Alimentação Vegetariana: Abordagem Terapêutica · desenvolvimento de várias doenças crónicas,...

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Alimentação Vegetariana: Abordagem Terapêutica Vegetarian Diet: Therapeutic Approach Daniela Rute Freitas Ferreira Orientada por: Mestre Isabel Gomes Monografia Ciclo de estudos: 1.º Ciclo em Ciências da Nutrição Instituição académica: Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto Porto, 2012

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Alimentação Vegetariana: Abordagem Terapêutica

Vegetarian Diet: Therapeutic Approach

Daniela Rute Freitas Ferreira

Orientada por: Mestre Isabel Gomes

Monografia

Ciclo de estudos: 1.º Ciclo em Ciências da Nutrição

Instituição académica: Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da

Universidade do Porto

Porto, 2012

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Resumo

A alimentação vegetariana encontra-se presente ao longo da história da

Humanidade. Em Portugal, no ano de 2007, existiam cerca de 30 000

vegetarianos.

Este padrão alimentar carateriza-se pela ausência da ingestão de produtos

animais (carne, peixe, e produtos derivados). Quando corretamente planeada e

individualizada, a dieta vegetariana é apropriada para indivíduos em diferentes

etapas da vida, incluindo a gravidez, lactação, infância, adolescência e para

atletas. Os nutrientes chave desta dieta, para evitar deficiências nutricionais, são

as proteínas, ácidos gordos n-3, ferro, zinco, iodo, cálcio e vitaminas D e B-12.

A dieta vegetariana é benéfica para a prevenção e tratamento de várias

doenças, entre as quais Doenças Cardiovasculares, Diabetes Mellitus Tipo 2,

Hipertensão Arterial, Obesidade, Doença Renal Crónica e alguns tipos de Cancro.

Os seus benefícios provêm da ingestão abonada de frutas e hortícolas, frutos

secos, cereais integrais, soja e seus derivados, fornecedores de fibras dietéticas e

fitoquímicos promotores da saúde e pobre em produtos de origem animal,

gorduras saturadas e colesterol.

Esta dieta, para além de ser benéfica para a saúde, também apresenta

menor carga ambiental.

Palavras-Chave

Alimentação Vegetariana Doenças crónicas Prevenção de doenças

Tratamento de doenças Terapêutica

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Abstract

The vegetarian diet is present throughout the history of mankind. In

Portugal, in 2007, there were about 30,000 vegetarians.

This dietary pattern is characterized by the absence of intake of animal

products (meat, fish and derived products). When properly planned and

individualized, the vegetarian diet is appropriate for individuals at different stages

of life, including pregnancy, lactation, childhood, adolescence and for athletes. The

key nutrients of this diet, to avoid nutritional deficiencies, are proteins, n-3 fatty

acids, iron, zinc, iodine, calcium and vitamins D and B-12.

The vegetarian diet is beneficial for the prevention and treatment of various

diseases, including Cardiovascular Diseases, Type 2 Diabetes, Hypertension,

Obesity, Chronic Renal Disease and some types of Cancer. Its benefits comes

from the intake of fruits and vegetables, nuts, whole grains, soybeans and their

derivatives, suppliers of dietary fiber and health-promoting phytochemicals and low

in animal products, saturated fats and cholesterol.

This diet, besides being beneficial to health, also has a lower environmental

burden.

Keywords

Vegetarian Diet Chronic Diseases Prevention of Diseases Treatment

of Diseases Therapeutics

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Índice

Resumo .............................................................................................................. iii

Palavras-Chave .................................................................................................. iii

Abstract .............................................................................................................. v

Keywords............................................................................................................ v

Lista de Abreviaturas .......................................................................................... ix

Introdução .......................................................................................................... 1

Tratamento e Prevenção de Doenças ................................................................ 2

1. Doenças Cardiovasculares .......................................................................... 3

2. Dislipidemia ................................................................................................. 4

3. Hipertensão Arterial ..................................................................................... 5

4. Obesidade ................................................................................................... 6

5. Diabetes Mellitus Tipo 2............................................................................... 7

6. Doença Renal Crónica ................................................................................. 8

7. Cancro ......................................................................................................... 9

8. Doença de Crohn e Doença Diverticular.................................................... 11

9. Saúde Óssea ............................................................................................. 11

10. Outras doenças ...................................................................................... 12

Análise Crítica e Conclusão ............................................................................. 14

Agradecimentos ............................................................................................... 17

Referências Bibliográficas ................................................................................ 19

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Lista de Abreviaturas

IMC – Índice de Massa Corporal

LDL – Lipoproteínas de Baixa Densidade

HTA – Hipertensão Arterial

DMT2 – Diabetes Mellitus Tipo 2

DCV – Doenças Cardiovasculares

g – Grama

Lp-PLA2 – Lipoproteína associada Fosfolípase A2

CRP – Proteína C Reativa

hs-CRP – Proteína C Reativa altamente sensível

HC – Hidratos de Carbono

MFRs – Fatores de Risco Metabólicos

MetS – Síndrome Metabólico

DRC – Doença Renal Crónica

AHs – Aminas Heterocíclicas

HAPs – Hidrocarbonatos Aromáticos Policíclicos

DC – Doença de Crohn

DV – Doença Diverticular

DMO – Densidade Mineral Óssea

EPIC – European Prospective Investigation into Cancer

EAT – Eating Among Teens

AEP – Ácido Eicosapentaenóico

ADH – Ácido Docosahexanóico

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Introdução

A alimentação vegetariana encontra-se presente na Humanidade desde o

princípio da mesma. O padrão alimentar nativo da América latina à qual

pertenciam os Incas, os Maias e os Peruvianos era baseado no consumo de

hortícolas e frutas tais como batatas, milho, abacate, maracujá, feijões entre

outros e, ocasionalmente, peixe ou carne. (1)

Ao longo da nossa história, a dieta vegetariana foi adotada por

personagens importantes, tais como Leonardo Da Vinci e Mahatma Gandhi.(2, 3)

Também os monges tibetanos praticam e tiram partido da sua clausura e situação

geográfica para consumir produtos naturais da terra circundante desde iogurtes

caseiros até batatas doces selvagens.(4) Em Portugal, segundo um estudo único

realizado em 2007, existem cerca de 30 000 vegetarianos.(5)

A dieta vegetariana é caraterizada pela ausência de produtos de origem

animal mais concretamente peixe e carne. No entanto existem padrões

alimentares que derivam deste conceito: Ovo-lacto-vegetariano com um consumo

baseado nos cereais, hortícolas e frutas, bem como frutos secos e sementes,

laticínios e seus derivados e por fim o ovo; Lacto-vegetariano que exclui ovos,

carne (incluindo a carne branca), peixe e marisco; e finalmente o vegan ou

também chamado de vegetariano total que exclui todos os produtos de origem

animal incluindo os seus derivados (ovos e laticínios). O que estes todos têm em

comum é não consumirem carne, peixe, e produtos derivados.(6-9)

Uma dieta vegetariana corretamente planeada e individualizada é

apropriada para indivíduos em diferentes etapas da vida, incluindo a gravidez,

lactação, infância, adolescência e para atletas.(6-9) É também considerada

saudável, nutricionalmente adequada, mesmo a vertente mais restritiva como o

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vegetarianismo total até mesmo revelando-se benéfica na prevenção e tratamento

de certas doenças. (6, 9, 10)

Os nutrientes chave desta dieta são as proteínas, ácidos gordos n-3, ferro,

zinco, iodo, cálcio e vitaminas D e B-12. É possível atingir as recomendações

diárias destes nutrientes com a alimentação vegetariana desde que esta seja

variada e balanceada, mas nalguns casos pode ser necessário a suplementação

ou até mesmo alimentos fortificados.(6-9)

Para além de ser uma dieta benéfica para a saúde também traz benefícios

para o meio ambiente. Em estudos realizados, ficou provado que uma dieta não

vegetariana tem mais custos ambientais do que uma dieta vegetariana.(11, 12) Isto

mostra que as escolhas alimentares de uma pessoa marcam a diferença no meio

ambiente.(11)

Tratamento e Prevenção de Doenças

A dieta vegetariana é, como foi dito anteriormente, benéfica para a

prevenção e tratamento de doenças. (6, 9, 10) Este benefício advém não só das

suas propriedades alimentares, pois sendo uma alimentação rica em frutas e

hortícolas, frutos secos, cereais integrais, soja e seus derivados, fornece muitas

fibras dietéticas e fitoquímicos promotores da saúde e, pelo contrário, com teor

baixo em produtos de origem animal, gorduras saturadas e colesterol.(6, 9, 10) Estes

indivíduos, tipicamente, apresentam menor IMC(6, 7, 9, 10, 13), menor pressão

sanguínea(6, 7, 10), menores níveis plasmáticos de colesterol total(6, 7, 13) e LDL(6, 7, 10,

13) e menor insulinorresistência(6, 7); baixa mortalidade por doença cardíaca

isquémica(6, 7, 9); e menor incidência de HTA(6, 7, 10), DMT2(6, 7, 10), e de cancro em

geral(6, 7, 10).

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1. Doenças Cardiovasculares

As DCV são uma das principais causas de morte nos países

desenvolvidos. Os fatores de risco englobam HTA, Hipercolesterolemia, DMT2,

hábitos tabágicos, sedentarismo e obesidade.(14) A prevalência das DCV entre

indivíduos vegetarianos é relativamente baixa (20 a 35% menos do que entre

indivíduos omnívoros), o que sugere que a dieta é um fator essencial para o

desenvolvimento da doença. (14-16)

Desde os tempos pré-históricos até hoje foram encontradas populações de

nativos da América latina que, através da prática duma dieta baseada em plantas

revelam estar associados com um menor risco de fatores relacionados com o

desenvolvimento de várias doenças crónicas, entre elas as DCV.(1)

A dieta vegetariana é rica em frutas e hortícolas e frutos secos, fontes de

antioxidantes e polifenóis que contribuem para o processo anti-inflamatório, e

pobre em produtos cárneos e assim em ácido araquidónico (percursor de

eicosanóides inflamatórios).(16) A sua adoção reduz o risco de DCV através de

inúmeros mecanismos, tais como: redução do processo inicial de aterosclerose

(baixos níveis de colesterol), redução das concentrações de espécies reativas de

oxigénio, redução da produção de eicosanóides inflamatórios, e redução dos

marcadores do stress inflamatório.(16)

Yang et al. foram mais longe e investigaram a influência da dieta

vegetariana nos fatores de risco cardiovasculares e na espessura da túnica

média-íntima da carótida (indicador inicial de aterosclerose e, posteriormente, de

DCV), em homens vegetarianos pertencentes à comunidade chinesa. Os

resultados apontaram para um decréscimo em múltiplos fatores de risco

cardiovasculares, tais como, IMC, pressão sanguínea e perfil lipídico.(17, 18) Este

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último é o responsável pelos efeitos benéficos na espessura da túnica média-

íntima da carótida, e isto parece estar relacionado com a duração da dieta

vegetariana.(17)

Num estudo longitudinal realizado no Reino Unido, Thozhukat et al.

analisaram o efeito da suplementação de fitoestrogénio de soja em indivíduos

com Hipotiroidismo: um grupo consumiu 2 mg correspondentes aos níveis

encontrados na dieta omnívora e outro grupo consumiu 16 mg correspondentes

aos níveis encontrados na dieta vegetariana. Este estudo mostrou que houve um

efeito benéfico nos índices de DCV, nomeadamente na redução da pressão

sanguínea, proteína C reativa (CRP) e insulinorresistência no grupo que consumiu

16 mg de fitoestrogénios.(19) No entanto, demonstrou-se que este nível de

suplementação parece ter um efeito prejudicial em relação ao Hipotiroidismo

enquanto a suplementação encontrada na dieta omnívora não aparenta ter.(19)

Os níveis de fosfolípase A2 (Lp-PLA2), proteína C reativa (hs-CRP)(16) e

homocisteína(6, 13, 14) revelaram-se preditores de DCV, nomeadamente

aterosclerose.(20) Numa população feminina vegetariana tailandesa, os níveis

encontrados do marcador inflamatório Lp-PLA2 são mais baixos em indivíduos

vegetarianos, no entanto estes apresentam níveis mais elevados de CRP e

homocisteína.(20) Estes resultados podem advir do facto de esta população ingerir

menos hortícolas, mais produtos de soja e cozinhá-los em fritura com óleo, em

comparação com a população vegetariana ocidental.(20)

2. Dislipidemia

A hiperlipidemia é considerada um dos fatores primários de risco para o

desenvolvimento de DCV.(6, 7, 21) Uma variedade de estudos realizados

constataram que indivíduos vegetarianos têm níveis mais baixos de colesterol

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total e LDL do que indivíduos consumidores de carne.(6, 7, 10, 20-22) Isto advém do

facto da dieta vegetariana ser pobre em gorduras saturadas e colesterol, e rica

em fibras, fito esteróis, flavonoides e outros fitoquímicos derivados do consumo

de cereais integrais, frutos e hortícolas.(6, 7, 21)

Numa revisão a 27 estudos observacionais e ensaios clínicos mostraram

que uma dieta vegetariana ou vegan combinada com frutos secos, soja e fibras

baixava até 35% de colesterol LDL.(21)

Jenkins et.al efetuaram um ensaio clínico para aferir se uma dieta

vegetariana baixa em hidratos de carbono (HC) tinha a capacidade de diminuir os

níveis de colesterol LDL em indivíduos com hiperlipidemia.(23) No final, concluíram

que esta dieta rica em proteínas de origem vegetal: glúten, soja, frutos secos,

fruta, hortícolas e cereais, promove a diminuição de colesterol LDL e total bem

como de peso corporal e pressão sanguínea.(23) Resultados similares também

foram encontrados num estudo realizado na Coreia em vegetarianos (vegans e

ovo-lacto-vegetarianos) de longa data (mais de 20 anos).(24) Aqui, os indivíduos

apresentavam menores níveis de gordura corporal e de colesterol bem como de

stress oxidativo, comparando com omnívoros.(24)

3. Hipertensão Arterial

A HTA é uma das maiores causas de risco acrescentado de doença

cardiovascular.(25-27) A prevenção e tratamento desta doença passam por

modificações do estilo de vida, nomeadamente, a redução do conteúdo de sódio e

gordura total na dieta, a ingestão adequada de potássio (4.7 g/dia) e fibras

(aumento de 14 g/dia), a baixa ingestão de bebidas alcoólicas, prevenção da

obesidade (particularmente a visceral) e a prática de exercício físico.(25, 26)

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Vários são os estudos que afirmam que o padrão alimentar vegetariano

está associado com menor pressão sanguínea.(6, 10, 26-28) Esta relação é

estabelecida não só devido ao padrão alimentar em si mas também ao facto dos

vegetarianos possuírem um menor IMC.(6, 27) Este padrão é rico em potássio e

fibras alimentares como resultado do grande consumo de frutos, hortícolas, frutos

secos e produtos integrais.(6, 25, 27)

Dois estudos realizados demonstraram que os vegetarianos têm menor

pressão sistólica e diastólica(27, 28) e que os vegan eram os que tomavam menos

medicação para o tratamento da HTA.(27)

4. Obesidade

A dieta vegetariana como abordagem de tratamento da obesidade e

manutenção do peso tem sido sugerida por vários estudos que mostram que os

vegetarianos têm tendência a ter menor IMC e menor peso corporal do que os

não vegetarianos.(6-8, 10, 29, 30)

O consumo de carne e derivados está proporcionalmente relacionado com

o IMC: quanto maior o consumo destes alimentos, mais alto será o IMC.(6, 7, 29) A

dieta vegetariana proporciona uma proteção contra o excesso de peso e a

obesidade, ao contrário de uma dieta omnívora. Especula-se que esta proteção

tem origem no consumo de alimentos com baixa densidade energética, tais como,

frutos, legumes e cereais integrais.(6, 8, 29)

Um estudo mostrou que a dieta vegetariana é nutricionalmente adequada,

de acordo com as recomendações, para o controlo do peso corporal(30) enquanto

Sabaté et. al sugere que é uma abordagem válida para a prevenção da obesidade

em crianças e adolescentes.(29)

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5. Diabetes Mellitus Tipo 2

A Diabetes atingiu proporções epidémicas e segundo a Organização

Mundial da Saúde (OMS) existem 346 milhões de diabéticos no mundo. Os

fatores dietéticos e obesidade são os protagonistas no risco de desenvolvimento

da DMT2, sendo que a mudança de hábitos alimentares representa o elemento

chave na prevenção e tratamento desta doença.(31-33)

A investigação tem demonstrado que uma dieta baseada em alimentos de

origem vegetal e baixa em teor de gorduras melhora o controlo do peso corporal,

os valores de glicemia capilar e o risco cardiovascular.(31, 32, 34)

A prevalência de Diabetes Mellitus tipo 2 entre o vegetarianismo é de 2,9%

para os vegans, já para os não vegetarianos esta aumenta para 7,6%.(35) O Índice

de Massa Corporal apresenta uma diferença de 5 unidades1 entre vegetarianos e

não vegetarianos, proporcionando maior proteção em ambientes onde existe uma

grande disponibilidade de alimentos com alto teor calórico.(35)

Um estudo de revisão de estudos observacionais e ensaios clínicos sobre

a eficácia da dieta vegetariana na prevenção e tratamento da DMT2 mostrou que

existem várias evidências destes factos. (32) Ao nível da prevenção, o consumo de

carne, nomeadamente carne vermelha e carne processada, está associado com

um aumento do risco de DMT2 de 21% para os homens e 41% para as

mulheres.(32)

Um outro estudo experimental de 24 semanas mostrou que a adoção de

uma dieta vegetariana (grupo experimental) aumenta a sensibilidade à insulina

em comparação com uma dieta convencional (grupo controlo).(36) Neste caso,

deu-se uma redução da medicação para a DMT2 em 43% no grupo experimental

1 1 Unidade = 1 kg/m

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e de apenas 5% no grupo controlo. A eficácia da dieta vegetariana pode dever-se

ao facto da perda de gordura visceral ser maior assim como as melhorias nas

concentrações plasmáticas de adipocinas e marcadores de stress oxidativo que

são conseguidos com a maior ingestão de fibras, ferro não-heme, proteína

vegetal, antioxidantes e esteróis vegetais e, pelo contrário, pela menor ingestão

de gorduras saturadas.(36) Esta dieta aliada ao exercício físico aeróbio pode ser

uma alternativa ainda mais benéfica no tratamento nutricional desta doença.(36)

Barnard et al. refere que estudos observacionais mostram um decréscimo

considerável no risco de desenvolver DMT2 em indivíduos que seguem uma dieta

vegan ou vegetariana. Já evidências de ensaios clínicos realizados nesta área

indicam que dietas vegans pobres em gordura são, no mínimo, tão eficazes como

as dietas convencionais para o controlo do peso e glicémico, e no entanto provam

ser muito mais eficazes no tratamento de dislipidemias.(33, 34)

Na comunidade Adventista, um estudo comparou os padrões alimentares e

a sua relação com fatores de risco metabólicos (MFRs) e com o síndrome

metabólico (MetS) e chegou à conclusão, com base nalguns estudos já

mencionados em cima, que um padrão alimentar vegetariano está associado com

um perfil mais favorável de MFRs e um menor risco de MetS.(37) Mais ainda,

provou-se estar inversamente associada com o risco de níveis sanguíneos

anormais de glicose em jejum.(38)

6. Doença Renal Crónica

A doença renal crónica (DRC) está associada a uma ingestão alta e

prolongada de proteínas(6, 39, 40) que contêm uma grande quantidade de fósforo(40,

41). Mas, estudos em pacientes com DRC revelam que existem diferenças entre o

consumo de proteína animais ou vegetais.(40, 41) Noori et al. mostram que o fósforo

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obtido dos produtos de origem animal é absorvido em 40 a 60% enquanto o

fósforo obtido dos produtos vegetais tem uma absorção a este nível menor.(40) Isto

é devido ao facto destes alimentos possuírem fitatos na sua composição o que vai

ajudar a diminuir a sua potencial absorção.(40, 41)

Outros fatores presentes nos primórdios da deterioração do rim são a

hiperlipidemia, a proteinúria persistente, a hiperfiltração glomerular e a HTA.(39) A

dieta vegetariana, rica em proteínas vegetais em especial a soja(6, 39), tem efeitos

positivos na pressão sanguínea, perfil lipídico, melhoria da proteinúria,

hiperfiltração e perfusão renal, diminuindo o dano renal.(39)

Na Tailândia, um estudo realizado entre indivíduos vegetarianos e

indivíduos omnívoros comparou a sua função renal e chegou à conclusão que não

havia diferenças entre os dois grupos, depois de ajustados outros parâmetros.(39)

No entanto, os vegetarianos tinham menores valores de pressão sistólica, sódio,

glicose, níveis de colesterol e de ureia no sangue.(39)

Em hemodiálise, o estado nutricional entre pacientes vegetarianos (vegans

e ovo-lacto-vegetarianos) e pacientes não vegetarianos é similar, sendo que a

dieta vegetariana traz consigo a vantagem de possibilitar a redução de

indicadores inflamatórios no organismo.(42)

7. Cancro

O cancro permanece como uma das principais causas de morte no mundo

e estima-se que, em 2030, seja responsável por 12 milhões de mortes.(43) Os

vegetarianos geralmente tendem a ter uma menor taxa de risco de cancro do que

a população em geral, com uma redução de 10 a 12%.(6, 7, 9, 10, 43)

Alguns estudos realizados no Reino Unido, entre os quais na coorte EPIC-

Oxford, mostram que a incidência de cancro em geral nos vegetarianos é mais

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baixa do que nos não vegetarianos, mas no caso dos cancros coloretal e cervical

ocorre o contrário.(44, 45) Os resultados destes tipos de cancros vão contra os

encontrados até então(6, 7) e os autores especulam que possa dever-se a outras

diferenças dietéticas entre os grupos ou ao acaso.(44, 45) Relativamente ao cancro

da mama, não foram encontradas evidências de que uma dieta vegetariana está

associada a uma menor incidência em mulheres britânicas deste tipo de cancro

(46), no entanto, Cheryl L. Rock et. al demonstram que uma dieta rica em

carotenoides está associada com uma maior sobrevivência ao cancro da

mama.(47)

O cancro da próstata pode ser modulado através da adoção duma dieta

vegan, como foi demonstrado por alguns ensaios clínicos de pequenas

dimensões.(48) O mecanismo de combinação de vários fitoquímicos

anticancerígenos (Genisteína, Quercetina e Biochanina A) pode ser um indicador

do potencial de alguns componentes da dieta vegetariana em incitar efeitos

quimiopreventivos contra este cancro.(49)

Na Índia uma revisão de estudos efetuados mostraram que o risco de

cancro da cabeça e pescoço é reduzido, atribuindo-se ao facto desta população

ser predominantemente vegetariana.(50) A base da sua alimentação assenta no

consumo de cereais, leguminosas, frutos, óleos vegetais e especiarias, fontes de

fitoquímicos, particularmente fibras dietéticas, vitamina E, carotenoides e

compostos fenólicos, que provaram ser potenciais protetores de várias doenças,

entre as quais, o cancro.(6, 7, 43, 50)

Vários estudos estabelecem uma ligação entre o consumo de carne,

especialmente de carne vermelha e carnes processadas, com o aparecimento e

desenvolvimento de certos tipos de cancro, como o coloretal.(6, 10, 43, 51) Isto é

devido à preparação destes alimentos com a cozedura da carne a altas

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temperaturas através de métodos como fritar, grelhar, curar e fumar, que

apresentam AHs e HAPs, potenciais carcinogénicos.(7, 43)

8. Doença de Crohn e Doença Diverticular

A etiologia da Doença de Crohn (DC) ainda é desconhecida, mas sabe-se

que está associada a fatores como dieta, hábitos tabágicos e apendicectomia.(52,

53) Chiba M et al. conduziram um estudo prospetivo com a duração de 2 anos

durante o qual avaliaram o efeito preventivo contra recaída de DC duma dieta

semi vegetariana. A dieta era constituída por cereais, hortícolas e frutas, e ao

mesmo tempo limitava a ingestão de produtos animais.(52) A remissão manteve-se

em 94% dos pacientes que seguiam esta dieta e os valores de proteína C reativa

(indicador sensível de recaídas) encontravam-se normais em mais de metade.(52)

A Doença Diverticular (DV) tem maior incidência em países ocidentais e o

risco é superior entre a população idosa.(54, 55) Na coorte EPIC-Oxford foi

demonstrado que os vegetarianos tinham uma redução do risco em 30% de

desenvolver esta doença.(54) Neste estudo, a dieta vegetariana foi associada com

diminuição de hospitalização ou morte por DV.(54) Estudos apontam para a

ingestão aumentada de fibras como fator preventivo de DV. (6, 54, 55) Já o consumo

carne pode estar ligado ao aumento do risco da doença. (6, 54, 55)

9. Saúde Óssea

A Osteoporose é uma doença multifatorial caraterizada pela redução da

massa óssea e comprometimento da arquitetura estrutural do osso, levando a um

maior risco de fratura.(56-58) Pode ser aferida pela medição da Densidade Mineral

Óssea (DMO) sendo este o melhor preditor para o risco de fratura

osteoporótica.(57)

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Uma meta análise sugere que os vegetarianos (em particular os vegan)

têm menos 4% de DMO comparativamente com os não vegetarianos(57), mas que

não compromete a saúde óssea nem o risco de fratura.(57, 59)

Alguns estudos referem que os vegetarianos (especialmente os vegan) têm

menor ingestão de cálcio(9, 58, 60, 61), vitamina D(9, 60, 61) e proteína(58) do que os

omnívoros. No entanto, a origem (animal ou vegetal) destes nutrientes não é

importante, uma vez que não se encontra relacionada com a perda óssea.(61)

Contudo é aconselhado aos vegetarianos o consumo adequado de alimentos

ricos em cálcio, vitamina D, vitamina K, potássio e magnésio, dando ênfase aos

frutos, hortícolas e produtos de soja, para promoção duma boa saúde óssea.(6, 7, 9)

Na Polónia, um estudo efetuado em mulheres mostrou que a homocisteína

é um dos preditores da DMO, sendo que a hiperhomocisteínemia está associada

com menor DMO pois aumenta o turnover ósseo e o risco de fratura.(56) Este

estudo concluiu que as vegetarianas mais velhas têm maior risco de

desenvolvimento de osteoporose do que as não vegetarianas.(56)

10. Outras doenças

Uma boa saúde oral é importante para a manutenção de uma vida

saudável. Dois estudos avaliaram o impacto da dieta vegetariana na cavidade

oral.(62, 63) O primeiro, realizado na Itália, revelou que os indivíduos vegan tinham

maior incidência de desmineralização e pontos brancos nos dentes quando

comparados com os indivíduos omnívoros.(62) O segundo, realizado na Polónia,

mostrou que, apesar dos resultados não revelarem nenhuma influência direta, o

grupo de sujeitos vegetarianos tinha uma ligeira maior ocorrência de cavidades

não cariosas do que o grupo controlo.(63)

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A psoríase é uma doença inflamatória crónica da pele e a dieta é um fator

importante na sua patogénese. (64, 65) Estudos demonstram que a adoção da dieta

vegetariana pode ser benéfica por 2 mecanismos: por um lado a baixa ingestão

de ácido araquidónico (AA) leva à menor formação de eicosanóides

inflamatórios(64, 65); e por outro lado é rica em potássio, o que conduz ao aumento

da biossíntese de cortisol(65).

A artrite reumatoide é uma doença crónica autoimune que afeta mais

mulheres do que homens.(66) Alguns artigos de revisão de ensaios clínicos

randomizados sugerem que a adoção de uma dieta vegetariana, após um período

de jejum, pode melhorar a dor provocada por esta doença, quando comparada

com uma dieta omnívora.(66, 67) No entanto, a função física e rigidez não

apresentam melhorias.(66, 67) Os autores sugerem aprofundar os estudos nesta

área já que existem muito poucos.(66, 67)

Uma das perturbações gastrointestinais mais comuns nos países

ocidentais são os cálculos biliares.(68) Um artigo de revisão referiu um estudo feito

numa coorte que mostrava indivíduos vegetarianos tinham menor incidência

destes cálculos.(68) Também apontava que o aumento do consumo de proteínas

vegetais, frutos e hortícolas estavam associados à diminuição da incidência.(68) No

entanto, um estudo mais recente demonstra que a dieta vegetariana não exerceu

nenhum efeito mensurável sobre a prevalência de cálculos biliares.(69)

As cataratas são uma causa importante de perda da visão em países

desenvolvidos e em desenvolvimento.(70) Na coorte de EPIC-Oxford, foi estudada

a relação entre o desenvolvimento desta doença e a dieta vegetariana, e foi

demonstrado que os vegetarianos têm menor risco de desenvolverem cataratas

comparando com os indivíduos consumidores de carne.(70)

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O desenvolvimento de distúrbios alimentares tem sido associado com o

padrão alimentar vegetariano.(9) Uma revisão de 2 estudos sugere que os semi

vegetarianos (consomem carne de aves e peixe ocasionalmente) são mais

propícios para o desenvolvimento de distúrbios alimentares, nomeadamente

compulsão alimentar, do que vegetarianos ou vegan.(71) Este resultado é apoiado

numa investigação efetuada entre jovens universitárias.(72) Já um estudo levado a

cabo na coorte EAT-II nos Estados Unidos da América revela que os

adolescentes e jovens adultos vegetarianos podem estar em maior risco de

desenvolverem distúrbios alimentares, tais como compulsão alimentar e

comportamentos prejudiciais de controlo de peso, em comparação com não

vegetarianos.(73) No entanto os mecanismos inerentes não estão clarificados.(9, 71,

73)

Em relação à alimentação e a saúde mental, Beezhlod et. al mostram que

indivíduos vegetarianos têm menores níveis de ácidos gordos ómega-3 de cadeia

longa: ácido eicosapentaenóico (AEP) e ácido docosahexanóico (ADH),

importantes reguladores das funções e estrutura das células cerebrais.(74, 75)

Nestes estudos, apesar destes níveis, o humor dos praticantes da dieta

vegetariana não é afetado negativamente(74) e até podem apresentar melhorias

comparativamente com os omnívoros(75). Para otimizar a saúde mental, o

consumo de hortícolas, cereais integrais, sementes e frutos deve ser

encorajado.(76)

Análise Crítica e Conclusão

A alimentação vegetariana é, sem dúvida, uma alternativa viável à

prevenção e tratamento de várias doenças crónicas. Como foi possível constatar

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ao longo desta monografia, os seus efeitos benéficos estendem-se a diversas

doenças tais como DCV, Dislipidemia, HTA, DMT2, DRC, Cancro, doença de

Crohn e Diverticular, Osteoporose, Psoríase, Cataratas e até no Humor.

Penso que devem ser realizados mais estudos no caso da Obesidade para

testar e comprovar os benefícios desta dieta, uma vez que considero que estes

indivíduos poderão ter estilos de vida mais saudáveis e alguns estudos o

corroboram que poderá ser motivo confundidor dos resultados.

Existem também algumas lacunas no caso dos pacientes com DRC em

hemodiálise pois, será difícil cumprirem uma dieta vegetariana devido ao risco

elevado de hipercalémia derivado ao consumo de frutos, hortícolas e sementes.

No caso do cancro coloretal e cervical os resultados foram contraditórios, na

medida em que o risco era maior nuns estudos e noutros era menor do que numa

população omnívora. Também nos estudos relacionados com a homocisteína, os

vegetarianos tiveram níveis mais altos do que os não vegetarianos, o que pode

acarretar maior risco de DCV. Relativamente à saúde óssea, o baixo aporte de

alimentos ricos em cálcio requer maior atenção por parte dos indivíduos que são

vegan. Em relação aos distúrbios alimentares, os indivíduos com dieta

vegetariana revelaram ter maior pré-disposição para o desenvolvimento destes

distúrbios, isto poderá ser devido à restrição inerente a este padrão alimentar.

Pelo mencionado anteriormente acho que também devem ser feitos mais estudos

para clarificar e comprovar essas lacunas.

De um modo geral, a dieta vegetariana traz consigo numerosos benefícios,

apesar das lacunas apontadas nalgumas patologias. Assim, do meu ponto de

vista, considero que vale a pena adotar este padrão alimentar para melhorar

globalmente a nossa saúde, desde que esta seja bem planeada e ajustada a cada

indivíduo para que não haja deficiências nutricionais por um profissional de saúde.

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Agradecimentos

Desde já, expresso o meu agradecimento aos meus pais que sempre me

apoiaram em todas as etapas da minha vida sendo que esta não foi exceção e

por todo o amor e paciência que sempre tiveram para comigo. Amo-vos muito.

Aos meus irmãos que sempre estiveram presentes e que são como

segundos pais para mim.

Ao meu namorado Gerson, a quem eu amo muito, que é o meu pilar e

incentivador, agradeço a paciência e apoio que sempre demonstrou e espero que

continue a demonstrar nos futuros anos em conjunto.

Aos meus amigos que estiveram ao meu lado, em especial, à Sandra e à

Marisa, obrigada pela paciência e momentos de descontração que tivemos juntas.

À minha orientadora do estágio, a Dra. Isabel Gomes que me guiou nesta

etapa final ajudando-me a perceber como posso ser melhor profissional. Obrigada

pela paciência e carinho que sempre demonstrou para comigo. À Dra. Vera

Bessa, obrigada pelo companheirismo e afeto que revelou durante este período.

Às minhas colegas de estágio que partilharam as minhas dúvidas e

experiências ajudando-me a ultrapassá-las, em especial à Sofia.

À Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do

Porto e seus professores que deram-me as condições e o apoio para que eu

chegasse a este momento importante da minha vida.

E, por fim, aos que me apoiaram ao longo deste percurso. Um obrigado a

todos.

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