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Dourados - MS Maio de 2016

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Dourados - MS

Maio de 2016

ANAIS

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SEMINÁRIO ESTADUAL SOBRE

ANAIS

CEHU

REALIZAÇÃO

APOIO

12 a 14 de Maio de 2016Dourados - MS

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S474a Seminário Estadual sobre Envelhecimento Humano (1 : 2016 :Dourados, MS) Anais do I Seminário Estadual sobre Envelhecimento

Humano, 12- 14 de maio de 2016/ Organizado pelo Curso de Especialização em Ciências do Envelhecimento Humano da UEMS – Dourados, MS: [s. n], 2016.

ISBN 978-85-99540-11-4 (versão online) Realização UEMS e Unigran.

1. Envelhecimento humano - seminários I. UEMS II. Unigran III. Título

CDD 23.ed. - 612.68

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COMISSÃO ORGANIZADORA

COMISSÃO DE APOIO E INFRAESTRUTURA:

Ângela Midori Kuraoka de Oliveira

Luis Fernando Benitez Macorini

Vivian Rahmeier Fietz

Elaine Aparecida Mye Takamatu Watanabe

COMISSÃO CIENTÍFICA:

Ângela Midori Kuraoka de Oliveira

Luiz Alberto Ruiz da Silva

Márcia Maria de Medeiros

Maria da Graça Da Silva

Ramon Moraes Penha

Rogério Dias Renovato

Suzi Rosa Miziara Barbosa

COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO:

Bruna Tadeusa Genaro Martins de Oliveira

Diana Dávalo Oliveira Dalmagro

Francielli Brondani da Silva

Márcia Regina Martins Alvarenga

Ramon Moraes Penha

MONITORIA:

Elaine Aparecida Mye Takamatu Watanabe

Karine Macedo de Oliveira

Larissa Bezerra de Oliveira

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PARECERISTAS AD HOC

Profa. Dra. Márcia Regina Martins Alvarenga (UEMS)

Prof. Dr. Rogério Dias Renovato (UEMS)

Profa. Dra. Fernanda Amendola (EINSTEIN)

Profa. Dra. Marisa Accioly Rodrigues da Costa Domingues (USP)

Prof. Dr. Ramon Moraes Penha (UFMS)

Profa. Dra. Suzi Rosa Miziara Barbosa (UFMS)

Profa. Dra. Vivian Rahmeier Fietz (UEMS)

Prof. Dra. Elaine A. M. T. Watanabe (UEMS)

Profa. Dra, Meire Cachioni (USP)

Profa. Dra. Márcia Maria de Medeiros (UEMS)

Prof. MSc. Jatene da Costa Matos (UFGD)

Prof. Dr. Adriano Pasqualotti (UPF)

Profa. Dra. Keila Cristianne Trindade da Cruz (UnB)

Profa. Monica Rebouças (UNIFESP)

Profa. MSc. Cintia Hitomi Yamashita (USP)

Profa. Dra. Eliane Lúcia Colussi (UPF)

Prof. Dr. Ivan Izquierdo (PUC/RS)

Profa. MSc. Gislaine Desani da Costa (USP)

Prof. MSc. Luis Fernando Benitez Macorini (UNIGRAN)

Profa. MSc. Rosely Almeida Souza (UFMS)

Profa. Dra. Silvia Maria Azevedo dos Santos (UFSC)

Profa. Dra. Maria da Graça da Silva (UFMS)

Profa. Dra. Vera Lúcia Valsecchi de Almeida (PUC/SP)

Profa. Dra. Luciana Krauss Rezende (UFF)

Prof. Dra. Ana Paula Pessoa de Oliveira (UFAM)

Profa. Dra. Sofia Cristina Pavarini (UFSCar)

Profa. Dra. Maria de Fátima Jorge de Oliveira (UFRN)

Prof. Dra. Francisco Luciano Pontes Júnior (USP)

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PROGRAMAÇÃO OFICIAL

Dia 12 de maio de 2016

LOCAL: UEMS

Das 8h às 12h – Oficinas de Trabalho ou Minicursos

Sala 1T – Bloco D – Literatura Infantil e Tanatologia. Responsável: Esp. Bruna Tadeusa

Genaro Martins de Oliveira (UEMS).

Sala 3T – Bloco D – Práticas educativas e avaliação física da pessoa idosa.

Responsável: Esp. Luiz Alberto Ruiz da Silva (UEMS).

Sala 4T – Bloco D - Farmacoterapia em relação à Pessoa Idosa– parte 1. Responsável:

Prof. Dr. Rogério Dias Renovato (UEMS).

Anfiteatro do Bloco G – Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa – parte 1.

Responsável: Profa. Dra. Márcia Regina M. Alvarenga (UEMS).

LOCAL: UNIGRAN

Sala – Bloco – Gastronomia para idosos. Responsável: Radharani Bueno

13h – Credenciamento e retirada de material

Local: Anfiteatro Central da UEMS – Bloco A

13h30 – Apresentação cultural: Coral da Universidade Aberta da Melhor Idade da

UEMS e abertura oficial;

14h15 – Intervalo

14h45 – Mesa redonda com o tema: A multidimensionalidade do processo de

envelhecimento humano.

Profa. Dra. Karen Priscila Del Rio Szupszynski (UFGD): “A Psicologia e o

Envelhecimento”

Profa. Dra. Suzi Rosa Miziara Barbosa (UFMS): “A funcionalidade e o envelhecimento”

Prof. Dr. Ramon Moraes Penha (UFMS): “Processo de Envelhecimento Humano a

partir da perspectiva de Grupos e Categorias de Idade”

17h15 – Término atividade vespertina

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19h15 – Período Noturno: recepção

Local: UNIGRAN

19h30 – Apresentação cultural: Piano e voz com a musicista Mirian Eiko Suzuki

(UEMS)

20h00 – Mesa redonda com o tema: O Envelhecimento humano sob a ótica

multicultural e racial.

Prof. Dr. Dagoberto José Fonseca (UNESP): "O mais velho e o ato de envelhecer: uma

abordagem africana e afro-brasileira".

Profa. Dra. Rita de Cássia Maria Neves (UFRN): "Envelhecimento e povos indígenas: a

contribuição da antropologia para o tema".

Profa. Mestre Leiner Maura Alves Vieira de Mello (Membro do Conselho Estadual dos

Direitos da Pessoa Idosa): "Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Idosa"

Dia 13 de maio de 2016

Local: UEMS

Das 8h às 12h – Oficinas de Trabalho ou Minicursos

Sala 1T – Bloco D – Comunicação com a pessoa idosa. Responsável: Prof. Dr. Ramon

Moraes Penha

Sala 4T – Bloco D – Farmacoterapia em relação à Pessoa Idosa – parte 2. Responsável:

Prof. Dr. Rogério Dias Renovato (UEMS).

Anfiteatro do Bloco G – Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa – parte 2.

Responsável: Profa. Dra. Márcia Regina Martins Alvarenga (UEMS).

Local: UNIGRAN

Sala 13 – Bloco B – Exames laboratoriais e a qualidade de vida da pessoa idosa.

Responsável: Prof. Msc. Luis Fernando Benitez Macorini (Unigran)

Sala – Bloco – Abordagem estética do envelhecimento. Responsável: Profa. Ms.Claudia

Regina Rodrigues Beloni (Unigran).

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13h30 às 15h15 – Apresentação trabalhos científicos:

Na modalidade - comunicação oral

Local: UEMS Salas de aula no Bloco D (1T / 2T / 3T / 4T)

15h15 – Intervalo

Local: Anfiteatro Central da UEMS - Bloco A

15h45 - Mesa redonda com o tema: A pós-graduação e a produção científica sobre

envelhecimento humano.

Profa. Dra. Marisa Accioly Rodrigues da Costa Domingues (USP): "O percurso da

formação em Gerontologia no Brasil: a importância da formação para atenção à pessoa

idosa"

Profa. Dra. Márcia Regina Martins Alvarenga (UEMS): "A produção científica sobre

envelhecimento humano: lacunas para pesquisa e intervenção"

17h15 - Término da atividade vespertina

Local: UNIGRAN

19h00 - Palestra com o tema: Processo do envelhecimento e Doenças Crônicas Não

Transmissíveis.Prof. Msc. Luis Fernando Benitez Macorini (Unigran)

Dia 14 de maio de 2016

Local: UEMS

08h00 às 09h15 – Apresentação trabalhos científicos:

Na modalidade - comunicação oral

Local: Salas de aula no Bloco D (1T / 2T / 3T / 4T).

09h15 às 09h30 - Intervalo

09h30 às 10h30 - Mesa redonda com o tema: A intersetorialidade e interdisciplinaridade

nas ações voltadas para a pessoa idosa.

Esp. Kátia Gianlupi: "Atenção multidisciplinar ao idoso: aspectos nutricionais"

Eduardo Ramirez Meza (UFMS): "Direitos humanos e incompletude institucional como

parâmetros para políticas, projetos e ações voltadas às pessoas idosas"

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Esp. Bruna Carolina Chanfrin (UNIGRAN): "Interdisciplinaridade no cuidado ao idoso

institucionalizado"

10h40 às 11h40 - Palestra de encerramento com o tema: A evolução das políticas

públicas voltadas para o idoso.

Profa. Dra. Marisa Accioly Rodrigues da Costa Domingues (USP)

11h40 às 12h - Sorteio de brindes.

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SESSÕES DE COMUNICAÇÃO COORDENADA

APRESENTACAO DE TRABALHOS 13 DE MAIO DE 2016 AUTOR TÍTULO DO

TRABALHO ÁREA TEMÁTICA DATA E

PERÍODO LOCAL

Karen Leticia Tarasiuk

Envelhecimento populacional: paralelo entre Brasil e Canadá

Gerontologia Social: Envelhecimento e Interdisciplinaridade

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Karen Leticia Tarasiuk

Reflexão acerca da saúde bucal em idosos

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Andressa Raiani Rosati Clenn

A importância dos centros de convivência para a terceira idade

Políticas Públicas e Direito da Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Glaucia Gabriel Sass

Informática em saúde como ferramenta para o cuidado do idoso: estudo de caso

Gerontologia Social: Envelhecimento e Interdisciplinaridade

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Bruna Tadeusa Gennaro Martins de Oliveira

As representações da mulher idosa em Clarice Lispector

Gerontologia Social: Envelhecimento e Interdisciplinaridade

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Leiner Maura Alves Vieira de Mello

Vivenciando as atividades do programa: universidade da melhor idade - UMI/UCDB e seus desafios

Universidades Abertas às Pessoas Idosas

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Rogério Dias Renovato

Polifarmácia em idosos assistidos na atenção primaria de dourados

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Francielli Brondani da Silva

A percepção de idosos institucionalizados sobre violência

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 2

Francielli Brondani da Silva

Reflexões sobre a importância de usar instrumentos de avaliação nutricional para idosos que sejam validados e confiáveis

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 3

Luiz Alberto Ruiz da Silva

Correlação entre circunferência abdominal e índice de adiposidade corporal em mulheres adultas e idosas

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 3

Julyana Alves Teixeira Borges

Assistência de enfermagem ao paciente portador da diabetes mellitus tipo 2 - Uma revisão integrativa da literatura

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 3

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Vinicius Oliveira de Andrade

Qualidade de vida e dor física em idosos

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 3

Robéria Mandú da Silva Siqueira

Atuação da enfermagem para capacitação do cuidador como estratégia em cuidados continuados integrados

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 3

Robéria Mandú da Silva Siqueira

Praticas de Autocuidado sob a Ótica dos cuidadores em cuidados continuados Integrados

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 3

Larissa Lisboa Monti

O risco de quedas em idosos em uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

13/05 - tarde

Bloco d - sala 3

APRESENTACAO DE TRABALHOS 14 DE MAIO DE 2016 AUTOR TÍTULO DO

TRABALHO ÁREA TEMÁTICA DATA E

PERÍODO LOCAL

Milena Costa Valadares

Orientação nutricional na prevenção e controle dos agravos da hipertensão arterial entre adultos e idosos

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 2

Ana Lucia Pereira da Silva

Representações Sociais: A inserção do idoso no mercado de trabalho

Gerontologia Social: Envelhecimento e Interdisciplinaridade

14/05 - manhã

Bloco d - sala 2

Marcelo Gonçalves da Silva

A importância dos espaços de convivências a pessoa idosa

Gerontologia Social: Envelhecimento e Interdisciplinaridade

14/05 - manhã

Bloco d - sala 2

Lucas Rodrigues Tomaz de Souza

Colônias fúngicas encontradas em um laboratório cozinha de um centro universitário da grande dourados, mato grosso do sul e suas principais doenças sobre a população idosa

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 2

Taci Ana César Andrade

Saúde do idoso: experiência para a formação acadêmica e pessoal

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 2

Débora Martins Moreti Reis

Políticas públicas direcionadas aos idosos: um olhar sobre centros de convivência

Políticas Públicas e Direito da Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 2

Débora O Envelhecer em Políticas Públicas e 14/05 - Bloco d -

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9

Martins Moreti Reis

Dourados-MS: Influências/s de um Centro de Convivência de Idosos na vida dos usuários

Direito da Pessoa Idosa

manhã

sala 2

Daniela de Souza Oliveira

Envelhecimento e o Padrão de Sono

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 2

Érica Quintiliano Oliveira

Diabetes mellitus e autoavaliação de saúde em idosos

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Beatriz Gon Perez Nardoque

Prevalência de quedas em idosos residentes na comunidade

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Kátia Gianlupi

Perfil de risco para a osteoporose de idosos de Dourados/MS

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Jessica do Nascimento Pinho

Promoção do autocuidado: aplicação da teoria de orem em cuidados continuados integrados

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Priscila Lupinetti Mantovani

O uso de medicamentos potencialmente inapropriados por idosos de dourados, mato grosso do sul

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Stefani Carvalho dos Santos

Cuidados continuados integrados: uma nova modalidade de assistência

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Luana Karen dos Santos

Elaboração de um plano de alta para idosos institucionalizados em um hospital de retaguarda de Campo Grande – MS

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Luciana Fernandes Volpato

Qualidade de vida de idosos institucionalizados usuários de prótese dentária

Processo de Cuidar em Enfermagem e a Saúde da Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

Adriana Oliveira Dias da Silva

Avaliação de atividade antimicrobiana do extrato hidroalcoólico das cascas de Anadenanthera falcata Benth

Práticas Clínicas e Terapêuticas direcionadas a Pessoa Idosa

14/05 - manhã

Bloco d - sala 3

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SUMÁRIO

RESUMOS * REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: A INSERÇÃO DO IDOSO NO MERCADO DE TRABALHO .............................................................................................................................. 13 * A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA A TERCEIRA IDADE ..................................................................................................................................................... 14 * AS REPRESENTAÇÕES DA MULHER IDOSA EM CLARICE LISPECTOR ..................................................................................................................................................... 15 * A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE ALTA PARA IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS EM UM HOSPITAL DE RETAGUARDA DE CAMPO GRANDE – MS .............................. 16 * INFORMÁTICA EM SAÚDE COMO FERRAMENTA PARA O CUIDADO DO IDOSO – estudo de caso ............................................................................................................................ 17 * O USO DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE INAPROPRIADOS POR IDOSOS DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL ...........................................................................18 * QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS USUÁRIOS DE PRÓTESE DENTÁRIA ............................................................................................................. 19 * CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS: Uma nova modalidade de assistência ..................................................................................................................................................... 20 * ENVELHECIMENTO POPULACIONAL – Paralelo entre Brasil e Canadá ..................................................................................................................................................... 22 * O ENVELHECER EM DOURADOS-MS: Influência/s de um Centro de Convivência de idosos na vida dos usuários ........................................................................................................ 23 * AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DAS CASCAS DE ANADENANTHERA FALCATA BENTH .......... 24 * COLÔNIAS FÚNGICAS ENCONTRADAS EM UM LABORATÓRIO COZINHA DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL E SUAS PRINCIPAIS DOENÇAS SOBRE A POPULAÇÃO IDOSA ....................................... 25 * CORRELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL EMMULHERES ADULTAS E IDOSAS ................................ 26 * ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA PREVENÇÃO E CONTROLE DOS AGRAVOS DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ENTRE ADULTOS E IDOSOS ................................................ 27

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* PERFIL DE RISCO PARA A OSTEOPOROSE DE IDOSOS DE DOURADOS/MS ..................................................................................................................................................... 28 * POLIFARMÁCIA EM IDOSOS ASSISTIDOS NA ATENÇÃO PRIMARIA DE DOURADOS .............................................................................................................................. 30 * PREVALÊNCIA DE QUEDAS EM IDOSOS RESIDENTES NA COMUNIDADE ..................................................................................................................................................... 31 * REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE USAR INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARA IDOSOS E QUE SEJAM VALIDADOS E CONFIÁVEIS ............... 33 * SAÚDE DO IDOSO: EXPERIÊNCIA PARA A FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESSOAL ..................................................................................................................................................... 35 * ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DA DIABETES MELLITUSTIPO 2–Uma revisão integrativa da literatura ........................................................ 37 * ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM PARA A CAPACITAÇÃO DO CUIDADOR COMO ESTRATÉGIA EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS ...................................... 38 * O RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS EM UMA UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS ............................................................................................ 40 * PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: APLICAÇÃO DA TEORIA DE OREM EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS ....................................................................... 42 * ENVELHECIMENTO E O PADRÃO DE SONO ................................................................. 44 * VIVENCIANDO AS ATIVIDADES DO PROGRAMA: UNIVERSIDADE DA MELHOR IDADE – UMI / UCDB E SEUS DESAFIOS ........................................................................... 45 ARTIGOS COMPLETOS A IMPORTÂNCIA DOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA À PESSOA IDOSA SILVA, M. G. | SILVA, A. L. ................................................................................................... 46 REFLEXÃO ACERCA DA SAÚDE BUCAL EM IDOSOS TARASIUK, K. L. | VENANCIO, F. A. .................................................................................. 54 A PERCEPÇÃO DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS SOBRE VIOLÊNCIA SILVA, F. B. | OLIVEIRA, B. T. G. M. | DALMAGRO, D. D. O. | SILVA, L. A. R. ALVARENGA, M. R. M. ......................................................................................................... 60 POLÍTICAS PÚBLICAS DIRECIONADAS AOS IDOSOS: Um olhar sobre Centros de Convivência REIS, D. M. M. ......................................................................................................................... 68

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QUALIDADE DE VIDA E DOR FISICA EM IDOSOS ORÉFICE, J. L. F. | SOUZA, J. C. | ANDRADE,V. O. ............................................................. 77 PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO SOB A ÓTICA DOS CUIDADORES EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS SIQUEIRA, R. M. S. | LOUREIRO, M. D. R. | MONTI, L. L. | PAULA, F. M. PINHEIRO, E. A. | PINHO, J. N. | SANTOS, S. C. .................................................................. 90 DIABETES MELLITUS E AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE EM IDOSOS OLIVEIRA, E. Q. ....................................................................................................................... 99 ÍNDICES REMISSIVOS ÍNDICE REMISSIVO – Resumos ........................................................................................... 109 ÍNDICE REMISSIVO – Artigos completos ............................................................................. 111

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RESUMOS

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: A INSERÇÃO DO IDOSO NO MERCADO DE TRABALHO

SILVA, A. L. (UNIGRAN), SILVA, M. G. (UNIGRAN),

VITOR, C. A. (UNIGRAN)

O processo de envelhecimento populacional tornou-se um assunto de elevada importância no meio acadêmico, elencando diversas pesquisas que procuram compreender o envelhecimento em todos os seus aspectos. O envelhecimento da população, bem como a queda da fecundidade, e o aumento da expectativa de vida tem tornado o envelhecimento um fenômeno mundial que necessita ser compreendido e estudado. Com o aumento dos índices de idosos em todo o mundo, torna-se essencial pensarmos em práticas que auxiliem a pessoa idosa a se inserir em um mundo tão globalizado. A inserção do idoso no mercado de trabalho é uma prática atual no Brasil, em nossa literatura ainda há poucos estudos que analisam a inserção empregatícia do idoso no mercado de trabalho. Sobre a inserção do idoso no mercado de trabalho diversos autores postulam os aspectos positivos do trabalho na terceira idade, pois o idoso muitas das vezes tendem a se retrair com a chegada da aposentadoria. As pessoas possuem uma visão distorcida da velhice, categorizando-a como o “fim da vida”, onde a pessoa não possui mais expectativas na vida, enxergando apenas as perdas que os anos trazem, bem como as perdas da saúde física, a diminuição da capacidade e até mesmo a perda do conjugue, tantas perdas deprimem a pessoa idosa, a fazendo sentir-se incapaz de novas experiências. Desta forma o trabalho surge como uma oportunidade de quebrar as barreiras da terceira idade, e garantir ao idoso sua autonomia, uma vez que a renda disposta pelo trabalho garantirá a pessoa idosa uma autonomia financeira. O trabalho possui uma representação simbólica em nossa sociedade, uma vez que ele dignifica o homem e o insere na sociedade como alguém ativo, desta forma muitos idosos sentem-se incomodados com a aposentadoria por temer que esta o invalide enquanto ser ativo, e por tanto retornam ao mercado de trabalho. As causas que levam o idoso a retornar para o ambiente laboral são diversas, entretanto a permanência deste colaborador no trabalho só será possível mediante ao ambiente em que ele estará inserido. Pois os estereótipos que permeiam a velhice inserem-se também no mercado de trabalho. Cabendo a organização estar capacitada para lidar com os novos colaboradores, bem como os novos paradigmas da organização, bem como a realocação deste colaborador no ambiente laboral, pois o idoso deve inserir-se em gestões participativas, não apenas executando tarefas. Para isso torna-se essencial compreender a importância que o trabalho possui para a pessoa idosa, uma vez que ele pode ser tanto benéfico quanto maléfico, o que exige estudos e pesquisas sistemáticas a respeito do envelhecimento.

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14

A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA A TER CEIRA IDADE

CLEMM, A. R. R. (UEMS),

FIETZ, V. R (UEMS), PERACOLLI, V. P. S.(UEMS),

SOUZA, R. A. A. (UEMS), MARTINS, A. (UEMS),

NICOLLETO, T. R. (UEMS), JACOBSIM, S. C (UEMS).

Os grupos de convivência são como casas especiais, criadas particularmente para

as pessoas idosas. Esses grupos tem sido uma alternativa solicitada em todo o Brasil. Os

idosos que frequentam esses centros de convivência buscam uma melhoria na saúde

física e mental, através da realização de exercícios físicos. Além disso, esses locais

também oferecem atendimento psicológico e emocional, entendendo que a vida é direito

de todos e que o prazer de viver jamais tem fim, pois ele é eterno. O objetivo deste

trabalho foi relatar a experiência de acadêmicos do curso de Enfermagem da

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) no Centro de Convivência do

Idoso (CCI), na cidade de Dourados/MS. Em abril foi realizada a vacinação dos idosos

contra o vírus da Influenza A (H1N1). Notaram que a participação dos idosos foi

grande, o que mostrou que os mesmos atribuem importância para essa ação. Diferente

de anos anteriores, onde eles consideravam a vacinação algo ruim e a adesão era

mínima. Os idosos são considerados grupos prioritários de risco, possuindo assim,

maior pré-disposição em contrair doenças virais, como a Influenza A. As acadêmicas

perceberam a preocupação que a terceira idade tem, com a manutenção da saúde e a

prevenção de patologias. Como mencionado anteriormente, notou-se uma promoção em

relação a este fator, ou seja, há uma consciência e uma atitude positiva em relação à

vacinação. A partir desses conceitos, notou-se que os Centros de Convivência para

pessoas idosas é um espaço muito importante. A socialização e também os cuidados em

saúde acontecem neste lugar. Os grupos ajudam os participantes a reduzirem a solidão,

melhorar a comunicação e o contato social, proporcionar diversão e felicidade, além do

tratamento a patologias, quando essas estiverem presentes. Enfim, foi uma experiência

muito interessante e produtiva. A teoria passada em sala de aula nem sempre permite

sentir a dimensão da realidade. As acadêmicas referem uma empatia com este estrato de

idade e os mesmos já não são aqueles idosos isolados, apáticos e distantes. Pelo

contrário eles se apresentaram alegres e participativos.

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15

AS REPRESENTAÇÕES DA MULHER IDOSA EM CLARICE LISPEC TOR

OLIVEIRA, B. T. G. M. (UEMS) MEDEIROS, M. M. (UEMS)

O presente trabalho trata-se de um ensaio teórico com aproximações ao

pensamento de Foucault e tem por objetivo analisar as representações da mulher idosa

em um conto da escritora Clarice Lispector, qual seja este, O Grande Passeio. O texto

em questão compõe a obra intitulada Felicidade Clandestina e apresenta Margarida

como personagem principal, para contar uma história de solidão e marginalização que

ainda se repete frequentemente com os idosos do nosso país. As características da

protagonista reforçam um estereotipo negativo da velhice, o que permite uma discussão

sobre como as sociedades contemporâneas contemplam as implicações do tempo sobre

o corpo e também possibilita discutir a dificuldade que os jovens têm ao se deparar com

os mais velhos, por estes representarem a perda do vigor que tanto se teme. A vida

solitária e esquecida da personagem é uma denúncia do abandono e maus tratos dos

idosos por parte da sociedade e da família, denúncia esta que aponta para a relevância

de se pensar os espaços existenciais e psicológicos reservados aos idosos, na atualidade.

A análise deste conto possibilita refletir sobre a importância de os idosos se

apropriarem da memória, como um modo de relembrar seu passado e dar a ele um novo

significado, assim como fez Margarida em seu grande passeio. Concebendo a memória

como um elemento importante na constituição da identidade dos sujeitos, o ato de

relembrar torna-se facilitador do sentimento de pertença à uma história, que as vezes é

expropriada dos idosos. O recorte de gênero que se opera no texto de Clarice Lispector,

nos permite refletir sobre a situação de mulheres que, durante uma vida se dedicaram ao

cuidado de filhos, netos e maridos e, quando envelhecem, não podem contar com o

mesmo auxílio. A análise deste texto literário pode se dar sob diferentes prismas, mas

quando este é tomado como base material pela qual os discursos sobre as mulheres

idosas se dispersam, é possível identificar relações de poder e saber que as envolvem,

que atravessam seus corpos e os produz. Estes discursos produzem verdades e

realidades para estes sujeitos e vão orientar as práticas sociais relacionadas ao processo

de envelhecimento.

Assim sendo, refletir sobre este conto e problematizar as questões que dele

surgem, além de necessário, consiste em um comprometimento com o combate aos

modos de dominação do processo de subjetivação das mulheres idosas.

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A ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE ALTA PARA IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS EM UM HOSPITAL DE RETAGUARDA DE

CAMPO GRANDE – MS AMARAL, L. K. S. (HSJ)

A longevidade é, sem dúvida, um triunfo. Há, no entanto, importantes diferenças entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Enquanto, nos primeiros, o envelhecimento ocorreu associado às melhorias nas condições gerais de vida, nos outros, esse processo acontece de forma rápida, sem tempo para uma reorganização social e da área de saúde adequada para atender às novas demandas emergentes. Para o ano de 2050, a expectativa no Brasil, bem como em todo o mundo, é de que existirão mais idosos que crianças abaixo de 15 anos, fenômeno esse nunca antes observado. Em 1999, a Portaria Ministerial nº 1.395 anuncia a Política Nacional de Saúde do Idoso, a qual determina que os órgãos e entidades do Ministério da Saúde relacionados ao tema promovam a elaboração ou a readequação de planos, projetos e atividades na conformidade das diretrizes e responsabilidades nela estabelecidas (Brasil, 1999). Essa política assume que o principal problema que pode afetar o idoso é a perda de sua capacidade funcional, isto é, a perda das habilidades físicas e mentais necessárias para realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária. Incorporação, na atenção especializada, de mecanismos que fortaleçam a atenção à pessoa idosa: reestruturação e implementação das Redes Estaduais de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa, visando a integração efetiva com a atenção básica e os demais níveis de atenção, garantindo a integralidade da atenção, por meio do estabelecimento de fluxos de referência e contrarreferência; e implementando de forma efetiva com modalidades de atendimento que correspondam às necessidades da população idosa, com abordagem multiprofissional e interdisciplinar, sempre que possível. Contemplando também fluxos de retaguarda para a rede hospitalar e demais especialidades, disponíveis no Sistema Único de Saúde. Elaborar um protocolo de alta para idosos hospitalizados em uma unidade de internação de cuidados continuados integrados. É um estudo observacional, transversal e analítico. Para a realização desse plano de alta utilizaremos da montagem de um protocolo constituído de escalas que possam abordar os principais eixos que definam o grau de independência e autonomia destes idosos, a saber, da MIF, Yesavage e da escala visual, as quais deveram ser aplicadas em três momentos: na admissão, sendo essa, antes da elaboração do PTS (Projeto Terapêutico Singular), na reavaliação, e, na pré alta (sendo este o momento que precede a alta). Esperamos que tal protocolo nos permita contextualizar a real condição em que se encontram esses idosos, levando em consideração sua independência e autonomia, possibilitando a criação de norteadores sobre as necessidades prioritárias de cada indivíduo. Com advento de novas perspectivas de vida do idoso e do aumento de sua longevidade, percebemos a necessidade de conhecer suas reais possibilidades no âmbito de sua independência e funcionalidade, dessa forma, consideramos ser de extrema importância a criação de ferramentas que possibilitem avaliar a capacidade funcional real desse idoso.

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INFORMÁTICA EM SAÚDE COMO FERRAMENTA PARA O CUIDADO DO IDOSO – estudo de caso

SASS, G. G. (UEMS),

ALVARENGA, M. R. M. (UEMS), FACCENDA, O. (UEMS)

A informática em saúde começou a sua ascensão nos Estados Unidos da América por volta de 1950. Essa nova área de estudo é o cruzamento de informações científicas, ciências da computação e de cuidados de saúde. Abrange métodos, recursos e dispositivos que apoiam a aquisição, o armazenamento de informações, a recuperação e a utilização de dados.Esse apoio ocorre por meio do desenvolvimento de Sistemas de Informação (SI) em saúde, que visam abranger os seguintes campos: de registros eletrônicos,faturamento de equipamentos e materiais, pesquisa e cronogramas;sistema de apoio na decisão relacionado aos cuidados médicos;normas de integração de perfis para facilitar a troca de informações entre os sistemas em saúde;e a utilização de dispositivos portáteis de mão para entrada de dados, recuperação médica ou de tomada de decisão. Os SI em saúde podem englobar qualquer parte da população, crianças, jovens, adultos e os idosos. Porém, a longevidade da população brasileira tem levado a classe idosa a aumentar significativamente nos últimos anos, tornando-se necessário a elaboração de ferramentas que ajudem no processo de acompanhamento por parte das equipes de saúde. O objetivo desse trabalho é o desenvolvimento de ferramentas (sistemas de informação) que auxiliem as equipes de saúde a gerenciar e monitorar as condições de saúde do idoso. Para o desenvolvimento de SI em saúde é necessária uma equipe multidisciplinar,compostas por profissionais de informática e saúde. O trabalho em parceira define o escopo do SI, as funcionalidades que serão oferecidas, as formas de interação entre os usuários e o sistema e os resultados e benefícios esperados. A primeira etapa desse processo é o estudo do escopo, definindo a população a ser monitorada e quais os tipos de instrumentos que serão usados. Após essas definições a equipe de desenvolvimento do SI especifica, analisa, projeta e implementa os requisitos do sistema. Por último, o SI passa para a fase de teste, no qual serão avaliados se os requisitos foram atendidos e os benefícios resultantes do uso do SI para os usuários. Como resultado desse processo, desde 2009, o Sistema de Informação de Avaliação e Monitoramento do Idoso (SIAMI) está sendo estudado e desenvolvido. O SIAMI é um SI que tem como função monitorar a população idosa da sociedade. Esse monitoramento permite que as equipes de saúde se preparem melhor para atender a diversos casos específicos de problemas de saúde que podem ocorrer com os idosos. O SIAMI pode auxiliar gestores a decidir quando, onde e por que serão realizadas visitas ou campanhas de saúde.Concluindo, ouso de SI na área de saúde pode trazer grandes benefícios para a população monitorada e para os profissionais que o utilizam. Para a população, permitirá ter um atendimento mais personalizado, pois o histórico de saúde fica registrado, mesmo que haja mudança de médicos e enfermeiros os novos profissionais terão acesso aos dados do paciente de forma rápida e segura. Para os profissionais de saúde, ter o histórico do paciente facilitará o atendimento e o direcionamento do tratamento de saúde do idoso.

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O USO DE MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE INAPROPRIADOS POR IDOSOS DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

MANTOVANI, P. L, (UFGD),

SOUZA, M. C. C. (UFGD), LIMA, R. C. (UFGD)

O envelhecimento da estrutura etária da população idosa vem progredindo e definindo seus traços na evolução nacional. Há uma preocupação em relação à qualidade de vida dos idosos, as prescrições e aos custos da saúde do idoso, levando alguns estudiosos a criação de métodos para a detecção de prescrições potencialmente inapropriadas (PPI) utilizadas por idosos. O método Beers, tem o objetivo de melhorar os cuidados dos idosos reduzindo sua exposição aos medicamentos potencialmente inapropriados, sendo uma ferramenta educacional e uma medida de qualidade, um guia para a identificação destes medicamentos dos quais seus riscos superam seus benefícios. O presente estudo tem o objetivo de estimar a prevalência da utilização de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) pela população idosa residentes na área urbana do município de Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil, sua distribuição espacial e fatores associados. Sendo um estudo transversal de base populacional, com amostra de conglomerados, estratificada e em múltiplos estágios, cuja amostra foi 1121 idosos de 60 anos ou mais, visitados no período de junho a setembro de 2012. Foi utilizada uma entrevista com questionário pré-codificado de forma individual, e aplicado o método Beers para a detecção dos MPI. Foram entrevistados 1020 (90,3%) idosos, sendo o sexo feminino com 51,3%, e a idade prevalente foi de 80 anos ou mais com 59,8%. As variáveis foram número de medicamentos utilizados, doenças crônicas, a capacidade funcional, número de quedas e das internações e consultas médicas. Os idosos que tomavam 5 ou mais medicamentos somam 80,1%, quase três quartos os indivíduos relataram 3 ou mais doenças crônicas 72,7%, e a capacidade funcional dos idosos 74,3% afirmaram ter 2 ou mais dificuldades em exercer algumas atividades diárias. Já as quedas e internações dos idosos relatadas no último ano da pesquisa foram respectivamente 67,6% e 69,2%. As consultas com médicos foram de 4 ou mais vezes durante o último ano da pesquisa com 56,5%. A prevalência de uso de medicamentos potencialmente inapropriados segundo os métodos de Beers foi de 44,9% dos idosos. Os profissionais e programas de saúde terão de enfrentar o desafio para equilibrar os riscos que trazem a utilização de múltiplos medicamentos como as interações medicamentosas, reações adversas a medicamentos e dosagem inadequada e também aos benefícios farmacológicos que esta utilização proporciona, assim investindo em assistência farmacêutica para que o idoso possa desfrutar integralmente de forma justa e democrática aos anos proporcionados pelo progresso da ciência.

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QUALIDADE DE VIDA DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS USU ÁRIOS DE PRÓTESE DENTÁRIA

VOLPATO, L. F. (FOP/UNICAMP)

AMBROSANO, G. M. B. (FOP/UNICAMP) MENEGHIM, M. C. (FOP/UNICAMP)

OLIVEIRA, A. M. G. (FOP/UNICAMP)

Considerando as diversas nuances que marcam o processo de envelhecimento humano, desde a necessária assistência à saúde aos aspectos margeados pelas dimensões sociais e psicológicas, a temática relativa à qualidade de vida se coloca como um aspecto imprescindível. É nestecontexto que se expressa oobjetivo da presente pesquisa em avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida de idosos institucionalizados, usuários de prótese dentária. Trata-se de um estudo epidemiológico analítico. A amostra, segundo cálculo amostral,consistiu-se em 208 idosos institucionalizados;de 60 anos ou mais;ambos os gêneros;independentes ou parcialmente dependentes, segundo critérios de Katz;selecionados, aleatoriamente, em duas instituições de longa permanência. Os instrumentos de pesquisas,utilizados para a avaliação subjetiva, foram: questionário sócio demográfico, autopercepção (Gohai), avaliação de qualidade de vida (IODD) e autoavaliação da saúde bucal. Para avaliação clínica(uso e necessidade deprótese), seguiu-se a metodologia utilizada por Colussi (2004), adaptada para esse estudo. A estatística foi realizada por meio das análises bivariadas, teste qui-quadrado, multivariada e análise de regressão logística múltipla. Permaneceram no modelo as variáveis com p<0,05. A maior participação no estudo foi do gênero masculino (52,88%), 53,43% da amostra eram edêntulos, 68,75% usavam algum tipo de prótese e 64,91% necessitavam de prótese. A saúde bucal foi avaliada como boa e excelente para 60,58% dos participantes e 39,42% avaliaram como regular e ruim.Na análise de regressão logística múltipla quem se declarou com necessidade de prótese apresentou 6,7 (ic95%: 3,2-14,3) vezes mais chance de apresentar impacto no IODD (p<0,0001) e a necessidade de prótese apresentou 2,8 (ic95%:1,3-6,1) vezes mais chance de apresentar impacto no IODD (p<0,0001). A declaração da necessidade de prótese associou-se significativamente a prevalência de impactos severos na qualidade de vida. Os impactos mais relatados foram: “comer e sentir o sabor dos alimentos”, “falar ou pronunciar as palavras corretamente” e “sorrir e mostrar os dentes sem constrangimento”. A pesquisa concluiu que a falta de dente ou a prótese mal adaptada teve impacto negativo na qualidade de vida dos idosos pesquisados.

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CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS: Uma nova modalidade de assistência

SANTOS, S. C. (UFMS), PINHO, J. N. (UFMS),

MONTI, L. L. (UFMS), SIQUEIRA, R. M. S. (UFMS),

PAULA, F. M. (UFMS), PINHEIRO, E. A. (UFMS)

No Brasil observa-se um aumento continuado da população com idade igual ou superior a 65 anos em todos os Estados, que correspondia a 4,8% em 1991, alcançando 7,4% em 2010. Estima-se que, em 2020, o Brasil terá a sexta maior população idosa do mundo, com cerca de 32 milhões de pessoas, similar à encontrada hoje em países desenvolvidos2. O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da esperança de vida1. Com essas mudanças, as doenças próprias da população senil ganharam maior prevalência no conjunto da sociedade, caracterizando um novo problema para as políticas públicas de saúde, uma vez que a demanda nos serviçosnesse campo passou a não corresponder à necessidade do idoso. Assim, surgem iniciativas como as descritas no Decreto-Lei n°101/2006, os Cuidados Continuados Integrados (CCI) são caracterizados por um conjunto de intervenções sequenciais de saúdee de apoio social, decorrente de avaliação conjunta, centrado na recuperação global entendida como o processo terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção familiar e social. O objetivo desse trabalho é descrever as práticas realizadas na Unidade CCI do Hospital São Julião (HSJ) na cidade de Campo Grande- MS. Trata-se de um relato de experiência dos residentes do Programa de Residência Multiprofissional com área de concentração: saúde do idoso. Na unidade CCI é um setor de convalescência, que necessita uma regulação dos serviços hospitalares de agudos, encaminhados para a reabilitação, tendo como população alvo o idoso. A unidade de convalescência é articulada com um hospital de agudospara prestar tratamento e supervisão clínica, continuada, e para cuidados clínicos de reabilitação, na sequência de internamento hospitalar originado por situação clínica aguda, recorrência ou descompensação de processo crônico. A Unidade funciona desde 2013, devido a experiência de hospital de retaguarda foi proposto que se implantasse o modelo CCI que já acontecia na Europa. Atualmente, realiza o atendimento em saúde com uma equipe multiprofissional de residentes composta por Enfermeiros, Fisioterapeutas, Farmacêuticos, Nutricionistas, Psicólogos, Médicos, e Assistentes Sociais, e com o apoio matricial (profissionais do HSJ) da Fonoaudiologia, Odontologia e Terapia Ocupacional. Visando a reabilitação do idoso, promovendo o empoderamento e autonomia para as atividades de vida diárias, assim como o treinamento do cuidador, afim dos cuidados continuados no pós-alta. Proporcionaruma assistência individualizada por meio do projeto terapêutico singular, integrando o usuário e sua família bio-psicos-socialmente e espiritualmente, no processo de reabilitação dentro das possibilidades e necessidades de cada indivíduo.

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O objetivo do trabalho desenvolvido na Unidade CCI está na reabilitação da capacidade funcional comprometida, promoção do envelhecimento saudável voltado ao desenvolvimento de ações que orientem os idosos e os cuidadores em relação à importância da melhoria de suas habilidades funcionais, mediante a adoção de hábitos saudáveis de vida, a eliminação de comportamentos nocivos à saúde, para a melhoria da qualidade de vida.

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ENVELHECIMENTO POPULACIONAL – Paralelo entre Brasil e Canadá

ORTIZ, P. R. F. (UEMS), TARASIUK, K, L (UEMS), THIRY, L. C. M. (UEMS),

VENANCIO, F. A. (UEMS)

O processo de envelhecimento populacional ocorre em todos os países do mundo, mas em velocidade e com particularidades típicas de cada região. Países desenvolvidos, onde o processo aconteceu de forma mais lenta, tiveram tempo de se organizar para tal situação já os países em desenvolvimento, como exemplo o Brasil, o envelhecimento populacional acontece de forma acelerada apresentando dificuldades por parte da sociedade e do governo em enfrentar os desafios que este fato traz. Este trabalho teve por objetivo comparar as políticas públicas voltadas para a população idosa no Brasil e no Canadá. De um lado, um típico país em desenvolvimento e do outro um país desenvolvido, cujas características sociodemográficas o colocam como detentor de um dos mais elevados Índices de Desenvolvimento Humano do Mundo. Para tanto, foram estudados 30 artigos/documentos que tratam do referido tema. O Brasil possui o Sistema Único de Saúde – SUS, considerado um dos maiores sistemas de saúde púbica do mundo além dos planos de assistência oferecidos pelo setor privado. As políticas públicas de atenção ao idoso, no Brasil, são inúmeras, sendo as principais: Constituição Federal, Política Nacional do Idoso (1994 e 1996), Política Nacional de Saúde do Idoso (1999 e 2006), Estatuto do Idoso e os Pactos de Saúde. O Canadá possui o Health Care Act, legislação federal que define critérios e condições para assegurar serviços de saúde nas províncias abrangendo toda a população com igualdade de oferta de serviços No Canadá, a atenção primária é a base para os serviços de saúde e as políticas para o idoso, neste país, objetivam ajudá-los a terem boa qualidade de vida durante o envelhecimento com programas que os incentivam a participar ativamente da sociedade, do mercado de trabalho e de voluntariado. A forma de envelhecer e a atenção ao idoso vivenciados pelos canadenses diferem em muitos aspectos ao que ocorre no Brasil. A população e os governantes canadenses parecem respeitar as recomendações das Conferências de Viena (1982) e Madri (2002). Políticas que abordam questões de transporte acessível, vias públicas com iluminação adequada, assistência à saúde especial ao idoso são realmente postas em prática no Canadá. Outras questões levadas a sério pelos canadenses e que servem de exemplo para outras nações são o incentivo às pesquisas na área de saúde do idoso, incentivo na permanência do idoso no mercado de trabalho além da participação ativa na sociedade. Em síntese, o estudo permitiu refletir sobre as políticas e as práticas em saúde voltadas para a pessoa idosa que são desenvolvidas nos dois países e quanto o Brasil precisa evoluir nas suas ações e o que isto representa ou desperta em nós profissionais da saúde.

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O ENVELHECER EM DOURADOS-MS: Influência/s de um Centro de Convivência de idosos na vida dos usuários

REIS, D. M. M. (UFGD)

O processo de envelhecimento passou a permear discussões acadêmicas com vistas a melhor assimilação desse fenômeno e suas consequências, especialmente porque o Brasil – antes considerado como um país de jovens – iniciou a redefinição de questões sobre o envelhecimento em decorrência do aumento do número de idosos no país, gerador de impactos nas esferas social, da saúde e previdência. Por isso, a elaboração de políticas públicas voltadas ao segmento parece avançar por meio de um conjunto de legislações especificamente direcionadas para o grupo, demonstrando maior atenção, por parte do Estado, em relação aos idosos nas últimas décadas, principalmente em decorrência de movimentos sociais voltados para a luta por direitos e garantias específicos para o grupo. O envelhecimento foi escolhido para pesquisa em vista da percepção da mudança demográfica no Brasil e devido ao convívio da autora com familiares nessa etapa da vida – os quais possuem diferentes olhares sobre o assunto, em especial no tocante às instituições de longa permanência (asilos e centros de convivência, por exemplo) –, além do reconhecimento do próprio envelhecimento, gerador de preocupações sobre como essa fase da vida será fruída num futuro próximo. O trabalho objetivou verificar a influência de um Centro de Convivência de Idosos da cidade de Dourados-MS na vida dos usuários e esboçar o perfil destes. Apresentaram-se alguns questionamentos: Qual é a percepção dos idosos sobre o Centro de Convivência? Essa política pública alcança os objetivos que propõe? Qual sua influência na vida dos usuários, houve alguma mudança significativa? Para desenvolver a pesquisa utilizou-se material bibliográfico e documental, questionários aplicados aos profissionais do Centro de Convivência escolhido e entrevistas com usuários, além de realização de visitas para uma maior interação com os usuários, coordenadores e profissionais que atuam no local, a fim de estabelecer relações de proximidade com a comunidade e seus membros e com o cotidiano dos idosos – favorecendo menor reatividade à presença da pesquisadora – e possibilitando comparação entre práticas e discursos dos entrevistados em determinadas situações/processos. A pesquisa se propôs a provocar um debate sobre os Centros de Convivência de Idosos, tema atual, relevante e digno de aprofundamento a fim de ensejar ações efetivas no município e que conduzam à cidadania e qualidade de vida, não apenas para as pessoas idosas, mas para todas as gerações. Nessa lógica, visou abrir um espaço para informação e reflexão sobre o assunto, para um planejamento das intervenções, sem pretensão de encerrar uma ideia, teoria ou conceito.

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AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DAS CASCAS DE ANADENANTHERA FALCATA

BENTH

SILVA, A. O. D (UNIGRAN), DUARTE, D. (UNIGRAN),

CORREA, G. W. A. (UNIGRAN), MARQUES, L. A. (UNIGRAN), JUNIOR, M. M. T. (UNIGRAN),

MACORINI, L. F. B.(UNIGRAN)

Há uma grande variedade de chás feitos à base de plantas ditas como “medicinais” e os idosos estão entre os que mais recorrem a estes como mecanismo de terapia complementar ou alternativa para a prevenção de algumas doenças e promoção de saúde. Muitas ervas naturais realmente apresentam alto valor terapêutico, como o chá verde que contém antioxidantes que ajudam a evitar os danos celulares capazes de provocar doenças, o angico (Anadenanthera falcata) que apresenta elevado potencial antimicrobiano diante de testes realizados com o mesmo, dentre outros comprovados cientificamente. No entanto, na maioria das vezes essas plantas são utilizadas sem nenhuma comprovação científica de sua eficácia, podendo apresentar toxicidade ou acarretar alguma outra complicação ao organismo. Além disso, os chás apresentam atividades terapêuticas porque possuem substâncias químicas que foram extraídas da planta no seu preparo, mas tais substâncias agem de modo semelhante aos princípios ativos dos medicamentos comercializados nas farmácias, sendo assim, podem provocar reações adversas, principalmente em idosos, pois normalmente fazem uso de medicamentos como anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, que podem ter seu efeito inibido ou prejudicado. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana do extrato de Anadenanthera falcata Benth. O extrato foi testado frente às bactérias S. aureus e E. coli. Para o experimento os microrganismos foram reativados em ágar Muller Hinton e levados para a estufa por 24 horas. Após o crescimento os microrganismos foram padronizados em escala 0,5 de MacFarland e semeados de forma homogenia pela superfície das placas de petri contendo ágar Mueller Hinton. Em seguida, foram realizadas perfurações no meio com tubo de alumínio estéril de 6 mm e acrescentado 100 uL de extrato de Anadenanthera falcata Benth e levados para estufa microbiológica a 37°C por 24 horas e realizado as leituras da inibição. Os resultados apresentaram atividade antimicrobiana frente aos dois microrganismos testados, sendo um gram positivo e o outro gram negativo, esses dados mostram o potencial do extrato de Anadenanthera falcata Benth em auxiliar no combate a determinados tipos de infecções que podem acometer os idosos, visto que os mesmo muitas vezes possuem um sistema imunológico já fragilizado. Novos estudos devem ser realizados frente a outros microrganismos e identificação dos princípios ativos das plantas.

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COLÔNIAS FÚNGICAS ENCONTRADAS EM UM LABORATÓRIO COZINHA DE UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURAD OS,

MATO GROSSO DO SUL E SUAS PRINCIPAIS DOENÇAS SOBRE A POPULAÇÃO IDOSA

SOUZA, L.R. T. (UNIGRAN), SILVA, G. M. (UNIGRAN),

MARQUES, L. A. (UNIGRAN), FERREIRA, R. S. (UNIGRAN),

ZANZI, J. V. A. B. (UNIGRAN), GARCIA, L. L. (UNIGRAN),

MACORINI, L. F. B. (UNIGRAN).

Os fungos representam uma importante função na cadeia alimentar, na medicina e na indústria alimentícia. Durante o envelhecimento do ser humano, seu sistema imunológico se torna menos eficiente. A imunossenescência é caracterizada, principalmente, por uma série de alterações que afetam a produção de linfócitos T. A microbiologia possui um ramo específico para o estudo dos fungos patogênicos, a micologia. Além de causarem doenças, algumas espécies fúngicas produzem toxinas utilizadas como antibióticos, a penicilina extraída de um fungo do gênero Penicillium. Analisaram-se fungos encontrados em um laboratório cozinha e suas principais doenças em idosos. Utilizou-se meio de cultura ágar Saboraud em placas de Petri estéreis, microcultivo, coloração de lâminas com azul de metileno e observação em microscópio óptico. As espécies fúngicas encontradas estão relacionadas com patologias referentes a infecções do trato respiratório como a broncopneumonia, uma inflamação dos brônquios pulmonares onde a taxa de mortalidade é de cerca de 40% se não for tratada. Micoses superficiais como a piedra branca,que são nódulos castanho-claros na regiões axilar, do couro cabeludo e genital. A caspa causada pelo fungo Malassezia furfur é uma caspa seborreica que atinge ambos os sexos. Com o avanço da idade, o ser humano tende a não se higienizar corretamente, devido ao enfraquecimento muscular, problemas de memória e cognição, especialmente em pessoas de idade mais avançada. O padrão de limpeza utilizado no laboratório cozinha segue as normas de higienização e desinfecção de acordo com a Vigilância Sanitária, devendo ressaltar que em um ambiente domiciliar onde tais normas não são seguidas, a quantidade de fungos patogênicos se torna muito maior do que os encontrados no laboratório cozinha. A população idosa deve estar sempre atenta à limpeza das mãos constantemente para evitar a ocorrência de doenças de origem fúngica. A limpeza dos ambientes domiciliares deve ser realizada em um curto espaço de tempo e de maneira correta a fim de diminuir os casos de infecções fúngicas para todas as pessoas que ali convivem.

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CORRELAÇÃO ENTRE CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E ÍNDICE DE ADIPOSIDADE CORPORAL EMMULHERES ADULTAS E IDOSAS

SILVA,L. A. R.(UEMS), WATANABE, E. A. M.(UEMS),

JÚNIOR, V. A. S. (UFGD), OLIVEIRA, R. D. (UEMS),

RAFAINE, R. P. (UNIDERP)

O acúmulo de gordura abdominal é um fator de risco para inúmeras doenças crônicas e apresenta fator de risco direto para doenças cardiovasculares, especialmente em idosos. O diagnóstico de risco pode facilitar e reverter o quadro, para isso os testes antropométricos são comumente utilizados devido seu baixo custo operacional e fácil aplicação. Novos testes estão sendo propostos, dentre eles o Índice de Adiposidade Corporal (IAC)tem sido apontado como um novo método antropométrico. O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre o IAC e o acúmulo de gordura abdominal aferido pelo indicador de risco cardiovascular Circunferência Abdominal (CA) em mulheres adultas e idosas participantes do projeto de extensão “Universidade Aberta à Melhor Idade (UNAMI)” da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Foram avaliadas 27mulherescom idade média de 65,1±7,12. Para a mensuração do IAC foi utilizada a fórmula proposta por BERGMAN (2011), onde IAC=[(Circunferência do Quadril (cm))/(altura(m) x V (raiz) altura (m)] –18, e para a CA foi utilizada a fórmula proposta pela World Health Organization(1995) onde CA= (circunferência da cintura(cm)) e classificada segundo a II Diretrizes Brasileiras em Cardiogeriatria (2010), onde <79cm são classificados com baixo risco cardiovascular, 80 a 87cm com risco cardiovascular aumentado e >88cm risco cardiovascular muito aumentado. Para a aferição da circunferência do quadril foi utilizada uma fita métrica inextensível, com campo de medição de 2 metros e precisão de 0,1cm. Para a mensuração da altura foi utilizado um estadiômetro com campo de medição de 2,20metros e precisão de 0,1cm. Para a correlação foi realizado o teste de correlação de Pearson e foram admitidos como valores significativos p<0,05, e para classificação, os valores propostos por DANCEY E REIDY (2005), onde r = 0,10 até 0,30 (fraco); r = 0,40 até 0,60(moderado) e r = 0,70 até 1 (forte). A correlação entre o IAC e CA da amostra foi considerada forte(r = 0.79)segundo a classificação adotada. OIAC se mostrou hábil em detectar a gordura abdominal e o risco cardiovascular em sua classificação no público feminino participante da UNAMI/UEMS. Deste modo novos estudos precisam ser realizados para avaliar sua eficácia na classificação antropométrica e de risco cardiovascular em populações maiores e com idade mais avançada.

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ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL NA PREVENÇÃO E CONTROLE DOS AGRAVOS DA HIPERTENSÃO ARTERIAL ENTRE ADULTOS E IDO SOS

VALADARES, M. C. (UEMS)

FIETZ, V. R. (UEMS)

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada doença comum entre a população brasileira e constitui sérios riscos de doenças cardiovasculares. No Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas são portadores de HAS, que é definida como PA sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma PA diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva. Ao aferir a pressão arterial de um idoso, deve-se atentar para algumas peculiaridades que interferem no valor aferido como pseudo-hipertensão, hipertensão do avental branco, hiato auscultatório e hipotensão ortostática. Modificações de estilo de vida são importantes na prevenção da HAS, alimentação inadequada, falta de controle do peso, falta da prática de atividade física, tabagismo e uso excessivo de álcool são fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados. O objetivo deste trabalho era orientar adultos a partir de 40 anos e idosos de ambos os sexos sobre os fatores de risco relacionados à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a necessidade da adoção de hábitos de vida saudáveis para evitar o desenvolvimento ou agravamento da patologia. As atividades foram desenvolvidas com os idosos participantes da Universidade Aberta da Melhor Idade (UNAMI) e frequentadores da rede de supermercados Abevê. Os participantes foram abordados e informados acerca do objetivo do projeto, a partir dos níveis pressóricos aferidos e dos dados coletados acerca dos hábitos alimentares e estilo de vida, foi realizado um diálogo com os sujeitos que participaram deste estudo com foco na prevenção do desenvolvimento e agravos da HAS utilizando uma cartilha elaborada contendo os dados do indivíduo e dicas de como adotar uma alimentação saudável e manter a saúde com o auxílio da prática de atividade física além de informações acerca da HAS. Na UNAMI, todos os participantes eram maiores de 60 anos e, portanto, classificados como idosos. Nesta etapa, identificou-se que 30,3% dos entrevistados apresentavam níveis pressóricos elevados, classificados entre limítrofes e estágio 1 da HAS, destes, 40% eram homens e 60% eram mulheres. Nos supermercados Abevê, 41,6% dos idosos apresentavam níveis pressóricos elevados, classificados entre limítrofes e estágio 1 da HAS, destes, 80% eram homens e 20% eram mulheres. De modo geral, identificou-se que 33,3% dos idosos apresentam classificação limítrofe e estágio 1 da HAS e destes, 53,3% são do sexo masculino e 46,7% do sexo feminino. O objetivo do projeto foi alcançado com sucesso e a realização das suas atividades foi benéfica por apresentar informação à população e trabalhar com prevenção de doenças e manutenção da saúde de forma simples e acessível, condizente com a realidade dos entrevistados. Mesmo não acompanhando os entrevistados, foi possível perceber a mudança no modo de pensar a saúde e a compreensão da necessidade de mudança no estilo de vida.

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PERFIL DE RISCO PARA A OSTEOPOROSE DE IDOSOS DE DOURADOS/MS

GIANLUPI, K. (UEMS), ALVARENGA, M. R. M. (UEMS)

A osteoporose representa a “Epidemia Silenciosa do Século” entre os idosos e possui elevada morbimortalidade. Diante disso, desenvolveu-se este trabalho que apresenta um dos resultados provenientes da dissertação de mestrado intitulada “Elaboração do guia prático sobre osteoporose para profissionais de saúde da Atenção Básica”. Objetivou-se identificar o perfil de risco para osteoporose dos idosos assistidos por um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) de Dourados/MS. Esta pesquisa constituiu-se de estudo transversal, descritivo, realizado com 147 indivíduos, acima dos 50 anos de idade, de ambos os sexos, pertencentes a um NASF de Dourados-MS. Os idosos foram avaliados segundo: questionário estruturado sobre fatores de risco para osteoporose, a Mini Avaliação Nutricional (MAN), dosagem de cálcio e 25 hidroxivitamina D séricos e a densidade mineral óssea (DMO) por meio do exame de densitometria óssea. Como critérios de risco para a osteoporose considerou-se a presença de pelo menos um dos seguintes fatores de risco: classificação do estado nutricional segundo MAN (17 a 23,5, risco de desnutrição ou <17, desnutrição); dosagem de 25 hidroxivitamina D (29 a 20ng/dl, insuficiência ou <20ng/dl, deficiência); dosagem de cálcio sérico (<8,6mg/dl); diagnóstico de osteopenia (DMO de -1 a -2,5DP de T Score) ou osteoporose (DMO <-2,5DP de T Score); idade (mulheres ≥ 65 anos; homens ≥ 70 anos; homens e mulheres com ≥ 50 anos e pelo menos 1 dos principais fatores de risco: história familiar de osteoporose, síndrome de má absorção, hiperparatireoidismo primário, hipogonadismo ou menopausa precoce; homens/mulheres (com qualquer idade) em uso de glicocorticoides orais (recebendo 1 dose diária de pelo menos 5 mg de prednisona ou equivalente por mais de 3 meses) ou com fratura prévia sem tratamento atual para osteoporose. Dos 147 indivíduos avaliados, somente 109 conseguiram realizar todos os exames citados acima. Isso ocorreu devido aos seguintes fatores: os exames foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem auxílio financeiro; redução do número de exames disponibilizados para a Atenção Básica diariamente; encaminhamento destes exames para fora da cidade, atrasando a entrega dos resultados; presença de apenas um técnico de radiologia no Centro de Atendimento à Mulher (CAM) para a realização do exame de densitometria óssea e o cancelamento de todos os contratos da prefeitura com a saúde suplementar (laboratórios e clínicas particulares) Os resultados obtidos foram: 92,5% apresentaram algum tipo de fator de risco para a osteoporose e apenas 7,5% não apresentaram fatores de risco para a doença. A identificação precoce destes fatores de risco permite o desenvolvimento de intervenções mais efetivas no controle, tratamento e na prevenção da doença, previamente ao desenvolvimento de fraturas, que constituem uma das principais consequências clínicas da osteoporose reduzindo consideravelmente o prognóstico do paciente. Além disso, fornece dados sobre as características específicas da população de

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idosos de Dourados/MS, direcionando para o desenvolvimento de estratégias voltadas às necessidades desse público-alvo, de modo interdisciplinar e intersetorial, diminuindo inclusive os gastos públicos com hospitalizações e com o tratamento da doença e de suas incapacidades, para as quais a sociedade e as instituições de saúde ainda não estão preparadas.

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POLIFARMÁCIA EM IDOSOS ASSISTIDOS NA ATENÇÃO PRIMAR IA DE DOURADOS

RENOVATO, R. D. (UEMS),

FACCENDA, O. (UEMS), ALVARENGA, M. R. M. (UEMS),

RIBEIRO, V. S. (UEMS) No período de 1960 a 2010, a população de idosos cresceu 600%, sendo caracterizada em sua maioria por nível socioeconômico baixo e elevada prevalência de incapacidades e doenças crônicas. Em decorrência disso, a prevalência de polifarmácia (uso de 5 ou mais medicamentos) é verificada nesta população, aumentando o risco de problemas relacionados a medicamentos, como interações medicamentosas deletérias, reações adversas e dificuldades de adesão ao tratamento. O objetivo desta investigação foi identificar os fatores sociodemográficos e de saúde relacionados à polifarmácia em idosos assistidos na atenção primária. Método: Estudo de corte transversal, realizado em 12 Equipes Estratégia Saúde da Família da zona urbana de Dourados, MS, no período de agosto de 2013 a julho de 2014. A amostra foi aleatória e estratificada e constituída de 184 idosos. Os dados sociodemográficos foram obtidos através da Ficha A do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB). Dentre as análises estatísticas realizadas foram: frequência absoluta e relativa, média e desvio padrão; a associação das variáveis-controle com a variável-resposta, através da abordagem analítica univariada e aplicação do modelo de regressão logística. Resultados e discussão: a polifarmácia foi verificada em 36,1% dos idosos. Foi possível observar que 69,4% dos idosos são do sexo feminino, 58,0% apresentam um ano ou menos de escolaridade, aproximadamente 11% deles moram sozinhos, apenas 34,3% afirmaram ter autoavaliação de saúde boa ou muito boa, somente 44% possuem menos de três diagnósticos médicos, 52% apresentam risco nutricional alto, 11,8% são dependentes de cuidados, 45,9% são depressivos e 35,4% apresentaram deterioração do estado mental leve ou grave. Verificou-se associação significativa da polifarmácia com as variáveis sexo, autoavaliação de saúde, risco nutricional, depressão e deterioração do estado mental. Em relação às morbidades, observou-se associação significativa da polifarmácia com a hipertensão, doenças isquêmicas do coração, acidente vascular cerebral, ser diabético, ter osteoartrose, ser depressivo, apresentar distúrbio digestivo e problemas de coluna. Conclusão: a identificação de polifarmácia e fatores relacionados em idosos é necessária para o planejamento e intervenções de cuidado multidisciplinares no âmbito da atenção primária a fim de prevenir e resolver problemas relacionados a medicamentos e promover o uso racional e seguro.

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PREVALÊNCIA DE QUEDAS EM IDOSOS RESIDENTES NA COMUN IDADE

NARDOQUE, B. G. P. (UFGD), SOARES, B. R.(UFGD), TARAS, L. K. (UFGD),

SOUZA, M. C. C.(UFGD), LIMA, R. C.(UFGD)

O número de idosos vem aumentando mundialmente. A OMS estima quase 2 bilhões de idososem 2050. No Brasil, pessoas com 60 anos ou mais representavam 13,7% da população em 2014 segundoo IBGE. Espera-se, portanto, que os problemas de saúde referentes a essa população aumentemgradativamente nas próximas décadas, sendo necessária implantação de ações que promovam sua saúde.As quedas são umas das principais causas de agravos em idosos, responsáveis por considerávelmorbidade e mortalidade. Estudos mostram prevalência próxima de 20% e 30%. Em estudo realizado no Canadá, constatou-se 29%: 17,6% caíram uma vez e 11,5% duas ou mais; na Austrália, 25,6 %, sendoque 61,2% caíram uma vez, 21,4% duas, 7,8% três e 9,5% quatro ou mais; em Pequim, 18%, commaiores índices em mulheres e com o aumento da idade. Em estudo transversal brasileiro, 27,6%. O objetivodeste trabalho foi estimar a prevalência de quedas nos idosos residentes na zona urbana de Dourados,MS, conforme características demográficas e sociais. Foi realizado um estudo transversal comidosos com idade de 60 anos ou mais, de ambos os sexos, residentes na área urbana de Dourados, MS.Foram excluídas pessoas institucionalizadas. A amostra utilizada foi por conglomerados, utilizando-se agrade de setores censitários conforme Censo Demográfico de 2010. Em cada setor foram visitados 30domicílios. Todos os idosos residentes no domicílio foram entrevistados. Os dados foram coletados através de um questionário padronizado por entrevistadoras treinadas. A variável utilizada neste trabalhofoi a presença de quedas no ano anterior através da pergunta: “Desde <MÊS> do ano passado, osr(a) sofreu alguma queda (caiu)?Após a revisão dos questionários, os dados foram digitados utilizandoo programa EPI DATA e analisados com o SPSS 21.0.Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Éticaem Pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados (Parecer no 241/08). Anteriormente às entrevistas,foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes. De julho a setembro de 2012 foram entrevistados 1022 idosos, com 48 recusas e 51 perdas. Apopulação de estudo era composta em sua maioria por mulheres (57,7%), com média de idade 70 anos(dp=8,2). Metade dos entrevistados (51,5%) referiram cor de pele branca, pertenciam à classe C(50,4%) e viviam com companheiro (56,1%). No que tange a escolaridade 73,3%, não sabiam ler ou escrever,ou apenas assinavam, com nível inferior ou igual há quatro anos de estudo. A prevalência dequedas foi de 27,3% no período de 12 meses. As mulheres (31,9%) apresentaram maiores percentuaisde quedas do que os homens (20,9%) (p<0,01). Conforme aumento da idade, aumentou a referência aquedas, respectivamente, 22,8%, 28,7% e 40,0% para os grupos de 60-69, 70-79 e ≥80 anos. O níveleconômico e a cor da pele não estiveram estatisticamente associados com as

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quedas. A prevalênciade quedas é alta em Dourados, MS. Aproximadamente, um terço dos idosos referiram quedasno último ano. Percentual semelhante a literatura. Os achados evidenciam a necessidade de maior atençãoa saúde da população idosa.

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REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE USAR INSTRUMENTOS D E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARA IDOSOS E QUE SEJAM VALID ADOS E

CONFIÁVEIS

SILVA, F. B. (UEMS), ALVARENGA, M. R. M (UEMS)

A heterogeneidade entre os indivíduos idosos é justificada pelas alterações biológicas pertinentes a idade, práticas desenvolvidas por toda extensão da vida (fumo, dieta e sedentarismo), presença de doenças e circunstâncias socioeconômicas desfavoráveis (WHO, 1989; WHO,1995). Isso torna a análise do estado nutricional do idoso complexa, pois essas alterações podem contribuir para modificação de sua necessidade nutricional e do estado nutricional (JENSEN, 2001). A prévia constatação de risco nutricional proporciona a intervenção e o cuidado nutricional mais adequado e com isso tem-se a preservação e recuperação da saúde do indivíduo, bem como a diminuição o declínio da capacidade física e mental do idoso, redução de gastos, tempo de internação hospitalar e a mortalidade (BEGHETTO, 2008; VALE, LOGRADO, 2013). Métodos que investigam o risco nutricional por meio de questionários apresentam menor custo, menor tempo de realização, fácil aplicabilidade e pode ser usado por profissionais de saúde, contanto que sejam treinados para aplicação de tal (DeHOOG, 2013). A avaliação do estado nutricional pode ser realizada através de diversos métodos, tanto convencionais como não convencionais, dependendo dos recursos materiais disponíveis ao pesquisador e a finalidade do estudo (BAXTER, WAITZBERG, 2009). As propriedades psicométricas, são informações que possibilitam analisar a validade e a confiabilidade do instrumento de medida (GOMES et al, 2014). Validade pode ser compreendida como a capacidade do instrumento medir o que se propõe. Confiabilidade refere-se à exatidão (ou estabilidade), à qualidade de medir sem erros, de forma que o mesmo teste, avaliando os mesmos sujeitos em ocasiões diferentes, ou testes equivalentes, medindo os mesmos sujeitos na mesma ocasião, produzam resultados idênticos (PASQUALI, 2009). Vários são os instrumentos de avaliação do risco nutricional propostos na literatura. Cada um tem suas especificidades, não sendo generalista na prática (VALE, LOGRADO, 2013). Mesmo com a variedade de instrumentos de avaliação nutricional, nos deparamos com uma incógnita, “Qual o melhor método de avaliação nutricional para idosos?”. Um estudo identificou 12 métodos de avaliação nutricional para idosos domiciliados, porém nenhum dos métodos foi desenvolvido para uso em população brasileira (ROEDIGER, 2015). Com isso os instrumentos apresentam diferenças culturais, regionais e étnicas, sendo assim não aplicável para o Brasil, pois quando se escolhe um instrumento de medida para avaliar risco nutricional espera-se que este mensure o que se propõe, ou seja, que realmente seus itens captem informações que avaliem se o indivíduo investigado se encontra, ou não, em risco nutricional. Para esses instrumentos terem aplicabilidade fidedigna em nosso país, deve-se realizar a adaptação transcultural e a análise das propriedades psicométricas dos mesmos, onde é avaliado o que se propõe e se esta avaliação é confiável ou estável

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(REICHENHEIM, MORAES, 1998; PASQUALI, 2009). Após as análises de validade e confiabilidade dos instrumentos se obtém o método/instrumento de avaliação nutricional mais propício para identificação do estado nutricional de indivíduos idosos.

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SAÚDE DO IDOSO: EXPERIÊNCIA PARA A FORMAÇÃO ACADÊMI CA E PESSOAL

OLIVEIRA A. N. (UFMS),

GOMES A. M. (UFMS), ANDRADE, T. A. C.(UFMS), BARBOSA, S. R. M. (UFMS)

A população idosa mundial tem aumentado demograficamente, e esse fato desencadeou a busca por novos conhecimentos sobre o processo de envelhecimento, para que apesar das várias comorbidades, este seja ativo e saudável. O curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, seguindo as Diretrizes Curriculares Nacionais, proporciona uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, habilitando a atuar em todos os níveis de atenção à saúde, obtendo uma visão ampla e global, respeitando os princípios éticos, bioéticos, e culturais do indivíduo e da coletividade. A estrutura curricular do curso, possibilitou aos acadêmicos do sexto semestre, através da disciplina Saúde do Idoso, vivências em cenários de práticas com graus diferenciados de comprometimento (independentes, semidepentes e dependentes) de atenção ao idoso, onde foi possível conhecer e colocar em prática os conhecimentos teóricos. Um dos cenários eleito foi o SESC Camilo Boni, onde o grupo de idosos era ativo e independente. Neste, os acadêmicos selecionaram, elaboraram um protocolo de avaliação e aplicaram testes que contemplavam os domínios cognitivo e mental; físico/funcional; social e ambiental. Também foram realizadas atividades de educação em saúde com tema postura e os efeitos do Balance. Outro cenário vivenciado foi em uma Instituição de Longa Permanência (ILPI), onde os idosos apresentavam um baixo nível cognitivo e de funcionalidade, maior dependência e menor autonomia, presença de polifarmácia, multiplas comorbidadades e insatisfação pela permanecia no local. Os desafios desse cenário no contexto do cuidado fisioterapêutico foram grandes, exigindo do acadêmico, maior conhecimento sobre o local e adaptações na elaboração de protocolo e na intervenção fisioterapêutica com vista a promover a melhoria da funcionalidade e da qualidade de vida daqueles idosos. Outros cenários foram os setores de Clinica Medica, Cirúrgica I, II e Unidade Coronariana Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian -HUMAP. Neste, os acadêmicos vivenciaram o trabalho com a equipe multidisciplinar, a realidade do ambiente hospitalar e verificaram maior prevalência de fragilidade, risco de incapacidade, dependência e mortalidade decorrentes de fatores não relacionados com a causa primária da internação. A vivência em diferentes cenários, no contexto da disciplina saúde do idoso, possibilitou aos acadêmicos, reflexões sobre a contribuição para a construção da atenção e do cuidado humano, científico e tecnológico, respeitando a relação de autonomia e dependência de cada idoso em sua variabilidade interindividual, sob uma perspectiva do encontro interpessoal. Além de maior conhecimento teórico-prático em relação à seleção e intervenção fisioterapêutica, estabelecimento de vínculo, contribuindo assim para a formação acadêmica e pessoal, incitando a habilidade de ouvir e respeitar a troca de conhecimentos. A impressão das vivencias, contribuiu para a formação além de

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profissional, a humanitária. Diante disso, a importância da fisioterapia junto ao trabalho multiprofissional se faz necessário a fim de promover qualidade de vida e compreender o processo de envelhecimento em todos os âmbitos da saúde da pessoa idosa com olhar integral.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PORTADOR DA DIABETES MELLITUSTIPO 2– Uma revisão integrativa da literatura

BORGES, J. A. T. (UEMS), GIACOMASSA, M. S. D. (UEMS)

Esse estudo trata-se de uma revisão de literaturaacerca da assistência de enfermagem ao paciente portador da diabetes mellitus tipo 2, bem como a sua prevenção, papel do enfermeiro durante o tratamento, cuidados, incluindo as complicações e orientações ao paciente e familiares. O diabetes mellitus é uma doença metabólica crônica não transmissível caracterizada pela hiperglicemia, devido à ausência ou deficiência da produção da insulinapelas células beta da ilhota de Langerhans no pâncreas. A incidência da doença é maior nos adultos e idosos, mas também acomete os jovens. As complicações podem surgir rapidamente devido ao diagnóstico tardio, pois o paciente demora para perceber os sintomas. A avaliação do paciente diabético é realizada através do histórico, exame físico e laboratorial. Essa avaliação é importante para identificar as complicações e elaboração de um plano de cuidados de enfermagem individual para cada paciente. O objetivodesse estudo foi fornecer uma assistência de enfermagem ao paciente com diabetes mellitus tipo 2 com uma abordagem holística, onde o contato direto da equipe de enfermagem com o paciente possa atingi-lo totalmente para desenvolver a educação em saúde e adesão ao tratamento adequado para estimular a prevenção e as possíveis complicações que podem aparecercom a evolução da doença. A metodologia escolhidafoi realizada através de uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos completos publicados em revistas científicas relacionados com a temática abordado do ano de 2010 à 2012, escritos em português. A pesquisa foi realizada nos bancos de dados da internetem sites científicos, comoScientific Eletronic Library (SciELO), Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). O diabetes mellitus tipo 2 não tem cura, mas sim controle, o paciente pode ter uma vida com qualidade se seguir o tratamento clínico indicado, dessa forma estará evitando complicaçõesindesejáveis que poderão surgir com a evolução da doença. É importante que o paciente seja orientado de forma clara para entender a relevância da sua patologia para aderir ao tratamento, mudar o estilo de vida ao praticar atividades físicas regularmenteque deve ser prescrita individualmente devido as limitações do paciente, dieta balanceada, uso de medicamentos com critérios médicos, para assim ajudá-lo a controlar a doença. Considera-se nesse estudo a importância da prevenção e de tratamento precoce para evitar a progressão das complicações que incapacitam e interferem na vida do paciente. É observado a falta de conhecimento do paciente idoso sobre a patologia, por isso é necessário implantar a educação em saúde com orientações sobre o tratamento. Por ser um paciente idoso é essencial que a família auxilie nos cuidados eautocuidado do paciente, além de incentivar, o paciente ficará estimulado a dar continuidade com o tratamento que será a longo prazo.

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ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM PARA A CAPACITAÇÃO DO CUIDADO R COMO ESTRATÉGIA EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

SIQUEIRA, R. M. S. (UFMS),

PINHEIRO, E. A. (UFMS), PAULA, F. M. (UFMS),

SANTOS, S. C. (UFMS), PINHO, J. N. (UFMS),

MONTI, L. L. (UFMS)

O perfil epidemiológico do cuidador informal é a mulher de meia idade, casada, do lar, baixa escolaridade e renda, apresentando doenças crônicas não transmissíveis. Uma das principais dificuldades do cuidador é lidar com o idoso acamado ou com mobilidade diminuída que necessita de auxilio1. Tendo em vista essa realidade e em virtude do crescimento dos cuidadores informais, também cresce a necessidade de se utilizar de práticas educativas em saúde como uma ferramenta para a construção da consciência crítica necessária à autonomia dos cuidadores nas práticas de cuidar, respeitando-se seus conceitos e valores2. Descrever a atuação da enfermagem para a capacitação do cuidador como estratégia em Cuidados Continuados Integrados. Trata-se de um relato de experiência das residentes de enfermagem a partir da vivência do primeiro ano em Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados (CCI) -área de concentração Saúde do Idoso, Mato Grosso do Sul, Brasil. Atualmente, contempla cinco residentes de enfermagem que atendem diretamente 22 clientes no CCI. O Projeto CCI é desenvolvido no Hospital São Julião e preconiza a presença de cuidador (informal), pois além da reabilitação biopsicossocial do cliente é realizado o treinamento do cuidador para a continuidade do cuidado em domicilio.Assim, para o desenvolvimento da pratica de enfermagem no CCI verificou-se inicialmente o nível de dependência do idoso de acordo com a Teoria de Enfermagem do Déficit do Autocuidado de Dorothea Orem, que pode ser totalmente compensatório, parcialmente compensatório ou apoio/educação. Logo após a avaliação do enfermeiro foi desenvolvido um plano de cuidados e de orientações, utilizando a Sistematização da Assistência de Enfermagem e o Projeto Terapêutico Singular como ferramentas para a implementação da capacitação do cuidador. Nesse ínterim, a enfermagem trabalhou com a educação em saúde como prática empoderadora, tendo como principais temas aplicados: prevenção de Ulcera Por Pressão, prevenção de dermatite amoniacal, cuidados com a administração da dieta via enteral, prevenção de quedas, sondagem vesical de alivio (técnica limpa), realização de curativos, estímulos para o autocuidado relacionado à higiene (banho, vestir-se, bucal), estímulos na autonomia da alimentação e cuidados com as doenças crônicas não transmissíveis. Vale ressaltar que a enfermagem verificou inicialmente o conhecimento prévio do cuidador relativo ao tema, trabalhando individualmente ou em grupo, para iniciar com uma abordagem que permitiu a construção do conhecimento. Com a prática de educação em saúde observou-se que os cuidadores se sentem seguros ao realizar o cuidado e encontram no projeto CCI a oportunidade de (des) construir o conhecimento quanto à realização das atividades após a alta hospitalar e ás

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medidas preventivas de agravos á saúde do idoso.O cuidador informal necessita de um olhar atento da enfermagem quanto às demandas para o ato de cuidar, que podem gerar insegurança ou até mesmo práticas que prejudiquem a saúde do idoso. Assim, a partir do CCI nota-se que o “fazer junto” respeitando os diversos saberes e realizando a educação em saúde é a linha que traz importantes resultados para a continuidade do cuidado integrado após a alta do hospital.

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O RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS EM UMA UNIDADE DE CUIDA DOS CONTINUADOS INTEGRADOS

MONTI, L. L. (UFMS), PAULA, F. M. (UFMS),

PINHEIRO, E. A. (UFMS), PINHO, J. N. (UFMS),

SANTOS, S. C. (UFMS), SIQUEIRA, R. M. S. (UFMS).

A queda ocorre devido à perda súbita do equilíbrio postural, com maior frequência na população idosa, decorrente de circunstâncias multifatoriais, comprometendo a estabilidade do indivíduo. Esse evento pode alterar a capacidade funcional, interferindo na autonomia e independência da pessoa idosa, acarretando na necessidade de cuidados de terceiros para auxílio e/ou realização das atividades de vidas diárias (AVD). A incidência de quedas em idosos hospitalizados é alta, principalmente, devido aos diversos fatores intrínsecos e extrínsecos associados, podendo causar danos físicos e psicológicos ao paciente, tais como: fratura, lesões de tecidos moles, hematomas e lacerações1. As causas intrínsecas em questão são decorrentes de alterações fisiológicas e estão relacionadas com o envelhecimento, doenças crônicas, medicamentos, déficit de equilíbrio e marcha, incontinência urinária, estado cognitivo comprometido, dentre outros. Portanto, é necessário estabelecer medidas de prevenção para evitar a ocorrência deste evento, o que requer a colaboração dos diversos profissionais da assistência à saúde, gestorese também dos familiares ecuidadores do paciente1. Este trabalho tem o objetivo de descrever o risco de quedas em idosos em uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados. Refere-se a um relato de experiência das enfermeiras residentes do Programa Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados (CCI) - área de concentração: Saúde do idoso. No CCI é aplicada a escala de Morse, instrumento que avalia a probabilidade do risco de quedas do paciente, em três momentos durante o período de internação, sendo: na admissão, após 15 dias e na alta hospitalar. São realizadas intervenções através do protocolo de quedas para evitar o evento, cito: manter grades do leito elevadas e rodas travadas; ofertar dispositivo de auxílio de marcha; auxiliar na transferência de leito para cadeira (vice-versa);utilizar transferidor;supervisão do banho de aspersão; assegurar o ambiente iluminado, piso limpo e seco; certificar uso de calçados antiderrapantes; realizar contenção mecânica mediante autorização do enfermeiro em casos de desorientação e/ou agitação; manter a campainha ao alcance do paciente e objetos de uso frequenteem locais de fácil acesso.É notórioa classificação de baixo oumédio risco de quedas nasavaliações de admissão dos pacientes,pois muitos são admitidos acamados, com diminuição ou ausência de força muscular, e consequente perda dos movimentos em membros inferiores. E com odecorrer do tempo de permanência hospitalar para reabilitação, esse escore passa a ser classificado como alto oualtíssimo risco de quedas, justificado principalmente pelo uso de polifármacos, dispositivos auxiliares de marcha, e encorajamento da autonomia e independência, desenvolvendo sentimento de

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autossuficiência,contribuindo com o aumento da probabilidade de queda. Portanto,éesperadaa alta probabilidade de queda do paciente idoso numcurto período de tempo de permanência na Unidade para reabilitação. Tendo em vistaque a mesmatem finalidadede restabelecer a autonomia e independência do paciente em relação àsAVD. Assim, é de grande importância o conhecimento dos fatores de riscos presentes, para realizar o planejamento das medidas de prevenção, com a finalidade de evitar as quedas, preservar a funcionalidade e propiciar melhor qualidade de vida ao paciente.

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PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO: APLICAÇÃO DA TEORIA DE ORE M EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

PINHO, J. N. (UFMS),

PINHEIRO, E. A. (UFMS), PAULA, F. M. (UFMS), MONTI, L. L. (UFMS),

SIQUEIRA, R. M. S. (UFMS), SANTOS, S. C. (UFMS)

A Teoria de Orem tem sido aplicada a práxis da enfermagem, integralmente ou fragmentada, como base teórica a uma prática de cuidar estruturada e respaldada cientificamente. Ressalta o papel do enfermeiro na assistência individual e grupal, propiciando a participação ativa do cliente em seu próprio cuidado (RAIMONDO et al., 2012). A dependência física, desmazelo quanto à hidratação e promoção da saúde são mudanças típicas, inerentes ao ciclo vital do envelhecimento. Essas peculiaridades devem ser conhecidas e valorizadas pelos profissionais, além de as condutas adequadas e esperadas ao autocuidado (SANTOS et al., 2012). Este trabalho tem como objetivo descrever a promoção do autocuidado: aplicação da teoria de Orem em Cuidados Continuados Integrados. Trata-se de um relato de experiência das residentes de enfermagem em Residência Multiprofissional em Cuidados Continuados Integrados (CCI) - área de concentração Saúde do Idoso, Mato Grosso do Sul, Brasil. A assistência e sistematização de enfermagem realizada no Hospital São Julião tem por objetivo principal o atendimento, reabilitação e promoção do autocuidado, compreendendo as limitações fisiopatológicas de cada cliente. Após avaliação e exame físico admissional, e posterior elaboração do plano de cuidados do Projeto Terapêutico Singular (PTS) - esse que também é uma construção multiprofissional, o enfermeiro planeja, prescreve, avalia as intervenções cabíveis ao cliente e realiza orientações diárias pertinentes, visando à continuidade do cuidado. Acrescento a relevância do cuidador devido à presença cotidiana, sendo corresponsável nesse processo, instigando o protagonismo, auxiliando unicamente quando o mesmo não consegue executar. No âmbito assistencial, a enfermagem com atuação aliada à equipe multiprofissional tem obtido ganhos, como: desmame de fralda; prevenção de Úlcera Por Pressão e dermatite amoniacal; maior independência nas atividades de higiene íntima e corporal; desmame de alimentação via Sonda nasoenteral; autossuficiência na alimentação oral exclusiva; deambulação independente e com auxílio de dispositivos; sondagem vesical (técnica limpa); aplicação de insulina, entre outros. O exercício da enfermagem na equipe multiprofissional é identificar dificuldades durante o período de internação, por conseguinte traçar objetivos e garantir a promoção da autonomia nas atividades de vida diária e do autocuidado posterior, tendo em vista os níveis de dependência que vão desde o totalmente compensatório ou parcialmente compensatório para o autocuidado ao apoio educação, este último que trabalha diretamente com orientações para o autocuidado. Essa teoria aplicada ao exercício da enfermagem traz resultados significativos ao cliente no período de internação e

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futuramente domiciliar. Desse modo o enfermeiro executa o papel de promover, manter e restaurar aspectos da autonomia, com embasamento científico a sua atuação profissional.

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ENVELHECIMENTO E O PADRÃO DE SONO

OLIVEIRA, D. S. (UEMS), ALVARENGA, M. R. M. (UEMS)

A falta de sono é frequente em todas as etapas da vida, principalmente comum nas pessoas a partir dos 65 anos. Alguns fatores como a idade, o estado emocional e o uso de medicamentos podem estar associados com a insônia. Objetivos: Identificar as variáveis sociodemográficas e de saúde que afetam a qualidade do sono de idosos; descrever as variáveis sociodemográficas e de saúde dos idosos; analisar se há associação entre as variáveis sociodemográficas e as condições de saúde com a qualidade do sono de idosos. Metodologia: A população da pesquisa foi composta pelos idosos, de ambos os sexos e que frequentam a Universidade Aberta à Melhor Idade da UEMS (UNAMI), Dourados, MS,com cerca de 40 participantes. Critérios de inclusão na amostra: participantes com 75% de frequência nas atividades da UNAMI. Resultados: foi realizada a pesquisa com 34 idosos sendo 28 do sexo feminino(82,3%) e 06 (17,6%) do masculino. Na faixa etária menor de 60 anos tinham 09 (26,4%) idosos, 15(44,1%)entre 60 a 69 anos e 10 (29,4%) com 70 a 79 anos. Com escolaridade até 4 anos foram 04(11,7%) entrevistados, 10 (29,4%) com 5 a 8 anos de estudo, 12 (35,2%) de 9 a 12 anos de estudo e 08(23,5%) com mais de 12 anos. Quanto ao estado civil: Solteiro 01 (2,9%), casado 16 (47,0%), viúvo 11(32,3%) e outros arranjos foram 06 (17,6%). Em relação a renda familiar 14 idosos (41,1%) recebiam de R$ 750,00 a 1500,00 para 08 (23,5%) a renda era entre R$ 1501,00 a 3.000,00 e 12 (35,2%) recebiam mais R$ 3.000,00 por mês. Sobre cochilar nas seguintes circunstâncias, os idosos relataram: 5(14,7%) sentados e lendo; 12 (35,2%) vendo televisão; 4 (11,7%) andando de carro ou ônibus; 4 (11,7%)deitado para descansar à tarde e 9 pessoas (26,4%) sentado após o almoço. Sobre a dificuldade de adormecer, responderam: 15 (44,1%) possuem dificuldade e 19 (55,8%) não. Dificuldade para voltar a dormir após acordar de madrugada: 25 (73,5%) relataram que sim e 9 (26,4%) não possuem dificuldades.Remédios para dormir ou tranquilizantes: apenas 3 (8,8%) fazem uso continuo e 31 (91,1%) não fazem uso. Cansaço ao acordar pela manhã: 9 (26,4%) sentem e 25 (73,5%) não. 18 (52,9%) disseram que roncam, 9 (26,4%) afirmaram sentir cansaço ao acordar e 7(20,5%) acordam com cefaléia. Seis (17,6%) relataram sono agitado 28 (82,3%) não. Dez (29,4%) pessoas dormem durante o dia sem se programar e 24 (70,5%) não. Destaca-se que 27 (79,4%) acordam durante a noite e 7 (20,5%) não acordam. Conclusão: Os resultados mostram que a maioria dos idosos da UNAMI-UEMS não apresentam dificuldade para adormecer, entretanto relatam que ao acordarem a noite encontram dificuldades para voltar a dormir. Os entrevistados não precisam de medicamentos ou tranquilizantes para dormir e a maioria dos idosos cochilam durante o dia. Estes achados precisam ser melhor investigados para que possamos trabalhar os fatores determinantes dos problemas do sono.

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VIVENCIANDO AS ATIVIDADES DO PROGRAMA: UNIVERSIDADE DA MELHOR IDADE – UMI / UCDB E SEUS DESAFIOS

MELLO, L.M.A.V. (UCDB).

MELLO, K.V. (UCDB), AQUINO, W (UCDB).

O Programa UMI/UCDB iniciou em 1998 na UCDB/MS. A partir de 2011 o programa passa a ser gratuito atendendo pessoas a partir de 50 anos, sem limite de idade e escolaridade. É um programa de superação para a Terceira Idade de forma interdisciplinar, oferece atividades continuas permanentes e prazerosas. A UMI é fundamentada na Andragogia que é a ciência e a arte da educação de adultos que tem como princípios: a necessidade de saber, o autoconceito do aprendiz, as experiências, a prontidão para aprender, a orientação para a aprendizagem, a motivação e a memória. Desenvolve as atividades dinâmicas para atender o público alvo com suas diferenças culturais, sociais e econômicas, onde o denominador comum das atividades é a sabedoria de vida dessas pessoas que não querem parar no tempo, porque para elas, conhecimento não tem limite de idade. Atender pessoas à partir de 50 anos sem limite de escolaridade; inclusão do público alvo no campus da Universidade; aprender a viver em grupo com diferentes idades, escolaridade, situação econômica e social; conhecer e defender seus Direitos e Deveres na sociedade em que vivem; sentir-se importante e ter prazer em participar das atividades propostas pelo Programa UMI/UCDB; atualização de conhecimentos gerais específicos, conforme a necessidade deste público. O Programa atende pessoas a partir de 50 anos, no período vespertino de segunda-feira a sexta-feira da 13:00 horas às 17:00 horas. De forma Modular (Módulo Iniciante, Básico, Integrado), com duração de 2 anos, sendo livre para participarem do Módulo Permanente depois de anos. Seguimos a metodologia da Andragogia, onde o professor planeja suas aulas/atividades conforme o interesse do grupo, com muitas atividades práticas atendendo o público diversificado do Programa. Após observações durante aulas, verificou-se que essas pessoas começaram a ter novas maneiras de agir e interagir com seus colegas, sentiram mais participativas na sociedade em que vivem, como agentes transformadores para um mundo melhor na 3ª idade.Atualizaram seus conhecimentos gerais e específicos através de cursos e atividades sociais, políticas, econômicas e culturais. Obtiveram um elevado grau em sua autoestima, na qualidade de vida, e se prepararam para uma 3ª idade com dignidade. Atualizaram os conceitos sobre envelhecimento humano. Sentiram-se inseridos na comunidade acadêmica e na comunidade em que vivem, como cidadãos idosos atuantes e conhecedores dos seus Direitos e Deveres conforme o Estatuto do Idoso. Uma nova vida começou a surgir para essas pessoas, começaram a ser mais participativas nas atividades que se propuseram a fazer. Sentem-se importantes entre os colegas, com seus familiares, e incluídas no meio acadêmico onde também podem participar nas pesquisas sobre envelhecimento humano, realizadas pelos acadêmicos da Universidade.

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ARTIGOS COMPLETOS

A IMPORTÂNCIA DOS ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA À PESSOA I DOSA

SILVA, M. G.(UNIGRAN), SILVA, A. L (UNIGRAN)

Resumo:Ao envelhecer, o indivíduo tende a se acomodar em sua nova rotina, principalmente em sua casa. Deixando, assim, de realizar programas e encontros que antes fazia e agora, por diversos fatores, não faz mais. Essa nova postura pode ser influenciada pelo fato de dispor de poucas opções de atividades e exercícios adaptados e adequados a essa população, com isso o idoso tende a diminuir seus interesses, suas redes sociais e sua capacidade física e cognitiva O presente estudo visa analisar como os espaços de convivência podem estimular física e cognitivamente a pessoa idosa, visando a prevenção e promoção de saúde, bem como o aumento dos seus vínculos sociais. Identificando as possíveis dificuldades e benefícios de uma pessoa que frequenta um grupo de convivência. Palavras-chave: Espaço de convivência; Prevenção; Promoção de saúde. Abstract:As you get older, the individual tends to settle into your new routine, especially in your home. Leaving, thus, to develop programs and meetings before and was now, by various factors, no longer does. This new attitude can be influenced by the fact of having few options of activities and exercises adapted and appropriate for this population, thus the elderly tends to diminish their interests, their social networks and their physical and cognitive ability This study aims to analyze how living spaces can stimulate physical and cognitively the elderly, aimed at prevention and health promotion, as well as increasing their social bonds. Identifying the possible difficulties and benefits of a person who attends a support group. Keywords: Living Space; Prevention; Health promotion. INTRODUÇÃO Tornar-se "velho" é mais uma das etapas da vida. Ao nascer, já entramos no

processo de envelhecimento. Claro que em cada fase, encontrará limitações e

necessidades distintas e específicas. Por muito tempo o medo de envelhecer, fez com

que a sociedade complexasse esse processo, tornando difícil até mesmo de encontrar um

significado ideal e não "ofensivo" para essa fase. Mas será que é tão complexo assim?

Ao se pensar de forma geral e adequada a qualquer época ou cultura fica interessante

trazer a classificação de Beauvoir (1990) de forma simples, objetiva e sem mais, “a

velhice é o que acontece aos seres humanos que ficam velhos, sendo impossível

encerrar essa pluralidade de experiências num conceito ou, mesmo, numa noção”.

Agora, ao se pensar em todos os fatores que ligam ao envelhecimento, como o

biopsicossocial, de fato se torna um universo mais complexo, porém acessível e aberto a

ser explorado. Sem necessidade de um afastamento de algo tão natural.

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Dentro dessa complexidade/naturalidade, hoje o termo "terceira idade" é o mais

usado ao se falar de envelhecimento numa atualidade com motivação ao aproveitamento

do tempo livre e no incentivo de se manter útil e em movimento.

O surgimento da categoria Terceira Idade é considerado, pela literatura

especializada, uma das maiores transformações por que passou a história da velhice. De

fato, a modificação da sensibilidade investida sobre a velhice acabou gerando uma

profunda inversão dos valores a ela atribuídos: antes entendida como decadência física e

invalidez, momento de descanso e quietude no qual imperavam a solidão e o isolamento

afetivo, passa a significar momento de lazer, propício à realização pessoal que ficou

incompleta na juventude, à criação de novos hábitos e habilidades e ao cultivo de laços

afetivos e amorosos alternativos à família (CALVERT, 2009).

A longevidade humana está sendo cada vez mais estuda e falada, principalmente

como uma satisfação social em viver mais e em ter seus entes por mais tempo. Como

cita Beltrão, et al (1999), "O aumento da longevidade deve ser reconhecido como uma

conquista social, o que se deve em grande parte ao progresso da medicina e a uma

cobertura mais ampla dos serviços de saúde". Além da orientação, estruturação e

acessibilidade da população em relação à saúde. Como menciona Paul (2005), "O

aumento da expectativa de vida tem sido evidenciado pelos avanços tecnológicos

relacionados à área de saúde nos últimos 60 anos, como as vacinas, uso de antibióticos,

quimioterápicos que tornaram possível a prevenção ou cura de muitas doenças".

ASPECTOS BIOPSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO ATUAL N O BRASIL No Brasil o processo de envelhecimento vem sendo cada vez mais avaliado e

estudado, logo, mais valorizado. Podendo ser considerado um macro na história da

sociedade, como cita Alves Junior (2011):

O envelhecimento social vem sendo apontado como capaz de influenciar mutuamente a política, a economia e as relações entre as gerações. É um fato que não se deu de forma semelhante em nenhuma outra época, sendo surpreendente o que ocorre em diversos países nestes últimos anos. Se os anos 1960 ficaram caracterizados pela revolução em diversos sentidos empreendida pelos jovens, mais de 40 anos depois estamos num período, em que, pelo menos aparência, busca-se privilegiar uma nova geração de pessoas que envelhecem.

Para essa mudança existem diversos fatores envolvidos. Não tem como dizer

qual fator principal que influencia. Pois ao considerar um biopsicossocial, como

enfatizar apenas um? Se todos têm sua importância dentro de cada contexto.

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Informação demográfica é de grande importância para ter uma noção de como

está e como estará nossa população, possibilitando a coleta de dados para facilitar nas

elaborações de planejamentos para uma intervenção mais adequada e ideal dentro de

áreas específicas, no caso: o envelhecimento. "A demografia é uma das ciências que tem

como um de seus interesses a coleta de dados quantitativos que permitem avaliações

qualitativas relacionadas ao movimento das populações" (ALVES JUNIOR, 2009).

Com essa atenção, estima-se que nos próximos 20 anos, no Brasil a população

de idosos poderá alcançar e até mesmo ultrapassar a cifra dos 30 milhões de pessoas, o

que representará aproximadamente 13% da população. Além de que essa população

atingiu mais de 73 anos em 2009 (76,5 para as mulheres e 69 anos para os homens). A

proporção de idosos subiu de 9,1% em 1999 para 11,3% em 2009, atingindo um valor

acima de 22 milhões de pessoas, superando a população de idosos de vários países

europeus, como a França, a Inglaterra e a Itália, de acordo com estimativas das Nações

Unidas. O aumento da expectativa de vida tem sido mais impressionante entre idosos

acima de 80 anos. Entre 1997-2007, a população de 60-69 anos cresceu 21,6%, e a de

mais de 80 aumentou 47,8% (IBGE, 2000).

Ao se falar do envelhecer também é necessário ressaltar o aspecto físico e

biológico: a pessoa idosa encontra-se em um estado conhecido como a senescência. Isto

é um processo natural, no qual, o organismo não se desenvolve mais, mas passa por

alterações declinais funcionais, como: parte cerebral, os sentidos, raciocínio, parte

óssea, muscular, equilíbrio, entre outros.

Ao se referir no envelhecimento biológico, Farinatti (2002) conclui que:

Várias são as teorias que procuram explicar o envelhecimento do ponto de vista biológico. Algumas enfatizam o possível controle genético do envelhecimento celular, outras as agressões externas a que são permanentemente expostas. Em ambos os casos, o resultado seria uma síntese proteica deficiente, com consequente disfunção dos tecidos e sistemas que compõem. Outras teorias, ainda, preferem focalizar o equilíbrio entre os diversos sistemas orgânicos pelo prisma do seu controle hormonal e da comunicação entre eles. Um ritmo diferenciado no processo de degeneração desses sistemas contribuiria com a diminuição da capacidade de adaptação do organismo ao meio.

Hoffman (2002) cita que as mudanças funcionais que ocorrem com o avanço da

idade são atribuídas a vários fatores, como defeitos genéticos, fatores ambientais,

surgimento de doenças e expressão de genes do envelhecimento, ou gerontogenes. Ou

seja, diversos fatores influenciam no envelhecimento. Levando em conta, o estilo de

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vida de um indivíduo, podendo prevenir, retardar ou até mesmo acelerar certas

características dessa fase.

Ao se falar em estilo de vida logo vem a ideia de o cuidado físico, mas o bem-

estar não se caracteriza apenas como um estado de ausência de doenças, e sim como um

estado geral de equilíbrio nos diferentes aspectos que engloba o ser humano, como um

dos fatores: a alimentação.

"No processo de envelhecimento a importância da alimentação é comprovada

por estudos epidemiológicos, clínicos e de intervenção, entre outros, que têm

demonstrado ligação consistente entre o tipo de dieta e o surgimento de doenças

crônicas não transmissíveis, incluindo as doenças cardíacas coronarianas, doenças

cérebro vasculares, vários tipos de cânceres, diabetes melito, cálculos biliares, cáries

dentárias, distúrbios gastrointestinais e várias doenças ósseas e de articulações"

(CERVATO, et al, 2005).

As funções sociais que uma pessoa exerce na vida, pode ser também, um dos

fatores que influenciam no processo do envelhecimento. Acredita-se que dependendo de

como a pessoas age ou reage a situações sociais pode gerar um estresse. Isso por que,

muitas pesquisas afirmam que o estresse pode sim influenciar na qualidade de vida de

um ser humano. "Percebe-se que os efeitos do stress excessivo e contínuo não se

limitam ao comprometimento da saúde. O stress pode, além de ter um efeito

desencadeador do desenvolvimento de inúmeras doenças, propiciar um prejuízo para a

qualidade de vida e a produtividade do ser humano" (SADIR, et al, 2010).

Além de fato, como a pessoa utiliza seu corpo. É mais que comprovado que exercícios

diários são fundamentais para uma preservação e ativação do corpo em uma forma

geral. Claro que, de forma adequada e adaptada a cada indivíduo. Vale ressaltar que o

exercício deverá ser sempre visto como forma de ativação de saúde e não só como uma

estética (esse ponto viria como uma consequência para os padrões atuais). Moraes, et al

(2007) para pontuar os benefícios e diferenciar atividade de exercício físico, citam:

Atividade física é qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que resulta em gasto energético maior do que o dos níveis de repouso. Já o exercício é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física. Tanto a atividade quanto o exercício podem propiciar benefícios agudos e crônicos. São eles: melhora no condicionamento físico; diminuição da perda de massa óssea e muscular; aumento da força, coordenação e equilíbrio; redução da incapacidade funcional, da intensidade dos pensamentos negativos e das doenças físicas; e promoção da melhoria do bem-estar e do humor.

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Moraes, et al (2007), ainda pontuam que atividade físicas bem realizadas e

adaptadas ao limite individual, pode beneficiais a um combate ou uma prevenção da

depressão. A partir da pesquisa, concluem que:

A relação entre o papel do exercício e da atividade física no tratamento da depressão se direciona para duas vertentes: a depressão promove redução da prática de atividades físicas; a atividade física pode ser um coadjuvante na prevenção e no tratamento da depressão. No entanto, são necessários mais estudos que utilizem grupo-controle, população homogênea, escalas e testes fidedignos, monitorização do exercício físico e novas ferramentas de mapeamento cerebral para confirmação desses achados. Tendo em vista os benefícios físicos e psicológicos provenientes da atividade física em geral e do exercício em especial, pode-se concluir que a sua prática por indivíduos idosos depressivos sem comorbidades é capaz de promover a prevenção e a redução dos sintomas depressivos.

A IMPORTÂNCIA DE ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA PARA A TERC EIRA IDADE Cada vez mais tem se estudado quais as formas de fornecer uma qualidade de

vida a população idosa de uma maneira mais ampla, como a nutrição, parte física e

psicológica, social, entre outros. Como cita Galisteu (el al., 2006):

Nos dias atuais, há um movimento mundial de busca contínua de vida saudável, como também do bem-estar biopsicossocial com atenção às condições de vida, relacionado a aspectos de saúde, de moradia, de educação, de lazer, de transporte, de liberdade, de trabalho, de autoestima, entre outras.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2005, indicou os três pilares da

estrutura política para o envelhecimento ativo: participação, saúde e segurança, que

devem ser observados para que os idosos participem da sociedade de acordo com as

suas necessidades, desejos e capacidades (BORGES et al, 2008).

Mas ao se deparar a grande necessidade e ao oferecimento de atividades,

dependendo do indivíduo, as atividades não irão alcançar como o adequado. Até por que

existem idosos que podem apresentar certas dificuldades oferecidas em grupo. Como

pontuam Veras e Caldas (2004):

Apesar da relevância indiscutível dos programas educacionais, culturais e de lazer dirigidos aos idosos, sabe-se que muitos idosos não se beneficiam destas atividades devido ao comprometimento de sua capacidade funcional. Isto se deve à relação estreita entre o próprio processo de envelhecimento e a maioria das doenças que acometem o indivíduo idoso.

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Porém, dentre as várias atividades disponíveis à terceira idade vem se indicando

a participação em grupo de convivência para a estimulação de uma forma geral, quando

há necessidade de estímulos mais intenso e específico faz-se o encaminhamento para o

profissional ou atividade ideal.

Borges (et al., 2008) pontuam que "o histórico dos grupos de convivência de

idosos brasileiros remonta à década de 70, quando o Serviço Social do Comércio

(SESC) de São Paulo iniciou um programa para a terceira idade. Desde então, os grupos

de convivência de idosos vêm proliferando”.

Espaço de convivência é caracterizado por adultos e idosos que frequentam a

mesma atividade pelo menos uma vez na semana, formando um grupo, no qual

promovem o desenvolvimento das relações, do sentimento de pertencer e participar,

facilitando o compartilhando de seus interesses íntimos. O grupo trabalha a importância

da comunicação, regras, responsabilidades, estimulação da memória, entre outros. O

principal a se destacar é o convívio social, facilitando a construção de novos vínculos.

Incentivo a busca de novos interesses.

Observa-se a importância dos grupos de terceira idade, na qual predomina o

envelhecimento saudável, ou seja, o ser humano em plena maturidade, estabelecendo

relações, interagindo com os demais participantes do grupo e da comunidade,

articulando-se com as escolas, com os centros comunitários, com as universidades, com

o poder público, tecendo uma rede com parceiros de uma mesma proposta. As

atividades de lazer e a convivência em grupo contribuem tanto para a manutenção do

equilíbrio biopsicossocial do idoso, quanto para atenuar possíveis conflitos ambientais e

pessoais (SERBIM, et al., 2011).

CONCLUSÃO A partir do material coletado, conclui-se que a participação da população idosa

em grupos de convivência é importante para uma prevenção e uma promoção de saúde.

Além da estimulação na criação de novos vínculos sociais. A partir deste estudo

fica clara a grande importância desses estímulos e espaços para manter um idoso de

forma mais ativa e cada vez mais interessado em novas atividades, prevenindo a saúde,

possibilitando o não agravamento de algum quadro já instalado e claro, promovendo

uma melhor qualidade de vida. Mesmo assim, para um aprofundamento sobre o tema é

de suma importância a realização de mais pesquisas nesse sentido. Podendo utilizar o

mesmo ou outros instrumentos e questionários, porém, realizando uma pesquisa em

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longo prazo. Para poder obter dados da qualidade de vida geral, antes e depois da

participação em grupo.

O envelhecimento não está cada vez mais próximo, o envelhecimento já está

aqui. É perceptível o cuidado que está cada vez mais crescendo em relação à população

idosa e ao ser idoso. É a partir de trabalhos assim, com profissionais capacitados e

disponíveis que se realiza cada vez mais espaços tão necessários a uma população e a

novas construções de ideias e princípios a todas outras gerações. É saber acompanhar o

"tornar-se velho".

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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REFLEXÃO ACERCA DA SAÚDE BUCAL EM IDOSOS

TARASIUK, K. L. (UEMS) VENANCIO, F. A. (UEMS)

Resumo: Este paper tem como objetivo fazer uma reflexão sobre a saúde bucal dos idosos, partindo do contexto em que a população de idosos encontra-se em número ascendente e os cuidados em saúde para estes indivíduos precisam ser reformulados. Para tanto, utilizou-se 9 artigos que abordam a saúde bucal nas ações em saúde bem como a percepção dos idosos para com sua saúde bucal. Observou-se que, historicamente, tanto os profissionais odontólogos como os próprios pacientes não dispensaram o devido valor à cavidade oral, resultando assim em condições precárias de saúde bucal revelado por meio dos índices elevados de edentulismo. Conclui-se reconhecendo a importância de avaliar as práticas em saúde bucal para que a odontologia oferecida ao idoso alcance os objetivos primordiais de prevenir, promover e recuperar saúde com intuito de atingir uma melhor qualidade de vida. Palavras-chave:Saúde Bucal; Percepção da Saúde Bucal; Idosos Abstract: This paper aims to reflect the oral health of the elderly, starting from the context in which the elderly population is rising in number and health care for these individuals need to be reformulated. Therefore, we used nine articles that address the oral health in health actions as well as the perception of the elderly towards your oral health. It was observed that, historically, both dentists professionals and patients themselves did not exempt due weight to the oral cavity, thus resulting in poor oral health revealed through high rates of tooth loss. The conclusion is recognizing the importance of assessing the practices in oral health for dentistry offered to the elderly reach the primary objectives to prevent, promote and restore health with a view to achieving a better quality of life. Keywords: Oral Health; the elderly; perception. INTRODUÇÃO A segunda metade do século XX marca na população brasileira um período de

diversas transformações, como a queda nos níveis de mortalidade e mortalidade infantil,

aumento da esperança de vida ao nascer e durante as décadas de 1950 e 1960 elevados

níveis de natalidade e fecundidade. Este processo resultou em altas taxas de crescimento

populacional. Posteriormente já no final do século observou-se acentuado declínio nas

taxas de natalidade e mortalidade infantil e por doenças infecto-parasitárias, com

aumento considerável na expectativa de vida que passa de 45,5 anos em 1950 para 73,5

anos em 2010, ou seja, o envelhecimento populacional tornou-se fato no Brasil

(VASCONCELOS e GOMES, 2012).

Durante muitas décadas a saúde bucal no Brasil foi negligenciada pela

população e pelos profissionais que adotavam uma postura de trabalho

curativo/restaurador principalmente em cidades pequenas onde não se tinham recursos.

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A concepção de Educação em Saúde Bucal não existia para a maioria dos brasileiros,

como consequência houve elevado número de idosos portadores de próteses totais ou

que dela necessitam.

A percepção do indivíduo sobre sua própria condição de saúde pode ser

considerada uma importante ferramenta de avaliação dos cuidados necessários a serem

tomados. As informações obtidas a partir da avaliação clínica aliadas a auto percepção

do idoso, resulta em um composto adequado para tomada de decisões de assistência à

saúde do idoso em sua integralidade. Em todos os campos da saúde, entender o

indivíduo como um todo facilita o cuidado integral e a promoção da saúde no

envelhecer.

Silva e Júnior (2000), descrevem que mesmo não havendo doenças bucais

relacionadas diretamente à velhice, algumas alterações têm efeitos cumulativos

negativos e prejudiciais para o indivíduo, são elas: diminuição da capacidade

mastigatória, dificuldade na deglutição, secura na boca, modificações no paladar e a

perda de dimensão vertical (espaço entre base do nariz e a ponta do queixo com a boca

fechada e os dentes cerrados).

SAÚDE BUCAL DO IDOSO NO BRASIL De acordo com Vasconcelos e Gomes (2012) o atual cenário de envelhecimento

populacional aliado a redução da população jovem, devido a diminuição das taxas de

natalidade, define uma situação de preocupação com os cuidados aos idosos,

especialmente a saúde dos mesmos e é essencial que se leve em consideração todo o

processo de transição demográfica em suas particularidades locais para a elaboração de

políticas públicas direcionadas a população idosa.

Conforme o artigo 15 do Estatuto do Idoso a atenção integral à saúde é

assegurada por intermédio do Sistema Único de saúde – SUS o qual garante ao idoso

acesso universal, igualitário com objetivo de prevenir, promover, proteger e recuperar a

saúde (BRASIL, 2003).

O Caderno de Atenção Básica nº 19 (2006) estabelece como atribuições do

Cirurgião Dentista: realizar atendimento integral ao idoso; assistência domiciliar,

quando necessária; orientação à pessoa idosa, familiares e cuidadores sobre a

importância da higienização da boca e da prótese além do encaminhamento para outros

serviços mantendo a responsabilização pelo acompanhamento.

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A avaliação de aspectos epidemiológicos da saúde bucal do idoso no Brasil,

realizado por Colussi e Freitas (2012) encontrou resultados indicativos de condições

precárias da saúde bucal na população idosa brasileira, com significante prevalência de

edentulismo (ausência de dentes). É necessário que haja uma readequação dos serviços

públicos a fim de direcionar ações específicas aos problemas de saúde bucal dessa

população etária. Como medida profilática, o serviço eficiente no setor público para

próteses dentárias, evitando demais intercorrências para a saúde.

Desta forma, é necessário, como sugerem Reis e Marcelo (2006) o planejamento

de cursos de capacitação e qualificação de recursos humanos para proporcionar maior

qualidade na atenção ao idoso, bem como a elaboração de programas preventivos e

educativos com maior coerência entre teoria e prática baseado no diálogo com os idosos

e utilizando os seus valores.

AUTO-PERCEPÇÃO EM SAÚDE BUCAL

A percepção do indivíduo sobre si mesmo, seu corpo, seu envelhecimento e

neste momento sobre sua saúde bucal pode ser entendida com a análise do discurso do

indivíduo, heterogênea na maioria dos casos, pois ela é percebida de diferentes formas

por cada indivíduo até mesmo em cada fase de seu envelhecer, com vertentes positivas e

negativas. A percepção de idosos e não idosos de que o velho é um indivíduo

enfraquecido, isolado e triste não é a percepção de todos os idosos que participaram do

trabalho de Reis e Marcelo (2006) realizado com indivíduos institucionalizados e

participantes de grupo de idosos. Dentre os relatos, existe até mesmo o de que a velhice

é um período melhor que a juventude.

Carvalho et al. (2013), ao aplicarem o questionário GOHAI (Geriatric Oral

Health Assessment Indes) em 162 idosos de Lisboa, para sua validação em português

onde se avalia a autopercepção da saúde bucal em pacientes desta faixa etária,

observaram que os portugueses com média de idade de 74 anos têm elevada auto

percepção de saúde bucal considerando, por exemplo, que saúde bucal precária é uma

situação natural do envelhecimento não podendo ser modificada e aceitada

unanimemente pelos idosos. Em outras palavras mesmo em condições não adequadas

estes idosos classificam sua saúde bucal como satisfatória.

A autopercepção em saúde é a forma que a pessoa interpreta suas experiências

em saúde, considerando sua vivência e os padrões de saúde estabelecidos pela

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sociedade. A autopercepção da saúde bucal é percebida como parte da saúde geral.

Alguns idosos mencionam que a saúde bucal vai além de determinantes biológicos e

caracterizam-se possuidores de boa saúde bucal quando estão satisfeitos com sua

capacidade de comunicação e socialmente aceitos (REIS e MARCELO, 2006).

A percepção do idoso para com sua saúde bucal nem sempre estabelece total

relação com a percepção de saúde bucal dos profissionais da saúde, visto que quando

questionado no trabalho realizado por Souza et al (2013) incluindo as variáveis: perda

dentária, uso de prótese dentária, dificuldades na mastigação e deglutição, xerostomia,

feridas bucais, paladar alterado, sensibilidade ou dor na região bucal além de hálito

ruim, apenas as variáveis perda dentária, uso de prótese e halitose foram consideradas

insatisfatórias.

Os questionamentos direcionados para o entendimento da autopercepção do

idoso com a sua imagem, sua saúde e sua saúde bucal apontam diferentes resultados em

casa momento, para Silva et al (2005) que realizaram uma avaliação da saúde bucal em

conjunto com questionamento de autopercepção encontraram resultados diferentes nos

testes clínicos e na obtenção de informações de percepção. Apesar dos resultados

clínicos terem sido insatisfatórios, a auto percepção se mostra bastante positiva, tal

resultado pode ser explicado nesse momento por um item comentado na avaliação

desses idosos, o fato de se possuir atendimento odontológico já os faz satisfeitos,

simplesmente por saber que apesar das intercorrências bucais, o serviço prestado poderá

amenizar a situação vivida.

Em pesquisa realizada com idosos, Furtado et al. (2011) verificaram que, para a

maioria dos idosos, sua condição bucal não traz nenhum problema para o seu convívio

social e nem interfere em sua autoestima. Os autores explicam que isso se deve ao fato

de grande parte desses idosos serem usuários de prótese total, principalmente superior,

que é de extrema importância para a estética facial e articulação de palavras. Para os

sujeitos pesquisados o importante é que sua prótese esteja funcionando de maneira

adequada, em bom estado e sem causar incômodo não se importando de estarem

desdentados total ou parcialmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao observarmos a história da saúde pública no Brasil, principalmente no que diz

respeito à educação em saúde, constatamos que as práticas utilizadas até então não

conseguiram fazer com que a população mudasse totalmente seus hábitos e costumes

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em relação aos cuidados com a saúde e mais especificamente à saúde bucal. Houve

momentos em que se culpava o próprio indivíduo por suas condições insatisfatórias de

saúde bucal, uma vez que os cuidados básicos e diários eram de responsabilidade do

mesmo. Entretanto nem sempre foram consideradas as condições de vida do indivíduo:

moradia, trabalho, renda, nível de escolaridade, influência de sua cultura e comunidade

além de suas características individuais como: gênero, idade, independência e

capacidade funcional.

Quanto aos procedimentos ambulatoriais, predominavam as técnicas mutiladoras

como as exodontias (extrações dentais) pois, algumas vezes, as sequelas da cárie e da

periodontite (infecção e consequente destruição dos tecidos de suporte do dente) não

permitiam outra alternativa senão a remoção do elemento dental. Todavia, nem sempre

eram esses os motivos da escolha do tratamento, outros fatores como escasso recurso

financeiro, poucos recursos tecnológicos, impaciência e até mesmo a desvalorização da

saúde bucal norteavam fortemente a prática da odontologia.

Torna-se fundamental, portanto, avaliar e conhecer melhor as atuais práticas dos

cirurgiões dentistas para com os cuidados com a saúde em todos os ciclos de vida, mais

especificamente na velhice, uma vez que se trata de uma faixa etária que, usualmente foi

esquecida pelas políticas de prevenção e educação. Estas ações são de interesse especial

para as políticas públicas de saúde, pois os idosos, na atualidade, encontram-se em

número ascendente na população brasileira sendo cada vez mais rotineiro a sua procura

por serviços odontológicos nas unidades de saúde a fim de buscar uma melhor

qualidade de vida.

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A PERCEPÇÃO DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS SOBRE VIO LÊNCIA

SILVA, F. B.(UEMS), OLIVEIRA, B. T. G. M. (UEMS), DALMAGRO, D. D. O. (UEMS),

SILVA, L. A. R. (UEMS), ALVARENGA, M. R. M. (UEMS)

Resumo: A violência não é um fato recente e, embora esteja sempre presente, ela não deve ser aceita como um aspecto inevitável da condição humana. Este interesse sobre o assunto está vinculado ao acelerado crescimento da população idosa no mundo, bem como as demandas que emergem frente ao novo cenário que se apresenta. A violência contra a pessoa idosa é uma violação aos Direitos Humanos e pode ser entendida como um importante problema de saúde pública. Estudo descritivo tipo relato de experiência, realizado na instituição de Longa Permanência do município de Dourados, MS. Dentre os idosos participantes houve prevalência de 100% (n=10) quanto ao sexo masculino. Após a explanação dos conceitos estabelecidos pela OMS e o Ministério da Saúde, verificou-se a ampliação do conhecimento, sobre o tema em debate. O preparo prévio dos proponentes da atividade permitiu o alcance dos resultados finais esperados, mesmo mediante a necessidade de adaptação da metodologia. Palavras-chave: Violência. Negligência. Maus-tratos ao idoso. Instituição de longa permanência para idosos. Abstract: Violence is not a new fact and, although always present, it should not be accepted as an inevitable aspect of the human condition. This interest in the subject is linked to the rapid growth of the elderly population in the world, as well as the demands that emerge outside the new scenario that presents itself. Violence against the elderly person is a violation of human rights and can be understood as an important public health problem. descriptive study type experience report, held in long-stay institution in the city of Dourados, MS. Among the participants were elderly prevalence of 100% (n=10) and male. After the explanation of the concepts established by WHO and the Ministry of Health, there was the expansion of knowledge on the subject under discussion. Prior preparation of the activity of bidders allowed to reach the expected final results, even by the need to adapt the methodology. Keywords: Violence. Negligence. Elder abuse. Homes for the aged. INTRODUÇÃO

A violência não é uma, é múltipla, mutante e se designa de acordo com épocas, acordos,

locais e circunstâncias (MINAYO, 2006). É um fenômeno complexo e difuso, cuja

definição não possui exatidão cientifica, tendo em vista que é uma questão de percepção

de quais comportamentos são aceitáveis ou não, ou o que constitui dano (WHO, 2002),

por esses motivos foge a qualquer conceituação precisa e cabal (MINAYO, 2006).

A violência não é um fato recente, é concomitante a crise geral, social, política e

econômica que estamos vivenciando e, embora esteja sempre presente, ela não deve ser

aceita como um aspecto inevitável da condição humana. (DAHLBERG; KRUG, 2007).

Tampouco a preocupação com este fenômeno é algo novo, mas vem se percebendo, nos

últimos anos, um considerável aumento da sensibilidade social frente ao tema. No início, o

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foco estava nas violências infantil e doméstica, e somente nas últimas décadas, vem sendo

dado certo destaque a negligência e maltrato de que são vítimas as pessoas idosas (BRASIL,

2007).

Este interesse sobre o assunto está vinculado ao acelerado crescimento da

população idosa no mundo, bem como as demandas que emergem frente ao novo

cenário que se apresenta. A violência contra a pessoa idosa é uma violação aos Direitos

Humanos e pode ser entendida como um importante problema de saúde pública, visto

que é uma das causas de lesões, doenças, perda de produtividade, desesperança e

isolamento (BRASIL, 2007).

Dentre as políticas voltadas à pessoa idosa referente à questão da violência

podemos destacar o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003), instrumento esse de cidadania,

que destaca em suas disposições preliminares no artigo 4º, que nenhum idoso deve

sofrer qualquer tipo de violência, negligência, crueldade, opressão ou discriminação.

Já a Portaria MS/GM n° 2528, de 20 de outubro de 2006 (BRASIL, 2006), que

norteia a atenção de saúde voltada a esses indivíduos, destaca que é necessário utilizar

todas as oportunidades para: “realizar ações integradas de combate à violência

doméstica e institucional contra idosos e idosas”. Em 2005 a Subsecretaria de Direitos

Humanos elaborou O Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra a

Pessoa Idosa, que apresenta estratégias de ação na prevenção e enfrentamento da

violência contra a pessoa idosa, sendo este plano atualizado em 2014, apresentando com

o intuito de atingir o maior público possível para a conscientização.

Com o intuito de sensibilizar a sociedade em benefício de combater à violência

contra idosos e a divulgação do entendimento da violência como violação aos direitos

humanos, a Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde,

declararam o dia 15 de junho como Dia Mundial de Conscientização da Violência

contra a Pessoa Idosa (CUTRIM, 2011).

Já quando falamos do Município de Dourados podemos destacar a Lei nº. 2.639

de 08 de janeiro de 2004, que dispõe sobre notificação dos casos de violência contra o

idoso e dá outras providências, destacando a importância dos direitos do idoso e a

comunicação de casos de violência ao Conselho Municipal do idoso.

Os abusos contra os idosos representam um grave problema, mas ainda se

constituem em um fenômeno pouco reconhecido e denunciado. Geralmente, eles são

pensados apenas como agressões físicas, mas com a inclusão da palavra "poder", a

natureza de um ato violentoexpande o conceito usual de violência e passa a incluir os atos

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que resultam de uma relação de poder, incluindo ameaças e intimidação, assim como

negligência ou atos de omissão (DAHLBERG; KRUG, 2007).

São exemplos de violência: maus-tratos, abuso, negligência, omissão, abandono,

etc., sendo que cada um apresenta um significado diferente tendo que ser levado em

consideração o ponto de vista que vai ser usado (social, cultural, étnico, entre outros)

(SÃO PAULO, 2007).

O Pacto pela Saúde de 2008 ressalta em seu artigo 1º como sendo uma

prioridade a ação integral as pessoas em situação ou risco de violência (BRASIL, 2008).

O Caderno de Violência Contra a Pessoa Idosa (2007) destaca que para combater este

fenômeno faz-se necessário um enfoque multidisciplinar e uma atuação multissetorial e

multidisciplinar. Para preveni-lo é preciso ferramentas que subsidiem a prática

assistencial cotidiana em busca da melhoria integral da qualidade de vida das pessoas

idosas, incluindo a valorização dos riscos e, sobretudo a intervenção dos profissionais,

preferencialmente quando feita por uma equipe interdisciplinar (SÃO PAULO, 2007).

É importante destacar que a prevenção da violência contra a pessoa idosa tem

como objetivos detectar situações e fatores de risco, evitar as manifestações de violência

e realizar efetiva intervenção em suas consequências (SÃO PAULO, 2007). Assim,

considerando a condição de exclusão e abandono em que se encontram os idosos

institucionalizados, e que esta condição por si já é uma forma velada de violência, é

necessário um olhar atencioso para os mesmos, de modo a detectar as situações de risco,

combater as violências já instituídas e impedir que outras se manifestem neste ambiente.

O descaso da sociedade perante a maioria das instituições de longa permanência

é ressaltado pela marginalização dos idosos que ali vivem. Estes são deixados de lado e

passam o restante de suas vidas como sujeitos passivos, apenas aguardando um fim para

toda a impotência e dependência em que vivem (TAVARES, 2007). Por isso, muitas

vezes, o idoso institucionalizado traz consigo um sentimento de “exclusão”, abando e

peso para a família, além do isolamento, rejeição e marginalização social (TAVARES,

2007).

O trabalho teve como pretensão da atividade identificar a posse de conhecimento

dos idosos institucionalizados, no que diz respeito à violência e suas tipologias, bem

como das providências cabíveis no caso da mesma se encontrar instituída.

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PERCURSO METODOLÓGICO

Estudo descritivo tipo relato de experiência, realizado na instituição de Longa

Permanência do município de Dourados, MS, sendo esta a única atuante e com inscrição no

Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES).

A capacidade máxima da instituição é de 45 idosos. No dia de realização da

atividade haviam 45 idosos institucionalizados, participaram da atividade de extensão

10 indivíduos. Sendo critério de inclusão o interesse de participação dos mesmos. Os

participantes foram previamente informados quanto aos objetivos da atividade, e sobre a

possibilidade de informações obtidas, mantendo-se o anonimato dos mesmos.

Foi realizado uma roda de conversa, considerando esta como um espaço coletivo

de debate propício à trocas de experiências, o que facilita a expressão de sentimentos e

desejos e possibilita a discussão de temas relacionados a necessidade e realidade dos

membros participantes (MOURA & LIMA, 2014).

Nesta roda, foi discutido o conceito de violência e como ela pode se manifestar

contra a pessoa idosa, em diferentes contextos. Os participantes foram incentivados a

falar sobre o que pensavam a respeito do tema, de modo que criou um espaço de

problematização, utilizado como estratégia para motivar uma reflexão sobre o assunto.

No segundo momento foi apresentado o conceito de violência contra a pessoa

idosa, formulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo este definido

como: "qualquer ato, único ou repetitivo, ou omissão, que ocorra em qualquer relação

supostamente de confiança, que cause dano ou incomodo a pessoa idosa" (SÃO

PAULO, 2007). Da mesma forma foram expostas as diferentes tipologias de violência

contra o idoso, conforme aparecem no Caderno de Violência Contra a Pessoa Idosa, que

se apresentam como: psicológica, física, sexual, financeira ou econômica,

medicamentosa, emocional ou social, abandono, negligência e auto-negligência (SÃO

PAULO, 2007). Feita esta breve exposição, os participantes foram incentivados a

comentar tipos e situações de violência contra a pessoa idosa de seu conhecimento.

RESULTADOS Vale destacar que a atividade foi realizada mediante uma adaptação

metodológica, considerando que a proposta inicial era de, após a exposição sobre o

conceito e tipos de violência, dividir os participantes em grupos pequenos e

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disponibilizar folhas contendo imagens de violência contra idosos. Posteriormente estes

seriam estimulados a identificar os tipos de violência nas situações apresentadas e os

grupos compartilhariam seus achados e reflexões neste sentido, de modo que todos teriam

contato com as diferentes perspectivas sobre o tema.

Esta adaptação foi necessária visto a condição de saúde de alguns idosos, que se

encontravam acamados e totalmente dependentes, bem como a limitação do espaço

físico, o clima desfavorável e a dificuldade de manter o foco no tema proposto, pois os

idosos encontraram-se motivados a contar histórias paralelas e pessoais já vividas,

devido a nossa presença. Dentre os idosos participantes houve prevalência de 100%

(n=10) quanto ao sexo masculino.

Foi possível observar que os idosos, ao relatarem seu conhecimento prévio sobre

violência, relacionavam esta principalmente à violência física, demonstrando ignorar as

demais tipologias.

Quanto ao agressor, durante a roda de conversa, os idosos destacaram que em

sua maioria está relacionado a familiares, ou pessoas que apresentam maior vínculo e

constantemente estão em seu círculo social e sua rotina diária. Observou-se também que

a percepção dos idosos quanto à institucionalização está ligada ao abandono e a

sensação de desemparo por parte dos seus entes, apesar de não associarem diretamente

este fato à violência propriamente dita. Quanto a medidas de prevenção e combate a

violência os idosos referiram desconhecer as instituições e meios de denúncia da

mesma.

Após a explanação dos conceitos estabelecidos pela OMS e o Ministério da

Saúde, verificou-se a ampliação do conhecimento, sobre o tema em debate, o que

possibilitou que os idosos identificassem a violência em situações do seu próprio

cotidiano, sendo algumas destas cometidas por eles a si próprios e com relação ao outro.

Isto evidenciou-se no questionamento de um dos idosos a respeito da auto-negligência,

no que tange a recusar-se em fazer o uso de seus medicamentos de rotina.

DISCUSSÃO

A partir das falas dos idosos foi possível observar que eles possuíam maior

domínio relacionado ao conceito de violência física, desconhecendo em sua grande

maioria as demais tipologias. O que corrobora com os achados de Vieira et al (2008)

que apontam que idosos abrigados em uma instituição de longa permanência de Fortaleza

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se referem a violência com termos como “ocorrências que deixam marcas, ferimentos,

machucam ou matam”, que de modo geral estão relacionadas a agressões físicas. A fala a

seguir é um bom exemplo neste sentido:

Oh, o tipo de violência contra o idoso tem vários tipos. Agressões, até mesmo em família. Que ontem eu ainda ouvi no Jornal da 94, um cara saiu pra tomar uns goles, chegou em casa e agrediu até a mãezinha dele, idosa, acho que 64 anos.... ai os vizinhos fez a denúncia e foi enquadrado né. Esse é um tipo de violência que tá sempre acontecendo. (Idoso 1)

Ao analisarmos esta fala, um ponto que merece destaque é a questão da agressão

ser feita por alguém da família. São Paulo (2007) ressalta que a violência contra a

pessoa idosa, na sua grande maioria, sempre ocorre no contexto familiar, sendo

praticada por alguém próximo.

Estudos apontam que a institucionalização dos idosos pode produzir sensações

de isolamento e perdas, que afetam a qualidade de vida desta população e acarretam o

aumento da dependência funcional, podendo deixar esses indivíduos mais susceptíveis

enquanto alvos de violência (SILVA, 2012). Nesse sentido a fala a seguir ilustra a

institucionalização enquanto uma violência que se manifesta na forma de abandono e

isolamento:

Sim. Por exemplo assim, pa começa isso aqui pa sociedade é esquecido, totalmente isolado. Só o começo, se imagina uma coisa. Só o começo do idoso ser isolado da própria família, o que que essa criatura vai sofrer pela frente? Mas não precisa nem muito comentário, já tá bem na vista. Sê abandonado pela própria família, você imagina o resto pra frente o que que pode acontecer com essas criaturas. Todos aqui pelo mesmo problema, foram abandonados pela família. (Idoso 2)

Após a explanação dos conceitos estabelecidos pela OMS e o Ministério da

Saúde, verificou-se a ampliação do conhecimento, sobre o tema em debate, o que

possibilitou que os idosos identificassem a violência em situações do seu próprio

cotidiano, sendo algumas destas cometidas por eles -a si próprios e com relação ao

outro.

Isto evidenciou-se no questionamento de um dos idosos a respeito da auto-

negligência, no que tange a recusar-se em fazer o uso de seus medicamentos de rotina.

Araújo e Filho (2009) em seus estudos sobre as representações sociais da violência na

velhice demostrou que para os idosos destaca-se o abandono, seguido de desrespeito,

negligência e agressão física como sendo as principais concepções de violência na

velhice.

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CONCLUSÃO

Destaca-se então a importância da realização de um diagnóstico prévio do local e de

seus indivíduos, o que possibilitaria um melhor planejamento para maior aproximação

com a realidade, diminuindo o risco de falha na aplicação metodológica. Vale ressaltar

que o preparo prévio dos proponentes da atividade, permitiu o alcance dos resultados

finais esperados, mesmo mediante a necessidade de adaptação da metodologia.

REFERÊNCIAS ARAÚJO, L. F.; LOBO FILHO, J. G. Análise Psicossocial da Violência contra Idosos. Psicologia: Reflexão e Crítica, v. 22, n. 1, 153-160 p., 2009. BRASIL. Casa Civil. Lei n° 10741, de 1° de Outubro de 2003. Brasília, 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm> Acesso em: 26/08/2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS/GM n° 2528, de 20 de outubro de 2006. Disponível em: < http://www.saudeidoso.icict.fiocruz.br/pdf/PoliticaNacionaldeSaudedaPessoaIdosa.pdf>. Acesso em: 26/08/2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 325 De 21 De Fevereiro De 2008, Dispõe sobre a regulamentação do Pacto pela Saúde para o ano de 2008. Brasília, 2008. BRASIL. Subsecretaria de Direitos Humanos. Plano de Ação para o Enfrentamento da Violência Contra a Pessoa Idosa. Brasília, 2005. Disponível em:<http://www.saudeidoso.icict.fiocruz.br/pdf/PlanodeAcaoparaoEnfrentamentodaViolenciaContraaPessoaIdosa.pdf> Acesso em: 26/08/2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Educação Popular e Saúde. Brasília, 2007. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988. Disponível: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm> Acesso em 02/05/2016. CUTRIM, M. 15 de junho: Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. Boletim semanal nº 289 de junho de 2011. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/saladeimprensa/boletins/boletimmds/289/15%20de%20junho.pdf/download> Acesso em 27/08/2015. DAHLBERG, L. L.; KRUG, E. G. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência e Saúde Coletiva, v. 11, n. sup., p. 1165, 2007. DOURADOS. Prefeitura Municipal. Lei nº. 2.639 de 08 de janeiro de 2004. Dourados, 2004. Disponível em: <http://www.dourados.ms.gov.br/wp-content/uploads/2014/09/Lei-n%C2%BA-2639-Disp%C3%B5e-sobre-

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notifica%C3%A7%C3%A3o-dos-casos-de-viol%C3%AAncia-contra-o-idoso.pdf>. Acesso em: 26/08/2015. MINAYO, M. S. C. Violência e Saúde. FIOCRUZ: Rio de Janeiro, 2006. MOURA, A. F.; LIMA, M. G. A reinvenção da roda: roda de conversa, um instrumento metodológico possível. Revista do PPGE da Universidade Federal da Paraíba, v. 23, n. 01, 2014. SÃO PAULO (CIDADE). Secretaria da Saúde. Violência doméstica contra a pessoa idosa: orientações gerais. 68 p. São Paulo: 2007. SILVA, M.V.; FIGUEIREDO, M. L. F. Idosos institucionalizados: uma reflexão para o cuidado de longo prazo. Enfermagem em Foco. v.3, n.1, p.22-24. 2012. VIEIRA, L. J. E. S.; SILVEIRA, E. A. R.; MARTINS, E. M. P.; SAINTRAIN, M. V. L.; SILVA, J. G. Violence interface after aged people institutionalization. Rev. APS. v. 11, n. 4, p. 389-397. 2008. TAVARES, L. Estimulação em idosos institucionalizados: efeitos da prática de atividades cognitivas e atividades físicas. 2007. 215 f. Dissertação de (Mestrado em Psicologia) –Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World report on violence and health, Geneva, 2002

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POLÍTICAS PÚBLICAS DIRECIONADAS AOS IDOSOS: Um olhar sobre Centros de Convivência1

REIS, D. M. M. (UFGD)

Resumo: O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e um grande desafio. Trata-se de um processo caracterizado pelo aumento da longevidade da população e que ocorre de diferentes formas nos países desenvolvidos e nos subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. A construção e análise do conhecimento a respeito do tema envelhecimento mostram-se importantes, tendo em vista as várias questões e dificuldades que envolvem o idoso no Brasil. Debater as políticas públicas é primordial para seu processo avaliativo, bem como, sua efetividade contribui para o aperfeiçoamento de ações de proteção e assistência voltadas à população idosa. Logo, o estudo acerca dos Centros de Convivência de Idosos e da longevidade populacional contribuirá para tornar evidente o tema do envelhecimento – fornecendo dados e informações – e para a elaboração e aprimoramento de políticas públicas relativas ao segmento. Palavras-chave: Centro de Convivência. Idoso. Políticas Públicas. Abstract: The increase of the elderly population is a global phenomenon and a great challenge. It is a process which is characterized by increased longevity of the population and occurs in different forms in developed coun-tries and underdeveloped or developing. The construction and analysis of knowledge on the subject of aging are important considering the various issues and problems involving the elderly in Brazil. Discuss public policy is essential to its evaluation process, as well as its effectiveness contributes to improve protective and assitenciais actions for the elderly. Therefore study Living Center for the Elderly and longevity will help highlight the theme aging through data and information and to develop and improve public policies for the elderly. Keywords: Living Center for the Elderly. Elderly. Public Policy. O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e um grande desafio,

razão pela qual a construção e análise do conhecimento a respeito do tema são

importantes, tendo em vista as várias questões e dificuldades que envolvem o idoso no

Brasil. Assim, a discussão sobre as políticas públicas é primordial para seu processo

avaliativo, bem como, sua efetividade contribui para o aperfeiçoamento de ações de

proteção e assistência voltadas à população idosa.

Embora a elaboração de políticas públicas relativas ao segmento tenha avançado

por meio da formulação da Política Nacional do Idoso (1994); da Política Nacional de

Saúde do Idoso (1999); do Programa Nacional de Direitos Humanos I, II e III (1996,

2002 e 2009); da Política Nacional de Assistência Social (2004) e das Universidades

Abertas para a Terceira Idade e, similarmente, por um conjunto de legislações

1Texto baseado em dissertação elaborada a partir de pesquisa realizada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Sociologia, da Universidade Federal da Grande Dourados.

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especificamente direcionadas ao grupo, como a Lei Orgânica de Assistência Social

(1993) e o Estatuto do Idoso (2003), ratificando um processo de especialização que

segue rumo à garantia e defesa da afirmação das múltiplas identidades existentes na

sociedade, para além dos direitos conquistados pela Constituição Federal em 1988,

pode-se afirmar que ainda existe muito a ser debatido e implantado.

Os sistemas de proteção social modernos são regulados por normas do Estado e os

benefícios cobrem riscos como acidentes, doenças e morte, entre outros, sendo que tais

programas ficaram conhecidos, no Pós-Segunda Guerra, como Welfare State2.De acordo

com Sonia Draibe:

De fato, no caso brasileiro, foi sobretudo a luta pela democratização que impôs que os temas sociais ganhassem centralidade na agenda política de reformas democráticas. A reestruturação do sistema de políticas sociais constituiu mesmo parte integrante do núcleo das propostas de reorganização das formas de intervenção e regulação estatais da Estado brasileiro. Tratava-se de resgatar a dívida social, gestada pelo padrão excludente de desenvolvimento econômico anterior e agravada pela crise que o sucedeu (DRAIBE, 1993).

A expressão política pública tem sido utilizada em substituição à expressão

“planejamento estatal” e abrange um conjunto de ações voltadas para o enfrentamento

de desigualdades sociais por meio da efetivação da cidadania. Nesse sentido, Eloísa de

Mattos Höfling afirma:

As políticas públicas são aqui compreendidas como as de responsabilidade do Estado – quanto à implementação e manutenção a partir de um processo de tomada de decisões que envolve órgãos públicos e diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política implementada. Neste sentido, políticas públicas não podem ser reduzidas a políticas estatais (HÖFLING, 2001).

Nessa perspectiva, as políticas públicas devem se concretizar através de

serviços, programas e projetos organizados em forma de rede, buscando dividir

responsabilidades entre Poder Público, sociedade e setor privado. A implantação de

políticas públicas depende de fatores como prazo curto, enfrentamento, instituições de

poder, movimentos sociais e a realidade social e econômica que influenciam opinião

pública e governo (SCHWARTZMAN, 2004).

2Welfare State é expressão inglesa que denomina o Estado de Bem-Estar. Iniciou-se no Brasil na Era

Vargas (1930-1945), visando garantir padrões mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social aos ci-dadãos, seu auge foi no período da Ditadura Militar (1964-1985). CANCIAN, R. Estado do bem-estar social: História e crise do Welfare State. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/estado-do-bem-estar-social-historia-e-crise-do-welfare-state.htm> Acesso em: 29.03.2015.

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Por outro lado, essas políticas se fundamentam na concretização de direitos

através de prestações positivas do Estado, visando ao desenvolvimento econômico e

social, por meio deplanejamento da Administração Pública (BERCOVICI, 2006), pois

esse planejamento estatal influencia diretamente a eliminação das desigualdades.

Nessa esteira, os idosos podem contribuir – através de movimentos sociais, por

exemplo – para o desencadeamento de debates que auxiliem a criação e implantação de

políticas públicas pelo Estado a fim de concretizar direitos ainda não protegidos e que

são geradores de desigualdades sociais. Por isso, a instrução desses indivíduos pode

influenciar os debates acerca do envelhecimento, tornar o movimento social mais forte e

atuante, bem como, propiciar maior esclarecimento sobre essa temática, de modo que as

políticas públicas sejam formuladas e implantadas em conformidade com as reais

necessidades do segmento.

Com a globalização3 e o neoliberalismo4, o Estado passou a ter a necessidade de

conduzir suas ações de forma mais planejada e ampliando suas funções, inclusive com

adequação da distribuição e descentralização de renda populacional o que acarretou

desequilíbrios sociais e crise. Por isso, as políticas públicas voltadas aos idosos

adotaram uma perspectiva neoliberal, pela qual cada indivíduo passou a ser considerado

responsável por suas próprias ações e por seu próprio bem-estar (DEBERT e SIMÕES,

2008), modelo político-econômico radicalmente oposto à universalidade, igualdade e

gratuidade dos serviços sociais e cuja consolidação no Brasil baseou-se na retração de

investimentos em políticas sociais e os aparatos públicos estatais de provisão social,

sendo um dos aspectos mais marcantes a hegemonia que caracterizou a sua

implantação5.

3A Globalização caracteriza-se como um fenômeno político, econômico, tecnológico e cultural, potencializado pelos meios de comunicação, que possibilita as mesmas informações em todos os locais do mundo. GIDDENS, A. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. 3ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. 4 Neoliberalismo é uma ideologia composta por proposições práticas e reproduz um conjunto heterogêneo de conceitos e argumentos, introduzindo ou modificando formulações e propostas relativas às responsabilidades públicas e estatais em questões como educação, combate à pobreza ou crescimento sustentado, desenvolvimento de novas tecnologias, ampliação de competitividade das economias nacionais, entre outras. (DRAIBE, S. M. As políticas sociais e o neoliberalismo. Reflexões suscitadas pelas experiências latino-americanas. São Paulo: Revista da USP, 1993. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/25959/27690 > Acesso em: 30.11.2015. 5 Sobre o assunto consultar: DRAIBE, S. M. O sistema brasileiro de proteção social: O legado desenvolvimentista e a agenda recente de reformas. In: Caderno de Pesquisa. n. 32, Campinas: UNICAMP, 1998; LAURELL, A. C. Avançando em direção no passado: a política social do neoliberalismo. In: LAURELL, A. C. (org.) Estado e políticas sociais no neoliberalismo. São Paulo: Cortez, 1995.

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Os problemas e as dificuldades relacionadas à população idosa dependem das

contingências estruturais de determinado contexto social, posto que passa a ser excluída

com o avançar da idade. Nessa direção, Durkheim, escreve que: “É um fato conhecido

que o culto da idade vai se debilitando com a civilização. Tão desenvolvido outrora,

reduz-se hoje a algumas práticas de polidez, inspiradas por uma espécie de piedade. Os

velhos são muito mais objeto de pena do que de temor” (DURKHEIM, 1984).

Logo, nos dias atuais, as pessoas com idade avançada precisam ser vistas como

sujeitos capazes e com discernimento, a despeito de seu afastamento do mercado de

produção capitalista – por ocasião de aposentadoria, por exemplo – de modo que as

políticas públicas voltadas para o segmento respeitem sua condição de vulnerabilidade

física e econômica, mas não o trate como vítima. É preciso considerar que a construção

da imagem do idoso é um fator determinante para a valorização ou a desvalorização

dele na sociedade, inserindo-o ou excluindo-o. Portanto, é importante desmistificar e

desconstruir as concepções negativas difundidas sobre a condição desse sujeito,

segundo as quais a velhice é vista simplesmente como o ponto derradeiro da existência

humana. As Políticas Públicas devem se concretizar através de serviços, programas e

projetos organizados em forma de rede, buscando dividir responsabilidades entre Poder

Público, sociedade e setor privado, então, mostra-se fundamental conhecê-las e refletir

sobre seu alcance, particularmente, o Centro de Convivência de Idosos.

A Política Nacional do Idoso surgiu para atender às necessidades desse

segmento e é fruto de reivindicações da sociedade, resultante de debates e consultas

realizadas nos Estados e Municípios e dos quais participaram idosos em plena atividade,

aposentados, educadores, geriatras e profissionais da área de gerontologia, além de

várias entidades representativas dos idosos, como os movimentos sociais.

Essa Política foi descrita na Lei nº 8.842, de 04 de janeiro de 1994 e tem por

finalidade propiciar condições para promoção de autonomia, integração e participação

efetiva dos idosos como instrumento de cidadania. Auxiliou na articulação entre as

famílias e a sociedade para inserir o tema do envelhecimento na agenda pública e

também para proporcionar pesquisas na área. Além disso, apresentou como diretriz o

atendimento aos idosos por intermédio de suas famílias, em detrimento ao atendimento

asilar.

Todavia, mostra-se relevante a reflexão sobre o fato de que nem sempre o

espaço familiar representa o melhor convívio para o idoso, razão pela qual, em muitos

casos, os asilos são escolhidos como alternativas ao espaço doméstico, para evitar

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situações de violência, negligência e discriminação. Além disso, o asilo pode

representar uma escolha do próprio idoso para conviver junto a outros idosos e para

acompanhamento mais apropriado e integral à saúde. Nesse aspecto, essa instituição

pode ser definida como “local de residência e trabalho, onde um grande número de

pessoas com situações semelhantes, separados da sociedade mais ampla por

considerável tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada”

(GOFFMAN, 2007).

É importante reforçar que pode existir uma dimensão positiva relacionada ao

asilo: a riqueza característica da soma de experiências, produções e realizações que

ocorre numa dinâmica desvinculada do ritmo intenso da sociedade globalizada (LIMA,

2011), de maneira que o idoso institucionalizado continua sendo um cidadão que,

portanto, deve ter seus direitos garantidos e é capaz de estabelecer novas redes de

sociabilidade. Nessa perspectiva, mesmo os espaços restritos, como as ILPI, podem

oferecer atividades que insiram os idosos na sociedade, como idas a museus, centros

culturais, cinemas, teatros, festas e passeios diversos (GOLDMAN, 2000). Todavia, não

se aprofundará o estudo nesse viés, pois se atentará aos Centro de Convivência de

Idosos, criados e implantados como novas modalidades de atendimento aos idosos, em

resposta a uma avaliação de asilos e outras instituições de longa permanência no Brasil,

feita através da chamada V Caravana Nacional de Direitos Humanos, realizada pela

Comissão de Direitos Humanos (CAMARANO & PASINATO apud CAMARANO –

Org. – 2004).

Os Centros de Convivência são modalidades de atendimento aos idosos,

previstas no Decreto nº 1.948, de 03 de julho de 1996, como alternativas de convívio,

motivo pelo qual esses locais se destinam à permanência diurna de idosos nos quais são

desenvolvidas diversas atividades para um envelhecimento ativo, participativo,

produtivo e afetivo (LIMA, 2011).

Essas instituições são formadas por áreas de convivência, espaços direcionados à

cultura, ao lazer e à educação e igualmente por espaços onde se desenvolvem atividades

como coral, pintura, cursos, oficinas e bailes. Além de se caracterizarem como

importantes veículos para informações sobre saúde e direitos do idoso; prevenção e

controle dos principais problemas relacionados ao envelhecimento; inclusão em

campanhas e medidas de saúde pública voltadas para esse público.

Guita Grin Debert denomina-os como “formas de associativismo em que a idade

cronológica é um elemento fundamental na aglutinação dos participantes” (DEBERT,

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1999). Diante disso, pode-se entender que servem para juntar pessoas com idade

avançada em torno de objetivos comuns: qualidade de vida e cidadania.

A participação dos idosos em grupos de convivência pode afastar a solidão e

propiciar amizades, além de aumentar a autoestima e melhorar a integração com

familiares, bem como, resgatar valores sociais e pessoais. Essa participação também

favorece a adoção de um estilo de vida mais ativo e tem papel significativo no processo

de continuidade das interações sociais, capazes de produzir um quadro de mudanças e

criatividade grupal destinadas a minimizar os inconvenientes trazidos pelo avanço da

idade.

Ademais, a atuação de idosos nesses grupos, leva a um aprendizado, uma vez

que compartilham ideias, experiências e, também, refletem sobre seu cotidiano de vida

(PROTTI, 2000). Por esse motivo, os grupos de convivência assumem grande

importância na vida dos idosos, uma vez que redimensionam a identidade destes,

através da convivência com pessoas da mesma faixa etária, aumentam a rede de

relacionamentos, o reconhecimento do outro perante o grupo e podem provocar

mudanças em antigos hábitos de vida (BULSING et al., 2007).

Nessa perspectiva, é inegável a importância dos Centros de Convivência de

Idosos no processo de desinstitucionalização do envelhecimento, tendo em vista que o

idoso precisa ter um espaço próprio, sentir-se acolhido e ter um papel sociocultural de

destaque (INÁCIO, 2011). Quando se fala em desinstitucionalização do

envelhecimento, refere-se ao fato de que o Centro de Convivência do Idoso atende ao

seu público, oportunizando a permanência deste no convívio familiar, comunitário e

intergeracional e, de acordo com Luisa Pimentel6, a concretização dessa

desinstitucionalização deve observar a interligação de três grandes eixos: revitalização

das solidariedades informais (embora estudos demonstrem que a família ainda é o

principal suporte de cuidados aos idosos, na realidade esse panorama tem sofrido

mudanças); manutenção do idoso no seu meio; e promoção de dinâmicas locais

mediante estabelecimento de parcerias entre entidades de diversas naturezas.

6PIMENTEL, L. Novas tendências do apoio social ao cidadão idoso. Portugal: Geriatria Revista Portuguesa de Medicina Geriátrica, v. 10, 2000. In: FERREIRA, R. S. L. M. A Criação de um Serviço de Apoio Domiciliário no Combate ao Retraimento Social dos Mais Velhos. Dissertação apresentada ao Instituto Superior de Serviço Social. Porto: Cooperativa de Ensino Superior de Serviço Social, 2014. Disponívelem:<http://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/6949/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20em%20PDF.pdf> Acesso em: 22.12.2015

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Aqui mostra-se importante ressaltar que essa política valoriza o trabalho de

equipes multiprofissionais e interdisciplinares, assim como a pluralidade de saberes,

tendo em vista que os profissionais devem construir uma relação entre si para tratar os

idosos de forma humanizada, com foco nas demandas e necessidades globais e visando

o bem-estar deste. Similarmente, as várias especialidades agregam conhecimentos e

qualificações diversas que, ao serem integradas, viabilizam o encontro de métodos mais

adequados para focar a totalidade dos aspectos socioculturais relacionados ao

envelhecimento.

Outro aspecto que merece ser salientado é o fato de que esses Centros ofertam

uma opção de lazer economicamente favorável àqueles que recebem aposentadorias

e/ou pensões de valores baixos, uma vez que esses espaços são gerenciados pelo Estado

e também pela iniciativa privada. Portanto, mostram-se como equipamentos voltados

para as demandas sociais dos idosos, com a proposta de priorizar o atendimento a esses

indivíduos com vistas ao engajamento social através do fortalecimento da autoestima,

da autonomia e dos vínculos familiares (PEIXOTO & CLAVAIROLLE, 2005).

Na área da assistência social, demonstram-se como instrumentos que contribuem para

fortalecer a identidade individual e construção de identidade coletiva, o que permite aos

idosos a formação de uma rede de apoio, com espaços de inserção social e garantia de

direitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS O fenômeno da longevidade no Brasil já é uma realidade e se caracteriza pelo

aumento da expectativa de vida. Logo, o envelhecimento humano propicia o debate de

diversas áreas do conhecimento, com intuito de proporcionar qualidade de vida para as

pessoas idosas e, para tanto, as políticas públicas se tornam importantes para o processo.

Nessa perspectiva, as políticas públicas devem ser entendidas como um processo

historicamente construído, mediante lutas de movimentos sociais relativos ao grupo

que, na sociedade democrática, obteve integração do exercício do poder político

fundamentando-se em objetivos direcionados para a melhoria da sociedade, embora

ainda existam dificuldades na definição de tais políticas.

Os idosos conseguiram – por meio dos movimentos sociais e políticas derivadas

destes – um canal de comunicação com o Poder Público para a defesa de seus direitos

sociais, o que viabilizou a centralidade do tema do envelhecimento na agenda política e

impulsionou a elaboração e implantação de normas e legislação específicas para essa

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população. Todavia, é preciso reconhecer que, apesar dos avanços, o caminho a

percorrer ainda é longo, uma vez que em alguns casos a aplicação da lei e a implantação

de políticas ainda não é efetiva na realidade.

Portanto, cabe a toda a sociedade o dever de fiscalização, inclusive, a

possibilidade de sugerir mudanças ou propor a criação de novas leis. E, embora nos

últimos anos tenham surgido instrumentos que contribuem para o aumento de redes de

serviços de apoio aos idosos, estas ainda se mostram insuficientes para responder às

demandas dessa população.

Essa pesquisa se propôs a provocar um debate sobre os Centros de Convivência

de Idosos, tema atual e relevante que é digno de aprofundamento a fim de ensejar ações

efetivas que conduzam à cidadania e qualidade de vida, não apenas para as pessoas

idosas, mas para todas as gerações.

REFERÊNCIAS: BERCOVICI, G. Planejamento e políticas públicas: por uma nova compreensão do papel do Estado. In: BUCCI, M. P. D. (Org). Políticas Públicas: reflexões sobre o conceito jurídico. São Paulo: Saraiva, 2006. BULSING, F. et al. A influência dos grupos de convivência sobre a auto-estima das mulheres idosas do município de Santa Cruz do Sul – RS. Revista Brasileira de Ciências do Envelheci-mento Humano, Passo Fundo, v. 4, n. 1, jan. 2007. CAMARANO, A. A. (org.). Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de Janeiro: Ipea, 2004. DEBERT, G. G. A reinvenção da velhice. São Paulo: Edusp/Fapesp, 1999. DEBERT, G.G. e SIMÕES J. A. Envelhecimento e velhice na família contemporânea. 2008. Disponível em: <http://www.pagu.unicamp.br/sites/www.pagu.unicamp.br/files/julio02.pdf> Acesso em: 22.09.2013. DRAIBE, S. M. Qualidade de vida e reformas de programas sociais: o Brasil no cenário latino-americano. São Paulo: Lua Nova – Revista de Cultura e Política, 1993. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64451993000300002> Acesso em: 19.12.2015. DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Campinas: Presença, 1984. GOFFMAN, E. Manicômios, Prisões e Conventos. 7ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.

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HÖFLING, E. de M. Estado e Políticas (Públicas) Sociais. Cadernos Cedes, ano XXI, nº 55, novembro/2001. Disponível em: < scielo.br/pdf/ccedes/v21n55/5539> Acesso em: 30.07.2014. INÁCIO, M. P. Conquista da qualidade de vida num Centro de Convivência diurno para idosos. 2011. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/handle/1/884> Acesso em: 19.03.2015 LIMA, C. R. V. Políticas Públicas para Idosos: A realidade das instituições de longa permanência no Distrito Federal. Brasília: Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Legislativo e Políticas Públicas do CEFOR, 2011. Disponível em: < http://bd.camara.gov.br > Acesso em: 02.04.2015. PEIXOTO, C.E. & CLAVAIROLLE, F. Envelhecimento, políticas sociais e novas tecnologias. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005. PROTTI, S. Interagindo com grupo de idosos: porque e para que? Ijuí/RS, Monografia de con-clusão do curso de enfermagem, UNIJUÍ, 2000.

SCHWARTZMAN, S. As causas da pobreza. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.

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QUALIDADE DE VIDA E DOR FISICA EM IDOSOS

ORÉFICE, J. L. F. (UCDB); SOUZA, J. C.(UEMS);

ANDRADE,V. O. (UFGD) Resumo:O objetivo foi avaliar a Qualidade de Vida (QV) e a presença de dor em idosos em um grupo de 130 idosos do Serviço Social do Comércio – SESC Horto, na cidade de Campo Grande – MS entrevistados entre os meses de Setembro a Novembro de 2005. Foram utilizados dois instrumentos, um genérico o MOS SF-36 e outro relacionada à saúde o WHOQOL-Bref. Para a localização da dor foi utilizado um diagrama corporal, extraído do Questionário de Dor de McGill, e a Escala de Faces como instrumento para mensuração da intensidade da dor dos participantes. Os escores apresentados para os respectivos instrumentos de avaliação com os domínios: Capacidade Funcional com 75,3; Estado Geral de Saúde com 73,6; os Aspectos Sociais com 73,1;e a Saúde Mental com 80,9 para o MOS SF-36. Já para o WHOQOL-Bref os domínios Psicológico com 65,2 e o de Meio Ambiente com 66,4 foram os que obtiveram valores mais expressivos. Conclui-se que a população avaliada apresenta muito boa QV, tanto para os escores apresentados pelo SF-36 quanto para o WHOQOL-Bref. Além disso observou –se que altos índices de intensidade de dor, está relacionada a menor QV para ambos os escores colocando esta condição clínica como um determinante direto na avaliação da QV. Palavras-chave: Idoso, Dor física, Promoção da Saúde

Abstract: The objective of evaluating quality of life (QOL) and pain in the third age in a group with 130 elderly people at the Social Service for Commerce (SESC-Horto), in the city of Campo Grande (MS). Generic instruments for health-related evaluations were utilized: MOS SF-36 and WHOQOL-Bref. To locate pain among the participants, a body diagram extracted from the McGill Pain Questionnaire and a scale of faces for measuring pain severity were utilized. The Pearson linear correlation was utilized for analyzing the domains of the questionnaires, along with the relative and absolute frequencies for pain location and severity. To compare pain with QOL, the ANOVA test was applied, with the post-hoc Bonferroni test, taking a = 0.05 and finding p=0.0001. The participants were interviewed at SESC-Horto between September and November 2005. The data allow the conclusion that the scores from the instruments utilized were similar, and that the instruments for evaluating QOL and pain utilized in this study were adequate for this elderly population.

Keywords: Elderly, Physical Pain, Health Promotion.

Introdução

“Viver mais, desejo da maioria das pessoas que pode resultar numa sobrevida marcada

por incapacidades ou dependências” (PASCHOAL, 2000, p.85). O desafio é conseguir

uma maior sobrevida, não apenas para fazer uma descrição da velhice, mas,

principalmente, para avaliar o impacto de tratamentos, condutas e políticas empregadas,

corrigir seus rumos, alocar recursos e planejar serviços, visando uma sobrevida melhor e

consequente melhoria da Qualidade de Vida. (QV) (PASCHOAL, 2000).

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Quando se pensa no processo de avaliação saúde-doença, logo fazemos a inter-

relação com as estratégias de intervenção e as diversas populações atendidas neste

processo. A terceira idade tem sido uma camada populacional muito prestigiada com

tais preocupações. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de

1996, registram um número de 12,4 milhões de idosos no país, com uma estimativa de

33 milhões para o ano de 2025, o que levaria o Brasil a ocupar o 6º lugar no ranking

mundial de população idosa em números absolutos, ficando atrás somente da China,

Índia, Comunidade dos Estados Independentes (ex-URSS), Estados Unidos e Japão

(SKARE, 2000; GANDOLFI,2001).

As síndromes dolorosas estão entre as principais condições clínicas que

acometem o idoso. A dor, frequente em todas as fases da vida, apresenta importância

para o idoso na medida em que é nesta faixa etária que aumenta a frequência das

doenças incapacitantes crônicas e/ou degenerativas, que podem limitar as atividades do

idoso. A dor age, neste cenário, como um catalisador da piora da QV do paciente

geriátrico (MÁRQUEZ; SOUZA, 2003).

Objetivo e Método

O presente estudo tem como objetivo avaliar a Qualidade de Vida e a Presença

de Dor Física nos Idosos frequentadores do Serviço Social e do Comércio – SESC

Horto, de Campo Grande – MS.Participaram desta pesquisa 130 idosos do Serviço

Social e do Comércio - SESC Horto, da cidade de Campo Grande – MS, com idade a

partir de 60 anos, de ambos os sexos e sem distinção de raça, cor e nível

socioeconômico. Os participantes com este perfil etário foram escolhidos e convidados

a participarem da pesquisa de maneira voluntária.

Foram excluídos da pesquisa aqueles com idade não compatível com a

determinada pela OMS para a terceira idade, os que não estavam de acordo com as

normas propostas pelo estudo e os portadores de qualquer outra patologia que

envolvesse o Sistema Nervoso Central (SNC), com alterações de ordem cognitiva, o que

impediria a compreensão dos questionamentos feitos aos mesmos. Os referidos

participantes foram informados que poderiam, por quaisquer motivos e a qualquer

momento, desistir de participar da pesquisa, sem que fossem penalizados ou obrigados a

continuar. Vale ressaltar que por não se tratar de aplicação de métodos invasivos, essa

pesquisa não pôs em risco a integridade física e/ou mental dos participantes.

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Para avaliação da QV foram utilizados dois questionários: o Questionário de

Avaliação de Qualidade de Vida relacionado à saúde, The Medical

OutcomesStudyShortform36 (MOS SF – 36). A tabela a seguir distribui os escores de

zero a cem divididos em cinco grupos os quais possuem além dos dados numéricos,

descritores para classificação dos domínios avaliados nos questionários.

Tabela -1 Classificação de qualidade de vida

Escore Classificação

0-20 Muito ruim estado de saúde/QV

21-40 Ruim estado de saúde/QV

61-80 Muito bom estado de saúde/QV

81-100 Excelente estado de saúde/QV

Para a coleta e análise da dor e de sua localização, foram utilizados a Escala de

Faces e um diagrama corporal respectivamente, sendo este último extraído do

questionário de Dor de McGill , o qual teve sua tradução e validação para o português

feita por Pimenta e Teixeira (1997).

Quanto a metodologia trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo e de

corte transversal. A amostra foi selecionada de maneira aleatória simples e os

participantes foram entrevistados individualmente no SESC Horto, pelo próprio

pesquisador e por mais 4 auxiliares, treinados previamente. Cada entrevista durou cerca

de 50 minutos, dados estes semelhantes ao estudo piloto realizado anteriormente com

cinco idosos os quais foram descartados posteriormente da amostra, que teve sua coleta

realizada entre os meses de junho a novembro de 2005. As entrevistas foram dirigidas

pelo pesquisador e seus auxiliares, que liam as perguntas e suas possíveis respostas aos

entrevistados e somente após a resposta dada eram assinalados nos questionários de

avaliação. Perguntou-se ao entrevistado se experimentava algum tipo de dor corporal.

Quando a resposta era “sim” o entrevistado continuava a assinalar agora no diagrama

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corporal, a localização anatômica da dor e, finalmente, era questionado quando sentia

dor, com qual face mais esta se parecia.

Resultados

Quanto à idade, foi encontrado uma idade média de 71,6 anos (±7,37), com

idade mínima de 60 anos e máxima de 88 anos. Em relação ao sexo a maioria foi

composta por mulheres, representando 106 participantes, correspondendo a 81% da

amostra. A população masculina foi representada por 24 participantes, correspondendo

a 19% do total. Para a análise quantitativa dos dados foi realizada estatística descritiva,

contendo médias gerais e respectivo desvio padrão dos escores, bem como frequências

absolutas (n total) e relativas (percentagem) referentes aos resultados encontrados em

cada variável. Assim, serão descritos a seguir os seguintes valores, respectivamente:

resultados das médias encontradas nos diferentes domínios dos questionários de

Qualidade de Vida (QV); análise multivariada, entre os domínios de WHOQOL-Bref e

do SF-36; e frequências absolutas e relativas da localização e intensidade de dor. Por

fim, a comparação dos grupos selecionados a partir da intensidade de dor, compondo 6

níveis de acordo com a escala de faces e com a Qualidade de Vida descrita em ambos os

questionários. Para a comparação entre QV e dor foi usado o teste estatístico ANOVA e

pós hoc teste de Bonferroni, considerando valor de a= 0,05

Quanto aos dados relativos à QV estes serão descritos de acordo com a tabela 1

que foi elaborada pelo pesquisador. Os resultados encontrados após aplicação do

questionário MOS SF-36 foram convertidos em escores de zero a cem. Para melhor

visualização dos dados, estes estão dispostos na tabela 2, de acordo com a distribuição

geral e por sexo (masculino e feminino).

Na tabela 2 as médias por domínio se apresentam com valores próximos e por

consequência classificação em muito bom estado de saúde sendo o único resultado

diferente estar relacionado com o domínio Saúde Mental, com média relativa à

classificação em excelente estado de saúde. Quanto aos resultados encontrados no

questionário WHOQOL-Bref estes estão disponíveis na tabela 3, que segue abaixo,

sendo distribuídos de acordo com a média dos domínios preconizados pelo questionário:

domínio físico, psicológico, relação social e de meio ambiente.

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Tabela 2. Resultados questionário MOS SF-36

Domínios de SF-36

Geral N= 130

Média ±DP

Capacidade Funcional 75,3 20,1

Aspectos Físicos 68,5 31,6

Dor 69,4 20,9

Estado Geral de Saúde 73,6 16,6

Vitalidade 69,6 15,7

Aspectos Sociais 74,3 17,4

Aspectos Emocionais 73,1 33,8

Saúde Mental 80,9 13,6

Os resultados encontrados após a aplicação do questionário foram convertidos

nos escores de zero a cem. Pode-se observar que a classificação destes de acordo com a

tabela do pesquisador é de muito bom estado de saúde para os domínios físico,

psicológico e de meio ambiente, sendo o domínio relação social apresentando

classificação como bom estado de saúde.

Tabela 3. Domínios do WHOQOL-BREF

Domínios do Geral N= 130

WHOQOL-BREF Média ±DP

Físico 64,7 19,5

Psicológico 65,2 20,3

Relação Social 59,8 18,6

Meio Ambiente 66,4 16,6

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Os valores dos escores de Qualidade de Vida dos questionários MOS SF – 36 e

WHOQOL-Bref foram analisados em seus domínios através da análise multivariada,

com o objetivo de indicar a significância relativa das variáveis, e suas relações foram

determinadas adotando-se nível de significância em p<0,05. Foram observadas

associações estatisticamente significativas somente nos cruzamentos: Capacidade

funcional x Aspecto físico (p=0,0001); Aspectos físicos x Aspecto psicológico

(p<0,0001); Vitalidade x Relação social (p=0,0206); Aspectos sociais x Relação social

(p<0,0001); Aspectos sociais x Meio ambiente (p<0,0001); Aspectos emocionais x

Aspecto físico (p<0,0001); Aspectos emocionais x Aspecto psicológico (p<0,0001) e

Saúde mental x Aspecto psicológico (p=0,0234).

Com relação aos resultados encontrados na variável e intensidade da dor, estes

estão descritos na tabela 4 que traz com 27% a intensidade da dor que machuca um

pouco mais, assinalada segundo a escala de faces com a caricatura número 2 seguido da

dor que machuca muito, com caricatura número 3 na escala de faces com 24% dos

participantes. Quanto aos resultados referentes à localização da dor, estes estão

disponíveis no Gráfico 1. Vale ressaltar que alguns participantes relataram sentir dor em

mais de um seguimento corporal.

Gráfico- 1 Locais relatados de dor

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Tabela 4. Avaliação da dor: intensidade da dor expressa em valores absolutos e relativos coletados a partir da Escala de Faces.

Aspecto Avaliado: Frequência Absoluta Frequência

Intensidade (n=130) Relativa (%)

0 Feliz sem dor 9 8%

1 Dor que machuca muito pouco 25 20%

2 Dor que machuca um pouco mais 35 27%

3 Dor que machuca muito 32 24%

4 Dor que machuca muito mais 19 15%

5 Dor que machuca muito mais que se 8 6%

possa imaginar

Para representar os dados relativos à Intensidade da Dor e a Qualidade de Vida,

comparou-se os escores gerais dos questionários de Qualidade de Vida com a

intensidade da dor coletada através da escala de faces. Assim, seguem na tabela 5 as

médias encontradas em cada domínio e o escore geral da Qualidade de Vida, para

ambos os questionários, distribuídos nos diferentes grupos estabelecidos a partir da

intensidade da dor. A tabela 5 apresenta dados denotativos ao aumento da intensidade

da dor com a redução nos valores expressos pelos escores dos instrumentos de avaliação

da Qualidade de Vida, relacionando a dor como uma das manifestações inerentes ao

bom estado de saúde dos participantes desta.

Para melhor confiabilidade dos resultados foi aplicado o teste estatístico

ANOVA e o pós hoc teste de Bonferroni para comparação intragrupos, tendo como

hipótese alternativa que há diferença entre os grupos e hipótese de nulidade que não há

diferença entre os grupos. Valor de a=0,05.

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Tabela 5- Média Geral dos Grupos distribuídos de acordo com a intensidade de dor:

Quanto à comparação entre os níveis de intensidade da dor foi aplicado o teste

ANOVA, comparando os valores obtidos nos questionários MOS SF-36 e

posteriormente, da mesma forma, nos resultados do WHOQOL-Bref. Ambos

apresentaram valor de p =0,001, validando a hipótese alternativa, ou seja, asseverando

existir diferença estatística entre os níveis de intensidade de dor e de Qualidade de Vida.

Para identificar em qual instrumento de avaliação da Qualidade de Vida e em qual

intensidade dolorosa houve maior significância estatística foi realizado o intrateste de

Bonferroni, descrito na tabela 6.

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Tabela -6 Descrição dos valores de p encontrados no pós-teste de Bonferroni

intergrupos para determinação dos valores de significância entre Intensidade da dor e a

Qualidade de vida

Discussão

Os dados apresentados neste estudo em relação à média de idade são segundo

Duthie (2002) dentro dos parâmetros aceitos para determinação e definição da terceira

idade, dados estes também equivalentes ao trabalho de Albuquerque (2005), que avaliou

a QV de idosos submetidos a programas de saúde junto à população brasileira com uma

média geral de 72,09 (±5) anos. Estes se assemelham ainda com os dados de Oréfice,

Valério e Souza (2006) quando avaliaram a QV em idosas submetidas a tratamento

hidrocinesioterapêutico também com a população nacional, com uma média de 72,5

anos e se coloca similar aos dados de Menta (2003), que avaliou a QV de idosos

asilados também no Brasil com média de idade em 76 anos.

Ferreira e Santana (2003) trazem dados relativos à Capacidade Funcional e aos

Aspectos Físicos, variados em seu valor e classificação, sendo 61,59 e 55,66 o que

classifica-os como “muito boa QV ou estado de saúde” e “boa QV ou estado de saúde”,

respectivamente, para o grupo avaliado, quando então podemos sugerir que as questões

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culturais e as atividades desenvolvidas podem assumir características variadas para

culturas também variadas, isto é, para cada população há um valor de importância para

os mesmos atributos desenvolvidos. Isso pode ser asseverado pelo fato da necessidade

da transcrição cultural dos instrumentos de avaliação da QV, para posterior

aplicabilidade em populações diferentes e também pelo fato do presente estudo ter

realizado com os idosos uma observação em participantes de atividades específicas,

logo colocando os dados deste em condições superiores mostrando a necessidade do

emprego de atividades funcionais aos seres humanos em especial a terceira idade.

Neto (2001), o tecido muscular perde força e qualidade de contração com o

envelhecimento, fato este denominado de sarcopenia. Para Capodaglio, Ferri e Scaglloni

(2005), em estudo realizado na Itália com idosos e, aplicando a estes um protocolo de

exercícios resistidos por um período de um ano de observação, puderam concluir que

tantos homens como mulheres na terceira idade apresentam recuperação do tecido

muscular quando treinados em longo prazo apesar do envelhecimento contribuir com a

redução da qualidade de trabalho do tecido muscular. Estes autores descrevem ainda

sobre a necessidade de se mensurar a habilidade funcional associada ao poder de força

muscular. Destacam existirem poucos estudos com observação em longo prazo para a

determinação de tais situações pós-período de treinamento supervisionado. Nestes

estudos, os dados correlacionados aos aspectos físicos, para os grupos analisados,

trouxeram números compatíveis com “muito boa Qualidade de Vida ou estado de

saúde” embora não se tenha mensurado de modo específico esta condição, pois os

instrumentos empregados são destinados à avaliação da QV e não da aptidão física,

como trata o estudo de Capodaglio, Ferri e Scaglloni (2005), no entanto, mais uma vez

fica evidente a necessidade do desenvolvimento de atividades funcionais como descrito

neste trabalho com os idosos do SESC Horto.

Conclusão

Conclui-se que a população avaliada apresenta muito boa QV, tanto para os

escores apresentados pelo SF-36 quanto para o WHOQOL-Bref. Quanto à prevalência

de dor na população avaliada está se mostra altamente predominante nas regiões

articulares, sendo que as denominadas articulações de suporte perfazem um maior

índice entre as relacionadas. Quanto à intensidade da dor, verifica-se que esta possui um

índice “muito bom” a ser considerado apresentando-se como “tolerável” entre os

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participantes da pesquisa, o que pode asseverar ou ao menos justificar os relatos

literários de que quanto maior a idade menor a intensidade da dor bem como a sua

correlação com o sexo. Embora a sua prevalência encontra-se descrita em locais

importantes para a execução de atividades de vida diária e de vida prática, o que poderia

limitar tais realizações, isto não ficou demonstrado pelos escores dos instrumentos de

avaliação da QV em relação aos aspectos físicos e à capacidade funcional da população

avaliada, o que explica a subjetividade, tanto em linhas afetivas quanto motivacionais da

dor. Conclui-se também que, não há relação entre todos os domínios avaliados pelos

instrumentos de avaliação da QV, o que pode sugerir alterações na a descrição de seus

idealizadores para o seu emprego em linhas gerais, ou seja, de maneira genérica para

avaliação da QV relacionada à saúde. Isso fica evidente quando os dados descritos pelos

instrumentos, em relação à QV dos idosos avaliados não apresentam similaridade em

seus escores finais para a maioria dos aspetos avaliados. Ao avaliar os dados

encontrados no SF-36 com a Escala de Faces com relação à intensidade de dor,

encontra-se grande similaridade entre eles, o que denota boa correlação interna entre os

mesmos, deixando transparecer que, para a maioria da população avaliada, estes

instrumentos obtiveram boa sensibilidade. Infere-se também que, ao deparar-se com

altos índices de intensidade de dor, os entrevistados possuíam menor QV, tanto para os

escores do SF-36 como para os escores do WHOQOL-Bref quanto para a demarcação

na Escala de Faces, o que coloca esta condição clínica como um determinante direto na

avaliação da QV pelos entrevistados, fato este que pode ser relacionado com a

subjetividade da dor ou até mesmo com a subjetividade do que é ter QV para os

entrevistados, uma vez que QV e dor possuem fatores determinantes de ordem

multifatorial. Pode-se concluir também que o tempo de exposição às atividades tanto

físicas quanto terapêuticas também influencia nos resultados, tanto aos aspectos físicos

como emocionais da avaliação da QV. Conclui-se também que o envelhecimento por si

só não é uma doença e que a maior parte das pessoas idosas não tem uma saúde

debilitada. O envelhecimento está acompanhado de mudanças físicas e emocionais,

o que incrementa a possibilidade de desenvolver doenças crônicas e consequente perda

da QV. Isso mostra a necessidade de implementação de novos trabalhos para a

população idosa perfazendo assim um maior número de participantes envolvidos,

buscando cada vez mais a melhoria das condições de saúde para esta faixa etária, pois o

aumento da sobrevida populacional, em nível nacional, é algo que não deve ser

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ignorado, já que é parte integrante da nossa realidade e faz com que o idoso não

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PRÁTICAS DE AUTOCUIDADO SOB A ÓTICA DOS CUIDADORES EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

SIQUEIRA, R. M. S. (UFMS); LOUREIRO, M. D. R. (UFMS);

MONTI, L. L. (UFMS); PAULA, F. M. (UFMS);

PINHEIRO, E. A. (UFMS); PINHO, J. N. (UFMS);

SANTOS, S. C. (UFMS).

Resumo:Este trabalho tem como objetivo descrever as práticas de autocuidado sob a ótica dos cuidadores em Cuidados Continuados Integrados (CCI). Metodologia:Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo e exploratório. Realizado na Unidade de CCI com os cuidadores informais, representando a análise parcial da coleta realizada em abril de 2016.Resultados:Foram avaliados 20 cuidadores, sendo a maioria do sexo feminino e com média de idade de 42,45 anos. Apresentaram principalmente as práticas de atividade física, alimentação e lidar melhor com o estresse como necessidades de melhoria. Não identificaram significativamente a necessidade quanto ao cuidado com a medicação, parar de fumar ou consumir bebida alcoólica. Considerações finais: Devido à situação de cuidador informal de idosos é preciso desenvolver mecanismos de proteção à saúde por meio do autocuidado para desempenhar o cuidado sem prejuízos para a saúde do mesmo.

Palavras-chave:Autocuidado. Idoso. Cuidador.

Abstract: This paper aims to describe self-care practices from the perspective of caregivers in Continuous Integrated Care (CCI). Methodology: This is a cross-sectional, descriptive and exploratory study .Held at the CCI unit with informal caregivers, representing the partial analysis of the data collect held in April 2016.Results: A total of 20 caregivers were evaluated, mostly female and with mean age of 42.45 years. They presented primarily the practices of physical activity, food and cope better with stress as improvement needs. The medication care, stop smoking or drinking alcolhol were not identified as significantly needs. Final considerations: Due to the informal elderly caregiver situation, it is necessary to develop health protection mechanisms through self-care to perform care without harm to the health of themselves.

Keywords: Self-care. Old man.Caregiver.

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Introdução

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2015) o envelhecimento trata-se de

mudanças biológicas, devido ao acúmulo de variedades de danos moleculares e

celulares, mas também mudanças nos papéis e posições sociais, bem como na

necessidade de lidar com perdas de relações próximas e alterações psicossociais.Com a

redução da taxa de fertilidade e o aumento da esperança de vida espera-se que haja mais

idosos na população mundial.

Essas mudanças são dramáticas e as implicações são profundas. Uma criança nascida no Brasil ou em Mianmar em 2015 pode esperar viver 20 anos mais que uma criança nascida há 50 anos. Na República Islâmica do Irã, apenas 1 em cada 10 pessoas da população tem mais de 60 anos em 2015. Em apenas 35 anos, essa taxa terá aumentado em torno de 1 a cada 3. E o ritmo de envelhecimento da população é muito mais rápido que no passado (OMS, 2015, p.5).

Nesse sentido que desponta a figura dos cuidadores no contexto familiar,

geralmente, exercida por mulheres. O cuidador profissional surge com o passar do

tempo, devido a grandes e rápidas transformações sociais no mundo, assim, tem-se

como cuidador formal aquele que presta serviço remunerado e o informal os familiares

e demais atores do ambiente doméstico que não possuem preparação técnica para a

realização do cuidado(SANTOS,2003).

Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto com 62 idosos e seus respectivos cuidadores informais verificou que

cuidar de um idoso com sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE) traz

sobrecarga física, emocional e social para o cuidador (PEREIRA, et al., 2013).

Os cuidadores familiares podem apresentar déficit de autocuidado, tensão entre o

papel de cuidador e a saúde prejudicada, sobretudo pela falta de cuidados

preventivos(COSTA; CASTRO, 2014).Desta forma, é importante refletir sobre a prática

do autocuidado descrita por Dorothea Orem, em 1980, como as atividades que o

indivíduo inicia e executa em seu próprio benefício, na manutenção da vida, da saúde e

do bemestar (VITOR; LOPES; ARAUJO,2010).

Relativo ao autocuidado do cuidador informal, o mesmo apresenta como

dificuldade para a sua realização o problema de conciliar a atenção com o familiar

dependente e o seu autocuidado e também a falta de tempo. Assim, a não realização do

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autocuidado implica diretamente no processo saúde-doença do cuidador, que não

cuidam de sua saúde e só procuram assistência à saúde em caso doença, não realizando

o autocuidado preventivo(COSTA, 2012).

Desta forma, torna-se necessário discutir quanto à realização da pratica do

autocuidadodo cuidador informal, sendo assim surge a seguinte questão: Quais práticas

de autocuidado são identificadas pelos cuidadores como necessárias para mudanças?

Objetivo

Descrever as práticas de autocuidado sob a ótica dos cuidadores informais em

Cuidados Continuados Integrados de pacientes internados.

Materiais e Método

Trata-se de um estudo do tipo transversal, descritivo e exploratório. Realizado na

Unidade de Cuidados Continuados Integrados (CCI), Projeto-piloto que está sendo

executado no município de Campo Grande, estado do Mato Grosso do Sul (MS), no

Hospital São Julião (HSJ). Oreferido projeto atende atualmente 22 clientes.Além do

objetivo de reabilitação biopsicossocial o Projeto CCI preconiza a capacitação do

cuidador informal, que geralmente é um familiarque nãoobteve orientações anteriores

de “como cuidador ente querido” na atual situação.

É desenvolvida uma atividade específica no CCI do HSJ, a reunião de cuidadores,

realizada uma vez na semana, coordenadapor uma equipe multiprofissional de saúde

(Serviço Social, Farmácia, Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia e Nutrição) com as

discussões das temáticas diversas. A reunião acontece àssegundas-feiras no período

vespertino, com duração aproximada de uma hora e é ministrada por um profissional de

cada área da saúde consecutivamente,

A coleta de dados ocorreu após as reuniões de cuidadores, com todos os

cuidadores maiores de 18 anos e que aceitem participar da pesquisa assinando o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido,conduzidos para uma sala, ambiente que

proporcionou a privacidade da aplicação do formulário.

O presente trabalho refere-se à análise parcial de coleta realizada após quatro

reuniões de cuidadoresno mês de abril de 2016 e com previsão para finalização da

coleta no mês de julho de 2016. A média da população que participa da reunião é de 15

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cuidadores, vale ressaltar que não se repetiu cuidador na pesquisa e que o tempo de

permanência do cliente é de 15 a 60 dias no CCI, isso tem relevância, pois o número de

cuidadores para a coleta de dados também depende do tempo do cliente no projeto.

Foi construído um instrumento de coleta tipo formulário estruturado, aprovado

após teste piloto. Para o presente estudo selecionou-se as variáveis: Caracterização dos

sujeitos e Aprática de autocuidado, que integravam o formulário que foi aplicado. Foi

questionado aos cuidadores se eles percebiam que precisavam melhorar algumas das

seguintes temáticas: Melhorar a alimentação; lidar melhor com o estresse; parar de

fumar; tomar medicamentos conforme orientação médica; evitar o consumo de álcool;

aumentar atividade física. Essas categorias referentes ao autocuidado foram baseadas no

Manual do Profissional da Saúde - Autocuidado de Curitiba (2012).

Após a coleta é alimentado um banco de dados no programa Microsoft® Excel

2010, e analisada por meio de estatística simples e descritiva, representada por

frequência absoluta e média.O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa

em Seres Humanos, vinculado a Universidade Federal do Mato Grosso do Sulsob

Protocolo n°006023/2016.

Resultados e discussão

Quanto à caracterização dos 20 cuidadores informais: a maioria pertencia ao sexo

feminino (17), e a média de idade foi de 42,45 anos,sendo que três cuidadores

apresentavam idade acima de 60 anos, portanto idosos.

Indo ao encontro deste resultado um estudo realizado com 22 idosos e seus

respectivos cuidadores no Distrito Federal/DF, onde o mesmo verificou quea maioria

era do sexo feminino (20), no entanto difere desse estudo o fato de apresentar 11

cuidadores caracterizados como idosos, essa realidade conduz a uma problemática a se

considerar, pois as pessoas idosas se veem na condição de cuidadores, mesmo também

apresentando fragilidades e limitações físicas(GUEDES, 2012).

Na Tabela 1 verifica-se que a maioria (20) identificou a necessidade de melhorar a

prática de atividade física, seguido por melhorar a alimentação (16) e lidar melhor com

o estresse (13). Nessa continuidade de análise da tabela também se observa que apenas

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três identificaram necessidade de tomar medicamentos conforme orientação médica, um

cuidador percebe a necessidade de parar de fumar e um também observou ser necessário

evitar o consumo de álcool.

Tabela 1. Identificaçãodas necessidades de autocuidadoevidenciadas pelos cuidadores do Projeto de Cuidados Continuados Integrados do Hospital São Julião, Campo Grande – MS, Brasil, 2016. (n=20)

Variáveis N

Aumentar atividade física 20

Melhorar a alimentação 16

Lidar melhor com o estresse 13

Tomar medicamentos com orientação médica 3

Parar de fumar 1

Evitar o consumo de álcool 1

Justifica-se o que foi demonstrado pelos cuidadores (20) nessa pesquisa um

trabalho realizado com a população brasileira por meio da Pesquisa Nacional da Saúde -

2013 ondepraticamente metade da população brasileira não atingiu os níveis

recomendados de prática de atividade física (MIELK et al., 2015).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2010), a prática regular de atividade

física reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, AVE e diabetes

mellitustipo II. Também tem como benefícios a prevenção ou redução da hipertensão

arterial sistêmica, do ganho de peso (diminuindo o risco de obesidade), da osteoporose,

promove bem-estar, reduz o estresse, a ansiedade e a depressão.

Além da prática de atividade física, a alimentação foi identificada pelos

cuidadores como não estando adequada. Essa realidade se aplica em outros lugares

como em um estudo realizado no município de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul

(RS) com 972 pessoas, onde identificou que a população está ingerindo mais alimentos

ricos em gordura (ROMBALDI, 2014).

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O distúrbio nutricional predominante da atualidade é a obesidade. Os adipócitos

hipertrofiados em resposta à oferta exagerada de nutrientes sofrem prejuízos nas suas

funções, produzem quantidades anormais de citocinas pró-inflamatórias; além disso,

monócitos são atraídos para esse tecido na condição de obesidade. Assim, potencializa-

se a secreção de citocinas, implicadas na fisiopatogênese das principais doenças

crônicas não-transmissíveis que afetam o homem na atualidade (FERREIRA, 2010).

No que se refere ao estresse vivenciado pelos cuidadores, uma pesquisa realizada

com 110 cuidadores informais do Conselho de Faro – Portugal, verificou que a maior

intensidade de estresse estava relacionada à vida familiar e prestação dos cuidados, e

tendo como menor intensidade a relação com a vida social e econômica, no entanto

ambas as situações geraram associação com lesões corporais (ROCHA;

PACHECO,2013).

O estresse prolongado é relatado em uma pesquisa com 22 familiares de clientes

internados em uma Unidade de Terapia Intensivade um hospital do estado RS que

verificou correlação com inúmeros sintomas psicológicos e fisiológicos que podem

contribuir para desencadear doenças e até mesmo a morte prematura (ZANETTI,2012).

Relativo ao uso de medicamentos conforme orientação médica, observa-se que

apenas três cuidadores relataram ter necessidade de melhorar, porém a automedicação é

um problema de saúde pública,onde pelo menos 35% dos medicamentos que são

adquiridos no Brasil não possuem prescrição médica (ROCHA, 2014).

O tabagismo e o etilismo foram identificados somente por umcuidador, no entanto

sabe-se que esses vícios sãocomuns entre a população brasileira, servindo de alerta.

Uma pesquisa realizada em UTI de Maringá/Paraná, com 123 pessoas, verificou que

tanto o tabagismo quanto o etilismo são os fatores modificáveis que influenciam nas

internações. O tabagismo aumenta 50% o risco de AVE e que 80% dos etilistas

internados nessa UTI eram homens (SILVA, et al., 2013).

Umestudo realizado com 11 cuidadores familiares após a alta hospitalar em Minas

Gerais identificou que os mesmos apresentavam a falta de cuidado de sua própria saúde,

de suas necessidades terapêuticas, procurando o cuidado institucionalizado apenas nas

condições de agudização da doença (COSTA; CASTRO, 2014).Indo ao encontro da

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presente pesquisa, onde praticamente todos os cuidadores identificam uma medida de

autocuidado preventiva que não realizam e consideram que precisam melhorar.

Considerações finais

A prática do autocuidado é considerada como necessária para o cuidador informal,

pois a sobrecarga é inerente à função desempenhada. Considera-se que o cuidado de si

tem como importância fundamental no que tange amelhor forma de realizar com

outrem.

No presente trabalho foram identificadas as necessidades de melhorar a atividade

física, alimentação e o lidar melhor com o estresse como fundamentais na visão dos

cuidadores. Devido à situação de cuidador informal de idosos é preciso desenvolver

mecanismos de proteção à saúde do mesmo para que possa desempenhar o cuidado sem

prejuízos para a saúde.

A prática de atividade física, a alimentação saudável e a redução do estresse são

importantes por auxiliar tanto na prevenção primária de doenças como também na

prevenção secundária.

Quando referiram à medicação, o tabagismo e o etilismo a maioria não identificou

como um problema, pois se observa que consideram como algo comum e cultural,

assim, sem necessidade de melhorar, uma vez que realizam socialmente. No entanto,

por serem práticas nocivas à saúde verifica-se a necessidade de melhor elucidação do

tema.

Observa-se, a necessidade de desenvolver maiores trabalhos que contribuam com

a temática das práticas do autocuidado dos cuidadores informais, tendo em vista o

aumento dos idosos e consequentemente dos seus cuidadores, que têm muita

repercussão na sua saúde devido à atividade executada.

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DIABETES MELLITUS E AUTOAVALIAÇÃO DE SAÚDE EM IDOSO S

OLIVEIRA, E. Q. (UFGD).

Resumo: Foi estimada a prevalência de autoavaliação negativa de saúde conforme a presença de diabetes mellitus (DM) em idosos, além das características sociodemográficas, comportamentais, doenças crônicas e uso de serviços de saúde. Estudo transversal, de base populacional com amostra em múltiplos estágios realizado em Dourados, Mato Grosso do Sul. Foram calculadas prevalências e Teste qui-quadrado de Pearson para verificar diferenças estatisticamente significativas. Foram entrevistados 979 idosos de junho a setembro de 2012. A prevalência de DM na amostra foi de 24,5% (IC 95%: 21,0-27,0%) e de autoavaliação de saúde negativa de 19,7% (IC 95%= 18,0-23,0%). Foi associada à escolaridade, dependência nas atividades de vida diária, número de morbidades, uso de medicamentos e consultas médica. A prevalência de autoavaliação negativa nos idosos com DM foi de 33,1%, e sem DM foi de 16,5%. Espera-se que as informações deste estudo possam contribuir na formulação de políticas públicas de promoção à saúde, minimizando a morbimortalidade.

Palavras-chave:Autoavaliação, Idoso, Diabetes mellitus.

Abstract: It was estimated the prevalence of negative health self-assessment according to the presence of diabetes mellitus (DM) in elderly, in addition to sociodemographic, behavioral characteristics, chronic diseases and use of health services. It is a cross-sectional, population-based sample in multiple stages performed in Dourados, MatoGrosso do Sul. Prevalences were calculated and Pearson's chi-square test done to verify statistically significant differences. It was interviewed 979 elderly patients from June to September of 2012. The prevalence of DM in the sample was 24.5% (IC95%: 21.0-27.0%) and negative health self-assessment was 19.7% (IC95%= 18.0- 23.0%). It was associated to education, dependence in daily living activities, morbidity number, use of medicines and medical consultations. The prevalence of negative self-assessment in elderly patients with DM was 33.1%, while the elderly who did not report DM was 16.5%. It is expected that the information from this study can contribute to the formulation of public policies to promote health, minimizing morbidity and mortality.

Keywords: Self-assessment, Aged, Diabetes mellitus.

Introdução

O processo de envelhecimento é inerente ao curso natural da vida e nessa fase há

modificações biológicas, psicológicas e sociais. Essas alterações podem repercutir sobre

a condição de saúde e relações sociais, devido à ocorrência de enfermidades, perda de

funcionalidade e autonomia, interferindo na qualidade de vida do idoso (NUNES,

BARRETO, GONÇALVES; 2012).

O crescimento do contigente de idosos contribuiu para mudanças no perfil de

morbidade. Estudo Global sobre Envelhecimento e Saúde do Adulto (SAGE), verificou

que com o avanço da idade há aumento no número de doenças crônicas não

transmissíveis DCNT, como o diabetes mellitus (DM). (AROKIASANYet al,2015).

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A urbanização, o sedentarismo, e hábitos alimentares inadequados favorecem a

maior prevalência de DM.(FRANCISCO et al, 2010)

O DM está entre as doenças mais prevalentes em idosos variando de 14,9 a

21,4%. (FRANCISCO et al, 2010;MENDES et al,2011; ISER et al, 2014)Essa doença é

responsável por diversas complicações como cegueira, amputações, nefropatias,

complicações cardiovasculares e encefálicas,que afetam a autonomia e qualidade de

vida.(FRANCISCO et al, 2010)Idosos diabéticos relatam autoavaliação de saúde

negativa de 30,2%. (MENDES et al,2011)

Em virtude do aumento do número de idosos, da autoavaliação de saúde ser um

indicador importante de saúde, da emergência de DCNT como o DM e da ausência de

dados locais, tornou-se importante o desenvolvimento desta pesquisa, a fim de avaliar a

prevalência de autoavaliação de saúde negativa conforme a presença de DM em idosos,

características sociodemográficas, comportamentais, doenças crônicas e uso de serviços

de saúde em idososresidentes em Dourados, Mato Grosso do Sul.

Método

Estudo transversal,de base populacional, foram incluídas pessoas com idade >

60 anos, de ambos os sexos, residentes na área urbana de Dourados, MS. Não foram

elegíveis indígenas, idosos institucionalizados, e que não responderam eles próprios ao

questionário.

O cálculo da amostra realizado pelo programa Sampzise (2012) considerando

prevalência de percepção de saúde negativa de 20,1% por Loyola et al (2013), intervalo

de confiança de 95% e erro tolerável de 3,0%. O resultado obtido foi de 824 indivíduos,

acrescido em 10% de perdas e recusas, resultou 906 idosos, entretanto a amostra final

foi superior.Foi utilizada a amostragem em múltiplos estágios, estimados 3483

domicílios para a obtenção da amostra,a partir dos setores censitários definido pela

divisão do número de domicílios conforme o censo demográfico de 2010. (BRASIL,

2010). Foi acrescido de 4 setores de reserva, totalizando 120. A seguir foi feita seleção

de forma sistemática.Adotando-se questionário padronizado e pré-codificado aplicado

por entrevistadores. Foi realizado um estudo piloto e controle da qualidade com

revisitas.

Os desfechos analisados foram diabetes mellitus (DM) e autoavaliação do estado

de saúde. Para obtenção da informação sobre o diabetes mellitus, foi perguntado ao

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idoso: “Algum médico ou profissional de saúde já lhe disse que o Senhor (a) tem açúcar

alto no sangue (diabetes)”. O diabetes mellitus referido (sim, não) foi considerado

como variável dependente.Na autoavaliação de saúde foi utilizada a seguinte pergunta:

“Em geral, você diria que sua saúde é: excelente, muito boa, boa, ruim ou muito

ruim?”. Esta pergunta foi extraída da versão brasileira do instrumento Medical

OutcomesStudy 36–Item Short-Form Health Survey (SF-36) produzido pela

Organização Mundial de Saúde, traduzido e validado por Ciconelli(1999). As cinco

categorias foram dicotomizadas em positiva e negativa.

Foram avaliadas, também, as seguintes variáveis: características demográficas

(gênero: masculino/feminino; faixa etária: 60-69 anos/ 70-79 anos/>80 anos; situação

conjugal: vive com companheiro (a)/sem companheiro (a); cor da pele: brancos/não

brancos); características socioeconômicas (escolaridade-anos de estudo: nenhum/1-4/5-

8/>9; classificação socioeconômica: segundo classificação da Associação Brasileira de

Empresas de Pesquisa (2012) em A-B/C/D-E); condições de saúde (consumo de bebida

alcoólica nos últimos 30 dias: sim/não; fumo: não fumante/fumante/exfumante;

atividade física: sim/não; Índice de Massa Corporal (IMC)por Lipschitz (1994): <27

kg/m2 e >27 kg/m2; dificuldades nas atividades de vida diária (AVD) pelo Índice de

Katz (DUARTE, ANDRADE, LEBRAO; 2007)- alimentar-se, banhar-se, vestir-se,

mobilizar-se, deambular e ir ao banheiro: classificados como dependentes –> 1 e

independentes – sem nenhuma dificuldade; número de morbidades referidas–

hipertensão arterial sistêmica, doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral,

hipercolesterolemia, doença pulmonar, artropatia, problema crônico de coluna e câncer:

foram agrupadas nenhuma/1/2-3/>4; número de medicamentos consumidos:

nenhum/1/2-3/> 4; número de consultas médicas: nenhuma/1/2-3/> 4 e número de

internações hospitalares no último ano: nenhuma/1/2-3/> 4).

Os dados foram codificados e digitados em duplicata no programa Epidata.

Calculadas prevalências de autoavaliação do estado de saúde para todas as categorias.

Utilizando softwares SPSS 21.0 e o STATA versão13.0 (Stata Corp., College Station,

Estados Unidos).Teste qui-quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher para verificar

diferenças estatisticamente significativas e Tendência Linear. A pesquisa foi aprovada

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados parecer

no 001/2011 –“A saúde dos idosos em Dourados-MS”. Todos os

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participantes/responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE).

Resultados

A coleta de dados ocorreu de Junho a Setembro de 2012, com 1121 idosos

visitados, 48 recusas e 94 perdas, resultando assim em 979 idosos entrevistados. A

população de estudo possuía média de idade de 70 anos (+8,06) e foi composta

predominantemente por mulheres (58,3%), idosos que viviam com companheiro (a)

(55,8%), brancos (51,5%), analfabetos ou possuíam < quatro anos de estudo (73,2%) e

pertenciam à classe socioeconômica C (50,9%) (dados não apresentados na tabela).A

prevalência de DM na amostra foi de 24,5% (IC 95%: 21,0-27,0%) e a autoavaliação de

saúde negativa relatada foi de 19,7% (IC 95%: 18,0-23,0%), sendo maior no sexo

feminino (22,4%) do que no masculino (17,9%). Quando associados DM e

autoavaliação de saúde negativa este valor passou nos idosos com diabetes para 33,1% e

16,5% para não diabéticos (dados não apresentados na tabela).

A Tabela 1 descreve a distribuição das características socioeconômicas,

demográficas e condições de saúde dos idosos diabéticos e não diabéticos conforme a

autoavaliação de saúde. A escolaridade esteve negativamente associada à autoavaliação

de saúde geral, ou seja, quanto maior a escolaridade menor a avaliação de saúde 8,1%.

Os idosos que não praticavam atividade física 25,1%, não consumiam bebida alcoólica

22,6% e apresentavam alguma dificuldade em realizar as atividades habituais da vida

diária (AVD) 49,2% apresentaram maiores prevalências de autoavaliação de saúde

negativa. Houve maior prevalência de autoavaliação de saúde negativa entre os idosos

com maior número de morbidades 42,3%, uso de medicamentos 30,5%, consultas

médicas 28,5% e internações hospitalares 36,4%.

Em relação a DM verificou-se entre as características sociodemográficas, a

menor escolaridade apresentou diferenças estatisticamente significativas com maior

percentual de DM 36,1%. O estado civil viver com companheiro 39,8% apresentou

maior prevalência de DM. No que tange às condições de saúde, ter alguma dificuldade

na execução da AVD 57,9%, maior número de morbidades 48,5%, consumo de maior

número medicamentos 38,7%e maior número de consultas médicas 39,3% foram

significativas com DM. (Tabela 1)

Discussão

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A prevalência de autoavaliação negativa nos idosos com DM foi de 33,1% e

16,5% para não diabéticos (dado não apresentado na tabela). Resultado superior ao

estudo de Loyola et al, 2013(21%), Francisco et al, 2010 (23,7%)e Mendes et al, 2011

(30,21%). Esse aumento na avalição negativa de saúde pode ser justificado pela

questão individual e social. Indivíduos diabéticos podem apresentar restrições

alimentares, necessidade do uso contínuo de medicamentos, frustração pela dificuldade

de alcançar as metas de controle eocorrência decomplicaçõesmacro e microvasculares.

(KIRKMAN et al, 2012)

A prevalência de avaliação de saúde negativa no estudo foi de (19,7%),

semelhante ao Inquérito de Saúde (20,9%). (SZWARCWALD et al, 2005) Em

Campinas, SP a prevalência foi de 10,9%dos idosos, e no Triangulo Mineiro

27,5%.(BORIN et al, 2014; MENEGUCCI et al, 2015) NaHolanda 11,3% e Inglaterra

23,5% em homens e 25,3% nas mulheres. (GALENKAMP et al, 2013; MAVADDAT et

al, 2014)As variações na prevalência de autoavaliação de saúde podem decorrerda

amostra, do questionário, e das diferenças socioeconômicas. A prevalência de DM no

estudo foi de 24,6%. No Brasil, de acordo com Datasus (2012), foi de 22,9% e no

Centro-Oeste 23,3% (2012) .NoVIGITEL, a prevalência de DM autorreferida na

população idosa foi 22,1%, sendo nos homens 20,3% e nas mulheres 23,2%. (BRASIL,

2014) No México24%e Arábia Saudita 28,6%relacionado principalmente a obesidade,

predisposição genética, sedentarismo e consumo de alimentos gordurosos. (PINTO E

BELTRAN, 2015; HÁ E KIM, 2016)

Em relação às características sociodemográficas verificou-se não haver

diferenças estatisticamente significavas entre os sexos e faixa etária conforme apontado

por outros estudos. (FRANCISCO et al, 2010; MENDES et al, 2011) A cor/raça não se

apresentaram associados ao DM. Entretanto, a situação conjugal demonstrou-se

associada nos diabéticos. No que se refere à condição econômica, houve menor

prevalência de DM em idosos com maior escolaridade. Arokiasamyet al (2015),

afirmam que, frequentemente, há maior número de morbidades em indivíduos como

menor nível escolar. A escolaridade pode auxiliar na aquisição de hábitos de vida mais

saudaveis. (MENDES et al, 2011)

No tocante as condições de saúde, a atividade física, consumo de bebida

alcoólica e tabagismo não foram associados ao DM. O estado nutricional não esteve

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associado ao DM. Entretanto o sobrepeso e a obesidade são considerados fatores de

risco para a incidência da doença, justificada pelo aumento de adipocitoquininas e

citoquininas, redução da adiponectina, alterando a deposição de gordura, o aumento da

obesidade abdominal proporciona maior risco do desenvolvimento de DM e devido

aresistência à insulina. (ALSENANY E SAIF, 2015). Embora a atividade física não

tenha sido associada, o sedentarismo contribui para desenvolvimento de DM.

(FRANCISCO et al, 2010)

Idosos com ao menos uma dificuldade na AVD, possuir>4 morbidades e que

consumiam >4 medicamentos estiveram associados a DM. Houve maior frequência de

DM nos indivíduos com maior número de consultas, semelhante em Bambuí, MG.

(LOYOLA et al, 2013)Uma das limitações do presente estudo se refere à DM referida e

não analisada por meio de exames laboratoriais, o que pode subestimar sua prevalência

real. Outro aspecto importante é o instrumento utilizado na autoavaliação de saúde, bem

como a ocorrência do viés de sobrevivência seletiva.

Espera-se que as informações deste estudo possam contribuir na formulação de

políticas públicas de promoção à saúde, diagnóstico e acompanhamento mais efetivos,

visando identificação e modificação dos fatores promotores de autoavaliação negativa

minimizando a morbimortalidade e incapacidade.

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Tabela 1. Autoavaliação de saúde conforme características socioeconômicas, demográficas e condições de saúde em idosos diabéticos e não diabéticos. Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil, 2012.

Características

Diabéticos

Valor de p

Não diabéticos

Valor de p

Autoavaliação Negativa

Valor de p N % n % n %

Sexo 0,405* 0,161* 0,092*

Masculino 29 29,9 44 14,2 73 17,9

Feminino 50 35,2 78 18,2 128 22,4

Faixa etária (anos) 0,817** 0,289** 0,383**

60-69 43 33,6 67 15,8 110 19,9

70-79 24 32,9 32 15,8 56 20,3

> 80 12 31,6 23 20,7 35 23,5

Situação conjugal 0,013* 1,000* 0,176*

Com companheiro (a) 53 39,8 68 16,5 121 22,2

Sem companheiro (a) 26 24,5 54 16,5 80 18,5

Cor/Raça 0,29* 0,692* 0,342*

Branca 31 26,3 66 17,1 97 19,2

Não branca 48 39,7 56 15,9 104 21,9

Escolaridade (anos) 0,041** 0,003** <0,001**

0-4 69 36,1 98 18,7 167 23,3

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5-8 7 25,0 17 15,3 24 17,3

>9 3 15,8 7 6,7 10 8,1

Nível econômico 0,955** 0,117** 0,132**

A/B 11 23,4 23 12,3 34 14,5

C 51 40,5 66 17,8 117 23,5

D/E 17 25,8 33 18,3 50 20,2

Atividade física 0,51* <0,001* <0,001*

Não 62 37,1 96 20,8 158 25,1

Sim 17 23,6 26 9,5 43 12,4

Índice de Massa Corporal (Kg/m2) 0,750* 0,616* 0,418*

< 27 18 31,6 58 17,2 76 19,3

> 27 61 34,3 61 15,7 122 21,5

Tabagismo 0,127** 0,940** 0,231**

Não fumante 30 26,8 59 16,0 89 18,5

Exfumante 39 36,4 42 16,0 81 21,8

Fumante 10 50,0 21 19,6 31 24,4

Consumo de bebida alcoólica 0,127* 0,085* 0,015*

Não 62 36,3 93 18,1 155 22,6

Sim 17 25,0 29 12,9 46 15,6

Atividades de Vida Diária

(número de dificuldades)

0,004** <0,001**

<0,001**

Nenhuma 57 28,6 89 13,5 146 17,0

1 11 57,9 19 45,2 30 49,2

> 2 11 52,4 14 38,9 25 43,1

Número de morbidades 0,001** <0,001** <0,001**

Nenhuma 2 14,3 3 3,2 5 4,6

1 5 17,9 16 8,0 21 9,2

2-3 40 30,5 66 19,0 106 22,1

>4 32 48,5 37 38,5 69 42,3

Número de medicamentos 0,040** <0,001** <0,001**

Nenhuma 4 30,8 6 6,3 10 9,2

1 0 0,0 12 10,5 12 9,8

2-3 15 23,8 20 9,4 35 12,7

>4 60 38,7 84 26,6 144 30,5

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Número de consultas médicas

(último ano)

0,041**

<0,001**

<0,001**

Nenhuma 4 28,6 5 4,9 9 7,7

1 4 18,2 6 6,8 10 9,1

2-3 17 25,8 29 13,9 46 16,7

>4 53 39,3 82 24,3 135 28,5

Número de internações hospitalares (último ano)

0,191** <0,001** <0,001**

Nenhuma 54 30,0 96 15,2 150 18,4

1 16 44,4 11 16,9 27 26,5

2-3 7 41,2 13 38,2 20 39,2

>4 2 33,3 2 40,0 4 36,4

* Teste Exato de Fisher; **Tendência linear.

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ÍNDICE REMISSIVO – Resumos

ALVARENGA, M. R. M., pp. 17, 28, 30, 33, 44 AMARAL, L. K. S., p. 16 AMBROSANO, G. M. B., p. 19 ANDRADE, T. A. C., p. 35 AQUINO, W., p 45

BARBOSA, S. R. M., p. 35 BORGES, J. A. T., p. 37 CLEMM, A. R. R., p. 14 CORREA, G. W. A., p. 24 DUARTE, D. , p. 24 FACCENDA, O. , pp. 17, 30 FERREIRA, R. S., p. 25 FIETZ, V. R, pp. 14, 27 GARCIA, L. L., p. 25 GIACOMASSA, M. S. D., p. 37 GIANLUPI, K., p. 28 GOMES A. M. , p. 35 JACOBSIM, S. C., p. 14 JUNIOR, M. M. T. , p. 24 JÚNIOR, V. A. S., p. 26 LIMA, R. C., pp. 18, 31 MACORINI, L. F. B, pp. 24, 25 MANTOVANI, P. L, p. 18 MARQUES, L. A., pp. 24, 25 MARTINS, A., p. 14 MEDEIROS, M. M. p. 15 MELLO, K.V., p 45 MELLO, L.M.A.V., p 45

MENEGHIM, M. C., p. 19 MONTI, L. L., pp. 20, 38, 40, 42 NARDOQUE, B. G. P., p. 31 NICOLLETO, T. R., p. 14 OLIVEIRA A. N., p. 35 OLIVEIRA, A. M. G., p. 19 OLIVEIRA, B. T. G. M., p. 15 OLIVEIRA, D. S., p. 44 OLIVEIRA, R. D. p, 26 ORTIZ, P. R. F. p. 22 PAULA, F. M., pp. 20, 38, 40, 42 PERACOLLI, V. P. S., p. 14 PINHEIRO, E. A., pp. 20, 38, 40, 42

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PINHO, J. N., pp. 20, 38, 40, 42 RAFAINE, R. P., p. 26 REIS, D. M. M. p. 23 RENOVATO, R. D., p. 30 RIBEIRO, V. S, p. 30 SANTOS, S. C., pp. 20, 38, 40, 42 SASS, G. G., p. 17 SILVA, A. L., p. 13 SILVA, A. O. D. , p. 24 SILVA, F. B. ,p. 33 SILVA, G. M. , p. 25 SILVA,L. A. R., p 26 SILVA, M. G. p. 13 SIQUEIRA, R. M. S., pp. 20, 38, 40, 42 SOARES, B. R., p. 31 SOUZA, L. R. T., p. 25 SOUZA, M. C. C. , pp. 18, 31 SOUZA, R. A. A., p. 14 TARAS, L. K., p. 31 TARASIUK, K, L , p. 22 THIRY, L. C. M., p. 22 VALADARES, M. C., p. 27 VENANCIO, F. A, p. 22 VITOR, C. A. p. 13 VOLPATO, L. F. ,p. 19 WATANABE, E. A. M., p 26 ZANZI, J. V. A. B. , p. 25

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ÍNDICE REMISSIVO – Artigos completos ALVARENGA, M. R. M., p. 60

ANDRADE,V. O., p. 77

DALMAGRO, D. D. O., p. 60

LOUREIRO, M. D. R., p. 90

MONTI, L. L., p. 90

OLIVEIRA, B. T. G. M., p. 60

OLIVEIRA, E. Q., p. 99

ORÉFICE, J. L. F., p. 77

PAULA, F. M., p. 90

PINHEIRO, E. A., p. 90

PINHO, J. N., p. 90

REIS, D. M. M., p. 68

SANTOS, S. C., p. 90

SILVA, A. L., p. 46

SILVA, F. B., p. 60

SILVA, L. A. R., p. 60

SILVA, M. G., p. 46

SIQUEIRA, R. M. S., p. 90

SOUZA, J. C., p. 77

TARASIUK, K. L., p. 54

VENANCIO, F. A., p. 54

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AGRADECIMENTOS

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