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FRONTEIRA POLÍTICA
• O Grande Norte abrangia largas faixas pouco povoadas adjacentes aos limites do Brasil com sete países vizinhos.– Fronteiras “mortas”: área de soberania formal, mas
não efetiva.– Finalidade: construir as bases para o exercício do
poder nacional nas faixas de fronteiras.
FRONTEIRA DEMOGRÁFICA
• O Grande Norte deveria ser povoado por excedentes populacionais gerados no Nordeste e no Centro-Sul.
• Eixos de orientação do povoamento para as “terras sem homens”:
•Rodovia Belém-Brasília.•Transamazônica.•Brasília - Porto Velho-Acre.•Cuiabá-Santarém.
FRONTEIRA DO CAPITAL
• O Grande Norte deveria atrair volumosos investimentos transnacionais voltados para a agropecuária, a mineração e a indústria.
• Coordenação: SUDAM• Meios: investimentos incentivados por recursos
públicos.– Renúncia tributária.– Empréstimos subsidiados.– Construção de infra-estrutura.
AMAZÔNIA LEGAL
As políticas voltadas para a “conquista” integraram a Amazônia às dinâmicas territoriais nacionais, comandadas pelo Centro-Sul.
Amazônia Bipartida
Amazônia Oriental
Amazônia Ocidental
Localização da ocupação:• Do sul até o norte de Tocantins.• Porções sul e oriental do Pará.• Oeste do Maranhão.
VETOR ORIENTALAMAZÔNIA LEGAL
Estruturado durante a década de 1960, em torno do eixo Brasília-Belém e estendido até o Maranhão.
Meios:•Exploração da Sa. dos Carajás.•Implantação da EF Carajás.•Implantação do Porto de Itaqui.•Construção da UHE de Tucuruí.
VETOR OCIDENTAL
AMAZÔNIA LEGALEstruturou-se na década de
1970, em torno do segmento sul da Porto Velho-Manaus (BR 319) e da Porto Velho-Acre (BR 364)
A criação e consolidação da ZFM transformou Manaus em importante pólo industrial e reforçou seus vínculos externos com os capitais e os mercados do Centro-Sul.
Em MT e em RO a colonização agrícola foi impulsionada por migrantes do Centro-Sul originando dezenas de novos núcleos urbanos
Amazônia Oriental
Modificação das paisagens naturais.
Principalmente no Mato Grosso.
Localização em torno:– Da Belém-Brasília,– Da E.F. Carajás.– EF Norte-Sul reforça
este eixo ligando o Brasil central ao porto do Maranhão.
Estados:Pará.Amapá.Mato Grosso.Tocantins.Oeste do Maranhão.
Devastação
Amazônia Oriental
• 1950: início das pesquisas minerais:U. S. Steel (Companhia Meridional de
Mineração): Manganês.Acordo Brasil-Washington (controlar as fontes de
matéria-prima industriais escassas).• 1967: Descoberta dos minérios da Serra dos Carajás
(geólogo Breno Augusto dos Santos).Diversos pedidos foram feitos ao Departamento
Nacional de Pesquisas Minerais (DNPM) despertaram suspeitas.
• 1970: A CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) e a U. S. Steel realizaram um consórcio para exploração dos minérios. Sete anos depois foi desfeito.
Amazônia Oriental
O PROGRAMA GRANDE CARAJÁS - PGC• Reorganização do leste do Pará e oeste do Maranhão.• Infra-estrutura construída:
EF Carajás (890 km)Porto de Itaqui (navios de até 280 mil toneladas).Hidrelétrica de Tucuruí (rio Tocantins).Atração de migrantes e o surgimento de diversos
núcleos urbanos.• Vila de Carajás: Company Town, abriga funcionários.• Paraupebas: abriga mão-de-obra temporária.• Estrutura urbana dupla: isolou o topo da serra, retendo
na parte de baixo os fluxos migratórios.• Povoado de Rio Verde: crescimento espontâneo (20 mil
hab.)
Amazônia Oriental
PROJETO FERRO-CARAJÁS
• Produção: 35 milhões de ton. de minério de ferro.• Destino: exportação.
Instalação de indústrias primárias de ferro-gusa e ferro-liga ao longo da ferrovia.
Núcleos industriais em Marabá e na Baixada Maranhense:
» Atração de mão-de-obra.» Poluição do ar e de rios.
Uso do carvão vegetal como combustível
Amazônia Oriental
O PROJETO DOS PÓLOS DE ALUMÍNIO• Localização dos pólos industriais:
• Barcarena - PA.• São Luís - MA.
• Energia: Usina Hidrelétrica de Tucuruí.• Empresa exploradora: Alcan (Canadá) desde 1966.• Localização da mina: Oriximiná, baixo vale do Rio
Trombetas-PA.• Consórcio criado em 1975:
Nome: Mineração Rio do Norte (MRN).• Participantes: CVRD (BR), Alcan (CAN), Billiton-
Shell Metals (RU e HOL.), Companhia Brasileira de Alumínio (Votorantim).
Amazônia Oriental
O PROJETO DOS PÓLOS DE ALUMÍNIO • Produção: 6 milhões de toneladas anuais de minérios.• Abrangência:
• Jazida.• Porto Fluvial no Rio Trombetas• Usina de beneficiamento, junto ao porto.
• Destino: Metalurgia do alumínio em Barcarena-PA.
Amazônia OrientalPROJETO JARI• Implantação: 1967 (Daniel Ludwig)• Área: 1,6 milhões de hectares.• Objetivo: integrar verticalmente atividades florestais,
agrícolas, minerais e industriais.• Vendido em 1980 para um grupo brasileiro.• Infra-estrutura:
• Aeroporto.• Porto fluvial no rio Jarí.• Rede viária própria (em torno de Almeirim-PA e
laranjal do Jarí-AP.• Empresas associadas:
• Companhia Florestal Monte Santo: silvicultura e celulose.
• Caulim da Amazônia: extração do caulim.• São Raimundo Agroindustrial: arroz (várzea) e búfalos
(campos inundados).
Amazônia Oriental
SERRA DO NAVIO• Localização: área central do Amapá.• Minério: Manganês, descobertas em 1950.• Empresa exploradora: ICOMI (Ind. Com. De Minérios
S.A.) = Consórcio entre Bethlehem Steel (EUA) e Grupo Azevedo Antunes.
• Infra-estrutura:E.F. Amapá.Porto de Santana.
• Cidadelas:Serra do Navio.Vila Amazonas, junto ao porto.
SERRA DO NAVIO• Situação atual: Mineração encerrada• Exportaram o minério de melhor teor.• Alto custo de exploração do minério restante e a queda
do preço motivaram a empresa a abandonar o consórcio.
• Trabalho atual da ICOMI: exploração de cromo na Mina de Vila Nova (Mazagão-AP).
Amazônia Oriental
Amazônia Oriental
Os grandes projetos da Amazônia Oriental organizaram-se econômica e geograficamente como enclaves.– Do ponto de vista econômico: exploração de matéria-
prima para exportação.– Do ponto de vista geográfico: configuram-se como
espaços isolados, servidos por redes viárias e núcleos urbanos especializados.
– Company Towns: cidades planejadas.– Vila de Carajás, Paraupebas, Oriximiná, no Pará.– Laranjal do Jarí, Serra do Navio e Vila Amazonas, no
Amapá.– Urbanização regional:– Inchaço das periferias.
Amazônia Oriental
• Urbanização regional: conseqüências:• Inchaço das periferias,• Favelização,• Precariedade dos serviços públicos e infra-
estrutura de saneamento básico.• Os enclaves funcionam como imãs, atraindo
excedentes populacionais, gerando depósitos de mão-de-obra barata. Crescimento desordenado no limiar das áreas protegidas.
• Rio Verde, junto a Paraupebas.• Beiradão do Jarí.
Amazônia Ocidental
Estados:– Amazonas.– Acre.– Rondônia.– Roraima.
Paisagem: Pouco modificada pela intervenção antrópica.
Metrópole regional: Manaus, situada na confluência dos rios Negro e Solimões.
Função da metrópole: industrial e comercial.
Amazônia Ocidental
Integração viária: • Através de Rondônia até Rio Branco, no Acre.• Áreas devastadas associadas à expansão agrícola.• Hidrovia do Rio Madeira.• BR-319 (se for recuperada).
Amazônia Ocidental
• No contexto das políticas territoriais do regime militar, Manaus tornou-se um enclave industrial localizado em pleno centro da Amazônia Ocidental.
• A criação da ZFM teve forte impacto sobre a organização do espaço amazonense.
• Empregos diretos e indiretos gerados pelo comércio e pela indústria provocaram intenso êxodo rural e um crescimento explosivo da capital.
• Manaus agregou à sua função tradicional de porto fluvial as funções de pólo industrial e comercial.
Amazônia Ocidental
• O esvaziamento demográfico das várzeas e decadência da pequena agricultura ribeirinha tradicional.
• Inchaço da periferia de Manaus.
Amazônia Ocidental1970: • Avanço da fronteira agrícola através do Mato
Grosso e sob influxo de projetos oficiais de colonização.
• A ocupação tumultuosa das terras que margeiam a BR-364, em Rondônia.
• Crescimento acelerado de Porto Velho, e núcleos instalados junto à rodovia, como Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná e Ariquemes.
• A concentração de terras provocou o êxodo rural.• Uma trama de conflitos fundiários passou a envolver
fazendeiros, posseiros e índios.
Amazônia Ocidental
• A fronteira agrícola moveu-se até o sul do Acre, acompanhando o eixo da BR-364.
• Nas cidades de Xapuri e Brasiléia as madeireiras chegaram aos seringais.
• Na década de 1990: a fronteira agrícola Brasília-Acre praticamente se esgotou.
• Descoberta de ouro em Roraima provocou migrações de garimpeiros:– Taxa de crescimento anual 9,6%.
OS NOVOS CAMINHOS PARA MANAUS
• A “corrida do ouro” para Roraima foi facilitada pelo asfaltamento da BR-174.
• Largas faixas de devastação surgiram próximo de Manaus.
• A construção da Usina Hidrelétrica de Balbina desfigurou a reserva indígena dos Waimiri Atroari (vale do rio Jauaperi).
• A BR-174 foi a primeira rodovia pavimentada a atingir Manaus.
• O novo eixo projeta a influência da ZFM para os países vizinhos, como a Venezuela e na Região do Caribe, ativando os fluxos de comércio do Brasil com as economias dessas áreas.
• O isolamento físico de Manaus vai ser rompido com a implantação da Hidrovia do Madeira e a futura recuperação da BR-174.– Objetiva criar um extenso corredor de exportação
para os produtos agrícolas de Rondônia e de Mato Grosso através do rio Madeira.
– O isolamento físico de Manaus vai ser rompido com a implantação da Hidrovia do Madeira e a futura recuperação da BR-174.
– Objetiva criar um extenso corredor de exportação para os produtos agrícolas de Rondônia e de Mato Grosso através do rio Madeira.
OS NOVOS CAMINHOS PARA MANAUS
– Através desse corredor a soja produzida em Mato Grosso chega ao mercado europeu a custos bem inferiores que àqueles proporcionados pelos portos de Paranaguá e Santos.
– Esse eixo em implantação tem inegável significado econômico, mas pode acarretar novos desastres ambientais.
– A fronteira agrícola de Rondônia já se moveu até Humaitá onde já se apresenta uma larga mancha de devastação da floresta e o avanço da agropecuária.
OS NOVOS CAMINHOS PARA MANAUS