ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

7
SETEP SETEP - - SEMINÁRIO SEMINÁRIO TEOLÓGICO TEOLÓGICO ESCOLA ESCOLA DE DE PROFETAS PROFETAS ANGRA DOS REIS/RJ - ANGRA DOS REIS/RJ - TURMA TURMA 2012 2012 ALGUNS PRÉ-REFORMADORES E REFORMADORES ALGUNS PRÉ-REFORMADORES E REFORMADORES JOÃO WYCLIFF JOÃO WYCLIFF JOÃO DE WESSALIA JOÃO DE WESSALIA JOÃO WESSELUS JOÃO WESSELUS MARTINHO LUTERO MARTINHO LUTERO GUILHERME FAREL GUILHERME FAREL JOÃO CALVINO JOÃO CALVINO Disciplina : HISTÓRIA DA IGREJA Professor : PR. LEONARDO ALMEIDA Aluno : FÁBIO ROSA

Transcript of ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

Page 1: ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

SETEPSETEP -- SEMINÁRIOSEMINÁRIO TEOLÓGICOTEOLÓGICO ESCOLAESCOLA DEDE PROFETASPROFETAS ANGRA DOS REIS/RJ - ANGRA DOS REIS/RJ - TURMATURMA 20122012

ALGUNS PRÉ-REFORMADORES E REFORMADORESALGUNS PRÉ-REFORMADORES E REFORMADORES

JOÃO WYCLIFFJOÃO WYCLIFF

JOÃO DE WESSALIAJOÃO DE WESSALIA

JOÃO WESSELUSJOÃO WESSELUS

MARTINHO LUTEROMARTINHO LUTERO

GUILHERME FARELGUILHERME FAREL

JOÃO CALVINOJOÃO CALVINO

Disciplina : HISTÓRIA DA IGREJAProfessor : PR. LEONARDO ALMEIDA

Aluno : FÁBIO ROSA

Page 2: ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

ALGUNS PRÉ-REFORMADORES ALGUNS PRÉ-REFORMADORES

JOÃO WYCLIFF 1

Supõe-se que João Wycliff nasceu nas proximidades de Richmond, no condado de York, na Inglaterra, pouco mais ou menos em 1324. A pobreza de seus pais, que parece terem sido camponeses, não o impediu de entrar, na idade própria, na universidade de Oxford, onde aproveitou todas as ocasiões para se instruir, ganhando bem depressa as boas graças do seu tutor, o piedoso e sábio Thomas Bradwardine, que fazia dele muito bom juízo.

Durante os seus estudos adquiriu um bom conhecimento não só das leis civil, canônica e municipal, mas também da ruína da natureza humana, como as Escrituras a ensinam, da inutilidade do merecimento humano para a salvação, e da grandeza da graça divina, pela qual o homem pode ser justificado sem as obras da Lei. Diz-se também que, por conselho do seu tutor, estudara as obras de Grostete, e dali lhe viera a idéia de que o papa era o Anticristo. Os seus ataques às ordens mendicantes, que atraíam os estudantes da universidade para os seus mosteiros, tornaram-no notável em Oxford. Ele escreveu alguns folhetos sobre o assunto.

Era Wycliff nesse tempo professor da universidade, mas isso não o impediu de continuar no seu trabalho pelo Senhor, e, aos domingos, despia a toga de professor e pregava ao povo o Evangelho simples na linguagem popular. A fama das suas pregações bem depressa chegou a Roma, e os frades mendicantes, cuja influência estava muito abalada pelo seu ensino, apressaram-se a dar a saber ao papa os seus receios. Para isso usaram de um meio muito eficaz extraindo dos escritos de Wycliff dezenove artigos, e mandando-os ao papa, juntamente com as suas cartas; e, como a maior parte destes artigos, combatiam de uma maneira muito clara as pretensões temporais do papa, pode-se facilmente imaginar qual foi o resultado. Nove dos extratos foram logo condenados como heresias e outros declarados errados, e foram mandadas imediatamente ordens à Inglaterra para que o ousado herege fosse levado aos tribunais pelas suas opiniões. Isto foi o princípio do conflito, mas Roma ainda desta vez se enganou.

ATAQUE Ao atacar o reformador, tinham atacado um homem com amigos, porque

Wycliff, tinha-os em todas as classes. A classe popular estimava-o porque ele se interessava pela sua causa e lhes explicava as Sagradas Escrituras em linguagem que podiam compreender; os fidalgos eram seus amigos porque ele os ajudava a resistir ao clero; e em Oxford não era menos estimado pela sua piedade do que respeitado pelo seu saber.

No mês de fevereiro do ano 1377 foram abertas as sessões da Convocação de S. Paulo, e para ali se dirigiu Wycliff, acompanhado de seus amigos João de Gaunt, duque de Lencastre, e Lord Percy, marechal da Inglaterra. Receavam estes que se ele fosse sozinho não seria ouvido com imparcialidade, e podia talvez ser vítima de um jugo odioso; e quando começou o julgamento, a conduta de Guilherme Courtenay bispo de Londres mostrou bem que tinham razão de ter receios.

A multidão de gente dentro da catedral era enorme, e o marechal teve de empregar a sua autoridade para poder chegar ao pé dos juizes. Isto excitou o bispo imensamente, e seguiu-se uma cena tumultuosa. "Se eu soubesse, senhor," disse ele, "que queríeis ser senhor nesta igreja, teria tomado as minhas medidas para vos impedir de aqui entrar". O duque de Lencastre, que era nesse tempo regente do reino pela menoridade do rei Ricardo II, aprovou o ato do marechal, e observou que era

Page 3: ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

"necessário manter a ordem apesar dos bispos". Courtenay a custo conteve a sua ira, mas quando, em seguida, o marechal pediu uma cadeira para Wycliff, exclamou, encolerizado, "Ele não deve sentar-se; os criminosos conservam-se de pé perante seus juizes". De ambos os lados se levantou novamente uma grande discussão, e só Wycliff se conservou silencioso; no entanto, o povo, seguindo o exemplo dos seus chefes, começou a exprimir sua própria opinião com atos de violência. Era impossível prolongar a sessão em tais circunstâncias; portanto, encerraram o tribunal, e o reformador saiu da catedral acompanhado pelo duque de Lencastre.

WYCLIFF TRADUZ A BÍBLIAAssim pois, pela graça de Deus, Wycliff escapou ainda mais uma vez das garras dos

seus perseguidores, e pôde, pouco depois, ocupar-se com a grande obra da tradução da Bíblia na linguagem do país. Havia muito tempo que ele manifestara o desejo de que os seus patrícios pudessem ler o Evangelho da vida de Cristo em inglês, e havia agora todas as possibilidades de ver o seu desejo satisfeito. Poucos meses mais tarde essas probabilidades tornaram-se em certeza, e, à proporção que o trabalho ia chegando ao fim, o ousado reformador começou a sentir que a sua missão na terra estava quase terminada. No ano de 1383 viu a sua obra completa, e, apesar de os bispos fazerem toda a diligência para que a versão fosse suprimida por lei do Parlamento, os seus esforços não tiveram resultado, e em breve a Bíblia começou a circular por todo o reino.

MORTE Wycliff porém não viveu o suficiente para ver a oposição dos bispos, pois que a 31

de dezembro de 1384, depois de uma vida agitada de sessenta anos, entrou no descanso •eterno; e, posto que os seus amigos receassem que ele morresse de morte violenta, Deus tinha determinado outra coisa e assim morreu pacificamente em Luterworth. Os agentes de Roma foram pois logrados na esperança de alcançar a desejada presa, mas ainda assim o seu corpo foi mais tarde desterrado e queimado, e as cinzas lançadas num regato próximo, "O regato", diz Fuller, "levou as cinzas ao rio Avon; o Avon levou-as ao Saverna; o Saverna ao canal, e este ao grande oceano. E assim as cinzas de Wycliff são os emblemas da sua doutrina, que se acha agora espalhada pelo mundo inteiro".

OS LOLLARDOSQuando Wycliff morreu os seus adeptos eram muitos, e havia-os entre todas as

classes da comunidade. Parece que era em Oxford que havia maior número, e quando o Dr. Rigge, chanceler da universidade, recebeu ordem para impor silêncio àqueles que favoreciam o reformador, respondeu que não ousava fazê-lo por ter medo de ser morto. Todos os que adotaram publicamente a doutrina de Wycliff eram chamados de lollardos, mas é certo que mesmo antes de Wycliff aparecer já existiam muitos cristãos com essa denominação. As suas doutrinas e opiniões eram em tudo iguais às do reformador, e parece que foram tão infatigáveis como ele em as espalhar.

Assim como Wycliff, eles também ensinavam que "o Evangelho de Jesus Cristo é a única origem da verdadeira religião; que não há nada no Evangelho que mostre que Cristo estabeleceu a missa; que o pão e vinho, ainda depois de consagrados, ficam sendo pão e vinho; que os que entram para os mosteiros ainda se tornam mais incapazes de observar as ordens de Deus; e, finalmente, que a penitência, a confissão, a extrema unção, não são precisas, nem se fundam nas Escrituras Sagradas".

Pensar que Roma deixaria viver tais incorrigíveis hereges, sem se incomodar, seria supor que ela fosse capaz de tolerância e misericórdia - qualidades estas que nunca patenteou. Não era este o seu modo de proceder; e se os lollardos não foram logo perseguidos pela sua cólera, foi unicamente porque lhes faltavam os meios de tornar bastante eficaz a perseguição. Contudo, a subida ao trono de Henrique IV forneceu-

Page 4: ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

lhe a oportunidade que esperava. Os padres e os frades tinham estado no entanto bastante ocupados em espalhar falsos boatos sobre o procedimento revolucionário dos lollardos, e tinham inspirado tais receios à nação que, quando no ano de 1400 o novo rei fez publicar um edito real determinando que os hereges fossem queimados, o Parlamento prontamente o sancionou.

JOÃO DE WESSALIA 1

O segundo foi João de Wessália, um notável doutor de teologia de Erfurt. Este homem piedoso foi, na sua velhice, muito apoquentado pelos inquisidores papistas que meteram seu frágil corpo entre ferros, sujeitando-o a muitas indignidades. Ele ensinou que a salvação se obtinha pela graça, e que as peregrinações, os jejuns, a extrema unção etc, de nada aproveitavam à alma, e que a Palavra de Deus é a única autoridade em materiais de fé. Conseguiram afinal que ele se retratasse de alguma das suas opiniões, mas isso não teve por efeito diminuir o ressentimento dos seus inimigos, visto que ainda o conservaram na prisão mais alguns meses, vindo a morte libertá-lo misericordiosamente no ano de 1479.

JOÃO WESSELUS 1

O terceiro foi João Wesselus, ou Wessel, amigo de João de Wessália, com quem o confundiram algumas vezes. Nasceu em Groningen, na Holanda, pouco mais ou menos no ano 1419, e foi célebre na Europa.

Apesar de ser incontestavelmente o maior teólogo da sua época, nunca tomou ordens, não estando por isso associado com qualquer corpo eclesiástico. Era muito vulgar naqueles tempos adotar a profissão clerical para evitar perseguições, e isto explica a observação que ele fez uma vez, afirmando que não tinha medo do cadafalso, e portanto não precisava de tonsura. Quando o seu amigo Rovere, geral dos franciscanos, foi elevado ao trono papal, perguntou-lhe se tinha algum pedido a fazer-lhe, ao que respondeu: "Sim, peço-lhe que me dê da livraria do Vaticano uma Bíblia em grego e outra em hebraico" - "Ser-lhe-ão dadas", respondeu o papa, - "Mas por que não pede antes um bispado ou coisa semelhante?" - "Por uma razão muito simples", retorquiu Wessel, "porque não quero nenhuma dessas coisas".

Tal era o espírito do homem que tinha de levar avante o testemunho de Deus, testemunho que temos traçado desde a era dos apóstolos. Parece que não sofreu muita perseguição durante a sua vida, apesar de todo o teor do seu ensino ser contrário ao procedimento e às máximas de Roma.

Lutero, no século seguinte, manifestou a sua surpresa de que os escritos de Wessel fossem tão pouco conhecidos, e falou dele como sendo um homem de admirável inteligência e espírito invulgar. Evidentemente ensinado por Deus. "Se eu tivesse lido as suas obras há mais tempo", disse Lutero, "os nossos inimigos poderiam supor que eu tinha aprendido tudo com Wesselus, tal é a perfeita coincidência nas nossas opiniões... Agora não posso duvidar de que tenho razão nos pontos que tenho indicado, vendo um tão grande acordo nos sentimentos, e até quase as mesmas palavras empregadas por aquele grande homem, que viveu numa outra época, num país distante, e em circunstâncias muito diferentes das minhas".

Wesselus morreu cheio de honra aos setenta anos de idade, confessando no seu último suspiro a imensa satisfação da sua alma, porque "tudo que ele conhecia era Jesus Cristo crucificado". Isto teve lugar no ano de 1489. Lutero era então uma criança de seis anos. Assim pois o testemunho foi ligado ao período da grande Reforma, e a cadeia de testemunhas tinha sido até ali conservada sem interrupção.

Page 5: ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

ALGUNS REFORMADORESALGUNS REFORMADORES

MARTINHO LUTERO (1483-1546) 2

Martinho Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483. Sua família era pobre e ele lutou com muita dificuldade para estudar. Preparava-se para ingressar no curso de Direito, quando resolveu tor¬nar-se monge. Entrou para o mosteiro agostiniano de Erfurt, em 1505, antes de completar 22 anos de idade. Dois anos depois foi ordenado sacerdote. No ano seguinte foi para Wittenberg preparar-se para ser professor na recém-criada universidade daquela cidade. Foi lá que Lutero dedicou-se ao estudo das Escrituras. E ao estudar a Epístola aos Romanos, descobriu que “O justo viverá por fé” (Romanos 1.17). Ele já havia feito tudo que a igreja indicava para alcançar a paz com Deus. Mas sua situação interior só piorava. Ao descobrir a graça redentora, entregou-se a Jesus Cristo, pela fé, e encontrou a paz e a segurança de salvação.

No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou, na porta da capela de Wittenberg, as suas 95 teses. Era o início da Reforma. Lutero tentou reformar a igreja, mas Roma não quis se reformar. Antes o perseguiu violentamente. Em 1521 ele foi excomungado. Neste mesmo ano teve que se esconder durante 10 meses no castelo de Wartburgo, perto de Eisenach, para não ser morto. Depois voltou para Wittenberg, de onde comandou a expansão do movimento de reforma. Lutero faleceu em Eisleben, no dia 18 de fevereiro de 1546.

GUILHERME FAREL (1489-1565) 2

Guilherme Farel nasceu em Gap, província francesa do Delfinado, no ano de 1489. Os seus biógrafos o descrevem como um pregador valente e ousado. Embora sua família fosse aristocrática, ele era rude e tosco. Sua eloqüência era como uma tempestade.

Farel converteu-se em Paris. O homem que o levou a Jesus Cristo era seu professor na universidade e se chamava Jacques LeFévre. Parece que Farel inicialmente não pretendia deixar a Igreja Católica, pois em 1521 ele iniciou um trabalho de pregação sob a proteção do bispo de Meaux, Guilherme Briçonnet. Mas logo depois foi proibido de pregar e expulso da França, acusado de estar divulgando idéias protestantes.

Em 1524 estava em Basiléia fazendo as suas pregações. Mas a sua impetuosidade o levou a ser expulso da cidade. Em 1526 Farel iniciou o seu trabalho de pregação na Suíça de fala francesa. Ligou-se aos seguidores de Zwínglio. Conseguiu implantar o protestantismo em vários cantões (estados) suíços. E em 1532 entrou em Genebra pela primeira vez. Sua pregação causou tumulto na cidade. Teve que se retirar... Mas voltou logo depois. E no dia 21 de maio de 1536, aAssembléia Geral declarou a cidade oficialmente protestante.

Mas Genebra aceitara o protestantismo mais por razões políticas que espirituais. E agora Farel tinha uma grande tarefa pela frente: reorganizar a vida religiosa da cidade. Guilherme Farel era um homem talhado para conquistar uma cidade para o protestantismo. Mas se perdia completamente no trabalho que vinha a seguir. Não sabia planejar, nem organizar, nem liderar, nem pastorear. Mas, felizmente, conhecia suas limitações e convidou João Calvino para reorganizar a vida religiosa de Genebra.

No dia 23 de abril de 1538, Farel e Calvino foram expulsos da cidade. Calvino foi para Estrasburgo, onde pastoreou uma igreja formada por refugiados franceses. Farel foi para Neuchâtel, uma cidade que havia sido conquistada por ele para o Evangelho. Calvino voltou para Genebra em 1541. Farel permaneceu em Neuchâtel, onde faleceu em 1565, com 76 anos de idade.

Page 6: ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

JOÃO CALVINO (1509-1564) 2

O homem responsável pela sistematização doutrinária e pela expansão do protestantismo reformado foi João Calvino. O “pai do protestantismo reformado” é Zwínglio. Mas o homem que moldou o pensamento reformado foi João Calvino. Por isso, o sistema de doutrinas adotado pelas Igrejas Reformadas ou Presbiterianas chama-se calvinismo. João Calvino nasceu em Noyon, Picardia, França, no dia 10 de julho de 1509. Seu pai, Geraldo Calvino, era advogado e secretário do bispado de Noyon. Sua mãe, Jeanne le Franc, faleceu quando ele tinha três anos de idade.

A família Calvino tinha amizade com pessoas importantes. E a convivência com essas famílias levou João Calvino a aprender as maneiras polidas da elite daquela época. Geraldo Calvino usou o seu prestígio junto ao bispado para conseguir a nomeação de seus filhos para cargos eclesiásticos, conforme os costumes daquela época. Antes de completar doze anos, João Calvino foi nomeado capelão de Lá Gesine, próximo de Noyon. Não era padre, mas seu pai pagava um padre para fazer o trabalho de capelania e guardava os lucros para o filho. Mais tarde essa capelania foi trocada por outra mais rendosas.

Em agosto de 1523, logo depois de ter completado 14 anos, João Calvino ingressou na Universidade de Paris. Ali completou seus estudos de pré-graduação no começo de 1528. A seguir foi para a Universidade de Orléans onde formou-se em Direito.

Em maio de 1531 faleceu Geraldo Calvino. E João, que estudara Direito para satisfazer o pai, resolveu tornar-se pesquisador no campo de literatura e filosofia. Para isto, matriculou-se no Colégio de França, instituição humanista fundada pelo rei Francisco I. Estudou Grego, Latim e Hebraico. Tornou-se profundo conhecedor dessas línguas. Em 1532 João Calvino lançou o seu primeiro livro: Comentários ao Tratado de Sêneca sobre a Clemência. Os intelectuais elogiaram muito a obra. Era um trabalho de grande erudição. Mas o público ignorou o lançamento – poucos compraram o livro.

João Calvino converteu-se a Jesus Cristo entre abril de 1532 e o início de 1534. Não se sabe detalhes da sua experiência. Mas a partir daí Deus passou a ocupar o primeiro lugar em sua vida.

No dia 1º de novembro de 1533 Nicolau Cop, amigo de Calvino, tomou posse como reitor da Universidade de Paris. O seu discurso de posse falava em reformas, usando linguagem semelhante às idéias de Lutero. E o comentário geral era que o discurso tinha sido escrito por Calvino. O rei Francisco I resolveu agir contra os luteranos. Calvino e Nicolau Cop foram obrigados a fugir de Paris.

No dia 4 de maio de 1534 Calvino compareceu ao palácio do bispo de Noyon, a fim de renunciar ao cargo de capelão. Foi preso, embora por um período curto. Libertado logo depois, achou melhor fugir do país. E no final de 1535 chegava a Basiléia cidade protestante, onde se sentiu seguro.

Em março de 1536 Calvino publicou a sua mais importante obra – Instituição da Religião Cristã. O prefácio da obra era uma carta dirigida ao rei da França, Francisco I, defendendo a posição protestante. Mas a Instituição era apenas uma apresentação ordenada e sistemática da doutrina e da vida cristã. A edição definitiva só foi publicada em 1559. A Instituição da Religião Cristã, conhecida como Institutas de Calvino, é a mais completa e importante obra produzida no período da Reforma. Em julho de 1536 Calvino chegou a Genebra. A cidade tinha se declarado oficialmente protestante no dia 21 de maio daquele ano. E Guilherme Farel lutava para reorganizar a vida religiosa da cidade. Calvino estava hospedado em uma pensão, quando Farel soube que ele estava na cidade. Foi ao seu encontro e o convenceu a permanecer ali para ajudá-lo na reorganização da cidade. Calvino era bem jovem – tinha apenas 27 anos. A publicação das Institutas fizera dele um dos mais importantes líderes da Reforma na França. Mas o seu início em Genebra foi muito modesto. Inicialmente ele era apenas um preletor de Bíblia. Um ano depois foi nomeado pregador. Mas enquanto isso elaborava as normas que

Page 7: ALGUNS PRÉ E REFORMADORES

pretendia implantar e fazer de Genebra uma comunidade modelo. João Calvino teve muitos adversários e opositores em Genebra. À medida que ele ia

apresentando as normas que pretendia implantar na cidade, a fim de torná-la uma comunidade modelo, a oposição ia crescendo. Finalmente a oposição venceu as eleições. E no dia 23 de abril de 1538, Calvino e Farel foram banidos de Genebra. Calvino foi para Estrasburgo, onde pastoreou uma igreja constituída de refugiados franceses. Ali viveu os dias mais felizes de sua vida. Casou-se. A escolhida se chamava Idelette de Bure. Era holandesa. E viúva.

Genebra, enquanto isso, passava por várias mudanças. Os adversários de Calvino foram derrotados. E, no dia 13 de setembro de 1541, ele entrava novamente em Genebra. Voltava por insistência de seus amigos. Voltava fortalecido. E, enfim, pôde reorganizar a vida religiosa da cidade. Calvino introduziu o estudo do seu catecismo, o uso de uma nova liturgia, um governo eclesiástico presbiterial, disciplinou a vida civil, estabeleceu normas para o funcionamento do comércio e fez de Genebra uma cidade modelo.

No dia 29 de março de 1549 Idelette faleceu. Mas Calvino continuou o seu trabalho. Pesquisava, escrevia comentários bíblicos e tratados teológicos, administrava, pastoreava, incentivava...

Em 1559 fundou a Academia Genebrina – a Universidade de Genebra. Jovens de vários países vieram estudar ali e levaram a semente do evangelho na volta à sua terra. Esses jovens se espalharam pela França, Países Baixos, Inglaterra, Escócia, Alemanha e Itália. João Calvino faleceu em Genebra, no dia 27 de maio de 1564. Mas a sua obra permaneceu viva.

Fonte de pesquisa:

1 A história do Cristianismo. Dos apóstolos do senhor Jesus ao século XXA. Knight & W. AnglinEditora CPAD

2 www.ipb.org.br