Almanaque Cultural - Nº03

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Almanaque Cultural Informativo da Fundação Cultural ‘‘Benedicto Siqueira e Silva’’ Nº 03 Festa do Folclore 2013 • O Mercado Municipal CMS de Artes Cênicas • Você Sabia? Circuito Cultural Paulista • VII Festeatro

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Almanaque Cultural da Fundação Cultural "Benedicto Siqueira e Silva", de Paraibuna/SP, contando as principais matérias e notícas da cidade, seus eventos culturais e história que fazem parte do povo paraibunense.

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AlmanaqueCulturalCultural

Informativo da Fundação Cultural ‘‘Benedicto Siqueira e Silva’’

Nº 03

Festa do Folclore 2013 • O Mercado Municipal

CMS de Artes Cênicas • Você Sabia?

Circuito Cultural Paulista • VII Festeatro

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Índice

A Fundação Cultural ‘‘Benedicto Siqueira e Silva’’, en�dade cultural sem fins lucra�vos, ins�tuída pela Lei Municipal 1598/94 é formada por três órgãos dirigentes; Diretoria Execu�va, Conselho Delibera�vo e as Comissões Municipais Setoriais. Tem por finalidade o desenvolvimento da cultura, pesquisa e ensino. A Diretoria Execu�va funciona em caráter permanente e é composta pelo Diretor Presidente, Diretor Cultural e Diretor Administra�vo. O Conselho Delibera�vo é presidido pelo Diretor Presidente da Fundação Cultural, e é composto pelos coordenadores das Comissões Municipais Setoriais que tem, dentre outras atribuições, discu�r e aprovar projetos apresentados pelas CMS, aprovar o orçamento anual e fiscalizar a aplicação financeira da Fundação. O obje�vo maior da Fundação Cultural é a democra�zação da cultura através da par�cipação dos cidadãos nas Comissões Municipais Setoriais. As Comissões Municipais Setoriais são: Literatura; Música; Artes Plás�cas; Foto; Cinema e Vídeo; Folclore e Tradições Populares; Arquivo e Patrimônio Histórico e Artes Cênicas. Compostas por membros da sociedade civil as CMS realizam suas reuniões de forma aberta a par�cipação popular. Há ainda os Núcleos de Acompanhamentos das CMS; Núcleo de Comunicação, Criação e Arte; Núcleo de Eventos; Núcleo de Oficinas e Núcleo de Patrimônio Histórico. A Fundação Cultural funciona de segunda a sexta das 08h00 às 22h00 e sábado das 09h00 até o término dos eventos culturais.

02 Conheça a Fundação Cultural CMS de Artes Cênicas / Oficina de Teatro03

VII Festeatro04

Festa do Folclore 201306

A Construção do Mercado Municipal08

Você Sabia? / Agenda Cultural 11

Mutirão Cultural 12

14 Circuito Cultural Paulista Você Sabia?15

pag.02

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pag.03 CMS de Artes Cênicas / Oficina de Teatro

Os espetáculos teatrias realizados pela Fundação Cultural junto a CMS de Artes Cênicas foram:

As Oficinas Culturais de Teatro: Atualmente as Oficinas de Teatro são ministradas pelo professor Sérgio Pon�, que busca compar�lhar os conhecimentos inerentes às Artes Cênicas, tendo‐se como meta ins�gar e revelar caminhos que viabilizem o entendimento dos par�cipantes acerca das diversas formas de expressão pertencentes a linguagem teatral.

ArtesCênicas

A Comissão Municipal Setorial de Artes Cênicas procura fomentar a vertente ar�s�ca da população promovendo reuniões onde se discutem assuntos per�nentes ao tema. As oficinas de teatro e a�vidades cênicas que vêm se desenvolvendo durante o ano advêm das reuniões desta Comissão.

Sérgio Pon� é ator, cantor e cineasta. Formou‐se em 2012 em Teatro na “SP Escola de Teatro” em São Paulo, trabalhou como ator recentemente com o Grupo de Teatro “Performa‐se e movimento – O Povo em pé”, no espetáculo “O farol”. Atualmente vem ministrando oficinas de teatro e performance.

Deisespera, Grupo AresCircuito Cultural Paulista Grupo Itinerante Teatro de Areia

VII Festeatro

Mãos A Obra,La Cascata Cia. Cômica

NoturnoCircuito Cultural Paulista

A Farsa dos Opostos,Grupo Imbuaça

VII Festeatro

Debaixo Desse SolCia. de Teatro Educando com Arte VII Festeatro

Intervenções TeatraisCia. do Farol

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pag.04 VII Festeatro

Realizado desde 2007, o Festeatro tem a proposta de es�mular a produção teatral e a troca de experiência entre grupos estudan�s, amadores e profissionais, contribuindo para o fomento de público. Neste ano, 2013, a Fundação Cultural ‘‘Benedicto Siqueira e Silva’’ junto a Comissão Municipal Setorial de Artes Cênicas realizaram a sé�ma edição do fes�val entre os dias 19 e 27 de julho, que contou com a par�cipação de oito companhias teatrais de diferentes cidades do Estado de São Paulo. O fes�val começou com a peça convidada ‘‘O Mendigo’’, da Cia. 7 Em Cena de São José dos Campos, que falou sobre as relações pessoais e preconceitos de classes sociais.

A Mostra seguiu com a peça ‘‘Lá Em Cima do Piano’’ com a Cia. Tapa na Coxia de Caraguatatuba, que contou a história da Doutora Cassandra. Dona de asilo, não �nha como sustentar os velhinhos, e teve que vender a casa para Irmã Bernadete, uma freira mal encarada, correndo o risco de serem todos

despejados, e para piorar a situação, um terrível assassinato. A única pista que restou foi: “La em cima do piano �nha um copo de veneno.

Arte, de Itupeva, que mostrou histórias que eram impossíveis numerá‐las, porém a sensação de que as histórias se repe�am permeavam‐se no inconsciente cole�vo e nos fez crer que os mitos podiam nos trazer muito mais do que simples histórias dos deuses.

No dia seguinte, iniciou‐se a compe�ção Meia‐Paris (Mostra Estudan�l Ixperimental (sic) Arteatro) com o espetáculo ‘‘Máscaras’’ com A Nova Cia. de Artes, de Caraguatatuba, que abordou o tema bullying e todos os sen�mentos envolvidos nas mentes de suas ví�mas em seus lares até as constantes agressões �sicas e verbais nas escolas.

O Grupo Teatral Tapanaraca Muta�s Mutandis, de Itape�ninga, trouxe o clássico ‘‘O Mágico de Oz’’ que levou adultos e crianças ao fantás�co mundo de Oz, onde tudo se torna possível. Percebemos ao fim do espetáculo que a jornada de Dorothy não era algo mais profundo e mais longo do que se imaginava. A Mostra estudan�l finalizou‐se com a peça ‘‘Debaixo Desse Sol’’ da Cia. de Teatro Educando com

A premiação aconteceu no dia 20 na Fundação Cultural e as classificações das categorias se deram através do corpo de jurados, composto por Márcio de Oliveira, Carolina Banin e Sérgio Pon�, que, após o término dos espetáculos, realizavam bate‐papos

O Mendigo

Lá Em Cima do Piano

O Mágico de Oz

Debaixo Desse Sol

Máscaras

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VII Festeatropag.05

com os grupos onde foram discu�dos, em tópicos, assuntos técnicos de cada espetáculo. Por fim, foram premiados os grupos e espetáculos nas seguintes categorias:

Melhor Espetáculo: ‘‘Lá Em Cima do Piano’’, Cia. Tapa na Coxia, Caraguatatuba.Melhor Texto: Priscila Modanesi, Cia. de Teatro Educando com Arte, Itupeva.

Melhor Atriz: Beatriz Cavalcante, Cia. Tapa na Coxia, Caraguatatuba.Melhor Ator: Guilherme Ivanes, Cia. Tapa na Coxia, Caraguatatuba.

Melhor Figurino: ‘‘Debaixo Desse Sol’’, Cia. de Teatro Educando com Arte, Itupeva.Melhor Diretor: Heron Carrillo Pire, Cia. Tapa na Coxia, Caraguatatuba.

Melhor Cenário: ‘‘Debaixo Desse Sol’’, Cia. de Teatro Educando com Arte, Itupeva.Melhor Iluminação: ‘‘Máscaras’’, A Nova Cia. de Artes, Caraguatatuba.

Melhor Sonoplas�a: ‘‘Lá Em Cima do Piano’’, Cia. Tapa na Coxia, Caraguatatuba.Melhor Trilha Sonora: ‘‘Debaixo Desse Sol’’, Cia. de Teatro Educando com Arte, Itupeva.

Mané e Zacarias, dois pedreiros que em meio a confusões, disputas e trapalhadas construiram o mais novo condomínio, o ‘‘Garden Golden Towers Boulervard Shopping Business & Residence’’.

esquetes levou ao espectador orientações sobre vários temas na área da saúde e educação no trânsito. Ao todo, aproximadamente 800 pessoas pres�giaram e se diver�ram com as peças teatrais.

O espetáculo ‘‘Rua dos Errantes’’ da Cia. 4 na Rua é 8, de Jacareí, retratou com uma linguagem bem clara e obje�va o dia a dia dos moradores de rua. As Intervenções Teatrais da Cia. do Farol, de São José dos Campos, fecharam a maratona de espetáculo teatrais do VII Festeatro, com pquenas

Com o término da Meia‐Paris, foram realizadas mais três peças teatrais c o n v i d a d a s p a r a a s a p re s e nta çõ e s fi n a i s . o espetáculo ‘‘Mãos A Obra’’ da Las Cascata Cia. Cômica, de São José dos Campos, contou a história de dois palhaços,

Fotos da Premiação

Mãos A Obra

Intervenções TeatraisRua dos Errantes Intervenções Teatrais

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Festa do Folclore 2013 pag.06

A Fundação Cultural ‘‘Benedicto Siqueira e Silva’’, junto a Comissão Municipal Setorial de Folclore e Tradições Populares realizou de 21 a 25 de agosto, a tradicional Festa do Folclore, no Largo do Mercado. O evento contou com diversas atrações entre palestras, contos, causos, apresentações de dança, música, exposições de artesanato e comidas �picas da cidade. A abertura da Festa começou com a Dança da Fita e a apresentação do Grupo Amigos da Cantoria.

Durante a fes�vidade passaram pela cidade grandes músicos do Brasil, com destaque para nomes como Pereira da Viola, Adriana Farias, Trio José, Banda Por Um Fio, Bidu Sous, Gilson Bambuíra & Ellê Carvalho, Instrumental Bem Brasil e Lívio Macedo.

Mauro, Márcio de Oliveira e Leonardo Ferracioli, Grupo Chão Caipira, Zé Ernesto, Zé Júlio, Zé Borracha e Joyce, animaram o público com suas músicas e contos.

Aconteceram durante a semana, palestras com Chico Abelha, Sônia Gabriel e Pércila Márcia abordando assuntos sobre cultura local, f o l c l o r e e i d e n � d a d e cultural.

O s a r � s t a s para ibunenses também abrilhantaram a festa. O Grupo ‘‘Os Caipira’’, Palmeiral & Dedé Mesquita, Dênis & Douglas, Pioneiro & Milton

Adriana Farias Trio José

Bidu Sous

Lívio Macedo

Gilson Bambuíra& Ellê CarvalhoBanda Por Um Fio

Instrumental Bem Brasil

Pereira da Viola

Dança da Fita

Amigos da Cantoria

Palmeiral & Dedé Mesquita Dênis & DouglasGrupo Os Caipira

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Festa do Folclorepag.07

Os alunos da Escola Geraldo Mar�ns realizaram apresentações folclóricas e, diversos grupos do Vale do Paraíba também se apresentaram com suas manifestações e danças como de Moçambique, Congada, Folia do Divino , Ca�ra e Jongo; dentre as cidades que par�ciparam estão: Redenção da Serra, Pindamonhangaba, Monteiro Lobato, Caraguatatuba, Salesópolis, São José dos Campos, Jacareí, Taubaté, Lagoinha e Paraibuna.

Encerrou‐se a Festa com a apresentação de dança e música popular com a Cia. Movimentô e a duetada de viola com Márcio de Oliveira e Leonardo Ferracioli.

Aproximadamente 2.500 pessoas, entre famílias, turistas, jovens e crianças es�veram pres�giando a Festa do Folclore 2013 e celebram a cultura popular Paraibunense e suas manifestações ar�s�cas.

Márcio de Oliveira &Leonardo Ferracioli Grupo Chão CaipiraPioneiro & Milton Mauro

Grupo de JongoMistura da RaçaDanças Escolares

Catira de Monteiro Lobato

Cortejo

Cia. Movimentô

Prosa com Zé Borracha Prosa com Zé JúlioProsa com Zé Ernesto

Cortejo Cortejo

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A Construção do Mercado Municipal pag.08

Recentemente, durante obras de manutenção da rede hidráulica ao lado do Correio, os funcionários da prefeitura encontraram um artefato indígena de pedra, o qual acostumamos a denominar, machadinha.

Deixa‐se de se registrar a presença destes índios Tamoio já no final do século XVI, é o que descreveu Mar�m de Sá em grande expedição de apresamento que contou com o mercenário inglês Antony Knivet no ano de 1579, onde os mesmos apontam esta localidade próxima a nascente do rio Paraíba do Sul. Registra na oportunidade, ter sido infru�fera a busca por índios nesta região, onde pretendiam capturá‐los para servirem nos engenhos de açúcar nas cercanias de São Paulo de Pira�ninga. Historiadores que estudam a etno‐história vale‐paraibana como Paulo Pereira dos Reis, crê, baseado em pesquisas de Teodoro Sampaio, que a emigração dos úl�mos Tamoios em terras vale‐paraibanas deve ter ocorrido após 1597‐1598.

No livro de autoria de João Caldeira Neto no ano de 1933 cujo qual trata do centenário do município de Paraibuna (1832‐1932) cita no capítulo 'A Senda luminosa de uma grande povo': “A cavaleiro da povoação, ali nas encostas do rocio, localizava‐se a chácara do Padre Valério Ferreira de Alvarenga (...) num cerrado vassoural que a sorte de nossos silvícolas, os livrava do bote virulento de ocultos o�dios, local onde

Esta importante descoberta nos indica que em tempos remotos este largo teria servido a um aldeamento indígena, local próprio para tal estabelecimento pois é naturalmente plano, protegido de ventos por todos os lados, próximo a área de floresta para caça, por ser ter pesca abundante no rio

Portanto, podemos concluir que começando o ano de 1600, já se tornava possível a ocupação deste solo já que, enquanto os Tupinambás aqui habitavam, era humanamente impossível a formação de algum aglomerado populacional de homens brancos, fazendo surgir posteriormente o caipira, resultante da miscigenação entre colonizadores e índias

Paraibuna e dispor de água potável.

remanescentes daqueles an�gos aldeamentos.

aconteceria (séculos depois) as feiras quinzenais e posteriormente domingueiras”. No Almanach de Paraibuna editado no ano de 1909 por Francisco Campos, o autor obteve também por registro oral, informações sobre a primi�va ocupação do largo do rocio, onde relata as divergências polí�cas entre o Par�do Conservador e Par�do Liberal, obrigando os vereadores do Par�do Conservador a 15 de outubro de 1834, dirigirem‐se ao Presidente da Província de São Paulo, o Coronel Raphael Tobias de Aguiar, para comunicar estarem impossibilitados de realizar o sorteamento do Jurí.

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A Construção do Mercado Municipal

‘‘ O dia que se designou para proceder o sorteamento o Júri (...) e aprontar o que fosse neçeçário (...) comtudo o Presidente da m.ma deo todas as provid.as afim de que não

pereçeçe o serviço público, mandando à fazenda de Dona Maria Custódia de Alvarenga pedir as xaves do lugar, onde por obzéquio, tem a Câmara feito secções, não as enviou (...)

mandando dizer que se serviçem de outro local ’’.

Esta cidadã de nome Maria Custódia era esposa do Capitão Antônio José de Carvalho, mãe do Cel. Marcellino José de Carvalho e irmã do Padre Valério Ferreira de Alvarenga que estaria a emprestar o imóvel de seu irmão para realização das seções Legisla�vas. Este imóvel seria então a sede da chácara do Padre Valério, tal qual encontramos no Almanack de 1909 que compreendia terras no rocio, popularmente conhecido como ‘‘Fundão’’ onde os vereadores passaram a se reunir depois de Paraibuna se desmembrar administra�vamente de Jacareí a 10 de Julho de 1832.

Largo do Mercado, possívelaldeamento indígena.

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Localização da Câmara nova.

Acrescentamos que neste período, não só o poder Legisla�vo não dispunha de espaço próprio para suas a�vidades, não havia salas para o Judiciário, nem cadeia para presos, só o pelourinho provavelmente estaria fincado no centro do Largo. Vamos encontrar outro documento datado do ano de 1886 que se refere à casa da chácara do Padre Valério no ajuste de contrato para construção do Mercado. O presidente da Câmara Municipal, o Capitão José Por�rio da Silva, firmou empreita com o italiano Constan�no Baldini ao custo de R$ 5:000$00 (cinco contos de réis) enumerando os procedimentos a serem observados, a u�lização da planta, a qualidade dos materiais empregados, os prazos de entrega em cada etapa etc.

Em determinado trecho deste contrato encontramos a descrição ‘‘... e demolir os quartos (do prédio) da Câmara (...) e está autorizado o uso do material resultante desta demolição na edificação da Casa de Mercado’’. Ao observarmos a complexa engenharia de montagem do madeirame de seu telhado, estamos então olhando para o material resultante da demolição da casa onde funcionou a primeira Câmara Municipal de Paraibuna. Este Padre taubateano, que �nha fama de ser extremamente severo, �nha muita afinidade com Imperador D. Pedro I, já que �nha assento no Conselho Geral da Província, chefe polí�co do Par�do Liberal em Paraibuna, suplente de Deputado por São Paulo na 2ª Legislatura de 1830 a 1833 e Deputado na 3° Legislatura de 1834 a 1837. Não estamos equivocados ao imputarmos a postura do Par�do Liberal na demora para que Paraibuna fosse elevada a condição de Vila. Novamente no livro de Caldeira Neto encontramos referências aos reiterados pedidos do Cel. Marcellino para que Paraibuna adquirisse sua emancipação polí�ca, já que o regente

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A Construção do Mercado Municipaldo Império José da Costa Carvalho, respondia nega�vamente a estes pedidos devido a posição contrária de parcela da população sobre forma de Governo.

Nota‐se aqui algo bastante curioso, que nos obriga a ques�onar o porquê do alto custo resultante desta nova construção levada a cabo pela Câmara Municipal de Paraibuna, datada do ano de 1887, portanto ainda sob o regime escravista no Brasil, o que nos leva a ques�onar por qual mo�vo se gastar tanto dinheiro para edificá‐lo. Sim, pois, se na construção do prédio fosse empregado o método constru�vo comumente u�lizado na época, ou seja, a taipa de pilão, o custo seria o mínimo, resultante apenas de alimentação para os negros composta por angú de fubá, gordura e toicinho de porco, feijão, café, mandioca, batata doce, rapadura, banana, goiaba, mandioca. Mas ao contrário, preferiram construir o Mercado com �jolos. Como ninguém em Paraibuna sabia fazer �jolos, se fez necessário trazer imigrantes italianos ‐ os mestres de o�cio ‐ que sabiam aplicar as ciências exatas na construção civil. Os vereadores �veram então que providenciar hospedaria para acomodar marceneiros, carpinteiros, oleiros, pedreiros, ajudantes, familiares e construiram uma olaria para confecção de �jolos onde foi gasto quase cinco vezes mais para deslocar e custear aqueles imigrantes europeus.

rural, o criatório de suínos e ainda milhares de arrobas de café enviadas aos portos de Caraguatatuba e São Sebas�ão. Segundo, porque já era sabido desde o início do século XIX, as vantagens do �jolo em comparação a taipa de pilão, já que o cozimento do barro para a fabricação de �jolos resulta num produto mais resistente a água. Consta ainda neste contrato o uso de cimento para o assentamento dos �jolos que conferia a edificação maior solidez. Quem eram os vereadores de Paraibuna a 126 anos atrás? Visionários. Homens dedicados a levantar um prédio que servisse a municipalidade por muitos anos. Acreditaram e conseguiram, pois foi construído no século XIX, atravessou o século XX e ainda está em perfeito estado neste século XXI. Concluindo; se o prédio do Mercado con�nuar a receber da população e do Poder público o mesmo cuidado e atenção que vem recebendo até hoje, esta pérola da arquitetura brasileira vai brilhar triunfante ainda por muitos e muitos anos.

O que os levou a esta inicia�va? Primeiro, Paraibuna era uma cidade rica, com sua economia aquecida e comércio diversificado devido ao movimento tropeiro, o cul�vo em larga escala de derivados da cana de açúcar e milho, a variedade de insumos alimen�cios plantados na zona

O Padre Valério Alvarenga residia na fazenda do Rio Claro, a qual encontramos nos livros de história como sendo a pioneira no cul�vo de café no Estado de São Paulo antes do primeiro Império, localizada ás margens da estrada para Caraguatatuba e ainda proprietário de outro imóvel na praça da Matriz que servia de reduto polí�co do Par�do Liberal.

Regente que proibiaa emancipaçãoem ParaibunaPormenor A casa no Largo

da MatrizCasa que pertenceu

ao Pe. Valério

Esta era a bandeira do Brasilquando o Mercado foi construído.

Casa de Câmara, Júri eCadeia no Largo do Mercado.

pag.10

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Você Sabia?

Agenda Cultural

Leia, na íntegra, a matéria na página 15

... que um paraibunensefoi Governador do

Estado de São Paulo?

Carlos AugustoPereira Guimarães

Geraldo José RodriguesAlckimin Filho

15/01/1862�-�Paraibuna/SP

20/02/1927�-�São�Paulo/SP

07/11/1952�-�Pindamonhangaba/SP

Carlos Augusto Pereira Guimarães foi companheiro de chapa – PRP – de Rodrigues Alves durante cinco anos, de 1912 a 1916, e em 1918 em 1918 Rodrigues Alves se candidatou e se elegeu presidente da República. Afim de dar prosseguimento na polí�ca ‘‘café com leite’’, em detrimento ao polí�co paraibunense em Assembléia, os polí�cos dos

De 16 a 26 de outubro em Paraibuna

o maior eleitorado e maior produtor de leite do país. Rodrigues Alves. no entanto, faleceu antes de tomar posse assumindo interinamente o mineiro da cidade de Cris�na no período de 15 de novembro de 1918 a 28 de julho de 1919. Se não houvesse esta polí�ca de alternância, seguramente o PRP (Par�do Republicano Paulista) indicaria a candidatos à presidência e vice‐presidência do Brasil os mesmos candidatos que anteriormente já teriam tomado assento no governo do Estado de São Paulo. Logo, com o

par�dos PRP e PRM preferiram compor a chapa com um representante dos Estado de Minas Gerais onde se concentravam

falecimento de Rodrigues Alves, 16 de janeiro de 1919, teria assumido a presidência do Brasil um paraibunense.

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Mutirão Cultural O Mu�rão Cultural promove shows musicais, peças teatrais, varal de poesias, intervenções cinematográficas, exposições de telas e muita arte para os cidadãos paraibunenses. Realizado desde 2007 pela Fundação Cultural ‘‘Benedicto Siqueira e Silva’’, o evento acontecia na Praça da Matriz. Já par�ciparam do Mu�rão Cultural bandas como, Theratu’s, Acús�cus, Amplitude Valvulada, The Snob’s, San Pe�er, D’água Preta, e apresentações como Flash Mob com a Oficina de Ballet da Fundação Cultural entre outros ar�stas. Após dois anos sem o evento, o Mu�rão Cultural volta com o mesmo obje�vo mas com uma nova proposta, levar as apresentações para os bairros distantes da cidade. O primeiro bairro a recebê‐lo foi o São Guido, dia 13 de julho de 2013 em sua quadra de esportes, onde os moradores foram privilegiados com o Reggae de São José dos Campos, União Força Fé. A volta do Mu�rão Cultural ainda contou com intervenções de Dança e música instrumental.

Em agosto, dia 17, o Mu�rão Cultural levou a banda Cérebro Enlatado até o Bairro Espírito Santo. Zé Ernesto abriu o evento contando histórias e fazendo brincadeiras para as crianças presentes. A banda, influenciada pela tropicália e pelos movimentos Power Flower e Beats, mostrou para os moradores do bairro, seu rock psicodélico envolto a moda de viola onde exteriorizaram idéias e alterna�vas falando do mundo sem frescura e sem censura. As crianças subiram ao palco para tocar junto com a banda e se diver�am com suas ‘‘guitarras’’.

UniãoForça Fé União Força Fé

União Força Fé

Zé Ernesto

Criança esua ‘‘guitarra’’

União Força Fé

Brincadeiras

Cérebro Enlatadao

União Força Fé

Cérebro Enlatado

Cérebro Enlatado

União Força Fé

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Mutirão Cultural

Nos dias 6 e 7 de setembro, realizou‐se no Largo do Mercado, centro de Paraibuna, o Mu�rão Cultural beneficente em prol ao Lar Vicen�no que contou com a par�cipação de dez bandas e espetáculo teatral. Na sexta‐feira, o evento começou com a apresentação do Sarau ‐ Microfone Aberto com músicos se apresentando em formato acús�co. Em seguida, a Cia. Dupla de Dois, de Paraibuna, apresentou o espetáculo ‘‘100 Hora Marcada’’. Às 20h00 começou a maratona de shows do Mu�rão Cultural. No dia 6 apresentaram Manfredini Blues Band, Cérebro Enlatado e a cantora Flávia Mello, no dia 7, Mata Virgem, Sob Domínio, San Pe�er, White Liers, Clube dos Canallhas (Tributo a Matanza), Mr. Crowley (Ozzy Tribute) e Ilha 13. Foram mais de dez horas de show ao vivo com boa música.

Karen Cris�ne, membro da CMS de Música, par�cipou com o Varal de Poesia. No Ponto de Coleta, o casal caveira, Rogério e Elaine, foram os voluntários a recolher as arrecadações de alimentos do público que após o evento foram entregues ao Lar Vicen�no.

The Creeping (Sarau) Rogério & Jonas (Sarau)

Cérebro Enlatado

Mata Virgem

Flávia Mello

Sob Domínio

Mr. Crowley

Manfredini Blues Band

Trio Bonanza (Sarau)

San Petter

White Liers Clube dos Canalhas

Ilha 13 Ponto de ColetaVaral de Poesia

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Circuito Cultural Paulista

A Fundação Cultural “Benedicto Siqueira e Silva” através do Circuito Cultural Paulista, APPA e Secretaria do Estado Cultura trouxe à Paraibuna neste domingo, 8, o Show “Luar de Sol Acús�co” com o músico, cantor e compositor Jorge Vercillo. O show aconteceu na Praça Manoel Antonio de Carvalho e reuniu um grande número de pessoas entre moradores e visitantes, que ficaram encantados com a apresentação. Durante o show, o músico chamou ao palco Dona Dirce, moradora da zona rural de Paraibuna, a qual conheceu horas antes de sua apresentação, pedindo para que a mesma relatasse com suas próprias palavras suas vivências e visão de mundo. Dona Dirce muito solícita agradeceu o convite e de forma simples, interagindo com o cantor e platéia, também receitou algumas prá�cas de medicina tradicional e qualidade de vida. Jorge Vercillo cantou seus maiores sucessos como: Que nem Maré, Numa Corrente de Verão, Raiou, Apesar de Cigano, Oração Yoshua, D.N.A, Como Diria Blavatsky, Monalisa, entre outras. Ao término do show o ar�sta com muita simpa�a atendeu aos fãs, que puderam conversar com o mesmo e registrar o momento especial através de fotos. Segundo a Secretaria do Estado da Cultura, o Circuito Cultural Paulista tem o obje�vo de ampliar o acesso da população a produtos culturais de qualidade. Criado em 2007, o programa chega a sua sé�ma edição e contando com o maior número de cidades par�cipantes, leva até o mês de novembro espetáculos de circo, teatro, dança e música para 95 cidades do interior e do litoral de São Paulo.

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Você Sabia?pag.15

Carlos Augusto Pereira Guimarães nasceu na cidade de Paraibuna SP, no dia 15 de janeiro de 1862. Não foram encontradas informações onde realizou seu estudos iniciais. Formou‐se em Direito pela Faculdade São Francisco no ano de 1883 na cidade de São Paulo, embora exercendo a magistratura em várias cidades do Estado, radicou‐se na cidade de Campinas, onde iniciou sua carreira polí�ca ao se eleger vereador e posteriormente eleito á Câmara Legisla�va Municipal nesta mesma cidade pelo PRP‐ Par�do Republicano Paulista.

Candidatou‐se a Deputado Estadual para o mandato de 1898 a 1902 sendo eleito no ano de 1899, em seguida se tornou Presidente da Assembléia Legisla�va Estadual, reeleito para as gestões de 1900, 1903, 1906 e 1907. Na gestão do Governo de Manoel Joaquim de Albuquerque Lins, também filiado ao PRP, Carlos Augusto Pereira Guimarães foi convidado a tomar assento como Secretário do Interior de 1° de maio de 1908 a 25 de novembro de 1911 e neste mesmo ano foi Secretário interino da Fazenda e do Tesouro.

No primeiro ano de sua gestão interina, dentre outras realizações, coube a ele a inauguração da Faculdade de Medicina, ações voltadas a ampliação logís�ca para segurança pública e implementou projetos direcionados às questões agrícolas do Estado.

Faleceu na cidade de São Paulo a 20 de fevereiro de 1927, tendo seu nome indicado, na década de 60 com a denominação de Avenida Carlos Eduardo Pereira Guimarães ‐ a popular Avenida Beira Rio ‐ e na cidade de São Paulo a denominação de uma rua no Bairro do Catumbí .

Neste período par�u dele o plano de ampliação de construção de escolas em diversas cidades do interior propondo ao Governador Albuquerque Lins inves�mento na área de educação no valor de 10 mil contos de réis, valor al�ssimo para época, plano este que teve con�nuidade no Governo de Rodrigues Alves.

Nas eleições para Governador do Estado de São Paulo do quadriênio seguinte, de 1912 a 1916 foi eleito com 93.822 votos vice‐presidente do Estado, num período polí�co em que o vice também �nha que lançar sua candidatura (diferentemente do processo atual) na chapa de Francisco de Paula Rodrigues Alves, natural de Guara�nguetá.

Foi eleito juntamente na chapa PRP com Rodrigues Alves e com o afastamento deste, assumiu o Governo de São Paulo de 11 de outubro de 1913 a 4 de janeiro de 1915.

Francisco de PaulaRodrigues Alves

Manuel Joaquimde Albuquerque Lins

Carlos Augusto Pereira Guimarães

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CMSComissão Municipal Setorial

PREFEITURA DE

PARAIBUNA

Textos:Vânia Silva

Célio de AbreuGustavo Barbosa

Revisão:Fábio RochaMathias Neto

Arte e Diagramação:Gustavo Barbosa

Fotos:Acervo Fundação Cultural ‘‘Benedicto Siqueira e Silva’’

Núcleo de Patrimônio HistóricoColeção ‘‘Walter Santos’’

Gustavo Barbosa

Capa:Pereira da Viola

(Apresentação na Festa do Folclore 2013 em Paraibuna)

Acesse: www.culturaparaibuna.org.br

facebook.com/cultura.paraibuna

Diretor Presidente: Fábio RochaDiretor Cultural: Mathias Neto

Diretor Administrativo: Marcio Mayo