Álvaro de Campos
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Transcript of Álvaro de Campos
Biografia
•É o poeta vanguardista que numa linguagem emotiva das máquinas e do avanço tecnológico e da civilização moderna.
•Poeta modernista.
•Opõe a beleza da força da máquina à beleza tradicionalmente concebida.
Biografia
•Nasce em Tavira em 1890 e morre em 1935.
•Estudou num Liceu em Tavira e posteriormente foi para a Escócia estudar Engenharia Mecânica e formou-se em Glasgow em Engenharia Naval.
•Em férias visitou o Oriente e durante a mesma escreveu o "Opiário", dedicado a Mário de Sá-Carneiro.
•Conheceu Alberto Caeiro numa visita ao Ribatejo, tornando-se seu discípulo.
Biografia
•De entre todos os Heterónimos de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra.
•A sua trajetória começa com um decadentista (influenciado pelo Simbolismo) e depois adere ao Futurismo.
1° Fase Decandentista
Fase Intimista/Pessimista
Fase futurista
Fase decandentista •O poeta exprime o tédio, o cansaço e a necessidade de novas sensações (“Opiário”).
•Também surge como uma atitude estética finissecular que exprime o tédio, o enfado, a náusea, o cansaço, o abatimento e a necessidade de novas sensações.
Citações que sintetizam a fase:
“E afinal o que quero é fé, é calma/ E não ter estas sensações confusas.” “E eu vou buscar o ópio que consola.” "É antes do ópio que a minha alma é doente"
2° Fase Futurista
Fase Intimista/Pessimista
Fase futurista
Fase decandentista •É marcado pela sua inspiração em Walt Whitman.
• O espírito nietzschiano e o futurismo de Marinetti (escritor, ideólogo, poeta e editor italiano, e iniciador do movimento futurista) também contribuíram para o sensacionismo presente nos seus poemas.
•Campos está marcado pela desordem das sensações e pela integração na civilização da máquina, pela pressa mecanicista e pela inquietude.
3° Fase Intimista/Peimista
Fase Intimista/Pessimista
Fase futurista
Fase decandentista •Perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento que provoca “Um supremíssimo cansaço, /Íssimo,íssimo,íssimo /Cansaço…”.
•Sente-se vazio, um marginal, um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado.
Citação que sintetiza a fase: "íssimo, issimo, issimo , cansaço"
Características da poesia/estilo
• Presença do biográfico.
• Verso: decassílabos agrupados em quadras (“Opiário”).
• Verso livre, longo.
• Estilo esfuziante, torrencial (fase futurista).
• Poetização do prosaico (“lâmpadas”, “êmbolos”, etc).
• Estilo exclamativo, anafórico, interjetivo; recurso à reiteração de apóstrofes e enumerações.
• Comparações, metáforas e antíteses arrojadas.
Nomes de alguns poemas importantes •Passagem das Horas, 1916 • Apontamento, 929 •Tabacaria, 1929 • Magnificat, 1933 •Aniversário, 1930 • Lisbon Revisited,1923 •Poema em Linha Reta • Ode Triunfal •Se te Queres
Algumas poesias
Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo...
Gostava de gostar de gostar
Gostava de gostar de gostar. Um momento... Dá-me de ali um cigarro, Do maço em cima da mesa de cabeceira. Continua... Dizias Que no desenvolvimento da metafísica De Kant a Hegel Alguma coisa se perdeu. Concordo em absoluto. Estive realmente a ouvir. Nondum amabam et amare amabam (Santo Agostinho). Que coisa curiosa estas associações de ideias! Estou fatigado de estar pensando em sentir outra coisa. Obrigado. Deixa-me acender. Continua. Hegel...
Não estou pensando em nada
Não estou pensando em nada E essa coisa central, que é coisa nenhuma, É-me agradável como o ar da noite, Fresco em contraste com o verão quente do dia, Não estou pensando em nada, e que bom! Pensar em nada É ter a alma própria e inteira. Pensar em nada É viver intimamente O fluxo e o refluxo da vida... Não estou pensando em nada. E como se me tivesse encostado mal. Uma dor nas costas, ou num lado das costas, Há um amargo de boca na minha alma: É que, no fim de contas, Não estou pensando em nada, Mas realmente em nada, Em nada...
Ó rodas, ó engrenagens Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!