ANÁLISE DA VARIABILIDADE DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTICA NA BACIA DO RIO CAIAPO - GO.pdf

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ LICENCIATURA EM GEOGRAFIA WÁTILA CAMPOS LIMA ANÁLISE DA VARIABILIDADE DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA BACIA DO RIO CAIAPÓ - GO IPORÁ - GO 2012

Transcript of ANÁLISE DA VARIABILIDADE DE PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTICA NA BACIA DO RIO CAIAPO - GO.pdf

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    WTILA CAMPOS LIMA

    ANLISE DA VARIABILIDADE DE PRECIPITAO

    PLUVIOMTRICA NA BACIA DO RIO CAIAP - GO

    IPOR - GO

    2012

  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS

    UNIDADE UNIVERSITRIA DE IPOR

    LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

    WTILA CAMPOS LIMA

    ANLISE DA VARIABILIDADE DE PRECIPITAO

    PLUVIOMTRICA NA BACIA DO RIO CAIAP - GO

    Trabalho de Concluso apresentado

    Universidade Estadual de Gois,

    Unidade Universitria de Ipor, como

    exigncia parcial para a concluso do

    curso de graduao em Geografia,

    modalidade Licenciatura.

    Orientador: Prof. Ms. Valdir Specian

    IPOR GO 2012

  • Dados Internacionais de Catalogao na Publicao ( CIP )

    Lima, Wtila Campos.

    L732a Anlise da variabilidade de precipitao pluviomtrica na bacia do rio Caiap GO. [manuscrito] /Wlita Campos Lima. 2012.

    45 f.: il.: CD.

    Referncias.

    Trabalho de Concluso de Curso (Monografia) Universidade Estadual de Gois, Unidade Universitria de Ipor, Curso de Geografia, Ipor, 2012.

    Orientador: Ms. Valdir Specian.

    1. Bacia hidrogrfica. 2. Chuvas. 3. variabilidade. I. Ttulo.

    CDU: 91

  • ii

  • iii

    Dedico

    A minha querida esposa Maiele, por

    todo amor, incentivo, apoio e

    pacincia durante a execuo

    desse trabalho.

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus pela oportunidade de realizar este projeto;

    minha esposa que tanto amo e que tanto me incentivou, e que foi a responsvel por eu estar

    concluindo este curso;

    minha famlia, meu pai, minha me e meus irmos por todo o incentivo e apoio;

    Abro aqui um espao especial para agradecer ao Professor Ms. Valdir Specian, meu

    orientador ou seria (des)orientador, pelo auxlio e pacincia na realizao deste trabalho, por

    todas as vezes que talvez tenha pensado em desistir mas no o fez, por me encaminhar na rea

    cientfica com dedicao e acima de tudo pela amizade.

    Ao coordenador do Curso de Geografia Professor Divino Jos (Zzinho).

    Aos professores do curso de Geografia, por toda a dedicao.

    A todos os meus colegas de curso pelo apoio e amizade no decorrer deste curso

    E a todos que de alguma forma me ajudaram na elaborao deste trabalho.

    Muito obrigado!

  • v

    RESUMO

    Este trabalho tem como objetivo, realizar uma anlise da precipitao pluviomtrica na bacia

    do rio Caiap GO, localizada entre as coordenadas geogrficas de 15 43 59 e 17 15 49 de latitude Sul e 52 24 00 e 51 00 18 de longitude Oeste. Para a realizao do estudo proposto, foi utilizado um recorte temporal de 36 anos, compreendendo o perodo de

    1975 a 2011. Por meio da ANA (Agencia Nacional de guas), foi possvel obter os dados de

    precipitao necessrios realizao do estudo, os quais foram trabalhados, procurando

    corrigir as falhas e buscando por meio de anlise estatstica, estabelecer anos padres de

    anlise como seco, tendentes a secos, habituais, tendentes a chuvosos e chuvosos, e buscou-se

    tambm por meio da estatstica descritiva, realizar uma anlise da distribuio e variao das

    chuvas, onde foram discutidos e analisados os valores mdios totais de chuva para todo o

    perodo, as mdias anuais, mensais, trimestrais e tambm sazonais compreendendo o perodo

    seco e o chuvoso no qual se divide a sazonalidade da regio. Foi realizado tambm uma

    anlise da frequncia de precipitao durante todo o perodo de estudo, usando os meses de

    agosto, setembro e outubro, considerados os meses de transio entre o perodo seco e

    chuvoso. Os resultados obtidos constaram que houve variao nos eventos de precipitao

    pluvial na bacia no perodo de estudo proposto, com os menores volumes de chuva nos meses

    de Julho e Agosto e os maiores volumes, nos meses de Dezembro e janeiro, e a anlise da

    frequncia mostrou que o perodo de chuva se iniciou para todos os postos no ms de

    setembro e que os primeiro eventos de chuva que anunciam esse perodo chuvoso ocorreram

    no posto de Caiapnia localizado na alta bacia e se dirige em sentido a mdia bacia do rio

    Caiap. A bacia apresentou como ano chuvoso o ano de 1983, como habitual 1976 e seco o

    ano de 1990.

    Palavras-chave: Bacia hidrogrfica - Caiap - chuvas variabilidade.

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    ABSTRACT

    This work aims to conduct an analysis of rainfall in the river basin Caiap - GO, located

    between the geographical coordinates 15 43 '59'' and 17 15' 49'' south latitude and 52 24

    '00'' and 51 00 '18'' West longitude. To conduct the proposed study, we used a time frame of

    36 years, including the period from 1975 to 2011. By ANA (National Water Agency), it was

    possible to get the data needed rainfall will conduct the study, which were presented, trying to

    correct the flaws and searching through statistical analysis, establish patterns analysis years as

    dry, tending the dry, normal, tending to rainy, rainy, and sought also by using descriptive

    statistics, perform an analysis of the distribution and variation of the rains, which have been

    discussed and analyzed the average total rainfall for the entire period, the average annual,

    monthly, quarterly, seasonal and also comprising the dry and wet seasons in which divides the

    seasonality of the region. It was also performed an analysis of the frequency of rainfall

    throughout the study period, using the months of August, September and October, the months

    considered transition between the dry and rainy. The results obtained consisted of that there

    was variation in rainfall in the basin during the proposed study, with smaller volumes of rain

    in July and August and higher volumes in the months of December and January, and

    frequency analysis showed that the rainy season has started for all jobs during the month of

    September and the first to announce rain events occurred in this rainy post Caiapnia located

    in the upper basin and heads on towards the middle of the river basin Caiap. The basin

    presented as rainy year of 1983, 1976 and dry as usual in 1990.

    Keywords: watershed - Caiap - rain - variability.

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1. Localizao dos municpios e dos postos pluviomtricos.

    Quadro 2. Percentual de dias com precipitao em relao ao total de dias analisados para os

    36 anos.

    Quadro 3. Exemplo de estatstica dos dados de chuva estudados.

  • viii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1. Mapa de localizao da Bacia do Rio CaiapGO. Mapa sem escala definida.

    Figura 2. Perfil de elevao no percurso do Rio Caiap.

    Figura 3. Localizao dos postos na bacia.

    Figura 4. Totais mdios de chuva dos postos para todo o perodo.

    Figura 5. Variao das mdias anuais de todo a srie histrica para todos os postos.

    Figura 6. Mdias mensais de precipitao de janeiro a abril para todo o perodo.

    Figura 7. Mdias mensais de precipitao de maio a agosto para todo o perodo.

    Figura 8. Mdias mensais de precipitao de setembro a dezembro para todo o perodo.

    Figura 9. Distribuio mensal da precipitao para todos os postos e toda a srie histrica.

    Figura 10. Mdias trimestrais de precipitao de todos os postos entre 1975 e 2011.

    Figura 11. Totais mdios sazonais para todos os postos de 1975-2011.

    Figura 12. Desvio percentual de todos os postos e variabilidade espao-temporal da

    pluviosidade mensal.

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    SUMRIO

    INTRODUO .................................................................................................................. 10

    1. REFERENCIAL TERICO ........................................................................................... 13

    1.1 Estudos sobre chuvas no Brasil e Mecanismos de produo de tempo ........................ 15

    1.2 Estudo Sobre Chuvas no Centro-Oeste ......................................................................... 17

    1.3 Estudo sobre chuvas no Estado de Gois ...................................................................... 18

    1.4 O estudo das chuvas para bacias hidrogrficas ............................................................. 19

    2. MATERIAIS E MTODOS ........................................................................................... 22

    2.1 Caracterizao da rea de estudo .................................................................................. 22

    2.2 Metodologia .................................................................................................................. 24

    2.3 Estatstica descritiva para escolha do ano padro ......................................................... 26

    3. RESULTADO E DISCUSSO ...................................................................................... 28

    3.1 Anlise da Pluviosidade mdia total para o perodo de 1975 a 2011............................. 28

    3.2 Pluviosidade mdia mensal para todos os postos da bacia............................................. 29

    3.3 Histograma da distribuio mdia mensal................................................................ ..... 32

    3.4 Anlise da pluviosidade mdia trimestral e sazonal para o perodo de estudo.............. 33

    3.5 Anlise da frequncia de precipitao para o incio do perodo chuvoso...................... 35

    3.6 Variabilidade pluviomtrica anual e escolha dos anos-padro................................... 36

    CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................. 38

    REFERNCIAS .................................................................................................................. 39

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    INTRODUO

    O homem sempre teve grande interesse em compreender ou ao menos procurar

    interpretar as inmeras formas de atuao dos elementos da natureza no planeta e sua

    sobrevivncia sempre dependeu de diversos fatores, e dentre estes mais diversos fatores, d-se

    nfase a um que ocupa lugar de destaque, o clima e seus padres, hoje este fator tem se

    tornado um dos principais campos de estudo da Geografia, e seus estudos tm conquistado e

    garantido lugares importantes na cincia nos ltimos anos.

    No estudo do clima, um dos elementos se destaca como principal, a precipitao

    pluviomtrica. Diversos so os trabalhos voltados anlise do padro da precipitao por ser

    elemento de grande variao e de efeitos muitas vezes devastadores (Nimer 1989; Santana

    Neto 1990, 1998; Assis 1991; Monteiro 1999, 2000; Boin 2000; Baldo 2006; Ayoad 2007;

    Rodrigues e Castro 2007, entre outros), mas na maioria das vezes os trabalhos e pesquisas so

    voltados ao estudo de sua gnese e distribuio em determinadas reas.

    Depois de ter uma sugesto de pesquisa voltada para as chuvas em determinada

    rea e num determinado tempo, e depois de buscar tambm informaes e realizar leituras

    nesta rea, foi constatado que havia, como exposto por vrios autores, carncia no estudo

    sobre chuvas em reas consideradas pequenas e de extrema importncia como bacias

    hidrogrficas. O estudo mais geral das chuvas, ou seja, quando se abrange grandes reas,

    tomando como exemplo partes do territrio como os estados, ou ainda mais abrangentes como

    exemplo as regies sul e sudeste do pas que so regies bastante abordadas no estudo das

    chuvas, pode de certa forma no se ter o mesmo resultado devido ao fato de as chuvas

    tambm ocorrerem de forma isolada em reas menores como uma bacia hidrogrfica.

    Partindo dessa sugesto e anlise da importncia do estudo, foi estabelecido que a

    pesquisa se voltasse para o estudo das chuvas em uma bacia hidrogrfica, assim, entendendo

    como necessrio, a realizao de anlise e estudo do comportamento das chuvas para um

    determinado espao, enfatizando se houve variabilidade ao longo dos anos, foi escolhida e

    tomada como rea de estudo a bacia do Rio Caiap que abrange parte do oeste e sudoeste

    goiano e por no apresentar trabalhos voltados para essa linha de pesquisa, onde o objetivo foi

    realizar uma anlise da variao e distribuio da precipitao pluviomtrica em um

  • 11

    determinado perodo de tempo. Analisando esse perodo de tempo, ao se constatar a existncia

    e possibilidade de acesso a esses dados histricos suficientes para a realizao da pesquisa, foi

    estabelecido ento, um perodo entre os anos de 1975 a 2011 totalizando 36 anos de dados de

    chuva a serem analisados.

    Os dados de chuva utilizados para a realizao das anlises so disponibilizados

    pelo site da ANA Agencia Nacional de guas, atravs do site hidroweb Sistema de

    Informaes Hidrolgicas. Diante da proposta, pde-se obter dentro da bacia, seis postos com

    dados de chuva disponibilizados e optou-se por usar mais dois que se encontravam mais

    prximos borda da bacia, os postos utilizados foram: Caiapnia, localizado no municpio de

    Caiapnia-GO; Doverlndia, no municpio de Doverlndia-GO; Piranhas, no municpio de

    Piranhas-GO; Bom Jardim, no municpio de Bom jardim de Gois-GO; Peres Aragaras, no

    municpio de Aragaras-GO; So Ferreira, no municpio de Arenpolis-GO; e Ipor, no

    municpio de Ipor-GO.

    A partir desse ponto, determinou-se como objetivo geral, analisar a variabilidade

    da precipitao pluviomtrica no perodo de 1975 a 2011, na bacia do rio Caiap GO, e

    como objetivos especficos, analisar os registros dirios de precipitao pluviomtrica,

    buscando estabelecer mdias mensais e se necessrio, anuais e sazonais no perodo de estudo

    proposto; definir anos padres de anlise para este perodo por meio da estatstica descritiva e

    analisar tambm a frequncia com que esses eventos ocorrem durante o incio do perodo

    estabelecido como chuvoso, apresentando as diferenas de ocorrncia e frequncia, bem como

    a quantidade precipitada. Eltz et. al. (1992), afirmam que a anlise de frequncia uma

    tcnica estatstica importante no estudo das chuvas, em razo da grande variabilidade

    temporal e espacial das precipitaes pluviais, as quais no podem ser previstas em bases

    puramente determinsticas.

    Com relao precipitao, o aspecto que pode ser considerado mais importante

    para a realizao de diversas aes, alm da sua quantidade e variabilidade, sua frequncia,

    isto , a quantidade de nmero de dias, dentro de um ms ou posto, no qual ocorra esse evento

    (ASSIS, 1991). Observar e apresentar as alteraes ocorrentes nesses eventos e verificar a

    variabilidade interanual dos dados de chuvas no perodo de estudo.

    A precipitao essencial e determinante de diversos fatores como produo de

    alimentos, gua, na recarga dos aquferos, e o conhecimento de sua gnese e distribuio,

    pode tambm fornecer subsdios produo agrcola, ordenamento do espao urbano e rural

    visando sempre melhora na qualidade de vida, produo de energia, aproveitamento de

  • 12

    recursos hdricos naturais como o processamento e obteno de energia pelas hidreltricas,

    que esto se tornando bastantes atuantes na rea de estudo.

    Conhecer os regimes, bem como valores ou volumes mximo de precipitao e

    seca, se torna interessante e muito importante no dimensionamento de PCHs por exemplo.

    Portanto, apresentando como relevncia, prope-se no um estudo voltado para o

    entendimento do ritmo climtico e sua gnese na bacia de maneira especfica, mas definir

    diante das possibilidades dos resultados, o padro das chuvas, sua variao e distribuio na

    bacia no perodo proposto, e por meio desse estudo, buscar entender tambm a dinmica dessa

    variao, servindo de subsdios a possveis trabalhos futuros.

    Assim, buscando contribuir ainda que de forma restrita com a produo do

    conhecimento sobre a ocorrncia de chuvas em uma bacia hidrogrfica que se estabeleceu

    como objeto de pesquisa a ser trabalhado as chuvas na bacia do Rio Caiap Gois.

  • 13

    1. REFERENCIAL TERICO

    Atualmente, o estudo do clima tem se tornado um importante captulo no

    desenvolvimento da cincia moderna, pois segundo Mendona (2003, p. 7), a atmosfera

    influencia diretamente as atividades humanas, e estas implicam em alteraes naquela. E

    ainda conclui afirmando que o clima pode ser considerado, um dos principais campos de

    estudo da Geografia, sendo que a principal particularidade da abordagem geogrfica desse

    componente da biosfera est na nfase atribuda interao estabelecida entre a dinmica da

    atmosfera/clima e a dinmica da sociedade.

    No estudo do comportamento do clima, um dos elementos mais pesquisados a

    precipitao pluviomtrica ou chuva. A chuva consiste em fenmeno meteorolgico onde h

    precipitao de gua, ou gotas de gua sobre a superfcie terrestre. Essas gotas por sua vez,

    so produzidas atravs da condensao gerada pelas massas de ar ascendentes e vapor de gua

    que do origem s nuvens atravs dessa condensao do mesmo formando gotculas mais

    densas que por sua vez iro se precipitar, mas nem todas essas gotas de gua iro alcanar o

    solo, algumas iro se evaporar durante o percurso (MENDONA e DANNI, 2007).

    De acordo com Ayoade (2007, p.224), o clima sobre uma localidade a sntese

    de todos os elementos climticos em uma combinao de certa forma singular, determinada

    pela interao dos controles e dos processos climticos.

    Em hidrologia a precipitao tambm definida como toda gua proveniente do

    meio atmosfrico que atinge a superfcie terrestre, podendo apresentar-se em diversas formas

    como a chuva, neblina, granizo, saraiva, neve ou orvalho (BERTONI; TUCCI, 2000), e h

    que se ressaltar aqui que, a regio de estudo abordada neste trabalho no apresenta

    precipitaes em forma de neve, e raramente ocorrem os granizos e saraivas.

    Para Rodrigues e Castro (2007), a gnese das chuvas um fenmeno que est

    diretamente relacionada dinmica das massas de ar, que fator excepcional em

    Climatologia, em especial quando se refere Climatologia Dinmica, que d nfase ao estudo

    do clima e tempo, mas com foco geralmente maior nos movimentos atmosfricos, em

    particular quando se considera as caractersticas dos sistemas atmosfricos (tipos de tempo),

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    atuantes e geradores de chuvas numa dada rea. Assim como Monteiro (1976), Rodrigues e

    Castro (2007) tambm caracterizaram as gneses das chuvas e a dinmica das massas de ar

    por meio da anlise rtmica.

    Segundo Strahler (1986), as chuvas esto ligadas ascenso de ar, e podem

    ocorrer devido aos seguintes fatores: a) conveco trmica, que ocorre com a oscilao da

    temperatura, circulao do calor, ou seja, movimentos verticais do ar, que faz com que o ar

    frio desa e o ar quente suba gerando uma circulao desse ar; b) relevo, que influenciar na

    distribuio da precipitao e c) ao frontal de massas, assim essas condies iro gerar trs

    tipos de precipitao, as convectivas, orogrficas e frontais.

    Estudar fenmenos pluviomtricos, como a variao espacial e temporal da chuva,

    de grande aplicabilidade em vrias reas do conhecimento, pode-se fornecer subsdios

    implementao de polticas de ordenamento do espao urbano e rural visando melhoria na

    qualidade de vida da populao (TARIFA et al, 2006), bem como, prevenir diversos tipos de

    transtornos que a chuva possa causar (MONTEIRO, 2000).

    De acordo com Rodrigues e Castro (2007, p.145), a precipitao uma das

    variveis meteorolgicas mais importantes para os estudos climticos, em particular para a

    caracterizao das diversas regies do Brasil. Essa importncia, segundo os mesmos autores,

    consiste principalmente em prevenir consequncias geradas por essa precipitao, que, em

    grande quantidade dos casos, quando ocorridas em curtos intervalos de tempo, ou seja,

    perodos em que ocorrem as chuvas mais intensas, podem causar impactos diversos e com

    potencial destruidor em determinado local, como enchentes, assoreamento dos rios,

    deslizamentos de terra, etc.

    notvel que qualquer faixa ou regio do globo terrestre est sujeita aos impactos

    meteorolgicos, ou seja, chuvas e secas extremas, altas e baixas temperaturas e umidade,

    ventos, em que a vulnerabilidade agravada pelo desmatamento e abertura de novas reas,

    sejam destinadas para a agricultura ou urbanizao (MONTEIRO, 1999).

    A este respeito, Santanna Neto (1998; p. 120) diz que, somente a partir do

    conhecimento da dinmica climtica, sua gnese e previso, pode-se minimizar seus efeitos

    negativos s atividades humanas, e a partir da, procurar aproveitar a sua variabilidade

    temporal para o planejamento territorial, seja na produo agrcola, de energia eltrica,

    desenvolvimento urbano entre outros.

    Os conhecimentos adquiridos em relao s precipitaes pluviais tm promovido

    grandes interesses devido s possibilidades de aplicao em projetos de vertedouros de

  • 15

    barragens, na agricultura, no dimensionamento de canais, na determinao de galerias de

    guas pluviais, no clculo e construo de bueiros, em projetos de irrigao e drenagem e no

    abastecimento de gua (Villela & Mattos, 1975).

    Nesse sentido, esse mesmo conhecimento a respeito do regime e da formao das

    chuvas, passa a contribuir de forma importante e tm se tornado pea indispensvel em

    tomadas de decises. ento, voltado a esta necessidade, a de contribuir para a formao,

    ampliao e fortalecimento do conhecimento do seu padro, importncia e consequncia que

    deve ser analisado a atuao da precipitao sobre determinada rea.

    Segundo Tucci (1993), Rodrigues e Castro (2007) a precipitao o elemento

    atmosfrico de maior variabilidade (desvios anuais), e neste caso, em que, o que se busca

    aqui realizar um estudo sobre a variabilidade da precipitao pluviomtrica em uma

    determinada regio, tem sua importncia tambm firmada por Boin (2000, pg.66), onde

    afirma que, a importncia do estudo do nmero de dias com chuva no ano provm da

    necessidade de se pesquisar padres de intensidade de chuvas decorrentes da distribuio das

    mesmas ao longo de um perodo.

    Boin (2000, p.41), destaca ainda que uma maior ou menor precipitao

    pluviomtrica, depende do confronto dos sistemas atmosfricos gerados pela dinmica

    atmosfrica, e cabe ressaltar que pode tambm em certas regies ser resposta s condies de

    superfcie, ou seja, da forma como se apresenta o relevo e que so esses confrontos e essas

    possveis influncias das condies de superfcie que iro refletir em diferentes resultados,

    isto , anos com diferentes caractersticas pluviomtricas, seco, chuvoso, etc.

    Boin (2000 p.4), tambm afirma que, no estudo dos fenmenos climticos, a

    distribuio temporal e espacial da pluviosidade um fenmeno climtico bastante complexo,

    no qual variaes so percebidas no decorrer dos anos e de seus regimes mensais, logo, a

    ocorrncia de perodos considerados muito chuvosos ou secos se d por meio da anlise de

    ritmos climticos e de elementos fundamentais do clima em determinados recortes de tempo.

    1.1 Estudos sobre chuvas no Brasil e Mecanismos de produo de Tempo

    A necessidade de obteno de dados e realizao de trabalhos que tenham como

    objetivo a pesquisa e caracterizao das chuvas no territrio Brasileiro tem se tornado ponto

    de grande importncia, contudo, o fato do pas possuir uma extenso territorial considervel

    torna a realizao destes trabalhos um tanto difceis.

  • 16

    Diversos autores e pesquisadores se destacaram no estudo da climatologia no

    Brasil, principalmente no tocante ao estudo das precipitaes como Nimer, Monteiro,

    SantAnna Neto, dentre outros.

    Nimer (1989), em sua obra Climatologia do Brasil diz que o Brasil sofre aes

    direta ou indireta de todas as massas de ar, Equatorial atlntica, Tropical continental, Tropical

    atlntica, Equatorial continental, Equatorial pacfica, Equatorial norte, Antrtica, Polar

    pacfica, Polar atlntica, Tropical pacfica e Superior, que so responsveis por gerar as

    condies climticas atuantes na Amrica do Sul. A partir ento dos estudos de forma geral

    desse comportamento do clima, em especfico da chuva no pas comea-se a surgir a

    necessidade de realizar estes estudos em recortes menores do territrio.

    Assim, como foi exposto por vrios estudiosos e pesquisadores como Henrique

    Morize e Frederico Draenert, engenheiros, no final do sculo XIX e incio do sculo XX,

    pioneiros no estudo brasileiro da climatologia geogrfica, entendida como uma linha de

    estudo que se pauta na anlise de relaes entre fenmenos climticos e a sociedade, bem

    como na preocupao com os efeitos e consequncias causados pela variabilidade do clima no

    espao , j em seus estudos faziam menes de que esta linha possua bastante carncia de

    estudos e pesquisas que tivessem como foco de discusso, a dinmica produzida pelos

    sistemas atmosfricos no espao e no tempo, ou seja, em determinados recortes menores do

    territrio e em certos perodos de tempo (SANTANNA NETO, 2003).

    No que diz respeito s chuvas, um ponto de grande relevncia foi o

    desenvolvimento agroeconmico do pas que incentivou maior investimento, que por sua vez

    possibilitou melhor aprofundamento nas pesquisas e com isso, dependendo da escala de

    anlise, caracterizar as chuvas em grande parte do territrio brasileiro. Vrios fatores podem

    influenciar nessa produo de chuva no pas, dentre eles o fato do Brasil, ter em seu territrio

    uma extensa faixa litornea, que por sua vez exerce influncia atravs das correntes martimas

    quentes e midas do oceano atlntico que influencia no aumento da precipitao, a

    maritimidade que favorece a grande incidncia de chuvas na faixa litornea juntamente com

    as barreiras orogrficas naturais existentes ao longo de quase toda a extenso litornea, e o

    deslocamento das massas de ar que tem influncia primordial na ocorrncia de chuvas.

    As principais massas de ar geradoras de precipitao no pas so: a massa Polar

    atlntica (mPa), que entra no pas pela regio sul percorrendo todo o litoral, ou entra pelo

    interior atravessando o centro-oeste at chegar a Amaznia; a Tropical atlntica (mTa) quente

    e mida tambm provoca chuvas e invade o continente pelo litoral; a Tropical continental

  • 17

    (mTc), quente e seca e que ao contrario, invade o pas a oeste e formada na depresso do

    chaco, e adentra o centro-oeste provocando um inverno seco; a Equatorial continental (mEc),

    formada na Amaznia que tambm quente e mida e atua em todo o pas, provocadora de

    fortes chuvas durante o vero e a Equatorial atlntica (mEa), que atua no litoral norte tambm

    quente e mida e provoca chuvas (MENDONA e DANNI, 2007).

    Segundo o CPTEC (Centro de Previso de Tempo e Estudos Climticos), outro

    fator que tambm influncia o Elnino, que caracteriza-se por ocorrer a partir de um

    aquecimento anormal das guas superficiais no oceano Pacfico Tropical, e que pode afetar o

    clima regional e global, mudando os padres de vento a nvel mundial podendo afetar, os

    regimes de chuva em regies tropicais e de latitudes mdias. As massas quentes e midas so

    produtoras de chuvas convectivas, esse deslocamento ocorrente com essas massas de ar que

    ao se chocarem, ir produzir as chuvas.

    1.2 Estudos Sobre Chuvas no Centro-Oeste

    A regio centro-oeste em relao s caractersticas climticas apresenta veres

    chuvosos (outubro a maro), e invernos secos (abril a setembro), ou seja, tropical chuvoso

    (Aw) na classificao de Kppen (1918).

    De acordo com Nimer (1989), o clima da regio centro-oeste brasileira

    influenciado pelos fatores fsico-geogrficos (posicionamento continental, extenso latitudinal

    e relevo) e dinmicos (circulao atmosfrica), e ainda segundo o terico, o clima um

    fenmeno dinmico, apenas conhecer os fatores geogrficos no suficiente para

    compreend-lo havendo, portanto a necessidade de interao com os sistemas regionais de

    circulao atmosfrica. E as trs circulaes atmosfricas principais que atingem essa regio

    apresentadas por Nimer, so o Sistema de Circulao Perturbada do Norte: representada pela

    Convergncia Intertropical (CIT); o Sistema de Circulao Perturbada do Sul: representado

    pelo Anticiclone Polar e pela Frente Polar (FP) e o Sistema de Circulao Perturbada de

    Oeste: representado pela linha de Instabilidade Tropical (IT).

    Destaca-se tambm que, alm das circulaes atmosfricas, outro sistema tambm

    exerce grande influncia na precipitao na regio centro-oeste, a Zona de Convergncia do

    Atlntico Sul (ZCAS), que durante os meses de maior atividade convectiva, um dos

    principais fenmenos que influenciam no regime de chuvas dessa regio (QUADRO e

    ABREU, 1994).

  • 18

    Nimer (1989) tambm diz que a precipitao mdia na regio centro-oeste do

    Brasil, onde est inserida a rea de estudo proposta, varia de 1700 a 2000 mm/ano.

    Normalmente as maiores concentraes pluviomtricas na regio Centro-Oeste

    ocorrem do ms de novembro a janeiro. Ainda segundo Nimer (1989), esta concentrao se d

    graas ao sistema de circulao perturbada de oeste, que so recorrentes das linhas de

    Instabilidade Tropical (IT) que, por sua vez, impulsionam a massa de ar equatorial continental

    e se caracteriza por ser causadora de instabilidade no vero.

    Para Barros (2003, p.105), o regime das precipitaes na Regio Centro-Oeste

    caracteristicamente tropical, com mxima no vero e mnima no inverno e que mais de 70%

    do total de chuvas acumuladas durante o ano se precipita de novembro a maro, alm disso,

    na regio Centro-Oeste, ao contrrio do vero, o inverno na regio excessivamente seco.

    Nimer (1979) e Barros (2003) ressaltam que no apenas o trimestre de inverno

    (Junho, Julho e Agosto) seco, mas tambm o ms que o antecede (maio) e o ms que o

    sucede (setembro), ambos apresentam pouca pluviosidade em quase toda a regio centro-

    oeste. As caractersticas da altura e do regime de chuvas nessa regio devem-se quase que

    exclusivamente, aos sistemas de circulao atmosfrica, atribuindo pouca importncia

    influncia exercida pela topografia sobre a distribuio da precipitao ao longo do espao

    geogrfico da regio em questo (NIMER 1989).

    1.3 Estudos sobre chuvas no Estado de Gois

    Localizado no planalto central brasileiro, o Estado de Gois, ocupante de lugar de

    grande destaque no pas e tambm dentro da regio centro-oeste, tem como principal fonte

    econmica a agroindstria, fator esse que torna de grande importncia e interesse, conhecer o

    regime das chuvas, bem como seu principal perodo de ocorrncia, distribuio e frequncia.

    Abrangendo totalmente a rea de estudo abordada nesse trabalho, o Estado de

    Gois, possui regime de chuvas dividido em dois perodos, um chuvoso, que vai de outubro a

    abril, e um seco que se inicia em maio e vai at setembro.

    Pereira et. al. (2010) diz que, no decorrer da estao chuvosa o volume mdio

    apresentado para o Estado de Gois de 1386 mm com a ocorrncia de um ncleo com

    valores acima da mdia na regio sudeste, e que ao contrrio dessa estao, o volume da

    precipitao acumulada nos meses que formam a estao seca no chega a 100 mm, assim,

    para o autor, o maior volume de chuva na estao seca ocorre no ms de setembro, podendo

  • 19

    atingir em mdia 50 mm/ms, com grande variabilidade e o desvio padro da ordem de 44,4

    mm/ms (PEREIRA et al. 2009; PEREIRA et al. 2010).

    No que se refere s chuvas em Gois, AbSaber e Costa Junior (1950) em suas

    contribuies ao estudo do sudoeste goiano, tendo em vista que a regio onde se encontra

    quase toda a rea abrangida pela bacia do rio Caiap, e no tocante ao clima dessa regio,

    afirma que, o sudoeste goiano inclui-se quase inteiramente nas reas tropicais de

    continentalidade pronunciada.

    Ao fato do ritmo das chuvas nessa regio se apresentar como um perodo seco e

    um perodo de igual durao de chuva, AbSaber e Costa Junior (1950) afirmam que no

    sudoeste goiano, os meses de maio a setembro so relativamente secos com o mnimo em

    julho e de outubro a abril as precipitaes so abundantes, com o mximo no solstcio de

    vero. Os mesmos autores ainda dizem que, mesmo com a escassez de dados disponveis na

    realizao do estudo no perodo em que foi elaborado, pde-se afirmar que a mdia anual da

    pluviosidade no sudoeste goiano varia entre 1500 a 2000 mm.

    1.4 O estudo das chuvas para bacias hidrogrficas

    O estudo de uma bacia hidrogrfica, na maioria dos casos necessita de

    conhecimento de suas caractersticas em relao ao clima. Devido ao fato das bacias

    hidrogrficas serem atualmente, bastante utilizadas como referencial geogrfico para a

    utilizao de prticas de planejamento territorial, aproveitamento de recursos hdricos naturais

    como o processamento e obteno de energia - fator bastante discutido e que tem avanado

    cada vez mais na bacia do rio Caiap com a construo de usinas hidreltricas - entre outros;

    o conhecimento tambm dos padres predominantes de precipitao pluviomtrica em

    diferentes escalas e sua variabilidade, tem se tornado essencial, e consequentemente passa a

    ter importncia ainda maior no planejamento e uso desses recursos hdricos (BALDO 2006).

    Diante da proposta do trabalho, Baldo (2006) ainda diz que, o conhecimento dos

    padres predominantes de precipitao pluviomtrica em diferentes escalas e sua

    variabilidade passa a ter importncia ainda maior no planejamento dos recursos hdricos e no

    estudo hidrolgico da bacia.

    Para Queiroz et. al. (2007 p.02) a bacia hidrogrfica pode ser definida como a

    unidade fisiogrfica limitada por divisores topogrficos que limitam as reas de terra drenadas

    por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. Assim, esse rio principal torna-se

  • 20

    responsvel pelo escoamento dessa gua precipitada e coletada por toda a bacia hidrogrfica.

    Essa precipitao pluviomtrica coletada pela bacia, principal ponto de entrada e tambm

    reguladora do balano hidrolgico de determinado recorte espacial, considerada como

    elemento do clima, dentre os diversos outros elementos e fatores atuantes, de extrema

    importncia para se compreender a hidrologia deste recorte.

    Segundo Botelho (1999, p.269), o uso de bacias hidrogrficas como categoria de

    anlise possibilita reconhecer e estudar as inter-relaes existentes entre os diversos

    elementos da paisagem e os processos que atuam na sua esculturao, entre esses processos o

    clima sem dvida, o elemento que age sobre todos os outros componentes da paisagem.

    Dessa forma, analisando a influncia exercida pelo clima neste estudo, em especial, a exercida

    pelas chuvas em determinadas regies, e neste caso uma bacia hidrogrfica, e sua distribuio

    dentro da mesma, possvel de se notar tambm, suas alteraes e influncias nesta bacia

    devido sua falta ou excesso, entre outros fatores, e as formas como essas possveis

    alteraes atuam sobre essas reas.

    Um ponto de grande relevncia e de certa forma pouco explorado no estudo da

    precipitao sua influncia exercida nas bacias hidrogrficas, onde h atuao que pode

    devido a sua forma de ocorrncia como intensidade, variabilidade e frequncia, gerar diversos

    benefcios e tambm impactos negativos. Por serem consideradas Unidades de Planejamento

    Territorial, os estudos nessas bacias hidrogrficas tem se tornado cada vez mais importantes.

    Para se realizar uma gesto de forma sustentvel dos recursos naturais do planeta, enfocando

    os elementos e processos fsico-biolgicos e socioeconmicos, as bacias hidrogrficas apoiam

    estudos climatolgicos destacando a distribuio espacial das chuvas no interior dessas

    bacias. (FLORENCIO et al. 2008, p.93)

    Diante disso, sendo a precipitao um processo ocasional, onde a distribuio,

    quantidade e formas de ocorrncia podem variar de forma bastante ampla, torna-se importante

    e pode-se dizer que essencial que o estudo possua um perodo longo de dados de precipitao

    pluviomtrica que venha refletir o comportamento dessas chuvas numa regio (CASTRO,

    1994). Assim, considera-se que, para se analisar de maneira mais realista uma srie de dados

    pluviomtricos, e para expressar significativamente o processo que ocorre em dada regio,

    tornam-se necessrias a anlise de medidas de chuva que abranja perodo ou uma srie

    mnima de 20 a 40 anos (FRANCISCO, 1991).

  • 21

    A partir dessas anlises, torna-se possvel identificar o que mais habitual para a

    regio e se h perspectivas de tendncias de alteraes na dinmica das massas de ar e na

    gnese das chuvas. (BORSATO e SOUZA FILHO 2008).

    Assim, devido importncia e uma escassez de trabalhos voltados para a anlise

    da variabilidade pluviomtrica em bacias hidrogrficas, consideradas como unidades de

    planejamentos, o trabalho aqui proposto se deter ao estudo da variabilidade de precipitao

    pluviomtrica na bacia hidrogrfica do rio Caiap Gois.

  • 22

    2. MATERIAIS E MTODOS

    2.1 Caracterizao da rea de estudo

    A rea objeto desse estudo situa-se inteiramente em territrio goiano, a Bacia do

    Rio Caiap localiza-se entre as coordenadas geogrficas de 15 43 59 e 17 15 49 de

    latitude Sul e 52 24 00 e 51 00 18 de longitude Oeste coordenadas disponibilizadas

    pela ANA - ( Figura 1), uma sub-bacia pertencente Bacia do Tocantins-Araguaia, com

    uma rea de drenagem de aproximadamente 12.304,03 km.

    Figura 1 - Mapa de localizao da Bacia do Rio CaiapGO. Mapa sem escala definida

    O Rio Caiap, responsvel pela captao e escoamento de toda a rede de

    drenagem da bacia, possui aproximadamente 304 km de extenso e uma elevao mxima em

  • 23

    seu percurso em torno de 704 m ( figura 2 ), desembocando no Rio Araguaia. Em seu

    percurso da nascente foz no rio Araguaia, possui um desnvel de 422 m aproximadamente.

    Na regio da nascente e inicio do percurso do rio, prximo s borda de bacia, seu relevo

    bastante dissecado com desnveis mais abruptos e depois corre suavemente em direo ao

    Araguaia.

    Figura 2. Perfil de elevao no percurso do Rio Caiap. (Fonte: Google aerth).

    Nela esto inseridos municpios como Ipor, Palestina de Gois, Caiapnia,

    Piranhas, Arenpolis, Bom Jardim de Gois, bem como alguns povoados como Campolndia,

    Boa Vista, Planalto, Campos verdes, Retiro, Ponte de Pedra. A rea de estudo abordada neste

    trabalho situa-se em regio de Cerrado apresentando estaes bem distintas com relao

    precipitao, uma com chuva mais intensa, e outra menos intensa ou quase inexistente.

    O quadro 1, apresentam uma relao dos municpios abrangidos pela bacia, sua

    localizao, bem como seus postos pluviomtricos, e a localizao dos mesmos dentro do

    municpio, visto que alguns destes postos no esto instalados dentro das cidades, mas em

    reas rurais, e, a figura 3, mostra a localizao dos postos na bacia.

    Quadro 1. Localizao dos municpios e dos postos pluviomtricos.

    Municpio Latitude Longitude Altitude

    (m) Estao Latitude Longitude

    Altitude

    (m)

    Ipor -162629 -517011 586 Ipor -162541 -510458 602

    Caiapnia -165714 -514857 704 Caiapnia -165658 -514838 713

    Piranhas -163101 -515024 386 Piranhas -162524 -514922 356

    Arenpolis -162304 -513334 405 So Ferreira -161821 -512814 361

    Bom Jardim de Gois

    -161156 -521029 426 Bom Jardim

    de Gois -161233 -521007 402

    Doverlndia -164316 -521850 516 Doverlndia -164318 -521916 500

  • 24

    Aragaras -155408 -521349 307 Peres -155324 -515113 299

    Montes Claros de

    Gois -160018 -512342 404

    Montes claros de

    Gois -155627 -512126 400

    Org. Wtila C. Lima (Fonte: ANA)

    Figura 3. Localizao dos postos na bacia. Org. LIMA, W.C. 2012

    2.2 Metodologia

    [...] Na anlise rtmica, as expresses quantitativas dos elementos climticos

    esto indissoluvelmente ligadas gnese ou qualidade dos mesmos e os parmetros

    resultantes desta anlise devem ser considerados levando em conta a posio no espao

    geogrfico em que se define (MONTEIRO, 1971).

    O mapa de localizao da rea de estudo foi elaborado utilizando aplicativos

    como o Corel draw 12 e Publisher ambos da Microsoft Corporation.

  • 25

    O trabalho foi desenvolvido a partir da anlise de dados histricos de precipitao

    registrados por postos pluviomtricos, neste caso em que o estudo se volta para a Bacia do

    Rio Caiap no estado de Gois, foi feito um levantamento dos postos que se localizam no

    interior da bacia e de alguns situados nas bordas, e que disponibilizavam de dados

    pluviomtricos suficientes para que o estudo pudesse ser concretizado. Os dados necessrios

    para o estudo foram levantados atravs do site da ANA (Agncia Nacional de guas) e

    HIDROWEB (Sistema de Informaes Hidrolgicas).

    Foram coletados e trabalhados, dados dirios, mensais e anuais de precipitao de

    oito postos localizados em oito municpios sendo, seis situados dentro dos limites da bacia,

    que so os municpios de Ipor, Caiapnia, Piranhas, Arenpolis, Bom Jardim de Gois, e trs

    localizados s bordas da bacia, que so Doverlndia, Aragaras e Montes claros de Gois.

    Esses dados foram trabalhados em planilha eletrnica, neste caso o Excel2007,

    tambm da Microsoft Corporation, onde foram organizados e calculados buscando assim

    estabelecer quantidade, mdias, frequncias, intensidade, padres, desvios, ou seja, avaliar o

    padro das chuvas no perodo de estudo estabelecido. Foram elaboradas diversas planilhas

    para cada posto, tendo sempre em vista o cuidado de conferi-las evitando gerar erros.

    Por meio da obteno e anlise dos dados, foi possvel perceber que havia

    algumas falhas nos registros, assim estes mesmos foram selecionados, e devido necessidade

    de se ter dados contnuos para a realizao da anlise, numa primeira etapa buscou-se realizar

    o preenchimento desses dados faltantes.

    Para que pudesse ser feito um preenchimento desses dados faltantes foi utilizado,

    para os dias e meses com falhas, e para os postos que apresentavam anos inteiros com falhas,

    como o caso de Doverlndia, foi utilizado o mtodo da ponderao regional o qual se utiliza

    da seguinte equao:

    , onde:

    Onde a precipitao do ms faltante, a precipitao mdia mensal da

    estao X; , e so as precipitaes mensais e , , so as precipitaes mdias

    mensais, todas das estaes mais prximas da estao X, (VILLELA e MATTOS 1975).

    O mtodo da ponderao regional sugere que no posto X, onde se encontra as

    falhas a serem corrigidos, os valores de precipitao faltantes seriam de certa forma

    proporcional aos dados coletados nas estaes mais prximas , e , onde no

    apresentavam as mesmas falhas, tendo em vista que os dados deveriam ser referentes ao

  • 26

    mesmo perodo e de regies climatologicamente semelhantes (BALDO 2006; PEREIRA et al.

    2009). Os clculos para a obteno dos valores de preenchimento utilizando do mtodo da

    ponderao foram realizados no Excel 2007.

    2.3 Estatstica descritiva para escolha do ano padro

    Finalizada esta etapa de preenchimento dos dados faltantes, passou-se ento ao

    tratamento desses dados obtidos nos quais numa segunda fase procurou-se verificar e definir

    pela anlise estatstica os anos padres de anlise para o perodo. Para que esses padres

    pudessem ser definidos foi usada a anlise do ano civil.

    A estatstica descritiva foi aplicada para todos os postos onde se obteve atravs

    dos dados mensais, um total anual de precipitao que possibilitou o calculo de uma mdia de

    precipitao de todos os 36 anos, o desvio padro desses dados anuais e o coeficiente de

    variao dos mesmos, a partir dos quais foram possveis calcular o desvio em milmetro ou a

    diferena entre o total de chuva de cada ano, a mdia de todos esses anos, e o desvio

    percentual de precipitao, quadro 2. Segundo Baldo (2006, p.47), o desvio-padro uma

    medida de disperso dos valores individuais em relao mdia. Quanto maior esse ndice,

    tanto maior ser a variabilidade. O coeficiente de variao permite comparar os desvios-

    padro de regies com chuvas de diferentes intensidades.

    Para a obteno desses resultados foram utilizadas as seguintes equaes:

    , mdia

    , desvio padro

    , coeficiente de variao.

    Onde X corresponde aos dados pluviomtricos e n ao nmero de observaes

    (ZAVATTINI 2009).

    Realizados os clculos, estabeleceu-se um ndice de padres baseado nos valores

    dos coeficientes de variao onde ficou estabelecido que, valores menores que -20% seriam

    considerados excepcionalmente secos; entre -20% e -10%, tendentes a seco; entre -10% e

    10%, habitual; entre 10% e 20%, tendente a chuvoso e valores maiores que 20%,

    excepcionalmente chuvosos, esse procedimento tambm foi utilizado por Zavatini (1983),

    Santanna Neto (1990) e Tavares (1991).

  • 27

    Esta etapa foi realizada em todos os postos e teve como objetivo estabelecer anos

    padres de anlise escolhendo dentre os vrios estudados um ano seco, um habitual e um

    chuvoso para cada posto.

    Por meio da anlise descritiva e anos padres, tornou-se possvel ento, obter

    grficos que possibilitaram uma melhor anlise e discusso dos dados obtidos. Esses dados,

    aps trabalhados, foram analisados partindo de perodos anuais, mensais, sazonais,

    trimestrais, e gerados grficos para anlise desses mesmos perodos.

    .

  • 28

    3. DISCUSSO DOS RESULTADOS

    3.1 Anlise da Pluviosidade mdia total para o perodo de 1975 a 2011.

    A anlise dos totais mdios de precipitao para os trinta e seis anos mostrou que

    a distribuio espacial das chuvas no apresentou padres muito distintos para a bacia, ou

    seja, os valores s foram mais baixos no posto Peres Aragaras o posto mais a jusante onde se

    registrou nos trinta e seis anos, mdia de 1426,6 mm, e os maiores valores foram registrados

    no mdio percurso da bacia, com mdia de 1660,6 mm no posto de Piranhas e 1651,9 mm no

    posto de Bom Jardim (Figura 4). Este valor varia muito pouco no sentido a montante da bacia,

    da o porqu de no apresentar padres muito distintos. Assim, devido a este fato, pode-se

    considerar que a altitude no foi um fator responsvel por estes padres de chuva.

    Figura 4. Totais mdios de chuva dos postos para todo o perodo.

    Observando tambm os totais mdios anuais durante o perodo de anlise, figura

    5, pode-se notar que houve variao na ocorrncia de chuvas, as mdias variaram entre 80 e

    180 mm para todos os postos exceto os eventos extremos apresentados por alguns postos

    como, So Ferreira, Peres Aragara, Caiapnia que tiveram mdias abaixo de 80 mm bem

    como Piranhas que apresentou mdia de 62 mm no ano de 1990 como o menor valor, e em

    contrapartida, o posto Caiapnia, que teve mdia de 71,4 mm em 2007, j havia se destacado

    1300

    1350

    1400

    1450

    1500

    1550

    1600

    1650

    1700

    Peres Aragaras Montes Claros Bom jardim So Ferreira Piranhas Ipor Doverlndia Caiapnia

    mm

    Totais mdios para todo o perodo

  • 29

    no ano de 2003 com a maior mdia de todo o perodo, onde apresentou 254,6 mm,

    observando uma grande alterao nos valores mdios desse posto no perodo entre 2003 e

    2007 em relao ao registrado nos outros postos.

    Figura 5. Variao das mdias anuais de todo a srie histrica para todos os postos. Org. LIMA, W. C. 2012

    Nota-se tambm que o perodo compreendido entre os anos de 1977 a 1983,

    houve uma maior ocorrncia de chuva, pois todos os postos nesse perodo apresentaram um

    aumento nas mdias, e no ano 1983, ocorreu uma elevao uniforme dos totais de chuva.

    3.2 Pluviosidade mdia mensal para todos os postos da bacia

    Analisando as mdias mensais de todo o perodo em questo (Figura 6, 7 e 8)

    pde-se notar que, os meses de Dezembro e Janeiro durante todo o perodo, apresentaram as

    maiores mdias se sobressaindo o ms de Janeiro que apresentou os maiores valores,

    atingindo mdia de 370,7 mm no posto de Piranhas que teve precipitao mxima de 706,1

    mm em Janeiro de 1997.

    Em contrapartida, os meses de Julho e Agosto, apresentaram os menores valores

    de toda a srie, com mdia de 3,1 mm no ms de Julho registrado no posto pluviomtrico

    Peres Aragaras, no qual foi registrado o maior nmero de ausncia de precipitao mensal,

    onde nos 36 meses de Julho de estudo da srie, apenas 8 registram ainda que mnimas

    quantidades de precipitao.

    O ms de Janeiro foi um dos que apresentou maiores mdias de precipitao com

    valores que ultrapassaram 350 mm, sendo registrados no posto de Piranhas, pode-se tambm

    observar que os ncleos de maiores volumes de chuva foram registrados na parte mdia da

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    140,0

    160,0

    180,0

    200,0

    220,0

    240,0

    260,0

    280,0

    md

    ia e

    m m

    m

    Mdias anuais de todo o perodo

    Peres Aragara

    So Ferreira

    Bom Jardim

    Caipnia

    Doverlndia

    Ipor

    Montes Claros

    piranhas

  • 30

    bacia entre 350 e 400 m de altitude no se tendo como fator determinante, a influncia da

    altitude, ou seja, por ocorrer nas pores mais elevadas ou mais baixas.

    O ms de Fevereiro apresentou em relao ao de Janeiro, uma maior variao nos

    valores mdios de precipitao, ocorrendo um decrscimo onde os maiores valores mdias

    no atingiram 260 mm e os valores menores ficaram em torno de 216 mm. J o ms de

    Maro, se comparado ao de Fevereiro, pode-se notar um leve decrscimo principalmente no

    posto Piranhas, podendo-se dizer que praticamente no houve diferena em Peres Aragaras,

    e o restante dos postos permaneceram com valores praticamente iguais, alterando apenas os

    locais de incidncia de chuvas, como o caso de Piranhas e Doverlndia que tiveram seus

    valores de precipitao invertidos.

    Figura 6. Mdias mensais de precipitao de janeiro a abril para todo o perodo. Org. LIMA, W. C. 2012

    As mdias de precipitao tiveram uma queda acentuada no ms de Abril, onde os

    valores mximos no ultrapassaram 100 mm, seguido dos meses de Maio com mdia mxima

    de 31 mm, e Junho com mdia mxima em torno de 20 mm.

    No entanto, os meses que tiveram as menores mdias foram os meses de julho e

    agosto, o padro resultante da distribuio da pluviosidade em julho, foi bastante inferior

    dos outros meses. Nesse ms, foi registrada uma reduo de forma significativa da

    050

    100150200250300350400

    ch

    uva m

    m

    Janeiro

    0

    50100

    150

    200

    250

    300

    ch

    uva m

    mFevereiro

    0

    50

    100

    150

    200250

    300

    ch

    uvas m

    m

    Maro

    020406080

    100120

    ch

    uva m

    m

    Abril

  • 31

    precipitao em toda a bacia, um padro que de certa forma j era esperado, no atingindo a

    mdia de 20 mm, ou seja, julho obteve mdia mxima de pouco mais de 7 mm em Piranhas e

    mnimas de 2,3 mm em Ipor, e Agosto, 17 mm em Doverlndia e mnima de 7,9 mm em

    Montes Claros.

    Figura 7. Mdias mensais de precipitao de maio a agosto para todo o perodo. Org. LIMA, W. C. 2012

    A partir do ms de setembro, comea-se a haver elevao nos valores de

    precipitao devido retomada do perodo de chuvas, podendo ser observado um progressivo

    aumento nos valores mdios para os meses seguintes. O ms de setembro apresentou mdias

    mnimas de 37 mm no posto Peres Aragaras e mximas de 60 mm em Caiapnia; no ms de

    outubro registraram-se mnimas de 100 mm no posto de Piranhas e mximas de 127 mm no

    posto de Caiapnia; no ms de novembro foi observado mdias mnimas de 190 mm em

    Doverlndia e mximas de 234 mm no posto de Bom Jardim, importante observar que, no s

    neste ms, mas a partir de outubro os valores aumentaram em toda a rea analisada e o ms

    de dezembro, como o segundo mais chuvoso, registrou mdias mnimas de 261 mm no Posto

    de Doverlndia e mdias mximas de 320 mm no posto So Ferreira de Arenpolis.

    05

    101520253035

    ch

    uva m

    m

    Maio

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    ch

    uva m

    m

    Junho

    0123456789

    ch

    uva m

    m

    Julho

    02468

    1012141618

    ch

    uva m

    m

    Agosto

  • 32

    Assim pode-se observar que os meses de menor incidncia de precipitao para

    todo o perodo analisado foram maio, junho, julho e agosto, se destacando julho e agosto

    como meses mais seco (Figura 7).

    Figura 8. Mdias mensais de precipitao de janeiro a junho para todo o perodo. Org. LIMA, W. C. 2012

    3.3 Histograma da distribuio mdia mensal

    A anlise dos dados mensais e a observao do histograma, figura 9, possibilitou

    perceber que em todos os postos de coleta, houve variao na distribuio da precipitao, os

    maiores valores foram registrados numa faixa mais central da bacia, ou seja, os postos de

    Piranhas, Bom Jardim e Ipor que tiveram valores um pouco mais elevados, com exceo do

    posto Peres Aragaras que isoladamente apresentou a menor mdia de precipitao (1426

    mm), durante todo o perodo analisado, apresentando uma diferena considervel (234 mm)

    para o posto Piranhas, considerado mais chuvoso de toda a srie histrica e de todos os postos

    estudados, com mdia de 1660 mm nos 36 anos.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    ch

    uva m

    m

    Setembro

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    ch

    uva m

    m

    Outubro

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    ch

    uva m

    m

    Novembro

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    ch

    uva m

    mDezembro

  • 33

    Figura 9. Distribuio mensal da precipitao para todos os postos e toda a srie histrica.

    3.4 Anlise da pluviosidade mdia trimestral e sazonal para o perodo de estudo.

    Assim como os resultados mensais, a anlise dos trimestres no perodo de estudo,

    apresentou os resultados mais elevados no primeiro e quarto trimestre, se sobressaindo o

    primeiro, onde os valores se mantiveram sempre acima dos 200 mm em todos os postos

    apresentando uma distribuio quase homognea, com exceo do posto de Doverlndia.

    Ao observar os valores, nota-se que houve no segundo trimestre uma queda

    brusca nos valores, que caram dos mnimos de 200 mm do primeiro trimestre para um

    mximo de aproximadamente 48 mm no segundo e 27 mm no terceiro, retomando o perodo

    de chuvas no quarto trimestre que tambm apresentou valores mais elevados e homogneos,

    variando em torno de 190 mm e 220mm, com exceo novamente do posto de Doverlndia

    que ficou com mdia em torno de 140 mm.

  • 34

    Figura 10. Mdias trimestrais de precipitao de todos os postos entre 1975 e 2011.

    A sazonalidade na rea de estudo percebida e dividida em dois perodos, um de

    seca e outro de chuvas intensas, e analisando estes perodos, pde-se notar a grande diferena

    entre os valores de precipitao registrado no perodo de seca, compreendido aqui pelos

    meses de abril a setembro e o chuvoso de outubro a maro, Figura 10.

    O valor mdio mensal mais elevado de todo a srie no perodo considerado como

    mais seco foi de 86 mm em Abril, e o mnimo de 5 mm no ms de julho, j os meses

    chuvosos apresentaram valores mdios mnimos de 114 mm em Outubro e mximos de 317

    mm em Janeiro, como mostra a figura 11.

    Figura 11. Totais mdios sazonais para todos os postos de 1975-2011. Org. LIMA, W. C. 2012

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    ch

    uva m

    m1 Trimestre ( Janeiro - Fevereiro -

    Maro)

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    ch

    uva m

    m

    2 Trimestre (Abril - Maio - Junho)

    05

    1015202530

    ch

    uva m

    m

    3 Trimestre (Julho - Agosto - Setembro)

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    ch

    uva m

    m

    4 Trimestre (Outubro - Novembro -Dezembro)

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    A M J J A S O N D J F M

    seco chuvoso

    mm

    Totais mdios sazonais

  • 35

    3.5 Anlise da frequncia de precipitao para o incio do perodo chuvoso

    Para a anlise da frequncia de precipitao no incio do perodo chuvoso, foi

    utilizado os registros dirios do perodo de 36 anos para os meses de agosto, setembro e

    outubro, pois nesses meses que ocorre o perodo de transio da estao seca para a

    chuvosa. O calculo da frequncia foi realizado, de forma a mostrar para cada ms, e para cada

    um dos postos em estudo, o percentual resultante entre os dias com ocorrncia de chuva em

    relao ao total de dias analisados.

    Quadro 2. Percentual de dias com precipitao em relao ao total de dias analisados para os 36 anos.

    Postos/totais

    dias

    estudados

    Meses

    Agosto Setembro Outubro

    1116 1080 1116

    Dias com

    chuvas (%)

    Dias com

    chuvas (%)

    Dias com

    Chuvas (%)

    Peres

    (Aragaras) 26 2,3 115 10,6 242 21,6

    So Ferreira

    (Arenpolis) 38 3,4 150 13,8 283 25,3

    Caiapnia 62 5,5 176 16,2 363 32,5

    Doverlndia 42 3,7 126 11,6 262 23,4

    Bom Jardim 39 3,4 143 13,2 278 24,9

    Ipor 52 4,6 159 14,7 286 31,5

    Montes

    Claros 34 3 121 11,2 286 25,6

    Piranhas 36 3,2 138 12,7 246 22 Org. LIMA, W.C. 2012

    A anlise do quadro 2, possibilitou observar que, em toda a bacia do rio Caiap, a

    precipitao pluvial nos meses de agosto, setembro e outubro, apresentou uma quantidade

    maior de eventos no posto de Caiapnia, por apresentar percentuais de dias de ocorrncias

    mais elevados, em relao ao total de dias estudados para cada ms.

    O resultado tambm pode apontar que dentre os postos estudados, o incio do

    perodo chuvoso ocorre primeiro na regio onde se encontra o posto de Caiapnia e em

    seguida, no posto de Ipor, partindo ento do sentido montante a jusante do rio Caiap. Ficou

    estabelecido como perodo de incio da estao chuvosa para todos os postos o perodo de

    transio de setembro a outubro devido quantidade de eventos apresentado em relao ao

    ms de agosto.

  • 36

    3.6 Variabilidade pluviomtrica anual e escolha dos anos-padro.

    Atravs do mtodo usado para tratamento estatstico e escolha dos padres, foi

    possvel criar o quadro a seguir (quadro 3), que sintetizou os padres de precipitao com

    relao anlise dos anos civis para cada posto e para todo o perodo em anlise. O mtodo

    apresentou bons resultados, por meio dele pde-se determinar os anos que apresentaram

    valores extremos como seco e chuvoso.

    Quadro 3. Exemplo de estatstica dos dados de chuva estudados.

    Diante dos resultados, os anos de 1980 e 1983 foram considerados os mais

    chuvosos de todo o perodo de estudo por se destacarem em todos os postos nos mesmos

    anos, mas dentre eles se sobressaiu o ano de 1983 que apresentou os maiores valores de

    precipitao total com cerca de 18447 mm em todos os postos.

    ANO TOTAL ANUAL mm %

    1975 982,9 -443,79 -31,11

    1976 1398,4 -28,29 -1,98

    1977 1660,8 234,11 16,41

    1978 1817,1 390,41 27,37

    1979 1142 -284,69 -19,95

    1980 2038 611,31 42,85

    1981 903 -523,69 -36,71

    1982 903 -523,69 -36,71

    1983 1923 496,31 34,79

    1984 1212 -214,69 -15,05

    1985 1388,3 -38,39 -2,69

    1986 1393,2 -33,49 -2,35

    1987 1286,5 -140,19 -9,83

    1988 1481 54,31 3,81

    1989 1894,7 468,01 32,80

    1990 958,7 -467,99 -32,80

    1991 1667,9 241,21 16,91

    1992 1711 284,31 19,93

    1993 1183,8 -242,89 -17,02

    1994 1724,2 297,51 20,85

    1995 1555,5 128,81 9,03

    1996 1378,8 -47,89 -3,36

    1997 2284,9 858,21 60,15

    1998 1495,2 68,51 4,80

    1999 1289,5 -137,19 -9,62

    2000 1407,4 -19,29 -1,35

    2001 1217,3 -209,39 -14,68

    2002 1176,3 -250,39 -17,55

    2003 1215,6 -211,09 -14,80

    2004 1759,1 332,41 23,30

    2005 1233,4 -193,29 -13,55

    2006 1511,9 85,21 5,97

    2007 1242,1 -184,59 -12,94

    2008 1422,9 -3,79 -0,27

    2009 1636,4 209,71 14,70

    2010 893,8 -532,89 -37,35 EXCEPCIONALMENTES SECOS < - 20%

    2011 1397,8 -28,89 -2,02 TENDENTES A SECO entre -20 e -10

    MDIA HABITUAL entre -10 e 10

    DESV. PADRO TENDENTE A CHUVOSO entre 10 e 20

    COEF. VARIAO EXCEPCIONALMENTE CHUVOSO > 20%23,07

    NDICE DE PADRES

    ARAGARAS DESVIO

    1426,69

    329,09

  • 37

    O ano de 1990, ao contrrio, foi o mais seco, com 9046,3 mm nos 36 anos de

    estudo, onde 6 postos foram classificados como seco e 2 como tendente a seco. Os anos de

    1975 e 1993 tambm foram considerados secos mas no atingindo o mesmo valor de 1990.

    Assim, diante da anlise da variabilidade anual, ficou constatado que o ano de 1983 seria

    considerado chuvoso, 1990 seria seco e 1976, habitual (figura 8).

    Analisando a figura 8, pode-se notar que os anos considerados excepcionalmente

    chuvosos foram os anos de 1980, 1983 e 1997, se destacando entre eles o ano e 1983, e os

    anos considerados excepcionalmente secos foram 1975, 1990, 1993, 2002 e 2007, se

    sobressaindo o ano de 1990 como o mais seco para todos os postos.

    Figura 12. Desvio percentual de todos os postos e variabilidade espao-temporal da pluviosidade mensal.

    P. Aragaras M. Claros Bom jardim Piranhas S. Ferreira Ipor Caiapnia Doverlndia

    1975 -31,1 -26,1 -30,2 -22,5 -42,1 0,2 -14,2 -25,4

    habitual 1976 -2,0 3,3 -2,6 4,7 -0,5 -9,1 3,3 -2,2

    1977 16,4 -17,0 0,9 11,9 -46,6 -19,5 3,7 1,3

    1978 27,4 50,3 31,7 61,3 -32,5 -6,7 -2,6 25,0

    1979 -20,0 50,4 -11,2 -11,0 8,4 -14,9 -0,8 -11,3

    1980 42,8 21,6 46,3 37,0 33,3 23,3 45,9 37,4

    1981 -36,7 -5,6 6,3 6,5 -4,1 -25,3 42,5 13,8

    1982 -36,7 4,2 6,9 43,3 44,0 -12,8 60,7 31,5

    chuvoso 1983 34,8 41,4 50,9 45,7 66,7 30,4 41,4 40,2

    1984 -15,0 -20,7 -14,2 0,6 -8,7 -16,0 -11,8 12,3

    1985 -2,7 3,1 -11,2 19,4 1,0 -28,7 -6,7 -7,6

    1986 -2,3 -16,0 -15,8 -9,4 -5,1 -1,7 -11,9 -12,5

    1987 -9,8 -16,8 13,6 10,0 -4,1 -15,1 -13,5 -7,7

    1988 3,8 2,5 -15,7 -8,1 12,7 -2,3 19,8 -2,1

    1989 32,8 10,7 -7,4 -29,9 28,2 38,3 30,3 7,8

    seco 1990 -32,8 -21,9 -22,0 -55,3 -40,1 -13,1 -30,8 -18,6

    1991 16,9 4,8 9,1 -52,4 1,3 -2,7 -10,4 -6,1

    1992 19,9 -29,3 -7,1 -6,0 -6,4 19,8 -2,9 5,4

    1993 -17,0 -43,4 -27,3 -17,8 -26,2 -5,6 -27,0 -12,4

    1994 20,9 24,3 -4,4 8,0 5,4 -5,0 -26,6 13,8

    1995 9,0 28,7 -0,6 3,5 2,8 10,5 -6,1 24,4

    1996 -3,4 -9,9 -13,9 4,3 4,5 24,7 -27,2 -16,7

    1997 60,2 -10,7 27,4 37,1 25,2 33,6 30,1 11,1

    1998 4,8 -32,8 -15,8 -8,9 1,8 3,2 -26,9 -24,2

    1999 -9,6 -23,2 -9,8 -6,6 -4,8 -12,5 -16,8 -0,2

    2000 -1,4 9,7 25,7 7,9 -9,6 12,4 -16,3 7,1

    2001 -14,7 -9,9 -5,3 -22,1 -27,9 -6,4 -4,9 -16,3

    2002 -17,6 -9,9 -21,2 -25,8 -26,8 -21,2 -17,2 -28,1

    2003 -14,8 -6,5 -19,0 -11,9 2,7 -3,0 92,7 -9,6

    2004 23,3 26,5 10,3 27,4 8,4 10,0 17,1 7,5

    2005 -13,5 -14,9 -6,0 -2,6 16,4 6,0 8,1 7,1

    2006 6,0 -20,5 1,6 -17,8 1,7 -8,1 -13,1 2,3

    2007 -12,9 -20,5 -12,6 -22,7 -12,4 -1,1 -46,0 -13,7

    2008 -0,3 1,9 13,9 9,8 5,6 9,0 -35,6 -17,1

    2009 14,7 37,3 39,9 13,0 33,2 7,3 -8,5 4,2

    2010 -37,4 -19,8 -9,6 -21,4 -6,3 -1,6 -19,0 -21,1

    2011 -2,0 25,3 -1,3 0,9 1,1 3,9 1,2 0,7

    Exc. secos

    Tend. a seco

    < -20%

    entre -20 e -10

    Tend. a chuvoso

    Exc. Chuvoso

    entre 10 e 20

    > 20%

    Habitual entre-10 e 10

  • 38

    CONSIDERAES FINAIS

    Diante do que foi proposto, o estudo apresentou bons resultados, cabe lembrar que

    no se pretendeu neste trabalho, realizar um estudo voltado para o entendimento do ritmo

    climtico e sua gnese na bacia de maneira especfica, e sim observar a variao e distribuio

    das chuvas nessa bacia e diante dos resultados obtidos, procurar apresentar a variao das

    chuvas nessa bacia.

    Os resultados obtidos mostraram que houve sim variao na precipitao pluvial

    na bacia no perodo de estudo proposto, com os menores volumes de chuva nos meses de

    Julho e Agosto e os maiores volumes, nos meses de Dezembro e janeiro, a anlise dos dados

    mensais mostrou que houve variao em todos os postos e que as maiores mdias de

    precipitao foram registrados numa faixa mais central da bacia, ou seja, os postos de

    Piranhas, Bom Jardim e Ipor que tiveram valores um pouco mais elevados, com exceo do

    posto Peres Aragara que, ao contrrio, apresentou a menor mdia e a anlise da frequncia

    mostrou que o perodo de chuva se iniciou para todos os postos no ms de setembro e que os

    primeiro eventos de chuva que anunciam esse perodo chuvoso ocorreram no posto de

    Caiapnia no sentido mais a montante e se dirige em sentido a jusante da bacia. A bacia

    apresentou como ano chuvoso o ano de 1983, como habitual, 1976 e seco ano de 1990.

    Assim, a realizao da anlise da variabilidade da precipitao no perodo

    proposto, que foi de 1975 a 2011 demonstrou que, de uma forma geral, os anos considerados

    chuvosos ou secos tiveram uma ocorrncia mais regional. No entanto, alguns desses anos

    apresentaram padres irregulares, quando os totais pluviais se apresentaram como

    excepcionalmente chuvosos em algumas reas, em outras, ao contrrio, apresentaram-se

    muito secos.

    Na realizao deste trabalho, medida que se caminhava para o final, se tornou

    bastante difcil, as dificuldades surgiram desde o incio, trabalhar uma grande quantidade de

    dados, com as falhas existentes, a falta de domnio na produo de mapas e o fato de ainda

    estar ingressando nesta rea de estudo, mas se tornou bastante interessante quando se

    comeou a surgir os resultados.

  • 39

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ABSBER, A. N.; COSTA JNIOR, M. Contribuio ao estudo do Sudoeste Goiano.

    Boletim Paulista de Geografia, So Paulo, v. 2, n. 4, p. 3-26, 1950.

    AYOADE, J. O. Introduo climatologia para os trpicos. 12 edio. Rio de Janeiro:

    Bertrand Brasil, 2007.

    ANA. Agencia Nacional de guas. Disponvel em: http://www.ana.gov.br, acessado em

    20/03/2012. 21h30min.

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    ASSIS, F.N., 1991. Modelagem da Ocorrncia e da Quantidade de Chuva e de Dias Secos

    em Piracicaba-SP e Pelotas-Rs. Piracicaba, 134pp. Tese (Doutor Em Agronomia) - Escola

    Superior de Agricultura Luiz De Queiroz, Universidade de So Paulo. CD-ROM.

    BALDO, Maria Cleide. Variabilidade Pluviomtrica e a Dinmica Atmosfrica na Bacia

    Hidrogrfica do Rio Iva PR. Universidade Estadual Paulista. Presidente Prudente 25 de

    abril de 2006 . p.172.

    BARROS, Juliana Ramalho. A Chuva no Distrito Federal: O Regime e as

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