ANALGESIA E ANTISSEPSIA DO EXTRATO DE Acmella … · LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS OMS...

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CAROLINA GONÇALVES ANDRADE ANALGESIA E ANTISSEPSIA DO EXTRATO DE Acmella oleracea NA PELE: ENSAIO CLÍNICO ALEATÓRIO Trabalho Final do Mestrado Profissional, apresentado à Universidade do Vale do Sapucaí, para obtenção do título de Mestre em Ciências Aplicadas à Saúde.Pouso Alegre - MG 2016

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CAROLINA GONÇALVES ANDRADE

ANALGESIA E ANTISSEPSIA DO

EXTRATO DE Acmella oleracea

NA PELE: ENSAIO CLÍNICO

ALEATÓRIO

“Trabalho Final do Mestrado

Profissional, apresentado à

Universidade do Vale do Sapucaí,

para obtenção do título de Mestre em

Ciências Aplicadas à Saúde.”

Pouso Alegre - MG

2016

CAROLINA GONÇALVES ANDRADE

ANALGESIA E ANTISSEPSIA DO

EXTRATO DE Acmella oleracea

NA PELE: ENSAIO CLÍNICO

ALEATÓRIO

“Trabalho final do Mestrado

Profissional, apresentado à

Universidade do Vale do Sapucaí,

para obtenção do título de Mestre em

Ciências Aplicadas à Saúde.”

ORIENTADORA: Profa. Dra. Ana Beatriz Alkmim Teixeira Loyola

COORIENTADORES: Profa. Dra. Adriana Rodrigues dos Anjos Mendonça

Prof. Dr. Manoel Araújo Teixeira

Pouso Alegre - MG

2016

III

UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ

Andrade, Carolina Gonçalves. Analgesia e Antissepsia do Extrato de Acmella oleracea na

Pele: Ensaio Clínico Aleatório / Carolina Gonçalves Andrade. -- Pouso Alegre: Univás, 2016.

xiv, 38f.

Trabalho Final do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde, Universidade do Vale do Sapucaí, 2016.

Título em inglês: Analgesia and antisepsis of Acmella

oleracea extract on skin: randomized clinical trial. Orientador: Profa. Dra. Ana Beatriz Alkimim Teixeira

Loyola Coorientadores: Profa. Dra. Adriana Rodrigues dos Anjos

Mendonça Prof. Dr. Manoel Araújo Teixeira 1. Analgesia. 2. Plantas medicinais. 3. Pele. 4. Produto de

Ação antimicrobiana. 5. Medição da dor. I. Título.

IV

Universidade do Vale do Sapucaí

MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE

COORDENADOR: Prof. Dr. Taylor Brandão Schnaider

Linha de Atuação Científico-Tecnológica: Fitoterapia em feridas

V

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a DEUS, fonte de toda sabedoria e luz que ilumina meus caminhos;

Aos meus pais, Norival de Abreu Andrade e Marli Gonçalves Andrade, por serem meus

maiores exemplos de vida e valores e por serem meus maiores incentivadores na busca de

constantes aprendizados, meu amor por vocês é infinito;

Ao meu irmão, Matheus Gonçalves Andrade, meu puxador de orelha preferido e meu

exemplo de seriedade e à minha cunhada, Natália Arruda Barroso, pela ajuda e exemplo de

foco no trabalho;

Ao meu noivo, Bruno Maia Vasconcelos, pelo incentivo diário, pelo amor, carinho e

paciência e por abrir mão muitas vezes de suas vontades para me acompanhar nessa jornada;

Ao meu sogro, minha sogra e cunhadas, pelo carinho constante que têm comigo;

Aos meus familiares, por torcerem sempre pelo meu sucesso;

Aos meus amigos, por entenderem minha ausência muitas vezes e por me incentivarem com

palavras de afeto e encorajamento.

VI

AGRADECIMENTOS

À PROFESSORA Drª. ANA BEATRIZ ALKMIM TEIXEIRA LOYOLA,

professora orientadora do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde da

Universidade do Vale do Sapucaí, que até mais que minha orientadora, foi a todo tempo

minha amiga! Obrigada pela confiança, amizade, paciência, incentivo, motivação e

profissionalismo com que conduz seus ensinamentos.

Aos PROFESSORES Dr. MANOEL ARAÚJO TEIXEIRA e Dra. ADRIANA

RODRIGUES DOS ANJOS MENDONÇA professores orientadores do Mestrado

Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde, pela coorientação nesse trabalho, de forma tão

gentil e atenciosa compartilharam seus conhecimentos em prol da melhoria dessa pesquisa.

Aos PROFESSORES DO MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS

APLICADAS À SAÚDE DA UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ, pelos

conhecimentos compartilhados ao longo do curso e amizade sempre presente.

À PROFESSORA Drª. DANIELA FRANCESCATO VEIGA, professora

orientadora do Mestrado Profissional em Ciências Aplicadas à Saúde da Universidade do

Vale do Sapucaí, pelo exemplo de pesquisadora apaixonada pelo que faz, pelo incentivo e

valor que coloca nas pesquisas e por se dispor a ajudar sempre que solicitada.

Aos COLEGAS DE PÓS-GRADUAÇÃO, pelo nosso convívio, amizade, pelos

momentos de descontração e muitas risadas que deixaram mais leve as dificuldades que

enfrentamos.

Ao PROFESSOR Dr. MARCOS MESQUITA FILHO, coordenador adjunto e

docente do Mestrado em Bioética da Universidade do Vale do Sapucaí, pela ajuda na análise

estatística dos resultados deste trabalho.

Ao PROFESSOR Ms. PAULO ROBERTO MAIA, professor titular do curso de

Engenharia de Produção da Universidade do Vale do Sapucaí, pela análise e cálculos

estatísticos dos resultados deste trabalho.

VII

Ao PROFESSOR Dr. FELIX CARLOS OCÁRIZ BAZZANO, diretor clínico

do hospital das clínicas Samuel Libânio, pela autorização de realizarmos as coletas nos

pacientes do Ambulatório I (um).

Aos PACIENTES do AMBULATÓRIO I DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS

SAMUEL LIBÂNIO, que se dispuseram a participar da pesquisa.

Ao BIÓLOGO LUIZ FRANCISLEY DE PAIVA, funcionário do laboratório de

pesquisa da Univás, por sua importante ajuda no preparo dos meios de cultura e análise

microbiológica.

À BIÓLOGA HELLEN VANESSA PEREIRA E AO TÉCNICO JOSÉ

DONIZETE DOS REIS funcionários do laboratório de fitoterapia da Univás pela imensa

boa vontade e ajuda na obtenção do extrato.

À PROFESSORA Dra ANDREA SILVA DOMINGUES, pró-reitora de pós-

graduação e pesquisa, por se dispor a trazer a muda da planta diretamente do Pará para a

realização da nossa pesquisa.

À FARMACÊUTICA-BIOQUÍMICA JAQUELINE MARIA DE OLIVEIRA

MARTINS, por ter manipulado nosso extrato com tanto carinho mantendo a persistência a

cada nova formulação até que chegássemos a um produto satisfatório.

À FUNCIONÁRIA DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS LAÍS

HALINE PRADO VIANA por nos ceder sua técnica em coleta e nos acompanhar em todos

os pacientes.

À ALUNA DO CURSO DE MEDICINA BÁRBARA MARIA TAVARES

PEREIRA pela disponibilidade e ajuda durante as coletas.

À AMIGA REGINA DE PAIVA SILVEIRA, por sua ajuda e incentivo.

Aos colegas de trabalho da FUNDAÇÃO HEMOMINAS (Pouso Alegre e Belo

Horizonte), por me incentivarem nessa jornada.

VIII

“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados”

Mahatma Gandhi

IX

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS............................................................................ X

LISTA DE FIGURAS............................................................................. XI

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS...................................... XII

RESUMO................................................................................................ XIV

ABSTRACT............................................................................................ XV

1. CONTEXTO....................................................................................... 1

2. OBJETIVOS....................................................................................... 6

3. MÉTODOS......................................................................................... 7

4. RESULTADOS/PRODUTO.............................................................. 13

5. APLICABILIDADE........................................................................... 16

6. IMPACTO SOCIAL.......................................................................... 19

7. CONCLUSÃO................................................................................... 22

8. REFERÊNCIAS................................................................................. 23

APÊNDICES.......................................................................................... 29

ANEXOS................................................................................................ 33

NORMAS ADOTADAS........................................................................ 38

X

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Distribuição etária dos voluntários......................................................................13

TABELA 2: Gênero dos voluntários........................................................................................14

TABELA 3: Intensidade de dor pela escala EVN...................................................................14

TABELA 4: Contagem de UFC antes e após a realização da técnica de antissepsia...............15

XI

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Cultivo da planta Acmella oleracea no laboratório de botânica da Univás........10

FIGURA 2: Obtenção do extrato aquoso de Acmella oleracea..............................................11

FIGURA 3: Produto a base do extrato de Acmella oleracea manipulado com Transcutol®...12

FIGURA 4: Diagrama Consort - Fluxo de Pacientes no Estudo.............................................13

FIGURA 5: Dispersão dos pontos de intensidade de dor pela escala EVN............................14

XII

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

OMS Organização Mundial da Saúde

ul Microlitro

% Por cento – uma parte em cem partes

® Marca registrada

ºC Graus Celsius

cm Centímetro

cm2 Centímetro quadrado

EVN Escala Visual Numérica de dor

MG Minas Gerais

mL Mililitro

Nº Número

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC Unidades Formadoras de colônias

Univás Universidade do Vale do Sapucaí

HCSL Hospital das Clínicas Samuel Libânio

g Grama

mg Miligrama

EAI Extração Aquosa por Infusão

PCA Plate Counte Agar

EEFAO Extrato obtido pela fração de clorofórmio

PA Pará

p p-value

= Igual

≤ Menor ou igual

Na+ Sódio

A. oleracea Acmella oleracea

USPTO United States Patent and Trademark Office

WIPO World Intellectual Property Organization

AIDS Acquired Immunodeficiency Syndrome

UFBA Universidade Federal da Bahia

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

INPI Instituto Nacional de Propriedade Intelectual

XIII

Co Companhia

Ltd. Limitada

S.A. Sociedade Anônima

BD Becton and Dicknson

XIV

RESUMO

Contexto: Pesquisas sobre produtos naturais com finalidade terapêutica, analgésica ou antimicrobiana devem ser estimuladas na criação de novas drogas. Acmella oleracea, planta típica da região Norte do país e conhecida popularmente como jambu, vem despertando o interesse de pesquisadores devido ao seu potencial terapêutico. Objetivo: Avaliar o potencial analgésico tópico e antimicrobiano do extrato da planta Acmella oleracea, na pele íntegra de pacientes submetidos à antissepsia cutânea nos procedimentos de venopunção. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico, aleatório, controlado com voluntários sadios recrutados no setor de coleta de materiais biológicos do Ambulatório I do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre-MG. O extrato da planta A. oleracea manipulado com Transcutol® e o álcool 70% foram utilizados nos voluntários antes do procedimento de venopunção, conforme alocação nos grupos do estudo. Realizou-se coleta da microbiota da pele pela técnica de swab e ao final do procedimento de venopunção foi aplicada ao voluntário, a escala visual numérica (EVN) padronizada para determinar o grau da dor. Resultados: A média da intensidade de dor pela EVN com o grupo álcool 70% foi de 2,90. Para o grupo A. oleracea a média foi de 1,60 (p=0,0206). A intensidade de dor analisada pela EVN com o grupo A. oleracea foi estatisticamente menor comparado com o grupo álcool 70%. A contagem de UFC antes da utilização do álcool 70% para antissepsia da pele foi de 112,9 e após foi de 25,27. A contagem de UFC antes da utilização do A. oleracea foi de 83,23 e após de 46,23. A taxa de redução (antes/após) de UFC para o grupo álcool 70% foi 77,62% e para o grupo A. oleracea 44,45% (p=0,000). No entanto houve redução estatisticamente significante na contagem de UFC no grupo A. oleracea (p=0,001). Conclusão: O extrato aquoso de A. oleracea manipulado com 10% de Transcutol® foi capaz de diminuir de modo significante a sensibilidade dolorosa na pele íntegra e a microbiota da pele quando submetida a um procedimento invasivo, como a venopunção. Palavras chave: Analgesia, Plantas Medicinais, Pele, Produto de Ação Antimicrobiana, Medição da Dor

XV

ABSTRACT

Context: Research on natural products with therapeutic, analgesic or antimicrobial purpose should be encouraged to create new drugs. Acmella oleracea, typical plant of the Northern region of the country and popularly known as jambu, has aroused the interest of researchers because of its therapeutic potential. Objective: To evaluate the potential topical analgesic and antimicrobial the Acmella oleracea plant extract in full skin of patients undergoing skin antisepsis in venipuncture procedures. Methods: This is a clinical, randomized, controlled trial with healthy volunteers recruited at the Clinic I of the collection of biological materials sector of the Hospital das Clinicas Samuel Libânio, in Pouso Alegre-MG. The plant extract A. oleracea manipulated with Transcutol® and 70% alcohol were used in the volunteers before the venipuncture procedure as allocation in study groups. Held collection of skin microbiota by the swab technique and the end of the venipuncture procedure was applied to the volunteer, the visual numeric scale (VNS) standard to determine the degree of pain. Results: The mean pain intensity by VNS with the alcohol 70% group was 2.90. For the group A. oleracea average was 1.60 (p=0.0206). Pain intensity analyzed by VNS with A. oleracea group was statistically lower compared with the alcohol 70% group. The UFC count before use alcohol 70% for skin antisepsis was 112.9 and after was 25.27. The CFU count before using the A. oleracea was 83.23 and after 46.23. The reduction rate (before/after) the UFC for the alcohol 70% group was 77.62% and the group A. oleracea 44,45 % (p= 0.000). However there was a statistically significant reduction in CFU counts in A. oleracea group (p= 0.001). Conclusion: The aqueous extract of A. oleracea manipulated with 10% Transcutol® was able to decrease pain sensitivity significant way in intact skin and skin microbiota when subjected to an invasive procedure, such as venipuncture.. Key words: Analgesic, Medicinal plants, Skin, Antimicrobial agents, Pain Measurement

1

1. CONTEXTO

Desde os primórdios da humanidade as plantas medicinais são recursos para

tratamento de diversas enfermidades. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que

80% da população mundial já fez uso de plantas medicinais. Este crescente interesse destaca a

medicina complementar alternativa (CARNEIRO et al., 2014, RENÓ et al., 2010).

A medicina complementar alternativa consiste em um conjunto de sistemas

médicos, onde se aplica práticas e produtos que não são considerados parte da medicina

convencional (LEAL et al., 2008). Baseia-se na busca de meios terapêuticos simples e menos

dependentes de tecnologia científica, mas principalmente sem altos gastos monetários. Porém

estes meios devem possuir igual ou maior eficácia que os medicamentos da medicina

contemporânea (TESSER e BARROS, 2008).

O Brasil tem uma rica história no uso de plantas medicinais em tratamentos dos

problemas de saúde da população (FIGUEREDO et al., 2014). No âmbito nacional, as plantas

dos biomas brasileiros têm sido utilizadas na medicina tradicional pela população para tratar

uma variedade de doenças (BASTOS et al., 2011). Acredita-se que o cuidado realizado por

meio da utilização das plantas seja favorável à saúde humana desde que o usuário tenha

conhecimento de sua finalidade, riscos e benefícios (BADKE et al., 2012).

A partir do conhecimento das plantas medicinais surgiram os medicamentos

fitoterápicos. A fitoterapia, phyton (planta) e therapia (tratamento) é descrita como prática

antiga, que vem crescendo mundialmente entre os programas preventivos e curativos,

estimulando pesquisas que avaliam os extratos de plantas na busca por novos produtos com

maior atividade terapêutica, baixo custo, biocompatibilidade e menor toxicidade. Os

fitoterápicos são medicamentos regulamentados no Brasil que devem apresentar critérios

similares de qualidade e segurança aos convencionais. São obtidos a partir de substâncias

vegetais que funcionam como princípio ativo, utilizadas nas mais variadas fórmulas, como

cápsulas, comprimidos, géis e pomadas (PINTO et al., 2013). Sintomas dolorosos ou

desagradáveis podem ser resolvidos com o uso de plantas medicinais em busca de alívio

(MILLANI et al., 2010).

A maioria dos procedimentos invasivos na pele envolve dor e desconforto. A

analgesia tópica adequada é fundamental no tratamento da dor, sobretudo no que diz respeito

à realização de procedimentos invasivos, como é o caso da venopunção (IVANDER JUNIOR

et al., 2011). A punção venosa é um procedimento que consiste no acesso à corrente

sanguínea por meio de dispositivos adequados, adjuntos de uma seleção criteriosa do local da

punção e de uma eficiente técnica de penetração na veia (OLIVEIRA et al., 2014). A

2

utilização do acesso venoso é de extrema importância nos serviços de saúde e centros de

hemoterapia. Os analgésicos tópicos são promissores como estratégia para o tratamento da

dor, já que estão associados à menor incidência de efeitos colaterais (FLORES et al., 2012).

No Brasil, existe uma falta crônica de doadores de sangue que pode ser explicada por diversos

motivos dentre os quais o medo da picada da agulha (MENEZES et al., 2015).

Uma das principais funções da pele é a proteção do organismo, pois se apresenta

como uma barreira funcional, limitando a penetração de substâncias exógenas presentes no

ambiente. Além de proteger, a pele é considerada um órgão sensitivo em decorrência de

diferentes receptores para tato, pressão, dor e temperatura. É formada basicamente por três

camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme ou subcutânea. O estrato córneo, constituinte da

epiderme, é a principal barreira aos fármacos quando estes são aplicados topicamente e a

penetração de substâncias na pele é dependente das propriedades do ativo e de seu

comportamento quando incorporado a um veículo (ALVES, 2015).

O Transcutol® ou éter monoetílico de dietileno glicol é uma substância que tem

longa história de uso na cosmética e produtos de aplicação tópica sendo usado em

formulações como cotensoativo e melhorador de penetração. Segundo Ganem-Quintanar et

al., 1997, a ação do Transcutol®, como promotor de penetração, pode ser atribuída pela

alteração do coeficiente de partição do fármaco no veículo, por hidratação (água absorvida do

ar), maximizando a atividade termodinâmica devida à mudança de solubilidade dos fármacos.

Esse composto não é tóxico, possui boa compatibilidade tópica, além de ser utilizado como

solvente de inúmeros fármacos (MURA, 2000). É frequentemente utilizado em formulações

tópicas (sistemas de administração de fármacos por via cutânea), sistemas de distribuição

transdérmica e ocular e também sistemas de entrega intranasal (JAVADZADEH et al., 2015).

Sendo a punção um procedimento invasivo, tornam-se necessárias medidas de

antissepsia para prevenção da contaminação bacteriana da pele no local onde este

procedimento será realizado. Antissepsia é um conjunto de medidas propostas para inibir ou

destruir microrganismos existentes nas camadas superficiais, (microbiota transitória), ou nas

camadas profundas, (microbiota residente), da pele ou mucosa, por meio da aplicação de um

germicida classificado como antisséptico (REIS et al., 2011). Os antissépticos tópicos devem

ter ação antimicrobiana rápida, efeito residual persistente e não devem ser tóxicos, alergênicos

ou irritantes. Atualmente, utiliza-se álcool a 70% na antissepsia de punções venosas na grande

maioria dos serviços de saúde. A atividade antisséptica do álcool ocorre pela desnaturação de

proteínas e remoção de lipídios, inclusive dos envelopes de alguns vírus. Para alcançar

atividade germicida máxima, o álcool deve ser diluído em água, o que possibilita a

3

desnaturação das proteínas. A concentração recomendada para atingir maior rapidez

microbicida é de 70% (KAMPF & KRAMER, 2004).

Ao mesmo tempo, formulações antissépticas a base de alcoóis são hipoalergênicas

e têm a capacidade de reduzir drástica e quase instantaneamente a carga microbiana quando

aplicado sobre o tecido vivo. Não deve ser aplicado como antisséptico para procedimentos de

longa duração (acima de 30 minutos), uma vez que o mesmo não apresenta ação residual,

exceto quando associado a produtos químicos ou até mesmo produtos naturais que

prolonguem sua atividade antimicrobiana. Deve-se levar em consideração também a eficácia

do álcool etílico já constatado e a facilidade de execução da técnica, o baixo custo, a

facilidade de encontrar no comércio e a baixa toxicidade (PAIVA & MURAI, 2005).

Estudos com extratos vegetais podem evidenciar que algumas plantas produzem

em seu metabolismo secundário, substâncias com a capacidade de inibir a atividade de

bactérias e outros microrganismos (DE BONA et al., 2010). Pesquisas voltadas para o estudo

e a avaliação de produtos naturais como agentes terapêuticos ou como agentes com atividade

antimicrobiana devem ser estimulados no intuito de criar novas drogas (RIBEIRO et al.,

2009).

Acmella oleracea (Spilanthes oleracea; Spilanthes acmella var.oleracea

popularmente conhecido no Brasil como jambu é um vegetal distribuídos em regiões tropicais

e subtropicais, com propriedades químicas importantes. É uma planta muito apreciada na

região norte do Brasil fazendo parte da culinária e medicina popular local. Possui muitos

sinônimos populares, como o agrião do Pará, agrião de Brasil, agrião do Norte, jabuaçú,

planta louca, jaburama e planta da dor de dente (TANIA et al., 2015). No Norte do Brasil é

utilizada como ingrediente na culinária e na medicina popular para o tratamento de várias

desordens. De fato, algumas atividades biológicas têm sido descritas para A. oleracea, como

anestésico, anti-inflamatório, analgésico e antitérmico, anti-obesidade, diurético, antioxidante,

antimutagênico, inseticida e bacteriostático (FERREIRA et al., 2014; BARBOSA et al., 2015,

CHENG et al., 2015).

A composição físico-química de folhas frescas de A. oleracea apresenta cálcio,

fósforo, ferro, água, proteínas, lipídios, carboidratos, fibra, cinza, vitamina B1, B2, niacina,

vitamina C e outros elementos químicos (REVILLA, 2002). O efeito farmacológico deve-se

às suas substâncias químicas, dentre as quais o trans-cariofileno, germacreno D, L-dodeceno,

espatulenol e espilantol (BORGES, 2012). Seu princípio ativo, o espilantol, é uma N-

alquilamida (N- isobutil-amida espilantol) obtido a partir das inflorescências e folhas da

planta (BOONEN et al., 2010). A presença de N-alquilamidas sugere que o efeito terapêutico

4

da Acmella oleracea está relacionado à sua maior atividade anestésica (NOMURA et al.,

2013).

É uma planta comumente usada em casos de dores de dente e estomatites, como

gargarejo. Na medicina popular, a planta é frequentemente empregada como anestésico local

no combate às dores de dente, devido à presença de espilantol, também utilizado em cremes

dentais e gomas de mascar (REVILLA, 2002). Várias patentes relacionadas à utilização de

espilantol ou extrato de A. oleracea em cremes dentais e outras formulações para higiene oral

foram depositadas nas décadas de 80 e 90, sobretudo no Japão (CAVALCANTI, 2008).

A busca por novas substâncias com atividade antimicrobiana tem levado aos

produtos naturais e, entre eles, os derivados das plantas superiores vêm despertando o

interesse em explorar o potencial da flora brasileira (AYRES et al., 2008).

A atividade antifúngica e bacteriostática do espilantol tem sido estudada

(BARBOSA et al., 2015). Estudos demonstraram também sua ação antibacteriana e anti-

inflamatória bem como atividade inseticida (WU et al., 2008, ALCANTARA et al., 2014,

MORENO et al., 2012).

A atividade diurética do chá das inflorescências da planta é atribuída à presença

de alcaloides (RATNASOORRIYA et al., 2004; GERBINO et al., 2016) e os efeitos anti-

inflamatório e antipirético à presença de flavonoides (CHAKRABORTY et al., 2010).

Em um estudo sobre a atividade anti-inflamatória e analgésica de Acmella

oleracea, não se observou efeito adverso ou mortalidade em ratos, administrando até 3g/kg

por via oral, em forma de extrato aquoso (CHAKRABORTY et al., 2004). A observação de

que o espilantol inibe vários citocromos, alerta sobre o risco de interações adversas entre esta

substância e outras drogas (RODEIRO et al., 2009).

Devido a sua popularidade na culinária e para fins medicinais, cresce atualmente o

interesse das indústrias cosméticas e farmacêuticas pela Acmella oleracea. Sendo assim, seu

cultivo nos últimos anos vem sendo observado nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil

(CAVALCANTI, 2008).

Na conjuntura atual, a preocupação de se encontrar novas fontes naturais e

eficazes para a formulação de novos medicamentos vem aumentando. A situação em que a

ciência atual se apresenta remete a uma maior aceitação de tratamentos baseados em plantas

medicinais, devido à ação comprovada de certas substâncias presentes em materiais orgânicos

diversos, aumento do número de pesquisas e estudos científicos que objetivam aprimorar a

utilização técnica dessas plantas, visando á máxima eficiência de seus princípios ativos.

Qualquer procedimento que envolva a utilização de agulhas provoca certa tensão e

ansiedade para quem vivencia. A punção venosa é uma intervenção constante em laboratórios

5

clínicos, hospitais e centros de hemoterapia. Desta forma torna-se um desafio para os

profissionais de saúde minimizar a dor e o desconforto causado por este procedimento.

Produtos capazes de eliminar ou mesmo suavizar a percepção do estímulo doloroso em

procedimentos invasivos na pele podem melhorar a aceitabilidade por parte das pessoas em

aderirem a tratamentos bem como a processos de doação de sangue.

Portanto, justifica-se a proposta do presente estudo em avaliar a ação analgésica e

antisséptica da A. oleracea na pele íntegra, como meio de enquadramento de sua utilização á

medicina complementar alternativa.

6

2. OBJETIVOS

Avaliar o potencial analgésico tópico e antimicrobiano do extrato da planta

Acmella oleracea, na pele íntegra de pacientes submetidos à antissepsia cutânea nos

procedimentos de venopunção.

7

3. MÉTODOS

3.1 Delineamento do estudo

Foi realizado um ensaio clínico, aleatório, controlado e duplo cego.

3.2 Local

As punções venosas foram realizadas no Ambulatório I do Hospital das Clínicas

Samuel Libânio em Pouso Alegre, MG. Os testes microbiológicos foram realizados no

Laboratório de Pesquisas Básicas da Faculdade de Ciências da Saúde, Unidade Central da

Universidade do Vale do Sapucaí, na cidade de Pouso Alegre, MG.

3.3 Aspectos éticos

Na condução deste estudo foram observadas e seguidas as determinações da

Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, que dispõe sobre diretrizes e normas que

regulamentam a pesquisa envolvendo seres humanos.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do

Vale do Sapucaí, sob o parecer número 959.061 (Anexo 1).

3.4 Amostragem e Cálculo amostral

Como não foi encontrado na literatura nenhum estudo que avaliasse a atividade

analgésica da A. oleracea na pele íntegra aplicado topicamente, que permitisse usar dados

para o cálculo do tamanho da amostra, foi realizado um estudo piloto com 30 pacientes

divididos em dois grupos; 15 utilizando álcool 70% e 15 utilizando Acmella oleracea. Estes

resultados foram utilizados para o cálculo da amostra.

Para o cálculo, foi utilizado o desfecho primário do estudo (dor) através do teste t

student (hipótese monocaudal). Utilizando um desvio-padrão de 2,6, uma diferença

clinicamente relevante de 2 pontos na escala visual numérica (EVN), com um poder de teste

de 90% e considerando um nível de significância de 5%, o número calculado de indivíduos,

por grupo, foi de 29 (Apêndice 1).

3.5 Critérios de elegibilidade

8

Critérios de Inclusão: voluntários sadios, com idade entre 18 a 65 anos de ambos

os gêneros sem restrição quanto à etnia, escolaridade e classe social, que aceitaram participar

da pesquisa, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), (Apêndice 2).

Critérios de não inclusão: gestantes, pacientes oncológicos, renais crônicos,

psiquiátricos, com necessidade de duas ou mais punções e recusa em participar da pesquisa.

3.6 Seleção

A “sequência aleatória” foi gerada pelo software Randomization Plan (Apêndice

3). Os indivíduos foram selecionados em ordem aleatória sistemática.

Os voluntários foram aleatoriamente alocados para os grupos denominados:

-Grupo álcool 70% (n=30): foi utilizado álcool 70% na antissepsia da pele.

-Grupo A. oleracea (n=30): foi utilizado extrato de A. oleracea 90% na antissepsia da pele.

3.7 Procedimentos

Os voluntários foram recrutados por ordem de chegada ao ambulatório I do

Hospital das Clínicas Samuel Libânio em Pouso Alegre, MG. Ao chegar ao ambulatório para

coleta de sangue, o voluntário foi esclarecido sobre o estudo e convidado a participar.

Aceitando, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foi então

submetido aos procedimentos determinados pelo estudo.

As coletas de amostras foram realizadas no próprio ambulatório, no período da

manhã, nos horários compreendidos entre 7h30 e 10h00. Todas as punções foram realizadas

na fossa cubital (direita ou esquerda, de acordo com a preferência do voluntário) pelo mesmo

flebotomista, que não possuía conhecimento a respeito do produto utilizado nos voluntários.

A punção foi realizada de uma única vez com seringa e agulhas descartáveis de calibre 25x7

da marca BD®.

3.7.1. Avaliação Antimicrobiana da A. oleracea

O primeiro swab embebido em salina estéril foi coletado da fossa cubital em região

demarcada por campo de papel filtro qualitativo estéril com fenestra de 5cm2, da marca

Nalgo®. As coletas foram realizadas pelo pesquisador. O swab foi acondicionado em tubo de

vidro estéril com solução salina contendo oito pérolas de vidro. Em seguida o produto

sorteado foi aplicado conforme a técnica de antissepsia recomendada pelo laboratório de

9

análises clínicas do HCSL. Aguardou-se três minutos, que foi o tempo estimado para que o

produto tivesse ação (BARBAS et al., 2016), e o segundo swab foi coletado da mesma

maneira que o primeiro. O paciente foi então encaminhado ao flebotomista do laboratório

para realização da punção venosa.

Ao término das coletas os swabs foram acondicionados em caixa plástica térmica

e encaminhados ao laboratório de pesquisas básicas da Univás para que fossem analisados.

Para a análise, cada swab foi homogeneizado em agitador automático da marca

PHOENIX, modelo AP56, tipo vortex (Fabricante: Luferco, Brasil) por um minuto com oito

pérolas de vidro estéreis que favorecem a remoção de microrganismos do swab para a

solução. Após a homogeneização do tubo, foram semeados 50 µL da solução em placas

contendo o meio de cultura Plate Count Agar – Standart Methods Agar (PCA) e espalhados

por toda a superfície com auxílio de uma alça de Drigalski (SILVA et al., 2001).

Após a semeadura das amostras, as placas foram colocadas na estufa a uma

temperatura de 35ºC por um período de 48 horas (McDONALD et al., 2001; WONG et al.,

2004). Após esse período, as unidades formadoras de colônias (UFC) foram contadas.

Os resultados foram registrados no Protocolo de respostas e resultados dos

voluntários da pesquisa (Apêndice 4).

3.7.2. Avaliação da dor

Os voluntários fizeram a avaliação da dor após a punção venosa por meio de uma

escala unidimensional, a escala visual numérica (EVN).

A EVN é uma escala de 11 pontos consistindo dos inteiros de 0 a 10; onde 0

representa '' nenhuma dor '' e 10 representa “pior dor imaginável'' (FERREIRA et al., 2011).

Os voluntários foram instruídos a selecionar um único número que melhor representasse a

intensidade da dor (Apêndice 3).

Os dados foram registrados no Protocolo de respostas e resultados dos voluntários

da pesquisa (Apêndice 4).

3.8 Formulação do Produto

As mudas da planta foram obtidas em feira livre na cidade de Belém-PA e

cultivadas em estufa no laboratório de botânica da Univás no período de maio a novembro de

2014, em Pouso Alegre-MG. Observou-se o período de cultivo da planta e a coleta das flores

foi realizada em aproximadamente 40 dias após o plantio.

10

Figura 1: Cultivo da planta Acmella oleracea no laboratório de botânica da Univás.

A extração da A. oleracea foi realizada através de um método intitulado “extração

aquosa por infusão” (EAI) (BARBOSA et al., 2011) no mês de setembro de 2015. A escolha

do tipo de extração foi embasada na utilização de um agente que não interferisse na atividade

antimicrobiana da planta, no caso, água destilada.

11

Para a extração foram colhidos 106g de flores frescas da planta e transferidas para

um triturador acrescido de 200 mL de água destilada. A mistura foi triturada por

aproximadamente 10 minutos até a obtenção de uma substância pastosa. Essa substância foi

transferida para um Erlenmayer de 500 mL e incubada em banho de água a 60°C por 60

minutos. Após esse período a substância pastosa foi filtrada a vácuo para obtenção do extrato.

Figura 2: Obtenção do extrato aquoso de Acmella oleracea

O extrato foi encaminhado para uma farmácia de manipulação para acréscimo do

Transcutol® na concentração de 10%. Esta concentração foi estabelecida após testes

executados nas concentrações com extratos de 50%, 60%, 70%, 80% e 90%, representando o

máximo de concentração do extrato capaz de causar efeito com o mínimo de Transcutol® que

pudesse ser incorporado para ser absorvido pela pele íntegra. O produto foi acondicionado em

frasco plástico conta-gotas.

As coletas nos voluntários foram realizadas nos dias 2, 3, 4, 8 e 9 de setembro de

2015.

12

Figura 3: Produto a base do extrato de Acmella oleracea manipulado com Transcutol®

3.9 Análise estatística

Os dados coletados foram tabulados em um banco de dados construído a partir do

programa Microsoft Excel®. As análises descritivas foram obtidas para variáveis quantitativas,

por meio de medidas de tendência central (média) e de dispersão (desvio padrão).

A análise estatística dos dados foi realizada por meio do software MINITAB

utilizando o Teste de Fisher para comparação de médias, Two Proportion para análise de

proporções, Man-Whitney, Teste de Kruskal-Wallis qui-quadrado e teste de Wilcoxon-Mann-

Whitney, todos com o nível de 95% de confiabilidade e 5% de significância.

13

4. RESULTADOS/ PRODUTO

O presente trabalho foi registrado no Clinical Trials em 23/05/16, registro:

NCT02792972. Dentre os 64 voluntários incluídos no estudo quatro foram excluídos,

participando 30 voluntários no grupo álcool 70% e 30 no grupo A. oleracea (Figura 4).

Figura 4: Diagrama CONSORT – Fluxo de pacientes no estudo

Neste estudo não houve diferença significante em relação à média de idade entre

os grupos analisados através do Teste de Fisher (p = 0,906) (Tabela 1).

Tabela 1: Distribuição etária dos voluntários

Idade Mediana Média Desvio Padrão Valor de p

Geral 19-65 51 48,73 12,47

Grupo Álcool 70% 19-65 51 49,16 12,71 0,906

Grupo A. oleracea 21-65 52 48,30 12,44

Avaliados para elegibilidade (n=64)

Excluídos: n=4

Aleatorizados: n=60

INCLUSÃO DE SUJEITOS

ALOCAÇÃO

Grupo Álcool 70% n=30 Receberam intervenção n=30

Grupo A. oleracea n=30 Receberam intervenção n=30

SEGUIMENTO

Perda de seguimento n=0 Perda de seguimento n=0

ANÁLISE

Analisados n=30 Analisados n=30

14

Para a análise do gênero foi utilizado o teste Two Proportion com significância

estatística de p≤0,05. Não houve diferença estatisticamente significante entre os homens (p =

0,806) e entre as mulheres (p = 0,785) nos grupos analisados (Tabela 2).

Tabela 2: Gênero dos voluntários

A intensidade de dor analisada pela escala EVN no grupo A. oleracea foi

estatisticamente menor comparado com o grupo álcool (p=0,0206 pelo Teste de Man

Whitney; Tabela 3).

Tabela 3: Intensidade de dor pela escala EVN

Pode-se observar através da figura 5 que a dispersão entre os pontos para o grupo

A. oleracea foi menor que para o grupo álcool 70%, demonstrando maior precisão nas

respostas.

Figura 5: Dispersão dos pontos de intensidade de dor pela escala EVN.

0

2

4

6

8

10

0 5 10 15 20 25 30 35

Grupo Álcool 70% Grupo A. oleraceaPACIENTES

EVN

Gênero Masculino Feminino

Geral 55,0% 45,0%

Grupo Álcool 70% 56,67% 43,30%

Grupo A. oleracea 53,33% 46,67%

Valor de p 0,806 0,785

Mediana Média de dor EVN

Desvio Padrão Valor de p

Grupo Álcool 70% 2,5 2,90 2,44 0,0206

Grupo A. oleracea 1,0 1,60 1,57

15

Os resultados da contagem de UFC pela técnica de antissepsia encontram-se na

Tabela 4. Os grupos foram analisados através do Teste de Kruskal-Wallis qui-quadrado com

significância estatística de p≤0,05.

Tabela 4: Contagem de UFC antes e após a realização da técnica de antissepsia.

A redução na contagem de UFC da microbiota da pele (antes/após) a utilização do

álcool foi estatisticamente significante com p=0,0000. Uma significância semelhante também

foi observada (antes/após) a utilização da A. oleracea com p=0,0125 (Tabela 4).

Considerando a grande dispersão dos dados da análise microbiológica no estudo os

cálculos comparativos entre o álcool 70% antes/após antissepsia e Acmella oleracea

antes/após antissepsia demonstrou que não houve diferença estatisticamente significante entre

as medianas dos dois produtos (p=0,0643 pelo Teste de Wilcoxon-Mann-Whitney).

Grupo Antes da antissepsia Após antissepsia Antes/Após valor de p

Mediana Média Mediana Média p

Álcool 70% 41,5 109,20 1,0 25,27 0,0000

A. oleracea 11,5 83,23 1,0 46,23 0,0125

16

5. APLICABILIDADE

A Acmella oleracea (jambu) é uma planta típica da região norte do país. Porém,

devido às suas variadas propriedades farmacológicas, seu cultivo nos últimos anos vem sendo

observado nas demais regiões. Há relatos do seu aparecimento nos estados do Rio de Janeiro,

em Minas Gerais sem identificação botânica e em São Paulo onde ocorre a produção

comercial da espécie de A. oleracea (com sementes adquiridas de produtores do estado do

Pará) com fins para indústria de cosméticos, e para restaurantes de comidas exóticas

(BORGES et al., 2013).

A planta Acmella oleracea foi depositada no herbário do laboratório de botânica

do curso de biologia da Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre, MG. Não há relatos

na literatura da presença da planta Acmella oleracea em Pouso Alegre, MG. A presença desta

planta na região pode favorecer projetos de pesquisa em diferentes áreas como medicina,

odontologia e farmácia.

A planta necessita ser analisada em todas as suas partes separadamente devido à

concentração do espilantol ser variável (BARBOSA, 2015). A forma de se obter o extrato

também interfere diretamente na concentração dos princípios ativos obtidos. O espilantol é

uma amida responsável pelas propriedades anti-inflamatórias, antissépticas e anestésicas da

planta (DIAS et al., 2012).

A extração da planta A. oleracea foi realizada pela técnica de extração aquosa por

infusão. Segundo estudo realizado por Romão (2015) foi possível concluir que o extrato

aquoso bruto das flores de A. oleracea possui principalmente flavonóides e alcamidas,

substâncias estas responsáveis pelas principais atividades biológicas da planta. Barbosa et al.

(2007) relatam também que o método de extração aquoso é uma opção mais viável para ser

testado por ser de baixo custo e de fácil preparo. Novas formas de extração e manipulação do

extrato de Acmella oleracea poderiam auxiliar na obtenção de princípios ativos mais

concentrados como forma de utilização em produtos que possam ser utilizados para reduzir a

sensação dolorosa na pele bem como reduzir o número de bactérias no tecido íntegro.

A análise da atividade analgésica da planta reportadas nesse estudo vão de

encontro ao trabalho realizado por Nomura et al. (2013), que examinaram o efeito

antinociceptivo do extrato etanólico obtido a partir das flores de A. oleracea em modelos

animais com hiperalgesia térmica e química induzida. Os dados mostram que o extrato

etanólico obtido com as flores de A. oleracea produz efeitos antinociceptivos prevalentes e

não causam efeitos adversos. Conforme relatado por Prachayasittikul et al. (2013), em um

17

artigo de revisão, o mecanismo de ação dos anestésicos como a lidocaína envolvem o

bloqueio dos canais de sódio (Na+). Neste mesmo artigo, Prachayasittikul et al. (2013)

relatam que o extrato aquoso frio das flores de A. oleracea também exibe atividade

antinociceptiva contra a dor persistente e atividade antihiperalgésica. Pela mesma analogia, as

alquilamidas presentes no extrato da planta A. oleracea produz uma ação anestésica tópica

presumivelmente através do bloqueio de canais de Na+. Sabe-se que a anestesia gera uma

analgesia, porém uma analgesia não causa anestesia. Outros estudos como o desenvolvido por

Andrade et al. (2013) demonstraram que uma pomada a base de A. oleracea foi efetiva e

segura em reduzir a dor provocada pela inserção da agulha de anestesia em mucosa oral.

Osório et al. (1989) em estudo realizado com as flores de Spilanthes americana (planta

pertencente a mesma família da A. oleracea, encontrada na Colômbia) relatou que o extrato

demonstrou uma atividade anestésica de infiltração maior que o padrão utilizado, a lidocaína.

Portanto, torna-se extremamente relevante os resultados encontrados neste estudo em relação

à atividade analgésica da A. oleracea no tecido íntegro.

A eficiência de anestésicos tópicos tem sido questionada por alguns autores, que

duvidam de sua ação farmacológica real e reforçam seu efeito psicológico, que devem ser

considerados. Martin et al. (1994) observaram que se os pacientes pensassem que iriam

receber anestésicos tópicos, eles apresentariam menos dor porque tinham menos ansiedade

sobre a injeção. O mesmo autor menciona que o aspecto mais importante do anestésico tópico

pode não ser a sua eficácia clínica, mas o efeito psicológico sobre o paciente, que se torna

ciente do esforço profissional para evitar a dor. Neste estudo, procurou-se não evidenciar para

o paciente a atividade analgésica do produto pesquisado, justamente para não exercer sobre o

mesmo indução de resposta baseada no efeito psicológico.

Segundo Barbosa et al. (2015), o espilantol presente na planta Acmella oleracea

apresenta além da ação analgésica, ação bacteriostática. A ação antisséptica observada neste

estudo está de acordo com os estudos de Arora et al. (2011) que demonstraram que o extrato

obtido das folhas de A. oleracea exibem atividade antimicrobiana melhor que o padrão

utilizado, a doxiciclina. Molina-Torres et al (2004) relatam a atividade antifúngica e

bacteriostática exercida pelo espilantol. De Bona et al. (2010) relatam que a atividade

bacteriostática ou bactericida demonstrada pelo extrato aquoso de Ilex paraguariensis (erva-

mate) pode ser atribuída à composição química da planta, que é composta por alcalóides,

flavonóides e várias saponinas triterpenóides e derivados do ácido clorogênico que

apresentam atividade antimicrobiana comprovada tanto para bactérias Gram positivas como

Gram negativas. Sabe-se que a A. oleracea possui várias dessas substâncias citadas. O

resultado da avaliação da atividade antimicrobiana demonstrado no estudo de Alcantara et al.

18

(2014) indica que o extrato obtido pela fração de clorofórmio (EEFAO) das flores de A.

oleracea foi capaz de reduzir o crescimento visível de Salmonella typhi in vitro. Os resultados

do presente estudo demonstram que o extrato aquoso das flores de A. oleracea foi capaz de

reduzir o número de unidades formadoras de colônias na pele íntegra, indo de acordo aos

resultados apresentados em estudos sobre a atividade antimicrobiana da planta.

Dessa forma o extrato aquoso de A. oleracea torna-se uma opção barata e viável

para ser utilizada em procedimentos de venopunção na redução da sensibilidade dolorosa e

também na redução da microbiota da pele, visto que não existe nenhum produto disponível no

mercado que exerça essas atividades ao mesmo tempo.

19

6. IMPACTO SOCIAL

O produto elaborado a base do extrato de Acmella oleracea a 90% com

Transcutol® pode ser um auxilio nos procedimentos invasivos realizados com agulha na pele,

podendo vir a ser utilizado como analgésico tópico.

A punção venosa é um procedimento considerado doloroso e que certamente pode

ativar a liberação de hormônios do estresse, levando ao medo, pânico e outras reações. A dor

surge a partir de uma lesão tecidual, devido a estímulos mecânicos, térmicos e químicos e é

transmitida ao sistema nervoso central através de nociceptores periféricos localizados na pele

e vísceras. Após a ocorrência da lesão tecidual e a consequente sensação dolorosa, o indivíduo

manifesta uma resposta sistêmica, que pode provocar aumento da glicemia, do ritmo

metabólico, da frequência e do débito cardíacos; a diminuição da função gástrica e intestinal e

alteração na função imune. Considerando que cada indivíduo tem um limiar para suportar a

dor e na tentativa de reduzir as reações provocadas pelo estímulo doloroso, o analgésico

tópico deve contribuir para a minimização das sensações de desconforto de pessoas

submetidas a punção venosa nos diversos serviços de saúde. (MACEDO et al., 2006).

Existe a necessidade de contribuir para a sistematização da assistência voltada

para o manejo da dor, mais especificamente acerca da prevenção, visto que a punção venosa é

o procedimento mais comumente realizado nas unidades hospitalares, como também aquele

que gera maior nível de estresse, em especial na criança e sua família. Logo, receber

estratégias para o alívio da dor é um direito de todos e um cuidado imprescindível nas ações

da equipe de saúde (MACEDO et al., 2006). O processo de doação de sangue pode ser

melhorado, dando maior atenção para a redução do nível de dor na punção venosa

(JOVANOVIC et al., 2012). Estudos comprovam que programas que oferecem um anestésico

tópico antes da punção venosa pode aumentar a participação tanto do doador de primeira vez

como os não doadores e torná-los doadores de repetição (WATANABE et al., 2011). Os

procedimentos cosmiátricos e cirúrgicos têm aumentado consideravelmente e,

consequentemente, também a busca por analgesia eficiente, rápida, segura e indolor

(IVANDER JUNIOR et al., 2011).

Conforme os achados deste estudo, o mesmo poderá ser patenteado como modelo

de utilidade. O modelo de utilidade é a criação de algo resultante da capacidade intelectual do

seu autor, referindo-se a um objeto de uso prático ou parte deste. Este objeto deve ser

tridimensional (como instrumentos, utensílios e ferramentas), apresentar nova forma ou

disposição, que envolva ato inventivo e resulte em melhoria funcional no seu uso ou

fabricação. Este deve ser suscetível de aplicação industrial (INPI, 2012). O extrato aquoso da

20

A. oleracea quando manipulado com o Transcutol® demonstrou ser eficaz na redução do nível

de dor durante a punção venosa representando uma nova maneira de utilização. O baixo custo

do produto também é um diferencial, garantido fácil acesso pela população.

O interesse comercial pela planta é evidente, haja vista as várias patentes

solicitadas ao redor do mundo para produtos contendo a planta inteira, partes da planta, ou

extratos, que vão desde cosméticos a flavorizantes de alimentos. Algumas das patentes

expressam a presença do espilantol nos extratos da planta ou a obtenção de espilantol puro

para participação em produtos elaborados (NASCIMENTO, 2012).

O alcalóide espilantol presente nas folhas, ramos e flores da A. oleracea (jambu) é

descrito em patentes como apropriado para uso anestésico, antisséptico, antirrugas, creme

dental, ginecológico, anti-inflamatório, com diversos produtos no mercado, vendidos como

remédio e cosmético. Essa é a razão da existência de cinco patentes que utilizam a A. oleracea

registradas no United States Patent and Trademark Office (Uspto) no período de 2000 a 2006

(uma americana, uma francesa e três japonesas), sete na World Intellectual Property

Organization (Wipo) (japonesa, americana, inglesa, dinamarquesa, suíça, brasileira e

australiana) no período de 2006 a 2010 e uma única no Instituto Nacional de Propriedade

Intelectual em 2005. A A. oleracea é utilizado pela Natura na composição do creme antirrugas

Chronos®, que era adquirida de plantios na Região Metropolitana de Belém (HOMMA,

2012).

Nascimento (2012), em sua dissertação de mestrado, fez um interessante

levantamento de várias patentes contendo o extrato de A. oleracea, relacionando a presença de

espilantol. Essas patentes foram solicitadas por indústrias japonesas para utilização como

aditivo para alimentos e bebidas; agente de limpeza em preparações para o corpo e cabelos;

uso, juntamente com uma mistura de outras plantas, como produto inseticida, para o controle

de insetos e microrganismos em plantas. Na China foi solicitada uma patente para um remédio

oriental para utilização no tratamento de resfriados comuns e gripes composto por várias

plantas, incluindo A. oleracea.

Nascimento (2012) relata ainda que a empresa Ballal BB solicitou a patente de um

produto fitoterápico contra infecção por HIV e tratamento de AIDS, obtido a partir do pó da

raiz de A. oleracea. A empresa Fortune Star requer a patente de uma composição a base de

plantas, incluindo A. oleracea com atividade fungicida. Uma composição contendo uma

mistura de várias plantas, com atividade antibacteriana e antimicrobiana, foi patenteada pela

empresa Euro Natural Products. A empresa Dermane & Passaro descreve um produto para o

tratamento cosmético antirrugas a base de espilantol puro ou extrato de A. oleracea contendo

espilantol, com capacidade de inibir a contração de músculos subcutâneos, principalmente da

21

face. A empresa Ikeda Bussa Co Ltd. requer a patente de preparações cosméticas para o corpo

e rosto a partir do extrato da raiz de A. oleracea, para redução das rugas e antienvelhecimento

da pele. A patente US2008/0069912 trata do uso de um extrato da A. oleracea para efeito

botox em uma composição cosmética antirrugas. A Natura Cosméticos S.A. reivindica um

processo de preparação de extrato de A. oleracea livre de clorofila e seu uso em composições

cosméticas. Na patente sob número PI0802053-3, a Natura, em parceria com a UFBA e a

UNICAMP, registrou um processo de extração, por meio da tecnologia de fluido supercrítico,

de compostos ativos de material vegetal, com o objetivo principal de obter espilantol e outras

alcamidas a partir da planta A. oleracea.

Após busca no INPI, não foi encontrado pedido de patente como modelo de

utilidade para a utilização de A. oleracea manipulada com Transcutol® para analgesia tópica

da pele em venopunção. Diante do exposto foi realizado o pedido de patente sob o número BR

20 2016 013965 7.

22

7. CONCLUSÃO

O extrato aquoso de A. oleracea manipulado com 10% de Transcutol® foi capaz

de diminuir de modo significante a sensibilidade dolorosa na pele íntegra e a microbiota da

pele quando submetida a um procedimento invasivo, como a venopunção.

23

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29

APÊNDICES

Apêndice 1

Valores calculados com os dados de entrada

Desvio padrão: 2.6000

Diferença a ser detectada: 2.0000

Nível de significância: 5%

Poder do teste: 90%

Teste de hipótese: monocaudal

Tamanho da amostra calculado para cada grupo: 29

Para outros valores do nível de significância e poder do teste temos:

Nív. de signif. Poder do teste Tam. amostra p/ grupo

5% 65% 14

5% 70% 16

5% 75% 18

5% 80% 21

5% 85% 24

5% 95% 36

0.1% 90% 65

1% 90% 44

10% 90% 22

30

Apêndice 2

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Responsáveis: Carolina Gonçalves Andrade, Ana Beatriz Alkmim Teixeira Loyola.

Título do trabalho: Ação anestésica e antisséptica de fitoterápico na pele.

Eu compreendo que fui convidado (a) para participar como voluntário (a) nesta

pesquisa. Serão convidados a participar voluntários que tenham pedido de exame de sangue

para ser realizado no setor de coleta do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital das

Clínicas Samuel Libânio.

O objetivo deste estudo é aplicar um produto à base da planta jambu na pele antes da

coleta do sangue para ver se sente algum tipo de alivio da dor conforme a escala de números:

O procedimento de coleta poderá causar desconforto e dor durante o procedimento.

Sua participação neste estudo não é paga, assim também como os pesquisadores não

receberão nenhum dinheiro com ele. Você não terá benefício direto com a realização desta

pesquisa. Somente no final do estudo poderemos afirmar se o uso da planta jambu diminui a

dor na coleta de sangue.

Em qualquer tempo do estudo, você poderá entrar em contato com os pesquisadores

responsáveis pela pesquisa para tirar qualquer dúvida. Se você tiver alguma sugestão ou

dúvida sobre a parte ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa

da UNIVÁS (CEP): Av. Prefeito Tuany Toledo, 470, Pouso Alegre-MG, telefone: (35)3449-

9271, horário de atendimento: 9-18h e 19-22h, de 2º a 6º feira.

Não há pagamento de despesas pessoais para o participante da pesquisa em nenhuma

fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se

existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

31

Riscos para você: Você está sujeito aos riscos comuns da coleta, tais como hematomas, dor e

irritação no local.

Direito de privacidade: Você tem o direito de não realizar a pesquisa ou desistir de participar

do estudo em qualquer momento. As informações obtidas neste estudo serão analisadas em

conjunto com outras pessoas, não sendo seu nome divulgado e identificado como também de

nenhum participante.

Declaração de danos: Caso ocorra algum dano à sua pessoa, ainda que improvável, resultante

diretamente de sua participação nesta pesquisa, o pesquisador e a Instituição serão os

responsáveis.

Recusa ou retirada: Eu compreendo que minha participação é voluntária e eu posso recusar

e retirar o meu consentimento a qualquer momento.

Eu confirmo que me explicaram os objetivos desta pesquisa e os procedimentos a que

serei submetido (a) e que li e compreendi este formulário de consentimento. Portanto,

concordo em participar desta pesquisa, e uma cópia deste termo ficará em meu poder.

Pouso Alegre, ____/____/____

_________________________________

Paciente ou Responsável

__________________________________

Pesquisador

32

Apêndice 3

A Randomization Plan from

http://www.randomization.com

1. Alcool_________________________________ 2. Jambu__________________________________

3. Alcool_________________________________

4. Jambu__________________________________

5. Jambu__________________________________

6. Jambu__________________________________

7. Alcool_________________________________

8. Jambu__________________________________

9. Alcool_________________________________

10. Jambu__________________________________

11. Alcool_________________________________

12. Alcool_________________________________

13. Jambu__________________________________

14. Jambu__________________________________

15. Alcool_________________________________

16. Jambu__________________________________

17. Alcool_________________________________

18. Alcool_________________________________

19. Alcool_________________________________

20. Jambu__________________________________

21. Jambu__________________________________

22. Alcool_________________________________

23. Alcool_________________________________

24. Jambu__________________________________

25. Jambu__________________________________

26. Jambu__________________________________

27. Alcool_________________________________

28. Alcool_________________________________

29. Jambu__________________________________

30. Alcool_________________________________

31. Jambu__________________________________

32. Alcool_________________________________

33. Alcool_________________________________

34. Alcool_________________________________

35. Jambu__________________________________

36. Alcool_________________________________

37. Alcool_________________________________

38. Alcool_________________________________

39. Alcool_________________________________

40. Alcool_________________________________

41. Jambu__________________________________

42. Alcool_________________________________

43. Alcool_________________________________

44. Alcool_________________________________

33

45. Alcool_________________________________

46. Jambu__________________________________

47. Alcool_________________________________

48. Alcool_________________________________

49. Jambu__________________________________

50. Jambu__________________________________

51. Alcool_________________________________

52. Jambu__________________________________

53. Jambu__________________________________

54. Jambu__________________________________

55. Jambu__________________________________

56. Jambu__________________________________

57. Jambu__________________________________

58. Jambu__________________________________

59. Jambu__________________________________

60. Jambu__________________________________

60 subjects randomized into 1 block

34

Apêndice 4:

Protocolo de respostas e resultados dos voluntários da pesquisa.

Ação analgésica e antisséptica de fitoterápico na pele.

Data: __/__/__ Número do paciente: Número do produto: Idade: __ anos. Sexo: __ Feminino__ Masculino Escolaridade: 1- Análise EVN: 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

3- Crescimento microbiano: ANTES DO GEL APÓS O GEL

Observações:

EVN (Ferreira et al., 2014)

35

ANEXOS

Anexo 1: Parecer do comitê de Ética em Pesquisa

36

37

38

NORMAS ADOTADAS

DeCS - Descritores em Ciências da Saúde. Disponível em: http://www.decs.bvs.br ICMJE – International Committee of Medical Journal Editor Standard - http://www.icmje.org/ MPCAS – Elaboração e formatação do Trabalho de Conclusão de Curso. Univás Consort - http://www.consort-statement.org