Ana Paula Coelho
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOCURSO SUPERIOR EM GESTÃO AMBIENTAL
LUCIANO RODRIGUES COELHO
PROJETO DE CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA DA SUB-BACIA DO RIO CANASTRA, NO MUNICÍPIO DE
ITAPURANGA-GO.
Itapuranga-GO
2014LUCIANO RODRIGUES COELHO
PROJETO DE CONSERVAÇÃO DE SOLO E ÁGUA DA SUB-BACIA DO RIO CANASTRA, NO MUNICÍPIO DE
ITAPURANGA-GO.
Trabalho apresentado ao Curso Superior Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para o 3º Semestre.
Itapuranga-GO
2014SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................... 03
2. OBJETIVOS......................................................................................................... 04
3 METODOLOGIA................................................................................................... 04
3 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................... 05
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................. 11
6 REFERENCIAS.................................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO
O presente projeto é uma proposta de realização de
recuperação e conservação do solo e água da sub-bacia do Rio Canastra,
localizado no município de Itapuranga.
O município de Itapuranga tem uma população de 26.125
habitantes, deste total 23,59% ou seja; 6.163, vivem na zona rural. O número
de agricultores familiares 4.019 corresponde a 70% dos habitantes da zona
rural.
Devido a ação antrópica que o Rio Canastra vem sofrendo ao
longo dos anos com a degradação ambiental, mesmo sendo o manancial que
abastece a cidade de Itapuranga-GO e os ribeirinhos, aproximadamente uma
demanda de 30 mil habitantes. Dessa forma o referido projeto deve ser
realizado com o intuito de salvar o Rio Canastra, que é fonte de vida para toda
a população itapuranguense.
Este projeto foi elaborado com a participação de todo segmento
organizado da sociedade de Itapuranga e, principalmente pelos agricultores
familiares que reivindicaram o que acharam de mais importante para melhorar
suas condições de vida no campo.
2. OBJETIVOS
Realizar um projeto de recuperação de áreas degradadas;
Conservar do solo e água da sub bacia do Rio Canastra e
restaurar as formações ciliares do referido rio, uma vez que, o mesmo banha
toda a cidade e fornece água para toda a população, tanto rural quanto urbana.
Trabalhar diretamente com a recuperação de nascentes,
matas ciliares, conservação de solo e áreas de preservação permanente dos
afluentes.
Recuperação da paisagem natural e a implantação de
conscientização e educação ambiental.
3 METODOLOGIA
O tema apresentado tem como finalidade de recuperar a paisagem
natural e implantar a conscientização e educação ambiental no município de
Itapuranga.
O projeto irá trabalhar diretamente com a recuperação de
nascentes, matas ciliares, conservação de solo e áreas de preservação
permanente dos afluentes do Rio Canastra.
Para tanto serão feitas visitas de campo com o intuito de fazer uma
análise mais profundo das necessidades da área em questão. Essa
restauração da fauna e flora irá melhorar do clima da região do Rio Canastra.
4 DESENVOLVIMENTO
O Município de Itapuranga localiza-se no noroeste do Estado
Goiano, no Vale São Patrício. Possui uma área de 1.281 km². Na sede do
município concentra-se 26.085 (vinte e seis mil, oitenta habitantes), sendo que
aproximadamente 4.000 habitantes vivem distribuídos em quatro distritos
municipais (Lages, Cibele, Diolândia e Vila São José), e cerca de 5.000 mil
habitantes estão localizados na área rural, e num raio de 30 km vivem
aproximadamente 200.000 (duzentas mil) pessoas.
A economia produtiva do município gira em torno da agricultura
e pecuária, seu ecossistema é o cerrado, garantindo-lhe uma excelente
produção agrícola. A quase totalidade de suas terras são agricultáveis, ocorre
que 60% das propriedades rurais são de agricultura familiar e a média de área
das propriedades é de aproximadamente 15 há. Sendo assim, este plano foi
elaborado com a participação de todo segmento organizado da sociedade de
Itapuranga (associações, sindicatos, cooperativas, poder público, etc.) e,
principalmente pelos agricultores familiares que reivindicaram o que acharam
de mais importante para melhorar suas condições de vida no campo. O objetivo
principal deste projeto é a conservação do solo e água da sub bacia do Rio
Canastra e restauração das formações ciliares do referido rio, uma vez que, o
mesmo banha toda a cidade e fornece água para toda a população, tanto rural
quanto urbana. A Sub Bacia do Rio Canastra, encontra-se localizada nos
Municípios de Itapuranga e Guaraíta-GO., sendo que a margem esquerda do
Rio Canastra pertence ao município de Itapuranga nas Comunidades de:
Campinas, Ana Félix, Mato Dentro, Goiabal e Canastrinha. O Rio Canastra é o
manancial que abastece a cidade. O ponto de captação de água pela
SANEAGO, situa-se praticamente dentro do perímetro urbano do Município.
Geograficamente, a referida microbacia situa-se entre os paralelos 16º 35’21” e
17º 05’06” e o Meridiano 49º23’00” , com área de 3194 ha, pertencente a Bacia
Hidrográfica do Tocantins. Existem 159 propriedades rurais dentro da
microbacia, onde predomina a pecuária leiteira e a agricultura familiar.
Os solos da Sub Bacia são classificados como latossolo-
vermelho escuro e vermelho amarelo, são solos profundos, formados por
matérias de origens diversas, o que lhes confere uma certa variabilidade. A
textura varia de média a argilosa e estrutura granular,contudo, é comum a
ocorrência de estrutura em blocos subangulares. São solos bem drenados, em
geral respodem bem a aplicação de corretivos e fertilizantes.
A Sub Bacia do Rio Canastra é constituída por várias
nascentes que ficam ao longo do seu percurso e estão localizadas na sub-
bacia do Rio das Almas que faz parte da Bacia do Tocantins.
Da principal nascente até o ponto de captação da Saneago, o
manancial apresenta 30 km de extensão.
A formação predominante é o cerrado. As áreas cobertas com
vegetação nativa estão localizadas isoladamente na microbacia. As matas
ciliares estão seccionadas em algumas partes eliminando galerias que servem
de corredores para a fauna silvestre. Estima-se que uma área de 280 ha esteja
coberta pela vegetação nativa, intercalada por pastagem e culturas anuais.
As espécies predominantes na região são tipicamente de
cerrados e de matas ciliares: Ipê, Cedro, Gonçalo, Aroeira, Angico, Monjoleiro,
Pequizeiro, Amoreira, Pimenta de Macaco, Ingá, Feijão Cru, Carvoeiro,
Bauínia, Sucupira e outras.
As áreas de preservação permanente estão parcialmente
destruídas. Poucas são as propriedades que possuem áreas de Reserva Legal
averbadas, prejudicando assim a fauna que está sendo ameaçada de extinção.
As espécies nativas da região são: Capivara, Paca, Veado Campeiro, Cachorro
do Mato, Lobo Guará, Macacos, Micos, Tatus, Tamanduá, etc. Aves: Seriema,
Anu Preto, Gaviões, Juriti, Codorna, Perdiz. Ictiofauna: Piau, Mandi, Pacu,
Papa-Terra, Lambari, entre outras.
Os principais problemas diagnosticados são: Erosão, cobertura
vegetal deficitária; redução da fertilidade do solo; compactação e erosão do
solo; baixa capacidade de suporte de pastagens.
As principais causas são as queimadas; preparo inadequado
do solo; remoção dos nutrientes pelas colheitas; uso inadequado de corretivo e
fertilizantes; má formação, manejo inadequado e degradação das pastagens.
Segue abaixo alguns problemas, causas e efeitos:
PROBLEMAS CAUSAS EFEITOSEXPLORAÇÃO EXTRATIVISTA
DAS PASTAGENS(NOMADISMO)
♦ Ocupação de novas áreas ♦ Rebaixamento do lençol freático
COLETA E DISPOSIÇÕES DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
♦ Falta de um plano de Gestão de Resíduos sólidos. ♦ Descontinuidade política e administrativa. ♦ Falta de capacitação técnica e profissional – do gari ao engenheiro chefe.
♦ Degradação ambiental ♦ Enchentes ♦ Desenvolvimento de transmissores de enfermidade ♦ Poluição das águas superficiais e subterrânias. ♦ Poluição do ar.
DESCONHECIMENTODAS
LEGISLAÇÕESAMBIENTAIS
♦ Desinteresse pelas causas ambientais ♦ Nível de escolaridade baixo ♦ Desorganização no meio rural ♦ Poucas informações sobre Educação Ambiental ♦ Ações voltadas para o econômico
♦ Degradação total da propriedade ♦ Restrito crescimento sócio ambiental ♦ Punições por agentes fiscalizadores ♦ Propriedades rurais sem nenhuma qualidade de vida ♦ Contribuição pela baixa qualidade de vida do meio rural ♦ Não aproveitamento do potencial turístico da propriedade rural.
Após analise da área em estudo, foram observadas algumas
medidas mitigatorias e compensatórias que poderão ser usadas na sub bacia
do Rio Canastra, visando o desenvolvimento sustentável.
♦ Planejamento e a programação do uso dos recursos naturais
nos limites permissíveis (ar, água e solo, fauna e flora).
♦ Adequação das propriedades de acordo com a capacidade
de uso do solo e água.
♦ Análise de solos – visando o uso correto dos corretivos e
fertilizantes.
♦ Uso de terraço para declives de 3% a 12% para evitar o
escorrimento da água e facilitar sua infiltração.
♦ Escarificação ou subsolagem quebrando o encrostamento
que se forma no subsolo.
♦ Controle das queimadas, incorporando os restos culturais e
manejando bem as pastagens.
♦ Uso de cobertura morta, visando a retenção de água e
melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo.
♦ Adubação verde para melhorar a fertilidade, descompactação
do solo e retenção de água.
♦ Retirar a água das estradas para a bacia de captação.
♦ Reflorestamento de material energético buscando a produção
de madeira e lenha, diminuindo a pressão sobre a vegetação nativa.
♦ Averbação das áreas de reserva legal, conforme previsto em
Lei.
♦ Regeneração das matas ciliares com espécies nativas.
♦ Uso racional dos Agrotóxicos seguindo sempre e com rigor o
receituário agronômico.
♦ Participar dos Programas de Educação Ambiental, propostos
por entidades que trabalham pelo meio ambiente.
Afim de solucionar os problemas encontrados segue abaixo as
propostas para solucioná-los.
Erosão:
- Planejamento e a programação do uso dos recursos naturais
nos limites permissíveis (solo, água, flora e fauna);
- Adequação das propriedades de acordo com a capacidade de
uso do solo e água;
- Uso de terraços para declives de 3% a 12% para evitar o
escorrimento da água e facilitar sua infiltração;
- Estradas e corredores melhores dispostos na área;
- Retirar a água das estradas para a bacia de captação.
Cobertura/ agricultura:
- Análise de solos – Visando o uso correto dos corretivos e
fertilizantes;
- Planejamento e programação dos plantios de acordo com os
recursos naturais existentes;
- Controle de queimadas, incorporando os restos culturais,
visando a retenção d’água e melhoria das condições físicas, químicas e
biológicas do solo;
- Rotação de culturas.
Cobertura vegetal deficiária:
- Planejamento e programação do uso dos recursos naturais
nos limites permissíveis (solo, água, ar fauna e flora);
- Regeneração das matas ciliares com vegetação nativa;
- Averbação da reserva legal, conforme o previsto em Lei.
Diminuição da fertilidade do solo:
- Uso racional dos agrotóxicos seguindo sempre e com rigor o
Receituário Agronômico;
- Fazer uso dos equipamentos de proteção individual e
comunitário;
- Procurar sempre o profissional competente quando for usar
agrotóxicos na propriedade (Inseticida, herbicida, fungicidas, etc.)
Para as formações ciliares, as atividades relacionadas com
vegetação mais comumente empregada na restauração são:
- Isolamento da área: Uma das práticas mais simples para
recuperação de determinada área, pode ser o seu simples isolamento, evitando
a continuação do processo de degradação.
- Retirada dos fatores de degradação: Retirada dos fatores de
degradação: deve-se fazer a correta identificação e a retirada dos fatores que
estão causando a degradação da formação ciliar. (Ex.: fogo, extração de areia).
- Eliminação seletiva ou desbaste de espécies competidoras:
Eliminação seletiva ou desbaste de espécies competidoras: a condição mais
comum é a presença de remanescentes de florestas ciliar em condições
variadas de degradação, que favorecem a ocupação das bordas e trechos por
espécies agressivas (gramíneas, bambus e trepadeiras), que competem
rigorosamente com a regeneração das espécies das estratas superiores.
Bambus e trepadeiras requerem medidas de controle e as gramíneas devem
ser erradicadas da área.
- Adensamento de espécies com uso de mudas ou sementes:
Adensamento de espécies com uso de mais e/ou sementes a prática de
adensamento consiste no plantio de mudas ou na semeadura direta na
formação ciliar degradada.
- Enriquecimento de espécies com uso de mudas ou semente:
Enriquecimento de espécies com uso de mudas ou sementes: esta medida
consiste em re-introduzir num remanescente ciliar degradado, espécies que
foram extintas localmente em função da degradação ou do processo
sucessional em que se encontra a área a ser recuperada.
- Implantação de consórcios de espécies com uso de mudas ou
semente;s
- Indução e condução de propágulos: Indução e condução de
propágulos autóctones: Para algumas situações, como clareiras de degradação
dentro de uma formação florestal, como a exploração mineral do cerrado,
degradação pontual nas Serras do Estado, uma das perspectivas mais
promissoras para a restauração de formações ciliares é a indução dos
propágulos presentes na área (banco de sementes), ou propágulos oriundos
das áreas de entorno (Chuva de sementes).
- Transferência ou transplante de propágulos: Transferência ou
transplante de propágulos alóctones: ainda hoje, áreas recobertas com
vegetação nativas vão sendo totalmente destruídas, por motivos diversos como
a implantação de novas áreas de mineração, a construção de estradas e
principalmente represas para geração de energia elétrica. Nestas situações
específicas poder-se-ia aproveitar a camada superficial do solo (primeiras 20
cm), antes da eliminação da floresta, camada esta que deverá ser espalhada
na formação ciliar degradada.
- Implantação de espécies pioneiras atrativas a fauna:
Implantação de espécies pioneiras atrativas a fauna: essas espécies acabam
por facilitar a sucessão, pois mantem grande interação com elementos da
fauna, que visitam as copas como lugar de abrigo e alimentação, atuando
como polonizadores e/ou dispersores.
- Enriquecimento com espécies de interesses econômicos:
Enriquecimento com espécies de interesse econômico: como muitas dessas
áreas de projetos de recuperação poderão ser também redefinidas para a
produção agrícola (pequena propriedade), é necessário um adequado
planejamento da recuperação, para que a exploração econômica dessas áreas
ciliares causem o menor impacto possível. Uma das possibilidades é o uso de
espécies exóticas como pioneiras que manejadas adequadamente, podem não
inviabilizar a dinâmica sucessional; outra possibilidade é o adensamento de
espécies possíveis de exploração controlada, nas várias fases da recuperação,
como frutíferas perenes, madeiras, medicinais, resiníferas e melíferas, cujo
aproveitamento pode contribuir como fonte alternativa de renda ou mesmo de
alimentação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto irá contribuir com a qualidade de vida das populações
rural e urbana e com a recuperação do ecossistema natural, fomentando a
reconstrução da hictiofauna e a biota em geral. Uma vês que irá trabalhar
diretamente com a recuperação de nascentes, matas ciliares, conservação de
solo e áreas de preservação permanente dos afluentes.
Em fim, com a execução do referido projeto de recuperação
ambiental das áreas naturais, será devolvido ao ambiente da região do Rio
Canastra o clima existentes antes da ação do homem.
6 REFERENCIAS
ALMEIDA, J. R.; ARAÚJO, G. H. S.; GERRA, A. J. T.; Gestão Ambiental de Áreas Degradadas. São Paulo, Bertrand Brasil. 2010.