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Anais da XVII Semana do Estudante - "Tópicos em Produção de Leite" 1 EXTERIO R E JULGAM ENTO D E BO VINO S D E LEITE Pe dro Frank l in Barbos a 1 D anie l Pupin Costa 2 1 - Introduç ão A descriç ão do tipo econôm ico-m orfológico l e ite iro te m por obje tivo bás ico pe rm itir a cl assificaç ão dos indivíduos por m eio de com paraç ão com o padrã o ide al , q ue m uda de acordo com o te m po e as ne ce s s idade s de m e rcado. Na m aioria dos siste m as de cl as s ificaç ão, com o s e rá v isto m ais adiante, a atribuiç ão de val ore s num é ricos à s partes inte grantes do sistem a de aval iaç ão possibil ita a obtenç ão da som a final q ue s e rá a e xpre s s ã o da aval iaç ã o do anim al . Os objetivos desta pal estra são: 1) apresentar os conceitos teóricos fundam entais re l acionados ao exterior e jul gam e nto de bov inos de l e ite ; e 2) apresentar e praticar um sistem a de aval iaç ão de bov inos de l e ite (Siste m a de M ane jo Ge né tico - GM S ? , da ABS- Pe cpl an). 2 - Conceitos Fundam entais O prim eiro conceito fundam ental em Exterior e Jul gam e nto é a div isão do corpo dos anim ais em regiões: 1) cabe ça (para aval iaç ão de características raciais); 2) pe s coço (para aval iaç ão de caracte rísticas sexuais secundárias); 3) tronco (para aval iaç ão de caracte rísticas econôm icas); e 4) m em bros (para aval iaç ão de caracte rísticas de adaptaç ão e de l onge v idade ). Al guns conceitos são fundam e ntais para o ente ndim ento da arte de jul gam e nto (Peixoto, 19 9 0). A seguir são apresentados os conceitos que devem ser usados de form a apropriada para ev itar inte rpre taçõe s e rrône as s obre aq uil o q ue re al mente se quer dizer. 1) Tipo: é o conce ito m ais im portante e de re l e vâ ncia acim a da própria raça. O tipo é a form a ou estrutura do corpo de um anim alq ue pe rm ite s e u m e l h or de s e m pe nh o num a determ inada funç ão produtiva (Vaugh an, 19 41). 1 Pe s q uis ador e m M e l h oram ento Gené tico Anim al . Em brapa Pe cuária Sudeste , Caixa Postal 339 , 13560-9 70, São Carl os, SP. Endereço El e trônico: [email protected] 2 Z oote cnista, ABS- Pe cpl an, São Carl os, SP. H om e Page : w w w .abspecpl an.com .br

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Anais da XVII Semana do Estudante - "Tópicos em Produção de Leite"

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EXTERIO R E JULGAM ENTO DE BO VINO S D E LEITE

Pe dro Frank lin Barbosa1

Danie l Pupin Costa2

1 - Introdução

A de s crição do tipo e conôm ico-m orfológico le ite iro te m por obje tivo bás ico pe rm itira class ificação dos indivíduos por m e io de com paração com o padrão ide al, q ue m uda deacordo com o te m po e as ne ce s s idade s de m e rcado.

Na m aioria dos s iste m as de clas s ificação, com o s e rá visto m ais adiante , aatribuição de valore s num é ricos à s parte s inte grante s do s is te m a de avaliação pos s ibilitaa obte nção da s om a final q ue s e rá a e xpre s s ã o da avaliação do anim al.

O s obje tivos desta pale s tra s ão: 1) apre s e ntar os conce itos te óricos fundam e ntaisre lacionados ao e xte rior e julgam e nto de bovinos de le ite ; e 2) apre s e ntar e praticar ums iste m a de avaliação de bovinos de le ite (Siste m a de M ane jo Ge né tico - GM S? , da ABS-Pe cplan).

2 - Conce itos Fundam e ntais

O prim e iro conce ito fundam e ntal e m Exte rior e Julgam e nto é a divis ão do corpodos anim ais e m re giõe s :

1) cabe ça (para avaliação de caracte rísticas raciais);2) pe s coço (para avaliação de caracte rísticas s exuais s e cundárias);3) tronco (para avaliação de caracte rísticas e conôm icas); e4) m e m bros (para avaliação de caracte rísticas de adaptação e de longe vidade ).Alguns conce itos s ão fundam e ntais para o e nte ndim e nto da arte de julgam e nto

(Pe ixoto, 19 9 0). A seguir s ão apre s e ntados os conce itos q ue de ve m s e r usados deform a apropriada para e vitar inte rpre taçõe s e rrône as sobre aq uilo q ue re alm e nte s e q ue rdize r.

1) Tipo: é o conce ito m ais im portante e de re le vâ ncia acim a da própria raça. O tipo é aform a ou e s trutura do corpo de um anim al q ue pe rm ite s e u m e lh or de s e m pe nh onum a de te rm inada função produtiva (Vaugh an, 19 41).

1 Pe s q uisador em M e lh oram e nto Ge né tico Anim al. Em brapa Pe cuária Sude ste , Caixa Postal 339 ,

13560-9 70, São Carlos , SP. Ende reço Eletrônico: [email protected] Z oote cnista, ABS- Pe cplan, São Carlos , SP. H om e Page : w w w .abspecplan.com .br

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2) Função Produtiva: é um a função fisiológica q ue dá orige m a um a utilidade ou a ums e rviço, e m prove ito do h om e m .

3) Raça: para de finir be m o te rm o, h á ne ce s s idade de s e re unir os s e guinte s ele m e ntos :a) s e m e lh anças dos anim ais;b) h e re ditarie dade dos caracte re s e q ualidade s;c) am bie nte s e m e lh ante para e xpre s s ã o dos caracte re s e das q ualidade s;d) orige m com um ;e ) conve nção (re gis tro ge ne alógico).

4) Constituição: é a e xpre s s ã o da organização anatôm ica e fis iológica do anim al,de te rm inando s e u com portam e nto face à s condiçõe s do am bie nte : variaçõe sclim áticas , alim e ntação, m ane jo, e tc. A constituição de um anim al e s tá as sociada adois outros atributos e conom icam e nte im portante s para a produção: adaptação elonge vidade . A boa constituição s e divide e m robusta (gado de corte ) e s e ca (gadode le ite ); a m á pode s e r gros s e ira e dé bil.

5) Conform ação: conjunto de atributos m orfológicos e xte rnos q ue caracte rizam o gruporacial ao q ual pe rte nce o anim al e m julgam e nto. Está intim am e nte as sociado com araça do anim al. H á te ndê ncia de s e julgar anim ais com o be m conform ados q uandoapre s e ntam proporçõe s h arm oniosas do corpo e bom e q uilíbrio ge ral e ntre as parte s .

6) Condição: re fe re -s e ao e s tado atual e m re lação ao fim a q ue s e de s tina o anim al;indica s e o anim al s e e ncontra apto para o de s e m pe nh o de um a função. O re produtorgordo e a vaca m agra e s tão fora de condição.

7) Qualidade : é indicada pe la ine xistê ncia de atributos gros s e iros nas estruturas ós s e a em uscular, pe lo re finam e nto ge ral do corpo e pe la pe rfe ição de s uas dife re nte s parte s .

8) Sim e tria: é o e q uilíbrio h arm onioso e ntre as proporçõe s e as parte s do corpo doanim al. Influe ncia m uito a q ualidade dos anim ais .

9 ) Estilo: é a e xpre s s ão natural das atitude s e dos m ovim e ntos do anim al e da e s té ticado corpo. As aparê ncias de força, e ne rgia, porte , com binadas com a m asculinidadeou a fe m inilidade indicam o e s tilo do anim al.

10) Te m pe ram e nto: é a e xpre s s ã o natural da organização ne rvosa do anim al e não de ves e r confundido com índole . O te m pe ram e nto é clas s ificado da s e guinte form a:

a) Vivo ou ativo (de s e jáve l) ou Ne rvoso (inde s e jáve l)b) Linfático (de s e jáve l) ou Indole nte (inde s e jáve l)

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11) Índole : de te rm inada pe los atos e re açõe s do anim al fre nte à s condiçõe s do am bie nte(principalm e nte durante as práticas de m ane jo). Da m e s m a form a q ue ote m pe ram e nto, pode s e r class ificada e m :

a) Boa: anim al m anso, dócilc) M á: anim al bravio.

12) Construção (tam anh o da e s trutura corporal – Frame Size): de finida pe la proporçãoe ntre a altura e o com prim e nto do corpo, q ue varia de acordo com o tipo, a raça e aidade do anim al. O s anim ais do tipo com pacto s ão baixos e curtos e os de tipolongilíne o s ão altos e com pridos . O s anim ais do tipo conve ncional s e s ituam num apos ição inte rm e diária.

13) Substâ ncia: é um a q ualidade q ue s e aplica ao de s e nvolvim e nto ós s e o do anim al.D iz-s e q ue o anim al te m substâ ncia q uando, pe lo e xam e e xte rno, constata-s e q ues e us ossos s ão be m form ados , com raios de bom de s e nvolvim e nto e articulaçõe ss e cas e nítidas .

14) Vigor: é a som a dos atributos q ue indicam o bom e s tado de s aú de e de nutrição doanim al.

15) Inte gridade : aus ê ncia de taras e de fe itos , e m q ualq ue r grau. Aplica-s e tam bé m à sre giõe s do corpo e m particular com o, por e xe m plo, te tas ínte gras .

16) Aparê ncia Ge ral: é o conjunto de atributos re lacionados com o pe s o (de acordo coma idade ), a conform ação (de acordo com a raça), a condição, a q ualidade , o vigor, eo te m pe ram e nto do anim al.

17) Padrão racial: é a de s crição das caracte rísticas de s ejáve is de um a raça, para fins dere gistro ge ne alógico, incluindo os defe itos pe rm is s íve is e os desclass ificante s .

18) Escala de pontos : é um a tabe la com a de s crição orde nada e re s um ida dascaracte rísticas ide ais de um a raça, e m q ue as re giõe s do corpo tê m um valornum é rico m áxim o, de acordo com sua im portâ ncia para avaliação do anim al.

3 - Te rm os aplicados à s re giõe s do corpo

Na Ezoognós ia, alguns te rm os s ão e s pe cíficos das re giõe s do corpo dos anim ais e ,por is so, tê m s ignificados particulare s . Na s e q ü ê ncia s ão apre s e ntados os te rm os m aisutilizados de acordo com Pe ixoto (19 9 0).

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1) Be le za: atributo de um a re gião q ue pre e nch e todos os re q uis itos para o bomde s e m pe nh o de s ua função. Pode s e r:

a) Absoluta: q ue de ve s e r e ncontrada e m q ualq ue r anim al (bons aprum os , pore xe m plo);

b) Re lativa: q uando de pe nde da função e xe rcida pe lo anim al (ú be re volum oso,por e xe m plo).

2) D e fe ito: contrário de be le za. Pode s e r absoluto ou re lativo. Para fins de re gis troge ne alógico, os defe itos class ificam -s e e m :

a) D e s class ificante sb) Pe rm is síve is : m uito le ve , l e ve , pouco ace ntuado, ace ntuado, m uito ace ntuado, e xtre m o.

3) Apare nte : re gião be m nítida, cujos contornos s ão facilm e nte pe rce bidos pe lo e xam evisual (linh a dorsal apare nte , por e xe m plo). O s e u antagônico é apagado ou abatido(e xe m plo: culote abatido).

4) Forte : atributo de um a re giã o be m constituída, com bom s uporte anatôm ico: ós s e o,m uscular ou te ndinoso (e xe m plo: jarre te s forte s). O s e u antagônico é fraco, q ue s eaplica à re giã o com m au s uporte anatôm ico (e xe m plo: q uarte las fracas).

5) Le ve : re gião de os satura fina ou m usculatura pouco de s e nvolvida, m as proporcionalao conjunto do corpo (e xe m plo: pe s coço le ve ). O s e u antagônico é pe s ado(e xe m plo: ore lh as pe s adas).

6) D elicado: atributo de um a re gião le ve , m as forte (cabe ça de licada) e o antagônico égros s e iro, q uando a re gião s e m ostra pe s ada e fraca (e xe m plo: cabe ça gros s e ira).

7) Se co: atributo de um a re giã o q ue é de s carnada, s e m e xce s s o de m ú s culo (náde gass e cas). O antagônico é ch e io ou fornido (e xe m plo: garupa ch e ia).

8) Re to: q uando a re giã o do corpo do anim al é re ta e m sua linh a principal (ch anfrore to). O antagônico é de sviado (m e m bros de sviados).

9 ) Lim po: atributo de um a re gião livre de gordura ou de te cido s ubcutâ ne o e m e xce s s o(os sos lim pos). O antagônico é e m pastado (jarre te s e m pastados).

10) Cortante : re gião alongada e s alie nte (dorso cortante ).

11) Anguloso: atributo de um a re giã o cujas articulaçõe s s ão be m apare nte s (garupaangulosa).

12) Profundo: é a e xte ns ão de um a re gião m e dida no s e ntido ve rtical (tórax profundo).

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13) Nive lado: atributo de um a re gião cuja pos ição s e aproxim a da h orizontal (garupanive lada).

14) Cavado: q uando um a re giã o é re e ntrante ou de prim ida (fronte cavada).

15) Agarrada: é um a re giã o be m unida ou justaposta (um bigo agarrado).

16) Enxuto: atributo de um a re gião e m boas carne s , ne m m agra, ne m gorda (pe s coçoe nxuto).

17) D e s cos ido: s ituação de um a re giã o m al aplicada ou m al ins e rida (e s páduasde s cosidas).

19 ) Vício: de fe ito de orde m m oral, q ue pode s e r congê nito ou adq uirido.

20) Tara: q ualq ue r s inal e xte rno de le s ão q ue pos sa de pre ciar o anim al.

4 - Te rm os re gionais

Alguns te rm os s ão m ais com uns e m dife re nte s re giõe s ge ográficas e , por is so, asua de s crição é im portante para q ue s e jam utilizados de form a ade q uada. São e xe m plosde s s e s te rm os re gionais :

1) Acole tado: anim al com tórax de prim ido, e s tre ito, pouco profundo, dando aim pre s s ão de e s tar m e tido num cole te ape rtado.

2) Cangado: aplica-s e ao pe s coço de bordo s upe rior cavado, te nde ndo para ah orizontal.

3) D e cote : re e ntrâ ncia caracte rística no te rço supe rior ou m é dio da barbe la, tam bé mde nom inado piq ue .

4) D e s goe lado: anim al de barbe la re duzida.

5) Escorrido: aplica-s e a um a re gião m uito inclinada ou caída (q uartos tras e irose s corridos).

6) Gate ado: diz-s e do olh o e sve rde ado, com o o de gato, à s ve ze s e s branq uiçadosou rajados .

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7) M e nso: anim al cuja linh a dorso-lom bar s e apre s e nta inclinada, e le vando-s e m uitona parte tras e ira.

8) M ane iro: anim al de talh e pe q ue no, re ve lando de licade za de form as .

5 - Principais m e didas

Se gundo Jardim (19 85), é de e xtre m a im portâ ncia q ue s e s aiba com o tom ar asm e didas corre tas do corpo do anim al, para um m e lh or e nte ndim e nto dos índice szoom é tricos . Es sas m e didas s ão apre s e ntadas da s e guinte m ane ira:

1. M e didas de Altura: re fe re m -s e à altura de de te rm inada re giã o ao solo, ou e ntreduas re giõe s , no s e ntido ve rtical. As m ais com uns , s ão as s eguinte s :

a) Altura da ce rne lh a: é a ve rtical baixada de ponto logo atrás da giba.b) Altura do tórax: é a distâ ncia tom ada e ntre as duas linh as , s upe rior e infe rior

do tórax, tange nciando o â ngulo dorsal da e s pádua. Tam bé m ch am ada altura dope ito.

c) Altura do dorso: é a pe rpe ndicular baixada do m e io do dorso ao s olo.d) Altura do lom bo: é a pe rpe ndicular tirada do m e io da linh a lom bar ao s olo.e ) Altura da anca: é a pe rpe ndicular baixada do â ngulo supe rior da anca ao s olo.f) Altura do sacro: é a ve rtical tirada do ponto m ais alto do os so sacro ao s olo.g) Altura da Ins e rção de cauda: é a ve rtical baixada da ins e rção sacro-coccige ana

ao solo.h ) Altura do e s te rno (do pe ito): é a ve rtical baixada do e s te rno ao solo, e ntre os

m e m bros ante riore s .i) Altura da ponta da e s pádua: é a ve rtical do m e io da articulação e s cápulo–

um e ral ao s olo.j) Altura do cotove lo: é a ve rtical da ponta da articulação ú m e ro-rádio-cubital ao

solo.k ) Altura do joe lh o: é a ve rtical tirada do m e io da face ante rior do joe lh o ao s olo.l) Altura da s oldra: é a ve rtical baixada da e xtre m idade infe rior da articulação

fê m ur-rótulo-tibial ao solo.

2. M e didas de com prim e nto: de te rm inam as distâ ncias no se ntido longitudinal docorpo:

a) Com prim e nto total do corpo: distâ ncia da m arrafa à ins e rção da cauda.b) Com prim e nto do corpo: distâ ncia e ntre a ponta da e s pádua e a ponta da

náde ga.c) Com prim e nto h orizontal do corpo: distâ ncia h orizontal da ponta da e s pádua ao

m e io da náde ga. As duas m e didas e nunciadas e m b e c pode m s e r tom adas deduas m ane iras : aplicando a fita m é trica ao contorno das m as sas m usculare s e

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coste las, ou m e diante o uso do bastão q ue dá a m e dida re ta do plano q uetange ncia a face late ral.

d) Com prim e nto da cabe ça: distâ ncia e ntre o m e io da m arrafa e o ce ntro do bordodo lábio s upe rior.

e ) Com prim e nto do pe s coço: distâ ncia do ce ntro da nuca ao m e io da ce rne lh a.f) Com prim e nto do tórax: distâ ncia e ntre a ponta de e s pádua e o m e io da ú ltim a

falsa coste la.g) Com prim e nto do flanco: distâ ncia do â ngulo ante rior e xte rno do íle o ao ponto

m ais próxim o da ú ltim a coste la.h ) Com prim e nto da garupa: distâ ncia da ponta da anca à ponta da náde ga

(tube ros idade is q uiática).i) Com prim e nto da e s pádua: distâ ncia do m e io do bordo supe rior da e s pádua à

ponta de e s pádua.j) Com prim e nto e s te rno-íle o-is q uial: distâ ncia tom ada com a fita m é trica sobre o

corpo, e ntre a e xtre m idade ante rior do e s te rno e a ponta da náde ga, pas sandope lo m e io do braço e a ponta da anca.

l) Com prim e nto do ch ifre : D istâ ncia da bas e do ch ifre à sua e xtre m idade , tom adacom fita para adaptar-s e à curvatura.

3. M e didas de largura: re fe re m -s e à s distâ ncias e ntre dive rsos pontos do corpo nos e ntido transve rsal ao s e u e ixo longitudinal.

a) Largura do pe ito: distâ ncia e ntre as pontas d e e spáduas .b) Largura do tórax: dis tâ ncia e ntre duas linh as late rais q ue pas sam pe los â ngulos

dorsais das espáduas . Tam bé m ch am ada largura das cilh as .c) Largura do costado: a m e s m a m e dida ante rior, poré m , tom ada na m e tade do

com prim e nto do costado.d) Largura do lom bo: distâ ncia transve rsal do lom bo tom ada Em s ua porção

m e diana.e ) Largura das ancas : distâ ncia e ntre os dois â ngulos, ante rior e e xte rno dos íle os .f) Largura da bacia: distâ ncia e ntre as duas articulaçõe s coxo-fe m urais .g) Largura das pontas de náde gas : dis tâ ncia e ntre os bordos e xte rnos das duas

tube rosidade s is q uiáticas .h ) Largura da cauda: distâ ncia e ntre os bordos e xte rnos da bas e da cauda.i) Largura da cabe ça: diâ m e tro transve rsal da cabe ça, tom ado e ntre as arcadas

supra-orbitárias .

4. M e didas de perím e tro:

a) Pe rím e tro torácico s im ple s : contorno ao re dor do tórax, pas sando pe locilh adouro e cortando pe rpe ndicularm e nte a linh a do dorso.

b) Pe rím e tro torácico oblíq uo: contorno tom ado com os m e s m os pontos dere fe rê ncia, pas sando poré m a fita m é trica por e ntre os braços na inte r-axila.

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c) Pe rím e tro do ve ntre s (ve ntral ou abdom inal): contorno do ve ntre , tom ado aoníve l do um bigo.

d) Pe rím e tro e s piral: dis tâ ncia da ponta do e s te rno à ponta de náde ga do outrolado, pas sando pe lo m e io da e s pádua, m e io do dorso e a ponta da anca.

e ) Pe rím e tro do focinh o: contorno do focinh o tom ado logo atrás das com is suraslabiais .

f) Pe rím e tro do ch ifre s : contorno do ch ifre s , tom ado do lado dire ito, junto à bas edo ch ifre s .

g) Pe rím e tro da cane la: contorno da cane la tom ado na altura do ce ntro da re giãom e tacarpiana ou m e tatars iana.

h ) Pe rím e tro longitudinal do corpo: contorno do corpo, partindo da ponta doe s te rno, ponta da e s pádua, dirigindo-s e obliq uam e nte ao níve l do flanco,pe la ponta da anca, até a ponta de náde ga, e daí à outra ponta denáde ga, e voltando pe lo outro lado, pe lo cam inh o inve rso até o ponto departida.

i) Contorno pe lviano: contorno tom ado de um a rótula à outra, pas sando pe la faceposte rior do tronco, num a linh a parale la ao solo.

6 - Índice s zoom é tricos

D e fine -s e com o índice zoom é trico a re lação e ntre duas m e didas ou e ntre o pe s o eum a m e dida (Jardim , 19 85). O s índice s zoom é tricos s ão valiosos no e s tudo e nade s crição de tipo, de raças e de indivíduos .

O s índice s zoom é tricos m ais e m pre gados s ão:

1) Com pacidade = (peso vivo, e m k g/altura na ce rne lh a – 100 cm ); varia de 20 a 28(gado de corte ) e é m e nor q ue 18 e m gado le ite iro.

2) Torácico = (Largura torácica, e m cm x 100/altura do tórax); varia de 80 a 9 0 (gadode corte ) e de 60 a 75 (gado de le ite ).

3) Conform ação = (Pe rím e tro torácico, e m cm , ao q uadrado/Altura na ce rne lh a, e mcm ); varia de 4 a 5 (gado de corte ) e de 2,5 a 3 (gado de le ite ).

4) Corporal = (Com prim e nto do corpo, e m cm , x 100/Pe rím e tro torácico, e m cm ); variade 70 a 74 (gado de corte ) e de 78 a 88 (gado de le ite ).

5) Pe lviano = (Largura da anca, e m cm , x 100/Com prim e nto garupa, e m cm ); varia de105 a 120 (gado de corte ) e de 9 0 a 9 8 (gado de le ite ).

6) Dáctilo-Torácico = (Pe rím e tro da cane la ante rior, e m cm , x 100/Pe rím e tro torácico,e m cm ); é m e nor q ue 10 (gado de corte ) e varia de 10 a 12 e m gado de le ite .

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7) Ce fálico = indica s e a raça é braq uicé fala ou dolicocé fala, ou s e ja, pos sui crâ niocurto ou longo. Índice ce fálico = (Largura da cabe ça, e m cm /Com prim e nto dacabe ça, e m cm ) x 100. Lim ite s : supe rior a 100 (Dolicocé falo) e Infe rior a 100(Braq uicé falo).

8) Índice de Se tte gast: é dado pe la re lação e ntre os trê s ele m e ntos q ue constitue m ocom prim e nto do corpo. Quatro ve rticais s ão usadas para de m arcar os trê s ele m e ntosdo com prim e nto do corpo: 1º) pas sando pe la ponta da e s pádua; 2º) pe lo â ngulosupe rior da m e s m a re giã o; 3º) pe la ponta da anca; e 4º) pe la ponta da náde ga.Se tte gast (apud Jardim , 19 85) de u valor 24 ao com prim e nto do corpo (distâ nciae ntre a ponta da e s pádua e a ponta da náde ga do m e s m o lado) e o valor 8 a cada umdos trê s ele m e ntos , de tal form a q ue 24 = 8 + 8 + 8, e cons ide rou com o be mconform ado todo anim al q ue apre s e ntas s e a re lação de 8:8 e ntre o prim e iro e oú ltim o e le m e ntos . O índice de Se tte gast (re lação e ntre o prim e iro e o te rce iroe le m e ntos do com prim e nto do corpo) para gado de corte varia de acordo com o s e xodos anim ais :

a) Touros = 6:8; 7:8; 7:7; 8:8.b) Vacas = 6:8; 7:7.

Quando os ele m e ntos re pre s e ntados pe los tre ns ante rior e poste rior apre s e ntamre lação de 7:8, o anim al é cons ide rado com o s e ndo re gular. Quando a re lação for de 5:7o anim al é m au conform ado porq ue apre s e nta e le m e nto m é dio m uito longo (12). Oíndice ide al s e ria de 8:8.

7 - 0 Juiz

Se gundo Ensm inge r (19 83), o juiz é a pe s soa e s colh ida para analisar os m é ritosre lativos dos anim ais pre s e nte s no julgam e nto. Julgam e nto é um trabalh o difícil e re q ue rgrande re s ponsabilidade . O juiz te m a função de e s colh e r os ve nce dore s , por is s o podeagradar ou de s agradar m uitas pe s s oas . Para m e lh or ou para pior, e le pode m udarprogram as de m e lh oram e nto e afe tar os padrõe s de um a raça. As aptidõe s de um bomjuiz s ão (e m orde m alfabé tica e não ne ce s s ariam e nte na orde m de im portâ ncia):

- Capacidade de com paração- Capacidade de obse rvação- Com pe tê ncia- Com pre e nsão- Conh e cim e nto- Corage m- Crité rio.

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O utros autore s , com o H utton (s .d) por e xe m plo, re lacionam outras q ualidade s q ueum bom juiz de ve te r: inte gridade , conh e cim e nto, organização, profissionalism o,corage m , conh e cim e nto das re gras de julgam e nto, de dicação, inspiração e , talve z om ais im portante , um bom s e ns o de h um or.

Um juiz de bovinos não de ve dize r q ue e le e s tá s e m pre ce rto, m as deve s e r s e m precapaz de dize r q ue fe z o m e lh or q ue pôde para class ificar os anim ais e m julgam e nto dem ane ira ade q uada, de acordo com o crité rio adotado, e apre s e ntar suas razõe s dem ane ira convince nte .

8 - Re gras ú te is para bons julgam e ntos

Algum as re gras ú te is para bons julgam e ntos , e s pe cialm e nte de dicadas aos juize siniciante s , foram de s critas por M cCraine (19 69 ) e Re ze nde (19 74). A seguir éapre s e ntada um a re lação re s um ida de s s as re gras :

1 - Nunca pe rcorre r os galpõe s ante s do julgam e nto e s im após o té rm ino dom e s m o, com e ntando alguns com os e xpos itore s s e for o caso.

2 - Se s urgir algum a crítica, um a boa re s posta é "um a coisa é um anim al de ntrodo galpão e outra coisa de ntro da pista".

3 - O s anim ais deve m m ove r-s e no s e ntido dos ponte iros do re lógio e o juiz indica,por m e io de ge s tos , q uando q ue r q ue cam inh e m ou pare m .

4 - Prim e ira inspe ção ao e ntrar na pista: de fre nte (cabe ça, largura do pe ito eaprum os dos m e m bros ante riore s ), de lado (corpo e m ge ral: pe s coço, pale ta,costado e garupa) e de trás e por cim a (garupa, pe rnas e pé s , aprum os ,ce rne lh a, bacia e re giã o dorso-lom bar); o e xam e individual de ve duraraproxim adam e nte 30 s e gundos .

5 - O juiz fica no ce ntro da pista, de 6 a 8 m e tros de distâ ncia, ve ndo os anim aiscam inh are m no pe ríodo de duas voltas na pista, q ue é s uficie nte , e ne s tepe ríodo im agina as colocaçõe s . Todos os anim ais deve m s e r e xam inados como m e s m o inte re s s e .

6 - Um a ve z parados e m fila indiana, re visar cada anim al individualm e nte , dos doislados , de fre nte e por trás .

7 - Com os anim ais parados e dispostos lado a lado (o m ais próxim o pos síve l umdo outro), o juiz de ve re alizar a s e gunda avaliação e s tática.

8 - Colocar cada anim al para cam inh ar e m linh a re ta por até 40 m e tros e re alizar aavaliação dinâ m ica individual.

9 - D e cidida a class ificação, o juiz de ve colocar os anim ais na orde m pre fe rida,pe rcorre r as colocaçõe s e re com e ndar q ue os 5 ou 6 anim ais prim e iroscolocados cam inh e m , com igual distâ ncia e ntre e le s . Um a volta na pista ésuficie nte para de cidir de finitivam e nte .

10 - Se for ne ce s sária um a troca de pos içõe s , é m e lh or o de trás pas sar para fre ntedo q ue re m ove r o da fre nte para a class ificação de trás .

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11 - Ante s de com unicar a de cis ão final ao s e cre tário, s e for ne ce s sário o juiz de vere visar novam e nte todos os anim ais clas s ificados , cam inh ando pe la fre nte evoltando por trás de cada anim al.

12 - D e cidida a class ificação final, os anim ais s ão colocados na orde m pre fe ridape lo juiz, s e m pre de fre nte para o pú blico.

13 - Para cada cate goria ge ralm e nte 20 m inutos s ão s uficie nte s . Um juiz de m oradopre judica o e s pe táculo por aborre ce r e cansar o pú blico. O juiz de ve andarrápido, s e guro, s e m titube ios q ue faze m pe rde r te m po.

14 - Alguns juize s pre fe re m e s colh e r e nq uanto os anim ais andam , clas s ificando om e lh or e os outros a s e guir na orde m para logo alinh á-los. Qualq ue r q ue s e jao proce dim e nto, e s te de ve s e r o m e s m o para todas as cate gorias .

15 - Quando h ouve r dú vidas com 2 ou 3 anim ais , um proce dim e nto re com e ndáve lé o de le var e s s e s anim ais a um canto isolado da pis ta de julgam e ntocam inh ando juntos , com pará-los e de cidir.

9 - Re gras ú te is para com e ntários do julgam e nto

Um a parte m uito im portante de q ualq ue r e xpos ição de anim ais é a justificativa daclass ificação de pois q ue a cate goria for julgada. Isto pode constituir e m grandecontribuição ao valor e ducacional da e xpos ição.

Da m e s m a form a q ue para as re gras ú te is durante o julgam e nto, alguns autore s(M cCraine , 19 69 ; Re ze nde , 19 74; W yth e Jr., s .d.) tam bé m de s cre ve ram algum as re grasú te is para a apre s e ntação das razõe s da class ificação dos anim ais e m cada cate goria.Es sas re gras s ão de s critas a s e guir, de form a re s um ida:

1 - O juiz de ve e xplicar as razõe s de s ua de cis ão e m voz alta e clara: não s ee xce de r e m cada anim al, s e r conciso, pre cis o e e xplicar até o 4º ou 5º prê m io,q uando julgar conve nie nte .

2 - Quatro ou cinco razõe s e m linguage m clara e té cnica (m as não pe dante ) s ãosuficie nte s para justificar a de cis ão.

3 - O com e ntário de cada cate goria ou cam pe onato não de ve e xce de r o te m po de2 m inutos .

4 - O juiz de ve e vitar com e ntários sobre o futuro do anim al, porq ue julga o q ue vêe não o q ue acre dita ve r.

5 - Ao analisar convé m obs e rvar e falar de cada anim al de um a só m ane ira,re fe rindo-s e ao m e s m o de fre nte para trás , com e ntando as q ualidade s dasre giõe s do corpo (cabe ça, pe s coço, tronco e m e m bros) s e paradam e nte , enovam e nte de trás para a fre nte com e ntando a h arm onia (s im e tria) e ode s e nvolvim e nto das re giõe s do corpo com o um todo. A linguage m de ve s e re xe rcitada e pre cisa.

6 - A anális e ou a crítica e xage radas a um anim al de ve m s e r e vitadas No caso decrítica e xage rada, é pre fe ríve l ignorar o anim al.

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7 - Evitar re pe tir com fre q ü ê ncia: m uito bom , bom , m uito ruim , agrada-m e ete rm os s em e lh ante s porq ue contribue m pouco para o e nte ndim e nto dasrazõe s .

8 - Se m pre q ue pos síve l usar e xpre s s õe s tais com o: gostaria de ve r e s s e anim alcom m aior volum e de poste rior, m aior profundidade , m e lh or acabam e nto decarcaça, m e lh or caracte rização s e xual s e cundária, m e lh ore s aprum osposte riore s , e tc., e s pe cialm e nte q uando algum de s s e s as pe ctos te nh a s idode cis ivo na clas s ificação dos prim e iros colocados .

9 - Fras e s com o: pre cios idade , re alm e nte atrae nte , h oje é o dia de le , m e s m oq uando acom panh adas do vocabulário corre to, pode m s e r usadas m as nãocontribue m para a e ducação do pú blico.

10 - Te rm ine o com e ntário de cada cate goria com um a discus s ão dascaracte rísticas d e s ejáve is dos anim ais classificados nos últim os lugare s ,incluindo os pontos inde s e jáve is e porq ue e le s foram clas s ificados daq ue lam ane ira.

10 - M é todos de julgam e nto

“Julgam e nto é a arte de de te rm inar as q ualidade s de um anim al, com parando-ascom o tipo ide al ou com um padrão conh e cido” (ISID O RE, 19 34).

D e acordo com SAM PAIO (19 9 0), s ão trê s os m é todos de julgam e nto ch am adostradicionais :

1º) M é todo Individual2º) M é todo Com parativo3º) M é todo de Eficiê ncia Funcional

1º) M é todo Individual: Para avaliar o indivíduo is oladam e nte . Tam bé m ch am ado deavaliação de tipo. Cons iste no e xam e das dive rsas re giõe s do corpo do anim al, tantodaq ue le s q ue re lacionam com a sua função e conôm ica, com o das caracte rísticas raciaise s e xuais . Pode s e r fe ito de duas m ane iras :

a) Escala de pontos;b) Visual.

Escala de pontos : é um a de s crição re s um ida e m e tódica do anim al ide al de ntro daraça. As re giõe s do corpo do anim al te m um valor num é rico m áxim o, de acordo com s uaim portâ ncia. O total de pontos obtidos s e ria aplicado a um a e s cala de clas s ificação, q uepe rm ite form ar conce ito global do anim al.

Visual: s ão obs e rvadas as parte s do anim al com re lação ao aspe cto m orfológico eform a-s e um conce ito global q uanto ao níve l de q ualidade . Usado principalm e nte nase xpos içõe s .

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2º) M é todo com parativo: o princípio do julgam e nto é procurar e ncontrar dife re nças noe xte rior dos anim ais e m anális e e colocá-los e m um a s e q ü ê ncia conform e a orde m depre fe rê ncia (Lim a, 19 9 0).

Para q ue s e pos sa distinguir e avaliar as dife re nças, é pre cis o:1) Conh e ce r as caracte rísticas da raça a q ual pe rte nce o anim al;2) Conh e ce r a form a de todas as re giõe s e particularidade s do corpo do bovino,

pois define m o tipo;3) Conh e ce r o tipo com e rcialm e nte pre fe rido.

O julgam e nto nas e xpos içõe s te m por finalidade de te rm inar os m e lh ore s anim ais alie xpostos . Para a e s colh a do m e lh or anim al num a e xpos ição, o tipo é cons ide rado e mprim e iro lugar. Atualm e nte , o pe s o pas sou a s e r um e le m e nto auxiliar na e s colh a dom e lh or. Alé m das caracte rísticas de um bom produtor de carne , o anim al érigorosam e nte analisado s ob o ponto de vista dos padrõe s raciais e só s e rá class ificadoaq ue le q ue s atisfize r todas as e xigê ncias .

O julgam e nto com parativo é re alizado atravé s de avaliaçõe s e s tatísticas edinâ m icas , e m cinco e tapas suce s s ivas (Tos i, 19 9 0):

1ª) Prim e ira Avaliação D inâ m ica: os anim ais s ão postos a cam inh ar ao pas so, e mfila indiana de acordo com a idade (do m ais novo para o m ais ve lh o na cate goria),form ando um círculo cujo raio de ve s e r de aproxim adam e nte 10 m e tros , de form a ape rm itir a obs e rvação e q ü idis tante de todo o grupo. Ne s ta e tapa s ão e fe tuadasobs e rvaçõe s individuais de cada re gião do corpo, iniciando-s e pe la cabe ça, gravando-s eos de fe itos (s e h ouve r) e as bele zas , e te rm inando nos aprum os dos m e m brosposte riore s . As proporçõe s corporais tam bé m s ão avaliadas ne s ta e tapa, be m com o ascaracte rísticas raciais , cobe rtura m uscular, linh a s upe rior, profundidade do tórax,com prim e nto do corpo e da garupa, form a, volum e e s uste ntação do ve ntre , h arm oniage ral, te m pe ram e nto, vigor e de s e nvolvim e nto corporal (pe s o e tam anh o do corpo). Aom e s m o te m po e m q ue s ã o fe itas as obse rvaçõe s individuais , tam bé m s ão re alizadas ascom paraçõe s e ntre todos os inte grante s do grupo e m julgam e nto.

2ª) Prim e ira Avaliação Estática: os anim ais s ão colocados e m fila indiana, e m linh are ta, e e m e s tação. O juiz e xam ina os anim ais de perfil, postando-s e à um a distâ nciam áxim a de 6 m e tros . Assim pode obs e rvar os detalh e s de cada re gião do corpo.

3ª) Se gunda Avaliação Estática: os anim ais s ão dis postos lado a lado, afastados de1 a 2 m e tros e ntre s i para e vitar acide nte s e pe rm itir q ue o juiz avalie cada anim alindividualm e nte . Pe la fre nte , o juiz e xam ina as caracte rísticas raciais , tam anh o, form atoe disposição das ore lh as , os aprum os dos m e m bros ante riore s e a largura do pe ito.Colocando-s e por trás do grupo de anim ais e m julgam e nto, obs e rva-s e o arq ue am e ntodas coste las, am plitude e h orizontalidade da garupa, a cobe rtura m uscular dos q uartostras e iros e os aprum os dos m e m bros poste riore s .

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4ª) Se gunda Avaliação D inâ m ica: cada anim al cam inh a e m linh a re ta, numpe rcurso de até 40 m e tros , s e ndo obs e rvado nos s eus aprum os ante riore s e poste riore s ,nos m ovim e ntos parasíticos (para fora ou para de ntro da traje tória re ta) e no balançolate ral das e s páduas .

5ª) Avaliação D inâ m ica Final: O s anim ais s ão colocados novam e nte e m filaindiana, e m círculo, para a avaliação de e nce rram e nto, e a de finição das pre m iaçõe s . Ojuiz já te m o le vantam e nto das q ualidade s e dos defe itos de cada anim al e , atravé s deum ú ltim o confronto, aproxim ando os anim ais de m aior e q uivalê ncia, de fine a pre m iaçãode cada um .

3º) M é todo de Eficiê ncia Funcional: s e gundo SAM PAIO (19 9 0) é o q ue s e bas e iae m dados m ais obje tivos. A avaliação é fe ita com bas e e m provas zooté cnicas . É m aisusado na e s colh a de re produtore s , aliado ao proce s s o de avaliação de tipo. O s dadosobtidos por e s te m é todo tam bé m s ão usados e m e xpos içõe s , concursos e até m e s m ojulgam e nto para re gistro ge ne alógico.

11 – Re fe rê ncias bibliográficas

CAMARGO , M . X.; CH IEFFI, A. Ezoognós ia: Re visão atualizada da obra Exte rior deGrande s Anim ais Dom é s ticos . São Paulo: Instituto de Z oote cnia, 19 71. 320p.

D O M INGUES, O . O Z e bu, s ua Re produção e M ultiplicação D irigida. São Paulo: Nobe l,19 71. 187p.

ENSM INGER, M . E. Anim al Scie nce . Danville , IL: Th e Inte rstate , 19 83. 1048p.

H UTTO N, C. A. Th e be s t judge : profe s s ional, organize d and h one s t. In: W YTH E Jr., L.D ., Live stock Judging Cours e Note s , Colle ge Station, Te xas : Te xas A& M Unive rs ity,s .d. p.165.

ISID O RE, F. Ele vage rationne l de s anim aux de la fe rm e . I. Le s Bovins . M ontre al:Institute Agricole d’O k a, 19 34.

JARDIM , W . R. Curso de Bovinocultura, 6. e d. Cam pinas : Instituto Cam pine iro deEns ino Agrícola, 19 85. 525p.

M cCRAINE, S. E. Re gras ú te is para julgar gado bovino. Inte rnational Brah m an Re vie w ,v.35, n.4, 19 69 , 4p.

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PEIXO TO , A. M . Conce itos fundam e ntais e te rm inologia usual nos julgam e ntos . In:M O URA, J. C.; FARIA, V. (Ed.). Exte rior e Julgam e nto de Bovinos . Piracicaba: FEALQ,19 9 0. p. 1-13.

REZ END E, M . L. R. Cons ide raçõe s ú te is para bons julgam e ntos . Re vista Gado H olandê s ,v.56, p.18-20, 19 74.

SAM PAIO , N. de S. M é todos e crité rios de julgam e nto. In: M O URA, J. C.; FARIA, V.(Ed.). Exte rior e Julgam e nto de Bovinos .. Piracicaba: FEALQ, 19 9 0. p. 77-82.

TO SI, H . Julgam e nto com parativo de gado le ite iro. In: M O URA, J. C.; FARIA, V. (Ed.).Exte rior e Julgam e nto de Bovinos .. Piracicaba: FEALQ, 19 9 0. p. 83-9 2

W YTH E Jr., Landon D . Live stock Judging. Colle ge Station: Te xas A& M Unive rs ity,Anim al Scie nce D e partm e nt, s .d., 178p. (Anim al Scie nce 315 - Cours e Note s).

12 - O s iste m a de m ane jo ge né tico da ABS-PECPLAN

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MARCADORES M O LECULARES UTILIZ ADOS EM ESTUDOS DE PRODUÇÃO DE LEITE

Luciana Corre ia de Alm e ida Re gitano1

1. IntroduçãoProgre s s os e xce pcionais foram e xpe rim e ntados no cam po da ge né tica m ole cular

nos 10 ú ltim os anos . Grande parte de s s e progre s s o, m ais particularm e nte aq ue leve rificado nos últim os 5 anos, ocorre u na áre a da pe s q uisa ge nôm ica e pode s e ratribuída aos d e s envolvim e ntos m e todológicos e cie ntíficos alcançados pe lo proje toge nom a h um ano.

Proje tos de m ape am e nto ge nôm ico e m anim ais dom é s ticos aliados ao m ape am e ntocom parativo de ve rão forne ce r as bases para a m anipulação do ge nom a dos anim ais deacordo com as ne ce s s idade s e e xigê ncias do m e rcado. Em bovinos , aproxim adam e nte400 ge ne s e ncontram -s e m ape ados e m grupos sintê nicos , s e ndo todos os gruposatribuídos a crom os som os . M apas de ligação com postos por ce rca de 1.600 m arcadore spos icionados à inte rvalos m é dios infe riore s a 2,5 ce ntim organs pe rm ite m a localizaçãode ge ne s e nvolvidos na h e rança de caracte re s de im portâ ncia e conôm ica (ETLs), tantoq ualitativos q uanto q uantitativos. Ape s ar do e vide nte progre s s o alcançado na te cnologiage nôm ica e da ide ntificação de várias re giõe s crom os sôm icas re s ponsáve is pe la h e rançade algum as caracte rísticas já s e r um a re alidade , a q ue s tão do m ape am e nto de ETLs écom ple xa. A nature za poligê nica da grande m aioria dos caracte re s de inte re s s ee conôm ico dificulta a ide ntificação de m arcadore s ligados à ETLs com e fe itos q uejustifiq ue m s ua aplicação no m e lh oram e nto anim al. Poré m , cons ide rando a ve locidadedo de s e nvolvim e nto de s ta te cnologia, é pos s íve l vislum brar a futura ide ntificação eclonage m dos ETLs e m s i. Alé m dis so, a aplicação de m arcadore s m ole culare s nodiagnóstico de doe nças h e re ditárias , na ide ntificação individual e de pate rnidade ve mde ixando s ua contribuição com o fe rram e nta auxiliar nos program as de m e lh oram e nto.

2. Aplicação dos m arcadore s ge né ticos no m apeam e nto de QTLsO m e lh oram e nto ge né tico anim al te m sido conduzido sob os princípios da ge né tica

q uantitativa, alcançando ganh os s ignificativos em todas as e spé cie s . Um a linh age m defrango de corte de 19 9 1 ch e ga a s e r trê s ve ze s m ais pe s ada do q ue um linh agem de 19 57sob a m e s m a die ta e à m e sm a idade (H aley, 19 9 5). A taxa de cre scim e nto da produçãoanual de le ite por vaca tem aum e ntado nos últim os anos na Am é rica do Norte . O s valore sde dife re nça e s pe rada na progê nie (DEP), de fê m e as nascidas em 19 86 foramaproxim adam e nte 135 k g supe riore s aos das fê m e as nascidas em 19 85 (W iggans , 19 9 1).

1 Pe s q uisadora e m Ge né tica Molecular e Biote cnologia. Em brapa Pe cuária Sude s te , Caixa Postal

339 , 13560-9 70, São Carlos, SP. Ende reço Eletrônico: luciana@ cpps e .e m brapa.br

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A e xistê ncia de ge ne s principais , q ue contribuem com grande parte da variaçãofe notípica de um caráte r q uantitativo, tem sido dem onstrada. Alguns exe m plos são o ge neda h ipe rtrofia m uscular (mh) em bovinos (Nott & Rollins , 19 79 ), a m utação no re ce ptor daRyanodina dos suínos (M acLe e nan & Ph illips, 19 9 2) e o ge ne de fe rtilidade (Fec) dosovinos (Lanne luc e t al., 19 9 4). Essa situação, e ntre tanto, pode s e r cons ide rada com oexceção um a ve z q ue a m aioria dos caracte re s q uantitativos de ve s e r controlada por umgrande núm e ro de ge ne s , cada um com pe q ue no e fe ito sobre o caráte r (M assey &Ge orge s , 19 9 2).

Th oday (19 61) form ulou a h ipóte s e de q ue s e a s e gregação de um ge ne m arcadorpude s s e s e r utilizada para ide ntificar e e s tim ar o e fe ito de um polige ne , e s e um núm e rosuficie nte de m arcadore s e stive s s e distribuído pe lo ge nom a de um a e s pé cie , s e ria possívelm ape ar e caracte rizar todos os polige ne s q ue afe tam um caráte r q uantitativo.

O de s e nvolvim e nto de m arcadore s para alcançar e s s e obje tivo tem s e validobas icam e nte de duas e straté gias. A prim e ira utiliza m arcadore s aleatórios para aconstrução de m apas ge né ticos saturados . Es s e s m arcadore s s ão e ntão avaliados eme studos de correlação com caracte rísticas de inte re s s e e conôm ico e utilizados naide ntificação de locos q ue afe tam caracte re s q uantitativos ou QTLs (Gelde rm ann, 19 75).O suce s so de s sa e s traté gia de pe nde prim ariam e nte da construção de m apas de ligaçãodetalh ados , com m arcadore s dispostos a inte rvalos infe riore s a 20 cM . A construção detais m apas tornou-s e pos síve l com a utilização de m arcadore s altam e nte polim órficos,particularm e nte aq uele s q ue e xploram o polim orfism o de s e q ü ê ncias re pe titivas de DNA.Em bovinos, m apas ge né ticos publicados por Bis h op e t al. (19 9 4), Bare nds e e t al. (19 9 4),Bare nds e e t al. (19 9 7) e Kappe s e t al. (19 9 7) forne cem m arcadore s suficie nte s para um acobe rtura supe rior a 9 5% do ge nom a a um a distâ ncia m é dia infe rior a 2,5 cM . O sprim e iros re s ultados do e m pre go de s s e s m arcadore s em anális e s de inte rvalo tê m sidore latados . Ron e t al. (19 9 4) ide ntificaram um QTL no crom ossom o 21 dos bovinos comum e fe ito de 0,2 de svios-padrõe s fe notípicos para produção de le ite e 0,16 de svios -padrõe s para prote ína total. Ge orge s e t al. (19 9 5), e ncontraram forte s evidê ncias dapre s e nça de QTLs para caracte rísticas de produção de le ite nos crom ossom os 1, 6, 9 , 10 e20 dos bovinos. O s e fe itos dos dife re nte s QTLs contribuíram com 11 a 52% da variâ nciatotal de ntro de fam ílias de m e ios-irm ãos. QTLs para produção total de gordura e deprote ína nos crom ossom os 1 e 6 foram tam bé m ide ntificados por Nade salingam e t al.(2001).

A s egunda e s traté gia de ide ntificação de QTLs cons is te na de te cção depolim orfism o e m ge ne s q ue e s tão dire tam e nte re lacionados com a caracte rística deprodução, de nom inados ge ne s candidatos . Por e xem plo, a variação ge né tica nos locosq ue controlam fatore s de cre scim e nto tem sido associada à dife re nças no de s e nvolvim e ntoponde ral, e m caracte rísticas de q ualidade da carne e de produção de le ite dos bovinos. Naraça H e re ford, M oody e t al. (19 9 4) ve rificaram e fe itos significativos e pos itivos dasubstituição de ale los do ge ne IGF-I na DEP para pe s o ao nascim e nto, pe s o à de s m am ae a um ano de idade . O polim orfism o Taq no ge ne do h orm ônio de cre s cim e nto foias sociado à caracte rísticas de produção e q ualidade da carne (Taylor e t al., 19 9 8).

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O utro bom e xe m plo da e s traté gia de utilização de ge ne s candidatos é e ncontradoe m suínos . Estudos do tam anh o da le ite gada e m suínos da raça M e is h an dem onstraram oacré s cim o de m ais de 1 le itão por le ite gada as sociado a um polim orfism o do re ce ptor doe strogê nio. A ocorrê ncia de s te polim orfism o e m linh age ns com e rciais foi poste riorm e nteve rificada e s e u e fe ito ne s sas linh age ns foi de aproxim adam e nte 0,5 le itão por le ite gada(Sh ort e t al., 19 9 7).

3. D etecção de doe nçasSh uste r e t al. (19 9 2) ide ntificaram um a doe nça h e re ditária e m bovinos q ue causa

deficiê ncia na ade s ão de le ucócitos (BLAD). A doe nça só ocorre e m anim ais h om ozigotosre ce s s ivos, nos q uais a re dução na e xpre s s ão de be ta-2 inte grina re s ulta e m le ucócitosanorm ais q ue não cons e gue m pe netrar nos te cidos para de struir os age nte s patogê nicos.Anim ais h om ozigotos para e sta doe nça raram e nte sobre vivem , causando pe rdassignificativas para produtore s . A fre q ü ê ncia do ge ne causador de s ta doe nça foide te rm inada no re banh o de gado H olandê s norte am e ricano e é de 15% e ntre os touros ede 6% e ntre as vacas. Todos os anim ais portadore s de sta doe nça são relacionados comum ú nico touro, O s borndale Ivanh oe . Com o e s te touro apre s e nta boas caracte rísticas deprodução, o s e u s ê m e n tem sido utilizado e m vários país e s , inclusive o Brasil. Calcula-s eq ue e s ta doe nça caus e pe rdas em torno de US$ 5 m ilh õe s por ano nos Estados Unidos. Odiagnóstico pode s e r re alizado utilizando a té cnica de PCR nas condiçõe s de scritas porSh uste r e t al. (19 9 2). Um fragm e nto de DNA de 58 pare s de bas e s , q ue contem onucle otíde o 383 do ge ne q ue codifica a prote ína CD18 e m bovinos , é am plificado. É ne staposição q ue ocorre a substituição de um a ade nina por guanina e m anim ais portadore s dadoe nça. Esta substituição causa um a m udança no codon e re s ulta na substituição de umácido aspártico por um a glicina na prote ína corre s ponde nte . A m utação pode s e r de tectadapela dige s tão de DNA am plificado com dife re nte s e nzim as de re s trição. A dige s tão com ae nzim a Taq I re s ulta e m fragm e ntos de 26 e 32 pare s de bas e s em anim ais norm ais . Emanim ais com a doe nça (BLAD), o DNA não é dige rido por Taq I. Por outro lado, e m anim aisportadore s da doe nça, fragm e ntos de 58, 32 e 26 pare s de bas e s s ão obs e rvados.Atualm e nte as em pre s as de insem inação artificial nos Estados Unidos te stamrotine iram e nte s e us re produtore s para e sta doe nça.

O utra doe nça h e re ditária de grande inte re s s e , de nom inada W e ave r, é e ncontradaq uas e q ue e xclus ivam e nte e m bovinos da raça Suiça Parda e caracte riza-s e por pare s iaprogre s s iva dos m e m bros pé lvicos e ataxia. A doe nça foi atribuída a um ú nico ge nere ce s s ivo de pe ne trâ ncia com ple ta.

O inte re s s e pe lo e s tudo de s s e ge ne foi de s pe rtado pe lo aum e nto da fre q ü ê ncia dam utação e m re banh os m e lh orados , q ue pode ria s e r re s ultante de um a vantage m s ele tivados indivíduos portadore s da m utação. Es sa te oria foi re forçada por H oe s ch e le &M e ine rt (19 9 0) ao de s cre ve re m um a as s ociação e ntre a doe nça e produção de le ite . Adife re nça e s tim ada e ntre indivíduos portadore s e não portadore s foi de 69 0 k g de le ite e26,2 k g de gordura. A m agnitude do e fe ito sobre a produção s uge re q ue a m utaçãode ve e s tar próxim a a um ge ne com grande e fe ito na produção de le ite . D e s s a form a, a

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ide ntificação de indivíduos portadore s é e s s e ncial para e vitar q ue , com o cons e q ü ê nciada s ele ção para produção, o aum e nto na fre q ü ê ncia do ge ne coloq ue e m risco asobre vivê ncia da raça.

Um m arcador de DNA m icros saté lite foi m ape ado m uito próxim o ao ge nere s ponsáve l pe la doe nça (Ge orge s e t al., 19 9 3). Es s e m arcador de ve rá pe rm itir aide ntificação de indivíduos portadore s , s e m a ne ce s s idade de te s te de progê nie . Alé mdis so, e s s e m arcador de ve rá contribuir para o m ape am e nto da re gião crom os sôm icare s ponsáve l pe lo acré s cim o na produção de le ite , q ue pode rá s e r re alizado m e s m o e mraças q ue não apre s e ntam a doe nça W e ave r.

O utras doe nças h e re ditárias dos bovinos com o a de ficiê ncia de uridinam onofosfato sinte tas e (DUMPS) e Citruline m ia tam bé m já pode m s e r diagnosticadaspe la anális e do DNA. Um a re vis ão de talh ada sobre e s s e as sunto é e ncontrada e mBuitk am p & Epple n (19 9 6).

4. Cons ide raçõe s FinaisO s prim e iros e sforços no s e ntido de ide ntificar ge ne s q ue controlam caracte rísticas

de inte re s s e e conôm ico e m anim ais foram lim itados pela falta de m arcadore s ge né ticosinform ativos. Com o de s e nvolvim e nto da ge né tica m ole cular, bons re s ultados vê ms e ndo obtidos , de m onstrando a e xistê ncia de QTLs para dife re nte s caracte rísticas nosdive rsos crom os som os dos bovinos . Salie nto aq ui q ue s e q ue r com e nte i s obre ge nom am itocondrial, para o q ual já e xiste m e vidê ncias de associação com ETLs. No atuale stado de conh e cim e nto s obre o ge nom a bovino, a de s cobe rta de m uitos outros QTLs ée m ine nte . Entre tanto, s ua utilização e m program as de m e lh oram e nto de pe nde rá ainda deum a s é rie de fatore s , e ntre os q uais a viabilidade e conôm ica.

A ide ntificação dos ge ne s re s ponsáve is pe la variação atribuída ao QTL é um dospas sos m ais im portante s , um a ve z q ue , trabalh ando-s e dire tam e nte com a variação noge ne causal, não de pe nde m os da fas e de ligação e ntre o m arcador e o QTL. Re s ultadosde s s a nature za e s tão com e çando a s e r alcançados . Blott e t al. (2003) de s cre ve ram aide ntificação de um a m utação no ge ne do re ce ptor do h orm ônio de cre s cim e nto, q uee xplicava grande parte da variação ge né tica atribuída à um QTL no crom os s om o 20.

O s conh e cim e ntos acum ulados na áre a da ge né tica m ole cular de ve m -s e e m grandeparte ao de s e nvolvim e nto cie ntífico de corre nte dos proje tos de m ape am e nto do ge nom ah um ano. A utilização de s s as inform açõe s por m e io de m ape am e nto com parativo eh om ologia de s e q ü ê ncias tê m contribuído, e de ve rá s e r fundam e ntal para o futurode s e nvolvim e nto dos proje tos na áre a anim al.

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UTILIZ AÇÃO DA TÉCNICA DE PCR NO DIAGNÓ STICO

DE DOENÇAS DE BO VINO S

M árcia Cristina de Se na O live ira1

1. Introdução

Nos últim os 100 anos a de te cção, ide ntificação e caracte rização de age nte s dem uitas doe nças, tê m de pe ndido da h abilidade de s e cultivar ou purificar os organism ose m laboratório. O cultivo de m icrorganism os pode s e r visto com o um proce s s o deam plificação biológica utilizado para ve rificação de caracte rísticas m orfológicas ,bioq uím icas ou m e tabólicas q ue de fine m um grupo e s pe cífico ou um a e s pé cieindividualm e nte . As té cnicas m icroscópicas pe rm ane ce m com o padrão para odiagnóstico de m uitos paras itas , ape s ar de s e re m trabalh osas e ne ce s s itare m de pe s s oalbe m tre inado para a ide ntificação e inte rpre tação dos e xam e s , particularm e nte paraparas itas cuja m orfologia é s im ilar e m dife re nte s e s pé cie s ou e s tão e m baixo nú m e ro naam ostra.

A utilização de caracte rísticas fe notípicas é ade q uada a um a grande q uantidade dem icrorganism os e paras itas pre s e nte s e m am ostras para anális e s com fim dediagnóstico. No e ntanto, um dos m aiore s proble m as para a ide ntificação de patóge nos éq ue m uitos ne ce s s itam de rápido transporte e m e ios de cultura e s pe ciais . Alé m dis so,algum as ce pas de bacté rias no início do cultivo pode m apre s e ntar alte raçõe s fe notípicasq uanto ao m e tabolism o de algum as substâ ncias q ue s ã o usadas para te s te s bioq uím icosde diagnóstico, a e xe m plo do q ue ocorre com ce pas de m e ningococos q ue não s ãocapaze s de m e tabolizar a m altos e e m cultivos iniciais , o faze ndo poste riorm e nte .

O s m é todos de diagnóstico bas e ados no ge nótipo apre s e ntam um a s é rie devantage ns e m re lação aos q ue utilizam caracte rísticas fe notípicas . A principal vantage mé q ue as té cnicas m ole culare s aum e ntam a s e ns ibilidade e e s pe cificidade do proce s s o dede te cção e re duze m a subje tividade ine re nte s a inte rpre tação de dados m orfológicos ebiológicos . O D NA e s s e ncialm e nte não varia atravé s de e s tágios dife re nte s do ciclo devida da m aioria dos m icrorganism os e paras itas causadore s de doe nças.

Na prática, s e q ü ê ncias alvo de DNA ou RNA e s pe cíficos de m icrorganism os eparas itas s ão de te ctados basicam e nte por dois m é todos : h ibridização da s e q ü ê nciah om óloga com D NA m arcado e am plificação e nzim ática da s e q ü ê ncia alvo por m e io daRe ação e m Cade ia da Polim e ras e (PCR), para poste rior anális e do produto am plificado.Es sas té cnicas tê m possibilitado o avanço significativo no conh e cim e nto re lativo as iste m ática, e pide m iologia, im unologia, inte ração paras ita-h os pe de iro e de s e nvolvim e ntode vacinas re com binante s dos dive rsos age nte s de doe nças.

1 Pe s q uisadora e m Sanidade Anim al. Em brapa Pe cuária Sude s te , Caixa Postal 339 , 13560-9 70, São Carlos ,

SP. Ende reço Ele trônico: m arcia@ cpps e .e m brapa.br

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2. Ge nom a de parasitas de inte re s s e ve te rinário

Com o avanço rápido dos e studos de genética m ole cular m uita ê nfas e te m sidodada a pre disposição ge né tica a doe nças. Re s ultados de pesquisa identificam locusas sociados a pre dis pos ição a várias e nfe rm idade s , e de ce rta m ane ira, o e s tudo dasdoe nças paras itárias e infe cciosas ficaram e m s e gundo plano. No e ntanto, e s sasdoe nças pode m s e r vis tas com o “de s orde ns ge né ticas adq uiridas h orizontalm e nte ”, noq ual s e q ü ê ncias de ácidos nucle icos originárias de agente s patogê nicos s ãore s ponsáve is por produzir re ação inflam atória e doe nça (Re lm an & Pe rs ing, 19 9 6).

O s e q ü e nciam e nto do ge nom a de m uitos m icrorganism os e paras itas s e rve de bas epara o e s tudo não som e nte da e s pé cie analisada, com o de m uitas e s pé cie s re lacionadasa e las. O Caenorhabditis elegans foi o prim e iro organism o m ultice lular a te r s e u ge nom as e q ü e nciado e re pre s e ntou um a im e nsa fonte de pe s q uisa para m uitos outros h e lm intos(Anon, 19 9 8). Todo o conh e cim e nto ge rado a partir do s e q ü ê nciam e nto do ge nom a deparas itas s e rve com o bas e para anális e s funcionais de novos ge ne s de s cobe rtos . O sre s ultados obtidos no proje to schistosoma disponibilizaram inform açõe s q ue foramutilizadas no e s tudo de paras itas de inte re s s e ve te rinário, com o Fasciola hepatica.O utros proje tos - ge nom a tam bé m dire cionados para doe nças h um anas , tive ram am plaaplicação e m pe s q uisas de paras itas de anim ais , com o os proje tos Leishmania,Plasmodium e Entamoeba e Brugia malayi. Atualm e nte , ce rca de oito proje tos genom ade paras itas e stão e m e xe cução e m uitos outros faze m parte de um a lista de prioridade scom o Eimeria s pp. e Toxoplasma goondi (Prich ard & Tait, 2001).

3. D e s e nvolvim e nto de “prim e rs” para re açõe s de PCR

Algum as té cnicas pode m s e r utilizadas para o de s e nvolvim e nto de “prim e rs” ous e q ü ê ncias iniciadoras para PCR. A se q ü ê ncia do ge ne 18S rD NA é com um e nte utilizadopara o de s e nvolvim e nto de “prim e rs”, de vido a s ua dis ponibilidade(h ttp://rrna.uia.ace .be ) para um grande nú m e ro de protozoários e outros paras itas(M organ & Th om pson, 19 9 8). O s “prim e rs” pode m s e r facilm e nte de s ignados a partirde s s as s e q ü ê ncias , poré m , de vido a grande cons e rvação obs e rvada ne s s e s ge ne s aocorrê ncia de re açõe s cruzadas com outros organism os pode ocorre r. Um m é todoalte rnativo é por m e io da construção de bibliote cas de DNA ge nôm ico. Es s e m é todo écaro e de m anda te m po, ne ce s s itando de grande q uantidade de D NA, q ue pode s e r difícilde s e obte r de pe nde ndo do m icrorganism o e m q ue s tão. O uso da té cnica deam plificação de DNA polim órfico ao acaso (RAPD) de s e nvolvida inde pe nde nte m e nte porW illiam s e t al. (19 9 0) e W e ls h & M cCle lland (19 9 0) te m s ido um a opção m ais s im ple spara s e r utilizada. Es sa té cnica de te cta polim orfism os e m s e q ü ê ncia de nucle otíde os noste s te s de PCR, s e m a ne ce s s idade de inform ação pré via sobre a s e q ü ê ncia de s s enucle otíde o. Com o e s s a té cnica é bas e ada e m PCR, pe q ue nas q uantidade s de DNA sãosuficie nte s para a anális e . M uitos dos produtos ge rados pe lo RAPD -PCR são de rivadosde s e q ü ê ncias re pe tidas do DNA, portanto e s pé cie -e s pe cíficas e de s s a m ane iraade q uados para o de line am e nto de té cnicas de diagnóstico (W illiam s e t al., 19 9 0).

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D e s s a m ane ira bandas ge radas por RAPD -PCR pode m s e r e luídas do ge l, suae s pe cificidade pode s e r te s tada por h ibridização e e ntão clonada e s e q ü e nciada e a partirde s s as s e q ü ê ncias os prim e rs pode m s e r de s ignados e s inte tizados (M organ &Th om pson, 19 9 8).

4. Pre paração das am ostras

O isolam e nto e purificação de ácidos nucle icos de am ostras de agente s de doe nçasé um a im portante e tapa para s e cons e guir alta e ficiê ncia de am plificação ee s pe cificidade nas re açõe s de PCR. Para as re açõe s de h ibridização a m e s m aobs e rvação s e aplica, já q ue pode s e r difícil de s e obte r am ostra de D NA ge nôm ico e mq uantidade s uficie nte e pura, de m uitos e s tágios de alguns paras itas . O s h e lm intos s ãoparticularm e nte difíce is de s e obte r boa am ostra de DNA, de vido a pre s e nça de cutículae s ubstâ ncias q ue pre cipitam junto com os ácidos nucle icos durante o s e u isolam e nto(Gas s e r e t al., 19 9 8).

Existe m vários m é todos para e xtração de ácidos nucle icos q ue pode m s e r usadospara paras itas e m icrorganism os , no e ntanto, de vido a pe q ue na q uantidade de D NApre s e nte ne s s e s age nte s , é ne ce s sário a optim ização do proce s s o. Se gundo Gas s e r e tal. (19 9 8) 0,1 pg de rD NA de Oesophagostomun spp. é um a q uantidade ade q uada paras e r utilizada e m am plificação por m e io de PCR.

Para e xtração de DNA, am ostras conte ndo o age nte s ã o h om oge ne izadas e mtam pão conte ndo RNas e , as cé lulas s ão subm e tidas a lis e e a am ostra é dige rida comprote inas e K . A partir daí o D NA pode s e r e xtraído com fe nol, pre cipitado com e tanol edis solvido e m água purificada e s te rilizada ou tam pão aq uoso.

Pre cauçõe s s ã o ne ce s sárias na e xtração de RNA de vido à sua caracte rística de s e rfacilm e nte de gradáve l. D e s s a m ane ira o conge lam e nto rápido e m nitrogê nio líq uido éusado para inativar rapidam e nte as ribonucle as e s , q ue ge ralm e nte pode m s e m ante re s táve is por longos pe ríodos , não re q ue re ndo co-fatore s para sua ativação. Todo om ate rial utilizado na colh e ita das am ostras deve s e r livre de s s as e nzim as , s e ndo q ue autilização de luvas é obrigatória. Enq uanto o m ate rial e s tá ainda conge lado um age ntede s naturante com o fe nol ou guanidina é adicionado, e de s s a m ane ira, após a lis e dascé lulas e dige s tão das prote ínas , o RNA pode s e r fracionado e s e parado de outrasm acrom olé culas. As am ostras de DNA ou RNA tam bé m pode m s e r obtidas por m e io dautilização de k its para purificação, produzidos por dive rsos laboratórios . Este s k itspode m tornar o proce s s o de e xtração m ais fácil e rápido.

5. Re açõe s de h ibridização de ácidos nucle icos

O aq ue cim e nto de um a s olução de D NA a te m pe raturas ao re dor de 9 0-100°Cass im com o a e xpos ição a pH e xtre m am e nte alcalino, provoca o rom pim e nto dae s trutura de dupla h é lice do ácido nucle ico. Es s e proce s s o ch am ado de de s naturação foicons ide rado irre ve rsíve l por um longo te m po, até q ue foi de m onstrado q ue as fitass im ple s com ple m e ntare s podiam s e r novam e nte dispostas e m dupla h é lice pe lo proce s s o

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re ve rso, de nom inado re naturação ou h ibridização. A partir de s s e conh e cim e nto fitass im ple s de D NA pude ram s e r utilizadas com o sondas para s e de te rm inar a pre s e nça deq ualq ue r s e q ü ê ncia de DNA ou RNA. Fragm e ntos de ácidos nucle icos pode m s e ride ntificados por transfe rê ncia de RNA total ou de DNA ge nôm ico para m e m branas denitroce lulos e , nas q uais as re açõe s de h ibridização são re alizadas e m pre gando-s e s ondasm ole culare s e s pe cíficas ao ge ne de inte re s s e . Tal proce dim e nto e xpe rim e ntal pode s e rre alizado com DNA e RNA, se ndo de nom inados “south e rn” e “north e rn blotting”,re s pe ctivam e nte (Gabrie l, 2001).

A té cnica de h ibridização de D NA foi utilizada por Bue ning e t al. (19 9 0) parade te ctar D NA e spe cífico de Babe s ia bige m ina. Es s e s autore s construíram um a bibliote cade D NA re com binante q ue continh a s e q ü ê ncias re pe titivas do ge nom a de B. bige m ina.Após a clonage m , a sonda se le cionada h ibridizou ape nas com o DNA ge nôm ico de B.bige m ina, não o faze ndo com D NA de B. bovis e outros h e m oparas itas . Alé m dis so,ve rificaram q ue e s s as s e q ü ê ncias s e cons e rvavam e m várias ce pas ge ográficas com o asprove nie nte s do M é xico, Porto Rico, Costa Rica e K ê nia. Nos e nsaios sobre s e ns ibilidadeve rificou-s e q ue paras ite m ias da orde m de 0,001% podiam s e r de te ctadas com o usode s s a s onda. A té cnica de h ibridização tam bé m foi utilizada por H odgson e t al. (19 9 2)para e s tim ar a susce ptibilidade de ninfas e adultos de Boophilus microplus à infe cçãopor B. bige m ina Ne s s as té cnicas , com o o D NA h ibridizado é de te ctado por m arcaçãoradioativa, alguns inconve nie nte s com o os re lacionados ao m anus e io de isótoposradioativos, aos altos custos do e q uipam e nto e à e xigê ncia de pe s s oal e s pe cializado,constitue m grave s lim itaçõe s . Es s e s proble m as ince ntivaram o de s e nvolvim e nto dete s te s utilizando m arcação não radioativa com digoxige nina. Entre tanto, e s tam e todologia q uando aplicada ao diagnóstico de h e m oparas itas apre s e ntou oinconve nie nte de re duzir a s e ns ibilidade do te s te (Aboyte s e t al., 19 9 1). O s te s te s deh ibridização de D NA para fins de diagnóstico foram abandonados porq ue de pe nde me s s e ncialm e nte da q uantidade de D NA do age nte pre s e nte na am ostra e a s e nsibilidadede s s e s te s te s s ã o com paráve is à dos e xam e s m icroscópicos .

6. Re ação e m cade ia da polim e ras e (PCR)

A té cnica de Re ação e m Cade ia da Polim e ras e (PCR), de s e nvolvida por M ullis &Faloona (19 87), na q ual um a de te rm inada re gião do ge nom a de q ualq ue r organism opode s e r m ultiplicada e m m ilh õe s de cópias , pos s ibilitou o de s e nvolvim e nto de té cnicasde diagnóstico m uito m ais s e nsíve is e com alta e s pe cificidade . Es sa té cnica écons ide rada a bas e do de s e nvolvim e nto de um a nova ge ração de m é todos dediagnóstico. A alta s e ns ibilidade , e s pe cificidade , facilidade de e xe cução e anális e de umgrande nú m e ro de am ostras s im ultane am e nte , faze m de s s a té cnica um a opção atrativapara diagnóstico e utilização e m le vantam e ntos e pide m iológicos , e ntre outros e s tudoscom age nte s de doe nças (M organ & Th om pson, 19 9 8).

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As té cnicas baseadas na re ação de cade ia da polim e ras e (PCR) tê m sidoe m pre gadas com s uce s s o e m dive rsos e s tudos , com o para a de te cção deCryptosporidium e m água (State s e t al., 19 9 7) e e m casos clínicos de criptosporidios e(Le ng e t al., 19 9 6); diagnóstico e s pe cífico de Plasmodium spp. (Ayyanath an & Datta,19 9 6) e e s tudos e pide m iológicos e m m alária (Rope r e t al., 19 9 6); diagnóstico dife re nciale ntre Entamoeba hystolitica e Entamoeba dispar (Troll e t al., 19 9 7); diagnóstico deTritrichomonas foetus (H o e t al., 19 9 4); dife re nciação de Toxoplasma gondii e Neosporacaninum (Lally e t al., 19 9 6); de te cção de Trypanosoma spp. no h ospe de iro ve rte brado(Katak ura e t al., 19 9 7) e s ua pre valê ncia nos h os pe de iros inve rte brados (M as iga e t al.,19 9 6), e ntre outros .

Te s te s bas e ados e m PCR, de s e nvolvidos para a de te cção de Babesia spp., tê mde m onstrado s e nsibilidade 100 a 1.000 ve ze s m aior q ue o lim iar de de te cção e mm icroscopia óptica (Bö s e e t al., 19 9 5). Com is so, oligonucle otíde os s ão disponíve is paraa de te cção de dife re nte s e s pé cie s com o Babesia gibsoni (Fuk um oto e t al., 2001),Babesia microti (Sk otarczak & Cich ock a, 2001), Babesia equi e Babesia caballi(Batts e ts e g e t al., 2001, 2002) e tê m s ido utilizados para pe s q uisa dos protozoáriostanto nos h os pe de iros ve rte brados com o nos inve rte brados .

Figue roa e t al. (19 9 2) de s e nvolve ram um a té cnica de PCR e s pe cífica para B.bigemina, utilizando um fragm e nto clonado de rD NA re pe titivo para de s ignar dois pare sde "prim e rs". O prim e iro par, foi utilizado para am plificar um fragm e nto de D NA com278 pare s de bas e s (pb) e o s e gundo, para h ibridizar com um sítio inte rno da s e q ü ê nciainicialm e nte am plificada. A re ação de am plificação da s e q ü ê ncia do D NA de B. bigeminaobtida de cultura "in vitro", s e guido da re ação de h ibridização do ácido nucle icoam plificado, m ostrou q ue o fragm e nto de 278 pare s de bas e s pôde s e r de te ctadoq uando q uantidade s tão pe q ue nas q uanto 100 fg de D NA ge nôm ico foram utilizados .Padrõe s idê nticos de am plificação foram obtidos e m te s te s e m q ue s e utilizaram váriasce pas de B. bigemina, de dife re nte s proce dê ncias . Alé m dis so, com o e s s a s e q ü ê ncianão am plificou o D NA de am ostras de B. bovis, Anaplasma marginale, s e is e s pé cie s debacté rias e de le ucócitos bovinos , m ostrou-s e bastante e s pe cífica.

A té cnica de PCR de s e nvolvida por Figue roa e t al. (19 9 2) foi utilizada e m váriose s tudos conduzidos e m várias parte s do m undo: H e rm ans e t al. (19 9 4); Sm e e nk e t al.(2000) no Z im babw e e Alm e ria e t al. (2001) na Espanh a.

Re ce nte m e nte , O live ira (2002) utilizou os “prim e rs” de s ignados por Figue roa e t al.(19 9 3) para de s e nvolve r um te s te de “ne s te d PCR” (nPCR) para o diagnóstico deBabesia bovis e Babesia bigemina e m am ostras de sangue de bovinos , e m fê m e asadultas e ovos de Boophilus microplus. O s “prim e rs” inte rnos de h ibridização, foramutilizados para um a nova re ação. A se ns ibilidade e s tim ada para as re açõe s de PCR paraBabesia bigemina foi de 6 x 103 e ritrócitos paras itados e m 18 x 106 e ritrócitos , q uecorre s ponde a um a paras ite m ia de 0,00003% . Nas re açõe s de nPCR a s e nsibilidadee s tim ada foi de 0,0000003% .

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7. PCR “m ultiple x”

A té cnica de “m ultiple x” foi de s e nvolvida com a finalidade de , com um ú nicote s te , altam e nte e s pe cífico, prom ove r a dife re nciação e ntre várias e s pé cie s ou gê ne ross im ultane am e nte (Z arle nga & H iggins , 2001). Es sa form a de PCR e nvolve a am plificaçãos im ultâ ne a de m ais de um a s e q ü ê ncia alvo por re ação, pe la m istura de m ú ltiplos pare sde “prim e rs”. Es sa té cnica é e s pe cialm e nte ú til para anális e de am ostras q ue conte nh amparas itas cuja dis tinção m orfológica é difícil ou s e apre s e nte m e m nú m e ro m uito baixo.D e s s e m odo, “prim e rs” altam e nte e s pe cíficos s ão usados para am plificar s e q ü ê nciasconh e cidas do D NA, produzindo padrõe s ú nicos para cada e s pé cie .

Vários trabalh os foram conduzidos utilizando e s s a té cnica para dife re nciarparas itas : Taenia saginata de Taenia asiatica (Z arle nga e t al., 19 9 1), Haemonchuscontortus e Haemonchus placei (Z arle nga e t al., 19 9 4), e s pé cie s do gê ne ro Trichinella(Z arle nga e t al., 19 9 9 ), e s pé cie s do gê ne ro Leischmania (Be lli e t al., 19 9 8).

Figue roa e t al. (19 9 3) de s e nvolve ram um PCR "m ultiple x" para de te cção de B.bovis, B. bigemina e Anaplasma marginale e m sangue bovino. A s e ns ibilidade do te s te ,avaliada por m e io da h ibridização do ácido nucle ico, foi de 0,00001% de e ritrócitosinfe ctados para B. bovis e B. bigemina e 0,0001% para Anaplasma marginale.

8. RAPD

A anális e de D NA polim órfico am plificado ao acaso (RAPD) é us ada para com parardife re nças e s im ilaridade s no D NA am plificado e m re açõe s de PCR, usando “prim e rs”s ele cionados ao acaso. O s fragm e ntos s inte tizados s ão s e parados e vis ualizados pore le trofore s e , de m odo q ue a nature za polim órfica dos produtos am plificados dedife re nte s am ostras pode m s e r com paradas (Prich ard, 19 9 7). A anális e de RAPD te ms ido utilizada e m e s tudos de caracte rização de e s pé cie s ou is olados de Tripanosoma derum inante s e s uínos (D irie e t al., 19 9 3; W aim tum bi & M urph y, 19 9 3), s e ndo ne ce s sáriaa purificação dos paras itas do de s angue do h os pe de iro ante s da am plificação.

9 . RT-PCR

A té cnica de RT-PCR e nvolve a sínte s e de um transcrito de DNA com ple m e ntar(cDNA) a partir de m olé culas de RNA, por m e io da utilização da e nzim a Transcriptas eRe ve rsa. O DNA sinte tizado é e ntão s ubm e tido a am plificação por m e io da té cnica dePCR, utilizando “prim e rs” e s pe cíficos q ue s e ligam e s pe cificam e nte com as m olé culas dem RNA do ge ne de inte re s s e (Alvare s , 2001). A utilização do RNA contido na am ostra,te m com o principal vantage m o fato de aum e ntar a s e nsibilidade do te s te , já q ue e s s eácido nucle ico e s tá pre s e nte e m m aior q uantidade (ce rca de 50% ) e m um a cé lula típica,q uando com parado ao D NA (Z arle nga e t al., 2001).

As té cnicas de RT-PCR q uantitativas e s e m i-q uantitativas s ão cons ide radas degrande im portâ ncia para a anális e da e xpre s s ão gê nica e m dife re nte s e s tágios dode s e nvolvim e nto de paras itas . Estudos re ce nte s tê m aplicado e s s a té cnica para

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caracte rizar a e xpre s s ã o de ge ne s e s pe cíficos d e e stágios de paras itas ce s todos , q ues ão im portante s na pre dição da im unoge nicidade de antíge nos prote tore s (W ate rk e yn e tal., 19 9 7).

10. PCR q uantitativo

A anális e q uantitativa por m e io da ciné tica da té cnica de PCR pode s e r fe itaadicionando-s e um corante fluore s ce nte (SYBR Gre e nTM ou brom e to de e tíde o) na re açãode PCR. Com is so, conform e a re ação progride , a am plificação produz q uantidade scre s ce nte s de D NA dupla fita q ue s e liga ao corante re s ultando e m aum e nto dafluore s cê ncia. Plotando-s e o aum e nto da fluore s cê ncia pe lo nú m e ro de ciclos, s ãoproduzidos gráficos de am plificação q ue forne ce m um panoram a com ple to da PCR(Alvare s , 2001). A té cnica de PCR q uantitativo utilizando o SYBR Gre e nTM foi usada paraq uantificar Borrelia burgdorferi e m m ode los com anim ais de laboratório para a doe nça deLym e (M orris on e t al., 19 9 9 ) e m e lh orar os m é todos de diagnóstico para e h rlich ios e(Ede lm an & D um le r, 19 9 6).

Té cnicas m ais re ce nte s com o a dos “be acons” e D NA “arrays” de ve rão s e r usadasno futuro com fins de diagnóstico e outros propós itos e m paras itologia ve te rinária.

11. Conclusõe s

As té cnicas de am plificação de D NA encontram um am plo cam po de aplicaçõe se m e s tudos de doenças infe cciosas e parasitárias de inte re s s e ve te rinário. Estudosre ce nte s de m onstram sua aplicação para ide ntificação de age nte s de doe nças e s uacaracte rização ge né tica, diagnóstico de infe cçõe s e infe s taçõe s , e s tudose pide m iológicos , de te cção de re s istê ncia a drogas , e ntre outros .

12. Re fe rê ncias bibliográficas :

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PRODUÇÃO E MANEJO DE FO RRAGENS PARA A PRODUÇÃO DE LEITE

I. Pe s q uisadore s

Ana Câ ndida Prim ave s i1Arm ando de Andrade Rodrigue s 1

Carla M aris Bittar Nus s io1

Francisco H . D ü bbe rn de Souza1

Ge raldo M aria da Cruz1

Joaq uim Bartolom e u Rassini1Luciano de Alm e ida Corrê a1

Luiz Albe rto Roch a Batista1

O do Prim ave s i1Patrícia M e ne ze s Santos 1

Rodolfo Godoy1

II. Proje tos e m de s e nvolvim e nto na Em brapa Pe cuária Sude s te

1. Re curso ge né tico: cons e rvação e m ultiplicação de m ate rial bás ico. Banco ativode ge rm oplasm a de Paspalum

A dive rsidade ge né tica de um a e s pé cie ve ge tal é a pre m is sa bás ica para om e lh oram e nto ge né tico. Esta pode s e r e s tim ada pe la aplicação de de s critore sm orfológicos , pe rm itindo obte r inform açõe s s obre a biodive rs idade e os re lacionam e ntosfiloge né ticos e ntre os biótipos e xiste nte s de ntro e e ntre e s pé cie s . Contudo, ocre s cim e nto populacional e as decorre nte s e xpansõe s das atividade s e conôm icas ,e s pe cialm e nte a agricultura e a pe cuária, de m andam usos alte rnativos do solo,im plicando na re tirada das cobe rturas ve ge tais nativas e na cons e q ü e nte pe rda dabiodive rsidade . Ne s s e s casos, a conse rvação ex situ re alizada pe los bancos dege rm oplasm a s e rve para re cupe rar am bie nte s de gradados ante riorm e nte ocupados pore s pé cie s nativas, alé m de s e r pos s íve l m e lh orar os conh e cim e ntos da e s truturafiloge né tica dos ace s s os cole tados , re lacionando-os com as e s pé cie s afins , pe rm itindo ade te rm inação de s uas orige ns e rotas m igratórias e de s e u uso no m e lh oram e ntoge né tico de plantas .

O Bras il, pos suidor da biodive rs idade m ais rica do plane ta, ocupa ce rca de 180m ilh õe s de h e ctare s na produção pe cuária. D e s ta áre a, de 60 a 80% são ocupados compastage ns cultivadas por e s pé cie s e xóticas , das q uais m ais de 85% pe rte nce m a trê s

1 Pe s q uisadores da Em brapa Pe cuária Sude s te , Caixa Postal 339 , 13560-9 70, São Carlos, SP. Ende reço Ele trônico:

anacan@ cpps e .e m brapa.br; arm ando@ cpps e .e m brapa.br; carla@ cpps e .e m brapa.br; fsouza@ cpps e .e m brapa.br;ge raldo@ cpps e .e m brapa.br; ras s ini@ cpps e .e m brapa.br; luciano@ cpps e .e m brapa.br; lroch a@ cpps e .e m brapa.br;odo@ cpps e .e m brapa.br; patricia@ cpps e .e m brapa.br; godoy@ cpps e .e m brapa.br

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e s pé cie s de um ú nico gê ne ro, de m onstrando a vulne rabilidade ge né tica de nos sos iste m a pe cuário s ob pastage m .

D e ntro da biodive rs idade bras ile ira, de s tacam os , na fam ília Poaceae (Gram íne a), ogê ne ro Paspalum. Suas e s pé cie s s e e ncontram dis tribuídas principalm e nte nas re giõe snorte , ce ntro oe s te , s ude s te e s ul do Bras il e le ste da Bolívia, Paraguai, norte daArge ntina e Uruguai, s e ndo m ais de 400 as espécies catalogadas . O s e u ge rm oplasm aapre s e nta m ú ltiplos usos , pois , alé m da produção de forrage m para alim e ntação anim al,pode s e r e xplorado para fixação de dunas , na conte nção de e rosão nas e ncostas dasrodovias , e m aplicaçõe s para fins ornam e ntais , alé m de s e r re s ponsáve l pe laalim e ntação de dive rsas e s pé cie s de ave s . Se ndo nativas de nossos ecossiste m asofe re ce m m e nore s riscos e m provocar de s e q uilíbrios e cológicos com a introdução dedoe nças e pragas desconh e cidas q uando utilizadas e m culturas e xte ns ivas com ogram ados e pastage ns . Se u uso com o forrage ira nativa, h á m uito ve m s e ndo fe ito no suldo Bras il, poré m só re ce nte m e nte , com os e studos re alizados pe la Em brapa Pe cuáriaSude s te , constatou-s e s ua aptidão com o forrage ira cultivada nas re giõe s s ude s te , ce ntrooe s te e norte do País . Na contra-m ão da pre s e rvação am bie ntal, áre as nativas de s s ase s pé cie s tê m s ido de gradadas para ocupação pe cuária e com o uso de e s pé cie s e xóticascom o forrage iras . A falta de conh e cim e nto de s s as e spé cie s nativas na alim e ntaçãoanim al, principalm e nte na bovinocultura, im possibilita s ua indicação na form ação depastage ns cultivadas .

O pre s e nte trabalh o propõe -s e re alizar açõe s de cole ta, class ificação e pre s e rvaçãoin vivo ex situ, be m com o e s tabe le ce r as condiçõe s bás icas para a utilização suste ntáve lde s s a biodive rs idade por m e io do e nriq ue cim e nto, cons e rvação, pre s e rvação,caracte rização e avaliação de re cursos ge né ticos do Bras il. Alé m dos aspe ctose conôm icos e s ociais , pre cisam os de s tacar a im portâ ncia do uso de e s pé cie s nativas naform ação das pastage ns e m te rm os de suste ntabilidade do e cos s is te m a, cujape rturbação com a introdução de e s pé cie s e xóticas ve m colocando e m risco a e s truturade nos sa flora, e cons e q ue nte m e nte , tam bé m da nos sa fauna.

2. O bte nção de novas cultivare s de plantas forrage iras do gê ne ro Paspalum

A m aior parte das áre as de pastage ns im plantadas no Bras il é form ada come s pé cie s e xóticas , principalm e nte do gê ne ro Brachiaria. Esta e s tre ita bas e ge né tica lim itaa e ficiê ncia do proce s s o produtivo e torna o siste m a vulne ráve l à s alte raçõe s doe cos s iste m a, pode ndo traze r pre juízo aos produtore s e provocar danos àsuste ntabilidade e conôm ica do agrone gócio da pe cuária. O gê ne ro Paspalum, por outrolado, s e de s taca de ntre as gram íne as nativas com pote ncial forrage iro. A se le ção e aintrodução de e s pé cie s do gê ne ro Paspalum e m áre as com e rciais re pre s e nta, portanto,um a boa alte rnativa para a am pliação da variabilidade ge né tica e m áre a de pastage ns epara a s olução de proble m as re lacionados à incidê ncia de pragas e doe nças e àadaptabilidade aos e coss iste m as nacionais . O obje tivo ge ral de s te trabalh o é s ele cionarace s s os d e e spé cie s do gê ne ro Paspalum com e le vado pote ncial forrage iro e q uepos sam s e r utilizados e m s iste m as de produção anim al com o alte rnativa à s e s pé cie s de

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Brachiaria. Para isto, s e rão de s e nvolvidos e xpe rim e ntos , utilizando os ace s s osprom is sore s s ele cionados e m avaliaçõe s ante riore s , com os s e guinte s obje tivose s pe cíficos : avaliar o de s e m pe nh o e a adaptabilidade de s s e s ace s s os e m dife re nte slocais; avaliar os ace s s os com re lação à propagação de s e m e nte s; avaliar s ua re s istê nciacom re lação a pragas e doe nças; de te rm inar o de s e m pe nh o q uando subm e tidos aopaste jo e s ua q ualidade alim e ntar; de te rm inar o pote ncial de produção anim al de s te sace s s os; de te rm inar s uas e xigê ncia e m te rm os de fe rtilidade de s olo e a re s posta àadubação e de te rm inar os m e lh ore s m é todos de im plantação das pastage ns dos ace s s osprom is sore s . Em linh as ge rais , os e xpe rim e ntos de s e nvolvidos s eguirão os protocolosinte rnacionais de avaliação de plantas forrage iras .

3. M ultiplicação e avaliação de linh age ns puras de guandu (Cajanus cajan (L.)M illsp)

A partir de 19 88, a Em brapa Pe cuária Sude s te avaliou agronom icam e nte duascole çõe s de ge rm oplasm a de guandu, um a re ce bida de várias instituiçõe s nacionais ecom posta de 69 ace s s os , e a s e gunda, re ce bida do ICRISAT, da Índia, com postainicialm e nte por 9 9 ace s s os , dos q uais foi pos s íve l a m ultiplicação e avaliação de 75.Es sas avaliaçõe s re s ultaram na s ele ção de 41 ace s s os com um a ou m ais das se guinte scaracte rísticas favoráve is: produção de m até ria s e ca total e de folh as , altura de plantas ,te ore s de tanino e nitrogê nio. O s ace s s os s ele cionados pas saram , a partir de 19 9 2, porproce s s os de autofe cundação e s ele ção e m casa de ve ge tação, para obte nção delinh age ns puras , te ndo sido e s s e proce s s o totalm e nte concluído e m 2000. Entre e s s e s ,e ncontram -s e m ate riais altam e nte produtivos, q ue pode rão s e r lançados com o novascultivare s e m ate riais com caracte rísticas favoráve is para s e re m utilizados e m futurosprogram as de m e lh oram e nto ge né tico de guandu. Todas as linh age ns puras vê m s e ndom ultiplicadas . Em 19 9 8, de ze s s e te de las tinh am q uantidade de s e m e nte s suficie nte parainstalação de e nsaio de avaliação agronôm ica e cons e rvação do ge rm oplasm a. Tale nsaio foi instalado e m São Carlos, Piras s ununga, Jaboticabal, Pratâ nia e Itapuí, noEstado de São Paulo, te ndo as avaliaçõe s s ido e nce rradas e m 2001. No proce s s o deavaliação, ve rificou-s e q ue algum as de s s as linh age ns pode m s e r re s is te nte s aMacrophomina phaseolina (Tass .) Goid., q ue causa a m orte pre m atura de plantas . Esteproje to propõe -s e a faze r nova avaliação agronôm ica das dem ais linh age ns purasobtidas , nos m e s m os locais , de m ane ira a confirm ar ou não s uas q ualidade s; a prom ove ra contínua m ultiplicação de s uas s e m e nte s , de m ane ira a s e obte r q uantidade s uficie ntede s e m e nte s para instalação de s s e s e nsaios , cons e rvar o ge rm oplasm a e e nviaram ostras para outras instituiçõe s ou ce ntros de pesquisa; e a te s tar a re s istê ncia de 41linh age ns puras a Macrophomina phaseolina.

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4. Produção e avaliação de alim e ntos orgâ nicos , nutrição dos anim ais paraprodução orgâ nica de carne le ite e ovos de q ualidade e im pacto dos deje tosanim ais no am bie nte : avaliação de ace s s os s ele cionados de guandu sob paste jo;inclusão de ace s s o prom issor de guandu na produção de s ilage m de m ilh o;substituição de conce ntrado por guandu para be ze rros le ite iros

Na re gião Sude s te , grande parte dos siste m as de produção de carne e de le ite e s táinstalada e m áre as de ce rrado, de s olos de baixa fe rtilidade e de longa e s tação s e ca.Um a das principais e s traté gias para aum e nto da e ficiê ncia ne s s e s s iste m as é a utilizaçãode plantas forrage iras ade q uadas à q ue las condiçõe s , e ntre as q uais s e de s taca oguandu. Suas atuais cultivare s com e rciais , e ntre tanto, pos sue m algum as lim itaçõe s q ue ,aliadas à falta de conh e cim e nto das pote ncialidade s da planta pe los produtore s rurais eà falta de s uficie nte re s paldo da pe s q uisa agrope cuária, im pe de m s ua adoção de m ane iram ais inte ns iva. Por outro lado, a constatação da e norm e variabilidade ge né ticae xiste nte e o conh e cim e nto de s uas q ualidade s pote nciais o tornam m ate rial apropriadopara o de s e nvolvim e nto de novas cultivare s , livre s das atuais lim itaçõe s da cultura e ,portanto, m ais ade q uadas a contribuir com o aum e nto da e ficiê ncia dos s iste m as deprodução. Para q ue e s s e aum e nto s e ja e fe tivo, é pre ciso q ue e s s as cultivare s e /ou suaslinh age ns form adoras s e jam caracte rizadas de m odo a tornar conh e cidas suasq ualidade s e s uas lim itaçõe s . Este proje to propõe -s e , portanto, a ve rificar o e fe ito dopaste jo s obre o de s e nvolvim e nto e pe rs is tê ncia de trê s linh age ns já avaliadasagronom icam e nte . Alé m dis so, s e rá avaliado o pote ncial de inclusão de um novo ace s s ode guandu na die ta de be ze rras le ite iras após a de s m am a e o e fe ito da inclusão de umnovo ace s s o de guandu s obre padrão de fe rm e ntação, pe rdas no proce s s o e q ualidadede s ilage m de m ilh o.

5. Avaliação de varie dade s industriais de cana-de -açú car para alim e ntação debovinos

A ofe rta de alte rnativas de s iste m as pecuários e ficie nte s biológica ee conom icam e nte de ve incluir a ne ce s s idade de re s e rva de alim e nto para a s e ca. Autilização de forrage iras com alta produção e dis ponibilidade ne s s e pe ríodo com o, pore xe m plo, a cana-de -açú car, ve m m e re ce ndo a ate nção dos e xte nsionistas e produtore s ,e m função de s e u m e nor custo q uando com parado com s ilage m e fe no. No e ntanto, ape s q uisa te m ve rificado q ue e xiste dife re nças nutricionais e ntre as varie dade s de cana-de -açú car. As s im , o valor nutritivo de dife re nte s varie dade s industriais pre cisa s e rconh e cido, visando m e lh orar os níve is de produção anim al ou a re dução na q uantidadede conce ntrado utilizado para balance ar a die ta, re duzindo-s e de s te m odo os custos deprodução. O obje tivo principal é caracte rizar novas e m e lh ore s varie dade s de cana-de -açú car, de s e nvolvidas e re com e ndadas para dife re nte s condiçõe s e dafoclim áticas , comre lação a parâ m e tros im portante s para nutrição de bovinos . As varie dade sagronom icam e nte m ais prom is soras , s e gundo re com e ndação dos órgãos oficiaisre s ponsáve is pe la pe s q uis a com cana-de -açú car, s e rão avaliadas com bas e na re lação

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fibra:açú car, com pone nte s da fibra, te or de lignina, com pos ição e m m acroe le m e ntos edige s tibilidade "in vitro" da m até ria orgâ nica. As varie dade s s e rão avaliadas in natura ena form a de s ilage m . Se rá avaliada tam bé m a produção de m e tano ge rado pe los bovinosalim e ntados com e s sas varie dade s .

O s re s ultados e s pe rados s ão disponibilizar inform açõe s sobre as varie dade s comm e lh ore s q ualidade s nutricionais , com pote ncial para utilização na alim e ntação debovinos . O s im pactos e s pe rados e s tão re lacionados ao conce ito de inte ns ificação doss iste m as de produção de le ite e de carne q ue e s tá s e im plantando de finitiva eirre ve rs ive lm e nte na re giã o Sude s te , re q ue re ndo das instituiçõe s de pe s q uisa ede s e nvolvim e nto, m aior agilidade na busca ince s s ante de re s postas e q ue s tionam e ntosre lativos à produtividade , e conom icidade , suste ntabilidade e q ualidade do produto.Ass im , as cons e q ü ê ncias pote nciais dos re s ultados a s e re m alcançados s ão: 1) para are giã o de abrangê ncia, a disponibilidade de varie dade s de m e lh or q ualidade paraalim e ntação de bovinos; 2) para a ciê ncia, a abe rtura de fronte iras com bas e ne s ta novam e todologia de pe s q uisa com cana-de -açú car para bovinos e tam bé m da utilização deparce rias; 3) para os produtore s , a re dução dos custos de alim e ntação de bovinos dele ite e corte , com cons e q ü ê ncias para a s ocie dade , principalm e nte para as clas s e sm e nos favore cidas e conom icam e nte , q ue pode rão te r à disposição, le ite e carne apre ços m ais ace s s íve is; e 4) para o am bie nte a m e nor poluição com m e tano com autilização de varie dade s com m e lh or re lação fibra/açú car.

6. Ave ia: avaliação e s ele ção de ge nótipos de ave ia forrage ira na re giã o Sude s te

Na re gião Sude s te a baixa dis ponibilidade de forrage m no pe ríodo do inve rno,causada pe lo dé ficit h ídrico e pe las baixas te m pe raturas , afe ta ne gativam e nte aprodução de bovinos . Para re duzir a sazonalidade q ue ocorre na produção de le ite e decarne pode m s e r usadas várias alte rnativas. A utilização de forrage iras de inve rno,irrigadas s e ne ce s sário, é alte rnativa ade q uada para m inim izar os proble m as de e scas s e zde forrage m , ne s ta é poca do ano.

Entre as forrage iras de inve rno de s taca-s e a ave ia, por s ua produtividade , s e u valornutritivo e pe las inú m e ras possibilidade s de us o, de s de a produção de grãos paraalim e ntação h um ana e anim al até a produção de forrage m , cobe rtura do solo, adubaçãove rde e inibição de plantas invasoras pe lo e fe ito ale lopático. O s trabalh os de s ele ção q ueve m s e ndo conduzidos na Em brapa Pe cuária Sude s te le varam ao lançam e nto da cultivarSão Carlos de ave ia forrage ira, de boa produtividade e capacidade de s uporte q uandousada e m paste jo dire to, s e ndo capaz de proporcionar s ignificativos incre m e ntos naprodução le ite ira. O trabalh o de avaliação e de s ele ção de linh age ns deve s e r contínuopara q ue novas cultivare s e s te jam disponíve is e, tam bé m , conside rar as condiçõe sre gionais . As s im , na re giã o de São Carlos, onde os índice s pluviom é tricos s ão baixos noinve rno, a cultura de ave ia de ve s e r irrigada, principalm e nte as ave ias forrage iras deciclo longo. Entre tanto, usando-s e cultivare s de ciclo curto e boa produção de m as save rde , é pos síve l a obte nção de produçõe s razoáve is de forrage m , e m um ú nico corte ,cons ide rando os índice s de ch uva da re giã o.

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O pre s e nte s ubproje to te m por obje tivo avaliar e s ele cionar ge nótipos forne cidospe los program as de m e lh oram e nto ge né tico da cultura para aptidão forrage ira, visandoo lançam e nto ou a re com e ndação de novas cultivare s de ave ia ade q uadas à sne ce s s idade s da re gião Sude s te . Com o obje tivo final, o subproje to de ve rá ofe re ce r aospe cuaristas da re giã o novas opçõe s de ave ia forrage ira, m ais produtivas e m aisre s is te nte s a doe nças, para alim e ntação anim al, be m com o para cobe rtura de s olos.

Se rão conduzidos e xpe rim e ntos com ge nótipos de ave ia branca e pre tas ele cionados pe los program as de m e lh oram e nto ge né tico da cultura para aptidãoforrage ira, de te rm inados pe la Com is s ão Bras ile ira de Pe s q uisa de Ave ia. O de line am e ntodos dois e xpe rim e ntos s e rá e m blocos ao acaso, com q uatro re pe tiçõe s para a avaliaçãodos ge nótipos para produção de forrage m e com trê s re pe tiçõe s para a avaliação dosgé nótipos para cobe rtura do s olo. As parce las te rão cinco linh as de q uatro m e tros decom prim e nto e 0,20 m e tro e ntre linh as . A de ns idade de s e m e adura s e rá de 350s em e nte s aptas por m e tro q uadrado. Na avaliação para produção de forrage m os corte ss e rão e fe tuados s em pre q ue as plantas atingire m 30 a 35 cm de altura. A altura decorte s e rá de 7 a 10 cm . As adubaçõe s s e rão fe itas : no plantio com 250 k g h a-1 dafórm ula 4-30-16; no pe rfilh am e nto e , após cada corte com 20 k g h a-1 de N na form a desulfato de am ônio. Se rão re alizadas as avaliaçõe s : produção de m as sa ve rde e s e ca porh e ctare ; dano de ge ada (ante s e após os corte s ), doe nças (avaliaçõe s ante s dos corte s ),nú m e ro de pe rfilh os , h ábitos de cre s cim e nto. No e nsaio de avaliação para cobe rtura desolo, a adubação s e rá a m e s m a do plantio e do pe rfilh am e nto do e nsaio para avaliarprodução de forrage m . O corte s e rá fe ito no flore s cim e nto ple no, q uando 50% daspanículas e s tive re m e xpostas . Se rão re alizadas as avaliaçõe s : produção de m as sa ve rdee s e ca por h e ctare ; dano de ge ada, doe nças, h ábitos de cre s cim e nto e altura no corte .

7. Avaliação e s ele ção de ge nótipos de ave ia para a produção de grãos na re giã oSude s te

O inte re s s e industrial cre s ce nte por grãos de ave ia e tam bé m as poucas opçõe spara o plantio no pe ríodo do inve rno tê m tornado a ave ia branca (Avena sativa) um acultura im portante para as re giõe s Sul e Sude s te do País . O s grãos pode m s e r usadosdire tam e nte na alim e ntação de cavalos, ave s e bovinos , inte iros ou am assados , etam bé m com o insum o no fabrico de raçõe s . O conh e cim e nto da inte ração ge nótipo-am bie nte é de grande im portâ ncia para o m e lh oram e nto ve ge tal, pois pe rm ite orie ntar asde cisõe s re lacionadas ao program a de s ele ção e a re com e ndação de cultivare s paralocais e s pe cíficos ou ge rais . A Com issão Bras ile ira de Pe s q uisa de Ave ia apre s e nta com onorm a q ue todo ge nótipo ante s de s e r re com e ndado aos agricultore s para plantio, de ves e r te s tado no m ínim o q uatro anos , s e ndo trê s anos e m e nsaios e m re de . Inicialm e nte ,pas sa-s e pe lo Ensaio Re gional de Linh age ns de Ave ia, o prim e iro e nsaio e m re de . Aslinh age ns q ue s upe rare m e m 5% a m e lh or te s te m unh a, na m é dia dos locais , pas sarãopara o Ensaio Bras ile iro de Linh age ns , ú ltim a e tapa da avaliação de linh age ns , s e rvindode bas e para de cidir a re com e ndação ou não de novas cultivare s de ave ia, e q ue

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apre s e nta com o obje tivo a avaliação final de linh age ns de ave ia e m dife re nte s re giõe s ,visando a re com e ndação de novas cultivare s . Após a re com e ndação, e s s as novascultivare s de ave ia continuam s e ndo avaliadas no Ensaio Bras ile iro de Cultivare sRe com e ndadas , com obje tivo de avaliar o de s e m pe nh o de s tas cultivare s por m e io dere ndim e nto, q ualidade dos grãos e outras caracte rísticas agronôm icas , e m dife re nte sam bie nte s . O obje tivo de s te s ubproje to é o de ofe re ce r inform açõe s ao program a dem e lh oram e nto de s te ce re al e pos s ibilitar a re com e ndação de cultivare s de ave ia paragrãos para a re gião Sude s te .

8. Prote ção e avaliação da q ualidade am bie ntal

Os rum inante s , e m virtude do proce s s o dige s tivo de fe rm e ntação rum inal, s ãore conh e cidos com o im portante fonte de e m is s ão de m e tano para a atm osfe ra. O m e tanoé um pote nte gás de efe ito e s tufa q ue contribui e m 15% para o aq ue cim e nto global.Estudos m ostram q ue e s te gás aum e nta anualm e nte à taxa de 0,9 % na atm osfe ra. Ase m is sõe s globais de m e tano ge radas a partir dos proce s s os gastrointe s tinais s ãoe s tim adas e m 80 m ilh õe s de tone ladas por ano, corre s ponde ndo a ce rca de 22% dase m is sõe s totais de m e tano ge radas por fonte s antrópicas . No Bras il, q ue e m 19 9 5pos suía ce rca de 160 m ilh õe s de bovinos , foram e s tim adas e m is sõe s de 9 ,2 m ilh õe s detone ladas de m e tano ge radas na fe rm e ntação rum inal. Nove nta e s e is por ce nto dase m is sõe s de m e tano de orige m agrícola no País s ão atribuídos à pe cuária, cons ide randoos e fe tivos de rum inante s (bovinos , bú falos, ove lh as , cabras), h e rbívoros não-rum inante s (cavalos, asininos, m uare s ) e anim ais m onogástricos (s uínos), e s e usde je tos . A inte nsidade de e m is s ão de m e tano de pe nde do tipo de anim al, da q uantidadee do grau de dige s tibilidade da m as sa inge rida e do e s forço ao q ual o anim al ésubm e tido. As indicaçõe s para a re dução das e m is sõe s de m e tano pe la pe cuária e s tãoligadas à m e lh oria da die ta, à m e lh oria das pastage ns , à s uple m e ntação alim e ntar eoutras m e didas , as q uais s e re fle te m na m e lh oria da e ficiê ncia produtivas. M e diçõe s dem e tano, usando a m e todologia do traçador h e xafluore to de carbono (SF6), s e rãore alizadas após ajuste m e todológico, tre inam e nto de té cnicos e adaptação dos anim aisao aparato de am ostrage m . As le ituras de conce ntraçõe s de m e tano e de SF6 s e rãore alizadas e m crom atógrafos a gás e q uilibrados com de te ctore s de ionização de ch am a ede captura de e lé trons . O s re s ultados do subproje to de ve rão indicar form as de m ane jo,práticas e té cnicas m ais ade q uadas de m ane jo anim al re lacionadas à re dução dase m is sõe s de m e tano e ao aum e nto na e ficiê ncia produtiva, be m com o ge rar dadosprim ários para o aprim oram e nto das e stim ativas de em is sõe s de m e tano prove nie nte s deatividade pe cuária no Bras il.

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9. Calage m e m cobe rtura e m pastage m de Brachiaria decumbens

Em pastage ns já form adas , a aplicação de calcário de ve s e r e m cobe rtura, s e mincorporação, o q ue contraria os conh e cim e ntos sobre a m aior e ficiê ncia da calage m . Oobje tivo do trabalh o é ve rificar o e fe ito de dos e s de calcário e m cobe rtura e m algum ascaracte rísticas q uím icas e fís icas de um Latos solo Ve rm e lh o-Am are lo álico e s obre aprodução de m até ria s e ca de um a pastage m de gradada de Brachiaria decumbens. Ode line am e nto e xpe rim e ntal s e rá o de blocos casualizados com q uatro re pe tiçõe s , comoito tratam e ntos , s e ndo cinco de nom inados de principais , s e ndo: 0 (T0), 1 (T1), 2 (T2),4 (T4) e 8 (T8) tone ladas/h a de calcário e trê s tratam e ntos de nom inados des e cundários : conve ncional com incorporação de 4 t/h a de calcário (T4i), 2 t/h a decalcário e m cobe rtura com re aplicação anual de 1 t/h a (T2M ) e aplicação de 4 t/h acalcário, poré m s e m adubo (T4SA). O s trabalh os foram iniciados e m de ze m bro de 19 9 9 .

O obje tivo principal é ve rificar s e h á ne ce s s idade de re alizar calage ns fre q ü e nte spara m ante r e le vado o pH do s olo, e m pastage ns de braq uiaria m ane jadasinte ns ivam e nte de form a rotacionada. D e form a de talh ada os obje tivos s ão:

? ve rificar a m e lh or dos e de calcário e m cobe rtura para a produção de m até rias e ca de pastage m de Brachiaria decumbens de gradada, e m fas e de re cupe raçãoe inte ns ificação de m ane jo;

? ve rificar a m e lh or dos e de calcário e m cobe rtura para m ante r a pe rm e abilidade eo grau de floculação de partículas sólidas da cam ada s upe rficial de Latos soloVe rm e lh o-Am are lo distrófico, sob pastage m de Brachiaria decumbensde gradada, e m fas e de re cupe ração e inte ns ificação de m ane jo;

? ve rificar a m e lh or dos e de calcário e m cobe rtura para m ante r caracte rísticasq uím icas ade q uadas da cam ada s upe rficial de Latos solo Ve rm e lh o-Am are lodistrófico, s ob pastage m de Brachiaria decumbens de gradada, e m fas e dere cupe ração e inte ns ificação de m ane jo;

? re com e ndar proce dim e nto ade q uado de calage m , e m supe rfície , e m pastage mde Brachiaria decumbens de gradada, e m fas e de re cupe ração e inte ns ificaçãode m ane jo, s obre Latos solo Ve rm e lh o-Am are lo distrófico, para a produção m aisade q uada de forrage m s e m pre judicar caracte rísticas fís icas e q uím icas do solo.

10. D e s e nvolvim e nto e avaliação de té cnicas de produção e de pre paro de s e m e nte sde forrage iras tropicais

O Bras il é o m aior produtor, o m aior consum idor e o m aior e xportador des e m e nte s de plantas forrage iras tropicais; ce rca de 9 8.000 t/ano s ão produzidas ecom e rcializadas , e s s e ncialm e nte , com o “commodities”, isto é , com o produtos poucosdife re nciados , de baixo valor agre gado. A de m anda por s e m e nte s de boa q ualidadefís ica, fis iológica e s anitária te m aum e ntado e rígidos padrõe s fitos sanitários im postospor país e s im portadore s tê m contribuído para aum e ntar a s ofis ticação da de m anda.

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A produção, o m anus e io e a utilização com e rcial de s s e tipo de s e m e nte s s ãoatividade s de alto risco agronôm ico e e conôm ico, m as q ue ofe re ce boas oportunidade sde lucro aos q ue conh e ce m e adotam de te rm inadas te cnologias . Por h ave r s ido poucosubm e tido a m anipulaçõe s ge né ticas e agronôm icas , e s s e grupo de e s pé cie s m anté mde te rm inadas caracte rísticas s elvage ns , q ue dificultam a produção, o m anus e io e autilização das s em e nte s .

Práticas agronôm icas e té cnicas de m anus e io e pre paro e s pe cificam e ntede s e nvolvidas para e s te tipo de s e m e nte s pode m re s ultar não ape nas e m aum e nto deprodutividade de s e m e nte s puras viáve is por cultivare s de s s as e s pé cie s m as , tam bé m ,e m re dução de riscos de perdas e de custos , e aum e nto de e ficiê ncia de m é todos eproce dim e ntos de colh e ita, prolongam e nto da longe vidade , pre s e rvação de vigor dass e m e nte s colh idas e aum e nto das ch ance s de s uce s s o na form ação das pastage ns .

Este proje to te m com o obje tivo principal propor alte rnativas para: 1) re dução decustos e de riscos pote nciais na produção de s e m e nte s de algum as das principaise s pé cie s e cultivare s de forrage iras tropicais e m utilização com e rcial no Bras il; 2)agre gação de valore s a e s tas s em e nte s; e 3) m e lh oria da q ualidade fís ica, fis iológica esanitária das s em e nte s de forrage iras tropicais produzidas e com e rcializadas no Bras il.

Para alcançar e s te s obje tivos, os s eguinte s s ubproje tos de pesquisa estão s e ndode s e nvolvidos , e m as sociação com dive rsos parce iros pe rte nce nte s ao Siste m a Nacionalde Pe s q uisa Agrope cuária: “Adubação de Brachiaria brizantha cv. M arandu visando aprodução de s e m e nte s”, “M ane jo agronôm ico e produção de s e m e nte s e m Paspalumatratum cv. Pojuca e Brachiaria brizantha cv. Xaraé s ”, e “Avaliação de té cnicas detratam e nto e de condicionam e nto de s e m e nte s de gram íne as forrage iras tropicais”.

Alé m de s te proje to de pe s q uisa, outro s ubproje to e m de s e nvolvim e nto obje tivapropor, para linh age ns prom is soras de ave ia de s e nvolvidas na Em brapa Pe cuáriaSude s te , re com e ndaçõe s de é pocas de plantio e fre q ü ê ncia de corte s das plantas , q uepossibilite m m axim izar a produção de forrage m e de s e m e nte s e m um a m e s m a safra.Um a das principais vantage ns das ave ias (Avena sativa, A. strigosa e A. byzantina) ém ultiplicidade de form as de sua utilização. Á re as de ave ia utilizadas na produção defe no, de s ilage m ou s ob paste jo dire to, pode m ainda produzir um a safra de grãos ou des e m e nte s a partir do re brote , no m e s m o ano. As s im , a utilização e ficie nte e e ficaz de s tepote ncial de pe nde da ide ntificação, para cada e s pé cie /cultivar de ave ia, do conjuntom ais ade q uado de práticas agronôm icas q ue pos s ibilite e s te nde r ao m áxim o o pe ríodo des e u uso com o forrage ira e q ue possibilite ainda no m e s m o ano, boas produtividade s des e m e nte s . A dis ponibilidade de tal inform ação pode rá constituir-s e e m im portantee s tím ulo à adoção de novas cultivare s de ave ia pe los produtore s .

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VIABILIZ AÇÃO DA PRODUÇÃO DE LEITE EM PEQUENAS PRO PRIEDADES

Artur Ch ine lato de Cam argo1

André Luiz M onte iro Novo2

Ne lson Jos é Novae s 1

Sé rgio Novita Este ve s 1

Airton M anzano1

Rui M ach ado1

Atílio Be rtolino Filh o3

IntroduçãoEm fe ve re iro de 1.9 9 9 , um produtor de le ite nos procurou ao final de um a pale s tra

prom ovida pe la Em brapa e pe la Coope rativa de Laticínios de São Carlos (SP), angustiadope la s ituação finance ira de s ua proprie dade e pre ocupado com o futuro de le e de s e usfam iliare s .

Estava de s anim ado porq ue , m ê s a m ê s , o dinh e iro ia dim inuindo e não cons e guiavislum brar um a s olução para o proble m a. Contou-nos q ue m oravam na proprie dade , e le ,a e s posa, a cunh ada, o s ogro e a s ogra e q ue a re nda da fam ília e ra com posta da ve ndade 50 a 60 litros diários de le ite , da colh e ita de 800 pé s de café , da ve nda e s porádicade alguns le itõe s (oriundos de 4 m atrize s) e frangos . A re nda fam iliar e racom ple m e ntada pe lo trabalh o nos finais d e s em ana (q uinta-fe ira a sábado) num açouguede s ua proprie dade no distrito, q uando ve ndia um a carcaça de boi adq uirida dosfaze nde iros vizinh os , e pe la apos e ntadoria do s ogro. Um pe q ue no pom ar com uns vintepé s de m e xe rica auxiliava a e conom ia da fam ília. Ao final, pe diu de s culpas por e s taram olando e dis s e q ue s ó tinh a tom ado corage m de conve rsar conosco porq ue ane ce s s idade e ra m aior do q ue a ve rgonh a. Pe rguntam os o porq uê da ve rgonh a e e le nosdis s e : “Por produzir pouco le ite e s e r um pe q ue no produtor, ach ava q ue um a instituiçãode pe s q uisa com o a Em brapa não pe rde ria te m po e m m e ouvir, m as com o as ituação finance ira com eçou a ape rtar e e s tou s e ntido a sobrevivê ncia da fam íliaam e açada, de cidi vir à pale stra e , s e h ouve s s e um a oportunidade , e xporia, m e usproble m as”.

1 Pe s q uisadore s e m Produção Anim al. Em brapa Pe cuária Sude s te , Caixa Postal 339 , 13560-9 70, São Carlos, SP.

Ende reço Ele trônico: artur@ cpps e .e m brapa; njnovae s @ cpps e .e m brapa.br; s e rgio@ cpps e .m brapa.br;airton@ cpps e .e m brapa.br; rui@ cpps e .e m brapa.br

2 Eng. Agr. Em brapa Pe cuária Sude s te , Caixa Postal 339 , 13560-9 70, São Carlos, SP. Ende reço Ele trônico:andre n@ cpps e .e m brapa.br

3 CATI, Cam pinas , SP.

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Apre s s am o-nos e m corrigi-lo, dize ndo q ue e le não e ra um pe q ue no, m as s im umgrande produtor, porq ue tinh a cons e guido ve nce r a acom odação, tanto q ue vie ra àre união, q ue ria m udar a s ituação e e s tava de m onstrando vontade para isto. No e ntanto,pre ocupado, com ple tou: “M as e u não te nh o dinh e iro para com prar anim ais m e lh ore s ,m áq uinas novas e construir ou re form ar as instalaçõe s .” D is s e m os q ue nada dis so s e riane ce s sário para com e çar o trabalh o e e le , surpre s o, s e inte re s s ou pe lo as sunto.M arcam os um a vis ita à s ua proprie dade .

Ch e gando à Ch ácara São M igue l, localizada no dis trito de Á gua Ve rm e lh a, nom unicípio de São Carlos (SP), dis s e m os q ue e le pode ria faze r parte do proje to daEm brapa Pe cuária Sude s te s obre a produção de le ite e m e s tabe le cim e ntos fam iliare s .Explicam os q uais s e riam s e us dire itos e s e us deve re s no proje to. D e ixam os claro q ue aEm brapa não e ra um a e ntidade finance ira e q ue , portanto, ne nh um ins um o s e riafinanciado e o ritm o das m udanças deve ria ocorre r de acordo com sua capacidade deinve stim e nto. Com o sua re s posta foi pos itiva, e xplicam os tam bé m , q ue ne s te proje to, otrabalh o inicia-s e pe la aplicação de um q ue s tionário de caracte rização do proprie tário, daproprie dade , do re banh o, das ins talaçõe s , do m aq uinário e do uso da te rra. As re s postasobtidas e s tão s inte tizadas nos q uadros 1, 2 e 3.

Quadro 1 - Caracte rização do proprie tário e s ua fam ília no início de 1.9 9 9 .

Nom e do proprie tário Se dilson Ivan de O live ira O rdonh o

Idade do proprie tário 32 anos

Escolaridade Se gundo grau com ple to

M oradia na proprie dade

Te m po de trabalh o no m e io rural 3 anos

O cupação ante rior Auxiliar de e s critório

D e pe nde nte s da re nda da proprie dade 5 pe s s oas

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Quadro 2 - Caracte rização da proprie dade no início de 1.9 9 9 , conform e inform açõe s doproprie tário.

Nom e da proprie dade Ch ácara São M igue lLocalização D istrito de Á gua Ve rm e lh a e m São Carlos (SP)Á re a total 4,5 h aÁ re a cultivada 4,0 h aÁ re a para plantio de m ilh o parae ns ilage m

2,0 h a

Á re a de cana de açú car 1,0 h aÁ re a do cafe zal 0,5 h aÁ re a de tifton (be ze rras e novilh as) 0,5 h aÁ re a de braq uiária 0,5 h aÁ re a de capim e le fante (capine ira) 0,3 h aAbaste cim e nto de água poço com um (vazão de 1.500 l / h ) e água do

SAAE*Principais e q uipam e ntos O rde nh adora m e câ nica, apare lh o para

e le trificação de ce rca, picadora e s tacionária deforrage m

Principais e dificaçõe s Casa (212 m 2), e s tábulo (82 m 2) e ce rcas* SAAE - Se rviço Autônom o de Á gua e Esgoto do M unicípio de São Carlos (SP).

Se gundo as inform açõe s pre s tadas , a som a das áre as de s tinadas à s dife re nte sculturas ultrapas sava e m 0,8 h a a áre a cultivada. Explicam os a e le q ue s e m e xatidãonas inform açõe s , a de finição de pote ncial e a de te cção de e rros e ace rtos no siste m aim plantado, ficam com prom e tidas . Ele pe rguntou “o q ue faze r?” Re com e ndam os are alização de um le vantam e nto planialtim é trico com cotas a cada cinco m e tros e todasas divisõe s inte rnas , cursos d’água, e dificaçõe s e árvore s grande s (com capacidade deofe re ce r s om bra aos anim ais) locadas na planta. Quando acabam os de falar, e le dis s eq ue não tinh a dinh e iro para faze r e s s e le vantam e nto e nós pe rguntam os s e ele s abia ocusto de s s e trabalh o. Com o s ua re s posta foi ne gativa, dis s e m os q ue e s s e tipo dele vantam e nto te m s ido re alizado por R$ 40,00/h e ctare (valor atualizado e m abril/2003).“Essa q uantia pos so arcar, caso ve nda algum anim al”, afirm ou. D is s e m os q ue nãoh ave ria ne ce s s idade , pois , com o e le e s tava faze ndo parte do proje to, e s taria re ce be ndoo le vantam e nto s e m de s pe s as . Você q ue e s tá le ndo de ve e s tar pe rguntando e s e elepos suís s e 100 h a e tive s s e de arcar com as despe s as? A re com e ndação, ne s s e caso,s e ria le vantar ape nas a gle ba s ele cionada para o início dos trabalh os .

Para avaliar a fe rtilidade do s olo, re tiram os am ostras do solo, q ue foram analisadasno laboratório da Em brapa Pe cuária Sude s te e m São Carlos (SP).

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Quadro 3 - Caracte rização da atividade le ite ira no início de 1.9 9 9 .

Produção diária (m é dia) 50 a 60 litrosVacas e m lactação 4Vacas s ecas 5Novilh as acim a de 2 anos 4Novilh as de 1 a 2 anos 4Be ze rras até 1 ano 2O rde nh a m e câ nicaEq uipam e nto Balde ao pé (2 conjuntos)No de orde nh as / dia 2Re produção via ins e m inação artificial (ins e m inador autônom o)Idade ao prim e iro parto 36 m e s e s (e s tim ativa)Ale itam e nto ArtificialBas e da alim e ntação Silage m de m ilh o, cana-de -açú car e capine ira de capim -

e le fanteControle zooté cnico Ape nas anotação de pariçõe s e cobe rturasControle e conôm ico Ausente

Por participar do proje to, e le ainda te ria dire ito a e xam e s iniciais de bruce los e etube rculos e e m todos os anim ais e m idade re produtiva e a colocação de brincosnum e rados e m todo o re banh o. Que ria sabe r s e “ganh aria” m ais algum a coisa eace nam os positivam e nte : um a fita para pe s age m de anim ais , um q uadro dinâ m icocircular para controle re produtivo do re banh o, um pluviôm e tro e um te rm ôm e tro dem áxim a e m ínim a. Torce u o nariz, provave lm e nte pe nsando: “O q ue é q ue e u vou faze rcom is so?” e pe rguntou porq ue e s tava ganh ando e s s as coisas . Por s e r um proje to depe s q uisa e de s e nvolvim e nto, q ue analisa a s ituação ante s e de pois da adoção deté cnicas e conce itos de produção, e ra pre cis o q ue tivé s s e m os dados corre tos e paratanto e ra ne ce s sário forne ce rm os instrum e ntos para cole ta das inform açõe s de s e jadas .Alé m dis so, e s s a e ra a nos sa contrapartida por e s tar pe rm itindo q ue trabalh ás s em os e msua proprie dade .

No m e s m o ins tante e m q ue ficou satisfe ito por re ce be r tais “pre s e nte s”, q uis sabe ro q ue de ve ria faze r. Pre ocupado, voltou a nos le m brar: “Não te nh o dinh e iro paracom prar anim ais , m áq uinas ou construir nada” e com ple tou “e tam bé m não q ue ro tirardinh e iro no banco para faze r o q ue você s q uis e re m ”. Esclare ce m os q ue o proje to nãofinanciava a com pra de anim ais , fe rtilizante s e e q uipam e ntos ne m a construção ou are form a de instalaçõe s , para não pe rde r o e fe ito m ultiplicador. Caso fos s e forne cidoe s s e tipo de ajuda, fatalm e nte , q uando outro produtor vis itas s e e s s a proprie dade , s e riafe ito o s e guinte com e ntário “Tam bé m , re ce be ndo dinh e iro para com prar vacas ,e q uipam e ntos , fe rtilizante s e ração, até e u cons igo”.

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Explicam os a e le q ue o com prom is so q ue te ria conosco s e ria o de s e m pre faze r oq ue fos s e com binado e ntre as parte s . Alé m dis s o, e le de ve ria pas sar a controlar todo otipo de e ve ntos re lacionados à atividade le ite ira, s ob pe na de inte rrom pe rm os suaparticipação no proje to. Para facilitar e s s e trabalh o, forne ce m os planilh as para a cole tados dados. Assim , alé m do controle de pariçõe s e cobe rturas norm alm e nte e fe tuados ,de ve ria anotar a data da s e cage m das vacas e as datas de com pra, ve nda, m orte outransfe rê ncia de anim ais , e pas sar a faze r o controle le ite iro ao m e nos um a ve z por m ê s ,o controle de variáve is re lacionadas ao clim a (pre cipitação pluvial e te m pe raturasm áxim a e m ínim a) e o controle de todas as de s pe s as e re ce itas e nvolvidas na atividadele ite ira, de form a discrim inada. O s e xam e s de bruce los e e tube rculos e foram ce didos aoprodutor, por não s e r pos s íve l im plantar um s iste m a viáve l do ponto de vista té cnico,e conôm ico e s uste ntáve l com anim ais doe nte s . O s brincos facilitariam a tom ada dedados e a ide ntificação dos anim ais pe los té cnicos do proje to na aus ê ncia do produtor,re duzindo o risco de e rros e aum e ntando a confiabilidade das inform açõe s . A fita parape s age m s e ria utilizada para controle m e nsal do ganh o de pe s o dos anim ais e mcre s cim e nto, do nascim e nto até o parto. O q uadro dinâ m ico circular para controlere produtivo agilizaria o ge re nciam e nto do re banh o, com o obs e rvaçõe s de cios ,diagnósticos de gestação, palpação de vacas abe rtas , e s traté gias de cobrição parae q uacionar a dis tribuição de partos durante o ano, s e cage m de vacas , e ntre outras . O sdados clim áticos nos auxiliariam a m ane jar pastos e re banh o, alé m de e xplicar asvariaçõe s na produção de forrage m e na produção de le ite e as s im por diante . D e ixam osclaro tam bé m q ue , s e ocorre s s e algum caso pos itivo de bruce los e ou tube rculos e , oanim al de ve ria s e r e lim inado. Se insistis s e e m m ante r o anim al doe nte , a proprie dades e ria autom aticam e nte de s cartada do proje to.

Re gras e xplicadas , cartas na m e s a, o jogo com e çou.

A Espe rança

Pe dim os q ue e xplicas s e com o e ra o m ane jo do re banh o, da alim e ntação ao longodo ano e q ual e ra a rotina de atividade s na proprie dade .

Explicou-nos q ue a alim e ntação dos anim ais e ra forne cida o te m po todo no coch o,caracte rizando um siste m a de confinam e nto. Durante 60 dias re ce biam s ilage m dem ilh o, por m ais 9 0 dias e ra forne cida cana-de -açú car picada e nos outros s ete m e s e s , ore banh o e ra alim e ntado pe la s ua capine ira, s uficie nte ape nas para 30 dias . No re s tantedo te m po, consum iam capine iras abandonadas de vizinh os e capins de beira de e s trada.

Após a prim e ira orde nh a (por volta das 6 h oras da m anh ã), lim pava o e s tábulo,cuidava dos bezerros e ia pre parar o alim e nto dos anim ais . D urante a m aior parte do anosaía com a carroça e o burro para cortar as capine iras da re donde za, lim pando aproprie dade dos outros . Pas sava a m anh ã toda ne s s e s e rviço. Voltava, alm oçava e iapicar o m ate rial. Colocava o trato no balaio (ce s to, jacá) e nch ia os coch os , m isturava oconce ntrado e ch am ava as vacas , q ue olh avam de s consoladas e te ntavam e m vãos ele cionar o conce ntrado. No final da tarde (por volta das 17 h oras) fazia a s e gunda

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orde nh a, lim pava o e s tábulo e ia dorm ir cansado, por te r, durante todo o dia, trabalh adoà toa.

Pe rguntou-nos : “q ual a solução?”D is s e m os q ue o s e u s is te m a de produção e s tava e rrado e q ue e ra pre ciso m udar. Erapre ciso introduzir um a forrage ira q ue fos s e paste jada pe los anim ais . Em re s um o, e rapre ciso tirar os anim ais do coch o e colocá-los no pasto, para alim e ntá-los m e lh or ere duzir custos . Ele q ue s tionou: “Então o pasto é m e lh or q ue a s ilage m ?” Re s ponde m osq ue e ram alim e ntos volum osos dife re nte s e q ue am bos s ão de e xce le nte q ualidade s efore m be m produzidos e m ane jados corre tam e nte . Ape s ar de não e xistir m ais s ilage m naproprie dade , pe las pe rguntas fe ita por nós , com o: “Com q ue m áq uina você planta?Quais os tratos culturais q ue a lavoura re ce be ? Quanto te m po você le va para e ns ilar om ilh o? O nde é e s tocado?”, e ntre outras , afirm am os q ue e le não pos suía ne nh um acondição de faze r s ilage m de q ualidade m e diana, q uanto m ais boa silage m . Alé m dis so,a pastage m é utilizada no pe ríodo do ve rão (outubro a m arço, inclus ive ) e a s ilage mnorm alm e nte no pe ríodo de inve rno no Bras il ce ntral (abril a s e te m bro, inclus ive ), e xce toe m confinam e ntos q ue a forne ce m o ano todo. O lh am os para o Se dilson e e le acom panh ava tudo com ate nção.

A produtividade da te rra é função de duas variáve is bás icas : q uantidade de vacase m lactação por h e ctare e m é dia de produção de le ite . Com re lação à e s s a s e gundavariáve l, todas as pe s s oas com q ue m conve rsam os e e m todos os lugare s por ondepas sam os re clam am da falta de re cursos para inve s tir e m m e lh oria da q ualidade dore banh o. Com o Se dilson não foi dife re nte : “Você s q ue re m e ntão q ue e u com pre vacasde produção m ais ele vada?” D issem os a e le q ue m e s m o q ue tive s s e dinh e iro, nós nãore com e ndaríam os a com pra de s s e tipo de anim al no início dos trabalh os . Ele ficouintrigado e pe rguntou: “Por q uê ?” Explicam os q ue o m ane jo de pastage m é com ple xo,com várias inte r-re laçõe s e ntre o solo, a planta, o anim al, o am bie nte e a ação doh om e m . É um a m udança drástica nos conce itos q ue e nvolve m a produção de le ite ,de ve ndo, portanto, s e r e fe tuada com paciê ncia, calm a, sabe doria e de pre fe rê ncia e máre as peq ue nas , para q ue o e rro durante o apre ndizado não s e transform e na falê ncia daproprie dade . O conce ito de áre a pe q ue na a s e r trabalh ada no início do proce s s o, e s tádire tam e nte re lacionado à capacidade de inve s tim e nto de cada produtor. D eve rá inve s tirsom e nte aq ue le re curso q ue não lh e fará falta, caso não traga os re s ultados e s pe rados .O fato de pe rm ane ce r com s uas vacas , alé m de lh e traze r s e gurança, pois as conh e ce ,pe rm itirá q ue o produtor apre nda os s e gre dos do m ane jo de pastage m com um anim alq ue já e s tá acostum ado com m au m ane jo, com o e ram as vacas do Se dilson, q uecom iam capim de be ira de e s trada ou capine ira ve lh a. Ele e q ualq ue r outro produtor iráe rrar m uitas ve ze s no m ane jo dos piq ue te s , m as , com a indispe nsáve l pre s e nça de umté cnico capaz, apontando o m otivo dos e rros e corrigindo-os , h ave rá apre ndizage m . Sepre cipitar a com pra de anim ais supe riore s , não pode rá com e te r ne nh um e rro, s ob pe nade s e r punido por e s s e s anim ais com a q ue da na produção de le ite , ane s tro, re pe tiçãode cios , pe rda de condição corporal, e tc. D i s s em os ao Se dilson q ue s e u re banh o iriam udar, m as tudo a s e u te m po. Cada proprie dade de ve rá de finir q ual o ritm o de e voluçãoq ue de s e ja s e guir, pode ndo s e r fre ado ou ace le rado no de corre r dos trabalh os e com a

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capacidade de inve s tim e nto de cada pe s s oa. Para prom ove r as m udanças na produçãole ite ira, o produtor ne ce s s ariam e nte de ve rá pos suir um a de s s as duas coisas: dinh e iro oupaciê ncia. Na im pos s ibilidade de te r am bas , é pre fe ríve l te r paciê ncia, q ue é um a dasgrande s virtude s do s e r h um ano. “D inh e iro e u não pos s uo, m as paciê ncia te nh o desobra”, re s ponde u.

O Trabalh oExplicados os conce itos bás icos e e m função do tam anh o da proprie dade e da

lim itação de re cursos, de cidim os , nós e o Se dilson, pe lo siste m a de produção de le itebas e ado na utilização de pastage ns durante o pe ríodo das ch uvas e cana-de -açú car nope ríodo de inve rno. O s re cursos para os prim e iros pas sos viriam de pe q ue na re s e rva doproprie tário e da ve nda de be ze rros .

D e finim os a lista s e rviços im e diatos , a curto, m é dio e longo prazos . D e ntre ostrabalh os a s e re m re alizados de im e diato e s tavam : lim pe za ge ral da proprie dade ,re colh e ndo-s e todo tipo de lixo (paus , troncos , galh os , pe dras , vidros , aram e s , plásticos ,m e tal, e tc.); re tirada do e xce s s o de abacate iros e m angue iras e xiste nte s nas áre as dabraq uiária, onde futuram e nte s e ria im plantado o capim -m om baça, e no m e io do canavial;e xam e s de bruce los e e tube rculos e nos anim ais com idade re produtiva; num e ração dosanim ais; início dos controle s zooté cnico e e conôm ico; uso do q uadro circular de controledinâ m ico da re produção do re banh o; le vantam e nto topográfico; am ostrage m do s olo eim plantação de cale ndário sanitário com controle pe riódico de e cto e e ndoparasitos ,vacinaçõe s e e xam e s para de te cção de bruce los e e tube rculos e . A instalação dopluviôm e tro e do te rm ôm e tro ocorre u ape nas no se gundo ano, be m com o a utilização dafita para pe s age m dos anim ais , e m cons e q ü ê ncia de atrasos na e ncom e nda.

Le vantam e nto TopográficoO le vantam e nto topográfico de m onstrou dife re nças e ntre o tam anh o das áre as

inform adas pe lo produtor (Quadro 2) e a áre a re al (Quadro 4).

Quadro 4 - D ivis ão e tam anh o das gle bas na Ch ácara São M igue l e m São Carlos (SP), noinício de 1.9 9 9 , de acordo com o le vantam e nto planialtim é trico.

áre a total 3,52 h aáre a cultivada 3,09 h aáre a para plantio de m ilh o para e ns ilage m 1,13 h aáre a de cana-de -açú car 1,13 h aáre a do cafe zal 0,19 h aáre a de tifton 0,24 h aáre a de braq uiária 0,26 h aáre a de capim e le fante (capine ira) 0,14 h a

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Em pe q ue nas proprie dade s , as dife re nças obs e rvadas nas áre as , ape s ar dere duzidas , s ão s uficie nte s para frustar pre visõe s de gastos e re ce itas . Daí de corre ane ce s s idade da re alização do le vantam e nto topográfico.

Para a im plantação do pasto, foram apre s e ntadas várias opçõe s de gram íne asforrage iras , com prós e contras de cada um a de las. O Se dilson de cidiu pe lo plantio docapim - m om baça, e m virtude da sua facilidade de s ua im plantação, da e le vada produçãode m as sa, e da m aior facilidade de m ane jo q uando com parado ao capim -e le fante . A áre afoi s e m e ada e m m e ados de outubro de 19 9 9 e e m 75, dias aproxim adam e nte , osanim ais iniciaram o paste jo. Na áre a de s tinada ao capim -m om baça (antigas áre as deplantio de m ilh o e pasto de braq uiária = 1,39 h a) foram im plantados 21 piq ue te s de550 m 2 cada um , pe rfaze ndo o total de 1,16 h a. O re s tante da áre a (0,23 h a) ficoudistribuído e ntre corre dore s e áre a de de s canso som bre ada por abacate iros e m angue irase xiste nte s e m parte da antiga áre a de braq uiária.

Atualm e nte a áre a de pastage m foi am pliada, e s tá com posta de 28 piq ue te s decapim - m om baça com os m e s m os 550 m 2 cada e a áre a de tifton com 21 piq ue te s de200 m 2 cada, q ue e s tá s e ndo irrigado e é utilizado para as vacas de m aior produção.

Fe rtilidade do Solo

A fe rtilidade do s olo é um pré -re q uis ito para a obte nção de e le vada produtividadede forrage m . As m e tas a s e re m atingidas ano a ano, e m re lação a e s s e as pe cto,de pe nde rão da capacidade de inve s tim e nto de cada produtor, da ne ce s s idade deforrage m q ue é função do tam anh o do re banh o a s e r alim e ntado, e da e xpe ctativa deaq uis ição ou ve nda de anim ais , e ntre outros fatore s . Por outro lado, o obje tivo final e mre lação aos com pone nte s da fe rtilidade de um solo s ão de finidos (9 ) por:

? te or de m até ria orgâ nica acim a de 25 g/dm 3

? saturação por bas e s de 80% (V% )? te or de cálcio (Ca) e ntre 55 e 60% da capacidade de troca catiônica (CTC)? te or de m agné s io (M g) e ntre 15 e 20% da CTC? te or de fósforo (P) de 30 m g/dm 3 (ppm )? te or de potás s io (K) de 5 a 6% da CTC? te or de alum ínio (Al) igual a ze ro

O Re s ultado

Ce rta ve z um a re pórte r pe rguntou-nos e m q uanto te m po um produtor q ue s e guire s sa m e todologia de trabalh o irá colh e r os re s ultados . Re s ponde m os q ue de pe ndia dotipo de re s ultado ao q ual e la e s tava s e re fe rindo. O s re s ultados zooté cnicos (aum e nto dam é dia de produção das vacas , m e lh ora na re produção, aum e nto na lotação daspastage ns , re dução na taxa de m ortalidade de be ze rros , e tc.) e e conôm icos (re dução nocusto de produção do le ite , aum e nto da re nda, e tc.) com e çarão a apare ce r numh orizonte de m é dio a longo prazo, com no m ínim o um ano agrícola inte iro de trabalh os é rio. M as , s e a pe rgunta s e re fe ris s e ao re s ultado de re cupe rar a auto-e s tim a, a

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confiança, a dignidade e principalm e nte , a e s pe rança de q ue é pos s íve l ve nce r, ape s arde te r um a pe q ue na proprie dade , um pe q ue no re banh o e poucos re cursos m ate riais efinance iros , e s s e te m po e ra im e diato, praticam e nte ins tantâ ne o, naq ue le s produtore sq ue de cidiram tom ar o de s tino e m s uas m ãos, varre ndo ve lh os conce itos sobreprodução de le ite q ue e s tavam arraigados e m suas m e nte s e e nraizados pe la tradição,arre gaçando as m angas e s e pondo a trabalh ar com sabe doria, de dicação e paciê ncia.

As s im foi o caso do Se dilson, q ue de im e diato s e e ntus iasm ou, ape s ar de ale rtadodas dificuldade s q ue e nfre ntaria. Um a um , e s tá ve nce ndo os obstáculos e , com ocons e q ü ê ncia natural do trabalh o s é rio e corre to, os re s ultados zooté cnicos ee conôm icos com e çaram a apare ce r.

A produção le ite ira m ê s a m ê s , de s de o início das anotaçõe s (m aio/19 9 9 ) atéabril/2003, e s tá tabulada no Quadro 5.

Quadro 5 - M é dia de produção diária de le ite produzido na Ch ácara São M igue l e m SãoCarlos (SP) a partir de m aio de 19 9 9 , e m litros .

Ano Jan Fev M ar Abr M ai Jun Jul Ago Se t O ut Nov D e z1.9 9 9 - - - - 79 110 102 103 116 112 9 8 892.000 9 0 123 111 110 9 1 116 9 8 122 123 119 155 19 32.001 259 288 208 183 153 154 160 215 255 240 248 2292.002 275 268 19 7 208 167 164 174 181 220 205 222 2132.003 260 257 228 229

O s dados do Quadro 5 m ostram q ue ape s ar do trabalh o te r sido iniciado e m m aiode 1.9 9 9 , o aum e nto na produção de le ite ocorre u s om e nte 18 m e s e s de pois . Is soocorre u e m função da capacidade de inve stim e nto do produtor (s e não h ouve r dinh e iro,h á ne ce s s idade de paciê ncia), da e s truturação do re banh o (nú m e ro de pariçõe sde s uniform e s ao longo dos m e s e s) e do alim e nto volum oso ofe re cido, de boa q ualidade ,no princípio do ano de 2000 e pé s s im o no inve rno do m e s m o ano. A partir do ve rão de2000-2001, a alim e ntação das vacas pas sou a s e r de boa q ualidade .

O nú m e ro de vacas e m lactação e de vacas s ecas , a porce ntage m de vacas e mlactação, a q uantidade de vacas e m lactação por unidade de áre a e a m é dia de produçãoindividual das vacas e m lactação e das vacas do re banh o, m ê s a m ê s , e s tão tabuladasno Quadro 6.

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Quadro 6 - Nú m e ro de vacas e m lactação e de vacas s ecas , porce ntage m de vacas e mlactação, q uantidade de vacas e m lactação por h e ctare e m é dia deprodução individual das vacas e m lactação e das vacas do re banh o daCh ácara São M igue l e m São Carlos (SP), e m 19 9 9 (a partir de m aio), e e m2002.

Íte m Jan Fev M ar Abr M ai Jun Jul Ago Se t O ut Nov D e z x1.9 9 9

Vacas e m lactação (no) - - - - 6 7 5 5 9 9 8 8 7,1

Vacas s e cas (no) - - - - 5 4 6 6 2 2 3 4 4,0

Vacas e m lactação (% ) - - - - 54,5 63,6 45,5 45,5 81,8 81,8 72,7 66,7 64,0

Vacas e m lactação por

áre a (vacas/h a)

- - - - 1,4 1,7 1,2 1,2 2,1 2,1 1,9 1,9 1,7

M é dia produção vacas

lactação (k g/vaca/dia)

- - - - 13,1 15,7 20,5 20,7 12,9 12,4 12,2 11,1 14,8

M é dia produção vacas

re banh o (k g/vaca/dia)

- - - - 7,2 10,0 9 ,3 9 ,4 10,6 10,2 8,9 7,4 9 ,1

2.002

Vacas e m lactação (no) 17 14 13 11 12 12 12 13 14 13 14 15 13,3

Vacas s e cas (no) 1 4 5 3 2 2 2 1 0 1 2 1 2,0

Vacas e m lactação (% ) 9 4,4 77,8 72,2 78,6 85,7 85,7 85,7 9 2,2 100 9 2,9 87,5 9 3,8 87,3

Vacas e m lactação por

áre a (vacas/h a)

4,0 3,3 3,1 2,6 2,9 2,9 2,9 3,1 3,3 3,1 3,3 3,6 3,2

M é dia produção vacas

lactação (k g/vaca/dia)

16,2 19 ,1 15,1 18,9 13,9 13,7 14,5 13,9 15,7 15,8 15,9 14,2 15,6

M é dia produção vacas

re banh o (k g/vaca/dia)

15,3 14,9 10,9 14,9 11,9 11,7 12,4 12,9 15,7 14,7 13,9 13,3 13,5

As m é dias de produção das vacas e m lactação e das vacas do re banh o foram de15,2 e 9 ,9 k g de le ite /dia nos prim e iros 12 m e s e s de trabalh o, re s pe ctivam e nte ,e nq uanto nos últim os 12 m e s e s e s s as m é dias foram re s pe ctivam e nte , de 16,2 e 13,8k g de le ite /dia. Es s e s dados dem onstram com o a m é dia diária de produção das vacas e mlactação (“m é dia de e s tábulo”), pouco significa, pois não pe rm ite a anális e do binôm ioprodução-re produção. Ela é utilizada m ais com o um re curso com e rcial. A produção dele ite por vaca do re banh o, alé m de pe rm itir a ch e cage m da porce ntage m de vacas e mlactação (no caso, 65,1 contra 86,0% , próxim o do re al), e xpre s s a a m é dia ve rdade ira deprodução de le ite do re banh o. Ne s s e caso, as m é dias do re banh o foram de 3.614 e5.143 k g de le ite /vaca/ano para os pe ríodos de m aio/19 9 9 a abril/2000 e m aio/2002 aabril/2003, re s pe ctivam e nte .

O pe ríodo m é dio das lactaçõe s controladas e e nce rradas até final de abril/2001das vacas e xis te nte s no re banh o foi de 314 dias (13 no total). Ape s ar do bom pe ríodo

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de lactação, algum as vacas apre s e ntam baixa pe rs is tê ncia de lactação (abaixo de 9 0% ),de ve ndo s e r de s cartadas a m é dio prazo (até 2 anos). Com a m e lh ora da alim e ntaçãovolum osa, as vacas com e çaram a re tornar ao cio m ais rapidam e nte após o parto,re duzindo o pe ríodo de s e rviço. O pe ríodo de s e rviço nos inte rvalos de m aio de 2001 aabril de 2002 e m aio de 2002 a abril de 2003 foram 106 e 86 dias , re s pe ctivam e nte .

Quadro 7 - Re s ultados e conôm icos e zooté cnicos obtidos e m dois pe ríodos distintos de12 m e s e s na Ch ácara São M igue l e m São Carlos (SP).

PERÍODOÍTENSM aio/19 9 9 aabril/2000

M aio/2002 aabril/2003

D e s pe s as de custe io (R$) 8.468,40 22.722,33D e s pe s as com inve stim ento (R$) 1.500,00 19 .779 ,52D e s pe s a total (R$) 9 .9 68,40 42.501,85Re ce ita total: le ite e anim ais (R$) 14.786,20 41.012,20Le ite ve ndido (k g) 34.824 73.062M é dia de produção de le ite (k g/dia) 104 210Produtividade da te rra (k g de le ite /h a/ano) 8.9 84 18.224M é dia do le ite ve ndido (R$/litro) 0,381 0,49 2

SEM remuneração do produtorCusto ope racional (R$/litro) 0,224 0,29 7Custo total (R$/litro) 0,309 0429Lucro (R$) 3.110,10 8.176,07Lucro por áre a (R$/h a) 740,50 1.9 46,68

COM remuneração do produtor (3 salários mínimos por mês)Custo ope racional (R$/litro) 0,355 0,39 2Custo total (R$/litro) 0,440 0,525Lucro (R$) - 1.830,89 856,07Lucro por áre a (R$/h a) - 435,9 3 203,83

Variação Patrim onialTe rra (R$) 19 .200,00 19 .200,00Nú m e ro de bovinos) 20 33Anim ais (R$) 14.700,00 28.700,00Eq uipam e ntos (R$) 2.750,00 15.470,00Instalações (R$) 6.500,00 12.878,00Total (R$) 43.150,00 76.248,00Variação Patrim onial (R$) + 33.09 8,00

Nos pe ríodos conside rados , as de s pe s as de custe io sofre ram acré s cim o de R$14.253,9 3. As de s pe s as de inve s tim e nto foram e fe tuadas na com pra de anim ais e naconstrução de um re s e rvatório d’água para futuro uso na irrigação dos pastos , abrigosindividuais para be ze rras e m ale itam e nto artificial (“casinh a tropical”), aq uis ição de um anova orde nh a, um tanq ue de e xpansão, re form a das instalaçõe s e re com pos ição dore banh o. A re ce ita total sofre u acré s cim o de R$ 26.226,00, ape s ar de o pre ço do le itete r variado pouco.

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Se m cons ide rar a re m une ração do produtor, o lucro da atividade pas s ou de R$259 ,17 para R$ 681,40 m e nsais . O custo ope racional foi m aior no s e gundo pe ríodo,e m razão dos gastos com alim e ntação do re banh o e m cre s cim e nto e re cupe ração dafe rtilidade do s olo. No e ntanto, o custo total q ue e nvolve a de pre ciação de m áq uinas ,im ple m e ntos e ins talaçõe s e a re m une ração do capital inve s tido e m anim ais e te rra fois e m e lh ante . O lucro por unidade de áre a ultrapas sou a m arca dos R$ 1.000,00/h a e mape nas 24 m e s e s de trabalh o.

Ne s s a avaliação conside ram os com o re m une ração do produtor o salário líq uido de3 m ínim os m e nsais (atualm e nte , R$ 780,00). Ne s sa s ituação o re s ultado obtido foi am arge m de lucro de R$ 0,01 por litro de le ite , e ainda o pre juízo foi re duzido e mpraticam e nte R$ 1.000,00 no pe ríodo. H ouve acré s cim o de 13 anim ais no re banh o,incluído tam bé m na variação patrim onial de 29 ,8% .

Em função dos re s ultados iniciais e do futuro prom is sor, o Se dilson ve nde ure ce nte m e nte o açougue , ge rando re cursos a s e re m inve s tidos na proprie dade e re duziua criação de s uínos e frangos , m ante ndo o ne ce s sário para ate nde r ao consum o dafam ília.

O FuturoTodas as m e tas a s e guir pos sue m prazos dete rm inados q ue foram e s tabe le cidos

e m conjunto com o proprie tário. O prazo foi de finido conside rando a não-ocorrê ncia defatos q ue alte re m o cronogram a, ante cipando ou adiando a program ação.

A Conclusão

Quando pe rguntado sobre q ual o aspe cto m ais im portante dos conce itos deprodução de le ite im plantados e m sua proprie dade ne s s e s últim os dois anos, Se dilsonre s ponde u e nfaticam e nte : “Foi o paste jo rotacionado das gram íne as forrage irastropicais , q ue pe rm itiu aum e nto na capacidade de s uporte , m e lh or q ualidade dealim e nto volum oso ofe re cido e m com paração ao q ue e xistia, m e lh or condição detrabalh o por não pre cisar m ais sair cortando capim pe las e stradas e , principalm e nte , apossibilidade de re duzir os custos de produção e aum e ntar o lucro da atividade ,abandonando por com ple to a idé ia de de ixar o m e io rural".

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ALIM ENTO S PARA BO VINO S

Ana Rita Araú jo Nogue ira1

Gilbe rto Batis ta de Souza2

1. Introdução

A inte ns ificação das atividade s na pe cuária de corte e de le ite aum e ntou asne ce s s idade s q uantitativas e q ualitativas dos alim e ntos forne cidos aos anim ais ,principalm e nte durante os pe ríodos de e scas s e z. Em s iste m as de confinam e nto debovinos , a alim e ntação re pre s e nta ce rca de 70% dos custos (NRC, 19 9 6). A dim inuiçãode s s e s custos , inclus ive m e diante o de s e nvolvim e nto de té cnicas q ue possibilite maum e ntar a absorção de nutrie nte s pe lo organism o, é um a das alte rnativas q ue de ve s e rpe rs e guida.

A q uantificação dos nutrie nte s biodis poníve is pre s e nte s na alim e ntação bovinaproporciona m aior conh e cim e nto do re al valor nutritivo dos alim e ntos , tornando pos s íve lade q uar die tas alim e ntare s m ais e ficie nte s e racionalizando a utilização dos re cursos noss iste m as de produção.

A nutrição anim al e nvolve re açõe s q uím icas e proce s s os fisiológicos q ueconve rte m os alim e ntos e m produtos e s s e nciais para s uste ntar as funçõe s anim al:m anute nção, cre s cim e nto, re produção e lactação. O s alim e ntos suple m e ntam a e ne rgiae os nutrie nte s na form a de prote ínas , vitam inas e m ine rais . Para os anim ais rum inante s ,e ne rgia e prote ínas s ão os principais fatore s lim itante s para s e u ade q uadode s e nvolvim e nto e te m re ce bido m aior ate nção q uanto ao conh e cim e nto do s e u valornutritivo.

D e acordo com o siste m a de prote ínas e carboidratos (CNPCS) os alim e ntos s ãoconstituídos de prote ínas , carboidratos , gorduras , cinzas e água, s e ndo q ue as prote ínase os carboidratos s ão subdivididos de acordo com s uas caracte rísticas q uím icas , fís icase pe la de gradação rum inal e dige s tibilidade pós -rum inal (Sniffe n e t al., 19 9 2). Em ge ralas principais fonte s de nutrie nte s e m pre gadas na die ta alim e ntar de rum inante s ã oprove nie nte s de raçõe s conce ntradas , s ilage ns , fe nos e gram íne as .

2. Proce s s o D ige s tivo

O s com pone nte s orgâ nicos dos alim e ntos e stão na form a de grande s s ubstâ nciasins olú ve is q ue pre cisam s e r q ue brados e m com postos m e nore s para q ue pos samatrave s s ar a m e m brana do trato gastrinte s tinal. Para q ue pos sa s e r de glutido após a

1 Pe s q uisadora e m Quím ica Analítica. Em brapa Pe cuária Sude s te , Caixa Postal 339 , 13560-9 70, São Carlos ,

SP. Ende reço Ele trônico: [email protected] Quím ico, M S. Em brapa Pe cuária Sude s te , Caixa Postal 339 , 13560-9 70, São Carlos , SP. Ende reço

Eletrônico: [email protected]

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inge s tão, os alim e ntos sofre m a prim e ira m astigação onde ocorre a re dução no tam anh odas partículas. A se gunda m astigação é re alizada com m aior e ficácia e ocorre após are gurgitação do bolo alim e ntar (Andrigue to e t al., 19 9 9 ).

O e s tôm ago dos rum inante s s ão divididos e m pré -e s tom ago (rú m e n, re tículo eom aso) e e s tom ago glandular (abom aso). É no rú m e n e no re tículo q ue s e inicia atransform ação do alim e nto atravé s da dige s tão m icrobiana por proce s s os defe rm e ntação. No om aso ocorre grande parte da absorção de água e não s e proce s s a adige s tão por fe rm e ntação. O abom aso é ch am ado de e s tom ago ve rdade iro, ne le s einicia a dige s tão e nzim ática e ácida pe lo s uco gástrico (Andrigue to e t al., 19 9 9 ).

3. Com pos ição Quím ica dos Alim e ntos

3.1. Carboidrato

O s carboidratos s ão a principal re s e rva da e ne rgia fotos s inté tica nas plantas ,constituindo ce rca de 50 a 80% da m até ria s e ca e s ão e xtre m am e nte im portante s paraa nutrição anim al, com o a principal fonte prim ária de e ne rgia na die ta dos rum inante s(Van Soe s t, 19 9 4). Pode m s e r clas s ificados , de acordo com o nú m e ro de unidade sm onom é ricas , com o açú car s im ple s , polis sacaríde os não e s truturais e polis sacaríde ose s truturais (M oore & H atfie ld, 19 9 4).

O s açú care s s im ple s , m onossacaríde os (glicos e , frutos e , e tc.) e dis sacaríde os(sacaros e , ce lobios e , e tc.) s ão rapidam e nte fe rm e ntados no rú m e n produzindo ácidosgraxos voláte is, os q uais s ão absorvidos pe lo sangue atravé s da pare de do rú m e n(Baldw in & Allinson, 19 83).

O s polis sacaríde os tê m q ue s e r de gradados para açú car s im ple s para e ntão s e re mutilizados : o am ido e a pe ctina, os principais polis sacaríde os não e s truturais , apre s e ntamtaxa de de gradação rápida e s ão ge ralm e nte de gradados no rú m e n (H atfie ld, 19 89 ) noe ntanto, os polis sacaríde os e struturais s ão le ntam e nte e incom ple tam e nte de gradados ,s e ndo q ue a de grabilidade da ce lulos e de forrage iras varia de 25 a 9 0% , e dah e m ice lulos e de 45 a 9 0% (Pigde n & H e ane y, 19 69 ; M oore & H atfie ld, 19 9 4).

3.1.1. Am idoPrincipal polis sacaríde o não e s trutural e ncontrado nas plantas supe riore s , o am ido

é form ado por unidade s de D -glucos e e ocorre e m duas form as : am ilos e e am ilope ctninae m conce ntraçõe s q ue variam de acordo com a planta (Th e ure r, 19 86). A am ilos e é um am olé cula line ar de d-glucos e unidas com ligação ? -1-4, conte m pe s o m ole cularre lativam e nte baixo, apre s e ntando q uantidade infe rior a 2.000 unidade s de d-glucos ere s idual por m olé cula, é s olú ve l e m água e apre s e nta conform ação h e licoidal q uando e msolução. No e ntanto, a am ilope ctina é altam e nte ram ificada, conté m m olé culas de d-glucos e unidas atravé s de ligaçõe s ? -1-4 e inte rligadas com ligaçõe s ? -1-6 e m inte rvalosao longo da cade ia m ole cular, pos s uindo alto pe s o m ole cular, de 2.000 a 220.000unidade s de glicos e re s idual por m olé cula (M oore & H atfie ld, 19 9 4).

O am ido é h idrolisado para m altotrios e , m altos e e D -glucos e por um a varie dade deam ilas e s q ue s ã o produzidas por protozoários , fungos e bacté rias do rú m e n (H oove r &

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Stok e s , 19 9 1). A am ilas e bacte riana é re s ponsáve l pe la m aior parte da dige s tão doam ido. O s m icroorganism os am ilolíticos s ão: Bacteróides amylophilus, Succinivibriodestrinosolvens, Selenomonas ruminantium e Streptococcus bovis (Van Soe s t,19 9 4;Rus s el & H e s pe ll, 19 81). A m aior parte de s te carboidrato inge rido pe los rum inante s , nadie ta de forrage ns , é dige rida no rú m e n pe los m icrorganism os . Entre tanto, o am ido q uee s capa da dige s tão rum inal s e rá dige rido no inte s tino de lgado pe la ação da ? -am ilas epancre ática (Noce k & Tam m inga, 19 9 1).

3.1.2. Ce lulos ePrincipal carboidrato e s trutural, a ce lulos e re pre s e nta ce rca de 20 a 40% da

m até ria s e ca das plantas supe riore s (Van Soe s t, 19 9 4). É constituída de unidade s de D -glucos e unidas por ligação ? -1,4 e m longas cade ias line are s , não pode ndo s e r dige ridape la m aioria dos anim ais m am ífe ros . No e ntanto, te m pape l de grande im portâ ncia notrato gastrinte s tinal. O s m icrorganism os q ue vive m no rú m e n e no inte s tino gros so dedive rsos anim ais q ue inclue m as bacté rias , protozoários e fungos s ão capaze s des inte tizar as e nzim as q ue atacam a ce lulos e . As bacté rias ce lulolíticas m ais im portante ss ão: Ruminococcus flavefaciens, R. albus e Fibrobacter succinogenes (Van Soe s t, 19 9 4;M oore & H atfie ld, 19 9 4).

A dis ponibilidade nutricional da ce lulos e pode variar de indige s tibilidade total atédige s tibilidade com ple ta, irá de pe nde r da s ua as sociação com a lignina e com outrosconstituinte s da pare de ce lular a q ual pode lim itar a ação dos m icrorganism os do rú m e n.Fator intríns e co com o a cristalinidade tam bé m pode re duzir o ataq ue e nzim ático,dim inuindo s ua dige s tibilidade (K e rle y e t al., 19 88; M oore & H atfie ld, 19 9 4).

3.1.3. H e m ice lulos eA h e m ice lulos e é o m ais com ple xo polis sacaríde o das plantas , faz parte de um

grupo de s ubstâ ncias q ue inclue m as pe ntosanas e ce rtas h e xosanas , s ão m uito m e nosre s is te nte s ao tratam e nto q uím ico do q ue a ce lulos e . A h idrólis e da h e m ice lulos e deforrage ns produz os m onos sacaríde os D -glucos e , arabinos e , m anos e e galactos e(Ch e s s on & Fors be rg, 19 88). A proporção re lativa de cada m onossacaríde o pode variarcom a e s pé cie , re fle tindo dife re nças na e s trutura de s te polissacaríde o. É h idrolisadape las e nzim as h e m ice lulas e s pre s e nte s no fluído rum inal, e q ue tam bé m s ão produzidaspe las m e s m as bacté rias ce lulolíticas . Alguns fungos e protozoários tam bé m tê matividade h e m ice lulolítica, e m bora s ua atividade s e ja m e nor do q ue a das bacté rias (VanSoe s t, 19 9 4). A biodis ponibilidade da h e m ice lulos e tam bé m pode s e r lim itada q uandoe s tá as sociada à lignina, pre judicando a atividade dos m icrorganism os do rú m e n.

3.2. LigninaÉ um polím e ro com ple xo, form ado bas icam e nte por trê s com postos fe nólicos

(tanto na função ácido com o na função alde ído): ácido p-coum árico, ácido fe rú lico eácido sinápico. É e ncontrada inte gralm e nte com o com pone nte da pare de ce lular dasplantas e não pode s e r dige rida pe las e nzim as dos anim ais m am ífe ros (Fuk us h im a &H atfie ld, 2001). Nas plantas , s ua principal função é com o com pone nte e s trutural para

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dar re s is tê ncia e rigide z na pare de ce lular, m as tam bé m é im portante com o lim itante nape rda de água, re duzindo a pe rm e abilidade da pare de ce lular e im pe dindo a ação dem icrorganism os .

A lignina é cons ide rada o principal obstáculo para o ataq ue e nzim ático da fibra,lim itando a utilização dos carboidratos e s truturais da pare de ce lular, porq ue s e e ncontraas sociada atravé s de ligaçõe s covale nte s com a ce lulos e e h e m ice lulos e de forrage iras(Van Soe s t, 19 9 4). A lignificação apre s e nta ge ralm e nte corre lação ne gativa com adige s tibilidade de ntro de um a e s pé cie s ob vários e s tágios de cre s cim e nto. Entre tanto,e s ta corre lação não é com paráve l e ntre e s pé cie s . Por e xe m plo, a conce ntração delignina é ge ralm e nte m aior nas le gum inosas do q ue nas gram íne as q uando com paradasno m e s m o e s tágio de de s e nvolvim e nto. Entre tanto, para um a dada conce ntração delignina, as le gum inosas s ão m ais dige s tíve is do q ue as gram íne as (Jung & Voge l, 19 86).Buxton & Rus s ell (19 88) e s tudaram as re laçõe s e ntre lignina e dige s tibilidade da pare dece lular de algum as gram íne as e le gum inosas , e e ncontraram q ue a lignina de gram íne ase ra 61% m ais inibidora da dige s tão da pare de ce lular do q ue a lignina de le gum inosas .

3.3. Prote ínasAs prote ínas pode m s e r divididas e m duas grande s clas s e s : prote ínas s im ple s ,

apre s e ntando ape nas am inoácidos e m s ua com pos ição e as prote ínas conjugadas ,form adas de am inoácidos (parte proté ica) e de outras substâ ncias (parte não proté ica)São com postos orgâ nicos e xtre m am e nte com ple xos e de nature za coloidal, form adosfundam e ntalm e nte por carbono, h idrogê nio, oxigê nio e nitrogê nio (Sgarbie ri, 19 9 6).Es sas m acrom olé culas form adas por ce nte nas de am inoácidos s ão unidas atravé s deligaçõe s pe ptídicas e tê m com o função nobre a form ação dos te cidos (sangue , le ite ,carne , lã, e tc.). Pode m s e r de orige m anim al ou ve ge tal, s e ndo q ue as de orige m anim alapre s e ntam m aior valor biológico e m re lação à s proce de nte s dos ve ge tais (Van Soe s t,19 9 4).

As prote ínas das plantas pode m s e r clas s ificadas e m dois grupos : prote ínas dasfolh as/caule s e prote ínas das s em e nte s . As prote ínas das folh as/caule s pode m s e rdivididas e m citoplasm áticas , cloroplásticas e nucle oprote ínas , s e ndo e s s e ncialm e ntesolú ve is no conte ú do ce lular das plantas . As prote ínas e xte ns inas , s ão m e nos solú ve is ee s tão as sociadas atravé s de ligação covale nte com polis sacaríde os da pare de ce lular dasplantas , s e ndo no e ntanto, dige s tíve is (Van Soe s t, 19 9 4).

Para s e re m utilizadas pe los m icroorganism os do rú m e n, as prote ínas ne ce s s itams e r q ue bradas e m m olé culas m ais s im ple s , com o am inoácidos ou pe q ue nos pe ptíde os .Es s e proce s s o de q ue bra da m olé cula proté ica é com um e nte ch am ado de prote ólis e eocorre , atravé s das e nzim as prote as e s q ue e s tão ade ridas à supe rfície dosm icrorganism os .

Ce rca de 20 a 60% da prote ína ve rdade ira pas sa dire tam e nte atravé s do rú m e ns e m sofre r ataq ue m icrobiano (bypas s), s e ndo poste riorm e nte dige rida no abom aso pe lape ps ina e pe la trips ina, q uim iotrips ina e carboxipe ptas e no inte s tino de lgado (Van Soe s t,19 9 4). A porção da prote ína ve rdade ira, ce rca de 40 a 80% , juntam e nte com onitrogê nio não proté ico (NNP), é m e tabolizada no rú m e n, atravé s principalm e nte das

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NITROGÊNIO NÃO

PROTÉICO

PROTEÍNA

SOLÚVEL INSOLÚVEL

AMÔNIA

“NA”

“NB1 ,NB2”

DEGRADÁVELNÃO DEGRADÁVEL

“NB3”EXCESSO NH3EXCRETADO

ME

N

EXCRETADO

AB

OM

AS

O,

INT

ES

TIN

OS PROTEÍNA

MICROBIANAPROTEÍNA NÃO DEGRADÁVEL

DIGESTÍVEL INDIGESTÍVEL

PROTEÍNA DISPONÍVEL

“NB3 , NC”

“NB3” “NC”

DIGESTÃO DA PROTEÍNA EM RUMINANTES

NITROGÊNIO NÃO

PROTÉICO

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SOLÚVEL INSOLÚVEL

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“NB3 , NC”

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DIGESTÃO DA PROTEÍNA EM RUMINANTES

NITROGÊNIO NÃO

PROTÉICO

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DEGRADÁVELNÃO DEGRADÁVEL

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DIGESTÃO DA PROTEÍNA EM RUMINANTES

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MICROBIANAPROTEÍNA NÃO DEGRADÁVEL

DIGESTÍVEL INDIGESTÍVEL

PROTEÍNA DISPONÍVEL

“NB3 , NC”

“NB3” “NC”

DIGESTÃO DA PROTEÍNA EM RUMINANTES

bacté rias q ue s ã o conside radas os principais m icrorganism os prote olíticos , form andocom postos nitroge nados s im ple s (norm alm e nte a am ônia) e cade ia carbônica (Fig. 1).

Este s com postos s ão os re s ponsáve is pela sínte s e do corpo m icrobiano, form andoa prote ína m icrobiana (PM ), a q ual pos sui alto valor biológico (VB). A am ônia nãoutilizada s e rá absorvida pe la pare de do rú m e n indo, para o fígado via corre nte s angü íne aonde s e rá transform ada e m uré ia, q ue pode rá voltar para o rú m e n atravé s da saliva.

A prote ína “bypas s” ass im com o a porção da prote ína m icrobiana, s e rão dige ridaspor proce s s os e nzim áticos nos inte s tinos e no abom aso, s e ndo transform adas e mam inoácidos , os q uais s ão absorvidos no trato dige s tivo, atravé s da corre ntecirculatória.

O nitrogê nio total (NT) pre s e nte nas plantas , apre s e nta-s e s ob as form as deprote ína ve rdade ira (ce rca de 60 a 80% do nitrogê nio total), nitrogê nio não-proté ico ee m pe q ue na q uantidade de nitrogê nio lignificado (Van Soe s t, 19 9 4).

Figura 1. Es q ue m a do m e tabolism o das fraçõe s nitroge nadas no rú m e n.

4. Fracionam e nto de Constituinte s dos Alim e ntosO s m é todos analíticos propostos por W e e nde s ã o os m ais antigos . Einh off e m

1809 pre parou a fibra pe la e xtração com álcool, alcali e ácidos diluídos (Van Soe s t,19 63). Este s proce dim e ntos para avaliar a q ualidade dos alim e ntos q ue s ã o forne cidosna die ta de rum inante s , s ão e m pre gados até h oje , h á m ais de 100 anos por algunslaboratórios . Cons is te m nas s e guinte s e tapas : de te rm inação da m até ria s e ca a 100ºC(M S); e xtração com é te r para e s tim ar a conce ntração de lipíde os (Extrato Eté re o – EE);re fluxo com s olução diluída de ácido s ulfú rico (H 2SO 4 1,25% (v/v)) e h idróxido de s ódio(NaO H 1,25% (m /v)) e s tim ando o re s íduo orgâ nico ins olú ve l com o fibra bruta (FB); te or

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de cinzas dete rm inado pe la calcinação da am ostra a 600ºC, e calcular a prote ína bruta(PB) de te rm inada atravé s do m é todo Kje ldah l (NT x 6,25) (Silva, 2002; Van Soe s t,19 9 4).

Erros e stão e m butidos ne s tas análises , pois as plantas contê m um a varie dade deconstituinte s nitroge nados com o ácidos nuclé icos , nitrogê nio não proté ico (nitrato,am ônio, am inoácidos livre s , e tc.) e fraçõe s as sociadas com a lignina, as q uais s ãocons ide radas com o prote ína. O conte ú do de nitrogê nio nas prote ínas das plantas podevariar de 15 a 16% (Van Soe s t, 19 9 4). O utro e rro grave é de vido à s olubilização dalignina (fração solú ve l e m álcali diluído) e h e m ice lulos e na pre paração da FB.

Com o obje tivo de de te rm inar a pare de ce lular insolú ve l e fracionar s e uscom pone nte s (h e m ice lulos e , ce lulos e e lignina), Van Soe s t (19 63) propôs m é todo dee xtração bas e ado na s olubilização de constituinte s do conte ú do ce lular atravé s doe m pre go de um a solução ne utra de lauril sulfato de sódio (pH 7,0) e EDTA, de nom inadade Fibra e m D e te rge nte Ne utro (FDN) a q ual re cupe ra a m aior parte dos com pone nte s dapare de ce lular. No e ntanto, no re s íduo insolú ve l pode rá conte r prote ínas insolú ve is ,nitrogê nio ligado e alguns m ine rais .

Com o obje tivo de s olubilizar a prote ína insolú ve l e a h e m ice lulos e , outroproce dim e nto de e xtração foi proposto, de nom inado de Fibra e m D e te rge nte Á cido(FDA), o q ual, atravé s de fracionam e nto, possibilita de te rm inar o te or de lignina ece lulos e (Van Soe s t & W ine , 19 68). O nitrogê nio lignificado, a lignina e a ce lulos e s ãoins olú ve is e m s olução forte m e nte ácida (H 2SO 4, 0,5 m ol L-1), conte ndo um de te rge nteq uate rnário brom e to de ce til trim e tilam ônio (C16H 33N(CH 3)3Br). Na (Fig. 2.9 ), épos síve l obs e rvar q ue a lignina é insolú ve l a pH > 7,0, s e ndo a h e m ice lulos e s olú ve ltanto e m condiçõe s forte m e nte ácida, com o e m alcalinas .

Na FD N alguns contam inante s com o am ido, com postos de “M aillard”, e m ine raisdo s olo pode rão inte rfe rir nos re s ultados . A prote ína ins olú ve l, be m com o os com postosde “M aillard” pre s e nte s no re s íduo pode rão s e r q uantificados e s ubtraídos . Atravé s dacalcinação do re s íduo é pos síve l de te rm inar a pe rce ntage m dos constituinte sinorgâ nicos . O am ido pode rá s e r e lim inado atravé s do pré -tratam e nto com am ilas ete rm oe s táve l durante a solubilização do conte ú do ce lular (Van Soe s t et al, 19 9 1; Souzaet al, 19 9 9 ).

Já a FDA pos sui algum as vantage ns , pois a s olução de te rge nte ácido re m ove todoam ido e h e m ice lulos e e o re s íduo pode rá s e r e m pre gado para, atravé s de anális es e q ü e ncial, e s tim ar o conte ú do de ce lulos e , lignina e nitrogê nio indige s tíve l (nitrogê niolignificado e com posto de “M aillard”), cutina e s ílica. Na Fig. 2 e s tá re pre s e ntada are lação e ntre o s iste m a de W e e nde e o s is te m a de te rge nte proposto Van Soe s t (19 63)na divis ão da m até ria orgâ nica de forrage iras .

Em am ostras de forrage iras e outros alim e ntos , conve ncionalm e nte a prote ínabruta (PB) é e xpre s s a atravé s do nitrogê nio total (NT x 6,25). A de te rm inação do NTproposta por Kje ldah l e m 1883, fundam e nta-s e na de com pos ição da m até ria orgâ nicados alim e ntos pe lo ácido sulfú rico, e m pre s e nça de s ulfato de cobre com o catalisador, àaproxim adam e nte 400ºC. O nitrogê nio pre s e nte na solução ácida re s ultante é

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de te rm inado atravé s de de s tilação por arraste a vapor s e guida de titulação com ácidodiluído (AOAC, 19 9 0).

Bas e ado na disponibilidade nutricional da prote ína, Sniffe n e t al., (19 9 2) propus e rao fracionam e nto dos com postos nitroge nados e dos carboidratos , conform e e s tãore pre s e ntadas na Fig. 3.

Figura 2. Com paração e ntre os m é todos Van Soe s t e W e e nde na divis ão dam até ria orgâ nica de forrage iras (Silva, 2002).

As m e todologias e m pre gadas para as fraçõe s nitroge nadas foram s uge ridas porKris h nam oorth y e t al. (19 82) e Licitra e t al. (19 9 6), onde , a fração “NA” re pre s e ntadape lo nitrogê nio não proté ico (NNP) com posta principalm e nte de am ônio, pe ptíde os ,am inoácidos e nitrato, é s olú ve l no rú m e n s e ndo rapidam e nte conve rtidos e m am ônia,pode s e r de te rm inada pe la dife re nça e ntre o NT e o nitrogê nio ins olú ve l e m ácidotricloroacé tico a 10% (m /v). A fração “NB1” re pre s e ntada por prote ínas solú ve is erapidam e nte de gradada no rú m e n; é com posta de pe ptíde os e oligope ptíde os , pode s e rde te rm inada atravé s da dife re nça e ntre o nitrogê nio solú ve l e m tam pão borato-fosfato apH 6,8 (TBF) e o NNP. Pe la dife re nça e ntre o nitrogê nio ins olú ve l e m TBF e o insolú ve lna FDN (NIDN), é de te rm inada as prote ínas da Fração “NB2” q ue apre s e ntam taxa dede gradação rum inal inte rm e diária.

Componentes da forragem Van Soest

Nitrogenados Não-nitrogenados

Sistema Weende

Lipídeos Extrato Etéreo Solúveis em água Nitrogênio

Não-protéico Pectina

Conteúdo celular (solúvel em

detergente neutro)

Proteína Solúvel Amido

Proteína insolúvel

Hemicelulose

Solúvel em detergente

ácido Lignina solúvel em

detergente ácido Nitrogênio lignificado

Lignina solúvel em álcali

Extrato não nitrogenado

Constituíntes da parede celular FDN

Lignocelulose FDA

Lignina insolúvel

Celulose

Fibra Bruta

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As prote ínas q ue corre s ponde m a Fração “NB3” com pre e nde m as prote ínase xte nsinas, pos s ue m taxas de degradação m uito le nta s e ndo pouco s olú ve l no rú m e n,de vido sua as sociação com com pone nte s da pare de ce lular das plantas , s ãode te rm inadas pe la s ubtração do NID N e do nitrogê nio ins olú ve l na FDA (NIDA).Finalm e nte as form as de nitrogê nio indis poníve is , fração “NC”, s ão de te rm inadasatravé s do te or de NIDA, e s ta fração e com posta pe las form as de nitrogê nio as sociadocom a lignina e taninos e pe los com postos de “M aillard”. O s com pone nte s de s ta fraçãosão re s is te nte s ao ataq ue m icrobiano e e nzim ático, é totalm e nte insolú ve l no tratogastrinte s tinal.

Ainda s e gundo o CNPCS, os carboidratos pode m s e r class ificados com oe s truturais (ce lulos e e h e m ice lulos e) e não e s truturais (açú care s s olú ve is, am ido epe ctina), e s ubdivididos de acordo com a taxa de de gradação rum inal: a fração “CA”,rapidam e nte de gradada, é o açú car s olú ve l; a fração “CB1” apre s e nta taxa dede gradação inte rm e diária, é com posta pe lo am ido e pe la pe ctina; a fração “CB2” é dede gradação le nta e com pre e nde a pare de ce lular dis poníve l, com posta de ce lulos e eh e m ice lulos e , e a fração “CC” re pre s e nta o conte ú do indisponíve l da pare de ce lular eq ue não é dige rida ao longo de s ua pe rm anê ncia no trato gastrinte s tinal, com postaprincipalm e nte de lignina (Sniffe n e t al., 19 9 2).

Figura 3. Es q ue m a de fracionam e nto das form as nitroge nadas e doscarboidratos de alim e ntos proposto pe lo s iste m a de prote ínas ecarboidratos (CNPCS – Th e Corne ll Ne t Carboh ydrate and Prote inSyste m ).

FRAÇÃO NA

FRAÇÃO NB1

FRAÇÃO NB2

FRAÇÃO CA

FRAÇÃO CC1 FRAÇÃO CC

FRAÇÃO NC

FRAÇÃO CB2

FRAÇÃO NB3

COMPONENTES DA FORRAGEM

CONTEÚDO CELULAR

(Solúvel em Detergente Neutro)

Proteína e NitrogênioSolúvel

Lipídeos

Carboidratos Solúveis

PAREDE CELULAR

(Insolúvel em Detergente Neutro)

Fibra em Detergente Neutro(FDN)

Insolúvel em Detergente ácido

(FDA)

Solúvel em Detergente ácido

FRAÇÃO NA

FRAÇÃO NB1

FRAÇÃO NB2

FRAÇÃO CA

FRAÇÃO CC1 FRAÇÃO CC

FRAÇÃO NC

FRAÇÃO CB2

FRAÇÃO NB3

COMPONENTES DA FORRAGEM

CONTEÚDO CELULAR

(Solúvel em Detergente Neutro)

Proteína e NitrogênioSolúvel

Lipídeos

Carboidratos Solúveis

PAREDE CELULAR

(Insolúvel em Detergente Neutro)

Fibra em Detergente Neutro(FDN)

Insolúvel em Detergente ácido

(FDA)

Solúvel em Detergente ácido

FRAÇÃO NA

FRAÇÃO NB1

FRAÇÃO NB2

FRAÇÃO CA

FRAÇÃO CC1

FRAÇÃO NA

FRAÇÃO NB1

FRAÇÃO NB2

FRAÇÃO CA

FRAÇÃO CC1 FRAÇÃO CC

FRAÇÃO NC

FRAÇÃO CB2

FRAÇÃO NB3

FRAÇÃO CC

FRAÇÃO NC

FRAÇÃO CB2

FRAÇÃO NB3

COMPONENTES DA FORRAGEM

CONTEÚDO CELULAR

(Solúvel em Detergente Neutro)

Proteína e NitrogênioSolúvel

Lipídeos

Carboidratos Solúveis

PAREDE CELULAR

(Insolúvel em Detergente Neutro)

Fibra em Detergente Neutro(FDN)

Insolúvel em Detergente ácido

(FDA)

Solúvel em Detergente ácido

COMPONENTES DA FORRAGEM

CONTEÚDO CELULAR

(Solúvel em Detergente Neutro)

Proteína e NitrogênioSolúvel

Lipídeos

Carboidratos Solúveis

PAREDE CELULAR

(Insolúvel em Detergente Neutro)

Fibra em Detergente Neutro(FDN)

Insolúvel em Detergente ácido

(FDA)

Solúvel em Detergente ácido

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5. Pre paração das Am ostras

5.1. Re ce bim e nto

As am ostras aq ui abordadas s ão: plantas forrage iras , fe no, s ilage m , re s íduosagrícolas ou agro-industriais e conce ntrados .

Com re lação ao re ce bim e nto de am ostras , é im portante re s s altar q ue :a) São ne ce s sários , no m ínim o, 15 g de m ate rial pré -s ê co (65ºC) e m oído para q ue s e

pos sa re alizar as principais dete rm inaçõe s e m e s tudos de nutrição anim al ?nitrogê niototal, m até ria s e ca a 105ºC, fibra e m de te rge nte ne utro (FDN), fibra e m de te rge nteácido (FDA), lignina, dige s tibilidade “in vitro” da m até ria s e ca, m até ria orgâ nica(cinzas), e xtrato e té re o, e ne rgia bruta, m acro e m icroe le m e ntos m ine rais ?;

b) Em e xpe rim e ntos q ue produzam pe q ue na q uantidade de am ostras , de ve m s e rdiscrim inadas as dete rm inaçõe s ne ce s sárias com a q uantidade de m ate rial possíve lde s e obte r;

c) Para de te rm inação de pH , ácidos graxos voláte is e nitrogê nio am oniacal e m s ilage m ,cole tar de 1,0 a 2,0 k g de am ostra;

d) A pe rda de um idade , durante o transporte , não te rá grande im portâ ncia, de s de q ueos re s ultados s e jam e xpre s s os ape nas na m até ria s e ca total. No e ntanto, e mam ostras prove nie nte s de s ilage m , a um idade é um bom indicador de s ua q ualidade ,de ve ndo-s e após a cole ta transfe ri-las para saco plástico, com pactando para e xpe liro ar e im e diatam e nte e ncam inh á-las para o laboratório para s e re m proce s s adas;

e ) Quando as dete rm inaçõe s não fore m re alizadas im e diatam e nte e m am ostras deforrage ns ve rde s , fe ze s , urina, e tc., é ne ce s sário q ue as am ostras s e jam cons e rvadase m baixas te m pe raturas (e ntre -18 e -20ºC).

5.2. Ide ntificação e Re gistro

A ide ntificação e o re gistro das am ostras pe rm itirão o rastre am e nto dos dadosge rados , pos s ibilitando ao pe s q uisador ou o clie nte re lacionar os códigos atribuídos pe lolaboratório à ide ntificação m ais detalh ada do e xpe rim e nto ou do trabalh o a q ue osre s ultados s e de s tinam .

O m ínim o q ue é pre cis o incluir na e tapa de ide ntificação e re gistro é (Silva, 2002;AOAC, 19 9 0; Bruno e t al., 19 9 5; EM BRAPA, 19 9 6):

? nom e do s olicitante da análise;? data de cole ta;? data de re ce bim e nto das am ostras;? tipo de m ate rial;? de te rm inaçõe s a s e re m re alizadas;? nú m e ro-código de cada am ostra; e? docum e ntação de inform açõe s re le vante s .

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5.3. Pré -Se cage m

A pré -s e cage m das am ostras te m os s eguinte s obje tivos: facilitar o proce s s o dem oage m , cons e rvar e prolongar a cons e rvação da am ostra pe la de s truição de e nzim asre s ponsáve is pe lo proce s s o de de com pos ição (Jone s Jr. & Steyn, 19 73) e pe ladim inuição da atividade m icrobiológica (facilitada pe la um idade ) e pe rm itir ade te rm inação da ASA. No caso de s e r ne ce s sário o valor da porce ntage m de m até rias e ca, de ve -s e pe s ar a am ostra ante s e de pois da pré -s e cage m .

Am ostras de plantas destinadas a de te rm inaçõe s de m acro e m icroe le m e ntosm ine rais pode m ne ce s s itar de s contam inação ante s da pré -s e cage m , de vido a poe ira oure s íduos de pulve rização no local da cole ta, de pe nde ndo dos ele m e ntos a s e re mde te rm inados e das possibilidade s de contam inação. Caso ne ce s sário, lavar as am ostrascom solução de te rge nte ne utra (e ntre 0,1 e 0,3% v/v) e e m s e guida com águade s ionizada. Este proce dim e nto de ve s e r rápido, para s e evitar pe rda de nutrie nte sdurante a lavage m . Se as am ostras e s tive re m s e cas ou m urch as , é acons elh áve l nãolavar com água (Nogue ira e t al., 19 9 8).

A s ecage m é fe ita e m sacos de papel ou de algodão lim pos , e m e s tufa comcirculação de ar a te m pe ratura de 65ºC, por um pe ríodo de 48 h ou até pe s o constante(Silva, 2002; Bruno e t al., 19 9 5). Para o caso de s ilage m , a pré -s e cage m de ve s e r fe itaa 45ºC por 72 h . A carga de cada e s tufa de ve e s tabe le cida de tal m odo q ue acirculação inte rna de ar não s e ja pre judicada.

Am ostras de fe ze s q ue s e rão analisadas após s ecage m e m oage m de ve m s e rcolocadas e m bande jas lim pas e s e cadas a 65ºC durante 48 h ou até pe s o constante .Am ostras q ue s e rão analisadas fre s cas deve m s e r colocadas e m sacos plásticos , s e ndoe ntão re tirado o ar e conge ladas até a s ua m anipulação.

A pré -s e cage m é ne ce s sária q uando a am ostra pos sui alto te or de um idade .Após s e cage m , a bande ja ou o saco de pape l é re tirado da e s tufa e posto sob

condiçõe s am bie ntais do laboratório por pe lo m e nos 1 h . Es s e te m po é ne ce s sário paraq ue a um idade da am ostra e ntre e m e q uilíbrio com a um idade do am bie nte e atinja pe s oconstante e para e vitar e rros de pesagem (m ovim e ntação de ar asce nde nte s obre abalança).

No caso de grãos , o s e guinte proce dim e nto para controle de q ualidade da m até riaprim a é adotado nas indú s trias : pré -s e cage m a 45ºC por 24 h ; e m s e guida, o grão étriturado ou q ue brado e colocado e m e s tufa por 1 h a 130ºC para de te rm inação dam até ria s e ca. 5.4. M oage m

A m oage m das am ostras é fe ita e m m oinh o do tipo W ile y, com facas , compe ne iras de 1 m m , s e ndo cole tado ape nas o q ue pas sa na pe ne ira (Silva, 2002; AOAC,19 9 0; PERSTO RP ANALYTICAL - TECATO R, 19 9 5; EM BRAPA, 19 9 6). Toda supe rfícieq ue te nh a contato com a am ostra de ve s e r de aço inoxidáve l.

A m oage m é re alizada e m am ostras q ue apre s e ntam e le vado te or de m até rias e ca (> 80% ). Se a am ostra for constituída de pó fino, capaz de atrave s s ar a pe ne ira

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de m alh a 40, bastará h om oge ne izá-la e re duzi-la, com auxílio do q uarte ador, à porçãode s tinada à anális e .

O proce dim e nto a s e r utilizado na m oage m , e ntre um a am ostra e outra, é os e guinte :a) ao re tirar a am ostra, abrir o m oinh o e lim par ade q uadam e nte s e u inte rior, não

de ixando m ate rial q ue pos sa contam inar a am ostra s e guinte ;b) fe ch ar novam e nte o m oinh o, colocando pe q ue na q uantidade da próxim a am ostra;c) de s cartar e s ta q uantidade m oída;d) colocar o re s tante do m ate rial, cole tando o m ate rial m oído.

Para q uantidade s pe q ue nas de am ostras , o m e lh or é e m pre gar m icrom oinh os . Nãos e ndo pos síve l, aprove itar todo o m ate rial, inclus ive o q ue fica re tido na pe ne ira. Nocaso de algum as am ostras , com o por e xe m plo caroço de algodão, é ne ce s sário usarm oinh o e s pe cial ou tratar a am ostra (H Cl p.a., conce ntrado), para facilitar a m oage m . 5.5. Acondicionam e nto

Após a m oage m , as am ostras s ão acondicionadas e m frascos com tam pa, comcapacidade aproxim ada de 150 m L, ide ntificados com o nú m e ro-código (Voge l e t al.,19 9 2; Fe rre ira & Gom e s , 19 9 5).

Alguns cuidados deve m s e r tom ados ne s ta fas e :a) utilizar e m balage m lim pa e s e ca, q ue garanta a aus ê ncia de inte ração e ntre o

am bie nte e a am ostra;b) a e m balage m de ve rá e s tar ade q uadam e nte rotulada;c) ide al é analisar as am ostras logo após a m oage m . Não s e ndo pos síve l, arm aze nar e m

local fre s co (de pre fe rê ncia re frige rado) e prote gido da luz; e ,d) é ne ce s sário lavar as e m balage ns de s tinadas ao arm aze nam e nto, le vando-s e e m

conta os tipos de dete rm inaçõe s a s e re m re alizadas . No caso de s e de te rm inar m acroe m icroe le m e ntos , alé m da lavage m com s olução de te rge nte ne utra, re com e nda-s e alavage m com solução de H Cl p.a., a 10% (v/v) e e m s eguida com água de s ionizada.

Ao final do acondicionam e nto, as am ostras s e gue m para o laboratório,acom panh adas de form ulário de re gistro, e s tando prontas para s e re m analisadas .

Quando s e tratare m de am ostras de fe ze s conte ndo m arcadore s , com o, p. e x.,crom o ou cobalto, procurar agrupar os te m pos de cole ta (um grupo: T0 - Anim al 1, T0 -Anim al 2, ...; outro grupo: T1 - Anim al 1, T1 - Anim al 2, ...; e tc.). Com is so, o q ue s epre te nde é m inim izar contam inaçõe s e ntre as am ostras , ou s e ja, proce s s a-s e prim e iro asde baixa conce ntração, indo e m dire ção à s m ais conce ntradas .

Em todo o trabalh o de pre paro de am ostra é re com e ndáve l o uso de luvas em áscara.

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6. Anális e de Alim e ntos para Bovinos

A s eguir s ão listados alguns dos proce dim e ntos analíticos atualm e nte re alizados noLaboratório de Nutrição Anim al da Em brapa Pe cuária Sude s te .

6.1. D e te rm inação da m até ria s e ca: (AOAC 19 9 0):

a) Pré -s e cage m - e m e s tufa calibrada a 65ºC por 72 h , ou até pe s o constante .b) M oage m – e m m oinh o de facas tipo W ile y, cole tando a am ostra q ue pas sou pe la

pe ne ira de m alh a 40.c) Se cage m a 105ºC – transfe rir para pe s a-filtro de 1 a 2 g de am ostra m oída, de ixar

e m e s tufa calibrada a 105ºC por aproxim adam e nte 8 h ou até pe s o constante .

6.2. D e te rm inação da prote ína bruta: (AOAC, 19 9 0):

M é todo m icro – bas e ado na de com pos ição da m até ria orgâ nica pe lo ácido s ulfú rico e naq uantificação do nitrogê nio utilizando s iste m a de de s tilação por arraste a vapor (m é todo proposto por Kje ldah l, e m 1883 ).

6.3. D e te rm inação da fibra e m de te rge nte ne utro, FDN : (Van Soe s t, 19 65, Goe ring &Van Soe s t, 19 70):

Com solução de te rge nte ne utra solubiliza-s e o conte ú do ce lular com posto bas icam e ntede prote ínas solú ve is , açú care s , lipíde os , nitrogê nio não-prote ico, pe ctina, am ido eoutros constituinte s s olú ve is e m água. A porce ntage m dos constituinte s da pare dece lular, parte da forrage m insolú ve l e m de te rge nte ne utro, q ue é bas icam e nteconstituída de ce lulos e , h e m ice lulos e , lignina e prote ína lignificada, é obtida pordife re nça e ntre as pe s age ns da am ostra ante s e de pois de sua s olubilização.

6.4. D e te rm inação da fibra e m de te rge nte ácido FDA, (Van Soe s t ,19 65):

Utilizando-s e de re age nte s e s pe cíficos , a am ostra é tratada com um a soluçãode nom inada de te rge nte ácida (SDA), a q ual solubiliza o conte ú do ce lular, ah e m ice lulos e e a m aior parte da prote ína ins olú ve l; no e ntanto, o nitrogê nio lignificado, alignina solú ve l e m álcali, a lignina ins olú ve l, a ce lulos e e a sílica, faze m parte do re s íduo,de nom inado de fibra e m de te rge nte ácido (FDA).

6.5. D e te rm inação da lignina (Van Soe s t & W ine , 19 68):

Butle r & Baile y (19 73), re fe re m -s e à lignina com o um polím e ro 3-m e tóxi-fe nil-prope nol e3-5-dim e tóxi-fe nil-prope nol, ligados e m proporçõe s variadas e e m s e q ü ê ncia casualizada,originando as s im grande varie dade de produtos , o q ue dificulta a sua e xata de finição.

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Por m e io do re s íduo lignoce lulós ico da fibra e m de te rge nte ácido, a lignina é oxidada esolubilizada por m e io de um a s olução de ácido sulfú rico a 72% .

6.6. D e te rm inação das cinzas ou m até ria m ine ral (Silva, 2002):

A am ostra é calcinada e m forno de m ufla (550ºC – 600ºC) para e lim inar a m até riaorgâ nica e s ubstâ ncias voláte is . Por dife re nça de pe s age m , e ntre o pe s o do cadinh ovazio e o pe s o do cadinh o com o re s íduo, e ncontra-s e o te or das cinzas .

6.7. D e te rm inação do e xtrato e té re o (Silva, 2002):

A de te rm inação do e xtrato e té re o cons is te na s olubilização pe lo é te r das gorduras oulipíde os . Esta s olubilização é fe ita e m e xtrator do tipo Soxh le t, utilizando-s e o é te r e tílicocom o s olve nte , e m q ue a am ostra é s ubm e tida ao re fluxo contínuo, por um pe ríodo dete m po capaz de e xtrair toda fração a solú ve l no é te r.

6.8. D e te rm inação da dige s tibilidade “in vitro” da m até ria s e ca (Tille y & Te rry,19 63):

O alim e nto é incubado por 48 h , e m q ue ocorre rá fe rm e ntação pe los m icrorganism os dolíq uido de rú m e n, s ob condiçõe s anae róbicas , te m pe ratura de 39 ºC, pode r tam pão a pHde 6,9 ; após s e rá s ubm e tido por m ais 48 h a dige s tão e nzim ática da pe ps ina e m m e ioácido.

6.9 . D e te rm inação dos m acros e m icros nutrie nte s :

M acros nutrie nte s : cálcio, m agné s io, fósforo, potás s io e e nxofreM icros nutrie nte s : cobre , zinco, m anganê s e fe rro

Utiliza-s e o m é todo de de com pos ição por via ú m ida q ue é m ais utilizado parasolubilização de m ate rial ve ge tal. As am ostras s ão solubilizadas com ácidos oxidante se m m istura H NO 3 + H ClO 4. A m aioria das am ostras é totalm e nte oxidada, de ixando ose le m e ntos a s e re m de te rm inados na solução ácida e m form as inorgâ nicas s im ple s eapropriadas para anális e . As dete rm inaçõe s analíticas do Ca, M g, Cu, Z n, M n e Fe s ã ore alizadas por e s pe ctrom e tria de absorção atôm ica por ch am a, o fósforo é de te rm inadopor e s pe ctrofotom e tria de absorção m ole cular e m s iste m a de anális e por inje ção e mfluxo contínuo, m e dindo-s e a inte ns idade da cor produzida pe lo com ple xovanadom olibdofosfórico; o potás s io é de te rm inado por fotom e tria de ch am a; e o e nxofrepor turbidim e tria do s ulfato de bário (M alavolta, 19 89 ).

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7. Re fe rê ncias Bibliográficas

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