com o que possui em caixa e bancos.

No entanto, como visto no item 4.1.3, do capítulo II, é comum que este

índice seja baixo, pois as empresas não têm interesse em manter altos valores

em seus caixa e bancos, devido a sua perda de valor.

2.1.4 Índice de Liquidez Seca

Representa a capacidade que a empresa possui em liquidar seus

59

compromissos a curto prazo, utilizando-se do seu Ativo Circulante, excluindo o

seu estoque, visto que não representam uma certeza de conversão em caixa.

Mesmo não considerando o valor do estoque, a empresa detém de

recursos suficientes para liquidar suas dívidas, sendo 62,58% a mais que seus

compromissos a curto prazo.

2.1.5 Capital de Giro Líquido

O Capital de Giro Líquido é representado pela diferença entre o Ativo e

Passivo Circulante, e o seu resultado indica se há ou não uma folga financeira.

CGL AC – PC R$673.000,00

A análise na empresa estudada indicou um CGL positivo de

R$673.000,00, ou seja, parte do seu Capital de Giro é financiada com recursos

de longo prazo.

Um CGL positivo permite que a empresa concilie as datas de pagamento

com as de recebimento e consiga gerenciar a incerteza associada com o

recebimento dos clientes e à necessidade de a empresa honrar suas

obrigações no prazo.

2.1.6 Capital de Giro Próprio

O Capital de Giro Próprio (CGP) baseia-se na diferença do Patrimônio

Líquido e Passivo Não Circulante, revelando os recursos próprios que estão

financiando seu Ativo Circulante.

CGP PL – ANC R$558.500,00

A empresa apresentou um CGP positivo de R$558.500,00, o que indica

que a mesma possui recursos próprios suficientes para financiar o seu ANC e

seu AC.

2.2 Índices de Estrutura de Capital

60

Como visto no item 4.2, do capítulo II, os Índices de Estrutura de Capital

ilustram a forma pela qual o seu Ativo está sendo financiado, se por recursos

próprios ou de terceiros, e de como é composto o seu endividamento.

Figura 10: Índices de Estrutura de Capital

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

2.2.1 Índice de Participação de Capital de Terceiros

O IPCT retrata o quanto a empresa utiliza-se de recursos de terceiros

(Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) em relação ao seu capital

próprio (PL), demonstrando assim, a sua dependência financeira com terceiros.

Ao analisar o IPCT, percebe-se que a empresa mantém um índice

satisfatório, para cada unidade monetária de capital próprio, a empresa dispõe

de 0,40 unidades de capital de terceiros para aplicar em seu Ativo. O que

proporciona a empresa maior liberdade para a tomada de decisões financeiras.

2.2.2 Índice de Endividamento Geral

Este índice demonstra o grau de endividamento da empresa, o quanto

ela utiliza de recursos externos (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo)

para financiar o seu ativo.

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

IPCT IEG IECP IIPL IIRñC CE

2016 40,18% 28,66% 19,31% 36,06% 31,88% 67,38%

ÍND

ICE

ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL

61

Através da análise do índice percebe-se que a empresa utilizou de

28,66% de capitais externos de curto e longo prazo, portanto, a empresa vem

utilizando mais de recursos próprios.

2.2.3 Índice de Endividamento de Curto Prazo

O Índice de Endividamento de Curto Prazo evidencia o quanto a

empresa utiliza-se de recursos de terceiros a curto prazo para financiar o seu

ativo. Indicando assim, a quantidade de dívidas a curto prazo que poderá ser

paga com o seu Ativo Total.

Através da análise, é possível verificar que a empresa estudada utiliza

pouco recursos exógenos a curto prazo, pois apresentou um IECP de 19,31%,

o que significa uma maior folga financeira em relação as suas obrigações

correntes.

2.2.4 Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido

Como visto no item 4.2.4, do capítulo II, este índice evidencia quanto o

Patrimônio Líquido está custeando o Ativo Permanente. Quanto maior for esse

índice, maior será a dependência de terceiros para atender seus compromissos

financeiros.

A análise apresentou um IIPL de 36,06%, demonstrando que o

Patrimônio Líquido é suficiente para financiar todo o Ativo não Circulante da

empresa e ainda sobra uma parcela para custear o seu Ativo Circulante,

evitando uma dependência dos recursos de terceiros.

2.2.5 Índice de Imobilização de Recursos não Correntes

Este indicador demonstra o percentual dos recursos não permanentes

(PNC + PL) que estão financiando o ativo permanente (ANC).

O IIRñC apresentou um resultado satisfatório de 31,88%, pois indica que

os recursos não correntes são suficientes para cobrir os investimentos em

ativos permanentes, resultando em 68,12% para aplicar em bens circulantes,

como Capital de Giro Líquido.

62

2.2.6 Composição do Endividamento

O índice CE é a comparação percentual das dívidas a curto prazo (PC)

com as dívidas totais (PC + PELP).

A Pé Direito apresenta uma CE insatisfatória de 67,38%. Visto que o seu

Passivo Exigível a Longo Prazo representa 9,35% do seu Passivo Total,

enquanto o Passivo Circulante representa 19,31%. A proporção favorável seria

de maior participação de dívidas a longo prazo, possibilitando um maior prazo

para a empresa gerar recursos para saldar seus compromissos, o que não se

traduz em preocupação, dada sua capacidade de solvência.

2.3 Índice de Atividades

Os Índices de Atividades permitem verificar a velocidade em que a

empresa leva para renovar os seus estoques (PMRE), receber suas vendas a

prazo (PMRV) e pagar seus fornecedores (PMPC). É importante que esses

indicadores sejam analisados conjuntamente, pois isolados não apresentam

uma informação relevante.

Figura 11: Índices de atividades

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

PMRE PMRV PMPC CicloOperacional

CicloFinanceiro

2016 71 24 16 95 79

DIA

S

ÍNDICES DE ATIVIDADES

63

Figura 12: Giros

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

2.3.1 Prazo Médio de Renovação de Estoques

O objetivo do PMRE é indicar quantos dias, em média, a empresa

demora para renovar seus estoques, devido à venda.

Com base nos dados apurados, verifica-se que a empresa está

renovando seus estoques em média a cada 72 dias, e tem uma rotatividade em

seu estoque de 5,04 vezes ao ano, em média. Quanto maior a rotatividade do

estoque, melhor é para a empresa.

2.3.2 Prazo Médio de Recebimento de Vendas

O PMRV revela quantos dias a empresa leva para receber suas vendas

a prazo, ou seja, a espera desde o momento da venda da mercadoria até o

legítimo recebimento.

O indicador PMRV apresentou uma média de 24 dias para que a

empresa receba os valores das vendas a prazo em seu caixa. Assim, este tem

um giro de contas a receber de 14,66 vezes ao ano. Quanto maior este índice,

melhor, pois, significa que seus valores a receber estão sendo recebidos com

maior frequência.

0

5

10

15

20

25

GE GCR GF GA GI

2016 5,04 14,66 21,79 3,6 14

VEZ

ES

GIROS

64

2.3.3 Prazo Médio de Pagamento de Compras

O PMPC representa quantos dias, em média, a empresa demora a

pagar seus fornecedores.

A análise apresentou um PMPC de 16 dias, em média, para que a

empresa liquide os seus compromissos com os fornecedores. A rotatividade

desse índice é, em média, de 21,79 vezes, ou seja, a empresa paga todas as

suas contas com fornecedores, 21 vezes ao ano.

2.3.4 Ciclo Operacional

Como visto no item 4.3.4, do capítulo II, o Ciclo Operacional é o intervalo

médio de tempo entre a compra de mercadoria e o recebimento das vendas a

prazo, ou seja, é o período onde não ocorre o recebimento de vendas a prazo.

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

O Ciclo Operacional da empresa corresponde a aproximadamente 96

dias, portanto nesse período não houve entrada de recursos financeiros na

empresa, necessitando assim de capital de giro para suprir esse período, onde

parte deste é financiado pelos fornecedores.

2.3.5 Ciclo Financeiro

Recebimento Compra Venda

0 dias 72dias 24 dias

PMRE PMRV

CICLO OPERACIONAL = 96DIAS

Figura 13: Ciclo Operacional

65

O Ciclo Financeiro corresponde ao tempo decorrido entre o momento

que a empresa paga os fornecedores e o momento em que recebe de seus

clientes suas vendas a prazo.

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

A empresa analisada não obteve um resultado bom, seu Ciclo

Financeiro corresponde a 80 dias, em média. O que indica que precisará de

mais recursos próprios e de terceiros, com exceção dos fornecedores, para

financiar suas operações, afetando assim a sua rentabilidade.

2.3.6 Giro do Ativo

Este indicador é responsável por medir o grau de eficiência que a

empresa obteve em utilizar seu investimento em ativos para gerar receitas.

Quanto maior for este índice, melhor, pois significa que a empresa

utilizou de forma eficiente seus ativos gerando assim um maior retorno sobre o

capital investido.

O Giro do Ativo da empresa analisada indica que o seu Ativo Total se

transformou em dinheiro, pelas vendas realizadas, aproximadamente 3,60

vezes durante o ano.

CICLO FINANCEIRO = 80 DIAS

PMRE PMRV

Pagamento dos

Fornecedores

PMPC

16 dias

Recebimento Compra Venda

0 dias 72 dias 24 dias

Figura 14: Ciclo Financeiro

66

2.3.7 Giro do Imobilizado

Conforme abordado no item 4.3.10, do capítulo II, o Giro do Imobilizado

trata-se da relação entre as vendas líquidas e o imobilizado, evidenciando

assim a eficiência com a qual a empresa vem utilizando seus imobilizados, ou

seja, máquinas e equipamentos para gerar receita.

O Giro do Imobilizado obtido na análise, indica que a empresa consegue

usar com eficiência seu imobilizado para a obtenção de receitas uma média de

14 vezes ao ano.

2.4 Índice de Lucratividade e Rentabilidade

De acordo com o item 4.4, do capítulo II, estes índices possibilitam avaliar

o retorno do capital que foi investido na empresa e evidenciar quais os

elementos responsáveis por essa rentabilidade.

A figura abaixo representa os índices de lucratividade e rentabilidade da

empresa:

Figura 15: Índices de Lucratividade e Rentabilidade

Fonte: Elaborada pelas autoras, 2016

2.4.1 Rentabilidade das Vendas

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

MB MOP ML ROA ROE

2016 39,99% 16,85% 13,32% 47,98% 67,26%

ÍND

ICE

ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE

67

Como já tratado anteriormente no item 4.4.1, do capítulo II, a

Rentabilidade das Vendas é responsável por mensurar a lucratividade obtida

por meio de suas vendas. Para que isso seja possível, conta-se com a análise

dos seguintes índices: Margem Bruta, Margem Operacional e Margem Líquida.

2.4.1.1 Margem Bruta

A Margem Bruta é responsável por evidenciar quanto irá sobrar para a

empresa de suas vendas realizadas após os custos obtidos com as

mercadorias vendidas e os serviços prestados serem calculados.

Com a análise foi possível observar que a empresa apresenta uma

Margem Bruta de 39,99%, sendo que seu custo com as Mercadorias Vendidas

representa 60,01% de suas receitas.

2.4.1.2 Margem Operacional

Este índice é responsável por avaliar o percentual do lucro operacional

sobre as vendas líquidas, levando em consideração todos os custos e

despesas, com exceção das despesas financeiras líquidas, tributos antes dos

lucros e dividendos de ações preferenciais.

A empresa obteve uma Margem Operacional de 16,85%, sendo um

índice considerado quanto maior, melhor. A conta que mais impactou neste

resultado foram as despesas administrativas representando 13,42%.

2.4.1.3 Margem Líquida

A Margem Líquida representa a unidade monetária que sobrou após a

dedução de todos os custos e despesas, inclusive o Imposto de Renda. Sendo

assim, a Margem Líquida da empresa estagiada indica que para cada R$1,00

de venda no ano de 2016 a empresa obteve R$0,13 de lucro.

2.4.2 Retorno sobre o Ativo Total

De acordo com o item 2.4.2, do capítulo II, o ROA indica o quanto a

68

empresa conseguiu obter de lucro com cada unidade monetária investida. Esse

indicador é do tipo quanto maior melhor para empresa.

Verificou-se que a empresa estudada possui um índice de Retorno sobre

o Ativo Total de 47,98%, o que indica que a empresa gerou lucro de R$0,47

para cada R$1,00 aplicado no seu Ativo.

2.4.3 Retorno sobre o Patrimônio Líquido

Representa o retorno dos recursos aplicados pelos proprietários na

empresa, ou seja, mensura o percentual obtido de lucro ou prejuízo relacionado

ao montante aplicado (Patrimônio Líquido).

O ROE apresentado pela empresa estudada é de 67,26%, ou seja, para

cada um R$1,00 investido em capital próprio, a empresa auferiu R$0,67 de

retorno.

2.5 Necessidade de Investimento em Capital de Giro

Este indicador representa o valor mínimo de recursos que a empresa

necessita para financiar suas operações, ou seja, se existem recursos

suficientes para pagar seus compromissos em dia.

NCG ACO – PCO R$704.550,00

A NCG na empresa estudada representa um valor equivalente a

R$704.550,00, este valor indica o capital de giro necessário para que a

empresa financie suas operações, o qual será proveniente de recursos próprios

(PL) e de capital terceiros a longo prazo (PNC). Além do que, a empresa

apresentou um Capital de Giro Líquido de R$673.000,00, ou seja, insuficiente

para cobrir sua Necessidade de Capital de Giro.

2.6 Saldo em Tesouraria

Este índice é obtido pela diferença entre Ativo Circulante Financeiro e

Passivo Circulante Financeiro. Um saldo positivo indica que a empresa possui

69

recursos financeiros para honrar com suas obrigações financeiras de curto

prazo.

Quadro 1 - Cálculo do Saldo de Tesouraria

Ativo Circulante

Financeiro (R$)

-

Passivo Circulante

Financeiro (R$)

=

ST (R$)

Caixa e

Banco 83.450,00 Empréstimos 115.000,00

(31.550,00)

Total ACF 83.450,00 Total PCF 115.000,00

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016

Visto que, a NCG é maior que o seu CGL, o Saldo de Tesouraria da

empresa estagiada apresentou um resultado negativo de R$31.550,00, o que,

se repetitivo ao longo de alguns períodos, pode ocasionar o Efeito Tesoura. Um

saldo negativo revela uma situação preocupante para empresa, pois indica a

dependência de empréstimos bancários a curto prazo para financiar parte das

atividades operacionais da empresa.

2.7 Efeito Tesoura

O Efeito Tesoura é percebido quando o Saldo de Tesouraria é negativo,

numa série de exercícios, o que ocorreu na empresa estudada, no período

estudado, indicando que a empresa não é capaz de custear adequadamente as

suas obrigações financeiras de curto prazo, ou seja, é incapaz de financiar

seus investimentos operacionais em giro.

2.8 Sistema DuPont de Análise

Este índice possibilita a análise aprofundada sobre a taxa de retorno da

empresa, analisando os fatores responsáveis pela composição desta, que são:

Margem de Lucro Líquido e Giro do Ativo.

O sistema de análise DuPont funciona como uma técnica de busca para

avaliar as áreas responsáveis pelo desempenho financeiro da empresa, seja

ele, lucro ou prejuízo.

70

Quadro 2 - Taxa de Retorno sobre Investimento

Margem de Lucro x

Giro do Ativo =

Taxa de Retorno

13,32% 3,60 47,98%

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2016

Neste período a empresa estudada obteve uma Taxa de Retorno de

47,98%, ou seja, para cada R$1,00 investido na empresa obteve-se R$0,47 de

lucro. Não é possível identificar a rúbrica que possa ter impedido que esse

retorno fosse ainda melhor, haja vista que não se dispõe de outros períodos de

análise.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da elaboração das demonstrações contábeis, foi possível a

realização da análise financeira da empresa Pé Direito. Analisando os seus

indicadores, pode-se identificar o desempenho que a empresa vem obtendo,

sendo resultados bons em alguns casos e em outros não.

De acordo com a avaliação, foi possível constatar que a empresa possui

no Índice de Liquidez ótimos resultados onde o ILG corresponde a 259,12%

revelando que a empresa possui capacidade financeira de saldar seus

compromissos de curto e longo prazo. O ILC a empresa obteve resultado de

384,57% indicando que a empresa dispõe no seu disponível e conversível a

curto prazo recursos suficientes para saldar seus compromissos. No ILI nota-se

que a empresa não possui recursos suficientes para liquidar suas dívidas a

curto prazo, sendo possível saldar apenas 35,28% destes, o que não interfere,

pois é comum que as empresas não possuam valores altos em caixa e bancos,

devido sua perda de valor. Já no ILS mesmo sem considerar o valor do

estoque a empresa detém recursos suficientes para liquidar suas dívidas,

sendo 62,58% a mais que seus compromissos a curto prazo.

Analisando o IEG percebe-se que a empresa possui um endividamento

baixo, pois utilizou somente 28,66% de capitais externos e o restante de

recursos próprios. No IECP verifica-se que a empresa estudada utiliza pouco

dos recursos exógenos a curto prazo, onde apresentou um índice de 19,13%

mostrando uma folga financeira maior que em relação as suas obrigações

71

correntes.

Nos índices de atividades, a empresa apresentou resultados

insatisfatórios. O Ciclo Operacional da empresa é de aproximadamente de 96

dias, o que significa que neste período não houve entrada de recursos

financeiros na empresa, necessitando do capital de giro para suprir este

período. No Ciclo Financeiro a empresa apresentou, em média, 80 dias para

pagar seus fornecedores e receber de clientes as vendas a prazo, o que indica

que a empresa precisará de mais recursos próprios e de terceiros para

financiar suas operações.

O Capital de Giro Líquido da empresa obteve um saldo positivo de

R$673.000,00, ou seja, parte do seu Capital de Giro é financiada por recursos

de longo prazo. O CGL positivo permite que a empresa concilie as datas de

pagamento com as de recebimento. O CGP é de R$558.500,00, indicando que

a empresa possui recursos próprios suficientes para financiar o seu ANC e

parte do seu AC.

Percebe-se que apesar da empresa possuir um CGL positivo, o seu

Capital de Giro não é suficiente para a empresa financiar suas operações, pois

sua NCG é de R$704.550,00, sendo 4,69% maior do que dispõe de capital de

giro, apresentando assim um Saldo de Tesouraria negativo de R$31.550,00, o

que, se repetitivo ao longo de alguns períodos, pode ocasionar o Efeito

Tesoura.

Logo, pela análise dos índices de liquidez e de estrutura de capital a

empresa apresenta resultados satisfatórios, porém, deve se atentar aos

indicadores de atividades e a Necessidade de Capital de Giro, que estão

apresentando resultados negativos, sendo possível identificar oportunidades de

melhoria financeira.

72

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Após o estudo bibliográfico, o desenvolvimento da pesquisa de campo

com elaboração das demonstrações contábeis e aplicação da Análise

Financeira Tradicional, Necessidade de Capital de Giro e Esquema Margem X

Giro, tornou-se possível o conhecimento da real situação financeira da

companhia.

Propõe-se para a empresa que tome conhecimento da importância da

Análise periódica para assegurar a saúde financeira da entidade, além das

oportunidades de melhorias para os seguintes aspectos:

a) elaboração de suas demonstrações contábeis, uma vez que é

obrigatória por lei, além de proporcionar uma visão real para os donos

da empresa, sócios e investidores da situação econômica e financeira

da empresa, em determinado período e possibilitar a aplicação dos

instrumentos da análise financeira.

b) realizar a análise econômico e financeira periodicamente,

preferencialmente de forma mensal ou trimestral, para o real

conhecimento da situação da empresa.

c) que a análise periódica seja realizada comparando períodos

anteriores, utilizando, também as análises horizontais e verticais,

detectando, de imediato, possíveis distorções.

d) revisão em seu ciclo financeiro, pois o prazo médio de pagamento a

fornecedores está baixo, provocando um ciclo de caixa elevado.

Buscar concessão de maior prazo juntos às empresas fornecedoras.

e) atentar para a Necessidade de Capital de Giro, pois dispõe de valores

inferiores aos necessários, provocando Saldo de Tesouraria negativo.

A repetição deste fenômeno por períodos consecutivos será

preocupante, por possibilidade de ocorrência do Efeito Tesoura.

73

CONCLUSÃO

Diante de um cenário econômico repleto de constantes mudanças os

gestores necessitam a todo momento tomar decisões rápidas e seguras. Sendo

assim, buscam ferramentas que possam fornecer informações rápidas e

seguras.

As Demonstrações Contábeis são a base de dados destas informações,

sendo de extrema importância que a empresa elabore suas demonstrações

periodicamente, para que desta forma tenha conhecimento da saúde financeira

da organização.

A análise das demonstrações contábeis é uma ferramenta que interpreta

os demonstrativos contábeis da empresa, deste modo os dados passam a ter

valor de informação, sendo possível obter um conhecimento preciso da

situação financeira da empresa, para a tomada de decisões mais eficientes.

A análise econômico-financeira proporciona aos gestores avaliar o

desempenho de seus negócios, indicando os pontos fracos e fortes dos

processos operacionais e financeiros da empresa, possibilitando a busca de

soluções imediatas para seus problemas, a visão para a expansão de suas

atividades e avaliar seu potencial perante outras empresas do mesmo ramo de

atividade.

Esta ferramenta oferece às empresas a possibilidade de avaliar o seu

desempenho, pois reflete sua real situação financeira, permitindo sua análise

atual, comparações com o passado e projeções futuras, afim de traçar

caminhos que levem a maximização de sua riqueza.

É fundamental que a análise seja realizada em conjunto, pois um

indicador de forma isolada pode trazer uma visão deturpada da situação da

empresa.

A análise financeira realizada na empresa, mesmo com dados extraídos

de anotações internas, demonstrou uma fotografia da empresa no presente

momento e, evidenciou a boa situação da organização, seus índices de liquidez

ajustados e adequados, endividamentos baixos, dentre outros. Entretanto,

sinalizou também para oportunidades de melhorias importantes, como a

avaliação da Necessidade de Capital de Giro, risco do Efeito Tesoura, Ciclo

74

Financeiro dado pequeno prazo de pagamento obtido junto às empresas

fornecedoras de seus produtos.

Sendo assim, considera-se respondida a nossa pergunta problema, uma

análise, com base em informações precisas, possibilita conhecer a saúde

financeira da empresa proporcionando decisões mais acertadas.

Considera-se o objetivo atingido e afirma-se que este trabalho trouxe ao

grupo a possibilidade de um grande aprofundamento no conhecimento teórico

e prático sobre o assunto, confirmando bases recebidas em salas de aula,

proporcionando um crescimento profissional altamente satisfatório

Obviamente este trabalho não esgota o assunto, podendo ser base e

fonte de pesquisas futuras para um aprofundamento, inclusive contemplando

mais de um período contábil, propiciando comparações entre os desempenhos

dos indicadores, incluindo análises horizontal e vertical, uma vez que estes

estiveram ausentes nesta monografia dado a indisponibilidade de dados

registrados oficialmente.

75

REFERÊNCIAS

ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanço: um enfoque econômico financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas,2002. ______. Estrutura e análise de balanço: um enfoque econômico financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas,2007. ______. Estrutura e análise de balanço: um enfoque econômico financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas,2008. ______. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas,2011. GITMAN, L. J. Princípios da administração financeira. Tradução Técnica Antonio Zoratto Sanvicente. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2007. IUDÍCIBUS, S. Análise de balanços. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008. KOTLER, P. Administração de marketing. Tradução Bazán Tecnologia e Lingüística; revisão técnica Arão Sapiro. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2001. ______. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ______. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MATARAZZO. D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

76

PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. 2. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007. PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, A. A. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas,2008. TÓFOLI, I. Administração financeira empresarial. São José do Rio Preto, SP: Raízes Gráfica e editora, 2012.

77

APÊNDICES

78

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

O objetivo do estudo de caso é elaborar as demonstrações contábeis, e

analisar a capacidade econômica e financeira da empresa, proporcionando aos

gestores um auxílio na tomada de decisões. Serão descritos os métodos e

técnicas utilizadas na pesquisa.

1.1 Relato do trabalho utilizado referente ao assunto estudado

a) A pesquisa contemplará na elaboração das demonstrações contábeis

e nas análises econômico-financeiras das mesmas;

b) Serão entrevistados os sócios, contador e profissionais da área.

1.2 Discussão

Confronto entre teoria e a prática utilizada pela empresa.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre a manutenção ou

modificação de procedimentos.

79

APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Razão Social:........................................................................................................

CNPJ: ...................................................................................................................

Cidade:.........................................................Estado..............................................

Atividade Econômica: ...........................................................................................

Início das Atividade: ...........................................................................................

Número de Empregados.......................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Procedimentos contábeis

2 Evolução Financeira

3 Balanços e Demonstrações

4 Análise Econômico-Financeira

80

APÊNDICE C – Roteiro Histórico da Empresa

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Razão Social:........................................................................................................

CNPJ: ...................................................................................................................

Cidade:.........................................................Estado..............................................

Atividade Econômica: ...........................................................................................

Início da Atividade:................................................................................................

Porte: ....................................................................................................................

Número de Empregados:......................................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Início das Atividades da Empresa

2 Missão, Visão e Valores

3 Demonstrações Contábeis

4 Evoluções Econômico-Financeiras

5 Situação Atual

6 Perspectivas

81

APÊNDICE D – Roteiro de entrevista para o proprietário

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Qualificação Profissional:......................................................................................

Formação Acadêmica: ..........................................................................................

Experiências Profissionais: ...................................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1) A empresa utiliza a análise financeira para verificar resultados?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2) Como a análise financeira colabora na tomada de decisões da empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3) A empresa utiliza outras técnicas de análise além da análise financeira

tradicional?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4) Com qual habitualidade é desenvolvida a análise financeira da empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5) Quais as estratégias adotadas ao se perceber pontos negativos em

alguma unidade de negócio da empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

82

APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o contador

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Qualificação Profissional:......................................................................................

Tempo que exerce o cargo na empresa: ..............................................................

Formação Acadêmica: ..........................................................................................

Experiências Profissionais: ...................................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1) As Técnicas de Análise Financeira das Demonstrações Contábeis são

de fácil aplicação?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2) Como os proprietários observam a análise das demonstrações

contábeis?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3) É possível obter um diagnóstico preciso sobre a situação da empresa

sem a utilização da Análise das Demonstrações?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4) Qual a importância da Análise Econômico-Financeira nas empresas?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5) Quais os pontos mais importantes a serem analisados para a

compreensão da situação financeira das empresas?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

83

6) Quais as vantagens de se Analisar Financeiramente o desempenho de

uma empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

84

APÊNDICE F – Roteiro de entrevista com profissionais da área

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Qualificação Profissional:......................................................................................

Formação Acadêmica: ..........................................................................................

Profissão:..............................................................................................................

Experiências Profissionais: ...................................................................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1) Quais as vantagens de se analisar financeiramente o desempenho de

uma empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

2) Quais os pontos mais importantes a serem analisados para a

compreensão da situação financeira empresarial?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

3) Como é a aceitação da análise financeira no mercado atual?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

4) Quais os benefícios proporcionados pela análise financeira para projeto

de expansão da empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

5) Como a análise financeira colabora na tomada de decisões da empresa?

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

85

APÊNDICE G – Balanço Patrimonial

PASSIVO

PASSIVO CIRCULANTE R$ 236.500,00

FORNECEDORES R$ 121.500,00

EMPRÉSTIMOS R$ 115.000,00

PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 114.500,00

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO R$ 114.500,00

EMPRÉSTIMOS R$ 114.500,00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 873.500,00

CAPITAL R$ 10.000,00

LUCROS ACUMULADOS R$ 863.500,00

PASSIVO TOTAL R$ 1.224.500,00

ATIVO

ATIVO CIRCULANTE R$ 909.500,00

DISPONIBILIDADES R$ 83.450,00

CAIXA R$ 7.500,00

BANCO CONTA MOVIMENTO R$ 75.950,00

CRÉDITOS R$ 301.050,00

CLIENTES R$ 301.050,00

ESTOQUES R$ 525.000,00

MERCADORIAS EM ESTOQUE R$ 525.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 315.000,00

ATIVO PERMANENTE R$ 315.000,00

IMOBILIZADO R$ 315.000,00

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS R$ 315.000,00

ATIVO TOTAL R$ 1.224.500,00

86

APÊNDICE H – Demonstração do Resultado do Exercício

DEMOSNTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA R$ 4.412.000,00

(-) CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA R$ 2.647.500,00

(=) LUCRO BRUTO R$ 1.764.500,00

(-) DESPESAS COM VENDAS R$ 248.932,00

(-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 591.911,00

(-) DESPESAS TRIBUTÁVEIS R$ 134.908,00

(-) DESPESAS COMERCIAIS R$ 45.214,00

(=) RESULTADO ANTES DAS RECEITAS FINANCEIRAS R$ 743.535,00

(-) DESPESAS FINANCEIRAS R$ 155.984,00

(=) RESULTADO LÍQUIDO ANTES DOS TRIBUTOS R$ 587.551,00

(=) LUCRO LÍQUIDO R$ 587.551,00

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APÊNDICE I – Indicadores Financeiros

INDICADORES FINANCEIROS

INDICADORES FÓRMULAS ANO 1

ÍNDICES DE ATIVIDADE

PMRE (em dias) Estoq / CMV x 360 71,39

PMRV (em dias) DR / VL x 360 24,56

PMPC (em dias) Forn / CMV x 360 16,52

Giro de estoques (em vezes) CMV / Estoque 5,04

Giro duplic a receber (em vezes) VL / DR 14,66

Giro de fornecedores (em vezes) CMV / Fornec 21,79

Giro do ativo (em vezes) VL / Ativo 3,60

Ciclo Operacional (em dias) PRME + PMRV 95,95

Ciclo Financeiro (em dias) PRME+PMRV-PMPC 79,43

ÍNDICES DE LIQUIDEZ

ILG (AC+RLP)/(PC+PNC) 259,12%

ILC AC / PC 384,57%

ILS (AC - Estq - DespAntec) / PC 162,58%

CGL (em Reais) AC - PC 673.000,00

CCP (em Reais) PL - ANC 558.500,00

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

IEG (PC+PNC) / ATIVO 28,66%

IECP PC / ATIVO 19,31%

ÍNDICES DE RENTABILIDADE E LUCRATIVIDADE

MB LB / VL 39,99%

MOP LAJIR / VL 16,85%

ML LL / VL 13,32%

ROA LL / ATIVO 47,98%

RPL LL / PL 67,26%

Ebitda (LAJIR+Deprec) / VL 16,85%

ÍNDICES DE ESTRUTURA

IPCT (PC+PNC) / PL 40,18%

IIPL ANC / PL 36,06%

IIRnC ANC / (PL+PNC) 31,88%