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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ LUIZ FERNANDO DE DOMENICO ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES DO ATACADO ESCALA Balneário Camboriú 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

LUIZ FERNANDO DE DOMENICO

ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES DO ATACADO ESCALA

Balneário Camboriú

2009

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LUIZ FERNANDO DE DOMENICO

ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES DO ATACADO ESCALA

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. Ronaldo Teles.

Balneário Camboriú

2009

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LUIZ FERNANDO DE DOMENICO

ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES DO ATACADO ESCALA

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora

da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú.

Área de Concentração: Administração de Materiais

Balneário Camboriú, 13 de Junho de 2009.

___________________________________

Prof. MSc Ronaldo Telles

Orientador

____________________________________

Prof. Roberto Hering

Avaliador

___________________________________

Prof. Ricardo Titericz

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiário: Luiz Fernando De Domenico

Área de Estágio: Administração de Materiais

Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder

Supervisor da Empresa: Danilo Valentin Gobbi

Professor orientador: MSc Ronaldo Teles

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Razão Social: Escala Importação e Exportação Ltda.

Endereço: Avenida Marginal Oeste, nº. 865

Balneário Camboriú/SC

Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administração de Materiais

Duração do Estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Danilo Valentin Gobbi

Sócio-Diretor Administrativo

Carimbo do CNPJ da Empresa: 03.097.420/0001-26

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 13 de Junho de 2009.

A empresa Escala Importação e Exportação Ltda., pelo presente instrumento,

autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do

Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular

Obrigatório, pelo acadêmico Luiz Fernando De Domenico.

_________________________________

Danilo Valentin Gobbi

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Não pretendemos ensinar aos homens mais do

que já sabem, mas talvez possamos lhes oferecer

uma oportunidade para meditar.

Sir William Temple

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AGRADECIMENTOS

Esse trabalho é dedicado a todos que estiveram comigo na elaboração e

conclusão do mesmo.

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa tem como objetivo realizar um estudo na gestão de estoques praticada pela empresa Atacado Escala, localizada na cidade de Balneário Camboriú, buscando avaliar os níveis de estoques e propondo melhorias em relação aos pontos deficientes encontrados. O objetivo geral é analisar a gestão de estoques do Atacado Escala. Para a realização do objetivo geral, foram definidos como objetivos específicos: realizar a revisão da literatura sobre o tema; conhecer o papel do estoque na empresa; aplicar Gráfico de Paretto (Curva ABC); identificar o modelo de estoque com técnicas de armazenagem e controle aplicados na empresa Atacado Escala; fazer uma análise dos níveis de estoques; apresentar sugestões de melhorias para essas situações. A metodologia do estudo tece características de pesquisa qualitativa e quantitativa, através do método estudo de caso e com tipologia considerada como uma pesquisa-diagnóstico. A população foi formada pelos colaboradores da empresa Atacado Escala, com os dados coletados através de fontes primárias e secundárias. Destacou-se nos resultados que o Atacado Escala administra seus estoques através de um sistema de informações, mas que acaba tornando-se muitas vezes ineficiente pela falta de produtos em estoque ou erros de entrada e saída de produtos. Após a coleta dos dados, foram propostas as seguintes sugestões para a empresa: colocar uma plataforma hidráulica; estipular o estoque mínimo de cada produto; emissão de avisos (alertas) quando o estoque de segurança for atingido.

Palavras-chave: Estoque. Armazenagem. Curva ABC.

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ABSTRACT

This research work aims to conduct a study in the management of inventories carried by Wholesale Range, located in Balneario Camboriu, seeking the assessment of stocks and proposing improvements in relation to disabled found. The general aim is to examine the management of stockpiles of Atacado Escala. To achieve the general goal, specific objectives were defined as: conduct a review of the literature on the subject, knowing the role of the stock in the company; apply Graph Paretto (curve ABC), identifying the model using techniques of stock control and storage Atacado Escala used in the company, to analyze the levels of stocks, make suggestions for improvements to these situations. The methodology of the study presents characteristics of qualitative and quantitative research, as a case study and typology considered a research diagnosis. The population was formed by employees of the company Atacado Escala, with data collected through primary and secondary sources. Highlighted the findings that the Atacado Escala manages its inventory through a system of information, but it has often become ineffective by the lack of products in stock or errors in input and output of products. After collecting the data, the following suggestions were proposed for the company: put a hydraulic platform, provide the minimum inventory of each product, issuing of warnings (alerts) when the stock of security is achieved. Key-words: Stock. Storage. Curve ABC.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Práticas de negócios para o planejamento de suprimentos ......... 27

Quadro 2: Classificação de materiais ............................................................ 40

Quadro 3: Requisitos para o controle de estoques ....................................... 43

Quadro 4: Tipos de demanda ........................................................................ 47

Quadro 5: Modelo para confecção da curva ABC ......................................... 51

Quadro 6: Práticas de negócio para o planejamento da distribuição ............ 61

Quadro 7: Classificação ABC ........................................................................ 84

Quadro 8: Classificação ABC em ordem decrescente .................................. 85

Quadro 9: Critérios da classificação ABC ..................................................... 86

Quadro 10: Gestão de estoque em relação aos objetivos específicos ......... 97

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fachada da empresa Atacado Escala ........................................... 18

Figura 2: Sistema de fornecimento – produção – distribuição ...................... 28

Figura 3: Estágios da cadeia de suprimento ................................................. 29

Figura 4: Estrutura organizacional do setor de materiais .............................. 33

Figura 5: Envolvimento das atividades da armazenagem ............................. 37

Figura 6: Corredores da Loja ......................................................................... 72

Figura 7: Disposição dos produtos na Loja ................................................... 73

Figura 8: Produtos distribuídos por famílias .................................................. 74

Figura 9: Depósito de produtos ..................................................................... 75

Figura 10: Corredores do Depósito ............................................................... 76

Figura 11: Espaço físico do Depósito ............................................................ 77

Figura 12: Carrinho – caixas do depósito ...................................................... 78

Figura 13: Carrinho – produtos da Loja ......................................................... 79

Figura 14: Carrinho para os clientes ............................................................. 80

Figura 15: Carrinho de compras .................................................................... 81

Figura 16: Curva ABC do Atacado Escala .................................................... 87

Figura 17: Recebimento de mercadorias ...................................................... 89

Figura 18: Entrada dos produtos no sistema de informações ....................... 90

Figura 19: Processo de armazenagem ......................................................... 91

Figura 20: Estoque de produtos – entrada .................................................... 93

Figura 21: Estoque de produtos – estoque geral por fornecedor .................. 94

Figura 22: Estoque de produtos – preço/geral/grupo .................................... 95

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 14

1.1 Tema ....................................................................................................... 14

1.2 Problema ................................................................................................. 15

1.3 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 16

1.3.1 Objetivo geral ....................................................................................... 16

1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................ 16

1.4 Justificativa .............................................................................................. 16

1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 18

1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 19

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 21

2.1 Administração .......................................................................................... 21

2.2 Cadeia de suprimentos ............................................................................ 24

2.3 Logística .................................................................................................. 31

2.4 Armazenamento ...................................................................................... 33

2.5 Gestão de estoques ................................................................................ 39

2.6 Curva ABC ............................................................................................... 48

2.7 Níveis de estoque .................................................................................... 52

2.8 Política de estoque .................................................................................. 55

2.8.1 Estoque de segurança .......................................................................... 56

2.8.2 Custo de estoque ................................................................................. 57

2.9 Distribuição física .................................................................................... 59

2.10 Inventário ............................................................................................... 63

3 METODOLOGIA ........................................................................................ 66

3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 66

3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 67

3.3 Instrumentos de pesquisa ....................................................................... 68

3.4 Análise e interpretação dos dados .......................................................... 69

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3.5 Limitações da pesquisa ........................................................................... 70

4 RESULTADOS OBTIDOS ......................................................................... 71

4.1 Estoque na empresa Atacado Escala ..................................................... 71

4.2 Curva ABC ............................................................................................... 82

4.3 Técnicas de armazenagem ..................................................................... 88

4.4 Níveis de estoque da empresa ................................................................ 92

4.4.1 Ponto de Pedido ................................................................................... 96

4.5 Quadro de desenvolvimento da gestão de estoque em relação aos

objetivos específicos .....................................................................................

98

4.6 Sugestões para a empresa ..................................................................... 99

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 101

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 103 ANEXO .......................................................................................................... 106

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Tema:

Desde a década passada, o Brasil percebe os efeitos que a globalização

provoca em todos os países. As empresas nacionais passaram a enfrentar a

concorrência dos produtos estrangeiros, que eram importados e apresentavam

relativa qualidade e preços bastante competitivos. Além disso, muitas empresas

começaram a se instalar em nosso país, a fim de aproveitar os recursos naturais

disponíveis e mão-de-obra barata, que fazia com que o preço final ficasse bastante

competitivo.

Pode-se perceber um grande movimento de abertura na economia mundial;

este movimento deve-se ao fato de uma preocupação emergente das nações em

buscar soluções para os seus problemas internos, aumentando a integração entre

mercados e promovendo a competitividade de seus produtos.

As lojas de produtos de R$ 1,99 foram um dos diferentes mercados que

surgiram no Brasil no fim da década de 90, o chamado comércio de preço único, as

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atacados de 1,99 que eram os responsáveis para suprir essas lojas de 1,99.

Segundo Kotler (1995) o atacado inclui todas as atividades ligadas a vendas

de bem ou serviços, para aqueles que compram para revenda ou uso

organizacional. Chamam-se atacadistas as empresas que compram principalmente

de produtores e vendem principalmente para varejistas, consumidores

organizacionais e outros atacadistas.

Este mercado apresentou uma alta concorrência, e para que as empresas

sobrevivessem no mercado foi necessária uma avaliação quanto às suas formas de

gestão, buscando manter a qualidade, preços acessíveis, atendimento às

necessidades dos clientes e sua fidelização.

Essa realidade provocou mudanças profundas nas empresas, assumindo

novas posturas de competição. Junto com essa realidade, a logística passou por

mudanças extremas, que levaram as empresas a uma série de decisões

estratégicas em suas práticas empresariais.

Neste contexto, a gestão de estoque, que é parte importante da logística,

representa uma poderosa arma, fonte de vantagem competitiva, e que pode afetar a

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satisfação do consumidor, pois colocar o produto certo, no local certo, na hora certa,

pelo menor preço é a grande meta a ser alcançada para se obter um diferencial em

relação aos seus concorrentes.

Considerada a base da cadeia de suprimentos, a gestão de estoques faz

parte do processo logístico e é um elemento fundamental para a área de produção,

como também para o administrador de empresas que deve ter conhecimento sobre

os elementos básicos de gestão de estoques.

A gestão de estoques abrange uma série de atividades, que vão desde a

programação e planejamento das necessidades de materiais em estoque, até o

controle das quantidades adquiridas, com a intenção de medir a sua localização,

movimentação, utilização e armazenagem desses estoques de modo a responder

com regularidade aos clientes em relação a preços, quantidades, e prazos.

Neste enfoque, este trabalho de pesquisa tem como objetivo realizar um

estudo na gestão de estoques praticada pela empresa Atacado Escala, localizada na

cidade de Balneário Camboriú, buscando avaliar os níveis de estoques e propondo

melhorias em relação aos pontos deficientes encontrados.

O trabalho realizado no Atacado Escala procurou identificar a gestão de

estoques, podendo oferecer subsídios e informações fundamentais para os gestores

na tomada de decisões.

1.2 Problema:

As questões de pesquisa que se apresentam são:

A empresa Escala tem um sistema de gestão de estoques definido?

Existe uma técnica de análise dos estoques na empresa Escala?

A empresa Escala tem interesse em implantar técnicas de análise de

estoque?

Para Marconi e Lakatos (1991), o problema se constitui em uma pergunta

científica quando explicita a relação de dois ou mais fenômenos entre si,

adequando-se a uma investigação sistemática controlada, empírica e crítica.

Com base nas questões de pesquisa, o problema definido é: De que maneira

funciona a gestão de estoques do Atacado Escala?

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Para Marconi e Lakatos (1991), hipótese é uma suposta, provável e provisória

resposta a um problema.

Procurando responder às questões de pesquisa e ao problema, foram

identificadas as seguintes hipóteses:

A empresa tem um sistema básico de gestão de estoques.

O gestor não tem conhecimento de técnicas de análise de estoque.

A empresa Escala tem interesse em implantar um sistema de análise de

estoques.

1.3 Objetivos da Pesquisa:

1.3.1 Objetivo Geral:

Analisar a gestão de estoques do Atacado Escala.

1.3.2 Objetivos Específicos:

Realizar a revisão da literatura sobre o tema.

Conhecer o papel do estoque na empresa.

Aplicar Gráfico de Paretto (Curva ABC).

Identificar o modelo de estoque com técnicas de armazenagem e controle

aplicados na empresa Atacado Escala.

Fazer uma análise dos níveis de estoques.

Apresentar sugestões de melhorias para essas situações. 1.4 Justificativa:

A análise da gestão de estoques na empresa tem por finalidade saber como

funciona o processo de gerenciamento de estoque, para posteriormente fornecer

informações para a análise dos níveis de estoque, os tipos de estoque e os modelos

de estocagem, baseado em programas que a empresa utiliza. Como os estoques

representam parcela substancial dos ativos da empresa, devem ser encarados como

um fator potencial de geração de negócios e lucros.

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Após a análise feita, cabe ao administrador verificar se os estoques estão

sendo utilizados ou se estão parados, empatando o lucro.

O trabalho realizado na empresa Escala Atacado de R$ 1,99 procurou

analisar toda a gestão de estoques, podendo oferecer subsídios e informações

fundamentais para o gestor na tomada de decisões.

Gestão de estoques constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados (MARTINS; ALT, 2000, p.155).

O mercado de atacado de produtos de R$ 1,99 possui concorrência em

Balneário Camboriú e cidades vizinhas, apesar de muitas empresas fecharem ou

mudarem seu foco nos últimos anos, devido à demanda por estes tipos de produtos

sofrer queda.

O perfil de clientes envolve pessoas de ambos os sexos, residentes em

diversos estados do país, e que pertençam às classes sociais A, B, e C,

principalmente.

Este estudo foi de grande importância para a organização, pois identificou,

após análises feitas, alguns problemas que ocorrem no processo de gerenciamento

dos estoques, nos níveis de estoques da empresa, a fim de fornecer ao gestor

subsídios para propor melhorias à empresa.

A originalidade do trabalho é comprovada, pois não há trabalhos científicos

desenvolvidos com esta análise na empresa em que o estudo foi realizado.

Quanto à viabilidade, a organização forneceu as ferramentas necessárias

para o levantamento dos dados coletados, bem como o acesso às informações, não

havendo custos adicionais, visto que o trabalho pesquisou informações que estão

disponíveis no dia-a-dia.

A importância no desenvolvimento deste trabalho para o acadêmico acontece

por poder colocar em prática a teoria revisada nos anos acadêmicos. Fundamentado

em conceitos teóricos, houve a possibilidade de o acadêmico avaliar e analisar as

informações coletadas e, futuramente, acompanhar as mudanças que poderão ser

feitas na gestão de estoques da Escala Atacado de R$ 1,99.

1.5 Contextualização do ambiente de estágio:

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O estágio foi realizado na empresa Escala Atacado de R$ 1,99, que tem

definida sua razão social como Escala Importação e Exportação Ltda., localizada na

Avenida Marginal Oeste, nº 865, na cidade de Camboriú, e iniciou suas atividades

em julho de 1999, com o objetivo de atender aos clientes lojistas e suprir o

fornecimento de produtos para suas lojas.

Figura 1: Fachada da empresa Atacado Escala. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

A partir do ano de 2000, com o crescimento e reconhecimento da empresa

neste ramo, a Escala iniciou uma nova estratégia, além de comercializar produtos

nacionais, partiu para o ramo de importação, trazendo mercadorias do Chile e da

Argentina. A empresa também iniciou suas vendas no varejo, abrindo lojas em todo

estado de Santa Catarina, sendo que hoje possui o total de 12 lojas.

A empresa comercializa produtos que variam entre R$ 0,50 a R$ 300,00, essa

variedade de preços e produtos é comercializada por muitas empresas de R$ 1,99

que passaram a oferecer produtos com preço e qualidade superiores. O mix de

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produtos da empresa está dividido nos seguintes segmentos: alimentos doces,

alimentos salgados, ferramentas, linha lar, linha potes plásticos, linha panos e

toalhas, linha alumínio, linha vidros, linha automotiva, linha bebê, linha perfumaria,

linha jardinagem, linha animais pet, linha vestuário, linha decoração, linha limpeza,

linha material escolar e escritório, linha Páscoa e linha Natal.

A empresa atende a clientes dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio

Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais,

entre outros estados.

A empresa possui 85 colaboradores, distribuídos entre o centro de

distribuição e as lojas, nos setores de compras, vendas, administrativo, financeiro,

contábil, logística, operacional e gerencial.

1.6 Organização do trabalho:

A primeira parte do trabalho apresenta o tema e o problema do trabalho, bem

como a identificação dos objetivos a serem cumpridos, a justificativa pelo assunto

escolhido e a apresentação da empresa Atacado escala, localizada na cidade de

Balneário Camboriú, foco deste estudo.

O segundo capítulo apresenta o embasamento teórico de autores da área de

Administração, Cadeia de Suprimentos, Logística, Armazenamento, Gestão de

Estoques, Curva ABC, Níveis de Estoque, Política de Estoque, Estoque de

Segurança, Custo do Estoque, Distribuição Física e Inventário.

O terceiro capítulo refere-se à metodologia utilizada para a coleta dos dados,

sendo definida a caracterização da pesquisa, delineamento e método de pesquisa, a

população e amostra, os instrumentos para a coleta dos dados, além da forma como

os dados foram tabulados e apresentados.

O quarto capítulo realiza a apresentação dos resultados coletados pelo

acadêmico e a análise dos dados, em resposta aos objetivos específicos definidos,

sendo apresentado o estoque na empresa Atacado Escala, a elaboração da Curva

ABC, as técnicas de armazenagem e os níveis de estoque da empresa.

O quinto capítulo apresenta as conclusões finais do acadêmico acerca do

estudo realizado, bem como uma análise dos objetivos propostos e problemas de

pesquisa que foram definidos no inicio do estudo.

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Por fim, foram apresentadas as referências bibliográficas dos autores

utilizados no decorrer da pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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As empresas estão sendo pressionadas a descobrir meios eficazes e

eficientes de administrar suas operações internas, a fim de realizarem compras no

momento certo, estoques que atendam à produção ou à demanda de pedidos dos

clientes, giro de estoque, para que não haja elevados estoques que impactem no

resultado financeiro da organização, além de processos de movimentação,

distribuição e estocagem eficientes, que mantenham a integridade dos produtos.

Neste sentido, este capítulo apresenta o embasamento teórico que

fundamentou o trabalho, apresentando os principais conceitos referentes à

administração, cadeia de suprimentos, logística da gestão de estoques, curva ABC,

níveis de estoque e armazenamento.

2.1 Administração:

As atividades de administração estão presentes em todo tipo de organização,

seja industrial, comercial e prestação de serviços. Não há como manter uma

empresa sem a função de administração, que se encarregará de colocar em prática

os objetivos da organização através da gestão dos recursos humanos, materiais,

produção, vendas, marketing, entre outras.

Para Drucker (1998), a administração e os administradores constituem

necessidades específicas de todas as entidades, da menor à maior. Todas as

organizações têm em comum a função da administração, a tarefa do administrador e

seu trabalho.

De acordo com Maximiano (1997, p.18) “administração é o processo que

procura assegurar a eficácia (realização de objetivos) e a eficiência (utilização

racional de recursos) das organizações ou sistemas”.

Administração é de fato uma tarefa que exige um eminente grau de

conhecimento, principalmente no que se refere ao trato com as pessoas na

execução das atividades inerentes ao negócio da organização.

A administração é um fenômeno universal no mundo moderno. Cada organização e cada empresa requerem a tomada de decisões, a coordenação de múltiplas atividades, a condução de pessoas, a avaliação de desempenho dirigido a objetivos previamente determinados à obtenção e alocação de diferentes recursos etc. (CHIAVENATO, 1987, p.14).

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Para Montana e Charnov (2003, p.02), ”administração é o ato de trabalhar

com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização,

bem como de seus membros”.

Portanto, a administração é importante na realização dos objetivos da

empresa, e o administrador possui papel fundamental para obter resultados

esperados pelas organizações.

A administração assume um papel cada vez mais importante na vida das

organizações, a partir do momento em que os grandes pensadores e estudiosos

perceberam que os resultados obtidos com a aplicação das técnicas administrativas

seriam muito melhores para o ambiente empresarial. Verifica-se que o administrador

desempenha diversas atividades administrativas, voltadas para tipos específicos de

áreas e de problemas.

Para Chiavenato (2000), o administrador necessita de três habilidades

básicas: habilidade técnica, humana e conceitual para executar as atividades,

obtendo bons resultados:

habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e

equipamentos necessários para o desempenho de tarefas específicas, por meio da

experiência e educação. É muito importante para o nível operacional;

habilidade humana: consiste na capacidade e facilidade para trabalhar com

pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e liderar grupos de

pessoas;

habilidade conceitual: consiste na capacidade de compreender a complexidade

da organização como um todo e o ajustamento do comportamento de suas partes.

Essa habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da

organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as necessidades de

seu departamento ou grupo imediato. É muito importante para o nível institucional.

As funções realizadas pelo administrador são, segundo Stoner e Freeman

(1995, p.4) “são: planejar, organizar, liderar e controlar”.

Numerosas atividades administrativas desempenhadas por diversos

administradores, voltados para tipos específicos de áreas e de problemas, precisam

ser realizadas em cada organização.

Para Chiavenato (2000), uma função administrativa não é uma entidade

separada, mas uma parte integral de uma entidade maior formada de várias funções

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que estão relacionadas umas com as outras, bem como com a entidade maior. As

funções administrativas podem ser definidas como:

Planejamento: o planejamento é uma técnica para absorver a incerteza e

permitir mais consistência no desempenho das empresas. É a função administrativa

que determina antecipadamente o que se deve fazer e quais os objetivos que devem

ser atingidos. É um modelo teórico para uma ação futura que visa dar condições

racionais para que se organize e se dirija o sistema, a partir de certas hipóteses

acerca da realidade atual e futura. Por ser um processo, deve iniciar-se com o

estabelecimento de objetivos, a definição de estratégias e planos detalhados. Esta

definição dos objetivos a serem alcançados é o início de todo planejamento.

Organização: após a etapa do planejamento, segue-se a função de

organização, que tem o intuito de fazer com que os objetivos sejam alcançados

através dos planos a serem executados. Nesta etapa, as tarefas precisam ser

adequadamente agrupadas de maneira lógica e a autoridade distribuída de maneira

a evitar conflitos e confusões. A organização consiste no agrupamento das

atividades necessárias para a realização dos objetivos e planos, a atribuição dessas

atividades a departamentos apropriados e os passos necessários para delegação e

coordenação da autoridade.

Direção: esta função está diretamente relacionada com a maneira pela qual o

objetivo é alcançado através da orientação das operações que devam ser

executadas. Após terem sido executadas as funções de planejamento, detalhados

os programas, a direção preocupa-se com a execução, para que os objetivos sejam

alcançados. Para dirigir os subordinados, o administrador deve motivar, comunicar e

liderar. A função direção envolve a influência e a indução dos subordinados a

respeito do comportamento e do papel que eles devem ocupar na organização.

Controle: após o planejamento, a organização e a direção, vem o controle, com

o objetivo de verificar se o que foi planejado, organizado e dirigido realmente está de

acordo com o que a organização planejou. A finalidade do controle é assegurar que

os resultados das operações se ajustem tanto quanto possível aos objetivos

estabelecidos. A essência do conceito de controle reside na determinação de que a

atividade controlada está ou não alcançando os resultados desejados. O controle é

um processo cíclico e é composto de quatro fases: estabelecimento de padrões ou

critérios, observação do desempenho, comparação do desempenho atual com o

desempenho esperado, ação corretiva para corrigir o desvio entre o desempenho

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atual e o desempenho esperado. As técnicas relacionadas com a função de controle

são basicamente as mesmas verificadas na função planejamento. Como o

planejamento define os padrões e critérios de controle, os mesmos gráficos de

planejamento são utilizados para o controle. Enquanto o planejamento define os

resultados esperados e planejados, o controle trata de acompanhar as atividades

realizadas e os resultados alcançados para propor medidas corretivas, quando

necessárias.

A administração é o trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais,

para atingir objetivos organizacionais através do desempenho das funções de

planejar, organizar, liderar e controlar.

2.2 Cadeia de Suprimentos:

A cadeia de suprimentos é normalmente definida como o conjunto de

empresas que transacionam produtos, informações e recursos financeiros entre si ao

longo do tempo. Essas cadeias possuem seu gerenciamento limitado devido à

conseqüência da enorme complexidade envolvida no alinhamento dos interesses e

da agenda de prioridades de cada empresa na cadeia.

Segundo o dicionário APICS (American Production Inventory Control Society)

(apud PIRES, 2004), uma cadeia de suprimentos pode ser definida como:

os processos que envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas desde a

fonte inicial de matéria-prima até o ponto de consumo do produto acabado;

as funções dentro e fora de uma empresa que garantem que a cadeia de valor

possa fazer e providenciar produtos e serviços aos clientes.

Destaca Chiavenato (2005) que a palavra suprimento serve para designar

todas as atividades que visam ao abastecimento ou fornecimento de materiais à

produção, envolvendo a programação de materiais, compras, recepção,

armazenamento no almoxarifado, movimentação de materiais e transporte interno.

A atividade de suprimentos deve programar as necessidades de materiais,

comprar, receber os materiais, armazená-los no almoxarifado, movimentá-los para

as áreas de produção, transportá-los internamente a fim de abastecer as

necessidades da produção.

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No entendimento de Chopra e Meindl (2003), uma cadeia de suprimento

engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de

um pedido de um cliente. Inclui os fabricantes e fornecedores, as transportadoras,

depósitos, varejistas e os próprios clientes.

A cadeia de abastecimento e outros processos de negócio exigem uma nova

postura das organizações, pois ocorrem novos processos, investimentos em

tecnologia e relacionamento mais estreito com fornecedores, fazendo com que as

empresas estejam acompanhando o mercado e não torne seus produtos ou serviços

obsoletos, ganhando vantagem competitiva.

Afirma Christopher (1997) que a cadeia de suprimentos representa uma rede

de organização, através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes processos e

atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados

nas mãos do consumidor final.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos nas organizações começa com o

ato de comprar até a entrega ao consumidor final, ou seja, satisfazer os anseios do

cliente que se tornou o alvo para o sucesso das empresas, não se admitindo

funções que ajam de forma individual, mas sim, assume-se uma posição de

compartilhamento de informações com objetivo único.

Segundo Martins e Alt (2002), gerenciar a cadeia de suprimentos, ou suplly

chain management, nada mais é do que administrar a integração do sistema de

logística, fazendo uso de tecnologias avançadas, entre elas, gerenciamento de

informações para planejar e controlar fatores que visam produzir e distribuir produtos

e serviços, com o foco na satisfação do cliente.

Para que as empresas possam garantir um diferencial competitivo e

sobrevivência quando inseridas em um mercado dinâmico, deve-se ter a cadeia de

suprimentos projetada para ter flexibilidade e eficiência de resposta.

Para Bertaglia (2006), existem objetivos que são comuns para as empresas

com relação à eficiência da cadeia de suprimentos, de modo a se alcançar uma

vantagem competitiva, tais como:

alianças estratégicas: profissionais da área de compras estão desenvolvendo

um relacionamento estreito com fornecedores, resultando em benefícios comuns

para os dois lados;

agilidade no desenvolvimento de novos produtos: a qualidade e a velocidade

com que um produto deve atingir o mercado após seu desenvolvimento é crucial.

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Toda a cadeia é extremamente afetada quando ocorre o desenvolvimento de um

novo produto. Para que o objetivo tenha sucesso, a fluidez de comunicação e

atuação em todos os processos é fundamental;

redução de custo: as empresas estão trabalhando conjuntamente, num esforço

para remover custos do processo, principalmente aqueles relacionados às atividades

que não agregam valor. Em muitas situações, os benefícios são compartilhados

entre o fabricante e o fornecedor. Essa iniciativa é bastante comum na utilização de

processo just in time;

redução dos tempos de entrega: algumas organizações têm reduzido

drasticamente o tempo de fornecimento e abastecimento de materiais e produtos.

As empresas passaram a se utilizar do planejamento, definindo ações que

serão tomadas dentro de um período, com o objetivo de atender às necessidades de

materiais requeridas pela cadeia de abastecimento.

O quadro a seguir apresenta algumas práticas que podem ser aplicadas para

produzir um planejamento mais consistente dos suprimentos.

Ampliar o relacionamento com os fornecedores, possibilitando a troca de dados

relacionados a estoque e disponibilidade de capacidade.

Construir alianças com fornecedores, visando maior consistência no relacionamento a fim

de evitar disfunções de processo, assegurando que rupturas não venham a causar

surpresas e, por outro lado, aproveitar oportunidades de disponibilidade de materiais.

Possuir visibilidade total dos planos da cadeia de abastecimento.

Medir os níveis de estoque de materiais em valor e quantidade.

Balancear as restrições encontradas durante o plano mestre de produção com a demanda.

Analisar as capacidades e limitações de fornecimento durante o plano mestre de produção

para que revisões no plano possam ser consideradas.

Planejar os estoques de itens em termos de quantidade e valor.

Construir alianças com fornecedores que permitam o compartilhamento de

responsabilidades na cadeia de abastecimento.

Utilizar o conceito de estoques em consignação para reduzir custos na cadeia de

abastecimento.

Utilizar a tecnologia da informação para a troca de dados.

Construir acordos de compras visando cobrir longos períodos de abastecimento.

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Utilizar conceitos avançados de relacionamento, dos quais o fornecedor possa participar do

planejamento e determinar em que momento deve promover a entrega dos materiais. Essa

prática está ligada ao conceito do estoque administrado pelo fornecedor. Quadro 1: Práticas de negócio para o planejamento de suprimentos. Fonte: Adaptado de Bertaglia (2006).

A gestão da cadeia de suprimentos é processo que permeia toda a empresa,

integrando e difundindo informações vitais para minimizar os custos e maximizar os

ganhos. Para que as empresas possam garantir um diferencial competitivo, deve-se

ter uma cadeia de suprimentos projetada que tenha flexibilidade e eficiência de

resposta.

A estruturação da cadeia de abastecimento exige um conhecimento profundo

dos processos e de suas variáveis, tais como conhecimento dos padrões de

mercado e suas respectivas demandas, modelos de distribuição, nível de serviço e

sua relativa importância, distâncias, modais de transporte, elementos de custos,

características dos produtos, canais de distribuição, distribuição geográfica e outros

fatores segundo as características da empresa, seus clientes e produtos.

Conforme Ballou (2002), o canal de suprimento físico refere-se ao hiato de

tempo e espaço entre as fontes de material imediato de uma empresa e seus pontos

de processamento.

Explica Arnold (1999) que há três fases no fluxo de materiais. Na primeira

fase, as matérias-primas fluem para uma empresa fabricante com base em um

sistema de suprimento físico (segunda fase), são processadas pela produção e,

finalmente, produtos acabados são distribuídos para os clientes finais por meio de

um sistema de distribuição física (terceira fase). A figura 2 ilustra esse sistema.

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Figura 2: Sistema de fornecimento-produção-distribuição. Fonte: Adaptado de Arnold (1999, p.23).

Ainda para Arnold (1999), há muitos fatores importantes nas cadeias de

suprimento, tais como:

A cadeia de suprimento inclui todas as atividades e processos necessários para

fornecer um produto ou serviço a um consumidor final.

Qualquer número de empresas pode ser ligada em uma cadeia de suprimento.

Um cliente pode ser um fornecedor de outro cliente de modo que a cadeia total

possua muitas relações do tipo fornecedor-cliente.

Forn

eced

or Fabricante Sistema de

Distribuição

Clie

nte

Distribuição Física Planejamento e Controle de Produção

Fornecimento físico

FLUXO DOMINANTE DE PRODUTOS E SERVIÇOS

FLUXO DOMINANTE DE DEMANDA E DE PROJETOS E INFORMAÇÕES

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Embora o sistema de distribuição possa dar-se diretamente do fornecedor para

o cliente, dependendo dos produtos e dos mercados, poderá também conter

diversos intermediários (distribuidores), como atacadistas, depósitos e varejistas.

Produtos ou serviços geralmente fluem de um fornecedor para o consumidor,

enquanto demanda e projeto geralmente fluem de um cliente para o fornecedor.

Raramente isso não acontece.

Independente do tipo de empresa, os elementos básicos são os mesmos:

suprimento, produção e distribuição.

Destacam Chopra e Meindl (2003) que o termo cadeia de suprimento

representa produtos ou suprimentos que se deslocam ao longo da seguinte cadeia,

que pode envolver vários estágios, e incluem:

clientes;

varejistas;

atacadistas/distribuidores;

fabricantes;

fornecedores de peças ou de matéria-prima.

Esses estágios podem ser visualizados na figura 3.

Figura 3: Estágios da cadeia de suprimento. Fonte: Adaptado de Chopra e Meindl (2003, p.05).

Fornecedor

Fornecedor

Fornecedor

Fabricante

Fabricante

Fabricante

Distribuidor

Distribuidor

Distribuidor

Varejista Cliente

Varejista

Varejista Cliente

Cliente

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Não é necessário que todos os estágios visualizados na figura 3 façam parte

da cadeia de suprimento, pois ele deverá ser adequado às necessidades do cliente

em relação ao papel desempenhado em cada estágio para satisfazer tais

necessidades.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos abrange o fluxo de mercadorias

do fornecedor, através da fabricação e distribuição até o usuário final. Este

gerenciamento está voltado para a otimização de fluxos dentro da organização,

enquanto o gerenciamento da cadeia de suprimentos reconhece que a integração

interna por si não é suficiente.

As organizações devem buscar a eficiência em sua cadeia de suprimento de

maneira à melhor atender às necessidades de sua estratégia competitiva com

desempenho e eficiência.

Conforme Chopra e Meindl (2003), a cadeia de suprimentos possui quatro

fatores-chave de desempenho e eficiência: estoque, transporte, instalações e

informação.

estoque: é a matéria-prima, os produtos em processamento e os produtos

acabados dentro de uma cadeia de suprimento. É um importante fator-chave da

cadeia de suprimento, porque as mudanças em suas políticas podem alterar

drasticamente a eficiência e a responsividade da cadeia;

transporte: significa movimento de estoque de um ponto a outro na cadeia de

suprimento. O transporte pode ser feito a partir de várias combinações de meios e

rotas, cada uma com características particulares de desempenho. As escolhas sobre

o transporte exercem um forte impacto na responsividade e na eficiência da cadeia

de suprimento;

instalações: são os locais na rede da cadeia de suprimento onde o estoque é

armazenado, montado ou fabricado. Os dois tipos de instalações principais são os

locais de produção e os locais de armazenamento. Qualquer que seja a função da

instalação, as decisões a respeito da localização, capacidade e flexibilidade das

instalações influenciam significativamente o desempenho da cadeia de suprimento;

informação: consiste em dados ou análises a respeito de estoque, transporte,

instalações e clientes, que fazem parte da cadeia de suprimento. A informação é

potencialmente o maior fator-chave de desempenho da cadeia de suprimento, pois

afeta diretamente cada um dos demais fatores-chave. A informação propicia o

gerenciamento de tornar as cadeias de suprimento mais responsivas e eficientes.

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Quando as empresas necessitam verificar quais as decisões a serem

tomadas na cadeia de suprimento, deverão determinar qual será seu desempenho

em relação à eficiência e à responsividade, utilizando seus fatores-chave para

alcançar o nível de desempenho estabelecido pela estratégia a ela designada.

2.3 Logística:

Atualmente, fatores como eficiência, qualidade, preço, confiabilidade e

complexidade são características essenciais da logística moderna, que tem como

objetivo obter ganhos e redução de custos com a máxima satisfação do cliente.

Em um primeiro momento, a logística enfatizou o transporte, movimentação e

armazenagem de materiais, mais na função do que no processo. A grande evolução

da Logística ocorreu quando as organizações começaram a dar maior importância

ao serviço ao cliente, orientando-se ao produto ou ao serviço. Logo, isso foi

determinante para que essas empresas repensassem todo o processo logístico.

Na visão de Carillo et al. (2003), as primeiras definições de Logística são

baseadas na visão tradicional da organização orientada para a produção; um termo

empregado na indústria e comércio para descrever as atividades com movimentos

eficientes de produtos acabados da produção para o cliente, sendo que em alguns

casos inclui o movimento de matérias-primas do fornecedor para a produção. Em

uma segunda fase, a Logística era considerada como integração de duas ou mais

atividades com o propósito de planejamento, implementação e controle eficiente do

fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados do ponto de

origem ao ponto de destino.

Atualmente, a logística pode ser definida como o processo eficaz de

planejamento, implementação e controle integrado do fluxo de materiais,

informações e dinheiro do ponto de origem ao ponto de destino, com o propósito de

atender às crescentes exigências de qualidade impostas pelos clientes.

Para Viana (2000), a logística é uma operação integrada para cuidar de

suprimentos e distribuição de produtos de forma racionalizada, o que significa

planejar, coordenar e executar todo o processo, visando à redução de custos e ao

aumento da competitividade da empresa.

A logística envolve todos os fluxos de materiais da empresa, desde a

requisição e programação para aquisição de materiais, as compras, o recebimento,

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conferência, movimentação de materiais, transporte interno e armazenamento de

materiais.

Na visão de Christopher (1997), a logística é o processo de gerenciar

estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e

produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e

seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e

futura do atendimento dos pedidos a baixo custo.

É a área da administração que tem como finalidade planejar, coordenar, dirigir

e controlar as atividades ligadas à aquisição de materiais para a formação de

estoques, a fim de proporcionar suporte para a área de produção ou área de vendas.

De muitas formas, a logística é o inverso da distribuição física. Trata do fluxo de produtos para a empresa ao invés de partir dela. Muitas atividades da administração de materiais são compartilhadas com a distribuição física. Entretanto, existem algumas diferenças que são a chave da boa administração do fluxo de suprimento. Essas diferenças enfocam principalmente o modo pelo qual os fluxos são iniciados e sincronizados e a seleção das fontes de fornecimento (BALLOU, 1998, p.58).

Na visão de Chiavenato (2005), os materiais precisam ser adequadamente

administrados, principalmente em relação às suas quantidades, a fim de que não

ocorram faltas ou excessos.

Além do transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos, existe uma série de outras atividades que apóiam o ciclo primário de administração de materiais. Elas são obtenção, embalagem de proteção, armazenagem, manuseio de materiais e manutenção de informações. Com exceção da obtenção, as demais atividades são semelhantes àquelas executadas na parte de distribuição física da empresa. Os princípios da boa administração dessas atividades são os mesmos, tanto no suprimento como na distribuição; apenas a natureza do produto muda (BALLOU, 1998, p.61).

Para Novaes (2001), a moderna Logística procura incorporar:

prazos previamente acertados e cumpridos integralmente, ao longo de toda a

cadeia de suprimento;

integração efetiva e sistêmica entre todos os setores da empresa;

integração efetiva e estreita (parcerias) com fornecedores e clientes;

busca da otimização global, envolvendo a racionalização dos processos e a

redução de custos em toda a cadeia de suprimentos;

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satisfação plena do cliente, mantendo nível de serviço preestabelecido e

adequado.

A necessidade de integração logística evoluiu de dentro para fora das

organizações, constituindo um conjunto de organizações, desde os fornecedores de

matérias-primas até o consumidor final, que se inter-relacionam. A esta constituição

integrada deu-se o nome de cadeia de abastecimento e o gerenciamento logístico se

faz com base na gestão da cadeia de abastecimento.

A organização de um sistema logístico pode ser dividida nas seguintes áreas:

controle de estoques, compras, almoxarifado, planejamento e controle da produção,

importação, transportes e distribuição.

A organização dessas áreas pode ser visualizada através da figura 4.

Figura 4: Estrutura organizacional do setor de logística. Fonte: Adaptado de Dias (2005).

De acordo com a figura 4, a estrutura organizacional do setor de logística

deve estabelecer uma integração desde a previsão de vendas, passando pelo

planejamento de produção, a produção e a entrega do produto final.

2.4 Armazenamento:

O armazém, durante muitos anos, serviu apenas para guardar materiais.

Atualmente, esta visão mudou, pois este se tornou um setor importante dentro da

Logística

Compras PCP Estoques Almoxarifado Importação Transportes

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organização, visto que faz parte integrante da política de fabricação, marketing,

administração de materiais e planejamento financeiro.

Os objetivos da armazenagem é o melhor aproveitamento do espaço físico, a

fim de estocar os materiais da empresa de tal forma que não haja avarias, a

localização dos produtos seja facilitada pelos funcionários, e conforme o tipo de

produto o ambiente físico proporcione ventilação, seja iluminado, não fique em

contato direto com o chão, entre outros.

Para Dias (2005), um correto sistema de armazenagem influi no melhor

aproveitamento da matéria-prima e dos meios de movimentação. Além de evitar a

perda de produtos por defeito de batidas e impactos, reduz as perdas de material no

manuseio e impede outros extravios.

Um eficiente programa de armazenamento de materiais apresenta a redução

no custo dos fretes, a redução nos custos de produção e um atendimento melhor

aos clientes.

Salientam Martins e Laugeni (1998) que os objetivos para um bom

armazenamento de materiais são:

Permitir o PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair).

Manter a qualidade dos materiais, cuidando para que a estocagem não altere

suas características.

Manter a identificação clara dos materiais.

Manter o controle da quantidade estocada.

Promover a racionalização dos materiais, identificando materiais sem

movimentação, materiais idênticos estocados sob diferentes denominações,

materiais inservíveis, materiais estocados em excesso com relação às

necessidades.

Diminuir constantemente o espaço alocado à estocagem dos materiais.

Diminuir os custos relacionados à estocagem.

Manter um sistema de informações rápido e eficaz para os clientes.

No armazenamento de materiais há outros fatores que, segundo Martins e

Laugeni (1998), são essenciais: equipe de trabalho, equipamentos de movimentação

de materiais, equipamentos de estocagem de materiais, codificação de materiais,

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endereçamento de materiais, custos, inventário dos materiais, o uso de código de

barras e o layout do almoxarifado.

Refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém (BALLOU, 1998, p.27).

De acordo com Moura (1998), a armazenagem de materiais não acrescenta

nada ao valor do produto. Acrescenta muito ao custo do produto e cada percentual

ganho na armazenagem é lucro.

Na visão de Ballou (1998), para as empresas diminuírem ou se verem livres

da armazenagem, as demandas pelos produtos almejados teriam que ser

conhecidas de forma exata e, conseqüentemente, seus fornecimentos e suas

entregas obrigatoriamente teriam que ser instantâneos, bem como o transporte ser

extremamente confiável, tendo seu tempo de entrega zero.

Já para Ferreira (1998), armazenar é o ato de guardar ou recolher a um

armazém, em determinada localização, um certo item, por um período de tempo,

garantindo a manutenção de suas características essenciais, de forma que, por

ocasião de seu efetivo uso, o mesmo tenha confirmado suas expectativas de

desempenho. Para o autor, a armazenagem é constituída por cinco fases, que são:

recebimento: o ato de examinar e conferir o material quanto à quantidade, em

vista do documento de acompanhamento (nota fiscal, remessa-fatura etc.);

perícia: é o ato de vistoriar ou efetuar exame técnico detalhado, de forma a

certificar que o material recebido está de acordo com as características técnicas

desejadas;

estocagem: a arrumação de itens de material em uma certa área para isso

definida, de forma organizada, para que se obtenha o maior aproveitamento possível

do espaço disponível e dentro de parâmetros que permitam uma rápida e segura

movimentação, quando esta se fizer necessária;

guarda: a capacidade de manter o material protegido de danos físicos,

extravios ou furtos;

conservação: é a capacidade de manter assegurados os itens e suas

características básicas e essenciais de desempenho, durante todas as fases entre a

produção e o consumo do item.

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As organizações devem estar cientes da importância da administração de

materiais, e assim estar atenta à redução de custos de armazenagem, analisando as

práticas operacionais, as técnicas de movimentação de materiais, os métodos de

estocagem, bem como o processamento do pedido. Estas atividades estão todas

interligadas e, quando bem executadas, reduzem custos e geram um bom nível de

serviços aos clientes.

Assim, destaca Viana (2000) que os objetivos da armazenagem são:

utilização do espaço nas três dimensões, assim maximizando o uso do espaço;

facilitar o acesso aos itens do depósito;

proteger e abrigar os materiais;

facilitar a movimentação interna do depósito;

maximizar a utilização de mão-de-obra e equipamentos;

satisfação das necessidades dos clientes.

A figura 5 ilustra o envolvimento e as responsabilidades das atividades da

armazenagem.

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Figura 5: Envolvimento das atividades da armazenagem. Fonte: Adaptado de Viana (2000).

No almoxarifado acontece a armazenagem, que significa utilizar de maneira

ótima o espaço nas três dimensões. O armazém precisa proporcionar uma rápida

movimentação e localização rápida dos suprimentos. Deve-se definir se o local será

coberto ou não, estudar o layout, estudar a forma de conservação, manter o local

limpo, em ordem, e definir a segurança do patrimônio contra furtos ou incêndios.

As funções da armazenagem são muitas, classificando-se as quatro mais

importantes, segundo Ballou (1998):

Abrigo de produtos: é sua função mais óbvia abrigar o desbalanceamento entre a

oferta e a demanda. Os armazéns providenciam proteção para as mercadorias, além

Descarga

Recebimento e

Identificação

Testes

Verificação da quantidade e

qualidade

Decisão de aceite ou devolução ao

fornecedor

Armazenagem

Inventário

Separação das requisições de

material

Expedição

Distribuição

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de um número variado de serviços que utilizam o abrigo, tais como a manutenção de

registros, rotação de estoques e reparos.

Consolidação: a estrutura das tabelas de frete, especialmente quando contém

reduções substanciais para grandes lotes, tem grande influência na forma que os

depósitos são utilizados para a movimentação dos produtos. Por exemplo, se a

mercadoria é originada de muitas fontes diferentes, e em pequenos volumes, a

empresa tem a oportunidade de economizar no transporte, consolidando estes

volumes numa carga completa.

Transferência e transbordo: é uma das formas mais populares para o uso de

depósitos, fracionar quantidades transferidas em grandes volumes para volumes

menores para atender à demanda dos clientes. A diferença entre transbordo e

transferência é que na transferência o produto tem um período de guarda,

inexistente no transbordo.

Agrupamento: algumas empresas, com uma linha extensa de produtos, podem

fabricar itens diferenciados em suas plantas. O papel deste armazém é agrupar

estes itens para depois entregar ao cliente.

Cada espaço na armazenagem deve ser bem utilizado, pois o espaço é

sempre um desafio para as empresas. Não se pode esquecer de considerar as

características de cada material como perecibilidade, fragilidade, combustibilidade,

volatilização, oxidação, volume, forma, peso, pois conseguindo a armazenagem

correta destes materiais, a qualidade do produto será garantida nesta fase (VIANA,

2000).

A armazenagem possui algumas maneiras de ser trabalhada, tais como por

agrupamento, por tamanho, por frequência de saída, em área externa, com

coberturas alternativas, e a armazenagem especial. Na verdade, todas as

armazenagens são especiais para o determinado material, devendo ser

consideradas as características anteriormente descritas, por exemplo, os materiais

perecíveis são armazenados com o método FIFO (First In First Out), primeiro que

entra é o primeiro que sai, e segue vários métodos de controle para evitar perdas.

A importância da armazenagem é levar soluções para os problemas de

estocagem de materiais que possibilitam uma melhor interação entre suprimento,

produção e distribuição. A informação em tempo real também é desejada por

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qualquer cliente, como ter visibilidade para um pedido, uma vez ele colocado no

sistema, e ser capaz de rastrear esta informação instantaneamente.

2.5 Gestão de Estoques:

Os estoques têm como finalidade melhorar o nível de serviço e o incentivo de

economias na produção. Eles permitem uma economia na compra e também servem

como segurança para a empresa. O sistema de controle de estoque começa no

planejamento das necessidades de materiais e termina com o produto adquirido pelo

cliente final.

Para Arnold (1999), os estoques são materiais e suprimentos que uma

empresa mantém, seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o

processo de produção. Todas as empresas precisam manter estoques, constituindo

uma parte substancial dos ativos totais.

Administrar os estoques é uma responsabilidade de planejamento e controle

do estoque, desde o estágio de matéria-prima até o produto acabado entregue aos

clientes.

“Gerenciar estoques é também equilibrar a disponibilidade dos produtos, ou

serviços ao consumidor, por um lado, com os custos de abastecimento que, por

outro lado, são necessários para um determinado grau dessa disponibilidade”

(BALLOU, 2006, p.277).

A administração da empresa deverá determinar ao setor responsável pelo

controle de estoques o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer

certos padrões que sirvam aos programadores e controlares e quais os critérios para

medir a performance do departamento.

Salientam Bowersox e Closs (2001) que o estoque consiste em substancial

investimento em ativos e, portanto, deve proporcionar pelo menos algum retorno de

capital. Os contadores há muito reconheceram que existem problemas de apuração,

já que os demonstrativos de resultados não refletem adequadamente os verdadeiros

custos, nem mesmo as vantagens de investimentos em estoque.

Os estoques podem ser classificados como matérias-primas, insumos,

componentes, produtos em processo e produtos acabados que aparecem em

numerosos pontos por todos os canais logísticos e de produção da empresa.

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O fluxo de materiais nas organizações recebe diferentes classificações, à

medida que percorre os processos de produção da empresa, ou seja, os materiais

passam a se enquadrar em diferentes classes de materiais.

Para Chiavenato (2005), a classificação de materiais mais comum é

apresentada conforme o quadro 2:

Matérias-primas

As matérias-primas constituem os insumos e

materiais básicos que ingressam no processo

produtivo da empresa, ou seja, todos os itens

iniciais necessários para a produção, o que

significa que a produção é totalmente dependente

das entradas da matéria-prima para ter a sua

seqüência garantida.

Materiais em processamento

(ou em vias)

Os materiais em processamento – também

denominados materiais em vias – são aqueles que

estão sendo processados ao longo das diversas

seções que compõem o processo produtivo da

empresa. São, portanto, os materiais em processo

ou em vias de serem processados em cada uma

das seções produtivas da empresa. Não estão

nem no almoxarifado, porque não são mais

matérias-primas iniciais, nem estão no depósito,

porque ainda não são produtos acabados. Na

realidade, os materiais em processamento

ingressaram na empresa na forma de matérias-

primas, mas estão ainda passando pelas etapas

do processo produtivo da empresa, e mais adiante

serão transformados em produtos acabados.

Materiais semi-acabados

Materiais semi-acabados são aqueles parcialmente

acabados, cujo processamento está em algum

estágio intermediário de acabamento e que se

encontram ao longo das diversas seções que

compõem o processo produtivo. Diferem dos

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materiais em processamento pelo estágio mais

avançado, pois se encontram quase acabados,

faltando apenas algumas etapas do processo

produtivo para se transformarem em materiais

acabados ou em produtos acabados.

Materiais acabados ou

componentes

Os materiais acabados são também denominados

componentes, porque constituem peças isoladas

ou componentes já acabados e prontos para

serem anexados ao produto. Na realidade, são

partes prontas ou pré-montadas que, quando

juntadas ou integradas, constituirão o produto

acabado.

Produtos acabados

Os produtos acabados são aqueles já prontos e

cujo processamento foi completado inteiramente.

Constituem o estágio final do processo produtivo e

já passaram pelas fases de matérias-primas,

materiais em processamento, materiais semi-

acabados e materiais acabados ou componentes.

Quadro 2: Classificação de materiais. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2005).

A classificação de materiais criada pelo autor Chiavenato (2005) foi elaborada

em função do estágio do material no processo produtivo da empresa.

Na visão de Bertaglia (2003), a administração dos estoques deve receber

atenção especial, uma vez que podem ser armazenados em diferentes etapas do

processo, apresentando características diversas, como matéria-prima, produto semi-

acabado, produto acabado ou produto com valor agregado para o cliente e

consumidor.

Já para Arnold (1999), o propósito básico dos estoques é separar o

suprimento da demanda. O estoque serve como um armazenamento intermediário

entre:

oferta e demanda;

demanda dos clientes e produtos acabados;

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produtos acabados e a disponibilidade dos componentes;

exigências de uma operação e resultado da operação anterior;

peças e materiais necessários ao início da produção e fornecedores de

materiais.

A administração de estoque tem como tarefa minimizar o investimento em

inventário ao mesmo tempo que providencia os níveis de disponibilidade almejados.

Tanto os métodos teóricos como práticos para controle de inventário têm esta

finalidade. Buscando garantir o fluxo de produtos numa organização, os profissionais

da área de materiais têm, muitas vezes, a necessidade de coordenar seus esforços

com atividades que não estão totalmente sob seu controle.

Segundo Viana (2000), as principais atividades do gestor de estoques deve

ser a análise do comportamento da demanda, definir parâmetros de ressuprimento,

reposição de estoque, determinação de métodos de controle, contabilização dos

custos e realização de inventários físicos.

Se uma empresa não possui estoques, torna-se impossível que a produção

funcione, da mesma maneira que um ineficiente planejamento de estoques também

pode acarretar em falta de determinados produtos que ocasionem falhas no PCP

(Planejamento e Controle da Produção).

Explica Dias (2005) que para organizar um setor de controle de estoques,

devem-se adotar as seguintes políticas, de uma maneira geral, que são:

metas de empresa quanto ao tempo de entrega dos produtos ao cliente;

definição do número de depósitos e/ou de almoxarifados e da lista de

materiais a serem estocados neles;

até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das

vendas ou uma alteração de consumo;

até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo compra

antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter

desconto; e

definição da rotatividade dos estoques.

As definições das políticas são muito importantes ao bom funcionamento da

administração de estoques.

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Destaca ainda Dias (2005) que, na organização de um setor de estoques,

inicialmente deve-se descrever seus objetivos principais, que são:

determinar ‘o que’ deve permanecer em estoque: número de itens;

determinar ‘quando’ se devem reabastecer os estoques: periodicidade;

determinar ‘quanto’ de estoque será necessário para um período

predeterminado: quantidade de compra;

acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque:

solicitação de compras;

receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo com as

necessidades;

controlar os estoques em termos de quantidade e valor; fornecer informações

sobre a posição do estoque;

manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos

materiais estocados;

identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

As organizações devem inicialmente definir diversos aspectos antes de iniciar

um sistema de controle de estoques, como por exemplo a verificação de produtos

perecíveis ou produtos que necessitem de armazenamento diferenciado, para,

então, verificar os diferentes pontos de vista quanto ao nível adequado de estoque

que deve ser mantido para atender às necessidades da organização.

Para preencher um correto controle de estoques, é necessário preencher

diversos requisitos, que podem variar em função do tipo de empresa e,

primordialmente, do tipo de linha de produção. Há, porém, dez características

básicas que se adaptam em qualquer condição, conforme Dias (2005, p.102), que

são:

Coordenação adequada e apropriada de todos os setores envolvidos na compra,

recebimento, teste, aprovação, estocagem e pagamento a fornecedores.

Centralização das compras em um setor de compras sob a direção e responsabilidade de

um especialista, com rotinas de procedimentos bem claras e definidas.

Utilização de cotações a fornecedores de maneira que possibilite a maior redução de preço

possível na aquisição de suprimentos.

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Criação de um sistema interno de conferência, de forma que todas as operações envolvidas

na compra e consumo de materiais sejam verificadas e aprovadas por pessoas autorizadas

e de nível adequado.

Estocagem de todos os materiais em locais previamente designados, e sujeitos a

supervisão direta.

Estabelecer um sistema de inventário rotativo, que possibilite a qualquer momento a

determinação do valor de cada item e o total dos materiais em estoque.

Determinação de limites (mínimos e máximos) para cada item do estoque.

Elaboração de um sistema de controle de estoque, de maneira que os fornecimentos se

realizem sob requisição dos setores, conforme as quantidades pedidas e no tempo devido.

Desenvolvimento de um sistema de controle que demonstre o custo de materiais de cada

estágio, desde o almoxarifado de matéria-prima até o almoxarifado de produtos acabados.

Emissão regular de relatórios de materiais comprados, entregues, saldos, itens obsoletos,

devoluções a fornecedores e registro de toda e qualquer informação que se faça necessária

para uma correta avaliação do desempenho.

Quadro 3: Requisitos para o controle de estoques. Fonte: Adaptado de Dias (2005, p.102).

A manutenção de estoques, conforme Ballou (1998) atua como ‘amortecedor’

entre a oferta e a demanda, para se obter uma margem de segurança na

disponibilidade dos produtos. A manutenção inadequada dos estoques pode

provocar a perda nas vendas ou no aumento dos custos logísticos. Nesse sentido, o

administrador deve conhecer e mensurar as incertezas presentes nos processos

logísticos, e isso será diluído através de uma boa política de gestão de estoques. A

criação de indicadores dessas incertezas é essencial para o correto

dimensionamento dos estoques de segurança, garantindo o nível de serviço

desejado ao menor custo total de operação.

Alguns indicadores de desempenho que visam a monitoração dos estoques,

segundo Bertaglia (2003) são:

Giro de estoque: corresponde ao número de vezes em que o estoque é

consumido totalmente durante um determinado período, calculado com base na

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relação do volume de vendas do ano dividido pelo capital médio investido em

estoque. Esse indicador compara seu desempenho ao de organizações similares.

Cobertura de estoque: relaciona a taxa de uso do item através do cálculo da

quantidade de tempo de duração do estoque, caso este não sofra um ressuprimento.

Nível de serviço ao cliente: avalia o desempenho do sistema de controle de

estoques através da relação entre a quantidade de itens disponíveis e a quantidade

de itens demandada pelo cliente. Esse tipo de indicador é conhecido como OTIF (on

time in full), e permite determinar quão eficiente a cadeia de abastecimento pode ser.

Acurácia de estoque: determinada pela relação entre a quantidade física

existente no armazém e a existente nos registros de controle.

A formação do estoque está relacionada ao desequilíbrio existente entre a

demanda e o fornecimento. As tendências da área logística têm direcionado as

organizações a reduzir sensivelmente o nível de estoque por meio de alianças com

fornecedores, melhorias no relacionamento e aplicação de conceitos de

abastecimento contínuo.

Os gestores da área de administração de materiais normalmente determinam

as políticas de estoque, com as quais estabelecem objetivos a serem atingidos,

através da análise do comportamento da política de estoque.

Na visão de Bowersox e Closs (2001), a política de estoque consiste em

normas sobre o que comprar ou produzir, quando retirar e quais as quantidades.

Inclui também decisões de posicionamento e alocação de estoque em fábricas e

centros de distribuição.

Para Ballou (1998), são funções da manutenção de estoques:

Melhorar o serviço ao cliente: auxilia o serviço de vendas, e quanto maior a

demanda, maior a quantidade de produtos a serem entregues.

Economia de escala: os custos de aquisição são inversamente proporcionais

ao volume de compra. Quanto maior o lote comprado, menor o custo unitário.

Proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: compras

efetuadas em grandes volumes diminuem o efeito do aumento de preços praticado

pelos fornecedores.

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Proteção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: quando não

são estáveis o comportamento do cliente e o prazo dos fornecedores, os estoques

funcionam para garantir mais segurança.

Proteção contra contingências: problemas externos ao alcance da

organização têm suas consequências diminuídas com estoques dos produtos

mantidos na própria loja.

As empresas podem se utilizar de técnicas para prever a demanda de

produtos e planejar seus estoques.

No entendimento de Pozo (2001), os objetivos do planejamento e controle de

estoques nas organizações são:

assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar, peças e

insumos ao processo de fabricação;

manter o estoque o mais baixo possível para atendimento compatível às

necessidades vendidas;

identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque, para eliminá-los;

não permitir condições de falta ou excesso em relação à demanda de vendas;

prevenir-se contra perdas, danos, extravios ou mau uso;

manter as quantidades em relação às necessidades e aos registros;

fornecer bases concretas para a elaboração de dados ao planejamento de

curto, médio e longo prazos, das necessidades de estoque;

manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando em conta os

volumes de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o custo de venda do

produto.

Deve-se estar atento para que não haja a entrada de materiais

desnecessários, centralizar as informações, definir níveis de estoques, gerar

tamanhos de lotes de compra, acompanhar a evolução dos estoques, implantar

política de padronização, ativar o setor de compras, decidir sobre regulamentação de

materiais, realizar estudos e retiradas de materiais obsoletos, que são funções do

gestor de estoques (VIANA, 2000).

Em cada etapa da gestão de estoques, descrevem-se metodologias e

fórmulas que facilitam o gestor em sua tomada de decisão. Explica Ballou (2001)

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que as previsões logísticas da demanda são importantes para planejar e integrar as

áreas de finanças, marketing, produção e materiais. A avaliação dos métodos de

análise qualitativa, projeções históricas e causais são utilizadas através de técnicas

que se fundamentam em pesquisas, dados históricos, estimativas, fatores sazonais,

e tendências.

Ballou (1998) destaca que ainda pode-se dividir os estoques em classes ou

tipos, visando facilitar o controle do mesmo. Uma das melhores maneiras de

classificar estoques é segundo a natureza de sua demanda, conforme exemplificado

no quadro 4.

Permanente

Muitos produtos têm ciclo de vida muito longo, de forma que

parecem que vão ser comercializados para sempre. Estoques

para demanda permanente são aqueles que requerem

ressuprimento contínuo ou periódico. O controle de estoques

orienta-se para (1) a previsão de demanda de cada item do

inventário, (2) a determinação de quando o ressuprimento deve

ser efetuado, e (3) definir o tamanho do lote de ressuprimento.

Demanda sazonal

Grande número de produtos tem tal sazonalidade na demanda

que não podem ser controlados da mesma forma que produtos

com demanda permanente. Podem ser produtos com ciclo anual

de demanda ou simplesmente produtos de moda com ciclos de

vida muito curtos. A principal característica desse tipo de

demanda é ela poder ser considerada composta por um único

pico pelo controle de estoques. A administração do inventário de

produtos com elevada sazonalidade está associada com a

previsão acurada do nível de demanda futuro. Para produtos de

moda (como certo estilo de vestuário ou estilo de música) é

necessário não apenas uma previsão precisa da quantidade a

ser vendida, mas também da época na qual ocorrerá o pico.

Assim, o estoque acompanha a previsão, estando sujeito aos

erros intrínsecos à mesma.

Demanda irregular

Alguns produtos têm comportamento tão irregular que a projeção

de suas vendas é muito difícil. O controle de estoques para

produtos com demanda irregular está amarrado com a previsão

precisa de vendas, principalmente quando o comportamento

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errático está combinado com tempos de ressuprimentos muito

longos ou pouco flexíveis.

Demanda em declínio

Algum dia, a demanda de um produto acaba e, então, um

produto novo vem em seu lugar. O declínio é geralmente gradual

e os estoques excedentes podem ser diminuídos pouco a pouco.

Para alguns produtos, entretanto, o final ocorre subitamente,

mas de modo planejado. O problema para esses casos

concentra-se muito menos em prever a demanda por peças de

reposição e mais em planejar quando e quanto deve ser

estocado período a período (semana, mês ou ano). Deve-se,

entretanto, prever a demanda para todos os períodos até o final

das vendas.

Demanda derivada

Para alguns produtos, sua demanda é conhecida se a demanda

dos produtos acabados puder ser determinada. O estoque

necessário para atender uma demanda derivada também é

derivado. Quanto e quando comprar ou produzir pode ser

determinado com precisão a partir da demanda por produtos

acabados. Ela serve como base para efetuar a programação

final da produção.

Quadro 4: Tipos de demanda. Fonte: Adaptado de Ballou (1998).

Verifica-se com base no quadro 4 que não importa o segmento da empresa,

pois todas acabam utilizando mais de um tipo de demanda, embora nunca todas

elas simultaneamente.

2.6 Curva ABC:

A classificação ABC tem como objetivo determinar quais os itens que devem

merecer atenção, do ponto de vista econômico e financeiro, de acordo com sua

importância.

Esta classificação é uma aplicação da análise de Pareto, que é uma

ferramenta para separar o ‘mais importante’ do ‘menos importante’. O princípio de

Pareto foi utilizado pela primeira vez nos inventários da General Electric, em 1951.

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Vilfredo Paretto, foi um renascentista italiano do século XIX, que em 1897 executou

um estudo sobre a distribuição de renda, através do quanto percebe-se que essa

distribuição não se dá de maneira uniforme, havendo grande concentração de

riquezas em uma pequena parcela da população (MARTINS; LAUGENI, 1998).

Segundo Martins e Laugeni (1998), a curva ABC é uma ordenação dos itens

consumidos e o valor financeiro.

A classificação ABC, ou curva de Pareto, é um método de diferenciação dos estoques, segundo sua maior ou menor abrangência em relação a determinado fator, consistindo em separar os itens por classes de acordo com sua importância relativa. Este método também é empregado para tratar outras questões que envolvam importâncias relativas, por exemplo, dividir e priorizar os problemas para atacá-los dentro do enfoque da qualidade total (BALLOU, 2001, p.224).

A classificação dos estoques é importante para a empresa, pois ao ordenar os

materiais segundo sua demanda, verifica-se que uma pequena quantidade de itens,

que se denomina classe “A” representa um grande investimento, enquanto a grande

maioria dos itens denominados classe “C”, exige pouco investimento. Ainda

encontra-se entre a classe “A” e “C” os itens com importância e quantidade médias,

denominados de classe “B”.

Segundo Dias (2005), o método ABC de materiais e estoques é um método

que consiste em separar em três grupos – A, B ou C – classificando-os de acordo

com os seus valores e dando maior importância de controle aos materiais de maior

valor invertido: Demanda x Custo unitário.

Destaca Ballou (1998) que, classicamente, uma análise ABC consiste na

separação dos itens de estoque em três grupos, de acordo com o valor de demanda

anual, em se tratando de produtos acabados, ou valor de consumo anual, quando se

tratar de produtos em processo ou matérias-primas e insumos. O valor de consumo

anual ou valor de demanda anual é determinado multiplicando-se o preço ou custo

unitário de cada item pelo seu consumo ou sua demanda anual.

Assim sendo, como resultado de uma típica classificação ABC, surgirão

grupos divididos em três classes, como segue:

Itens que possuem alto valor de consumo.

Itens com consumo intermediário.

Itens com baixo consumo.

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Explica Jacobsen (2006) que para o levantamento da curva ABC de um

estoque, deve-se considerar os seguintes elementos e providências:

código do material ou item;

preço ou custo unitário;

demanda futura ou passada (ou estoque médio), em unidade de cada item,

durante o período em estudo;

cálculo da demanda em valor monetário, do período determinado;

ordenação decrescente dos itens, em função da demanda em valores

monetários.

Na fase de tabulação dos dados da Curva ABC de um estoque, deve-se

considerar os seguintes elementos, conforme relaciona Jacobsen (2006):

código do material ou item, ordenado de forma decrescente, conforme ficou

estabelecido na fase de levantamento;

demanda em valores monetários, por item;

percentual de participação de cada item de acordo com a sua demanda em

valor monetário;

demanda acumulada do período em estudo, em valor monetário;

demanda acumulada do período, em percentual;

percentual acumulado do número de itens estudados (100% dividido pelo

número de itens);

quantidade acumulada do número de itens.

É através da Curva ABC que se poderá conhecer a ordem de prioridade de

uma lista de estoques. Desta forma, os itens “A” devem permanecer em estoque

pelo menor tempo possível, o controle deve ser mais rigoroso, as previsões feitas

com maior exatidão possível, e a movimentação desde o fornecedor até a utilização

final programada e acompanhada atentamente, acarretando significativo resultado.

Jacobsen (2006) explica que os itens “C” podem ser estocados em

quantidades maiores, exceção feita aos produtos perecíveis, com controles menos

rígidos em termos de quantidade e frequência, requerendo menos esforço

administrativo e pouca imobilização de capital. Para os itens de classe “B”, o

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tratamento pode ser intermediário, devendo ser controlado de forma atenta, mas

flexível.

Na visão de Pozo (2001), a montagem da Curva ABC processa-se através da

realização de quatro passos, que são:

inicialmente, deve-se levantar todos os itens do problema a ser resolvido, com

os dados de suas quantidades, preços unitários e preços totais;

o segundo passo é colocar todos os itens em uma tabela em ordem

decrescente de preços totais e sua somatória total. Essa tabela deve estar composta

das seguintes colunas: item, nome ou número da peça, preço unitário, preço total do

item, preço acumulado e porcentagem;

o próximo passo é dividir cada valor de cada item pela somatória total de todos

os itens e colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna;

finalmente, deve-se dividir todos os itens em classes A, B e C, de acordo com a

prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o problema.

De acordo com Dias (2005), uma apresentação que pretende facilitar a

confecção da curva ABC é visualizada no quadro 5, onde todos os aspectos são

devidamente considerados.

1 Necessidade da curva ABC.

Discussão preliminar.

Definição dos objetivos.

2 Verificação das técnicas para análise.

Tratamento de dados.

Cálculo manual ou eletrônico.

3

Obtenção da classificação: classe A.

Classe B e Classe C sobre a ordenação efetuada.

Tabelas explicativas e traçado do gráfico ABC.

4 Análises e conclusões.

5 Providências e decisões.

Quadro 5: Modelo para confecção da curva ABC. Fonte: Adaptado de Dias (2005, p.85).

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A organização deverá ter cuidados especiais aos problemas que vierem a

surgir na fase de verificação e levantamento dos dados a serem utilizados na

confecção da curva ABC, devendo ser providenciado:

pessoal treinado e preparado para fazer levantamentos;

formulário para a coleta de dados;

normas e rotinas para o levantamento.

A curva ABC é de grande importância para as organizações, pois através dela

é possível verificar quais os produtos que estão impactando em alto valor estocado

na empresa, e dos produtos que possuem maior giro e menor valor.

2.7 Níveis de estoque:

A grande importância do índice de rotatividade do estoque é que ele

representa um parâmetro fácil para a comparação de estoques, entre empresas do

mesmo ramo de atividade e entre classes de material do estoque.

Arnold (1999) enfatiza que uma forma de encontrar o nível de estoque

suficiente para o atendimento das necessidades da organização pode ser obtido

calculando-se o giro dos estoques e o período de ressuprimento, através das

seguintes fórmulas:

Giro de estoques = Custo anual da mercadoria vendida

Estoque médio em valores monetários

Período de ressuprimento = Estoque disponível

Média de utilização diária

Por meio de aplicação destas fórmulas, propõe-se encontrar a eficiência da

utilização dos estoques e o tempo equivalente em dias de estoque disponível.

Salienta Jacobsen (2006) que o giro de estoques mede quantas vezes, por

unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou, ou seja, é a quantidade de vezes

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que o estoque gira em um determinado período, comparado com sua demanda

média deste mesmo período.

Entre os diversos critérios a utilizar para o estabelecimento do giro padrão,

ressalta Jacobsen (2006) que pode-se destacar os seguintes:

considerar a disponibilidade de capital para investir em estoque;

atribuir giros padrões diferenciados para materiais de preços e consumos

bastantes diversos;

considerar a política da empresa, os programas de produção e a previsão de

vendas;

estabelecer uma periodicidade para comparação entre o giro padrão e o giro

real.

Um problema importante em relação ao nível de estoque é a determinação do

nível de estoque mais econômico possível para a empresa.

Sabemos que os custos de estoques são influenciados por diversos fatores, tais como volume, disponibilidade, movimentação, mão-de-obra e o próprio recurso financeiro envolvido, e, dependendo da situação, cada variável tem pesos que podem ter diversas magnitudes em razão da situação específica (POZO, 2001, p.58).

Ainda conforme Pozo (2001), uma das técnicas utilizadas é o enfoque da

dimensão do lote econômico para manutenção de níveis de estoques satisfatórios e

que é conhecido como sistema máximo mínimo. Neste enfoque, é necessário que o

gestor de materiais tenha conhecimento sobre o estoque mínimo que deseja manter,

o momento em que novas quantidades da peça devem ser compradas, tempo

necessário para repor a peça, quantidade de peças que devem ser compradas, ou

seja, o lote de compras, e quando este lote comprado chega à fábrica, tem-se o

estoque máximo.

E isto nos possibilita a manutenção dos níveis de estoques estabelecidos e

que configurem um sistema automático de suprimentos da manutenção de estoques

onde novas ordens são emitidas, em função das variações do próprio nível de

estoque. Assim, toda vez que o estoque fique abaixo do nível de ponto de pedido é

emitida uma requisição de compras para a peça em específico.

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Na visão de Pozo (2001), para se trabalhar adequadamente o sistema

máximo-mínimo, é necessário calcular o tempo de reposição, o ponto de pedido, o

lote de compra e o estoque de segurança:

Tempo de Reposição (TR): quando se emite um pedido de compra, decorre

um espaço de tempo que vai desde o momento de sua solicitação no almoxarifado,

colocação do pedido de compra e passando pelo processo de fabricação no

fornecedor, até o momento em que se recebe a mercadoria e o lote estiver liberado

para produção na fábrica. Portanto, o TR é composto de três elementos, conforme a

seguir:

1) tempo para elaborar e confirmar o pedido junto ao fornecedor;

2) tempo que o fornecedor leva para processar e entregar-nos o pedido;

3) tempo para processar a liberação do pedido em nossa fábrica.

TR = 1 + 2 + 3

Como pode-se observar, dias variáveis do TR (1 e 3) são dependentes de ações de

nossa empresa, e que poderemos reduzi-lo ao máximo possível, tendendo a zero.

Quanto ao item 2, variável de nosso fornecedor, é dependente de uma boa

negociação que devemos manter com ele para, também, reduzi-lo ao menor tempo

possível.

Ponto de Pedido (PP): é a quantidade de peça que temos em estoque e que

garante o processo produtivo para que não sofra problemas de continuidade,

enquanto aguardamos a chegada do lote de compra, durante o tempo de reposição.

Isso significa que quando um determinado item de estoque atinge seu ponto de

pedido, devermos fazer o ressuprimento de seu estoque, colocando-se um pedido

de compra. Para o cálculo do Ponto de Pedido utiliza-se a seguinte fórmula:

PP = (C x TR) + ES

Onde:

PP = Ponto de Pedido

C = Consumo normal da peça

TR = Tempo de Reposição

ES = Estoque de segurança

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Lote de Compra: é a quantidade de peças especificadas no pedido de

compra, que estará sujeita à política de estoque de cada empresa.

Estoque Máximo: é o resultado da soma do estoque de segurança mais o lote

de compra. O nível máximo de estoque é normalmente determinado de forma que

seu volume ultrapasse a somatória da quantidade do estoque de segurança com o

lote em um valor que seja suficiente para suportar variações normais de estoque em

face de dinâmica de mercado, deixando margem que assegure, a cada novo lote,

que o nível máximo de estoque não cresça e onere os custos de manutenção de

estoque.

Emax = ES + LC

O estoque máximo é igual à soma do estoque mínimo mais o lote de compra.

2.8 Política de estoque:

As definições das políticas são muito importantes ao bom funcionamento da

administração de estoques.

Explica Dias (2005) que para organizar um setor de controle de estoques,

devem-se adotar as seguintes políticas, de uma maneira geral, que são:

metas de empresa quanto ao tempo de entrega dos produtos ao cliente;

definição do número de depósitos e/ou de almoxarifados e da lista de materiais a

serem estocados neles;

até que nível deverão flutuar os estoques para atender uma alta ou baixa das

vendas ou uma alteração de consumo;

até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo compra

antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade maior para obter

desconto; e

definição da rotatividade dos estoques.

O fluxo de materiais nas organizações recebe diferentes classificações, à

medida que percorre os processos de produção da empresa, ou seja, os materiais

passam a se enquadrar em diferentes classes de materiais.

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Segundo Bowersox e Closs (2001), a política de estoque consiste em normas

sobre o que comprar ou produzir, quando retirar e quais as quantidades. Inclui

também decisões de posicionamento e alocação de estoque em fábricas e centros

de distribuição.

Conforme Ballou (2001), a definição de uma política de estoques depende de

definições claras para quatro questões: (1) quando pedir, (2) quanto pedir, (3)

quanto manter em estoques de segurança e (4) onde localizar.

Para Ballou (2001), são funções da manutenção de estoques:

melhorar o serviço ao cliente: auxilia o serviço de vendas, e quanto maior a

demanda, maior a quantidade de produtos a serem entregues.

economia de escala: os custos de aquisição são inversamente proporcionais ao

volume de compra. Quanto maior o lote comprado, menor o custo unitário;

proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: compras

efetuadas em grandes volumes diminuem o efeito do aumento de preços praticado

pelos fornecedores;

proteção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: quando não são

estáveis o comportamento do cliente e o prazo dos fornecedores, os estoques

funcionam para garantir mais segurança;

proteção contra contingências: problemas externos ao alcance da organização

têm suas conseqüências diminuídas com estoques dos produtos mantidos na própria

empresa.

2.8.1 Estoque de segurança:

O estoque de segurança é uma quantidade mínima de peças que tem que

existir no estoque com a função de cobrir as possíveis variações do sistema.

Para Chiavenato (2005), o estoque de segurança tem a função de proteger o

sistema produtivo quando a demanda e o tempo de reposição variam ao longo do

tempo. A variação da demanda representa um desvio padrão ao redor da média da

demanda e flutua de acordo com as circunstâncias do mercado.

Destacam Martins e Alt (2000), que os estoques de segurança diminuem os

riscos de não-atendimento das solicitações dos clientes externos ou internos.

Na visão de Pozo (2001), o estoque de segurança, também conhecido por

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estoque mínimo ou estoque reserva tem como objetivo não afetar o processo

produtivo e, principalmente, não acarretar transtornos aos clientes por falta de

material e, conseqüentemente, atrasar a entrega do produto ao mercado.

A empresa pode estar sujeita à condições não previstas, e o estoque de

segurança tem o intuito de proteger o sistema produtivo das circunstâncias externas

à empresa.

Fundamenta Dias (2005), que a determinação do estoque mínimo é também

uma das mais importantes informações para a administração do estoque. Essa

importância está diretamente ligada ao grau de imobilização financeira da empresa.

O estoque mínimo é a quantidade mínima que deve existir em estoque, que se

destina a cobrir eventuais atrasos no ressuprimento, objetivando a garantia do

funcionamento ininterrupto e eficiente do processo produtivo, sem o risco de faltas.

A determinação do estoque mínimo, ou estoque de segurança é de suma

importância para as empresas, pois define a quantidade mínima que deve existir em

estoque, que se destina a cobrir eventuais atrasos no ressuprimento, e que terá a

finalidade de garantir o funcionamento ininterrupto e eficiente do processo produtivo,

sem o risco de faltas. Essa importância está diretamente ligada ao grau de

imobilização financeira da empresa.

O estabelecimento de uma margem de segurança, ou estoque mínimo, é o

risco que a organização está disposta a assumir com respeito à ocorrência de falta

de estoque, podendo-se determinar o estoque mínimo através da fixação de

determinada projeção mínima (projeção estimada do consumo) e cálculos com base

estatística.

A definição do estoque mínimo depende do grau de exatidão da previsão do

consumo e do grau de atendimento, e dificilmente ambos os casos são

determinados com 100% de certeza.

2.8.2 Custo de estoque:

Conforme Dias (2005), existem duas variáveis que aumentam estes custos,

que são a quantidade em estoque e o tempo que permanece em estoque. Grandes

quantidades em estoque somente poderão ser movimentadas com a utilização de

mais pessoal ou, então, com o maior uso de equipamentos, tendo como

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conseqüência a elevação destes custos. No caso de um menor volume em estoque,

o efeito é exatamente ao contrário.

Os custos de estoques se dividem em: custos de manutenção, de compras e

de falta de estoques, e são a seguir explicados por Jacobsen (2006):

Custos de manutenção dos estoques: os custos de manutenção dos estoques

estão associados a todos os custos necessários para manter certa quantidade de

mercadorias por um período de tempo. Na realidade, é uma expressão usada para

representar uma série de custos diferentes. Os custos de seguros contra incêndios,

os custos de armazenagem física propriamente dita, são custos de manutenção de

estoques. Custos associados ao risco de manter estoques são custos de perdas

derivadas a deterioração, obsolescência, dano e furto.

Custo de compra: os custos de compra estão associados ao processo de

aquisição das quantidades requeridas para reposição do estoque. Quando uma

ordem de compra é despachada para o fornecedor, incorre-se uma série de custos

resultantes do processamento do pedido e da preparação do mesmo. Os custos de

transporte e o preço também podem ser irrelevantes para a decisão, caso não haja

desconto para compra de lotes maiores.

Custos de falta: o custo de uma falta ocorre caso haja demanda por itens em

falta no estoque. Conforme a reação do cliente potencial a uma situação de

carência, podem ocorrer dois tipos de custos de falta: custos de vendas perdidas e

custos de atrasos. Os custos de vendas perdidas ocorrem quando um cliente

cancela seu pedido caso o produto desejado esteja em falta. É um tipo de custo de

oportunidade, onde não há desembolso direto. É também de difícil mensuração, uma

vez que exige a capacidade de prever as intenções futuras do cliente quanto às

novas compras do produto. Existem certos componentes de custo que não podem

ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou

não pode ser entregue pelo fornecedor.

Conforme Martins e Alt (2000) são considerados como custos da

manutenção de estoques:

custos de armazenagem: quanto maior o estoque, maior a área necessária de

depósito. Os custos podem ser de imobilizado ou de aluguel;

custos de manuseio: proporcionalmente ao volume de produtos estocados,

maior será a necessidade de pessoas e equipamentos para manuseá-los;

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custos com perdas: as chances de perdas de produtos em estoques aumentam

com a quantidade de materiais armazenados. O manuseio inadequado pode

provocar a inutilização dos produtos;

custos de obsolescência: grande quantidade de material estocado aumenta as

chances de passar o prazo de validade de parte dos produtos, por dificuldade de

controle ou previsão incorreta de demanda;

custos decorrentes de furtos e roubos: quanto maiores os estoques, maiores as

chances de os produtos serem roubados ou furtados, aumentando a necessidade de

reforço da proteção do inventário.

As definições de qual melhor política de estoque a ser adotada passa por

várias análises e departamentos da empresa, visando atender à necessidade geral

da empresa.

2.9 Distribuição física:

A distribuição física é responsável pela entrega ao cliente do que é desejado

no prazo e ao mínimo custo. O que não significa que os custos de transporte, custos

de inventário ou qualquer custo de atividade devam ser o mínimo, mas que o total de

todos os custos deve ser o mínimo.

A distribuição começa na fábrica do fornecedor e termina nas mãos do cliente final. Como os bens estão em constante movimento nesse ínterim, devemos identificar em cada estágio como eles se movimentam (o modal de transporte) e quem faz a movimentação (o operador de transportes). A distribuição física representa um custo significativo para a maioria dos negócios, impactando diretamente na competitividade, de acordo com sua velocidade, confiabilidade e controlabilidade (capacidade de rastreamento e ação) ao entregar bens aos consumidores dentro do prazo (MARTINS; ALT, 2000, p.312).

A distribuição é a função por meio da qual a empresa realiza as entregas de

seus produtos, estando, esta atividade, ligada à movimentação e ao transporte.

A distribuição física, segundo explica Novaes (2001), se constitui num artifício

operacional e de domínio que permitem a transferência dos produtos acabados

partindo do seu ponto de manufatura, até a situação em que a mercadoria alcance o

consumidor final.

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A distribuição física trata de atender a demanda pelos produtos e serviços da

companhia, gerenciando movimentação de produto, do padrão e sua demanda, dos

custos e exigências do nível de serviço. Pode-se citar que os custos indiretos e

ocultos da distribuição física decorrem do desenvolvimento de recursos humanos e

tecnológicos.

A distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais da empresa. Costuma ser a atividade mais importante em termos de custo para a maioria das empresas, pois absorve cerca de dois terços dos custos logísticos (BALLOU, 1998, p.40).

A distribuição física tem como responsabilidade dentro da logística pelos

segmentos de movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos

finais da empresa.

Este fluxo que é chamado de distribuição física tem início desde quando a

produção é finalizada até o momento em que o comprador toma posse desta

mercadoria.

Na visão de Bertaglia (2006), a distribuição é um processo que está

associado ao movimento de material de um ponto de produção ou armazenagem até

o cliente. As atividades abrangem as funções de gestão e controle de estoque,

manuseio de materiais ou produtos acabados, transporte, armazenagem,

administração de pedidos, análises de locais e redes de distribuição, entre outras.

Percebe-se ainda que o retorno de produtos em bom ou mau estado

também compõe este processo, sejam as devoluções de produtos vencidos ou

obsoletos, devoluções totais ou parciais de produtos em bom estado, ou a devolução

do produto ao meio ambiente, chamado de logística reversa.

Segundo Moura (1998), em um sistema de distribuição suas atividades inter-

relacionadas afetam o serviço ao cliente e o custo de prestação de:

transporte: o transporte envolve os vários métodos de movimentação de

produtos externos à empresa. Para muitas empresas, o transporte é o único custo

mais alto na distribuição, geralmente contribuindo com 30% a 60% dos custos de

distribuição. O transporte agrega valor de lugar ao produto;

inventário de distribuição: inclui todo inventário de produtos acabados em

qualquer ponto do sistema de distribuição. Em termos de custo, é o segundo item

mais importante na distribuição, contribuindo com aproximadamente 25% a 30% do

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custo de distribuição. Os inventários criam valor de tempo, colocando o produto

próximo ao cliente;

armazéns (centros de distribuição): os armazéns são usados para estocar

inventários. A administração dos armazéns toma decisões sobre a seleção do local,

número de centros de distribuição no sistema, layout e métodos de recebimento,

estocagem e recuperação de produtos;

movimentação de materiais: movimentação de materiais é o movimento e

estocagem de produtos dentro do centro de distribuição. O tipo de equipamento para

a movimentação de materiais usado afeta a eficiência e o custo da operação do

centro de distribuição. A movimentação de materiais representa um custo de capital

e existe uma negociação entre este custo de capital e os custos de operação do

centro de distribuição;

embalagem protetiva/identificação: os produtos movimentados num sistema de

distribuição devem estar contidos, protegidos e identificados. Além disso, as

mercadorias são movimentadas e estocadas em embalagens e devem estar dentro

das dimensões dos espaços de estocagem e veículos de transporte;

processamento de pedidos: o processamento de pedidos inclui todas as

atividades necessárias para atender aos pedidos dos clientes. Elas representam um

elemento de tempo na entrega e, portanto, são uma parte importante do serviço ao

cliente.

Um sistema de distribuição física eficiente gera entregas imediatas,

disponibilidade do produto e preciso atendimento dos pedidos, influenciando a

capacidade da empresa em ter preço competitivo.

Algumas práticas de negócio no planejamento para a distribuição física nas

organizações são apresentadas no Quadro 6.

Promover a integração consistente entre as organizações do processo para

identificar disfunções e oportunidades a fim de obter respostas rápidas e eficientes

para as necessidades de distribuição e avaliar alternativas que viabilizem o

atendimento no plano de distribuição.

Construir relacionamentos com clientes para estabelecer e nivelar expectativas

quanto ao prazo de entrega e a disponibilidade de produto.

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Reduzir retornos de produtos com a eliminação de condições especiais de

negociação promovidas por vendas.

Elaborar previsões em conjunto com os clientes para reduzir incertezas.

Estabelecer regras claras para os pedidos urgentes e não planejados, que somente

devem ser aceitos a partir do momento que não signifiquem um impacto no

atendimento aos demais clientes existentes no processo, obedecendo a uma

classificação de prioridades estabelecidas pela organização.

Utilizar a tecnologia da informação para trocar dados.

Otimizar a demanda e recursos visando o serviço ao cliente.

Estabelecer prioridades de entrega baseadas no relacionamento com clientes.

Alocar produtos considerando métodos de entrada e saída do produto terminado no

armazém, por exemplo, FIFO (Primeiro que entra, primeiro que sai).

Utilizar sistemas integrados que possam ajudar a equilibrar a demanda em relação

aos recursos da cadeia de abastecimento.

Colaborar com os departamentos e as organizações que, de alguma forma, afetam

as atividades da cadeia de abastecimento, tais como clientes, fornecedores,

produção, vendas, marketing, distribuição e compras.

Sincronizar os sistemas de planejamento e sistemas transacionais ERP. Quadro 6: Práticas de negócio para o planejamento da distribuição. Fonte: Adaptado de Bertaglia (2006).

As organizações elaboram planos que definem ações a serem tomadas

dentro de um período preestabelecido, de modo que os recursos de distribuição

definidos possam suportar os requerimentos de entrega.

Percebe-se que a tendência do serviço de distribuição está crescentemente

valorizado pelo comércio varejista e atacadista. Esta constatação reforça a ideia de

que a indústria de bens de consumo deve explorar o serviço como base de

diferenciação com a concorrência, tanto pelo lado dos benefícios embutidos em suas

ofertas quanto pela redução do custo de aquisição para se ter o produto e/ou

serviço.

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2.10 Inventário:

O inventário físico é a contagem física dos materiais existentes na empresa,

comparando o que existe fisicamente com o controle de estoque.

Segundo Viana (2000), o inventário físico é uma contagem periódica dos

materiais existentes para efeito de comparação com estoques registrados e

contabilizados em controle da empresa, a fim de se comprovar sua existência e

exatidão.

Para não haver distorções, é necessário que a empresa defina com clareza a

localização dos materiais, além disso, o embarque das mercadorias deve ser

conferido e controlado. A periodicidade dos inventários segue duas alternativas:

anualmente, neste caso a empresa paralisa seu funcionamento para realizar o

processo, ou por meio de inventários rotativos que necessitam da informática e

analisam itens selecionados a partir da classificação da curva ABC (VIANA, 2000).

Para Jacobsen (2006), a importância das contagens físicas dos itens de

estoque ocorre pelos seguintes motivos:

permite verificar a diferença entre o estoque físico registrado nos controles

existentes e a quantidade real constatada no levantamento;

permite verificar a diferença em valor monetário, entre o estoque constatado no

levantamento e o estoque registrado no controle contábil;

permite, quando realizado próximo ao encerramento do exercício fiscal, a

apuração do total do estoque contábil para efeito de balanço;

permite atender exigência fiscal devendo ser transcrito no livro de inventário,

conforme a legislação;

permite atender à necessidade da controladoria para verificar a existência do

material e apurar o consumo real.

Para que possa ser executado dentro do menor tempo e da melhor maneira

possível, o inventário deve ser bem planejado.

Na visão de Chiavenato (2005), a necessidade do inventário físico se dá por

duas razões:

o inventário físico atende à exigência fiscal, pois deve ser transcrito no livro de

inventário, conforme a legislação;

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o inventário físico atende à necessidade contábil, para verificação, na realidade,

da existência do material e apuração do consumo real.

Com base no levantamento de inventário é que as empresas podem verificar

quais os pontos deficientes que poderão estar ocasionando as discrepâncias e

tomar medidas corretivas para que o controle de estoque seja preciso.

Para Arnold (1999), os registros imprecisos de estoque resultam em:

vendas perdidas;

falta de material e programas perturbados;

excesso de estoque (dos itens errados);

baixa produtividade;

baixo desempenho nas entregas;

expedição excessiva, já que as pessoas estarão sempre reagindo a uma situação

má, em vez de estarem planejando para o futuro.

Finaliza ainda Arnold (1999) que a imprecisão nos registros de estoque

podem ser gerados por vários motivos, sendo que todos eles resultam em sistemas

ruins de manutenção de registros e de pessoal mal treinado. Alguns exemplos de

causas de erros nos registros de estoque são:

retirada de material sem autorização;

depósito sem segurança;

pessoal mal treinado;

registros de transações ruins. Podem ocorrer erros devidos a contagens

imprecisas de peças, transações não registradas, demora no registro das

transações, localização imprecisa dos materiais e peças identificadas

incorretamente;

sistemas de registro de transações ruins. A maioria dos sistemas atuais é

computadorizada e pode oferecer os meios para se registrar adequadamente as

transações. Os erros, quando ocorrem, devem-se geralmente a uma falha humana

no acréscimo de insumos ao sistema. O sistema de registro de documentação deve

ser direcionado para reduzir a probabilidade de falha humana;

falta de capacitação para realizar auditorias. É necessário algum programa de

verificação das contagens de estoque e das localizações. O mais popular

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atualmente é a contagem cíclica, que é um sistema de contagem contínua do

estoque ao longo do ano. As contagens de estoque físico são programadas de modo

que cada item seja contado segundo uma programação predeterminada.

Dependendo de sua importância, alguns itens são contados várias vezes durante o

ano, enquanto outros não o são. A idéia é contar itens selecionados a cada dia. As

vantagens da contagem cíclica são: detecção e correção de problemas a tempo,

redução ou eliminação da perda de produção, utilização de pessoal treinado e

dedicado à contagem cíclica.

A administração de estoque tem como tarefa minimizar o investimento em

inventário ao mesmo tempo em que providencia os níveis de disponibilidade

almejados. Tanto os métodos teóricos como práticos para controle de inventário têm

esta finalidade.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo refere-se à metodologia utilizada neste trabalho. Segundo Demo

(1987, p.13), “a metodologia da ciência parte da idéia de que as ciências sociais

possuem especialidades que precisam de uma metodologia própria para suas

pesquisas e análises”.

É relevante para o trabalho fundamentar através de um método científico que

possa realizar observações e interpretá-las a partir das relações encontradas, no

qual possa conciliar a prática com as teorias existentes.

3.1 Tipologia de pesquisa:

Este trabalho teve características de uma pesquisa quantitativa e qualitativa.

Segundo Roesch (1996), o modelo quantitativo é um método de pesquisa que

procura o melhor meio de controlar o delineamento de uma pesquisa, garantindo

uma boa interpretação dos resultados, objetivando medir relações entre variáveis

(associações ou causa-efeito) e avaliar o resultado de algum sistema ou projeto. A

pesquisa quantitativa tem o propósito no estudo de obter informações sobre

determinada população, pois busca medir alguma coisa de forma objetiva, o

quantitativo é o observável e mensurável, ou seja, significa quantificar dados na

forma de coleta de informações.

O método quantitativo, de acordo com Richardson (1999), caracteriza-se pelo

emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto

no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as

mais complexas. O método quantitativo foi utilizado para o levantamento de dados

para elaboração e análise da Curva ABC.

Para o levantamento das demais informações foi utilizado o método

qualitativo. Na visão de Richardson (1999, p.38) “a abordagem qualitativa de um

problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser

uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno social”.

Quanto ao método de pesquisa, ele foi definido como um estudo de caso,

onde o acadêmico levantou os dados necessários em seu campo de atuação. Cervo

e Bervian (1996, p.50) definem que o estudo de caso “é a pesquisa sobre um

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determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade para examinar aspectos

variados de sua vida”.

A pesquisa de estudo de caso caracteriza-se pela análise em profundidade de um objeto ou um grupo de objeto, que podem ser indivíduos ou organizações. O estudo de caso como estratégia de pesquisa é o método que compreende o planejamento, as técnicas de coleta de dados e as abordagens de análise dos dados (ACEVEDO; NOHARA, 2007, p.50).

Salienta Roesch (1996), que o estudo de caso é um tipo de pesquisa, cujo

objeto é uma unidade que se analisa profundamente. O estudo de caso pode ser

interpretado como uma categoria de pesquisa que tem o objetivo de retratar uma

configuração, funcionando como ponto de partida para uma análise que busque o

estabelecimento de relações sociais mais amplas de um determinado objeto de

estudo.

O estudo de caso “é uma estratégia de pesquisa que busca examinar um

fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto. Os estudos de caso diferem do

método histórico por se referirem ao presente e não ao passado”, de acordo com Yin

(apud ROESCH, 1996, p.146).

Quanto à tipologia do trabalho, foi uma pesquisa diagnóstico, que de acordo

com Roesch (1996), a pesquisa diagnóstico procura um diagnóstico interno ou do

ambiente organizacional, ou seja, explora o ambiente interno ou externo, como

também procura levantar e definir problemas.

3.2 Sujeito do estudo:

O universo da pesquisa é definido como sendo a totalidade dos indivíduos

que se esteja analisando.

Vergara (1998) define população como sendo não o número de habitantes de

um local, mas o conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo),

que possuem características que serão o objeto de estudo.

A população contemplada por esse trabalho compreendeu todos os

colaboradores da empresa Escala Atacado de R$ 1,99, localizada na cidade de

Balneário Camboriú.

O objeto de estudo foi compartilhado por muitos interessados na

implementação dos objetivos propostos, desta forma, sendo utilizada uma amostra

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intencional, que contemplou os gerentes que possuem informações pertinentes à

área de administração de materiais.

Desta forma, para atender aos objetivos deste trabalho, a amostra esteve

diretamente ligada aos gerentes que exercem suas funções no setor de Compras e

Logística, sendo considerada como uma amostra intencional. Para Richardson

(1999) a amostra intencional é aquela que utiliza elementos que vão formar a

amostra, possuindo certas características criadas no plano e nas hipóteses

estabelecidas pelo pesquisador.

3.3 Instrumentos de pesquisa:

Os dados coletados foram coletados através de fontes primárias e

secundárias.

Os dados secundários foram coletados através dos documentos existentes na

empresa. Para Roesch (1996) fontes secundárias são informações já existentes na

empresa, ou seja, são dados já existentes na empresa e que estão à disposição

para consultas, sejam eles por meio de relatórios, banco de dados, índices, arquivos

ou outras informações derivadas de determinada área.

Já os dados primários, conforme Mattar (1996), são os dados coletados com

o único objetivo de satisfazer às necessidades da pesquisa e que não estão

disponíveis para consulta.

Estes dados foram coletados através de entrevista semi-estruturada com os

funcionários e a observação participante do acadêmico, e a pesquisa foi realizada no

período de janeiro a março de 2009.

Na visão de Rudio (2002) a entrevista é constituída por uma lista de

indagações que, respondidas, dão ao pesquisador as informações que ele pretende

atingir. Na entrevista, as perguntas são abertas ou em forma de tópicos, de maneira

oral, quer a um indivíduo em particular, quer a um grupo, e as respostas são

registradas geralmente pelo próprio entrevistador. Nas entrevistas, o estagiário,

através da observação direta, utilizou os sentidos para registrar determinados

aspectos da realidade.

Nas entrevistas semi-estruturadas, Roesch (1996) esclarece que o grau de

estruturação de uma entrevista em uma pesquisa depende do propósito do

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entrevistador. Assim, na entrevista o entrevistado tem liberdade de expor suas idéias

sem se ater a um questionário com respostas fechadas.

Os dados também foram coletados através da observação participante do

acadêmico. Para Minayo (1999), a observação participante se realiza através do

contato direto do pesquisador com o fenômeno observado para obter informações

sobre a realidade dos atores sociais em seus próprios contextos. A importância

dessa técnica reside no fato de se poder captar uma variedade de situações ou

fenômenos que não são obtidos por meio de perguntas, uma vez que, observados

diretamente na própria realidade, transmitem o que há de mais imponderável e

evasivo na vida real.

3.4 Análise e interpretação dos dados:

Para Rudio (2002) o pesquisador utilizará uma série de técnicas para analisar

o material que foi obtido. A interpretação expressou o verdadeiro significado do

material, que se apresenta em termos dos propósitos do estudo a que se dedicou.

Os dados foram tratados e analisados em forma de quadros, onde foram

posteriormente explicados em forma de relatórios. Na visão de Marconi e Lakatos

(1991) o relatório é a exposição geral da pesquisa, desde o planejamento às

conclusões, incluindo os processos metodológicos empregados. Deve ter como base

a lógica, a imaginação e a precisão e ser expresso em linguagem simples, clara,

objetiva, concisa e coerente.

Foi utilizada a análise documental e análise das entrevistas, que consistem

em uma série de operações que visam estudar e analisar um ou vários documentos

para descobrir as circunstâncias sociais e econômicas com as quais podem estar

relacionados.

Para Richardson (1999), o método mais conhecido de análise documental é o

método histórico que consiste em estudar os documentos visando investigar os fatos

sociais e suas relações com o tempo sócio-cultural-cronológico.

Tais dados também foram analisados de maneira descritivo-interpretativo que,

de acordo com Mattar (1996) o método descritivo tem o objetivo de proporcionar

informações sumarizadas dos dados contidos no total de elementos das amostras

estudadas.

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3.5 Limitações da pesquisa:

A empresa forneceu todas as informações necessárias para o bom

andamento da pesquisa, além da participação dos colaboradores no decorrer dos

estudos.

Além disso, há ampla bibliografia referente à área de administração de

materiais, o que tornou o trabalho viável e restrito de limitações.

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4 RESULTADOS OBTIDOS

Este capítulo apresenta uma explicação detalhada do estoque da empresa,

os controles de estoque utilizados, níveis de estoque e o armazenamento utilizado

pelo Atacado Escala, a fim de serem respondidos os objetivos específicos traçados.

4.1 Estoque na empresa Atacado Escala:

A empresa Atacado Escala é uma empresa voltada ao comércio atacadista de

produtos para lojas de R$ 1,99 da cidade de Balneário Camboriú e cidades vizinhas.

Por possuir um amplo mix de produtos e por atender no atacado, a empresa

possui dois espaços físicos voltados à estocagem. O primeiro fica no piso térreo da

empresa, com a estrutura física de um galpão, voltado ao atendimento dos clientes.

Este estoque possui todos os produtos da empresa, e as caixas ficam abertas para

visualização do produto. Neste setor, chamado de Loja, os produtos ficam

disponíveis em prateleiras e paletes de madeira, a fim de evitar o contato com o

chão. A iluminação é adequada e o ambiente é ventilado, adequado ao estoque dos

produtos perecíveis e dos alimentos. O chão não possui piso, somente cimento, o

que gera maior segurança contra tropeços e escorrego.

Na Loja, as mercadorias estão dispostas em corredores, sobre prateleiras,

tendo algumas prateleiras cestos para produtos com menor volume, e os produtos

sobre os paletes encontram-se a maioria dentro das caixas dos fornecedores. Cada

mercadoria está separada por linha de produtos (famílias) e cada corredor designa

uma família. Esta separação faz com que os funcionários não percam tempo

procurando determinado produto, destacando-se que existe uma baixa rotatividade

na empresa e os funcionários permanecem na empresa por muito tempo; assim,

acabam gravando todos os locais onde os produtos estão estocados.

A figura a seguir mostra a loja do Atacado Escala e a distribuição dos

produtos.

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Figura 6: Corredores da Loja. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Como observa-se na figura, as prateleiras para demonstração dos produtos

são de madeira, com alguns cestos de alumínio que abrigam produtos menores. Nos

corredores também são colocadas caixas para demonstração de produtos ou

produtos em promoção. Como o trabalho foi realizado na época da Páscoa, nos

corredores do atacado foram colocados ovos e caixas de chocolate, com o objetivo

de atrair a atenção dos clientes.

Em outra parte da Loja os produtos estão sobre paletes e dentro das caixas,

conforme figura 7.

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Figura 7: Disposição dos produtos na Loja. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Devido ao número de produtos e ao espaço físico, alguns produtos ficam

dentro das próprias caixas de papelão do fornecedor, sobre paletes, com uma altura

que fica acessível ao cliente e com uma disposição física com layout de um corredor.

A figura a seguir visualiza os produtos separados por famílias, a fim de

facilitar sua localização pelo cliente e pelo funcionário da empresa.

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Figura 8: Produtos distribuídos por famílias. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Na figura anterior, é apresentada a seção da empresa voltada à linha panos e

toalhas, com todos os produtos desta mesma família dispostos neste mesmo

corredor, facilitando a compra do cliente.

No piso superior está o estoque da empresa, chamado de Depósito, com as

mercadorias dispostas sobre paletes, em local arejado, amplo e com boa ventilação.

Neste depósito, a maioria dos produtos fica em caixas fechadas ou em fardos,

aguardando que o estoque da Loja precise ser reposto.

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Figura 9: Depósito de produtos. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Este depósito tem como objetivo suprir a loja que fica no piso térreo, haja

vista que as vendas são feitas para clientes do atacado e o volume de peças é

sempre alto, muitas vezes sendo comprada pelos clientes caixas fechadas de

determinado produto. Por isso, a necessidade deste estoque é atender diretamente

as vendas aos clientes.

Na figura a seguir é apresentada a disposição dos produtos no depósito.

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Figura 10: Corredores do Depósito. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Também no depósito os produtos estão dispostos sobre paletes, todos dentro

das caixas de papelão ou em fardos envoltos com plástico, buscando garantir a

integridade física dos produtos.

Os corredores também são divididos por famílias, a fim de facilitar a

localização das mercadorias no momento de sua movimentação.

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Figura 11: Espaço físico do Depósito. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Na figura anterior pode-se visualizar o galpão da empresa destinado ao

Depósito, bem como sua iluminação e ventilação.

Os produtos são movimentados na empresa através de carrinhos manuais

utilizados na loja, carrinhos manuais utilizados no depósito e carrinho manual para

movimentação dos paletes.

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Figura 12: Carrinho - caixas do Depósito. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Estes carrinhos auxiliam na movimentação das caixas no depósito, sendo

manual com um suporte de madeira.

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Figura 13: Carrinho - produtos da Loja. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Na loja, a movimentação das mercadorias e caixas é feita pelo carrinho,

visualizado na figura anterior, que ocupa um espaço menor e facilita o transporte das

caixas de papelão.

Os clientes realizam suas compras através dos carrinhos apresentados nas

figuras a seguir.

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Figura 14: Carrinho para os clientes. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Este carrinho tem a finalidade de transportar caixas de papelão ou grandes

volumes na Loja do Atacado Escala.

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Figura 15: Carrinho de compras. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

O carrinho maior disponível na Loja para o cliente tem como objetivo

movimentar as caixas de papelão e grandes volumes de mercadorias, e o segundo

carrinho as compras um menor volume de mercadoria.

A movimentação dos produtos de um piso para o outro (Depósito-Loja ou

Loja-Depósito) são feitas pelas escadas internas, que dão acesso de um piso a

outros de maneira manual, ou seja, os próprios funcionários movimentam as

mercadorias.

Esta movimentação ocorre após as vendas de modo verbal entre os

funcionários, pois o setor de estoques não possui requisições de mercadorias

formalizadas, sendo o funcionário de Compras algumas vezes informado quando o

estoque de determinado produto encontra-se muito baixo.

A empresa realiza o inventário físico uma vez ao ano, a fim de verificar a

quantidade real e a quantidade informada pelo sistema. Sempre há diferenças nas

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quantidades, devido à alta quantidade de produtos na empresa causando erros de

cadastramento e quando as mercadorias são passadas no caixa.

Os funcionários não recebem treinamento periódico, somente quando

ingressam na empresa, adquirindo a experiência no dia-a-dia.

A fim de facilitar a administração de um elevado número de produtos, esses

são divididos por famílias, ou seja, produtos com as mesmas características são

agrupados, seja para sua gestão de compras e estoque, seja para fins de estoque

físico e distribuição nos corredores da loja.

No piso superior da empresa, além do Depósito está localizada a

Administração, que possui os seguintes setores: Compras, Faturamento, Financeiro

e Diretoria.

4.2 Curva ABC:

A empresa Atacado Escala possui um amplo mix de produtos, que totaliza

aproximadamente 10.000 produtos. Para a elaboração da Curva ABC, foram criadas

famílias de produtos, a fim de serem agrupadas mercadorias com as mesmas

características.

As famílias criadas com o objetivo de agrupar os produtos são:

alimentos doces: inclui os produtos chocolates, balas, pirulitos, gomas,

amendoim doce, biscoitos e pipoca;

alimentos salgados: produtos em conserva (pepino, beterraba, palmito, cebola),

amendoim salgado;

ferramentas: chave de fenda, chave Philips, chave de teste, martelo, serrote,

alicate, estilete, trena, ferramentas variadas (prego, parafuso, pincel etc.);

linha lar: cabides, cadeados, antenas, mangueiras, extensão elétrica,

pulverizadores, acessórios para banheiro (escova de dente, escova de cabelo, porta

escova, saboneteira, cortina de box etc.), espelhos;

linha potes plásticos: conjunto de potes, com uma, duas, três, quatro ou cinco

unidades;

linha panos e toalhas: toalhas de banho, de rosto, panos de prato, pano de copa,

pano de limpeza,

linha alumínio: panelas, caçarolas, formas;

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linha vidros: copos, potes, jarras, taças, travessas;

linha automotiva: saches de cheiro, shampoo automotivo, cera, pretinho para

pneu, aromatizante;

linha bebê: algodão, lenço umedecido, cotonete, talco infantil, loção infantil,

sapatinho infantil;

linha perfumaria: shampoo, enxágue bucal, sabonete, desodorante, gel para

cabelo, cremes, óleos;

linha jardinagem: floreira, vasos, rastelos, regador;

linha animais pet: coleiras, shampoo para cachorro, roupinha para cachorro,

ossos comestíveis;

linha vestuário: meias, calcinha, cueca;

linha decoração: velas, porta retrato, quadros, aquários;

linha limpeza: vassoura, pá de lixo, prendedor de roupa, balde;

material escolar e escritório: caneta, lápis, borracha, apontador, tinta, massa

modelar, pasta, fitas, cadernos, agendas;

linha Páscoa (época do ano): enfeites em geral (período de 2009);

linha Natal (época do ano): enfeites em geral (período de 2008).

Para a classificação de itens através da curva ABC, o acadêmico analisou o

consumo de mercadorias na empresa no período de 02/01/2009 a 31/03/2009,

sendo apresentado o consumo médio, em quantidades, de todos os produtos que

compõem cada uma das famílias.

A análise ABC de materiais é, conforme Dias (2005) um método que

consiste em separar em três grupos, ABC, classificando-os de acordo com os seus

valores, e dando maior importância de controle aos materiais de maior valor

investido, conforme Quadro 7:

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Código Descrição da mercadoria

Consumo médio (em unidades)

$ unitário $ total Valor Consumo Acumulado Grau

% sobre o valor total do

consumo total

Classificação ABC

001 Alimentos doces 33.897 1,82 61.692,54 61.692,54 2 7,85 A 002 Alimentos salgados 4.086 2,41 9.847,26 71.539,80 15 1,25 C 003 Ferramentas 13.911 1,77 24.622,47 96.162,27 11 3,13 C 004 Linha lar 19.788 2,01 39.773,88 135.936,15 4 5,06 A 005 Linha potes plásticos 18.246 1,65 30.105,90 166.042,05 9 3,83 B 006 Linha panos e toalhas 20.904 1,70 35.536,80 201.578,85 7 4,52 B 007 Linha alumínio 2.318 7,25 16.805,50 218.384,35 13 2,13 C 008 Linha vidros 13.589 2,92 39.679,88 258.064,23 5 5,05 B 009 Linha automotiva 3.317 1,75 5.804,75 263.868,98 18 0,73 C 010 Linha bebê 3.652 1,90 6.938,80 270.807,78 17 0,88 C 011 Linha perfumaria 7.172 1,89 13.555,08 284.362,86 14 1,82 C 012 Linha jardinagem 4.873 1,68 8.186,64 292.549,50 16 1,04 C 013 Linha animais pet 2.741 1,65 4.522,65 297.072,15 19 0,57 C 014 Linha vestuário 16.266 1,82 29.604,12 326.676,27 10 3,76 B 015 Linha decoração 18.963 1,98 37.546,74 364.223,01 6 4,77 B 016 Linha limpeza 11.742 1,78 20.900,76 385.123,77 12 2,66 C 017 Linha material escolar

e escritório 28.344 1,62 45.917,28 431.041,05 3 5,84 A

018 Linha Páscoa 2009 21.322 1,64 34.968,08 466.009,13 8 4,45 B 019 Linha Natal 2008 98.023 3,26 319.554,98 785.564,11 1 40,66 A 785.564,11

Quadro 7: Classificação ABC. Fonte: Elaborado pelo acadêmico (2009).

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Código Descrição da mercadoria

Consumo médio (em unidades)

$ unitário $ total Valor Consumo Acumulado Grau

% sobre o valor total do

consumo total

Classificação ABC

019 Linha Natal 2008 98.023 3,26 319.554,98 785.564,11 1 40,66 A 001 Alimentos doces 33.897 1,82 61.692,54 61.692,54 2 7,85 A 017 Linha material escolar

e escritório 28.344 1,62 45.917,28 431.041,05 3 5,84 A

004 Linha lar 19.788 2,01 39.773,88 135.936,15 4 5,06 A 008 Linha vidros 13.589 2,92 39.679,88 258.064,23 5 5,05 B 015 Linha decoração 18.963 1,98 37.546,74 364.223,01 6 4,77 B 006 Linha panos e toalhas 20.904 1,70 35.536,80 201.578,85 7 4,52 B 018 Linha Páscoa 2009 21.322 1,64 34.968,08 466.009,13 8 4,45 B 005 Linha potes plásticos 18.246 1,65 30.105,90 166.042,05 9 3,83 B 014 Linha vestuário 16.266 1,82 29.604,12 326.676,27 10 3,76 B 003 Ferramentas 13.911 1,77 24.622,47 96.162,27 11 3,13 C 016 Linha limpeza 11.742 1,78 20.900,76 385.123,77 12 2,66 C 007 Linha alumínio 2.318 7,25 16.805,50 218.384,35 13 2,13 C 011 Linha perfumaria 7.172 1,89 13.555,08 284.362,86 14 1,82 C 002 Alimentos salgados 4.086 2,41 9.847,26 71.539,80 15 1,25 C 012 Linha jardinagem 4.873 1,68 8.186,64 292.549,50 16 1,04 C 010 Linha bebê 3.652 1,90 6.938,80 270.807,78 17 0,88 C 009 Linha automotiva 3.317 1,75 5.804,75 263.868,98 18 0,73 C 013 Linha animais pet 2.741 1,65 4.522,65 297.072,15 19 0,57 C 785.564,11

Quadro 8: Classificação ABC em ordem decrescente. Fonte: Elaborado pelo acadêmico (2009).

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Os produtos com maior valor são os jogos de panelas e as banquetas de

acrílico, que variam de R$ 89,00 a R$ 110,00.

De acordo com o Quadro 9, pode-se estabelecer o seguinte critério quanto

aos materiais da empresa:

GRUPO Nº FAMILIAS % Nº. DE ITENS % $ INVESTIDO % INVESTIMENTO ACUMULADO

A 4 21,05 59,41 59,41

B 6 31,58 26,38 85,79

C 9 47,37 14,21 100

Quadro 9: Critérios da classificação ABC. Fonte: Elaborado pelo acadêmico (2009).

Nota-se que 21,05% dos produtos encontrados no setor de estoque na

empresa Atacado Escala fazem parte da classificação de produtos A, absorvendo

59,41% do investimento, ou seja, possuem uma atenção especial no que diz

respeito à aplicação de políticas de controle de estoque. Os 21,05% dos produtos

que são considerados pelo estudo da curva ABC como classificação A, representam

quantitativamente 04 famílias.

Na classificação B, encontram-se 31,58% dos itens, absorvem 26,38% do

capital investido e representam quantitativamente 06 famílias.

Na classificação C, 47,37% dos itens correspondem a 14,21% do

investimento, e representam 09 famílias.

Assim pode-se determinar a curva ABC da seguinte forma:

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59,41

85,79

100

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

ABC

Figura 16: Curva ABC do Atacado Escala. Fonte: Elaborado pelo acadêmico (2009).

Os 47,37% (ou 09 famílias) necessitam de um tratamento adequado no

estoque por terem uma menor demanda e com isso o comprador deve cuidar muito

ao investir em uma dessas famílias com classe C, pois, se comprados em grande

quantidade, podem prejudicar a empresa em suas operações e futuramente, em seu

fluxo de caixa.

Quanto aos produtos com classificação A, que alocam 59,41% do

investimento da empresa, terão uma ênfase maior, visto que possuem uma alta

demanda. Assim, para que a empresa não deixe faltar esses produtos, que tem um

alto consumo, ela pode efetivar uma política de compras onde ela consiga comprar

unidades desses produtos A no momento certo e nas quantias adequadas, para que

então a empresa sempre consiga atender as necessidades de seus clientes. A

família que compõe os produtos com classificação A é formada pelos produtos do

Natal, alimentos doces, linha material escolar e escritório, e linha lar.

14,21

26,38

59,41

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Já as famílias que formam a classificação B são: linha vidros, linha

decoração, linha panos e toalhas, linha Páscoa 2009, linha potes plásticos e linha

vestuário.

As famílias que compõem a classificação C são: alimentos salgados,

ferramentas, linha automotiva, linha alumínio, linha bebê, linha perfumaria, linha

jardinagem, linha animais pet e linha limpeza.

4.3 Técnicas de armazenagem:

O funcionário responsável pelo setor de Compras, após a efetivação de cada

pedido, coloca uma cópia do pedido em uma pasta de plástico chamada de Pasta de

Pedidos em espera. Neste pedido constam o nome do fornecedor, as quantidades

compradas, preço e forma de pagamento.

Diariamente a empresa recebe produtos de seus fornecedores. Há um local

próprio onde o caminhão é recebido, sendo feita a conferência com a cópia do

pedido da Pasta de Pedidos em Espera.

A figura a seguir ilustra o recebimento de mercadorias na empresa.

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Figura 17: Recebimento de mercadorias. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

O conferente verifica se a nota fiscal do fornecedor está de acordo com o que

foi pedido e a mercadoria é liberada para o pessoal que dá a entrada no estoque.

Posteriormente, é dada a entrada no sistema de informações das mercadorias,

através de um leitor de código de barras, que controla a entrada e saída de

produtos, gerando um relatório para o gerente de compras.

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Figura 18: Entrada dos produtos no sistema de informações. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

O sistema de informações possui alguns pontos deficientes, haja vista que há

mais de 11500 itens cadastrados e os funcionários muitas vezes cadastram a

entrada ou a saída do produto de maneira errada, gerando erros que acarretam em

pedidos duplicados de uma mesma mercadoria, ou a falta de produto em estoque.

Os produtos são estocados na empresa em embalagem própria, nas caixas

de papelão que chegam do fornecedor.

O armazenamento dos materiais não recebe cuidados especiais, sendo que

todas as mercadorias recebem o mesmo tratamento. Como o depósito e a loja da

empresa são bem ventilados e os produtos adequadamente embalados, não há

tratamento diferenciado.

Não há produtos ociosos, sendo que todos são vendidos, mesmo que seus

preços sejam baixados e entrem em promoção para alavancar sua venda.

O processo de armazenamento pode ser visualizado a seguir.

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Fluxograma do processo Operação Transporte Espera Inspeção Estocagem

Recebimento dos

produtos

Conferência do pedido

com a nota fiscal

Entrada no estoque

Envio das mercadorias

para Depósito e Loja

Exposição de

mercadorias

Venda ao cliente

Movimentação produtos

do Depósito para Loja

Reposição de produtos

na Loja

Figura 19: Processo de armazenagem. Fonte: Elaborado pelo acadêmico (2009).

A figura 19 ilustra os eventos e seus símbolos na construção de um

fluxograma de operações do armazenamento. Observa-se que todo o processo tem

início com o recebimento dos produtos, sendo feita a conferência do pedido com a

nota fiscal. Destaca-se que esse procedimento é fundamental, pois há casos de

mercadorias que chegam à empresa Atacado Escala sem que tenham sido pedidas

ao fornecedor. Posteriormente, é feita a entrada no sistema da empresa, através do

código de barras, sendo o produto enviado ao Depósito ou à Loja, conforme sua

necessidade. O processo tem seqüência com a venda dos produtos ao cliente,

sendo necessária sua reposição na loja, onde será movimentado o produto do

Depósito para a Loja. O fim do processo se dá com a reposição no produto na Loja.

Após a conferência do produto e sua entrada no sistema, a nota fiscal é

enviada ao setor financeiro da empresa.

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A armazenagem funciona dessa maneira devido às necessidades que foram

surgindo e por esta seguir uma lógica que facilita o trabalho dos funcionários.

4.4 Níveis de estoque da empresa:

Os níveis de estoque da empresa são controlados conforme a experiência do

proprietário, que verifica diariamente a quantidade vendida e a quantidade estocada.

Caso os estoques estejam baixos, novos pedidos são feitos junto aos

representantes, pois não existe uma política de estoque mínimo na empresa.

A condição estipulada para o gestor considerar o estoque como baixo é

bastante relativa, variando entre os produtos entre a 10 a 20% do que foi comprado

pela ultima vez. Em geral, são verificadas as quantidades vendidas mensalmente de

determinado produto, e essa média de vendas do produto será a quantidade que

será comprada.

Quanto aos procedimentos para a compra do pedido de produtos, não existe

um ponto de pedido específico, sendo as reposições feitas mensalmente no

momento da visita mensal do representante das empresas fornecedores.

A média de estoque é feita com base nas entradas e saída mensalmente de

cada produto, sendo essas informações disponibilizadas pelo Sistema de

Informações da empresa.

Como o mix de produtos da empresa é elevado e a empresa atende a clientes

com vendas no atacado, o volume de compras é elevado, com uma média mensal

de 493.205 peças e uma saída mensal de 489.775 peças, representando um alto

giro dos produtos.

O sistema de informações gera relatórios de cada uma das mercadorias

estocadas, tais como a análise de vendas, o preço de custo, preço de venda e preço

de venda a ser repassado às lojas da empresa de R$ 1,99, que são voltadas ao

atendimento do comércio varejista.

Desta forma, destaca-se que em alguns casos o setor de compras é acionado

pelo setor de estoque, através de contato telefônico por ramal interno da empresa, a

fim de avisar ao funcionário do setor de Compras que algum produto encontra-se

com estoque baixo, que providencia uma visita do fornecedor na empresa. Estes

casos ocorrem quando algum produto tem uma demanda maior do que a planejada.

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A seguir é apresentada uma das telas do sistema de informações da empresa

utilizada pelo Setor de Compras.

Figura 20: Estoque de produtos - entrada. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Através deste relatório emitido pelo sistema, o gestor de compras consegue

analisar a entrada dos produtos no período selecionado, a fim de verificar as

quantidades compradas. Este módulo do sistema também é utilizado pelos

funcionários que dão entrada nos produtos no sistema através do leitor de código de

barras.

Na figura a seguir é visualizado o módulo do sistema que fornece os relatórios

do estoque por fornecedor.

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Figura 21: Estoque de produtos - estoque geral por fornecedor. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Este relatório geral seleciona o fornecedor, os tipos de produtos adquiridos,

quantidades e os valores negociados das últimas compras. Este módulo auxilia o

funcionário de Compras no momento da visita e da negociação com o representante

da empresa fornecedora.

A seguir é apresentado o módulo que fornece o relatório dos produtos por

grupos (famílias) e preços.

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Figura 22: Estoque de produtos - preços/geral/grupo. Fonte: Fornecido pela empresa (2009).

Este módulo fornece os preços dos produtos em estoque, incluindo todos os

fornecedores, a fim de realizar um comparativo e a viabilidade de compra com o

fornecedor que oferece o melhor preço e qualidade. É utilizado pelo gestor para

análise do controle de estoque e no momento da negociação com o representante

da empresa fornecedora.

O responsável por Compras na empresa Atacado Escala opta por realizar

uma ou duas compras mensais de cada representante, haja vista que a maior parte

dos fornecedores estão localizados no estado de São Paulo, e possuem prazo de

entrega de 7 a 15 dias, sendo os produtos transportados via modal rodoviário, que

está sujeito a imprevisibilidade e os conseqüentes atrasos que podem ocorrer.

Outros produtos são importados da Chile e da Argentina , que podem ter um prazo

de entrega de até 2 meses, e esses produtos são os diferenciais da empresa

perante os outros Atacados de produtos para Lojas de R$ 1,99, pois são produtos

exclusivos do Atacado Escala.

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A empresa Atacado Escala não possui parceria com seus fornecedores,

sendo as visitas dos representantes feitas periodicamente com o objetivo de realizar

pedidos, apresentar as promoções e os novos produtos que a empresa esteja

lançando no mercado.

Apesar das visitas periódicas e mensais dos representantes dos

fornecedores, existe uma incidência semanal de falta de mercadorias em estoque,

seja pela demora na entrega dos produtos, falta de mercadorias no estoque dos

fornecedores, ou até pela entrada ou saída de dados no sistema de informações

feita de maneira errada.

4.4.1 Ponto de Pedido:

O Ponto de Pedido (PP) corresponde à quantidade que, ao ser atingida, dá

início ao processo de reposição. Ele é calculado da seguinte fórmula:

PP = Estoque de segurança + (Consumo mensal x Prazo de entrega mensal)

Para poder calcular o PP é necessário calcular o estoque mínimo de cada

produto. Ele é calculado da seguinte fórmula:

ES= Consumo médio no período x coeficiente de grau de risco ( o coeficiente é uma

porcentagem mínima de estoque que é definido pelo gestor da empresa)

A fim de ilustrar o ponto de pedido da empresa, será apresentado o ponto de

pedido de três produtos classificados como classificação A.

Bola de natal colorida

ES= C x K

ES= 8600 X 0,20

ES= 1720 pçs

PP =1720+ (8600 x 0,33)

PP = 4558 unidades

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Amendoim Japonês Dori

ES= C x K

ES= 3500 x 0,20

ES= 700

PP = 700 + (3500 x 0,5)

PP = 2450 unidade

Fita lacre transparente

ES= C x K

ES= 3100 x 0,20

ES= 620

PP = 620 + (3100 x 0,23)

PP = 1333 unidades

A seguir, será apresentado o ponto de pedido de dois produtos que possuem

classificação B.

Aquário de vidro grande

ES= C x K

ES= 900 x 0,20

ES= 180

PP = 180 + (900 x 0,5)

PP = 630 unidades

Vela com castiçal

ES= C x K

ES= 500 x 0,20

ES= 100

PP = 100 + (500 x 0,33)

PP = 265 unidades

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O cálculo do ponto de pedido também foi feito de um produto que possui

classificação C, conforme segue:

Regador de Plástico

ES= C x K

ES= 120 x 0,20

ES= 24

PP = 24 + (120 x 0,23)

PP = 52 unidades

4.5 Quadro de desenvolvimento da gestão de estoque em relação aos objetivos específicos:

Realizar a revisão da literatura

sobre o tema.

O acadêmico apresentou as principais teorias acerca da

administração de materiais, armazenamento, gestão de

estoques, curva ABC, níveis de estoque, política de

estoque, distribuição física e inventário físico.

Conhecer o papel do estoque na

empresa.

Por possuir um amplo mix de produtos e por atender no

atacado, a empresa possui dois espaços físicos

voltados à estocagem. O primeiro fica no piso térreo da

empresa, com a estrutura física de um galpão, voltado

ao atendimento dos clientes. No piso superior está o

estoque da empresa, chamado de Depósito, com as

mercadorias dispostas sobre paletes, em local arejado,

amplo e com boa ventilação. Neste depósito, a maioria

dos produtos fica em caixas fechadas ou em fardos,

aguardando que o estoque da Loja precise ser reposto.

A empresa atende ao segmento de lojistas de Lojas de

1,99, e manter estoque é fundamental para o pronto

atendimento dos pedidos dos clientes.

Aplicar Gráfico de Paretto (Curva

ABC).

Devido ao amplo mix de produtos, os produtos foram

agrupados em famílias, o que possibilitou a classificação

ABC dos produtos.

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Identificar o modelo de estoque

com técnicas de armazenagem e

controle aplicados na empresa

Atacado Escala.

Os produtos são estocados na empresa em embalagem

própria, nas caixas de papelão que chegam do

fornecedor. O armazenamento dos materiais não recebe

cuidados especiais, sendo que todas as mercadorias

recebem o mesmo tratamento. Quanto aos

procedimentos para a compra do pedido de produtos,

não existe um ponto de pedido específico, sendo as

reposições feitas mensalmente no momento da visita

mensal do representante das empresas fornecedores. A

média de estoque é feita com base nas entradas e saída

mensalmente de cada produto, sendo essas

informações disponibilizadas pelo Sistema de

Informações da empresa.

Fazer uma análise dos níveis de

estoques.

Como o mix de produtos da empresa é elevado e a

empresa atende a clientes com vendas no atacado, o

volume de compras é elevado, com uma média mensal

de 493.205 peças e uma saída mensal de 489.775

peças, representando um alto giro dos produtos.

Quadro 10: Gestão de estoques em relação aos objetivos específicos. Fonte: Elaborado pelo acadêmico (2009).

4.6 Sugestões para a empresa:

A primeira sugestão para a empresa Atacado Escala é o estudo para

colocação de uma plataforma hidráulica, para movimentação dos produtos do

Depósito para a Loja e vice-versa. Esta plataforma tem o objetivo de facilitar a

movimentação e gerar maior segurança aos funcionários, que atualmente levam as

caixas manualmente e devem locomover-se pelas escadas.

A segunda sugestão é estipular o estoque mínimo de cada produto, a fim de

melhor administrar cada item de produtos da empresa. Assim, com a criação de um

estoque mínimo, os fornecedores deverão ser acionados, para que não haja falta de

produtos na Loja. Para Dias (2005), a determinação do estoque mínimo é também

uma das mais importantes informações para a administração do estoque. Essa

importância está diretamente ligada ao grau de imobilização financeira da empresa.

O estoque mínimo é a quantidade mínima que deve existir em estoque, que se

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destina a cobrir eventuais atrasos no ressuprimento, objetivando a garantia do

funcionamento ininterrupto e eficiente do processo produtivo, sem o risco de faltas.

O estoque mínimo ou estoque de segurança define a quantidade mínima que

deve existir em estoque, que se destina a cobrir eventuais atrasos no ressuprimento,

e que terá a finalidade de garantir o funcionamento ininterrupto e eficiente sem o

risco de faltas. Este estoque deve ser calculado levando-se em consideração a

demanda unitária dos produtos e prazo de entrega do fornecedor (lead time).

A terceira sugestão é a emissão de avisos (alertas) do sistema de

informações atualmente utilizado pela empresa quando o estoque de segurança for

atingido. Para a concretização dessa sugestão, a empresa fornecedora do programa

deverá implementá-lo com esta informação.

Esta recomendação tem como objetivo alertar ao gestor de Compras sobre o

momento correto de comprar, sem precisar verificar item por item diariamente quais

os produtos que precisam ser comprados, o que lhe geraria redução de tempo, além

de que os funcionários do setor de estoque entram em contato com o funcionário de

compras quando algum produto está com baixo estoque. Mas esse fato nem sempre

ocorre, pois em dias de elevada demanda de clientes eles acabam esquecendo-se

de avisar que determinado produto está com estoque baixo ou zero.

A quarta sugestão será a realização do inventário físico, rotativo e geográfico,

de produtos com classificação A a cada 3 meses, produtos com classificação B a

cada 6 meses e produtos com classificação C a cada 12 meses. O Anexo apresenta

dois modelos para controle e realização do inventário físico.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A gestão de estoques assume um papel cada vez mais importante nas

organizações, pois sem produtos não há vendas ou produção. Por isso, uma

eficiente administração dos estoques torna-se fundamental.

Diversos softwares encontram-se disponíveis no mercado, e são acessíveis

às empresas inseridas em diversos segmentos de atividades. No ramo do comércio

atacadista não é diferente, e esse sistema vem auxiliar seus administradores e

funcionários com relatórios precisos.

Nesse sentido, o Atacado Escala administra seus estoques através de um

sistema de informações, mas que acaba tornando-se muitas vezes ineficiente pela

falta de produtos em estoque ou erros de entrada e saída de produtos.

Em relação ao primeiro objetivo específico, o acadêmico realizou a revisão de

literatura sobre os temas Administração, Cadeia de Suprimentos, Logística,

Armazenamento, Gestão de Estoques, Curva ABC, Níveis de Estoque, Política de

Estoque, Estoque de Segurança, Custo do Estoque, Distribuição Física e Inventário.

O segundo objetivo específico destacou o papel do estoque na empresa,

onde foi conhecido que a empresa possui dois estoques: o depósito e a loja,

localizados em um mesmo balcão, sendo dividido em grupos (famílias) para melhor

administração e localização no estoque. Ambos os estoques estão localizados no

mesmo galpão, sendo que o estoque abastece a loja. Os produtos foram analisados

e classificados conforme a Curva ABC, sendo que os produtos que receberam a

classificação A obtêm uma ênfase maior por possuir uma alta demanda e por

decorrência disso deve ter uma maior quantidade em estoque. Assim, para que a

empresa não deixe faltar esses produtos, ela pode efetivar uma política de compras

em cima desses produtos para que consiga suprir a necessidade de seus clientes.

O terceiro objetivo específico identificou os produtos com classificação ABC e

os itens que requerem maior cuidado, a fim de que nunca faltem na empresa, visto

que tem uma alta demanda são os produtos classificados como “A” ,como também

foi constatado que os produtos classificados como “C”,se forem comprados em

grande quantidade pelo comprador, podem prejudicar a empresa em suas

operações e futuramente, em seu fluxo de caixa.

No quarto objetivo específico identificou-se o modelo de estoque e as técnicas

de armazenagem, sendo apresentado os processos, tipos de carrinhos para

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movimentação dos produtos no interior da empresa e todas as atividades que

compõem o armazenamento.

Posteriormente, foi feita uma análise dos níveis de estoque, verificando-se as

quantidades de produtos adquiridas e vendidas, onde se pôde perceber um alto giro

dos estoques da empresa.

Por fim, foram apresentadas as sugestões do acadêmico após um estudo

detalhado dos processos de gestão de estoques na empresa Atacado Escala, a fim

de otimizar as atividades.

O trabalho desenvolvido alcançou todos os objetivos propostos, podendo a

organização visualizar seus estoques, a classificação ABC e os processos que

compõem o armazenamento, através de uma visão tática e estratégica.

Para o acadêmico, o enfoque trouxe maior conhecimento acerca do assunto,

apesar de não ser um tema recente, existem muitas bibliografias e é um tema que

ainda pode ser muito explorado.

Espera-se que este estudo tenha continuidade na empresa, abrindo espaço

para que novos trabalhos sejam desenvolvidos no Atacado Escala.

Sugere-se ainda a realização de trabalhos futuros com enfoque na quantidade

de peças quebradas em estoque, criação de um show-room para apresentação dos

produtos aos clientes que visitam a empresa, e a criação de uma página na web

para divulgação da empresa e ampliação dos contatos com os clientes.

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ANEXO

Relatório de Diferenças de Inventário

Código Descrição Valor unitário

Estoque Informado

Estoque Inventário (físico)

Diferença Obs.:

Coordenador: Conferente:

Auditoria Interna Aprovado por:

Relatório de Diferenças de Inventário

Código Descrição Valor unitário

Estoque Informado

Estoque Inventário (físico)

Diferença Obs.:

Coordenador: Conferente:

Auditoria Interna Aprovado por:

Inventário do Estoque .........................................................Tipo: ( ) Geral ( ) Parcial: classe verificada (A) (B) (C)

Data: ___ / ___ / ___

Código do item: .................................................................................................Descrição: ..........................................................................................................Localização: .......................................................................................................Quantidade: ........................................................................................................Código do item: .................................Descrição: ..........................................Localização: .......................................Quantidade: .......................................

1ª Contagem

______________ _____________Contado por Coordenador

Código do item: .................................Descrição: ..........................................Localização: .......................................Quantidade: .......................................

2ª Contagem

______________ _____________Contado por Coordenador

Inventário do Estoque .........................................................Tipo: ( ) Geral ( ) Parcial: classe verificada (A) (B) (C)

Data: ___ / ___ / ___

Código do item: .................................................................................................Descrição: ..........................................................................................................Localização: .......................................................................................................Quantidade: ........................................................................................................Código do item: .................................Descrição: ..........................................Localização: .......................................Quantidade: .......................................

1ª Contagem

______________ _____________Contado por Coordenador

Código do item: .................................Descrição: ..........................................Localização: .......................................Quantidade: .......................................

2ª Contagem

______________ _____________Contado por Coordenador