Ambiente x Educação: um projeto de Arquitetura Escolar para o Haiti

Ambiente x Educação:um projeto de Arquitetura Escolar para o Haiti

Mariana Morais Luiz, Amarildo Marcos Soares Junior, Vanessa Goulart Dorneles, Vera Helena Moro Bins Ely

Arquitetura x Educação: um projeto de Arquitetura Escolar para o Haiti

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Roselane NeckelReitora

Débora Peres MenezesPró-Reitora de Pesquisa e Extensão

Edison da RosaDiretor do Centro Tecnológico

Fernando WestphalChefe de Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Milton Luz da ConceiçãoCoordenação do Curso de Arquitetura e Urbanismo

Grupo PET - Arquitetura e Urbanismo

OrientadorasVanessa Goulart Dorneles, MsC

Vera Helena Moro Bins Ely, Dr. Eng.

BolsistasMariana Morais Luiz

Amarildo Marcos Soares Junior

Arquitetura e UrbanismoUFSC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINADepartamento de Arquitetura e Urbanismo

Grupo PET/ARQ/SESu

Ambiente x Educação:um projeto de Arquitetura Escolar para o Haiti

Mariana Morais Luiz Amarildo Marcos Soares Junior

Vanessa Goulart DornelesVera Helena Moro Bins Ely

Florianópolis, abril de 2013


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Luiz, Mariana Morais; Soares Junior, Amarildo Marcos; Dorneles, Vanessa Goulart; Bins Ely, Vera Helena Moro. 2013. A532 Ambiente X educação : um projeto de arquitetura

escolar para o Haiti / Mariana Morais Luiz ... [ et al.] Florianópolis : UFSC/ REITORIA , 2013 . 167 p. : il., tabs., mapas, plantas Inclui bibliogra�a. ISBN 978 - 85 - 7426 - 132 - 4 1. Arquitetura . 2. Esc olas – edifíc i os - Haiti.

3. Arquitetura – projetos e plantas . 4. Psicolo -gia ambiental. 5. Ergonomia. I. Luiz , Mariana Morais . II. Soares Junior, Amarildo Marcos. III. Dorneles, Vanessa Goulart. IV. Bins Ely, Vera Helena Moro.

CDU: 72.011.1

LUIZ, Mariana Morais; SOARES JUNIOR, Amarildo Marcos; DORNELES, Vanessa Goulart; BINS ELY, Vera Helena Moro. Ambiente X educação: um projeto de arquitetura escolar para o Haiti. Flo-rianópolis: PET/ARQ/UFSC, 2013.


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SUMÁRIO1. ��16INTRODUçãO ��161. Introdução ��171.1. APrESEntAção do tEMA ��191.3. oBJEtIVoS ��201.3.1. Objetivo geral ��201.3.2. Objetivos específicos ��201.4. MEtodoLoGIA E EStrAtÉGIA dE Ação��202. rEfErEncIAL tEórIco ��222.1. PEdAGoGIA E dESEnVoLVIMEnto InfAntIL ��252.2. ArQuItEturA EScoLAr ��28CONSIDERAçÕES ��613. SItuAção AtuAL ��63o HAItI E A cIdAdE dE cArrEfour ��644. ProcESSo dE ProJEto ��69ProGrAMA dE AtIVIdAdES ��71rEfErEncIAIS ��72fErrAMEntAS MEtodoLóGIcAS ��74ENTREVISTA FOCALIZADA ��74Resultados: ��75SELEçãO VISUAL ��76Resultados: ��77dIMEnSIonAMEnto dE ESPAçoS ��78Organização das fichas de dimensionamento ��82SETORIZAçãO DAS FUNçÕES ��106ESTUDOS FORMAIS ��108PArtIdo GErAL ��110


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5. ProJEto fInAL �� 112ProJEto dA InStItuIção cHArLES LorInG BrAcE �� 1146. rEcoMEndAçõES futurAS �� 1247. conSIdErAçõES fInAIS �� 1288. BIBLIoGrAfIA �� 1339. APêNDICES �� 1379.1 ARTIGOS PUBLICADOS EM EVENTOS �� 139ERGODESIGN 2013 �� 139Encontro Nacional de Ergonomia do Ambiente Construído - ENEAC 2013 �� 148Space and Place - 2013 �� 1549.2 FOLDER DE APRESENTAçãO �� 155

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ListA dE FigurAsFigura 1.Trabalhos em grupo e prático na Wingate University Fonte: http://www.wingate.edu/ (acesso em abril de 2013) �� 28Figura 2. Ensino interativo Escuela en La Nube. Fonte: http://www.escuelaenlanube.com/bits-inteligencia/ (acesso em abril de 2013) �� 28Figura 3. Acesso principal em Underwood Family Sonoran Landscape Laboratory. Fonte: http://www.asla.org/sustainablelandscapes/sonoran.html (acesso em abril de 2013) �� 29Figura 4. Áreas de estar em Underwood Family Sonoran Landscape Laboratory. Fonte: http://www.asla.org/sustainablelandscapes/sonoran.html (acesso em abril de 2013) �� 29Figura 5. Trabalhos de alunos expostos em Escola Montessori. Fonte: http://preschoolmmi-pik.blogspot.com.br/2010/05/montessori-classroom.html �� 30Figura 6. Trabalhos de alunos expostos em sala de aula no Colégio Metropolitano, na Guate-mala. Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/03/15/ampliacion-del-colegio-metro-politano-paz-arquitectura/ (acesso em abril de 2013) �� 30Figura 7. Espaço para armazenamento de material individual na sala de aula. Fonte: http://hertzbergertca.blogspot.com.br/2009/10/montessori-college-oost-amsterdam.html �� 31Figura 8. Espaço para armazenamento de material individual Escola Montessori. Fonte: http://blog.thenewcenturyschool.com/2012/12/07/inside-the-montessori-classroom/img_1449/ (aces-so em abril de 2013) �� 31Figura 9. Sala de Artes na Orange County Kids and Adults Art Center. Fonte: http://www.mission-artcenter.com/orange-county-kids-art-school-fall-camp.htm#.UVoPbpPFWjM (acesso em abril de 2013) �� 32Figura 10. Presikhaven School Fonte: http://www.e-architect.co.uk/images/jpgs/holland/pre-sikhaven_school_arnhem_r061211_h.jpg (acesso em abril de 2013) �� 33Figura 11. Cidade de Educação Global Jeju, Asia Fonte: http://www.archdaily.com/356825/branksome-hall-asia-jeju-global-education-city-samoo-architects-and-engineers (acesso em abril de 2013) �� 33Figura 12. Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/04/09/liceo-regional-rene-goscin-ny-jose-morales-and-remy-marciano/ (acesso em abril de 2013) �� 34Figura 13. Escola em Oslo. Fonte: Foto Vanessa Dorneles, 2012. �� 34Figura 14. Universidade de Clermont Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/04/04/consorcio-de-la-universidad-de-clermont-campus-administrativo-ltl-architects/ (acesso em abril de 2013) �� 35


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Figura 15. Aberturas da área de circulação para o pátio interno e outros ambientes. Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/03/14/centro-educativo-en-consell-ripolltizon/ (acesso em abril de 2013) �� 36Figura 16. O átrio central comporta a secretaria e faz o controle de entrada e saída de pes-soas na Universidade de All Saints, Reuno Unido. Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/02/16/all-saints-academy-nicholas-hare-architects/ (acesso em abril de 2013) �� 36Figura 18. Áreas de estar também possuem aberturas para o exterior. Fonte: http://www.ar-coweb.com.br/especiais/affonso-eduardo-reidy-colegio-assuncao-13-11-2009.html ��37Figura 19.(acesso em abril de 2013) ��37Figura 17. Fachadas com aberturas nas áreas de estudo. Fonte: http://www.archdaily.com.br/73290/escola-st-johns-de-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril de 2013) �� 37Figura 20. Escola Municipal na Dinamarca. Fonte: http://www.archdaily.com.br/102575/nova-escola-municipal-em-frederikshavn-arkitema-architects (acesso em abril de 2013) ��38Figura 21. Escola Cornelius Vermuyden no Reino Unido. Fonte: http://www.archdaily.com.br/104075/escola-cornelius-vermuyden-nicholas-hare-architects (acesso em abril de 2013) ��38Figura 22. Portas nas salas de aula dão abertura direta ao pátio. Em New Shoots Children Cen-tre. Fonte: http://www.archdaily.com/334147/new-shoots-childrens-centre-collingridge-and-smith-architects/ (acesso em abril de 2013) �� 39Figura 23. Mobiliário macio para descanso. Fonte: www.contemporist.com/2008/06/24/playsoft-childrens-furniture-by-feelgood-designs (acesso em novembro de 2012) �� 40Figura 24. Espaço de brincadeiras e estar com mobiliário confortável. Fonte: www.contempo-rist.com/2008/06/24/playsoft-childrens-furniture-by-feelgood-designs (acesso em novembro de 2012) �� 40Figura 25. Sala de aula com mobiliário que permite disposições variadas. Fonte: http://www.arch-daily.com/128504/flex-flexible-learning-environments-hmc-architects (acesso em novembro de 2012) �� 41Figura 26. Esquema de salas de aula e áreas de estudo flexíveis. Fonte: http://www.archdaily.com/128504/flex-flexible-learning-environments-hmc-architects (acesso em novembro de 2012)�� 41Figura 27. Espaço amplo que permitem aulas e palestras. Fonte: http://www.archdaily.com.br/98820/escola-secundaria-eseb3-braamcamp-freire-cvdb-arquitectos/ (acesso em abril 2013) �� 42Figura 28. Exemplo de Watering Hole Space na escola St. John, em Marlborough, EUA. Fonte:

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http://www.archdaily.com/269104/st-johns-school-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril 2013) �� 43Figura 29. Diferentes mobiliários, espaços para estudo e estar dos alunos permite maior socializa-ção. College Track, em São Francisco, EUA. Fonte: http://www.archdaily.com/269104/st-johns-school-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril 2013) �� 43Figura 30. Cave Space em Escola Municipal na Dinamarca. Fonte: http://www.archdaily.com.br/102575/nova-escola-municipal-em-frederikshavn-arkitema-architects (acesso em abril 2013)�� 44Figura 32. Espaço amplo que permite atividades diversas, como dança, ginástica, eventos.Fonte: Domingos Sequeira School http://www.archdaily.com/125897/domingos-sequeira-sec-ondary-school-bfj-arquitectos (acesso em abril 2013) �� 45Figura 31. Área de trabalho interdisciplinar na Universidade Clemson Fonte: http://www.plat-aformaarquitectura.cl/2013/04/06/universidad-clemson-de-arquitectura-thomas-phifer-and-partners/ (acesso em abril 2013) �� 45Figura 33. Espaço de estudos com iluminação zenital diminui a necessidade de iluminação artifi-cial. Fonte: http://www.archdaily.com/269104/st-johns-school-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril 2013) �� 46Figura 34. Iluminação Natural Jardim Parque Goya Fonte: http://www.archdaily.com.br/100893/jardim-de-infancia-parque-goya-magen-arquitectos/ (acesso em abril 2013) �� 46Figura 35. Exemplo de cobogós no Jardim de Infância Shining Stars. Fonte: http://www.arch-daily.com.br/103405/jardim-de-infancia-shining-stars-bintaro-djuhara-djuhara (acesso em abril 2013) �� 47Figura 36. Rede de Inovação e Aprendizagem no Novo México. Fonte: http://www.platafor-maarquitectura.cl/2013/03/30/ria-rural-ludens-r-arquitectos (acesso em abril 2013) �� 47Figura 37. Pátio da Instituição Infantil Lotte. Fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/04/08/kindergarten-lotte-kavakava-architects/ (acesso em abril 2013) �� 48Figura 38. Área de circulação interna na Escola Krishna. Fonte: http://www.archdaily.com/192729/the-krishna-avanti-primary-school-cottrell-vermeulen-architecture/ (acesso em abril 2013) �� 48Figura 39. Elementos de sustentabilidade podem servir para complementar o aprendizado. Fonte: http://www.designboom.com/architecture/mecanoo-architects-at-abc-architecture-centre-haar-lem/ (acesso em abril 2013) �� 49Figura 40. Células foltovoltaicas integradas à cobertura produz energia para a edificação. Fon-te: http://www.archdaily.com/285637/umwelt-arena-rene-schmid-architekten/ (acesso em abril 2013) �� 49


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Figura 41. CIEP Brizola Nelson Rodrigues em Nova Iguaçu no RJ. Fonte: http://geografiaatuali-dade.blogspot.com.br/2010/09/102-anos.html (acesso em abril 2013) �� 50Figura 42. Crianças da comunidade em Francisco Perez. Fonte: http://www.archdaily.com/351354/francisco-perez-anampa-school-architecture-for-humanity (acesso em abril 2013)�� 51Figura 43. Reconstrução da escola Francisco Perez. Fonte: http://www.archdaily.com/351354/francisco-perez-anampa-school-architecture-for-humanity (acesso em abril 2013) �� 51Figura 44. Cobertura parcial do pátio em Centro de Educação Infantil. Fonte: http://www.arch-daily.com.br/89777/centro-de-educacao-infantil-em-dos-hermanas-carmen-sanchez-blanes (acesso em abril 2013) �� 52Figura 45. Quadra de esportes elevada. Fonte: http://www.archdaily.com/347061/elevated-sports-court-at-lasalle-franciscanas-school-j1-arquitectos/ (acesso em abril 2013) �� 53Figura 46. Quadra de esportes elevada. Fonte: http://www.archdaily.com/347061/elevated-sports-court-at-lasalle-franciscanas-school-j1-arquitectos/ (acesso em abril 2013) �� 53Figura 47. Fechamento do Parc Poblenou, em Barcelona. Fonte: Foto Vanessa Goulart Dorneles, 2012. ��54Figura 48. Detalhe em Parc Poblenou, Barcelona. Fonte: Foto Vanessa Goulart Dorneles, 2012.��54Figura 49. Área de circulação na Broadway School. Fonte: http://www.archdaily.com/193067/broadway-school-cottrell-vermeulen/ (acesso em abril 2013) �� 55Figura 50. Espaços externos em Ravenswood School. Fonte: http://www.archdaily.com/228534/ravenswood-school-for-girls-bvn-arch/ (acesso em abril 2013) �� 55Figura 51. Sala de aula em Domingos Sequeira School. Fonte: http://www.archdaily.com/125897/domingos-sequeira-secondary-school-bfj-arquitectos/ (acesso em abril 2013) �� 56Figura 52. Auditório em Sant Gregori School. Fonte: http://www.archdaily.com/174604/sant-gre-gori-school-remodelling-and-extension-coll-leclerc-arquitectos (acesso em abril 2013) �� 57Figura 53. Acesso por meio de escadas e rampas. Fonte: http://twistedsifter.com/2012/06/ramps-blended-and-integrated-into-stairs/ (acesso em abril 2013) �� 58Figura 54.Esquema da localização de Carrefour no Haiti. Fonte: Adaptado do Google Earth �62Figura 55.Esquema geral e contexto da localização do terreno fornecido pela FOFE. Fonte: Adaptado Google Earth ��64Figura 56.Vista Geral da cidade de Carrefour. Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Carrefour,_Haiti.jpg ��65

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Figura 57.Situação geral das escolas em Carrefour- College Frère Raumond. Fonte: http://openarchitecturenetwork.org/projects/frereraymond �� 65Figura 58.Esquema de Processo de Projeto. Acervo dos Autores �� 68Figura 59.Colllege Mixte Frère Raymond. Fonte: Architecture for Humanity �� 70Figura 60.College Coeur Immacule de Marie. Fonte: Architecture for Humanity �� 70Figura 62.École Elie Dubois. Fonte: Architecture for Humanity �� 71Figura 61.Haiti Partner’s Children’s Academy. Fonte: Architecture for Humanity �� 71Figura 63.Diversidade Antropométrica encontrada em Instituição Escolar - Acervo dos Autores�� 77Figura 64.Simulação de Dimensionamento de Ambientes. Acervo dos Autores. �� 77Figura 65.Área de Mobiliário. Acervo dos Autores�� 78Figura 66.Área de Utilização ou Espaço de Atividade. (a) Lavatório com Bancada (BOUERI, 2008, p.13); (b) Mesa de Refeições (BOUERI, 2008, p.20). �� 78Figura 67.Possibilidades de Dimensões para Circulação. Acervo dos Autores �� 78Figura 68.Categoria Dimensionamento Mínimo. Acervo dos Autores �� 79Figura 69.Categoria Dimensionamento Confortável. Acervo dos Autores �� 79Figura 70.Categoria Dimensionamento Acessível. Acervo dos Autores �� 80Figura 71.Exemplo de Ficha de Dimensionamento Vazia. Acervo dos Autores �� 80Figura 72. Primeiro estudo de maquete física. Acervo dos Autores. �� 107Figura 73. Segundo estudo de maquete física, Acervo dos Autores �� 107Figura 74. Primeiro estudo volumétrico. Acervo dos Autores. �� 107Figura 75. Segundo estudo volumétrico. Acervo dos Autores. �� 108Figura 76. Terceiro estudo volumétrico. Acervo dos Autores. �� 108Figura 77.Diagrama estrutura espacial. Acervo dos Autores. �� 109Figura 78. Fachada Norte. Fonte: Acervo dos Autores. �� 112Figura 79. Fachada Sul. Em primeiro plano a torre com os banheiros e circulação vertical. Fonte: Acervo dos Autores. �� 113Figura 80.Corte transversal da fachada Norte com indicação da ventilação no ambiente. Fon-te: Acervo dos Autores. �� 114Figura 81. Fachada Nordeste. Fonte: Acervo dos Autores. �� 114Figura 82. Fachada Sul. O volume da biblioteca pode ser também observado internamente por toda a edificação. Fonte: Acervo dos Autores. �� 115Figura 83. Corte Longitudinal. Fonte: Acervo dos Autores. �� 116


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Figura 84. Acesso principal: pátio coberto. Fonte: Acervo dos Autores. ��118Figura 85. Terceiro pavimento: espaços de convivência. Fonte: Acervo dos Autores. ��119Figura 86. Primeiro pavimento: sala de aula infantil com mobiliário flexível. Fonte: Acervo dos Autores. ��120Figura 87. Segundo pavimento: sala multimídia. Fonte: Acervo dos Autores. ��121

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Lista de QuadrosQuadro 1. Resultado da Seleção Visual �� 77Quadro 2. Dimensões dos espaços fornecidos no programa de necessidades. �� 106


1.IntROdUçãO

1. IntROdUçãO


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1.

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1.1. APrEsENtAÇÃO dO tEMA

Este projeto consiste no desenvolvimento de uma proposta de arquitetura escolar para a Instituição Mista Charles Loring Brace, manti-da pela Foundation Flambeau pour l’Enfance (FOFE). A FOFE é uma organização sem fins lucrativos fundada em Sapotille, uma das lo-calidades do município de Carrefour, no Hai-ti. O objetivo da fundação é garantir o bem estar de crianças órfãs e de famílias caren-tes da cidade, intervindo em setores como a educação, saúde, lazer e desenvolvimento comunitário.O município de Carrefour possui uma popula-ção de 460 000 habitantes, localizado na por-ção ocidental da ilha do Haiti, que serve como cidade dormitório para os trabalhadores da província Porto-Príncipe, capital do país. Com o terremoto de 2010 o município teve gran-de parte de suas edificações destruídas. Em função disso, há muitas ONGs constribuindo para a reconstituição do Haiti, no entanto, é necessário que sejam desenvolvidos projetos arquitetônicos para essas construções.A cidade de Carrefour teve boa parte das escolas destruídas pelo terremoto de 2010, situação que é enfrentada em quase todo o país. Junto a estas está a Instituição Mista CharlesNeste sentido, a instituição FOFE solicitou ao PETARQ que desenvolvesse um projeto de arquitetura escolar capaz de atender a de-

manda existente no local e prever algumas atividades extras como formação profissional e alfabetização de adultos. Para o desenvolvimento desta proposta ba-seou-se nos preceitos do Desenho Universal, na relação do ambiente e usuário estudada pela Psicologia Ambiental e nas diretrizes de Arquitetura Escolar, Ergonomia e Pedagogia a fim de se criar uma Arquitetura que auxi-liasse no processo do ensino-aprendizado de forma segura e confortável, tanto para seus alunos quanto para seus colaboradores.A intenção deste projeto é comportar cerca de 600 alunos, considerando o ensino pré--escolar, fundamental, alfabetização para a população e cursos técnicos e profissionali-zantes para qualificar profissionais e oferecer a oportunidade de capacitação aos habi-tantes do município.Com o intuito de otimizar o desenvolvimento da criança com base em estudos e referen-cias em arquitetura escolar, este trabalho traz uma proposta que enfatiza a relação do usu-ário com o ambiente, tendo como princípio a arquitetura enquanto parte integrante do processo educacional.

1.2. JustiFiCAtiVA

A cidade de Carrefour teve boa parte das escolas destruídas pelo terremoto de 2010, situação que é enfrentada em quase todo o país. Junto a estas está a Instituição Mista


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Charles Loring Brace, uma escola que aten-dia a crianças do pré-escolar ao ensino fun-damental, mantida pela FOFE. A instituição, após a catástrofe, comporta 116 crianças em um pequeno templo incapaz de oferecer condições para o aprendizado e suprir a de-manda por educação existente na região. A falta de espaços que ofereçam infraestru-tura para a educação básica e a necessida-de de professores qualificados, em um país onde a taxa de alfabetização é inferior a 50% são situações muito graves e que necessitam de auxílio externo, segundo dados da FOFE.

1.3. OBJEtiVOs

1.3.1. Objetivo geral

O objetivo deste projeto de extensão é ela-borar um projeto de arquitetura escolar para a Instituição Mista Charles Loring Brace, que englobe pré-escolar e fundamental, espaços de socialização, alfabetização de adultos e atividades de profissionalização.

1.3.2. Objetivos específicos

Por meio desta pesquisa espera-se:• Entender de que forma a pedagogia influencia no espaço e este se reflete na me-todologia adotada pela instituição;

• Compreender a realidade cultural, ge-ográfica e sócio-econômica do sítio no qual se insere este projeto de arquitetura escolar;• Identificar a relação que os haitianos possuem com instituições escolares;• Desenvolver uma proposta de arquite-tura que possa ser implantada em um dife-rente contexto;• Elaborar um caderno de pesquisa que compile todos os passos desenvolvidos du-rante este trabalho de extensão.

1.4. MEtOdOLOgiA E EstrAtÉgiA dE AÇÃO

A metodologia utilizada consiste em um pro-cesso projetual que primeiramente busca compreender a necessidade de seus usuá-rios. Este processo projetual foi desenvolvido conforme as etapas abaixo:

1. Aproximação teórica: Esta etapa é constituida pelo levantamento de referencial bibliográfico, bem como le-vantamento de referencias projetuais que embasem as diretrizes da proposta.

2. reconhecimento do contexto: Esta etapa caracteriza-se pela compreenção dos aspectos envolventes do terreno forneci-do pela FOFE e na aproxição com haitianos que vivem no Brasil por meio de ferramentas

1.

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como Entrevistas e Seleção Visual.

3. dimensionamento e revisão do programa: Esta etapa consiste na realização de um es-tudo ergonômico de dimensionamentos de espaços e na revisão do programa de neces-sidades fornecido pela fundação FOFE.

4. desenvolvimento do projeto:Esta etapa é caracterizada pela elaboração do projeto de Arquitetura Escolar, bem como pelo desenvolvimento dos estudos formais, funcionais e a respectiva apresentação des-ta proposta a equipe da FOFE que se encon-tra no Brasil.

5. desenvolvimento de material para divulga-ção para FOFE e relatório final:Esta etapa é compreendida pelo desenvol-vimento de um material de divulgação da proposta organizado em formato de folder, bem como a realização de um relatório final no formato do Caderno Didático estabeleci-do pelo Grupo PET/ARQ.


2. RefeRencIal

teóRIcO


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2. referencial teórico

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2.1. PEdAgOgiA E dEsENVOLViMENtO iNFANtiL

No século passado, pensadores como Paulo Freire (1921-1997), Jean Piaget (1896-1980) e Lev Vygotsky (1896-1934) trouxeram ensina-mentos que contribuem para o entendimen-to do desenvolvimento infantil e ainda influen-ciam o processo educativo. Nas abordagens conceituais destes estudiosos, observa-se o destaque dado à relação sujeito/objeto no processo de aprendizagem da criança e a ênfase na autonomia destas. Neste sentido, os pensadores citados consi-deraram a importância da relação do sujeito com o objeto para a construção do conheci-mento e o desenvolvimento da inteligência. Assim, o enfoque da relação da criança com outra criança ou com o adulto, bem como, a relação da criança com o ambiente, con-tribuem com o seu processo de desenvolvi-mento pessoal.O educador e filósofo brasileiro, Paulo Freire, ao escrever sobre a relação entre o aluno e o educador, ressalta a necessidade de respeito ao conhecimento e experiências prévias que o aluno traz para a escola, visto ser ele um su-jeito social e histórico. Dessa forma, deixa cla-ro que o ensino não depende exclusivamen-te do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas do aluno, pois não há do-cência sem discência, as duas se explicam,

e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de ob-jeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 2000).Ensinar, para Freire (2000), é ter certeza de que se faz parte de um processo inconcluso, apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, e assim, há sempre possibilida-des de interferir na realidade a fim de modifi-cá-la. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia do ser do aluno.O cientista suíço Jean Piaget, que marcou a pedagogia da metade do século XX, ressalta que a construção da inteligência depende da ação e interação do sujeito sobre o meio, numa espécie de diálogo entre as estrutu-ras internas e a realidade externa (MUNARI, 2010).Não se aprende a experimentar simples-mente vendo o professor experimentar, ou dedicando-se a exercícios já previamente organizados: só se aprende a experimentar, tateando, por si mesmo, trabalhando ativa-mente, ou seja, em liberdade e dispondo de todo o tempo necessário (PIAGET, 2002).Para Paulo Freire (2000), no processo de de-senvolvimento é necessário que se propor-cionem momentos diversos para novas expe-riências. O professor precisa estar disposto a ouvir, a dialogar, a fazer de suas aulas mo-mentos de liberdade para falar, debater e ser aberto para compreender o querer de seus


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alunos. Conforme Munari (2010), a abordagem de Piaget trata principalmente dos processos de elaboração de conhecimento, essa aborda-gem tem importância fundamental na com-preensão do desenvolvimento físico, intelec-tual e social da criança a partir da interação com o ambiente construído e natural, intera-ção esta que de acordo com o pensador rus-so Lev Vygotsky, não é uma interação direta, mas sim, mediada.Segundo Oliveira (1997), Vygotsky considera-va que é necessária a interação social entre a criança, as pessoas e os objetos culturais ao seu redor, ou seja, é por meio de um ambien-te sócio-cultural que acontece o desenvolvi-mento e a aprendizagem infantil. A psicolo-gia sócio-histórica formulada por ele remete à concepção de que a formação do homem acontece por meio de sua relação social, e que esta relação da criança com o meio não é direta, mas sim mediada, isto é, consiste no processo de intervenção de um elemento in-termediário em uma relação, a qual deixa de ser direta e passa a ser mediada por tal ele-mento.O homem nasce com características próprias da espécie (por exemplo, a capacidade de enxergar por dois olhos, que permite a per-cepção tridimensional, ou a capacidade de receber e processar informação auditiva), mas as chamadas funções psicológicas su-periores, aquelas que envolvem consciência,

intenção, planejamento, ações voluntárias e deliberadas, dependem de processos de aprendizagem (OLIVEIRA, 1997). Ao inves-tigar essas funções psicológicas superiores, Vygotsky acreditava que elas não tinham origens somente nos processos psicológicos elementares de aspectos biológicos, mas também na inserção do ser humano em seu contexto histórico, cultural e social (OLIVEIRA, 1997).Para Oliveira (1997), o percurso do desenvol-vimento é o aprendizado, possibilitado pelo contato do indivíduo com seu contexto, que desperta os processos internos de desenvol-vimento, que segundo Vygotsky, podem ser divididos em dois níveis: • nível de desenvolvimento real: Refere--se às conquistas que já estão consolidadas na criança, o que ela já aprendeu e domina, indicando os processos mentais da criança que se estabeleceram e são consideradas como funções amadurecidas.• nível de desenvolvimento potencial: Corresponde àquilo que a criança é capaz de fazer mediante a ajuda de outra pessoa. Na distância entre o desenvolvimento real da criança e seu desenvolvimento potencial, tem-se a zona de desenvolvimento proximal (ZDP), que define aquelas funções que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão e que estão em estado em-brionário (OLIVEIRA, 1997). Este fato deve ser considerado na educação das crianças, pois


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mesmo com intermediação de adultos, a criança pode não estar preparada para cer-tas tarefas, ou seja, é um erro propor ativida-des fora dos limites da ZDP, com conceitos e exigências abstratas demais (OLIVEIRA, 1997).Os processos correspondentes ao desenvolvi-mento compreendido por Piaget acontecem em diferentes períodos da infância. Confor-me Munari (2010), estes períodos são:• Período Sensório-Motor - do nascimen-to aos 2 anos, aproximadamente. A inteligência trabalha através das percep-ções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. • Período Simbólico - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente.Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do de-senho, da imitação, da dramatização, etc.. é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico.• Período Intuitivo - dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente. Neste período já existe um desejo de expli-cação dos fenômenos. É a “idade dos por-quês”, pois o indivíduo tem questionamentos frequentes.• Período operatório concreto - dos 7 anos aos 11 anos, aproximadamente.É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volu-me e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo con-

juntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória.• Período operatório Abstrato - dos 11 anos em diante.É o ápice do desenvolvimento da inteligên-cia e corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para calcular uma probabilidade, libertando-se do concre-to em proveito de interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”.Piaget mostra que cada fase de desenvolvi-mento apresenta características e possibili-dades de crescimento da maturação ou de aquisições de conhecimento e experiências. A importância de se definir os períodos de de-senvolvimento da inteligência reside no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire no-vos conhecimentos ou estratégias de sobrevi-vência, de compreensão e interpretação da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que educadores possam também compreender com qual fase da criança estão trabalhando (MUNARI, 2010).Desta maneira, observa-se que para todos os estudiosos em questão, a evolução da capa-cidade de aquisição de conhecimento pelo ser humano se dá por intermédio de estrutu-ras internas e contextos externos, entre a rela-ção vivenciada pelo sujeito e o ambiente vi-venciado por este. Conforme Pascoa (2008), a principal diferença entre estes preceitos


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está na importância que Piaget atribui aos processos individuais e internos de aquisição do aprendizado, enquanto Vygotsky prioriza-va o aprendizado da influência ativa do su-jeito com o meio social e interpessoal. Para a autora, tanto as teorias de Piaget quanto às de Vygotsky são atuais e importantes para a implementação de práticas pedagógicas nas escolas. Ressalta-se que os conceitos apresentados enfatizam a importância que o ambiente escolar pode exercer sobre o processo de aprendizagem, sendo inquestionável a rele-vância deste processo em qualquer época da vida, essencialmente na infância, quando se inicia a formação cidadã. Acredita-se que a arquitetura escolar deve possibilitar ambientes que não apenas sirvam como espaço de aprendizado, onde o pro-fessor representa o conhecimento único, mas espaços que permitam as trocas e a con-vivência entre todos os sujeitos envolvidos. Além disso, evidencia-se que é de extrema importância a integração na atuação dos profissionais que intervêm e interferem nesse processo – arquitetos, projetistas, psicólogos e pedagogos – para que se obtenha uma pos-tura multidisciplinar da concepção desta ar-quitetura escolar.

2.2. ArQuitEturA EsCOLAr

Com o objetivo de tornar os fundamentos teóricos mostrados até o momento espacial-mente mais explicados, alguns professores de arquitetura buscaram definir parâmetros que possam assegurar a arquitetura escolar ca-racterísticas que respeitem a autonomia dos sujeitos e a interação entre eles.O projeto de arquitetura escolar é respon-sável por propiciar um ambiente de ensino adequado, coerente com as propostas pe-dagógicas adotadas pela instituição e que comporte as relações sociais que dentro dele se estabelecem. Segundo a professo-ra Dóris Kowaltowski (2011), uma construção escolar é a concretização de uma visão da educação e de seu papel na construção da sociedade. Deve, portanto, estar inserido no contexto social da comunidade, dialogan-do com o entorno e propondo usos variados para o ensino. Muito se discute sobre o modelo ideal do am-biente escolar, das salas de aula, de modo que sirva não apenas para abrigar uma ati-vidade, como também seja a própria ar-quitetura parte integrante da metodologia pedagógica aplicada. A arquitetura deve proporcionar espaços de troca e para as in-terações sociais entre os alunos e professores, criando um ambiente de mútuo aprendiza-do.

Kowaltowski (2011) sugere que o início


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do processo de projeto surja em resposta à necessidade de se criar espaços que facilitem a aprendizagem e de “como lidar com conteúdos diversificados e conteúdos mínimos que mudam com a evolução da sociedade”. A exemplo disso, em seu livro Arquitetura Escolar apresenta 32 parâmetros de arquitetura escolar, que serão ilustrados nas páginas a seguir:


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Parâmetro de Projeto 1 – Salas de aula, am-bientes de ensino e comunidades pequenas de aprendizado

O parâmetro indica a importância do am-biente escolar sobre a metodologia de ensi-no. Devido aos novos métodos pedagógicos, deve-se considerar um espaço que compor-te atividades diversificadas, como estudos in-dependentes e instrução individual ao aluno, possibilidade de agrupamentos e trabalho supervisionado, ensino através de outras mí-dias e tecnologias – música, apresentações teatrais, filmes, pesquisa em internet, ensino a distância – e possibilidades de aprendizado baseado na experiência, com atividades prá-ticas (Figura 1), de relação dos alunos entre si e com a natureza (KOWALTOWSKI, 2011).A partir da configuração adotada, deve-se questionar quanto ao cumprimento das ne-cessidades básicas de sala de aula, segundo o método participativo de edificações de Sa-noff, como a possibilidade dos alunos se movi-mentarem livremente, assim como o professor, entre os alunos individuais e grupos de alunos, o espaço permitir a aplicação de metodolo-gias diversas (Figura 2) e facilitar o ensino em equipe, já que de acordo com o cientista russo Vygotski, o ser humano cresce em um ambien-te social e essa interação com outras pessoas é essencial a seu desenvolvimento (OLIVEIRA, 1997).

Figura 1.trabalhos em grupo e prático na Wingate university fonte: http://www.wingate.edu/ (acesso em abril de 2013)

Figura 2. Ensino interativo Escuela en La nube. fonte: http://www.escuelaenlanube.com/bits-inteligencia/ (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 2 – Entrada convidativa

O parâmetro diz respeito à necessidade do aluno se sentir convidado e “bem-vindo” ao entrar na escola, em um espaço coberto que abrigue os fluxos de entrada e saída, conectado com as áreas administrativas, respeite as necessidades de segurança e separe os locais de acesso público e os restritos aos alunos. Deve-se levar em conta ainda o caráter de identidade da escola e áreas para a exposição de trabalhos dos alunos ao projetar a entrada (KOWALTOWSKI, 2011). Na Figura 3 e Figura 4 vê-se espaços amplos que configuram a entrada principal, equipados com mobiliário que permite atividades de convívio, contemplação e estudo. Conforme Azevedo (2002) faz parte da construção do conhecimento essa interação com o próprio ambiente construído.

Figura 3. Acesso principal em underwood family Sonoran Landscape Laboratory. fonte: http://www.asla.org/

sustainablelandscapes/sonoran.html (acesso em abril de 2013)

Figura 4. Áreas de estar em underwood family Sonoran Landscape Laboratory. fonte: http://www.asla.org/

sustainablelandscapes/sonoran.html (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 3 – Espaços de exposi-ção dos trabalhos dos alunos

O parâmetro sugere a previsão de espaços em projeto que sirva à exposição de trabalhos de alunos para a população estudantil. Deve-se pensar em áreas por todo o ambiente escolar e que ofereçam superfícies verticais e horizontais, no intuito de valorizar o trabalho dos estudantes (KOWALTOWSKI, 2011). Para a professora Kátia Adair Agostinho (2003), o papel dos espaços de exposição também é uma forma de comunicar as idéias do projeto pedagógico, assim como documentar e tornar públicas as atividades específicas e as etapas de seu processo. Ao lado, Figura 5 e Figura 6, vê-se exemplos do parâmetro aplicados em escolas de ensino infantil.

De acordo com o cientista Paulo Freire (2000) ter respeito à autonomia e à dignidade de cada um é imperativo ético, de modo que o educador que desrespeita a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, a sua sintaxe e a sua prosódia; transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência (KOWALTOWSKI, 2011).

Figura 5. trabalhos de alunos expostos em Escola Montessori. fonte: http://preschoolmmi-pik.blogspot.com.br/2010/05/montessori-classroom.html

Figura 6. trabalhos de alunos expostos em sala de aula no colégio Metropolitano, na Guatemala. fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/03/15/ampliacion-del-colegio-metropolitano-paz-arquitectura/ (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 4 – Espaço individual para armazenamento de materiais

Trata-se de um espaço onde o aluno possa guardar seu material na escola e que seja, preferencialmente, próximo a sua sala de aula (se esta for fixa, como ilustra a Figura 7). Propõe-se também que o aluno possua sua própria mesa, de modo a poder personalizá-la (KOWALTOWSKI, 2011).

Na Psicologia Ambiental, a territorialidade é compreendida por Gifford (1987) como um conjunto de comportamentos e atitudes sobre um espaço físico definível, objeto ou ideia, que pode implicar em ocupação habitual, defesa, personalização e demarcação. Portanto, a importância de se ter espaços individuais, como na Figura 8, ou personalizados é evidenciada quando se analisam os benefícios psicológicos que isto promove para os indivíduos ou grupo que possuem um território. A existência desses espaços facilita a ligação com o lugar, o desenvolvimento de sentimentos de apego, segurança e pertencimento (OLIVEIRA, 2008).

Figura 7. Espaço para armazenamento de material individual na sala de aula. fonte: http://hertzbergertca.blogspot.com.

br/2009/10/montessori-college-oost-amsterdam.html

Figura 8. Espaço para armazenamento de material individual Escola Montessori. fonte: http://blog.thenewcenturyschool.

com/2012/12/07/inside-the-montessori-classroom/img_1449/ (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 5 – Laboratórios de ciên-cias e artes

O parâmetro trata de laboratórios onde possam ser aplicados na prática os conceitos aprendidos. Sugere-se um layout flexível, com áreas para trabalhos “sujos” (que envolvam água, tinta, etc.), espaços para debates e decisões do desenvolvimento da atividade e lugares para armazenamento do material (KOWALTOWSKI, 2011). A sala de artes exemplificada na Figura 9 ilustra um espaço aberto, permitindo uma área de trabalho flexível e confortável aos alunos e onde o professor circula entre estes orientando-os.

Figura 9. Sala de Artes na orange county Kids and Adults Art center. fonte: http://www.missionartcenter.com/orange-county-kids-art-school-fall-camp.htm#.uVoPbpPfWjM (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 6 – Arte, música e atu-ação

Este parâmetro propõe que a escola possua um equipamento que possa comportar diversas atividades culturais (como teatro, música, num espaço de apresentação dos próprios alunos, assim como a de artistas locais. Enquanto diretrizes, propõe espaços multiuso para apresentações, que permitam a apropriação para atividades culturais (Figura 10 e Figura 11) e áreas para a produção cultural, como para construção de cenários, figurinos, jornal da escola e programas de rádio (KOWALTOWSKI, 2011).

Para Piaget, a atividade lúdicas e artísticas são o berço obrigatório das atividades intelectuais e por isso, são indispensáveis à prática educativa. São nas atividades recreativas que uma criança age de acordo com sua visão do mundo Para o cientista Educar, é “provocar a atividade” – isto é, estimular a procura do conhecimento, e por isso, Piaget propõe uma escola sem coerção, na qual o aluno é convidado a experimentar ativamente, para reconstruir por si mesmo aquilo que tem de aprender (MUNARI, 2010).

Figura 10. Presikhaven School fonte: http://www.e-architect.co.uk/images/jpgs/holland/presikhaven_school_arnhem_r061211_h.jpg (acesso em abril de 2013)

Figura 11. cidade de Educação Global Jeju, Asia fonte: http://www.archdaily.com/356825/branksome-hall-asia-jeju-global-education-city-samoo-architects-and-engineers (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 7 – Área de educação física

Os ambientes de educação física das escolas estão muitas vezes voltados para jogos; as áreas para a prática dessa atividade devem servir de incentivo para o aluno possuir hábitos saudáveis durante toda a vida. Nesse sentido, os ambientes projetados para a educação física podem ser pensados de modo a incluir práticas como caminhadas, natação, ginástica, possuir quadra de esportes que permita usos variados e ter ambientes que se assemelhem a academias, de forma a incentivar essas atividades mesmo após o período letivo (KOWALTOWSKI, 2011). Na Figura 12, além das quadras poliesportivas, a parede ao fundo possui uma área de escalada como atividade complementar. A Figura 13 ilustra uma escola em Oslo, onde, além da quadra de esportes, há também espaços para caminhadas e pista de skate aberts à comunidade e totalmente acessível.

Figura 12. fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/04/09/liceo-regional-rene-goscinny-jose-morales-and-remy-marciano/ (acesso em abril de 2013)

Figura 13. Escola em oslo. fonte: foto Vanessa dorneles, 2012.


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Parâmetro de Projeto 8 – Áreas casuais de ali-mentação

As áreas para a refeição no ambiente escolar costumam ser institucionais, barulhentas e com mobiliário desconfortável. O espaço para alimentação do Campus Administrativo da Universidade de Clemont (Figura 14) possui mobiliário com acentos confortáveis e que permite também reuniões entre alunos e espaços de estar. O parâmetro sugere horários flexíveis para as refeições durante o período escolar, áreas menores e com vista para o exterior, participação dos alunos no preparo do cardápio e áreas de alimentação que sirvam também como lugares para estudo individual dos alunos (KOWALTOWSKI, 2011).

Além disso, espaços de produção de alimento acessíveis às crianças e que possam ser usadas também por elas, permitem não apenas o desenvolvimento de importantes habilidades, como aquelas referentes a uma alimentação saudável, mas também aproxima as crianças da instituição, uma vez que ela identifica atividades comuns com as realizadas em sua casa (MOORE, 2005).

Figura 14. universidade de clermont fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/04/04/consorcio-de-la-universidad-de-

clermont-campus-administrativo-ltl-architects/ (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 9 – transparência

O conceito de transparência é importante dentro da arquitetura escolar, pois, segundo Kowaltowski (2011), cria “um sentido de abertura e acesso livre às dependências da escola”. O parâmetro dá diretrizes quanto as áreas administrativas, para que sejam abertas e convidativas, possibilitando o monitoramento das entrada e saída de pessoas (Figura 16), assim como permitir visibilidade junto à área de socialização (Figura 15) e estudo dos alunos. Considera também a existência de corredores com luz natural e com vistas para o exterior para “evitar a sensação de confinamento e monotonia” (p.181).

Em relação aos espaços internos, conforme MOORE (2005), é importante se ter espaços centrais de uso coletivo e se destinar espaços para encontros familiares, a fim de se manter um diálogo constante entre escola e família. Para o autor estes espaços são importantes como referência à transparência da instituição.

Figura 15. Aberturas da área de circulação para o pátio interno e outros ambientes. fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/03/14/centro-educativo-en-consell-ripolltizon/ (acesso em abril de 2013)

Figura 16. o átrio central comporta a secretaria e faz o controle de entrada e saída de pessoas na universidade de All Saints, reuno unido. fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/02/16/all-saints-academy-nicholas-hare-architects/ (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 10 – Vistas interiores e exteriores

O parâmetro considera adequado vistas exteriores com um campo de visão para os alunos de modo que estes possam descansar a visão durante atividades como leitura, uso de computares, etc (KOWALTOWSKI, 2011).

Ao lado, tanto na Escola St John’s de Marlborough , Figura 17, quanto no Colégio Experimental Brasil-Paraguai, Figura 18, é possível visualizar que as áreas de estudo e circulação integram-se ao pátio externo.

Figura 17. fachadas com aberturas nas áreas de estudo. fonte: http://www.archdaily.com.br/73290/escola-st-johns-

de-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril de 2013)

Figura 18. Áreas de estar também possuem aberturas para o exterior. fonte: http://www.arcoweb.com.br/especiais/

affonso-eduardo-reidy-colegio-assuncao-13-11-2009.htmlFigura 19.(acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 11 – tecnologia distribu-ída

Este parâmetro relaciona o uso da tecnologia pelos alunos dentro do ambiente escolar, para estudo e relacionamento. A tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, é importante, portanto, considerá-lo dentro do espaço de ensino, oferecendo pontos de internet wireless para que os alunos possam usar por toda a escola (Figura 20), equipamentos de projeção de imagens e suporte para atividades multimídia (Figura 21) (KOWALTOWSKI, 2011).

Figura 20. Escola Municipal na dinamarca. fonte: http://www.archdaily.com.br/102575/nova-escola-municipal-em-frederikshavn-arkitema-architects (acesso em abril de 2013)

Figura 21. Escola cornelius Vermuyden no reino unido. fonte: http://www.archdaily.com.br/104075/escola-cornelius-vermuyden-nicholas-hare-architects (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 12 – conexão entre es-paços externos e internos

As áreas externas possibilitam o contato com a natureza, experiências na prática de conceitos aprendidos em sala de aula e desenvolvem a coordenação motora de crianças. Portando, deve-se considerar para o ambiente escolar livre acesso aos espaços externos, com lugares para trilhas, hortas, caminhadas e equipamentos adequados que possibilitem sua apropriação (KOWALTOWSKI, 2011). A Figura 22 mostra salas de aula que possuem livre acesso ao pátio, conectadas por um espaço de circulação externa.

De acordo com Moore (2005), os alunos possuem o direito e necessidade de experimentar o meio ambiente. O autor enfatiza que esta relação apresenta às crianças todas as facetas da vida: nascimento, morte e metamorfose, e que uma das atividades mais significativas para crianças que sofreram com situações de estresse é de intervir neste ciclo da vida. Além disso, Mascaró e Mascaró (2010) destacam que nestes espaços externos, a vegetação pode amenizar a poluição, o efeito de ilha de calor e pode promover a diversidade.

Figura 22. Portas nas salas de aula dão abertura direta ao pátio. Em new Shoots children centre. fonte: http://

www.archdaily.com/334147/new-shoots-childrens-centre-collingridge-and-smith-architects/ (acesso em abril de 2013)


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Parâmetro de Projeto 13 – Mobiliário macio para sentar

Na maior parte do tempo que os alunos passam dentro do ambiente escolar as suas atividades são realizadas sentados. Este parâmetro ressalta a importância de um mobiliário ergonomicamente adequado e a possibilidade de ambientes diversos com assentos confortáveis, permitindo discussões, brincadeiras (Figura 24) e lugar de descanso (Figura 23) (KOWALTOWSKI, 2011).

Além disso, Ramos et al (2012) destaca que uma instituição escolar deve ser concebida tanto para as necessidades dos alunos, quanto aos professores e demais funcionários. Desta maneira, para as autoras o ambiente deve ser confortável e seguro, estimulando a permanência, dedicação e concentração de seus usuários.

Figura 23. Mobiliário macio para descanso. fonte: www.contemporist.com/2008/06/24/playsoft-childrens-furniture-by-feelgood-designs (acesso em novembro de 2012)

Figura 24. Espaço de brincadeiras e estar com mobiliário confortável. fonte: www.contemporist.com/2008/06/24/playsoft-childrens-furniture-by-feelgood-designs (acesso em novembro de 2012)


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Parâmetro de Projeto 14 – Espaços flexíveis

Com os novos métodos pedagógicos é importante projetar espaços que comportem novas possibilidades de ensino, em ambientes que sejam amplos, que possibilitem a mudança de layout (Figura 25) e configure novas funções, conforme ilustra a Figura 26. Para tal, indica-se uma infraestrutura “generosa” que suporte novas cargas, divisórias no lugar de paredes (desde que acusticamente adequadas), possibilidade de mudança do mobiliário e ambientes que permitam colocação de estantes, mesas, bancadas, etc (KOWALTOWSKI, 2011).Figura 25. Sala de aula com mobiliário que permite disposições

variadas. Fonte: http://www.archdaily.com/128504/flex-flexible-learning-environments-hmc-architects (acesso em novembro

de 2012)

Figura 26. Esquema de salas de aula e áreas de estudo flexíveis. Fonte: http://www.archdaily.com/128504/flex-

flexible-learning-environments-hmc-architects (acesso em novembro de 2012)


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Parâmetro de Projeto 15 – Campfire

Campfire diz respeito a um modo de ensino em torno de uma figura central, na forma de uma palestra, contação de história ou conversa informal. O parâmetro considera um espaço que possua um tablado, dando maior visibilidade ao palestrante, levando em conta as condições de projeção acústica. O ambiente deve proporcionar ainda a possibilidade de modificação do espaço para conversas casuais, onde o mobiliário possa ser mudado de posição (Figura 27), acesso à laptop e internet e cortinas para o escurecimento do lugar, possibilitando projeção de imagens e vídeos durante palestras (KOWALTOWSKI, 2011).

Figura 27. Espaço amplo que permitem aulas e palestras. fonte: http://www.archdaily.com.br/98820/escola-secundaria-eseb3-braamcamp-freire-cvdb-arquitectos/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 16 – Watering hole spa-ce

Segundo Kowaltowski (2011) este espaço serve de aproximação social entre os alunos e incentiva a possibilidade de um aprendizado colaborativo entre estes. Configura-se como áreas de estar e trocas de informações, com mesas, nichos de trabalho e espaço para conversas informais, conforme nos exemplos da Figura 28 e da Figura 29.

Agostinho (2003) também defende espaços coletivos que permitam a socialização entre diversas faixas etárias e que deste modo possibilite a cooperação, colaboração, companheirismo, e relações diversas.

Figura 28. Exemplo de Watering Hole Space na escola St. John, em Marlborough, EuA. fonte: http://www.archdaily.com/269104/st-

johns-school-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril 2013)

Figura 29. diferentes mobiliários, espaços para estudo e estar dos alunos permite maior socialização. college track, em São

francisco, EuA. fonte: http://www.archdaily.com/269104/st-johns-school-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 17 – cave space

Cave spaces são áreas que permitam o estudo individual do aluno, onde possa se focar e concentrar-se numa atividade. Muitas vezes confude-se com o espaço da biblioteca, mas pode ser locado em áreas diversas, desde que com um mobiliário adequado (Figura 30) que permita um espaço de reflexão e estudo individual (KOWALTOWSKI, 2011).

Figura 30. cave Space em Escola Municipal na dinamarca. fonte: http://www.archdaily.com.br/102575/nova-escola-municipal-em-frederikshavn-arkitema-architects (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 18 – Projeto para inteli-gências múltiplas

Este parâmetro diz respeito às diferentes potencialidades dos alunos em desenvolver diferentes inteligências que conforme Kowaltowski (2011), podem ser classificadas como lingüística, lógica, musical, corporal, espacial, naturalista, interpessoal (social ou intrapessoal), individual e existencial.

A Figura 31 ilustra um espaço onde os alunos podem trabalhar coletivamente e também realizar trabalhos individuais, desenvolvendo diferentes habilidades de seu interesse. Destaca-se também a importância de espaços que sejam amplos e flexíveis (Figura 32), permitindo atividades diversas, como dança, teatro, exposições e atividades em grandes grupos.

Figura 31. Área de trabalho interdisciplinar na universidade clemson fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/04/06/

universidad-clemson-de-arquitectura-thomas-phifer-and-partners/ (acesso em abril 2013)

Figura 32. Espaço amplo que permite atividades diversas, como dança, ginástica, eventos.fonte: domingos Sequeira School http://

www.archdaily.com/125897/domingos-sequeira-secondary-school-bfj-arquitectos (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 19 – Iluminação natural

A iluminação natural assume um papel de grande importância nas escolas pois, quando bem projetada, aumenta a eficiência energética do edifício e aumenta o bem-estar dos alunos em sala de aula, diminuindo a sensação de confinamento no ambiente, conforme as Figura 33 e 3Figura 34 ilustram. Este parâmetro também considera a utilização de células fotovoltaicas para o aproveitamento da energia solar nas escolas.

Em relação a incidência de iluminação natural, para Marcaró e Mascaró (2010) deve-se garantir a insolação das fachadas norte, leste e oeste pelo menos durante 2h no inverno e garantir que os ambientes sejam confortáveis durante todas as estações, valendo-se de combinações com vento e vegetação para se diminuir possíveis desconfortos.

Figura 33. Espaço de estudos com iluminação zenital diminui a necessidade de iluminação artificial. Fonte: http://www.archdaily.com/269104/st-johns-school-marlborough-re-format-llp/ (acesso em abril 2013)

Figura 34. Iluminação natural Jardim Parque Goya fonte: http://www.archdaily.com.br/100893/jardim-de-infancia-parque-goya-magen-arquitectos/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 20 – Ventilação natural

Os ambientes escolares devem considerar a ventilação natural enquanto solução para o conforto térmico dos espaços, permitindo a ventilação cruzada e controle de abertura das janelas pelos usuários, para que estes possam regular o próprio conforto. Segundo Kowaltowski (2011), o conforto térmico é essencial para o desenvolvimento das atividades e que situações de desconforto provocam apatia e desinteresse dos alunos. Uma possibilidade para auxiliar o conforto térmico dos espaços é o uso de tijolo furado ou cobogós, facilitando a ventilação dos ambientes, usados no exemplo da Figura 35. Na Figura 36 há aberturas acima do quadro branco que permitem a ventilação cruzada no ambiente.

Figura 35. Exemplo de cobogós no Jardim de Infância Shining Stars. fonte: http://www.archdaily.com.br/103405/jardim-de-

infancia-shining-stars-bintaro-djuhara-djuhara (acesso em abril 2013)

Figura 36. rede de Inovação e Aprendizagem no novo México. fonte: http://www.plataformaarquitectura.

cl/2013/03/30/ria-rural-ludens-r-arquitectos (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 21 – Iluminação, cor e aprendizagem

Este parâmetro indica que a iluminação deve considerar a atividade desenvolvida no espaço, sem seguir um padrão previamente estabelecido. “As iluminações natural e artificial precisam ser usadas de modo combinado, para oferecerem ambientes com iluminação condizente ao tipo de atividade de aprendizado”, visto que as atividades em sala de aula dependem da percepção visual adequada. Ela também deve orientar o usuário em áreas de circulação como na Figura 38. O pátio ilustrado na Figura 37 mostra a composição entre iluminação natural e artificial em um espaço de aprendizado e brincadeiras.

Figura 37. Pátio da Instituição Infantil Lotte. fonte: http://www.plataformaarquitectura.cl/2013/04/08/kindergarten-lotte-kavakava-architects/ (acesso em abril 2013)

Figura 38. Área de circulação interna na Escola Krishna. fonte: http://www.archdaily.com/192729/the-krishna-avanti-primary-school-cottrell-vermeulen-architecture/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 22 – Elementos de sus-tentabilidade

Um projeto de alto padrão de desempenho deve considerar a sustentabilidade em uma abordagem que diminua os impactos da construção, minimize o uso de água através da reutilização de água da chuva, considere a orientação solar para melhor aproveitamento da iluminação, ventilação. Kowaltowski (2011) elenca estudos que devem ser desenvolvidos e detalhados no projeto executivo, referentes aos fechamentos, eficiência energética, resistência térmica, sistemas de ventilação, coberturas verdes, tecnologia underground, painéis fotovoltaicos (Figura 40) e tecnologias que contribuam para um ambiente sustentável e que sirva também como aprendizado e exemplo para os alunos, como a hortaem meio ao ambiente educacional ilustrada na Figura 39 .

Figura 39. Elementos de sustentabilidade podem servir para complementar o aprendizado. fonte: http://www.designboom.

com/architecture/mecanoo-architects-at-abc-architecture-centre-haarlem/ (acesso em abril 2013)

Figura 40. células foltovoltaicas integradas à cobertura produz energia para a edificação. Fonte: http://www.

archdaily.com/285637/umwelt-arena-rene-schmid-architekten/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 23 – Assinatura local

Kowaltowski (2011) destaca a importância do projeto escolar levar em conta características da comunidade em que se insere, enquanto elemento de identidade desta, e expressar a pedagogia adotada. Sugere-se que a arquitetura sirva de referência e se destaque do entorno

Na Figura 41 observa-se a escola CIEP - Centro Integrado de Educação Pública, projetada por Oscar Niemeyer. O CIEP é um modelo de escola que por meio de uma educação integral, 8h diárias, busca refletir por meio de seu espaço físico e pedagogia a proposta de escola-casa, que proporciona a seus alunos múltiplas atividades, complementando o trabalho nas salas de aula com recreações, esportes e atividades culturais.

Figura 41. cIEP Brizola nelson rodrigues em nova Iguaçu no RJ. Fonte: http://geografiaatualidade.blogspot.com.

br/2010/09/102-anos.html (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 24 – conexão com a comunidade

O parâmetro indica a importância do projeto incorporar os desejos e valores da comunidade, servindo como espaço de integração. Kowaltowski elenca três aspectos que promovem esta integração: proximidade com o centro da comunidade, relação com o comércio local, com a infraestutura social e cultural existente e que o espaço possa ser usado para eventos da comunidade (KOWALTOWSKI, 2011). Na Escola Francisco Perez Anampa (Figura 42 e Figura 43), projeto da Architecture for Humanity no Peru, além da comunidade auxiliar na sua reconstrução, pode usufruir dos espaços da escola.

Figura 42. crianças da comunidade em francisco Perez. fonte: http://www.archdaily.com/351354/francisco-perez-anampa-

school-architecture-for-humanity (acesso em abril 2013)

Figura 43. reconstrução da escola francisco Perez. fonte: http://www.archdaily.com/351354/francisco-perez-anampa-

school-architecture-for-humanity (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 25 – o pátio, a implan-tação da escola e a adequação dos espaços livres

Os espaços externos são de grande importância já que muitas vezes servem de extensão de refeitórios e o pátio, em dias chuvosos, é um dos poucos lugares capaz de abrigar os alunos. Nesse sentido, deve ser conectado às áreas de entrada, sua orientação deve “evitar a canalização de ventos e a insolação excessiva, principalmente à tarde”. O projeto também deve propiciar contato com elementos naturais e visuais interessantes. Os elementos naturais devem ser considerados no projeto de forma que tenham fácil manutenção (KOWALTOWSKI, 2011). Conforme Agostinho (2003), o espaço deve possibilitar diferentes experiências e deve ser pensado de forma a oferecer desafios que proporcionem movimentos amplos, num lugar que possibilite a expressão corporal infantil e adulta. É interessante que o pátio possua não só espaços para brincadeiras e movimentos amplos, mas também áreas para brincadeiras individuais e pequenos grupos, como nos espaços cobertos na Figura 44.

Figura 44. cobertura parcial do pátio em centro de Educação Infantil. fonte: http://www.archdaily.com.br/89777/centro-de-educacao-infantil-em-dos-hermanas-carmen-sanchez-blanes (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 26 – Incorporação da quadra de esportes no volume da edificação

Este parâmetro costuma entrar em conflito com outros ambientes do espaço escolar, já que nele são realizadas atividades ruidosas, geralmente com grande fluxo de pessoas. O projeto de espaços esportivos deve prever sanitários e vestiários próximos e considerar a locação de modo a não causar interferências negativas nos outros ambientes escolares (KOWALTOWSKI, 2011). A quadra de esportes elevada das Figura 45 e Figura 46, na Escola Franciscana em Lasalle, possibilita um pátio coberto para as crianças e encontra-se a uma distância adequada das salas de aula, evitando ruídos.

Figura 45. Quadra de esportes elevada. fonte: http://www.archdaily.com/347061/elevated-sports-court-at-lasalle-

franciscanas-school-j1-arquitectos/ (acesso em abril 2013)

Figura 46. Quadra de esportes elevada. fonte: http://www.archdaily.com/347061/elevated-sports-court-at-lasalle-

franciscanas-school-j1-arquitectos/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 27 – fechamento da área

O fechamento do ambiente é uma questão de segurança, porém deve ser pensado esteticamente de modo que não se assemelhe a uma prisão, com soluções inteligentes no projeto, com elementos vazados, vegetação, grades planejadas que componham esteticamente com o projeto. Este parâmetro ainda deve considerar o parâmetro 23 (assinatura local), sendo também um elemento de destaque e inserção no entorno próximo (KOWALTOWSKI, 2011). Este parâmetro pode ser verificado no fechamento do Parc Poblenou, em Barcelona (Figura 47 e Figura 48), onde há aberturas por todo o fechamento do parque que permitem visuais do seu interior.

Figura 47. fechamento do Parc Poblenou, em Barcelona. fonte: foto Vanessa Goulart dorneles, 2012.

Figura 48. detalhe em Parc Poblenou, Barcelona. fonte: foto Vanessa Goulart dorneles, 2012.


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Parâmetro de Projeto 28 – Integração externa entre os espaços

O parâmetro indica a necessidade de uma ligação adequada entre os diversos volumes da escola. Em muitas escolas que recebem prédios novos ao longo do tempo, esta ligação costuma ser negligenciada, não atendendo a demanda de circulação, acessibilidade e uso em dias de chuva (KOWALTOWSKI, 2011). É importante que qualquer espaço de articulação seja coberto (Figura 49) e dimensionado de maneira adequada para receber o fluxo de alunos, possibilitar espaços interessantes de estar e encontros (Figura 50).

Figura 49. Área de circulação na Broadway School. fonte: http://www.archdaily.com/193067/broadway-school-cottrell-

vermeulen/ (acesso em abril 2013)

Figura 50. Espaços externos em ravenswood School. fonte: http://www.archdaily.com/228534/ravenswood-school-for-

girls-bvn-arch/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 29 – dimensionamento de aspectos funcionais

O parâmetro discute o dimensionamento dos ambientes de modo a comportarem as atividades nele realizadas. A área mínima recomendada por aluno é de 1,5m² e deveria ser respeitada. Este valor é calculado apenas para a área da sala e a quantidade de alunos, não leva em conta os arranjos variados dos móveis para abrigar atividades diversas (KOWALTOWSKI, 2011). Este parâmetro é de grande importância por garantir que as atividades aconteçam de maneira confortável dentro dos espaços e com área de circulação adequada. A Figura 51 mostra o exemplo de uma sala de aula ampla, de fácil circulação entre as filas de mesas.

Figura 51. Sala de aula em domingos Sequeira School. fonte: http://www.archdaily.com/125897/domingos-sequeira-secondary-school-bfj-arquitectos/ (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 30 – conforto acústico

O conforto acústico dos espaços deve ser tratado de forma integrada com os outros elementos de conforto ambiental, de maneira a evitar ruídos e interferências nos ambientes de ensino. Janelas voltadas para corredores e aberturas para pátios e áreas externas com muito fluxo de pessoas devem ser feitas com cuidado de modo a não interferir negativamente nas atividades de aprendizado (KOWALTOWSKI, 2011). A forma dos forros também pode auxiliar no conforto acústico, facilitando a propagação do som, conforme Figura 52.Figura 52. Auditório em Sant Gregori School. fonte: http://

www.archdaily.com/174604/sant-gregori-school-remodelling-and-extension-coll-leclerc-arquitectos (acesso em abril 2013)


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Parâmetro de Projeto 31 – Acessibilidade

Este parâmetro se insere dentro da perspectiva dos métodos pedagógicos atuais na “inclusão social de pessoas com diferentes habilidades”. O projeto deve ser pensado a partir do conceito de Desenho Universal, promovendo o acesso e uso do espaço a todos. Deve-se considerar também a sinalização do ambiente, através de recursos como letreiros, placas, pisos táteis, informações em Braille, uso de diferentes texturas em corrimãos. Também deve-se considerar a diversidade antropométrica no mobiliário utilizado (KOWALTOWSKI, 2011). Figura 53. Acesso por meio de escadas e rampas. fonte: http://

twistedsifter.com/2012/06/ramps-blended-and-integrated-into-stairs/ (acesso em abril 2013)

Parâmetro de Projeto 32 – Síntese dos parâ-metros (“colocar tudo junto”)

Os parâmetros anteriormente citados devem funcionar de forma integrada, servindo de diretriz para um projeto escolar de alto desempenho e aumentando a qualidade do ensino. “Com os parâmetros apresentados, espera-se alimentar o processo de projeto e orientar as discussões do ambiente escolar para a inserção dos conceitos atuais para o ensino de qualidade”.


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CONsidErAÇÕEs

Conforme visto, a obra “Arquitetura Escolar” da professora Doris Kowaltowski, conceitua e desenvolve diretrizes projetuais em 32 parâmetros, iniciando pela sala de aula, indo para ambientes de arte e música, conexão entre espaços externos e internos, aspectos de conforto, sustentabilidade, acessibilidade até o último parâmetro, conforme foi visto, o qual é denominado “Síntese dos parâmetros anteriores”, que seria o grande desafio dos arquitetos.

O estudo destes parâmetros e a busca por exemplos de aplicações em projetos dos mesmos possibilitou o entendimento da complexidade das diversas interfaces envolvidas em um projeto de Arquitetura Escolar.

Acredita-se que a concentração dos parâmetros apresentados poderiam auxiliar a compreensão do objetivo dos mesmos, tendo em vista que muitas das diretrizes se inter-relacionam e/ou abrangem campos muito próximos, como é o caso do de Conexão entre espaços externos e internos e o parâmetro de Integração externa entre os espaços. Além destes, tem-se os parâmetros de iluminação, conforto, ventilação e sustentabilidade que também abrangem uma mesma temática.

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3. SItUaçãO

atUal


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O HAiti E A CidAdE dE CArrEFOurO projeto realizado para a Instituição Mista Charles Loring Brace será desenvolvido na cidade de Carrefour, localiza-se no distrito da cidade de Port Prince, capital do país Haiti, de acordo com o esquema ilustrado pela Figura 53.

Figura 54.Esquema da localização de carrefour no Haiti. fonte: Adaptado do Google Earth

3. situação Atual

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Conforme dados da Força Área Brasileira, a população haitiana está concentrada nas zonas urbanas, planícies costeiras e vales. Cerca de 80-85% dos haitianos são de ascendência africana e cerca de dois terços da população vivem em áreas rurais.

O relevo deste país é constituído principalmente por montanhas, com pequenas planícies costeiras e vales fluviais. O Haiti encontra-se na placa Caribenha, que possui, relativamente, um pequeno tamanho quando comparadas as placas Sul-americana e Norte Americana. Estas “comprimem” a placa Caribenha, o que faz com que a região do Haiti se torne instável e propensa a terremotos. A incidência de falhas é o fator agravante, uma vez que um simples movimento para cima ou para baixo possibilita a ocorrência de tremores sísmicos e estes podem gerar grandes catástrofes, como o que atingiu o país em 2010.

O país é atingido por tormentos tropicais e ciclones, e apesar de apresentar um clima tropical, temperatura variando de 23º a 32º e possuir temperaturas mais brandas nas regiões montanhosas, o país apresenta uma estação chuvosa que dura de maio a julho. Em 2004 o Furacão Jeanne atingiu o país, deixando cerca de 1200 pessoas mortas e 1250 desaparecidas, agravando ainda mais as difíceis condições de vida, uma vez que nesta situação o país ficou com 170000 pessoas sem alimento e água potável.

Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto com magnitude sísmica 7,0 atingiu o país a aproximadamente 22 quilômetros da capital, Porto Príncipe. Em seguida, foram sentidos na área múltiplos tremores com magnitude em torno de 5.9 graus. O palácio presidencial, várias escolas, hospitais e outras construções ficaram destruídos após o terremoto e estima-se que 80% das construções de Porto Príncipe foram destruídas ou seriamente danificadas.

A cidade de Carrefour também se encontra com este mesmo panorama sócio-espacial e geográfico de todo o país. Todas essas catástrofes que atingiram o país dificultaram ainda mais o acesso da população às infra estruturas básicas e à educação. Em meio a este complexo cenário e com o intuito de suprir a demanda por educação existente na região, a FOFE pretende construir na cidade de Carrefour uma escola que ofereça, além do ensino pré-escolar e fundamental, alfabetização para a população e cursos técnicos e profissionalizantes para qualificar profissionais e oferecer oportunidade de capacitação aos habitantes do município.


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Conforme observa-se na Figura 54, assim como em muitas cidades haitianas, Carrefour apresenta relevo acidentado e um solo bastante montanhoso. Sua temperatura média é de 27º, sendo menor nas regiões de elevadas altitudes. A cidade de Carrefour desenvolve-se ao longo do rio Froide, linha azul na figura abaixo.

A maior parte da cidade de Carrefour pode ser caracterizada pela existência de abrigos residenciais que se adaptam ao relevo acentuado, Figura 55, e pela falta de

infra-estrutura básica. Devido ao quadro sócio econômico e as frequentes catástrofes que atingem o País, muitas edificações sustentam-se de forma precária e perigosa, sobretudo construções escolares, como é o caso da Figura 56.

O terreno fornecido pela FOFE para a implantação do projeto localiza-se na zona periférica a cidade de Carrefour, a menos de 1km do Rio Froide, na porção oeste a este.

De acordo com a Figura 54, o terreno indicado pela FOFE, sinalizado em vermelho,

Figura 55.Esquema geral e contexto da localização do terreno fornecido pela fofE. fonte: Adaptado Google Earth

3. situação Atual

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apresenta um formato triangular e suas fachadas norte e sul se articulam com as vias. Assim como o restante da cidade, a região apresenta um carater de informalidade, com construções de gabarito entre 1 a 2 pavimentos e um uso residencial.

A área total do terreno corresponde a 737m² e segundo dados do Google Earth, se encontra em uma altitude de cerca de 250m, o que possibilita uma grande visibilidade do seu entorno.

Em relação aos ventos predominantes, ressalta-se que não foi possível se chegar a um dado preciso, tendo em vista que apesar de ter se obtido informações gerais sobre estes, o fato de se estar em uma área com relevo extremamente acidentado compromete a veracidade real destas informações.

Figura 56.Vista Geral da cidade de carrefour. fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/file:carrefour,_Haiti.jpg

Figura 57.Situação geral das escolas em carrefour- college frère raumond. fonte: http://openarchitecturenetwork.org/

projects/frereraymond

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4. PROceSSO

de PROjetO


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Após o entendimento geral das características do Haiti e da cidade de Carrefour, iniciou-se o processo projetual, que pode ser explicado conforme os itens abordados o esquema ilustrado na Figura 58.

PartidoGeral

EstudosFormais

Programa deAtividades

Referenciais

FerramentasMetodológicas

Contexto

Figura 58.Esquema de Processo de Projeto. Acervo dos Autores

4. Processo de Projeto

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PrOgrAMA dE AtiVidAdEs

A etapa de Programa de Atividades corresponde a avaliação do programa de necessidades fornecido pela FOFE para a Instituição Charles Loring Brace, que foi modificado por meio da busca de referenciais e aplicação das ferramentas metodológicas.

O programa fornecido pela FOFE foi:

Após este programa, aplicou-se metodologias para se conseguir compreender a dimensão adequada e confortável destes espaços e a importância de cada um deles. Estas ferramentas serão explicadas nos próximos itens, mas a análise dos resultados destas, resultou em um outro Programa de Atividades, que fora utilizado na edificação.

Este programa consiste em: 12 salas de aula, para atender desde alunos de 6 anos de idade até a formação técnica e adultos; biblioteca; secretaria; sala de direção; sala de reuniões; sala multimídia; refeitório; cozinha e sanitários.

No esquema do processo projetual da Figura 58 buscou-se ilustrar a dinâmica do processo, de maneira flexível. Para Lawson (2005 apud ANDRADE; RUSCHEL; MOREIRA, 2011) o processo de projeto sofre retroalimentações de suas etapas. Nesse sentido, buscou-se mapear as etapas de modo que representem o processo de definição de um partido geral com base em uma sequência de decisões pautadas na retroalimentação das etapas ilustradas na Figura 58.


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rEFErENCiAisCom o intuito de conhecer técnicas

e tipologias construtivas de edificações no Haiti fez-se um levantamento de projetos arquitetônicos em desenvolvimento no país.

No decorrer dos levantamentos projetuais realizados, chegou-se a uma organização fundada em 1999, chamada Architecture for Humanity, a qual busca canalizar recursos para a realização de projetos arquitetônicos sem fins lucrativos pelo mundo inteiro. Dessa maneira, buscam reduzir a pobreza; fornecer acesso à serviços essenciais; garantir abrigo seguro e o desenho universal; reconstruir comunidades e enfrentar as mudanças climáticas. Por meio desta organização, foi possível se compreender as tipologias e métodos construtivos recorrentemente utilizados nos projetos de escolas realizados para o Haiti.

Na figura 67 é possível se observar a proposta realizada em 2010 para a instituição College Mixte Frère Raymond. Esta proposta buscou o máximo aproveitamento da área destinada a instituição, por meio da disposição de um pátio central livre e das salas de aula nas extremidades do terreno. Além disso, buscou-se a máxima ventilação e iluminação natural.

Na Figura 68, observa-se a proposta desenvolvida para a College Coeur Imamacule de Marie, no centro de Porto Príncipe. Este projeto também foi desenvolvido após a destruição desta instituição no

Figura 59.colllege Mixte frère raymond. fonte: Architecture for Humanity

Figura 60.college coeur Immacule de Marie. fonte: Architecture for Humanity


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terremoto de 2010. Assim como a construção original, a proposta mantém os 3 pavimentos, desde que o solo do terreno suporte esta possibilidade. Além disso, a quadra de esporte foi considerada essencial no novo projeto, tendo em vista que os alunos desta instituição são os campeões de Porto Príncipe em voleibol há muito tempo.

Na Figura 69 tem-se a proposta para a Haiti Partner’s Children’s Academy, localizada numa área agrícola de Porto Principe. Por conta disso, esta proposta buscou trazer a integração com o meio natural, por meio de uma edicação permeável com esquadrias que se abrem totalmente para o pátio proposto.

Na Figura 70, ilustra-se a proposta para a École Elie Dubois, uma escola para garotas que além de apresentar uma tipologia que vai de encontro com as características citadas anteriormente, apresenta um programa de atividades diferenciado, com espaço para costura e oficinas de arte.

A realização deste levantamento permitiu o reconhecimento das técnicas construtivas, do processo de projeto, das principais necessidades destes usuários, da linguagem e das tipologias arquitetônicas utilizados em projetos de arquiteturas escolares no Haiti. De maneira geral, os exemplos encontrados assemelham-se por suas rápidas construções, por contarem com mão de obra local, por potencializarem técnicas de captação de água da chuva e de ventilação natural.

Figura 61.Haiti Partner’s children’s Academy. fonte: Architecture for Humanity

Figura 62.École Elie dubois. fonte: Architecture for Humanity


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FErrAMENtAs MEtOdOLógiCAs

Para desenvolver um projeto escolar inclusivo, foram utilizados alguns métodos de pesquisa para compreensão dos condicionantes de projeto. Desta forma, primeiramente foi realizada a Entrevista Focalizada e Seleção Visual com um grupo de haitianos que vivem no Brasil. Estes dois métodos serviram para compreender um pouco da cultura do país e levantar questões técnicas sobre as construções no local. Além disso, realizou-se um dimensionamento de espaços, que consiste em uma simulação das dimensões necessárias para atender o programa arquitetônico considerado adequado para a instituição. A intenção deste método é projetar de acordo com os dois primeiros objetivos do desenho universal: 1) Adaptação ao corpo, e; 2) Conforto. Desta maneira, além de se aplicar uma metodologia capaz de testar dimensionamentos de espaços comprometidos em criar ambientes minimamente adequados, se extraiu da experiência pessoal de um grupo de haitianos, diretrizes para o projeto inclusivo da nova Edificação Escolar.

ENtrEVistA FOCALiZAdASegundo Rheingantz et al (2008),

Entrevista Focalizada (ou Focus Group) é um

tipo de entrevista semi-estruturada, onde os entrevistadores podem preparar apenas um roteiro ou esquema básico para realizar o procedimento. Dessa maneira, essas entrevistas caracterizam-se como conversas informais para fomentar a discussão entre um determinado grupo.

Neste método o pesquisador deve apresentar as questões a serem discutidas pelo grupo e de acordo com Rheingantz et al (2008), o modo de abordagem e o tempo de duração das questões são deixados a critério do pesquisador, que tem a liberdade de explorar os motivos e conduzir para direções que não estavam anteriormente programadas. Ainda, conforme este autor, o objetivo das entrevistas focalizadas é investigar quais os aspectos que uma experiência específica traz para as mudanças nas atitudes e valores daqueles que dela participam.

Neste trabalho, este método foi aplicado a um grupo de quatro intercambistas haitianos, com o objetivo de coletar depoimentos, experiências pessoais e compreender a relação deles com arquiteturas escolares no Haiti. Para isso, foram abordados aspectos desde uma macro escala até uma micro, isto é, da inserção das escolas nos bairros, até suas configurações formais, estruturais e suas respectivas ambiências internas.

Em relação à aplicação do método, este foi realizado em uma sala de aula na Universidade, a partir de um roteiro previamente


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estabelecido, mas sem o compromisso de seguir a ordem pré-estabelecida. Assim, os pesquisadores estiveram à vontade para explorar novas possibilidades de abordagem e direcionamento e obter respostas à outras perguntas, que surgiram no momento de contado com os entrevistados.

Os quatro estudantes do Haiti entrevistados eram moradores da cidade de Carrefour. Todos são intercambistas a mais de 6 meses na Universidade Federal de Santa Catarina e não possuem dificuldades de se expressar na língua portuguesa. Eram três alunos e uma aluna, sendo dois destes estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo e dois do curso de Engenharia Civil. Um dos alunos possui envolvimento com a Fundação que nos solicitou o projeto.

As perguntas pré-estabelecidas foram:

1- Quantas escolas vocês estudaram?

2- Destas que você citou, escolha o que você mais lembra e diga como era a escola que vocês estudaram.

3- Como vocês iam para a escola?4- Como era o acesso?5- Como ela era dentro?6- Quais eram os materiais e cores?7- O que vocês faziam na escola?8- Quais eram as brincadeiras?9- O que mais gostavam na escola?10- O que poderia ter a mais nessa

escola?

Além deste roteiro inicial, questões a cerca do funcionamento interno e ambiência das salas de aula, e aspectos da cultura haitiana, também foram abordados.

Ao final da entrevista, se apresentou um conjunto de imagens de diferentes tipologias arquitetônicas escolares para que se pudessem fixar formalmente os aspectos discutidos. A descrição deste método denominado Seleção Visual virá a seguir.

resultados:Ao final da entrevista realizada, se

obteve um panorama geral das experiências pessoais escolares desses haitianos.

Todos os entrevistados estudaram em mais de uma escola durante suas formações em ensino fundamental e médio. Um dos entrevistados chegou a estudar em 5 instituições de ensino diferentes e a maioria deles chegava a sua instituição por meio de carro.

A maior parte das instituições frequentadas eram mistas (para meninos e meninas), possuíam 2 pavimentos e eram feitas de blocos de concreto. Segundo os estudantes, apesar de quase nenhuma possuir biblioteca, a maioria apresentava espaço para a prática de esportes. As atividades mais recorrentes, segundo os entrevistados, eram futebol, vôlei e pula corda. Além disso, foi


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relatado que a presença de algum espaço para orações também é bastante presente nas escolas, assim como a presença de elementos com vegetação, como jardins.

Em relação às salas de aula, os estudantes relataram que na maior parte das vezes estas possuem bancos e mesas coletivos e que normalmente possuem bastantes alunos por salas, mas que este número varia conforme o grau escolar.

Quando questionados sobre as cores e palavras que representariam seu país, os estudantes disseram que o Bege e o Marrom seriam as cores que os representariam e que a palavra Alegria os definiria.

sELEÇÃO VisuALConforme Fonseca e Rheingantz (2009),

Seleção Visual consiste em um método que se baseia na apresentação de um conjunto de imagens de ambientes para avaliação dos usuários e indicação da imagem que mostra o ambiente preferido pelo respondente, ou a indicação de que elementos de cada imagem são considerados bons ou ruins por meio de um conjunto de adjetivos de conotação positiva e/ou negativa de cada imagem.

De acordo com Sanoff (1990), o instrumento Seleção Visual (ou Visual Preference) possibilita a identificação das ideias, valores, atitudes e cultura dos usuários. Essa técnica é utilizada por Sanoff como

instrumento de participação dos usuários no processo projetual. Para Rheingantz et al (2008) este método permite a identificação de significados agregados ao conjunto analisado, relacionando-os com os ambientes construídos vivenciados pelos respondentes. Além disso, possibilita a identificação de símbolos, preferências e aspectos culturais de um determinado grupo de usuários. A escolha das imagens, segundo Rheingantz et al (2008), deve ser criteriosa e devem estar relacionadas entre si, como por exemplo o contexto real do ambiente a ser analisado, com aspectos econômicos e socioculturais.

Este método foi aplicado com o grupo de estudantes haitianos após a entrevista focalizada e teve como objetivo extrair informações sobre as diferentes linguagens e métodos construtivos de edificações escolares que pudessem servir de diretrizes de projeto. No experimento, utilizou-se 5 imagens do ambiente externo de escolas com diferentes configurações e tipologias arquitetônicas.

Durante a aplicação do método, cada integrante do grupo recebeu 5 imagens de mesmo tamanho e qualidade de impressão. Foi pedido que cada um hierarquizasse as imagens de acordo com sua preferência, da que mais gostava para as que menos gostava, e após justificasse suas escolhas.


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resultados:

Para Rheingantz et al (2009), a análise dos resultados deve ser a partir de leitura crítica, detalhada e criteriosa, assim como em outros instrumentos qualitativos.

O quadro 1 traz a compilação dos dados obtidos durante a aplicação deste método. Foram selecionadas distintas imagens de edificações escolares que foram selecionadas por apresentarem um pouco do contexto, de sua tipologia e materiais. Para cada imagem foi indicado quantos entrevistados a consideraram positiva ou negativa conforme critérios definidos previamente: Relação Exterior x Interior; Método Construtivo; Revestimentos; Esquadrias; Pátio externo.

Em relação aos resultados obtivos a cerca dos aspectos positivos e negativos,

ressalta-se que a terceira imagem destacou-se por ter sido a indicada como a que todos os integrantes mais gostavam. A segunda imagem, por sua vez, foi a indicada como a que possuía tipologia que menos os agradava, pois apresenta revestimento de bambu, o que segundo os estudantes a deixa muito exposta e vulnerável. Ao justificarem suas decisões, a primeira imagem também obteve bastantes pontos negativos, pois de acordo com os estudantes, eles não a reconhecem como sendo uma edificação escolar. Além disso, as esquadrias em vidro não são adequadas ao clima da região de Carrefour, que possui o histórico de furacões e terremotos. A presença do vidro neste caso pode ser muito inseguras às vibrações decorrentes de tais fenômenos.

IMAGEM 1

IMAGEM 2

IMAGEM 3

IMAGEM 4

IMAGEM 5

EXTERIOR X INTERIOR 1 1 4 2 1

MÉTODO CONSTRUTIVO 1 2 3 1 1

REVESTIMENTOS 1 1 1

ESQUADRIAS 3 1 2 1

PÁTIO EXTERNO 2 1 3 2

TOTAL 4 4 2 4 12 0 4 0 2 3

Quadro 1. resultado da Seleção Visual


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Ressalta-se, ainda, que a quinta imagem não apresentou muita relevância na tabulação dos dados. Esta imagem foi escolhida por representar um dos poucos projetos de escolas desenvolvidos para Carrefour. No entanto, acredita-se que o fato de ser uma maquete virtual tenha a prejudicado a visualização, o que confirma e alerta quanto ao cuidado com o critério na seleção de imagens a serem utilizadas, que neste caso não foi adequado por não ser uma situação real como as demais imagens apresentadas.

diMENsiONAMENtO dE EsPAÇOs

Em função do desafio de se projetar uma arquitetura escolar, com inúmeras complexidades e diversos usuários e por se ter um terreno com estreitas dimensões, foi necessário o completo domínio de todos os ambientes e suas respectivas dimensões para o processo projetual. Neste sentido, contou-se com os preceitos abordados pela Ergonomia, que segundo a Associação Internacional de Ergonomia (2000), pode ser definida como sendo uma disciplina científica relacionada aos processos cognitivos das interações entre o homem e o sistema e à aplicação de dados, estudos e métodos projetuais a fim de otimizar tanto o bem estar humano como o desempenho do sistema.

Para Moraes & Mont’Alvão (2009), a ergonomia tem como objeto de estudo o homem no seu trabalho, realizando as tarefas relativas a este e ao seu cotidiano. Compreende as interações do trabalhador com os equipamentos que utiliza, sua relação com as demais pessoas em um determinado ambiente. Considera ainda o contexto sócio-econômico, ideológico e político em que o usuário se insere.

Iida (2005) define ergonomia como a adaptação do trabalho ao homem. Ao estudar suas capacidades e limitações, projeta-se de modo a otimizar as atividades realizadas e diminuir os possíveis riscos decorrentes destas.

A ergonomia possui um caráter interdisciplinar, envolvendo diversas áreas do conhecimento. Conforme Jan Dul (2012), a disciplina baseia-se em estudos como antropometria, psicologia, biomecânica, fisiologia, toxicologia, engenharia mecânica, desenho industrial, eletrônica, informática e gerência industrial. Seus estudos estão relacionados às atividades realizadas pelo homem dentro do sistema homem-tarefa-máquina.

No ambiente construído, a ergonomia está relacionada às atividades que o usuário realiza no ambiente, que deve se adequar às suas capacidades e limitações.

Dada a importância da ergonomia, que visa o bem-estar do usuário e busca otimizar


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seu desempenho, o projeto do ambiente construído deve levar em conta seus estudos durante o processo de projeto. O dimensionamento dos espaços deve adequar as funções do ambiente às capacidades e limitações de seus usuários, bem como analisar as atividades ali desenvolvidas.

Ressalta-se que ao se tratar de uma edificação escolar, as variantes ergonômicas podem ser ainda mais complexas, já que os espaços devem atender não apenas os anseios e oferecer condições para o aprendizado dos alunos, mas também possibilitar condições confortáveis e seguras de trabalho a todo o quadro de colaboradores (RAMOS et al , 2012).

É essencial realizar propostas, e dispor de mobiliários, para que todos os usuários, com tipos físicos, faixas etárias e necessidades distintas possam conviver e exercer suas atividades adequadamente.

Vários autores tratam do dimensionamento dos espaços como etapa fundamental para o desenvolvimento de um projeto mais ergonômico e adequado aos usuários (BOUERI, 2008; GURGEL, 2007; NEUFERT, 1981; PANERO; ZELNIK, 2002; PRONK, 2003).

Para elaborar o dimensionamento dos espaços são necessários ao menos três elementos (Figura 64): área do mobiliário, área de utilização e área de circulação

Conforme a figura acima, as

extremidades correspondem às áreas de circulações. A área de mobiliário é fixa e o ocupada somente pelo móvel, enquanto a área de utilização varia conforme seu uso e seu respectivo usuário.

A dimensão dos mobiliários (Figura 65) é padronizada, conforme o tipo de empresa que produz. Este tamanho pode ser pesquisado em sites de empresa, catálogos ou livros de dimensionamentos como o Neufert (1981).

A dimensão de utilização ou espaço

Figura 64.Simulação de dimensionamento de Ambientes. Acervo dos Autores.

Figura 63.diversidade Antropométrica encontrada em Instituição Escolar - Acervo dos Autores


80

de atividades (Figura 66) é dada pela quantidade de usuários que utilizam determinado ambiente e o tipo de utilização conforme o mobiliário. Uma pia ou lavatório tem sua utilização com a pessoa em pé, já uma mesa de refeições ou de escritório deve considerar o espaço da pessoa sentada e o espaço necessário para ela se levantar.

A área de circulação consiste no espaço necessário para o livre movimento de pessoas sem que haja conflito com a área de mobiliário ou de utilização.

Para definir a área de circulação pode ser considerar dados antropométricos da população e também, no caso de uma circulação acessível, a Norma Brasileira de Acessibilidade em Edificações NBR9050 (ABNT, 2004). Conforme Gurgel (2007) a largura mínima necessária para uma pessoa circular

Figura 65.Área de Mobiliário. Acervo dos Autores

Figura 66.Área de utilização ou Espaço de Atividade. (a) Lavatório com Bancada (BouErI, 2008, p.13); (b) Mesa de refeições (BouErI, 2008, p.20).

Figura 67.Possibilidades de dimensões para circulação. Acervo dos Autores


81

de lado é 40 cm, já para uma pessoa circular de frente é necessária uma largura de 60cm. Como a NBR9050 define que a circulação para uma pessoa com cadeira de rodas deve ter uma largura de 90cm, então tem-se as seguintes possibilidades de circulação como mostra a Figura 67.

Considerando estas três dimensões, foram definidas três categorias de dimensionamento: a mínima, a confortável e a acessível.

A categoria de dimensionamento mínima (Figura 68) considera a área de utilização mínima possível e circulação mínima ou lateral. A categoria de dimensionamento confortável (Figura 69) considera uma área de utilização confortável e circulação frontal. A categoria acessível (Figura 70) considera área de utilização e de circulação considerando o módulo da cadeira de rodas estabelecido pela NBR9050.

A definição destas categorias foi útil

para a determinação do espaço necessário no desenvolvimento do projeto da escola. É importante salientar, que a categoria mínima não é ideal para utilização em projetos, pois não contempla a circulação ou utilização dos mobiliários por pessoas com deficiência. Essa categoria só deve ser utilizada em casos extremos de falta de espaço.

Figura 68.categoria dimensionamento Mínimo. Acervo dos Autores

Figura 69.categoria dimensionamento confortável. Acervo dos Autores


82

Organização das fichas de dimensionamento

Nesta pesquisa foram desenvolvidas fichas para organizar o conhecimento das diferentes possibilidades de dimensionamentos dos ambiente. Ressalta-se que este estudo permite a consciência dos ambientes do programa de necessidades e facilita a visualização espacial deste no terreno. Estabelecem-se, assim, dimensões adequadas ergonomicamente e estima-se a área de ocupação para cada atividade.

A Figura 71 ilustra um exemplo das fichas criadas. Na primeira coluna contam as informações a respeito das atividades realizadas no ambiente, o número de usuários, o mobiliário, os equipamentos e as instalações necessárias. Além dos aspectos relativos

ao uso, as fichas contêm os condicionantes relativos aos aspectos ambientais, como iluminação, abertura mínima para iluminação e ventilação naturais, vão livre mínimo para portas, pé-direito, peitoril de janelas. A segunda coluna apresenta a simulação mínima e a terceira, a simulação do ambiente confortável. Com este estudo é possível compreender as diferentes condicionantes que envolvem o projeto, facilitando sua setorização funcional

O preenchimento dos campos relacionados às condicionantes ambientais foram feitos seguindo os parâmetros tratados no livro Arquitetura Escolar, de Dóris Kowaltowksi (2011).

Para melhor organização das fichas,

Figura 70.categoria dimensionamento Acessível. Acervo dos Autores

Figura 71.Exemplo de ficha de dimensionamento Vazia. Acervo dos Autores


83

cada ambiente foi marcado com uma cor correspondente a sua função, sendo vermelho para os espaços didáticos, azul para o setor administrativo e verde para o setor de serviços gerais, conforme se verificará a seguir.


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Fichas de dimensionamento


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Espaços didáticos

Administração

serviços gerais

Fichas de dimensionamento

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sala de aulaSimulação Espaço Mínimo

Área estimada: 49,68 m2

Condicionantes ambientais:Quantidade: 12Iluminação: natural e artificial combinadasAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeável e claraPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Aulas expositivas.

Usuários: alunos, professores, funcionários.

Equipamentos: projetor multimídia.

Mobiliários: mesas escolares, cadeiras quadro branco .

Instalações:

Observações: Considerou-se 90cm para o corredor central e 120cm para a área à frente do quadro. As representações não ilustram as aberturas, sugerindo que estas sejam perpendiculares ao plano do quadro, para evitar o ofuscamento

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sala de aulaSimulação Espaço Confortável


Observações: Nesta simulação apenas alguns lugares são acessíveis. Considerou-se 120cm no corredor central e 150cm para a área à frente do quadro.

Simulação Espaço Acessível


Observações: Na simulação acima considera-se a maioria dos usuários cadeirantes, incluindo o professor. Considerou-se 120cm no corredor central e 150cm para a área à frente do quadro.

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Laboratório de informáticaSimulação Espaço Mínimo

Área estimada: 38,48m2

Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificial principalmenteAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeável e claraPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Aulas, pesquisa de conteúdo digital.

Usuários: Alunos, professores e funcionários.

Equipamentos: Computadores, impressora, projetor multimídia.

Mobiliários: bancada para computadores, cadeiras.

Instalações:

Observações: As representações não ilustram as aberturas, sugerindo que estas sejam perpendiculares ao plano do quadro, para evitar o ofuscamento. Cuidar com as aberturas em função da manutenção dos computadores.

89

Laboratório de informáticaSimulação Espaço Confortável


Observações: nesta simulação apenas alguns lugares são acessíveis. Considerou-se 120cm no corredor central e 150cm para a área à frente do quadro.



Observações: na simulação acima considera-se a maioria dos usuários cadeirantes, incluindo o professor. Considerou-se 120cm no corredor central e 150cm para a área à frente do quadro.

90

Simulação Espaço Mínimo


Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: natural, com restriçõesAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeável e claraPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Pesquisa e consulta em livros, estudo.

Usuários: Alunos, professores, funcionários.

Equipamentos: Computador, telefone.

Mobiliários: 120m lineares de prateleiras, mesa de estudo, cadeiras, bancada.

Instalações:

Observações: As representações não ilustram as aberturas, neste ambiente alerta-se o cuidado necessário com estas quanto à umidade e conservação dos livros.

Biblioteca

91

BibliotecaSimulação Espaço Confortável


Observações: As mesas são dispostas de modo a permitir estudo coletivo, aquelas localizadas à direi-ta permitem estudo individual.



Observações:

92



Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90 cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeávelPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Estar dos professores e reuniões

Usuários: Professores, funcionários.

Equipamentos: data show

Mobiliários: Mesa para reuniões, cadeiras, armário.

Instalações: wireless

Observações:

sala de reuniões

93

Simulação Espaço Confortável


Observações:



Observações:

94



Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeávelPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Gestão e planejamento escolar

Usuários: Diretor, alunos, professores, pais.

Equipamentos: Computador, impressora, telefone.

Mobiliários: Mesa, cadeiras, armário.

Instalações: wireless

Observações: A proposta de mobiliário foi feita de modo a comportar as atividades realizadas e otimi-zar o espaço.

direção

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direçãoSimulação Espaço Confortável


Observações:



Observações:

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secretariaSimulação Espaço Mínimo


Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeávelPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Administração escolar.

Usuários: Professores, funcionários.

Equipamentos: Computador, impressora.

Mobiliários: Mesa, cadeiras, armário.

Instalações:

Observações:

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secretariaSimulação Espaço Confortável


Observações:



Observações:

98

sala de materiaisSimulação Espaço Mínimo


Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede: semi-impermeável e claraPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Armazenamento de material.

Usuários: Funcionários.

Equipamentos:

Mobiliários: Armário.

Instalações:

Observações: Considerou-se o vão-livre mínimo para portas 80cm, mas em um dimensionamento mínimo pode-se adotar 60cm.

99

sala de materiaisSimulação Espaço Confortável


Observações:



Observações: Neste ambiente deve-se considerar também a altura do mobiliário, para que seja também acessível.

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refeitórioSimulação Espaço Mínimo


Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: variávelPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeávelPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades: Refeições, eventos da escolares.


Equipamentos:

Mobiliários: Mesas, cadeiras.

Instalações: Água fria

Observações: O vão-livre entre portas deve considerar o fluxo de pessoas que o ambiente atenderá. No exemplo acima são consideradas 120 pessoas sentadas.

101

refeitórioSimulação Espaço Confortável


Observações:



Observações:

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CozinhaSimulação Espaço Mínimo


Condicionantes ambientais:Quantidade: 1Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas: 90cmPé-direito: 3,00m livre sob vigaParede interna: semi-impermeável e claraPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: laje

Atividades: Preparo das refeições.

Usuários: Funcionários.

Equipamentos: Geladeira, freezer, fogão, lava-louças.

Mobiliários: Bancada para preparo, lixeiras, armário.

Instalações: Água fria.

Observações:

103

CozinhaSimulação Espaço Confortável


Observações:



Observações:

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sanitário fem e mascSimulação Espaço Mínimo


Condicionantes ambientais:Quantidade: 8Iluminação: natural e artificialAbertura mínima para iluminação natural:1/4 da área do piso ou maisVentilação: naturalAbertura mínima para ventilação natural:1/8 da área do piso ou maisVão livre mínimo para portas: 80cmPeitoril janelas:Pé-direito: 3,00m livre sob vigaParede: semi-impermeável e claraPiso: de fácil manutenção e antiderrapanteTeto: forro ou laje

Atividades:


Equipamentos:

Mobiliários: Vaso sanitário, pia.

Instalações: Água fria.

Observações: Nos banheiros masculinos deve-se considerar ainda como mobiliário os mictórios nos banheiros masculinos.

105

sanitário fem e mascSimulação Espaço Confortável


Observações:



Observações:


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sEtOriZAÇÃO dAs FuNÇÕEs

Como resultado do estudo de dimensionamento dos ambientes, estabeleceu-se áreas estimadas para cada um dos espaços, como mostra o Quadro 2.

QUANT MÍNIMO (m²) CONFORTÁVEL (m²) ACESSÍVEL (m²)

SALA DE AULA 12 49,68 62,64 83,60

SALA MULTIMÍDIA 1 38,48 48,51 57,75

BIBLIOTECA 1 52,60 65,13 79,98

SALA DE REUNIÕES 1 19,14 24,96 29,40

DIREÇÃO 1 6,05 8,36 10,05

SECRETARIA 1 10,48 12,76 16,08

SALA DE MATERIAIS 1 5,69 6,60 7,50

REFEITÓRIO 1 118,23 149,78 171,24

COZINHA 1 49,40 57,83 72,97

SANITÁRIO 8 13,16 15,01 16,31

TOTAL: 1001,51 1245,79 1579,05

Quadro 2. dimensões dos espaços fornecidos no programa de necessidades.


107

As salas de aula, sala multimídia e biblioteca (em vermelho no Quadro 2) compreendem o setor dos espaços didáticos. Para o projeto, optou-se por organizar estes espaços conforme a ´progressão da aprendizagem, de modo que se seguisse em um percurso das salas de aula das séries iniciais até as salas de aula do ensino técnico. Desta maneira, é possível se ter uma melhor legibilidade dos espaços conforme suas respectivas séries, além de se ter uma melhor organização dos fluxos e diminuição das interferências e ruídos das séries iniciais.

No setor administrativo (em azul no Quadro 2), tem-se a sala de reuniões, a direção, a secretaria e a sala de materiais. Estes espaços compreendem a área relacionada às questões administrativas e de planejamento pedagógico da escola. Foram agrupados de modo a facilitar o acesso e troca de informações entre esses ambientes.

O refeitório, a cozinha e os banheiros (em verde no Quadro 2) correspondem ao setor de serviços gerais. Foram também reunidos segundo critérios de utilização do espaço. Os setores administrativo e de serviços gerais, se colocados próximos e na entrada da escola, podem facilitar supervisão das atividades e do controle de entrada e saída de pessoas e materiais.

O estudo de setorização das funções realizado permitiu o entendimento das dimensões necessárias para o adequado funcionamento das atividades em seus respectivos ambientes. Por meio desta compreensão foi possível se embasar o estudo formal do projeto segundo as diretrizes arquitetônicas idealizadas pelos autores.


108

EstudOs FOrMAis

Com posse das dimensões necessárias para o desenvolvimento do projeto da escola e das diretrizes de setorização e organização funcional, foi possível elaborar os primeiros estudos formais.

Estes estudos foram condicionadas pelo tamanho do terreno e seu formato triangular, pelo tamanho das salas de aula (conforme dimensão da categoria confortável consiste em 7,2 m x 8,7 m), e pelo método construtivo modular que permita a construção em alvenaria estrutural.

Em função destes condicionantes, houve a necessidade de verticalização da proposta em quatro pavimentos.

Diversos estudos de composição formal e funcional foram realizados para o desenvolvimento do projeto em maquete física e digital. Os estudos considerados mais relevantes são apresentados a seguir.

Para a representação dos setores nos esquemas a seguir, utilizou-se a mesma legenda de cores utilizada na setorização dos espaços, vermelho para representar os espaços didáticos, azul para o setor administrativo, verde para o setor de serviços gerais e cinza para a circulação.

A primeira opção de estudo formal (Figura 72, em maquete, e Figura 74) dispõe os ambientes de forma linear no terreno. Os setores administrativo e de serviços gerais encontram-se no térreo e as salas de aula dispostas a partir do primeiro pavimento, seguindo das séries iniciais às de ensino

técnico. A biblioteca e a sala multimídia encontram-se no último pavimento.

Tal disposição formal concentra as atividades externas, áreas de encontro, leitura e estudos no térreo, única área livre do terreno. No entanto, apresenta pouca área livre aberta e poucas possibilidades de espaços de convivência ao longo da edificação, impossibilidade de criação de um pátio coberto e falta de uma marcação do acesso principal.

A segunda opção estudada (Figura 73, em maquete, e Figura 75) dispõe os espaços também hierarquizados conforme o primeiro estudo volumétrico. A disposição dos ambientes, porém, segue o perímetro do terreno nos dois eixos. Em função disso, aumenta-se a área de circulação criando mais possibilidades de espaço para encontros e estar. Porém, tal proposta ainda não possibilita uma marcação de acesso principal e divide as áreas de sala de aula segregando alunos do mesmo nível, não estimulando a convivência.

A terceira opção (Figura 76) contém no térreo o setor administrativo, o refeitório e a cozinha. No primeiro pavimento têm-se as salas de aula das séries iniciais, no segundo localizam-se as salas de ensino fundamental, a sala multimídia e a biblioteca e no terceiro pavimento estão as salas de ensino técnico.


109

As salas de aula constituem um bloco único, e a biblioteca se destaca como volume principal no terceiro pavimento.

Esta opção foi adotada como partido projetual por solucionar de maneira eficiente os aspectos funcionais estudados na etapa de setorização, permitir espaços de convivência entre os alunos, criar um pátio coberto no pavimento térreo e ter uma marcação do acesso principal entre os volumes das salas de aula e da circulação vertical.

Ao lado se tem um diagrama da estrutura espacial atingida em cada pavimento:

Os diferentes níveis podem ser acessados através de escadas ou de uma plataforma elevatória. Conforme se verifica na Figura 38, o ensino (em amarelo) progride conforme cada

Figura 72. Primeiro estudo de maquete física. Acervo dos Autores.

Figura 73. Segundo estudo de maquete física, Acervo dos Autores

Figura 74. Primeiro estudo volumétrico. Acervo dos Autores.


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nível, das séries iniciais, no primeiro pavimento, ao ensino técnico, no último pavimento.Por conta das dimensões do terreno, existia a preocupação em se criar espaços livres que permitissem o encontro e o lazer, visto o amplo programa de necessidades a ser contemplado. A disposição dos ambientes foi composta de modo a proporcionar mais espaços de interação entre os estudantes, uma vez que se prolongam as áreas de circulação (em cinza), criando mais áreas de encontro, de permanência e de leituras nos pavimentos. No térreo, um pátio coberto prolonga-se junto ao refeitório, possibilitando um espaço para eventos da escola ou para uso da comunidade.

A circulação e o módulo dos sanitários (em azul e vermelho na Figura 77) foram

dispostos na fachada sul, que no hemisfério norte corresponde à fachada que recebe maior incidência do sol, de modo a garantir que as salas de aula tivessem a melhor orientação solar, otimizando assim as questões de conforto térmico e visual, condicionantes que influenciam diretamente no desempenho escolar dos alunos.

PArtidO gErALO partido geral corresponde a etapa

onde definiu-se formal e funcionalmente o projeto a partir dos estudos realizados.

Os diferentes níveis podem ser acessados através de escadas ou de uma plataforma elevatória. Conforme se verifica na Figura 77, o ensino (em amarelo) progride conforme cada nível, das séries iniciais, no

Figura 75. Segundo estudo volumétrico. Acervo dos Autores.

Figura 76. terceiro estudo volumétrico. Acervo dos Autores.


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primeiro pavimento, ao ensino técnico, no último pavimento. Tal hierarquização permite uma melhor leitura e organização dos fluxos e também otimiza as questões de conforto acústico, diminuindo as interferências e ruídos das séries iniciais.

Por conta das dimensões do terreno, existia a preocupação em se criar espaços livres que permitissem o encontro e o lazer, visto o amplo programa de necessidades a ser contemplado. A disposição dos ambientes foi composta de modo a proporcionar mais espaços de interação entre os estudantes, uma vez que se prolongam as áreas de circulação (em cinza), criando mais áreas de encontro, de permanência e de leituras nos pavimentos. No térreo, um pátio coberto prolonga-se junto ao refeitório, possibilitando um espaço para eventos da escola ou para uso da comunidade.

A circulação e o módulo dos sanitários (em azul e vermelho na figura ao lado) foram dispostos na fachada sul, que no hemisfério norte corresponde à fachada que recebe maior incidência do sol, de modo a garantir que as salas de aula tivessem a melhor orientação solar, otimizando assim as questões de conforto térmico e visual, condicionantes que influenciam diretamente no desempenho escolar dos alunos.

Figura 77.diagrama estrutura espacial. Acervo dos Autores.

112

5. PROjetO

113

fInal


114

PrOJEtO dA iNstituiÇÃO CHArLEs LOriNg BrACE

Conforme apresentado, o sítio no qual este projeto se insere localiza-se na região periférica do município de Carrefour e é caracterizado por uma área predominantemente residencial e de baixo gabarito, por um sinuoso relevo e uma elevada altitude. O terreno, situa-se em uma esquina entre vias residenciais, possui um formato triangular e uma topografia com um declive de cerca de 4,5m.

Ao se compreender as características desta área e o complexo cenário educacional enfrentado pelo Haiti, considerou-se este projeto como uma possibilidade de se promover a transformação e o desenvolvimento social de maneira atrativa, além de ser minimamente adequado, confortável e acessível.

Para suprir o programa de necessidades solicitado, as atividades deste edifício estão dispostas em 4 níveis. A estrututra da edificação proposta possui um formato de “L”, conforme se apresentou no capítulo anterior. A edificação é composta de um lado por planos das salas de aula, e do outro pela torre com a circulação vertical e os sanitários. Estes dois elementos são interligados por meio de espaços de estar, contemplação e encontro e foram idealizados conforme o melhor

aproveitamento do terreno e orientação solar.

Na fachada Sul (Figura 79 e Figura 82), prioriza-se os espaços de convivência e destaca-se o volume da biblioteca (em branco), que internamente também pode ser observada a partir de todas as salas de aula.biblioteca (em branco), que internamente também pode ser observada a partir de todas as salas de aula.

A fachada Norte (Figura 788) é onde se implantou o acesso a instituição. Conforme exposto, apesar do projeto apresentar grande desnível, buscou-se garantir que o acesso principal e o pavimento térreo permanecessem em um mesmo nível, eliminando barreiras e garantindo um acesso, com autonomia e segurança, a todos os alunos. Em relação aos diferentes pavimentos da edificação, estes são acessados por

Figura 78. fachada norte. fonte: Acervo dos Autores.

5. Projeto Final

115

Figura 79. fachada Sul. Em primeiro plano a torre com os banheiros e circulação vertical. fonte: Acervo dos Autores.


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meio de uma escada e de uma plataforma elevatória que possibilita pessoas com diferentes habilidades freqüentar quaisquer ambientes na escola, sem estigmatização ou segregação.

Conforme se observa na seção tranversal da fachada Norte (Figura 8080) da instituição, todos os ambientes possuem um espaço de conexão, pois de acordo com Hertzberger (1999), a entrada desses espaços educacionais “não deve ser uma mera abertura na qual as crianças são engolidas quando as aulas começam ou expelidas quando elas terminam”. Acredita-se que a presença desses espaços de integração entre exterior e interior é de extrema importância para o desenvolvimento, a presença deste pátio central auxilia na ventilação e iluminação natural do edifício.

A fachada Nordeste (Figura 811) é onde predominam os planos de salas de aula, e se tem o limite do terreno. A fim de se garantir o conforto térmico destas salas, buscou-se bloquear a incidência da radiação solar direta nestes volumes com o tratamento de brises verticais móveis, que dão autonomia aos usuários para controlar esta insolação.

As salas estão dispostas conforme cada etapa de ensino (Figura 832), desta maneira, propôs-se a progressão do ensino conforme os níveis da edificação, das séries iniciais (1 a 4), no primeiro pavimento, ao ensino fundamental (5 a 8) e ensino técnico (9 a 12), no último pavimento. Tal hierarquização permite uma melhor leitura e organização dos fluxos e também otimiza as questões de conforto acústico, diminuindo as interferências e ruídos das séries iniciais.

Figura 80.corte transversal da fachada norte com indicação da ventilação no ambiente. fonte: Acervo dos Autores. Figura 81. fachada nordeste. fonte: Acervo dos Autores.

5. Projeto Final

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Figura 82. Fachada Sul. O volume da biblioteca pode ser também observado internamente por toda a edificação. Fonte: Acervo dos Autores.


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No térreo, um pátio coberto prolonga-se junto ao refeitório, possibilitando um espaço flexível, para eventos da escola ou para uso da comunidade. De acordo com Hertzberger (1999), ter áreas cobertas é fundamental para que se tenha a relação entre mundos contíguos e para que promova o contato social. Para o autor, são nestes espaços que se tem a troca de experiência entre pessoas que estão ali por um objetivo comum, sendo tanto os alunos quanto seus pais.

Além disso, neste espaço coberto aproveitou-se do desnível do terreno para se

criar uma arquibancada que pode servir tanto para os alunos assistirem e promoverem suas apresentações, como para se ter encontros da própria comunidade.

O contato entre todos os níveis da edificação foi uma premissa de projeto bastante evidenciada. Conforme o pedagogo Paulo Freire (2000), no processo de desenvolvimento é fundamental que se proporcionem momentos para experiências e buscas. Buscou-se, portanto, criar espaços livres que possibilitassem esses encontros, que fosse de livre apropriação e que permitisse

Figura 83. corte Longitudinal. fonte: Acervo dos Autores.

5. Projeto Final

119

o contato e o controle visual das crianças no primeiro pavimento, mas sem impedir o exercício de privacidade e territorialidade destes (Figura 855). Desta maneira, entre cada sala de aula tem-se “cantinhos” de livre apropriação, já que conforme Hertzberger (1999) é importante se ter espaços onde os alunos possam exibir o trabalho realizado ou possam ficar só antes de entrar na sala de aula. Possibilitar a existência de espaços de livre apropriação facilita a ligação com o lugar, o desenvolvimento de sentimentos de apego, segurança e pertencimento (OLIVEIRA, 2008).

Com o intuito de se criar espaços capazes de auxiliar no processo ensino aprendizagem, buscou-se promover o bem estar dos estudantes e educadores em todas as salas de aula.

Conforme Kowaltowski (2011), o conforto térmico é essencial para o desenvolvimento das atividades. Segundo a autora, situações de desconforto provocam apatia e desinteresse dos alunos. A fim de evitar isso, pensou-se no conforto térmico, acústico e lumínico das salas de aula. Deste modo, todas as esquadrias podem ser abertas pelos usuários totalmente sem que se tenha a incidência solar direta, já que foi previsto brises verticais. Além disso, a ventilação é atingida por meio da ventilação cruzada promovida por meio de aberturas em paredes opostas. A iluminação natural é equilibrada por meio da artificial posicionada paralela às aberturas e ao quadro.

Além de se garantir o conforto ambiental,

indicou-se mobiliários flexíveis, que possam estar de acordo às necessidades das atividades pedagógicas realizadas (Figura 866). Por meio do estudo de dimensionamentos desenvolvido, é possível se ter acessibilidade em todas as salas de aula, e além do mobiliário adequado, a altura do quadro também deve possuir altura acessível alcance de crianças menores ou em cadeira de rodas.

Propõe-se também uma sala multimídia (Figura 877) interligada a dinâmica do espaço escolar. Assim como os outros ambientes de aula idealizados, este possui contraste entre revestimento e esquadria, foi dimensionado para ser acessível a diferentes usuários e possue aberturas em paredes opostas que possibilitam a ventilação cruzada.


120

Figura 84. Acesso principal: pátio coberto. fonte: Acervo dos Autores.

5. Projeto Final

121

Figura 85. terceiro pavimento: espaços de convivência. fonte: Acervo dos Autores.


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Figura 86. Primeiro pavimento: sala de aula infantil com mobiliário flexível. Fonte: Acervo dos Autores.

5. Projeto Final

123

Figura 87. Segundo pavimento: sala multimídia. Fonte: Acervo dos Autores.

124

6. RecOMendaçõeS

fUtURaS


126

É de conhecimento dos autores que são inúmeras as questões abordadas no processo deste projeto de extensão para uma escola no Haiti e que desta forma, há uma série de condicionantes que fazem deste um projeto peculiar.

Desta maneira, apresenta-se aqui uma reflexão sobre as decisões projetuais atingidas, bem como recomendações para que a evolução deste projeto possibilite seu objetivo de constituir uma instituição confortável, atrativa e segura.

Durante o contato com os responsáveis pela FOFE, foi solicitado um projeto que além de responder aos anseios da organização e necessidades da Insituição Mista Charles Loring Brace, possibilitasse o início da arrecadação de fundos para a construção. Além disso, foi solicitado pela FOFE que o projeto a ser desenvolvido considera-se alvenaria estrutural em concreto como técnica construtiva. Entretanto, de acordo com consultorias a professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina, acredita-se que o uso de blocos de concreto, não é o mais indicado para um projeto que se insere na complexa realidade de abalos sísmicos. Apesar do benefício econômico que esta oferece, tendo em vista que o material pode ser conseguido na região e onde há mão de obra local especializada, este método construtivo oferece maiores riscos a

segurança e estabilidade da Instituição. Diante disto, recomenda-se a consultoria

a um profissional de estruturas, a adoção de outra técnica construtiva, bem como a maximização dos benefícios trazidos com esta decisão.

Além disso, vale ressaltar que a proposta não levou em consideração cálculos estruturais, que deveriam fazer parte de uma evolução da proposta. Neste sentido, orienta-se também que seja revista toda a proposta estrutural pré dimensionada pelos autores, tendo em vista que esta não contou com um cálculo estrutural e apenas desenha uma prévia com uma possível sugestão do quadro estrutural a ser implementado.

Outra questão importante é que, durante o desenvolvimento do projeto, os autores não tiveram acesso ao levantamento planialtimétrico do terreno, e foi usado como base informações dadas pelo responsável pela FOFE no Brasil e também informações digitais através da plataforma Google Earth. Em função disto, pode haver distorções dos limites do terreno que deverão ser levantados e corrigidos em projeto, tendo em vista que o terreno indicado pela organização ainda não foi, de fato, adquiro pela FOFE. Recomenda-se, portanto, a medição e marcação de pontos por um profissional especializado, que esteja apto a apresentar todo o plano topográfico do terreno a ser implantado tal projeto, a fim de se obter o aproveitamento

6. recomendações Futuras

127

da topografia para a execução de ainda mais atividades, conforme realizado pelos autores, e assim, se evitar a remoção de terra de modo exacerbado e o comprometimento da segurança do projeto.

Neste sentido, ressalta-se também a importância de se ter um cuidado especial com a questão da drenagem das águas pluviais no local, uma vez que foi feita uma alteração considerável no terreno para adequação do programa e implantação do acesso principal sem barreiras.

Em relação a disposição do programa de atividades, evidencia-se que as salas de aula foram concebidas de um mesmo tamanho nos diferentes pavimentos por conta do sistema construtivo adotado, no entanto, ressalta-se que estes ambientes poderiam ser mais flexiveis de acordo com a pedagogia implementada e as necessidades dos usuários de cada sala.

As decisões de projeto foram definidas a partir da demanda a ser atendida, que no caso da definição formal foi condicionada ao tamanho do terreno e ao dimensionamento dos espaços o que exigiu a verticalização da arquitetura final em quatro pavimentos. Tal escolha não é a mais adequada, uma vez que representa um grande impacto na paisagem de uma região cujas edificações não costumam ultrapassar de três pavimentos. Porém, em função da grande demanda que visa a FOFE atender, suprindo a necessidade

por educação de uma população incapaz de pagar pelo estudo em uma cidade cuja maioria das escolas são privadas, conforme afirmado nas entrevistas, optou-se por manter o extenso programa.

O projeto apresentado visa servir de apresentação da Instituição. Caso torne-se possível a construção do projeto, acredita-se que as etapas seguintes corresponderiam ao envio para outros profissionais para a realização de projetos complementares e compatibilização destes, elaboração do projeto executivo e detalhamentos. No entanto, caso seja possível a construção da Instituição em outro terreno, sugere-se um novo estudo volumétrico e a reorganização dos espaços segundo as dimensões da nova área. A construção em um terreno de maiores dimensões possibilitaria horizontalizar o projeto, diminuindo o impacto causado na paisagem e favorecendo espaços de convívio da comunidade escolar, com pátios e áreas de estar maiores, assim como a incorporação de outros espaços, como laboratórios de ciência e artes. Esta nova proposta, caso houver, deve contemplar os estudos de dimensionamento de espaços apresentados neste volume.

128

7. cOnSIdeRaçõeS

fInaIS


130

Este trabalho apresentou o processo de desenvolvimento da proposta de arquitetura escolar para a Foundation Flambeau pour l’Enfance (FOFE) desenvolvida pelo grupo PET e baseada nos princípios da ergonomia, desenho universal, pedagogia e psicologia ambiental.

Durante todo o processo de projeto buscou-se adequar o dimensionamento dos ambientes e a organização espacial segundo os preceitos dos referenciais adotados, porém aspectos ligados às dificuldades sócio-econômicas, às restrições dos métodos construtivos e à geografia da região restringiram muitos dos ideais e padrões considerados confortáveis.

É importante salientar que criar um projeto que permita a diversidade de práticas pedagógicas, que incentive a apropriação e a experimentação, que considere o desenho universal e que seja ergonomicamente adequado a todas as pessoas, não é uma tarefa fácil, mesmo quando se propõe a pensar o projeto desde seu início de forma ergonômica, humanizada, funcional e acessível. A incerteza dos recursos, a ausência de precisão das medidas altimétricas do sítio e a falta de medidas antropométricas precisas da população haitiana para realizar o dimensionamento, foram alguns dos obstáculos enfrentados. Neste sentido, trabalhou-se com as medidas antropométricas indicadas nas bibliografias

estudadas e se obteve uma noção das dimensões necessárias para cada ambiente ao considerar os preceitos adotados nas categorias de dimensionamento abordadas anteriormente.

Acredita-se que mesmo com uma série de condicionantes, se atingiu o mínimo desejável e adequado para uma arquitetura escolar. Além disso, enfatiza-se que a compreensão da complexidade de fatores envolvidos nas variadas relações encontradas numa instituição de ensino também é essencial para a concepção de ambientes que atendam as especificidades de seus usuários, e permitam o pleno desenvolvimento de suas atividades.

Os estudos realizados foram extremamente úteis para o desenvolvimento da proposta da escola e contribuíram enormemente para os estudos formais. Entretanto, para o desenvolvimento executivo do projeto arquitetônico, de interiores e o desenho de mobiliários, sugere-se um estudo mais aprofundado que considere desde medidas topográficas, às especificidades antropométricas da população haitiana.

Vale ressaltar que apesar dos resultados deste projeto estarem relacionados a uma Arquitetura Escolar para o Haiti, e desta maneira com imensuráveis condicionantes, acredita-se que este trabalho e o processo de projeto realizado são capazes de fornecer diretrizes que podem servir de base a futuros projetos inclusivos, podem embasar a

7. Considerações Finais

131

concepção de novos centros de educação. Acredita-se também que esta proposta pode incentivar e alertar a importância de ter a inclusão de todos os usuários como premissa de projeto, além de ressaltar a importância de se conhecer a situação local do contexto e da cultura dos envolvidos.

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8. BIBlIOgRafIa


134

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050/2004: Norma Brasileira de Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaço e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: 2004.

AZEVEDO, G.A.N. Arquitetura Escolar e Educação: Um modelo conceitual de abordagem interacionista. 2002. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção)

BOUERI, Jorge. Projeto e Dimensionamento de Espaço da Habitação, Espaço de Atividades. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2008.

DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia Prática. São Paulo: Blucher, 2012.

FONSECA, Juliane Figueiredo; RHEINGANTZ, Paulo Afonso. O ambiente está adequado? Prosseguindo com a discussão. Produção, v. 19, n. 3, p. 502-513, 2009.

FREIRE, PAULO. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 2000

GURGEL, Miriam. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2007.

IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.

MASCARÓ, J. L. & MASCARÓ, L. Vegetação Urbana. Porto Alegre: Masquatro Editora, 2010.

MOORE, Robin et al. Post Occupancy Evaluation (POE) of Kids Together Park. North Carolina: Cary, 2005. 15 p. Research Project Summary Report – Natural Learning Initiative (NLI) and Center for Universal Design (CUD), North Carolina, 2005.

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MUNARI, Alberto. Jean Piaget. Tradução e org. Daniele Sabeb.Coleção Educadores. Recife: Fundação Joaquim Nabuco. Massangana,2010

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OLIVEIRA, Elena Maria Duarte de. Por uma Arquitetura Socioeducativa para Adolescentes em Conflito com a Lei: uma abordagem simbólica da relação pessoa ambiente. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2008.

OLIVEIRA, Marta K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento; um processo sócio- histórico. São Paulo: Scipione, 1997

PANERO, Julius; ZELNIK, Martin. Dimensionamento humano para espaços interiores. Um livro de consulta e referência de projetos. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2002.

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PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de janeiro: Editora Forense Universitária, 2002. 136p.

8. Bibliografia

135

PRONK, Emile. Dimensionamento em Arquitetura. João Pessoa: Editora Universitária de João Pessoa, 2003.

RAMOS, Flávia Martini; MORAIS LUIZ, Mariana; DORNELES, Vanessa Goulart; Bins Ely, Vera Helena Moro. Análise da Relação entre Ambiente e Usuário e Propostas de Adequações Espaciais para a Creche Waldemar da Silva Filho. Florianópolis: PET/ARQ/UFSC, 2012. 282p.

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SANOFF, Henry. Participatory Design: Theory and Technique. Raleigh: Henry Sanoff, 1990.

137

9. aPêndIceS


138

9. Apêndices

139

ErGodESIGn 2013

9.1 ARTIGOS PUBLICADOS EM EVENTOS


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9. Apêndices

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9. Apêndices

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9. Apêndices

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9. Apêndices

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Encontro nacional de Ergonomia do Ambiente construído - EnEAc 2013

9. Apêndices

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9. Apêndices

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9. Apêndices

153


154

Space and Place - 2013

a) author (s): Amarildo Marcos Soares Junior¹, Mariana Morais Luiz², Vanessa Goulart Dorneles³ and Vera Helena Moro Bins Ely4b) affiliation: (1) Graduation Student – UFSC; (2) Graduation Student – UFSC; (3) Professor – UFSC; (4) Professor – UFSCc) email address: (1) [email protected]; (2) [email protected]; (3) [email protected]; (4) [email protected]) title of abstract: Scholar Design: an architectural proposal for Haiti recoverye) body of abstract:In 2010, a large earthquake occurred in the city of Port-au-Prince, Haiti, devastating the country, destroying many important buildings and exacerbating its educational framework, which today has a literacy rate close to 50% of the population.Given this, this paper presents the design process of an Architecture School, done by a group of researchers in Brazil for the Institution Mista Charles Loring Brace, located in Carrefour city, Port-au-Prince, which was devastated in this catastrophe. Actually the Institution Mista Charles Loring Brace has been maintained by Foundation Flambeau pour l’Enfance and now the students are taking classes at a small church unable to offer suitable conditions for learning and supply the demand for education in the region.In order to approach to the educational issues and the local culture from Haiti, were conducted meetings with Haitian students living in Brazil, and through methods like Focus Group and Visual Preference, we sought to understand the reality experienced by the population nowadays. In addition, the process was based on Universal Design principles, on relationship between human behavior and environment of Environmental Psychology studies, on Architecture School and Pedagogy guidelines, in order to create an Architecture that could enhance the teaching and learning process safely and in a comfortable way. After analyzing the con-straints and understanding the theoretical and cultural framework, were held studies of formal composition considering the local context, the Haitian population and the building high-performance.The effort required to develop this work is evident, considering that was done in Brazil, without the knowl-edge in loco of the context and the implementation of such project. Furthermore, it is noteworthy that despite the results of this project to be an Architecture School to Haiti, and thus with immeasurable constraints, it is believed that this is able to provide guidelines which can serve as basis of inclusive futures projects and encourage and alert the importance of having the inclusion of all users as a premise of the project.

f) up tp 10 keywords: scholar design, Haiti, education, inclusive environmental

9. Apêndices

155

instituição mista Charles Loring Brace

9.2 FOLDER DE APRESENTAçãO


156

acesso principal: pátio coberto

terceiro pavimento: espaços de convivência primeiro pavimento: sala de aula infantil

No térreo, um pátio coberto prolonga-se junto ao refeitório, possibilitando um espaço para eventos da escola ou para uso da comunidade.

Além disso, neste espaço coberto aproveitou-se do desnível do terreno para se criar uma arquibancada que pode servir tanto para os alunos assistirem e promoverem suas

apresentações, como para se ter encontros da própria comunidade.Buscou-se criar espaços livres que possibilitassem encontros, que fosse de livre apropriação e

que permitisse o contato e o controle visual das crianças no primeiro pavimento.Pensou-se no conforto térmico, acústico e lumínico das salas de aula. Deste modo, todas as

esquadrias podem ser abertas pelos usuários totalmente sem que se tenha a incidência solar direta, já que foi previsto brises verticais. Além disso, a ventilação é atingida por meio da

ventilação cruzada promovida por meio de aberturas em paredes opostas. A iluminação natural é equilibrada por meio da artificial posicionada paralela às aberturas e

ao quadro.

Térreo

escala 1:200

1 sanitário feminino

2 sanitário masculino

3 escada

4 plataforma elevatória

5 acesso principal

6 atendimento secretaria

7 secretaria e diretoria

8 sala de reuniões

9 pátio coberto

10 refeitório

11 área limpeza da cozinha

12 área de cocção da cozinha

13 despensa

14 área de lixo

15 área de gás

16 acesso secundário

9. Apêndices

157

Primeiro pavimento

escala 1:200



3 escada


9 pátio coberto

17 salas de aula Ensino Infantil

Na fachada sul, prioriza-se os espaços de convivência e destaca-se o volume da biblioteca (em branco), que internamente também pode ser observada a partir de todas as salas de aula.

Buscou-se bloquear a

incidência da radiação

solar direta nestes

volumes com o tratamento

de brises verticais móveis.

fachada sul

fachada sul

fachada nordeste


158

Terceiro pavimento

escala 1:200




9 pátio coberto

21 salas de aula Ensino Profissionalizante

Segundo pavimento

escala 1:200



3 escada


9 pátio coberto

18 laboratório multimídia

19 salas de aula Ensino Médio

20 biblioteca

9. Apêndices

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Contato

OrientadoraVanessa Goulart Dorneles - [email protected] Helena Moro Bins Ely

BolsistasAmarildo Marcos Soares Junior - [email protected] Morais Luiz - [email protected]

A fachada Norte é onde se implan-tou o acesso a instituição. Buscou-se garantir que o acesso principal e o pavimento térreo permanecessem em um mesmo nível, eliminando barreiras e garantindo um acesso, com autono-mia e segurança, a todos os alunos. Os demais pavimentos são acessa-dos por meio de uma escada e de uma plataforma elevatória que possibilita pessoas com diferentes habilidades freqüentar quaisquer ambientes na escola.As salas estão dispostas conforme cada etapa de ensino, desta manei-ra, propôs-se a progressão do ensino conforme os níveis da edifi-cação, das séries iniciais (1 a 4), no primeiro pavimento, ao ensino funda-mental (5 a 8) e ensino técnico (9 a 12), no último pavimento.

fachada norte

corte transversal: fachada norte

corte longitudinal: fachada sul


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9. Apêndices

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Ambiente x Educação: um projeto de Arquitetura Escolar para o Haiti

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Transcript of Ambiente x Educação: um projeto de Arquitetura Escolar para o Haiti