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Rev. Saberes UNIJIPA, Ji-Paraná, Vol 10 nº 3 Jul/Dez 2018 ISSN 2359-3938
ANÁLISE DOS ESTILOS DE LIDERANÇA QUE INFLUENCIAM NA
SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA1
Rafael Martins Papa
Débora Cristiane Pellenz2
RESUMO: Reconhecendo a questão da liderança como fator preponderante para o bom
desenvolvimento do trabalho individual e coletivo em enfermagem, busca-se conhecer e avaliar
junto à literatura especializada os tipos de liderança apresentados pela ciência da administração
e sua compatibilidade com o trabalho em enfermagem. O objetivo principal deste estudo foi
identificar na literatura científica, os estilos de liderança que influenciam na tomada de decisão
na supervisão de enfermagem. Além de definir e caracterizar o conceito de liderança e liderança
em enfermagem; identificar os estilos presentes na gestão de enfermagem e, relacionar os estilos
de liderança e suas influencias na tomada de decisão em enfermagem. A sistemática
metodológica consistiu-se na elaboração de uma monografia baseada em revisão de literatura
sobre o tema, focado na descrição do assunto a partir dos apontamentos de autores renomados
cientificamente no tema. Sendo esta busca realizada através de uma revisão bibliográfica do tipo
exploratória descritiva, de referencia documental. Os estudos mostram que a liderança se
desenvolve melhor quando o líder consegue mesclar pelo menos dois estilos gerenciais. A partir
do desenvolvimento da liderança participativa o grupo fica mais susceptível a condução do
processo assistencial segundo a proposta apresentada por sua liderança, ou seja, há a aceitação
das decisões do líder de forma mais natural. O estudo mostra que não há tomada de decisão
satisfatória se esta não estiver associada à liderança democrática, necessitando esta ser
reconhecida e aceita pelos liderados e, tal aceitação esta diretamente ligada à escolha do estilo
de liderança aplicado pelo enfermeiro supervisor.
Palavras-Chaves: Enfermagem. Liderança. Supervisão.
INTRODUÇÃO
A liderança desde as épocas mais antigas, já vinha sendo tratada com atenção
pelos teóricos da administração; se observarmos o século XX, poderemos destacar uma
série de acontecimento que demonstram a importância da liderança nas mais diferentes
situações, Salomé, Camargo e Guerra (2003), colocam essa preocupação como ponto
referencial desde a 1º Guerra Mundial, onde a vitória sempre esteve associada a
1Artigo Científico elaborado a partir do Manual de Artigo Científico do Athenas Grupo Educacional e das
Normas da ABNT solicitado no curso de pós-graduação em Enfermagem do Trabalho e Saúde do
Trabalhador. 2 Enfermeira pelo Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná- CEUJI-ULBRA- Pós Graduada Programa
Saúde da Família - PSF, Mestre em Genética e Toxicologia Aplicada, ULBRA-RS.
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presença de vários lideres importantes, onde sempre houve a necessidade de se colocar
oficiais capacitados a liderança para o comando das tropas; pouco antes no século XIX
outro grande acontecimento histórico no qual a liderança foi fator propulsor foi a
Revolução Industrial, nesta a necessidade não era de oficiais e sim de pessoas
capacitadas a fim de direcionar as empresas e empregados para responder as
necessidade e desafios da época com mais eficiência.
Para reforçar a preocupação com os estudos sobre a liderança citamos
Chiavenato (2003) que descreve o fato de que frente a esta temática, os estudos sobre
recursos humanos ganharam maior destaque na década de 1920, estudos estes que
constataram a existência de ações que exerciam influencias positivas sobre o
comportamento das pessoas.
Observar-se então que a temática liderança empresarial já vem sendo alvo de
pesquisas desde o inicio do século XX e, a liderança pessoal pode ser reconhecida como
um diferencial na personalidade de alguns indivíduos desde há muitos anos. A realidade
não difere do passado, ainda hoje as discussões sobre liderança predominam e colocam
o assunto em constante aprimoramento. Kurcgant (2005) diz ser a liderança mais que
um atributo da personalidade, onde “o exercício da liderança não se apóia
exclusivamente nas características de personalidade, na interação indivíduo/meio, sendo
esta uma constante e, a liderança uma conseqüência desta interação”, diante disto é
possível perceber que o desafio de desenvolver líderes para os dias atuais está
relacionado à complexidade do ambiente competitivo em que se apresentam as relações
comerciais e de trabalho, com características especificas, onde se valoriza atributos
como responsabilidade, empenho, compromisso e poderio intelectual. A temática tem
apelo vigoroso tanto para os que lideram quanto para aqueles que são liderados.
Poletto (1999) afirma ser a liderança não apenas uma disciplina ou ciência
exata, mais sim uma arte e como tal deve ser sentida, experimentada e criada.
Liderança não significa coagir o individuo com ameaças ou pressões a realizar qualquer
tipo de tarefa, mas
sim, conseguir através de complexo de ações, gradativo processo de indução
baseado no conhecimento e convencimento. Agregado a isso o líder deve sempre estar
desenvolvendo-se em pró de seus liderados e dos objetivos a serem atingidos, com o fim
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de executar as atividades propostas, ou seja, o trabalho do líder consiste em conseguir
que o trabalho seja feito por outras pessoas e que essas pessoas trabalhem sem serem
obrigadas. (KRON e GRAY, 1999).
Todas as áreas são dependentes da utilização da ferramenta de liderança, com a
enfermagem não poderia ser diferente, a mesma tem evoluído de maneira significativa
no domínio das ciências administrativas, das novas tecnologias, das técnicas de
investigação clínica, exigindo a busca de conhecimentos totais para, assim, contribuir,
de algum modo, para a qualidade dos serviços prestados ao público em geral.
O enfermeiro de hoje tem uma formação voltada para o cuidado humano, que é
fundamental para o processo de recuperação e reabilitação do cliente. Apesar de que,
para a concretização deste trabalho não se pode deixar de lado, a equipe que precisa ser
orientada, motivada, comunicada, ouvida, assistida, organizada e trabalhada a fim de
prestar esse cuidado e para isso precisa-se de um líder.
É fundamental, então, lembrar que na própria organização ou em outros
ambientes de trabalho, o enfermeiro desempenha papel definitivo no desenvolvimento
de ações assertivas para o atendimento do cliente, contudo, problemas existem pela falta
de recursos e capacitação para resolvê-los; indiferença e desapego individual frente aos
compromissos de trabalho tem sido e continuarão a ser questões enfrentadas pelos
enfermeiros lideres em seus diversos campos de atuação. (Referencia).
Outra valiosa vertente no que diz respeito à liderança em enfermagem é a
questão referente ao trabalho em equipe, pois o trabalho coletivo faz parte da essência
do cuidar em enfermagem e, muitas vezes o enfermeiro líder se depara, na realidade,
com pessoas que trabalham em grupo, onde os indivíduos não interagem entre si e
apresentam comportamentos distintos entre si que em nada favorecem o
desenvolvimento do grupo.
Partindo então das varias oportunidades de observação, ao longo do curso de
graduação, sobre a atuação do enfermeiro líder, surgiu o interesse para o
desenvolvimento desta pesquisa, com o intuito de colaborar para a identificação dos
estilos de liderança que poderiam influenciar na tomada de decisão e na supervisão em
enfermagem. Seguimos na tentativa de selecionar o melhor estilo de liderança que
pudesse se enquadrar nas características e competências do enfermeiro supervisor, a fim
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de diminuir os conflitos nos ambientes de trabalho de enfermagem e, assim melhorar a
qualidade de vida desses trabalhadores.
ESTILOS DE LIDERANÇA
A Liderança Situacional é um tipo de liderança utilizada principalmente em
indústrias, no governo e na educação. Trata-se de um modelo moderno de liderança na
qual se afirma haver a não existência de um estilo melhor de liderança, graças às
variáveis desse estilo este pode se enquadrar em qualquer atividade da qual se requeira
um líder. A Liderança Situacional também é importante para os enfermeiros, e
profissionais de instituições ligados a área da saúde, uma vez que pode ser utilizada
como estrutura de orientação no que tange à habilidade de liderar. (HERSEY; DULDT,
1989 apud em GALVÃO, TREVIZAN, M.A.; SAWADA; FÁVERO, 1997).
O estilo baseia-se numa inter-relação entre a quantidade de orientação e
direção (tarefa) que o líder oferece, a quantidade de apoio sócio-emocional
(relacionamento) ofertado pelo líder e o nível de prontidão ("maturidade") dos
subordinados na execução de uma tarefa, função ou objetivo especifico que será
abortado a seguir.
Neste estilo de liderança há a descrição de quatro tempos distintos: determinar
(E1), persuadir (E2), compartilhar (E3) e delegar (E4), conhecido como sendo as fases
nas quais são subdivididas em tarefas e relacionamento dentro deste contexto sendo a
maturidade dos liderados apresentada dentro de um gráfico comportamental
(imaturo/maduro) dividido em quatro níveis: baixo (M1), baixo a moderado (M2),
moderado a alto (M3) e alto (M4). Numa explicação sucinta sobre a liderança
situacional o estilo trata da observação do líder sobre o nível de maturidade de sua
equipe, suas decisões são variáveis pela maturidade apresentada por seus liderados
(HERSEY; BLANCHARD, 1986).
Para ajudar na compreensão da liderança situacional é preciso analisar os
quatro tempos da mesma, onde se discriminam os quatro tipos distintos de líder. Sendo
o líder da fase Determinar (E1), o líder mais “pobre” em relação aos fatores de
influencia da liderança eficaz, possuem apenas as características básicas sem capacidade
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de realização ações mais complexas tendo relacionamento baixo e pouco envolvente
com a equipe, não apresentam responsabilidade e compromisso ao fazer algo, faz
apontamentos diretos e discrimina as atividades de forma clara, especifica e com
supervisão rígida (HERSEY; BLANCHARD, 1986).
Já a liderança da fase Persuadir (E2) equivale esta a maturidade moderada
(M2), onde a pessoa ainda faz apontamentos diretos, mas a diferença esta na vontade e
disposição para assumir uma determinada ação, com características positivas como a
liberdade de comunicação do liderado para que juntos atinjam metas comuns.
Nas classificações de maturidade moderada a alta maturidade (M3) escala-se a
posição do líder por sua a capacidade para a realização de ações que não sejam
empecilho para que o grupo possa desenvolver atitudes proativas e de responsabilidade
frente às problemáticas e que estejam aptos para acatar o desejo do líder quando
necessário for. Na condição que apresenta esses liderados o melhor estilo a ser utilizado
é o compartilhar (E3), como o nome já trata é o estilo que tende a ser participativo
deixando a conotação de ordens diretas e partindo para o apoio, o líder interage junto
com equipe nos processos de decisão. (RABELO, 2001)
No último estágio da maturidade ou alta maturidade (M4), o liderado além de
ter a responsabilidade tem a disposição para executar as tarefas, paralelo a ele o estilo de
liderança mais eficiente é o delegar (E4), nesta fase o liderado se torna independente
para desenvolver atividades e tem capacidade de solucionar os problemas levantados
pelo líder.
A liderança situacional aplicada em sua plenitude envolve o domínio do
conhecimento e do nível de maturidade dos liderados e a dinâmica correta a ser utilizada
pelo líder, ou seja, a aplicação apropriada de cada estilo de liderança se apresenta
positivo quando aplicado em grupos de trabalho em enfermagem, conforme sua
abordagem posteriormente. (HERSEY; DULDT 1989 apud em GALVÃO;
TREVIZAN, M.A.; SAWADA; FÁVERO, 1997).
Os apontamentos sobre os estilos de liderança e sua correlação com as fases relativas à
maturidade dos liderados pode ser melhor analisado, no quadro abaixo:
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Esquema geral da liderança situacional
Fonte: Hersey e Blanchard, (1986. p.189).
Para determinar qual o estilo de liderança a ser utilizado de acordo com situação
apresentada, a líder precisa antes de tudo identificar a área de atividade alvo, ou seja,
aquela a influenciar, determinando a maturidade na qual se encontra o grupo e se existe
disparidade entre os seus componentes. Pois só haverá sucesso quando houver
adequação perfeita e igualitária entre o nível de maturidade entre os mesmos. Assim
neste sentido sempre teremos a maturidade versos às tarefas a serem executadas
buscando neste confronto extrair a eficácia desejada (CIAMPONE, 1991 apud em
KURCGANT, 2005).
De acordo com Hersey e Blanchard (1986) "os liderados são de importância
vital em qualquer situação não só porque individualmente aceitam ou rejeitam o líder,
mas porque como grupo efetivamente determinam o poder pessoal que o líder possa
ter". Assim, o enfermeiro deve valorizar e compreender que os integrantes da equipe de
enfermagem possuem necessidades e expectativas pessoais e profissionais. Conhecer
essas necessidades e expectativas é um aspecto fundamental para a eficácia do processo
de liderar. Na liderança situacional como em qualquer outro estilo que possa a vir a ser
aplicado no serviço de enfermagem.
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Outro estilo de liderança que também é utilizado no serviço de enfermagem é a
teoria do Grid na qual foi desenvolvida por Robert Blake e Jane Mouton, em 1920,
baseados em resultados encontrados nas pesquisas sobre liderança, onde foram
definidas duas vertentes: orientação para produção e orientação pessoa com as seguintes
classificações: 9,1 (Gerência com Autoridade/Obediência); 1,9 (Gerência de Clube
Campestre); 1,1 (Gerência Empobrecida); 5,5 (Gerência do Homem Organizacional);
9,9 (Gerência de Equipe). Para compreender essa graduação, descrever-se o número 1
como sendo a orientação para pessoas e produção como sendo mínima, o número 5
significa orientação média, e o número 9 orientação máxima. Outra máxima a ser
observada é a referência das orientações, a máxima para a produção se apóia na Teoria
funcionalista de administração, que prioriza a produtividade, já na orientação pessoal a
máxima tem suas bases na teoria de relações humanas (BLAKE; MOUTON, 2000).
No modelo gerencial Grid de Blake & Mouton (2000), há flexibilidade onde os
sujeitos da liderança são capazes de propor por meio de suas ferramentas tanto uma
comparação ou cooperação entre lideres, essas duas vertentes apresentam as seguintes
dimensões: orientação voltada para a produção de resultados e a orientação para os
liderados e líderes correlacionando com o relacionamento pessoal entre eles.
O Grid, referente à grade ou rede gerencial, tem a teoria que parte da seguinte
hipótese que sustenta que o líder sempre estabelece pressupostos acerca de como
equacionar problemas inerentes ao processo para obter a produção através de pessoas.
(BLAKE; MOUTON, 2000).
Esta teoria pode ser didaticamente explicada, através de uma escala de eixos horizontais
e verticais, onde no primeiro eixo temos o interesse pela produção, já no eixo vertical o
interesse é pessoal, cada eixo é apresentado na forma de um escalonamento de nove
pontos que gradualmente indica o valor do interesse em cada dimensão, perfazendo uma
soma de 81 combinações de orientações entre interesse pessoal e produção. Em resumo
a Teoria Grid determina a identidade de cinco estilos essenciais: 9.1; 1.9; 1.1; 5.5 e 9.9.
Apresentadas visualmente na tabela abaixo:
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Fonte: Blake e Mouton,(1987. p. 13).
Os estilos obtidos na observação do modelo Grid levam a mensuração do estilo
9.1, no qual temos analisado o mais elevado potencial de produção e a mínima
orientação para as pessoas. O líder neste padrão busca resultados sem se importar com o
liderado, a hierarquia e o poder são do tipo coercitivo, características relacionadas a este
administrador, tendo como meta a vitoria, sem responsabilidade e em caso de fracasso
não admite a culpa. Orienta-se pelas máximas: “Nunca confie nos outros” e “não aceite
conselhos e orientações”. (BECCARIA, 2000)
O estilo 1.9 abrange a mínima orientação para a produção e máxima direção
para as pessoas pode-se caracterizar facilmente este líder como aquele que deseja
agradar a todos, buscando aprovação geral, prezando pela boa imagem de amistoso,
atento as carências e necessidades dos liderados, tem características de básicas de
polido, voluntarioso e agradável, geralmente é bem quisto pelos subordinados mais
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apresenta pouco resultado na produção, a comunicação flui de cima para baixo, não
havendo possibilidade de qualquer opinião ou sugestão por parte dos liderados.
Utilizando de ordens claras e precisas o gerente busca evitar o surgimento de conflitos,
quando ocorrem, surge o sentimento de controle falho e a reação é recuperar o mais
rápido possível o domínio sobre os demais. (BLAKE; MOUTON, 2000)
Pelo prisma dos subordinados as condutas são variadas, indivíduos submissos
se enquadram e se sujeitam as ordens do líder, outros descumprem as ordens e
determinações, a maioria realiza suas atividades, puramente para cumprir suas
obrigações, sem se envolverem com o contexto mantendo atitude neutra e indiferente.
(BLAKE; MOUTON, 2000)
O líder enquadrado na posição 1.1 se apresenta como um líder extremamente
neutro nas mais diversas situações, adota o estilo de liderança realizando o mínimo
possível ações apenas para manter certa regularidade. Seu lema é: “não veja nada de
errado, não diga nada de errado, não ouça nada de errado e você estará protegido, pois
nem será notado” (BECCARIA, 2000).
Estando este líder focado apenas na manutenção de seu posto, ou seja, ele está
preocupado unicamente com sua sobrevivência administrativa, pessoas e produção não
estão nas metas deste líder, o que significa fazer apenas o necessário para preservar seu
emprego. Suas expectativas são mínimas, este oferece pouco aos liderados, tem
comportamento de indiferença e não envolvimento, e justifica sua indiferença e
esterilidade culpando a todos por relacionar as ações consigo mesmo. O gerente 1,1
confere amplas atribuições, sem orientar, programar e objetivar resultados, difundindo
os subordinados todas as responsabilidades, se encarrega unicamente de transmitir
ordens e mensagens em fluxo único de cima para baixo, sem modificar ou acrescentar.
Os subordinados respondem a este liderança com protesto, com reações em graus
diferentes ou simplesmente deixam o emprego. (CASTRO, 2007)
O equilíbrio neste tipo de liderança é encontrado no estilo 5.5, onde o líder
apresenta-se como um gestor organizado e equilibrado tanto para as orientações de
pessoal e de produção, a fim de atingir suas metas, de acordo com TREVIZAN (1994) a
motivação positiva da gerência do homem organizacional, na escala com a numeração
de 5.5, esta fundamentada na participação, causar boa impressão no grupo assim
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obtendo aceitação do mesmo. Este líder é sociável, costuma angariar uma extensa rede
de relacionamentos interpessoais e administrativos que demonstraram “status” na
organização.
Esta aceitação é a buscativa por assentimento do grupo este líder sempre busca
angariar um extenso ciclo de relacionamentos, já visando à execução do trabalho, este
consegue fazê-lo sem utilizar de autoridade formal, faz uso mais da direção de opinião
pela persuasão do que pelo comando. Julga que para ser aceito, precisa colocar o
subordinado na posição de avaliador de suas ações, sua organização busca atribuir ao
individuo obrigações, mas coloca-se aberto para esclarecimentos e observações por
parte dos subordinados (CASTRO, 2007).
O líder deste estilo busca uma produção aceitável, sem trazer problemas ao
grupo, procura buscar o controle promovendo entre os subordinados investigações
informais sobre o curso dos afazeres. Os problemas que podem surgir em relação à
resposta dos subordinados a este estilo de liderança são geralmente benefícios, ou seja,
de colaboratividade sobre a liderança do gerente 5,5 o subordinado assume o estilo 5,5
na mesma igualdade de seu líder (CASTRO, 2007).
No patamar máximo do modelo Grid tem-se a posição 9.9, nela é encontrada a
máxima produção de resultados e a melhor orientação aos liderados, as principais
características do líder nesta posição é a liberdade de uma gerencia de equipe, onde se
estabelece metas e desafios para a equipe e essa obtém os resultados máximos. O
gerente 9,9 trabalha com autos índices matenacionais para minimizar a frustração ou
desapontamentos do grupo a fim de se obter o máximo de resultados. Este modelo em
resumo coloca líder e liderado em completa sintonia envolvendo todos em busca de
resultados e agrega as responsabilidades equivalentes entre os subordinados e a
liderança, estabelecendo-se metas flexíveis e novas, onde sua organização consegue
atingir a equidade em relação à competência e limitações de cada liderado sendo as
responsabilidades equivalentes a essas competências. Este líder 9.9 realiza a execução
de projetos, auxiliando durante o processo de desenvolvimento com criticas e opiniões
pertinentes acompanhando de perto cada etapa, promove avaliação final, buscando uma
previsão de futuro, destacando as contribuições pessoais. (BALCÃO; CORDEIRO,
1986 apud em TANNENBAUM; SCHMIDT, 1977)
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Outra classificação de liderança presente nos estudos teóricos diz respeito à
análise da liderança fundamentada nas características individuais, tal avaliação não foca
o processo de liderar precisamente, mas observa e aponta quais as características
pessoais que refletem diretamente na forma de liderar.
Os autores White e Lippit desenvolveram esta classificação de liderança a
partir da performance e características de líder, discriminando-a em fases características.
Sendo denominado o líder autoritário aquele que tem seus comportamentos
caracterizados pelo seu forte controle sobre seus liderados onde, sua motivação é
baseada na coerção, sua direção se faz principalmente por comandos, a comunicação
flui de cima para baixo, e não há envolvimento de outras pessoas na tomada de decisões
e ainda as criticas são passiveis de punição. Neste estilo a produção dos resultados
costumam ser altas em contrapartida a criatividade, autonomia e auto-motivação são
baixas. Este estilo de liderar é facilmente encontrado em grandes burocracias como as
forças armadas. (AKTOUF, 1997).
Já, o líder democrático, nesta classificação, é aquele que direciona suas
decisões a partir de sugestões e orientações, a comunicação flui tanto para cima quanto
para baixo, as decisões são tomadas com a participação de outras pessoas, as criticas são
construtivas, a motivação fica por conta de prêmios pessoais e financeiros. Observa-se
que na liderança democrática, por abranger muitas pessoas em seu processo decisório,
poderá a tomada de decisão ser lenta refletindo assim na demora de resultados. Este
estilo se adequa muito bem a grupos com mais tempo de convívio e cooperação eficaz.
(AKTOUF, 1997).
Outra classificação neste contexto é a liderança do tipo Laissez-faire, onde o
líder permissivo, com atitudes como a que podem dispersar a tomada de decisão por
todo o grupo, não faz criticas e oferece pouca ou nenhuma orientação, motiva o grupo
apenas quando é solicitado a fazer isso, este estilo é tratado como liderança não-
dirigida, o grupo submetido a esta liderança poderá estar fadado ao fracasso, o líder tem
grande risco de desenvolver no grupo a apatia e o desinteresse. Quando o grupo está já
motivado e auto-direcionado esse estilo pode resultar em ótimos resultados junto à
criatividade e a produtividade, necessitando de alta maturidade profissional para
desenvolver resultados efetivos. (SANTOS; OLIVEIRA; CASTRO, 2006).
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De acordo com Marquis e Huston (1999), a maioria dos lideres não está
perfeitamente adequado a um modelo ou classificação pré-definida nos estilos citados, e
sim podem vir a se encaixar em alguns pontos a que se referem essas classificações:
Na pratica, em um dia de trabalho, o líder emprega os três processos de
liderança, de acordo com as circunstâncias e com as pessoas. Mandar cumprir uma
ordem, consultar o grupo antes de tomar uma decisão e sugerem a um subordinado
realizar determinada tarefa. Ao mandar, é líder autocrático, consultando, é democrático
e sugerindo, liberal (PENTEADO, 1994).
O líder deve a cada momento, escolher determinar solução para certa situação
e, ter sempre em mente que: a liderança autocrática não significa ditadura; liderança
democrática não é por tudo a voto; liderança liberal não significa ausência de liderança.
A liderança é especifica em relação à situação que no momento se investiga.
Aparentemente difícil esta adaptação, no entanto o profissional da informação para
exercer a função de líder não precisa mudar de personalidade basta mudar o modo de
agir (HUNTER, 2004).
SUPERVISÃO EM ENFERMAGEM
Quando abordamos a temática supervisão em Enfermagem desmembramos e
estudamos umas das vertentes do Gerenciamento em enfermagem, muitos autores ainda
associam supervisão à função de planejamento, onde esta se correlaciona com uma
atividade de competência do líder. Para conceituar supervisão se faz necessário um
retrospecto sobre o contexto social e situacional no qual se empregou e desenvolveu
esta importante da ferramenta da gestão em Enfermagem, ou seja, para quem e quem a
utilize. De acordo com Servo (2001), “a supervisão caracteriza-se pelo exercício de uma
comunicação direta entre supervisor e supervisionado em nível de execução, se
diferenciando dos outros instrumentos de controle, que geralmente atuam à distância”.
O líder utiliza a supervisão para garantir que suas metas enquanto gestor da
assistência ou do processo administrativo se efetive, ou seja, seus objetivos sejam
atingidos de forma a satisfazer o liderado, o próprio líder e a quem possa atingir essa
ação, para isso utiliza de adjetivos próprios como a capacidade de influenciar e o
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convencimento sobre seus liderados.
A supervisão para muitos colaboradores e organizações tem conotação ainda de
repreensão, de fiscalização ou até mesmo caráter punitivo, conotação pejorativa que
acaba limitando o papel do profissional de quem supervisiona, é evidenciado a
conotação de que a supervisão dessa agregar a seu escopo, o fiel cumprimento a ordens
e regulamentos estabelecidos quaisquer que sejam, distanciando da verdadeira intenção
da supervisão que seria a “interação do supervisor com o supervisionado, interação que
se traduz pela resolução de problemas em conjunto, de forma cooperativa e
sistematicamente planejada”. (KURCGANT, 2005)
A liderança é muito dinâmica e a supervisão como um braço aparente desta
também, isto é, que se conhece e se acredita sobre liderança mudou de forma
considerável em cem anos e continuará mudando, porém, os conceitos que envolvem a
supervisão ainda se encontram engemados a esfera do controle. Diversas são as
definições sobre a liderança uma dela é a de Poleto (1999) “um ponto de polarização
para a cooperação do grupo” e “liderança não é a ciência ou disciplina; é uma arte e
como tal, deve ser sentida, experimentada e criada”.
Questões aparentemente intransponíveis como a falta de recursos têm sido e
continuou a serem questões enfrentadas pelo líder em Enfermagem nas mais diversas
situações e áreas de atuação no trabalho, a solução muitas vezes não esta simplesmente
capitulada em uma bibliografia e sim na capacidade do líder de ter foco e saber
conhecer processos administrativos os quais possam levar à solução de problemática,
num ambiente de trabalho neste contexto a suspensão como ferramenta de controle e
matinação podem resultar como ações positivas para o exercício da liderança. A
Supervisão pode utilizar da mobilização – ela é a capacidade do líder de influenciar os
liderados a aceitarem a mudança proposta. A liderança depende da suspensão para a
demanda de decisão eficaz, paralelo a ela a Capacitação – capacitar é quebrar a barreira
do poder e ordem e evoluir em direção transformação de profissionais instrutores e
organizadores abandonando a burocracia e a tarefa para o desenvolvimento do fazer
significativo. (DUTRA, 2001).
Na definição de Trevizan (1994) o líder deve propor objetivos radicais e
ambiciosos necessários ao futuro. A Mensuração quer deixa a básica avaliação de
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desempenho e utilizar como processo avaliativo a opinião do consumidor em relação ao
serviço prestado. Comunicação - é a ferramenta utilizada para partilhar metas, e a
cultura das organizações pela demanda de comunicadores articulados, eficientes e
entusiasmados.
É na supervisão de Enfermagem que o profissional enfermeiro transforma a
comunicação em um processo de ensino-aprendizagem eficaz.
A partir da década de 70 teóricos passam a defender que a liderança eficiente
depende de uma quantidade maior de fatores e variáveis, incluindo a cultura da
organização, os valores do líder e dos comandos, o trabalho, o ambiente, a influência do
líder e a complexibilidade das situações. O líder precisa ter muita dinâmica, as
mudanças constantes, é a resposta ao mundo de rápida transformação, podemos como
exemplo observar a evolução da liderança o que era considerado eficiente ou desejável
em termos de liderança tem mudado a cada década. É imprescindível que o líder não
somente busque desenvolver a liderança, mais também fazer as tentativas possíveis para
manter-se atualizado no contexto e aplicação da liderança (DUTRA, 2001).
Para conduzir de forma adequada suas atribuições frete as evoluções constantes
e significativas do trabalho em Enfermagem é preciso atentar para a presença de seis
traços no Líder de Enfermagem. Pensamento em longo prazo, pois só assim é possível
medir as conseqüências de suas decisões para os próximos anos além de observar as
conseqüências imediatas; são visionários e futuristas. Possui olhar global em direção a
todas as áreas da organização e são lideres capazes de compreender a forma como sua
unidade se encaixa na totalidade, não tem foco estreitado. Eficientes capazes de
influenciar os outros, além de seu próprio grupo, pelo desdobramento de suas ações
perante o grupo, são sempre exemplos. Entendem e enfatizam a visão, missão e valores
em sua organização, na sua interação com os outros departamentos, são sensíveis as
diferença de cada situação. São politicamente astutos, tem a capacidade de enfrentar os
conflitos, exigências e expectativas decorrentes da variada clientela e variabilidade de
profissionais em que entram em contato. Buscam de forma intermitente mudanças e a
renovação em seus ambientes, não apenas aceita as mudanças mais as examinam e
fazem com que toda a sua equipe as acompanhe (MAXWELL, 2006).
A Supervisão de equipes de enfermagem exige instrumentalização do líder,
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através da aquisição de conceitos, estratégias e metodologias que viabilizem o
diagnóstico dos cenários e das problemáticas, análise e interpretação, decisão ação e
avaliação com a revolução das atribuições da Enfermagem a necessidade de supervisões
nas diversas áreas como gestões de unidade, responsáveis por planejamento,
organização, controle e direção do processo de trabalho e pela gestão de pessoas
(MARQUIS; HUSTON, 1999).
Independente do tamanho da área de atuação e quantidade de competências o
enfermeiro supervisor deve garantir a melhor qualidade na assistência a menor
utilização de recursos, claro sempre prezando pela excelência que podemos desmembrar
em segurança, satisfação, afetividade e resolubilidade. O profissional também não deve
negligenciar a qualidade de vida no trabalho de sua equipe, atentando a promoção e
educação em saúde, desempenho profissional, relacionamento interpessoal e o sentido
de trabalho (ROZENDO; GOMES, 1998).
O líder cria oportunidade para que os seguidores atuem na liderança, e,
inclusive, os prepara para um dia darem prosseguimento ás atividades organizacionais.
Ele não retém o conhecimento e a prática da liderança, liderança, dividindo-a com os
demais. (HIGA; TREVIZAN, 2005).
Segundo Carlzon (2000):
Um líder participativo, popular entre seus colaboradores, que não se
constrange ou se incomoda de estar no meio de todos, que converse
muito, principalmente de maneira informal, que não pareça
verdadeiramente olhar de cima para baixo; indiscutivelmente terá
enormes possibilidades do ser ouvido e obter de seus pares o
engajamento necessário e êxito no amadurecimento e disseminação da
cultura de sua organização, tomando os objetivos traçados factíveis.
Outro ponto importante a salientar é que independente do cargo assumido pelo
profissional enfermeiro que este vinculado a uma equipe sempre desenvolverá a função
de supervisão e se habilitado, poderá assumir liderança de trabalho.
Estudos recentes têm demonstrado que, ser líder, é muito menos uma
conseqüência de qualidades inatas e mágicas, e muito mais um produto de persistência e
constância no aprendizado de habilidades interpessoais e compreensão do contexto em
que está inserido. As habilidades de liderança podem ser aprendidas através de
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ensinamentos, experiências, desenvolvimento da intuição, da persistência e da
capacidade de aprender com os ensaios e erros (MAGALHÃES; DUARTE, 2004).
Discriminando melhor as atividades de supervisão podemos destacar as
seguintes: decisões agilizadas, resolução de conflito, atingir múltiplas metas e objetivos,
e problemas como: pressão de tempo, demandas simultâneas, problemas na
comunicação, enfrentamento da escassez de recursos tendo de materiais quanto de
profissionais, a exigência constante da clientela, duplos vínculos empregatícios,
absenteísmo, insatisfação e desmotivação.
De acordo com Bosso, Antonelli e Farias (2005) “a função supervisão
instrumentaliza para a identificação de necessidades de orientação e desenvolvimento
dos funcionários nem como de motivação e oferece subsídios importantes para liderança
pelo Enfermeiro.”
A enfermagem responde por equipes e exerce a liderança facilita a eles a
supervisão do processo de trabalho, pois a essência da supervisão está na capacitação
dos profissionais para assistência de enfermagem com excelência, primando à interação
multiprofissional, a plena satisfação do cliente.
Para tomar ciência sobre o desenvolvimento da supervisão é preciso
compreender que o Enfermeiro supervisor pode não ter o cargo específico mais vai
exigir do profissional a vínculos para viabilizar as atividades a serem desenvolvidas é
necessário que o mesmo esteja inserido nas dinâmicas das unidades ou setor, analisando
o presente, com base no passado e preparado para o futuro das equipes, assim
supervisão é a base para a especificidade do trabalho do enfermeiro onde haja
responsabilidade por equipe. Para reforçar essa idéia Lima (1994) destaca que o futuro
está embutido no presente, que estratégias adequadas e investimentos rigorosos podem
viabilizar a superação de desafios, e que cabe ao enfermeiro viabilizar esses
investimentos.
Quando se discutem conceitos relacionados a liderança e supervisão na
Enfermagem temos os apontamentos de Marquis e Huston (2002):
Todo Enfermeiro é um líder e administração em algum nível, e o
papel da Enfermagem requer habilidade de liderança e administração.
Devido às rápidas e drásticas mudanças que continuarão ocorrendo na
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Enfermagem e nos serviços de saúde, tem sido cada vez mais
importante que os Enfermeiros desenvolvam sua habilidade nas
funções administrativas e de liderança. Os Enfermeiros devem
esforçar-se pela integração de características de liderança em toda a
fase do processo administrativo. (MARQUIS E HUSTON 2002, p. 29)
Observa-se que o autor diferencia ações de liderança e ações administrativas,
onde as primeiras seriam todas aquelas que se envolvem a questão da aplicação dos
conceitos do processo de liderança ou estilos de liderança, a e segunda faz referencia as
ações de controle administrativo presentes na supervisão de Enfermagem; os estudos
modernos apontam que a supervisão está inseridas na liderança, fazem parte desta sendo
fundamental para fundamentar a tomada de decisão em Enfermagem de forma
especifica, eficaz, ética e segura. (KUREGANTE, 2005).
Perante estes conceitos, liderar é estimular as pessoas a utilizar o seu total
potencial de trabalho, a fim de que os objetivos sejam alcançados, e supervisionar é
conseguir que as coisas sejam feitas com qualidade e com as pessoas certas. Desse
modo, Sempre haverá duas dinâmicas em jogo: a atividade e o relacionamento
caminhando de forma igualitária e equilibrada a primeira dando pilares de
sustentabilidade para a segunda, ou seja, a Supervisão como medida para subsidiar a
melhor escolha, baseada no exercício da persuasão e envolvimento do grupo de forma
participativa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção do presente trabalho permitiu a análise da influencia dos estilos
de liderança sobre as ações do Enfermeiro. Onde a tomada de decisão pode ser
modificada a partir das influencias internas e externas do grupo e do preparo do líder,
visto que a tomada de decisão não é um fato isolado, ela depende também da resposta
dos liderados. a literatura mostra que a supervisão baseada na tomada de decisão
equilibrada tem efeitos positivos sobre o padrão motivacional e produtivo do grupo.
A liderança é fundamental no exercício da Enfermagem, a supervisão de
Enfermagem tem seu tipo baseado nas competências e habilidades da líder, quando este
nas consegue efetivar essa ferramenta na tomada de decisão todo o processo de trabalho
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tem seu caminhar comprometido.
Os estilos de liderança acadêmicos tem se mostrado presente no contexto do
trabalho de Enfermagem, conforme mostram os estudos trazidos por esta pesquisa. A
supervisão de enfermagem não se fundamenta no uso específico de apenas um deles,
mas na intersecção de pelo menos três deles.
A revisão literatura mostrou que o ideal para a supervisão em tomada de
decisão baseado na liderança integrada tem seu pleno exercício no Grid Gerencial,
embora na prática dos campos de trabalho o estilo mais utilizado seja a liderança do
estilo.
Completamos que independentemente do estilo utilizado pelo líder, os
resultados positivos estão associados ao grau de maturidade apresentado tanto pelo líder
como pelos liderados, em relação ao reconhecimento de suas competências e atitudes no
desenvolvimento de seu trabalho individual e coletivo.
Os estudos mostram que a liderança se desenvolve melhor quando o líder
consegue mesclar pelo menos dois estilos gerenciais da mesma, por isso a liderança
situacional é sempre apontada pelos profissionais como a mais utilizada.
A partir do desenvolvimento da liderança participativa o grupo fica mais
susceptível a condução do processo assistencial colocada por sua liderança, ou seja, há a
aceitação das decisões do líder de forma mais natural.
O presente estudo mostra que não há tomada de decisão satisfatória se esta, não
for reconhecida e aceita pelos liderados e, tal aceitação esta diretamente ligada a escolha
do estilo de liderança aplicada pelo enfermeiro supervisor.
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