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TREINAMENTO COM PESOS PARA HIPERTROFIA MUSCULAR NO COMBATE A SARCOPENIA EM IDOSOS Cuiabá 2018 ALZENY OLAZAR DO PRADO

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TREINAMENTO COM PESOS PARA HIPERTROFIA

MUSCULAR NO COMBATE A SARCOPENIA EM IDOSOS

Cuiabá

2018

ALZENY OLAZAR DO PRADO

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ALZENY OLAZAR DO PRADO

TREINAMENTO COM PESOS PARA HIPERTROFIA

MUSCULAR NO COMBATE A SARCOPENIA EM IDOSOS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado

a Universidade de Cuiabá - Unic, como

requisito parcial para obtenção do título de

Bacharel em Educação Física.

Orientador:

Cuiabá

2018

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................ 3

CAPÍTULO 1 - O ENVELHECIMENTO E SEUS FATORES BIOPSICOSSOCIAIS .... 4

1.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO .............................................................. 4

1.2 FATORES PSICOLÓGICOS E SOCIAS DA VELHICE ........................................ 5

1.3 FATORES BIOLÓGICOS DA VELHICE ............................................................... 6

CAPÍTULO 2 - ENVELHECIMENTO DO SISTEMA MUSCULO ESQUELÉTICO E

SUA RELAÇÃO COM EXERCÍCIOS FÍSICOS ............................................................. 9

2.1 NOÇÕES FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO ENVELHECIMENTO .. 9

2.1.1 Músculo esquelético e hipertrofia ................................................................... 10

2.2 ALTERAÇÕES MUSCULO ESQUELÉTICAS DECORRENTES DA VELHICE 12

2.3 SARCOPENIA: UMA AFECÇÃO RELACIONADA À VELHICE. ........................ 14

CAPÍTULO 3 - EFEITOS DO TREINAMENTO COM PESOS PARA HIPERTROFIA

MUSCULAR NO COMBATE A SARCOPENIA EM IDOSOS ..................................... 17

3.1 TREINAMENTO DE FORÇA: EFEITOS FISIOLÓGICOS E METABOLICOS... 17

3.2 TREINAMENTO DE FORÇA PARA IDOSOS: CONTEXTUALIZAÇÃO ............ 18

3.3 TREINAMENTO COM PESOS NO COMBATE À SARCOPENIA EM IDOSOS 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 24

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 25

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INTRODUÇÃO

O fenômeno do envelhecimento vem ocorrendo de modo progressivo na

população mundial. Sobre isto, Zaza e Chagas (2011) citam que as maiores causas

de limitações em idosos deve-se às doenças músculo esqueléticas, sobretudo a

sarcopenia; a qual segundo Barbosa (2007) caracteriza-se pela redução da massa

muscular, gerando atrofia muscular; sendo causa principal da diminuição da força;

acarretando a perda de equilíbrio e agilidade, e propiciando maior risco de quedas,

fraturas, incapacidade, dependência, hospitalização recorrente e mortalidade.

Por outro lado, falar em hipertrofia muscular, faz com que as pessoas se

remetam ao efeito estético proporcionado pela mesma, no entanto, o termo

hipertrofia se refere ao crescimento dos músculos e ao aumento da massa e força

do organismo. No entanto, segundo Bucci et al. (2005) o treinamento com pesos

(musculação) é muito utilizado, pois por meio da hipertrofia muscular, propriamente

dita, há vários benefícios como: aumento da força muscular, devido as adaptações

neurais, modificações morfológicas, neuromusculares e fisiológicas.

Trata-se de um tema relevante, e muito discutido na sociedade científica, pois

vários estudos destacam os benefícios da prática de atividades físicas a indivíduos

idosos, especialmente exercícios resistidos, pois têm capacidade de diminuir os

efeitos negativos da sarcopenia sobre aspectos neuromusculares, diminuindo e até

revertendo à fragilidade física (SILVA et al., 2006; BARBOSA, 2007). Mas, a prática

de treinamento com pesos, em idosos, pode combater à perda de massa muscular e

proporcionar ganho de força e potencial muscular?

O objetivo geral do estudo é caracterizar e discutir as efeitos do treinamento

com pesos para a hipertrofia muscular em individuos da terceira idade, visando

minimizar os efeitos da sarconepia. Tendo como objetivos específicos divulgar o que

a literatura científica expõe sobre o treinamento resistido para idosos; apontar como

a modalidade permite hipertrofia e manutenção da força muscular; e, entender como

o treinamento com pesos pode combater a sarcopenia nesse grupo etário.

Do ponto de vista metodológico, se constitui de uma pesquisa indireta, por

meio de pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (2008), visa conhecer formas

distintas das diversas contribuições científicas sobre determinada temática ou fato. E

apoiado no uso de referências teóricas publicadas, para análise e discussão da

temática abordada; o estudo tem uma abordagem qualitativa de caráter descritivo.

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CAPÍTULO 1 - O ENVELHECIMENTO E SEUS FATORES BIOPSICOSSOCIAIS

1.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

A qualificação de um indivíduo como senil, segundo Schineider e Irigaray

(2008), geralmente é dada quando o mesmo passa a ter lapsos de memória,

apresenta dificuldade de aprendizado, assim como falhas de atenção, orientação e

concentração. Todavia, de acordo com o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2013),

caracteriza-se como idoso, o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos.

Para Pinto (2009), a velhice é identificada por uma sequencia de processos e

transformações biopsicossociais, ocorridas no decorrer da existência. Dentro deste

panorama, Fechine e Trompieri (2012, p. 107), discorrem que "o ser humano como

um todo sempre se preocupou com o envelhecimento, encarando-o de formas

diferentes". Na visão destes autores,

"Alguns o caracterizaram como uma diminuição geral das capacidades da vida diária, outros o consideram como um período de crescente vulnerabilidade e de cada vez maior dependência no seio familiar. Outros, ainda, veneram a velhice como o ponto mais alto da sabedoria, bom senso e serenidade". (FECHINE; TROMPIERI, 2012, p. 107).

Nas últimas décadas nos países desenvolvidos, bem como nos países em

desenvolvimento, o envelhecimento tornou-se um fenômeno global (MARTINS et al.,

2007). Esta parcela da população tem aumentado expressivamente em virtude do

decrescimo geral da mortalidade e diminuição abrupta da fecundidade; assim como

devido aos grandes avanços da medicina e tecnologia, o que também contribue para

o aumento da longevidade (AOKI, 2010).

Cavalcanti et al. (2010) citam que o aumento desta população, veio seguido

de alterações socioeconômicas propiciando melhor condição de vida, e os

progressos no campo da saúde concederam prevenção a doenças e tratamento

prematuro de indivíduos enfermos. Para Aoki (2010) e Aguiar et al. (2014) a situação

causou certa inquietação em vários profissionais, englobando os profissionais da

Educação Física, no tocante ao bem-estar e qualidade de vida destes indivíduos.

Em suma, a velhice pode ser definida como a soma das diversas alterações

biológicas, psicológicas e sociais, que são alcançadas após a idade adulta, e que

por sua vez, ultrapassa a idade de desempenho máximo; assim levando a uma

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redução gradual do desempenho psicofísico do indivíduo (ARGENTO, 2010). Assim,

o envelhecimento, pode ser visto sobre óticas distintas, em seus aspectos sociais,

psicológicos e biológicos, porém devem ser trabalhados ao mesmo tempo.

1.2 FATORES PSICOLÓGICOS E SOCIAS DA VELHICE

De acordo com Barbosa (2007) inúmeros estudos médicos elencam como

características do envelhecimento psicológico o déficit cognitivo; a deteriorização da

memória; o baixo nível de tolerância, a insegurança, bem como a completa falta de

ânimo e atenção, e ainda o estreitamento da afetividade, que confere ao indivíduo

estado de isolamento. Neste sentido Schneider e Irigaray (2008), destacam que,

"A idade psicológica pode também ser definida pelos padrões de comportamento adquiridos e mantidos ao longo da vida e tem uma influência direta na forma como as pessoas envelhecem. O envelhecimento é resultado de uma construção que o indivíduo fez durante toda a vida". (SCHNEIDER E IRIGARAY, 2008, p. 351).

Lima, Santos e Duarte (2012) ressaltam que a aceitação do indivíduo sobre

seu envelhecimento, são questões de cunho psicológico que às vezes originam

atitudes hostis, visto que não é fácil aceitar que não se consegue fazer determinadas

coisas do mesmo modo que se fazia antes. Tais questões devem ser trabalhadas,

pois são as principais causas de isolamento, sentimento de rejeição e depressão.

Na concepção de Schneider e Irigaray (2008), na velhice o equilíbrio

psicológico se torna muito mais difícil, pois no decorrer da vida indivíduo se

acentuam suas diferenças individuais, quer pela aquisição de um sistema de

reivindicações e desejos ou ainda pela fixação de estratégias de comportamento.

Assim, para estes autores,

"Felizmente, na maioria das vezes, o declínio no funcionamento cognitivo é provocado pelo desuso (falta de prática), doenças (como depressão), fatores comportamentais (como consumo de álcool e medicamentos), fatores psicológicos (por exemplo, falta de motivação, de confiança e baixas expectativas) e fatores sociais (como a solidão e o isolamento), mais do que o envelhecimento em si". (SCHNEIDER; IRIGARAY, 2008, p. 591).

Socialmente, de acordo com Schneider e Irigaray (2008) um indivíduo

configura-se como idoso a partir do momento em que o mesmo deixa o mercado de

trabalho, isto é, quando se aposenta; assim deixando de ser economicamente ativo.

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Portanto, na perspectiva destes autores, entende-se como envelhecimento social, o

processo de mudanças de papéis sociais, esperadas dos idosos, como certos

comportamentos definidos a estes pela sociedade.

Segundo Pinto (2009), a população idosa no mundo é composta por aqueles

indivíduos que construíram e viveram diversos momentos de conquistas históricas, e

que estiveram na condição de trabalhadores vinculados ao mercado formal e ao

sistema previdenciário, entre as décadas de 30 e 80. Para este autor, o idoso de

hoje é o mesmo que deixou o meio rural em busca de novas conquistas; e aqueles

que dependem do sistema previdenciário, a realidade não é animadora.

Atualmente, observa-se que para a maioria dos idosos a questão econômica

gera um estado de insegurança, de medo e inadaptações (ARGENTO, 2010).

Todavia, o bem-estar na idade avançada depende, em grande parte, das

possibilidades que o mesmo tem em levar um estilo de vida sadio, com promoção da

saúde e educação contínua, bem como com o desenvolvimento de atitudes e

hábitos que propiciem qualidade de vida (MARTINS et al., 2007).

Por outro lado Schneider e Irigaray (2008) citam que para alguns idosos a

aposentadoria deixou de ser um momento de descanso e recolhimento, tornando-se

um período de atividade e lazer. Para alguns a aposentadoria pode significar o

desengajamento da vida social e, para outros, o início de uma vida social prazerosa,

composta por atividades e lazer.

1.3 FATORES BIOLÓGICOS DA VELHICE

O envelhecimento é um processo biológico e natural que, segundo Barbosa

(2007), ocorre devido a uma série de transformações no corpo do indivíduo;

acompanhado por perdas funcionais em todos ou quase todos os sistemas

orgânicos. Fechine e Trompieri (2012) explicam que com o avanço da idade o

indivíduo vai perdendo suas capacidades motoras, como: diminuição da flexibilidade,

agilidade, coordenação, equilíbrio; ainda podendo surgir determinadas doenças.

Deste modo, pode-se comparar o organismo do ser humano com uma

máquina que como o passar dos anos de uso, vai se desgastando. Berres e

Bagnara (2011) explicam que o envelhecimento biológico é caracterizado por várias

alterações morfológicas e funcionais dos órgãos e dos tecidos do organismo. Para

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Guyton e Hall (2006) as alterações ocorrem de forma sistêmica e simultânea nos

sistemas nervoso, muscular, circulatório, respiratório e sistema esquelético.

Pinto (2009) destaca a redução da acuidade auditiva e visual; como algumas

das principais alterações fisiológicas ocorridas na velhice. Aoki (2010) cita a redução

da elasticidade ao choque, da capacidade de coordenação e habilidade; e Barbosa

(2007) comenta a presença de varizes; fadigas e vertigens; o surgimento de

osteoporose e hipocalcemia, e ainda moléstias infecciosas agudas, como

cardiomegalia1, aneurisma e embolias; trombo flebite2; isquemia cerebral3.

Outra questão relevante segundo McArdle; Katch e Katch (2016) é o aumento

da gordura corporal, com o avanço da idade, devido às perdas hídricas, do consumo

basal de oxigênio, e baixa taxa de absorção de calorias. Para Cavalcanti et al.

(2010) esses fatores são as principais causas de sobrepeso e obesidade em idosos,

acarretando desordens metabólicas e doenças cardiovasculares crônicas.

No Brasil, segundo Pereira e Okuma (2009), a partir da metade do século XX,

o principal impacto no setor da saúde foi causado pelo aumento da população idosa.

Para Albino et al. (2012) isto deve-se ao fato de que nesta faixa etária ocorrem

também diversas alterações no aparelho locomotor, especificamente no sistema

músculo esquelético, afetando a capacidade de coordenação, de equilíbrio, dos

reflexos posturais, e a velocidade de transmissão do impulso nervoso.

Surgem então, as doenças músculo esqueléticas como a osteoporose,

osteoartrite, osteoartrose, fibromialgia (OWADA, 2005; BARBOSA, 2007; PINTO,

2009; ANDRADE; FERNANDES, 2011), e em especial a sarcopenia (BUCCI et al.,

2005; SILVA et al., 2006; BARBOSA, 2007; AOKI, 2010). Diante disto o idoso passa

responder com uma maior lentidão, e de forma menos eficaz às alterações

ambientais, o que o torna expressivamente vulnerável (ALBINO et al., 2012).

As doenças músculo esqueléticas aumentam abruptamente os riscos de

quedas, tornando muito mais difícil a realização das tarefas mais simples do

cotidiano, como tomar banho, vestir, abaixar, levantar, subir ou descer degraus.

Segundo Zaza e Chagas (2011) as limitações que tais moléstias causam, motivaram

atenção especial do Ministério da Saúde por meio de várias publicações visando

1 Doença é caracterizada pela hipertrofia do coração que geralmente acontece em consequência de

hipertensão arterial ou doenças coronárias (GUYTON; HALL, 2006). 2 Inflamação de uma ou mais veias causada por um coágulo sanguíneo, que geralmente acontece

nas pernas ou em outras partes inferiores do corpo (GUYTON; HALL, 2006). 3 Diminuição ou suspensão localizada da irrigação sanguínea ao cérebro, ocasionada por obstrução

arterial ou por vasoconstrição, e que causa dano cerebral irreversível (GUYTON; HALL, 2006).

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auxiliar profissionais de saúde na prevenção, diagnóstico, tratamento e na

reabilitação destas afecções em idosos.

Diante disto, e com base em várias pesquisas científicas, acredita-se que a

melhor alternativa para qualquer indivíduo, e especialmente para indivíduos em

idade mais avançada é a busca pela realização de um programa de atividades

físicas, de forma que se consiga ao longo do tempo os efeitos benéficos não apenas

na massa e força muscular, mas também para controle de diversos outros fatores

relacionados à doenças crônicas não transmissíveis.

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CAPÍTULO 2 - ENVELHECIMENTO DO SISTEMA MUSCULO ESQUELÉTICO E

SUA RELAÇÃO COM EXERCÍCIOS FÍSICOS

2.1 NOÇÕES FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO ENVELHECIMENTO

Exercícios físicos trazem alterações internas e externas, abrangendo todo o

corpo humano, e tais efeitos são consequentes de adaptações morfológicas e

funcionais induzidas pela regularidade desta prática. Santarém (2007) cita que a

prática de exercícios visa prevenção, tratamento e reabilitação de doenças e

deformidades, além de promover maior disposição para atividades diárias, como

trabalho, lazer e esporte, e estímulo à estética corporal e bem-estar psicológico.

Dentro deste contexto, Berres e Bagnara (2011), enfatizam que;

"A Educação Física Gerontológica, torna-se fundamental na aceitação desse processo, pois utiliza-se de treinamento físico que auxiliem no processo de envelhecimento, reduzindo as perdas funcionais, abalos cognitivos e psicológicos, tornando o indivíduo resistente, capaz de caminhar e subir escadas, apresentar força para carregar sacolas, enfim realizar as atividades da vida diária sem qualquer prejuízo ou esforço". (BERRES; BAGNARA, 2011, p. 1).

Civinski ; Montibeller e Braz (2011) comentam que há benefícios fisiológicos

imediatos da prática de exercícios como: a regularização dos níveis de glicose

sanguínea, de adrenalina e noradrenalina, bem como qualidade do sono. Ademais,

Mazo; Lopes e Benedetti (2009) citam benefícios a longo prazo, como a capacidade

aeróbia e anaeróbia, flexibilidade, resistência, potência e fortalecimento muscular,

equilíbrio, coordenação e velocidade de movimento, redução da incidência de

doenças músculo esqueléticas, cardiovasculares e metabólicas.

Pinto (2009) e Cavalcanti et al. (2010) comentam que pesquisas indicam que

populações fisicamente ativas têm menor incidência de inúmeras doenças e

situações patogênicas, como: hipertensão arterial, obesidade, diabetes mellitus,

dislipidemia, osteoporose, sarcopenia, e ainda ansiedade e depressão. Como efeito

disto, Albino et al. (2012), cita que se nota também uma redução na ocorrência de

aterosclerose, doença coronariana, cérebro-vascular e vascular periférica.

Laureano-Filho (2014) destaca uma redução no período de convalescência

devido à fraturas ósseas e incapacidade física grave, assim também reduzindo a

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mortalidade por infecções pulmonares e tromboembolismo4. Segundo, Aoki (2010) e

Bucci et al. (2005) há ainda evidências de que a prática moderada e monitorada de

exercícios em idosos, melhora e previne desconfortos músculo-esqueléticos.

Assim, praticar exercícios físicos regularmente desempenha um importante

papel na prevenção, conservação e recuperação da capacidade funcional de

indivíduos idosos. E, dentro deste panorama, compreende-se a atitude de todos os

profissionais de saúde ao estimularem a prática de atividades físicas em

absolutamente todas as faixas etárias.

Portanto, para a população idosa, o condicionamento físico é de suma

importância para manter independência em seu próprio lar, e realizar atividades

corriqueiras, sociais e da vida diária. Sobretudo, acordo com Santarem (2007), os

exercícios devem ser adequadamente prescritos e orientados por profissionais

devidamente habilitados, e seguidos de forma correta.

E sobre isto, McArdle, Katch e Katch (2016) afirmam que;

"Apesar da idade, os idosos podem ser rápidos e ainda possuir muitas características presentes em pessoas mais jovens. Portanto, poderia argumentar-se que uma aptidão física aprimorada retarda o envelhecimento e confere proteção em termos de saúde e possível longevidade... a maior parte das evidências mostra que o exercícios físico regular retarda o declínio da capacidade funcional associada ao envelhecimento e ao desuso". (McARDLE, KATCH; KATCH, 2016, p. 907)

O processo de envelhecimento, obviamente não irá cessar, mas certamente

auxiliará a retardar o surgimento de algumas complicações, assim refletindo de

forma positiva na saúde, e por consequência no bem estar do idoso, e incidindo em

sua qualidade de vida, haja vista que certas atividades se tornam quase impossíveis

pela perda da capacidade física do processo de envelhecimento.

2.1.1 Músculo esquelético e hipertrofia

O tecido muscular esquelético é encontrado em abundância no corpo

humano; sendo assim chamado devido à relação estreita que mantém com o

esqueleto, situando-se nas suas adjacências e tendo como principal função

movimentar os ossos do esqueleto (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). A função do

4 Migração de um ou mais coágulos das veias sistêmicas para o leito vascular pulmonar, assim

obstruindo a artéria pulmonar ou um de seus ramos por um trombo originário na maioria das vezes do território venoso ou, mais raramente, do átrio direito (GUYTON e HALL, 2006).

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músculo esquelético depende exclusivamente de atividade proprioceptiva5 intacta,

inervação motora, carga mecânica e mobilidade articular (GUYTON e HALL, 2006).

Porém, as fibras musculares não proliferam, e o único modo de aumentar o

tecido muscular é elevando a espessura das mesmas, e isto ocorre por meio do

surgimento de novas miofibrilas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). O estresse

mecânico ocasionado pelo exercício intenso, ativa a expressão do RNA mensageiro

(RNAm) e síntese protéica muscular (WILMORE; COSTILL; KENNEDY, 2013); estas

proteínas, sobretudo actina e miosina, são as estruturas contráteis do músculo,

essenciais para que as fibras produzam mais miofibrilas (GUYTON e HALL, 2006).

As células musculares são é multinucleadas, entretanto seus núcleos não se

proliferam, sendo necessária a fusão de núcleos advindos de outras células com a

fibra muscular (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). As células responsáveis por esta

fusão, são denominadas de células satélites6, e se situam entre a lâmina basal e o

sarcolema das fibras musculares possuindo o mesmo tamanho do núcleo da célula

muscular (BUCCI et al., 2005; MONTEZEL, 2009).

Por outro lado, as células satélites possuem um núcleo com grande

capacidade de proliferação em resposta a estímulos como crescimento,

remodelação ou trauma elas são ativadas uma vez que permanecem em estado de

quiescência (OWADA, 2005; MONTEZEL, 2009). Ressalta-se ainda, que tais células

são células-tronco e portanto desempenham um papel importante no processo de

regeneração muscular (MERLIN; KURA; BERTOLIN, 2013).

Sendo assim, as microlesões ocasionadas pelo exercício intenso no músculo

esquelético atraem as células satélites, as quais se fundem e dividem seu núcleo

com às fibras musculares existentes; ou se fundem a células satélite adjacentes

gerando novas fibras musculares, assim dando suporte para síntese de mais

proteínas contráteis (MONTEZEL, 2009; McARDLE; KATCH; KATCH, 2016).

No entanto, o número de novos núcleos é bem maior que o necessário para

preencher o espaço deixado pelas microlesões, deste modo a fibra muscular produz

um número maior de miofibrilas, resultando na hipertrofia muscular (WILMORE;

COSTILL; KENNEDY, 2013). Portanto, a hipertrofia muscular pode ser induzida por

5 Termo usado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, posição e

orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem uso da visão, também denominado de cinestesia (McARDLE; KATCH; KATCH, 2016).

6 As células satélite foram inicialmente observadas em 1961 por Alexander Mauro, em fibras do músculo tibial de rãs, com um microscópio eletrônico, sendo assim denominadas por sua localização anatômica na periferia de fibras musculares multinucleadas adultas (MONTEZEL, 2009).

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treinamento de força, pela ativação e proliferação de células satélite, e posterior

quimiotaxia e fusão às fibras musculares pré-existentes (MONTEZEL, 2009).

Há dois tipos de hipertrofia, a aguda e a crônica. Segundo Mazo; Lopes e

Benedetti (2009), a hipertrofia aguda, é sarcoplasmática e transitória, podendo ser

considerada como um aumento do volume muscular no decorrer de uma sessão de

treino, devido a acumulação de líquido nos espaços intersticial e intracelular do

músculo; ou ainda, de acordo com Bucci et al (2005) pelo aumento no volume de

líquido e conteúdo do glicogênio muscular no sarcoplasma.

Em contrapartida, a hipertrofia crônica segundo Owada (2005) ocorre devido

a um longo período de treinamento de força, estando diretamente ligada às

alterações na área transversa muscular. De acordo com Fleck e Kraemer, (2017),

pode-se considerar também o acréscimo de miofibrilas, de filamentos actina-miosina,

conteúdo sarcoplasmático, tecido conjuntivo ou todos estes fatores combinados.

2.2 ALTERAÇÕES MUSCULO ESQUELÉTICAS DECORRENTES DA VELHICE

O tecido biológico mais mutável é o tecido muscular, o qual responde às

demandas normais ou alteradas dependendo de adaptações morfológicas e

funcionais do corpo humano (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). Porém, com o

passar dos anos todos os sistemas do corpo humano sofrem várias modificações, e

o primeiro a afetado é o sistema locomotor; sendo ainda que o tecido músculo

esquelético7 é o que mais sofre alterações com o processo de envelhecimento.

Neste sentido, Bucci et al. (2005); Mazo; Lopes e Benedetti (2009) inferem

que a força muscular máxima em homens e mulheres atinge seu auge entre os 35

anos de idade; e a partir daí, passa a reduzir progressivamente. Segundo Lacourt e

Marini (2006), após os 50 anos a taxa de progressão de redução da força se dá em

torno de 8 a 15% por década, e tanto homens quanto mulheres exibem o mesmo

padrão de diminuição da força durante o envelhecimento.

Para Fleck e Kraemer (2017), em condições normais, o desempenho da

força exibe o seu ápice entre 20 e 30 anos, após esse período continua

relativamente estável ou diminui rapidamente durante os 20 anos subsequentes. E,

7 Macroscopicamente o tecido muscular esquelético é formado por uma estrutura central, o ventre

muscular, com capacidade de contrair quando estimulada, nas suas extremidades encontram-se os tendões, em conjunto ventre e tendão formam um musculoesquelético (GUYTON; HALL, 2006).

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a partir aos 60 anos de idade, ocorre uma diminuição de força muscular mais brusca

em todos os indivíduos, sendo que em mulheres esta redução é mais drástica.

Santana et al. (2013) citam que cerca de 50% da massa muscular do ser

humano, diminui entre os vinte e os noventa anos e o número de fibras musculares

no idoso é em torno de 20% menor que no adulto. Albuquerque e Cunha (2015)

destacam que um declínio maior da força ocorre entre os 50 e 60 anos de idade;

essa redução se deve à perda da massa magra devido ao declínio do número de

fibras e/ou redução na área de seção transversal8 das fibras musculares.

Dentre as alterações músculo esqueléticas mais comuns e perceptíveis, em

idosos, pode-se citar a redução na amplitude dos movimentos, como os movimentos

dos braços que ao perderem amplitude, tendem a se manter mais próximos do

corpo, e ; ainda a marcha característica é substituída por passos curtos e mais

lentos; e, não raro, pelo arrastar dos pés (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2009).

Segundo Junqueira e Carneiro (2013); Laureano-Filho (2014), as primeiras

alterações que aparecem no sistema músculo-esquelético são a diminuição da

camada de tecido ósseo compacto e de trabéculas no tecido ósseo esponjoso, o que

também diminui o número de atividade dos osteócitos, aparecendo alterações nas

estruturas dos discos intervertebrais e na junção mioneural (placa motora).

Para Lacourt e Marini (2006), há ainda um decréscimo no número dos

motoneurônios alfa9 e desenervação de parte das fibras musculares, decorrentes da

degeneração da placa motora, causando diminuição do número e comprimento dos

sarcômeros, com os anos. Segundo Aoki (2010) as fibras musculares perdidas são

substituídas por tecido conjuntivo, aumentando o colágeno intersticial no músculo;

alterando as propriedades e a proporção relativa dos elementos deste tecido.

Neste sentido, Barbosa (2007); Albuquerque e Cunha (2015) elucidam que,

em idosos, a prevalência da atrofia muscular ocorre em virtude de uma redução dos

neurônios motores acarretando um maior decréscimo nas fibras tipo II; e com isto há

uma redução na força muscular, caracterizada pela diminuição na propriedade

contrátil intrínseca das fibras e habilidade de ativação neural reduzidas.

De acordo com Pícoli; Figueiredo e Patrizzi (2011),

8 A área de seção transversal fisiológica do músculo ativo dará uma indicação da força de tração

máxima que um músculo é capaz de produzir, mas é dependente do comprimento do músculo durante a contração (SANTANA et al., 2013).

9 Neurônios específicos que originam as fibras nervosas que inervam as grandes fibras musculares esqueléticas (McARDLE; KATCH; KATCH, 2016).

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"Com o passar dos anos, as fibras de contração rápida ou do tipo II vão diminuindo em número e volume e as fibras de contração lenta ou do tipo I também diminuem, mas em menor proporção que as primeiras. Esse fato talvez explique a menor velocidade que se observa nos movimentos do idoso". (PÍCOLI; FIGUEIREDO; PATRIZZI, 2011, p. 16).

Devido a todas estas alterações, há perda muscular intensa e progressiva, assim

como uma fraqueza muscular progressiva; e por isso o idoso tende a posturas viciosas,

compensatórias e irregulares (MERLIN; KURA; BERTOLIN, 2013), impondo um

agravamento crescente às estruturas do aparelho locomotor, levando à lentidão dos

movimentos, e da marcha e perda de equilíbrio, induzindo a uma maior tendência a quedas

e fraturas (BARBOSA, 2007; McARDLE; KATCH; KATCH, 2016).

Em síntese, as alterações ocorridas no sistema músculo esquelético estão

diretamente relacionadas com a perda ou diminuição funcional, refletindo no

metabolismo basal, nas funções renais, cardíacas e pulmonares e na capacidade

vital. Sendo estas, consideradas as principais modificações morfofuncionais

responsáveis pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional no decorrer

do processo de envelhecimento.

2.3 SARCOPENIA: UMA AFECÇÃO RELACIONADA À VELHICE.

A sarcopenia pode ser definida, de um modo simplificado, como a perda de

massa magra e de força muscular decorrente do processo de envelhecimento, e por

consequência ocasionando atrofia muscular, ao longo do tempo. Segundo Ishizuka

(2003) e Pícoli, Figueiredo e Patrizzi (2011), esta doença estabelece seus sintomas

principalmente em indivíduos fisicamente inativos, no entanto também é vista em

sujeitos que permanecem fisicamente ativos ao longo de suas vidas.

Segundo Aoki (2010) o termo sarcopenia, é originário do "grego: sarco ou

músculo e penia ou perda" (p. 16), e foi indicado em 1989, pelo neurocientista Irwin

Rosenberg10, que na época já demonstrava grande preocupação com a perda da

massa magra e seus riscos na vida da população idosa, alertando inclusive, para a

necessidade de estudos acerca da relação deste declínio e exercícios físicos.

Conforme explicam Silva et al. (2006); Bucci et al. (2005); e Santana et al.

(2013) esta patologia leva a um aumento da deterioração física; e passou a ser uma

10 Doutor Irwin Harold Rosenberg, é cientista sênior do laboratório de Neurociência e Envelhecimento na Escola de Medicina da Universidade Tufts, e em 1989, foi o pioneiro a utilizar o termo sarcopenia para descrever essa perda muscular esquelética (SILVA et al. 2006; AOKI, 2010).

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das variáveis utilizadas para determinar a síndrome de fragilidade em idosos,

causando perda de agilidade e principalmente equilíbrio, e assim conferindo

aumento no risco de quedas e fraturas, contribuindo para a perda da independência

e autonomia, assim como depressão, hospitalização recorrente e mortalidade.

Por ser comum do envelhecimento, a afecção ocasiona decréscimos, que

afetam as habilidades do idoso em responder a situações que tenham necessidade

de recobrar o equilíbrio, pois há redução na capacidade de executar movimentos

rápidos nas articulações (BARBOSA, 2007; AOKI, 2010), além de causar lentidão de

respostas efetoras, redução da capacidade funcional, alterações de marcha, perda

de resistência à fadiga e amplitude de movimento; por isso está vinculada ao

aumento de quedas nessa população (ISHIZUKA, 2003; ALBINO et al, 2012).

Segundo Pícoli, Figueiredo e Patrizzi (2011), estudos apontam que aspectos

distintos contribuem para surgimento da doença, incluindo alterações hormonais,

perda de neurônios motores, nutrição inadequada, inatividade física e baixo grau de

inflamação crônica; resultando em perda muscular de cerca de 1-2% ao ano, a partir

dos 50 anos. Bernardi, Reis e Lopes (2008) citam que há "prevalência de 22,6% em

mulheres, e 26,8% em homens, até os sessenta e cinco anos de idade e após os

oitenta, estes valores alteram-se para 31,0% e 52,9%, respectivamente" (p. 201).

O diagnóstico da doença é feito por meio de exames permitam visualizar a

parte interna do corpo, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e

radiografia. Todavia, Silva et al. (2006) cita que atualmente, a densitometria óssea

de corpo total, tornou-se o meio mais utilizado, assim podendo-se fazer uma

avaliação completa da composição corporal (óssea, muscular e adiposa).

A inatividade física parece ser um dos principais fatores que contribuem para

a sarcopenia relacionada ao processo de envelhecimento (OWADA, 2005;

ARGENTO, 2010). Portanto, além do fator idade avançada, há ainda múltiplos

fatores que inter-relacionados contribuem para o surgimento, bem como a

progressão da sarcopenia (SILVA et al., 2006; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

Silva et al. (2006) destaca que para um expressivo número de especialistas,

a sarcopenia tem caráter reversível. Para Barbosa (2007); Argento (2010); Andrade

e Fernandes (2011); Laureano-Filho (2014) e Aguiar et al. (2014) o desenvolvimento

e o progresso da patologia pode ser detido com a prática regular de atividades

físicas, alimentação balanceada, e; no caso de idosos suplementação mineral.

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Segundo Owada (2005); Lacourt e Marini (2006); Aoki (2010); Siqueira-Filho

(2012) a prática de exercícios de resistência é a intervenção mais efetiva para

aumentar a massa e força muscular em idosos. Pois, conforme elucidam Bucci et al.

(2005); Albino et al. (2012); Mariano et al. (2013); o processo de reversão da

sarcopenia está diretamente relacionado ao desempenho musculoesquelético e ao

potencial papel da reabilitação na restauração da capacidade física.

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CAPÍTULO 3 - EFEITOS DO TREINAMENTO COM PESOS PARA HIPERTROFIA

MUSCULAR NO COMBATE A SARCOPENIA EM IDOSOS

3.1 TREINAMENTO DE FORÇA: EFEITOS FISIOLÓGICOS E METABOLICOS

O sistema nervoso central, é que controla toda a função muscular sendo

constituído por inúmeros neurônios, os quais são compostos por: dendrito, corpo

celular e axônio (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013). As informações são recebidas

nos dendritos por impulsos nervosos de outros neurônios; a informação é transmitida

como impulso nervoso para o corpo celular do neurônio, e então é processada

algumas vezes, e alterada por outros neurônios (GUYTON; HALL, 2006).

A fixação do axônio de um neurônio motor em uma fibra muscular

esquelética denomina-se de terminação motora ou junção neuromuscular

(BAECHLE; WESTCOTT, 2013). O axônio, por sua vez é recoberto pela bainha de

mielina, uma substância branca rica em lipídeos, produzida pelas células de

Schwann; e que auxilia no isolamento elétrico do impulso nervoso, evitando assim,

que ele seja transmitido para os axônios adjacentes (GUYTON; HALL, 2006).

Contudo, os neurônios podem ser sensoriais ou motores. Segundo Mazo;

Lopes e Benedetti (2009) os sensoriais dirigem o impulso dos receptores periféricos

ao sistema nervoso central, e os motores conduzem o impulso do sistema nervoso

central até a junção neuromuscular. E, conforme McArdle; Katch e Katch (2016)

explicam a unidade motora é a unidade funcional da atividade muscular sob controle

neuronal, inervada pelos motoneuronios alfa (α) ou motoneurônios gama (γ).

As fibras extrafusais são inervadas pelos motoneurônios alfa; enquanto que

os motoneurônios gama inervam as fibras intrafusais especializadas, integrantes dos

fusos musculares (WILMORE; COSTILL; KENNEDY, 2013). Em contrapartida, os

fusos musculares são receptores do estiramento e detectores de variações de

comprimento muscular ao passo que, as fibras extrafusais são incumbidas da

contração ou relaxamento muscular (McARDLE; KATCH; KATCH, 2016).

Neste contexto, a estimulação dos neurônios é que inicia o processo de

contração muscular, e cada unidade motora possui determinado número de fibras

musculares (GUYTON; HALL, 2006). Deste modo, o maior número de fibras

musculares capazes de se contrair em um mesmo período de tempo, consegue

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promover uma maior capacidade de produzir força no músculo o qual está envolvido

no movimento (WILMORE; COSTILL; KENNEDY, 2013).

O recrutamento da unidade motora é essencial para execução de exercícios

de força, visto que a demanda depositada sobre o músculo é que decide a

quantidade de tecido muscular a ser acionado para execução do movimento

(FLECK; KRAEMER, 2017). É por isso que exercícios resistidos promovem a perda

de peso, acarretando diversas alterações metabólicas vantajosas para as

comorbidades comuns da velhice, podendo reduzir o tecido gorduroso corporal.

A preservação do tecido muscular é auxiliada com treinamento de força, pois

segundo Bucci et al. (2005) o padrão metabólico é amplificado, tendo-se menos

gordura11 à medida que se envelhece; e um aumento no metabolismo de absorção

da glicose pelo músculo, reduzindo a possibilidade de se desenvolver diabetes tipo

II. Para Barbosa (2007), exercícios resistidos aumentam tanto a massa muscular

quanto a atividade deste tecido, passando a produzir um padrão metabólico

acelerado e maior gasto de energia, assim reduzindo acúmulo de gordura.

Com a idade, os ligamentos vão fibrosando e as articulações, em especial

dos membros inferiores e coluna vertebral, sofrem uma degeneração progressiva

dos anos de desgaste, diminuindo a amplitude articular, e aumentando o risco de

lesões osteo-articulares (FECHINE; TROMPIERI, 2012). Neste sentido, exercícios

de força auxiliam o desenvolvimento articular e ósseo, reduzindo o processo

degenerativo, e diminuindo a intensidade de esforço para realizar tarefas rotineiras.

3.2 TREINAMENTO DE FORÇA PARA IDOSOS: CONTEXTUALIZAÇÃO

No decorrer da história da humanidade, as atividades físicas foram sempre

presentes; destacando sua grande importância e seus benefícios associados a uma

dieta adequada e hábitos saudáveis. Segundo Mazo; Lopes e Benedetti (2009), o

treinamento de força aumenta a musculatura, diminui a gordura corporal, resultando

em um peso corporal menor e em uma constituição física mais saudável.

A prática de exercícios físicos, para o idoso, de uma forma geral só resulta

em ações benéficas. Independente de sua origem ou natureza, quaisquer tipo de

atividade física, beneficia o idoso nos aspectos físicos, sociais e psicológicos. Neste

11 O sobrepeso tem sido alvo de extrema preocupação por parte da comunidade cientifica mundial relacionada à saúde e qualidade de vida da população idosa (CAVALCANTI et al., 2011).

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sentido, Bernardi, Reis e Lopes (2008); citam que uma modalidade específica de

atividade física vem ganhando mais espaço com o público idoso, são os exercícios

de força, também conhecidos como exercícios resistidos ou musculação.

Na vida adulta cerca de 2,3 a 3,1 Kg de tecido muscular são perdidos a cada

década, caso o indivíduos não pratique exercícios físicos, e; esta perda muscular

progressiva é responsável pela ação reduzida e menor uso de calorias (BAECHLE;

WESTCOTT, 2013). Neste sentido, o treinamento de força auxilia na mantença do

tecido muscular, acelerando o padrão metabólico, assim tendo-se músculos maiores

e uma quantia de gordura corporal acumulada menor à medida que se envelhece.

Pessoas da terceira idade "perdem cerca de 2% por ano de força no aperto

de mão. Comparando homens e mulheres num período de quatro anos, a média

aumentou. Homens perderam força em aproximadamente 3% ao ano e as mulheres

em 5%" (FLECK; KRAEMER, 2017, p. 201). Diante disto, manter bons níveis de

força é essencial para a qualidade de vida, sobretudo para o bem estar psicológico

do idoso, fazendo o mesmo se sinta ativo e independente.

Ressalta-se que a fraqueza muscular pode avançar até que não possa mais

realizar atividades comuns da vida diária, e portanto, é imprescindível que com o

processo de envelhecimento, o indivíduo procure manter o ganho de força, pois é

vital para a saúde, capacidade funcional e bem estar. Sobre isto, Fleck e Kraemer

(2017) citam que um programa de exercícios de potência e força muscular, bem

elaborados, deve ser o objetivo crucial do treinamento em idosos, pois é o principal

meio de prevenção de quedas e mantença de autonomia para estes indivíduos.

Ainda, Civinski; Montibeller e Braz (2011) comentam que manter bons níveis

de força é de suma importância para qualidade de vida do indivíduo idoso,

principalmente para seu bem estar psicológico. De acordo com Argento (2010);

Mariano et al. (2013), exercícios, principalmente os de força, tem contribuído para a

melhoria da qualidade de vida do idoso, fazendo surgir ou mesmo acentuando a

capacidade de cuidar de si mesmo, bem como das atividades da vida cotidiana.

O treinamento de força, mesmo iniciado após 65 anos de idade, contribui

para maior longevidade (BAECHLE; WESTCOTT, 2013). O idoso deve executar os

movimentos em sua total amplitude, se não exibir nenhuma lesão seguida de dor ou

limitação articular (FLECK; KRAEMER, 2017), devendo-se observar as restrições de

amplitude de movimento, pela grande possibilidade de lesões articulares nos ombros

e joelhos, independente da idade e condicionamento físico (ISHIZUKA, 2003).

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No entanto para iniciar um programa de treinamento de força para idosos,

certos critérios devem ser considerados. Acerca disto, Santarem (2007); Campos et

al. (2009); Fleck e Kraemer (2017) comentam que os pontos mais importantes

referem-se à escolha e ordem dos exercícios, assim como descanso entre as séries

e exercícios, número de séries, carga utilizada e o número de repetições.

3.3 TREINAMENTO COM PESOS NO COMBATE À SARCOPENIA EM IDOSOS

De acordo com Bucci et al. (2005); Barbosa (2007); Bernardi; Reis e Lopes

(2008); Argento (2010), Andrade e Fernandes (2011); Baechle e Westcott (2013) os

sintomas e desconfortos ocasionados pela sarcopenia, associados à fragilidade

inerente ao idoso, podem gerar várias outras disfunções, como doenças

degenerativas cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, certos tipos de

câncer, hipertensão, resistência à insulina, diabetes tipo II, osteopatias,

especialmente artrite e osteoporose, e depressão.

Portanto, como anteriormente comentado, a perda de massa e força

musculares, causadas pela sarcopenia, é o principal motivo da diminuição da

mobilidade e aumento da incapacidade funcional e dependência na população idosa.

Dessa maneira, fica evidente a necessidade de aumentar ou preservar a massa

muscular por meio de exercícios físicos, principalmente exercícios resistidos, os

quais podem diminuir o processo de desenvolvimento desta patologia.

Na visão de Fleck e Kraemer (2017);

“Um programa de treinamento de força planejado adequadamente pode resultar em aumentos significativos na massa muscular, na hipertrofia das fibras musculares, na densidade óssea e nos aperfeiçoamentos no desempenho relacionado à força.” (FLECK; KRAEMER, 2017, p.206).

Neste sentido, Owada (2005); Barbosa (2007); Albino et al (2012) explicam

que o treinamento de força é um meio relevante para o tratamento da sarcopenia,

haja vista que tais tipos de exercícios têm a capacidade de promover um aumento

da taxa metabólica basal, assim como aumentar a síntese protéica, a qual se faz

necessária para que ocorra atividade muscular, e deste modo diminuindo a gordura

corporal, e mantendo a massa do tecido metabolicamente ativo.

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Nos últimos anos, de acordo com Campos et al. (2009); Albino et al. (2012)

ficou comprovado que idosos podem ter grandes benefícios ao participarem de

programas de treinamento de força, sendo ainda, que há constatações científicas de

que até mesmo indivíduos acima de 90 anos de idade, tendem a obter ganhos de

certo grau de força, no decorrer de um período treinamento de oito semanas.

Acerca disto, Fleck e Kraemer (2017) explicam que o treinamento com pesos

atua de forma positiva na promoção da saúde global do praticante, em virtude da

sobrecarga gradativa e controlada desta modalidade esportiva, sendo inclusive

recomendado à população idosa. Dentre os vários benefícios, tais exercícios,

segundo Campos et al. (2009); Aguiar et al. (2014) promovem ganhos de força

muscular, alterações na composição corporal e aumento na velocidade de marcha.

Esta modalidade de exercícios diminui os efeitos negativos da sarcopenia

sobre os aspectos neuromusculares, haja vista que com a prática de exercícios

resistidos ocorre ganho de força e potencial muscular, tornando eficaz o combate à

perda de tecido muscular e ósseo (BARBOSA, 2007). Ressalta-se ainda que, de

acordo com diversos estudos, o treinamento com pesos tem a capacidade de

minimizar e até mesmo reverter fragilidade física causada pela sarcopenia.

Em seus estudos Aguiar et al. (2014) verificaram que "após as oito semanas

de treinamento, foi constatado um acréscimo de força nos 8 idosos sendo nos

membros superiores em 14,56%, enquanto nos membros inferiores houve um

acréscimo de 19,64%" (p. 213). Este progresso corrobora com os resultados

encontrados no demais estudos, provando que o treinamento com pesos é uma

intervenção significativa na prevenção da sarcopenia associada ao envelhecimento.

Neste contexto, Moritani e DeVries (198012 apud FLECK; KRAEMER, 2017)

analisaram um programa de treinamento resistido em idosos do sexo masculino e

concluíram que a capacidade de indivíduos da terceira idade aumentarem sua a

força está preservada, além de que a musculatura esquelética destes indivíduos tem

uma capacidade reduzida para hipertrofia.

Ainda Fiatarone et al. (199013 apud FLECK; KRAEMER, 2017) observaram

um grupo de idosos muito frágeis de ambos os sexos, e confirmaram que o

treinamento de força produziu aumentos significativos da força muscular, sem

12 MORITANI, T.; DEVRIES, H.A. Potential for gross muscle hypertrophy in older men. J. Gerontol. v. 35, n. 5, Sep. 1980, p. 672-682. 13 FIATARONE, M.A. et al. High-intensity strength training in nonagenarians. Effects on skeletal

muscle. Jama-J. Am. Med. Assoc. v. 263, n. 22, ano 13, Jun. 1990, p. 3029-3034.

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aumento relevante no tamanho do músculo, ainda constatando que trata-se de uma

modalidade de exercícios é seguro para essa população.

Sendo assim, de acordo com Fleck e Kraemer (2017), no mínimo 12

semanas, de treinamento com pesos, tem a capacidade de melhorar e até mesmo

reverter os efeitos negativos da sarcopenia, deste modo aumentando a massa

muscular, bem como hipertrofiando as fibras musculares. Entretanto, "um programa

de força progressivo pode requerer inicialmente que um indivíduo mais velho levante

apenas 2 quilogramas durante uma série" (p. 324).

Beachle e Westcott (2013) ainda ressaltam que;

"À medida que os músculos se fortalecem, o exercitaste será capaz de realizar mais repetições com a mesma carga usada no exercício. O acréscimo de repetições é produtivo até certo grau. Porém, quando um número de repetições aumenta, o estimulo para o desenvolvimento de força diminui. Deve-se, portanto, estabelecer um procedimento para o aumento gradual de cargas de treinamento" (BEACHLE; WESTCOTT, 2013, p.137).

Deste modo, é recomendável realizar uma série de 8 a 10 exercícios, para

que o treino seja eficiente, sendo que cada sessão não deve ultrapassar 60 minutos

(WILMORE; COSTILL; KENNEDY, 2013; FLECK; KRAEMER, 2017). Aconselha-se

ainda, inspirar antes de levantar o peso, expirar no decorrer da contração e inspirar

enquanto se retorna à posição normal, procurando não permanecer em apnéia por

muito tempo (CAMPOS et al., 2009; MATIAS; ROTTA; BAGNARA, 2012).

É muito importante destacar ainda, que um programa de treinamento com

pesos faz com que a musculatura venha a sofrer um grau de microtraumas teciduais

relativamente significativo (BARBOSA, 2007; BEACHLE; WESTCOTT, 2013), assim

para que a musculatura possa se reconstituir após uma sessão de treinamento, o

organismo leva de forma geral um período de repouso.de aproximadamente 48 a 72

horas (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2009; MATIAS; ROTTA; BAGNARA, 2012).

Para idosos, o planejamento de um programa de treino de força deve seguir

as mesmas orientações que para indivíduos das demais faixas etárias (BERRES;

BAGNARA, 2011). Assim, um programa de treinamento com pesos, deve ser bem

elaborado e definido (SANTAREM, 2007; BARBOSA, 2007), e por se tratar de

sujeitos mais vulneráveis e frágeis, deve ser realizado de modo individualizado,

deste modo atendendo a todas as necessidades e peculiaridades de cada indivíduo

(PEREIRA; OKUMA 2009; MATIAS; ROTTA; BAGNARA, 2012).

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O idoso jamais deve sofrer durante a execução dos exercícios (PINTO,

2009). Ao se iniciar um trabalho de exercícios resistidos com idosos deve-se

obrigatoriamente respeitar as individualidades biológicas intrínsecas aos mesmos, e

de cada um (BERRES; BAGNARA, 2011). Um profissional que venha a trabalhar

com este público deve primeiramente ter cuidado com a seleção do equipamento, e

modo execução dos exercícios (MATIAS; ROTTA; BAGNARA, 2012).

É essencial que o treinamento com pesos, inicie com um trabalho gradativo

e lento de fortalecimento e hipertrofia muscular, com cargas leves, para que o idoso

não sinta dor, ou sem dúvidas se afastará das atividades (SANTARÉM, 2007). Para

maior segurança, aconselha-se o uso de aparelhos com regulagens de pesos, pois

estes podem ser ajustados com pesos menores inicialmente, e o aumento de carga

feito com pequenos acréscimos (OWADA, 2005; CAMPOS et al. 2009).

Deste modo, fica evidente que o referido método de treinamento pode

seguramente ser usado como uma estratégia, bem como opção na prevenção e no

retardo do desenvolvimento da sarcopenia em idosos ativos e não ativos, além de

ser considerada uma das maneiras mais eficazes, bem como de menor custo

financeiro para conservar uma vida independente e resguardar o bem estar e a

qualidade de vida para essa população.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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REFERÊNCIAS

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