Almanaque Olimpico Cap1

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ALMANAQUE OLÍMPICO SPORTV A ORIGEM

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Fatos históricos e curiosidades sobre as Olimpíadas.

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A hISTóRIA

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Os JOgOs OlímpicOs da grécia antigaA aventura dos Jogos Olímpicos é o tema central des-te Almanaque. O evento esportivo que atualmente tem dimensões planetárias e reúne mais de duzentos países participantes foi criado na Antigüidade, pelos gregos, e mantém-se presente, a despeito de ter sofrido alguns baques pelo caminho. Os Jogos são uma fonte infindável de histórias e casos. Para começar o enredo do início, é preciso esclarecer logo que nem eram esses os únicos torneios esportivos da Grécia Antiga.

Na verdade, era costume que competições se seguissem a grandes feitos ou acontecimentos – no canto XXX da Ilíada, Homero narra com detalhes os jogos fúnebres em home-nagem a Pátroclo, escudeiro de Aquiles e uma das vítimas da Guerra de Tróia. Alguns foram se tornando regulares e se estabeleceram como tradição. Eis alguns dos mais importantes, que eram chamados de Pan-Helênicos, pelo fato de reunirem cidadãos de várias cidades-estado:

• Jogos píticosCelebrados no santuário de Apolo, em Delfos. Como ho-menageavam o deus da música, seus Jogos tinham também concursos musicais e teatrais.

• Jogos ístmicosNo santuário de Poseidon, em Corinto. Em honra ao deus do mar, tinham provas aquáticas, como regatas de remo.

• Jogos nemeusTambém dedicados a Zeus, mas em outro santuário do deus, em Neméia.

• Jogos OlímpicosÉ sobre eles que vamos falar nas próximas páginas deste almanaque.

OS LOUROS DA VITÓRIA

Essa você já deve ter ouvi-

do: “Fulano se deitou sobre

os louros da vitória.” Pois a

expressão surgiu das cerimô-

nias de premiação dos Jogos

Olímpicos da Grécia Antiga. As

vitórias eram celebradas em

dois momentos. Logo depois

da prova, os espectadores arre-

messavam flores e amarravam

fitas vermelhas na cabeça e nas

mãos do campeão, enquanto o

árbitro da prova lhe entregava

um ramo de palma e uma coroa

de ramos de oliveira, pinho...

ou louros. No último dia dos

Jogos, uma cerimônia reunia to-

dos os premiados no templo de

Zeus, mas sem a presença do

público. Era praticamente uma

cerimônia religiosa, em que

cada campeão ouvia o anúncio

de seu próprio nome, seguido

dos nomes dos pais e da cidade

de origem, para depois ter a

cabeça ungida com kotinos,

óleo sagrado.

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nO cOmEÇO Era a lEndaOs Jogos Olímpicos da Grécia Antiga podem ter nascido de uma simples corrida. Era assim, correndo, que os jovens peregrinos que iam a Olímpia decidiam quem receberia do sacerdote do templo a chama que acendia o fogo do altar de sacrifícios. Mas é impossível ser mais preciso quanto à origem dos Jogos. Os gregos contavam sua História através dos mitos e há muitos sobre esse assunto. A seguir, três dos mais populares.

1 Quem criou os Jogos foi Pélope, primogênito de Tântalo, rei da Lídia, cujo nome deu origem ao Peloponeso, região onde fica Olímpia. Ele se apaixonou por Hipodâmia, filha de Enomao, rei de Pisa. Para conquistar a mão da princesa, teve de vencer o rei numa corrida de quadrigas (carros de rodas puxados por cavalos), proeza que já tinha sido tentada por 13 pretendentes, cujo castigo pela derrota foi perder a vida. Há duas versões para a vitória de Pélope: numa, ele recebe de Poseidon, deus do mar, um carro de ouro, puxado por invencíveis cavalos alados; noutra, suborna Mirtilo,

DO OLIMPO AOS JOgOS OLíMPIcOSOLImpO – É um monte de verdade, o mais alto da Grécia, com 2.919m. Mas, para a mitologia grega, representa muito mais: trata-se da casa dos 12 principais deuses, comandados por Zeus – deus dos raios e trovões – e por sua mulher, Hera.OLímpIA – Lugar sagrado onde foram encontrados vestígios e ruínas que podem datar do século XV a.C. Ao contrário do que se possa imaginar, Olímpia não teve seu nome inspirado no Olimpo. Há historiadores que afirmam que a denominação foi dada para indicar “fonte de água sagrada”. Olímpia tinha, inicialmente, templos dedicados a Hera e, mais tarde, também a Zeus. O maior dos deuses ganhou também o maior dos templos, adornado por uma estátua com sua imagem representada em ouro e marfim, esculpida em oito anos por Fídias, e considerada uma das sete maravilhas da Antigüidade. Ali eram premiados os vencedores dos Jogos Olímpicos, que competiam em duas outras importantes construções da cidade: o hipódromo e o estádio.

OLImpíADA – Período de quatro anos entre duas

edições dos Jogos Olímpicos, durante os quais

era celebrada uma trégua entre as cidades-estado

gregas. Dois meses antes de cada edição dos Jogos,

uma espécie de Senado Olímpico decretava a trégua,

que era comunicada por mensageiros escolhidos

entre os cidadãos de Élis (o reino que organizava

os Jogos). A partir desse momento, atletas, juízes,

artistas e familiares podiam viajar em segurança e

tinham direito a um período de um mês de prepa-

ração para o evento.

JOgOS OLímpIcOS – Os da Antigüidade eram os

disputados em Olímpia pelos gregos. Os Jogos

Olímpicos da Era Moderna, criados pelo Barão de

Coubertin, incluíam os Jogos da Olimpíada – que

começaram a ser disputados em 1896 e mais tarde

passariam a ser chamados também de Jogos de Verão

ou simplesmente Jogos Olímpicos – e os Jogos de

Inverno, lançados em 1924.

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criado do rei que era apaixonado por Hipodâmia e sabota-va as quadrigas dos outros pretendentes (o pagamento de Mirtilo seria passar uma noite com Hipodâmia, mas Pélope descumpriu o prometido e o atirou ao mar). Humilhado pela derrota, Enomao se suicidou, e em sua homenagem os Jogos foram instituídos.

2 O criador dos Jogos foi o herói Héracles (que ganhou o nome Hércules em muitas traduções para o português), aquele dos 12 trabalhos. Um deles foi limpar os estábulos de Áugias, rei de Élis. Para isso, desviou o curso dos rios Alfeu e Cladeu, em cujo encontro fica Olímpia, mas não recebeu a prometida recompensa: um décimo dos cavalos do rei. Em represália, Héracles matou toda a família real e criou os Jogos Olímpicos para celebrar seu feito.

3 De novo, Héracles aparece como o criador dos Jogos, mas em circunstâncias diferentes. Ele organizou uma corrida de bigas entre quatro irmãos para homenagear Zeus. O prêmio era um ramo de oliveira (símbolo de Atenas, porque a oliveira foi o presente que a deusa Atena ofereceu à cidade, ganhando assim o direito de dar seu nome a ela).

cOmEÇO, mEiO E FimVocê já deve ter ouvido ou lido por aí que os gregos criaram os Jogos Olímpicos em 776 a.C. Mas não é bem assim. Os histo-riadores dividem os Jogos antigos em três grandes fases.1 Os primeiros Jogos, cujos registros históricos indicam terem

sido homenagens funerárias, tiveram provavelmente 16 edições e foram interrompidos pela dominação dórica.

2 Tempos depois, houve a volta dos Jogos. Conta-se que Ifitos, rei de Élis, perguntou ao oráculo de Delfos o que fazer para acabar com as guerras que dividiam a Grécia. A resposta: retomar os Jogos de Olímpia. Ele então assinou um acordo com Cleóstenes de Pisa e Licurgo de Esparta e, por meio do documento, proclamava a trégua sagrada a cada quatro anos para que os Jogos fossem disputados. Os termos foram gravados num disco de cobre: “Olímpia é um lugar sagrado. Quem ouse entrar nele com armas será considerado sacrí-lego.” Essa fase intermediária teve 26 edições.

3 Em 776 a.C., os Jogos já eram tão importantes que se tor-naram a base do calendário. A terceira e última fase é a que conhecemos hoje como os Jogos Olímpicos da Grécia Antiga.

CELEBRIDADESVencer os Jogos Olímpicos era sinônimo de prestígio e até de poder na volta para casa. Os campeões olímpicos eram as celebridades de sua época e recebiam privilégios em suas cidades de origem: podiam requerer que se construíssem estátuas ou que versos fossem compostos em sua homenagem. Até uma muralha foi derrubada para receber um desses heróis, e muitos deles chegaram a exercer cargos públicos.Há relatos de gregos famosos que teriam assistido aos Jogos e até participado de competições: Hipócrates, pai da Medicina; Heródoto, o grande historiador; Alexandre I, rei da Macedônia; os filósofos Aristóteles, Sócrates e Platão. Este último, dizia-se, foi bicampeão do pancrácio. Devia ser complicado ganhar um debate com ele.

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A primeira edição teve apenas uma prova, a corrida, vencida por Koroibos, cozinheiro e cidadão de Élis. Dali em diante, o número de competições cresceu e foram disputadas 293 edições olímpicas. Os Jogos já integravam o cotidiano e a cultura da Grécia quando o país foi invadido e se tornou parte do Império Romano, em 149 a.C. O que se viu na seqüência foi um conflito de culturas que pôs a tradição dos Jogos em risco: para os gregos, competir era lutar pela glória pessoal (o ideal do guerreiro); para os romanos, lutava-se para o público. Assim, aos poucos, os espetáculos foram se tornando muito mais populares do que as competições esportivas. Em 393 d.C., o golpe final: depois de dizimar 10 mil gregos, o imperador romano Teodósio se converteu ao cristianismo para se curar de uma doença, a conselho de Ambrósio, bispo de Milão, que em troca pediu a destruição dos mitos pagãos. Os Jogos Olímpicos, assim como qualquer exibição esportiva, foram terminantemente proibidos.

cLUBE DO BOLINHA

A participação das mulheres nos Jogos Olímpicos era

expressamente proibida, não só nas competições como

na platéia. Só podiam competir ou torcer cidadãos

gregos, ou seja, homens livres e nascidos na Grécia. A

única exceção era a sacerdotisa de Deméter, do templo

da deusa Ceres, que tinha entre suas obrigações de

ofício assistir às provas.

Não que elas não quisessem, tentassem... e quase

conseguissem. Há algumas versões sobre a história de

uma mulher que se disfarçou de homem para acompanhar

o filho numa competição (numa versão, como torcedora;

em outra, como treinadora, no lugar do marido, um ex-

campeão olímpico que exercia a função e morrera pouco

antes dos Jogos). Na comemoração, o disfarce se desfez,

e ela só não foi apedrejada ou atirada de um penhasco

– os castigos-padrão – porque todos se comoveram

com sua história.

Há, sim, relatos de campeãs olímpicas, como Kyniska,

homenageada com uma estátua no templo de Zeus em

Olímpia com a inscrição “Eu me declaro a única mulher

na Grécia a ter ganhado essa coroa”. Porém, o mais

provável é que essa princesa de Esparta – local onde

as mulheres recebiam treinamento militar porque se

acreditava que assim gerariam filhos mais fortes – tenha

sido declarada campeã porque era a dona dos cavalos

que venceram a competição de quadriga em 396 a.C. e

392 a.C. Eram os proprietários, e não os cavaleiros, que

recebiam os louros da vitória.

E o geógrafo Pausânias, no livro Descrição da Grécia,

diz que havia em Olímpia um evento esportivo exclusivo

para mulheres: os Jogos Heranos, disputados no “mês da

virgem” (entre junho e julho, no calendário atual) em ho-

menagem a Hera, a mulher de Zeus. As atletas competiam

numa única prova – uma corrida um pouco mais curta do

que o stadion –, usando saias e uma túnica que deixava o

ombro e o seio direitos à mostra. A vencedora ganhava uma

coroa com ramos de oliveira e um pedaço de uma vitela

sacrificada em honra da deusa. Para completar, ainda tinha

sua imagem estampada nas paredes do templo. Segundo

a lenda, os Jogos foram instituídos por Hipodâmia, em

agradecimento ao casamento com Pélope (criador dos

Jogos Olímpicos, segundo uma das versões).

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dE cincO Em cincO

O programa olímpico da Antigüidade sofreu muitas modificações, mas a agenda principal sempre girou em torno de cinco grupos de modalidades:

1 Corridas. O stadion (que deu origem à palavra estádio), de 192,27m, foi o começo de tudo, a única prova dos 13 primei-ros anos olímpicos. Dele surgiram o diaulo (dois stadion) e o dólico (inicialmente oito e no fim 24 stadion). Na 54ª edição, surgiu também uma corrida de dois stadion com armas, que era disputada no último dia para simbolizar o fim da trégua olímpica.

2 Outras provas atléticas. Arremesso (de um disco feito de pedra, cobre ou outro metal), lançamento (de um dardo de madeira de cerca de 2m, com ponta de ferro e suporte de couro para a mão do atleta) e salto (em distância, sendo que em uma das modalidades o atleta segurava um peso).

3 Lutas. Assim como nas edições olímpicas modernas, havia duas modalidades, mas a diferenciação não se baseava no uso das pernas, e sim na posição: na modalidade mais antiga, só era permitido ficar de pé; na outra, instituída na 18ª edição dos Jogos, era permitido lutar no chão. Eram disputadas também provas de pugilato (semelhante ao boxe) e pancrácio (uma mistura de luta e pugilato).

4 Pentatlo. A prova nobre dos Jogos Olímpicos era composta, pela ordem, por corrida (um stadion), arremesso, salto em distância, lançamento e luta (na modalidade em pé, dispu-tada apenas pelos dois atletas que ainda não tivessem sido eliminados, da qual saía o campeão).

5 Provas hípicas. As únicas disputadas fora do estádio. Bigas (carros puxados por dois cavalos) e quadrigas (quatro ca-valos) davam duas voltas no hipódromo, numa espécie de vale-tudo eqüino. Havia também provas sem carros, nas quais o cavalo poderia ser declarado vencedor se cruzasse a linha de chegada, mesmo sem o cavaleiro.

TODA NUDEZ SERÁ PREMIADASéculos antes do aparecimento das chuteiras coloridas e do maiô de pele de tubarão, os atletas competiam nus. Para variar, há mais de uma versão para o surgimento desse hábito exótico:1 Orsippos, cidadão

de Megara, deixou cair a túnica durante a corrida nos Jogos Olímpicos de 720 a.C. Os outros competidores gostaram da idéia e resolveram imitá-lo.

2 Os espartanos exigiram que a prática fosse adotada, a partir do século VIII a.C., para que todos os atletas competissem em igualdade de condições.

3 Os próprios organizadores dos Jogos fizeram a exigência, para evitar que as mulheres, para quem os Jogos eram vetados, competissem disfarçadas de homens.

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Cinco era também o número de dias ocupados pelos Jogos, normalmenteassim distribuídos:

1 Atletas e árbitros faziam juramento de respeito às regras. Depois, havia concurso de tocadores de trombeta e arautos.

2 Provas eqüestres e também o pentatlo.3 O dia mais importante dos Jogos não era dedicado a com-

petições, mas a um banquete, no qual era servida a carne de cem vacas sacrificadas em homenagem a Zeus.

4 Corridas, luta, boxe e pancrácio.5 Cerimônia de premiação.

AS LEIS DOS JOgOS1 Ser cidadão livre; nem escravo, nem estrangeiro (ou

meteco-estrangeiro domiciliado em Atenas).

2 Não ter sido punido pela Justiça, nem ter moral

duvidosa.

3 Dentro do prazo legal, inscrever-se para o estágio no gi-

násio de Élis. Cumprir o período de concentração, passar

pelas provas classificatórias e prestar o juramento.

4 Todo retardatário estará fora da competição.

5 As mulheres casadas são proibidas de assistirem aos

Jogos ou subirem ao Altis sob pena de serem atiradas

do rochedo Typeu.

6 Durante os exercícios e desenvolvimento das competi-

ções no estádio, os treinadores deverão permanecer num

recinto a eles destinado, próximo ao local da prova.

7 É proibido matar o adversário ou provocar sua morte

voluntária ou involuntariamente.

8 É proibido perseguir o adversário fora dos limites

determinados, empurrar ou utilizar contra ele um

comportamento desleal.

9 É proibido amedrontar.10 Toda corrupção de árbitro ou de participante será punida com chicote.11 Todo concorrente contra quem não se apresentar o

adversário será considerado vencedor.12 É proibido ao participante rebelar-se, publicamente, contra as decisões dos juízes.13 Todo concorrente descontente com uma decisão po-

derá recorrer ao Senado Olímpico contra os árbitros. Estes, ou serão punidos, ou sua decisão será anulada se ela for considerada errada. 14 Será considerado fora de concurso qualquer um dos

membros do colegiado de juízes.

Fonte: GODOY, Lauret. Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga. São Paulo: Nova Alexandria, 1996.

Os primeiros campeões olímpicos da Antigüidade e suas modalidadesesportivas

Stadion (corrida) desde 776 a.C. cORebO De ÉLIS

Diaulos (corrida) desde 724 a.C. HIpenOS De pISA

Dolichos (corrida) desde 720 a.C. AcAnTHUS DA LAcônIA

Hoplitodromos (corrida) desde 520 a.C. DAmAReTUS De HeRAeA

Luta desde 708 a.C. eURybATUS De LAcônIA

Boxe desde 688 a.C.OnOmASTUS De SmyRnA

Pancrácio desde 648 a.C. LygDAmIS De SyRAcUSe

Pentatlo desde 708 a.C. LAmpIS DA LAcônIA

Eventos equestres desde 680 a.C. pAgOnDAS De TebAS

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o renascimento

Os JOgOs OlímpicOs da Era mOdErnaO esporte não saiu de campo entre os anos de 393 e 1896 – o período da História da Humanidade compreendido entre o fim dos Jogos Olímpicos da Antigüidade e o início dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Mas pode-se dizer que não foram tempos exatamente fáceis para quem gostava de se exercitar apenas por lazer. Só para se ter uma idéia, entre 1314 e 1617 a prática dos jogos que dariam origem ao futebol foi proibida trinta vezes na Inglaterra. Um ano depois, em 1618, o Rei James I publicaria a Declaração dos Esportes, tornando a prática legal. Mas a Revolução Puritana, movimento religioso contrário à realização de qualquer atividade aos domingos, jogaria contra essa medida e derrubaria o ato real por terra. O esporte teria de esperar até 1660, quando a Inglaterra já era novamente uma monarquia e os festivais, eventos de lazer que incluíam jogos, voltaram a ser permitidos. No mesmo ano, era disputada a primeira corrida de cavalos em Long Island, nos Estados Unidos. No século seguinte, houve dois marcos importantes, também em terras norte-americanas: a fundação do primeiro clube social de esportes, o Schuylkill Fishing Club, no estado da Pensilvânia, em 1732; e, um ano depois, a primeira notícia esportiva num jornal, o Boston Gazette, sobre uma luta de boxe. Quando Frederick Ludwig Jahn fundou o primeiro Turnverein (clube dedicado à prática de ginástica), em 1811, em Berlim, na Alemanha, a prática de esportes já estava disseminada nos dois lados do Atlântico. O século XIX viu nascer o esporte como o conhecemos hoje. Quando surgiu a idéia de reviver os Jogos Olímpicos (e você vai saber onde, como e quando nos próximos tópicos deste almanaque), já havia ligas profissionais de beisebol; o fute-bol tinha se separado do rúgbi e do futebol americano, cada um com suas próprias regras e seus campeonatos; basquete e vôlei tinham acabado de ser inventados; torneios de tê-nis e regatas de remo e vela – inclusive a que deu origem à America’s Cup, em 1951 – eram populares; o boxe tinha um

A Carta Olímpica

O documento que pôs no papel os ideais do Olimpismo, escrito originalmente pelo próprio Pierre de Coubertin, começou a ganhar sua forma atual ao ser editado pela primeira vez em Lausanne, na Suíça, em 1978. Seus objetivos, descritos no próprio texto, são: publicar e reafirmar os princípios fundamentais e os valores essenciais do Olimpismo; servir de estatuto para o Comitê Olímpico Internacional; e definir os direitos e as obrigações das principais entidades do Movimento Olímpico.A Carta já sofreu algumas atualizações – a última delas publicada no dia 7 de julho de 2007 –, mas manteve sempre a base de 74 normas divididas em cinco capítulos:

1. O mOVImenTO OLímpIcO e SUAS AçõeS

2. O cOmITê OLímpIcO InTeRnAcIOnAL

3. AS FeDeRAçõeS InTeRnAcIOnAIS

4. OS cOmITêS OLímpIcOS nAcIOnAIS

5. OS JOgOS OLímpIcOS

Eles também serão abordados

neste capítulo.

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compêndio de regras e as grandes lutas distribuíam prêmios em dinheiro, assim como corridas de rua; havia semanários dedicados ao esporte (desde The American Farmer, em 1919) e seções esportivas nos jornais diários (desde 1887, no New York World), e até fábrica de material esportivo (a Spalding foi fundada em 1876). Enfim, o mundo era uma bola – quicando, rolando, voando... Tinha chegado a hora de juntar tudo isso num grande evento.

O BarÃO dE cOUBErtinO espírito olímpico tem nome e sobrenome: Pierre de Coubertin. Foi esse francês apaixonado por esportes e pelos ideais gregos que, ao combinar suas duas maiores paixões, idealizou o Olimpismo, lançou o Movimento Olímpico, fundou o Comitê Olímpico Internacional e escreveu a Carta Olímpica. Você vai saber mais sobre tudo isso nas próximas páginas deste almanaque. Para começar, vamos saber um pouco da vida de Coubertin.

Ele nasceu em Paris, no dia 1º de janeiro de 1863. Foi ba-tizado Pierre de Freddy, tendo como sobrenome o título que um antepassado de sua família – nobre e de origem italiana – recebera do Rei Luís XI. Depois, passou a ser conhecido como Barão de Coubertin, adotando o nome de uma propriedade da família, nos arredores da cidade natal.

O jovem Coubertin não tinha problemas financeiros (era herdeiro de hotéis deixados pelos pais) e por isso pôde dedi-car-se quase integralmente aos estudos. Começou na Academia Militar de Saint-Cyr, depois cursou Filosofia, Pedagogia, Política, Cultura e História Grega, visitando escolas ameri-canas e inglesas, das quais trouxe inspiração para melhorar a educação francesa com a ajuda do esporte.

Seus estudos o levaram a conhecer a obra do inglês Thomas Arnold, considerado um dos precursores do esporte moderno; e também as escavações do alemão J.J. Winckelmann, que encontrou em Olímpia as ruínas do estádio onde eram dispu-tados os Jogos Olímpicos da Antigüidade. O projeto de reviver o evento sofreu forte influência de William Penny Brookes e de Evangelis Zappa, que organizaram competições parecidas, respectivamente, na Inglaterra e na Grécia.

Em 1892, Coubertin, que era professor dedicado e já tivera seus momentos de atleta atuante, praticante de boxe,

“Pierre de Coubertin. Foi esse francês apaixonado

por esportes e pelos ideais gregos

que, ao combinar suas duas maiores

paixões, idealizou o Olimpismo, lançou

o Movimento Olímpico, fundou

o Comitê Olímpico Internacional e

escreveu a Carta Olímpica.”

Pierre de Coubertin

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esgrima, hipismo e remo, mostrou na Sorbonne, a famosa universidade de Paris, por ocasião do encontro da União Francesa das Sociedade de Esportes Atléticos, um estudo sobre os exercícios físicos no mundo moderno e também o projeto de reviver os Jogos Olímpicos. Mas só encontraria apoio para sua idéia dois anos depois, numa reunião com figuras importantes da época na mesma Sorbonne. Este evento ficou conhecido como Congresso Olímpico. Era o dia 23 de junho de 1894, e ali nasciam os Jogos Olímpicos da Era Moderna.

O Barão de Coubertin foi presidente da organização que ele próprio fundou, o Comitê Olímpico Internacional, de 1896 a 1925. Ele morreu aos 74 anos, em Genebra, na Suíça, ainda detendo o título de presidente de honra, mas já sem tantas posses – gastara quase toda a sua fortuna na tentativa de em-placar o ideal olímpico. O corpo foi enterrado em Lausanne, hoje sede da instituição, mas seu coração foi levado para Olímpia, cidade que inspirou o sonho que se transformou na maior realidade do esporte mundial.

O OlimpismOAntes dos Jogos Olímpicos havia o Olimpismo. É um erro co-mum acreditar que Pierre de Coubertin queria apenas reeditar os Jogos da Grécia Antiga quando reuniu o Congresso Olímpico, naquele 23 de junho de 1894. Na verdade, seu primeiro objetivo era disseminar uma nova filosofia de vida, definida assim na Carta Olímpica, o documento que ele firmou com o objetivo de lançar as bases do Movimento Olímpico:

“O Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina num conjunto harmônico as qualidades do corpo, a vontade e o espírito. Ao associar o Esporte com a cultura e a educação, o Olimpismo se propõe a criar um estilo de vida baseado na alegria do esforço, no valor educativo do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos universais. O objetivo do Olimpismo é colocar sempre o esporte a serviço do desen-volvimento harmônico do homem, com o fim de favorecer o estabelecimento de uma sociedade pacífica e comprometida com a manutenção da dignidade humana.”

É desse ideal que nascem os Jogos Olímpicos e tudo o que os cerca – até este almanaque!

“ O Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina num conjunto harmônico as qualidades do corpo, a vontade e o espírito.”

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o movimento olímpico

O mOVimEntO OlímpicO E sUas aÇÕEsManter vivos os ideais do Barão de Coubertin, expressos pelo Olimpismo e registrados na Carta Olímpica, é a função nada modesta do Movimento Olímpico. Sob esse nome se reúnem – numa lista que foi crescendo com o tempo e com o aumento do alcance dos Jogos Olímpicos – o Comitê Olímpico Internacional (COI; sua autoridade máxima), as federações esportivas internacionais, os comitês olímpicos nacionais, o comitê organizador de cada edição e, é claro, os atletas.

A lista de tarefas do Movimento também cresceu e atual-mente abrange oito áreas de atuação:• Escolha da cidade-sede – Desde 1999, é feita por meio de um processo seletivo dividido em duas etapas e que dura em torno de dois anos. A primeira já é eliminatória e toma por base critérios técnicos de avaliação e as respostas dadas a um questionário desenvolvido pelo COI e que demanda infor-mações essenciais a cada uma das cidades que defendem a oportunidade de ser candidata a sede dos Jogos. São levados em conta quesitos como apoio das instâncias governamentais e da opinião pública, infra-estrutura, segurança, instalações esportivas, acomodações e transportes. Na segunda etapa, depois de feito o anúncio das cidades que vão realmente con-correr a sede olímpica, é formada uma comissão de avaliação composta por membros do COI, com vistas à realização de visitas de vistoria e nova avaliação das propostas firmadas por cada cidade-candidata. Na hora da escolha final, os membros do COI votam até que restem apenas duas cidades, das quais uma será a escolhida para receber os Jogos Olímpicos.• Organização dos Jogos Olímpicos – A mais importante e visível missão do Movimento Olímpico. Tanto neste item quanto no anterior, estão envolvidos os Jogos de Inverno e os de Verão.• Promoção da mulher no esporte – O Barão de Coubertin dizia que era indecente ver uma mulher contorcendo-se no esforço físico do esporte. Consta até que se afastou da presidência do Comitê Olímpico Internacional por ser contra a participação

GANHADORES DO PRÊMIO BRASIL OLÍMPICO

1999 gUSTAVO KUeRTen (TênIS) & mAURRen mAggI (ATLeTISmO)

2000 gUSTAVO KUeRTen (TênIS) &

LeILA (VôLeI)

2001 RObeRT ScHeIDT (VeLA) &

DAnIeLe HypÓLITO (gInáSTIcA

ARTíSTIcA)

2002 nALbeRT (VôLeI) & DAnIeLe

HypÓLITO (gInáSTIcA ARTíSTIcA)

2003 FeRnAnDO meLIgenI (TênIS) &

DAIAne DOS SAnTOS (gInáSTIcA

ARTíSTIcA)

2004 VAnDeRLeI cORDeIRO De LImA

(ATLeTISmO) & DAIAne DOS

SAnTOS (gInáSTIcA ARTíSTIcA)

2005 JOãO DeRLy (JUDô) & nATáLIA

FALAVIgnA (TAeKwOnDO)

2006 gIbA (VôLeI) & LAíS SOUzA

(gInáSTIcA ARTíSTIcA)

2007 THIAgO peReIRA (nATAçãO)

& JADe bARbOSA (gInáSTIcA

ARTíSTIcA)

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feminina nos Jogos. Mas muita coisa mudou e os tempos são outros: hoje o COI tem uma Comissão da Mulher e do Esporte, cujo objetivo principal é justamente aumentar a participação feminina nos Jogos Olímpicos.• Proteção dos atletas – A Comissão de Atletas (1981), a Corte de Arbitragem no Esporte (1983) e a Agência Mundial Antidoping (1999) foram algumas das iniciativas tomadas em prol dos artistas do espetáculo olímpico, como forma de salvaguardar os valores olímpicos.• Desenvolvimento pelo esporte – O Comitê Olímpico Internacional tem programas esportivos em países em desen-volvimento, alguns deles ligados a causas como a prevenção da Aids e o auxílio a refugiados.• Promoção do desenvolvimento sustentado – Desde Sidney 2000, as cidades-sede precisam atender a exigências especiais

AS FEDERAÇÕES INTERNAcIONAISOs esportes olímpicos de verão são regidos pelas federações

que você vê na lista a seguir, com o nome (no idioma original)

e a sigla oficiais:

ATLeTISmO

International Association Athletic Federation (IAAF)

bADmInTOn

International Badminton Federation (IBF)

bASqUeTe

Fédération Internationale de Basketball (FIBA)

bOxe

Association Internationale de Boxe Amateur (AIBA)

cAnOAgem e cAIAqUe

International Canoe Federation (ICF)

cIcLISmO

Union Cycliste Internationale (UCI)

eSgRImA

Fédération Internationale d’Escrime (FIE)

FUTebOL

Fédération Internationale de Football Association (FIFA)

gInáSTIcA ARTíSTIcA, gInáSTIcA RíTmIcA

e TRAmpOLIm AcRObáTIcO

Fédération Internationale de Gymnastique (FIG)

HAnDebOL

International Handball Federation (IHF)

HIpISmO

Fédération Eqüestre Internationale (FEI)

HÓqUeI SObRe gRAmA

Fédération Internationale de Hockey (FIH)

JUDô

International Judo Federation (IJF)

LeVAnTAmenTO De peSO

International Weightlifting Federation (IWF)

LUTA LIVRe e LUTA gRecO-ROmAnA

Fédération Internationale dês Luttes Associés (FILA)

nATAçãO, nADO SIncROnIzADO, pÓLO AqUáTIcO

e SALTOS ORnAmenTAIS

Fédération Internationale de Natation (FINA)

penTATLO mODeRnO

Union Internationale de Pentathlon Moderne (UIPM)

RemO

Fédération Internationale des Sociétés d´Aviron (FISA)

TAeKwOnDO

The World Taekwondo Federation (WTF)

TênIS

International Tennis Federation (ITF)

TênIS De meSA

The International Table Tennis Federation (ITTF)

TIRO cOm ARcO

Fédération Internationale de Tir à l’Arc (FITA)

TIRO eSpORTIVO

International Shooting Sport Federation (ISSF)

TRIATLO

International Triathlon Union (ITU)

VeLA

International Sailing Federation (ISAF)

VôLeI e VôLeI De pRAIA

Fédération Internationale de Volleyball (FIVB)

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incluídas na Carta Olímpica, como apresentar um projeto que contenha medidas de proteção ao meio ambiente e que repre-sente um legado para as cidades-sede.• Respeito pela trégua olímpica – A idéia de resgatar a trégua que as cidades-estado gregas faziam durante o período de rea-lização dos Jogos da Antigüidade foi reavivada em 1992.• Promoção da cultura e da educação olímpica – O COI tem programas especiais voltados ao estreitamento de laços entre a cultura e o esporte, com promoção da educação olímpica e divulgação dos valores olímpicos. Em Lausanne, na Suíça, fica o Museu Olímpico, onde, além das exposições permanentes e temporárias, são oferecidos cursos sobre o Olimpismo. Há também programas de formação itinerantes e apoio a projetos educacionais pelo mundo.

O dEsaFiO OlímpicOOrganizar os Jogos a cada quatro anos é, sem dúvida, uma tarefa de proporções monumentais, mas a escolha de cidades-sede talvez tenha sido a missão mais estressante reservada ao COI nos últimos tempos. Essa questão causou transtornos – e até alguns danos – na história recente do Movimento Olímpico. Um baque significativo veio após a escolha de Atlanta para sede dos Jogos de 1996, quando a imprensa mundial dava Atenas por grande favorita. O processo que investigava denúncias de suborno foi arquivado, mas o próprio Billy Paine, presidente do Comitê Organizador de Atlanta, admitiu que “a candida-tura teve ações excessivas, que podem parecer inapropriadas hoje, mas na época refletiam as práticas predominantes no processo de seleção”. Dois anos depois, a bomba estourou: o suíço Marc Holder, que coordenava uma comissão de fiscali-zação da organização dos Jogos de Inverno de 2002, em Salt Lake City, anunciou que vários membros do Comitê Olímpico Internacional tinham recebido suborno. As investigações que se seguiram levaram à exclusão de dez membros (as primeiras motivadas por suborno na história da entidade) e outros dez foram advertidos. Também por causa do escândalo, o processo de seleção das cidades-sede mudou radicalmente, com muito mais ênfase na parte técnica e na definição de restrições aos valores dos brindes oferecidos pelas cidades candidatas; e o próprio COI teve seu estatuto alterado, com a imposição de limites de idade e de elegibilidade para seus membros.

O MOVIMENTO OLíMPICO É FINANCIADO POR:• recursos vindos de

patrocínio (o TOP, ou The Olympic Partner Program, criado em 1985, reúne 12 patrocinadores fixos, e outros contratos são negociados a cada edição dos Jogos Olímpicos);

• comercialização dos direitos de transmissão dos Jogos pela TV para todo o mundo;

• licenciamento de produtos com a marca dos aros olímpicos;

• venda de ingressos para as competições.

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O cOmitÊ OlímpicO intErnaciOnalEle já foi e vai continuar a ser muito citado ao longo deste manual, então é bom você ir se acostumando com a sigla: COI, de Comitê Olímpico Internacional. A entidade foi fundada no Congresso de Paris, no dia 23 de junho de 1894. Hoje com sede em Lausanne, na Suíça, o COI é a autoridade suprema do Movimento Olímpico e está definido na Carta Olímpica como “uma organização inter-nacional, não-governamental, sem fins lucrativos, constituída por associações, dotada de personalidade jurídica, reconhecida pelo Conselho Federal Suíço”. Sua missão é dirigir o Movimento Olímpico com base nos preceitos da Carta.

Quando foi fundado, o COI tinha 13 membros. Hoje são 110, o número máximo previsto pelo regulamento, incluindo atletas em atividade, representantes de federações internacionais e de comitês olímpicos nacionais. Todos se reúnem ao menos uma vez por ano, numa assembléia plenária chamada de “Sessão”. O Brasil tem dois membros no COI: João Havelange e Carlos Arthur Nuzman.

cOmitÊs OlímpicOs naciOnais aFiliadOs aO cOiO COI tem 205 Comitês Olímpicos Nacionais afiliados, um número maior do que o de países na Organização das Nações Unidas (ONU). Nem todos participam dos Jogos Olímpicos. Para cada um, o COI institui uma sigla de três letras, a mesma que é usada nas transmissões de televisão para indicar a pro-cedência dos atletas. (Veja página 35.)

O cOmitÊ OlímpicO BrasilEirOO representante do Brasil no Movimento Olímpico também vai ser muito citado ao longo deste almanaque. O Comitê Olímpico Brasileiro, conhecido pela sigla COB, foi a primeira instituição do gênero a ser fundada na América do Sul, no dia 8 de junho de 1914, na sede da Federação Brasileira das Sociedades de Remo, no Rio de Janeiro, por iniciativa da Liga Metropolitana de Sports Atléticos. Fernando Mendes de Almeida foi eleito presidente, mas a Primeira Guerra Mundial, que eclodiu no mesmo ano, praticamente inviabilizou as atividades, o que fez com que o Brasil fizesse suas quatro primeiras participações em edições olímpicas sem um comitê atuante. No entanto, mesmo antes de contar com um comitê oficial organizado, o desporto olímpico do Brasil já era reconhecido pelo COI.

PRESIDENTES

O atual presidente do COI é o belga Jacques Rogge, eleito para o cargo em julho de 2001. Conheça todos os seus antecessores:

DemeTRIOS VIKeLAS (gRÉcIA) 1894-1896

pIeRRe De cOUbeRTIn (FRAnçA) 1896-1925

HenRI De bAILLeT-LATOUR (bÉLgIcA) 1925-1942

SIgRID ËDSTROm (SUÉcIA) 1942-1952

AVeRy bRUnDAge (eSTADOS UnIDOS) 1952-1972

LORD KILLAnIn De DUbLIn e SpITTAL (IRLAnDA) 1972-1980

JUAn AnTOnIO SAmARAncH (eSpAnHA) 1980-2001

Jacques Rogge

logomarca oficial do COB

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No dia 20 de maio de 1935, numa iniciativa dos então repre-sentantes brasileiros no COI – ministro Raul Paranhos do Rio Branco, Arnaldo Guinle e José Ferreira Santos –, apoiada pelo presidente da entidade, Henri de Baillet-Latour, o Comitê foi reorganizado, sob a presidência de Antônio Prado Júnior.

Hoje, o COB é presidido por um ex-atleta olímpico, Carlos Arthur Nuzman, que, além de defender a seleção de vôlei em Tóquio 1964 como atleta, foi presidente da Confederação Brasileira de Voleibol. André Gustavo Richer, que antece-deu Nuzman no comando do COB (de 1990 a 1995), é o atual vice-presidente.

Além de reunir os presidentes de todas as federações de esportes olímpicos e ser o responsável pela participação do país nos Jogos, o COB organiza competições e eventos esportivos nacionais como as Olimpíadas Escolares, os Jogos da Juventude, as Olimpíadas Universitárias e a Semana Olímpica. Tem também iniciativas culturais como a Academia Olímpica Brasileira e o selo COB Cultural, que apóia a publicação deste almanaque.

Desde 1999, o COB promove uma espécie de “Oscar do esporte brasileiro”. O Prêmio Brasil Olímpico homenageia o melhor e a melhor atleta de cada modalidade dos Jogos de Inverno e os de Verão. A votação, feita por um Colégio Eleitoral de especialistas e pelo público, por meio da internet, aponta ainda os destaques do ano nas seguintes categorias: atleta (masculino e feminino), atleta paraolímpico (masculino e feminino) e treinador.

Os JOgOs OlímpicOsA pérola da coroa do Olimpismo é a grande reunião dos atletas do mundo. A realização da primeira edição dos Jogos foi deci-dida já no primeiro Congresso Olímpico, em 1894. O Barão de Coubertin queria que a primeira sede fosse Paris, mas foi voto vencido. Atenas, a capital da Grécia, onde os Jogos tinham sido inventados e praticados na Antigüidade, levou a melhor. Nos próximos capítulos deste almanaque, você vai saber um pouco mais sobre cada edição. Mas, antes, vamos conhecer alguns dos principais símbolos associados à sua realização.

símBOlO OlímpicO E BandEira OlímpicaVai dizer que você nunca viu? Os cinco anéis coloridos entre-laçados formam um dos símbolos mais conhecidos do mundo. Foram criados pelo próprio Barão de Coubertin, e apareceram

Carlos Arthur Nuzman

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pela primeira vez como timbre de uma carta escrita por ele em 1913. No ano seguinte, foram apresentados oficialmente, já como parte da bandeira olímpica, no Congresso Olímpico.

“A bandeira olímpica tem fundo branco, com cinco anéis entrelaçados no centro: azul, amarelo, preto, verde e vermelho. Esse desenho é simbólico; representa os cinco continentes do mundo, unidos pelo Olimpismo, enquanto as seis cores são aquelas que aparecem em todas as bandeiras nacionais do mundo no presente momento”, escreveu Coubertin sobre sua criação, em texto publicado em 1931.

HINO OLíMPIcOPierre de Coubertin queria usar o quar-

to movimento da Nona Sinfonia de Bee-

thoven (com letra de Schiller) como hino

dos recém-criados Jogos Olímpicos, mas

o desejo do barão não prevaleceu. O

hino olímpico foi composto pelos gregos

Spyro Samara (música) e Kotis Palamas

(letra), já para a primeira edição dos Jo-

gos, em Atenas 1896. Foi oficialmente

aprovado pelo COI em sua 55ª Sessão,

em Tóquio, em 1958, e executado pela

primeira vez sob esse novo status na

inauguração da Vila Olímpica de Roma

1960. Sua execução é obrigatória em

todas as edições olímpicas.

A letra original do hino olímpico

traduzida para o português:

Espírito imortal da AntigüidadeCriador augusto da verdade, beleza e bondadeDesça aqui, apresente-se, irradie Sua luz sobre nós,

Por este campo e debaixo deste céuQue primeiro testemunharam Sua fama imperecível

Traga vida e entusiasmo para estes nobre Jogos!Atire coroas de flores com frescor eterno aos vitoriososDa corrida e da luta

E crie em nossos peitos corações de aço!

Em Sua luz, planícies, montanhas e maresBrilham em matizes rosados e formam um vasto temploNo qual as multidões de todas as nações vão adorá-loOh, Espírito imortal da Antigüidade

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Como se vê, o barão não designou uma cor para cada conti-nente, mas com o tempo espalhou-se uma versão equivocada de que o aro azul representaria a Europa; o amarelo, a Ásia; o preto, a África; o verde, a Oceania; e o vermelho, a América.

Existem, sim, padrões para os anéis: eles devem ser en-trelaçados da esquerda para a direita, com o azul, o preto e o vermelho em cima e o amarelo e o verde embaixo. E para a bandeira, que deve ter 3m de comprimento por 2m de largura, com o emblema no centro, medindo 2m x 0,66m.

Uma bandeira olímpica deve ser hasteada na cerimônia de abertura de cada edição dos Jogos Olímpicos, permanecendo no mastro durante todo o período de competições. Só deve ser baixada na cerimônia de encerramento dos Jogos, para ser entregue pelo prefeito da cidade-sede a seu colega, isto é, à autoridade máxima representante da próxima cidade a receber os Jogos. Essa prática é chamada de “Cerimônia de Antuérpia”, pois foi na cidade belga, nos Jogos de 1920, que a bandeira foi erguida pela primeira vez.

Pelo mesmo motivo, a bandeira olímpica original passou a ser chamada de “Bandeira de Antuérpia”. Um novo modelo foi apresentado nos Jogos de 1988, e também por causa da cidade-sede ganhou o nome de “Bandeira de Seul”. Esse é o modelo usado até hoje. cHama, pira E tOcHa OlímpicasPara os gregos, a História da Humanidade começa com o fogo: conta-se que Prometeu, filho de um titã, roubou-o dos deuses e entregou-o aos homens, que a partir de então se diferencia-ram dos animais. E foi por ter esse caráter quase sagrado que o fogo foi parar nos Jogos Olímpicos da Antigüidade, durante os quais chamas permaneciam acesas nos templos de Zeus e Hera. A tradição foi revivida nos Jogos da Era Moderna, a partir de Amsterdã 1928. Coube a um funcionário da companhia elétrica local a honra de acender a pira no Estádio Olímpico.

Desde então, a tradição é que a chama olímpica permaneça acesa durante todas as edições dos Jogos. A essa rotina, acres-centou-se outra prática, que tornou a cerimônia completa, a partir de Berlim 1936. O alemão Carl Diem foi o criador do ritual que prevê o acendimento da chama em Olímpia, berço dos Jogos da Antigüidade, e sua condução à cidade-sede em tochas, num revezamento que termina com a iluminação da pira que marca a abertura oficial dos Jogos.

LemA OLímpIcO

Se você pensou em “O importante é competir”, ganhou medalha de lata. Essa frase, embora de uso corrente, é uma tradução abreviada de um trecho que Pierre de Coubertin adaptou de um discurso do bispo inglês Ethelbert Talbot, proferido durante os Jogos de Londres 1908: “O importante na vida não é a vitória, mas a luta; o importante não é vencer, mas ter lutado bem.”O verdadeiro lema olímpico parece bastante competitivo: “Citius, Altius, Fortius”, expressão latina comumente traduzida para “mais rápido, mais alto, mais forte”. Mas se trata, na verdade, de uma mensagem de superação pessoal, um convite do Movimento Olímpico para que cada atleta tente melhorar o próprio desempenho. Foi cunhado por um amigo de Coubertin, o reverendo Henry Didon, e aprovado no Congresso Olímpico de 1897, em Havre, na França.

a tocha olímpica

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Hoje, para o acendimento em Olímpia, o cerimonial prevê que uma atriz grega, representando uma sacerdotisa, use uma lente para refletir os raios do sol e possa assim acender a chama em frente às ruínas do templo de Hera. Ela então é levada ao antigo Estádio Olímpico e, depois de uma cerimônia, usada para acender a tocha do primeiro condutor. Algumas precau-ções são tomadas: outra chama é acesa alguns dias antes, para o caso de não haver sol durante a cerimônia; e um recipiente hermeticamente fechado é usado para o transporte em avião e também para reacender a tocha, caso o fogo olímpico se apague durante o revezamento.

Desde o primeiro revezamento, cada cidade-sede tenta se superar para fazer da tocha e de seu trajeto atrações mais originais e criativas.

Londres 1948 – Atravessou o Canal da Mancha de navio.Oslo 1952 – Na edição dos Jogos de Inverno, viajou de avião para chegar à cidade-sede.Melbourne 1956 – Na Austrália, sofreu os primeiros protestos. Um grupo de nove estu-dantes australianos bolou um trote para criticar o que consideravam excesso de reverência a um símbolo nazista. Um deles, Barry Larkin, se fez passar por atleta e entregou ao prefeito de Sidney uma tocha falsa, que queimava roupas de baixo. Para as competições de hipismo, realizadas em Estocolmo, na Suécia, foi conduzida apenas sobre o dorso de cavalos.Montreal 1976 – Foi transformada em sinal de rádio e transmitida por satélite a Montreal, onde o sinal foi recebido e usado para acionar um raio laser. A tecnologia não funcionou tão bem durante os Jogos, quando a pira apagou pela primeira vez na História.Barcelona 1992 – O arqueiro paraolímpico Antonio Rebollo atirou uma flecha incandes-cente para acender a pira do Estádio Olímpico. A iniciativa gerou polêmica quando imagens mostraram que a flecha, na verdade, passou por cima da pira.

Sidney 2000 – O primeiro mergulho, nas mãos de

mergulhadores profissionais, na Grande Barreira

de Coral da Austrália.

Atenas 2004 – O primeiro revezamento olím-

pico global trouxe a tocha olímpica ao Brasil.

O Rio de Janeiro foi a cidade escolhida. Entre

os 125 condutores estavam alguns dos grandes

atletas do país, como Pelé, Zico, Ronaldinho,

Oscar Schmidt, Gustavo Kuerten, Joaquim Cruz e

Daiane dos Santos. Bob Burnquist protagonizou o

momento mais original, conduzindo a tocha sobre

um skate. Mais de 1,4 milhão de pessoas foram

às ruas para a festa, que terminou com um show

no Aterro do Flamengo e foi considerada a mais

bem organizada dentre aquelas realizadas pelas

34 cidades incluídas no revezamento.

Pequim 2008 – O revezamento mais conturba-

do da história olímpica foi marcado, em várias

cidades do mundo, pela ação de manifestantes

pela libertação do Tibete. Já na China, longe dos

protestos, a tocha subiu o monte Everest.

cURIOSIDADES SOBRE OS LOcAIS POR ONDE A cHAMA OLíMPIcA Já PASSOU E SOBRE A FORMA DE cONDUzI-LA

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cErimÔnias dE aBErtUra E dE EncErramEntOO ursinho Misha deixando cair uma lágrima de saudade. Muhammad Ali segurando a tocha com a dignidade inaba-lada pela Doença de Parkinson. O arqueiro Antonio Rebollo atirando uma flecha incandescente sobre a pira. O homem voador de Los Angeles. Algumas das imagens mais marcan-tes da história dos Jogos Olímpicos foram registradas nas cerimônias de abertura e de encerramento.

A Carta Olímpica prevê que o Comitê Organizador apre-sente o programa das cerimônias de abertura e de encerra-mento para aprovação do COI. Elas são consideradas ritos e obrigatoriedades dos Jogos Olímpicos e têm um formato padrão para a parte oficial. A exibição artística fica por conta da criatividade dos donos da casa.

aBErtUra• Entrada das delegações, com a da Grécia abrindo, a do país-sede fechando e as dos demais países desfilando em ordem alfabética.• Declaração de abertura dos Jogos pelo chefe de estado do país-sede.• Discurso do presidente do Comitê Organizador.• Discurso do presidente do COI.• Entrada da bandeira olímpica.• Execução do hino olímpico.• Revoada de pombos.• Juramentos dos atletas e dos árbitros.• Entrada da tocha olímpica e acendimento da pira.

EncErramEntO• Entrega da bandeira olímpica ao prefeito da próxima cidade-sede.• Desfile dos atletas (não mais divididos em delegações, mas confraternizando).• Apagamento da chama olímpica.• Declaração de encerramento pelo presidente do COI.

“ Algumas das imagens mais marcantes da história dos Jogos Olímpicos foram registradas nas cerimônias de abertura e de encerramento.”

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Atenas 1896 – Na primeira edição dos Jogos

Olímpicos da Era Moderna, a abertura resumiu-se

a um discurso do Rei Jorge, da Grécia, seguido de

um coro de crianças. Em Atenas, o encerramento

foi, na verdade, a cerimônia de premiação: o

monarca entregou medalhas e coroas de folhas

de oliva e louro e os atletas deram uma volta na

pista do Estádio Panathinaiko.

Antuérpia 1920 – A recém-criada bandeira olím-

pica foi hasteada pela primeira vez na abertura e

entregue pelo prefeito de Antuérpia, no encer-

ramento, ao Barão de Coubertin, que a repassou

ao prefeito de Paris (que seria a cidade-sede

em 1924). Esse repasse ficou conhecido como a

“Cerimônia de Antuérpia” e tornou-se padrão. O

esgrimista belga Victor Boin foi o primeiro a ler

o juramento dos atletas, que hoje é obrigatório

e tem o seguinte texto: “Em nome de todos os

competidores, prometo que participaremos destes

Jogos Olímpicos respeitando e cumprindo seus

regulamentos, comprometendo-nos com um

Esporte sem doping e sem drogas, com autêntico

espírito esportivo, para maior glória do Esporte e

honra de nossas equipes.” Houve também, pela

primeira vez, uma revoada de pombos, simbo-

lizando a paz.Paris 1924 – Foi introduzido o ritual de has-

teamento de três bandeiras na cerimônia de

encerramento: a do COI, a do país-sede e a do

próximo país-sede.

Amsterdã 1928 – O fogo olímpico foi incorpo-

rado às cerimônias, ainda sem o revezamento da

tocha. O Estádio Olímpico, projeto do arquiteto

Jan Wils, tinha uma pira, também desenhada

por ele, que foi acesa na abertura e apagada no

encerramento. O desfile das delegações passou a

ter a Grécia – por sua importância histórica para

os Jogos Olímpicos – em primeiro lugar, tradição

só quebrada em Atenas 2004, quando apenas a

bandeira grega abriu o desfile e a delegação fechou

(por ser o país-sede).

Los Angeles 1932 – A cerimônia do pódio, na qual

os atletas assistem ao hasteamento da bandeira e

à execução do hino de seu país após as provas, foi

adotada oficialmente. Assim, não haveria mais

uma premiação geral no encerramento, como

em Atenas 1896.

Berlim 1936 – O revezamento da tocha olímpica se incorporou à cerimônia de abertura. Fritz Schilgen, atleta que não participou dos Jogos, foi escolhido por ser considerado um bom re-presentante da raça ariana para acender a pira. Adolf Hitler pronunciou o discurso de abertura, algo que nem todos os chefes de Estado de países-sede tinham feito até então. A partir dessa edição, todos passaram a fazê-lo.Melbourne 1956 – O hino olímpico foi executado pela primeira vez numa edição dos Jogos desde Atenas 1896, quando foi composto. Por sugestão do estudante John Wing, a cerimônia de encerra-mento deixou de ser realizada com a divisão em delegações. Os atletas passaram a entrar juntos no Estádio Olímpico, para representar o conceito de que, durante os Jogos, eles formam apenas uma nação, a do esporte.Roma 1960 – A execução do hino olímpico se tor-nou obrigatória, assim como a entrada da bandeira olímpica no estádio na posição horizontal.Munique 1972 – O juramento dos árbitros, lido pela primeira vez por Heinz Pollay, tornou-se obrigatório e hoje tem o seguinte texto: “Em nome de todos os juízes e pessoal oficial, prometo que desempenharemos nossas funções durante os Jogos Olímpicos com a mais estrita imparcialidade, respeitando e cumprindo seus regulamentos com autêntico espírito esportivo.”Moscou 1980 – A exibição dos painéis humanos, com figuras formadas por placas levantadas pelos espectadores no Estádio Olímpico – entre elas a famosa cena da mascote Misha chorando –, po-pularizou as atrações artísticas nas cerimônias de abertura e de encerramento. A partir de então, cada cidade-sede se esforça para superar a antecessora em criatividade e exuberância.Seul 1988 – A revoada de pombos deixou de ser obrigatória depois que vários pássaros morreram, atingidos pelas chamas da pira olímpica.Pequim 2008 – Os chineses prometem a maior festa de abertura de todos os tempos para as oito horas, oito minutos e oito segundos do dia 8/8/2008.

PRINcIPAIS EvOLUÇÕES DAS cERIMôNIAS

DE ABERTURA E ENcERRAMENTO

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cOMITÊS OLíMPIcOSNAcIONAIS AFILIADOS AO cOI

A Afeganistão (AFg), África do Sul (RSA), Albânia (ALb), Alemanha (geR), Algéria (ALg), Andorra (AnD), Angola (Ang), Antígua e Barbuda (AnT), Antilhas Holandesas (AHO), Arábia Saudita (KSA), Argentina (ARg), Armênia (ARm), Aruba (ARU), Austrália (AUS), Áustria (AUT), Azerbaijão (Aze).

B Bahamas (bAH), Bahrein (bRn), Bangladesh (bAn), Barbados (bAR), Belarus (bLR), Bélgica (beL), Belize (bIz), Benin (ben), Bermuda (beR), Bolívia (bOL), Bósnia-Herzegóvina (bIH), Botsuana (bOT), Brasil (bRA), Brunei (bRU), Bulgária (bUL), Burkina Fasso (bUR), Burundi (bDI), Butão (bHU).

C Cabo Verde (cpV), Camarões (cmR), Camboja (cAm), Canadá (cAn), Cazaquistão (KAz), Chade (cHA), Chile (cHI), China (cHn), Chipre (cyp), Cingapura (SIn), Colômbia (cOL), Congo (cgO), Congo (cOD), Coréia do Norte (pRK), Coréia do Sul (KOR), Costa do Marfim (cIV), Costa Rica (cRc), Croácia (cRO), Cuba (cUb).

D Dinamarca (Den), Djibuti (DJI), Dominica (Dmn).

E Egito (egy), El Salvador (eSA), Emirados Árabes Unidos (UeA), Equador (ecU), Eritréia (eRI), Eslováquia (SVK), Eslovênia (SLO), Espanha (eSp), Estados Unidos (USA), Estônia (eST), Etiópia (eTH).

F Fiji (FJI), Filipinas (pHI), Finlândia (FIn), França (FRA).

G Gabão (gAb), Gâmbia (gAm), Gana (gHA), Geórgia (geO), Grã-Bretanha (gbR), Granada (gRn), Grécia (gRe), Guam (gUm), Guatemala (gUA), Guiana (gUy), Guiné (gUI), Guiné Equatorial (ceq), Guiné-Bissau (gbS).

H Haiti (HAI), Holanda (neD), Honduras (HOn), Hong Kong (HKg), Hungria (HUn).

I Iêmen (yem), Ilhas Cayman (cAy), Ilhas Comores (cOm), Ilhas Cook (cOK), Ilhas Marshall (mHL), Ilhas Seychelles (Sey), Ilhas Solomão (SOL), Ilhas Virgens [Estados Unidos] (ISV), Ilhas Virgens [Inglatera] (IVb), índia (InD), Indonésia (InA), Irã (IRI), Iraque (IRq), Irlanda (IRL), Islândia (ISL), Israel (ISR), Itália (ITA).

J Jamaica (JAm), Japão (Jpn), Jordânia (JOR).

K Kênia (Ken), Kiribati (KI), Kuait (KUw).

L Laos (LAO), Lesoto (LeS), Letônia (LAT), Líbano (LIb), Libéria (LbR), Líbia (LbA), Liechtenstein (LIe), Lituânia (LTU), Luxemburgo (LUx).

M Macedônia (mKD), Madagascar (mAD), Malásia (mAS), Malaui (mAw), Maldivas (mDV), Mali (mLI), Malta (mLT), Marrocos (mAR), Mauricio (mRI), Mauritânia (mTn), México (mex), Micronésia (FmS), Moçambique (mOz), Moldova (mDA), Mônaco (mOn), Mongólia (mgL), Montenegro (mne), Myanma (myA).

N Namíbia (nAm), Nauru (nRU), Nepal (neO), Nicarágua (ncA), Níger (nIg), Nigéria (ngR), Noruega (nOR), Nova Zelândia (nzL).

O Omã (OmA).

P Palau (pLw), Palestina (pLe), Panamá (pAn), Papua-Nova Guiné (png), Paquistão (pAK), Paraguai (pAR), Peru (peR), Polônia (pOL), Porto Rico (pUR), Portugal (pOR).

Q Qatar (qUA), Quirguistão (Kgz).

R República Centro-Africana (cAF), República Dominicana (DOm), República Tcheca (cze), Romênia (ROU), Ruanda (RwA), Rússia (RUS).

S Saint Vincente e Granadinas (VIn), Samoa (SAm), Samoa Ocidental (ASA), San Marino (SmR), Santa Lúcia (LcA), São Cristóvão e Névis (SKn), São Tomé e Príncipe (STp), Senegal (Sen), Serra Leoa (SLe), Sérvia (SRb), Síria (SyR), Somália (SOm), Sri Lanka (SRI), Suazilândia (Swz), Sudão (SUD), Suécia (Swe), Suíça (SUI), Suriname (SUR).

T Tadjiquistão (TJK), Tailândia (THA), Taiwan (Tpe), Tanzânia (TAn), Timor Leste (TLS), Togo (TOg), Tonga (TgA), Trinidad e Tobago (TRI), Tunísia (TUn), Turcomenistão (TKm), Turquia (TUR), Tuvalu (TUV).

U Ucrânia (UKR), Uganda (UgA), Uruguai (URU), Uzbe-quistão (Uzb).

V Vanuatu (VAn), Venezuela (Ven), Vietnã (VIe).

Z Zâmbia (zAm), Zimbábue (zIm).