Ambiguidade 9º ano

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Ambiguidade É a duplicidade de sentidosque pode haver em uma palavra, em uma frase ou num texto inteiro. Quando emprega de forma intencional, a ambiguidadese torna um importante recurso de expressão. Ambiguidade égeralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia: a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto. Exemplos: "Onde está a cachorra da sua avó?" (Que cachorra ? A avó ou a cachorra criada pela avó?) "Este líder dirigiu bem sua nação"("Sua"? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?) "Antes ele andava de Lotação, hoje não anda mais"("Não anda porque"? ficou aleijado ou porque Lotação não leva deficiente físico?). Obs1: O pronome possessivo "seu(ua)(s)" gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem. Obs 2: A preposição "como" também gera confusão com o verbo "comer" na 1ª pessoa do singular. A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem. Atividades Leia os textos abaixo e resolva as questões propostas: 2 1 Fonte: http://aventurangola.blogspot.com/2008_12_01_archive.html Fonte: http://blogpaulaenis.wordpress.com/2009/09/25/pastel-de-1-real/ 1. No texto 1, a garota entendeu corretamente a mensagem do vendedor? Explique. 2. De que outra forma o vendedor poderia dizer para que a menina não entendesse errado? 3.Explique a ambiguidade presente no texto 2. 4. Reescreva o trecho ambíguo de forma a resolver a ambiguidade apresentada no texto 2. Em textos humorísticos, é frequente a interpretação de sentença ambígua (= duplo sentido) da maneira menos provável, desprezando-se muitas vezes os elementos contextuais que favoreceriam uma interpretação mais provável. Os textos abaixo se valem desse recurso para obter o efeito humorístico. Leia-os atentamente e responda ao que se pede. Texto V a) Um garoto pergunta para o outro: - Você nasceu em Pelotas? - Não, nasci inteiro. Texto VI b) -Doutor, já quebrei o braço em vários lugares. - Se eu fosse o senhor, não voltava mais para esses lugares. Texto VII c) -Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas. -Diana, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas. Texto VIII d) O bêbado está no consultório e o médico diz: - Eu não atendo bêbado. - Então quando o senhor estiver bom eu volto - disse o bêbado. 5.Explique o duplo sentido contido em cada uma das anedotas acima. 6.Escolha duas anedotas e reescreva-as de forma a impedir uma interpretação indevida . 7. Leia o texto a seguir para responder às questões propostas. Aquilo - De uns tempos para cá, eu só penso naquilo. - Eu penso naquilo desde os meus, sei lá, onze anos. - Onze anos? - É. E o tempo todo.

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Ambiguidade É a duplicidade de sentidosque pode haver em uma palavra, em uma frase ou num texto inteiro.

Quando emprega de forma intencional, a ambiguidadese torna um importante recurso de expressão. Ambiguidade égeralmente é provocada pela má organização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso especial de polissemia: a possibilidade de uma palavra apresentar vários sentidos em um contexto. Exemplos:

"Onde está a cachorra da sua avó?" (Que cachorra ? A avó ou a cachorra criada pela avó?)

"Este líder dirigiu bem sua nação"("Sua"? Nação da 2ª ou 3ª pessoa (o líder)?)

"Antes ele andava de Lotação, hoje não anda mais"("Não anda porque"? ficou aleijado ou porque Lotação não leva deficiente físico?).

Obs1: O pronome possessivo "seu(ua)(s)" gera muita confusão por ser geralmente associado ao receptor da mensagem. Obs 2: A preposição "como" também gera confusão com o verbo "comer" na 1ª pessoa do singular. A ambiguidade normalmente é indesejável na comunicação, em particular na escrita, pois nem sempre é possível contactar o emissor da mensagem para questioná-lo sobre sua intenção comunicativa original e assim obter a interpretação correta da mensagem.

Atividades

Leia os textos abaixo e resolva as questões propostas: 2 1

Fonte: http://aventurangola.blogspot.com/2008_12_01_archive.html Fonte: http://blogpaulaenis.wordpress.com/2009/09/25/pastel-de-1-real/

1. No texto 1, a garota entendeu corretamente a mensagem do vendedor? Explique. 2. De que outra forma o vendedor poderia dizer para que a menina não entendesse errado? 3.Explique a ambiguidade presente no texto 2. 4. Reescreva o trecho ambíguo de forma a resolver a ambiguidade apresentada no texto 2. Em textos humorísticos, é frequente a interpretação de sentença ambígua (= duplo sentido) da maneira menos provável, desprezando-se muitas vezes os elementos contextuais que favoreceriam uma interpretação mais provável. Os textos abaixo se valem desse recurso para obter o efeito humorístico. Leia-os atentamente e responda ao que se pede. Texto V a) Um garoto pergunta para o outro: - Você nasceu em Pelotas? - Não, nasci inteiro. Texto VI b) -Doutor, já quebrei o braço em vários lugares. - Se eu fosse o senhor, não voltava mais para esses lugares.

Texto VII c) -Não deixe sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de pulgas. -Diana, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas. Texto VIII d) O bêbado está no consultório e o médico diz: - Eu não atendo bêbado. - Então quando o senhor estiver bom eu volto - disse o bêbado.

5.Explique o duplo sentido contido em cada uma das anedotas acima. 6.Escolha duas anedotas e reescreva-as de forma a impedir uma interpretação indevida. 7. Leia o texto a seguir para responder às questões propostas.

Aquilo - De uns tempos para cá, eu só penso naquilo. - Eu penso naquilo desde os meus, sei lá, onze anos. - Onze anos? - É. E o tempo todo.

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- Não. Eu, antigamente, pensava pouco naquilo. Era uma coisa que não me preocupava. Claro que a gente convivia com aquilo desde cedo. Via acontecer à nossa volta, não podia ignorar. Mas não era, assim, uma preocupação constante. Como agora. - Pra mim sempre foi. Aliás, eu não penso em outra coisa. - Desde criança !? - De dia e de noite. - E como é que você conseguia viver com isso, desde criança ? - Mas é uma coisa natural. Acho que todo mundo é assim. Você é que é anormal, se só começou a pensar naquilo nessa idade. - Antes eu pensava, mas hoje é uma obsessão. Fico imaginando como será. O que eu vou sentir. Como será depois. - Você se preocupa demais. Precisa relaxar. A coisa tem que acontecer naturalmente. Se você fica ansioso é pior. Aí sim, aquilo se torna uma angústia, em vez de um prazer. - Um prazer ?Aquilo ? - Pra você não sei. Pra mim, é o maior prazer que um homem pode ter. É quando o homem chega ao paraíso. - Bom, se você acredita nisso, então pode pensar naquilo como um prazer. Pra mim é o fim. - Você precisa de ajuda, rapaz. - Ajuda religiosa ? Perdi a fé há muito tempo. Da última vez que falei com um padre a respeito, só o que ele me disse foi que eu devia rezar. Rezar muito, para poder enfrentar aquilo sem medo. - Mas você foi procurar logo um padre ? Precisa de ajuda psiquiátrica. Talvez clínica, não sei. Ter pavor daquilo não é saudável. - E eu não sei ? Eu queria ser como você. Viver com a perspectiva daquilo naturalmente, até alegremente. Ir para aquilo assoviando. - Ah, vou. Assoviando e dando pulinho. Olhe, já sei o que eu vou fazer. Vou apresentar você a uma amiga minha. Ela vai tirar todo o seu medo. - Sei. Uma dessas transcendentalistas. - Não é daqui mesmo. Codinome Neca. Com ela é tiro e queda. Figurativamente falando, claro. - Hein ? - O quê ? - Do que é que nós estamos falando? - Do que é que você está falando? - Daquilo. Da morte. - Ah. - E você ? - Esquece. ( Luis Fernando Veríssimo. Sexo na cabeça. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. p. 107-8) Exercícios: 8. Explique a que se deve a ambiguidade presente no texto lido. 9. A ambiguidade do texto é reforçada por várias situações, palavras e expressões. Que sentidos assume a expressão “chegar

ao paraíso”? 10. Você pode perceber que a ambiguidade pode gerar problemas de comunicação, como ocorreu no texto acima. Qual o

motivo que levou o autor a demonstrar a ambiguidade em seu texto? Que efeito ele pretendia provocar no leitor? 11. Não há ambiguidade nafrase: a) Estivemos na escola da cidade que foi destruída pelo incêndio. b) Câmara torna crime porte ilegal de armas. c) Vio acidente do barco. d) O policial prendeu o ladrão em sua casa. 12. Indique a ambiguidade das frases a seguir. a) João e Maria vão casar-se . b) Eu e ela viemos de carro. c) O juiz declarou ter julgado o réu errado. d) Comi um churrasco num restaurante que era gostoso. e) Não gostei da pintura da minha irmã. 13.Reescreva as frases , eliminando as ambiguidades. a) A empregada lavou as roupas que encontrou no tanque. b) Se você tivesse ido à festa com José, encontraria sua namorada. c) Você deve esperar seu irmão e levá-lo em seu carro até o hospital. d) Em casual encontro com Júlia , Pedro fez comentários sobre os exames. e) André foi com o amigo à casa do professor. 14. Identifique a ambiguidade presente em cada frase abaixo. a) O juiz declarou ter julgado o réu errado. b) Comprou o carro rápido. c) Tenho um trabalho para entregar ao professor, que me deixa preocupado. d) Há um ano comprei uma casa com um vistoso portão, que venderei agora. e) Trata-se sobre um estudo sobre Machado de Assis, cuja leitura recomendo.