AMBIGUIDADE

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* Colocação inadequada de algumas palavras: O vizinho espantado resolveu ver o que estava acontecendo àquela hora da noite. Tal colocação nos dá margens para nos sentirmos questionados se o vizinho estar “espantado” é realmente uma característica do vizinho sempre, ou se ele se mostrou espantado num dado momento apenas. Dessa forma, retificando o enunciado, temos: O vizinho, espantado, resolveu ver o que estava acontencendo àquela hora da noite. * Uso de forma indistinta entre a conjunção integrante e o pronome relativo: O turista disse ao guia que era pernambucano. Daí nos perguntamos acerca de quem era pernambucano: o guia ou o turista? De modo a retificar o enunciado, obtemos: O turista disse que era pernambucano ao guia. * Uso inadequado das formas nominais: O supervisor de turma pegou o aluno correndo no pátio da escola. Quem realmente estava correndo? O supervisor de turma ou o aluno? Dessa forma, de modo a retirar a dupla interpretação, temos: O supervisor de turma pegou o aluno que corria no pátio da escola. * Uso indevido dos elementos coordenativos: Beatriz e Paulo desejam noivar-se. A má interpretação reside no fato de não conseguirmos identificar muito bem se Paulo deseja noivar-se com Beatriz ou se ambos desejam ficar noivos de pessoas distintas. De modo a desfazermos esse mal entendido, obtemos: Beatriz deseja noivar-se com Pedro, e Paulo com Cristina. * Inadequação relacionada ao uso dos pronomes relativos: Durante a viagem, saboreamos alimentos e bebidas cuja qualidade é inigualável. Infere-se perguntar acerca de qual qualidade se apresenta inigualável: das bebidas ou dos alimentos? Tornemos o discurso mais claro, portanto: Durante a viagem, saboreamos alimentos e bebidas, os quais possuem qualidade inigualável. (Enem/2003) No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete:

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Ótimo para quem prestará o vestibular.

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* Colocação inadequada de algumas palavras:O vizinho espantado resolveu ver o que estava acontecendo àquela hora da noite.Tal colocação nos dá margens para nos sentirmos questionados se o vizinho estar “espantado” é realmente uma característica do vizinho sempre, ou se ele se mostrou espantado num dado momento apenas. Dessa forma, retificando o enunciado, temos:O vizinho, espantado, resolveu ver o que estava acontencendo àquela hora da noite.* Uso de forma indistinta entre a conjunção integrante   e o pronome relativo: O turista disse ao guia que era pernambucano.Daí nos perguntamos acerca de quem era pernambucano: o guia ou o turista? De modo a retificar o enunciado, obtemos:O turista disse que era pernambucano ao guia.* Uso inadequado das formas nominais:O supervisor de turma pegou o aluno correndo no pátio da escola.Quem realmente estava correndo? O supervisor de turma ou o aluno? Dessa forma, de modo a retirar a dupla interpretação, temos:O supervisor de turma pegou o aluno que corria no pátio da escola.  * Uso indevido dos elementos coordenativos: Beatriz e Paulo desejam noivar-se.A má interpretação reside no fato de não conseguirmos identificar muito bem se Paulo deseja noivar-se com Beatriz ou se ambos desejam ficar noivos de pessoas distintas.  De modo a desfazermos esse mal entendido, obtemos:Beatriz deseja noivar-se com Pedro,  e Paulo com Cristina.* Inadequação relacionada   ao uso dos pronomes relativos: Durante a viagem, saboreamos alimentos e bebidas cuja qualidade é inigualável.Infere-se perguntar acerca de qual qualidade se apresenta  inigualável: das bebidas ou dos alimentos? Tornemos o discurso mais claro, portanto:Durante a viagem, saboreamos  alimentos e bebidas, os quais possuem qualidade inigualável.

(Enem/2003)  No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete: CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA

EM NOVA FASE A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação: A) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase. B) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha. C) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência. D) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase. E) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase.Resolução:Da forma em que está escrito, não se sabe se a campanha é contra a violência do governo do Estado, ou se é o governo do Estado que está com campanha contra a violência. 

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A letra elimina essa ambiguidade, deixando claro que o governo do Estado está desenvolvendo uma campanha contra a violência.Resp.: EVeja ainda:

QUESTÃO 1 (UFMG) Uma frase é considerada ambígua quando possibilita mais de uma leitura e interpretação. IDENTIFIQUE, em cada um dos textos que se seguem, o elemento causador de ambiguidade e EXPLICITE duas leituras propiciadas em cada caso.

TEXTO 1

  Estado de Minas, Belo Horizonte, 24 abril 2010. Caderno Cultura, p. 7.

Elemento causador da ambiguidade: Placa sinalizadora “Depressão a 3 m”

Leitura 1:  O motorista deverá encontrar a frente um tipo de solo geográfico, no caso, abaixamento de nível do solo.

Leitura 2: O homem, a frente, sentado sobre o meio fio, sugere ser quem a placa se refere e com o que está, ou seja, depressão.

TEXTO 2

É muito comum o contribuinte incluir na sua declaração dependentes que já têm renda.Essa inclusão pode não ser vantajosa. Para um dependente que estuda, não é vantagem o contribuinte incluí-lo se sua renda for superior a R$ 4.439, 34.

Folha de S. Paulo, São Paulo, 20 abril 2010, Caderno Dinheiro, p. B4. (adaptado)

Elemento causador da ambiguidade: Pronome possessivo “sua”.

Leitura 1: Não é vantagem para um contribuinte que possui renda superior de R$ 4.439,34 declarar um dependente estudante.

Leitura 2: Não é vantagem declarar um dependente estudante que tem renda superior de R$ 4.439,34.