Análise da relação entre W e % de Proteína em Quartzo · dados nos mostram que, se dividirmos a...

14
Análise da relação entre W e % de Proteína em Quartzo Baseado em dados de Ulfried Arns, Bom Jesus,RS - 2009 Lorenzo Mattioni Viecili |Gerente Comercial Biotrigo Genética Ltda. [email protected]

Transcript of Análise da relação entre W e % de Proteína em Quartzo · dados nos mostram que, se dividirmos a...

Análise da relação entre W e % de Proteína em Quartzo

Baseado em dados de Ulfried Arns, Bom Jesus,RS - 2009

Lorenzo Mattioni Viecili |Gerente Comercial Biotrigo Genética Ltda.

[email protected]

Os dados a seguir, são referentes ao ensaio realizado pelo produtor

Ulfried Arns de Bom Jesus – RS. Ele testou na cultivar Quartzo, à

aplicação de Nitrogênio (N) em diferentes doses e diferentes estádios da

cultura.

Cada cultivar tem seu potencial genético, que irá expressar-se de

acordo com o manejo utilizado pelo produtor e as condições climáticas.

Nos slides a seguir, podemos ver claramente como o manejo de N em

cobertura, define a qualidade industrial do Quartzo.

Introdução

Revisão sobre relação proteína (%) e W (força de glúten)

Proteínas e Amido

As proteínas são compostos ricos em N e necessitam disponibilidade deste

elemento para serem sintetizadas;

O amido é um composto que não possui N em sua cadeia, portanto, na falta de N a

planta diminui a síntese de proteínas no grão e aumenta a síntese da amido, gerando

grãos de baixa concentração de proteína;

A disponibilidade de N justamente antes do enchimento dos grãos, permite que

maiores quantidades de proteínas sejam sintetizadas.

Revisão: continuação

Força de Glúten (W)

Durante o processo de panificação, a farinha do trigo forma uma massa

viscoelástica capaz de reter o gás produzido durante a fermentação. As proteínas (as

formadoras do glúten: gluteninas e gliadinas, são as responsáveis por esta

característica própria do trigo;

As quantidades destas proteínas no trigo são fatores determinantes para a

qualidade da rede formada no processo de panificação (glúten);

O Glúten é formado com: farinha de trigo + água + ação mecânica.

Tabela 01 – – Relação entre W e % de Proteína à aplicação de Nitrogênio em diferentes doses e diferentes estádios da cultivar Quartzo.

Tratamentos Cultivar Tratamento Proteína (%) W Produção

9 QUARTZO – 150 + 150 kg Uréia – DA + ET 12,59 221 75

5 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia – DA + ET 12,51 226 74

10 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia - V3 + ET 12,25 214 74

6 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia - DA + PN 12,46 246 73

11 QUARTZO – 150 + 100 + 50 kg Uréia –DA + ET + FLOR 13,33 244 73

7 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia – DA + EMBO 13,09 244 69

2 QUARTZO – 250 kg Uréia – Espigueta Terminal (ET) 12,78 258 68

1 QUARTZO – 250 kg Uréia – Duplo Anel (DA) 11,85 211 67

3 QUARTZO – 250 kg Uréia – Primeiro Nó Visível (PN) 13,83 261 65

8 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia – DA + FLOR 13,79 290 64

12 QUARTZO – 150 kg Uréia – DA 11,86 189 60

4 QUARTZO – 250 kg Uréia– Emborrachamento (EMBO) 15,04 292 46

13 QUARTZO – ZERO Uréia 11,64 193 37

Resultados

150

170

190

210

230

250

270

290

310

11,00 12,00 13,00 14,00 15,00 16,00

W

Proteína (%)

W/Proteína %

Gráfico 01 – Relação entre W e % de Proteína à aplicação de Nitrogênio em diferentes doses e diferentes estádios da cultura.

A correlação de W/Proteína (%) é de 0,907, demonstrada no gráfico ao lado, conclui-se que os dois fatores tem 90% de correlação, ou seja, quanto maior o W, maior vai ser a % de proteína presente no grão e vise-versa.

Resultados

Estes resultados preliminares indicam que existem muitas formas de manejar

qualidade industrial no campo;

O essencial é garantir uma adequada disponibilidade de N nos tecidos durante o

ciclo da planta de forma a buscar um balanço entre custo, rendimento e

qualidade.

Se aplicamos todo N cedo, garantimos que os componentes que formam o

rendimento (número de espigas e número de grãos por espigas) sejam favorecidos

mas podemos comprometer peso de mil grãos e, principalmente, qualidade de

panificação pela falta de N no enchimento de grãos.

Se aplicamos o N muito tarde (só na floração), garantimos qualidade mas

perdemos rendimento pois componentes de rendimentos foram definidos sob

deficiência de N.

O que aprendemos com estes dados?

Discussão

É normal a utilização de apenas uma aplicação de N em cobertura, mas o

dados nos mostram que, se dividirmos a dose de N em cobertura em duas

ou três aplicações (que vai depender do clima e ambiente), vamos obter

mais qualidade do trigo, maior % de proteína e maior W (força de glúten),

sem comprometer rendimento;

Quartzo tem grande potencial de rendimento e de qualidade, só nos basta

saber equalizar estes dois fatores, para obter ao mesmo tempo o

rendimento e a qualidade que buscamos.

Discussão

A variação em força de glúten em uma mesma cultivar é em grande parte

explicada pelo nível de proteína no grão e este, depende muito do manejo

de N.

Com uma aplicação de N em cobertura é muito difícil conciliar rendimento

e qualidade;

Com duas aplicações de N em cobertura, é bem mais fácil conseguir boa

qualidade e ótimo rendimento;

Com três aplicações de N em cobertura, é difícil de errar!

Conclusões

Agradecimento:

Gostaríamos de agradecer e parabenizar o Sr. Ulfried Arns e família pela

visão, pela iniciativa, pela qualidade do trabalho e, acima de tudo, pela

grandeza de disponibilizar estes dados a Biotrigo e a outros triticultores

em diversas palestra onde esteve. Nós da Biotrigo simplesmente

providenciamos análises adicionais e analisamos mais profundamente.

Dados Adicionais

Tratamentos Proteína (%) W Produção PH PMS

9 QUARTZO – 150 + 150 kg Uréia – DA + ET 12,59 221 75 78,30 30,25

5 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia – DA + ET 12,51 226 74 78,35 30,37

10 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia - V3 + ET 12,25 214 74 78,70 30,00

6 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia - DA + PN 12,46 246 73 78,50 31,75

11 QUARTZO – 150 + 100 + 50 kg Uréia –DA + ET + FLOR 13,33 244 73 78,55 30,75

7 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia – DA + EMBO 13,09 244 69 78,00 29,50

2 QUARTZO – 250 kg Uréia – Espigueta Terminal (ET) 12,78 258 68 77,20 30,50

1 QUARTZO – 250 kg Uréia – Duplo Anel (DA) 11,85 211 67 77,20 31,25

3 QUARTZO – 250 kg Uréia – Primeiro Nó Visível (PN) 13,83 261 65 77,60 32,75

8 QUARTZO – 150 + 100 kg Uréia – DA + FLOR 13,79 290 64 79,40 33,50

12 QUARTZO – 150 kg Uréia – DA 11,86 189 60 77,60 30,25

4 QUARTZO – 250 kg Uréia– Emborrachamento (EMBO) 15,04 292 46 78,50 32,00

13 QUARTZO – ZERO Uréia 11,64 193 37 76,40 30,50

Tabela 02 – Média de rendimento, PH e PMS do Quartzo com manejo de N.

Analisamos também o PH e PMS dos tratamentos. Vimos que também houve influência da % de proteína sobre PH e PMS, mas não de forma tão clara. Isto indica que há outros fatores importantes que também influenciaram PH e PMS.

78,378,35

78,778,5 78,55

78

77,277,2

77,6

79,4

77,6

78,5

76,4

76

76,5

77

77,5

78

78,5

79

79,5

80

11 12 13 14 15

PH

Proteína (%)

Proteína (%)/PH

Gráfico 02 – Relação entre Proteína e PH à aplicação de Nitrogênio em diferentes doses e diferentes estádios da cultura.

A correlação de % de Proteína/PH no grão é de 0,507. Podemos observar visualmente no gráfico que os pontos não estão bem ajustados a linha de regressão indicando que não há uma relação forte entre % de proteína e PH, e que outros fatores importantes influenciaram o PH.

30,2530,37

30

31,75

30,75

29,5

30,5

31,25

32,75

33,5

30,25

32

30,5

29

29,5

30

30,5

31

31,5

32

32,5

33

33,5

34

11,5 12,5 13,5 14,5 15,5

PM

S

Proteína (%)

Proteína (%)/PMS

A correlação de % de Proteína/PMS no grão é de 0,568. Podemos observar visualmente no gráfico que os pontos não estão bem ajustados a linha de regressão indicando que não há uma relação forte entre % de proteína e PMS, e que outros fatores importantes influenciaram o PMS.

Gráfico 03 – Relação entre Proteína e PMS à aplicação de Nitrogênio em diferentes doses e diferentes estádios da cultura.