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GELSON PEDRO ORCIOLI FILHO
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE METODOLOGIAS PARA ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) EM SERVIÇOS DE
ENGENHARIA
Londrina
2011
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GELSON PEDRO ORCIOLI FILHO
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE METODOLOGIAS PARA ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) EM SERVIÇOS DE
ENGENHARIA
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina, para preenchimento dos pré-requisitos parciais para obtenção do título de graduação em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. MSc. José Fernando Mangili Jr.
Londrina 2011
iii
GELSON PEDRO ORCIOLI FILHO
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE METODOLOGIAS PARA ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) EM SERVIÇOS DE ENGENHARIA
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina, para preenchimento dos pré-requisitos parciais para obtenção do título de graduação em Engenharia Elétrica.
BANCA EXAMINADORA ____________________________________
Prof. MSc. José Fernando Mangili Jr. Universidade Estadual de Londrina
____________________________________
Prof. Dr. Leonimer Flávio de Melo Universidade Estadual de Londrina
____________________________________
Prof. MSc. Cleber Gomes Caldana Instituto Federal do Paraná
Londrina, _____de ___________de _____.
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AGRADECIMENTO
Agradeço ao meu orientador, Professor MSc. Mangili, não só pela
constante orientação neste trabalho, mas pela sua amizade e sobretudo sua
indispensável ajuda nos momentos finais deste curso.
Aos colegas que sempre me apoiaram e incentivaram a dar o melhor
diante das adversidades, que superamos juntos.
Gostaria de agradecer principalmente aos meus pais, irmãos,
namorada, pelo apoio, confiança e motivação que depositaram em mim durante esta
caminhada e sem os quais não haveria razão nenhuma em me esforçar para
finalizar esta graduação.
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ORCIOLI, Gelson Pedro. Análise comparativa entre metodologias para Análise Preliminar de Risco (APR) em serviços de engenharia . 2011. 105 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Elétrica) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo comparar algumas ferramentas de análise de risco que foram recentemente desenvolvidas para aplicação em Análises Preliminares de Risco. A comparação é realizada entre a classificação de riscos utilizada atualmente nas análises de risco e a nova classificação de níveis de risco proposta por Mangili Junior e Rota Neto (2009), que visa minimizar ou eliminar erros ou interpretações dúbias sobre caracterização dos riscos de acidentes e auxiliar na tomada de decisão para aplicação de medidas corretivas e/ou preventivas. O trabalho consiste na aplicação de APR’s em diferentes empresas, utilizando as duas categorias de risco. Após realização das APR’s é feita uma comparação entre os resultados apontados pelos avaliadores e em seguida há uma verificação dos resultados obtidos, concluindo-se então se o novo método de classificação de riscos é eficiente em sua proposta de dimuição de diferentes interpretações de nível de risco para mesmas atividades avaliadas. Por último, neste trabalho é realizado uma análise do software PES-2010, que tem como objetivo permitir a inserção da análise de dados em campo, emitindo relatórios sobre a priorização de riscos existentes fornecendo uma análise objetiva e oportuna, auxilando assim na classificação de riscos e tomada de decisão para a prevenção e / ou ações corretivas.
Palavras-chave: Análise preliminar de riscos. Engenharia de Segurança do Trabalho. Níveis de risco. Comparação de métodos.
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ORCIOLI, Gelson Pedro. Comparative analysis of methodologies for Preliminary Risk Analysis (PRA) for engineering works . 2011. 105 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Elétrica) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.
ABSTRACT
This study aims to compare some risk analysis tools that have recently been developed for application in Preliminary Hazard Analysis. The comparison is made between risk classification currently used in risk analysis and new classification of risk levels proposed by Mangili and Rota Junior Neto (2009), which aims to minimize or eliminate errors or misleading to characterize the risks of accidents and help in decision making for corrective measures and / or preventive. The work involves the application of APR's at different companies, using the two risk categories. After completion of APR's a comparison is made between the results presented by the evaluators and then there is a check of the results, concluding then that the new method of risk classification is effective in its proposed dimuição different interpretations of risk level evaluated for the same activities. Finally, this work is carried out an analysis of the PES-2010 software, which aims to allow insertion of data analysis in the field, reported on the prioritization of risks by providing an objective and timely analysis, thus helps in risk classification and decision making for the prevention and / or corrective actions.
Key words: Preliminary Hazard Analysis. Safety engineering work. Levels of risk. Comparison of methods.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 - Natureza dos riscos empresariais .......................................................... 17
Figura 4.2 - Fases do gerenciamento de riscos ........................................................ 19
Figura 4.3 - Fases típicas do processo de gerenciamento de riscos ......................... 20
Figura 7.1 - Comparação: método atual e método proposto – APR 01 ..................... 57
Figura 7.2 – Comparação: método atual e método proposto – APR 02 .................... 69
Figura A.1 - Esquema de funcionamento do ASP ..................................................... 75
Figura A.2 - Tela inicial do PES-APR10 .................................................................... 76
Figura A.3 – Tela principal do PES-APR10 ............................................................... 78
Figura A.4 - Tela de alteração de dados do usuário .................................................. 79
Figura A.5 - Tela de criação de um novo usuário ...................................................... 79
Figura A.6 - Tela de lista de usuários ........................................................................ 80
Figura A.7 - Tela de lista de empresas ...................................................................... 81
Figura A.8 - Tela de dados da empresa .................................................................... 81
Figura A.9 - tela de cadastramento de empresa ....................................................... 82
Figura A.10 - Tela de inclusão de setores da empresa ............................................. 83
Figura A.11 - Tela de cadastramento de setores ...................................................... 84
Figura A.12 - Tela de dados do setor ........................................................................ 84
Figura A.13 - Tela de cadastramento de risco ........................................................... 85
Figura A.14 - Tela de opção de riscos ....................................................................... 86
Figura A.15 - Caixa de informações .......................................................................... 87
Figura A.16 - Tela de informações do setor .............................................................. 87
Figura A.17 - Exemplo de relatório completo ............................................................ 90
Figura A.18 - Opção de relatório parcial .................................................................... 91
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - Normas Regulamentadoras do MTE ....................................................... 8
Tabela 3.1 - Quantidade de acidentes de trabalho, segundo Classificação Nacional
de Atividade Econômica – 2007-2010 ....................................................................... 13
Tabela 6.1 - Classificação de riscos MIL-STD882/2000 ............................................ 32
Tabela 6.2 - Tabela de classificação de riscos adequada ao Brasil .......................... 33
Tabela 6.3 - Nova classificação de riscos proposta por Mangili Junior e Rota Neto
(2009) ........................................................................................................................ 35
Tabela 6.4 - Classificação da dificuldade em se aplicar medidas preventivas .......... 37
Tabela 6.5 - Classificação da exposição ao risco ...................................................... 38
Tabela 6.6 - Matriz de probabilidades ....................................................................... 38
Tabela 6.7 - Matriz de níveis de risco ........................................................................ 39
Tabela 6.8 - Matriz magnitude de risco ..................................................................... 40
Tabela 6.9 - Níveis de risco e intervenção ................................................................ 41
Tabela 7.1 - Ficha de Análise Preliminar de Risco .................................................... 44
Tabela 7.2 - APR01 – Observações sobre Atividade 1: Assentamento de Tijolos .... 47
Tabela 7.3 - APR01 - Observações sobre Atividade 2: Chapisco de teto ................. 47
Tabela 7.4 - APR01 - Observações sobre Atividade 3: Chapisco de Parede ............ 48
Tabela 7.5 - APR01 - Observações sobre Atividade 4: Auxílio para chapisco sobre
parede ....................................................................................................................... 48
Tabela 7.6 - APR01 - Observações sobre Atividade 5: Confecção de armação de
ferro ........................................................................................................................... 49
Tabela 7.7 - APR01 - Condição dos equipamentos encontrados na obra ................. 49
xi
Tabela 7.8 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 - Assentamento de
Tijolos ........................................................................................................................ 51
Tabela 7.9- APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 - Chapisco de Teto .. 52
Tabela 7.10- APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 - Chapisco na Parede
.................................................................................................................................. 52
Tabela 7.11 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 - Auxílio de Chapisco
sobre Parede ............................................................................................................. 53
Tabela 7.12 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 5 - Confecção de
armação de ferro ....................................................................................................... 53
Tabela 7.13 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 - Assentamento de
Tijolos ........................................................................................................................ 54
Tabela 7.14 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 - Chapisco de Teto
.................................................................................................................................. 54
Tabela 7.15 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 - Chapisco na
Parede ....................................................................................................................... 55
Tabela 7.16- APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 - Auxílio de Chapisco
sobre Parede ............................................................................................................. 55
Tabela 7.17-APR01-Análise Preliminar de Risco: Confecção armação de ferro ....... 56
Tabela 7.18 - APR02 - Observações sobre Atividade 1: Dobra de chapas metálicas
.................................................................................................................................. 58
Tabela 7.19 - APR02 - Observações sobre Atividade 2: Prensa e furação chapas
metálicas ................................................................................................................... 59
Tabela 7.20 - APR02 - Observações sobre Atividade 3: Corte de chapa de aço ...... 59
Tabela 7.21 - APR02 - Observações sobre Atividade 4: Lixamento e pintura de vigas
I ................................................................................................................................. 60
xii
Tabela 7.22 - APR02 - Observações sobre Atividade 5: Corte de tubulação metálica
com policorte ............................................................................................................. 60
Tabela 7.23 – APR02 - Condição dos equipamentos encontrados no galpão da
Indústria Mecânica .................................................................................................... 61
Tabela 7.24 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 – Dobra de chapas
metálicas ................................................................................................................... 62
Tabela 7.25 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 – Prensa e furação
da chapa em Guilhotina ............................................................................................ 63
Tabela 7.26 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 – Corte de chapa de
aço ............................................................................................................................ 64
Tabela 7.27 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 – Lixamento e
pintura de viga I ......................................................................................................... 64
Tabela 28 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 5 – Corte de tubulação
metálica com policorte ............................................................................................... 65
Tabela 7.29 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 – Dobra de chapas
metálicas ................................................................................................................... 65
Tabela 7.30 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 – Prensa e furação
da chapa em Guilhotina ............................................................................................ 66
Tabela 7.31 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 – Corte de chapa de
aço ............................................................................................................................ 67
Tabela 7.32 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 – Lixamento e
pintura de viga I ......................................................................................................... 67
Tabela 7.33 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 5 – Corte de tubulação
metálica com policorte ............................................................................................... 68
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
APR – Análise Preliminar de Risco
PPRA – Programa de Prevenção de riscos Ambientais
OIT – Organização Internacional do Trabalho
OMS – Organização Mundial da Saúde
MTE – Ministério do Trabalho e Emprego
NR – Norma Regulamentadora
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
ONU – Organização das Nações Unidas
PIB – Produto Interno Bruto
INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social
CNAE – Classificação Nacional de Atividades Econômicas
MPAS – Ministério Previdência Social
AEAT – Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho
ASO – Atentado de Saúde Ocupacional
EPI – Equipamento de Proteção Individual
CA – Certificado de Aprovação
ASP – Active Server Pages
xiv
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................... ................................................................ 5
2.1 CONTEXTO EUROPEU .......................................................................................... 5
2.2 CONTEXTO BRASILEIRO ...................................................................................... 6
3. SEGURANÇA DO TRABALHO .......................... ......................................................... 11
4. GERENCIAMENTO DE RISCOS.................................................................................. 16
4.1 NATUREZA DOS RISCOS EMPRESARIAIS ............................................................. 17
4. 2 O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS ................................................ 18
4.3 FASES DO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS .................................. 20
4.3.1. FASE DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS ......................................................... 20
4.3.2. FASE DE ANÁLISE DE RISCOS ........................................................................ 21
4.3.3. FASE DE AVALIAÇÃO DE RISCOS ................................................................... 21
4.3.4. TRATAMENTO DOS RISCOS ............................................................................ 22
5. DEFINIÇÕES EM SEGURANÇA DO TRABALHO ............ ........................................... 24
5.1 RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................................... 25
5.2 RISCOS ERGONÔMICOS ......................................................................................... 26
5.3 RISCOS DE ACIDENTES .......................................................................................... 26
5.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI’S .......................................... 27
5.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC’S ........................................... 27
6. METODOLOGIA .................................... ....................................................................... 28
6.1 METODOLOGIA UTILIZADA HOJE E NOVA PROPOSTA ........................................ 30
6.1.1 Categorias ou Classes de Risco .......................................................................... 31
6.1.2 Níveis de Risco .................................................................................................... 36
7. COLETA DE DADOS E RESULTADOS ................... ....................................................... 43
xv
7.1 ANÁLISE PRELIMINAR APR01 – EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL .................. 45
7.2 ANÁLISE PRELIMINAR APR02 – INDÚSTRIA MECÂNICA E DE METAIS ............... 57
8. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 70
APÊNDICES ........................................................................................................................ 72
APÊNDICE A - DESCRIÇÃO DO SOFTWARE PES-APR10 ...... ..................................... 73
1
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a definição do dicionário Houaiss, a palavra risco
tem origem no verbete italiano rischio que tem a ver com a probabilidade de perigo,
com ameaça física para o homem ou para o meio ambiente. Expandindo esta
definição PORTO (2000) afirma que a noção de risco tem a ver com a possibilidade
de perda ou dano, ou como sinônimo de perigo. A palavra risco é utilizada em
muitas áreas e com vários significados, como a matemática, a economia, a
engenharia e o campo da saúde pública.
Adotando-se uma concepção de risco que abranja a do interesse à
saúde dos trabalhadores, o risco significa toda e qualquer possibilidade de que
algum elemento ou circunstância existente num dado processo e ambiente de
trabalho possa causar dano à saúde, seja através de acidentes, doenças ou do
sofrimento dos trabalhadores, ou ainda através da poluição ambiental. Os riscos
podem estar presentes na forma de substâncias químicas, agentes físicos e
mecânicos, agentes biológicos, inadequação ergonômica dos postos de trabalho ou,
ainda, em função das características da organização do trabalho e das práticas de
gerenciamento das empresas.
Historicamente, o conceito de risco nos locais de trabalho foi
inicialmente concebido como os riscos ocupacionais clássicos que geram
consequências mais diretas e visíveis, gerando os acidentes de trabalho e as
doenças diretamente relacionadas ao trabalho. Esta concepção foi influenciada por
áreas como a engenharia de segurança, higiene do trabalho, medicina do trabalho,
fisiologia do trabalho, toxicologia e epidemiologia.
Posteriormente os avanços de campos como a ergonomia e as
ciências do risco, outros conceitos foram desenvolvidos, como os de cargas de
trabalho ou exigências, que visa expressar os esforços físicos e mentais dos
trabalhadores ao realizarem uma atividade de trabalho, e o de falhas gerenciais, que
busca revelar como os problemas da organização e gerenciamento.
Deste modo, pode se dizer que os riscos não são apenas
consequências do ambiente físico, das máquinas, equipamentos, produtos e
substâncias, mas estão inseridos em processos de trabalho particulares, com
2
organizações do trabalho e formas de gerenciamento próprias, e sua análise deve
levar em conta o conjunto destes fatores.
Uma primeira abordagem possível dos riscos é considerar o homem
como vítima de um fluxo de energia (perigo) e procurar descrever e explicar os
fatores de risco. Tenta-se, então, categorizar os riscos (físicos, químicos, elétricos,
entre outros) e diminuir sua frequência ou interpor barreiras para neutralização dos
mesmos. Nesse caso, a gestão de riscos vai consistir em fazer reconhecimento e
avaliação para detectá-los e desenvolver ação técnica ou prescritiva para evitá-los
ou controlá-los. Assim, a atividade torna-se, então, um dos elementos da
compreensão e da gestão de riscos.
Neste contexto insere-se a Análise Preliminar de Riscos, também
conhecida por APR. Conforme afirmado por PORTO (2000), a APR consiste no
gerenciamento de riscos, além do reconhecimento e monitoramento permanente das
situações de risco, no controle e melhoria contínua dos elementos do processo de
trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores. Dentre os objetivos
do gerenciamento de riscos propostos pela análise preliminar de riscos (APR), pode-
se citar:
• O aumento da confiabilidade de máquinas, equipamentos e uma
organização do trabalho adequada que capacite e fortaleça os trabalhadores ao
lidarem com as situações de risco;
• O monitoramento da exposição aos riscos sobre o ambiente ou
sobre os próprios trabalhadores;
• Destinação adequada e racional de investimentos para
neutralização dos mesmos.
A análise de riscos nos locais de trabalho não é um mero
instrumento burocrático: é um processo contínuo e não substitui as exigências legais
que obrigam as empresas a adotarem mecanismos de proteção à saúde dos
trabalhadores. A análise de riscos nos locais de trabalho deve se pautar também nas
normas e leis existentes. No caso brasileiro, a Portaria SSST N° 25 de 29 de
dezembro de 1994, que estabelece a Norma Regulamentadora N° 9, do Ministério
do Trabalho e Emprego instituiu as diretrizes a serem seguidas pelas empresas em
3
relação à implementação de Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA).
A concepção moderna de análise e gerenciamento de riscos
encontra-se bastante distante da prática de muitas empresas brasileiras. Em muitas,
espera-se a ocorrência de tragédias como acidentes e doenças graves para se
tomar alguma atitude.
A APR é realizada mediante a listagem dos perigos associados aos
elementos do sistema, cada perigo é identificado, as causas em potencial, os efeitos
e a gravidade dos acidentes, bem como as possíveis medidas corretivas ou
preventivas, são também descritas. A estrutura deste tipo de análise segue os
seguintes passos básicos:
• Reunir os dados necessários;
• Efetuar a análise preliminar de riscos;
• Registrar os resultados.
Ao se efetuar a análise preliminar de riscos deve-se identificar os
perigos, eventos iniciadores em potencial, e outros eventos capazes de gerar
consequências indesejáveis. É necessário identificar os critérios de projeto ou
alternativas com possibilidades de eliminar ou reduzir os perigos capazes de
determinar um nível de riscos excessivamente elevado para o empreendimento.
Na análise, os seguintes elementos necessitam ser considerados:
1) Equipamentos e materiais perigosos;
2) Interfaces entre equipamentos e substâncias da planta
associadas à segurança;
3) Fatores ambientais susceptíveis de influenciar o equipamento e
os materiais;
4) Importância dos erros humanos;
5) Elementos de apoio das instalações;
6) Equipamentos relacionados com a segurança.
Nas análises de risco, limiares de tolerância devem ser definidos
para riscos menores, aqueles que podem ser negligenciáveis. Já os riscos
4
considerados não aceitáveis precisam ser controlados, impedidos ou proteções
precisam ser desenvolvidas contra as suas consequências.
Entre as principais vantagens da APR pode-se destacar a
identificação de riscos com antecedência e conscientização dos perigos em
potencial por parte da equipe de projeto e desenvolvimento de diretrizes e critérios
para a segurança equipe. Tendo em vista a importância da APR na prevenção de
acidentes, segue abaixo a justificativa e os objetivos do trabalho em questão:
Justificativas:
Após exposto todo o desenvolvimento da atividade do
gerenciamento de riscos via APR (Análise Preliminar de Riscos) e também da
diversidade de atividades a qual o mercado de trabalho comporta, torna-se
necessário automatizar as análises de risco por meio de softwares. Este trabalho
vem de encontro com esta necessidade, uma vez que propõe a comparação entre o
método de classificação de riscos existente e um novo método de classificação de
riscos, que propõe a diminuição das ambiguidades existentes quando uma atividade
é avaliada por diferentes observadores. Esta nova metodologia, caso obtenha
sucesso na diminuição das ambiguidades de julgamento poderá ser utilizada como
ferramenta para implementação de softwares para análise preliminar de risco.
Objetivos específicos:
Realizar a comparação entre o método de classificação de riscos
existentes e o método de classificação de riscos proposto por Mangili Junior e Rota
Neto (2009). A comparação será realizada através da aplicação de APR em campo,
com avaliadores diferentes para as mesmas atividades, e após a coleta de dados
será realizada a verificação dos dados de maneira a se comprovar se o novo método
de classificação de riscos diminui a ambiguidade entre a classificação de riscos
realizada por diferentes avaliadores.
Objetivos secundários:
Realizar a avaliação do software PES-APR2010, de maneira a
comprovar se as análises e relatórios emitidos por este software são condizentes
com as atividades avaliadas.
5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Registros históricos remontam os temas de segurança do trabalho
desde os primórdios das civilizações clássicas. De acordo com De Cicco e Fantazini
(1979), os relatos mais antigos que se tem notícia são de Hipócrates, que no séc. IV
A.C. já conhecia os efeitos do envenenamento por chumbo. No século primeiro,
Plínio e Galeno já faziam referência ao envenenamento decorrente do trabalho com
enxofre, zinco e vapores ácidos.
Portanto o tema “Segurança do Trabalho” já é discutido por longo
tempo na sociedade. Sendo às vezes de maior ou menor influência em diferentes
épocas. Deste modo, de acordo Mangili Junior e Rota Neto (2009), de uma maneira
homogênea, até a Revolução Francesa a segurança fazia parte das “regras da arte”,
que eram ensinadas pelas “corporações das artes e ofícios”.
2.1 CONTEXTO EUROPEU
A partir da revolução francesa o cenário muda e, conforme Cartes
Omar (2006), o capitalismo se desenvolve com toda a sua força criando a sua
própria revolução: a revolução industrial que significou um fabuloso aumento da
produção material e do rendimento do trabalho. Este auge da riqueza social não
significou a mesma porcentagem de melhoramento material para os trabalhadores.
A nova realidade mostrou uma acumulação de riquezas em um extremo e muita
miséria no outro, com jornadas de trabalho que chegavam a 18 horas diárias na
França de 1840.
As duras condições de trabalho e gigantescas cargas horárias em
que os trabalhadores eram submetidos perduraram até meados de 1919, ano de
criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em sua carta constitutiva a
recém-criada instituição previa a obrigação de todos os países signatários da
Organização, a inclusão em suas respectivas constituições a obrigação dos serviços
de inspeção das condições de trabalho.
6
2.2 CONTEXTO BRASILEIRO
De acordo com Vasconcelos (2010), apenas na década de 40
começaram a surgir leis que abordavam problemas relacionados à segurança do
trabalho. Com a aprovação do Decreto-Lei N° 5452, d e 01 de maio de 1943, em
vigência até os dias atuais, foi aprovada a consolidação das leis do trabalho, tendo
em seu conteúdo as preconizações sobre segurança e proteção no trabalho. Neste
sentido, a primeira grande reformulação que ocorreu no Brasil sobre este assunto foi
em 1967, quando se destacou a necessidade de organização das empresas com a
criação da SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho).
No ano de 1966, em meio ao Congresso Nacional de Prevenção de
Acidentes foi oficializada a criação da Fundacentro, quando na época crescia a
preocupação entre governo e sociedade a respeito dos altos índices de acidentes e
doenças do trabalho. Hoje, a Fundacentro é designada como centro colaborador da
Organização Mundial da Saúde (OMS), além de ser colaboradora da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) (Fundacentro, 2009).
As primeiras recomendações sobre segurança laboral e suas
responsabilidades, que foram realmente pautadas em normas regulamentadoras,
surgiram apenas através da Lei N° 6514, de 22 de de zembro de 1977, que
promoveu algumas modificações no Decreto-Lei N° 541 2. As citadas normas foram
aprovadas em 08 de junho do ano seguinte, pela Portaria N° 3214. Estas normas
compreendiam os mais variados ramos econômicos do Brasil sendo, portanto seu
lançamento um marco importante na história da legislação trabalhista brasileira e um
significativo avanço no que diz respeito a segurança e medicina ocupacional.
Já no final da década de 80, visando regulamentar o setor rural, na
época um dos setores cujas relações laborais mais sofriam com a falta de segurança
e mínimas condições de saúde do trabalhador, a Portaria N° 3067 de 12 de abril de
1988 aprova as Normas Regulamentadoras Rurais, as quais se encontram
revogadas desde 15 de abril de 2008.
O começo da década de 90 entra em vigor o Decreto Legislativo N°
2, de 17 de março de 1992, que aprova a Convenção 155, da Organização
7
Internacional do Trabalho, sobre o meio ambiente, a saúde e a segurança de
trabalho.
Em conclusão ao histórico exposto, a questão de gerenciamento e
análise de riscos é abordada firmemente pela atual legislação trabalhista do Brasil,
que determina métodos, parâmetros e procedimentos a serem adotados e seguidos
como requisitos fundamentais para o atendimento às boas práticas de segurança e
saúde do trabalhador. Tais procedimentos e métodos, caso não cumpridos
certamente podem gerar reflexos na esfera administrativa e judicial, através das
responsabilidades trabalhistas, civis e criminais para empregadores, empregados,
subempreiteiros ou terceirizados.
Além do atendimento às imposições das normas brasileiras, quer por
conscientização quer por obrigatoriedade, a utilização de normas e padrões
internacionais, ou de outros países se justifica quando suas preconizações atendem
às imposições das normas brasileiras e, adicionalmente, apresentam um incremento
positivo em prol da saúde e segurança do trabalhador e proteção de bens materiais
(SILVA, 2009).
No Brasil, a instituição responsável por regulamentar as normas
técnicas de segurança e condições de trabalho é o Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE). Deste modo, o MTE publicou as Normas Regulamentadoras,
também conhecidas como NR’s, que tem a função de regulamentar e fornecer
orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e medicina
do trabalho no Brasil. Estas Normas Regulamentadoras estão contidas no Capítulo
V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativas à Segurança e
Medicina do Trabalho e foram aprovadas pela Portaria N.° 3.214, 08 de junho de
1978. São de observância obrigatória por todas as empresas brasileiras regidas pela
(CLT).
Conforme verificado no sitio eletrônico do TEM, atualmente existem
34 Normas Regulamentadoras. A modificação das NR’s é um processo dinâmico
necessitando um acompanhamento das partes interessadas. A elaboração e
modificação das NR’s são conduzidas por uma comissão tripartite composta por
representantes do governo, empregadores e empregados, sendo estas modificações
oficializadas por meio de Portarias expedidas pelo MTE.
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As NR’s, relativas à segurança e saúde ocupacional, são de
observância obrigatória para qualquer empresa ou instituição que tem empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, incluindo empresas privadas
e públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário.
Devido à importância, segue abaixo uma tabela que relaciona as 34
NR’s com os assuntos tratados:
Tabela 2.1 - Normas Regulamentadoras do MTE
Relação das Normas Regulamentadoras do MTE
NR Título
1 Disposições Gerais
2 Inspeção Prévia
3 Embargo ou Interdição
4 Serviços Especializados em Emg. De Segurança e em Medicina do Trabalho
5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
6 Equipamentos de Proteção Indvidual – EPI
7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
8 Edificações
9 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
13 Caldeiras e Vasos de Pressão
14 Fornos
15 Atividades e Operações Insalubres
16 Atividades e Operações Perigosas
17 Ergonomia
18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
19 Explosivos
20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
21 Trabalho a Céu Aberto
22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
23 Proteção Contra Incêndios
9
Relação das Normas Regulamentadoras do MTE
NR Título
24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
25 Resíduos Industriais
26 Sinalização de Segurança
27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB
28 Fiscalização e Penalidades
29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval.
Fonte: www.mte.gov.br
Dentre todas as Normas Regulamentadoras citadas, uma merece
especial destaque, a NR-12. Pelo fato dela abordar o tema Segurança no Trabalho
em Máquinas e Equipamentos, ela será muito útil neste trabalho, pois durante a
etapa de aplicação das Análises Preliminares de Risco, diversos conceitos
apontados nesta NR serão utilizados, devido a frequência com que se observou a
interação homem – máquina nas empresas estudadas.
A última atualização da NR-12 foi publicada em 24 de dezembro de
2010. E, conforme publicado no sítio eletrônico do Ministério do Trabalho em
Emprego a primeira diferença que se nota entre a versão anterior e a atualizada é
que esta última aborda as máquinas dentro de um contexto de projeto e de utilização
das máquinas, estabelecendo referências técnicas e princípios fundamentais.
Devido à existência de vários regulamentos que visam atender à crescente entrada
nos ambientes de trabalho de novas máquinas, com dispositivos sofisticados,
utilizando inclusive sistemas computacionais, surge a necessidade de observância
aos manuais desses equipamentos e à operação por trabalhador qualificado ou
capacitado, que deve receber treinamento obrigatório por parte da empresa, sem
ônus para o trabalhador.
10
Outra importante mudança inserida nesta Norma Regulamentadora
N° 12 é a ênfase sugerida na organização do trabalh o como o foco onde devam ser
adotadas medidas de segurança, para em seguida serem adotadas medidas de
proteção individual.
Outro ponto que merece destaque na última versão da norma em
discussão é a utilização do conceito de falha segura. Em resumo, falha segura é o
conceito que vem sendo utilizado nos últimos tempos e significa que se o sistema
construído falha, qualquer que seja ele, sempre deverá haver uma situação segura,
que não coloque em risco usuários e o sistema. Este conceito é oriundo dos
sistemas metroferroviários, no qual, para a ferrovia, o estado seguro é aquele no
qual todos os trens estão parados. Se tal estado existir, o sistema pode ser
projetado para entrar nesta condição quando ocorrerem falhas.
Finalmente, o levantamento bibliográfico deste capítulo apresenta
uma compilação histórica sobre o tema Segurança do Trabalho, e traz à luz as
referências de alguns estudos relevantes para o desenvolvimento deste trabalho.
11
3. SEGURANÇA DO TRABALHO
Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), órgão
ligado a Organizações das Nações Unidas (ONU), a cada quinze segundos um
trabalhador morre por acidente e doença relacionada ao trabalho, e outros 160
sofrem algum tipo de acidente relacionado ao trabalho, no mundo.
Nas Diretrizes Práticas da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), há referências que, nos dias de hoje, o progresso tecnológico e as profundas
pressões competitivas dão origem a rápidas mudanças nas condições de trabalho,
nos processos de trabalho e na organização do mesmo.
Refere, também, que a proteção dos trabalhadores contra as
enfermidades, doenças e lesões relacionadas com o trabalho fazem parte da missão
histórica da OIT, salientando a importância que o trabalho seguro representa para a
produtividade e crescimento econômico.
Esta mesma instituição, estima que o custo direto e indireto de
acidentes e doenças do trabalho possa chegar a 4% do Produto Interno Bruto (PIB)
do mundo, ou seja, US$ 2,48 trilhões. Essa quantia equivale a mais de 20 vezes os
investimentos globais de assistência de desenvolvimento oficial.
Para deixar mais explicita a situação e a quantidade de acidentes de
trabalho que ocorrem no Brasil, o sitio eletrônico do Ministério da Previdência Social
informa que no ano de 2009 foram registrados 723.452 acidentes e doenças do
trabalho, entre os trabalhadores assegurados da Previdência Social. Este número
não inclui os trabalhadores autônomos (contribuintes individuais) e as empregadas
domésticas, sendo, portanto, o número real ainda maior. Estes eventos provocam
enorme impacto social, econômico e sobre a saúde pública no Brasil. Entre esses
registros contabilizou-se 17.693 doenças relacionadas ao trabalho, e parte destes
acidentes e doenças tiveram como consequência o afastamento das atividades de
623.026 trabalhadores devido à incapacidade temporária (302.648 até 15 dias e
320.378 com tempo de afastamento superior a 15 dias), 13.047 trabalhadores por
incapacidade permanente, e o óbito de 2.496 cidadãos.
Ainda de acordo com dados do Ministério da Previdência Social, em
2009, ocorreu cerca de 1 morte a cada 3,5 horas, motivada pelo risco decorrente
12
dos fatores ambientais do trabalho e ainda cerca de 83 acidentes e doenças do
trabalho reconhecidos a cada 1 hora na jornada diária. Em 2009 observa-se uma
média de 43 trabalhadores/dia que não mais retornaram ao trabalho devido à
invalidez ou morte. (http://www.previdenciasocial.gov.br)
Considerando-se exclusivamente o pagamento, pelo INSS, dos
benefícios devido a acidentes e doenças do trabalho somado ao pagamento das
aposentadorias especiais decorrentes das condições ambientais do trabalho em
2009, encontra-se um valor da ordem de R$ 14,20 bilhões/ano. Adicionando-se
despesas como o custo operacional do INSS mais as despesas na área da saúde e
afins o custo - Brasil atinge valor da ordem de R$ 56,80 bilhões (Fonte: Previsão
MPS). A dimensão dessas cifras apresenta a premência na adoção de políticas
públicas voltadas à prevenção e proteção contra os riscos relativos às atividades
laborais. Muito além dos valores pagos, a quantidade de casos, assim como a
gravidade geralmente apresentada como consequência dos acidentes do trabalho e
doenças profissionais, ratificam a necessidade emergencial de construção de
políticas públicas e implementação de ações para alterar esse cenário.
De maneira a apresentar o quadro evolutivo dos acidentes de
trabalho nos últimos anos no Brasil, a tabela 3.2 que relaciona a quantidade de
acidentes de trabalho, durante os anos de 2007, 2008 e 2009.
13
Tabela 3.2 - Quantidade de acidentes de trabalho, segundo Classificação Nacional de Atividade Econômica - 2007 à 2010
Ramo de Ativitade
CNAE
QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO
Total
Com CAT Registrada Sem CAT Registrada Total
Motivo
Típico Trajeto Doença do Trabalho
2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009
TOTAL 659.523 755.980 723.452 518.415 551.023 528.279 417.036 441.925 421.141 79.005 88.742 89.445 22.374 20.356 17.693 141.108 204.957 195.173
Indú
stria
mec
ânic
a e
de m
etai
s
2421 17 94 161 17 91 154 15 90 144 2 1 8 – – 2 – 3 7
2422 791 742 874 747 674 801 584 547 522 159 125 109 4 2 170 44 68 73
2423 1.506 1.250 995 1.434 1.178 913 1.234 1.024 779 117 98 83 83 56 51 72 72 82
2424 744 718 508 673 653 452 603 584 412 50 45 31 20 24 9 71 65 56
2511 2.247 3.087 2.508 1.990 2.572 2.030 1.829 2.302 1.783 124 206 207 37 64 40 257 515 478
2512 1.155 1.415 1.377 961 1.092 1.064 849 942 908 90 127 137 22 23 19 194 323 313
2521 415 528 448 359 412 366 322 377 332 27 33 33 10 2 1 56 116 82
2531 385 387 294 343 324 237 278 290 203 24 20 22 41 14 12 42 63 57
2532 1.745 2.028 1.750 1.505 1.676 1.514 1.320 1.439 1.281 114 158 160 71 79 73 240 352 236
2539 1.471 2.037 1.543 1.249 1.628 1.186 1.027 1.382 984 152 188 148 70 58 54 222 409 357
2542 819 1.146 1.033 691 890 803 594 774 687 72 89 93 25 27 23 128 256 230
3311 76 114 87 62 79 64 48 66 54 5 7 6 9 6 4 14 35 23
3314 1.359 1.692 1.270 1.123 1.368 1.033 958 1.118 827 122 215 189 43 35 17 236 324 237
3321 67 124 205 45 85 149 31 72 131 14 11 17 – 2 1 22 39 56
3329 133 148 182 108 119 124 77 87 95 28 31 26 3 1 3 25 29 58
SUBTOTAL 12.930 15.510 13.235 11.307 12.841 10.890 9.769 11.094 9.142 1.100 1.354 1.269 438 393 479 1.623 2.669 2.345
Ser
viço
s de
ene
rgia
el
étric
a
3511 968 1.016 1.051 933 955 977 751 740 790 167 169 158 15 46 29 35 61 74
3512 344 294 290 312 247 251 242 174 187 59 55 52 11 18 12 32 47 39
3513 1 4 13 1 3 12 1 3 12 – – – – – – – 1 1
3514 1.991 1.893 1.828 1.817 1.696 1.614 1.349 1.238 1.148 336 346 392 132 112 74 174 197 214
4221 4.617 4.986 4.819 4.179 4.213 4.019 3.456 3.742 3.536 490 397 438 233 74 45 438 773 800
4321 996 1.444 1.508 817 1.038 1.111 659 820 824 144 210 268 14 8 19 179 406 397
SUBTOTAL 8.917 9.637 9.509 8.059 8.152 7.984 6.458 6.717 6.497 1.196 1.177 1.308 405 258 179 858 1.485 1.525
Con
stru
ção
civi
l
4110 1.118 1.701 2.236 943 1.400 1.938 822 1.237 1.716 94 127 190 27 36 32 175 301 298
4120 13.622 19.190 19.131 10.571 13.110 13.426 8.968 11.167 11.366 1.251 1.593 1.744 352 350 316 3.051 6.080 5.705
4311 65 86 101 44 56 69 35 52 59 7 2 8 2 2 2 21 30 32
4312 118 229 270 102 192 213 94 178 178 6 11 26 2 3 9 16 37 57
4313 896 1.179 1.276 689 802 918 565 667 724 91 107 124 33 28 70 207 377 358
4319 31 44 62 25 30 48 21 19 42 4 11 6 – – – 6 14 14
4330 1.419 1.976 2.194 1.000 1.310 1.597 776 1.088 1.299 166 176 236 58 46 62 419 666 597
4391 568 1.089 837 484 920 694 406 814 643 43 48 40 35 58 11 84 169 143
4399 802 1.915 2.456 609 1.090 1.547 513 922 1.322 66 137 179 30 31 46 193 825 909
SUBTOTAL 18.639 27.409 28.563 14.467 18.910 20.450 12.200 16.144 17.349 1.728 2.212 2.553 539 554 548 4.172 8.499 8.113
14
A tabela 3.2 reflete a quantidade de acidentes de trabalho, por situação,
registro e motivo, segundo a CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas). Este
quadro foi retirado do sítio eletrônico do Ministério da Previdência Social (MPAS), que
publica ao final de cada ano, um estudo com os números de acidentes de trabalho incluindo
todos os acidentes de trabalho registrados no ano anterior. Este estudo é chamado de
Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho, AEAT. Por este motivo, não foi possível obter
dados seguros sobre acidentes de trabalho a partir de 2010, haja vista que apenas em
dezembro de 2011 será lançada a compilação dos dados de 2010.
Devido a grande quantidade de dados e de atividades econômicas que o
AEAT abrange, a tabela original foi reduzida, de modo a conter apenas as atividades
econômicas relacionadas exercidas pelas empresas que foram submetidas à Análise
Preliminar de risco existente neste estudo.
Conforme exposto por Carvalho (2006), a Organização Mundial da Saúde
(OMS) definiu o conceito de segurança e saúde no trabalho como o ato ou conjunto de
ações que visam promover e manter um elevado grau de bem estar físico, mental e social
dos trabalhadores em todas as suas atividades, impedir qualquer dano causado pelas
condições de trabalho e proteger contra riscos resultantes de agentes prejudiciais à saúde.
Este mesmo conceito foi adotado pela OIT objetivando a diminuição das estatísticas
apresentadas no início deste tópico.
De acordo com Alevato (1999 apud QUELHAS et al., 2003) constitui um
dever da alta administração das empresas proporcionar um ambiente de trabalho seguro e
saudável. Além disso, observa-se que cada vez mais se intensificam as preocupações do
governo, das organizações não-governamentais e dos sindicatos em melhorar a segurança,
a saúde e as condições do ambiente de trabalho.
Neste contexto, inserem-se as boas práticas de segurança e higiene
ocupacional, na tentativa de evitar acidentes e garantir a saúde dos trabalhadores. Segundo
Quelhas et al. (2003), as boas práticas de segurança estão intimamente relacionadas com a
melhoria nas condições de trabalho e a indiferença ou subestimação dos riscos em ambiente
de trabalho criam situações propícias a ocorrência de acidentes.
O presente capítulo procurou fornecer dados estatísticos sobre o tema
Acidentes de Trabalho, de maneira a deixar bem claro a importância de se atuar na
15
prevenção de acidentes. A análise de risco é uma das ferramentas que o corpo técnico da
empresas possuem de maneira a diminuir os riscos das atividades bem como eliminá-los. O
próximo capítulo traz a luz alguns conceitos de gerenciamento de riscos que ajudarão na
compreensão dos próximos capítulos deste trabalho.
16
4. GERENCIAMENTO DE RISCOS
A gerência de riscos pode ser definida como a ciência, que visa a proteção
dos recursos humanos, materiais e financeiros de uma empresa, no que se refere à
eliminação, redução ou ainda financiamento dos riscos, caso seja economicamente viável.
Este estudo teve seu início nos EUA e alguns países da Europa, logo após a
Segunda Guerra Mundial, quando começou-se a estudar a possibilidade de redução de
prêmios de seguros e a necessidade de proteção da empresa frente a riscos de acidentes.
Na verdade, falando-se na consciência do risco e convivência com ele, vê-se que a gerência
de riscos é tão antiga quanto o próprio homem. O homem, desde sempre esteve envolvido
com riscos e decisões quanto ao mesmo.
O que ocorreu desta época até o surgimento da gerência de riscos, é que os
americanos e europeus aglutinaram o que já se vinha fazendo de forma independente, em
um conjunto de teorias lógicas e objetivas, dando-lhe o nome de Risk Management.
Sob a visão de MARTÍNEZ (1994) "dirigir estrategicamente os riscos supõe
que estes vão ser considerados como parte da competitividade empresarial". O mesmo autor
afirma ainda que é papel do gerente de riscos melhorar a competitividade empresarial
através da direção do risco, mantendo a potencialidade e capacidade empresarial de gerar
benefícios no futuro.
Por outro lado, para que o gerenciamento de riscos seja realmente eficaz,
não é suficiente apenas o gerente de riscos estar engajado no programa. As noções de
qualidade e segurança estão estritamente relacionadas. A gerência de riscos deve fazer
parte da cultura interna da empresa e ser integrada a todos os níveis. O gerente de riscos e
a equipe que os gestiona devem, isto sim, funcionar como catalizadores das atuações da
empresa frente aos riscos.
Como afirma SETTEMBRINO (1994), o gerente de riscos não pode ver tudo,
fazer tudo e saber tudo. Por este motivo, seu principal objetivo deve consistir em
desenvolver uma consciência do risco, de maneira que todos se comportem com sentimento
de responsabilidade. O gerente de riscos deve trabalhar com as pessoas encarregadas da
segurança e também com os auditores internos, para localizar os riscos derivados de
17
qualquer disfunção organizacional, onde a visão global da empresa e experiência permitem
um entendimento mais fácil dos problemas.
Apesar da gerência de riscos não ser ainda uma prática constante nas
organizações brasileiras, acredita-se que o gerenciamento de riscos não onera o balanço
final das organizações, e as despesas por ele incorridas não podem ser comparadas aos
benefícios que a empresa terá, tanto no tocante à otimização de custos de seguros como na
maior proteção dos recursos humanos, materiais, financeiros e ambientais. Com o
gerenciamento de riscos é possível a otimização dos resultados do próprio desenvolvimento
tecnológico, a partir da redução dos riscos apresentados pelas atividades surgidas na
moderna sociedade.
4.1 NATUREZA DOS RISCOS EMPRESARIAIS É importante que antes de qualquer estudo de gerenciamento de riscos, se
conheça os tipos de riscos a que uma empresa está sujeita. Quanto à natureza dos riscos
empresariais, seguindo-se a descrição feita por DE CICCO e FANTAZZINI (1994a) os riscos
podem ser classificados conforme o esquema da figura 4.3.
Figura 4.1 - Natureza dos riscos empresariais
A diferença entre os dois tipos básicos de risco: especulativo (ou dinâmicos)
e puros (ou estáticos), é o fato de que o primeiro envolve uma possibilidade de ganho ou
18
uma chance de perda, enquanto que o segundo envolve somente uma chance de perda,
sem nenhuma possibilidade de ganho ou de lucro.
É comum considerar-se que a gerência de riscos trabalhe somente com a
prevenção e financiamento dos riscos puros, porém, muitas das técnicas podem ser com
igual sucesso, aplicadas aos riscos especulativos.
4.2 O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS No processo de gerenciamento de riscos, o estabelecimento das etapas ou
fases a serem seguidas, não é unanime entre os autores. Este fato deve-se à forte ligação
entre cada passo do processo, sendo que, embora não haja um consenso quanto ao
estabelecimento das etapas, todos os autores mantêm a mesma coerência em suas
abordagens.
SELL (1995), divide o processo de gerenciamento de riscos em quatro fases:
análise e avaliação dos riscos, identificação das alternativas de ação, elaboração da política
de riscos e a execução e controle das medidas de segurança adotadas. Na primeira fase
procura-se reconhecer e avaliar os potenciais de perturbação dos riscos; com a identificação
das alternativas de ação ocorre a decisão quanto a evitar, reduzir, transferir ou assumir os
riscos identificados; na fase de elaboração da política de riscos, estabelecem-se os objetivos
e programas de prevenção. asseguramento e financiamento dos riscos; a última fase trata
da execução das etapas anteriores e seu controle.
A figura 4.2. representa resumidamente o enfoque metodológico do
processo de gerenciamento de riscos apresentado por ESTEVES (198-?).
De acordo com este autor, com o balizamento, definição do sistema e a
etapa de identificação de perigos faz-se o reconhecimento do sistema e dos perigos
inerentes. Reconhecido o sistema é possível, em etapas posteriores, analisar e avaliar os
riscos presentes, possibilitando a tomada de decisão quanto à mudança ou não dos
procedimentos de segurança existentes.
DE CICCO e FANTAZZINI (1994a) e OLIVEIRA (1991), dividem o
gerenciamento de riscos nas etapas: identificação, análise, avaliação e tratamento dos
riscos, como caracterizado e desmembrado na figura 4.3
19
A descrição do processo de gerenciamento de riscos, bem como das
técnicas inerentes a cada etapa, serão abordados e descritos no item 4.2 a seguir, conforme
o enfoque representado na figura 4.3:
Figura 4.2 - Fases do gerenciamento de riscos (Esteves, 198-?)
20
Figura 4.3 - Fases típicas do processo de gerenciamento de riscos
4.3 FASES DO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
4.3.1. FASE DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS De acordo com OLIVEIRA (1991), de um modo geral, todas as técnicas de
análise e avaliação de riscos passam antes da fase principal por uma fase de identificação
de perigos.
Como fase de identificação de perigos podemos entender as atividades nas
quais procuram-se situações, combinações de situações e estados de um sistema que
possam levar a um evento indesejável.
Deste modo, a grande maioria das diversas técnicas para "identificar
perigos" é de domínio da segurança tradicional, como por exemplo:- experiência vivida;-
reuniões de segurança, reuniões da CIPA;- listas de verificações;- inspeções de campo de
todo os tipos;- relato, análise e divulgação de acidentes e quase acidentes (pessoais e não-
pessoais);- exame de fluxogramas de todos os tipos, inclusive o de blocos;- análise de
tarefas;- experiências de bancada e de campo.
21
Como contribuição à fase de identificação de perigos dentro de uma visão
mais moderna, podemos acrescentar às antigas técnicas tradicionais a Técnica What-If e a
Técnica de Incidentes Críticos (TIC).
4.3.2. FASE DE ANÁLISE DE RISCOS A fase de análise de riscos consiste no exame e detalhamento dos perigos
identificados na fase anterior, com o intuito de descobrir as causas e as possíveis
consequências caso os acidentes aconteçam.
A análise de riscos é qualitativa, cujo objetivo final é propor medidas que
eliminem o perigo ou, no mínimo, reduzam a frequência e consequências dos possíveis
acidentes se os mesmos forem inevitáveis.
Enfatizando a importância desta fase, FARBER (1992), recomenda sua
aplicação antes de qualquer avaliação quantitativa, visto que, por serem as técnicas
qualitativas, as mesmas apresentam uma relativa facilidade de execução, não necessitando
a utilização de recursos adicionais como softwares e cálculos matemáticos.
Dentre as técnicas mais utilizadas durante esta fase podemos citar: Análise
Preliminar de Riscos (APR), Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE) e a Análise de
Operabilidade de Perigos (HAZOP).
4.3.3. FASE DE AVALIAÇÃO DE RISCOS De acordo com HAMMER (1993), o risco pode ser definido de diversas
maneiras, porém, com uma consideração comum a todas elas: a probabilidade de
ocorrência de um evento adverso.
Na terceira fase, de avaliação de riscos, o que se procura é quantificar um
evento gerador de possíveis acidentes. Assim, o risco identificado é através de duas
variáveis: a frequência ou probabilidade do evento e as possíveis consequências expressas
em danos pessoais, materiais ou financeiros. Contudo, estas variáveis nem sempre são de
fácil quantificação. Esta dificuldade faz com que, em algumas situações, se proceda a uma
análise qualitativa do risco.
22
Desta forma, temos dois tipos de avaliação da frequência e consequência
dos eventos indesejáveis: a qualitativa e a quantitativa, alertando-se apenas para o fato que
ao proceder a avaliação qualitativa estamos avaliando o perigo e não o risco.
A avaliação qualitativa pode ser realizada através da aplicação das
categorias de risco segundo a norma americana MIL-STD-882, que é uma estimativa
grosseira do risco presente.
4.3.4. TRATAMENTO DOS RISCOS Após devidamente identificados, analisados e avaliados os riscos, o
processo de gerenciamento de riscos é complementado pela etapa de tratamento dos riscos.
Esta fase contempla a tomada de decisão quanto à eliminação, redução, retenção ou
transferência dos riscos detectados nas etapas anteriores.
A decisão quanto à eliminação ou redução diz respeito às estratégias
prevencionistas da empresa e não se trata do financiamento dos riscos, mas sim, da
realimentação e feedback das etapas anteriores.
O financiamento trata efetivamente da retenção através do auto-seguro e
auto-adoção, que são planos financeiros da própria empresa para enfrentar as perdas
acidentais, e da transferência dos riscos a terceiros.
O auto-seguro difere da auto-adoção pelo primeiro exigir um grau definido de
planejamento e a constituição de um fundo financeiro de reserva para as perdas. Caso não
exista um planejamento financeiro bem definido para a absorção das perdas, a empresa
estará adotando a auto-adoção e não o auto-seguro, o que ocorre comumente na prática.
A última modalidade de financiamento de riscos, a transferência a terceiros,
pode ser realizada de duas formas: sem seguro ou através do seguro. A transferência sem
seguro é aquela realizada através de contratos, acordos e outras ações, onde ficam bem
definidas as responsabilidades, garantias e obrigações de cada uma das partes. A
transferência através de seguro é o método mais comum para a transferência dos riscos
puros e, em alguns casos, dos especulativos. A administração de seguros, muito em moda
atualmente, se inicia efetivamente a partir da transferência dos riscos através do seguro.
23
Independente das diferenças entre as formas de tratamento de riscos, as
empresas, normalmente, não optam por apenas uma modalidade de financiamento. A
empresa pode decidir assumir as perdas de certo tipo, assumir somente perdas até
determinado valor e transferindo ao seguro o excedente e ainda, estabelecer fundos de
reserva antes ou depois da ocorrência das perdas.
No contexto de gerenciamento de riscos, este trabalho concentra na etapa
análise de riscos. No próximo capítulo serão introduzidos alguns conceitos de segurança do
trabalho que permitirá ao leitor adquirir conhecimentos indispensáveis para o seguimento
deste trabalho.
24
5. DEFINIÇÕES EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Inicialmente, dentro da Gestão da Segurança e Higiene do Trabalho e
Elementos de um Sistema de Segurança e Higiene do Trabalho, cabe apresentar as
principais definições de alguns termos já apresentados em capítulos anteriores, que serão
recorrentes ao longo deste trabalho, e outros tantos que se apresentarão a partir de agora.
SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO: conjunto de atividades de
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos de acidentes de trabalho (lesões físicas) e à
saúde do trabalhador (prevenção de doenças ocupacionais).
ACIDENTE DE TRABALHO: ocorrência fortuita que atinge o trabalhador nas
relações de trabalho com sua consequente lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
processo laboral.
DOENÇA OCUPACIONAL: moléstia adquirida ou desencadeada em
decorrência do exercício de trabalho peculiar à determinada atividade ou de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.
ACIDENTE POSTULADO: acidente considerado possível de ocorrer para
cuja prevenção se estabelecem condições de segurança, capazes de impedir e/ou minimizar
eventuais consequências.
INCIDENTE CRÍTICO: evento ou fato negativo que possui potencialidade de
ocasionar danos, seja ao trabalhador, seja a máquinas ou equipamentos.
ATO INSEGURO: comportamento inadequado de uma pessoa em seu
trabalho, que possui potencialidade de levar ao acidente de trabalho ou ao incidente crítico.
CONDIÇÃO INSEGURA: fator tendente ao acidente que se apresenta em
virtude de falhas nas condições do ambiente do trabalho, erros de projeto, planejamento
incorreto ou omissão dos requisitos essenciais de segurança para manter o ambiente
relativamente livre de riscos.
RISCO: uma ou mais condições de uma variável com o potencial necessário
para causar danos.
25
PERIGO: expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece sua
materialização com danos.
DANO: é a severidade da lesão ou perda física, funcional ou econômica que
pode resultar se o controle sobre um risco não é efetivo.
IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS: determinação das possibilidades de
ocorrência de um acontecimento não desejado;
AVALIAÇÃO DE RISCOS: apreciação do significado da medida quantitativa
do risco, com base em critérios de aceitação racionais;
ANÁLISE DE RISCOS: análise integrada dos riscos inerentes a um produto,
sistema ou instalação e o seu significado no contexto apropriado;
GESTÃO DE RISCOS: método pelo qual as decisões são tomadas para
evitar, eliminar ou minorar um determinado risco ou perigo.
5.1 RISCOS AMBIENTAIS São considerados riscos ambientais segundo a NR-9 (Norma
Regulamentadora N° 09 de 1978, redação de 1994 do M inistério do Trabalho e Emprego) os
agentes físicos, químicos, biológicos, que possam trazer ou ocasionar danos à saúde do
trabalhador nos ambientes de trabalho, em razão de sua natureza, concentração,
intensidade e tempo de exposição ao agente. Tais agentes são:
FÍSICOS: As diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
infrassom e ultrassom.
QUÍMICOS: Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no
organismo pela via respiratória na forma de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam estar em contato ou ser
absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.
BIOLÓGICOS: Vírus, bactérias, parasitas, fungos, bacilos entre outros.
26
5.2 RISCOS ERGONÔMICOS
São considerados riscos ergonômicos de acordo com a NR-17 (Norma
Regulamentadora N° 17 de 1978, redação de 1990) os aspectos relacionados às condições
de trabalho que incluem também aspectos relacionados ao levantamento, transporte e
descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto
de trabalho, e à própria organização do trabalho (BRASIL, 1990).
De maneira simples pode ser avaliado como a forma de realizar as
atividades de maneira inadequada: monotonia, posturas incorretas, ritmo de trabalho
intenso, fadiga, preocupação, trabalhos físicos pesados e repetitivos etc. (BRASIL, 1990).
5.3 RISCOS DE ACIDENTES
Riscos de Acidentes são todos os fatores que colocam em perigo o
trabalhador ou afetam sua integridade física ou moral. São considerados como riscos
geradores de acidentes: arranjo físico deficiente; máquinas e equipamentos sem proteção;
ferramentas inadequadas ou defeituosas; eletricidade; incêndio ou explosão; animais
peçonhentos; armazenamento inadequado, ausência de sinalização (MENEZES, 2001).
ARRANJO FÍSICO DEFICIENTE: é resultante de: prédios com área
insuficiente; localização imprópria de máquinas e equipamentos; má arrumação e limpeza;
sinalização incorreta ou inexistente; pisos fracos e/ou irregulares.
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM PROTEÇÃO: máquinas obsoletas;
máquinas sem proteção em pontos de transmissão e de operação; comando de liga/desliga
fora do alcance do operador; máquinas e equipamentos com defeitos ou inadequados.
FERRAMENTAS INADEQUADAS OU DEFEITUOSAS: ferramentas usadas
de forma incorreta; falta de fornecimento de ferramentas adequadas; falta de manutenção.
ELETRICIDADE: instalação elétrica imprópria, com defeito ou exposta; fios
desencapados; falta de aterramento elétrico; falta de manutenção.
27
INCÊNDIO OU EXPLOSÃO: armazenamento inadequado de inflamáveis
e/ou gases; manipulação e transporte inadequado de produtos inflamáveis e perigosos;
sobrecarga em rede elétrica; falta de sinalização; falta de equipamentos de combate ou
equipamentos defeituosos (MENEZES, 2001).
5.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI’s
São considerados equipamentos de proteção individual segundo a NR-6
(Norma Regulamentadora Nº 6 de 1978, redação de 2001) todos os dispositivos ou
produtos, de uso individual, utilizados pelo trabalhador e destinados à proteção contra riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador.
Os mesmos, sejam eles de fabricação nacional ou importada, só poderão
ser postos à venda ou utilizados com a indicação do Certificado de Aprovação (CA), com
validade de dois a cinco anos, expedida pelo órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho, do Ministério do Trabalho e do Emprego (BRASIL, 1994;
BRASIL, 2001).
5.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPC’s
Este item traz principalmente a preocupação com a sinalização e segurança
para delimitação de áreas, identificação de máquinas e equipamentos, canalizações,
armazenamento de substâncias perigosas, bloqueios de operações e tarefas, entre outras
(NR-26 – Norma Regulamentadora nº 26 de 1978) (BRASIL, 1978a).
Após a exposição dos conceitos contidos neste capítulo, pode-se dar
seguimento ao trabalho de maneira mais embasada. No próximo capítulo serão
apresentados a metodologia a ser implementada e os testes que serão realizados para
comparação das classificações dos níveis de risco inerentes a segurança do trabalho.
28
6. METODOLOGIA
Nesta seção é apresentada a nova metodologia proposta por Mangili Junior
e Rota Neto (2009), bem como princípio de funcionamento do PES-APR10, a descrição do
software incluindo a linguagem empregada, interface aprimorada e formas de apresentação
dos resultados.
Também neste capítulo é descrito os campos de coleta de dados como as empresas visitadas, e serão apresentadas as análises feitas à mão e as análises feitas pelo software.
No ano de 2009 foi apresentado por Mangili Junior e Rota Neto(2009) uma
metodologia-padrão para elaboração de relatórios de Análise Preliminar de Riscos (APR),
visando minimizar ou eliminar erros ou interpretações dúbias sobre caracterização dos riscos
de acidentes e auxiliar na tomada de decisão para aplicação de medidas corretivas e/ou
preventivas. Como parte relevante deste estudo, foi proposta uma releitura da classificação
dos riscos apresentada pela norma americana MIL-STD882/93 (atualizada em 2000) e sua
respectiva adaptação feita para o Brasil, reclassificando de forma objetiva e padronizada os
riscos para Análises Preliminares de Risco e os diversos graus de risco.
Como consequência desta proposta de reclassificação dos riscos, surgem
outros novos grupos de graus de risco utilizados para refinamento da matriz de apontamento
de priorização das ações e hierarquização das tomadas de decisão para minimização ou
eliminação dos riscos de acidentes apresentando-se uma matriz de tomadas de decisão,
baseada em valores ponderais. A partir destes resultados, foi apresentado uma ferramenta
que permite, com a inserção de dados de análise em campo, emitir relatórios de
direcionamento e precisão sobre os riscos existentes que permitam celeridade e objetividade
na priorização das tomadas de decisão para implementação das ações corretivas.
Tal ferramenta foi batizada de “PES-APR09” (Programa de Engenharia de
Segurança e Análise Preliminar de Riscos – versão 2009). Esta ferramenta, através do
método para análise de riscos proposto por Mangili Junior e Rota Neto (2009) (serão
apresentadas na próxima seção), esta plataforma informatizada tem a função receber as
informações colhidas em campo, alocá-las em um banco de dados e por fim, através de
algoritmos classificar “automaticamente” os riscos investigados.
29
Este software recebeu uma atualização e passa a se chamar “PES-APR10”
(Programa de Engenharia de Segurança e Análise Preliminar de Riscos – versão 2010). A
atualização foi necessária para um melhor funcionamento de todas as funções do software e
para uma melhor facilidade de inserção e/ou alteração de dados e visualização destes em
forma de relatório.
Com a referida atualização, foi possível permitir a inserção da análise de
dados em campo, emissão de relatórios sobre a precisão da focalização de riscos
existentes, viabilizando uma análise objetiva e oportuna, auxiliando assim na classificação
de riscos e tomada de decisão para a prevenção e / ou ações corretivas. O software tem
como base a classificação de risco proposto por Mangili Junior e Rota Neto (2009),
reclassificando erros de forma objetiva e padronizada para a análise preliminar do risco.
Com o lançamento deste software e também a partir de sua atualização, o
próximo passo visando sua preparação para inserção no mercado de softwares é a
qualificação do mesmo. É neste ponto que o presente trabalho entra em questão.
Com a proposta de realizar testes, de modo a verificar a comparação entre a
metodologia de classificação de riscos atual e a classificação proposta por Mangili Júnior e
Rota Neto (2009), tem-se o objetivo de assegurar que a nova metodologia consegue atingir
seu propósito que é o de diminuir a ambiguidade em classificações de risco de atividades
que são avaliadas por diferentes responsáveis técnicos, e também assegurar que o objetivo
inicial deste estudo, iniciado ainda em 2009, que é o de padronizar os métodos de análise
preliminar de riscos minimizando os erros envolvidos neste processo.
Com estes objetivos, este trabalho consistirá na realização de análises
preliminares de risco, realizadas por pessoas capacitadas, da maneira tradicional e da
maneira proposta por Mangili Junior e Rota Neto (2009). As atividades a serem avaliadas
serão atividades que envolvem dois ramos de atuação:
• Indústria da construção civil;
• Indústria Mecânica e de metais;
Em cada ramo de atuação, foi desenvolvida a análise preliminar de riscos
em quantidade de cinco atividades diferentes.
30
A partir dos dados obtidos com a avaliação de dois profissionais
qualificados, os dados de todas as APR’s serão compilados e comparados a fim de se
determinar quantas divergências de classificação ocorrem para cada atividade, levando-se
em conta os dois métodos. Após a contabilização dos resultados torna-se possível concluir
sobre a eficiência ou não da metodologia proposta.
A seguir será apresentado o método de classificação de riscos utilizado hoje
no Brasil e a nova proposta.
6.1 METODOLOGIA UTILIZADA HOJE E NOVA PROPOSTA De forma resumida, o processo de gestão de riscos é composto pelas
funções de identificar perigos, avaliar riscos, comparar com o risco tolerado e tratar riscos.
Para esse fim, as ferramentas aqui utilizadas lançam mão de análises qualitativas.
Identificação de perigos e avaliação de riscos constituem o monitoramento.
Por outro lado, o tratamento dos riscos inclui a intervenção para sua redução e/ou
neutralização. Todos esses elementos, inclusive as ferramentas de apoio para a análise do
risco, constituem o processo de gestão dos riscos ou o gerenciamento dos riscos,
propriamente dito, e é aplicado às áreas de ação e às fases do ciclo de vida dos elementos
da organização (pessoas, instalações e produtos).
Para que isso possa ser realizado volta-se para as análises a serem
realizadas, sendo estas a divisão de um todo em partes e o estudo minucioso dessas partes.
O todo pode ser o objeto cujo risco se pretende analisar ou o risco global associado ao
objeto. Portanto, podem-se dividir áreas maiores em áreas menores, sistemas em
subsistemas, processos em funções, operações e atividades em etapas, e o risco global em
riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes.
A análise de riscos também é chamada de análise de perigos, pois a análise
de riscos compreende identificação de perigos e avaliação dos riscos associados, e a
análise de perigos sempre implica numa avaliação de riscos, mesmo que essa avaliação
seja qualitativa.
O método da análise de riscos consiste em dividir o objeto, e em identificar
perigos e analisar riscos em cada elemento. A identificação de perigos e a avaliação de
riscos requerem o uso de algumas técnicas das quais destaca-se Análise Preliminar de
Riscos. No desenvolvimento dos estudos apresentados optou-se pela utilização da técnica
31
da Análise Preliminar de Riscos, já referida nos Capítulos 2 e 3 deste trabalho e cabalmente
justificada a seguir.
6.1.1 Categorias ou Classes de Risco
De acordo com Mangili Junior e Rota Neto (2009) o risco é classificado em
razão da gravidade causada pela falha, também chamada de consequência. No mesmo
processo ou atividade pode ser encontrada apenas uma categoria de risco, como também
todas as categorias.
A norma editada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos
(DoD/USA) e utilizada por todos os departamentos e agências subordinados a este,
denominada – A Standard Practice For System Safety MIL-STD882/2000, apresenta
procedimentos para o gerenciamento de riscos ambientais, segurança e saúde dos
trabalhadores e dos processos correlatos. De forma bem objetiva provê significados e
valorações consistentes para a avaliação dos riscos identificados.
Especialmente em seu Apêndice A, Apendix A, Item A.4.4.3.2.1, Table AII, a
MIL-STD882/2000, traz as categorizações dos riscos que foram adaptados no Brasil, por De
Cicco e Fantazzini (1987) em suas publicações, as quais foram amplamente utilizadas desde
então.
A seguir, na Tabela 6.1, observa-se a tabela original da Norma MIL-
STD882/2000.
32
Tabela 6.1Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - Classificação de riscos MIL-STD882/2000
Descrição Categoria Critérios ambientais, de saúde e segurança
Catastrófico I
Pode resultar em morte, sequelas permanentes, prejuízo excedente à $1M, ou danos irreversíveis ao meio ambiente que violam a lei ou regulamentações.
Crítico II
Pode resultar em sequelas parciais ou permanentes, lesões ou doença ocupacional que pode resultar em hospitalização de pelo menos três pessoas, prejuízos excedentes à $200K mas menos que $1M, ou danos reversíveis ao ambiente causando violação de leis e regulamentações.
Marginal III
Resulta em lesão ou doença ocupacional, podendo causar a perda de um ou mais dias de trabalho, prejuízos excedentes à $10K mas menores que $200K, ou danos mitigáveis ao meio ambiente sem violação das leis ou regulamentações onde o retorno às atividades pode ser realizado.
Negligenciável IV
Pode resultar em lesão ou doença, não resultando na perda de dia de trabalho, prejuízo excedente à $2K mas menor que $10K, ou mínimos danos ao meio ambiente, não violando leis ou regulamentações.
A seguir, na tabela 6.2, a forma como a norma foi adaptada para utilização
no Brasil.
33
Tabela 6.2 - Tabela de classificação de riscos adequada por De Cicco e Fantazzini (1987)
Descrição Categoria Critérios ambientais, de saúde e segurança
Desprezível I
A falha não irá resultar numa degradação maior do sistema, nem irá produzir danos funcionais ou lesões, ou contribuir com um risco ao sistema e não ameaça os recursos humanos.
Marginal ou Limítrofe
II
A falha irá degradar o sistema numa certa extensão (de forma moderada), porém sem envolver danos maiores ou lesões, podendo ser compensada ou controlada adequadamente.
Crítica III
A falha irá degradar o sistema de forma crítica, causando lesões, danos substanciais, ou irá resultar num risco inaceitável, necessitando de ações corretivas imediatas. Pode causar acidente.
Catastrófica IV
A falha irá produzir severa degradação do sistema, resultando em sua perda total, lesões ou morte. Causará sem dúvida um acidente. Como podemos verificar algumas falhas podem mudar de categoria dependendo da atividade para qual se destina o item de falha.
Embora a classificação anterior seja de ampla utilização e já consolidada
entre profissionais da área no Brasil, é fato que a classificação dos riscos em quatro
categorias muitas vezes se apresenta como insuficiente e permite sombreamento ou
classificação dúbia/equivocada por parte de quem os analisa.
Além do mais, através da Tabela 6.2, observa-se que a classificação é
realizada em razão das consequências (danos) dos potenciais acidentes para o ser humano
e não leva em consideração o patrimônio físico.
34
Diante disso, seria razoável que se reavaliasse esta metodologia adaptada,
visando uma reclassificação ou redivisão e refinamento das classes acima. Tal
procedimento permite tratar de maneira mais precisa os riscos, classificando-os mais
adequadamente, minimizando a possibilidade de erros e permitindo também tomadas de
decisão mais adequadas para seu gerenciamento.
Surge então a apresentação de uma nova proposta de reclassificação dos
riscos. Essa proposta reclassifica o risco em seis novas categorias, identificadas de I a VI
(Tabela 5.3), iniciando com uma classificação de risco desprezível, identificado pelo menor
número, ou seja, I (ou “Peso 1”), e indo até o risco catastrófico identificado com o maior
número, VI (ou “Peso 6”).
Adicionalmente, com o intuito de tornar a Tabela 6.3 mais completa de
subsídios para classificação e categorização dos riscos, busca-se também identificar o dano
ao obreiro ou trabalhador (indivíduo) e simultaneamente o dano ao patrimônio (instalações,
máquinas e equipamentos).
As classificações dos acidentes em categorias de acordo com as
consequências ou dano causado ao ser humano, como na adaptação utilizada no Brasil e
apresentada na Tabela 5.2, ao serem utilizadas em atividades de análise e gerência de
riscos, permitem que haja uma classificação ou categorização não muito precisa devido à
sua segmentação em níveis que representam individualmente uma faixa de abrangência de
25% da classificação total.
Observa-se então que a grande amplitude de cada faixa (1/4 do total, por
categoria) torna possível enquadrar ou alocar danos de severidade elevada em uma
respectiva categoria, no entanto, esta classificação pode se sobrepor a danos de menor
severidade para a categoria imediatamente superior ou vice-versa.
Portanto, para que se possa realizar uma análise de risco mais precisa,
Mangili Júnior e Rota Neto (2009) apresentam uma nova proposta a qual reclassifica os
riscos e suas consequências dentro de categorias mais definidas na sua classificação de
severidade, subdividindo-se em segmentos de intervalo com uma faixa de distribuição de
cerca de 16,7% dentro da escala total, sendo então mais precisa que a classificação
anterior.
35
Também, no referido trabalho, é apresentado uma nova interpretação para
as classificações dos danos ao indivíduo e se insere uma classificação para os danos ao
patrimônio, ambas correspondentes entre si e atreladas às novas categorias de risco.
Ressalta-se, porém, que embora deva ser considerado o dano ao patrimônio, quanto a
tomada de decisão referente ao gerenciamento dos riscos, o dano ao patrimônio não deve
prevalecer em detrimento do dano causado ao indivíduo, ou seja, sempre o indivíduo será
mais importante que o patrimônio físico.
Tabela 6.3 - Nova classificação de riscos proposta por Mangili Junior e Rota Neto (2009)
Classificação Categoria Danos ao indivíduo (ser humano) Danos ao sistema, patrimônio, máquinas ou
equipamentos
Desprezível I
Apenas interrupção repentina e
breve do processo ou atividade.
Sem dano funcional ou qualquer
tipo de lesão.
A falha é totalmente previsível e se encontra
dentro de períodos esperados de manutenção.
É caracterizada pelo fim da vida útil de peças e
partes do sistema. Seu acontecimento apesar
de previsível, não pode ser antecipado ou
precisado.
Não gera perda financeira que possa
caracterizar prejuízo.
Mensurável II
Interrupções das atividades por
alguns minutos ou horas, não
excedendo a meio período.
Impactos contra o corpo, ou
quedas leves, com dor
momentânea, sem envolver danos
maiores ou lesões internas e/ou
externas, podendo ser
compensada ou controlada
adequadamente.
A falha é previsível ou controlável, porém se
antecipa a programas de manutenção. Pode
ocorrer devido ao fim da vida útil de peças ou
partes; por funcionamento inadequado,
estresse mecânico ou uso inadequado.
Ocasionará danos de pequena monta ao
sistema, de forma moderada sendo passível de
total recuperação.
Baixo III
Interrupções das atividades por
algumas horas, além de meio
período, porém não excedentes a
um dia.
Impactos contra o corpo, ou
quedas, com dor momentânea,
sem lesões internas ou lesões
A falha não é previsível. Pode ocorrer devido a
funcionamento ou operação inadequados do
sistema. Ocorrerá dentro de um risco aceitável.
Ocasionará degradação do sistema e danos de
forma reversível total ou parcialmente.
36
externas superficiais e/ou
pequenas.
Médio IV
Interrupções das atividades por
algumas horas, além de meio
período, porém sem exceder a um
dia. É necessário o afastamento do
funcionário.
Impactos contra o corpo, ou
quedas, com dor persistente, com
lesões internas ou externas que
necessitem de intervenção médica.
A falha não é previsível. Degradará o sistema
de forma crítica, causando lesões, danos
substanciais, ou resultará num risco
inaceitável, necessitando ações corretivas
imediatas. Causará um acidente.
Alto V
Interrupções das atividades por
um ou mais períodos, podendo
chegar a alguns dias. Afastamento
do funcionário.
Impactos contra o corpo, ou
quedas, com dor persistente e
lesões internas e/ou externas que
necessitem de intervenção médica,
cirúrgica e repouso.
A falha não é previsível. Produzirá severa
degradação do sistema, resultando em sua
perda parcial.
Causará um acidente.
Catastrófico VI Lesões irreversíveis (amputação de
membros, sequelas) ou morte.
A falha é totalmente imprevisível. Produzirá
severa degradação do sistema, resultando em
sua perda total.
Causará sem dúvida um acidente. Como
podemos verificar, algumas falhas podem
mudar de categoria dependendo da atividade
para qual se destina o item de falha
6.1.2 Níveis de Risco O Nível de Risco, associado às Categorias de Risco da nova proposta,
permitirão a tomada de decisão definitiva sobre as ações intervencionistas, ou seja, a
realização adequada da gerência do risco.
A mensuração qualitativa de riscos pode ser gerada através de uma matriz
simples nxn ou composta nxm (onde n=número de linhas e m=número de colunas), em que
o nível de risco é definido pela composição das variáveis frequência (probabilidade) e
37
severidade (dano/consequência), associadas aos fatores de risco inerentes ao processo ou
atividade avaliados.
A matriz de riscos é uma ferramenta que pode ser empregada na análise de
riscos de processos de várias naturezas, pois a tabulação dos riscos em uma matriz permite
a clara e ordenada identificação do grau dos riscos que podem afetar um processo ou tarefa,
tanto em termos de frequência (probabilidade) quanto de severidade (danos/conseqüências).
A quantificação do Nível de Risco será realizada em função da Probabilidade
de ocorrência do acidente e das Consequências (obtidas das Categorias de Risco),
entrelaçadas por uma matriz nxm, originando assim a denominada Matriz de Nível de Risco.
A probabilidade, determinada através da matriz de probabilidade (MP), será
utilizada para se determinar o Nível do Risco. Para se obter resultados mais específicos e
precisos na análise preliminar de risco pretendida utilizam-se duas variáveis independentes
para compor a Matriz de Probabilidade, sendo estas variáveis sendo:
a) Dificuldade em implantação/adoção das medidas preventivas;
b) Exposição ao risco.
Para tanto, a Dificuldade em se implementar as medidas preventivas,
identificada por “D” pode ser classificada como segue:
Tabela 6.4 - Classificação da dificuldade em se aplicar medidas preventivas
D = Dificuldade das medidas preventivas
Classificação Descrição Peso
Baixa
Eficazes mas com possibilidade de falhas.
As medidas são de fácil implementação, rápidas e de alta
aceitabilidade
1
Média
Pouco eficazes.
As medidas são implementáveis, rápidas, de aceitabilidade
moderada.
2
Alta
Pouco eficazes e com muitas falhas.
As medidas são de difícil implementação, lentas, de baixa
aceitabilidade.
3
38
Altíssima
Ineficazes.
As medidas são implementáveis mas com alto grau de
complexidade, demoradas e a sua aceitação se dá com grande
relutância.
4
Assim o tempo de exposição ao risco em questão, identificado por “E” e
exposto na seguinte tabela:
Tabela 6.5 - Classificação da exposição ao risco
E = Exposição ao Risco
Classificação Descrição Peso
Raro De uma vez por ano a menos de uma vez por ano 1
Eventual Uma vez por semestre 2
Freqüente De uma vez por semana a uma vez por mês 3
Muito Freqüente Mais de uma vez por semana 4
Os dados da Tabela 6.4 e da Tabela 6.5 são entrelaçados através de uma
matriz simples do tipo 4x4, resultando na Matriz de Probabilidades (identificada por “MP”), de
ocorrência do evento sob análise:
Tabela 6.6Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - Matriz de probabilidades
MP
(E) = Exposição ao Risco
1 2 3 4
(D)
= D
ificu
ldad
e da
Pre
venç
ão
1 1 2 3 4
2 2 4 6 8
3 3 6 9 12
4 4 8 12 16
39
De acordo com o quadro acima, a Probabilidade pode ser classificada em
quatro graus ou níveis, variando do menor denominado como “baixa” em verde, passando
por “média” em amarelo e “alta” em laranja e chegando ao grau maior denominado de
“altíssima”, em vermelho.
Como a Matriz de Probabilidade (MP) fornecerá índices para ser utilizado no
entrelaçamento com as Consequências/Danos, isso resultará na Matriz de Magnitude do
Nível de Risco ou simplesmente de Matriz de Nível de Risco.
Tabela 6.7Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - Matriz de níveis de risco
40
Tabela 6.8 - Matriz magnitude de risco
Magnitude
do Risco
(P) - Probabilidade
1-2 3-4 6 8 9 12 16
(C)
– C
onse
quên
cia
do D
ano
= C
ateg
oria
do
Ris
co
1 1-2 3-4 6 8 9 12 16
2 2-4 6-8 12 16 18 24 32
3 3-6 9-12 18 24 27 36 48
4 4-8 12-16 24 32 36 48 64
5 5-10 20 30 40 45 60 80
6 6-12 24 36 48 54 72 96
Esta matriz de Magnitude de Risco apresenta uma série de informações,
todas compiladas em um único lugar. Ela é capaz de nos mostrar as categorias de risco de
acordo com o seu dano, a probabilidade de ocorrência do evento, a magnitude do risco e os
níveis de risco, este último de acordo com intervalos de magnitudes específicas ou pela
coloração da célula. O cruzamento destes dados nos permitirá decidir sobre a ação
intervencionista.
De forma análoga ao que foi realizado anteriormente para a Tabela 9, cria-se
a escala de Índice de Risco, representada visualmente pela coloração do verde ao vermelho,
passando pelo amarelo e laranja, para definir a prioridade de intervenção, igualmente com 4
níveis.
Finalmente é possível classificar o nível de risco e a característica da
necessidade da intervenção a ser adotada, dados que são fornecidos no quadro a seguir:
41
Tabela 6.9 - Níveis de risco e intervenção
Nível de Risco (NR) estimado
a partir da Matriz Ponderal Nível de Intervenção (NI)
Nível de Risco Mínimo Sem necessidade de intervenção. Risco Tolerável.
Nível de Risco Baixo Intervir se possível. Requer análise e deve ser feito para
melhorar o processo ou atividade.
Nível de Risco Alto Intervir rapidamente. Adotar medidas de controle ou
neutralização dos riscos.
Nível de Risco Crítico
Urgência na intervenção (imediata). Se necessário
interromper processo ou atividade até a intervenção ser
adotada.
Os níveis de intervenção obtidos têm um valor meramente referencial. Para
dar prioridade a um programa de investimentos e melhorias ou ações intervencionistas é
imprescindível que se tenha em consideração a componente econômica e o seu âmbito de
influência da intervenção. Assim, em face de um conjunto de resultados similares, quando
aplicada a técnica e as ferramentas de análises de risco aqui apresentadas, dever-se-á ter
em atenção uma intervenção prioritária cujos custos sejam menores e a solução afete um
maior número de trabalhadores.
Ao se cruzar os dados da Matriz de Nível de Risco com os de Níveis de
Risco (NR) e de Intervenção (NI), havendo sobreposição de valores ou igualdade de índices
entre níveis, as ações deverão ser tomadas sempre em prol de minimização das
consequências/danos ao indivíduo, ou seja, a preferência para a tomada da ação
intervencionista deve ocorrer quando para os riscos cujas consequências/danos forem
maiores (identificados no eixo de categorias de risco).
Assim, ficam definidos os métodos para análise preliminar dos riscos e a
classificação dos níveis de risco para seu eventual gerenciamento.
42
Também ficou evidente até o momento que toda a análise pode ser feita
mediante dados e cálculos realizados manualmente. Isso demanda tempo, se considerados
trabalhos de análise de riscos em empresas com grande quantidade de riscos ocupacionais.
Numa tentativa de se agilizar o processo de análise dos riscos e diminuir a
possibilidade de equívocos também foi criada uma ferramenta computacional PES-APR2010
para a realização da compilação dos dados, análise e interpretação, gerando relatórios para
apreciação e tomada de decisões. Esta ferramenta é descrita no Apêndice A deste trabalho.
O próximo capítulo, introduz os resultados práticos deste trabalho, através
da realização das APR’s em campo, comparação entre métodos e julgamento dos
avaliadores das atividades observadas.
43
7. COLETA DE DADOS E RESULTADOS
A partir da descrição das classificações de risco existentes e da nova
proposta de classificação resta a coleta de dados em campo para a validação do software.
Nesta seção serão apresentadas as características e atividades das empresas escolhidas
para aplicação da APR, e também será descrito como foram realizadas as coletas de dados
para a pesquisa.
Para a aplicação da APR, foram escolhidas três empresas de ramos de
atuação diferentes, que englobam um considerável quadro de funcionários e que
apresentam diversas atividades em seus respectivos portfólios.
Em cada empresa foram avaliadas de três a cinco atividades, e para cada
atividade foi utilizada a ficha de APR que se encontra na tabela 7.1:
44
Tabela 7.1 - Ficha de Análise Preliminar de Risco
APR
Identificação:
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria
Medidas Preventivas MANGAPS MILSTD
45
A ficha de APR utilizada contém o campo para identificação de atividade, o
campo de inserção de Risco/Perigo no qual deve ser inserido a classificação do risco
observado para a atividade de acordo as normas regulamentadoras 15, 16 e 17 do Ministério
do Trabalho e Emprego. Também na ficha de APR utilizada há o campo de agente, que
deve ser inserido o agente que pode causar o risco observado. No campo Processo/Causa
deve ser adicionada a informação de como o risco pode acontecer. Já no espaço
denominado Efeito/Dano devem ser listados os possíveis efeitos e consequências da
consumação do risco observado, bem como suas possíveis consequências. No item
categoria da ficha de APR encontram-se duas colunas, a primeira denominada MANGAPS
se refere à classificação do risco de acordo com o método proposto por Mangili Junior e
Rota Neto (2009), já a segunda coluna de categoria de risco se refere à tradicional
classificação de riscos adotada de acordo com MIL-STD882/2000. No último campo da ficha
de APR utilizada devem ser listadas as medidas preventivas a serem adotadas para
eliminação ou atenuação do risco em questão.
Foram realizadas duas avaliações para cada atividade de cada empresa,
sendo uma relativa ao autor deste trabalho e outra relativa ao orientador deste trabalho.
Dentre as empresas avaliadas, a primeira é do ramo da construção civil e a
segunda é do ramo da indústria mecânica e de metalurgia.
7.1 Análise Preliminar APR01 – Empresa de Construçã o Civil
A primeira empresa avaliada, como apresentado anteriormente, foi do ramo
da construção civil. As atividades observadas se deram em uma obra civil realizada na
Universidade Estadual de Londrina. Conforme acordado com a empresa, seu nome e dados
cadastrais não serão divulgados neste estudo, apenas deve-se observar que sua sede fica
em Londrina, Paraná. A obra avaliada consiste na ampliação do prédio existente em mais
um pavimento, e reforma de pavimentos inferiores. O prédio original possuía o pavimento
térreo e 1° andar, e passará a sustentar um segundo andar.
O serviço está sendo realizado por uma construtora terceirizada, que após a
isolação de uma área do prédio, estabeleceu seu canteiro de obras.
46
Segue abaixo um relato geral sobre a obra, bem como sobre a organização
do canteiro:
A disposição dos equipamentos e materiais dentro do canteiro foi
considerada como relativamente organizada, haja vista que o espaço de circulação de
pessoal e material era amplo, mas também havia falta de delimitação das áreas de uso dos
equipamentos.
Logo na entrada do canteiro de obras foi observado um lugar reservado para
acondicionamento de EPI’s, o que é considerado uma das principais regras das boas
práticas de segurança no trabalho.
A fiação elétrica e quadros elétricos apresentados na obra apresentam
riscos em relação à segurança. Conforme será apresentado mais adiante, são utilizadas
tomadas de modelos antigos, disjuntores de modelos em desuso, chaves de acionamento
que não são recomendadas, e a fiação elétrica solta por todo o perímetro, que seja pelo
chão ou apoiada em dispositivos de metal o que favorece um choque elétrico caso haja falha
no isolamento da fiação.
Outro aspecto que foi observado é quanto à sinalização de obstáculos. Falta
sinalização nas escadas de acesso aos pavimentos superiores, bem como falta de apoio
para as mãos (tipo corrimão) em alguns lances de escada.
Nesta obra foram avaliadas cinco atividades, que a seguir serão
apresentadas nas tabelas 7.2 até 7.6 que contém o processo utilizado para realização da
atividade, uma relação dos EPI’s utilizados e também uma série de observações realizadas
in loco.
47
Tabela 7.2 - APR01 – Observações sobre Atividade 1: Assentamento de Tijolos
Nome: Funcionário 1
Serviço: Assentamento de tijolos
Processo: Com a colher de pedreiro na mão direita, inclinação do tronco, colherada na massa,
retorna posição original, deposita massa na fiada de tijolos. Inclinação do tronco,
pega de tijolo com mão esquerda, colherada na massa com mão direita, retorna
posição original, deposita massa na lateral do tijolo, assenta o tijolo na fiada,
retira excesso de massa na parede com a colher.
EPI's utilizados: Capacete, luva de borracha com revestimento em lã, sapato de segurança.
Observações: O trabalho é realizado em pé
Trabalho exige que o funcionário fique com o tronco inclinado
Serviço repetitivo, cada fiada de 4 metros, funcionário leva cerca 10 minutos.
Peso médio do tijolo de 600g
Risco de derrubar tijolos ou ferramenta sobre os membros inferiores
Tabela 7.3 - APR01 - Observações sobre Atividade 2: Chapisco de teto
Nome: Funcionário 2
Serviço: Chapisco de teto
Processo: Em pé, sobre andaimes à altura de 1,5 metros, com a colher de pedreiro na mão
direita, inclinação de 90° do tronco, colherada na massa, retorna posição original,
arremessa massa ao teto.
EPI's utilizados: Capacete, sapato de segurança
Observações: O trabalho é realizado em pé
Trabalho exige que o funcionário fique com o tronco inclinado
Serviço repetitivo
Risco de lesão ocular devido à falta de óculos de segurança
Risco de lesão cutânea devido ausência de luvas de borracha
Risco de lesão respiratória devido ausência de máscara de proteção
contra pós.
48
Tabela 7.4 - APR01 - Observações sobre Atividade 3: Chapisco de Parede
Nome: Funcionário 3
Serviço: Chapisco de parede
Processo: Em pé, com a colher de pedreiro na mão direita, inclinação do tronco, colherada na
massa, retorna posição original, arremessa massa à parede.
EPI's utilizados: Capacete, sapato de segurança, luvas de borracha.
Observações: O trabalho é realizado em pé
Trabalho exige que o funcionário fique com o tronco inclinado
Serviço repetitivo
Risco de lesão ocular devido à falta de óculos de segurança
Risco de lesão respiratória devido ausência de máscara de proteção
contra pós.
Tabela 7.5 - APR01 - Observações sobre Atividade 4: Auxílio para chapisco sobre parede
Nome: Funcionário 4
Serviço: Auxílio do chapisco sobre parede.
Processo: Em pé, caminha até elevador de materiais, recolhe carrinho de pedreiro com massa
de chapisco dentro, transporte do carrinho de pedreiro por cerca de 10 metros,
na chegada à sala, inclinação do tronco e do carrinho na direção da bandeja de
chapisco do funcionário 3. Retorno à posição original, aproximação do carrinho ao
andaime onde se localiza funcionário 2, utilização de pá, coleta de massa de
chapisco do carrinho, inclinação para cima, deposita a massa sobre bandeja do
funcionário 2, retorna posição original
EPI's utilizados: Capacete, sapato de segurança.
Observações: O trabalho é realizado em pé e exige que o funcionário fique com o tronco inclinado
Serviço repetitivo
Risco de lesão ocular devido à falta de óculos de segurança
Risco de lesão cutânea devido ausência de luvas de borracha
Elevado esforço físico para inclinação do carrinho.
Risco de derrubar bandeja sobre o corpo.
49
Tabela 7.6 - APR01 - Observações sobre Atividade 5: Confecção de armação de ferro
Nome: Funcionário 5
Serviço: Confecção de armação de ferro para vigas.
Processo: Em pé, com a esmerilhadora na mão direita. Inclinação até o chão, acionamento da
esmerilhadora, corte da barra. Em pé, inclinação para coleta de barras já cortadas,
acondicionamento das barras sobre bancada de trabalho. Com a turquesa na mão
direita passa arame recozido sobre as juntas da armação. Após a passada, utilização
da turquesa para fechamento da do arame, ainda com a turquesa, corte do excesso
de arame. Coleta da armação e acondicionamento da peça fora da bancada.
EPI's utilizados: Capacete, sapato de segurança, luva de raspa de couro.
Observações: O trabalho é realizado em pé
Manuseio de esmerilhadora de maneira inadequada.
Risco de corte devido esmerilhadora e também da turquesa.
Risco de choque elétrico, uso da esmerilhadora.
Esforço repetitivo, corte em posição inadequada
Risco de queda de ferramentas em membros inferiores
Risco de perfuração da pele devido manuseio de barras de aço e arame
Risco de lesão ocular devido à falta de óculos de segurança
Deste modo as cinco atividades, conforme descritas nas tabelas (n° 7.2 à
7.7) trazem todas as características das atividades desenvolvidas em campo de forma
detalhada e ordenada, para que sejam classificados os riscos e seus graus pelas diversas
metodologias.
Para apoiar as análises é de grande valia o observador apresentar o relato
sobre a condição dos equipamentos contidos nesta obra, que complementarmente às
tabelas anteriores dará subsídio para a classificação e análise dos riscos ocupacionais.
Portanto, segue na tabela 7.7 um quadro que resume o estado dos principais equipamentos
encontrados na obra:
Tabela 7.7 - APR01 - Condição dos equipamentos encontrados na obra
Equipamento Observações
Betoneira 1
Utilização de chave lombard para acionamento. Em caso de emergência,
gera dificuldade desligamento da máquina.
Carcaça do equipamento aterrada, mas não há proteção do sistema elétrico.
Cabo de alimentação elétrica solto sobre o chão sem proteção alguma.
Betoneira 2 Utilização de chave lombard para acionamento. Em caso de emergência,
gera dificuldade em desligamento da máquina.
50
Carcaça do equipamento aterrada, mas não há proteção do sistema elétrico.
Cabo de alimentação elétrica solto sobre o chão sem proteção alguma.
Presença de emendas inadequadas no cabo de alimentação elétrica.
Utilização de tomadas elétricas residenciais para alimentação da máquina. O correto seria a
utilização de tomada industrial do tipo steck.
Serra elétrica de mesa
Utilização de chave lombard para acionamento. Em caso de emergência, gera dificuldade em
desligamento da máquina.
Carenagem de proteção da serra improvisada com arame.
Chave lombard localizada em local de difícil acesso, dificultando ainda mais o desligamento
em caso de emergência.
Guincho elétrico
Equipamento em perfeitas condições.
Fixação realizada corretamente.
Ausência de riscos elétricos
Elevador de equipamentos
Equipamento em perfeitas condições.
Fixação realizada corretamente.
Presença de grades de proteção.
Presença de telas de proteção
Acionamento elétrico por motor trifásico corretamente
Presença de carenagem de proteção das carreias.
Falta de aterramento elétrico
Quadro de alimentação do equipamento sem tampa de proteção
Fiação elétrica que alimenta o equipamento, toda solta, subindo até o pavimento 3.
Quadro Elétr. 1 - 3°
Pavimento
Característica: metal, 40x40 cm
Proteção geral trifásica 50ª
01 circuito bifásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
01 circuito monofásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
Quadro sem fechamento com tampa de proteção
Uso de guia de fios (cabo nu) como neutro – Risco de acidente por choque elétrico
Quadro Elétr. 2 - 3°
Pavimento
Característica: metal, 40x40 cm
Proteção geral trifásica 50ª
01 circuito bifásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
01 circuito monofásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
Quadro sem fechamento com tampa de proteção
Uso de guia de fios como neutro
Quadro Elétr. 3 - 2°
Pavimento
Característica: metal, 40x40 cm
Proteção geral trifásica 50ª
01 circuito bifásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
01 circuito monofásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
Quadro sem fechamento com tampa de proteção
Uso de guia de fios (cabo nu) como neutro – Risco de acidente por choque elétrico
Quadro Eletr. 4 - 1°
Pavimento
Característica: metal, 40x40 cm
Quadro que alimenta os anteriores
Proteção geral trifásica 50ª
01 circuito bifásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
01 circuito monofásico, 32A - montagem com esquema invertido no disjuntor
51
Quadro sem fechamento com tampa de proteção
Uso de guia de fios (cabo nu) como neutro – Risco de acidente por choque elétrico
Disjuntores de modelos já em desuso devido à falta de segurança
Tomadas industriais de modelos já em desuso devido à falta de segurança
Durante a vistoria à obra chamou a atenção o fato da empresa possuir
quadros de energia e alimentadores, ambos provisórios, desrespeitando normas aplicáveis à
engenharia elétrica, como a NBR5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão e as Normas
Regulamentadoras NR-1 – Disposições Gerais e NR-10A – Segurança em Eletricidade. A
obra poderia ser embargada até a solução dos problemas e eliminação dos riscos por
apresentar, no conjunto, risco ao indivíduo e à propriedade médios e de grau IV de acordo
com Mangili Júnior e Rota Neto (2009).
A partir dos dados colhidos em campo, torna-se possível realizar a Análise
Preliminar de Risco de cada uma das atividades da empresa de construção civil.
Segue nas tabelas 7.8 à 7.12 as avaliações realizadas pelo primeiro
avaliador:
Tabela 7.8 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 - Assentamento de Tijolos
APR
Identificação: Assentamento de tijolos
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Assentamento
de Tijolo Serviço repetitivo com inclinação e rotação do tronco com transporte manual de peso
Lesão muscular e postural
I II
Ginástica laboral, descanso, reposicionamento adequado dos tijolos
Acidente Tijolo Queda do tijolo Lesão II III
Uso de EPI – Luva de borracha e calçado de couro
Químico Massa Coleta da massa para passar no tijolo, retirada de excesso da massa na fiada
Lesão na pele devido ao contato prolongado com a massa
I II
Uso de EPI - Luva de borracha
52
Tabela 7.9 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 - Chapisco de Teto
APR
Identificação: Chapisco de teto
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente
Queda/Impacto Risco de queda devido ao trabalho em altura
Escoriações, hematomas, quebra de membros, lesão na cabeça
III III
Utilização correta de andaimes e EPI – Cinto de segurança e cinto tipo paraquedista
Ergonômico Inclinação e rotação do tronco
Realizar inclinação repetitiva do tronco ao buscar a massa de chapisco
Lesão muscular / Lesão na coluna I II
Realizar ginástica laboral regularmente, descanso regular
Acidente Objetos suspensos
Queda do tijolo nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
II III Utilizar sapato de segurança com biqueira de metal
Químico Massa Coleta da massa para aplicação no teto
Lesão na pele devido ao contato prolongado com a massa
II II
Utilização de luva de borracha
Químico Massa Coleta da massa para aplicação no teto
Lesão devido à respingos de massa nos olhos
V IV Utilização de óculos de segurança
Químico Massa Coleta da massa para aplicação no teto
Lesão respiratória devido à aspiração de pós provenientes de aplicação da massa
I I Utilização de máscara de segurança
Tabela 7.10Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 - Chapisco na Parede
APR
Identificação: Chapisco na parede
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação e
rotação do tronco
Realizar inclinação repetitiva do tronco ao buscar a massa de chapisco
Lesão muscular / Lesão na coluna
I II
Utilização correta de andaimes e EPI – Cinto de segurança e cinto tipo paraquedista
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
II III Realizar ginástica laboral regularmente, descanso regular
Químico Massa Contato físico com a massa para aplicação na parede
Lesão na pele e unhas I II
Utilizar sapato de segurança com biqueira de metal
Químico Massa Respingos de coleta de massa para aplicação na parede
Lesão ocular
V IV
Utilização de luva de borracha
53
Tabela 7.1Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento.1 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 - Auxílio de Chapisco sobre Parede
APR
Identificação: Auxílio de chapisco sobre parede
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação e
rotação do tronco
Realizar inclinação repetitiva do tronco ao buscar a massa de chapisco
Lesão muscular / Lesão na coluna I II
Realizar ginástica laboral regularmente, descanso regular
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
II III Utilizar sapato de segurança com biqueira de metal.
Tabela 7.12Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 5 - Confecção de armação de ferro
APR
Identificação: Confecção de armação de ferro
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Choque
elétrico Instalação elétrica inadequada Queimaduras, parada
cardíaca, amputações, morte
VI IV Readequação das instalações conforme NR-10 e NBR-5410
Acidente Arranjo físico inadequado e/ou ausência de EPI
Movimentação de matéria prima, peças e equipamentos
Lesão (cortes, perfurações, hematomas)
II II
Uso de EPI – Luvas de raspa de couro, calçado, capacete, óculos
Acidente Ferramenta e Arame
Turquesa e arame de amarração (ferro recozido)
Lesão (cortes, perfurações)
II III
Uso de EPI – Luvas de raspa de couro, calçado, capacete, óculos
Ergonômico Esforço físico e repetição
Amarração (uso de turquesa e arame)
Lesão por esforço repetitivo, fadiga muscular, torções
III III Ginástica laboral, descanso durante a jornada
Físico Ruído Esmerilhadeira Lesão auditiva III III
Uso de EPI – protetor auricular concha ou tampão
54
Seguem nas tabelas 7.13 à 7.17 as avaliações realizadas para as mesmas
atividades anteriores, mas sob ponto de vista do segundo avaliador:
Tabela 7.13Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 - Assentamento de Tijolos
APR
Identificação: Assentamento de tijolos
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Assentamento
de Tijolo Serviço repetitivo com inclinação e rotação do tronco com transporte manual de peso
Lesão muscular e postural
IV III
Ginástica laboral, descanso, reposicionamento adequado dos tijolos
Acidente Tijolo Queda do tijolo Lesão II II
Uso de EPI – Luva de borracha e calçado de couro
Químico Massa Coleta da massa para passar no tijolo, retirada de excesso da massa na fiada
Lesão na pele devido ao contato prolongado com a massa
II III
Uso de EPI - Luva de borracha
Tabela 7.14 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 - Chapisco de Teto
APR
Identificação: Chapisco de teto
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente
Queda/Impacto Risco de queda devido ao trabalho em altura
Escoriações, hematomas, quebra de membros, lesão na cabeça
II II
Utilização correta de andaimes e EPI – Cinto de segurança e cinto tipo paraquedista
Ergonômico Inclinação e rotação do tronco
Realizar inclinação repetitiva do tronco ao buscar a massa de chapisco
Lesão muscular / Lesão na coluna II II
Realizar ginástica laboral regularmente, descanso regular
Acidente Objetos suspensos
Queda do tijolo nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
II II ou III Utilizar sapato de segurança com biqueira de metal
Químico Massa Coleta da massa para aplicação no teto
Lesão na pele devido ao contato prolongado com a massa
II II
Utilização de luva de borracha
Químico Massa Coleta da massa para aplicação no teto
Lesão devido à respingos de massa nos olhos
IV III Utilização de óculos de segurança
Químico Massa Coleta da massa para aplicação no teto
Lesão respiratória devido à aspiração de pós provenientes de aplicação da massa
II I Utilização de máscara de segurança
55
Tabela 7.15Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 - Chapisco na Parede
APR
Identificação: Chapisco na parede
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação e
rotação do tronco
Realizar inclinação repetitiva do tronco ao buscar a massa de chapisco
Lesão muscular / Lesão na coluna
II II
Utilização correta de andaimes e EPI – Cinto de segurança e cinto tipo paraquedista
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
II II ou III Realizar ginástica laboral regularmente, descanso regular
Químico Massa Contato físico com a massa para aplicação na parede
Lesão na pele e unhas II II
Utilizar sapato de segurança com biqueira de metal
Químico Massa Respingos de coleta de massa para aplicação na parede
Lesão ocular
IV III
Utilização de luva de borracha
Tabela 7.16Erro! Nenhum texto com o estilo especificado foi encontrado no documento. - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 - Auxílio de Chapisco sobre Parede
APR
Identificação: Auxílio de chapisco sobre parede
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação e
rotação do tronco
Realizar inclinação repetitiva do tronco ao buscar a massa de chapisco
Lesão muscular / Lesão na coluna II II
Realizar ginástica laboral regularmente, descanso regular
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
II II ou III Utilizar sapato de segurança com biqueira de metal.
56
Tabela 7.17 - APR01 - Análise Preliminar de Risco: Confecção de armação de ferro
APR
Identificação: Confecção de armação de ferro
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Choque
elétrico Instalação elétrica inadequada Queimaduras, parada
cardíaca, amputações, morte
VI IV Readequação das instalações conforme NR-10 e NBR-5410
Acidente Arranjo físico inadequado e/ou ausência de EPI
Movimentação de matéria prima, peças e equipamentos
Lesão (cortes, perfurações, hematomas)
II II ou III
Uso de EPI – Luvas de raspa de couro, calçado, capacete, óculos
Acidente Ferramenta e Arame
Turquesa e arame de amarração (ferro recozido)
Lesão (cortes, perfurações)
II II ou III
Uso de EPI – Luvas de raspa de couro, calçado, capacete, óculos
Ergonômico Esforço físico e repetição
Amarração (uso de turquesa e arame)
Lesão por esforço repetitivo, fadiga muscular, torções
III IV Ginástica laboral, descanso durante a jornada
Físico Ruído Esmerilhadeira Lesão auditiva III III
Uso de EPI – protetor auricular concha ou tampão
Das descrições, avaliações e classificações dos riscos realizadas para as
atividades anteriores constata-se que houve diferenças de classificação do grau de risco de
avaliador para avaliador, e entre as metodologias.
Para a metodologia proposta por Mangili Júnior e Rota Neto (2009) houve
dez alterações de interpretações, correspondendo a 50% do total de avaliações das
atividades. Para a metodologia utilizada por DeCicco e Fantazinni (1987) adaptada da MIL-
STD-882D houveram 15 alterações de interpretações, correspondendo a 75% de avaliações
para as atividades.
Na figura 7.1, pode-se observar com maior clareza os resultados obtidos
neste trabalho de campo:
57
Figura 7.1 - Resultados da comparação entre método atual de classificação de riscos e método proposto – APR 01
Diante disso, conclui-se que a subjetividade nas análises diminui, mas ainda
persistem algumas diferenças de interpretação em função da experiência do avaliador e da
subjetividade da interpretação que cada um faz das normas e sua aplicação em cada caso
analisado.
7.2 Análise Preliminar APR02 – Indústria mecânica e de metais
A segunda empresa, foca suas atenções nas atividades de transformação de
metais, montagem industrial e estruturas metálicas e está localizada norte do Paraná. Entre
os principais serviços realizados estão a fabricação de peças para montagem de elevadores,
montagem de máquinas industriais através do corte, dobra, furação, soldagem e pinturas de
chapas e tubulações metálicas.
Os serviços de montagem são realizados em um galpão de
aproximadamente 600 m2, com duas salas de aproximadamente 12,5 m2 cada, que são
utilizadas como escritório para as rotinas administrativas da empresa.
Segue abaixo os comentários gerais sobre os equipamentos, bem como
sobre a organização do galpão:
58
A disposição dos equipamentos e materiais dentro do galpão se mostrou
desorganizada, com diversas máquinas e materiais espalhados aleatoriamente. Fato este,
que prejudica a circulação de pessoas e o transporte de materiais, podendo ocasionar sérios
acidentes de trabalho.
Logo na entrada do galpão foi observado um lugar reservado para
acondicionamento de EPI’s o que é considerado uma das principais regras das boas práticas
de engenharia e de segurança no trabalho.
A fiação elétrica e quadros elétricos observados no galpão apresentam
riscos em relação à segurança. Conforme observado in loco, há muitos cabos elétricos pelo
chão sem proteção o que pode provocar acidentes com choques elétricos.
Sobre o aspecto geral dos equipamentos, alguns deles apresentam
condições ideais de proteção elétrica com uso de tomadas industriais e proteção elétrica
adequada. Porém, como será apresentado mais adiante, há alguns equipamentos que estão
em condições péssimas em relação à segurança, com o painel de acionamento
completamente aberto e desprotegido, tomadas de padrão residencial, e falta de
aterramento das partes metálicas.
Outro aspecto que foi observado é quanto à sinalização de obstáculos e
delimitação entre as áreas dos equipamentos. Não foi observado nenhum tipo de
delimitação entre as áreas de trabalho de cada equipamento, o que pode aumentar as
chances de acidentes de trabalho relacionados à visitantes ou pessoas inadvertidas que
acessem as áreas de trabalho sem perceberem.
Nesta empresa foram avaliadas cinco atividades, que a seguir serão
apresentadas nas tabelas 7.18 à 7.22 que contém o processo utilizado para realização da
atividade, uma relação dos EPI’s utilizados e também uma série de observações realizadas
in loco.
Tabela 7.18 - APR02 - Observações sobre Atividade 1: Dobra de chapas metálicas
Nome: Funcionário 1
Serviço: Dobra de chapas metálicas
59
Processo: Em pé, com a dobradeira já ligada, coleta de uma chapa com as duas mãos, acondicionamento da chapa sobre a fôrma da dobradeira, ajuste da chapa de acordo com a dobra necessária, acionamento do equipamento através de pedal com o pé direito, que desce a dobradeira pressionando chapa contra a forma, dando o formato planejado. Após o retorno da dobradeira, pega da chapa dobrada com as duas mãos e acondiciona chapa já dobrada lateralmente à máquina.
EPI's utilizados: Luva de raspa de couro, sapato de segurança e protetor auricular.
Observações: O trabalho é realizado em pé
Muita graxa e lubrificantes na máquina e expostos ao contato com o operador
Serviço repetitivo, o dia inteiro realizando mesmo processo.
Peso médio das chapas de 3 kg Risco de lesão com amputação das mãos Ambiente muito ruidoso.
Tabela 7.19 - APR02 - Observações sobre Atividade 2: Prensa e furação chapas metálicas
Nome: Funcionário 2
Serviço: Prensa e furação de chapa
Processo: Sentado, coleta da peça com a mão direita, posicionamento da peça sobre a bancada e na direção do pino de furação, acionamento da máquina através de pedal com o pé direito, pino de furação desce, perfurando a chapa, após subida do pino, retirada da peça com mão esquerda e acondicionamento da peça em local destinado a peças já trabalhadas. A cada 10 ou 12 peças furadas, funcionário aplica lubrificante sobre o pino e a cada 5 peças furadas funcionário põe mão no lugar de descida do pino para retirada do excesso de material que fica abaixo do pino.
EPI's utilizados: Luva de raspa de couro, protetor auricular, sapato de proteção
Observações: O trabalho realizado na posição sentada Trabalho exige que o funcionário fique com a coluna inclinada para frente Serviço repetitivo Ambiente muito ruidoso Risco de lesão com amputação ou perfuração das mãos Risco de queda de peças no membros inferiores
Tabela 7.20 - APR02 - Observações sobre Atividade 3: Corte de chapa de aço
Nome: Funcionário 3
Serviço: Corte de chapa de aço
Processo: Em pé, com a guilhotina já ligada, coleta de uma chapa com as duas mãos, acondicionamento da chapa sobre suporte, ajuste da chapa de acordo com o corte a ser realizado, acionamento do equipamento através de pedal com o pé direito, que desce a guilhotina cortando a chapa, resultando no corte planejado. Após o retorno da guilhotina, pega da chapa cortada com as duas mãos e acondicionamento da chapa já cortada lateralmente à máquina.
EPI's utilizados: Luva de raspa de couro, sapato de segurança e protetor auricular.
60
Observações: O trabalho é realizado em pé Serviço repetitivo, o dia inteiro realizando mesmo processo. Peso médio das chapas de 3 kg Risco de lesão com amputação das mãos
Tabela 7.21 - APR02 - Observações sobre Atividade 4: Lixamento e pintura de vigas I
Nome: Funcionário 4
Serviço: Lixamento e pintura de vigas I Processo: Lixamento: Com espátula de ferro na mão direita, raspa a espátula contra a viga,
pressionando para retirar e eliminar as imperfeições da superfície. Coleta da peça com as duas mãos e acondicionamento em local de espera para pintura. Pintura: Com agulha fina na mão direita, realiza limpeza do bico da pistola, pega balde de tinta epóxi amarela com mão direita despeja no reservatório de tinta do compressor, mistura de thinner com a tinta (2 partes de thinner para 8 partes de tinta). Conexão do ar comprimido na pistola, conexão do reservatório na pistola, acondicionamento da peça a ser pintada sobre a bancada e em frente ao tapume de proteção, acionamento do gatilho da pistola e aspersão da tinta sobre a peça.
EPI's utilizados: Sapato de segurança.
Observações: O trabalho é realizado em pé Serviço repetitivo Peso médio das peças é de 17 kg Risco de lesão ocular devido à falta de óculos de segurança Risco de lesão cutânea devido ausência de luvas Risco de lesão respiratória Risco de contaminação química
Tabela 7.22 - APR02 - Observações sobre Atividade 5: Corte de tubulação metálica com policorte
Nome: Funcionário 5
Serviço: Corte de tubulação metálica com policorte
Processo: Em pé, pelo lado direito acondiciona tubulação sobre bancada de corte, com o a mão direita sobre o manete, desce o disco de corte na direção da tubulação a ser cortada, após o corte, retorna o manete na posição original elevando o disco de corte.
EPI's utilizados: Sapato de segurança
61
Observações: O trabalho é realizado em pé Manuseio de policorte de maneira inadequada. Risco de amputação devido equipamento. Risco de choque elétrico. Risco de queda de ferramentas em membros inferiores Risco de perfuração da pele devido manuseio de barras de aço Risco de lesão ocular devido à falta de óculos de segurança Ambiente muito ruidoso
Deste modo as cinco atividades, conforme descritas nas tabelas 7.18 até
7.22 foram avaliadas de acordo com os riscos existentes em cada uma. De maneira análoga
à avaliação realizada na primeira empresa, antes de expor as avaliações e classificações
dos riscos é apresentado um breve estudo sobre a condição dos equipamentos contidos na
área de trabalho.
Segue nas tabela 7.23 um quadro que resume o estado dos principais
equipamentos encontrados:
Tabela 7.23 – APR02 - Condição dos equipamentos encontrados no galpão da Indústria Mecânica
Equipamento Observações
Dobradeira
Equipamento em bom estado de conservação. Alimentação elétrica realizada através de tomada padrão industrial.
A carcaça do equipamento não está aterrada.
Quadro de comando do equipamento devidamente fechado e protegido.
Cabo de alimentação elétrica solto pelo chão. Equipamento não possui fotocélula ou dispositivo de segurança para proteção de membros
Prensa
Equipamento em bom estado de conservação. Alimentação elétrica realizada diretamente no quadro de distribuição geral, com proteção de 120 A.
Carcaça do equipamento não está aterrada.
Possui carenagem de proteção contra colocação de mãos e na hora do acionamento.
Cabo de alimentação elétrica solto pelo chão.
Guilhotina
Utilização de chave lombard para acionamento. Em caso de emergência, gera dificuldade em
desligamento da máquina.
Não possui dispositivo de proteção de acionamento acidental.
Alimentação elétrica realizada diretamente no quadro de distribuição.
Cabo de alimentação elétrica solto pelo chão. Quadro de comando do equipamento encontra-se aberto, com todas as ligações de alimentação e comando expostas. Equipamento não possui fotocélula ou dispositivo de segurança para proteção de membros
Compressor e Pistola de
tinta
Uso de tomada padrão residencial no compressor.
Cabo de alimentação elétrica solto pelo chão.
62
Policorte Alimentação elétrica realizada através de tomada padrão industrial.
Cabo de alimentação elétrica solto pelo chão.
Carcaça do equipamento encontra-se devidamente aterrada
Não há carenagem de proteção contra contato do operador frente ao disco de corte.
Quadro Elétrico de distribuição
Característica: metal, 80x60 cm
Proteção geral trifásica de 120 A 01 circuito bifásico, 32 A – para iluminação ambiente.
01 circuito monofásico, 32 A – utilização de tomadas nos escritórios
Quadro encontra-se aberto, com todas as ligações elétricas expostas.
Durante a vistoria à obra chamou a atenção o fato da empresa possuir
instalações elétricas e mecânicas desrespeitando normas aplicáveis à engenharia, como a
NBR5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão e as Normas Regulamentadoras NR-1 –
Disposições Gerais e NR-10A – Segurança em Eletricidade e NR-12 Máquinas e
Equipamentos. A empresa apresenta grande probabilidade de ocorr6encia de acidente de
trabalho, com prejuízo ao indivíduo e patrimônio apresentando graus de risco alto - graus V
e VI, dependendo da atividade de acordo com Mangili Júnior e Rota Neto (2009).
A partir dos dados colhidos em campo, torna-se possível realizar a Análise
Preliminar de Risco de cada uma das atividades da empresa de transformação de metais.
Segue nas tabelas 7.24 até 7.28 as avaliações realizadas pelo primeiro
avaliador:
Tabela 7.24 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 – Dobra de chapas metálicas
APR
Identificação: Dobra de chapas metálicas
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Máquina
dobradeira Fechamento de cunha de dobra de chapas sobre membros superiores
Lesão e amputação de membros superiores
VI IV
Readequação das instalações conforme NR-12. Capacitação do obreiro, utilização correta do equipamento.
Acidente Matéria prima – chapas de aço
Movimentação ou queda de matéria prima, peças e equipamentos
Lesão (cortes, perfurações, hematomas e fraturas)
II III
Uso de EPI – luvas de raspa de couro, calçado e óculos
Ergonômico Inclinação de tronco
Movimento repetitivo e postura inadequada de pega da chapa
Lesão (cortes, perfurações) I II
Treinamento sobre postura e ginástica laboral
63
Físico Ruído Ruído elevado no acionamento e dobra de chapas de aço
Perda parcial ou total da audição I II
Uso de EPI – utilização de protetor auricular
Químico Óleos e graxas derivadas de petróleo
Contato ou exposição prolongados
Lesão na pele II II
Uso de EPI – utilização de luvas
Acidente Choque elétrico
Uso de equipamentos e instalações inadequadas
Queimadoras, parada cardíaca e morte
VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Tabela 7.25 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 – Prensa e furação da chapa em Guilhotina
APR
Identificação: Prensa e furação de chapa em Guilhotina
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação de
tronco Movimento repetitivo e postura inadequada de pega da chapa
Lesão (cortes, perfurações) I II
Treinamento sobre postura e ginástica laboral
Físico Ruído Ruído emitido pela prensa ao estampar e furar as chapas
Lesão auditiva (cortes e perfurações) I II
Uso de EPI – utilização de protetor auricular
Químico Óleos e graxas derivadas de petróleo
Contato ou exposição prolongados
Lesão na pele II II
Uso de EPI – utilização de luvas
Acidente Prensa Esmagamento e perfuração das mãos com a prensa
Lesão/amputação de membros superiores
VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
I III Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Acidente Choque elétrico
Prensa - instalações inadequadas
Queimadoras, parada cardíaca e morte
VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
64
Tabela 7.26 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 – Corte de chapa de aço
APR
Identificação: Prensa e furação de chapa em Guilhotina
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Chapa de aço Lapas da chapa podem furar ou
cortar o operador Lesão corporal / cortes e arranhões
III III
Utilização de luvas de raspa de couro, avental e mangotes de couro
Acidente Guilhotina Esmagamento ao fechar facas e cunhas
Lesão / amputação de membros superiores
VI IV
Uso de EPI – luvas de raspa de couro, calçado, capacete, óculos
Físico Ruídos
Ruídos elevados no setor por movimentação de chapas e cavacos
Lesão auditiva (cortes e perfurações) I II
Uso de EPI – protetor auricular concha ou tampão
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos
II III Utilização de calçado de segurança
Acidente Choque elétrico
Instalação elétrica inadequada Queimaduras, parada cardíaca, amputações, morte
VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Tabela 7.27 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 – Lixamento e pintura de viga I
APR
Identificação: Lixamento e pintura de viga I
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação do
tronco Postura inadequada constante para realização das tarefas
Lesão muscular e na coluna
I II
Ginástica laboral, readequação da postura e paradas para descanso
Químico Tintas, zarcões, vernizes e solventes
Contato com os olhos Lesão ocular V IV
Utilização de óculos de segurança
Químico Tintas, zarcões, vernizes e solventes
Contato com a pele Lesão na pele II II
Utilização de luvas de látex
Químico Tintas Aspiração de matéria ou vapores Lesão das vias respiratórias
V IV Utilização de máscara facial para partículas líquidas e vapores
65
Tabela 7.28 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 5 – Corte de tubulação metálica com policorte
APR
Identificação: Lixamento e pintura de viga I
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Choque
elétrico Policorte – Instalação elétrica inadequada
Choque elétrico por instalação inadequada
VI IV Readequação de instalações conforme NR-10 e NR-5410
Acidente Policorte Uso de equipamento de má qualidade
Lesão corporal grave devido à falta de proteção na policorte
VI IV
Instalação de carenagem de proteção no disco de corte
Acidente Matéria prima – tubos de aço
Escorar próximo à bancada onde há as extremidades dos tubos
Lesão corporal grave / perfuração
V III
Utilização de luvas de raspa de couro, avental e mangotes de couro
Acidente Matéria prima – tubos de aço
Processo de corte da tubulação pode atirar resíduos do material a altas velocidades
Lesão ocular V IV Uso de EPI
Segue nas tabelas 7.29 até 7.33 as avaliações realizadas para as mesmas
atividades anteriores, mas sob ponto de vista do segundo avaliador:
Tabela 7.29 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 1 – Dobra de chapas metálicas
APR
Identificação: Dobra de chapas metálicas
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Máquina
dobradeira Fechamento de cunha de dobra de chapas sobre membros superiores
Lesão e amputação de membros superiores
VI IV
Readequação das instalações conforme NR-12. Capacitação do obreiro, utilização correta do equipamento.
Acidente Matéria prima – chapas de aço
Movimentação ou queda de matéria prima, peças e equipamentos
Lesão (cortes, perfurações, hematomas e fraturas)
III III
Uso de EPI – luvas de raspa de couro, calçado e óculos
Ergonômico Inclinação de tronco
Movimento repetitivo e postura inadequada de pega da chapa
Lesão (cortes, perfurações) IV IV
Treinamento sobre postura e ginástica laboral
Físico Ruído Ruído elevado no acionamento e dobra de chapas de aço
Perda parcial ou total da audição V IV
Uso de EPI – utilização de protetor auricular
66
Químico Óleos e graxas derivadas de petróleo
Contato ou exposição prolongados
Lesão na pele II I
Uso de EPI – utilização de luvas
Acidente Choque elétrico
Uso de equipamentos e instalações inadequadas
Queimadoras, parada cardíaca e morte
V ou VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Tabela 7.30 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 2 – Prensa e furação da chapa em Guilhotina
APR
Identificação: Prensa e furação de chapa em Guilhotina
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação de
tronco Movimento repetitivo e postura inadequada de pega da chapa
Lesão (cortes, perfurações) IV IV
Treinamento sobre postura e ginástica laboral
Físico Ruído Ruído emitido pela prensa ao estampar e furar as chapas
Lesão auditiva (cortes e perfurações) III III
Uso de EPI – utilização de protetor auricular
Químico Óleos e graxas derivadas de petróleo
Contato ou exposição prolongados
Lesão na pele II I
Uso de EPI – utilização de luvas
Acidente Prensa Esmagamento e perfuração das mãos com a prensa
Lesão/amputação de membros superiores
VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos do pé
I II Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Acidente Choque elétrico
Prensa - instalações inadequadas
Queimadoras, parada cardíaca e morte
VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
67
Tabela 7.31 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 3 – Corte de chapa de aço
APR
Identificação: Prensa e furação de chapa em Guilhotina
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Chapa de aço Lapas da chapa podem furar ou
cortar o operador Lesão corporal / cortes e arranhões
III III
Utilização de luvas de raspa de couro, avental e mangotes de couro
Acidente Guilhotina Esmagamento ao fechar facas e cunhas
Lesão / amputação de membros superiores
VI IV
Uso de EPI – luvas de raspa de couro, calçado, capacete, óculos
Físico Ruídos
Ruídos elevados no setor por movimentação de chapas e cavacos
Lesão auditiva (cortes e perfurações) III III
Uso de EPI – protetor auricular concha ou tampão
Acidente Objetos suspensos
Queda de objetos nos membros inferiores
Hematomas, cortes na pele, quebra de ossos
II III Utilização de calçado de segurança
Acidente Choque elétrico
Instalação elétrica inadequada Queimaduras, parada cardíaca, amputações, morte
VI IV Adequação do equipamento à NR-10, NR-12, NBR-5410 e uso de EPI
Tabela 7.32 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 4 – Lixamento e pintura de viga I
APR
Identificação: Lixamento e pintura de viga I
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Ergonômico Inclinação do
tronco Postura inadequada constante para realização das tarefas
Lesão muscular e na coluna
II II
Ginástica laboral, readequação da postura e paradas para descanso
Químico Tintas, zarcões, vernizes e solventes
Contato com os olhos Lesão ocular V IV
Utilização de óculos de segurança
Químico Tintas, zarcões, vernizes e solventes
Contato com a pele Lesão na pele III II
Utilização de luvas de látex
Químico Tintas Aspiração de matéria ou vapores Lesão das vias respiratórias
V IV Utilização de máscara facial para partículas líquidas e vapores
68
Tabela 7.33 - APR02 - Análise Preliminar de Risco: Atividade 5 – Corte de tubulação metálica com policorte
APR
Identificação: Corte de tubulação metálica com policorte
Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas
Preventivas MANGAPS MILSTD Acidente Choque
elétrico Policorte – Instalação elétrica inadequada
Choque elétrico por instalação inadequada
VI IV Readequação de instalações conforme NR-10 e NR-5410
Acidente Policorte Uso de equipamento de má qualidade
Lesão corporal grave devido à falta de proteção na policorte
VI IV
Instalação de carenagem de proteção no disco de corte
Acidente Matéria prima – tubos de aço
Escorar próximo à bancada onde há as extremidades dos tubos
Lesão corporal grave / perfuração
IV III
Utilização de luvas de raspa de couro, avental e mangotes de couro
Acidente Matéria prima – tubos de aço
Processo de corte da tubulação pode atirar resíduos do material a altas velocidades
Lesão ocular V III Uso de EPI
Das descrições, avaliações e classificações dos riscos realizadas para as
atividades anteriores constata-se que houve diferenças de classificação do grau de risco de
avaliador para avaliador, e entre as metodologias.
Para a metodologia proposta por Mangili Júnior e Rota Neto (2009) houve 9
alterações de interpretações, correspondendo a 36% do total de avaliações das atividades.
Para a metodologia utilizada por DeCicco e Fantazinni (1987) adaptada da MIL-STD-882D
houveram 9 alterações de interpretações, correspondendo a 36% de avaliações para as
atividades.
Na figura 7.2, pode-se observar com maior clareza os resultados obtidos
neste trabalho de campo:
69
Figura 7.2 - Resultados da comparação entre método atual de classificação de riscos e método proposto – APR 02
Neste caso, percebe-se que mesmo com as modificações propostas por
Mangili Júnior e Rota Neto (2009) não há mudanças na subjetividade das análises,
persistindo diferenças de interpretação em função da experiência do avaliador e da
subjetividade da interpretação que cada um faz das normas e sua aplicação em cada caso
analisado.
Com os resultados da pesquisa de campo realizada através da aplicação
das APR’s nas empresas pode-se realizar uma análise quantitativa da eficiência do método
proposto por Mangili Junior e Rota Neto (2009).
Através da contabilização das divergências de classificação dos níveis de
risco apontados nas APRs observa-se que de um total de 45 riscos levantados em todas as
atividades avaliadas, houve 25 divergências o que representa 55% das atividades avaliadas,
considerando o método atual. Já na metodologia de classificação de riscos proposta por
Mangili Junior e Rota (2009), foi verificado 19 divergências de classificação, o que
representa 42% das atividades avaliadas.
Com estes resultados pode-se chegar a conclusão que o método proposto
por Mangili Junior e Rota Neto (2009) consegue atingir seu objetivo de diminuir as
divergências de classificação de riscos existentes no modelo atual de classificação.
70
8. CONCLUSÃO
O propósito deste trabalho foi o de realizar uma comparação entre métodos
de classificação de riscos para a APR’s, de maneira a facilitar sua aplicação em futuras
ferramentas de análise preliminar de risco, para serem aplicadas aos diversos serviços no
campo das engenharias.
Com este objetivo, foram elaborados testes de campo para averiguar se a
metodologia implementada por Mangili Junior e Rota Neto (2009), através de novas
classificações de risco para APR’s, é capaz de diminuir interpretações dúbias dos níveis de
riscos de determinadas atividades.
Através da aplicação dos testes em duas empresas, sendo a primeira do
ramo de construção civil e a segunda do ramo da indústria mecânica, foi verificado que a
inserção de novas classificações atingiu o que se propôs a fazer, que era diminuir a
ambiguidade e a diferenças de julgamento dos níveis de risco em avaliações de atividades.
Na análise dos resultados percebeu-se a diminuição nos níveis de ambiguidade de
interpretação, mas ainda persistem as algumas diferenças. Sendo assim, embora a nova
metodologia proposta por Mangili Júnior e Rota Neto (2009) seja mais completa que a
metodologia adaptada da norma americana MIL-STD882/93 (atualizada em 2000), ela ainda
pode evoluir nos critérios de classificação dos riscos de maneira a diminuir os critérios
subjetivos em suas análises, que influenciam em diferenças associadas à formação e
experiência de cada avaliador.
Ainda como resultados deste trabalho pode-se exaltar o grande salto de
conhecimento prático que pode-se obter através da realização das pesquisas de campo nas
empresas. Tal conhecimento prático foi obtido através de diálogo com operadores dos
equipamentos, responsáveis técnicos das empresas.
No decorrer da atividade prática, foi possível também obter conclusões
sobre os ambientes de trabalho observados, ainda há muita coisa a se fazer no tocante a
prevenção de acidentes em empresas, pois nas avaliações realizadas, todas possuíam
graves riscos associados a utilização de equipamentos ultrapassados e também em relação
à choques elétricos.
Como resultado deste trabalho, fica também uma sugestão para as
autoridades públicas responsáveis a realização de fiscalização mais firme em empresas dos
71
ramos avaliados neste trabalho. Tal fiscalização se fosse feita apenas em relação à
adequação de equipamento e em relação à prevenção de choques elétricos, já poderia
diminuir grande parte dos riscos associados às atividades avaliadas.
Ainda como conclusão final para este trabalho, fica a sugestão em futuros
trabalhos, a tentativa de refinamento do método de classificação de riscos, de maneira
diminuir ainda mais as ambiguidades relacionadas ao julgamento dos níveis de risco
avaliados. Tal refinamento poderia se dar principalmente nos critérios adotados para cada
nível, pois uma vez que os critérios sejam bem delineados, acredita-se haverá menos
dúvidas na classificação de riscos, e por consequência na redução das divergências.
73
APÊNDICE A
DESCRIÇÃO DO SOFTWARE PES-APR10
Através do método para análise de riscos, proposto na sessão 6.1, foi
implementada uma plataforma informatizada que tem por função receber as informações
colhidas em campo, alocá-las em um banco de dados e por fim, através de algoritmos,
classificar “automaticamente” os riscos investigados.
Essa plataforma informatizada ou apenas de software, cujo nome de batismo
é “PES-APR09” (Programa de Engenharia de Segurança e Análise Preliminar de Riscos –
versão 2009) recebeu uma atualização e passa a se chamar “PES-APR10” (Programa de
Engenharia de Segurança e Análise Preliminar de Riscos – versão 2010).
Esta atualização foi apresentada por Vasconcelos (2010), e foi necessária
para um melhor funcionamento de todas as funções do software e para uma melhor
facilidade de inserção e/ou alteração de dados e visualização destes em forma de relatório.
Optou-se por não realizar a exibição do código-fonte do software nestes
trabalhos, pois intenta-se criar registros de patentes para o mesmo. No entanto, é feita uma
explicação de seu funcionamento geral e das tecnologias utilizadas em sua confecção.
De forma a oferecer praticidade e facilidade de acesso às informações,
optou-se por desenvolver o software de forma que seja possível executá-lo em um ambiente
de um navegador web (Internet Explorer, Mozilla Firefox, entre outros). Assim, pode-se
trabalhar com o software em rede local (intranet) ou remotamente (internet), possibilitando
que o engenheiro ou técnico responsável pela emissão dos relatórios de APR possa acessar
e manipular as informações necessárias, independentemente do local de trabalho, tendo em
vista que há sempre a necessidade de deslocamento para inspeção das instalações em que
se intenta elaborar uma análise preliminar de riscos.
O software permite ao usuário acesso sobre cada setor da empresa, onde é
possível monitorar os setores e, então, identificar os riscos presentes nos mesmos.
Após o preenchimento do questionário de cada setor são gerados relatórios
de classificação dos riscos da empresa de forma geral ou dos diversos setores. Os relatórios
74
são classificados com uma ordem de urgência para cada setor, facilitando assim a sua
análise e execução de medidas preventivas.
Para a elaboração do software, foi usado o script ASP – ou Active Server
Pages – em combinação com a linguagem HTML para programação das páginas a serem
acessadas pelo navegador de preferência.
Active Server Pages ou ASP é um ambiente de programação que fornece a
habilidade de combinar HTML, scripting e componentes para criar aplicações Internet que
rodam em um servidor local.
Pode-se criar interfaces HTML para aplicações adicionando comandos de
scripts em suas página e pode encapsular sua lógica em códigos reutilizáveis. Esses
componentes poderão ser chamados por scripts ou por outros componentes.
Quando se incorpora a tecnologia ASP em um website o usuário chama uma
página com extensão .asp, o browser (Netscape, Internet Explorer, etc.) envia um pedido ao
servidor para abrir a página ASP. O servidor por seu lado começa a executar a página ASP.
O Active Server Pages processa as páginas sequencialmente (de baixo para cima), executa
qualquer comando de script (entre as tags <% e %>) no arquivo, e gera uma página HTML
simples.
75
Figura A.1 - Esquema de funcionamento do ASP (Fonte: Vasconcelos, (2010))
A página é então enviada para o browser do usuário. Como seus scripts
rodam no servidor, o servidor web faz todo o processamento e as páginas HTML padrão são
geradas e enviadas ao browser. Por isso diz-se que o HTML é uma linguagem client-side
(processado no computador do usuário), enquanto o ASP é um script do tipo server-side
(processado no servidor).
Outro benefício de ter seus scripts processados pelo servidor é que o
usuário não pode ver o código fonte do script original.
Utilização do PES-APR10
Nesta seção, serão apresentadas, de forma resumida, as funcionalidades do
software, de acordo com o que foi exposto por Vasconcelos (2010). Ao realizar os
procedimentos descritos na seção anterior o software está pronto para ser utilizado. Após
digitar o caminho: http://localhost/Software/default.asp e apertar “Enter” aparecerá uma tela
de login. Nota-se que para acessar o software é necessário ter um login previamente
76
cadastrado, este sendo considerado como um administrador do software em questão. Caso
o usuário não esteja cadastrado anteriormente o software irá emitir uma mensagem
notificando que o usuário não existe.
Figura A.2 - Tela inicial do PES-APR10
Após o usuário existente inserir seus dados e clicar em autenticar, o
software irá para a sua página principal onde é possível administrar a maioria das opções.
Esta página varia a sua disponibilidade de acordo com o nível de acesso do usuário. Pois o
usuário administrador tem acesso total aos dados enquanto que o usuário empresa tem
acesso apenas aos seus dados.
Na página inicial pode-se visualizar os seguintes itens:
- Nome do Software;
77
- Data e hora do acesso;
- Nome do usuário que está acessando;
- Opção de sair do programa;
- Na Opção Administração: Retornar a qualquer momento à pagina inicial e
Alterar seus dados;
- Na Opção Usuários: Cadastrar um novo Administrador e Ver a Lista de
Usuários do software.
- Na Opção Empresa: Ver a Lista de Empresas cadastradas e a Opção de
Incluir uma Nova Empresa.
- Na Opção Log: Gerar Log; Mostra a Data e Hora dos acessos de Todos os
usuários do Software.
- Na Tela Central: Lista das empresas cadastradas com as opções de incluir
empresa; criar relatório completo, criar relatório parcial, editar empresa e excluir empresa. E
abaixo também conta com legendas de cada opção.
78
Figura A.3 - Tela principal do PES-APR10
No menu lateral, na opção Administração, remete-se à tela citada
anteriormente, já a segunda é necessária para alteração seja do nome ou senha do usuário,
sendo necessária a confirmação da antiga senha deste.
79
Figura A.4 - Tela de alteração de dados do usuário
Já na barra de usuários existem duas opções. A primeira cadastra um novo
administrador que terá total acesso às informações do software e edição destas.
Figura A.5 - Tela de criação de um novo usuário
Já a opção de lista de usuários irá fornecer a lista de todos os usuários
cadastrados no sistema assim como: Opção para cadastrar novo usuário; nome completo do
usuário; Nível de acesso; Data e Hora do ultimo acesso; Opções de Editar, Excluir e Log de
eventos.
80
Figura A.6 - Tela de lista de usuários
Na Barra de Empresas existem duas opções. A primeira gera uma lista das
empresas cadastradas no sistema. Assim como aparecem na página principal, com as
opções de incluir nova empresa; selecionar determinada empresa para visualizar seus
dados; gerar relatório completo ou parcial dos setores da empresa; editar os dados da
empresa e excluir a empresa.
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Figura A.7 - Tela de lista de empresas
Selecionando-se o nome de alguma empresa aparecerão seus dados com a
opção de incluir um novo setor ou editar algum setor existente.
Figura A.8 - Tela de dados da empresa
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A segunda opção é a parte primordial deste projeto, pois é a partir desta que
ocorre o cadastro da empresa, assim como de seus setores e riscos. Para que assim se
possibilite a emissão de Relatórios de Análise Preliminar de Riscos.
Assim que selecionar “incluir empresa” aparecerá uma tela para
cadastramento desta com uma série de dados a completar.
Figura A.9 - Tela de cadastramento de empresa
Dentre eles CNPJ; endereço; telefone e outros. Além disto, é necessário o
usuário inserir um Login e Senha para que este, no caso a empresa, seja capaz de visualizar
e alterar seus dados futuramente sem a intervenção de um administrador do software. Login
e Senha deverão ser inseridos na pagina inicial do software quando a empresa necessitar
acessar seus dados. Após todos os dados inseridos é necessário selecionar o botão incluir.
Após a empresa ser incluída irá aparecer uma página constando todos os
dados da empresa digitados e abaixo a opção de incluir um setor da empresa para realizar a
Análise Preliminar de Riscos deste.
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Figura A.10 - Tela de inclusão de setores da empresa
Selecionando a Opção “(Incluir Setor)”, o usuário deverá agora preencher
todas as informações sobre determinado setor da empresa que deseja realizar a análise.
Dentre elas o nome do Setor; quais atividades são realizadas neste setor; a data em que foi
realizada a inspeção; quais as proteções disponíveis para a realização do trabalho e
disponibilidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva (EPCs).
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Figura A.11 - Tela de cadastramento de setores
Assim que um Setor é incluído surgirá uma tela com os dados inseridos no
setor, e logo abaixo a opção de incluir Risco do Setor. É nesta opção que será feita a
averiguação de todos os riscos e medidas que devem ser tomadas dentro de um setor da
empresa, e a partir disto a emissão de um relatório detalhado.
Figura A.12 - Tela de dados do setor
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Selecionando “(Incluir Risco)”, o usuário será levado a uma janela que
possui várias opções e sub-opções de cadastramento de risco para uma visão bem
detalhada.
Figura A.13 - Tela de cadastramento de risco
Selecionando a opção Risco/Perigo tem-se a escolha de seis tipos de Risco
já definidos: À Propriedade, Acidente, Biológico, Ergonômico, Físico e Químico. Além destes
possui a opção “Outros” caso o risco encontrado na empresa não se encaixe com nenhum
dos anteriormente citados.
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Figura A.14 - Tela de opção de riscos
A próxima opção, “Agente”, é condicional à opção Risco, ou seja,
dependendo da escolha do tipo de risco a escolha da opção de agente também se altera.
Fazendo com que assim cada risco tenha tipos de agentes pré-definidos, além de contar
com a opção “Outros”, caso o agente não constar na lista.
Logo abaixo é necessário digitar a origem do risco escolhido e também os
seus efeitos gerados.
Digitando estes dados é necessário agora quantificar em qual categoria o
risco se encontra. Para uma melhor escolha desta opção foram inseridas informações em
cada um dos seis níveis de classificação. Com isso o usuário terá maior clareza ao inserir os
dados.
Figura A.15 - Caixa de informações
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Logo abaixo contém a opção para digitar quais as medidas preventivas para
o não acontecimento do erro. Além do nível de dificuldade em se implementar medidas
preventivas e o nível de exposição ao risco, sendo que estes dois últimos também possuem
a ajuda de informações ao posicionar o cursor em determinada opção.
Após todos os dados devidamente preenchidos, seleciona-se a opção
Inserir. O usuário será direcionado para uma janela com todos os dados do setor inserido e
com a opção de editar e excluir o setor, além da opção de inserir um novo setor.
Logo abaixo das informações sobre o setor, o software gera uma análise
prévia dos riscos inseridos, como uma espécie de relatório inicial de informações. Existe
também a opção do usuário inserir um novo risco ao mesmo setor selecionando a opção
“Incluir risco” que remete à opção descrita anteriormente.
Figura A.16 - Tela de informações do setor
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Assim que novos setores e riscos são adicionados o software
automaticamente vai readequando o relatório de análise preliminar de riscos. Logo, após
todos os dados inseridos o relatório está pronto para ser gerado.
Para isto deve-se selecionar a empresa que se deseja o relatório na opção
“lista de empresas” da barra lateral. A partir disto o usuário tem as seguintes opções nessa
tela:
Selecionar o nome da empresa (surgindo os dados da empresa e a opção
de gerar relatório, na parte superior) ou gerar o relatório completo ou parcial diretamente
selecionando os ícones ao lado do nome da empresa.
Acessando o relatório completo de uma empresa o resultado é a tela
apresentada na figura abaixo. Observam-se os dados da empresa, seguidos logo abaixo
pelos riscos classificados de ordem hierárquica, de forma similar à planilha de análise prévia
de riscos discutida anteriormente, porém com a informação adicional do setor a que o risco
pertence. A coloração é feita apenas nas colunas de magnitude de risco e Nível de Risco.
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Figura A.17 - Exemplo de relatório completo
Logo acima dos dados da empresa encontra-se um ícone de uma
impressora. Selecionando esta opção o usuário terá a oportunidade de imprimir este
relatório através de uma impressora previamente instalada em seu computador ou salvar o
documento emitido em seu computador.
Na tela do relatório completo o usuário pode também editar qualquer setor
e/ou risco se assim desejar selecionando-o diretamente no relatório. Tornando assim a
correção ou atualização de alguém dado mais rápida.
Os links para emissão de relatório parcial encontram-se juntos daqueles
para emissão de relatório completo. Antes de o software emitir o relatório é solicitado ao
usuário listar os setores que ele deseja analisar. Feito isto e clicando no botão “Enviar”,
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chega-se à uma página similar àquela de emissão de relatório completo, porém com a
indicação, logo abaixo dos dados cadastrais da empresa, dos setores que estão sendo
monitorados.
Figura A.18 - Opção de relatório parcial
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