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    ANLISE DOS ASPECTOS SOCIOECONMICOS E AMBIENTAIS NOPLO AGROFLORESTAL CUSTDIO FREIRE, RIO BRANCO-ACRE

    ANALYSIS OF SOCIOECONOMIC AND ENVIRONMENTAL

    ASPECTS IN POLE AGROFORESTRY CUSTDIO FREIRE, RIOBRANCO-ACRECeclia Flix Andrade, Doutoranda em Geografia pela UFMG, [email protected]

    Guido Assuno Ribeiro, Prof. do Departamento de Engenharia Florestal UFV, [email protected] Marinaldo Gleriani, Prof. do Departamento de Engenharia Florestal UFV, [email protected]

    Elias Silva, Prof. do Departamento de Engenharia Florestal UFV, [email protected] Paulo Soares, Prof. do Departamento de Engenharia Florestal UFV, [email protected]

    ABSTRACTThe Pole Agroflorestal Custdio Freire is a land settlement that was established by the mayor of the

    municipality of Rio Branco - Acre, where he had the intention to install the agroforestry system.However, addition of non-realization of the system, the Center is presenting socioeconomic and

    environmental problems. The aim of this study was a diagnosis of major socioeconomic and

    environmental problems in the Pole. For this was a Participative Rural Diagnosis (PRD) and a fieldsurvey to complement studies by Zoning Economic and Social Environment - ZEAS the city,

    according to a structured questionnaire the information necessary to this work. To assist in the

    diagnosis, was used as a participatory technique, the map of the property. This technique is to put in amap (sketch), the view that farmers in the wrist or not, have the use of the area of your property and

    find the most relevant information. The technical implementation was the monitoring of the

    agriculturist ZEAS to conduct the mediation of producers with the interviewer. Because the resistanceof producers to design the property, the interviewer drew on existing resources owned by a statement

    made by the same location. Of the 20 lots, only 4 producers did not participate in technology, 3 have

    no connection with the pole (these lots are considered like jackals and the owners do not belong to the

    association and not part of the production of the pole) and one was not on the property. From theresults we can conclude that through the interview structure, the producers have shown interest in

    elucidating their main needs and demands. But also the application of participatory technique has been

    a reality of the organization of existing resources in each batch and the Pole presents relevant issuesregarding the basic infrastructure but also the lack of knowledge by producers about soil management.

    Keywords: Socioeconomic, Agroforestry System and Environment.

    RESUMO

    O Plo Agroflorestal Custdio Freire um assentamento fundirio que foi implantado pela prefeitura

    do municpio de Rio Branco Acre, onde se teve a inteno de instalar o sistema agroflorestal. Noentanto, alm da no efetivao do sistema, o Plo vem apresentando problemas socioeconmicos eambientais. O objetivo geral desse trabalho foi realizar um diagnstico dos principais problemas

    socioeconmicos e ambientais existentes no Plo. Para isso foi realizado um Diagnstico Rural

    Participativo (DRP) e levantamento de campo para complementar os estudos realizados peloZoneamento Econmico Ambiental e Social ZEAS do municpio, aplicando-se um questionrio

    estruturado das informaes necessrias ao presente trabalho. Para auxiliar no diagnstico, foi

    utilizada, como tcnica participativa, o mapa da propriedade. Essa tcnica consiste em colocar em ummapa (croqui), a viso que os agricultores, de prprio punho ou no, tm da utilizao do espao de

    sua propriedade, e localizar as informaes mais relevantes. A aplicao tcnica teve o

    acompanhamento do agrnomo do ZEAS para realizar a mediao dos produtores com o entrevistador.Por causa da resistncia dos produtores em desenhar a propriedade, o entrevistador desenhava os

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    recursos existentes na propriedade mediante a indicao de localizao feita pelo mesmo. Dos 20

    lotes, somente 4 produtores no participaram da tcnica; 3 no possuem vinculao com o Plo (esses

    lotes so considerados como chcaras e os proprietrios no pertencem associao e no participamda produo do Plo) e um no se encontrava na propriedade. A partir dos resultados obtidos pode-se

    concluir que por meio da entrevista estrutura, os produtores demonstraram interesse em elucidar assuas reais necessidades e principais reivindicaes. Como tambm a aplicao da tcnica participativa

    teve-se uma realidade da organizao dos recursos existentes em cada lote e que o Plo apresentaproblemas pertinentes quanto infra-estrutura bsica, como tambm a falta de conhecimento por parte

    dos produtores quanto ao manejo do solo.

    Palavras-chave: Socioeconmico, Sistema Agroflorestal e Meio Ambiente.

    1. INTRODUO

    O Plo Agroflorestal Custdio Freire uma das estruturas fundirias implantadas pela

    Prefeitura Municipal de Rio Branco com o intuito de assentar pequenos produtores e diminuir

    o xodo rural.

    A rea destinada ao Plo constitui-se de duas propriedades rurais que foram

    desapropriadas pela Secretaria Municipal de Agricultura SEMAG; cobertas por capoeira

    baixa, apresentando certo grau de degradao (SAFRA, 2001). O objetivo do Plo foi

    implantar um sistema agroflorestal para proporcionar ao produtor uma melhoria no seu padro

    de vida. Sistemas agroflorestais apropriados tm o potencial no somente de manter a

    produtividade de reas cultivveis, mas tambm de reabilitar reas de cultivos ou pastagens

    abandonadas. Alm disso, as prticas agroflorestais tm o potencial significante para reduzir o

    desmatamento enquanto permite a produo de madeira e alimento sem a degradao do solo

    (FERNANDES et al.,1994).

    O sistema visa a sustentabilidade da produo e o seu aumento de forma contnua,

    alm de procurar reduzir os impactos negativos em relao ao meio ambiente (ALTIERI,

    1999).

    Em seis anos de existncia, o Plo apresenta degradao e no existe sistema

    agroflorestal. No intuito de conhecer os principais problemas, necessidades e anseios dos

    produtos foi realizado um Diagnstico Rural Participativo (DRP). O DRP um conjunto de

    tcnicas e ferramentas que permite que as comunidades faam o seu prprio diagnstico e a

    partir da comecem a autogerenciar o seu planejamento e desenvolvimento. Desta maneira, os

    participantes podero compartilhar experincias e analisar os seus conhecimentos, a fim de

    melhorar as suas habilidades de planejamento e ao. O objetivo principal do DRP apoiar a

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    autodeterminao da comunidade pela participao e, assim, fomentar um desenvolvimento

    sustentvel (VERDEJO, 2006).

    Para compreender a situao do produtor foi realizado um levantamento de campo. A

    valorizao da pesquisa de campo veio por intermdio de Malinowski (1884-1942),

    considerado o pai da Antropologia, ou seja, o estar l, vivenciar com o outro, o outro deve

    ser entendido em seu contexto (MALINOWSKI, 1978).

    Alencar e Gomes (1998) ressaltam a importncia das tcnicas participativas para se

    obter informaes mais prximas da realidade e para promover uma interao entre

    agricultores e tcnicos, num processo de comunicao racional construdo para tal fim. Nesse

    contexto, o objetivo geral desse trabalho foi realizar um diagnstico dos principais problemas

    socioeconmicos e ambientais existentes no Plo.

    2. MATERIAIS E MTODOS

    2.1. Procedimentos Metodolgicos

    2.1.1. Trabalho de campo

    As bases do presente trabalho foram obtidas do Zoneamento Econmico Ambiental e

    Social ZEAS (2006a), da Prefeitura Municipal de Rio Branco, que realizou um diagnsticodos tipos de solos, uso atual das terras e avaliao ambiental do Plo Agroflorestal Custdio

    Freire. A partir desse diagnstico, o Eixo Cultural do ZEAS (2006b) realizou o uma oficina

    participativa, no mesmo ano, juntamente com os produtores, para discutir os problemas e

    principais anseios da comunidade.

    De posse dessas informaes e da anlise do questionrio realizado pelo eixo Scio-

    Econmico do ZEAS (2006c), elaborou-se novo questionrio estruturado para

    complementao das informaes necessrias ao presente trabalho.

    2.1.2. Tcnica participativa

    A tcnica denominada Mapa da Propriedade consiste em colocar em um mapa

    (croqui), a viso que os agricultores, de prprio punho ou no, tm da utilizao do espao de

    sua propriedade, e localizar as informaes mais relevantes (GEILFUS, 1997). O esboo da

    propriedade existente no lote 2 do Plo encontra-se na Figura 1.

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    A aplicao tcnica teve o acompanhamento do agrnomo do ZEAS para realizar a

    mediao dos produtores com o entrevistador. Diante da dificuldade de reunir todos os

    proprietrios, tanto em relao disponibilidade de tempo quanto local para se reunir, a

    tcnica foi realizada individualmente onde se exps um croqui do Plo, com a diviso dos

    respectivos lotes e o prprio produtor indicava o local onde se encontrava distribuda os

    recursos existentes na sua propriedade como: casa, aude, poo, horta, mata, etc.

    Figura 1. Mapa da propriedade do Lote 2 do Plo Agroflorestal Custdio Freire, municpio de

    Rio Branco-Acre

    Por causa da resistncia dos produtores em desenhar a propriedade, o entrevistador

    desenhava os recursos existentes na propriedade mediante a indicao de localizao feita

    pelo mesmo.

    Dos 20 lotes, somente 4 produtores no participaram da tcnica; 3 no possuem

    vinculao com o Plo (esses lotes so considerados como chcaras e proprietrios no

    pertencem a associao e no participam da produo do Plo) e um no se encontrava na

    propriedade.

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    3. RESULTADOS E DISCUSSO

    A seguir encontra-se caracterizado cada setor existente no Plo Agroflorestal Custdio

    Freire, municpio de Rio Branco Acre.

    Educao: Segundo o levantamento realizado pelo eixo Scio-Econmico doZEAS, a maioria dos adultos tem formao incompleta (Tabela 1). Todos tm interesse de

    retornar aos estudos, sendo que o ensino seria de preferncia no Plo e noite. Grande parte

    dos jovens e crianas estuda na escola que se localiza na Vila Custdio Freire, porm muitos

    dos pais reclamam da qualidade de ensino, como tambm da necessidade de se criar o ensino

    mdio nessa escola, uma vez que os filhos desses produtores terminam somente o ensino

    fundamental (1 srie a 8 srie). As demais escolas que oferecem o ensino mdio ficam muito

    longe do plo. Percebe-se, que apesar do interesse, muitos desconhecem que a escola da Vila

    fornece educao para adultos, porm para a realizao dessas aulas, a escola exige no

    mnimo 18 alunos por sala. Curso profissionalizante como artesanato, culinria, manejo do

    solo e produtividade so os que mais interessam para os produtores.

    Tabela 1. Nvel de escolaridade dos assentados no Plo Agroflorestal Custdio Freire,

    municpio de Rio Branco Acre

    Nvel de Escolaridade Crianas Adultos Idosos

    --------------------- % --------------------

    No est em idade escolar 63% - -

    Ainda no comeou a estudar 7% - -

    Pr-escolar 4% - -

    Analfabeto - 8% -

    Analfabeto funcional - 7% 100%

    Ensino Fundamental incompleto (1 a 4 sries) - 44% -

    Ensino Fundamental completo - 2% -

    Ensino Mdio incompleto - 20% -Ensino Mdio completo - 7% -

    Ensino Fundamental (5 a 8) - 12% -

    Fonte: Eixo Scio-Econmico do ZEAS (2006). Sade: nem no Plo nem na Vila existe posto de sade e nem rea disponvel paraconstruo. Os moradores recorrem para os seguintes postos e hospitais:

    Municpio de Bujari bom atendimento.

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    Barral bom atendimento. Bairro Vitria (Rio Branco) bom atendimento. Conjunto Universitrio (Rio Branco) bom atendimento.

    Fundao Hospitalar (Rio Branco) atendimento ruim. Posto Esperana (centro) timo atendimento. Posto da Estao atendimento ruim. Tucum atendimento ruim.

    gua: no vero, perodo de estiagem, o caminho pipa fornece gua potvel umavez por semana para a comunidade e a gua do aude fica para o plantio e banho. No inverno

    o aude tambm utilizado para o consumo ou armazenam a gua da chuva. Para amenizar a

    escassez de gua no Plo, a prefeitura forneceu manilhas para construo dos poos, porm

    alguns produtores encontram dificuldade. Uma delas o caso da gua salobra, a exemplo no

    que foi encontrado no lote 20. Outro fator a falta de conhecimento quanto construo do

    poo, com ausncia da proteo lateral, como o caso do lote 08 (Figura 2). Os demais esto

    em fase de construo e outros j possuem poos (Figura 3).

    Esgoto: O Plo no apresenta rede de esgoto e o sanitrio localiza-se na parteexterna da casa. Apesar dos produtores terem conhecimento da importncia da rede de esgoto

    (93,7%), os mesmo alegam que no tm condies de implantar a fossa sptica. Segundo os

    produtores, a prefeitura j tem conhecimento dessa necessidade, porm ainda no foi tomada

    qualquer providncia. A instalao inadequada de sanitrios, alm de comprometer a

    qualidade do lenol fretico e da gua dos audes devido a sua proximidade, pode tambm

    comprometer a qualidade dos produtos que so irrigados com a gua dos audes (Figura 4).

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    Figura 2. Poo para captao de gua para uso domstico no Plo Agroflorestal Custdio

    Freire, municpio de Rio Branco Acre.

    Figura 3. Poo do produtor do lote 17, cuja gua utilizada para o consumo da famlia no

    Plo Agroflorestal Custdio Freire, municpio de Rio Branco Acre.

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    Figura 4. Sanitrio prximo ao aude no lote 18, no Plo Agroflorestal Custdio Freire,municpio de Rio Branco Acre.

    Lixo: o lixo produzido pelos produtores seja lixo orgnico ou inorgnico tem trsdestinos: queima, pequenos aterros locaise lanamento direto a cu aberto em mato e igarap.

    Aude: uma das recomendaes feitas na avaliao de desapropriao das reas,que deu origem ao Plo, foi a construo de audes para o armazenamento de gua. Porm,

    dos produtores entrevistados, somente dois (lotes 02 e 19 Figuras 5 e 6) tiveram orientao

    da COPPEAGRO. Os demais entrevistados (oito) construram os audes sem orientao e seis

    a Prefeitura forneceu o trator e o tratorista, sendo que os produtores pagaram o combustvel.

    Segundo os produtores entrevistados, tambm no houve orientao da Prefeitura quanto ao

    melhor local para o aude, como tambm quanto sua manuteno. A ttulo de exemplo est

    o lote 06, em que o proprietrio construiu o seu aude na parte declivosa do terreno e no

    perodo de inverno transbordou, destruindo toda a produo.

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    Figura 5. Aude do lote 2 no Plo Agroflorestal Custdio Freire, municpio de Rio Branco Acre.

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    Figura 6. Aude do lote 19 no Plo Agroflorestal Custdio Freire, municpio de Rio Branco

    Acre.

    Queimadas: A prtica de queimada utilizada por 18% dos produtores, doisutilizam s vezes e os demais no fazem uso dessa prtica. Apesar de conhecerem como

    aplicar o fogo, em alguns lotes ocorreram incidentes, sendo que o fogo atingiu reas

    indesejadas (Figura 7). A prefeitura incentiva a no utilizao da queimada e muitos

    produtores afirmaram que quando a utiliza o solo empobrece. Nota-se que os produtores tm

    percepo em relao conservao dos recursos.

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    Figura 7. Incidente ocorrido no lote 17 com o uso do fogo no Plo Agroflorestal Custdio

    Freire, municpio de Rio Branco Acre.

    Como alternativa para recuperao do solo a prefeitura municipal de Rio Branco doou

    sementes de mucuna (da famlia Fabaceae). Recomenda-se que aps 50% da florao, com o

    surgimento das primeiras vagens, o solo seja manejado, ou seja, a vegetao deve ser roada,

    mas sem incorporar a massa verde ao solo. Alguns produtores deixam a florao completar

    para garantir um banco de sementes (Figura 8).

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    Figura 8. Semente de mucuna (da famlia Fabaceae) A e B -, no Plo Agroflorestal Custdio

    Freire, municpio de Rio Branco Acre.

    Associao: A Associao do Plo de Hortalias Custdio Freire tem comoobjetivo principal garantir melhores condies de vida aos seus associados. Todos os

    produtores so associados e sabem da importncia dessa instituio para conseguirem

    melhorias no Plo, pois tudo o que conseguiram foi por intermdio dela. Os associados

    contribuem com uma mensalidade de 1,5% do salrio mnimo vigente.

    A Associao possui terreno prprio, mas no tem sede, a qual uma das

    reivindicaes dos produtores, tanto para melhorar o local de reunies, como ter um local para

    desenvolver outras atividades como: creche, cursos profissionalizantes, alfabetizao de

    adultos, etc. Porm, a Associao no dispe de recursos financeiros para a construo da

    sede, aguardando o apoio da Prefeitura.

    Dentre os benefcios alcanados por intermdio da Associao foi a insero dos

    produtores no programa Fome Zero, assegurando a venda dos produtos. Os produtores

    estimam quando/quanto podem fornecer de produtos agrcolas e a Prefeitura recolhe

    semanalmente.

    Grande parte dos produtores reclama da atuao do presidente, considerado moroso nabusca de recursos e de melhorias para o Plo. Porm, todos afirmam a falta de unio por parte

    dos prprios produtores e de compromisso perante a associao.

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    4. CONCLUSES

    Atravs do trabalho de campo, verificou-se que h problemas no Plo, como tambm a

    inexistncia do sistema agroflorestal.

    Por meio da entrevista estrutura, os produtores demonstram interesse em elucidar as

    suas reais necessidades e principais reivindicaes.

    Com a aplicao da tcnica participativa, teve-se uma realidade da organizao dos

    recursos existentes em cada lote.

    O mapa da propriedade, resultante da aplicao da tcnica participativa, pode servir

    como instrumento de planejamento e melhor utilizao e aproveitamento dos recursos

    existentes.

    Apesar da no efetivao do sistema agroflorestal no Plo, este apresenta problemaspertinentes quanto infra-estrutura bsica, bem como tambm falta de conhecimento por

    parte dos produtores quanto ao manejo do solo.

    5. RECOMENDAES

    A falta de planejamento para insero do sistema, como o despreparo dos tcnicos e

    ausncia de infra-estrutura so outros indcios que demonstram o insucesso do sistema

    agroflorestal.

    Apesar de se ter poucas informaes que quantificam os benefcios sobre o SAFs,

    necessrio seguir algumas recomendaes para se obter xito, caso venha a ser efetivado o

    sistema.

    Ministrar palestras sobre o que seja o SAF, a sua importncia e o seu retorno emnvel socioeconmico e ambiental, pois tem que ter a aceitao do produtor em relao ao

    sistema.

    Implantar infra-estrura bsica: fossa sptica, poos adequados, audes beminstalados.

    Capacitar tcnicos sobre o SAF para que possam auxiliar efetivamente osprodutores.

    Integrar entre os rgos setoriais (universidade, rgo de pesquisa, governo,extenso rural), ou seja, faz-se necessrio a integrao e transferncia de informaes e

    aplicao do SAF.

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    Envolver lideranas e associaes em apoio s aes a rgos especficos paraconsolidao do SAF.

    Promover educao ambiental para a importncia da conservao dos igaraps ematas, como o destino correto do lixo e a limpeza do terreno.

    Efetivar melhorias e capacitar os produtores quanto aos manejos adequados no solo. Atender a reivindicao de melhoria da via (ramal) de acesso do Plo. Implantar reserva legal comunitria para atender as medidas legais vigentes no pas. Caso no seja implantado o sistema agroflorestal, o Plo necessita de infra-estrura

    bsica como:

    Implantao de fossas spticas. Apoio tcnico quanto a construo e manuteno dos audes.

    Apoio tcnico quanto as atividades de olericultura e demais atividades que venhama ser implantadas no Plo.

    Realizao de palestra quanto ao destino correto do lixo.

    6. BIBLIOGRAFIA

    ALENCAR, E.; GOMES, M.A.O. Metodologia de pesquisa social e diagnsticoparticipativo. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. 212 p.

    ALTIERI, M.A. Agroecologia: bases cientficas para una agricultura sustentable.Montevideo. 1999. 338p.

    FERNANDES, E.C.M., MATOS, J.C.S., ARCO-VERDE, M.F.; LUDEWIGS, T. Estratgiasagroflorestais para reduo das limitaes qumicas do solo para a produo de fibra e

    alimento na Amaznia Ocidental. In: I CONGRESSO BRASILEIRO SOBRE SISTEMASAGROFLORESTAIS. Anais... Colombo: EMBRAPA CNPF, 1994. 522p.

    GEILFUS, F. 80 herramientas para el desarrollo participativo: diagnstico, planificacin,monitoreo, evaluacin. IICACTZ, San Salvador, El Salvador. 1997. 208p.

    MALINOWSKI, B. Argonautas do Pacfico Ocidental. Coleo Os pensadores. So Paulo:

    Ed. Abril, 1978, 192p.

    SAFRA Secretaria Municipal de Floresta e Agricultura. Avaliao de imvel rural paradesapropriao, municpio de Rio Branco Acre. Julho de 2001. 11p.

    VERDEJO, M.E. Diagnstico Rural Participativo: um guia prtico. Ed. Palcio doDesenvolvimento. Braslia: DF, 2006. 61p.

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    ZEAS - Zoneamento Econmico Ambiental e Social. Diagnstico dos tipos de solos, usoatual da terra e avaliao da degradao ambiental do Plo Agroflorestal CustdioFreire no municpio de Rio Branco, Acre. 2006a. 30p. (no prelo).

    ZEAS - Zoneamento Econmico Ambiental e Social. Diagnstico Rural Participativo do

    Eixo Cultural no Plo Agroflorestal Custdio Freire, no municpio de Rio Branco,Acre. 2006b. (no prelo)

    ZEAS - Zoneamento Econmico Ambiental e Social. Diagnstico Scio-Econmico, nomunicpio de Rio Branco, Acre. 2006c. (no prelo)