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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO DE TEMPO Taubaté – SP 2012

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior

ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO DE TEMPO

Taubaté – SP 2012

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II

Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior

ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO DE TEMPO

Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Mecânica pelo Curso de Pós-graduação em Engenharia Mecânica do Departamento de Mestrado da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Produção Mecânica Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Chaves

Taubaté – SP

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III

2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior

ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO DE TEMPO

Dissertação apresentada para obtenção do Título de Mestre em Engenharia Mecânica pelo Curso de Pós-graduação em Engenharia Mecânica do Departamento de Mestrado da Universidade de Taubaté. Área de concentração: Produção Mecânica Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Chaves

Data: 04/12/2012 Resultado: APROVADO BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Carlos Alberto Chaves Universidade de Taubaté

Assinatura: _____________________________________

Prof. Dr. Álvaro Azevedo Cardoso Universidade de Taubaté

Assinatura: _____________________________________

Prof. Dr. César Augusto Botura – Unisal / DCTA

Assinatura: _____________________________________

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IV

Dedico ao bom Deus porque sem ele não somos ninguém. A minha família e mãe que sempre estiveram comigo em todos os momentos difíceis que passei durante a obtenção deste sonho. A Karolzinha por manter, mesmo sem saber, minha cabeça no lugar e a Nena por me fazer repensar a vida.

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V

AGRADECIMENTOS

Ao meu grande amigo Hélio que orientou minha cabeça nestes tempos difíceis.

Ao senhor Antônio Saliba que com toda compreensão, paciência e sabedoria me

conduziu na confecção do estudo de caso, dedicando parte do seu tempo livre em fazer

deste meu sonho uma realidade.

A minha amiga Ale que esteve ao meu lado, me fazendo ter paciência e ainda me

ajudando a tornar este meu sonho possível.

A Paula Barros pelo apoio na construção desta dissertação.

Aos colaboradores da empresa estudada que contribuíram com suas palavras de

incentivo.

Ao professor Dr. Carlos Alberto Chaves que orientou meus passos para construção

desta dissertação e me apoiou com muita dedicação e atenção, buscando sempre o

melhor.

Aos amigos (Nirlene, Scopinho, Magnun, Bonafé, Janamilton e Everton) que

estiveram comigo na mesma turma, buscando o mesmo objetivo e que irão perdurar como

amigos, mesmo com a conclusão deste sonho.

A Universidade de Taubaté pela oportunidade de acrescentar conhecimento e

conhecer pessoas especiais nesta passagem pela Universidade.

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VI

RESUMO

Este trabalho apresenta a aplicação de uma metodologia para estudos de postos de

trabalho com o objetivo de reduzir desperdícios, aplicar melhorias de layout e

consequentemente melhora da ergonomia de um posto de trabalho de uma indústria do

ramo automotivo, visando o diagnóstico do processo em questão, encontrando assim,

oportunidades para melhoria do mesmo. Para realizar este diagnóstico e identificar as

melhorias pretendidas foi utilizada a ferramenta de análise de tempo MTM (Methods-Time

Measurement), técnicas de balanceamento, ergonomia e estudo de layout. Atualmente há

muitas empresas no mundo que utilizam o MTM (Methods-Time Measurement), que é um

sistema de tempos pré-determinados. A eliminação dos desperdícios com a finalidade da

redução de tempo é necessária para o aumento da produção que será aplicado em 2012,

que tem como objetivo a passagem de 29 veículos por hora para 40 veículos por hora na

linha de montagem. Para o estudo de caso, foram selecionados três postos, os quais são

nomeados segundo suas operações principais. O primeiro deles, Filme CAPOT,

compreende a colocação de filme protetor sobre o capot do veículo na saída da linha de

montagem. O segundo, Filme TETO, corresponde à colocação do mesmo filme sobre o

teto do veículo. Já o Posto ECOM é onde ocorre a liberação do veículo para

comercialização. Utilizando a análise de posto com as ferramentas já listadas, foi possível

diminuir o tempo necessário ao operador para que mesmo realize suas atividades e assim

aumentar a capacidade produtiva da empresa em 48,9%, ou seja, passa-se de 31,1 para

46,3 veículos por hora. A ergonomia do espaço de trabalho teve sua avaliação global

modificada nos postos de colocação de filme de proteção no CAPOT e TETO em função

da modificação do layout dos postos propiciando aos operadores menores deslocamentos

e posturas de trabalho mais ergonômicas que estão abordadas no corpo do trabalho. Tem-

se também o ganho relacionado ao espaço físico, os três postos utilizavam, juntos,

300,9m² do prédio da empresa já na situação proposta necessita-se apenas de 142,6m²,

uma redução de 52,6%.

Palavras-chave: Análise de posto, Estudo de tempos e métodos, MTM (Methods-Time

Measurement), Manufatura enxuta.

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VII

ABSTRACT

This paper presents the application of a methodology for studies of work stations in

order to reduce waste, implement improvements to layout and consequently improves the

ergonomics of a work station at automotive industry, for the diagnosis of the case in

question, finding opportunities for improvement. To make this diagnosis and identify the

intended improvements was used a toll for analysis of time called MTM (Methods-Time

Measurement), balancing techniques, ergonomics and layout study. Currently there are

many companies worldwide that use MTM (Methods-Time Measurement), which is a

system of predetermined times. The elimination of waste for the purpose of reducing the

time is required for the increased production to be applied in 2012, which intends the

passage of 29 vehicles per hour for 40 vehicles per hour on the assembly line. For the case

study, we selected three stations, which are named according to their main operations. The

first, Filme CAPOT, comprising placing protective film on the top of the vehicle off the

assembly line. The second Filme TETO corresponds to placing the same film on the ceiling

of the vehicle. Finally the station ECOM is where occurs the release of the vehicle for sale.

Using the work station analysis with the tools already listed, it was possible to reduce the

time required for the operator to perform the same activities and increase the company's

production capacity in 48.9%, from 31.1 to 46.3 vehicles per hour. The ergonomics of the

workspace had his overall evaluation changed at the placing protective film on CAPOT and

TETO stations, because the modifying the layout of the stations enabling operators to

smaller displacements and more ergonomic working postures that are addressed in the

body of the work. There is also the gain related to the physical space, the three stations

used together 300.9 m² of the company `s building, and after proposed situation they

needs only 142.6 m², a decrease of 52.6%.

Keywords: Work station analysis, Times and methods study, MTM (Methods-Time

Measurement), Lean manufacturing.

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VIII

LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 Ficha de avaliação da análise ergonômica do posto de trabalho ............. 35 Fig. 2 Superfície de trabalho horizontal ............................................................... 37 Fig. 3 Altura do plano de trabalho com o cotovelo................................................ 38 Fig. 4 Distância de visão....................................................................................... 39 Fig. 5 Ângulo de visão .......................................................................................... 39 Fig. 6 Espaço para as pernas............................................................................... 40 Fig. 7 Cadeira para várias utilizações................................................................... 40 Fig. 8 Condições de elevação............................................................................... 43 Fig. 9 Posturas e movimentos .............................................................................. 44 Fig. 10 Apreciação global referente a risco de acidentes ....................................... 46 Fig. 11 Avaliação do grau de rendimento ............................................................... 67 Fig. 12 Típico Ciclo ................................................................................................. 69 Fig. 13 Estrutura metodológica do trabalho ........................................................... 81 Fig. 14 Esquematização do final da Linha de Montagem ...................................... 82 Fig. 15 Representação do deslocamento do operador no Posto Filme CAPOT .... 84 Fig. 16 Representação do deslocamento do operador no Posto Filme TETO....... 85 Fig. 17 Representação do deslocamento do operador no Posto ECOM ............... 86 Fig. 18 Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme CAPOT .......................... 96 Fig. 19 Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme TETO ............................. 97 Fig. 20 Ficha de Avaliação Ergonômica do ECOM................................................ 98 Fig. 21 Representação do deslocamento do operador na proposta do Posto Filme TETO ...................................................................................................................... 100 Fig. 22 Representação do deslocamento do operador na proposta do Posto Filme CAPOT ................................................................................................................. 101 Fig. 23 Representação do deslocamento do operador na proposta Posto ECOM 103 Fig. 24 Esquematização da proposta para os postos na Linha de Montagem ..... 104 Fig. 25 Comparação da Capacidade Produtiva .................................................... 122 Fig. 26 Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme TETO ............................ 123 Fig. 27 Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme CAPOT ......................... 125 Fig. 28 Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme ECOM........................... 127

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IX

LISTA DE TABELAS

Tab.1 Apreciação global da repetitividade do trabalho ........................................... 49 Tab.2 Período de observação................................................................................. 50 Tab.3 Atenção requerida ........................................................................................ 50 Tab.4 Acuidade visual normal................................................................................. 51 Tab.5 Elevada acuidade visual ............................................................................... 51 Tab.6 Exemplos de intensidade de nível sonoro .................................................... 52 Tab.7 Apreciação global ruído ................................................................................ 52 Tab.8 Influências da distância e grau de dificuldade nos movimentos ................... 71 Tab.9 Tempos normalizados MTM ......................................................................... 72 Tab.10 Tempos normalizados MTM ......................................................................... 73 Tab.11 Tempos normalizados MTM ......................................................................... 74 Tab.12 Tempos normalizados MTM ......................................................................... 75 Tab.13 Tabela de conversão entre unidades de tempo ........................................... 76 Tab.14 Tempos Cronometrados Posto Filme CAPOT............................................. 88 Tab.15 Atividades e Tempos Filme CAPOT ........................................................... 89 Tab.16 Tempos Cronometrados Posto Filme TETO .............................................. 90 Tab.17 Operações e Tempos Filme TETO.............................................................. 91 Tab.18 Tempos Cronometrados Posto ECOM....................................................... 92 Tab.19 Atividades e Tempos ECOM ....................................................................... 93 Tab.20 Síntese dos Tempos Atuais......................................................................... 94 Tab.21 Capacidade Produtiva dos Tempos Atuais.................................................. 94 Tab.22 Atividades e Tempos Posto Filme TETO Proposto ................................... 106 Tab.23 MTM Posto Filme TETO Proposto – OPERADOR 1 ................................. 107 Tab.24 MTM Posto Filme TETO Proposto – OPERADOR 2 ................................. 108 Tab.25 Atividades e Tempos Posto Filme CAPOT ............................................... 111 Tab.26 MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 1 .............................. 112 Tab.27 MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 2 .............................. 114 Tab.28 Atividades e Tempos Posto ECOM Proposto............................................ 117 Tab.29 MTM Posto ECOM Proposto ..................................................................... 117 Tab.30 Síntese dos Tempos Propostos................................................................. 120 Tab.31 Capacidade Produtiva dos Tempos Propostos ......................................... 121 Tab.32 Comparação das Avaliações do Espaço de Trabalho............................... 128 Tab.33 Comparação Avaliação Ergonômica Global .............................................. 128

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X

LISTA DE QUADROS

Quad.1 Apreciação global do espaço de trabalho .................................................. 41 Quad.2 Apreciação global da atividade física geral ................................................ 42 Quad.3 Análise de risco.......................................................................................... 45 Quad.4 Probabilidade de ocorrência de acidentes ................................................. 45 Quad.5 Severidade de um acidente ....................................................................... 46 Quad.6 Apreciação global do conteúdo do trabalho............................................... 47 Quad.7 Apreciação global da Restritividade do trabalho........................................ 47 Quad.8 Apreciação global da comunicação e contatos pessoais........................... 48 Quad.9 Apreciação global da tomada de decisão .................................................. 49 Quad.10 Vantagens e desvantagens da Cronoanálise ............................................ 62 Quad.11 Demonstrativo de análise MTM bi manual................................................. 65 Quad.12 Evolução do MTM...................................................................................... 76

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XI

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABERGO.................................Associação Brasileira de Ergonomia ANFAVEA ..............................Associação nacional dos fabricantes de veículos automotores ECOM.....................................Entrada de Comercialização ETeM ......................................Estudo de Tempos e Métodos ERS.........................................Ergonomics Research Society ESIOH.....................................Ergonomics Section Institute of Occupational Health IEA...........................................International Ergonomics Association JIT...........................................Just in time MTM........................................Methods Time Meansurement MTA ........................................Motion Time Analysis VIS...........................................Vehicle Idenfication System dB.............................................Decibéis Top............................................Tempo de Operação Tc..............................................Tempo de Ciclo Tdesl..........................................Tempo de deslocamento

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XII

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS VIII LISTA DE TABELAS IX LISTA DE QUADROS X LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS XI AGRADECIMENTOS.................................................................................................. V

RESUMO................................................................................................................... VI ABSTRACT .............................................................................................................. VII LISTA DE FIGURAS................................................................................................ VIII LISTA DE TABELAS ................................................................................................. IX

LISTA DE QUADROS................................................................................................. X

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..................................................................... XI SUMÁRIO................................................................................................................. XII 1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 14

1.1 Contexto ......................................................................................................... 14

1.2 Descrição do problema................................................................................... 16

1.3 Relevância......................................................................................................... 18

1.4 Objetivos............................................................................................................. 18

1.4.1 Geral................................................................................................................ 18

1.4.2 Específicos ...................................................................................................... 18

1.5 Delimitação do trabalho..................................................................................... 19

1.6 Estrutura do trabalho ......................................................................................... 19

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 20

2.1 Manufatura enxuta.......................................................................................... 20

2.2 Desperdícios de mão de obra......................................................................... 23

2.3 Classificação de atividade .............................................................................. 25

2.4 Ergonomia ...................................................................................................... 27

2.5 Análise ergonômica de posto de trabalho....................................................... 32

2.5.1 Local de trabalho ............................................................................................ 36

2.5.1.1 Área de trabalho horizontal ...................................................................... 37

2.5.1.2 Altura do plano de trabalho ...................................................................... 37

2.5.1.3 Visão ........................................................................................................ 38

2.5.1.4 Espaço para as pernas ............................................................................ 39

2.5.1.5 Assento .................................................................................................... 40

2.5.1.6 Ferramentas manuais .............................................................................. 40

2.5.1.7 Outros equipamentos............................................................................... 41

2.5.2 Atividade física geral....................................................................................... 41

2.5.3 Tarefas de elevação ....................................................................................... 42

2.5.4 Posturas e movimentos .................................................................................. 43

2.5.5 Risco de acidente ........................................................................................... 44

2.5.6 Conteúdo do trabalho ..................................................................................... 46

2.5.7 Restritividade do trabalho ............................................................................... 47

2.5.8 Comunicação e contatos pessoais entre os trabalhadores............................. 48

2.5.9 Tomada de decisões ...................................................................................... 48

2.5.10 Repetitividade do trabalho........................................................................ 49

2.5.11 Nível de atenção requerido ...................................................................... 49

2.5.12 Nível de atenção requerido ...................................................................... 50

2.5.13 Ambiente térmico ..................................................................................... 51

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XIII

2.5.14 Ruído........................................................................................................ 52

2.6 Layout ............................................................................................................. 53

2.7 Estudo de tempo............................................................................................. 58

2.8 Cronometragem.............................................................................................. 61

2.9 MTM (Methods-Time Measurement) .............................................................. 63

2.10 Balanceamento de linha ................................................................................. 77

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 80

4 ESTUDO DE CASO........................................................................................ 84

4.1. Análise do Layout .............................................................................................. 84

4.1.1. Análise do Layout do Posto Filme CAPOT ..................................................... 84

4.1.2 Análise do Layout do Posto Filme TETO......................................................... 85

4.1.3 Análise do Layout do posto ECOM.................................................................. 86

4.2 Operações e tempos .......................................................................................... 87

4.2.1 Operações e Tempos Posto Filme CAPOT ..................................................... 87

4.2.2 Operações e Tempos Posto Filme TETO........................................................ 89

4.2.3 Operações e Tempos Posto ECOM ................................................................ 91

4.2.4 Síntese dos Tempos e Capacidade Produtiva................................................. 93

4.3 Análises Ergonômicas ........................................................................................ 95

4.3.1 Análise Ergonômica Posto Filme CAPOT........................................................ 95

4.3.2 Análise Ergonômica Posto Filme TETO .......................................................... 96

4.3.3 Análise Ergonômica Posto ECOM................................................................... 98

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................. 100

5.1 Melhorias no Layout ......................................................................................... 100

5.1.1 Melhorias no layout Posto Filme TETO ........................................................ 100

5.1.2 Melhorias no layout Posto Filme CAPOT...................................................... 101

5.1.3 Melhorias no layout Posto ECOM.................................................................. 102

5.1.4 Melhorias no layout Geral.............................................................................. 103

5.2 Operações e Tempos ....................................................................................... 105

5.2.1 Operações e Tempos Posto Filme TETO...................................................... 105

5.2.2 Operações e Tempos Posto Filme CAPOT ................................................... 110

5.2.3 Operações e Tempos Posto ECOM .............................................................. 116

5.2.4 Síntese dos Tempos e Capacidade Produtiva Propostas.............................. 120

5.3 Ergonomia ........................................................................................................ 122

5.3.1 Análise Ergonômica Posto Filme TETO Proposto ......................................... 122

5.3.2 Análise Ergonômica Posto Filme CAPOT Proposto ...................................... 124

5.3.3 Análise Ergonômica do Posto ECOM Proposto............................................. 126

5.3.4 Análise Ergonômica Geral ............................................................................. 128

6 CONCLUSÕES............................................................................................. 129

6.1 Considerações Finais .........................................Erro! Indicador não definido. 6.2 Sugestões trabalhos ..................................................................................... 130

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 131

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14

1. INTRODUÇÃO

1.1 Contexto

A globalização, o avanço da competitividade e a aceleração do consumo no

mercado automotivo, que conforme ANFAVEA (2011), desde 2003 apresenta

crescimento na venda de veículos, tem obrigado as empresas a uma constante

redução de custo e incentiva a melhoria contínua em processo, atraindo mais

investimentos para maior eficiência e aumento da parcela de mercado. Dawar e

Frost (1999) comentam que a chegada de uma multinacional em um mercado

emergente, pode frequentemente parecer uma sentença de morte para empresas

locais, devido a estas não conseguirem competir contra os seus vastos recursos

financeiros e tecnológicos. Segundo Shingo (1982), a competitividade entre as

montadoras as incentivam o uso do princípio de não custo. Anteriormente os

responsáveis pela produção utilizavam o princípio simplista que: custo + lucro

desejado = preço de venda. Acontece que atualmente a definição do preço final dos

automóveis é ditada pelo mercado que define o preço final de venda, e desta forma

tem-se: preço de venda - custo = lucro. Pode-se notar que a única forma de originar

lucro com este princípio, é reduzindo custos, ou seja, eliminando desperdícios. Com

este cenário de crescimento do mercado e de maior concorrência, as empresas se

apoiam em recursos tecnológicos para produzir mais com menos custo e menos

desperdício, procurando assim, a padronização do seu processo e do tempo.

O estudo de tempos foi originado por Taylor no início do século vinte e é usado

para estabelecer tempos-padrão para o desempenho no trabalho, sendo que estes

incluem tolerâncias para pausa e descanso (TURNER, 1993). Logo, o tempo-padrão

para cada elemento é constituído por duas partes, que são: o tempo básico (1),

tempo levado por um trabalhador qualificado, que faz um trabalho qualificado com

desempenho padrão; e a tolerância (2), concessões acrescentadas ao tempo básico

para permitir descanso, relaxamento e necessidades pessoais (SLACK, CHAMBERS

e JOHNSTON, 2007). Com este tempo é possível determinar a capacidade de

produção de uma máquina ou da linha de montagem. Uma das formas de se

determinar o tempo padrão das atividades é através do uso de sistemas de tempos

pré-determinados.

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15 De acordo com Sugai (2003), MTM é uma abreviação de “Methods – Time

Measurement” que pode ser traduzida como medição do tempo de método. O MTM

é um sistema de tempos pré-determinados desenvolvido por H. B. Maynard, G. J.

Stegemerten e J. L. Schwab em 1948. Trata-se do processo de tempos pré-

determinados mais difundidos em todo mundo, pertencente ao instrumento básico

dos estudos da administração operacional de prazos (EPIC, 2002).

Novaski e Sugai (2002) ressaltam que a aplicação da metodologia MTM é

bastante difundida no mundo sendo aplicada em diversas empresas de países

europeus como a Alemanha e a Suécia, entre outros.

A associação MTM do Brasil (2005) descreve que a metodologia MTM é um

instrumento para descrever, estruturar, configurar e planejar sistemas de trabalho

por meio de módulos definidos de processo, sendo, portanto, um padrão eficiente de

sistemas de produção. Ele pode ser utilizado em qualquer lugar onde for preciso

planejar, organizar e realizar uma tarefa humana visando seu efetivo cumprimento.

Resumidamente "O método determina o tempo". Principalmente quando utilizado

para questões de planejamento, a metodologia justificaria a premissa apresentada

em MTM do Brasil (2005): “Evitar custos ao invés de reduzi-los”. Este slogan pode

ser explicado pela premissa de que um processo corretamente planejado pode ser

executado desde o início sem os custos extras provenientes das ineficiências do

processo.

Com o trabalho não sendo mais avaliado pelo desempenho individual, mas sim

pelos resultados de equipes, sendo as mesmas responsáveis pela sua capacidade

competitiva, e tendo como fatores de desempenho custos baixos, qualidade,

capacidade de atendimento e flexibilidade, os estudos de tempos e métodos se

tornam importantes, no cenário globalizado, com ênfase às necessidades de

racionalização da produção.

Vive-se em um mundo de recursos escassos e a sociedade esta cada vez

menos aceitando pagar o alto preço dos desperdícios. Para obter o sucesso, as

empresas necessitam cada vez mais melhorar sua produtividade e eliminar os

desperdícios para oferecerem produtos que, além de qualidade, possuam prazos e

custos competitivos. Faz-se, então, necessário o desenvolvimento e a aplicação de

técnicas que permitam o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.

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16 Esta percepção não é nova. Apesar de possuírem focos diferentes, esta

preocupação pode ser verificada desde os estudos de Taylor (Administração

Cientifica) e Fayol (Teoria Clássica da Administração) até os estudos mais recentes

sobre Manufatura Enxuta citada por Costa (2011), Wood Jr. (1992), Womack et al.

(1992) e Womack e Jones (1998 e 2006).

Kendrick (1977) e Dogramaci (1981) explicam que um aumento da

produtividade resulta num melhor aproveitamento dos recursos por unidade

produzida.

Conforme Blaxill e Hout (1991), com um processo robusto, consegue-se

melhorar a qualidade, reduzir os tempos de fabricação e os custos com o time de

planejamento. Os autores ainda citam que se pode utilizar a Toyota como exemplo

de um beneficiário na utilização do processo robusto, enquanto ela possui menos de

um empregado por cada milhão de dólares em vendas, as outras montadoras nos

Estados Unidos, possuem por volta de cinco empregados para o mesmo valor.

Segundo Iida (1995), a ergonomia contribui para melhorar a eficiência, a

confiabilidade e a qualidade das operações industriais, aperfeiçoando o sistema

homem-máquina, organização do trabalho e melhorando as condições de trabalho.

1.2 Descrição do problema

A eliminação dos desperdícios com a finalidade da redução de tempo é

necessária para o aumento da produção que será aplicado em 2012, que tem como

objetivo a passagem de 29 veículos por hora para 40 veículos por hora na linha de

montagem. Para o estudo de caso, foram selecionados três postos, os quais são

nomeados segundo suas operações principais. O primeiro deles, Filme CAPOT, que

compreende a colocação de filme protetor sobre o capot do veículo na saída da linha

de montagem. O segundo, Filme TETO, que corresponde à colocação do mesmo

filme sobre o teto do veículo. Já o posto ECOM é onde ocorre a liberação do veículo

para comercialização. Outras operações são realizadas nestes postos, mas as

operações principais são as que foram descritas.

Os três postos utilizam cinco operadores, sendo dois no primeiro posto, dois no

segundo e um no terceiro. A empresa não pode aumentar seus gastos, então a

mesma necessita não aumentar o seu número de operadores nos postos e se

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17 possível o mesmo ainda deve ser reduzido aumentando sua produção e

produtividade.

Os postos estudados estão dispostos no final da linha de produção. Dentre eles

há postos sem operações, ficando o operador livre para se deslocar entre outros

postos enquanto o veículo percorre a linha de montagem e ele realiza suas

operações. Esta disposição faz com que o operador realize deslocamentos

desnecessários, já que não tem fixado o seu local de trabalho e também propicia

aos operadores a iniciar o trabalho fora do seu posto de montagem.

Ao realizar o mapeamento das operações e tempos dos postos, notou-se que

existiam desperdícios dos mesmos no que se referia ao deslocamento e também ao

processo em si, já que não há uma ferramenta padrão para calcular o tempo. As

operações que estavam descritas nas folhas de processo, que são documentos de

processo que definem as atividades a serem realizadas em cada posto e como elas

devem ser conduzidas, não eram detalhadas por cada movimento do operador e sim

o que existe é uma visão global da operação. Outro problema é referente a

capacidade produtiva da linha de montagem. O posto Filme CAPOT possui uma

capacidade produtiva de 57,9 veículos por hora, enquanto o posto Filme TETO

possui uma de 37,4 veículos por hora e o posto ECOM uma de 32,8 veículos por

hora e, como um todo, se dependesse apenas desses postos, a capacidade

produtiva seria de no máximo 31,1 veículos por hora, que a capacidade limitante (o

gargalo).

A análise foi limitada ao que se refere à ergonomia do “Espaço de trabalho”,

pois esse é o item com maior impacto na meta do estudo. A fim de obter-se base

para perceber aspectos passíveis de melhorias na mesma as atividades foram

decompostas sendo elas: área do trabalho horizontal, altura do plano de trabalho,

visão, ferramentas manuais e outros equipamentos, quantificando-os e gerando uma

apreciação global do espaço de trabalho. Notou-se que a altura do plano de trabalho

e os equipamentos utilizados prejudicavam os postos no que se refere a ergonomia

já que é necessária uma considerável elevação dos membros superiores.

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18 1.3 Relevância

Demonstra-se neste trabalho que com uma análise criteriosa e estudo do posto,

pode-se melhorar significativamente as condições de trabalho do operador,

ganhando em competitividade, qualidade, produtividade, e qualidade da vida do

colaborador.

1.4 Objetivos

1.4.1 Geral

A presente dissertação tem como objetivo, por meio de um estudo de caso,

analisar um posto de trabalho unificando a análise de tempo, com balanceamento,

layout e ergonomia do “Espaço de trabalho”, para a redução de desperdícios de

espaço físico e deslocamento, visando o diagnóstico do processo em questão,

encontrando assim, oportunidades para melhoria do mesmo.

1.4.2 Específicos

Os objetivos específicos desta dissertação são:

• Visualizar e esboçar o posto de trabalho;

• Detalhar as operações e tempos;

• Padronizar o método de tempos através da utilização da ferramenta MTM

(Methods-Time Measurement);

• Identificar os desperdícios;

• Propor modificações a fim de melhorar o processo de montagem;

• Elaborar um modelo para ser utilizado em diversos postos.

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19 1.5 Delimitação do trabalho

Este estudo é delimitado aos colaboradores da área de fabricação de veículos

de uma montadora de veículos de passeio e tem como foco a aplicação de

ferramentas de tempo, balanceamento, ergonomia do “Espaço de trabalho”, e

estudo de layout para melhoria do processo de postos já existente.

1.6 Estrutura do trabalho

Esta dissertação é composta de seis capítulos que tratam dos aspectos

conceituais e empíricos abordados para construção do trabalho. No capítulo “um”

apresenta-se o contexto da pesquisa com a introdução ao estudo, a descrição do

problema, o objetivo geral e os específicos e a delimitação e justificativa para

existência desta pesquisa e sua estrutura. Este capítulo compreende toda a

estruturação do trabalho e a parte introdutória para esclarecimentos sobre o tema

escolhido. No capítulo “dois” é abordada a fundamentação teórica, levando em

consideração as literaturas já existentes sobre, manufatura enxuta e desperdícios,

ergonomia, layout, estudo de tempos e balanceamento, o que constituem a base

para as conceituações da pesquisa realizada. O capítulo “três” compreende o

contexto da metodologia. É apresentado o método de pesquisa e sua

caracterização, o que se faz necessário para manter o rigor exigido por uma

dissertação de mestrado. No capitulo “quatro” aborda-se o estudo de caso e

apresenta-se em detalhes toda a análise dos postos estudados. No capítulo “cinco”,

apresenta-se a análise dos resultados da pesquisa considerando os fatores

relevantes para redução de tempo no posto e as dificuldades para realização deste

processo. No capítulo “seis”, Considerações Finais, faz-se uma reflexão final sobre

as contribuições deste trabalho com as conclusões, além de sugerir trabalhos

futuros sobre o assunto pesquisado que podem ser baseados nesta dissertação de

mestrado.

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20

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Manufatura enxuta

Segundo Ohno (1997), a eliminação de desperdícios e elementos

desnecessários são elementos importantes a fim de reduzir custos. Ainda segundo o

mesmo autor, a ideia básica é produzir apenas o necessário, no momento

necessário e na quantidade necessária.

A Produção Enxuta surgiu no Japão, no período pós Segunda Guerra Mundial,

cuja proeminente aplicação se deu na Toyota Motor Company. Devastado pela

guerra, o Japão não dispunha de recursos para realizar altos investimentos

necessários para a implantação da produção em massa, que caracterizava o

sistema implantado por Henry Ford e General Motors. Além disso, no país existiam

outras séries de problemas e desafios a serem contornados como: mercado interno

limitado e demandando vasta variedade de produtos; mão-de-obra organizada,

existência de vários fabricantes de veículos do mundo, interessados em ingressar no

Japão, dentre outros.

A partir daí, surgiu a necessidade de se criar um novo modelo gerencial,

nascendo, assim, o Sistema Toyota de Produção ou Manufatura Enxuta (Lean

Manufacturing), estruturado por TAIICHI OHNO, vice-presidente da Toyota. Os

objetivos fundamentais deste novo sistema caracterizaram-se por qualidade e

flexibilidade do processo, ampliando sua capacidade de produzir e competir no

cenário internacional.

Conforme Womack et al. (1992), há de conferir o máximo número de funções e

responsabilidades a todos os trabalhadores que adicionam valor ao produto na linha,

e a adotar um sistema de tratamento de defeitos imediatamente acionado a cada

problema identificado, capaz de alcançar a sua causa raiz. A busca de uma

tecnologia de produção que utilize a menor quantidade de equipamentos e mão-de-

obra para produzir bens sem defeitos no menor tempo possível, com o mínimo de

unidades intermediárias, entendendo como desperdício todo e qualquer elemento

que não contribua para o atendimento da qualidade, preço ou prazo requerido pelo

cliente. Eliminar todo desperdício através de esforços concentrados da

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21 administração, pesquisa e desenvolvimento, produção, distribuição e todos os

departamentos da companhia.

Para Ohno (1997), a base da produção enxuta é a combinação de técnicas

gerenciais com as máquinas a fim de produzir mais com menos recursos. A

produção enxuta difere tanto da produção artesanal quanto da produção em massa.

Na produção artesanal, trabalhadores altamente qualificados, usando ferramentas

manuais, fabricam cada produto de acordo com as especificações do comprador,

feitos um de cada vez. Já na produção em massa, profissionais especializados

projetam produtos que são fabricados por trabalhadores não qualificados ou

semiqualificados operando equipamentos caros e de finalidades específicas,

produzindo produtos padronizados em grandes quantidades. Na produção em

massa, o tempo ocioso precisa ser evitado, pois o maquinário tem um elevado custo.

A gerência, então, acrescenta uma "reserva" na forma de estoque extra e de

trabalhadores para garantir a disponibilidade de insumos ou para que o fluxo de

produção não seja desacelerado. Devido ao alto custo do investimento em

máquinas, a adaptação para a fabricação de novos produtos fica impedida e o

consumidor é que se beneficia com os preços baixos em prejuízo da variedade.

A produção enxuta, entretanto, combina a vantagem da produção artesanal,

evitando o alto custo, com a produção em massa, evitando a inflexibilidade. Para

alcançar esses objetivos de produção, a gerência reúne equipes de trabalhadores

com várias habilidades em cada nível da organização, para trabalharem ao lado de

máquinas, produzindo grandes quantidades de bens com variedades de escolha. A

produção é enxuta porque usa menos de tudo se comparada com a produção em

massa – menos esforço humano na fábrica, espaço físico menor, menor

investimento em equipamentos (OHNO, 1997).

Um dos conceitos fundamentais da Manufatura Enxuta é a melhoria contínua

(chamado de Kaizen), considerada a chave do sucesso dos métodos japoneses de

produção. O sistema de produção japonês é constituído para encorajar mudanças e

aperfeiçoamentos constantes, como parte das operações diárias. Para alcançar o

Kaizen, a gerência aproveita a experiência coletiva de todos os seus trabalhadores e

valoriza a solução de problemas em conjunto.

De acordo Ohno (1997), a Produção Enxuta surgiu como um sistema de

manufatura cujo foco é aperfeiçoar os processos e procedimentos através da

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22 redução contínua de desperdícios, como, por exemplo, excesso de inventário entre

as estações de trabalho, bem como tempos de espera elevados. Seus objetivos

fundamentais são:

• Otimização e a Integração do sistema de manufatura: é preciso integrar

todas as partes do sistema de manufatura, buscando sempre a otimização do

sistema como um todo. Qualquer processo ou atividade que não agrega valor

ao produto é desperdício e precisa ser eliminado. A integração e otimização

de um sistema de manufatura é um processo contínuo de redução do número

de etapas estanques, necessárias para completar um processo em particular;

• Qualidade: o sistema puxado necessita e exige um ambiente produtivo que

forneça produtos com qualidade. Cada processo de produção deve passar

produtos com qualidade para a etapa seguinte, ou seja, a qualidade deve ser

assegurada ao longo de todo o processo. A Manufatura Enxuta exige que

cada pessoa envolvida no processo produtivo seja educada e treinada para

aceitar a responsabilidade pelo nível de qualidade do seu trabalho;

• Flexibilidade do processo: é minimizar os fatores de restrição na produção.

Ser flexível é a capacidade de obter materiais rapidamente e de preparar um

processo de produção em curto espaço de tempo e a custo mínimo, ou seja,

é ser capaz de suportar variações na demanda;

• Produção de acordo com a demanda: a empresa tem que organizar sua

produção de acordo com os pedidos dos clientes, pois eles são a razão de

ser de uma empresa. Não faz sentido produzir o que os clientes não querem.

• Manter o compromisso com clientes e fornecedores: manter os

compromissos é o elo final que permite que as empresas fabricantes

individuais se juntem em um processo industrial contínuo. Os fornecedores,

clientes e funcionários precisam de uma posição clara da alta administração

de que a empresa pretende permanecer competitiva no mercado. Planejar

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para manter os compromissos é um processo de determinar as etapas

necessárias para atender aos planos de entrega, níveis de qualidade e

margens de lucro;

• Redução do custo de produção: é o objetivo mais evidente e factível com a

inserção da Manufatura Enxuta, que declara “guerra” ao desperdício e busca

de forma determinada e contínua a redução dos custos do processo de

manufatura como um todo.

Todos os objetivos acima foram estabelecidos visando ampliar a capacidade de

produção das empresas para que elas possam competir neste cenário globalizado.

As metas colocadas pela Produção Enxuta em relação aos vários problemas de

produção são: zero defeito; tempo zero de preparação (setup); estoque zero;

movimentação zero; quebra zero lote unitário (uma peça) e lead time zero. Dessa

forma, a essência do Sistema Toyota de Produção é a busca incessante da

eliminação de toda e qualquer perda.

2.2 Desperdícios de mão de obra

Segundo Iida (1995), decisões na empresa geralmente costumam ser tomadas

com base em dados objetivos, baseadas na análise de custo benefício, ou seja,

qualquer investimento só se realiza se os benefícios previstos forem maiores que os

seus custos. No caso de uma mudança na produção, devem ser estimados os

aumentos de produtividade e de qualidade, a redução dos desperdícios, as

economias de energia, mão-de-obra, manutenção, e assim por diante.

Um dos grandes problemas encontrados na manufatura de veículos da

atualidade são os desperdícios não identificados ou sem causa definida, mas que

são percebidos quando se compara o tempo planejado de montagem com tempo

utilizado. Tomam-se como exemplos de desperdícios com difícil identificação das

causas, as faltas, os atrasos, retrabalhos, afastamentos médicos, excesso de

movimentação, etc.

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24 Segundo Shingo (1982), durante um experimento na linha de montagem de

espelhos para veículos da Toyota, observou-se que no processo de encaixe do

espelho na carcaça, ocorriam muitas quebras e a linha tinha de ser parada duas

vezes por turno para limpeza. Procurando a origem do problema, foi observado que

para encaixar o espelho na armação existia uma peça de borracha na sua parte

posterior, e que durante sua montagem era necessário apertar a sua superfície para

encaixá-la na armação. O número de espelhos danificados aumentava, quando o

colaborador, que normalmente executava a tarefa faltava por algum motivo e era

substituído por outro, ou se os cuidados necessários para o encaixe não fossem

respeitados (ser encaixado com calma). Definindo-se a causa, criou-se

posteriormente como solução, um dispositivo para propiciar a montagem correta do

espelho sem depender da perícia do colaborador, evitando desta forma a quebra do

mesmo e abrindo a possibilidade da tarefa ser feita por outros colaboradores sem

danificar as peças.

Fazendo-se uma análise mais profunda das faltas, retrabalhos e afastamentos

médicos, pode-se chegar à conclusão que estes têm, por muitas vezes ligação com

as condições de trabalho do indivíduo por estas serem muito penosas,

extremamente extenuantes, ou pelo tempo requerido da tarefa não ser o suficiente.

Como o colaborador não possui meios para influenciar ou para melhorar estas

condições no ambiente de trabalho, ou ainda por ter receio de reclamar (pelo medo

de ser demitido, ou punido), acaba por utilizar outros meios para se poupar.

O exemplo citado é uma demonstração da falta de robustez de processos, e de

que o tempo de ocupação influencia diretamente na qualidade final do produto.

A falta de robustez de processos, aliada a sobrecarga de trabalho no

colaborador, levam estes a se utilizar de outros meios para poupar-se, o que pode

acabar por aumentar o absenteísmo, retrabalhos e afastamentos médicos dentro da

empresa.

Axelsson e Eklund (2005) sugeriram após 25 estudos de caso conduzidos

durante seis anos, que de 30% a 50% dos problemas de qualidade dentro da

manufatura, estão ligados as más condições de trabalho, mostrando que desta

perspectiva, existe ainda muito a se fazer pela integração de programas de

ergonomia e qualidade.

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25 A qualidade deve ser vista como um grande diferencial para o futuro

competitivo das empresas, e deve ser observada com profundidade, para redução

de custos, melhoria na produtividade, para o cumprimento de prazos e dos

programas de produção. Más condições de trabalho acabam por gerar problema

com a ergonomia e como citado anteriormente, acabam por gerar problemas com a

qualidade dos produtos, aumento de custos e desperdícios.

Lee e Quazi (2001) colocaram que o gerenciamento da qualidade, leva a

práticas que além de satisfazerem o cliente, reduzem custos e aumentam a

produtividade.

Magd e Curry (2003) sugeriram que produzir e entregar qualidade em produtos

e serviços vai ser a chave da sobrevivência da vantagem competitiva em nosso

mercado.

2.3 Classificação de atividade

De acordo com Guérin et al. (2001), pode-se dizer em uma primeira análise,

que a atividade se opõe à inércia, sendo um conjunto de fenômenos (fisiológicos,

psicológicos, psíquicos, etc.) que caracterizam o ser vivo cumprindo atos. Estes

resultam de um movimento do conjunto do homem (corpo, pensamento, desejos,

representações, história) adaptado a esse objetivo. No caso do trabalho, esse

objetivo é socialmente determinado. Sem atividade humana não há trabalho, mas

pode haver uma produção. Um automatismo, por exemplo, materializa de certo

modo o trabalho necessário a sua concepção, fabricação e manutenção e transmite

a cada unidade produzida uma parte do valor desse trabalho.

Segundo Womack e Jones (1996), classifica-se como desperdício qualquer

atividade humana que absorve recursos e não agrega valor ao produto, como

aquelas onde o cliente obterá algum benefício da atividade, como por exemplo:

montar uma peça, fazer uma regulagem, montar uma proteção de transporte, etc. As

atividades que não agregam valor ao produto são aquelas que podem ser

imprescindíveis para a fabricação do produto, mas o cliente não verá nenhum

benefício, pois estas não agregam algo ao produto, como por exemplo: pegar uma

máquina ou uma ferramenta, estoques intermediários, andar 20 metros para pegar

uma peça, abaixar, transportar uma peça, etc. Atividades como estas são facilmente

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26 encontradas no processo de fabricação, mas devem sempre ser vistas como um

desperdício, e como qualquer desperdício, se não pode ser eliminado, deve pelo

menos ser reduzido ao máximo. De acordo com Kazmierczak et al. (2005),

Mathiassen, Forsman e Winkel (2005), classificam-se as tarefas no trabalho, entre

trabalho necessário que são os que agregam valor, e perdas.

Segundo Shingo (1982), o fenômeno transporte não aumenta o valor agregado

ao trabalho, mas somente eleva os custos, e que apesar disto, geralmente nas

fábricas a logística envolve 45% do percentual nos processos; ficando as operações

de processamento com os outros 45% e dividindo-se os restantes 10% igualmente

entre a inspeção e estocagem; onde os trabalhos de processamento são idênticos

ao percentual de transporte. Apesar disto, mesmo se o trabalho de transporte for

mecanizado com a utilização de esteiras, por exemplo, isto simplesmente significa

que altos custos requeridos para o transporte manual são convertidos para os

mecânicos, os quais são perdas sem retorno. Precisa-se considerar a absoluta

eliminação do transporte, melhorando-se o layout das instalações, reduzindo-se

estoques entre processos, que significam, por exemplo, um lote inteiro de peças de

artigos que se encontram no estado de espera pelo próximo processo.

Pode-se afirmar que um dos objetivos dos fabricantes de veículos é montar

veículos na quantidade solicitada e com qualidade necessária. Isto parece simples,

mas quando se fala de milhares de partes de veículos e centenas de veículos por

turno de trabalho, este objetivo torna-se muito difícil de ser atingido. Desta forma,

pode-se entender a importância do JIT (Just-in-Time) na manufatura moderna, onde

além da completa eliminação de estoques intermediários, com a aplicação de

software para sequenciamento, elimina-se a necessidade de escolha pelo

colaborador, pois a peça correta para aquele veículo lhe é entregue sequenciada

para a montagem. A Toyota define Just-in-Time, como sendo a parte certa, na hora

certa e na quantidade certa. Pode-se incluir no local certo a fim de se obter um

requerimento completo.

Nota-se dentro das montadoras cada vez mais esforços para não ocorrerem

paradas de linha, devido ao custo e perda de produção que estas paradas

representam. Para estes objetivos serem atingidos, os colaboradores da área de

manufatura, devem estar treinados em: o que, como, e em que momento montar

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27 determinada peça no veículo. Além de se ter todas as peças requeridas para os

veículos disponíveis nos momentos necessários.

2.4 Ergonomia

De acordo com Iida (1995), a ergonomia surgiu junto com o homem primitivo.

Com a necessidade de se proteger e sobreviver, o homem primitivo, sem querer

começou a aplicar os princípios de ergonomia, ao fazer seus utensílios de barro para

tirar água de caçambas e cozinhar alimentos, fazer o tacape para se defender ou

abater animais. Mas foi na revolução industrial que a ergonomia sistematizadamente

começou a firmar-se. Nas grandes guerras ela teve uma importância fundamental no

desenvolvimento de armas e equipamentos bélicos.

A ergonomia surgiu em função da necessidade do ser humano de cada vez

mais querer despender menos esforço físico e mental nas suas atividades diárias.

Ela tem sido considerada um dos fatores de aumento de produtividade, na qualidade

do produto, bem como da qualidade de vida dos trabalhadores na medida em que, a

mesma é aplicada com a finalidade de melhorar as condições ambientais, visando à

interação com o ser humano.

Campos (2000) descreve que os primeiros estudos sobre o homem em

atividade profissional foram realizados por engenheiros, médicos do trabalho e

pesquisadores. Os engenheiros que procuraram melhorar o desempenho do homem

no trabalho, dentre eles pode-se citar: De Vauban, Bélidor, Perronet, Vaucanson,

Jacquard, Taylor e Ford; os médicos do trabalho que procuravam estabelecer uma

proteção à saúde dos trabalhadores: Paracelse, Ramazzini, Tissot, Patissier e

Villermé; e os pesquisadores que buscavam compreender o funcionamento do

homem em atividade de trabalho: De la Hire, Da Vinci, Lavoisier, Coulomb,

Chauveau, Marey e Amar.

O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez, em 1857, pelo polonês W.

Jastrzebowski que publicou um artigo intitulado: "Ensaio de ergonomia ou ciência do

trabalho baseada nas leis objetivas da ciência da natureza". Quase cem anos mais

tarde, em 1949, um engenheiro inglês chamado Murrel criou na Inglaterra a primeira

sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomic Research Society, nascendo então

na Inglaterra e tendo uma data oficial de nascimento 12 de julho de 1949, quando foi

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28 formalizado este novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. O termo

ergonomia foi adotado nos principais países europeus, onde se fundou em 1959 a

IEA – International Ergonomics Association, que realizou o seu primeiro congresso

em Estocolmo, em 1961 (Iida, 1995). Posteriormente, a ergonomia desenvolveu-se

em numerosos países industrializados, como a França, Estados Unidos, Alemanha,

Japão e países escandinavos (CAMPOS, 2000). Em 31 de agosto de 1983 foi criada

a ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia.

A ergonomia é uma atitude profissional que se agrega à prática de uma

profissão definida. Tem como objetivo (ABERGO, 2011) modificar os sistemas de

trabalho para adequar a atividade neles existentes, as características, habilidades e

limitações das pessoas com vistas ao seu desempenho, eficiente, confortável e

seguro.

Conforme explicam Dul e Weerdmester (1995), a ergonomia é uma disciplina

científica que estuda as interações dos homens com outros elementos do sistema,

com objetivo de melhorar o bem estar – humano e o desempenho global do sistema.

A estratégia utilizada pela Ergonomia para apreender a complexidade do

trabalho é decompor a atividade em indicadores observáveis (postura, exploração

visual, deslocamento).

As posturas constituem um reflexo de uma série de imposições da atividade a

ser realizada. A postura é um suporte à atividade gestual do trabalho e um suporte

às informações obtidas visualmente. A postura é influenciada pelas características

antropométricas do operador e características formais e dimensionais dos postos de

trabalho (ABERGO, 2011).

Existem deslocamentos em relação a um referencial adotado e em relação a

um peso, onde este último é o mais importante e estudado por diversos

ergonomistas mundo a fora.

A posição da cabeça e orientação dos olhos do indivíduo permite inferir para

onde esse está olhando. O registro da direção do olhar (ABERGO, 2011) é

amplamente utilizado em Ergonomia para apreciação das fontes de informações

utilizadas pelos operadores. As observações da direção do olhar podem ser

utilizadas como indicador da solicitação visual da tarefa.

Existem várias técnicas para realizar uma boa cotação ergonômica, são elas

(ABERGO, 2011):

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• Técnicas objetivas ou diretas: registro das atividades ao longo de um

período, por exemplo, através de um registro em vídeo. Essas técnicas

impõem uma etapa importante de tratamento de dados.

• Técnicas subjetivas ou indiretas: técnicas que tratam do discurso do

operador são os questionários, os check-lists e as entrevistas. Esse tipo de

coleta de dados pode levar a distorções da situação real de trabalho, se

considerado uma apreciação subjetiva. Entretanto, esses podem fornecer

uma gama de dados que favoreçam uma análise preliminar.

Para Wisner (1972), a ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos

relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e

dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto e eficácia. Para

Grandjean (1998) a ergonomia pode ser definida como a ciência da configuração

das ferramentas, das máquinas e do ambiente de trabalho. O alvo da ergonomia é o

desenvolvimento de bases científicas para a adequação das condições de trabalho

às capacidades e realidades da pessoa que trabalha. Complementam Dul e

Weerdmeester (1995) dizendo que a ergonomia surge como um dos fatores mais

importantes na redução do uso inadequado de equipamentos, sistemas e tarefas,

além de contribuir na prevenção de erros operacionais, melhorando o desempenho.

Conforme Campos (2000), é relevante destacar ainda outras conceituações de

ergonomia segundo algumas entidades:

• Ergonomics Research Society (ERS): "A ergonomia é o estudo do

relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e

particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e

psicologia na solução surgida neste relacionamento".

• International Ergonomics Association (IEA): "A ergonomia é o estudo

científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaços de

trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas

disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que,

dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar em uma melhor

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adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e

de vida".

• Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO): "A ergonomia é o estudo

da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser

humano".

A ergonomia é de uma interdisciplinaridade imensa, e baseia-se em

conhecimento no campo da ciência do homem, como a antropometria, a fisiologia, a

psicologia, e até uma parte da sociologia. Para Borges (1993), a abrangência da

ergonomia é profunda, envolvendo além da relação física, o uso de procedimentos,

envolvendo o conhecimento no relacionamento, a interação, o saber. A ergonomia

tem como objeto específico de estudo, a atividade real dos trabalhadores com

objetivo de transformação. O interesse da ergonomia é saber o que realmente os

trabalhadores fazem e como fazem, porque fazem e como eles podem fazer melhor

(MONTMOLLIN, 1990).

A ergonomia é uma disciplina jovem em evolução. Esta disciplina segundo

Montmollin (1990) poderia ser definida como uma “ciência do trabalho”. A construção

do conhecimento em Ergonomia se dá a partir da ação, integrando os

conhecimentos de áreas distintas. Para isto a ergonomia toma como base a visão

dos trabalhadores sobre seu próprio trabalho, condições de execução, dificuldades,

queixas e problemas verbalizados.

Para minimizar o sofrimento do trabalhador, a ergonomia segundo Nogueira

(2002), pode contribuir para o aumento da produção e consequentemente para o

bem estar do empregado, onde o enfoque fundamental é a qualidade do produto e

da vida do trabalhador. A aplicação da ergonomia enfatiza a preocupação que a

empresa deve ter em identificar e tratar os perigos e riscos relacionados à saúde e

segurança do trabalho. Para Campos (2000), a ergonomia tem dois objetivos

fundamentais:

• Num primeiro momento, o conforto e a saúde dos trabalhadores, adotando ora

uma abordagem paliativa que visa à compensação das deficiências das

pessoas, ora uma abordagem preventiva que procura evitar a ocorrência de

situações patogênicas. Esse primeiro objetivo da ergonomia (conforto e

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saúde) deve estar voltado à pesquisa das condições que não apenas evitam

a degradação da saúde, mas favoreçam a construção da mesma.

• Num segundo momento, a ampliação da eficácia empresarial, através da qual,

a organização mede suas diversas dimensões, produtividade, qualidade,

custo, segurança no trabalho e a própria satisfação dos trabalhadores. Essa

eficácia é dependente da eficiência humana, sobretudo então, a ergonomia

visa conceber sistemas adaptados à lógica de utilização dos trabalhadores.

Conforme Campos (2000), a ergonomia sob esse ponto de vista, procura

analisar os conhecimentos, beneficiar as formações e definir as contribuições

apropriadas. “Ela objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar as

atividades nele existentes às características, habilidades e limitações de pessoas

com vistas ao desempenho eficiente, confortável e seguro” (ABERGO, 2011). Pode-

se então afirmar que ela pode manter o binário de forças homem-sistema dentro de

um equilíbrio não patológico. O objetivo fim, então, é propor uma organização do

trabalho que permita aos nossos operadores o máximo de eficácia, apostando em

atividades inerentes às suas capacidades.

De acordo com Fialho e Santos (1995), a ergonomia busca promover a máxima

ambientação do trabalhador através da adequação a este de condições físicas,

psíquicas e emocionais. Medeiros (2002) afirma que a ergonomia propõe preservar

o homem da fadiga, do desgaste físico e mental, colocando-o apto ao trabalho

produtivo. Pacheco, Pereira Filho e Pereira (2000) destacam que a ergonomia busca

a melhoria da qualidade de vida do homem no ambiente de trabalho, nas suas

ferramentas, nos métodos e na organização do trabalho, e procura entender este

homem nas suas relações profissionais e familiares.

A ergonomia pode ser aplicada nos seguintes problemas (VIDAL, BUCICH,

2003):

• Custos de doenças e acidentes do trabalho;

• Inadequação de postos e características das operações;

• Qualidade insatisfatória do produto e processo;

• Concepção de produtos e sistemas;

• Inovação em equipamentos e ambiente;

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32

• Formação e treinamento;

• Atendimento a parâmetros legais e normativos.

Nascimento e Moraes (2000) citam as vantagens de se investir em ergonomia,

em especial nos programas de ergonomia:

• Para a empresa: Melhoria da qualidade de vida de seus empregados;

diminuição dos gastos com assistência médica por ocorrência de doenças

ocupacionais; menor número de acidentes; redução do índice de

absenteísmo; aumento da eficiência do trabalho humano; diminuição da

rotatividade no quadro de empregados da empresa; maior proteção legal

contra possíveis processos de empregados por doenças e acidentes de

trabalho; aumento de produtividade; consequente aumento nos lucros da

empresa; melhor imagem e melhor ambiente de trabalho.

• Para o empregado: Diminuição da fadiga e desconforto físico, com

consequente diminuição da irritabilidade; diminuição do gasto energético na

execução das tarefas; diminuição do estresse ocupacional; maior estabilidade

emocional; diminuição da incidência de doenças; favorecimento da

socialização junto ao grupo de trabalho; melhora da qualidade de vida; maior

eficiência no trabalho.

Palmer (1976) descreve que as contribuições da ergonomia para introduzir

melhorias em situações de trabalho dentro de empresas podem variar, conforme a

etapa em que elas.

2.5 Análise ergonômica de posto de trabalho

De acordo com a Ergonomics Section Institute of Occupational Health (ESIOH,

2004), a melhoria eficaz das condições de trabalho requer a colaboração entre

projetistas, os especialistas em saúde ocupacional e os próprios trabalhadores. A

aplicação mais ou menos superficial pelos projetistas de regras baseadas na sua

intuição ou o controle das atividades pelos profissionais de saúde ocupacional são

insuficientes para projetar tarefas e postos de trabalho seguros, saudáveis e

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33 produtivos. Para ser efetiva, a colaboração requer ferramentas de trabalho que

permitam obter uma avaliação real da situação de trabalho. A análise ergonômica do

posto de trabalho possui esta finalidade.

A análise ergonômica, conforme (ESIOH, 2004) do posto de trabalho pode

também ser utilizada com outros objetivos. Graças a sua estrutura sistemática, pode

ser usada em análises de verificação das melhorias resultantes de melhorias

realizadas num posto de trabalho ou numa tarefa. Ela permite também estabelecer

comparações entre diferentes postos de trabalho no mesmo ramo de atividade.

Pode também ser utilizada para o registro formal das condições de trabalho, para

recolher informações básicas para a colocação de pessoal, etc. Pode também ser

usada como meio de veicular informação entre o utilizador e o projetista do posto de

trabalho. A análise ergonômica do posto de trabalho é utilizada como ferramenta de

análise detalhada, após terem detectados indicadores de potenciais problemas

ergonômicos.

O posto de trabalho é analisado segundo quatorze diferente itens escolhidos de

acordo com dois critérios. Em primeiro lugar, cada item deve representar fatores

determinantes para a segurança, salubridade e produtividade dos postos de trabalho

a se projetar e construir. Em segundo lugar, os itens devem ser quantificáveis.

Alguns fatores importantes podem não ter ser incluídos nos quatorzes itens

escolhidos porque não podem ser adequadamente estruturados e classificados ou

porque a base teórica da sua avaliação não é ainda suficientemente robusta. No

entanto é possível ao utilizador acrescentar ou remover itens de acordo com sua

competência e necessidades.

A base da análise ergonômica do posto de trabalho é uma descrição

sistemática e cuidadosa da tarefa ou do posto de trabalho. A informação necessária

é obtida a partir das observações e análises. Em alguns itens é necessário efetuar

algumas medições utilizando aparelhos simples.

De acordo com Esioh (2004), a análise de um posto de trabalho realiza-se

segundo os seguintes três passos:

• Analista define e delimita o estudo a realizar: a análise pode incidir sobre

uma simples tarefa ou todo num local de trabalho. Frequentemente uma

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34

tarefa terá que ser divida em subaéreas que serão analisadas separadamente

se forem suficientemente diferenciadas.

• Analista faz descrição da tarefa: para esta finalidade o analista faz uma lista

das operações e efetua um esquema do local de trabalho. A lista de

operações pode ser baseada num gráfico que porventura exista acerca do

posto de trabalho em estudo. A descrição e o esquema poderão ser

complementados por uma ou mais fotografias ou imagens.

• Analista faz Item a item: já na posse de uma imagem clara da tarefa em

questão, o analista pode prosseguir com análise ergonômica item a item e

indica uma avaliação que vai de 1 a 4 em alguns casos e de 1 a 5 em outros,

sendo quanto menor, melhor o posto de trabalho.

Para cada item o analista classifica os vários fatores numa escala de um a

cinco. A base principal da classificação é a amplitude do desvio entre as condições

de trabalho ou o arranjo do posto de trabalho e o nível ótimo ou as recomendações

geralmente aceitas. Uma classificação quatro ou cinco indica que as condições de

trabalho ou ambientais são inadequadas ou mesmo perigosas para a saúde de

trabalhador. Isso significa que deve ser dada uma atenção especial à condição de

trabalho ou ambiental.

As classificações são inscritas na ficha de avaliação conforme Figura 1 e no

seu conjunto constituem a avaliação global ou perfil do posto de trabalho ou da

tarefa em questão. Com base nesse perfil o analista faz uma lista de sugestões com

as melhorias a realizar.

As escalas de cada item não são comparáveis. Por exemplo, uma classificação

de cinco no item contatos pessoais poderá não ter o mesmo peso que o valor cinco

no item ruído. Contudo, os valores de cinco no perfil final devem chamar a atenção e

atribuir prioridade de ação sobre as correspondentes condições de ambiente de

trabalho.

O principal objetivo deste método são as tarefas de manufaturas e de

manipulação manuais de objetos, mas a análise também pode ser utilizada para

outros tipos de tarefa. Em tais casos a relevância de cada item deve ser

cuidadosamente avaliada; um dado item pode ser irrelevante para a tarefa. Por

exemplo, o item repetitividade pode ser irrelevante na tarefa de condução de um

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35 automóvel. A tarefa pode ser variada ou o conteúdo de trabalho de tal modo amplo

que o uso de tal escala não seria razoável. Em tais casos será preferível utilizar uma

descrição verbal em vez da escala. Se o analista concluir que a maioria dos itens é

aplicável a uma dada situação de trabalho, será preferível utilizar um método mais

específico a essa situação.

Ficha de Avaliação Data: Nº

Análise ergonômica de postos de trabalho

Empresa: Secção:

Posto de trabalho: Local:

Equipamento, máquinas:

Descrição da tarefa, fases do trabalho(1, 2, 3...) :

Croquis e fotografias do Posto de trabalho:

1 2 3 4 ++ + - --1 2 3 4 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 ++ + - --1 2 3 4 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --1 2 3 4 5 ++ + - --

/ /

1 Espaço de trabalho2 Actividade física geral

Avaliação pelo analista

avaliação pelo trabalhador Comentários

14 Ruído

3 Tarefas de elevação

5 Riscoc de acidente6 Conteúdo de trabalho7 Restritividade do trabalho8 Comunicação do trabalhador

10 Repetitividade do trabalho11 Atenção requerida12 Iluminação13 Ambiente térmico

9 Dificuldade em tomar decisões

4 Posturas e movimentos

Figura 1 – Ficha de avaliação da análise ergonômica do posto de trabalho (ESIOH, 2004)

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36

2.5.1 Local de trabalho

De acordo com Esioh (2004), local de trabalho refere-se ao espaço situado nas

imediações e nas proximidades físicas do trabalhador. A avaliação abrange o

equipamento, a mobília e outros componentes do trabalho e a sua localização e

dimensões. A influência desses fatores na carga de trabalho é importante,

especialmente se o trabalho for estacionário e realizado nas posições de sentado ou

de pé. O arranjo do local de trabalho depende em grande parte do tipo de trabalho a

realizar e do equipamento disponível que podem ter uma enorme variabilidade. Por

essa razão, o método não pode fornecer um critério de avaliação específico para

cada possível situação.

A classificação do espaço de trabalho depende do modo como os

equipamentos, o mobiliário e os outros componentes do trabalho permitem uma

postura de trabalho correta e devidamente apoiada a com liberdade de movimentos.

A classificação do espaço de trabalho resulta da imediata avaliação das imediações.

A fim de referenciar melhor a classificação, este item é dividido em sete alíneas,

cada uma das quais foca um dos aspectos importantes do local de trabalho. O

analista deverá avaliar cada uma delas de acordo com as respectivas

recomendações que são fornecidas. Esta avaliação geral é depois suplementada

pelas análises da atividade física geral, das tarefas de elevação e das posturas e

movimentos no trabalho que constituem itens autónomos (ESIOH, 2004).

Conforme Esioh (2004), para realizar a avaliação algumas observações:

• Se os objetos manipulados pelo operador estão situados de modo a permitir-lhe

usar posturas de trabalhos corretas;

• Se as superfícies de suporte permitem posturas de trabalho adequadas para

satisfazer as exigências funcionais da tarefa (cadeira, apoio lombar, apoios de

braço, plano ou mesa de trabalho, etc.);

• Se o espaço de trabalho é suficiente para o operador realizar os movimentos

necessários e para mudar de posturas;

• Se o trabalhador puder ajustar as dimensões do local de trabalho e a

localização dos equipamentos que utiliza.

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37 Necessário comparar o arranjo das várias alíneas do espaço de trabalho com

as recomendações dadas para cada uma delas. Como raramente será possível

satisfazê-las todas simultaneamente, o local de trabalho deve ser avaliado no seu

conjunto e pode ser necessário aceitar alguns compromissos em relação às várias

recomendações.

2.5.1.1 Área de trabalho horizontal

De acordo com Esioh (2004), todos os materiais, ferramentas e equipamentos

devem estar situados na superfície de trabalho conforme Figura 2. Os dispositivos

de controle devem estar situados dentro da zona de alcance normal do operador que

é, aproximadamente, 65 cm para os homens e 58 cm para as mulheres, medida a

partir dos ombros.

Figura 2 – Superfície de trabalho horizontal (ESIOH, 2004)

2.5.1.2 Altura do plano de trabalho

De acordo com Esioh (2004), a altura do cotovelo deve ser igual à distância do

cotovelo ao solo com o braço numa posição descontraída conforme Figura 3. Se o

trabalho contiver tarefas com diferentes níveis de exigência (como por exemplo,

manutenção ou diferentes tarefas combinadas) a altura do plano de trabalho será

determinada pela tarefa mais exigente.

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38

Figura 3 – Altura do plano de trabalho com o cotovelo (ESIOH, 2004)

2.5.1.3 Visão

De acordo com Esioh (2004), a distância de visão deve ser proporcional às

dimensões do objeto de trabalho: um objeto pequeno requer uma menor distância de

visão e uma superfície de trabalho. Os objetos que são continuamente comparados

a uma distância de visão próxima (menos de um metro) devem estar situados à

mesma distância dos olhos do observador conforme Figura 4. Outro ponto

importante é o ângulo de visão aonde o objeto observado com maior frequência

deve estar centrado em frente ao operador. O ângulo de visão recomendado

(medido a partir do plano horizontal passado pelos olhos) varia entre 15 graus e 45

graus, dependendo da postura de trabalho, sendo conforme Figura 5, sendo 15

graus a postura com a cabeça direita e o tronco um pouco inclinado para trás e 45

graus postura do tronco ligeiramente inclinado para diante.

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39

Figura 4 – Distância de visão (ESIOH, 2004)

Figura 5 – Ângulo de visão (ESIOH, 2004)

2.5.1.4 Espaço para as pernas

De acordo com Esioh (2004), durante o trabalho sentado deve haver espaço

suficiente entre a face inferior da superfície de trabalho e o assento para permitir

mudar a posição das pernas. A largura recomendada para o espaço deve ser de fato

de 60 cm com a profundidade de 45 cm ao nível dos joelhos e 65 cm ao nível do

solo.

No trabalho em pé, o espaço mínimo para os pés deve ser de 15 cm em

profundida e altura.

O espaço livre recomendado pelo de trás do trabalhador é de 90 cm se não

manipular objetos grandes conforme Figura 6.

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40

Figura 6 – Espaço para as pernas (ESIOH, 2004)

2.5.1.5 Assento

De acordo com Esioh (2004), um assento utilizado durante períodos longos

deve ser ajustável em altura, almofadada fina e com forro permeável e encosto

ajustável. Uma cadeira que é utilizada por várias pessoas deve ser facilmente

ajustável. A necessidade de rodas, encosto alto ou braços depende do tipo de

trabalho a realizar conforme Figura 7. Para o trabalho de pé deve haver um banco

ou apoio para utilização temporária.

Figura 7 – Cadeira para várias utilizações (ESIOH, 2004)

2.5.1.6 Ferramentas manuais

De acordo com Esioh (2004), as dimensões, a forma, o peso e a textura

superficial de uma ferramenta manual devem permitir uma boa pega e facilidade de

utilização. A utilização de uma ferramenta manual não deve exigir força excessiva.

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41 Os níveis sonoros e das vibrações devem ser os mais baixos possíveis. A

classificação pelo analista vai da nota um até a nota quatro.

2.5.1.7 Outros equipamentos

De acordo com Esioh (2004), incluem-se aqui, por exemplo, instalações

componentes, dispositivos de proteção individual, controles e dispositivos de

elevação e movimentação que devem ser analisados de acordo com a sua

utilização. A classificação pelo analista vai da nota um até a nota quatro.

Verificado todos os sete subitens da apreciação global do espaço de trabalho,

segue Quadro 1 referente à apreciação global.

Quadro 1 – Apreciação global do espaço de trabalho (ESIOH, 2004)

1 O posto de trabalho está de acordo com as recomendações ou é completamente ajustável pelo operador

2Apesar dos compromissos necessários, as posturas e movimentos efectuados são adequados tendo em consideração os requisitos da actividade

3 Nem todas as recomendações foram satisfeitas e há por isso de posturas e movimentos menos recomendáveis

4Há sérios desvios em relação às recomendações. O arranjo do local de trabalho obriga o trabalhador à adopção de posturas inadequadas e movimentos difíceis

2.5.2 Atividade física geral

De acordo com Esioh (2004), a atividade física geral é determinada de acordo

com o nível de atividade física exigida pelo trabalho, pelos métodos e pelos

equipamentos utilizados. Essas exigências podem ser ótimas, mas podem também

ser demasiadamente grandes ou excessivamente pequenas. A qualidade é

determinada em função da capacidade de que o trabalhador dispõe para regular a

sua carga de trabalho ou em medida em que a sua cadência de trabalho é regulada

pelo método de produção ou pelas condições em que o trabalho é realizado. O

Quadro 2 mostra a apreciação global da atividade física geral.

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42

Quadro 2 – Apreciação global da atividade física geral (ESIOH, 2004)

4A actividade depende inteiramente dos métodos de produção ou da organização do trabalho. O trabalho é medianamente pesado ou pesado e não estão previstas pausas. Ocorrem picos de carga de trabalho

3A actividade depende dos étodos de produção ou da organização do trabalho. Orisco de sobrecarga devida a picos de trabalho está presente em algumas situações

2A actividade depende de alguma forma dos métodos de produção ou da organização do trabalho. Ocorrem alguns picos de trabalho mas sem risco de causar sobrecarga

1 A actividade física é inteiramente determinada pelo trabalhador. Não ocorrem factores que causem picos de trabalho

1A actividade física é inteiramente regulada pelo trabalhador. O espaço de trabalho, o equipamente e os métodos não causam restrições aos movimentos

2 O espaço de trabalho, o equipamento e os métodos permitem uma movimentação adequada

3O espaço de trabalho, o equipamento e os métodos limitam os movimentos do operador. Existe a possibilidade do trabalhador se movimentar durante as pausas

4O espaço de trabalho, equipamento e métodos utilizados restringem os movimentos do trabalhador. Não está prevista actividade durante as pausas

elevado

adequado

restritivo

De acordo com Esioh (2004), ao realizar a análise é recomendável determinar,

pela observação do trabalho e entrevistando o trabalhador, se o nível de atividade

física é elevado, ótimo ou baixo. O elevado nível de atividade física é exigido, por

exemplo, no trabalho agrícola e florestal. A carga principal incide sobre os sistemas

respiratórios e circulatórios. A atividade física muito leve pode ser encontrada em

alguns tipos de trabalho fragmentado ou em tarefas de inspeção.

2.5.3 Tarefas de elevação

De acordo com Esioh (2004), entende-se por “elevação” a subida ou descida de

objetos realizados manualmente. A tensão causada pela elevação é avaliada a partir

do peso do objeto, da distância horizontal entre a carga e o corpo durante a

elevação e a altura a que é iniciada a elevação. Os valores mostrados na Figura 8

foram estabelecidos para boas condições de elevação, isto é, o trabalhador utiliza

ambas as mãos para obter um bom controle do objeto em frente do corpo (no plano

sagital) sobre um pavimento com boa aderência ao calçado. Com más condições de

elevação, ou em elevações acima da altura dos ombros, ou ainda se a elevação for

realizada várias vezes por minuto, a tarefa deverá ser avaliada como sendo mais

difícil. Ao realizar a análise é recomendável verificar a altura a que se realiza a

elevação: num “levantamento em posição normal” a subida começa ou a descida

termina dentro da zona situada entre as alturas do ombro e do punho, isto é, sem ter

a necessidade de fletir os joelhos. Num “levantamento em posição baixa” a subida

começa ou a descida termina dentro da zona situada abaixo da altura do punho, isto

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43 é, há sempre flexão dos joelhos. Também é necessário pesar o objeto e avaliar a

tensão de acordo com o objeto mais pesado. Outro ponto importante é a distância

horizontal entre as pegas (pontos em que as mãos seguram o objeto) e a linha

vertical que passa pelos tornozelos do trabalhador.

1

< 30 30 - 50 50 - 70 > 70 < 30 30 - 50 50 - 70 > 70

2 < 18 < 10 < 8 < 6 2 < 13 < 8 < 5 < 4

3 18 - 34 10 - 19 8 - 13 6 - 11 3 13 - 23 8 - 13 5 - 9 4 - 7

4 35 - 55 20 - 30 14 - 12 12 - 18 4 24 - 35 14 - 21 10 - 15 8 - 13

5 > 55 > 30 > 21 > 18 5 > 35 > 21 > 15 > 13

A carga pode ser facilmente levantada com ajuda mecânica

distância de pega, cm distância de pega, cm

carga, kgcarga, kg

levantamento em posição normal levantamento em posição baixa

Figura 8 – Condições de elevação (ESIOH, 2004)

2.5.4 Posturas e movimentos

De acordo com Esioh (2004), as posturas, conforme Figura 9, referem-se à

posição do pescoço e ombros, braços (cotovelo-pulso), tronco, quadril e pernas

durante o trabalho. As posturas e os movimentos devem ser analisados

separadamente para as quatro partes do corpo: pescoço e ombros, cotovelos-

pulsos, costas e quadril-pernas. A classificação deve se referir à postura ou ao

movimento mais difícil. A avaliação final é o valor mais elevado das classificações

dessas artes do corpo. O tempo durante o qual cada postura ou movimento são

sustentados condiciona a carga de uma dada situação. Se uma postura for mantida

durante mais da metade da duração do turno, a classificação é agravada para o

nível seguinte. Se, porém, a postura for mantida durante menos de uma hora, a

classificação é reduzida para o nível anterior.

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44

pescoço e ombros cotovelos e pulsos

1 postura livre e relaxada 1Liberdade de movimentos na postura escolhida, pequena força a aplicar

2 postura natural mas limitada pela actividade 2braços em posição condicionada pela actividade, por vezes com alguma tensão

3 postura tensa devido à actividade 3braços tensos e/ou posição extrema das articulações

4rotação ou flexão do pescoço e/ou elevaçã dos braços ao nível dos ombros

4braços em contracção estática e/ou repetição do mesmo movimento durante longos períodos

5extensão posterior do pescoço, necessidade de aplicação de força com os braços

5necessidade de aplicação de força considerável com os braços ou de executar movimentos rápidos

costas ancas e pernas

1postural natural e/ou com apoio adequado na posição de pé ou sentado

1posição descontraída, com liberdade de movimentos, apoio adequado quando sentado

2boa postura mas limitada pelo tipo de trabalho

2boa postura mas limitada pelo tipo de trabalho

3 tronco curvado ou mal apoiado 3 mal apoiado ou apoio de pé inadequado

4 rotação ou inclinação do tronco sem apoio 4de pé com apoio num só pé, ou ajoelhado ou agachado

5 má postura durante trabalho pesado 5 má postura durante trabalho pesado

Figura 9 – Posturas e movimentos (ESIOH, 2004)

2.5.5 Risco de acidente

De acordo com Esioh (2004), o risco de acidente refere-se à possibilidade de

lesão ou envenenamento químico ocorridos subitamente causado por uma

exposição ocupacional não menor do que um dia. A sua classificação baseia-se na

probabilidade de ocorrência e na severidade previsível das suas consequências,

conforme Quadros 3, 4 e 5. Ao realizar a análise deve-se familiarizar-se com as

estatísticas de acidentes do posto de trabalho. Entrevistar o pessoal do serviço de

segurança. Pode-se utilizar a lista de riscos profissionais como ajuda para

determinar se há risco de acidente. Outro ponto é avaliar a probabilidade de

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45 ocorrência de acidente e a sua potencial severidade e atribuir a correspondente

gravidade.

Quadro 3 – Análise de risco (ESIOH, 2004)

1É possível a ocorrência de pancada, golpe ou queda causadas por uma peça siliente ou em movimento de uma máquina, ou uma peça do mobiliário ou equipamento?

2É possível o tombamento ou queda ou deslocamento de uma máquina, de um objeto de trabalho, de uma peça de equipamentocausar acidente?

3É possível peças móveis (ou entalamentos entre elas), ou objetos voadores, ou aerossóis ou projeções de líquidos causarem acidente?

4É possível a ausência de barreiras inadequadas, ou o piso escorregadio, congestionado ou desarrumado provocarem queda?

5É possível controles ou indicadores de interface causarem acidentes por não terem sido concebidos segundo critérios ergonômicos?

6 É possível que um arranque ou paragem acidentais ou a falta de um dispositivo de segurança causem um acidente?

7Existem condições para que um esforço súbito (por exemplo, elevação) ou movimento ou postura incorretas causem um acidente?

8 É possível que uma sobrecarga sobre a capacidade de percepção ou de atenção do operador causem um acidente?

9 É possíevl que a corrente elétricaou o fluxo de gás ou ar comprimido causem um acidente?

10 É possível que a temperatura cause um fogo ou explosão?

11 É possível que agentes químicos causem acidente?

Riscos mecânicos

Riscos causados por erros de projetos

Riscos causados pela atividade do trabalhador

Riscos relacionados com a energia

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

Quadro 4 – Probabilidade de ocorrência de acidentes (ESIOH, 2004)

PequenaSe o trabalhador puder evitar acidentes apenas com cuidados normais e os procedimentos gerais de segurança. A probabilidade de ocorrência de um acidentre menor que um em cada cinco anos.

ConsiderávelSe o trabalhador puder evitar um acidente somente se seguir instruções especiais e for mais cuidadoso e vigilante que habitualmente. Probabilidade de ocorrência de um acidente por ano.

GrandeSe o trabalhador só conseguir evitar um acidente se for especialmente cuidadoso e cumprir exatamente o regulamento de segurança. O risco de acidente é aparente e é previsível que ocorra um acidente em cada três meses.

Muito GrandeSe o trabalhador só conseguir evitar um acidente se cumprir rigorosamente regulamentos especialmente precisos. É expectável a ocorrência de um acidente por mês.

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46

Quadro 5 – Severidade de um acidente (ESIOH, 2004)

Minima Se o acidente não causar mais que um dia de afastamento.

Pequena Se um acidente causar menos que uma semana de afastamento.

Séria Se, no máximo, o acidente causar um mês de afastamento.

Muito séria Se o acidente causar pelo menos seis meses de afastamento ou incapacidade permanente

De acordo com Esioh (2004), na Figura 10 analisa-se globalmente estes fatores

em conjunto.

pequeno considerável grande muito grandemínima 1 2 2 3

pequena 2 2 3 4

séria 2 3 4 5

muito séria 3 4 5 5seve

rida

de

do a

cide

nte

possibilidade de risco de acidente

Figura 10 – Apreciação global referente a risco de acidentes (ESIOH, 2004)

2.5.6 Conteúdo do trabalho

De acordo com Esioh (2004), o conteúdo do trabalho é determinado pelo

número e qualidade das tarefas individuais que são inerentes ao posto de trabalho,

considerando o conteúdo de trabalho em função do grau de variedade e

complementariedade das funções atribuídas ao posto de trabalho, para além da

tarefa principal. Utilizar como auxiliar da análise a descrição de funções, com os

tempos previstos para as várias tarefas individuais. Os tempos atribuídos às tarefas

de planejamento afetam particularmente a avaliação e o planejamento, a execução e

a inspeção podem ser realizadas simultaneamente em tarefas que exigem um alto

nível de destreza. Quanto mais abrangente for o conteúdo de trabalho, mais alta é a

avaliação. O Quadro 6 refere a apreciação global do conteúdo do trabalho.

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Quadro 6 – Apreciação global do conteúdo do trabalho (ESIOH, 2004)

2.5.7 Restritividade do trabalho

De acordo com Esioh (2004), no trabalho com restrições, as condições de

desempenho limitam a liberdade do trabalhador se mover e de escolher como e

quando realizar o trabalho. O trabalhador pode ser restringido, por exemplo, pelo

modo como uma máquina ou transportador são utilizados ou pela necessidade de

continuidade exigida pelo processo. Também pode ser restringido pelo fato de

serem outros trabalhadores a imporem o momento de execução ou mesmo o ritmo

do operador. Se o trabalho for realizado em grupo ou em célula de produção,

verifica-se a possibilidade de o grupo poder regular as restrições de cada

trabalhador. O Quadro 7 refere-se a apreciação global da restritividade do trabalho.

Quadro 7 – Apreciação global da restritividade do trabalho (ESIOH, 2004)

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2.5.8 Comunicação e contatos pessoais entre os trabalhadores

De acordo com Esioh (2004), o item comunicação e os contatos pessoais

referem-se as oportunidades do trabalhador comunicar-se com seus superiores ou

outros companheiros de trabalho. Ter em atenção o fato de que a existência de

contato visual não é suficiente para eliminar o isolamento se, por exemplo, o ruído

for muito elevado no local de trabalho. O Quadro 8 refere-se a apreciação global da

comunicação e contatos pessoais.

Quadro 8 – Apreciação global da comunicação e contatos pessoais (ESIOH, 2004)

2.5.9 Tomada de decisões

De acordo com Esioh (2004), a dificuldade em tomar decisões é influenciada

pela adequação (qualidade, relevância) da informação disponível e pelo risco

envolvido nessas decisões. Necessita-se determinar o grau de complexidade da

informação para realizar o trabalho e a ligação pode ser simples e clara, tal como

acontece se a informação provém de um só indicador. Por exemplo, uma luz que se

acende determina a decisão de desligar uma máquina. A percepção da informação

pode ser complexa e a decisão exigir a formação de um modelo de atividade e a

comparação de diversas alternativas. O Quadro 9 refere-se a apreciação global da

tomada de decisão.

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Quadro 9 – Apreciação global da tomada de decisão (ESIOH, 2004)

1 O trabalho é constituído por tarefas sem ambiguidade e com informação exposta de uma forma clara.

2O trabalho é constituído por tarefas que incluem informação que tornam a comparação de alternativas possível e a escolha do modelo de actividades simples

3O trabalho é constituído por tarefas complexas com várias alternativas de solução pissível e a facilidade de comparação é baixa. Existe necessidade de o trabalhador controlar os seus próprios resultados.

4O trabalhador tem de tornar várias decisões com base em informações que não são suficientemente claras. Uma decisão errada cria uma considerável necessidade de corrigir a actividade e o produto, ou sérios riscos pessoais.

5O trabalhador envolve vários níveis de instrução e a informação pode conter erros. Uma decisão errada pode levar a risco de acidentes, á paragem de produção ou estragos de materiais

2.5.10 Repetitividade do trabalho

De acordo com Esioh (2004), a repetitividade do trabalho é determinada pela

duração média do ciclo de trabalho. Este item só é aplicável nos postos de trabalho

com características repetitivas, isto é, em que uma dada tarefa ou operação é

repetida continuamente, aproximadamente do mesmo modo. Este tipo de trabalho

acontece tipicamente na produção em grande série ou, por exemplo, em tarefas de

embalem. A Tabela 1 refere-se a apreciação global da repetitividade do trabalho.

Tabela 1 – Apreciação global da repetitividade do trabalho (ESIOH, 2004)

1 > 30 minutos.

2 10 - 30 minutos.

3 5 - 10 minutos.

4 0,5 - 5 minutos.

5 < 0,5 minuto.

duração do ciclo

2.5.11 Nível de atenção requerido

De acordo com Esioh (2004), o nível de atenção requerido refere-se ao grau de

atenção e a proporção do tempo que o trabalhador tem que estar atento ao seu

trabalho, aos instrumentos, as máquinas, mostradores, controles, processo, etc. A

exigência de atenção é avaliada a partir da relação entre a duração do período de

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50 observação e o grau de atenção necessário. A Tabela 2 refere-se ao período de

observação e a Tabela 3 a atenção requerida.

Tabela 2 – Período de observação (ESIOH, 2004)

% do ciclo de trabalho

1 < 30

2 30 - 60

3 60 - 80

4 > 80

Tabela 3 – Atenção requerida (ESIOH, 2004)

indústria metálica trabalho de escritório

1 superficial manipular materiais carimbar documentos

2 médioposicionais uma peça com um escantilhão

dactilografia

3 elevado trabalho montagem leitura de provas tipográficas

4 muito elevado utilizar instrumentos de medida desenhar mapas

nível de atençãoexemplos

2.5.12 Nível de atenção requerido

De acordo com Esioh (2004), as condições de iluminação de um posto de

trabalho são avaliadas de acordo com o tipo de trabalho. Para tarefas que requerem

acuidade visual normal, mede-se a iluminância e avalia-se o grau de encadeamento

ou ofuscamento apenas por observação. Para tarefas que requerem elevada

acuidade visual, deve ser medida a iluminância dos objetos situados no campo

visual e nas suas imediações. A Tabela 4 apresenta a acuidade visual normal, já a

Tabela 5 a elevada acuidade visual.

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Tabela 4 – Acuidade visual normal (ESIOH, 2004)

iluminância, % do valor recomendado encandeamento / ofuscamento

1 100 1 Sem encandeamento

2 50 - 100 2 Sem encandeamento

3 10 - 50 3 Algum encandeamento

4 < 10 4 Muito encandeamento

Tabela 5 – Elevada acuidade visual (ESIOH, 2004)

rácio de iluminância na linha de visão em todo o campo visual

1

e

2

3

4

2.5.13 Ambiente térmico

De acordo com Esioh (2004), os fatores térmicos são avaliados para todos os

postos de trabalho no interior de edifícios. Se no local de trabalho houver radiação

térmica ou a temperatura do ar exceder constantemente 28°C. O risco de

sobrecarga causada pelas condições térmicas depende dos efeitos combinados da

temperatura, humidade e velocidade do ar, da radiação térmica, da carga de

trabalho e do vestuário utilizado.

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2.5.14 Ruído

De acordo com Esioh (2004), a classificação do ruído é avaliada de acordo com

o tipo de trabalho realizado. Admite-se que há risco para audição se o nível sonoro

for superior a 80 decibéis. Nesse caso, recomenda-se a utilização de proteção

auditiva. A Tabela 6 mostra a intensidade de nível sonoro e a Tabela 7 à apreciação

global de ruído.

Tabela 6 – Exemplos de intensidade de nível sonoro (ESIOH, 2004)

Tabela 7 – Apreciação global ruído (ESIOH, 2004)

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2.6 Layout

Layout refere-se ao planejamento de um espaço físico a ser ocupado e

representa a disposição de máquinas e equipamentos necessários à produção dos

produtos de uma empresa (CHIAVENATO, 1991).

Layout é a disposição de máquinas e equipamentos em uma determinada área

com o objetivo de minimizar o volume de transporte de materiais no fluxo produtivo

de uma fábrica (FRANCISCHINI e FEGYVERES, 1997).

De uma maneira simples e de fácil entendimento, definir o layout é decidir onde

colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal de produção

(SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2007).

Conforme Duarte (2003), o conceito de layout é o mesmo para diversos

autores, variando apenas na nomenclatura utilizada.

Krajewski e Ritzman (2004) afirmam ter o layout implicações práticas e

estratégicas para as organizações, de modo que uma alteração pode afetar suas

prioridades competitivas, como:

• Facilitar o fluxo (materiais e informações);

• Melhorar eficiência (mão de obra e equipamentos);

• Melhorar segurança para trabalhadores;

• Aumentar o moral dos funcionários;

• Melhorar a comunicação.

Nakayama (2005) e Duarte (2003) citam em seus trabalhos, diversos autores

que apresentam os mesmos quatros tipos básicos de arranjos físicos, porém com

diferentes nomenclaturas. São eles:

• Layout posicional;

• Layout por processo (ou funcional);

• Layout celular;

• Layout por produto (ou em linha).

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54 Conforme Slack, Chambers e Johnston (2007), os arranjos físicos básicos

podem ser definidos por:

• Layout posicional: é aquele onde os recursos transformadores com pessoas e

máquinas se movem ao redor do produto para sua confecção;

• Layout por processo: é aquele onde os processos transformadores se

agrupam em ambientes distintos e por similaridade, assim o produto ou

entidade deve circular pelas operações necessárias, que ficam fixas a espera

do processamento;

• Layout celular: é o layout onde os produtos ou entidades são definidos para se

movimentar em uma parte especifica da operação (ou célula), onde todos os

processos transformadores para atender as suas necessidades imediatas se

encontram;

• Layout por produto: por fim neste layout todos os recursos transformadores

se alocam da melhor maneira para atender o produto ou entidade a ser

processado, conhecido também como “linha de produção”.

Slack, Chambers e Johnston (2007) afirmam ser muitas vezes confundido o

conceito de tipos de processos com o layout, concluindo que “layout é um conceito

mais restrito, mas é uma manifestação física de um tipo de processo”.

O layout posicional pode ser descrito como uma “manifestação física” do tipo de

processo por projeto. Conforme Nakayama (2005), o produto permanece em uma

posição fixa durante a fabricação devido ao seu peso/tamanho, e os recursos como

pessoas, materiais e máquinas movem-se na medida do necessário para o local

onde as operações estão sendo executadas.

As características principais são:

• Os produtos são fabricados em pequenas quantidades e em grandes

dimensões;

• Os equipamentos possuem alta flexibilidade.

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55 O layout por processo é assim chamado porque as necessidade e

conveniências dos recursos transformadores dominam a decisão sobre o layout

(SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2007).

Segundo Nakayama (2005), o layout por processo é o tipo mais comum

encontrado nas indústrias e sua característica principal é a produção de uma grande

variedade de produtos resultando em pequenos lotes de produção. Podendo ainda

ser definido como aquele que representa as diversas seções (ou máquinas e

equipamentos) e o fluxo que o processo segue desde a matéria-prima inicial até o

produto acabado. Deste modo às seções (ou máquinas e equipamentos) figuram

como elementos básicos do layout, enquanto os produtos seguem trajetórias

diferentes. Para Duarte (2003), o layout por processo caracteriza-se pelo

agrupamento das máquinas por tipo ou função, por exemplo: seção de tornos, seção

de fresadoras, seção de fornos. Duarte (2003) também sugere que este tipo de

arranjo melhor se aplica quando o volume de produção é baixo e existe uma grande

diversificação de produtos.

O layout celular, segundo Slack, Chambers e Johnston (2007), representam um

compromisso entre a flexibilidade do layout por processo onde o foco está na

localização dos vários recursos dentro da operação, e a simplicidade do layout por

produto onde o foco está nos requisitos do produto, e deve considerar as

necessidades de ambos. Ainda segundo o autor, neste tipo de layout se concentra

todos os recursos transformadores necessários para atender as necessidades de

processamento do produto, que após serem processados em uma célula podem

prosseguir para outra célula.

Segundo Nakayama (2005) e Duarte (2003), o layout por produto é o tipo de

arranjo caracterizado por altos volumes de produção (grandes lotes). Para Slack,

Chambers e Johnston (2007), este tipo de layout envolve localizar os recursos

transformadores inteiramente segundo a melhor conveniência do recurso que está

sendo transformado, cada produto segue um roteiro predefinido na qual a sequência

de atividades coincide com a sequência na qual os processos foram arranjados

fisicamente, e por esse motivo, este tipo de layout muitas vezes é chamado de

layout em “fluxo” ou em “linha”. Nos exemplos deste tipo de arranjo incluem as linhas

de montagem de automóveis e a sequência de processo numa operação de

manufatura de papel.

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56 Para Slack, Chambers e Johnston (2007), planejar o layout é estudar as

decisões que serão tomadas para definir as instalações de qualquer coisa que

ocupe lugar, como por exemplo: grupo de pessoas, máquinas, bancadas, salas,

departamentos e etc.

O objetivo deste planejamento é permitir o melhor desempenho dos

funcionários e dos equipamentos fazendo com que o trabalho flua de forma mais

fácil.

Um planejamento mal feito pode afetar a capacidade e a produtividade da

empresa, e causar interrupções no processo, também pode ocorrer em estoque de

materiais, longos tempos de processamento e atrasos nas entregas dos pedidos. O

layout pode afetar a competitividade da empresa, proporcionando facilidade no fluxo

de informações e materiais, aumento da produtividade tanto das pessoas como dos

equipamentos, redução dos riscos de acidentes e à saúde dos trabalhadores.

Para o planejamento do espaço um fator preponderante é o conhecimento

sobre o fluxo do processo. De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2007), o

layout é a manifestação física da produção que foi planejada para a empresa.

A alteração de layout tem implicações práticas no sistema produtivo, podendo

afetar uma organização. Por exemplo, a alteração pode atender as prioridades

competitivas por facilitar o fluxo de materiais e de informações, aumentar a eficiência

da utilização de mão-de-obra e dos equipamentos, aumentar a conveniência dos

clientes e vendas, reduzir os riscos dos trabalhadores, melhorar o moral dos

trabalhadores e a comunicação entre as áreas envolvidas no sistema produtivo

(COSTA, 2004).

Conforme Slack, Chambers e Johnston (2007), após as definições estratégicas

de produção e de escolhido o local onde será fisicamente instalado o layout, os

seguintes procedimentos são necessários:

• Seleção do tipo do processo: neste ponto os detalhes de fluxo de produção são

determinantes para o atendimento do binômio volume-variedade;

• Seleção do layout básico: consiste em selecionar se o arranjo será posicional,

por processo, celular ou por produto;

• Seleção do projeto detalhado de layout: onde o posicionamento físico dos

recursos é definido.

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57 Para a seleção do tipo de processo e layout básico, Lee (1998) considera como

dados importantes a análise de produto-volume, dos processos existentes, do

estoque, do espaço disponível, da organização (tamanho, número de funcionários,

por exemplo), do fluxo de materiais além da identificação da infraestrutura física

onde o processo será instalado.

Normalmente as organizações adotam o chamado layout misto, onde os

recursos passam ora por processo, ora por célula, por exemplo.

Na seleção do projeto detalhado de layout ocorre o que Lee (1998) define como

planejamento de layout no chamado micro espaço, onde são alocados os

equipamentos, móveis e estações de trabalho dentro do que se convenciona UPE

(Unidade de Planejamento de Espaço, as unidades que são consideradas quando

se define o layout em uma empresa).

O planejamento no nível micro deve garantir um fluxo de trabalho tranquilo,

promovendo o trabalho em equipe, afetando a supervisão, estoques, qualidade e

outros aspectos da estrutura de custos da empresa.

De acordo com Lee (1998), as UPE’s planejadas quase sempre são células de

trabalho, unidades de produção pequenas onde equipamentos e pessoas ficam

juntos em disposição compacta e sequencial, com geralmente duas a dez operações

e dois a dez operadores. O autor classifica as células de acordo com:

• Célula dedicada: uma célula que produz um produto com poucas

modificações;

• Célula de Tecnologia de Grupo: são células que produzem uma família de

produtos afins, com processos semelhantes, mas não necessariamente

idênticos;

• Célula funcional: célula que executa um único tipo de processo, como uma

célula de tratamento térmico, por exemplo;

• Célula de projeto: onde vários produtos podem ser feitos, usando diversos

processos, como a fabricação de máquinas de grande porte ou uma oficina

de moldes.

Ainda conforme Lee (1998), os layouts celulares mais comuns são o em linha

reta, “S”, “U” e “U” invertido.

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2.7 Estudo de tempo

Taylor 1856 – 1915 foi a primeira pessoa a usar o cronômetro para estudar o

trabalho e, portanto é chamado “Pai do Estudo do Tempo”. A decomposição de

operações possibilita eliminar movimentos inúteis e ainda simplificar, racionar ou

fundir os movimentos úteis proporcionando economia de tempos e esforço do

operário. A partir disso, determina-se o tempo médio para execução das tarefas

mediante o uso de um cronômetro.

Taylor (1929) no início, cuidava apenas do processo. Mais tarde, com a

consolidação de seus métodos, após os bons resultados obtidos através da

experimentação chegou à caracterização dos princípios baseados na preocupação

da observação científica, dos fatos que diante dele se apresentavam. Eis os três

princípios dessa fase:

• Atribuir a cada operário a tarefa mais elevada que lhe permitissem as aptidões.

• Solicitar a cada operário o máximo de produção que pudesse esperar de um

trabalhador hábil de sua categoria.

• Que cada operário, produzindo a maior soma de trabalho, tivesse uma

remuneração adequada.

Nesses três enunciados esta contida a principal orientação dos trabalhos de

Taylor, obtenção de mão de obra econômica, retribuída, entretanto com salários

elevados.

Mais tarde, Taylor (1929) evidenciou de forma explícita os seguintes objetivos:

• Desenvolvimento de uma ciência que pudesse ser aplicada a cada fase do

trabalho humano, em lugar dos velhos métodos rotineiros.

• Selecionar o melhor trabalhador para cada serviço, passando em seguida a

ensiná-lo, treiná-lo e formá-lo.

• Criar um espírito de profunda cooperação entre a direção e os trabalhadores,

com o objetivo de que as atividades se desenvolvessem de acordo com os

princípios da ciência aperfeiçoada.

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• Divisão do trabalho de quase iguais processos entre a direção e os

trabalhadores, devendo cada departamento atuar sobre aqueles trabalhos

pelos quais estivessem mais bem preparados.

Além daqueles princípios, Taylor (1929) também expôs regras técnicas e

normas para o trabalho de usina ou oficina:

• Para cada tipo de indústria ou processo estudar e determinar a técnica mais

conveniente.

• Analisar, metodicamente, o trabalho do operário, estudando e cronometrando

os movimentos elementares.

• Transmitir, sistematicamente, instruções e técnicas ao operário.

• Selecionar, cientificamente, os operários.

• Separar as funções de preparação e execução, definindo-as com atribuições

precisas.

• Especializar os agentes nas funções de preparação e execução.

• Predeterminar tarefas individuais e conceder-lhe prêmios, quando realizados.

• Unificar o tipo de ferramentas e utensílios.

• Distribuir, igualmente, por todo o pessoal, as vantagens que decorressem do

aumento de produção.

• Controlar a execução do trabalho.

• Classificar as ferramentas, os processos e os produtos.

Um dos princípios do trabalho de Taylor (1929) é a separação entre as funções

de preparação e as execuções. Para que o trabalho industrial se torne eficiente, são

necessários quatro agentes de preparação, diretamente ligados aos operários:

• O encarregado das ordens de execução, que acompanha as encomendas, o

planejamento de execução e o seu andamento, não só de elementos que vão

ser trabalhados como ainda dos que contribuem no trabalho.

• O encarregado das fichas de instrução, que trata das minúcias da execução de

acordo com os planejamentos.

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• O encarregado do tempo, que registra os tempos, faz a sua apuração e

controle, efetua apuração do custo de trabalho realizado e chama a atenção

dos executantes para a obediência à ficha de instrução, no que respeita aos

assuntos ligados ao tempo abonado e ao salário a ser atribuído.

• O encarregado da disciplina ou relações humanas que trata da administração

do pessoal, recrutamento, seleção, comportamento, dispensa, etc..

A finalidade do planejamento é caracterizar qual o trabalho que deve ser feito,

como deve ser feito, onde e por quem deverá executá-lo, e, finalmente, quando

deverá ser feito.

No campo da execução, Taylor (1929) passou a usar também quatro

encarregados:

• O encarregado geral, para o trabalho geral do trabalho a ser executado:

suprimento da matéria prima, utensílios, etc..

• O encarregado da fabricação, para controlar o andamento dos trabalhos e o

aperfeiçoamento dos trabalhadores.

• O encarregado da inspeção, para controlar a qualidade dos produtos.

• O encarregado da conservação, para inspecionar a limpeza, a conservação e a

reparação dos equipamentos, zelando para que funcione da melhor forma.

Esses resultados obtidos por Taylor (1929) não foram acidentais, mas

consequências de um estudo sistemático de fatores que afetam um problema a cada

momento. A contribuição real de Taylor (1929) para a indústria foi seu método

científico, substituindo processos rotineiros por outros deduzidos de análises

prévias.

Sua atitude crtica sua constante investigação das causas proporcionando-lhe

um lugar privilegiado, que mantém como precursor da ciência da direção; foi, ao

mesmo tempo, um descobridor da aplicação da ciência àquela fase da produção que

afeta intimamente o trabalhador (BARNES, 1986).

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2.8 Cronometragem

Barnes (1986) reforça a cronometragem, como ferramenta, “a cronometragem é

o método mais empregado na indústria para a medida do trabalho”.

Determinando o método mais rápido e eficiente para a execução de uma

operação necessária a cronometragem na prática identifica e fornece melhorias

permitindo a redução dos custos de manufatura de um produto.

É aplicada em qualquer setor onde haja a atividade humana. Outras

finalidades:

• Aproveitar o tempo apurado para a coordenação e controle da produção;

• Base para cálculo da remuneração variável;

• Formar tabelas de tempos planejados;

• Incluir observações sobre as condições ergonômicas do trabalho;

• Indicar os potenciais de racionalização;

• Determinação dos padrões de tempo para apropriação da mão de obra, carga

máquina e o balanceamento de linhas e de setores da produção.

Swann (1973) define a cronoanálise como sendo “uma técnica de medição do

trabalho para gravar os tempos e taxas para um trabalho especifico realizado sob

certas condições, e para analisar os dados de maneira há obter o tempo necessário

para realizar o trabalho em um nível de trabalho definido”. Swann (1973) ressalta

ainda que o objetivo do estudo do tempo não e determinar quanto tempo demora

uma determinada atividade, mas sim quanto tempo ela deveria demorar.

Já Maynard (2001) define o estudo do tempo como sendo “a análise de uma

dada operação para determinar os elementos de trabalho necessários para realiza-

lo, da sequencia em que ocorrem esses elementos e dos tempos necessários para

realiza-los efetivamente”.

Para Maynard (2001), o estudo de tempos tem seis objetivos, a saber:

• Analisar as operações e condições de trabalho para verificar as possibilidades

de melhoria dos métodos existentes;

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• Incrementar a eficiência do trabalho através de mudanças necessárias dos

movimentos;

• Estabelecer e padronizar condições pertinentes à operação eficiente;

• Estabelecer padrões de trabalho consistentes e equitativos;

• Fornecer dados confiáveis para a compilação de gráficos e fórmulas;

• Fornecer um registro constante das condições reais de trabalho, referentes ao

tempo padrão.

Os elementos básicos de uma cronoanálise são:

• Identificação dos elementos a serem avaliados;

• Aplicação do fator de ritmo.

• Verificação das tolerâncias. Devem-se observar as condições que podem afetar

o tempo da operação tais como condições de trabalho (temperatura, ruído,

postura, monotonia), rejeições das peças, ferramentas defeituosas,

interferências, etc. para as quais se estabelece um fator de tolerância para o

tempo das atividades.

• Tempo de trabalho padrão

No Quadro 10, Fonseca (2006) faz uma apresentação das vantagens e

desvantagens da cronoanálise e recomenda a utilização da mesma para produtos de

série, utilizando os tempos coletados para atualizar os bancos de dados da

empresa.

Quadro 10 – Vantagens e desvantagens da cronoanálise (Fonseca, 2006)

VANTAGENS DESVANTAGES

Permite otimizações rápidas e diretas na linha de

montagem.

Não utiliza operações e tempos-padrão, dificultando a

elaboração de novos estudos da linha.

Definição de tempos mais rápido para processos

existentes na linha.

Definição de tempos com possibilidade de variação a

cada cronometragem.

Confiabilidade do método.

Necessidade de diversas cronometragens para definir

um bom tempo médio.

Simples de se aplicar.

Base de dados não estruturada para tempos

cronometrados.

CRONOANÁLISE

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2.9 MTM (Methods-Time Measurement)

Segundo a associação MTM do Brasil (2005), MTM é um sistema de tempos

pré-determinados desenvolvido por H. B. Maynard, G. J. Stegemerten e J. L.

Schwab em 1948. Tem como base o estudo de tempos e movimentos para melhorar

as operações em uma linha de produção. Segundo seus autores, a sua definição é a

seguinte: “analisa qualquer operação manual ou método em seus movimentos

básicos requeridos para serem realizados e associa a cada movimento um padrão

de tempo pré-determinado que seja estipulado pela natureza do movimento e as

condições sob as quais é realizada”.

Segundo MTM do Brasil (2005), o MTM possibilita achar o tempo padrão de

cada parte desse movimento, depois compondo o tempo do movimento completo.

Com isso é possível determinar a capacidade de produção de uma máquina ou linha

de montagem. Avalia-se com maior precisão o espaço necessário e o número de

pessoas a serem contratadas. Em uma linha de produção já estabelecida, o MTM é

uma grande ferramenta para diminuir a influência negativa das restrições na

produção. O principal resultado alcançado é a eliminação dos desperdícios com

consequente diminuição dos custos de produção. Em outras palavras pode ser

definido como uma metodologia de análise de tempos e métodos de trabalho, em

situações de restrição, para eliminação de desperdícios.

Segundo MTM do Brasil (2005), o objetivo do estudo dos movimentos é a

determinação do melhor método para execução de um trabalho, mediante a análise

dos movimentos feitos pelo operador durante a operação. Procura-se eliminar todos

os movimentos que não concorrem realmente para o desenvolvimento e progresso

do trabalho e os usos dessa ferramenta são diversos:

• Melhoria de Métodos Existentes;

• Estabelecimento dos Tempos padrões;

• Desenvolvimento de fórmulas de tempo para dados pré-determinados;

• Estimativas de custos;

• Orientação do projeto ao produto;

• Desenvolvimento de projetos de ferramentas eficientes;

• Seleção de equipamento eficiente;

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• Treinamento de supervisores para implantar a consciência de métodos;

• Estabelecimento de estudo de tempos e fixação dos salários;

• Treinamento do operador;

• Pesquisas em matérias como métodos de operação, treinamento.

Quando os trabalhos são bem estudados, os métodos e os custos conhecidos

com antecedência, e os custos para mudanças posteriores são bastante reduzidos.

Os problemas de relações industriais, resultantes de discussões sobre padrões

estabelecidos por técnicas menos objetivas, são reduzidos.

Consegue-se consistência nos padrões de produção.

A objetividade da técnica e sua fácil compreensão resultarão inevitavelmente

numa maior aceitação de todos os princípios de administração científica que se

referem ao campo da medida do trabalho.

Algumas consequências práticas também podem ser observadas:

• Otimização dos procedimentos;

• Redução de custos de produção pela maior produtividade;

• Melhor ergonomia no posto de trabalho, graças ao estudo científico dos

movimentos;

• Estabelecer melhor método de trabalho e o tempo-padrão de execução das

tarefas;

• Previsão das necessidades de meios auxiliares de produção;

• Orientação para o desenvolvimento do projeto de meios auxiliares;

• Seleção adequada de máquinas e equipamentos;

• Dados reais para realizar o balanceamento de linhas de produção.

Segundo MTM do Brasil (2005), impulsos importantes para o desenvolvimento

do sistema de tempos pré-determinados, partiram de Taylor, e especialmente de

Gilbreth. Nestes estudos, descobriu-se que o tempo de execução de uma atividade,

desde que se considerando a mesma tarefa (produtividade), com aptidão

(habilidade), com operatividade (esforço), e dentro dos limites corretos de trabalho

das pessoas envolvidas no processo, depende exclusivamente do método

empregado. Sabe-se hoje, que esta é “uma visão muito mecânica”, pois as

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65 influências que resultam, por exemplo, da motivação do ser humano, das influências

ambientais ou das características do objetivo do trabalho encontram-se excluídas

dessa consideração.

Segundo Corrêa e Corrêa (2004), Frank Gilbreth, estendeu os estudos de

tempo de Taylor para o que chamou de estudos de movimentos, a respeito dos

quais fez extensivos estudos na área de construção civil, buscando procedimentos

mais eficientes. Em publicações de 1924 identificava em seus estudos (que

utilizavam, já nesta época, câmeras filmadoras) uma série de movimentos humanos

elementares realizados na execução de tarefas, aos quais denominou therbligs, hoje

em número de 18, que podem ser usados na análise (divisão) de tarefas complexas.

Realizaram-se ainda estudos dos movimentos, procurando-se encontrar os

métodos de execução que levassem aos menores tempos de realização,

eliminando-se todos os therbligs que não agregavam valor ao produto. Dentro deste

estudo analisaram-se os movimentos feitos para a mão direita e esquerda, sendo

por isto denominada análise bi manual (Quadro 11).

Pode-se mencionar que os pontos fracos do estudo dos movimentos, se

encontravam, em princípio, no fato de que não se podia relacionar tempo com

movimentos e assim, avaliar alternativas de método. Isto conduziu finalmente ao

desenvolvimento dos sistemas de tempos pré-determinados que seja um

desenvolvimento adicional do “futuro dos movimentos” na medida em que se

eliminavam seus pontos fracos, permitindo relacionar tempos de execução com

movimentos analisados, ou seja, avaliar quantitativamente. Assim Gilberth,

desenvolveu, entre o ano de 1919 a 1924, o primeiro sistema de tempos pré-

determinados, MTA (Motion Time Analysis).

Quadro 11 – Demonstrativo de análise MTM bi manual (MTM do Brasil, 2005)

Nº Mão Esquerda Mão Direita

1 Movimento de mão vazia => parafuso

2 Pegar

3 Parafuso =. Acertar posição do parafuso

4 Posicionar parafuso no lugar

5 Movimento de mão vazia => chave de fenda

6 Pegar

7 Chave de Fenda => Parafuso

Tarefa: Aparafusar parafuso 8x40 utilizando chave de fenda

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66 O desenvolvimento histórico do sistema MTM, aconteceu no ano de 1940. Os

pesquisadores do estudo do trabalho, os americanos: H. B. Maynard, J. L. Schawab,

G. J. Stegemerten conforme MTM do Brasil (2005) participaram de um trabalho de

assessoria na firma “Methods Engineering Concil”, em Pittsburg, Pensylvania (EUA).

Pesquisavam-se então dados básicos do sistema MTM que, nos anos

subsequentes, viriam a ser complementados e comprovados no ambiente industrial.

No ano de 1948 ocorria a publicação da revista “Factory Management and

Maintenance”. No mesmo ano surgia o livro “Methods-Time Measurement”, no qual

se encontravam publicadas as bases do sistema MTM.

Sistemas mais complexos baseados no sistema MTM, foram desenvolvidos na

década de 1960, como por exemplo, os valores básicos MTM, ou o sistema MTM-2,

assim como o sistema Básico MTM, que se fundamentou em princípios formulados

pelos responsáveis pela sua elaboração, visando-se atender as seguintes

exigências:

• O sistema deve ser aplicável a todos os ramos de atividades econômicas;

• O sistema deve ser facilmente compreendido por todos e sua aprendizagem

deve dispensar a exigência de conhecimentos específicos como pré-requisito;

• O sistema deve ser estruturado de tal forma que o tempo de execução para um

determinado método “seja consequência desse método”;

• O procedimento deve ser utilizado internacionalmente de modo uniforme.

No dia 18 de outubro de 1962 empresários alemães fundaram a Associação

Alemã MTM (DMTM-V), cujos estatutos foram registrados em 1963 no Registro de

Associações do Tribunal de Comarca de Frankfurt. Onde de acordo com o parágrafo

2 de seu Estatuto, a finalidade principal da DMTM-V consiste em:

“Servir ao estudo do trabalho e ao estudo de tempos, divulgando especialmente

o sistema de tempos pré-determinados, que foi desenvolvido nos EUA, sob o título

de “Methods-Time Measurement (MTM)”, bem como, promover sua correta e

uniforme utilização prática”.

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67 O total de dados que levaram ao desenvolvimento do sistema MTM se encontra

arquivado na Universidade de Michigan em Ann Arbor (EUA), bem como, no

Conselho de Pesquisa Maynard, em Pittsburg, Pensylvania (EUA) e podem ser

consultados pelos interessados. Eles formaram as bases para as pesquisas

realizadas nos anos cinquenta e sessenta pela Associação americana de MTM para

Padrões e Pesquisa. Ao lado da obra de Maynard, Schwab e Stegemerten,

“Methods-Time Measurement”, publicada em 1948 (MTM DO BRASIL, 2005), os

relatórios de pesquisas básicas representam o “Manual Original” do Sistema MTM.

Para a determinação dos movimentos elementares e seus tempos, os autores

filmaram uma grande quantidade de processos de trabalho industriais, para

posteriormente, através da contagem dos quadros do filme pertencentes a cada

movimento (velocidade do filme de 16 quadros/segundo), determinar os tempos

efetivos empregados; o procedimento da pesquisa de dados está detalhadamente

descrito no ensaio de Maynard, Schwab e Stegemerten.

No caso de outros movimentos, como o caminhar, os tempos efetivos foram

pesquisados com auxílio da cronometragem.

Conforme MTM do Brasil (2005), a dispersão de tempos resultante da

dispersão operacional interpessoal, foi compensada com auxílio de um processo

americano de avaliação do grau de rendimento, o sistema LMS como o

“correspondente ao trabalho de um ser humano medianamente treinado que pode

executar esse trabalho por longo tempo sem se cansar”. Na avaliação do grau de

rendimento através do sistema LMS são avaliadas as seguintes características:

habilidade, esforço (aptidão), uniformidade do tempo de execução e condição de

trabalho.

O nivelamento em 100% que a avaliação do grau de rendimento estabeleceu é

consequência de uma série de experiências práticas nas empresas e foi obtido

conforme Figura 11.

Figura 11 – Avaliação do grau de rendimento (MTM do Brasil, 2005)

Tempo pesquisado pelos autores, com uso da filmagem.

X

Grau médio de rendimento LMS, da série de

experiências de avaliação

=

Rendimento normal MTM

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68 Os tempos normais de acordo com o rendimento MTM foram com auxílio de

procedimentos estatísticos, trabalhados para compensar as dispersões dos valores

obtidos pela mecanização direta dos tempos. Disto, resultou a Tabela de Valores de

Tempo Padrão MTM que, desde sua primeira edição, só foram ligeiramente

alterados em função de resultados de novas pesquisas realizadas em 1973, quando

da redefinição do movimento básico premir (aplicar pressão).

Segundo a MTM do Brasil (2005), o tempo necessário para a execução de uma

determinada operação, depende do método empregado para executá-la, ou em

outras palavras, o tempo é uma função do método. MTM é um sistema usado para

estruturar sequências de movimentos manuais em movimentos básicos, onde cada

movimento básico corresponde a valores de tempo normais pré-determinados de

acordo com as grandezas de influência de cada movimento. Pode-se dizer que os

limites da metodologia MTM, é que esta somente pode ser utilizada para análise de

operações manuais, ou seja, totalmente influenciáveis pelo homem. Outros tempos

de processo, como tempo máquina, por exemplo, devem ser calculados ou

pesquisados com registros de tempos com cronômetro. É importante salientar, que

tarefas intelectuais (que necessitam de decisão), tempos de descanso, falta de

habilidade (colaboradores sem o treinamento necessário), ou necessidades

pessoais, não estão contidos no tempo padrão.

Segundo Iida (1995), pode-se dizer que existem basicamente dois tipos de

enfoques para analisar o posto de trabalho, o enfoque tradicional que é baseado nos

princípios de economia de movimentos, e o enfoque ergonômico baseando-se

principalmente na análise biomecânica da postura.

Entende-se que o posto de trabalho é um importante item a ser considerado no

processo de fabricação. Podem-se definir postos de trabalho como um dos

componentes do sistema de produção que envolve três fatores básicos: o homem,

os elementos físicos como as máquinas e o ambiente em que ele se encontra.

Dentre as vantagens do MTM entendem-se que a metodologia obriga o usuário

a planejar detalhadamente os métodos de trabalho, os meios de produção e o

desenho de como será o futuro posto de trabalho ainda durante no estágio de

planejamento para a formação dos tempos de execução, acabando por levar a um

planejamento muito mais profundo e elaborado.

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69 Conforme Couto (1996), a tecnologia de tempos e métodos e de cronoanálise,

apresenta um conjunto de conhecimentos impressionante sobre o trabalho, e se

bem feita, é capaz de estabelecer o ritmo de trabalho compatível com uma ótima

produtividade e com ausência de fadiga. O autor menciona ainda, que em

ergonomia estas técnicas têm importância fundamental para a definição do tempo

padrão de determinada tarefa, e propiciam conhecimento sobre os diversos

elementos do trabalho, dos fatores de dificuldade inerentes aos mesmos, e da

compensação necessária ao tempo-padrão para realizar-se a tarefa.

Segundo MTM do Brasil (2005a), as tarefas totalmente influenciáveis pelo

homem, são compostas de 80 a 85% por movimentos básicos, onde também os

típicos ciclos de movimentos conforme Figura 12.

Figura 12 – Típico Ciclo (MTM do Brasil, 2005)

Considera-se dentro dos dados standard MTM (tempos padrão), os

movimentos básicos das mãos: pegar, posicionar, premir, separar e torcer, e as duas

funções visuais: movimento dos olhos e examinar.

Além destes, são descritos os movimentos: do pé, pernas e mudança do tórax

com ajuda dos movimentos do corpo.

• Movimento do pé sem desvio do eixo do corpo;

• Movimento da perna sem desvio do eixo do corpo;

• Passo lateral com desvio do eixo do corpo;

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70

• Torção do corpo com desvio do eixo do corpo;

• Andar com desvio do eixo do corpo;

• Inclinar e erguer com inclinação do eixo do corpo;

• Abaixar e erguer com inclinação do eixo do corpo;

• Ajoelhar e erguer com inclinação do eixo do corpo;

• Sentar e erguer com inclinação do eixo do corpo.

Pode-se comentar que, além dos itens mencionados anteriormente, a

metodologia MTM considera nos movimentos executados, as variáveis:

• Distância do movimento;

• Grau de dificuldade.

Segundo a MTM do Brasil (2005), a publicação atualmente válida da Tabela de

Valores Normais de Tempo é a MTM-Data-Card 101 A, edição de 1955, da

associação MTM dos EUA e Canadá. Na Tabela Original MTM 101 se baseiam as

tabelas nacionais reconhecidas pelo Diretório Internacional. Ocorrendo desta forma,

uma concordância em nível internacional, onde a única diferença encontrada é a

tradução das medidas em polegadas para o sistema métrico, para diversas

Associações Nacionais mostradas nas Tabelas 9, 10 e 11.

Toma-se como exemplo, a Tabela 8, com a base de dados da Tabela MTM.

Nota-se pelos dados apresentados na Tabela 8, que o tempo necessário para se

alcançar um objeto, não é uma simples interpolação de valores em relação a

distância, mas sim tempos estudados para cada uma das condições.

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71

Tabela 8 – Influências da distância e grau de dificuldade nos movimentos (MTM do Brasil, 2005)

Tipo de movimento Distância (cm) Tempo (seg)

Alcançar um objeto solitário que

se encontra sempre exatamente

no mesmo lugar

8 0,2

Alcançar um objeto solitário que

se encontra sempre exatamente

no mesmo lugar

80 0,7

Alcançar um objeto solitário que

se encontra misturado com

outros, sendo necessário sua

escolha

8 0,3

Alcançar um objeto solitário que

se encontra misturado com

outros, sendo necessário sua

escolha

80 1,0

Novaski e Sugai (2002) comentam que o conceito e o método MTM, não

ficaram estáticos ao longo do tempo segundo Tabela 12, ocorrendo uma evolução

do conceito inicialmente elaborado em 1948, atingindo-se altos níveis de

aperfeiçoamento e sofisticação, acabando por ter aplicações bastante diversificadas.

Colocando o autor, várias observações em relação á alguns dos módulos MTM:

• MTM-UAS e MEK: São módulos continuamente desenvolvidos, sendo

ratificados pelos novos processos compactados;

• MTM-SD: São dado padrão desenvolvido pela Associação MTM Alemã desde

1965, e propagados em todas as regiões em que se fala o idioma alemão,

sendo o Sistema de Dados Standards, o único que teve aceitação plena na

região. O MTM-SD da Associação Alemã encontra-se disponível em variados

níveis de complexidade, sendo composto por módulos de extensões

diferentes, e já traduzido para vários idiomas;

• MTM – 2: É um módulo que foi desenvolvido pela Associação MTM da Suécia,

exercendo um papel muito importante na Escandinávia e na Grã-Bretanha,

porém na, Alemanha, o módulo não encontrou muita receptividade;

• MTM – Sichprüfen ou Controle visual: É um processo para avaliar as atividades

considerando-se o tamanho de campo de visual, o ajuste e o deslocamento

dos olhos.

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72

Tabela 9 – Tempos normalizados MTM (MTM do Brasil, 2005)

1E

1D

1A

2

5

BA

E

D E D E D E D E O W O W O W O W O W O W

A, E X X X X X

B X X X X X X X X X

C, D X X X X X

A, Bm X X X

B X X X X X X

C, D X X X

1A, 2, 5

1B, 1C X

4

1S X

1SS, 2S

1NG, 2SS, 2NS

1E, 1D

2

W = Dentro do Campo Normal de Visão

Possibilidade de execução simultânea: O = Fora do Campo Normal de Visão

E = Manejo fácil

Facil D = Manejo difícil AP = Prevenir - Verificar cada caso

Difícil P3 = Juntar - Sempre dificil

Com prática D3 = Separar - Normalmente difícil

RL = Soltar - Sempre fácil

Simbolo TMU

ET

T

15,2 =

D

Max. 20,0

EF 7,3

Separar

D

Alcançar

R

Mover

M

Pegar

G

Juntar

P

1B

1CC B

Separar

D

Juntar

P

Pegar

G

A

Bm

C

D

Mover

M

A utilização desta Tabela sem os conhecimentos básicos de MTM poderá conduzir o usuário a resultados falsos

1100000 - -

TMU Segundo

Alcançar

R

2

1NS

2SS

2ns

1SS

2S1S 4

1666,7 - 1 -

Mnuto Hora

1 0,036 0,006 0,00001

MTM Tabela de Tempos Normalizados

Associação Alemã de MTM

Elbchaussee 352, 22609 Hamburg

Tel.: (0049) 40-823011 -m Faz.: (0049) 40-826594

Examinar (Eye Focus)

T = Torcer - Normalmente fácil com todos os

Movimentos Básicos, excto quando o Torcer for

controlado ou houver um separar

Movimentos Básicos que não figuram nessa tabela

Unidades de Tempo

Os valores de Tempo desta Tabela correspondem ao Grau

de Rendimento 100% conforme LMS

Movimentos Básicos Simultâneos

Funções Visuais

Descrição

Movimento dos Olhos (Eye Travel)

T = Distância entre os pontos observados

D = Distância dos olhos á linha dos pontos observados

27,8 1 - -

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73

Tabela 10 – Tempos normalizados MTM (MTM do Brasil, 2005)

30 45 60 75 90 105 120 135 150 165 180

S Pequeno ≤ 2,6 3,5 4,1 4,6 5,4 6,1 6,6 7,4 8,1 8,7 9,4

M Médio < 1 até ≤ 5 4,4 5,5 6,5 7,5 8,5 9,8 10,6 11,6 12,7 13,7 14,8

L Grande > 5 até ≤ 16 8,4 10,5 12,3 14,4 16,2 18,3 20,4 22,2 24,3 26,1 28,2

Simb. TMUExtensão de

Movimento

FM

FMP

8,5

19,1

até 10 cm

LM-7,1

0,5

até 15 cm

cada cm adicional

SS-C1

SS-C2

17,0

0,2

34,1

0,2

até 30 cm

cada cm adicional

até 60 cm

cada cm adicional

TBC 1

TBC 2

18,6

37,2

B, S, KOK

AS, AS, AKOK

29,0

31,9

KBK

AKBK

69,4

76,7

SIT

STD

34,7

43,4

W-P

W-PO

W-PL

15,0

17,0

17,0

por passo

por passo

por passo

Ângulo de Torção em Grausem KgEsforçoSimb.

Descrição do Movimento

Corpo, Perna e Movimentos de Pé

Sentar-se

Levantar-se

Andar sem obstáculos

Andar com obstáculos

andar com carga

Os dados inscritos correspondem todos aos da Tabela Original - MTM 101 a 1955

Direitos autorais legalmente protegidos - Reprodução Proibida - Copyright 1955, 1965

Registrado no cadastro de autores do Registro de Patentes da Alemanha sob nº 59

Propriedade da REFA Associação para o Estudo do Trabalho e a Organização Empresarial

Movimento do Pé

Movimento do Pé com forte pressão

Movimento da Perna

Passo Lateral , deslocamento lateral do eixo do corpo

Caso I: O passo lateral está terminado quando a perna movida tocar novamente o solo

Caso II: A segunda perna movida deve tocar novamente o solo antes de poder ser iniciado o movimento seguinte

Torção do corpo para a esquerda ou para a direita de 45º - 90º

Caso I : A torção do corpo está terminada quando a perna movida tocar novamente o solo

Caso II: A segunda perna movida deve tocar novamente o solo antes de poder ser iniciado o movimento seguinte

Inclinar, abaixar, ajoelhar sobre um joelho

Levantar-se

Ajoelhar sobre os dois joelhos

Levantar-se

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Tabela 11 – Tempos normalizados MTM (MTM do Brasil, 2005)

R-A R-BR-C

R-DR-E

mR-A

R-Am

mR-B

R-Bm

m -

Valor

para B

até 2 2,0 2,0 2,0 2,0 1,6 1,6 0,4

4 3,4 3,4 5,1 3,2 3,0 2,4 1,0

6 4,5 4,5 6,5 4,4 3,9 3,1 1,4

8 5,5 5,5 7,5 5,5 4,6 3,7 1,8

10 6,1 6,3 8,4 6,8 4,9 4,3 2,0

12 6,4 7,4 9,1 7,3 5,2 4,6 2,6

14 6,8 8,2 7,9 7,8 5,5 5,4 2,6

16 7,1 8,8 10,3 8,2 5,8 5,9 2,9

18 7,5 9,4 10,8 8,7 6,1 6,5 2,9

20 7,8 10,0 11,4 9,2 6,5 7,1 2,9

22 8,1 10,5 11,9 9,7 6,8 7,7 2,8

24 8,5 11,1 12,5 10,2 7,1 8,2 2,9

26 8,8 11,7 13,0 10,7 7,4 8,8 2,9

28 9,2 12,2 13,6 11,2 7,7 9,4 2,8

30 9,5 12,8 14,1 11,7 8,0 9,9 2,9

35 10,4 14,2 15,5 12,9 8,8 11,4 2,8

40 11,3 15,6 16,8 14,1 9,6 12,6 2,8

45 12,1 17,0 18,2 15,3 10,4 14,2 2,8

50 13,0 18,4 19,6 16,5 11,2 15,7 2,7

55 13,9 19,8 20,9 17,8 12,0 17,1 2,7

60 14,7 21,2 22,3 19,0 12,6 18,5 2,7

65 15,6 22,6 23,5 20,2 13,5 19,9 2,7

70 16,5 24,1 25,0 21,4 14,3 21,4 2,7

75 17,3 25,5 26,4 22,6 15,1 22,8 2,7

80 16,2 26,9 27,7 23,9 15,9 24,2 2,7

Símbolo TMU

G1A 2,0

G1B 3,5

A1C1 7,3

G1C2 8,7

G1C3 10,8

G2 5,6

G3 5,6

G4A 7,3

G4B 9,1

G4C 12,9

G5 0,0

Símbolo TMU Símbolo TMU

RL1 2,0 RL2 0,0

Soltar - RL (Release)

Descrição Descrição

Através da abertura dos dedos Através da eliminação do contato

Tempo Normalizado em TMUExt. do

Mov.

Em cm

Alcançar um objeto solitário que se

encontra sempre exatamente no mesmo

lugar, que está na outra mão ou sobre o

qual a outra mão repousa

Alcançar um objeto solitário, que de

ciclo em ciclo da operação se encontra

em lugar diferente

Alcançar um objeto que se encontra

misturado com outros iguais ou

diferentes, sendo necessário sua

escolha.

Descrição dos Casos

A -

B -

C -

D -

Pegar G (Grasp)

Descrição dos Casos

Pegar um objeto fácil de pegar, que se encontre solitário

Pegar um objeto muito pequeno ou um objeto plano que se encontra sobre uma supercífie plana

Alcançar um objeto muito pequeno ou

que exija um pegar exato ou com

cuidado

Colocar a mão em local indeterminado

para obter o equilíbrio, para preparar-se

para o próximo movimento, ou para

retirar a mão da zona de trabalho

E -

Pegar por contato: Conseguir o controle suficiente sobre um objeto através do contato, de forma a poder executar o movimento

básico seguinte

> 12 mm

6 até 12 mm

< 6 mm

Pegar um objeto aproximadamente cilindrico; com dificuldade devido a existência de obstáculos em um

lado e debaixo

> 25 x 25 x 25 mm

Pegar escolhendo: Pegar um objeto que se encontra misturado com outros, exigindo procura e seleção6 x 6 x 3 até

25 x 25 x 25 mm

< 6 x 6 x3 mm

Repegar: Mudar o ponto de controle de um objeto, sem perder o controle do mesmo

Transferir: Uma mão assume o controle de um objeto, enquanto a outra mão deixa de controlá-lo

Fonte: REFA (1994a)

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75

Tabela 12 – Tempos normalizados MTM (MTM do Brasil, 2005)

M-A M-B M-CMm-b

m-Bm

m-

valor

para B

Peso

em

Kg

Fator WCis.

SC

até 2 2,0 2,0 2,0 1,7 0,3

4 3,1 4,0 4,5 2,8 1,2

6 4,1 5,0 5,8 3,1 1,9

8 5,1 5,9 6,9 3,7 2,2

10 6,0 6,8 7,9 4,3 2,5

12 6,9 7,7 8,8 4,9 2,8

14 7,7 8,5 9,8 5,4 3,1

16 8,3 9,2 10,5 6,0 3,2

18 9,0 9,8 11,1 6,5 3,3

20 9,6 10,5 11,7 7,1 3,4

22 10,2 11,2 12,4 7,6 3,6

24 10,8 11,8 13,0 8,2 3,6

26 11,5 12,3 13,7 8,7 3,6

28 12,1 12,8 14,4 9,3 3,5

30 12,7 13,3 15,1 9,8 3,5

35 14,3 15,5 16,8 11,2 3,3

40 15,8 15,6 18,5 12,6 3,0

45 17,4 16,8 20,1 14,0 2,8

50 19,0 18,0 21,8 15,4 2,6

55 20,5 19,2 23,5 16,8 2,4

60 22,1 20,4 25,2 18,2 2,2

65 23,5 21,5 26,9 19,5 2,1

70 25,2 22,8 28,5 20,9 1,9

75 26,7 24,0 30,3 22,3 1,7

80 26,3 25,2 32,0 23,7 1,5

E D

5,6 11,2

9,1 14,7

10,4 16,0

16,2 21,8

19,7 25,3

21,0 26,6

43,0 48,5

46,5 52,1

47,8 53,4

Simb. TMU

APA 10,6

APB 16,2

Simb. Ajuste E D

D1 Folgado 4,0 5,7

D2 Justo 7,5 11,8

D3 Firme 22,9 31,7

Ext. do

Mov. Em

cm

Tempo Normalizado em TMU

A -

B -

C -

Descrição dos Casos

4 1,07 2,8

6 1,12 4,3

Com Esforço Físico

1 1,00 0,0

2 1,04 1,6

1,17 5,8

10 1,22 7,3

8

13,4

12 1,27 8,8

14 1,32 10,4

Mover um objeto

para a outra mão ou

contra um encosto

Mover um objeto

para um local

aproximado ou

undeterminado

Mover um objeto

para um local

exatamente

determinado

Simb. Ajuste

20 1,46 14,9

22 1,51 16,4

16 1,36 11,9

18 1,41

Simetria

S

S

NS

Descrição Alinhar mm

≤ ± 0,4Necessário forte pressão

Desnecessário pressão

Necessário leve pressão

Folgado

Justo

Firme

Força grande - forte retrocesso, acima de 10 cm

Premir - AP (Apply - Pressure)

RLF - 3,0 Reduzir força

Descrição Componentes

Sem repegar AF + DM + RLF

Com repegar G2 + APA

AF - 3,4 Empregar força

DM - 4,2 Tempo mínimo de manter força

Juntar - P (Position)

Separar - D (Disangage)

Descrição

Força muito pequena - retrocesso reduzido

Média força - fraco retrocesso, até 10 cm

SS

SS

NS

SS

NS

S

P1

P2

P3

≤ ± 6,0

≤ ± 1,5

Page 76: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

76

Quadro 12 – Evolução do MTM (MTM do Brasil, 2005)

1970 MTM - SD (Dados Standart) - Desenvolvimento pela Associação MTM Alemã

MTM - 2: desevolvido pela Associação MTM da Suécia

MTM - 3: representa uma compactação adicional ao MTM - 2

MTM - BSD - dados para "escritório-especialista"

1980 MTM - UAS - sistema de análise universal - produção em série

MTM - MEK - voltado para produção de peças avulsas e séries pequenas

PROKON - Construção adequada da linha produção

2000

MTM - Sichprüfen - Tarefas realizadas com controle visual

Conforme Quadro 12, pode-se concluir que ainda ocorre uma efetiva evolução

do conceito inicialmente elaborada em 1948, atingindo-se altos níveis de

aperfeiçoamento e de sofisticação, tendo estas aplicações planejadas bastante

diversificadas.

Importante levar-se em conta, que a unidade de tempo adotada na Tabela

MTM, é o TMU, que significa unidade de medida de tempo (Time Measurement

Unit). Esta unidade é 1/100.000 hora = 1 TMU, ou seja, conforme Tabela 13.

Tabela 13 – Tabela de conversão entre unidades de tempo (MTM do Brasil, 2005)

1 TMU 0,036 Segundos

1 TMU 0,0006 Minuto

1 TMU 0,00001 Hora

Entende-se que a aplicação de todo este cuidado antes do início de produção,

tende-se a criar um processo de padronização de trabalho, definindo-se o tipo de

abastecimento, sequência, movimentação do colaborador no posto de trabalho e

consequentemente as condições ergonômicas necessárias para o trabalhador.

Segundo Slack, Chamber e Johnston (2007), pode-se tomar como exemplo das

vantagens da padronização de trabalho a fábrica Nummi - New United Motor

Manufacturing, instalada em Freemont na Califórnia. Em 1982, a GM acabou por

Page 77: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

77 fechar a Nummi, devido à baixa produtividade, baixa qualidade dos produtos, alto

absenteísmo (em torno de 20%), graves problemas com as representações

trabalhistas (que possuía uma reputação nacional de militância e greves sem

organização), além do abuso do álcool e drogas dentro e fora da fábrica.

Em 1983, a Toyota assinou um contrato para fabricar um carro, projetado e

produzido pelos métodos japoneses, a ser vendido com nome da GM. Em 1984, a

fábrica Nummi foi aberta, incrementando progressivamente em dois anos seus

níveis de produção, contratando mais trabalhadores, inclusive cerca de 85 % dos

quais haviam anteriormente trabalhado na fábrica antes da GM fechá-la.

No fim de 1986, a produtividade da Nummi, foi mais do que o dobro da antiga

fábrica, e maior que qualquer outra fábrica da GM, com produtividade e qualidade,

quase tão grande como a fábrica da Toyota de Takaoka e com índice de

absenteísmo de cerca de 3 a 4%.

Entre as razões para o sucesso da fábrica da Nummi, foram identificados:

metas organizacionais mais claras, abordagem seletiva no recrutamento,

padronização do trabalho, o orgulho de trabalhar com um produto mais bem

projetado e padronização das tarefas, resultando em menos variabilidade no

desempenho dos colaboradores.

2.10 Balanceamento de linha

Dentro dos estudos sobre a importância do fluxo de produção, o

balanceamento de linha toma uma posição especial por ser amplamente utilizado

nas empresas e se mostrar simples em equilibrar a carga nos postos. Para Taylor

(1929), a melhor forma de fazer isto é dividir o trabalho nos seus elementos e

cronometrá-los independentemente. Pois o método só é aplicado nos processos

onde as etapas são sequenciais e seus tempos estão bem definidos.

De acordo com Vieira (2009), balancear uma linha é ajustá-la as atividades da

demanda, buscando maximizar e unificar a carga de trabalho.

Dentre as decisões mais importantes a se tomar no balanceamento de uma

linha, Slack, Chambers e Johnston (2007) citam:

• Que tempo de ciclo é necessário?

Page 78: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

78

• Quantos estágios são necessários?

Para Vieira (2009), pode-se balancear uma linha seguindo algumas etapas:

• Levantamento da demanda dos produtos;

• Divisão do processo de fabricação em operações;

• Definição do tempo das operações;

• Cálculo do tempo teórico de ciclo;

• Definição do número de estações de trabalho;

• Balanceamento dos tempos nas estações de trabalho;

• Cálculo do índice de utilização do operador;

O levantamento da demanda do produto e a divisão do seu processo de

fabricação em operações são dados de mercado ou produção básicos, assim como

a definição dos tempos de cada operação, que podem ser cronometrados e apenas

a sua média é considerada.

De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2007), o Tempo de Ciclo é o

tempo que decorre entre a finalização de dois produtos.

O número de estações de trabalho necessário para que se atenda a produção

informada é calculado considerando o tempo total para se produzir cada unidade

(coletado na etapa de definição dos tempos das operações) e segundo Vieira

(2009).

Depois de definido o número de estações, as tarefas e número de pessoas

adequado para trabalhar em cada estação é alocado de acordo com o tempo

necessário para se executar uma ou mais operação em relação ao tempo de ciclo,

por exemplo, um processo com Tempo de Ciclo de 1,5 minutos pode comportar em

uma mesma estação duas operações cuja soma dos tempos seja 1,2 minutos.

Por fim, o índice de uso do operador é calculado a partir da proporção de

ociosidade e trabalho de cada pessoa ou estação. Portanto se uma estação

executar as operações em uma média de 1,2 minutos e o tempo teórico de ciclo for

1,5 minutos, pode-se dizer que a eficiência do mesmo é 80% (1,2 ÷ 1,5 x 100).

Para Johnson e Montgomery (1974), o problema de balanceamento de linha

consiste em determinar as tarefas individuais para cada estação de trabalho de tal

Page 79: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

79 modo que o desempenho da linha seja otimizado. Se uma linha é perfeitamente

balanceada então todas as estações têm igual quantia de trabalho para

desempenhar e o fluxo suave do produto não demora a ser alcançado.

Slack, Chambers e Johnston (2007) fazem uma observação quanto ao

balanceamento que vai além da questão o da linha de montagem. Assim, por

exemplo, uma empresa que possui uma linha de montagem com capacidade para

800 unidades de um determinado produto, não somente monta estes produtos, mas

também fabrica, se não todas as maiores parte das peças que o compõem. Deste

modo, a seção de manufatura destas peças deve ser capaz de produzir o volume

suficiente de peças para atender a linha de montagem.

Conforme Duarte (2003), o balanceamento de linha consiste em harmonizar

todas as atividades ligadas ao processo produtivo, focando o processo de uma

forma macro (matéria prima – produto acabado) ou de forma micro (células de

manufatura, linha de montagem).

Page 80: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

80

3. METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos empregados quando da realização das

pesquisas, de acordo com as considerações de Gil (1991), classificam este trabalho

no ponto de vista metodológico, por ser um estudo de caso, em função de

possibilitar uma profundidade e riqueza maior, dando assim mais embasamento à

pesquisa. Do ponto de vista teórico, as razões citadas por Marx e Engels (1998),

para que o método de estudo de caso possa ser considerado adequado, coincidem

em sua totalidade com o problema que se está analisando.

Conforme Yin (2001), o estudo de caso é uma forma de se fazer pesquisa

social empírica ao investigar um fenômeno atual dentro de seu contexto de vida-real,

onde as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e na

situação em que múltiplas fontes de evidências são usadas.

Com o auxílio da revisão bibliográfica e do conhecimento técnico do problema,

utiliza-se um método bastante utilizado para examinar, de forma abrangente,

diferentes conclusões sobre o tema a ser estudado. No caso deste trabalho, o

estudo de caso foi relevante para a abordagem teórica e técnica, mostrando os

problemas e possíveis soluções. Utilizou-se uma abordagem de busca de melhorias

em outras empresas do grupo, verificando cada item mostrado na mesma, e assim

chegando a algumas sugestões possíveis de melhorias.

Trata-se de uma abordagem qualitativa onde será realizada uma observação

sistemática nas operações do posto de montagem, em que serão observados

possíveis meios de se obter informações de processos mais robustos em ergonomia,

qualidade ou tempo de operação. A pesquisa traz, também, abordagem quantitativa,

onde serão medidos vários parâmetros decorrentes de mudanças no processo:

tempo de montagem, avaliar aspectos de ergonomia, incidência de erros e falhas de

montagem, retrabalhos, e outros.

A maioria das empresas no contexto atual visa minimizar os custos com

redução de efetivos, redução no custo de um produto, ou ainda na redução da

própria qualidade. Vendo este mercado, hoje se faz cada vez mais necessário

pensar em melhorias relacionadas a layout, operações, tempos e ergonomia nos

postos de trabalho e com isso o estudo foi dividido em:

Page 81: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

81

• Análise do layout atual

• Análise das operações e tempos atuais

• Avaliação Ergonômica atual

• Proposta de melhoria de layout

• Proposta de melhoria das operações e tempos

• Proposta de melhoria e avaliação ergonômica

Na Figura 13 tem-se um diagrama que mostra a abordagem concisa desta

metodologia estudada.

Figura 13 – Estrutura metodológica do trabalho

Para o estudo em questão, foram selecionados três postos, os quais são

nomeados segundo suas operações principais. O primeiro deles, Filme capot,

compreende a colocação de filme protetor sobre o capot do veículo na saída da linha

de montagem. O segundo, Filme TETO, corresponde à colocação do mesmo filme

sobre o teto do veículo. Já o posto ECOM é onde ocorre a liberação do veículo para

comercialização. Outras montagens também são realizadas nos postos listados, que

serão apresentadas no decorrer do estudo de caso.

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82 Os três postos utilizam cinco operadores, sendo dois no primeiro posto, dois no

segundo e um no terceiro. Esses postos se localizam no final da linha de produção

de veículos da empresa estudada. São utilizados alguns mobiliários como será

detalhado na análise do layout, e para a realização das suas operações irá se

abordar o tempo dentro da análise das operações e tempos atuais e a ergonomia

dentro da avaliação ergonômica atual.

Figura 14 – Esquematização do final da Linha de Montagem

Os postos em estudo estão dispostos, conforme mostrado na Figura 14, no final

da linha de produção. Dentre eles há postos sem operações, ficando o operador livre

para se deslocar entre outros passos enquanto o veículo percorre a linha de

montagem e ele realiza suas operações. Cada posto foi monitorado e os

deslocamentos analisados.

Page 83: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

83 A fim de identificar os desperdícios, foram mapeadas as operações e tempos

dos postos. As operações foram buscadas nas folhas de processo, que são

documentos de processo que definem as atividades a serem realizadas em cada

posto e como elas devem ser conduzidas. Os tempos dos postos foram

determinados em linha, de forma global, com a utilização do cronômetro.

Pensando no bem-estar humano e no desempenho do sistema e a fim de

contribuir para o projeto e avaliação das operações e ambientes de cada posto em

estudo, bem como de torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e

limitações dos operadores, os postos foram avaliados ergonomicamente.

Contudo, a análise foi limitada ao que se refere à ergonomia do “Espaço de

trabalho”, pois esse é o item com maior impacto na meta do estudo. Para tal, foi

seguida a metodologia Ergonomics Section Institute of Occupational Health, a fim de

obtermos base para perceber aspectos passíveis de melhorias. Então se decompôs

as atividades em indicadores observáveis, sendo eles: área do trabalho horizontal,

altura do plano de trabalho, visão, ferramentas manuais e outros equipamentos,

quantificando-os e gerando uma apreciação global do espaço de trabalho.

Com as informações de processos, tempos e deslocamentos dos três postos

estudados, analisou-se cada caso. As propostas foram desde uma simples

orientação ao operador para modificar algum procedimento, a mudança de um

mobiliário utilizado ou do layout do posto. Cada um dos aspectos abordados

anteriormente (“Layout”, “Operações e Tempos” e “Ergonomia”) serão novamente

discutido para uma situação proposta.

Já sobre os tempos associados às operações e bem como aos deslocamentos

são, na proposta, analisados a partir dos métodos de MTM “Methods Time

Measurement”. Aqui o MTM se mostra como uma ferramenta para elaboração do

estudo da linha de montagem com precisão.

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84

4. ESTUDO DE CASO

4.1. Análise do Layout

4.1.1. Análise do Layout do Posto Filme CAPOT

A Figura 15 aborda o Posto Filme CAPOT no que se refere ao layout do posto e

movimentação dos operadores. Os deslocamentos representados com linhas

pontilhadas se referem ao operador x, os representados por linhas tracejadas, o

operador y. O mesmo posto é mostrado em instantes diferentes para demostrar o

deslocamento do veículo e as posições relativas dos operadores ao decorrer do

tempo.

Percebe-se que o operador inicia a montagem fora do seu posto. O que faz

com que o mesmo se desloque mais do que o necessário para realizar suas

atividades.

Figura 15 – Representação do deslocamento do operador no Posto Filme CAPOT

Legenda: A: Lixeira B: Mobiliário para rolo de filme a ser aplicado no capot

.

Cada operador percorre um trajeto, saindo da posição 1, passando pelas

posições intermediárias 2 e 3 até chegar a posição 4. Assim, cada operador faz 3

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85 deslocamentos, sendo que para tal o operador y realiza 13 passos e o operador x

15 passos. O veículo no qual o operador está trabalhando mostra-se destacado na

Figura 15. A área de cada posto é de 5,28m de largura e 6,20m de comprimento (já

contando com a borda de linha), cada posto tem 32,74m². Como há um posto entre

os postos de colocação de filme no veículo, utilizado por ambos, essa área é divida

por dois e somada a área utilizada por cada um. Assim, o posto filme CAPOT utiliza

32,74m² + 16,37m² = 49,10m².

4.1.2 Análise do Layout do Posto Filme TETO

A Figura 16 retrata o Posto Filme TETO no que se refere ao layout do posto e

movimentação dos operadores. No posto 2 são dois operadores: w e z, que se

deslocam conjuntamente de acordo com a Figura 16. Novamente, as diferentes

linhas, pontilhada e tracejada, representam os diferentes operadores

respectivamente. Para melhor compreensão tem-se então o posto representado em

momentos distintos. A observar que o operador inicia suas atividades fora do seu

posto, assim como no Posto Filme CAPOT.

Figura 16 – Representação do deslocamento do operador no Posto Filme TETO

Legenda: A: Lixeira B: Mobiliário para rolo de filme a ser aplicado no teto

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86 No caso, os operadores saem da posição 1, passando pelas posições

intermediárias 2, 3 e 4 e chegam até posição final 5. Assim cada operador realiza 4

deslocamentos ao todo, sendo que o operador z realiza 21 passos e o operador w

24 passos. Nota-se que os operadores realizam deslocamentos distintos e que

esses se referem apenas às operações realizadas no veículo em destaque.

A área utilizada pelo posto é a soma da área do próprio posto de 32,74m²

(6,20m de comprimento vezes 5,28m de largura) com a metade da área do posto

que utiliza juntamente com o posto filme CAPOT de 16,37m², totalizando 49,10m².

4.1.3 Análise do Layout do posto ECOM

A Figura 17 aborda o posto ECOM no que se refere ao layout e movimentação

dos operadores. Os deslocamentos referentes ao posto ECOM, representam os

diferentes posicionamentos que o único operador k percorre durante a realização

das suas atividades. Mais uma vez, o mesmo veículo e posto foram representados

em diferentes momentos e verifica-se que o operador inicia suas atividades em um

posto anterior e que o mobiliário que utiliza fica um posto posterior ao seu.

Figura 17 – Representação do deslocamento do operador no Posto ECOM

Legenda: A: Lixeira B: Mobiliário com computador para utilização ECOM C: Mobiliário para armazenagem de peças

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87 Para fazer as operações destinadas ao posto em questão em cada veículo, o

operador sai da posição inicial 1, passa pelas posições 2, 3 e 4 chegando à posição

5. Fazendo ao todo 4 deslocamentos e realizando 43 passos no total. O veículo no

qual os operadores estão trabalhando aparece destacado na Figura 17.

A área utilizada pelo posto compreende o posto anterior, onde o operador inicia

suas atividades, o próprio posto e o posto seguinte, utilizado pelo mobiliário. Assim,

tem-se que a área utilizada pelo posto ECOM é 3 x 32,74m² = 98,2m².

4.2 Operações e tempos

4.2.1 Operações e Tempos Posto Filme CAPOT

O posto em questão utiliza dois operadores, que realizam praticamente as

mesmas tarefas simultaneamente, cada um de um lado do veículo.

As tarefas do primeiro posto se resumem na aplicação do filme protetor no

capot do veículo e suas operações secundárias. Além do deslocamento sofrido para

realizar tais atividades. Aqui, considera-se as operações secundárias como

integrantes da operação principal. Ou seja, “APLICAÇÃO DE FILME PROTETOR

NO CAPOT LE” compreende as atividades de: retirar o filme do rolo, cortar, aplicar

sobre o capot, passar a espátula para retirar as bolhas, recortar o excesso de filme e

descartá-lo, referentes ao lado esquerdo do veículo. Assim como “APLICAÇÃO DE

FILME PROTETOR NO CAPOT LD” compreende as mesmas atividades, mas

referentes ao lado direito. Uma vez que cada lado do veículo é feito por um

operador.

Page 88: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

88

Tabela 14 – Tempos Cronometrados Posto Filme CAPOT

Na Tabela 14 têm-se os tempos cronometrados das atividades principais

desse posto. Foram cronometrados 5 tempos por dia no período de uma semana e

então calculados as médias e os desvios padrões. Os tempos médios associados às

operações citadas, além dos tempos médios associados aos deslocamentos, são

relacionados na Tabela 15.

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89

Tabela 15 – Atividades e Tempos Posto Filme CAPOT

4.2.2 Operações e Tempos Posto Filme TETO

O segundo posto também utiliza dois operadores com tarefas praticamente

iguais e dependentes entre si. A operação principal é a aplicação do filme protetor

no teto do veículo. Também tem-se o deslocamento do operador.

Novamente considera-se as operações secundárias como integrantes da

operação principal. No caso, “APLICAÇÃO DE FILME PROTETOR NO TETO LE”

compreende as atividades de: retirar o filme do rolo, cortar, aplicar sobre o teto,

passar a espátula para retirar as bolhas, recortar o excesso de filme e descartá-lo,

referentes ao lado esquerdo do veículo. Assim como “APLICAÇÃO DE FILME

PROTETOR NO TETO LD” compreende as mesmas atividades, mas referentes ao

lado direito. Uma vez que cada lado do veículo é feito por um operador.

Page 90: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

90

Tabela 16 – Tempos Cronometrados Posto Filme TETO

Têm-se os tempos cronometrados das atividades na Tabela 16. Foram

cronometrados 5 tempos por dia no período de uma semana e calculados as médias

e os desvios padrões. Os tempos médios, as operações e deslocamentos sofridos

são mostrados na Tabela 17.

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91

Tabela 17 – Operações e Tempos Filme TETO

4.2.3 Operações e Tempos Posto ECOM

O Posto ECOM, por sua vez, possui apenas um operador, que se desloca

livremente para realizar suas atividades. As operações principais são: Troca de

fusível, montagem da tampa da caixa de fusíveis, a Porta ECOM - que consiste na

liberação do veículo para venda e a Passagem do Pocket (equipamento eletrônico

que faz a zeragem do veículo, excluindo do seu histórico os defeitos que não são

reais).

As operações secundárias estão compreendidas nas operações principais. Na

“TROCA DO FUSÍVEL” tem-se a montagem da pinça do fusível e a troca do fusível

em si. Em “MONTAGEM DA TAMPA DA CAIXA DE FUSÍVEIS” só tem-se a

montagem da peça. Já em “PORTA ECOM” compreende-se a entrada ECOM,

carimbar o dossier, validar zeragem de Kilometragem, comparar VIS de dossier com

o da etiqueta, dar entrada no sistema com dossier, arquivar dossier e colar etiqueta

ECOM no para-brisa. Na “PASSAGEM POCKET ECOM” há a conexão do pocket e a

desconexão do mesmo.

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92

Tabela 18 – Tempos Cronometrados Posto ECOM

Na Tabela 18 são indicados os tempos cronometrados das atividades do posto

em questão. Novamente foram cronometrados 5 tempos por dia no período de uma

semana e depois calculados as médias e os desvios padrões. As operações e

tempos médios do posto, inclusive o tempo médio relacionado ao deslocamento,

estão mostradas na Tabela 19.

Page 93: ANALISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICACAO DO … · III 2012 Luiz Carlos de Andrade Ribeiro Junior ANÁLISE DE POSTO DE TRABALHO COM APLICAÇÃO DO MTM COMO FERRAMENTA PARA PADRONIZAÇÃO

93

Tabela 19 – Atividades e Tempos ECOM

4.2.4 Síntese dos Tempos e Capacidade Produtiva

Para cada um dos postos foi determinado:

• Top ou Tempo de operação: soma dos tempos das operações que

preconizadas nos documentos de processo;

• Tdesl ou Tempo de deslocamento: soma dos tempos dos deslocamentos

sofridos pelo operador;

• Tc ou Tempo de ciclo: soma do Tempo de operação e Tempo de

deslocamento.

Os resultados são sintetizados na Tabela 20.

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94

Tabela 20 – Síntese dos Tempos Atuais

Nota-se que o deslocamento representa uma parte significativa do tempo gasto

em cada posto, podendo ser analisando a fim de se eliminar desperdícios. Já que o

deslocamento não agrega valor algum ao veículo.

Com as informações da Tabela 20, pode-se calcular a capacidade de produção

de cada posto em veículos por hora. Para tal, divide-se 60 minutos pelo Tempo de

Ciclo, no caso de postos com mais de um operador, usa-se o maior Tempo de Ciclo,

destacados na Tabela 20. Gera-se então a capacidade produtiva do posto em

veículos por hora. Os resultados estão na Tabela 21.

Tabela 21 – Capacidade Produtiva dos Tempos Atuais

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95 Como mostrado, a capacidade produtiva da linha de montagem como um todo,

se dependesse apenas desses postos, seria de no máximo 31,1 veículos por hora,

que é a menor capacidade produtiva entre os postos, ou seja, é a capacidade

limitante (o gargalo).

4.3 Análises Ergonômicas

4.3.1 Análise Ergonômica Posto Filme CAPOT

O espaço de trabalho do Posto Filme CAPOT conta com um mobiliário para

sustentação do rolo de filme protetor que possui um instrumento para cortá-lo. O

operador também precisa de uma lixeira para descartar o excesso de filme

recortado. Além de um dispositivo para recortar esse excesso de filme e uma

espátula para retirar as bolhas de ar sob o mesmo. A Figura 18 mostra a ficha de

avaliação ergonômica utilizada.

A “Área de trabalho horizontal” tem a problemática que o operador, ao aplicar o

filme sobre o capot, trabalha fora da zona de alcance normal. Já a altura do plano de

trabalho e outros equipamentos são afetados mais criticamente pela de retirada do

filme do rolo, na qual o operador eleva os membros superiores até 20cm acima do

nível do ombro, exercendo ainda certa força para realizar tal operação.

A “Visão” e as “Ferramentas manuais”, por outro lado, foram avaliadas com

nota máxima. A distância de visão é boa, menor que 1m, e o ângulo de visão de até

45°. O dispositivo para cortar o excesso de filme e a espátula tem dimensão, forma e

peso que permitem a boa pega e não exigem força excessiva.

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96

Ficha de Avaliação Data: 4 2011 Nº 1Análise ergonômica de postos de trabalho

Empresa: Setor:

Posto de Trabalho (PT): Local:

Equipamento, máquinas:

Descrição da tarefa, fases do trabalho (1, 2, 3...) :

Croquis e fotografias do PT:

A altura do plano de trabalho e

outros equipamentos se mostram

os itens mais prejudicados no

posto em questão, pois para retirar

o filme do rolo se faz necessário

uma elevação considerável dos

membros superiores.

Comentários:

A

Filme CAPOT

/ 10 /

Montagem

Fim da LinhaMobiliário para rolo filme, dispositivo para recortar o filme

Retirar filme do rolo, cortar, colar no capot, esticar, passar espátula, recortar excesso, descartar excesso.

2

2

11A B

Legenda: A: Lixeira B: Mobiliário para rolo de filme a ser aplicado no Capot

Figura 18 – Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme CAPOT

4.3.2 Análise Ergonômica Posto Filme TETO

Para o posto Filme TETO, também se faz necessário o uso de um mobiliário

para o rolo de filme com instrumento cortante, uma espátula e um dispositivo manual

para cortar o excesso de filme. Além da lixeira para descartar o excesso de filme.

A Figura 19 mostra a avaliação ergonômica do local de trabalho.

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97

Ficha de Avaliação Data: 4 2011 Nº 2Análise ergonômica de postos de trabalho

Empresa: Setor:

Posto de Trabalho (PT) : Local:

Equipamento, máquinas:

Descrição da tarefa, fases do trabalho (1, 2, 3...) :

Croquis e fotografias do PT:

Maior problemática nos itens

altura do plano de trabalho e ou-

tros equipamentos, afetados pela

atividade de retirada do filme do

rolo. Além disso, a própria aplica-

ção do filme no veículo também

prejudica o item altura do plano de

trabalho, pois o operador também

eleva seus membros superiores

de maneira prejudicial.

Comentários:

A

Filme Teto

/ 10 /

Montagem

Fim da LinhaMobiliário para rolo filme, dispositivo para recortar o filme

Retirar filme do rolo, cortar, colar no teto, passar espátula, recortar excesso, descartar excesso.

3

3

2

2

11A B

Legenda: A: Lixeira B: Mobiliário para rolo de filme a ser aplicado no teto

Figura 19 – Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme TETO

A “Área de trabalho horizontal” é prejudicada quando o operador aplica o filme

sobre o teto e estica seus membros superiores além da área normal de trabalho. Já

a “Altura do plano de trabalho” tem duas atividades críticas, que são: a retirada do

filme protetor do rolo e a aplicação do mesmo sobre o teto, sendo que a primeira

desqualifica também o item “Outros equipamentos”. Ambas fazem com que o

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98 operador eleve seus membros superiores consideravelmente acima do nível do

cotovelo.

Os itens “Visão” e “Ferramentas manuais” não apresentam problemáticas.

Tanto a distância como o ângulo de visão é compatível com os adequados para as

atividades exercidas, uma vez que seu trabalho não requer tanta exigência visual.

4.3.3 Análise Ergonômica Posto ECOM

O Posto ECOM, por sua vez, utiliza um mobiliário com um computador, um

flow-rack para armazenagem das peças e uma lixeira para descartes de embalagens

plásticas. Também faz uso de alguns carimbos e do Pocket (equipamento eletrônico

que faz a zeragem do veículo, excluindo do seu histórico os defeitos que não são

reais). Sendo o local de trabalho avaliado segundo a Figura 20.

A “Área de trabalho horizontal” é afetada pela montagem da tampa da caixa de

fusíveis, o operador necessita pegar a peça no assoalho do banco dianteiro direito

do veículo quando se encontra sentado no banco dianteiro esquerdo. Contudo, é

uma atividade pouco frequente, que não necessita de considerável esforço físico e

de curta duração.

A “Altura do plano de trabalho” tem como atividades mais críticas a colocação

da tampa da caixa de fusíveis e a própria troca do fusível, pois a caixa de fusíveis se

encontra na parte inferior do painel, abaixo do volante, sendo preciso que o operador

trabalhe em uma altura abaixo da adequada. A troca do fusível, peça pequena e que

exigiria uma distância de visão e um ângulo de visão menor, também impacta

negativamente na avaliação da “Visão”.

Já as “Ferramentas manuais” e “Outros equipamentos” nesse posto têm

avaliação máxima. Aqui o pocket e os carimbos são considerados de dimensão,

forma e peso adequados. O mobiliário com o computador e o mobiliário para

armazenagem de peças é de confortável utilização.

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99

Ficha de Avaliação Data: 4 2011 Nº 3Análise ergonômica de postos de trabalho

Empresa: Setor:

Posto de Trabalho (PT): Local:

Equipamento, máquinas:

Descrição da tarefa, fases do trabalho (1, 2, 3...) :

Croquis e fotografias do PT:

Nesse caso a visão é o item mais

prejudicado do posto. Porque ao

trocar o fusível, que é uma peça

pequena, o operador não possui

um ângulo e distância de visão

adequados.

Comentários

AECOM

/ 10 /

MontagemFim da Linha

Mobiliário com Computador, Lixeira, Flow-Rack para condicionamento de peçasMontagem da tampa da caixa de fuzíveis, entrada ECOM

passagem do pocket , troca do fusível.

Legenda: A: Lixeira B: Mobiliário com computador para utilização ECOM C: Mobiliário para armazenagem de peças

12 3

Figura 20 – Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto ECOM

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100

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Melhorias no Layout

5.1.1 Melhorias no layout Posto Filme TETO

A Figura 21 representa o deslocamento do operador no Posto Filme TETO.

Figura 21 – Representação do deslocamento do operador na proposta do Posto Filme TETO

Legenda: A: Novo mobiliário para rolo de filme a ser aplicado no teto B: Escada C: Lixeira O Posto Filme TETO na situação proposta possui novos mobiliários que

facilitarão as atividades do operador e o auxiliará ergonomicamente, questão a ser

abordada posteriormente. Aqui foca-se no fato de que com o novo mobiliário os

operadores necessitarão se deslocar menos para aplicar o filme protetor sobre o teto

do veículo, como ilustrado na Figura 21, já que aproveitam o deslocamento do

próprio veículo na linha de produção, além de não precisarem levar o filme até o

veículo, pois esse se encontra suspenso sobre a linha na nova configuração.

Cada um dos operadores fica sobre uma plataforma, onde também há uma

lixeira para que o operador tenha à sua disposição tudo o que precisa para realizar

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101 suas atividades. Em linha tracejada está representado o Operador A e em linha

pontilhada o Operador B. Cada um sai da sua posição inicial 1, passa pela posição

intermediária 2 e chega a posição final 3, fazendo ao todo dois deslocamentos e 7

passos.

A área utilizada pelo posto diminuiu, pois a realização das operações assim

como o mobiliário não ultrapassa mais o espaço físico do próprio posto. Agora se

utiliza apenas um espaço de 5,28m de largura e 6,20m de comprimento, totalizando

32,74m², e não mais 49,10m² como anteriormente.

5.1.2 Melhorias no layout Posto Filme CAPOT

Para aplicar o filme sobre o capot, o posto também ganha novo mobiliário, mais

alto, e agora é subsequente da aplicação de filme sobre o teto. Na Figura 22 está a

representação do deslocamento dos operadores C e D, em linha tracejada e linha

pontilhada respectivamente, se deslocando para aplicar o filme no capot.

Figura 22 – Representação do deslocamento do operador na proposta do Posto Filme CAPOT

Legenda: A: Lixeira B: Escada C: Novo mobiliário para rolo de filme a ser aplicado no teto D: Novo mobiliário para rolo de filme a ser aplicado no capot

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102 Os operadores saem da posição 1, passam pelas posições intermediárias 2, 3

e 4 e depois chegam a posição final 5, percorrendo 4 deslocamentos ao todo.

A área utilizada pelo posto diminuiu, pois o mobiliário não ultrapassa mais o

espaço físico do próprio posto, já a realização das atividades do posto ultrapassa o

espaço físico destina ao mesmo, contudo o espaço utilizado a mais já está sendo

aproveitado do posto Filme TETO, ou seja, já está sendo contabilizado. Agora então

considera-se que a área utilizada seja de apenas um espaço de 5,28m de largura e

6,20m de comprimento o que resulta em 32,74m² ao invés de 49,10m² como na

situação atual.

5.1.3 Melhorias no layout Posto ECOM

O Posto ECOM conta os mesmo mobiliários, mas o início das atividades do

operador é orientado a ser realizado apenas quando o veículo chegar ao final do

passo anterior para diminuir o deslocamento relacionado. O único operador percorre

um trajeto conforme ilustrado na Figura 23. Saindo da sua posição inicial 1,

percorrendo as posições intermediárias 2 e 3 e chegando a posição final 4, fazendo

ao todo 3 deslocamentos. Lembrando que o mesmo posto é representado duas

vezes em momentos distintos para melhor entendimento do deslocamento sofrido.

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103

Figura 23 – Representação do deslocamento do operador na proposta do Posto ECOM

Legenda: A: Mobiliário com computador para uso ECOM B: Mobiliário Flow-Rack para armazenagem de peças

Já área utilizada pelo posto foi drasticamente reduzida, pois como o mobiliário

está contido no espaço físico do próprio posto e a realização das atividades do posto

fora de seu espaço já está sendo contabilizada na área do posto Filme CAPO,

considera-se que a área utilizada seja de um 5,28m de largura e 6,20m de

comprimento, resultando em 32,74m² ao invés de 98,21m².

5.1.4 Melhorias no layout Geral

Verificou-se a necessidade do deslocamento do operador para que o mesmo

efetue suas atividades e se seria possível rearranjar o layout dos postos a fim de

otimizar o trabalho.

Na Figura 24 tem-se um esquema dos arranjos físicos, atual e proposto, dos

postos em estudo. Note que no novo arranjo têm-se os três postos imediatamente

subsequentes na linha de montagem.

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104

Figura 24 – Esquematização da proposta para os postos na Linha de Montagem

Agora a borda de linha foi organizada de tal forma que os mobiliários

correspondentes a cada posto utilizassem apenas o seu espaço, assim não se faz

necessário postos sem operações entre eles e o deslocamento necessário do

operador diminui.

Antes, tinha-se 49,10m² para o posto Filme CAPOT, 49,10m² para o posto

Filme TETO e 98,21m² para o posto ECOM e 18,69m² de espaço entre as esteiras,

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105 ao total 215,11m². Já na situação proposta a área utilizada passa a ser de 3 X

32,74m² = 98,21m². Uma redução de 54,34%.

5.2 Operações e Tempos

As operações dos postos propostos serão estudadas utilizando agora o método

MTM, que se mostra uma ferramenta precisa e, uma vez aplicada, deixa o sistema

palpável e passível de mudanças rápidas e eficientes, pois cada atividade é bem

detalhada e mensurada. Agora cada atividade necessária precisa ser mapeada e

então analisada segundo a metodologia do MTM para que se possa utilizar esse

método de maneira adequada e obter os tempos dos postos com maior veracidade.

As operações associadas a cada posto serão para cada operador quando for o

caso, desmembradas em tarefas menores para facilitar as análises. Já o método

utilizado assim como o tempo associado a cada operação e ao deslocamento sofrido

serão demostrados em cada item.

5.2.1 Operações e Tempos Posto Filme TETO

No posto de colocação de filme sobre o teto do veículo, são utilizados dois

operadores, que realizam quase as mesmas operações e em conjunto. A Tabela 22

mostra todas as atividades detalhadas, já não mais agrupa-se em atividades

principais, assim se faz a análise de todas as atividades existentes. A Tabela contém

também os tempos associados e o método utilizado.

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106

Tabela 22 – Atividades e Tempos Posto Filme TETO Proposto

Abaixo segue a análise em MTM para todas as atividades nas quais foram

utilizadas tal método, no caso todas as atividades do posto. Nas Tabelas 23 e 24

estão as análises de MTM e os tempos associados. Para cada operador foi realizada

uma análise.

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107

Tabela 23 – MTM Posto Filme TETO Proposto – OPERADOR 1

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108

Tabela 23 (continuação) – MTM Posto Filme TETO Proposto – OPERADOR 1

Tabela 24 – MTM Posto Filme TETO Proposto – OPERADOR 2

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109

Tabela 24 (continuação) – MTM Posto Filme TETO Proposto – OPERADOR 2

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110

Tabela 24 (continuação) – MTM Posto Filme TETO Proposto – OPERADOR 2

5.2.2 Operações e Tempos Posto Filme CAPOT

No Posto de Filme CAPOT, são utilizados dois operadores, que realizam quase

as mesmas operações e em conjunto. Na Tabela 25 têm-se todas as atividades do

posto agora detalhadas, além dos tempos associados e o método utilizado.

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111

Tabela 25 – Atividades e Tempos Posto Filme CAPOT

Proposto

Para todas as atividades na qual o MTM foi utilizado, no caso todas as

atividades do posto, tem-se a aplicação do método. As Tabelas 26 e 27 mostram as

análises de MTM e os tempos relacionados.

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112

Tabela 26 – MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 1

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113

Tabela 26 (continuação) – MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 1

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114

Tabela 26 (continuação) – MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 1

Tabela 27 – MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 2

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115

Tabela 27 (continuação) – MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 2

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116

Tabela 27 (continuação) – MTM Posto Filme CAPOT Proposto – OPERADOR 2

5.2.3 Operações e Tempos Posto ECOM

O posto ECOM, por sua vez, utiliza apenas um operador. Todas as suas

atividades também passam a ser descritas. Os tempos de cada operação bem como

o método utilizado são relacionados na Tabela 28.

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117

Tabela 28 – Atividades e Tempos Posto ECOM Proposto

Para toda atividade na qual o MTM foi o método utilizado para a determinação

do tempo associado, tem-se a análise e a aplicação do método. O detalhamento do

MTM e os tempos constam na Tabela 29.

Tabela 29 – MTM Posto ECOM Proposto

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118

Tabela 29 (continuação) – MTM Posto ECOM Proposto

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119

Tabela 29 (continuação) – MTM Posto ECOM Proposto

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120

Tabela 29 (continuação) – MTM Posto ECOM Proposto

5.2.4 Síntese dos Tempos e Capacidade Produtiva Propostas

Novamente, para cada posto foi determinado:

• Top ou Tempo de operação: a soma dos tempos das operações que

preconizadas nos documentos de processo;

• Tdesl ou Tempo de deslocamento: a soma dos tempos dos deslocamentos

sofridos pelo operador;

• Tativ ou Tempo de atividade: a soma dos tempos de operação e deslocamento.

• Tposto ou Tempo do posto: o maior tempo de atividade.

Lembrando que nessa fase os tempos de operação foram cotados segundo a

metodologia MTM. Na Tabela 30 há uma síntese dos tempos medidos e calculados.

Tabela 30 – Síntese dos Tempos Propostos

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121 Lembrando que na situação atual os tempos de ciclo dos postos Filme CAPOT,

Filme TETO e ECOM eram de 1,04min, 1,60min e 1,93min respectivamente. Ou

seja, o tempo do posto Filme CAPOT acabou aumentando, do posto Filme TETO

diminuiu consideravelmente e do ECOM também foi reduzido.

A partir das informações acima se calcula a capacidade de produção de cada

posto em veículos por hora dividindo 60 pelo tempo do posto, gerando a capacidade

produtiva em veículos por hora.

Na Tabela 31 tem-se a capacidade produtiva da linha de montagem como um

todo, se dependesse apenas desses postos, que agora é de 46,3 veículos por hora,

tem-se um novo gargalo.

Tabela 31 – Capacidade Produtiva dos Tempos Propostos

As capacidades produtivas eram de 57,9 veículos hora para o posto Filme

CAPOT, 37,4 veículos por hora para o posto Filme TETO e 31,1 veículos por hora

no posto ECOM.

Assim, a capacidade produtiva dos postos foi, em todos os casos, maximizada.

O que impactou diretamente na capacidade produtiva da linha de montagem, em

relação aos postos em estudo.

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122

Figura 25 – Comparação da Capacidade Produtiva

5.3 Ergonomia

Continuando a focar nos aspectos ergonômicos que têm relação direta com o

layout do ambiente de trabalho ou com as operações e tempos dos postos

analisados, irá se avaliar ergonomicamente o item “Espaço de trabalho” nos postos

em estudo após as modificações propostas.

5.3.1 Análise Ergonômica Posto Filme TETO Proposto

Para a colocação de filme sobre o teto, agora há uma plataforma para a

sustentação do rolo de filme protetor que também possui um instrumento para cortá-

lo. Além da lixeira para descarte de sobra de filme, do dispositivo para recortar o

excesso de filme e a espátula. Na Figura 26 tem-se a Avaliação Ergonômica do

Posto.

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123

Figura 26 – Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme TETO

A “Altura do plano de trabalho” e “Outros Equipamentos” tiveram suas

avaliações melhoradas, devido às melhorias mencionadas. A “Área de trabalho

horizontal” ainda é prejudicada quando o operador aplica o filme sobre o capot e

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124 estica seus membros superiores além da área normal de trabalho. Já para “Visão” e

“Ferramentas manuais” não houve modificações.

5.3.2 Análise Ergonômica Posto Filme CAPOT Proposto

O posto Filme CAPOT também ganha novo mobiliário para o rolo de filme

protetor. Utiliza-se também a lixeira e a espátula para alisar o filme sobre o veículo.

Na Figura 27 tem-se a Avaliação Ergonômica do Posto Filme CAPOT proposto.

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125

Figura 27 – Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme CAPOT

“Outros Equipamentos” era prejudicado pelo mobiliário que sustentava o rolo

de filme protetor, pois o operador necessitava elevar os membros superiores e

exercer foça para retirar o filme do rolo. Agora, com o novo mobiliário, a força e a

posição realizada ficaram mais adequadas, melhorando também a “Altura do plano

de trabalho”.

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126

Contudo, a “Área de trabalho horizontal” ainda não teve avaliação máxima,

uma vez que a atividade de aplicar o filme sobre o capot ainda requerer que o

operador estique seus membros superiores para além da zona de conforto para o

mesmo. Já para “Visão” e “Ferramentas manuais” não houve modificações.

5.3.3 Análise Ergonômica do Posto ECOM Proposto

O Posto ECOM continua a utilizar um mobiliário com um computador, um flow-

rack para armazenagem das peças e uma lixeira para descartes de embalagens

plásticas. Além de carimbos e do pocket. Na Figura 28 tem-se a avaliação

ergonômica do posto.

A avaliação de cada um dos itens abaixo do local de trabalho permanece a

mesma, assim como a avaliação global do espaço de trabalho.

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127

Figura 28 – Ficha de Avaliação Ergonômica do Posto Filme ECOM

A montagem da tampa da caixa de fusíveis impede uma avaliação máxima da

“Área horizontal” e da “Altura do plano de trabalho”, uma vez que o operador precisa

realizar tal operação enquanto se encontra sentado no banco do veículo. Assim, a

troca do fusível, continua a impactar na avaliação do item “Visão”.

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128 “Ferramentas manuais” e “Outros equipamentos” mantêm avaliação máxima

já que não houve modificações que lhes impactem.

5.3.4 Análise Ergonômica Geral

A ergonomia do espaço de trabalho teve sua avaliação global modificada nos

postos de colocação de filme de proteção no capot e no teto. Lembrando que a nota

vai de 1 a 5, na qual o 1 representa a situação ideal e 5 a pior situação. Pode-se

observar na Tabela 32 as avaliações detalhadas utilizadas.

Tabela 32 – Comparação das Avaliações do Espaço de Trabalho

Na Tabela 33 tem-se a comparação da avaliação global.

Tabela 33 – Comparação Avaliação Ergonômica Global

Assim, tem-se que a ergonomia do posto Filme CAPOT e Filme TETO

melhorou de avaliação 3 para avaliação 2 devido aos itens “Altura do plano de

trabalho” e “Outros Equipamentos” terem sido melhorados. Já o posto ECOM

manteve sua avaliação ergonômica global com nota 2, devido a se manter com as

mesmas notas em todos os itens.

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6. CONCLUSÕES

O objetivo de se chegar a uma capacidade produtiva de 40 veículos por hora foi

alcançado, com a redução de desperdícios relacionados ao espaço físico e ao

deslocamento, aplicando principalmente os conceitos de Manufatura Enxuta e MTM.

Contudo, as análises realizadas nas seções anteriores também expõem o

trabalho unificado das análises de ergonomia, estudo de tempos ligados ao sistema

de balanceamento de postos de trabalho. Portanto, para realizar uma produção de

46,3 Veículos por hora, a empresa teve que reorganizar os postos em estudo,

melhorando-os em questões ergonômicas, de layout e de processo como descrito no

corpo do trabalho.

Os ganhos se deram em questões de ergonomia e conforto para o operador,

processo e definição de tempos e ainda um considerável ganho no espaço físico.

Sendo que todos, mesmo que indiretamente, contribuíram para o aumento da

capacidade produtiva.

Utilizando a análise de posto com as ferramentas já listadas, foi possível

diminuir o tempo necessário ao operador para que mesmo realize suas atividades e

assim aumentar a capacidade produtiva da empresa em 48,9%, ou seja, passa-se

de 31,1 para 46,3 veículos por hora. A ergonomia do espaço de trabalho teve sua

avaliação global modificada nos postos de colocação de filme de proteção no

CAPOT e TETO em função da modificação do layout dos postos propiciando aos

operadores menores deslocamentos e posturas de trabalho mais ergonômicas que

estão abordadas no corpo do trabalho. Tem-se também o ganho relacionado ao

espaço físico, os três postos utilizavam, juntos, 300,9m² do prédio da empresa já na

situação proposta necessita-se apenas de 142,6m², uma redução de 52,6%.

A maioria das mudanças propostas no estudo original foi proposta na empresa

e ocorre, frequentemente. A redução de tempo é vista naturalmente sem auxílio de

muitos outros estudos, tendo como principal ganho, a capacidade produtiva e a

diminuição da quantidade de operadores.

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6.1 Sugestões para trabalhos futuros

Este estudo tem como objetivo ainda deixar para pesquisas futuras a

implantação do estudo em toda a área de produção de montagem da fábrica e

também as outras fábricas do mesmo grupo.

Para demais estudos propostos é necessário ainda verificar todas as vantagens

e desvantagens dentro dos setores, como por exemplo, a aplicação de um

balanceamento efetivo.

É possível sugerir a partir deste trabalho um estudo mais amplo sobre layout,

que aborde este tema na empresa contemplando toda a metodologia e a técnica que

existe atualmente para melhorar ainda mais o proposto no trabalho.

Ainda assim algumas dificuldades acabaram por impor uma adaptação às

análises, uma cronometragem mais ampla, com mais tempos tomados, e a definição

de distribuições estatísticas precisas para os tempos de produção poderiam

aumentar a fidelidade do estudo em relação a realidade. Apesar de o estudo atender

seus objetivos, um projeto de simulação com tempos e distribuições estatísticas

enriqueceria a dissertação.

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