Álvaro de Campos

14
Álvaro de campo

description

Trabalho sobre álvaro de campos

Transcript of Álvaro de Campos

Álvaro de campo

Biografia

•É o poeta vanguardista que numa linguagem emotiva das máquinas e do avanço tecnológico e da civilização moderna.

•Poeta modernista.

•Opõe a beleza da força da máquina à beleza tradicionalmente concebida.

Biografia

•Nasce em Tavira em 1890 e morre em 1935.

•Estudou num Liceu em Tavira e posteriormente foi para a Escócia estudar Engenharia Mecânica e formou-se em Glasgow em Engenharia Naval.

•Em férias visitou o Oriente e durante a mesma escreveu o "Opiário", dedicado a Mário de Sá-Carneiro.

•Conheceu Alberto Caeiro numa visita ao Ribatejo, tornando-se seu discípulo.

Biografia

•De entre todos os Heterónimos de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra.

•A sua trajetória começa com um decadentista (influenciado pelo Simbolismo) e depois adere ao Futurismo.

1° Fase Decandentista

Fase Intimista/Pessimista

Fase futurista

Fase decandentista •O poeta exprime o tédio, o cansaço e a necessidade de novas sensações (“Opiário”).

•Também surge como uma atitude estética finissecular que exprime o tédio, o enfado, a náusea, o cansaço, o abatimento e a necessidade de novas sensações.

Citações que sintetizam a fase:

“E afinal o que quero é fé, é calma/ E não ter estas sensações confusas.” “E eu vou buscar o ópio que consola.” "É antes do ópio que a minha alma é doente"

2° Fase Futurista

Fase Intimista/Pessimista

Fase futurista

Fase decandentista •É marcado pela sua inspiração em Walt Whitman.

• O espírito nietzschiano e o futurismo de Marinetti (escritor, ideólogo, poeta e editor italiano, e iniciador do movimento futurista) também contribuíram para o sensacionismo presente nos seus poemas.

•Campos está marcado pela desordem das sensações e pela integração na civilização da máquina, pela pressa mecanicista e pela inquietude.

3° Fase Intimista/Peimista

Fase Intimista/Pessimista

Fase futurista

Fase decandentista •Perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento que provoca “Um supremíssimo cansaço, /Íssimo,íssimo,íssimo /Cansaço…”.

•Sente-se vazio, um marginal, um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado.

Citação que sintetiza a fase: "íssimo, issimo, issimo , cansaço"

Características da poesia/estilo

• Presença do biográfico.

• Verso: decassílabos agrupados em quadras (“Opiário”).

• Verso livre, longo.

• Estilo esfuziante, torrencial (fase futurista).

• Poetização do prosaico (“lâmpadas”, “êmbolos”, etc).

• Estilo exclamativo, anafórico, interjetivo; recurso à reiteração de apóstrofes e enumerações.

• Comparações, metáforas e antíteses arrojadas.

Nomes de alguns poemas importantes •Passagem das Horas, 1916 • Apontamento, 929 •Tabacaria, 1929 • Magnificat, 1933 •Aniversário, 1930 • Lisbon Revisited,1923 •Poema em Linha Reta • Ode Triunfal •Se te Queres

Algumas poesias

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo...

Gostava de gostar de gostar

Gostava de gostar de gostar. Um momento... Dá-me de ali um cigarro, Do maço em cima da mesa de cabeceira. Continua... Dizias Que no desenvolvimento da metafísica De Kant a Hegel Alguma coisa se perdeu. Concordo em absoluto. Estive realmente a ouvir. Nondum amabam et amare amabam (Santo Agostinho). Que coisa curiosa estas associações de ideias! Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa. Obrigado. Deixa-me acender. Continua. Hegel...

Não estou pensando em nada

Não estou pensando em nada E essa coisa central, que é coisa nenhuma, É-me agradável como o ar da noite, Fresco em contraste com o verão quente do dia, Não estou pensando em nada, e que bom! Pensar em nada É ter a alma própria e inteira. Pensar em nada É viver intimamente O fluxo e o refluxo da vida... Não estou pensando em nada. E como se me tivesse encostado mal. Uma dor nas costas, ou num lado das costas, Há um amargo de boca na minha alma: É que, no fim de contas, Não estou pensando em nada, Mas realmente em nada, Em nada...

Ó rodas, ó engrenagens Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!