Analise da legitimação regia do Reino Visigodo

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Deus na terra: Analise da legitimação regia do Reino Visigodo Quando falamos de Antiguidade tardia, abordamos um período de grandes transformações quando da transição de uma Antiguidade Clássica para a Idade Média, marcada pelas migrações Barbaras dentro do Império romano, por novas perspectivas de culturas e por adaptações de diversas culturas que passam a conviver juntas dentro de todo território , dentre estes vários povos germânicos presentes no território , temos os Visigodos, povos que no período influenciaram em maior proporção com as mudanças do período. Em 412, os Visigodos dominariam toda a Península Ibérica e seria necessário a partir de então um processo que buscava a legitimidade do poder político para o Reino, foi o ocorrido em 589, ano em que o rei Recaredo I proclamou o Cristianismo religião oficial da Hispânia visigótica. Isidoro de Servilha narra em seus trabalhos, todo este processo que culminou na institucionalização dos Concílios de Toledo. A partir destas ideias que há a formação do poder em todo o reino. Por estes preceitos, regras e normas que vem juntamente com a efetivação do poder divino no rei, são em base, para garantir que o reino prosperasse e que o cristianismo ocupasse seu espaço dentro das novas formas aristocráticas de expansão do poder, se fixa neste momento a igreja como parte preciosa do poder terreno, em comum acordo com o poder divino, para uma melhor vida do povo e a difusão da fé cristã. O que buscaremos analisar em nosso trabalho é justamente as nuances entre o trabalho de Isidoro e os documentos oficiais dos concílios, em particular os motivos sócio políticos que levaram os reis visigodos a estarem presentes nas discussões, em busca de uma teoria política, que buscava garantir a Monarquia através de um sistema teológico, onde ganham destaque, especialmente, as ideias deste autor. Como Isidoro de Servilha aborda esta temática e sua análise da formação de um reino Hispânico será a base de nossa análise.

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analise das premissas que levaram a legitimação dos reis visigodos

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Deus na terra:

Analise da legitimação regia do Reino Visigodo

Quando falamos de Antiguidade tardia, abordamos um período de grandes

transformações quando da transição de uma Antiguidade Clássica para a Idade Média,

marcada pelas migrações Barbaras dentro do Império romano, por novas perspectivas de

culturas e por adaptações de diversas culturas que passam a conviver juntas dentro de

todo território , dentre estes vários povos germânicos presentes no território , temos os

Visigodos, povos que no período influenciaram em maior proporção com as mudanças

do período. Em 412, os Visigodos dominariam toda a Península Ibérica e seria necessário

a partir de então um processo que buscava a legitimidade do poder político para o Reino,

foi o ocorrido em 589, ano em que o rei Recaredo I proclamou o Cristianismo religião

oficial da Hispânia visigótica. Isidoro de Servilha narra em seus trabalhos, todo este

processo que culminou na institucionalização dos Concílios de Toledo. A partir destas

ideias que há a formação do poder em todo o reino. Por estes preceitos, regras e normas

que vem juntamente com a efetivação do poder divino no rei, são em base, para garantir

que o reino prosperasse e que o cristianismo ocupasse seu espaço dentro das novas formas

aristocráticas de expansão do poder, se fixa neste momento a igreja como parte preciosa

do poder terreno, em comum acordo com o poder divino, para uma melhor vida do povo

e a difusão da fé cristã. O que buscaremos analisar em nosso trabalho é justamente as

nuances entre o trabalho de Isidoro e os documentos oficiais dos concílios, em particular

os motivos sócio políticos que levaram os reis visigodos a estarem presentes nas

discussões, em busca de uma teoria política, que buscava garantir a Monarquia através de

um sistema teológico, onde ganham destaque, especialmente, as ideias deste autor. Como

Isidoro de Servilha aborda esta temática e sua análise da formação de um reino Hispânico

será a base de nossa análise.