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Análise e avaliação do recurso educativo Multiplicação

Universidade Aberta | Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia Professor José Mota | Mestranda Vitória Silva 2011 2012

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No âmbito da unidade curricular Análise de Recursos Educativos, sob a orientação do Professor José Mota, do mestrado Comunicação Educacional Multimédia, Universidade Aberta, foi-nos proposto selecionar e elaborar uma grelha de análise/avaliação de um recurso educativo online. Este recurso educativo deve estar acessível de forma livre a qualquer utilizador, sem necessidade de registo ou instalação de software adicional.

O recurso educativo online que selecionei pode ser consultado no portal skoool.pt. Para aceder a este recurso não é necessário registo ou instalação de software adicional. O recurso intitula-se Multiplicação e pode ser acedido no seguinte endereço http://skoool.pt/content/maths/multiplication/index.html.

O portal skoool.pt é um projeto da Intel Education, que em parceria com a Câmara Municipal de Castelo Branco e com a Universidade de Coimbra e o Instituto Politécnico de Castelo Branco, lançou o projeto em português. Este portal oferece recursos educativos online para o ensino e aprendizagem de Matemática e Ciências da Natureza, no 2.º Ciclo do Ensino Básico, e para o ensino e aprendizagem de Ciências Naturais, Ciências Físico-Químicas e Matemática no 3.º Ciclo do Ensino Básico.

O recurso que selecionei, Multiplicação, tem como objetivo introduzir o conceito de multiplicação como uma adição repetida e destina-se ao 5.º ano. O recurso está dividido em três grandes partes: Aprender, Testar, Rever.

Na primeira parte, Aprender, é introduzido o conceito que se pretende aprofundar, o da multiplicação como uma adição repetida, e não é totalmente expositivo, uma vez que convida o aluno a participar, de forma a compreender a multiplicação como somas sucessivas.

Em Testar, como o próprio nome indica, são apresentados uma série de exercícios que têm como objetivo avaliar os conhecimentos dos alunos sobre a temática trabalhada. Os exercícios que formam esta secção são extramente simples: duas perguntas de escolha múltipla.

Por fim, na secção Rever são apresentadas, em forma de resumo, as ideias a reter sobre este conceito. É apresentado, de novo, o objetivo deste recurso online, mas não corresponde ao objetivo apresentado na lista de recursos disponíveis. Assim sendo, o objetivo apresentado nesta secção é: Aprender a multiplicar números grandes.

Enquadramento

Identificação do recurso

Breve descrição

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Para elaborar a grelha de avaliação vou seguir de forma muito próxima a perspectiva de Costa (2007), que propõe quatro eixos de avaliação: Conteúdo, Design, Funcionalidades e Pedagogia. Nesta avaliação, há uma graduação entre Concordo e Discordo:

Concordo Discordo A primeira classificação será atribuída quando concordo plenamente, sem nenhum tipo de dúvidas, com a afirmação. A última classificação será concedida quando discordo completamente, sem nenhuma reserva, com a afirmação. Na coluna de comentários, farei observações sempre que considerar necessário para justificar a minha concordância/discordância com a afirmação.

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Título: A Multiplicação Autor: Intel Education Ano/Ciclo: 5.º ano – 2.º Ciclo do Ensino Básico Endereço: http://skoool.pt/content/maths/multiplication/index.html

Eixos de avaliação

Concordo

Discordo

Comentários // Conteúdo O recurso educativo apresenta: - Rigor científico;

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Não observei nenhuma incorreção científica. No entanto, considero que algumas partes carecem de um maior cuidado e rigor na linguagem apresentada.

- Adequação ao currículo nacional e às indicações programáticas;

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A Multiplicação faz parte do programa do 5.º ano do 2.º Ciclo do Ensino Básico. No entanto, os conteúdos aqui tratados parecem-me ser mais adequados ao 3.º e 4.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Nos objetivos específicos do 1.º Ciclo para estes anos de escolaridade, pode-se ler (p.16):

Compreender a multiplicação nos sentidos aditivo e combinatório.

Outros conceitos também abordados neste recurso, como múltiplos de 10 e decomposição de números como estratégia para multiplicar, fazem parte do quadro temático do 1.º Ciclo

Grelha de avaliação

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do Ensino Básico. No entanto, pode-se utilizar este recurso para mobilizar conhecimentos adquiridos no ciclo de aprendizagem anterior e, desta forma, articular os dois ciclos.

- Um nível de dificuldade adequado ao 2.º Ciclo;

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- Exemplos e experiências atuais, reais e significativos para os alunos;

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Os exemplos apresentados, a jarra de flores e o aquário, são adequados, no entanto julgo que poderiam ter sido selecionados exemplos mais próximos à realidade da faixa etária a que o recurso se destina. Além disso, durante o recurso são apresentados poucos exemplos ou experiências.

- Aspectos que refletem a identidade cultural dos alunos;

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- Possibilidades de articulação/integração curricular;

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Dependendo dos fins pedagógicos e do percurso pedagógico desenhado, este recurso tem possibilidades para ser articulado e/ou integrado com outros conteúdos curriculares.

- Outros recursos para completar o percurso de aprendizagem;

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- Respeito pelos diferentes ritmos de aprendizagem;

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O recurso apresenta vários exemplos e a possibilidade de rever as animações, fazer pausas, avançar e retroceder.

- A sequência de conteúdos é pedagogicamente correta.

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Na maioria dos casos a sequência é correta. Verifiquei alguns casos em que a sequência é questionável. Por exemplo, na página 4, a locução com informação sobre que nome se dá ao resultado de uma multiplicação, começa no momento em que se abre a página. Na minha opinião, o enunciado deveria ter locução e no caso de não ter, como é o caso, a locução da frase final deveria começar depois de terminada a atividade.

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// Design O Design do recurso: - Torna-o atrativo;

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Acho que o Design poderia ser mais atrativo, apelativo e funcional.

- Ilustra com qualidade;

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- Apoia a compreensão;

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Apesar de apoiar a compreensão, julgo que este recurso poderia ser enriquecido com um design com maior nível de interatividade.

- Apresenta animações adequadas;

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As animações são demasiado simples, lentas e com poucas variações de cor ou tipo de letra, resultando num produto pouco apelativo.

- Facilita a navegação pela utilização de simbologia intuitiva e devidamente identificada.

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Alguma da simbologia utilizada parece-me pouco intuitiva:

Verificar respostas;

Reiniciar;

Reproduzir animação. Ao fazer roll over, surge uma legenda que, na minha opinião, ou devia estar sempre presente, ou ser acompanhada por um som e/ou locução.

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// Funcionalidades As funcionalidades do recurso contribuem para que seja fácil de usar. Este recurso: - Está plenamente testado ou informar claramente que é uma versão beta;

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Não encontrei nenhum erro de funcionamento. Considero que o recurso está plenamente testado.

- Apresenta uma estrutura simples e funcional;

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A estrutura é simples. Apresenta alguns detalhes que me parecem interessantes. Por exemplo, é indicado o número de páginas e em que página o utilizador se encontra. No entanto, esta estrutura é demasiado linear, apresentando uma navegação pouco interativa.

- É compatível com diferentes navegadores, sistemas operativos e dispositivos;

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É compatível com a maioria dos navegadores - Internet Explorer, Mozilla Firefox, Safari e Google Chrome. Não obstante, apresenta comportamentos diferentes. Por exemplo, não permite ver o conteúdo em todos os navegadores.

- Possibilita a interação com outras plataformas;

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- Permite guardar dados para futuras utilizações;

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- Os enunciados das atividades apresentam locução;

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- Apresenta o mesmo critério para as mesmas ações.

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Nem sempre para a mesma ação acontece o mesmo procedimento. Ex.: Ao fazer a atividade da página 2, o feedback é dado à medida que se completa. Na página 6, só se tem o feedback depois de completar todos os espaços em branco e clicar em “Verificar respostas.”

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// Pedagogia De um ponto de vista pedagógico, o recurso educativo: - Estimula a criatividade e o pensamento crítico;

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- Promove aprendizagens ativas;

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Apesar dos elementos interativos que apresenta, o recurso não proporciona experiências de aprendizagem ativas.

- Apresenta dispositivos de autoavaliação;

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O recurso apresenta feedback, utilizando o ✓para indicar que a resposta está correta e o símbolo ✖ para assinalar respostas incorretas. No meu ponto de vista um feedback sonoro, uma frase de reforço positivo poderia tornar este aspeto mais interessante.

- Facilita o trabalho colaborativo, as interações e construção de redes de aprendizagem;

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- Promove o desenvolvimento de competências metacognitivas;

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- Desenvolve a autonomia do aluno;

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- Respeita diferentes ritmos de aprendizagem;

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- É um recurso educacional aberto.

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Na minha opinião, um recurso educacional aberto tem um valor pedagógico inestimável, podendo todos beneficiar das melhorias realizadas coletivamente, contribuindo para a melhoria das experiências de aprendizagem.

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O potencial pedagógico deste recurso educativo, mesmo estando interdependente do percurso de aprendizagem em que vai ser utilizado, poderia ser maior, melhorando alguns aspetos. Considero que é um recurso que apela pouco à participação, envolvimento e interação dos alunos e, como pode ser observado na grelha, apresenta aspetos bastante frágeis que o empobrecem.

Em primeiro lugar, julgo que os conteúdos não estão adequados às orientações programáticas do Ministério de Educação e, mesmo que os temas trabalhados fizessem parte do quadro temático para este ciclo de aprendizagem, o grau de dificuldade está ao nível do ciclo anterior. Além disso, apesar de ser possível articular com outros temas do currículo, não apresenta recursos externos que possam enriquecer a experiência de aprendizagem.

O design é pouco apelativo e, apesar de ter alguns elementos interativos, as animações apresentadas são monocromáticas e com poucas ilustrações, animações e interações. O nível de interatividade devia ser maior uma vez que, de acordo com Carvalho (2007) a interatividade motiva a exploração e faz com que o aluno se envolva e interesse. Desta forma, ao proporcionar uma experiência passiva, a reflexão, o pensamento crítico e a utilização da criatividade na resolução de problemas não são estimulados.    O trabalho colaborativo não é promovido. Todas as atividades são individuais e as potencialidades colaborativas da Internet não são aproveitadas, não havendo um favorecimento ou preocupação de construção de redes de aprendizagem. Não há nenhum tipo de ligação com outras plataformas, forma de comunicar e/ou guardar dados. Em termos pedagógicos, a abordagem é pouco inovadora, não possibilita o trabalho colaborativo, nem a criação de espaços pedagógicos que potenciam o espaço online. O trabalho autónomo, muito normal neste tipo de recursos, é pouco explorado. Na minha opinião, para que o trabalho autónomo fosse realizado com alguma qualidade, a mesma ação deveria ter o mesmo critério. A título de exemplo, como referi anteriormente, os feedbacks proporcionados não são iguais em todas as páginas e o objetivo do recurso, apresentado em diferentes zonas, difere. Além disso, os enunciados deviam ser sempre acompanhados de locuções, que deviam respeitar a sequência da página e a sinalética escolhida devia ser mais intuitiva e funcional, facilitando o trabalho autónomo dos alunos. Para que este recurso possa possibilitar experiências de aprendizagem mais ricas deve melhorar aspetos nos quatro eixos: conteúdo, design, funcionalidade e pedagogia.

Apreciação global

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B.C. Ministry of Education, Canada (2002). Evaluating, selecting, and managing learning esources: A guide.

Carvalho, A (2007). Indicadores de qualidade de “sites” educativos – Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e a Formação, Número 2, Ministério da Educação, 69-82. Disponível em http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1210161429_05_CadernoII_p_55_78_AAAC.pdf, acedido em 07/01/2012

Costa, F. (2007). A aprendizagem como critério de avaliação de conteúdos educativos on-line. Cadernos SACAUSEF – Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e a Formação, Número 2, Ministério da Educação 45-54 Disponível em http://www.crie.min-edu.pt/files/@crie/1210161396_04_CadernoII_p_45_54_FAC.pdf, acedido a 07/01/2012

DGIDC (2007). Programa de Matemática do Ensino Básico. Disponível em http://sitio.dgidc.min-edu.pt/matematica/Documents/ProgramaMatematica.pdf, acedido a 31/02/2012

Bibliografia

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Análise e avaliação do recurso educativo Multiplicação

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