ANÁLISE COMPARATIVA - FILME versus TEXTO

O filme “Germinal” é, em verdade, uma representação das condições miseráveis, as quais o proletariado subsistia. Dessa forma, podemos dizer que o filme ilustra o que o texto nos delata sobre a realidade, resultante das revoluções sociais, advindas do pós-revolução Industrial.

O texto nos elucida sobre as conseqüências da Revolução Industrial sobre as formas de relação entre os burgueses – detentores dos meios de produção de riqueza – e o proletariado, o qual “vende” sua força de trabalho. Com as novas formas de produção, mudaram as formas de como a burguesia encarava sua mão-de-obra empregada. A concorrência desleal e a sede por acumulação de lucro fez com que os industriais usassem seu novo poder, produção em massa, ao máximo. Assim explorando a máquina ao seu extremo potencial, explorava também aquele quem se responsabilizava por manusear a máquina. Dessa forma o industrial justificava as longas jornadas de trabalho dadas aos trabalhadores. Sem pudor ou, no mínimo, higiene, o proletário ficava de treze a dezesseis horas seqüentes, sem ao menos poder assobiar.

As novas relações de trabalho começaram a despertar a atenção dos trabalhadores, como a discrepante desigualdade social, marcada pelo excesso de poucos (burgueses industriais) e o pouquíssimo de muitos – proletário. O mesmo começa a se questionar sobre sua condição e porque deveria mantê-la assim ou se haveria chance de alterá-la. Nesse ínterim, surgem as ideologias - socialismo, anarquismo – para ampliar o horizonte dos trabalhadores de como poderia ser diferente o seu cotidiano, até então custosamente sofrido.

Com o advento do socialismo e do anarquismo às mentes proletárias, as mesma começam a buscar pela melhoria de vida, ou no mínimo, a melhoria de suas condições de trabalho, que desde o século XVIII, foram péssimas. Mulheres e crianças empregadas à jornadas intermináveis, fabricas sem segurança, onde todo tipo de acidente estava sujeito, e afora o descaso dado aos humildes jornaleiros, que largados aos maus tratos dos capatazes, se viam obrigados a trabalhar, nessas condições, para subsistir à vida, ou a mais um dia.

Como nos mostra o texto, bem como no filme, as primeiras tentativas dos empregados conquistarem seus direitos foi pacífica, porém ineficaz. Sendo que os empregadores não intentaram alterar as condições de trabalho dos anteriores, alegando que seus salários eram baixos devido à desleal concorrência liberalista, e que além disso, os trabalhadores tinham casa , cuja a Fabrica mantinha sem “nenhuma reclamação”.

Falida a primeira tentativa, os operários apelaram para soluções mais drásticas, que até então surtiriam efeito posteriormente. Como se nota no filme, essas atitudes foram desde greves de várias semanas até destruição daquilo que segundo alguns era a fonte de sofrimento de suas vidas – a máquina. Ao longo da História, embora com muitos sofrimentos e injustiças, o proletário conseguiu aprovações de leis, que mesmo sem real vigência, serviram de avanço para o que hoje temos como proteção contra a exploração da nossa força de trabalho.

No sentido do progresso, muito avançamos no quesito de garantias de benefícios e deveres do trabalhador, bem como do empregador. Hoje temos a garantia da licença maternidade, para a mulher gestante ou pós-parto, por exemplo. Mas do mesmo jeito que muito

avançamos, muito ainda devemos nos desenvolver, pois ainda infelizmente, como exemplo, mulheres são menor remuneradas que homens em muitos empregos.

Dessa forma, crescemos para uma sociedade melhor ainda, e quem sabe, mais justa.