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Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Fisioterapia Marcus Vinícius Ribeiro de Almeida RISCO ERGONÔMICO PARA DISFUNÇÕES OSTEOMUSCULARES RELACIONADO À FUNÇÃO DE PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE JUIZ DE FORA-MG. Juiz de Fora 2011

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Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Fisioterapia

Marcus Vinícius Ribeiro de Almeida

RISCO ERGONÔMICO PARA DISFUNÇÕES OSTEOMUSCULARES RELACIONADO À FUNÇÃO DE PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL DA

REDE PÚBLICA DE JUIZ DE FORA-MG.

Juiz de Fora 2011

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Marcus Vinícius Ribeiro de Almeida

RISCO ERGONÔMICO PARA DISFUNÇÕES OSTEOMUSCULARES RELACIONADO À FUNÇÃO DE PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL DA

REDE PÚBLICA DE JUIZ DE FORA-MG.

Orientador: Prof. Eduardo de Castro Assis

Juiz de Fora 2011

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao corpo docente da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia

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Almeida, Marcus Vinícius Ribeiro de.

Risco ergonômico para disfunções osteomusculares relacionado à função de professor de ensino fundamental da rede pública de Juiz de Fora-MG / Marcus Vinícius Ribeiro de Almeida. – 2011.

47 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)—Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2011.

1. Ergonomia. 2. Postura humana . 3. Docentes I. Título.

CDU 331.101.1

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Marcus Vinícius Ribeiro de Almeida

RISCO ERGONÔMICO PARA DISFUNÇÕES OSTEOMUSCULARES RELACIONADO À FUNÇÃO DE PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL DA

REDE PÚBLICA DE JUIZ DE FORA-MG.

Aprovado em:__/__/__

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Msc. Eduardo de Castro Assis - Orientador

Universidade Federal de Juiz de Fora

________________________________________ Prof. Msc Marcelo Resende Machado

Universidade Salgado de Oliveira

________________________________________ Fisioterapeuta Esp. Gibson do Carmo Guimarães

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao corpo docente da Faculdade de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora para obtenção do grau de Bacharel em Fisioterapia

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Aos meu Pais, Sebastião e Zélia por se dedicarem tanto à minha educação e me

ajudarem a chegar ao que sou agora. Muito obrigado por tudo!

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por iluminar os meus caminhos e abençoar a minha vida.

Aos meus pais e irmãos, por todo amor e companheirismo.

À minha namorada Marcela por todos os momentos felizes e por seu grande

incentivo. Te Amo!

Ao professor Eduardo de Castro Assis por seu auxílio e compressão no

alcance do meu objetivo.

À professora Wanessa Márcia de Souza e Silva por sua paciência e

participação no presente estudo.

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Cada um de vocês ponha à disposição do outro o dom que recebeu.

I Pedro 4, 10.

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RESUMO

O ato de lecionar causa sérios prejuízos a saúde do professor. Estes riscos

ergonômicos acarretam sérias disfunções osteomusculares como, LER/DORT, que

afetam o bom desempenho de suas funções, assim como possíveis afastamentos do

trabalho. E, para confirmar isto, o presente estudo quantificou os riscos através do

Método RULA (McAtamney & Corlett, 1993). Após a aplicação de um questionário

em 15 professoras que lecionam em uma Escola Municipal do Município de Juiz de

Fora, escolhida aleatoriamente através de um sorteio, uma professora para que

fossem avaliados os riscos das posturas mais adotadas durante as suas funções.

Após a análise das posturas e do questionário constatamos que todas as posturas

adotadas necessitam de alguma intervenção e que nenhuma é aceitável. Levando a

indicar mudanças de posturas, para que os riscos de aparecimento ou agravamento

de disfunções osteomusculares possam diminuir. Além disso, se faz necessário a

prática de atividade física, visto os benefícios que ela pode trazer.

Palavras-chaves: distúrbios osteomusculares. Riscos posturais. Ergonomia

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SUBSTRACT

The act of teaching causes serious damage to health of teachers. These ergonomic

risks causes serious musculoskeletal disorders like LER / DORT, that affect the

performance of their functions as well as possible absences from work. And to

confirm this, this study quantified these risks through the RULA method (McAtamney

& Corlett, 1993). After application of a questionnaire in 15 teachers who teach in a

school of Juiz de Fora city, Minas Gerais, one teacher was chosen randomly with a

lottery to assess the risks of postures adopted during its function. After reviewing the

positions and the questionnaire, it was found that all the posturing need some

intervention, and that none is acceptable. Therefore changes in posture should be

advised to reduce the risk of new or worsening dysfunction ostemusculares.

Moreover, it is necessary to practice any physical activity as a complement.

Key words : musculoskeletal disorders , risks of postures, human factors

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14

3 OBJETIVOS 16

3.1 Objetivos Gerais 16

3.2 Objetivos Específicos 16

4 METODOLOGIA E ESTRATÉGIA DE AÇÃO 17

4.1 Classificação do estudo 17

4.2 Cenário do estudo 17

4.3 Características do posto de trabalho e do sujeito da pesquisa 18

4.4 Instrumentos e meios utilizados 18

5 ORGANOGRAMA EDUCACIONAL DO MUNCÍPIO DE JUIZ DE FORA 20

6 ESTRUTURA EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA 21

6.1 Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) 21

6.2 Secretária Municipal de Educação (SME) 21

6.3 Conselho Municipal de Educação (CME) 22

6.4 Escola Municipal Dante Jaime Brochado (EMDJB) 23

6.5 Diretoria Administrativa 24

6.6 Serviço de Supervisão e Orientação 24

6.7 Professor 25

6.8 Aluno 25

7 PROFESSORA DO ESTUDO 26

7.1 Relação: Professora do Estudo x EMDJB 26

7.2 Posturas adotadas pela professora 27

8 RISCOS DAS POSTURAS ADOTADAS 29

8.1 Posição 1 29

8.2 Posição 2 30

8.3 Posição 3 31

8.4 Posição 4 32

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8.5 Posição 5 33

8.6 Posição 6 34

9 RESULTADO 35

10 ANÁLISE DE DOR 37

10.1 Método 37

10.2 Resultado 37

11 DISCUSSÃO 39

12 CONCLUSÃO 41

13 IMPACTO ESPERADO 42

REFERÊNCIAS 43

ANEXOS 45

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.

2011

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1. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA

O aumento das lesões por esforços repetitivos e dos distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) tem grande sua relevância

no cenário brasileiro. Visto a sua incidência e prevalência na população

trabalhadora.

O professor de 5º a 9º ano que trabalha em escola pública representa uma

categoria profissional que reflete este quadro, pois na sua atividade laboral

predominam as posturas com sobrecargas musculoesqueléticas.

Professor é uma profissão merecedora de destaque devido a sua importância

no contexto pedagógico da escola, do município e do estado no processo de ensino-

aprendizagem de todo cidadão brasileiro. Avaliar a tarefa ministrar aulas em

disciplina específica no âmbito do 5º ao 9º ano de uma escola pública nos remete a

olhar e focar nossa atenção a partir deste posto de trabalho que tem características

singulares. Este é o ponto de partida para compreendermos o que fazem estes

trabalhadores, como o fazem e porque o fazem. Desta forma acreditamos

compreender como as posturas e acionamentos humanos podem impactar na saúde

funcional dos professores.

O posto de trabalho é caracterizado como a menor unidade produtiva dentro

de uma organização e envolve a relação do trabalhador com o seu local de trabalho.

Portanto para que o trabalhador possa realizar sua tarefa de forma saudável é

importante que o posto de trabalho funcione bem (Lida, 1995).

Análise preliminar do risco ergonômico a partir do posto de trabalho permite

identificar de forma abrangente potenciais riscos que poderão afetar determinadas

atividades produtivas na saúde do trabalhador. Para isso as técnicas aplicadas para

análise ergonômica possuem formatação apropriada para identificar e avaliar os

potenciais riscos na execução da tarefa a partir do posto de trabalho. Compõe da

análise da demanda, da avaliação dos acionamentos e da interpretação dos

resultados à luz das normas de trabalho (Santos, 2006).

Neste contexto a análise de risco ergonômico para disfunções

osteomusculares constitui a primeira fase de todas as metodologias empregadas

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para a análise ergonômica do trabalho (Wisner, 1997).

Para que se identifiquem os riscos ergonômicos, diversas ferramentas

podem ser empregadas e aplicadas, variando de acordo com o tipo de atividade, tipo

de risco e realidade observada na organização da tarefa. Por meio da aplicação de

ferramentas de auxilio à identificação de riscos ergonômicos alguns autores

propõem classificar as situações de risco em níveis ou mesmo classificá-las em

condições ergonômicas a partir dos níveis que variam de excelentes a péssimos

(Couto, 1996).

Para entendermos o perfil do adoecimento musculoesquelético associado ao

trabalho é fundamental explorar as condições laborais e abordar a dor no seus

componentes sensoriais e emocionais. Essa abordagem é articulada à perspectiva

de uma análise de risco ergonômico que parte do posto de trabalho (Assunção,

2009).

No nível de cada setor, em particular, esperam-se esforços entre os atores

para diagnosticar os determinantes internos dos fatores de risco com ênfase nas

inadequações do posto de trabalho; a incorporação de novas tecnologias;

degradação das instalações e equipamentos; fluxo de produção; divisão do trabalho

e sincronia das metas de produção. Os casos incluem a análise do conteúdo das

tarefas, dos modos operatórios, do ritmo e da intensidade do trabalho. Ainda, dos

fatores mecânicos e condições físicas dos postos de trabalho para identificação

precoce de disfunções osteomusculares ou das primeiras evidências destas no

trabalhador (Assunção, 2009).

A ergonomia é a disciplina que torna possível entender a atividade dos

trabalhadores. Assim como é também uma disciplina científica que trata da

compreensão das interações entre seres humanos e outros elementos de um

sistema de produção; é a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos a

projetos que visam otimizar o bem estar humano e a performance global dos

sistemas (Vidal, 2002).

Devido à experiência na docência em escola pública e no trabalho em

academias, percebo o quanto aumentou a procura dos professores para a prática de

atividade física. Alguns chegam com antigo diagnóstico e inúmeras sessões de

tratamento fisioterapêutico, às vezes sem resolutividade. O objetivo, segundo eles, é

amenizar as dores e evitar lesões futuras.

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Em virtude disto, aumentou o meu interesse em estudar tais situações

decorrentes de trabalho e assim promover saúde osteomuscular e prevenir agravos

musculoesqueléticos no desempenho da função de professor de escola pública em

nível fundamental de 5º ao 9º ano.

Contudo, faz-se necessário um estudo sistematizado das posturas, dos

acionamentos e da tarefa, cientificamente, para responder quais os reais riscos a

que os professores estão sujeitos durante sua atividade laboral.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As lesões por esforços repetitivas (LER) também conhecidas no Brasil como

distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) designam um conjunto

de sintomas e síndromes que afetam, predominantemente, os membros superiores

(Neves, 2006).

As atividades no trabalho com o predomínio de determinadas posturas levam

a um aumento da contração muscular estática, contribuindo para uma sobrecarga

muscular global (Assunção, 2004).

Posturas estáticas com sobrecarga nos membros superiores podem gerar

dores e desconfortos musculoesqueléticos na região do ombro, pescoço e coluna

lombar, levando a limitações físicas e a sensações incômodas de desconforto

(Takahashi & Canesqui, 2003; Mendonça, 2005; Westgaard e Winkel, 1997).

Essas disfunções musculoesqueléticas são associadas a fatores de risco

individuais e biomecânicos presentes no ambiente ocupacional (Bernard, 1997).

LER/DORT é considerada como a segunda patologia relacionada ao trabalho

com maior incidência no Brasil, e tem como consequências frequentes lesões e

incapacidades para o trabalho (Pessoa, Cardia e Santos, 2010).

Professores de ensino fundamental expostos a situações de risco são

frequentemente acometidos de LER/DORTs. O retorno precoce, sem o total

tratamento da lesão, contribui para a cronicidade do quadro. As disfunções

desenvolvem-se gradualmente, apresentam um curso crônico e permanecem

quando sem tratamento (Polanyi et al, 1997; Barbosa, Santos e Trezza, 2007).

Situações outras a que professores estão expostos contribuem para o

aparecimento de outros sintomas inter-relacionados como, depressão, ansiedade,

medo e ―receio de um futuro incerto‖ (Pessoa, Cardia e Santos, 2010).

A caracterização de profissionais do ensino, mesmo com cobertura do

sistema previdenciário, gera realidades em que os professores temporários

acometidos pelas patologias osteomusculares não se afastam do trabalho com

visíveis prejuízos pessoais e ao processo de ensino-aprendizagem, isto, devido ao

receio de serem preteridos em futuras contratações (Salim, 2003).

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Pré-disposição genética e aumento no peso corporal podem determinar

também LER/DORT. Em virtude disto, a prática de atividade física pode ser fator

protetor e corresponder a um número menor na prevalência dos sintomas devido

aos seu benefícios (Barbosa, Santos e Trezza, 2007; Metzner e Fischer, 2001;

Pinheiro, Tróccoli e Carvalho, 2002).

Professores que ministram a mesma disciplina, isto é, matérias iguais, podem

apresentar diferentes problemas e transtornos osteomusculares (Leal et al, 2001).

É possível identificar movimentos que freqüentemente estão associados a

situações de risco para o surgimento de lesões osteomusculares e,

consequentemente, identificarem como prevenir e auxiliar o trabalhador em

possíveis procedimentos cinesiológicos que minimizem os agravos, bem como

exercícios laborais para a redução de dores e desconfortos (Coury, Moreira e Dias,

2009).

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivos Gerais

Identificar e categorizar os riscos para disfunções osteomusculares em

professores do ensino fundamental de 5º ao 9º ano.

3.2 Objetivos Específicos

Registrar as posturas adotadas e analisar suas implicações mecânicas para o

risco de disfunções osteomusculares.

Realizar análise biomecânica das posturas mais adotadas no desempenho da

função de professor de ensino fundamental de 5º ao 9º ano.

Quantificar os riscos e acionamentos mais comumente adotados pelos

professores de ensino fundamental de 5º ao 9º ano.

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4. METODOLOGIA E ESTRATÉGIA DE AÇÃO

4.1 Classificação do estudo

Trata-se de um estudo de caso com intuito de identificar os riscos

ergonômicos para disfunções osteomusculares em uma professora do ensino médio

realizado a partir da avaliação e análise das posturas adotadas no posto de trabalho

de docente de escola pública na função de ensino de disciplina/matéria específica

de 5º ao 9º ano. Para isso aplicamos um questionário (Anexo I) contendo o

Diagrama de Corllet e perguntas relacionadas à docência e seus intercursos, além

de itens pessoais. Dos quinze questionários aplicados um foi escolhido

aleatoriamente para ser o indivíduo alvo do estudo. Após a escolha do indivíduo,

assinou-se um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo II), autorizando

a sua participação no estudo.

O presente estudo foi autorizado após aprovação pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora por meio do parecer número

058/2011. Tendo como número do protocolo 2308.048.2011, número de FR 405473

e número de CAAE 0040.0.180.000-11.

4.2 Cenário do estudo

O estudo foi realizado em uma Escola de Ensino Fundamental da Rede

Pública do Município de Juiz de Fora, que tem como público crianças moradoras de

um bairro de classe média-baixa.

A sala de aula tem 35 alunos, aproximadamente 45 m2, e as aulas tem

duração de 50 minutos. A jornada diária contempla preparação prévia de aulas, três

aulas seguidas, um intervalo de 20 minutos e termina com mais duas aulas,

totalizando cinco aulas diárias.

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4.3 Características do posto de trabalho e do sujeito da pesquisa

O sujeito da pesquisa é uma professora/docente da rede pública do município

de Juiz de Fora - MG, efetivo na função de Professor Regente, com curso de nível

superior, 23 anos de efetivo exercício na função, casada e mãe de duas filhas.

A jornada de trabalho é de 40 horas semanais, sendo 10 horas para

elaboração das aulas. Na Escola são seis horas diárias durante cinco dias e toda a

tarefa está diretamente envolvida com discente dentro da sala de aula e na

biblioteca.

O histórico de saúde do sujeito incluído na pesquisa contém registro de

afastamento das funções por dois meses em virtude de disfunções osteomusculares

como tendinite bilateral de ombros, segundo seu próprio relato.

O posto de trabalho avaliado contempla o espaço físico da sala de aula e

utilização de quadro negro e giz.

4.4 Instrumentos e meios utilizados

Para a análise do posto de trabalho foram utilizados métodos observacionais

diretos e indiretos que se dão com registros de atividades do trabalhador no posto

de trabalho ao longo de um período determinado de tempo usando meios digitais de

registro como uma câmera fotográfica. Esta visão global do posto de trabalho,

denominada macro-ergonomia, permite facilmente observar e registrar posturas

inadequadas, acionamentos e mobiliários inadequados e impróprios, se houver

atividades desproporcionais a tarefa realizada no posto de trabalho (Couto, 1995;

Wisner, 1997).

Para armazenamento dos dados será utilizado microcomputador, desktop e a

planilha do BrOffice.org 2.4 Calc.

A identificação e categorização das queixas e desconfortos mais frequentes e

relatados pelo sujeito da pesquisa serão confrontados com as posturas registradas

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por meio da técnica descrita como registro biofotogramétrico das posturas e

acionamentos por meio de máquina fotográfica digital.

Os registros foram analisados após identificação dos pontos anatômicos que

a critério do pesquisador melhor caracterizam as desvantagens biomecânicas

relacionadas aos acionamentos durante a execução da tarefa de ensinar.

Estes pontos anatômicos, após demarcados com uso de material visualmente

claro, e o sujeito posicionado nas posturas identificadas pelo pesquisador como de

desvantagem biomecânica, tiveram sua imagem registrada por meio digital.

Posteriormente o ângulo ou ângulos dos movimentos serão medidos por meio

de softwate FBS Sistemas para análise biomecânica com a planilha Rappid Upper

Limb Assessment (McAtamney & Corlett , 1993).

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5. ORGANOGRAMA EDUCACIONAL DO MUNCÍPIO DE JUIZ DE FORA

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora

Secretária Municipal Conselho Municipal

de Educação de Educação

Escola Municipal Dante Jaime Brochado

Diretoria Administrativa

Serviço de Supervisão e Orientação

Professor AlunoLecionar Direitos

Elaborar trabalho Deveres

Avaliação

Elaborar aula

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6. ESTRUTURA EDUCACIONAL DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA

6.1 Prefeitura de Juiz de Fora (PJF)

É a responsável por toda estrutura organizacional do Município de Juiz de

Fora. É ela quem ordena e agrupa as atividades e recursos da organização visando

alcançar os objetivos e resultados pré-estabelecidos pela administração atual

(PREFEITURA..., Administração, 2011).

6.2 Secretária Municipal de Educação (SME)

Órgão de Administração Direta, subordinada diretamente ao Chefe o Poder

Executivo, organizada nos termos deste Decreto 8591 e do art. 7.º da Lei n.º 10.937,

de 03 de junho de 2005. É chefiada por um Secretário e estruturada com a finalidade

de assessorar o Prefeito em cada campo da Educação na Administração Pública

Municipal, na forma do artigo 91 da Lei Orgânica do Município de Juiz de Fora

(PJF..., SME, 2011).

A SME é dotada de autonomia administrativa, orçamentária e financeira, nos

termos do art. 7.º da Lei n.º 10.937, de 03 de junho de 2005. Suas atribuições foram

alteradas pelo Decreto 9789 de 27/02/2009. Sendo responsável, ao seu nível, por

suas diretrizes políticas e programas relativos à sua área de atuação. Além disso,

estabelece as diretrizes técnicas para a execução das atividades elaboradas. E, para

atingir suas finalidades, se articula com as outras Secretarias e com Órgãos e

Entidades federais, estaduais e de outros Municípios.

Dentre muitas de suas competências, algumas delas (PJF..., SME, 2011):

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-formular e articular as políticas públicas de Educação de forma integrada com as

políticas estaduais e federais e com os demais órgãos ou entidades que atuam

nestas áreas;

-implantar as diretrizes para a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação

de Jovens e Adultos do Município;

-planejar, oferecer e coordenar os serviços de Educação Básica para crianças e

adolescentes, articulando-os com as ações de assistência social, esporte, lazer,

cultura e promoção da cidadania, desenvolvidas pela Secretaria Assistência Social

de Juiz de Fora – SAS/JF;

-prestar suporte técnico e administrativo aos Conselhos vinculados à sua área de

atuação;

-coordenar a atividade de organização escolar nos aspectos pedagógicos e

administrativos;

-coordenar o Cadastro Escolar e Censo Escolar.

6.3 Conselho Municipal de Educação (CME)

Órgão deliberativo, consultivo e normativo da Administração no setor da

Educação, que tem como finalidade orientar, estabelecer normas e assessorar o

governo do município na definição da política educacional, na área de sua atuação,

adequando as diretrizes e bases da Educação Nacional e Estadual às necessidades

e condições do Município.

Algumas de suas competências (PJF..., SME/Conselhos, 2011):

-zelar pela universalização da educação básica e pela progressiva extensão da

jornada escolar de tempo integral;

-zelar pelo cumprimento da legislação escolar;

-estabelecer normas e acompanhar as medidas tomadas para aperfeiçoar a

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educação no Município;

-estabelecer diretrizes de gestão democrática da rede pública, e de participação da

comunidade escolar e da sociedade, na elaboração de propostas pedagógicas das

escolas;

-estabelecer indicadores de qualidade de ensino para as escolas da rede municipal

de ensino e para as escolas privadas de educação infantil;

-elaborar as normas para a organização do Sistema Municipal de Educação;

-colaborar com o Secretário Municipal de Educação na solução de problemas

relativos à educação no âmbito do Município;

-elaborar normas para atendimento de alunos com necessidades educativas

especiais;

-elaborar normas para a organização e funcionamento dos cursos destinados à

Educação de Jovens e Adultos.

6.4 Escola Municipal Dante Jaime Brochado (EMDJB)

A Escola Municipal se propõe a oferecer o ensino gratuito e de boa qualidade.

Possibilita ao aluno oportunidades favoráveis, observando a individualidade e o

desenvolvimento de suas potencialidades. Além de promover adequação de novos

métodos de ensino-aprendizagem e oportunizar a integração do aluno no seu meio

físico e social através da manutenção do intercâmbio comunidade-escola.

Tem como estrutura administrativa: Direção, Órgãos Colegiados (órgão

auxiliar da administração Escolar que participa ativamente na organização do seu

projeto educacional com atribuições de caráter deliberativo e consultivo nos

assuntos da vida da Escola, assim como nos que se referem ao relacionamento

entre ela e a comunidade) e serviços administrativos (constituído pela Secretaria,

Serviços Gerais e Biblioteca) (PORTARIA..., 1992, p. 2).

Ela se encontra situada a Rua Francisco Fontainha, número 163, Bairro Santo

Antônio no Município de Juiz de Fora. Telefone, (32) 3690-7660.

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6.5 Diretoria Administrativa

Exerce administração da Escola Municipal com auxilio do colegiado. É

constituída pelo Diretor e Vice-Diretor.

-Diretor: representa e faz representar a unidade escolar sob sua direção,

administrando-a de modo a participação comunitária no processo decisório e na sua

gestão; cumpre e determina o cumprimento da legislação de ensino e das normas

da SME; organiza os horários de aulas; preside todas as reuniões que convocar e as

que acontecerem na escola entre outras atribuições.

-Vice-Diretor: Na ausência ou afastamento, exerce as funções do Diretor Escolar;

coordena e organiza o trabalho da secretária; assessora o Diretor em todas as suas

atribuições; entre outras funções (PORTARIA..., 1992, p. 3 e 4).

6.6 Serviço de Supervisão e Orientação

É constituído pelo Orientador Educacional e pelo Supervisor Pedagógico que,

administrativamente estarão subordinados à Direção Escolar. Participam da

elaboração do Plano Curricular Global da Escola, coordenando o seu planejamento

e a sua execução, observando as orientações da SME (PORTARIA..., 1992, p.14 a

16).

- Orientador Educacional: planeja, executa e avalia sistematicamente a ação

educativa juntamente com a Direção e com os Professores; participa de reuniões;

estabelece a dinâmica das turmas e a individualidade dos alunos dentro delas, entre

outras funções.

- Supervisor Pedagógico: Planeja, executa e avalia sistematicamente a ação

pedagógica juntamente com a Direção e com os Professores; orienta professores;

coordena e orienta reuniões entre outros.

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6.7 Professor

Tem como algumas de suas funções: responsável pela elaboração de

programas e planos de trabalho; desenvolvimento efetivo de sua regência; controle e

avaliação do rendimento do aluno; desenvolvimento de atividades pertinentes ao seu

cargo, determinadas pela direção (PORTARIA..., 1992, p. 46).

6.8 Aluno

Tem o direito à assistência educacional de acordo com suas necessidades e

possibilidades da Escola, além de todos os previstos na legislação de Ensino.

Tem o dever de se esforçar a cumprir todas as atividades escolares em que

for exigido, assim como a todos os deveres previstos na legislação de Ensino

(PORTARIA..., 1992, p. 48).

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7. PROFESSORA DO ESTUDO

7.1 Relação: Professora do Estudo x EMDJB

A professora tem laços profissionais estreitos com o Diretor da Escola. Pois é

este quem tem que proporcionar o apoio necessário para que as atividades

elaboradas por ele sejam realizadas da melhor forma possível no âmbito escolar.

Isto se faz com a disponibilização de materiais pedagógicos e logísticos, espaços

adequados, transporte para passeios culturais e de lazer entre outros. Além disso,

ele deve atuar conjuntamente com o professor para manter a disciplina na

Instituição, às vezes sendo utilizado como último recurso para tal.

Outro ator importante que auxilia a professora é o supervisor (coordenador).

Este ajuda no planejamento das atividades a serem desenvolvidas, na elaboração

dos objetivos almejados e análise dos resultados alcançados. Durante o

desenvolvimento das atividades planejadas detectam os seus problemas e as

corrigem. E posteriormente refaz os planejamentos, para que assim os objetivos

propostos sejam finalmente alcançados.

O projeto político pedagógico traçado anteriormente pelos professores,

supervisor e diretor da Escola é essencial para o desenvolvimento de todas as

atividades. Pois é dele que a professora se pauta para organizar as aulas a serem

ministradas durante todo o ano letivo. Ele é de suma importância para o

funcionamento da Escola.

A Biblioteca utilizada pela professora possui grande acervo de livros

educacionais. São livros de pesquisas e de atividades práticas. Portanto, ela é

consultada para o conhecimento e estudo das teorias, assim como fundamentação

para atividades mais significativas. Os alunos a utilizam quando o professor

responsável as conduz e também fora do horário para complementação dos

estudos.

Pra ministrar as aulas, a professora se utiliza de insumos como: livros,

revistas, computador a fim de programar e realizar trabalhos e acessar a internet,

projetor multimídia, lousa, giz, régua, caneta, lápis, jornais, e os materiais que assim

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julgar necessário para um melhor desenvolvimento do intelecto do aluno. Além de

aplicar e corrigir testes de verificação de conhecimento.

A professora como um dos principais agentes do conhecimento do aluno se

faz no papel do facilitador do processo ensino-aprendizagem. Atuando da melhor

forma para que o aproveitamento seja satisfatório para as necessidades de cada

faixa etária. Além disso, ele é o mantenedor da disciplina e da organização da sala

de aula. Forma pessoas capazes de discernirem o que é melhor para vida de cada

um, auxiliando no desenvolvimento de cidadãos que cumpram com seus deveres e

que saibam lutar pelos direitos que lhe são condizentes.

A base do ensino-aprendizagem das séries (anos) iniciais é a alfabetização.

Sendo assim, o grande desafio e objetivo principal do professor é que o aluno seja

capaz de ler, escrever, interpretar, fazer as quatro operações fundamentais da

Matemática e ter noção básica dos conteúdos da História, Geografia e Ciências

Sociais.

7.2 Posturas adotadas pela professora

Ao ministrar as aulas, a professora adota algumas posturas que se repetem

constantemente durante a sua jornada de trabalho. Essas posturas geralmente

permanecem estáticas durante certo tempo, ocasionando contração isométrica da

grande maioria da musculatura envolvida. Mas também existem os movimentos

ativos, e esses acontecem envolvendo algumas articulações, principalmente a de

punho, devido à escrita no quadro negro.

Durante a jornada de trabalho é possível observar os movimentos da coluna

vertebral. Estes geralmente são pequenos, mas ocorrem a todo instante. No caso do

sujeito destro, ao escrever ocorre flexão lateral esquerda para poder alcançar a parte

mais alta do quadro, além de hiperextensão por estar muito próxima do mesmo. E

quando se faz necessário a utilização de um livro por parte do professor, esta

hiperextensão pode ocorrer mesmo não estando escrevendo, mas quando se vira

para turma para alguma explicação ou indagação por parte dos alunos. Pode ocorre

também flexão de coluna cervical quando o olhar se volta para baixo, extensão

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quando volta para posição inicial e hiperextensão. Quando se vira para o lado há

rotação deste mesmo seguimento da coluna para direita e para esquerda. Estes

movimentos ocorrem conjugadamente, como ao olhar para o livro quando ocorre

flexão frontal, flexão lateral esquerda e rotação para direita.

Quando segura algum livro, o membro não dominante fica em posição

estática durante certo período de tempo. Ocorre neste caso pequenas flexões de

ombro e punho, mas uma grande flexão de cotovelo. Essa supera 90 graus,

causando uma sobrecarga dos músculos responsáveis por este movimento com o

bíceps braquial. Além disso há o movimento de preensão dos dedos para poder

segurar o livro.

Com relação à movimentação da cintura escapular, os movimentos do ombro

mais frequentes são flexão, abdução, adução e rotação interna. Os de flexão podem

ser suaves quando se escreve no quadro, próximo do corpo, ou abaixo da linha do

ombro, ou mais intensos quando a escrita se dá acima da linha do ombro,

ocasionando uma sobrecarga muito maior na musculatura em torno do ombro. Isto

pode ser agravado pelo movimento constante de rotação interna em virtude da

movimentação necessária para preensão do giz e movimento de escrita. Já os

movimentos de adução e abdução de ombro ocorrem quando se permanece parado,

não acompanhando de perto a sua própria escrita.

Ao escrever no quadro, ocorre desvio ulnar, pronação da mão e flexão de

todos os dedos para segurar o giz.

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8. RISCOS DAS POSTURAS ADOTADAS

Os riscos das posturas adotadas foram analisados através do softwate FBS

Sistems para análise biomecânica com a planilha Rappid Upper Limb Assessment

(McAtamney & Corlett , 1993). Sendo:

Musculatura a: uso da musculatura de braço, antebraço e punho.

Musculatura b: uso da musculatura de pescoço, tronco e perna.

Carga a: carga que a musculatura ―a‖ segura durante a atividade.

Carga b: carga que a musculatura ―b‖ segura durante a atividade.

8.1 Posição 1: (figura 1a e 1b)

- Braço: Maior que 90 graus/Flexão.

- Antebraço: De 0 a 60 graus.

- Punho: Maior que + 15 graus/Desvio da linha neutra.

- Rotação de punho: Rotação extrema.

- Pescoço: Extensão/Rotação/Inclinação Lateral.

- Tronco: Ereto/Inclinação lateral.

- Perna: Pernas e pés bem apoiados e equilibrados.

- Musculatura a: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

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- Musculatura b: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Carga a: Carga menor que 2 Kg intermitente.

- Carga b: Carga menor que 2 Kg intermitente.

8.2 Posição 2: (figura 2a e 2b)

- Braço: De 45 a 90 graus/flexão

-Ombro: 45º de abdução

- Antebraço: De 60 a 100 graus.

- Punho: Maior que + 15 graus/Desvio da linha neutra.

- Rotação de punho: Rotação extrema.

- Pescoço: De 0 a 10 graus/Rotação/Inclinação lateral.

- Tronco: Ereto/Inclinação lateral.

- Perna: Pernas e pés bem apoiados e equilibrados.

- Musculatura a: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Musculatura b: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Carga a: Carga menor que 2 Kg intermitente.

- Carga b: Carga menor que 2 Kg intermitente.

8.3 Posição 3: (figura 3)

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- Braço: Maior que 90 graus/flexão de ombro.

- Antebraço: De 0 a 60 graus.

- Punho: Maior que + 15 graus/Desvio da linha neutra.

- Rotação de punho: Extensão e Rotação extrema.

- Pescoço: De 0 a 10 graus/Rotação/Inclinação lateral.

- Tronco: Ereto/Inclinação lateral.

- Perna: Pernas e pés bem apoiados e equilibrados.

- Musculatura a: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Musculatura b: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Carga a: Carga menor que 2 Kg intermitente.

- Carga b: Carga menor que 2 Kg intermitente.

8.4 Posição 4: (figura 4)

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- Braço: Entre - 20 e + 20 graus/flexão.

- Antebraço: De 0 a 60 graus/Cruza o plano sagital ou operações exteriores ao

tronco.

- Punho: Maior que + 15 graus/Desvio da linha neutra.

- Rotação de punho: Rotação extrema.

- Pescoço: Extensão/Rotação/Inclinação lateral.

- Tronco: Ereto/Inclinação lateral.

- Perna: Pernas e pés bem apoiados e equilibrados.

- Musculatura a: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Musculatura b: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Carga a: Carga menor que 2 Kg intermitente.

- Carga b: Carga menor que 2 Kg intermitente.

8.5 Posição 5: (figura 5)

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- Braço: Entre - 20 e + 20 graus.

- Antebraço: De 0 a 60 graus.

- Punho: 0 grau.

- Rotação de punho: Rotação média.

- Pescoço: De 0 a 10 graus.

- Tronco: Ereto.

- Perna: Pernas e pés bem apoiados e equilibrados.

- Musculatura a: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Musculatura b: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Carga a: Carga menor que 2 Kg intermitente.

- Carga b: Carga menor que 2 Kg intermitente.

8.6 Posição 6: (figura 6a e 6b)

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- Braço: Entre - 20 e + 20 graus.

- Antebraço: De 0 a 60 graus/Cruza o plano sagital ou operações exteriores ao

tronco.

- Punho: Menor que - 15 graus Desvio da linha neutra.

- Rotação de punho: Rotação média.

- Pescoço: 0 a 10 graus.

- Tronco: Ereto.

- Perna: Pernas e pés bem apoiados e equilibrados.

- Musculatura a: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Musculatura b: Postura estática mantida por mais de 1min ou repetitiva, mais que 4

vezes/min.

- Carga a: Carga menor que 2 Kg intermitente.

- Carga b: Carga menor que 2 Kg intermitente.

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9. RESULTADO

O resultado atraves da tabela avaliação do softwate FBS Sistems para análise

biomecânica com a planilha Rappid Upper Limb Assessment (McAtamney & Corlett ,

1993). Sendo:

PONTUAÇÃO NÍVEL DE AÇÃO INTERVENÇÃO

1 ou 2 1 Postura aceitável

3 ou 4 2 Deve-se realizar uma observação.

Podem ser necessárias mudanças.

5 ou 6 3 Deve-se realizar uma investigação.

Devem ser introduzidas mudanças.

7 4 Devem ser introduzidas mudanças

imedatamente.

As posturas adotadas pelo braço dominante na Posição 1 e na Posição 3

receberam a mesma avaliação, Pontuação 7 e Nível de Ação 4 (Devem ser

introduzidas mudanças imediatamente), diferindo apenas no grau de flexão. Na

posição 1 figuras 1a e 1b, o braço permanece em uma posição de flexão maior que

90 graus como consequência da professora estar escrevendo acima do nível do seu

olhar, fazendo com que haja também uma extensão de pescoço combinada com

flexão lateral esquerda e rotação. Havendo assim uma sobrecarga maior da

musculatura envolvida. Na posição 3, figura 3, em relação à anterior, com a

professora escrevendo ao nível dos olhos, ela não executa extensão do pescoço e o

braço permanece muito próximo aos 90 graus de flexão. A mesma classificação se

dá para estas posições por permanece estática por muito tempo, ocorrendo

sobrecarga na musculatura envolvida no movimento/postura. Com relação à ação do

braço contralateral nas Posição 1, figura 1a e 1b e Posição 3, figura 3, mesmo em

postura relaxada, ambas receberam Pontuação 3 e Nível de Ação 2 (Deve-se

realizar uma observação/podem ser necessárias mudanças), que é devido ao tempo

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em que fica na posição estática, maior que um minuto de acordo com a planilha

utilizada.

Na posição 2, figura 2a e 2b, a postura do lado direito foi avaliada com

Pontuação 6 e Nível de Ação 3 (Deve-se realizar uma investigação/Devem ser

introduzidas mudanças). O nível de intervençao proposto foi menor que nas

Posições anteriores, devido a menor flexão do braço e não haver extensão do

pescoço, que fica em posição neutra. Isso acreditamos se deve à posição da

professora mais próxima do quadro e escrever ao nível dos olhos, diminuindo a

sobrecarga na musculatura do ombro e do pescoço. O lado contralateral recebeu

Pontuação 3 e Nível de Ação 2 (Deve-se realizar uma observação/podem ser

necessárias mudanças), devido ao tempo que fica na posição estática, mesmo

estando numa posição confortável.

Na Posição 4, figura 4, ambos os lados receberam Pontuação 7 e Nível de

Ação 4 (Devem ser introduzidas mudanças imediatamente). O lado direito

acreditamos ser devido à flexão do braço maior, e o esquerdo devido a flexão do

antebraço e por suportar o peso do livro didático. Estas posições estáticas produzem

sobrecarga da musculatura envovida.

A posturas adotadas pelos dois lados na Posição 5 receberam Pontuação 3 e

Nível de Ação 2 (Deve-se realizar uma observação/podem ser necessárias

mudanças). Isto se deve à posição diferente das anteriores, quando a professora se

encontra de frente para os alunos, permanecendo em uma posição mais confortável,

mesmo segurando o livro.

Finalmente, na Posição 6, figura 6, a classificação foi mesma da Posição 5.

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10. ANÁLISE DE DOR

10.1 Método

Para análise da dor de todas as professoras foi utilizado o Diagrama de

Corlett, assim como um questionário com questões como: estado civil; se tinha

filhos; tempo de serviço na docência; se trabalhava em outro lugar diferente da

Escola; horas trabalhadas; se já ficou afastada do emprego, tempo e motivo.

10.2 Resultado

Todos os valores correspondentes a nenhum desconforto/dor, equivalente a 1,

não foram registrados na tabela a seguir. O valor 2 equivale a Algum

Desconforto/Dor; 3 a Moderado Desconforto/Dor; 4 a Bastante Desconforto/Dor e 5 a

Intolerável Desconforto/Dor.

Pescoço 2,2/3,3,3/4,4,4/5 Cotovelo esquerdo

Região Cervical 2/3,3,3,3,3/4,4,4,4,4 Antebraço direito 2,2/4,4

Costas-superior 2,2/3,3,3,3/4,4,4 Antebraço esquerdo 2,2

Costas-médio 2,2/3,3,3/4,4,4,4 Punho direito 2/4,4

Costas-inferior 2/3/4,4,4,4,4,4 Punho esquerdo 2

Bacia 2/4 Mão direita 3,3

Ombro direito 2,2/3,3,3,3,3,3/4,4,4,4,4 Mão esquerda

Ombro esquerdo 2/3,3,3/4,4 Coxa direita 3,3/4

Braço direito 2,2/3/4,4,4 Coxa esquerda 3/4

Braço esquerdo 4 Perna Direita 2/3,3,3,3,3/4,4,4

Cotovelo direito 2 Perna esquerda 3,3,3,3/4,4

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A maior incidência de desconforto foi encontrada no ombro direito,

acometendo 86% das entrevistadas. A segunda maior queixa foi na região cervical,

com 73%. Logo após com 60% o pescoço, costas-superior, costas-média e perna

direita. Com 53% costas-inferior.

Ombro esquerdo, braço direito e perna esquerda com 40%. O antebraço

direito com 26,6%. Já a coxa direita e o punho direito com 20%. Bacia, cotovelo

direito, mão direita e antebraço esquerdo são acometidos desconforto em 13,3% das

entrevistadas. E, finalmente, braço esquerdo e punho esquerdo com 6,6%. O

cotovelo esquerdo e a mão esquerda não sofreram nenhum tipo de desconforto.

Todos os professores entrevistados são do gênero feminino. Sendo três

solteiras, dez casadas e duas divorciadas. Dessas, uma professora possui quatro

filhos, outra professora três filhos, cinco professoras dois filhos, cinco professoras

somente um filho e três professoras não possuem nenhum filho.

O tempo de serviço como professora está no intervalo compreendido entre

nove e vinte e nove anos. Sendo estes os tempos de serviço: 9, 10, 13(duas), 17,

18, 19(duas), 20, 21, 22, 23, 24, 25 e 29 anos. Todas trabalham na área de

Educação como professora. Doze professoras trabalham em turno dobrado, sendo

que uma atua como coordenadora pedagógica e outra como Psicóloga em seu

consultório. Dessas professoras, três tem jornada semanal de vinte horas, onze

trabalham durante quarenta horas e uma por quarenta e quatro horas. Com relação

às horas trabalhadas, todas têm horário extraclasse incluído na jornada semanal que

é destinado a elaboração de planos de aulas entre outras atividades relacionadas

em lecionar. Quem trabalha até vinte horas semanais tem cinco horas e quem

trabalha mais que este número de horas possui dez.

Com relação a afastamentos do trabalho, treze professoras já o fizeram e três

não. Sendo os motivos: cirurgia (15 dias), duas por gravidez (120 dias), depressão

(40 dias), pico hipertensivo (3 dias), fratura do dedo mínimo direito (30 dias),

erisipela (15 dias), estresse associada a dor na região cervical (30 dias), tendinite

com calcificação bilateral de ombro (60 dias), angioplastia (60 dias), estresse (30

dias), afonismo (15 dias), enxaqueca devido a artrose na região da coluna cervical (3

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dias), linfoma (365 dias), fratura no pé e ombro (60 dias), fasciíte plantar (10 dias) e

ombro congelado (15 dias).

11. DISCUSSÃO

No nosso estudo encontramos que o ato de lecionar pode estar associado a

sérios riscos osteomusculares. Acreditamos que isso se deve às posturas adotadas

durante a jornada de trabalho. Este dado é agravado se estas posturas são

executadas com os braços flexionados a mais de 90 graus, quando neste caso há a

necessidade de mudanças na postura. Mas se a professora adota posturas mais

naturais, essas também requerem certa atenção, pois devem ser observadas e

sofrerem mudanças se necessário.

Em outro estudo de análise de risco ergonômico, mas em trabalhadores da

construção civil (Saad, Xavier e Michasloski, 2006) foi possível observar que havia

grande solicitação de membros superiores como no ato de lecionar, o que fazia com

que indivíduos adotassem posturas que lhe causassem certo desconforto. Essas

posturas são passíveis de mudanças imediatas.

Nestes dois estudo foi possível observar que a postura do membro superior,

no trabalho de lecionar para as professora e assentar tijolos para os trabalhadores

da construção civil, quando em posições que sobrecarreguem os braços, há

classificação máxima na Pontuação-RULA, 7. Isso demonstra que mesmo profissões

tão distintas, mas com algum gesto profissional parecido podem ser acometidas por

grandes riscos ergonômicos e para saúde do trabalhador.

Atualmente, sabe-se que dores na região cervical e nos ombros são geradas

pela tensão muscular (Santos Filho e Barreto, 2001). Nessas regiões encontramos

uma maior prevalência de queixas de desconforto/dor no ato de lecionar,

provavelmente em virtude do tensionamento muscular ocasionado pelas posturas

adotadas, justificado pelos índices do resultado do Diagrama de Corllet, onde

encontramos nível autodeclarado de ―intolerável desconforto/dor‖.

Programas de promoção da saúde e melhorias nas condições de trabalho

podem geralmente evitar afastamentos temporários ou definitivos (Assunção,

Sampaio, Nascimento, 2010). Se as professoras fossem contempladas com

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programas e melhorias assim, acreditamos que elas poderiam ser menos

acometidas por patologias o queixas de dor. Evitando assim afastamentos e

prejuízos para sua saúde. Além de não interromper o ensino-aprendizagem do

aluno.

Outro fator muito importante que deveria ser aplicado e facilitado para as

professoras é a prática de atividade física o que causaria adaptações circulatórias e

metabólicas, promovendo alterações benéficas na musculatura esquelética e tecidos

conectivos. Tais alterações contribuem para a diminuição do risco de surgimento de

incapacidades e injúrias osteomusculares (Kjaer, Laeger, 1999). Assim, uma melhora

na qualidade de vida do docente, e maior aproveitamento durante a jornada de

trabalho.

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12. CONCLUSÃO

O estudo mostrou que, mesmo as posturas que parecem ser menos

agressivas aos professores ao lecionar, causam desconforto, sendo nenhuma destas

aceitáveis e todas passíveis de alguma intervenção.

Com o resultado do diagrama de Dor de Corllet foi possível observar o quanto

as regiões cervicais, pescoço, ombro direito e perna direita ficam sujeitos a serem

acometidos por Dor/Desconforto. Acreditamos dever-se à posturas adotadas, na sua

maioria estática, sobrecarregando a musculatura e causando tensão muscular. Este

fato pode se agravado devido a aumento na jornada de trabalho, por vezes na

postura ortostática, e estilo de vida pessoal. Pois 86% são mães e todas têm

afazeres domésticos. Deste modo, reduzindo o tempo para descanso.

Algumas patologias podem ser desenvolvidas devido a longos anos na

docência, como patologias degenerativas em nível da coluna cervical, acentuado

enxaquecas, fasciítes e quadros crônicos degenerativos também em ombros. A

professora do estudo relata acometimento de ombro com inflamação e calcificação

bilateral. Mas parece certo que o contínuo e prolongado tempo nestas posições pode

agravar tais disfunções, ou ainda, produzir novas.

É necessário, urgentemente, procurar novas possibilidades de posturas a

serem adotadas por professores no ato de lecionar. Como evitar escrever no quadro

negro acima do nível dos olhos, com o braço a uma angulação menor que 90 graus

e evitar segurar objetos como livros didáticos, diminuindo a sobrecarga muscular.

Isto, acreditamos que possa diminuir os riscos de distúrbios osteomusculares,

promovendo menor incidência dessas patologias, garantindo aos professores um

trabalho que não lhes tragam prejuízo para sua saúde física.

Este estudo nos mostrou que além dos resultados obtidos, fazem-se

necessários novos ensaios para buscar possíveis soluções a fim de minimizar os

riscos ergonômicos para os distúrbios osteomusculares no trabalho dos docentes de

5ª ao 9º ano.

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13. IMPACTO ESPERADO

Espera-se que o estudo biomecânico de risco para distúrbios

osteomusculares corrobore para que novas pesquisas sejam realizadas no sentido

de alertar os sujeitos envolvidos para os cuidados a fim de evitar alterações

osteomusculares e funcionais relacionadas à atividade da docência.

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14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- Assunção AA. A Cadeirologia e o Mito da Postura Correta. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional São Paulo, 29 (110): 41-55, 2004.

2- Assunção AA, Sampaio RF, Nascimento LMB. Agir em empresas de pequena e média dimensão para promover a saúde dos trabalhadores: o caso do setor de alimentos e bebidas. Rev Bras Fisioter. Ada A. Assunção, Rosana F. Sampaio, Licia M. B. Nascimento. 2010;14(1):52-9.

3- Assunção AA, Vilela LVO. Lesões por esforços repetitivos: guia para profissionais de saúde. Piracicaba, SP. Centro de Referencia em Saúde do trabalhador. 2009; 168p.

4- Barbosa MSA, Santos RM, Trezza MCSF. A vida do trabalhador antes e após a Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (DORT). Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília. 2007 Set-out; 60(5): 491-6.

5- Bernard BP. Introduction. In: Bernard BP, editor. Musculoskeletal disorders and workplace factors - a critical review of epidemiologic evidence for work-related musculoskeletal disorders of the neck, upper extremity, and low back. 2nd ed. Cincinnati: National Institute for Occupational Safety and Health, Centers for Disease Control, Department of Health and Human Services. 1997. p. 1-14.

6- Coury HJCG, Moreira RFC, Dias NB. Efetividade do exercício físico em ambiente ocupacional para controle da dor cervical, lombar e do ombro: uma revisão sistemática, ISSN 1413-3555 Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos, v. 13, n.6, p. 461-79, nov./dez. 2009 © Revista Brasileira de Fisioterapia.

7- Couto HA. Ergonomia aplicada ao trabalho, vol II. Ed Ergo Ltda. Belo Horizonte. MG.1996

8- Couto, H. A. Ergonomia Aplicada ao trabalho: manual técnico da máquina humana. 2º v. Belo Horizonte: Ergo, 1995

9- Kjaer M, Laeger U. From exercise physiology to sports medicine. 1999; 161: 6329-33.

10- Leal F, Goulart AT, Almeida DA, Pinho AF. Avaliação ergonômica e mensuração do estresse em salas de aula, XXVI ENEGEP – Fortaleza, CE, Brasil, 9 a 11 de outubro de 2006.

11- Lida, I. Ergonomia – Projeto e Produção. Editora. Edgard Blucher ltda. São Paulo, 1995.

12- McAtamney L and Corlett EN. RULA : A survey method for investigation of work-related upper limb disorders. Applied Ergonomics. 1993; 24(2), 91-99.

13- Mendonça HP Jr, Assunção AA. Associação entre distúrbios do ombro e trabalho: breve revisão da literatura. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2005; 8(2): 167-76.

14- Metzner RJ, Fischer FM. Fadiga e capacidade para o trabalho em turnos fixos de doze horas. Rev. Saúde Pública, São Paulo. 2001 Dec; vol.35, no.6.

15- Neves IR. LER: trabalho, exclusão, dor, sofrimento e relação de gênero. Um estudo com trabalhadoras atendidas num serviço público de saúde. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro. 2006 Junho; (2)22(6):1257-1265.

16- Pessoa JCS, Cardia MCG, Santos MLC. Análise das limitações, estratégias e perspectivas dos trabalhadores com LER/DORT, participantes do grupo PROFIT–LER: um estudo de caso. Ciência & Saúde Coletiva. 2010; 15(3):821-830.

17- Pinheiro FA, Tróccoli BT, Carvalho CV. Validação do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares como medida de morbidade. Revista Saúde Pública. 2002;36(3):307-12.

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18- Polanyi MFD, Cole DC, Beaton DE, Chung J, Wells R, Abdolell M, et al. Upper limb work-related musculoskeletal disorders among newspaper employees: cross-sectional survey results. Am J Ind Med. 1997;32(6):620-8.

19- Portaria Normativa n° 0001/92, SME/SEC – Regimento Escolar para as Escolas Municipais de Juiz de Fora – PJF – MG, 1992.

20- Prefeitura de Juiz de Fora. Juiz de Fora; Prefeitura; Acessado em 16/06/2011.

Disponível em: .http://www.pjf.mg.gov.br/administracao. 21- Prefeitura de Juiz de Fora. Juiz de Fora; Prefeitura; Acessado em 16/06/2011.

Disponível em: http://jflegis.pjf.mg.gov.br. 22- Prefeitura de Juiz de Fora. Juiz de Fora; Prefeitura; Acessado em 16/06/2011.

Disponível em: http://www.pjf.mg.gov.br/se/conheca.php. 23- Prefeitura de Juiz de Fora. Juiz de Fora; Prefeitura; Acessado em 16/06/2011.

Disponível em: http://www.pjf.mg.gov.br/se/conselhos/educacao/index.php. 24- Saad VL, Xavier AAP, Michasloski AO. Avaliação do risco ergonômico do

trabalhador da construção civil durante a tarefa do levantamento de paredes. XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006

25- Salim CA, Doenças do Trabalho - exclusão, segregação e relações de gênero. São Paulo em Perspectiva. 2003; 17(1): 11-24.

26- Santos EF, Santos GF. Análise de Risco Ergonômico. ErgoBrasil. Jacareí, SP. 2006 27- Santos Filho SB, Barreto SM. Atividade ocupacional e prevalência de dor

osteomuscular em cirurgiões–dentistas de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: Contribuição ao debate sobre os distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho. Cad Saúde Pública 2001; 17: 181–93.

28- Takahashi MABC, Canesqui AM. Pesquisa avaliativa em reabilitação profissional: a efetividade de um serviço em desconstrução. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro. 2003 Set-out; 19(5):1473-1483.

29- Vidal MC. Ergonomia na empresa: útil, prática e aplicada. 2ª edição. Ed Virtual Científica. Rio de Janeiro, RJ. 2002.

30- Westgaard RH, Winkel J. Ergonomic intervention research for improved musculoskeletal health: a critical review. Int J Ind Ergon. 1997; 20(6):463-500.

31- Wisner A. Por dentro do trabalho. Ergonomia: método e técnica. Ed FTD/Oboré. São Paulo, SP. 1997.

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ANEXO I – DIAGRAMA DE DOR CORLLET E QUESTIONÁRIO

Nome

Gênero

Idade

Estado civil

Filhos

Tempo de serviço

Outro emprego

Horas por semana

Afastamento

Tempo

Motivo

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ANEXO II - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nome do Serviço do Pesquisador: UFJF Pesquisador Responsável: Eduardo de Castro Assis Endereço: Rua Joaquim de Almeida 236 - Jardim Laranjeiras CEP: 36033-160 – Juiz de Fora – MG Fone: (32) 3217 8332 - 9987 6156

E-mail: [email protected] / [email protected] TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O(a) Senhor(a) está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa ―RISCO

ERGONÔMICO PARA DISFUNÇÕES OSTEOMUSCULARES RELACIONADO À FUNÇÃO DE PROFESSOR DE ENSINO

FUNDAMENTAL DA REDE PUBLICA DE JUIZ DE FORA-MG‖. Neste estudo observaremos como a atividade laboral afeta a saúde do professor de escola pública. O que nos interessa é o grande número de estudos realizados a fim de identificar riscos ergonômicos desta atividade profissional. Para este estudo aplicaremos um questionário com questões relacionadas à condição social e aspectos gerais de saúde do professor. Será também aplicado outro questionário no qual pretendemos saber mais especificamente a presença de queixas de dor e desconforto. Outra ferramenta será utilizada para dirimir sobre riscos biomecânicos. Este estudo não trará risco para os sujeitos envolvidos, (risco mínimo) em especial para a saúde dos participantes e contribuirá para a compreensão da realidade destes trabalhadores. Para participar deste estudo o Senhor(a) não terá nenhum custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido (a) sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido pelo pesquisador Eduardo de Castro Assis. O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo, não o identificando, não revelando detalhes de sua saúde, em particular da sua saúde funcional. Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. O senhor não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Este termo de consentimento encontra-se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, na Universidade Federal de Juiz de Fora e a outra será fornecida a você.

Eu, ____________________________________________, portador do documento de Identidade ____________________ fui informado (a) dos objetivos do estudo ―RISCO ERGONÔMICO PARA

DISFUNÇÕES OSTEOMUSCULARES RELACIONADO À FUNÇÃO DE PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE

PUBLICA DE JUIZ DE FORA-MG‖, de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar.

Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. Juiz de Fora, _________ de __________________________ de 2010.

Nome Assinatura participante Data

Nome Assinatura pesquisador Data

Nome Assinatura testemunha Data Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o CEP - COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/UFJF - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UFJF/PRÓ-REITORIA DE PESQUISA - CEP 36036.900 - FONE: 32 3229 3788.