ALEX O BESTSELLER el ate N. 1 EM TODO O MUNDO · deste livro. Ficção/Policial ISBN...

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EU , , Mais um caso empolgante do detetive preferido dos policiais modernos Crimes perversos nos corredores do poder JAMES PATTERSON MAIS DE 300 MILHÕES DE LIVROS VENDIDOS N. o 1 EM TODO O MUNDO EU , Invisível , Private E A Amante DO AUTOR DE

Transcript of ALEX O BESTSELLER el ate N. 1 EM TODO O MUNDO · deste livro. Ficção/Policial ISBN...

EU,,

Mais um caso empolgante

do detetive preferido dos policiais

modernos

Crimes perversos nos corredores do poder

JAMESPATTERSONMAIS DE 300 MILHÕES DE LIVROS VENDIDOS

N.o 1 EM TODO O MUNDO

EU,

Invisível, Private E A AmanteDO AUTOR DE

ALEXCROSS

O BESTSELLER INTERNACIONALUm policial alucinante e poderoso, do autor que mais vezes alcançou o n.º 1 do New York Times.

Um crime macabroAlex Cross acaba de prometer à família que irá estar mais presente nas suas vidas quando recebe a notícia chocante de que a sua sobrinha foi barbaramente assassina-da. Determinado a descobrir o criminoso, depressa percebe que ela estava envolvida num esquema de acompanhantes de luxo que concretizavam as fantasias dos homens mais poderosos de Washington, DC. E ela não foi a única vítima.

Um assassino infiltrado no poderA caça ao assassino leva o detetive e a sua companheira, a detetive Bree Stone, a entrarem num mundo a que só os mais ricos e poderosos têm acesso. À medida que se aproxima da verdade, Alex Cross descobre segredos que poderão fazer tremer o mundo inteiro. Uma coisa é certa: quem está nesse círculo restrito tudo fará para manter os seus segredos bem guardados.

Conseguirá Alex Cross sobreviver ao seu mais arrepiantee pessoal caso de sempre?Com uma ação alucinante e reviravoltas imprevisíveis, o novo caso do detetive mais admirado em todo o mundo traz-nos momentos de suspense que só James Patterson consegue proporcionar.

Mais títulos sensacionais de James Patterson, o autor n.º 1 em todo o mundo:

Série Segundo Cross, n.º 4

Se houvesse, de facto, super-heróis humanos, Alex Cross seria o melhor.New York Times

Alex Cross é o tipo de herói dedicado à família que adoramos, com uma generosidade e compaixão que compensam a crueldade e frieza dos vilões de James Patterson.Publishers Weekly

Um livro apaixonante.Kirkus Reviews

Tem todos os elementos que compõema imagem de marca das histórias de Patterson — prosa concisa, personagens emocionantes e violência explícita — e acontecimentos surpreendentes que o tornarão particularmente popular junto dos fãs da série.Book Reporter

JAMESPATTERSONé desde há vários anos o autor n.º 1 absoluto em todo o mundo, segundo a revista Forbes. Patterson já criou mais personagens inesquecíveis do que qualquer outro escritor da atualidade. É o autor dos policiais Alex Cross, os mais populares dos últimos vinte e cinco anos dentro do género. Entre os seus maiores bestsellers estão também Invisível, Private: Agência Internacional de Investigação, The Women’s Murder Club (O Clube das Investigadoras), Michael Bennett e A Amante. Patterson é o autor que teve mais livros até hoje no topo da lista de bestsellers do New York Times, segundo o Guinness World Records. Desde que o seu primeiro romance venceu o Edgar Award, em 1977, os seus livros já venderam mais de 300 milhões de exemplares.

Em Portugal, James Patterson é publicado pela Topseller(Alex Cross, Private, NYPD Red, Confissões, Maximum Ride, Primeiro Amor , Invisível, A Amante) e pela Booksmile (séries juvenis Escola e Eu Cómico ).

James Patterson vive com a mulher e o filho adolescenteem Palm Beach, na Flórida.

25 mmimpressão CMYK

www.topseller.pt

Veja o vídeo de apresentação deste livro.

Ficção/Policial

ISBN 978-989-8626-73-8

9 789896 626738

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E u , A l e x C r o s s

UM

Hannah Willis era estudante do segundo ano de Direito na

Virgínia e tudo o que se apresentava à sua frente parecia bri-

lhante e promissor — excetuando obviamente o facto de estar

prestes a morrer naquele bosque escuro, sombrio e lúgubre.

Segue, Hannah, dizia a si mesma. Segue e pronto. Para de pen-

sar. Lamúrias e choros não te vão ajudar agora. Correr talvez ajude.

Cambaleante, Hannah foi tropeçando até as suas mãos

encontrarem mais um tronco de árvore a que se agarrarem.

Inclinou o corpo dorido sobre ele, à espera de ter forças para

recuperar o fôlego. E para depois largar em mais uma série

de passos em frente.

Não pares, senão vais morrer aqui neste bosque. Tão simples

quanto isso.

A bala alojada algures ao fundo das costas tornava cada mo-

vimento, cada inspiração, uma agonia, uma dor mais forte do

que Hannah alguma vez julgara possível. Só a ameaça de uma

segunda bala, ou talvez coisa pior, a mantinha de pé e a avançar.

Deus do céu, o bosque ali era quase negro como breu.

O quarto de Lua que pendia sobre a espessa copa da floresta

pouco fazia pela iluminação do terreno em baixo. As árvores

eram sombras. Os espinhos e silvas eram invisíveis na vegeta-

ção rasteira; picavam e arranhavam-lhe as pernas, deixando-as

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J a m e s P a t t e r s o n

ensanguentadas à medida que abria caminho por entre eles.

A pouca roupa que trazia vestida — apenas um body caro de

renda preta — pendia agora em farrapos dos seus ombros.

Mas nada disso tinha importância, e Hannah já nem sequer

pensava nisso. O único pensamento distinto que transpunha

a dor e o pânico era Segue, miúda. O resto era um pesadelo

mudo e descontrolado.

Finalmente, e de modo muito súbito — teria passado uma

hora? mais? —, a copa baixa das árvores abriu-se em seu redor.

— Mas o que… — Debaixo dos seus pés, a terra transfor-

mou-se em gravilha e Hannah tropeçou e caiu de joelhos,

sem nada a que se agarrar.

Sob o luar encoberto, conseguiu distinguir o espetro de

um traço duplo, que mostrava a curva de uma estrada rural.

Parecia-lhe um milagre. Ou meio milagre, pelo menos. Sabia

que ainda não se tinha libertado daquela trapalhada.

Ao ouvir o barulho de um motor ao longe, Hannah apoiou-

-se sobre as mãos e deu impulso para se levantar da gravi-

lha. Reunindo forças que não sabia que ainda tinha, pôs-se

de novo em pé e foi a cambalear até ao meio da estrada. Via

o mundo distorcido por suor e lágrimas frescas.

Por favor, Deus meu, faz com que não sejam eles. Não podem

ser aqueles dois sacanas.Não podes ser tão cruel, pois não?

Foi então que uma carrinha vermelha surgiu pela curva a

guinar, dirigindo-se com velocidade na sua direção. Veloci-

dade a mais! De repente, deu por si tão cega como se sentira

no bosque, mas desta vez por causa dos faróis da carrinha.

— Pare! Pare, por favor! Por fa-voooor! — gritou ela. — Para,

seu filho da puta!

No último instante possível, os pneus chiaram no pavi-

mento. A pick-up vermelha surgiu em pleno depois de uma

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derrapagem e parou mesmo a tempo de não lhe passar por

cima. Ela até sentiu o calor que saía do motor através da grelha.

— Olá, linda. Que bela fatiota! Só precisavas de esticar o

polegar.

A voz não lhe era familiar, o que era bom, muito bom.

Do veículo saía o estrépito de música country muito alta —

Charlie Daniels Band, registou vagamente a sua mente, ins-

tantes antes de Hannah desfalecer sobre o pavimento.

Passado um segundo, o condutor baixava-se na estrada,

enquanto ela recuperava a consciência.

— Oh, meu Deus, eu não queria… O que é que te aconte-

ceu? Estás…? O que é que te aconteceu?

— Por favor. — Ela mal conseguiu pronunciar as palavras.

— Se eles me encontram aqui, matam-nos aos dois.

As mãos fortes do homem envolveram-na, roçando o bura-

co do tamanho de uma moeda que ela tinha nas costas quan-

do lhe pegou ao colo. Ela limitou-se a exalar, demasiado fraca

para gritar. Passado um conjunto de momentos cinzentos e

indistintos, encontravam-se no interior da carrinha, descen-

do a grande velocidade a estrada de duas faixas.

— Aguenta-te aí, minha querida. — A voz do condutor es-

tava agora trémula. — Diz-me quem é que te fez isto.

Hannah sentia o estado de consciência a fugir-lhe de novo.

— Os homens…

— Os homens? Quais homens, meu doce? De quem é que

estás a falar?

Uma resposta pairou vagamente pela mente de Hannah,

e ela não sabia bem se a tinha dito em voz alta ou se apenas

pensara nela antes de tudo desaparecer.

Os homens da Casa Branca.

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DOIS

Ele chamava-se Johnny Tucci, mas todos os rapazes do seu

bairro na parte sul de Filadélfia o tratavam por Johnny Tiques,

devido à maneira como os seus olhos se reviravam quando

estava nervoso, que era quase sempre.

Claro que, depois daquela noite, os putos de Filadélfia bem

podiam ir dar uma volta. Aquela era a noite em que Johnny

entrava a sério no jogo. Era altura de ser homem. Tinha «a

encomenda», não tinha?

O trabalho era simples mas uma verdadeira delícia, porque

ele estava sozinho e precisava de assumir toda a responsabi-

lidade. Já tinha ido buscar a encomenda. Tinha-se assustado,

mas safara-se bem.

Nunca ninguém o disse, mas, quando se começava a fazer

entregas daquelas, isso queria dizer que se tinha significado

para a família e que esta tinha significado para a pessoa. Por

outras palavras, existia uma relação. Depois daquela noite,

Johnny deixaria de andar a receber apostas para a Máfia e à

cata de migalhas nos bairros da zona sul. Era como o auto-

colante do para-lamas que dizia: «Hoje é o primeiro dia do

resto da tua vida.»

Portanto, era natural que se sentisse entusiasmado — e um

bocadinho nervoso.

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O aviso do tio Eddie não parava de tocar como uma cassete

na sua mente. Não dês cabo desta oportunidade, Tiques, dissera

Eddie. Estou entre a espada e a parede por tua causa. Como se ele

estivesse a fazer-lhe algum grande favor com aquele trabalho,

o que Johnny até supunha que estava, mas ainda assim… Não

era preciso o próprio tio esfregar-lhe isso na cara, pois não?

Esticou-se para subir o volume do rádio. Até a música

country que ali tocavam era melhor do que ouvir a ladainha

de Eddie na sua cabeça a noite toda. Por sinal, tratava-se de

uma música antiga da Charlie Daniels Band, «The Devil Went

Down to Georgia». Ele até sabia parte da letra. Mas a letra co-

nhecida não era suficiente para manter a voz de Eddie fora

da cabeça de Johnny.

Não dês cabo desta oportunidade, Tiques.

Estou entre a espada e a parede por tua causa.

Porra!

No seu espelho retrovisor começaram a piscar pirilampos

azuis — vindos do nada. Dois, três segundos antes, ele podia

ter jurado que tinha a I-95 toda só para ele.

Aparentemente, não.

Johnny sentiu o canto do olho esquerdo a começar a tremer.

Pisou no acelerador; talvez conseguisse fugir. Depois lem-

brou-se do Dodge merdoso que estava a conduzir, gamado no

parque de estacionamento de um Motel 6 em Essington. Mer-

da! Devia ter ido ao Marriott. Para ir buscar um carro japonês.

Mesmo assim, era possível que o Dodge ainda não tivesse

sido dado como roubado. O proprietário devia estar a dormir

no motel. Com sorte, Johnny podia simplesmente comer a

multa, e nunca ninguém viria a saber.

Mas esse era o tipo de sorte que as outras pessoas tinham;

não ele.

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Os agentes demoraram uma eternidade a sair do carro-

-patrulha, o que era mau sinal — o pior de todos. Estavam

a verificar a identificação e a matrícula. Quando chegaram a

cada um dos lados do Dodge, os olhos de Johnny pareciam

um par de feijões mexicanos saltitantes.

Tentou parecer calmo.

— Boa noite, senhores agentes. Qual é o…

O que estava do lado dele, um tipo alto com sotaque da

classe rural, abriu a porta do condutor.

— Deixe-se ficar calado. Saia do veículo.

Não demoraram tempo nenhum a encontrar a encomenda.

Depois de verificarem os bancos de trás e da frente, abriram

o porta-bagagens, tiraram a cobertura do pneu sobresselen-

te e lá estava ela.

— Mãe santíssima! — Um dos agentes policiais iluminou-

-a com a lanterna. O outro sentiu náuseas diante de tal visão.

— Que diabo fizeste tu?

Johnny não ficou por ali para responder à pergunta. Já ia

a fugir para salvar a vida.

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TRÊS

Nunca ninguém estivera tão feito ao bife nem cometera

tanta burrice como ele naquele momento. Johnny Tucci per-

cebeu isso assim que transpôs o limite das árvores e come-

çou a escorregar por uma ravina abaixo, no flanco da estrada.

Talvez conseguisse esconder-se daqueles polícias, mas

não da Família. Nem na cadeia, nem em lado nenhum. Era

um facto. Não se perdia uma «encomenda» daquelas sem se

transformar a si próprio numa delas.

Do cimo da ladeira surgiram vozes e depois feixes de luz

oscilantes. Johnny deixou-se cair e atirou-se para debaixo de

um aglomerado de arbustos. Tremia por todo o lado, o cora-

ção batia tão depressa que até lhe doía e os pulmões emitiam

uma pieira devido aos cigarros a mais. Era quase impossível

manter-se quieto e calado.

Oh, merda, estou tão feito ao bife. Estou tão, mas tão feito ao

bife.

— Vês alguma coisa? Consegues ver o sacaninha? Aque-

la aberração?

— Ainda nada. Mas vamos apanhá-lo. Ele está ali em bai-

xo algures. Não pode estar longe.

Os polícias dispersaram de cada um dos lados e começa-

ram a descer. Muito ponderados e eficazes.

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Mesmo tendo já recuperado o fôlego, os tremores só piora-

vam, e não era só por causa da Polícia. Era porque começava

a perceber o que tinha de fazer a seguir. Em termos práticos,

só havia duas verdadeiras opções. Uma envolvia a .38 que ti-

nha no coldre do tornozelo. A outra, a encomenda — e o seu

proprietário. Era apenas uma questão de como queria morrer.

E debaixo daquele luar frio, não parecia propriamente uma

grande questão.

Deslocando-se o mais devagar que conseguiu, esticou-se

para sacar da .38. Com uma mão extremamente trémula, en-

caixou o cano na boca. O maldito metal bateu com força nos

dentes e levou-lhe um travo amargo à língua. Sentiu vergonha

das lágrimas que lhe escorriam pelo rosto, mas não conseguiu

evitá-las, e, afinal de contas, quem é que iria saber além dele?

Credo, era mesmo assim que tudo acabava? A chorar como

um rufia, completamente sozinho no bosque? Que mundo

miserável este.

Até já conseguia ouvir os rapazes. Ninguém haveria de que-

rer marar como o Johnny. Johnny Tiques. Gravariam isso na

lápide — só por despeito. Aqueles sacanas hereges!

Durante todo o tempo, o cérebro de Johnny dizia «aperta»,

mas o dedo que tinha no gatilho não queria obedecer. Tentou

de novo, desta vez agarrando a arma com as duas mãos, mas

era escusado. Nem aquilo ele conseguia fazer bem.

Por fim, lá cuspiu o cano da arma, ainda a chorar como uma

criança. De alguma maneira, o facto de saber que iria viver mais

um dia não servia de nada para lhe conter as lágrimas. Deixou-

-se ficar ali deitado, a morder os lábios, a sentir pena de si pró-

prio, até os polícias chegarem ao riacho no fundo da ravina.

Foi então que Johnny Tiques subiu a gatinhar muito de-

pressa pelo mesmo caminho que tinha descido, atravessou

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a interestadual a correr e lançou-se para o bosque do outro

lado — perguntando-se como diabo iria arranjar maneira de

desaparecer da face da Terra, sabendo que isso simplesmen-

te não iria acontecer.

Ele tinha olhado para lá. Tinha visto o que estava na «enco-

menda».

P

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PRIMEIRA PARTE

TEMPESTADE DE FOGO

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CAPÍTULO 1

Celebrei o meu aniversário com uma pequena, muito ex-

clusiva, muito festiva e muito divertida festa na 5th Street. Era

mesmo assim que eu queria.

O Damon tinha feito a surpresa especial de sair do colégio

interno em Massachusetts para vir a casa. Estava lá a Nana,

em grande forma e responsável pelas festividades, bem como

os meus filhotes, a Jannie e o Ali.

O Sampson e a família estavam presentes, e, claro está, a

Bree também lá se encontrava.

Só foram convidadas as pessoas de quem eu mais gostava

neste mundo. Com quem mais haveria de querer comemo-

rar outro ano de idade e sabedoria?

Até fiz um pequeno discurso nessa noite, grande parte do

qual esqueci de imediato, mas não as palavras de abertura.

— Eu, Alex Cross — comecei —, juro solenemente, a to-

dos os presentes nesta festa de aniversário, dar o meu me-

lhor para equilibrar a minha vida em casa com a minha vida

profissional e não tornar a passar para o lado negro.

A Nana levantou a caneca de café em saudação, mas de-

pois disse:

— É tarde demais para isso — o que lhe valeu uma gar-

galhada.

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Depois, um a um, todos se esforçaram ao máximo para

garantir que eu envelhecia com um pouco de humildade mas

também com um sorriso no rosto.

— Lembram-se daquela vez no estádio dos Redskins?

— desatou a rir o Damon. — Quando o papá deixou as cha-

ves dentro do carro antigo?

Tentei interromper:

— Para ser justo…

— Acordaste-me com um telefonema, já passava da meia-

-noite — disse o Sampson, com um resmungo.

— Só depois de uma hora a tentar arrombar o carro, porque

não queria admitir que não conseguia — acrescentou a Nana.

A Jannie pôs a mão em concha à volta da orelha.

— Porque ele é o quê?

E toda a gente respondeu em coro:

— O Sherlock Holmes da América!

Era uma referência a um artigo escrito há uns anos por

uma revista nacional, do qual aparentemente nunca haveria

de me livrar.

Dei um gole na minha cerveja.

— Uma carreira brilhante, pelo que dizem, dezenas de ca-

sos importantes resolvidos, e sou lembrado por quê? Parece-

-me a mim que a ideia era alguém ter um feliz aniversário

esta noite.

— Por falar nisso — disse a Nana, de alguma maneira mor-

dendo o isco e interrompendo-me ao mesmo tempo. — Temos

um assunto inacabado. Meninos?

A Jannie e o Ali deram um salto, mais entusiasmados do

que todos os outros. Aparentemente, vinha aí uma Grande

Surpresa para mim. Ninguém dizia o que era, mas eu já ti-

nha aberto um par de óculos de sol Serengeti, da Bree, uma

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camisa berrante e duas miniaturas de tequila, do Sampson,

e uma pilha de livros, dos miúdos, que incluía o último do

George Pelecanos e uma biografia do Keith Richards.

Outra pista, se é que lhe posso chamar assim, era o facto

de eu e a Bree nos termos tornado famosos canceladores de

planos, tendo deixado cair por terra fins de semana prolon-

gados uns a seguir aos outros desde que nos conhecêramos.

Seria de pensar que trabalhar no mesmo departamento, na

mesma divisão — Homicídios —, nos facilitasse a vida em

termos de coordenação dos nossos horários, mas na maioria

dos casos era exatamente o oposto.

Portanto, eu tinha uma vaga ideia, mas nada de muito es-

pecífico, acerca do que poderia estar para vir.

— Alex, deixa-te estar sossegado — disse o Ali. Ultima-

mente começara a tratar-me por Alex, coisa que eu achava

bem, mas que, por alguma razão, provocava arrepios na Nana.

A Bree disse que ficava de olho em mim e deixou-se es-

tar, enquanto todos os outros se escapuliam para a cozinha.

— A trama adensa-se — murmurei.

— Neste preciso momento — disse a Bree, com um sor-

riso e um piscar de olho. — Tal como tu gostas.

Ela estava no sofá, virada para mim, sentado num dos anti-

gos cadeirões. A Bree tinha sempre bom aspeto, mas eu pre-

feria vê-la assim, informal e confortável, de calças de ganga

e pés descalços. Os olhos dela começaram pelo chão e foram

subindo até aos meus.

— Vens cá muitas vezes? — perguntou ela.

— De vez em quando, sim. E tu?

Ela bebericou a cerveja e inclinou descontraidamente a ca-

beça.

— Queres sair daqui?

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J a m e s P a t t e r s o n

— Podes crer que sim. — Projetei o polegar na direção

da porta da cozinha. — Assim que me vir livre daqueles ir-

ritantes, hum…

— Queridos membros da família?

Não podia deixar de pensar que aquele aniversário estava

a tornar-se cada vez melhor. Já tinha duas grandes surpresas

à minha espera.

Passa a três.

O telefone tocou no vestíbulo. Era a linha de casa, não o meu

telemóvel, que toda a gente sabia que era para assuntos de

trabalho. O pager também estava pousado na cómoda, num

sítio onde conseguiria ouvi-lo. Por isso pareceu-me segu-

ro atender. Cheguei a pensar que poderia ser alguma alma

amiga a desejar-me um feliz aniversário, ou, na pior das hi-

póteses, alguém a tentar vender-me uma antena parabólica.

Será que alguma vez irei aprender? Provavelmente não

nesta vida.

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CAPÍTULO 2

— Alex, é o Davies. Peço desculpa por estar a incomodar-te

em casa. — O Ramon Davies era o superintendente dos de-

tetives da Metro, bem como o meu patrão, e estava em linha.

— É o meu aniversário. Quem é que morreu? — perguntei.

— A Caroline Cross — respondeu ele, fazendo-me parar

o coração. Nesse preciso momento, a porta da cozinha abriu-se

com balanço e a família saiu de lá a cantar. A Nana tinha um

elaborado bolo de aniversário cor de rosa e vermelho num tabu-

leiro, com uma pastinha da American Airlines presa no topo.

— Parabéns a você…

A Bree levantou uma mão para os sossegar. A minha pos-

tura e a minha cara devem ter revelado alguma coisa. Todos

pararam no sítio onde estavam. A alegre cantoria parou qua-

se a meio. A minha família lembrou-se de quem era o ani-

versariante: o detetive Alex Cross.

A Caroline era minha sobrinha, a única filha do meu ir-

mão. Há vinte anos que não a via; desde a morte do Blake.

Ela devia ter agora uns 24 anos.

À data da sua morte.

Parecia que o chão me tinha desaparecido de debaixo dos

pés. Parte de mim queria chamar mentiroso ao Davies. A ou-

tra parte, a do polícia, tomou a palavra.

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J a m e s P a t t e r s o n

— Onde é que ela está agora?

— Acabei de desligar a chamada da Polícia Estadual da

Virgínia. Os restos mortais estão no gabinete do médico le-

gista em Richmond. Lamento, Alex. Detesto ser eu a dar-te

esta notícia.

— Restos mortais? — murmurei. Era uma expressão tão

fria, mas agradeci o facto de o Davies não me encher de in-

formação. Saí da sala, arrependido de ter falado tanto diante

da minha família.

— Estamos a falar de homicídio? Suponho que sim.

— Temo bem que sim.

— O que é que aconteceu? — O meu coração batia peri-

gosamente. Eu quase nem queria saber.

— Não tenho muitos pormenores — disse-me ele, de uma

maneira que me forneceu uma pista imediata: ele estava a es-

conder qualquer coisa.

— Ramon, o que é que se passa? Diz-me. O que é que sa-

bes acerca da Caroline?

— Uma coisa de cada vez, Alex. Se saíres agora, é provável

que consigas lá estar dentro de duas horas. Vou pedir para

seres recebido por um dos agentes envolvidos.

— Vou a caminho.

— E, Alex?

Eu já quase tinha desligado o telefone, com a cabeça fei-

ta em água.

— O que foi?

— Acho que não devias ir sozinho.

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CAPÍTULO 3

A grande velocidade, e usando a sirene na maior parte

do percurso, demorei menos de uma hora e meia a chegar

a Richmond.

O Departamento de Ciência Forense ficava num edifício

recente na Marshall Street. O Davies providenciara que fos-

se o detetive Corin Fellows, da Unidade de Investigação Cri-

minal da Polícia Estadual, a receber-nos — a mim e à Bree.

— O carro foi rebocado para o nosso parque na sede da

divisão, que fica na Route One — disse-nos o Fellows. — Ti-

rando isso, está tudo aqui. Os restos mortais estão lá em baixo

na morgue. Todo o material de prova mais óbvio encontra-se

no laboratório, que fica neste nível.

Lá estava outra vez aquela expressão terrível. Restos mortais.

— O que é que meteu no saco? — perguntou-lhe a Bree.

— Os agentes encontraram peças de roupa de senhora e

uma pequena bolsa preta embrulhada numa manta no inte-

rior da carrinha. Tome. Tirei de lá isto para vos mostrar.

Entregou-me uma carta de condução de Rhode Island den-

tro de uma bolsa de plástico. A única coisa que reconheci de

imediato foi o nome da Caroline. A rapariga na foto era muito

bonita, parecia uma bailarina, com o cabelo puxado para trás e a

testa alta. E os olhos grandes — eu também me lembrava deles.

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Olhos do tamanho do céu. Era o que sempre dizia o Blake,

o meu irmão mais velho. Conseguia visualizá-lo agora, a emba-

lá-la na antiga cadeira de balanço no alpendre na 5th Street e a

rir-se de cada vez que ela lhe fazia olhinhos. Ele estava perdido

de amores por aquela bebé. Estávamos todos. A doce Caroline.

Agora tinham morrido os dois. O meu irmão por causa

das drogas. E a Caroline? O que é que lhe tinha acontecido?

Devolvi a carta de condução ao detetive Fellows e pedi-lhe

que nos indicasse o gabinete do médico legista responsável

pela investigação. Se era para ir com aquilo até ao fim, tinha

de avançar.

A médica legista, a Dr.a Amy Carbondale, foi ter connosco

lá abaixo. Quando apertámos as mãos, a dela ainda estava um

bocadinho fria, por causa das luvas de látex que tivera calça-

das. Parecia incrivelmente jovem para aquele tipo de traba-

lho, trinta e poucos talvez, e um pouco insegura em relação

ao que fazer comigo, ao que dizer.

— Dr. Cross, tenho seguido o seu trabalho. Lamento mui-

to a sua perda — disse ela, num quase murmúrio cheio de

compaixão e respeito.

— Se pudesse pôr-me ao corrente dos factos do caso, fica-

va-lhe agradecido — disse-lhe eu.

Ela ajustou os óculos de aros de metal prateados, prepa-

rando a resposta.

— Com base nas amostras que recolhi, houve uma apa-

rente morselização de noventa e seis por cento do corpo. So-

breviveram alguns dedos, por isso foi-nos possível obter uma

correspondência com as impressões digitais da carta de con-

dução que foi encontrada.

— Peço desculpa… morselização? — Eu nunca tinha ouvi-

do aquela palavra na vida.

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Apesar de tudo, a Dr.a Carbondale olhou-me nos olhos.

— Temos todos os motivos para acreditar que foi usado

um triturador de algum tipo, provavelmente um triturador de

madeira.

As palavras dela tiraram-me o fôlego. Senti-as no meu pei-

to. Um triturador de madeira? E depois pensei: Porquê guardar

a roupa e a carta de condução dela? Como prova da identidade

da Caroline? Um souvenir para o assassino?

A Dr.a Carbondale continuava a falar. — Vou fazer um exa-

me toxicológico completo, executar um perfil de ADN e, cla-

ro está, vamos peneirar em busca de fragmentos de balas ou

outros metais, mas a verdadeira causa de morte será difícil

de estabelecer, senão impossível.

— Onde está ela? — perguntei, tentando concentrar-me.

Onde estavam os restos mortais da Caroline?

— Dr. Cross, tem a certeza de que esta é a altura certa…?

— Ele tem a certeza — respondeu a Bree. Ela sabia do que

eu precisava e fez sinal na direção do laboratório. — Vamos

lá despachar isto. Por favor, senhora doutora. Somos todos

profissionais.

Seguimos a Dr.a Carbondale através de dois pares de portas

de vaivém até uma sala de examinação que parecia um bunker.

O chão era em betão cinzento e o teto alto e ladrilhado osten-

tava câmaras e candeeiros. Por toda a parte havia os habituais

lavatórios e peças em aço inoxidável, e um único saco bran-

co para cadáveres numa das estreitas marquesas prateadas.

Logo nesse momento percebi que havia algo de muito es-

tranho. De errado. De estranho e errado.

O saco era bojudo no meio e liso nas pontas da marquesa.

Aquilo atemorizava-me de uma maneira que eu não poderia

ter imaginado de antemão.

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J a m e s P a t t e r s o n

Os restos mortais.

A Dr.a Carbondale pôs-se à nossa frente e abriu o fecho

de correr.

— A selagem a quente é nossa — disse ela. — Tornei a fe-

chá-lo depois do exame inicial que fiz há pouco.

Dentro do saco para cadáveres encontrava-se um segundo

saco. Este parecia uma espécie de plástico industrial. Era um

material completamente branco e translúcido, nítido o su-

ficiente para revelar a cor da carne, do sangue e do osso no

seu interior.

Senti-me como se a minha mente se tivesse desligado por

segundos, que foi o tempo em que consegui negar o que es-

tava a ver. O que se encontrava naquele saco era uma pessoa

morta mas não era um cadáver.

Era a Caroline mas não era a Caroline.

33

E u , A l e x C r o s s

CAPÍTULO 4

A viagem de regresso a Washington foi como um sonho

mau sem fim à vista. Quando chegámos finalmente a casa,

esta estava em completo silêncio. Lembrei-me de acordar a

Nana, mas o facto de ela não se ter levantado sozinha levou-

-me a pensar que estava ferrada no sono. Todas estas más

notícias podiam esperar até mais tarde.

O meu bolo de aniversário mantinha-se incólume no frigo-

rífico, e alguém tinha deixado a pastinha da American Airlines

em cima da bancada. Olhei-a de relance durante o tempo su-

ficiente para ver duas passagens aéreas para Saint John, uma

ilha das Caraíbas que eu sempre quisera conhecer. Não tinha

importância. Tudo isso estava agora em espera. Tudo estava

em espera. Senti-me como se estivesse a mover-me em câ-

mara lenta; certos pormenores tinham uma clareza sinistra.

— Tens de ir para a cama. — A Bree pegou-me na mão e

conduziu-me para fora da cozinha. — Mais que não seja para

amanhã poderes pensar nisto com mais clareza.

— Hoje, queres tu dizer — respondi eu.

— Quero dizer amanhã. Depois de descansares.

Reparei que ela não falou em dormir. Arrastámo-nos até

ao piso de cima, despimos a roupa e caímos na cama. A Bree

segurou-me na mão e não a largou.

34

J a m e s P a t t e r s o n

Passado mais ou menos uma hora, eu continuava de olhos

postos no teto, preso à pergunta que me atormentava desde

que saíramos de Richmond: Porquê?

Porque é que isto tinha acontecido? Porquê à Caroline?

Porquê um maldito triturador de madeira? Porquê restos

mortais em vez de um corpo?

Enquanto detetive, eu devia estar a pensar nas provas fí-

sicas e aonde estas poderiam conduzir-me, mas, deitado ali

às escuras, não me sentia propriamente um detetive. Sentia-

-me um tio e um irmão.

De certo modo, já tínhamos perdido a Caroline antes. De-

pois da morte do Blake, a mãe dela não quis ter mais nada

que ver com a família. Mudou de casa sem sequer uma pala-

vra de despedida. Os números de telefone foram alterados.

As prendas de aniversário, devolvidas. Nessa altura, pareceu-

-me a coisa mais triste possível, mas desde então já apren-

di — vezes sem conta — que o mundo tem uma espantosa

capacidade para a infelicidade e o sofrimento autoinfligido.

Por volta das quatro e meia, balancei as pernas para a

beira da cama e sentei-me. Não conseguia sossegar o cora-

ção e a mente.

A voz da Bree impediu-me.

— Onde é que vais? Ainda é de noite.

— Não sei, Bree — respondi. — Talvez para o escritório.

Tentar adiantar qualquer coisa. Devias voltar a dormir.

— Não tenho estado a dormir. — Sentou-se atrás de mim

e pôs os braços à volta dos meus ombros. — Não estás sozi-

nho nisto. O que te acontece a ti acontece-me a mim.

Deixei a cabeça pender e fiquei a ouvir a voz relaxante dela.

Ela tinha razão — estávamos nisto juntos. Era assim desde

que nos tínhamos conhecido, e isso era bom.

35

E u , A l e x C r o s s

— Vou fazer tudo o que for possível para que tu e toda esta

família ultrapassem isto — disse ela. — E, amanhã, eu e tu

vamos sair para começar a descobrir quem é que fez esta coi-

sa terrível. Estás a ouvir?

Pela primeira vez desde o telefonema do Davies, senti um

calor no peito — nada que se assemelhasse a felicidade ou até

mesmo alívio, mas gratidão, afinal. Algo que me dava con-

tentamento. Tinha vivido a maior parte da minha vida sem a

Bree, mas agora não conseguia imaginar como.

— Como é que eu te encontrei? — perguntei-lhe. — Como

é que tive tanta sorte?

— Não é sorte. — Agarrou-se a mim com mais força ain-

da. — É amor, Alex.

36

J a m e s P a t t e r s o n

CAPÍTULO 5

A Gabriel Reese parecia tão apropriado como irónico que

aquela estranha e quase inaudita reunião a meio da noite tives-

se lugar num edifício originalmente construído para albergar

os Departamentos de Estado, Marinha e Defesa. Reese incu-

tia um profundo sentido histórico a tudo o que fazia. Pode-se

dizer que Washington lhe estava no sangue, no sangue da sua

família há três gerações.

Tinha sido o próprio vice-presidente a ligar a Reese, com a

voz mais do que um bocadinho tensa, e Walter Tillman já ge-

rira duas empresas do top 100 da Fortune, por isso sabia uma

coisinha ou duas acerca do que era a pressão. Não lhe dera

pormenores, só pedira a Reese que fosse naquele momento

ao Eisenhower Executive Office Building*. Em termos técni-

cos, tratava-se do gabinete de cerimónias do vice-presidente,

o mesmo onde outros VP, desde Johnson a Cheney, tinham

recebido líderes de todos os quadrantes do globo.

Mais adequado para o efeito, ficava afastado da Ala Oes-

te e de quaisquer olhos e ouvidos que aquela reunião secreta

fazia claramente tenções de evitar.

* Edifício pertencente à Casa Branca onde se encontra a maioria dos gabine-tes do seu staff. [N. da T.]

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E u , A l e x C r o s s

As portas do gabinete interior estavam fechadas quando

Reese lá chegou. Dan Cormorant, chefe de pessoal dos Ser-

viços Secretos da Casa Branca, estava posicionado do lado de

fora, com outros dois agentes mais abaixo, em cada direção

do corredor.

Reese entrou. Cormorant seguiu-o e fechou as pesadas

portas de madeira atrás deles.

— Senhor vice-presidente — cumprimentou Reese.

O vice-presidente Tillman manteve-se de costas para eles

na outra ponta da sala. Uma fileira de janelas refletia o bri-

lho dos globos semi-iluminados de um elaborado lustre a gás

no teto, uma reprodução. Vários modelos de barco dentro de

garrafas de vidro conferiam uma referência mais específica

à história do edifício. Aquele gabinete pertencera ao general

Pershing durante a Segunda Guerra Mundial.

Tillman virou-se para falar.

— Temos um problema, Gabe. Anda sentar-te. Isto não é

bom. Custa-me a imaginar que pudesse ser muito pior.

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J a m e s P a t t e r s o n

CAPÍTULO 6

O agente Cormorant avançou e assumiu uma posição de

pé ao lado do vice-presidente. Foi uma jogada estranha, que

provocou um ligeiro aumento no aperto que Reese sentia no

estômago. Ele era chefe de gabinete, havia muito pouco que os

Serviços Secretos soubessem antes dele. Mas era claramente

o caso. Que diabo teria acontecido? A quem teria acontecido?

O vice-presidente fez sinal com a cabeça a Cormorant para

que começasse a falar.

— Obrigado, senhor vice-presidente. Gabe, é provável que

o facto de guardares para ti o que te vou contar agora consti-

tua um crime. Precisas de saber disso antes de eu…

— Desembucha lá, Dan!

Gabe Reese gostava bastante de Cormorant, só não gostava

do modo como ele puxava dos galões em relação ao posto que

ocupava. Tinha sido Tillman a levá-los aos dois, fazendo-os su-

bir desde os velhos tempos da política de Filadélfia, portanto

esperava-se ali alguma liberdade de ação. Só que Cormorant

parecia sempre aproveitar-se demasiado disso para o gosto de

Reese. Mas também é provável que Cormorant considerasse

Reese demasiado rígido.

— Alguma vez ouviste o nome Zeus referido num contexto

profissional? — perguntou. — Zeus, como o deus grego.

39

E u , A l e x C r o s s

Reese pensou por um instante. Os Serviços Secretos ti-

nham nomes de código rotativos para todos os protegidos,

mas aquele não lhe era certamente familiar, e, claro está, te-

ria de ser um dos importantes.

Abanou a cabeça.

— Não me parece. Devia ter ouvido?

Cormorant não respondeu à pergunta, limitando-se a pros-

seguir.

— Durante os últimos seis meses, houve uma série de

casos de pessoas desaparecidas em toda a região do Médio

Atlântico. Sobretudo mulheres, mas também alguns homens,

e todos com a mesma profissão, se é que me entendes, e es-

tou certo de que sim. Nunca tinham sido relacionados.

— Até agora — inferiu Reese em voz alta. — Que diabo

se passa?

— A nossa divisão de informações secretas dispõe de três

interceções de comunicações em separado que ligam este

nome, Zeus, a três casos diferentes. Ontem à noite, tornou a

surgir, mas desta vez num homicídio referenciado. — Parou

para dar ênfase. — Tudo isto é confidencial, claro está.

Reese sentia a paciência a esgotar-se-lhe depressa.

— O que é que isso tem que ver com o vice-presidente?

Ou com a presidente, visto que me chamaste? Nem sequer

sei bem se devíamos estar a ter esta conversa.

Foi então que Tillman falou, indo direto ao assunto, como

de costume.

— Este Zeus, seja lá quem for, tem algum tipo de ligação

à Casa Branca, Gabe.

— O quê? — De repente, Reese levantou-se e largou a ca-

deira. — Que tipo de ligação? O que é que estás a dizer exa-

tamente? Que diabo se passa aqui?

40

J a m e s P a t t e r s o n

— Não sabemos — disse Cormorant. — É a primeira par-

te deste problema de merda. A segunda é escudar a adminis-

tração de seja lá o que isto vá ser.

— A tua função é proteger a presidente e o vice-presiden-

te, não a administração em peso — ripostou Reese, subindo

o tom de voz.

Cormorant manteve-se firme, com os braços cruzados

diante do peito. — A minha função é investigar e impedir

qualquer potencial ameaça…

— Calem-se, vocês os dois! — A voz de Tillman elevou-se

num grito. — Ou estamos todos juntos nisto, ou a reunião

termina neste momento. Perceberam? Vocês os dois?

Responderam em uníssono:

— Sim, senhor.

— Dan, já sei o que pensas. Gabe, quero a tua opinião sin-

cera. Não estou nada convencido de termos de manter isto

em segredo. Facilmente poderia virar-se contra nós, e não es-

tamos a falar de censura nem de uma palmada na mão. Não

quando falamos deste Congresso. Ou da imprensa. E muito

menos se isto envolver de facto assassinato.

Assassinato? Deus do céu, pensou Reese.

Passou a mão pelo cabelo, que era grisalho desde os vin-

te e tal anos.

— Senhor vice-presidente, não estou certo de que uma

resposta direta a uma pergunta dessas seja do seu melhor

interesse, ou do da presidente. Isto será um rumor? Existem

factos concretos que o consubstanciem? Que factos? A pre-

sidente já sabe?

— O problema é que sabemos muito pouco. Que diabo,

Gabe! O que é que te diz o teu instinto? Sei que tens a tua

opinião. E, não, a presidente não sabe. Sabemos nós.

41

E u , A l e x C r o s s

Tillman era bom de instinto, e tinha razão. Reese já tinha

a sua opinião.

— Se isto for a público, o mal já estará feito. Temos de des-

cobrir o que conseguirmos, dentro de um período de tempo

muito limitado. Dois ou três dias, digamos. Ou até ordem

sua em contrário, senhor vice-presidente — acrescentou,

para agradar ao agente Cormorant. — E vamos precisar de

uma escapatória. Algo que nos distancie se e quando alguma

história vier a lume antes de querermos que isso aconteça.

— Concordo, senhor vice-presidente — interpôs Cormo-

rant. — Neste momento estamos demasiado às escuras, o que

é inaceitável.

Tillman inspirou profundamente, o que Reese interpretou

como resignação e aquiescência.

— Quero-vos aos dois a trabalharem nisto juntos. Mas nada

de telefonemas, e, por amor de Deus, nada de e-mails. Dan,

podes garantir-me que absolutamente nada disto vai passar

pelo Centro de Crise?

— Posso, sim, senhor vice-presidente. Terei de falar com

alguns dos meus homens. Mas a informação pode ser conti-

da. Por uns tempos.

— Gabe, falaste em escapatórias?

— Sim, senhor.

— Pensa em termos dimensionais, todos os cenários pos-

síveis. Acautela tudo. Mesmo tudo.

— Assim farei, senhor vice-presidente. A minha cabeça

está agora a um milhão à hora.

— És um bom homem. Mais alguma pergunta?

Reese já começara a perscrutar a memória em busca de

precedentes históricos ou legais, mais por hábito do que

outra coisa. Ali não se punham questões de lealdade. A sua

42

J a m e s P a t t e r s o n

única reserva tinha que ver com a situação. Deus santíssi-

mo… e se um assassino em série estivesse ligado à Casa Branca?

Qualquer tipo de assassino?

— Senhor vice-presidente, se isto se souber, o que é que

irá impedir outra pessoa qualquer — Deus queira que não

seja um repórter — de se aperceber?

Cormorant fez um ar ofendido mas deixou o vice-presi-

dente responder.

— São os Serviços Secretos, Gabe. Não estamos a falar de

informações de fontes públicas. — Cormorant descontraiu

e Reese ficou tenso.

— Mas também não será desse tipo de garantia que irei

depender. Quero isto feito depressa, meus senhores. Rápido,

limpo e meticuloso. Precisamos de factos reais. E de clareza.

Precisamos de descobrir quem diabo é o Zeus e o que é que

ele fez, e depois temos de lidar com isso como se nunca tives-

se acontecido.

43

E u , A l e x C r o s s

CAPÍTULO 7

Os murros no estômago não paravam, e eram dos fortes.

Apesar da carta de condução de Rhode Island, a Caroline estive-

ra a viver em Washington nos últimos seis meses, mas nunca

tentara estabelecer contacto comigo. Tinha um apartamento ao

estilo inglês numa cave na C, perto de Seward Square — a cerca

de um quilómetro e meio da nossa casa na 5th Street. Eu pas-

sara dezenas de vezes pelo prédio dela enquanto fazia jogging.

— Ela tinha bom gosto — disse a Bree, olhando em torno

da pequena mas elegante sala de estar.

O mobiliário e a decoração tinham uma influência asiática,

imensa madeira escura, bambu e plantas com aspeto saudá-

vel. Ao lado da porta de entrada, numa mesa lacada, estavam

pousadas três pedras polidas, uma delas com a palavra «Se-

renidade» gravada. Eu não sabia se aquilo me parecia mais

uma provocação ou um lembrete. O apartamento da Caroli-

ne não era sítio onde me apetecesse estar naquele momento.

Não me sentia pronto para isso.

— Vamos separar-nos — disse eu à Bree. — Assim exa-

minamos o apartamento todo mais depressa.

Comecei pelo quarto, obrigando-me a não parar. Quem

eras tu, Caroline? O que é que te aconteceu? Como é que pudeste

morrer desta maneira?

44

J a m e s P a t t e r s o n

Uma das primeiras coisas a chamar-me a atenção foi uma

pequena agenda em cabedal castanho sobre uma secretária

junto à cama. Quando lhe peguei, dois cartões de visita esvo-

açaram até ao chão.

Apanhei-os e vi que ambos pertenciam a lobistas do Capitó-

lio — embora não tivesse reconhecido os nomes, só as firmas.

Metade das páginas da agenda da Caroline estava em bran-

co; as outras tinham fiadas de letras lá escritas, começando

no início do ano e avançando cerca de dois meses no futuro.

Reparei de imediato que cada fiada tinha dez letras. A mais

recente, relativa a quase duas semanas antes da morte da

Caroline, era SODBBLZHII. Com dez letras.

A primeira coisa que me ocorreu foram números de te-

lefone, possivelmente codificados ou baralhados por razões

de privacidade.

E se nessa altura eu me perguntava porquê, era apenas por

estar a adiar uma conclusão inevitável. Quando acabei de ave-

riguar a grande cómoda de pau-rosa do seu quartinho de ves-

tir, restavam-me poucas dúvidas de como a minha sobrinha

tinha conseguido sustentar aquele belo apartamento e tudo

o que havia lá dentro.

As gavetas de cima estavam repletas de todo o tipo de

lingerie que eu pudesse imaginar, e eu tenho uma imagina-

ção fértil. Havia as já esperadas peças de renda e cetim, mas

também cabedal, com e sem tachas, látex, borracha — tudo

impecavelmente dobrado e organizado. Provavelmente da

maneira que a mãe lhe ensinou a organizar a roupa quan-

do era miúda.

As gavetas de baixo guardavam uma coleção de amarras,

objetos intrusivos, brinquedos e engenhocas, algumas das

quais só podia tentar adivinhar o que eram e abanar a cabeça.

45

E u , A l e x C r o s s

Em separado, tudo o que eu tinha encontrado era mera-

mente circunstancial. Em conjunto, deixou-me rapidamente

muito deprimido.

Teria sido por isso que a Caroline se mudara para Washing-

ton? E seria a razão para ter morrido da maneira como morreu?

Fui para a sala de estar meio aturdido, sem sequer ter a

certeza de já conseguir falar. A Bree estava sentada no chão

com uma caixa aberta e várias fotos espalhadas à sua frente.

Estendeu-me uma, para eu ver.

— Reconhecer-te-ia em qualquer lado — disse ela.

Era um instantâneo da Nana, eu e o Blake. Eu até sabia a

data: 4 de julho de 1976, o verão do Bicentenário. Na foto, eu

e o meu irmão estávamos com chapéus de plástico com fai-

xas vermelhas, brancas e azuis. A Nana parecia incrivelmen-

te jovem, e tão bonita.

A Bree pôs-se de pé ao meu lado, ainda a olhar para a fo-

tografia.

— Ela não te esqueceu, Alex. De uma maneira ou de ou-

tra, a Caroline sabia quem tu eras. Isso faz-me perguntar

porque é que ela não terá tentado contactar-te depois de vir

para Washington.

A foto da Nana comigo e com o meu irmão não era minha,

mas eu guardei-a à mesma no bolso do casaco.

— Não me parece que ela quisesse ser encontrada — dis-

se eu. — Não por mim. Não por alguém que ela conhecesse.

Ela era acompanhante, Bree. Das sofisticadas. Daquelas em

que vale tudo.

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J a m e s P a t t e r s o n

CAPÍTULO 8

De volta ao escritório, que fervilhava de agitação e baru-

lho, recebi notícias do detetive Fellows, da Virgínia. As im-

pressões digitais no carro roubado correspondiam a um tal

de John Tucci, de Filadélfia, que andava a monte.

Estabeleci uma rápida ligação — desde o Fellows, na Vir-

gínia, a um amigo do FBI, em Washington, a sua divisão de

Filadélfia e uma agente, Cass Murdoch, que encaixou mais

uma peça do puzzle: o Tucci era um conhecido mas insigni-

ficante lacaio da organização criminosa da família Martino.

Essa informação era um pau de dois bicos. Era uma pis-

ta inicial específica para o caso. Mas também sugeria que

o condutor e o assassino podiam não ser a mesma pessoa.

Era provável que o Tucci fizesse parte de algo que o trans-

cendesse.

— Algum palpite acerca do que o Tucci estava a fazer aqui

tão longe? — perguntei à agente Murdoch. Eu e a Bree tínha-

mo-la em alta voz.

— Eu diria que ou ele tinha recebido nova tarefa, ou que-

ria subir na organização. Aceitando trabalhos mais impor-

tantes, mais responsabilidade. Ele já foi preso mas nunca

cumpriu pena.

— O carro foi roubado em Filadélfia — disse a Bree.

47

E u , A l e x C r o s s

— Portanto, sim, ele estava a trabalhar a partir de casa,

com ênfase no estava. Palpita-me que por esta altura já este-

ja morto, depois de um disparate daqueles, seja o que for que

tenha acontecido na I-95.

— E possíveis clientes em Washington? — perguntei.

— A família Martino tem algum negócio habitual aqui?

— Que eu saiba, não — respondeu a Murdoch. — Mas é

óbvio que existe alguém. O John Tucci era demasiado arraia-

-miúda para engendrar isto sozinho. Provavelmente pensou

que era uma sorte ter ficado com o trabalho. Que cretino.

Desliguei a chamada da Murdoch e perdi alguns minutos

a garatujar umas notas e a sintetizar o que ela nos dissera.

Infelizmente, cada nova resposta sugeria uma nova pergunta.

Contudo, uma coisa parecia-me bastante clara. Já não se

tratava apenas de um homicídio, e não era nenhum ato iso-

lado. Podia envolver uma cena arrepiante de sexo e violência,

ou podia tratar-se de um encobrimento. Ou as duas coisas.

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J a m e s P a t t e r s o n

CAPÍTULO 9

Havia mais, claro está, muito mais, o tipo de pormeno-

res perturbadores que mantêm certas histórias nos noticiá-

rios durante meses, e alguns apareceram logo, para variar.

A Dr.a Carbondale apanhou-me no meu carro a caminho de

casa. A Bree ia a conduzir o carro dela.

— Os exames toxicológicos não revelam nenhum veneno

conhecido no organismo da Caroline — disse-me a Carbon-

dale. — Não há drogas de nenhum tipo, a não ser um nível

de álcool no sangue de 0,07. À hora da morte, não podia es-

tar mais do que tocada.

Então, a Caroline não estava drogada e não tinha sido en-

venenada. Não constituía grande surpresa para mim.

— E outras causas? — perguntei à Carbondale.

— Tenho cada vez mais certeza de que essa se tornará

uma pergunta sem resposta. A única coisa que posso fazer

é excluir certas possibilidades. Por exemplo, não há manei-

ra de determinar se ela foi espancada, ou estrangulada, ou…

Parou de modo abrupto.

As palavras brotaram de mim como fel:

— Ou colocada diretamente naquela máquina.

— Sim — disse ela, com firmeza. — Mas tenho outra coi-

sa para lhe dizer.

49

E u , A l e x C r o s s

Cerrei os dentes e senti vontade de dar um murro em al-

guma coisa. Mas tinha de ouvir.

— Isolámos os fragmentos restantes. Existem indícios de

marcas de dentadas ante mortem.

— Dentadas? — Olhei em volta, à procura de um sítio para

encostar o carro. — Dentadas humanas?

— Sim, penso que sim, mas nesta altura não consigo ter a

certeza. As mordidas podem ficar com um aspeto quase idên-

tico às nódoas negras, mesmo na melhor das circunstâncias.

É por isso que vou pedir a um odontologista forense que cá

venha dar a sua opinião. Aquilo com que estamos a trabalhar

são fragmentos de osso onde parte do tecido sobreviveu, por-

tanto só consigo ver…

— Vou ter de lhe ligar de volta — disse eu.

Parei numa faixa da Pennsylvania Avenue e deixei que as

pessoas me buzinassem e contornassem para passar. Aquilo

era demais — a injustiça, a crueldade, a violência, todas es-

sas coisas com que habitualmente lido tão bem.

Atirei a cabeça para trás e praguejei contra o tejadilho do

carro, ou Deus, ou os dois. Como é que permitiram que isto acon-

tecesse? Depois encostei a cabeça ao volante e desatei a chorar.

E, enquanto ali estive, rezei uma oração pela Caroline, que não

tinha ninguém com ela quando mais precisou.

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J a m e s P a t t e r s o n

CAPÍTULO 10

Eddie Tucci sabia que desta vez tinha feito um disparate dos

grandes. Inacreditável! Fora um erro terrível entregar aquele

trabalho — ou fosse que trabalho fosse — ao seu sobrinho

Johnny. Por algum motivo chamavam Tiques ao puto. Agora

tinha desaparecido sem deixar rasto e Eddie passara os últi-

mos três dias à espera das complicações que haveriam de vir.

Ainda assim, nessa noite de quarta-feira, quando se apaga-

ram as luzes do seu bar logo após o fecho, Eddie não perdeu

muito tempo a pensar nisso. O edifício estava a dar o berro,

tal como o bairro inteiro. Os disjuntores estavam sempre a

disparar.

Fechou a gaveta da caixa registadora e saiu às escuras de

trás do balcão. Atravessou a porta de vaivém até à sala dos

fundos. Havia um quadro elétrico na parede, se conseguis-

se encontrá-lo.

Eddie não chegou tão longe.

Vindo do nada, um saco foi-lhe enfiado pela cabeça. Ao

mesmo tempo, algo lhe atingiu com força a parte lateral do

joelho direito. Eddie ouviu a articulação a estalar instantes

antes de tombar, a gemer de dor.

Mas os gemidos não pararam aí. Alguém lhe prendeu o

pescoço por trás com um poderoso golpe de gancho, enquan-

51

E u , A l e x C r o s s

to outra pessoa lhe amarrava os tornozelos. Não conseguia

sequer dar um murro, um pontapé, nada. Estava de mãos e

pés atados.

— Filhos da puta! Vou matar-vos! Estão a ouvir? Estão

a ouvir?

Aparentemente, não. Içaram-no para a grande mesa das

traseiras e algemaram-lhe cada mão às pernas de madeira da

mesa. Eddie deu alguns puxões nas algemas, mas isso ape-

nas lhe valeu uns golpes nos pulsos. Mesmo que conseguis-

se levantar-se, a sensação que tinha era de que aquele joelho

nunca mais haveria de funcionar bem. Iria ficar aleijado.

Foi então que ligaram uma torneira — a todo o gás.

O que era aquilo?

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Em Portugal, James Patterson é publicado pela Topseller(Alex Cross, Private, NYPD Red, Confissões, Maximum Ride, Primeiro Amor , Invisível, A Amante) e pela Booksmile (séries juvenis Escola e Eu Cómico ).

James Patterson vive com a mulher e o filho adolescenteem Palm Beach, na Flórida.

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www.topseller.pt

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Ficção/Policial

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9 789896 626738