Alteração propilitica
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ALTERAÇÃO PROPILITICA
João Pedro Santana Bezerra
RESUMO
A alteração hidrotermal é a mudança da composição química e mineralógica das rochas
e em composições químicas de soluções hidrotermais durante a interação entre o fluido e a
rocha. As alterações hidrotermais são classificadas em vários tipos dependendo da alteração
dos minerais (Hemley e Jones, 1964; Rose e Burt, 1979). As importantes alterações
hidrotermais incluem a alteração propilítica, alteração argílica, alteração argílica avançada e
alteração sericítica (Meyer e Hemley, 1967).
Alteração propilítica ou propilitização é a alteração hidrotermal de rochas vulcânicas
andesíticas em greenstone, rochas compostas essencialmente de cloritas argílicas, sericitas,
epidoto, albita, carbonato e quartzo (Schwartz, 1939; Coats, 1940; Schmitt, 1940; Schmitt,
1954; Nakivnik, 1955; Wilshire, 1957; Korzhinskii, 1960; Ilic, 1960; Iwao, 1961; Burnham,
1962; Thompson, 1968), entretanto a maioria das áreas que sofreram alteração propilítica
contém outras rochas vulcânicas ou sedimentares.
Estas rochas também sofreram a mesma alteração mas com diferentes assembleias de
minerais metamórficos, com isto não se pode restringir a definição de alteração propilítica pela
alteração apenas do andesito, mas a inclusão da alteração de rochas pelo processo que produz
no andesito a mesma combinação de clorita, sericita, albita, epidoto, calcita e quartzo (Wilshire,
1957).
Em geologia econômica, o termo propilito é utilizado para rochas vulcânicas alteradas
por hidrotermalismo que formam paredes de rochas de depósitos minerais metálicos epitermais
em forma de veio (Kuroko). Estudos feitos propuseram três fácies de alteração das rochas:
fácies da alteração propilítica, fácies argílicas e potássio-silicato, os dois últimos são
caracterizados pela presença de K-feldspato e/ou biotita.
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ABSTRACT
The hydrothermal alteration is the change in the chemical composition of rock and fluid
as well as alteration in the mineralogy of rocks when fluid and rock interact in the underground.
Those alterations can be classified in many types depending on which mineral was created in
the end of this interaction (Hemley and Jones, 1964; Rose and Burt, 1979). Among those
alterations, the most important are propylitic alteration, argillic alteration, advanced argillic
alteration and sericitic alteration (Meyer e Hemley, 1967).
Propylitic alteration is the hydrothermal alteration of the andesitic volcanic rock as is
greenstone and rocks mostly composed of argillic chlorite, sericites, epidote, albite, carbonates
and quartz (Schwartz, 1939; Coats, 1940; Schmitt, 1940; Schmitt, 1954; Nakivnik, 1955;
Wilshire, 1957; Korzhinskii, 1960; Ilic, 1960; Iwao, 1961; Burnham, 1962; Thompson, 1968),
however volcanic and sedimentary rocks aren’t composed only by those minerals.
Those rocks also underwent alteration but with different assemblies of metamorphic minerals,
then the propylitic alteration can’t be defined by the alteration on andesitic rocks only, but by
the alteration of the minerals that propylitic alteration has effect on, in rocks that creates
andesitic rocks.
In economic geology, the word propilite is used for volcanic rocks that underwent hydrothermal
alteration and are situated in the walls of rocks that are metal epithermal mineral deposits in
veins shape. (Kuroko). Studies proposed three different facies of alteration: propylitic alteration
facies, argillic facies and potassium-silicate facies, the last two are characterized by the
presence of K-feldspar and biotite.
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SINTESE BIBLIOGRAFICA
Alteração hidrotermal
Genericamente, o termo alteração hidrotermal pode ser entendido como qualquer
mudança na composição mineralógica de uma rocha por meios fisicos ou quimicos,
especialmente pela interação com soluções aquosas quentes, frias ou com gases (Guilbert &
Park, 1986). Nos processos hidrotermais, a alteração pode modificar a mineralogia, a textura e
a composição quimica da rocha, causando dissolução, preciptando ou recristalizando novos
minerais (Gifkins et al., 2005), essas mudanças ocorrem devido ao contato entre o fluido e a
rocha (Pirano, 2009), ao entrar em contato com a rocha, estes fluidos modificam a rocha
encaixante, forçando-a a se reequilibrar formando outra assembleia mineralógica.
Depósitos hidrotermais
São um conjunto de depósitos que apresentam uma complexa história, onde uma solução
aquosa quente flui através da crosta precipitando elementos que estavam dissolvidos no fluido
(Skinner, 1997). A importância se dá pela solução que circula e carrega os elementos que irão
constituir o depósito e variam em composição e concentração.
Tipos e estilos de alterações hidrotermais
A classificação sistemática dos tipos de alteração, embora desejável, é prejudicada pela
grande diversidade dos processos e produtos de alteração. Foi desenvolvido um sistema simples
de classificação para designar um tipo de alteração pelo mais abundante ou mais óbvio mineral
em rochas alteradas ou pelas assembleias minerais (sericitação, dolominitização, cloritização,
silicificação, propilitização, potássica, etc.) bem como variações composicionais do protólito,
por meio da litogeoquímica (metassomatismo sódico, magnesiano ou potássico).
Outra forma de se classificar os produtos da alteração hidrotermal é através de
características que refletem a intensidade da alteração, sendo classificadas como:
TIPOS CARACTERISTICAS
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Pervasivo Total ou significativa substituição mineralogica da rocha, sem
resquicios das texturas pré-existentes.
Seletivamente
pervasivo
Substituição sempre associados a minerais especificos como
saussuritização ou cloritização que preservam a textura
original da rocha.
Não pervasivo Ocorre em determinadas porções da rocha favoráveis à
percolação dos fluidos (alteração fissural). Tabela 1: Classificação referente aos estilos das alterações hidrotermais (Pirajno 2009).
Entretanto a aplicação dessas nomeclaturas é dificil, pois para classifica-lá é necessário
identificar a fase mineral abundante e nos metassomatismos é necessário saber a composição
química inicial da rocha. O que controla o desenvolvimento de cada uma dessas assembleias é
a evolução da razão aK+/aH+ na solução hidrotermal em contato com as rochas encaixantes, ou
seja a razão entre a atividade quimica dos íons K+ e H+ no sistema rocha-fluido (Pirajno, 2009).
Abaixo segue uma aproximação mais moderna para classificação dos tipos de alteração
em termos de minerais e suas caracteristicas:
Figura 1: Assembleia mineral característica dos maiores tipos de alterações hidrotermais em rochas
aluminossilicáticas mostrada no diagrama ACF e AKF (após Meyer & Hempley, 1967).
ALTERAÇÃO CARACTERÍSTICAS ASSEMBLEIAS
TÍPICAS
AMBIENTE DE
FORMAÇÃO
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Argílicas
avançada
Baixo K+/H+, temperatura
intermediária a alta, completa
alteração de feldspatos e minerais
máficos a minerais argílicos e
minerais ricos em alumínio
(pirofilita, andalusita), alta
lixiviação de álcalis e elementos
alcalinos terrosos.
Pirofilita + Quartzo +
caulinita ± sericita ±
alunita± diásporo ± barita
± andaluzita ± topázio ±
enargita ± turmalina ±
pirita ± calcopirita ±
hematita
Pórfiro de cobre e
epitermal High-
sulfidation, epitermal
low-sulfidation e
geotermal.
Filítica
(sericítica)
Intermediária a alta K+/H+, alta
temperatura, plagioclásio, K-
feldspato e minerais máficos
convertidos a sericita e quartzo.
Veios de sericita-quartzo-pirita são
comuns.
T = 200 – 250° C pH= 4 -6
Quartzo-Sericita-Pirita ± clorita ± Caulinita ±
biotita ± rutilo ±
leucoxênio ± illita ±
calcopirita ± k-feldspato
Pórfiro de cobre,
epitermal low-
sulfidation, VHMS e
geotermal.
Argílicas
(intermediária)
Baixo K+/H+, baixa temperatura, k-
feldspato inalterado (metaestável)
alteração significante de
plagioclásio e minerais máficos a
minerais argílicos (caulinita e
montmorillonita) lixiviação de Ca,
Na e Mg.
T < 200 – 250 pH= 4 - 5
caulinita ±
montmorillonita ± ilita
± clorita ± sericita ±
biotita ± pirita ± epidoto ±
calcita ± esmectita.
Pórfiro de cobre e
epitermal High-
sulfidation.
Propilítica Alto K+/H+, baixa temperatura, falta
de lixiviação ou adição de álcalis e
elementos alcalinos terrosos.
Substituição do plagioclásio e
minerais máficos por epidoto-clorita
e carbonatos.
Clorita + epidoto +
albita + carbonato ±
sericita ± anidrita ±
montmorillonita ± apatita
± ankerita ± hematita ±
pirita ± calcopirita
Pórfiro de cobre,
epitermal High-
sulfidation, epitermal
low-sulfidation e
geothermal.
Potássica Alta K+/H+, alta T, substituição do
plagioclásio por K-feldspato (rochas
félsicas), biotitização dos minerais
máficos.
Quartzo-K-feldspato-
Biotita ± sericita ±
Clorita magnetita ± albita
± anidrita ± aptita ± rutilo
± epidoto ± calcopirita ±
bornita ± pirita
Pórfiro de cobre
Tabela 2: Alguns tipos de alteração hidrotermal com características, assembleias minerais e ambientes de
formação (Modificado de Gifkins et al., 2005). Observação: Os minerais índices estão em negrito.
As alterações hidrotermais propiliticas estão associadas principalmente ao tipo pórfiro
e se apresentam com menor concentração em depósitos do tipo kuroko.
Alteração propilítica e a geologia econômica
A ocorrência de alteração hidrotermal não garante a formação de um depósito mineral,
mas é um grande motivo para se investigar a área. O padrão hidrotermal constitui um excelente
guia para exploração de depósitos minerais causados por duas razões:
1) Muitos tipos de depósitos são associados com padrões de alteração característicos.
2) Na maioria dos casos de alteração hidrotermal as áreas são muito mais extensas do que as
áreas associadas à mineralização de metais.
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Alguns depósitos minerais são classificados de acordo com a sua textura, em função de
sua importância econômica e a partir de algumas implicações metalogenéticas. Assim são
classificados, por exemplo, os depósitos de cobre pórfiro. Estes depósitos são classificados
como um grande volume de rochas hidrotermalizadas centralizadas em stocks pórfiros que
podem apresentar skarns, depósitos epitermais de sulfetação intermediaria a alta e sediment-
hosted (Sillitoe, 2010), e são as principais fontes de Cu (mais que 50% da produção mundial) e
Mo (70% da produção mundial), além de Au, Ag e Sn. Há uma separação dos depósitos de
acordo com a composição de sua mineralização, entretanto este não é o foco deste trabalho.
• Os Depósitos de Cobre Pórfiro de alteração hidrotermal geralmente possuem quatro
halos de alteração ou zonas, identificadas da borda para o centro do “stock” pórfiro, são
elas:
(As assembleias típicas já foram mencionadas na tabela 2):
Zona Propilítica - Nem sempre presente
Zona Argilicas - Nem sempre presente
Zona Filítica - Nem sempre presente
Zona Potássica: - Sempre presente.
Em profundidade todas as zonas tendem a fundir numa única assembleia quartzo K-
feldspato-sericita-clorita. As características dos principais tipos de jazidas do tipo pórfiro
encontram-se na tabela 5.
Figura 2: Modelo de Zonas de Alteração Hidrotermal de Depósitos de cobre pórfiro (parcialmente compilado
de www.geovirtual.cl).
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Figura 3: Mapa com a distribuição global dos principais depósitos do tipo pórfiro (Kirkham e Dunne, 2000)
Tipicamente as mineralizações do tipo pórfiro se formam em limites convergentes de
placas tectônicas, onde se desenvolvem os arcos magmáticos ou rifts. Os depósitos são
formados acima das zonas de subducção nas margens continentais convergentes, em ambientes
crustais rasos e em arcos de ilhas oceânicos.
Depósito vulcano-exalativo
São depósitos minerais sedimentares que mostram relação com rochas vulcânicas ou
vulcanismo. Eles estão em conformidade com a rocha hospedeira e frequentemente bandados,
típicos de processos sedimentares. O principal constituinte é a pirita com ou sem calcopirita,
esfarelita, garnierita, barita e Au-Ag. Eles são de três tipos:
1. Tipo Cyprus: Associado com vulcânicas máficas e sequências ofiolíticas. Consiste
predominantemente de pirita com ou sem calcopirita. Back arc basins.
2. Tipo Besshi: Associado com vulcanismo basáltico à dacítico. Formam-se durante o estágio
inicial de formação de arcos de ilha. Domina a pirita, mas a calcopirita e esfarelita são comuns.
Tipificados por muitos depósitos vulcanogênicos do Canadá.
3. Tipo Kuroko: Associado com vulcanismo dacítico à riolítico. Formam-se durante vulcanismo
tardio de arco de ilha.
8
Figura 3 Ambientes geotectônicos de depósitos de sulfetos maciços vulcanogênicos (http://www2.ifrn.edu.br/pesquisamineral/?p=161)
Variação da porosidade em rochas que sofreram alteração propilitica
Independente da origem das alterações que as rochas sofreram, a interação fluido-rocha
é dirigida pela temperatura, química do fluido, mineralogia, textura da rocha e taxa do fluxo,
sendo estes os maiores parâmetros. Estas interações podem ser operadas sobre um amplo
alcance temporal e fortemente influenciada pelo caminho do padrão do fluido em escalas que
variam de nanômetros a quilômetros. Estudos realizados sobre a porosidade de um granito que
sofreu alteração propilítica em Charroux (França), mostraram que sua porosidade aumentou
mais do que quatro vezes em comparação as suas partes inalteradas, variando de 0.3% a 1,4%.
Estas mudanças resultam de várias modificações locais na porosidade e em diferentes escalas
da rocha.
Neste trabalho citado foram coletadas amostras em fraturas e próximas a estas, as rochas
mais alteradas propiliticamente estão nas fraturas enquanto as rochas mais distantes destas
fraturas apresentam menos alteração. A necessidade de se considerar a heterogeneidade
mineralógica das rochas em estudos de porosidades em pequenas escalas foi fortalecido por
inúmeros estudos de rochas alteradas, revelando: a natureza cristaloquimica de um dado mineral
formador de rocha fortemente influenciada pelo tamanho e geometria dos poros conectados que
se desenvolvem dentro do cristal, cada mineral formador de rocha produz uma fase especifica
e porosidade associada.
A modificação das redes de poros conectados, afeta incluindo a geração da porosidade
durante a substituição mineral (Walker et al., 1995; Ferry, 2000; Putnis, 2002), fratura ou fenda
recristalizada por argilo-minerais (Vaughan et al., 1986), abertura de fraturas causadas por
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processos de dissolução (Saussse et al., 2001) e uma nova geração de fraturas causadas pela
expansão dos argilo-minerais (Suzuki et al., 1998). Abaixo se encontra a variação volumétrica
da rocha os minerais específicos. Nos plagioclásios azul, branco e rosa, não há presença na
rocha inalterada pois se trata de minerais de alteração.
AMOSTRAS ROCHA INALTERADA ROCHA ALTERADA
Rocha total 0.2 1.4
Quartzo 0.2 0.8
Minerais Fe-Mg 0.4 3.7
K-feldspato 0.1 0.3
Plagioclásio 0.1 2.2
Plagioclásio azulado - 3.7
Plagioclásio branco - 1.6
Plagioclásio rosa - 0.71
Tabela 3: Rocha total e porosidade especifica dos minerais em granitos alterados e inalterados.
Figura 4: Perfil da porosidade dos granitos alterados em função da distância da fratura. (Cassiaux M et al, 2006)
Os dados da porosidade e dados mineralógicos demonstram que a localização e o
desenvolvimento da circulação do percurso do fluido na rocha é fortemente dependente da
cristaloquimica dos minerais formadores de rochas e da organização geométrica destes, e o
desenvolvimento das alterações em microfraturas nestes minerais e entre a cristaloquimica dos
produtos de alteração.
Mapeamento de Rochas com alteração Hidrotermal
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Alguns trabalhos foram feitos para mapeamento de zonas de alteração hidrotermal, por
exemplo, na China foi feito este mapeamento com dados ASTER. Este trabalho foi possível de
ser realizado pois as rochas alteradas por hidrotermalismo possuem aspectos de absorção
diferentes e são bastante caraterísticos em relação a suas assembleias minerais além de pouca
presença de vegetação no local, com isso o sensoriamento remoto foi utilizado para analisar
cobre pórfiro e exploração de ouro.
As bandas de ASTER nas ondas curtas de infravermelho foram selecionadas
especificamente para ressaltar a presença de espectros de absorção característicos de minerais,
como argila, carbonatos, sulfatos e outras fases hidratadas que devido as tonalidades e as
combinações de tons de fundamentais absorções de Al-O-H, Mg-O-H, Si-O-H e CO32- puderam
ser captadas.
Neste trabalho foram identificadas quatro zonas de alteração, sendo elas:
Potássica K-feldspatização e biotização
Quartzo-sericita Sericita + quartzo + pirita + k-feldspato
Propilítica Clorita + zoisita + calcita + albita ± zeolita
Zeolita-carbonatos Epistilbita + laumontita + calcita + quartzo ± albita
Tabela 4: Zonas de alteração no depósito de Baogutu, China.
Três bandas RBD (Profundidade Relativa de Bandas de Absorção) foram usadas no
estudo: RBD5, RBD6 e RBD 8, as quais foram atribuídas para RGB (red green e blue) a
combinação de cores para delinear as zonas de alterações hidrotermais argílica, filítica e
propilítica.
Os depósitos de cobre porfiríticos são tipicamente caracterizados pelas alterações
hidrotermais de zonas minerais, como já foi dito anteriormente, o núcleo com minerais de
quartzo e potássium-bearing é cercado pelas múltiplas zonas de alteração. A reflectância dos
espectros foram simulados de acordo com a assembleia mineral e suas propriedades.
- A zona potássica é caracterizada pela biotita e anidrita com absorção característica
centralizada de 1.94 e 2.1 μm.
- A zona filítica é caracterizada pela ilita e sericita com intensas absorções do Al-OH
centralizada entre 2.20 μm.
- A zona argílica incluindo caulinita e alunita mostra uma absorção secundaria de Al-OH em
2.17 μm.
- A zona propilítica tem o epidoto, clorita e calcita com a absorção características em 2.335
μm.
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Gerando os aspectos simulados da figura 5.
As imagens foram usadas neste estudo para delimitar as assembleias minerais
argílica, filítica e propilítica. A composição das cores RGB foi designada para apresentar
o resultado da figura 6. As áreas argílicas restritas ficaram alaranjadas, e a grande área
filítica ficou rosa e amarela e ocuparam a maior parte dos halos dos minerais de alteração
hidrotermal, a zona propilítica ficou azulada, cercada por fora da zona de alteração
hidrotermal.
Figura 5:Espectro simulado das assembleias dos minerais de alterações. (Q Li, B Zhang, L Lu e Q Lin,2014)
Figura 6: Composição de cores RGB de imagens MNF 1, 2. (Q Li, B Zhang, L Lu e Q Lin,2014)
As imagens mostram a distribuição superficial das zonas de alteração hidrotermal.
Um padrão de minerais circulares zonados foi claramente observado, no resultado da
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classificação das zonas potássicas, filiticas, argílicas e propilíticas. Sendo bastante eficaz
para distinguir as alterações e como um indicador de zonas de mineralização de cobre do
tipo pórfiro.
Tabela 5: Características das principais classes de jazidas do tipo pórfiro.
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ALTERAÇÃO PROPILÍTICA NO MUNDO: tipos de depósitos e mineralizações
Há presença de alteração propilítica em vários países, segue abaixo uma lista de
alguns dos países encontrados:
LOCAL
TIPO DE
DEPÓSITO MINERALIZAÇÃO ESPECIFICAÇÕES
Japão Pórfiro Au-Ag-Mo Hobenzan granitic complex
Romênia (VMS) Au Sacaramb
USA Pórfiro Cu Southwest Tintic, Utah
Argentina Pórfiro Cu-Au-Mo Depósitos de Bajo de la alumbrera e Água Rica
Austrália Pórfiro Cu-Au Goonumbla District
China Pórfiro Cu Tuwu cu deposit
Austrália Pórfiro Cu-Au Northparkes porphyry Cu–Au deposit,
Índia Pórfiro Cu-Au Indian Mountain and Purcell Mountain
Iran Pórfiro Cu Darrehzar Porphyry Copper Deposit, Kerman
Chile Pórfiro Cu-Au Mina Guanaco (Chile)
Colômbia Pórfiro Cu-Au Marmato
Canadá Pórfiro Cu-Mo-W Logtung
Outros locais:
Japão Hiroshima
Chile Collhuasi District
Austrália Canadia District
Tibet Eastern Gangdese Belt
USA Colorado
USA Nevada
Chile Collahuasi district
Colômbia Vereda Santa Lucía
ALTERAÇÃO PROPILÍTICA NO BRASIL
ESTADO TIPO DO
DEPÓSITO MINERALIZAÇÃO LOCALIZAÇÃO
Minas Gerais Pórfiro Cu Lavras do Sul
Pará Pórfiro Au-Cu Província Aurífera do Tapajós
Mato Grosso Pórfiro Au Província de Alta Floresta
Pará São Félix do Xingu
Rio grande do Sul Caçapava do Sul
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DISCUSSÃO
A utilização dos métodos de cálculo de porosidade foram realizados em vários
estudos, na França houve uma variação de 0.3 a 1,4% entre granitos inalterados e
alterados por alteração propilítica, em outro trabalho realizado em Lavras do Sul/RS,
Brasil foi feito a mesma análise em granitos, apresentando uma variação entre 0.5 – 1,8%,
bastante próximo dos granitos da França e utilizando o mesmo método. A porosidade
observada nas rochas não alteradas é associada a limites de grão, minerais máficos e
microfraturas, enquanto que nas alteradas, a porosidade maior é associada com os
minerais de alteração.
O sensoriamento remoto, é muito usado em mapeamento e muitos trabalhos foram
feitos com vários métodos diferentes para melhorá-los, para mapeamento em alterações
hidrotermais há muitas possibilidades, no trabalho realizado na China, foram feitas
análises pelos métodos em imagens PCA, MNF e RBD, sendo este último o que
apresentou resultados mais claros.
CONCLUSÃO
O mapeamento geológico por sensoriamento remoto é um método bastante
estudado, pois auxilia os estudos geológicos na interpretação do tipo de depósito,
entretanto só é eficaz em regiões onde não há presença de muita vegetação (regiões áridas
e semiáridas). Este método ajuda na delimitação da área antes de um trabalho de campo
e é economicamente viável, ajudando assim no reconhecimento de estágios para
exploração mineral.
A alteração propilítica está relacionada a metamorfismos de baixo grau,
economicamente falando, esta alteração está associada a grandes depósitos minerais, que
são importantes na atualidade por apresentar depósitos com mais que 50% da produção
mineral de Cu e outros minerais associados, sendo de grande interesse econômico.
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Grande do Norte: Editora Ifrn, 2010. 268 p.
MISAS ENCHEVERRI, C.M. Evolução magmática, alteração hidrotermal e Gênese da
mineralização de ouro e cobre do palito, Província aurífera do tapajós (PA)(2010),
Dissertação de mestrado, Instituto de Geociências. Universidade de São Paulo.
http://www2.ifrn.edu.br/pesquisamineral/?p=161 <Último acesso em: 10/02/15>