Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

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Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca Curso de Especialização em Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde Vigilância Sanitária na Farmácia Hospitalar: o Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) em foco Alessandra Russo de Freitas Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde. Orientador: Dra. Vera Lucia Luiza Rio de Janeiro 2004

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Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

Curso de Especialização em Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde

Vigilância Sanitária na Farmácia Hospitalar: o

Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose

Unitária (SDMDU) em foco

Alessandra Russo de Freitas

Monografia apresentada como requisito parcial

para obtenção do título de Especialista em

Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde.

Orientador: Dra. Vera Lucia Luiza

Rio de Janeiro

2004

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Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz

Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

Curso de Especialização em Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde

Vigilância Sanitária na Farmácia Hospitalar: o

Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose

Unitária (SDMDU) em foco

Alessandra Russo de Freitas

Monografia apresentada como requisito parcial

para obtenção do título de Especialista em

Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde.

Orientador: Dra. Vera Lucia Luiza.

Rio de Janeiro

2004

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Dedico este trabalho a minha querida filha Thaís, que soube ter paciência para compreender as ausências e atribulações de sua mãe no decorrer deste ano de estudos. Dedico-o também a todos aqueles que trabalham para fazer deste, um mundo melhor.

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Agradecimentos

Gostaria de iniciar agradecendo a toda a Diretoria do Conselho Regional de

Farmácia do Estado do Rio de Janeiro (CRF-RJ), em especial à figura do seu Presidente,

o Farmacêutico Dr. Luiz Fernando Seccioso Chiavegatto, que em todos os momentos

ofereceu o apoio pessoal e institucional para que eu cursasse a Especialização em

Vigilância Sanitária de Serviços de Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio

Arouca, com o objetivo de que minhas atividades como Farmacêutica Fiscal deste

Conselho pudessem ser aprimoradas. Ainda como Diretores do CRF-RJ, aos

Farmacêuticos Dra. Alba Lívia Andrade Pereira, Dr. Carlos A. Santarem Santos e Dra.

Mirian Ribeiro Leite Moura.

Ao meu chefe direto no setor de fiscalização do CRF-RJ, o Dr. Paulo Oracy,

também pelo apoio e estímulo de sempre.

Às duas irmãs de “alma”, as queridas amigas Cíntia Scelza e Cláudia Regina

Bastos pela força constante em todos os momentos em que por um acaso eu tenha

pensado em desistir ou tenha fraquejado.

A minha adorada e querida filha Thaís por todo o amor que ela tem pela sua

mamãe e pela sua fundamental compreensão durante todo este ano de estudos,

acreditando sempre que a sua mamãe pode “tudo” e que ela é “demais”.

À querida coordenadora do curso de Especialização em Vigilância Sanitária de

Serviços de Saúde da Escola, a Dra. Marismary Horsth De Seta, pelo carinho,

compreensão, estímulo e apoio a sua “aluninha” mais chorona. Também às

coordenadoras adjuntas Patrícia Henriques e Luciana Sales.

A minha orientadora, a Farmacêutica Dra. Vera Lúcia Luiza, do Núcleo de

Assistência Farmacêutica (NAF/ENSP/FIOCRUZ), pelas orientações seguras e precisas,

bem como pela sua competência e reconhecimento acadêmico e profissional, os quais

puderam dar um ar de contribuição mais acadêmica a este trabalho apesar do exíguo

tempo para a conclusão do mesmo.

A minha irmã Gabi e ao meu pai pelas sempre oportunas “dicas, truques e

quebra-galhos” com o bendito Word.

Aos colegas de profissão José Liporage e Ana Paula Queiroz, respectivamente

Farmacêuticos Responsáveis Técnicos do IPEC/FIOCRUZ e do HEMORIO, duas

instituições hospitalares cujas farmácias praticam o Sistema de Distribuição de

Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) parcial e que, desde o início, mantiveram

as suas instituições de portas abertas para a aplicação deste trabalho, o que apenas não

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foi exeqüível devido à impossibilidade de se elaborar e apresentar a tempo, o projeto

desta monografia aos respectivos Comitês de Ética destas instituições.

Aos extremamente gentis Ranieri Camuzi e Álvaro Nascimento. O primeiro,

colega de profissão, que apesar do tempo curtíssimo e de uma monografia ainda “em

pedaços” aceitou lê-la e compartilhar de seu conhecimento e experiência profissional

(defendeu dissertação de Mestrado sobre a Avaliação dos processos de implantação do

Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária em hospitais do município

do Rio de Janeiro, na UFRJ em 2002). Ao segundo, Editor da Revista Riopharma do

CRF-RJ e pessoa muito querida, também pela extremada gentileza em tentar ler uma

monografia ainda inacabada e pelo apoio e estímulo de sempre ao meu trabalho. Aos

dois, o meu muito obrigada de coração.

Por fim, aos meus pais, que simplesmente me fizeram “renascer das cinzas”,

quando por motivos de saúde, nos últimos meses e mais intensamente nas últimas

semanas, cheguei a pensar que o término e a conclusão deste trabalho seriam

impossíveis.

Também a todas às forças visíveis e invisíveis, que alguns personificam e

chamam de Deus, o meu agradecimento pela vida, apesar de todos os esforços e

limitações que por ventura ainda venham a existir.

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“Seja qual for o teu sonho, comece...

Ousadia tem genialidade, poder e magia.” Julian Wolfgang Goethe

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Resumo

Esta monografia aborda sobre o enfoque do Sistema de Distribuição de

Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) na Farmácia Hospitalar, sob a ótica da

Vigilância Sanitária (VISA).

Este olhar prioriza a prevenção e diminuição de riscos à saúde pública, mais

especificamente em relação ao usuário de medicamentos dentro do ambiente hospitalar.

São contemplados conceitos de monitoração e avaliação em saúde, tendo em vista ser a

Vigilância Sanitária uma prática avaliativa.

O enfoque e o direcionamento do estudo do Sistema de Distribuição de

Medicamentos por Dose Unitária têm como objetivo subsidiar uma proposta, um esboço

de elaboração de um instrumento que possibilite reflexões acerca da monitoração e

avaliação deste sistema, em formato de lista de verificação.

Com base em pesquisa bibliográfica, elaborou-se, inicialmente, um fluxograma

teórico do SDMDU e a descrição das etapas do mesmo, assim como um quadro

contendo os objetivos e metas do sistema. Esta sistematização permitiu a proposição dos

pontos críticos, entendidos como os processos e elementos com impacto crítico sobre a

qualidade do sistema. A partir destes pontos, foram elaboradas as questões para a lista

de verificação, baseadas nos desdobramentos previstos para cada um deles, ou seja, as

possíveis causas para o entendimento de problemas e entraves ao sistema, servindo de

base para a formulação de questões que possibilitem a avaliação do mesmo.

Espera-se que a lista de verificação proposta possa fomentar reflexões acerca da

monitoração e avaliação do sistema por parte da VISA.

Palavras Chaves: Vigilância Sanitária, Dose Unitária, Sistema de Distribuição de

Medicamentos, Farmácia Hospitalar e Avaliação em Saúde.

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Abstract

This monography is about the focusing made by the drug distribution system of

unit dose (SMDU) in the hospital pharmacy, under the view of the Health Surveillance

(VISA).

This view priorizes prevention and diminution of risks to public health, more

specifically in relation to the users of drugs in the hospital setting. The idea follows

current concepts of health´s monitoring and evaluation, keeping in sight that Health

Surveillance is an evaluation praxis.

Therefore, the focus and the direction of the study of the unit dose drug

distribution system has the outline of an instrument that allows professionals to reflect

as the objective, and by that improve the monitoring and the evaluation of the system,

under the format of a check list.

Based on a bibliographic research, we elaborated a theoretical fluxogram of the

SDMDU and the description of its phases, as well as a table containing the objectives

and aims of the system, and its critical issues. This systematization allowed the

observance of the critical knots, understood as the processes and elements with critical

impact over the quality of the evaluation system. From these critical knots, we

elaborated the issues for the check list, based on their foreseen unfoldings. That

meaning that the understanding of the possible causes of the system’s problems serves

here as the basis to formulating issues that make the evaluation possible.

We expect that the proposed check list bring reflection on the monitoring and

evaluation of the system by VISA.

Key Words: Health Surveillance, Unit Dose, Drug Distribution System, Hospital

Pharmacy and Health Evaluation.

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Lista de Siglas

VISA Vigilância Sanitária

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

ASHP American Society of Health-System Pharmacists

CFF Conselho Federal de Farmácia

CRF Conselho Regional de Farmácia

CTI Centro de Tratamento Intensivo

FIP Federation International Pharmaceutical

JCAHO Joint Comission on Accreditation of Healthcare Organizations

SBRAFH Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar

SDMDU Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária

SDMDI Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Individualizada

SES Secretaria Estadual de Saúde

SEFH Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria

MS Ministério da Saúde

NCCMERP National Coordinating Council for Medication Error Reporting

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

ONA Organização Nacional de Acreditação

PRM Problema Relacionado ao Medicamento

CFS Coordenadoria de Fiscalização Sanitária

CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

SVS Sistema de Vigilância Sanitária

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Sumário

1. Introdução............................................................................................................... 01

2. Objetivos.................................................................................................................. 05

2.1 Objetivo Geral......................................................................................................... 05

2.2 Objetivos Específicos.............................................................................................. 05

3. Referencial Teórico................................................................................................. 06

3.1 Vigilância Sanitária: integrando o Direito Administrativo às práticas em Saúde

Pública ..........................................................................................................................

06

3.2 Avaliação em Saúde e Qualidade............................................................................ 09

3.3 Os Sistemas de Distribuição de Medicamentos e o SDMDU em

foco................................................................................................................................

16

4. Metodologia.............................................................................................................. 23

5. Resultados e Discussões.......................................................................................... 25

5.1 Fluxograma Teórico do SDMDU e Descrição das Etapas do Fluxo....................... 25

5.2 Etapas do Fluxo, Objetivos/Metas do Sistema e Pontos críticos............................ 26

5.3 Quadro com as Etapas do Fluxo, Proposição das Questões para a Lista de

Verificação, Estratégias para a Avaliação e Lista de Verificação.................................

36

6. Considerações finais............................................................................................... 67

7. Referências bibliográficas..................................................................................... 69

8. Lista de Anexos....................................................................................................... 74

8.1 Excerto do Roteiro de Inspeção para Farmácia Hospitalar que não foi publicado

no Diário Oficial do Estado, referente às questões sobre distribuição/dispensação de

medicamentos.......................................................................................................... 74

75

8.2 Excerto da Portaria 06 de 08 de dezembro de 1998 da SES/RJ/CFS sobre a

questão da distribuição/dispensação de medicamentos...............................................

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1

1 Introdução

Dentro de um hospital, as questões referentes ao gerenciamento dos

medicamentos e à forma como estes são distribuídos entre seus vários setores (postos de

enfermagem, CTI, centro cirúrgico) nos dizem muito em relação à qualidade da

prestação deste serviço pela farmácia.

Um dos determinantes para o enfoque dado a este trabalho, foi o fato dos

sistemas de distribuição de medicamentos não possuírem uma abordagem detalhada nos

roteiros de inspeção utilizados pela Vigilância Sanitária Estadual do Rio de Janeiro

(Portaria 06 da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, de 08 de dezembro de

1998 e um outro roteiro de inspeção para Farmácia Hospitalar não publicado em Diário

Oficial). Desta forma, a observação e análise dos principais aspectos de cada um destes

sistemas durante a realização das inspeções torna-se prejudicada.

Nestes roteiros existe apenas o questionamento sobre a ocorrência do

fracionamento de medicamentos pela farmácia e quais formas farmacêuticas seriam

fracionadas (CFS/SES/RJ, 1998)1ou a pergunta sobre de que forma é feita a

“dispensação de medicamentos nos setores do hospital”.2

Os enfoque e direcionamento dados a este trabalho serão feitos em relação ao

Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) e possuirão

como objetivo final uma proposta, um esboço de elaboração de um instrumento que

possibilite reflexões acerca da monitoração e avaliação deste sistema, em formato de

lista de verificação das etapas do processo do SDMDU. Esta lista de verificação se

proporá a abranger itens referentes às diversas etapas do sistema, de modo a enfocá-lo

de maneira global.

O trabalho será iniciado com a elaboração de um fluxograma teórico do

SDMDU com a descrição das etapas do mesmo. Mais adiante, a elaboração de um

quadro onde serão descritos os objetivos e metas do sistema, bem como listados os seus

pontos críticos3. Paralelamente, serão elaborados quadros com as questões para a lista

de verificação, baseados no desdobramento de cada um destes pontos críticos, ou seja,

1 Segundo a RDC 33 (ANVISA, 2000), o fracionamento de medicamentos pode ser entendido como “a divisão de uma especialidade farmacêutica em doses que atendam a prescrição”. 2 Excerto do roteiro de inspeção atualmente utilizado pela VISA Estadual para a inspeção de Farmácias Hospitalares. Encontra-se disponível na página eletrônica do CVS (Centro de Vigilância Sanitária) e não foi publicado no Diário Oficial do Estado. A parte deste roteiro referente à dispensação de medicamentos, bem como a mesma parte referente a este assunto na Portaria 06/98 da SES/RJ/CFS encontram-se nos anexos desta monografia. 3 Os pontos críticos podem ser entendidos como as causas mais importantes para a resolução de um problema, problemas estes que se constituiriam em entraves ao sistema como um todo. Uma vez compreendidos, poderiam auxiliar na elucidação de problemas ocorrentes em cada uma das etapas e problemas ocorrentes no sistema de maneira global.

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as possíveis causas para o entendimento de problemas e entraves ao sistema, servirão de

base para a formulação de questões que possibilitem a avaliação do SDMDU.

Os principais sistemas de distribuição de medicamentos existentes são o

coletivo, o individualizado4 e o Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose

Unitária (SDMDU).

No sistema coletivo, as solicitações de medicamentos são feitas pelos setores de

enfermagem, CTI, centro cirúrgico, a partir da transcrição da prescrição médica e

dispensados a estes setores em suas embalagens originais na maioria das vezes por

períodos longos (uma semana, quinze dias ou até mais). Mas poderá ocorrer também

por períodos curtos em alguns casos (24 horas). Este sistema ocasiona o estoque de

medicamentos nestes locais (Lima et al., 2000).

No sistema individualizado, a solicitação de medicamentos é feita por paciente e

para 24 horas, sendo os medicamentos quase sempre dispensados em suas embalagens

originais. Em alguns casos, na prática, podem até mesmo ser fracionados para esta

finalidade. Isto costuma ocorrer com mais freqüência para as formas farmacêuticas de

sólidos orais, por uma questão de comodidade.

Como vantagem adicional para o aumento da segurança do processo, estes

medicamentos são distribuídos pela farmácia de forma que possam ser identificados o

paciente para o qual será destinado, o leito e o horário de administração. No chamado

sistema individualizado indireto é levada à Farmácia a transcrição da prescrição feita

pela enfermagem e no direto é levada a cópia da prescrição, o que já possibilita a

diminuição dos erros por transcrição da prescrição (Lima et al., 2000).

No Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária, a solicitação de

medicamentos é feita a partir da cópia da prescrição (ou por algum tipo de sistema

informatizado), por paciente e para 24 horas, ainda que a idéia do SDMDU seja a de que

o medicamento possa de fato ser preparado e administrado ao paciente tão logo tenha

sido prescrito. Porém, devido muitas vezes à inviabilidade de operacionalizar tal nível

de presteza, por conta dos horários das visitas médicas e também devido ao

desenvolvimento de outros procedimentos e rotinas na Farmácia, o mais comum é que a

solicitação e a preparação dos medicamentos tenham a previsão de 24 horas. (ASHP,

2002; Napal et al., 2002). A medicação é preparada em dose e concentração

determinadas na prescrição médica, sendo administrada ao paciente diretamente de sua

embalagem “unitarizada”, ou seja, “dose prescrita como dose de tratamento a um

4 Alguns autores subdividem o sistema de distribuição de medicamentos individualizado em “direto” e “indireto”, (Lima et al., 2000).

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paciente em particular, cujo envase deve permitir administrar o medicamento

diretamente ao paciente” (D’Alessio & Aguilar, 1997:1)

Por que dirigir o foco de atenção deste trabalho especificamente ao Sistema de

Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária? Ao mesmo tempo em que vantagens

são ressaltadas (diminuição dos erros de medicação, participação ativa do Farmacêutico

na equipe de saúde, diminuição de custos com gastos em medicamentos por diminuição

de perdas), cabe dizer que tal sistema não deve prescindir de que a Farmácia Hospitalar

esteja estruturada de maneira que o mesmo possa alcançar os objetivos a que se propõe:

racionalidade de custos em gastos com medicamentos e a segurança do processo com a

conseqüente diminuição dos erros de medicação5.

E do ponto de vista sanitário, um aumento de complexidade de um determinado

serviço, sistema ou processo, pode também gerar riscos ao usuário caso condições

adequadas de estrutura e de desenvolvimento do processo de trabalho não sejam

estritamente observadas.

Para que o medicamento seja fracionado é necessário que o mesmo seja retirado

de sua embalagem primária original6. É necessário também que o medicamento sofra

novo processo de identificação e rotulagem e que as embalagens utilizadas neste

processo possam garantir a integridade, estabilidade e eficácia dos mesmos. Para que o

SDMDU possa também atingir um de seus principais objetivos, que é o de diminuir os

erros de medicação, as embalagens das doses unitárias devem permanecer íntegras até o

momento da administração ao paciente, com a correta e inequívoca identificação (nome

e leito), informações sobre preparo e validade do medicamento, bem como o seu

respectivo horário de administração. Para que todo o processo se complete de maneira

efetiva é necessário a participação e o comprometimento de toda a equipe de saúde

envolvida: médicos, farmacêuticos, enfermeiros.

Por sua vez, a RDC 33 (ANVISA, 2000) que trata das Boas Práticas de

Manipulação de Medicamentos em Farmácias, aborda questões referentes ao

fracionamento dos medicamentos, porém, apenas dentro do componente “área de

5 Erros de medicação podem ser definidos como “qualquer fato previsível que possa causar ou conduzir ao uso inapropriado do medicamento a um determinado paciente” segundo o National Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention (NCCMERP, 1998 apud FIP, 1999) 6 O “recorte do blister” é um recurso utilizado e equivocado quando se tenta fracionar um medicamento sem retirá-lo de sua embalagem primária original, ocorrendo principalmente devido ao fato dos medicamentos para uso hospitalar não virem de fábrica com apresentação em embalagem unitária, pois ao recortar, perde-se a identificação do nome do medicamento, data de validade e número de lote. Tal situação é comumente encontrada nas farmácias hospitalares, o que corrobora para erros de medicação, possibilitando a troca de um medicamento prescrito por outro, já que o mesmo não encontra-se corretamente rotulado, além de tornar quase impossível o rastreamento do medicamento caso haja algum problema com o lote utilizado, uma vez que esta informação também é perdida. Em nossa realidade são poucas as apresentações de medicamentos para uso hospitalar em embalagem unitária, ou seja, embalagens individualizadas para dose única e que já viriam da indústria com esta apresentação, o que é diferente do conceito de “dose unitária” já explicitado neste texto.

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4

farmacotécnica” da Farmácia Hospitalar. Entendemos, desta forma, que a RDC 33/00

não propicia uma abordagem mais ampla quando se trata da monitoração e avaliação do

Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária, principalmente em relação

a questões importantes referentes ao SDMDU, como por exemplo a verificação de todas

as etapas do sistema, que devem estar integradas de modo a possibilitar ao mesmo o

alcance dos seus objetivos.

Surge, então, como proposta deste trabalho, o enfoque do SDMDU na Farmácia

Hospitalar, sob a ótica da Vigilância Sanitária. Este olhar prioriza a prevenção e

diminuição de riscos à saúde pública, mais especificamente em relação ao usuário de

medicamentos dentro do ambiente hospitalar.

Para a realização deste trabalho, serão utilizados conceitos de monitoração e

avaliação em saúde. A idéia atual é a da Vigilância Sanitária como sendo, de fato, uma

prática avaliativa7.

Obviamente, não pretendemos apontar respostas ou soluções definitivas para

esta questão, mas plantar sementes. Sementes que possam vir a frutificar e servir de

fomento a outros questionamentos e reflexões acerca do assunto proposto.

7 A Vigilância Sanitária, por ser uma prática em saúde pública na qual são emitidos julgamentos a partir da comparação de produtos e serviços com critérios e normas determinados, com o objetivo de subsidiar ações em vigilância (como por exemplo a concessão de autorizações de funcionamento, licenças, dentre outros), é tida como uma prática eminentemente avaliativa (Pepe et al. 2003).

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5

2 Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Elaboração de proposta de lista de verificação das etapas do processo do Sistema

de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU) com vistas a constituir-

se em instrumento de avaliação deste sistema na Farmácia Hospitalar, sob o enfoque da

Vigilância Sanitária.

2.2 Objetivos Específicos

� Descrever o fluxo operacional teórico do processo do SDMDU, desde a prescrição,

à preparação dos medicamentos na farmácia, até a administração dos mesmos;

� Desenhar o fluxograma teórico deste processo;

� Identificar os pontos críticos deste processo;

� Identificar os objetivos/metas deste sistema;

� A partir dos pontos críticos, elaborar as questões da ficha de verificação e descrever

os indicadores possíveis, além das estratégias de avaliação para cada item abordado;

� Elaboração da lista de verificação;

� Considerações finais.

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6

3 Referencial Teórico

3.1 Vigilância Sanitária: integrando o Direito Administrativo às práticas em Saúde Pública

Desde tempos remotos, existe entre os povos a noção, ainda que de maneira

intuitiva, de que doenças poderiam ser transmitidas e agravos à saúde ocorrerem através

do consumo de alimentos deteriorados (Costa, 1999). Ainda que não se conhecesse o

processo pelo qual as doenças eram transmitidas, ou até mesmo que não se tivesse a

noção do agente etiológico causador (vírus, bactérias), na antiguidade clássica (Grécia,

Roma), as cidades já contavam com estruturas adequadas de saneamento básico como

maneira de cultivar a higiene e impedir a transmissão de doenças. Os inadequados uso e

manipulação de drogas com fins terapêuticos e o exercício da arte de curar, dado o

grande poder concentrado nas mãos daqueles que exerciam as atividades médicas,

também se tornaram conhecidas fontes de possibilidades de agravos à saúde (Costa,

1999). Podemos também dizer que desde aqueles tempos, existe a preocupação de

administradores e governantes em garantir condições mínimas de vida através de ações

de vigilância à saúde, estabelecidas de modo a impedir, diminuir ou prevenir os danos à

mesma, advindos das situações acima descritas.

Mais tarde, com a já existente concepção de Estado e a progressiva

universalização do direito à saúde, essas ações, conhecidas na atualidade como ações de

Vigilância Sanitária, passaram a ser organizadas e estruturadas de maneira mais eficaz.

Com o passar dos tempos, continuou sendo função da Administração Pública, promovê-

las e garanti-las.

Para a sua prática, a Vigilância Sanitária respalda-se na formulação e no “fazer

cumprir”, de normas técnicas e jurídicas (Leis, Decretos, Portarias), utilizando-se do

Direito Administrativo para esta finalidade.

Para a conceituação do Direito Administrativo, os diferentes autores utilizam-se

de vários critérios (Barreto, 2002), como o da Escola do Serviço Público, o do Poder

Executivo, o das Relações Jurídicas, o da Administração Pública, etc. Segundo os

autores Hely Lopes Meirelles e Ruy Cirne Lima, dentre outros, e seguindo o critério da

Administração Pública, o Direito Administrativo seria “o conjunto de princípios que

rege a Administração Pública” (Barreto, 2002:12).

Por Administração Pública (grafada com letras maiúsculas) entende-se o

executor, o administrador, “as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos

de exercer uma das funções em que se triparte a atividade estatal, qual seja, a função

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7

administrativa” (Barreto 2002:13). A tripartição da atividade estatal pode ser entendida

fazendo-se referência aos poderes: legislativo (normatizador), judiciário (disciplinar) e

executivo (administrativo).

A Administração Pública traz consigo poderes administrativos, que segundo a

doutrina de Hely Lopes Meirelles (Barreto, 2002), nascem com esta, e se apresentam de

acordo com as características do serviço público e dos interesses coletivos. Estão entre

eles o poder normativo, o disciplinar, os decorrentes da hierarquia e o poder de polícia.

Basicamente, o poder normativo seria o poder regulamentar, e segundo Miguel Reale,

seria “a explicitação ou especificação de um conteúdo normativo preexistente, visando à

sua execução no plano da práxis” (apud Barreto, 2002:26). O poder disciplinador seria

aquele característico da Administração Pública, através do qual seriam apuradas as

infrações e aplicadas as penalidades. Os poderes decorrentes da hierarquia, segundo Di

Pietro (apud Barreto, 2002:27), seriam “o de editar atos normativos, de dar ordens aos

subordinados, de controlar a atividade dos órgãos inferiores, o de avocar atribuições e o

de delegar atribuições que lhe sejam privativas”. Sobre o poder de polícia, falaremos

com mais detalhes no texto que se segue.

A Vigilância Sanitária tem por objetivo intermediar de forma ética e legal os

processos de produção e prestação de serviços e o consumo destes com o intuito de

diminuir, impedir ou prevenir os riscos inerentes e/ou intencionais, existentes em

produtos ou serviços relacionados direta ou indiretamente com a saúde (Brasil, 1990). É

um campo onde estão abarcados interesses diversos dos setores de produção e prestação

de serviços (econômicos, políticos) e onde se faz necessária a intervenção estatal, de

modo a regulamentar e disciplinar este mercado em prol da saúde dos cidadãos.

Além do uso dos poderes normativo e disciplinar, atribuídos à Administração

Pública, durante as inspeções sanitárias a VISA expressa a sua faceta mais conhecida, a

de cunho coercitivo, utilizando-se de seu poder de polícia administrativa. De acordo

com o documento “Bases para a Pactuação do Termo de Ajustes e Metas - Vigilância

Sanitária: descentralização com eqüidade no custeio”, as inspeções sanitárias podem ser

definidas como

“o conjunto de procedimentos técnicos e administrativos de competência das autoridades sanitárias, que visam à verificação do cumprimento da legislação sanitária ao longo de todas as atividades desenvolvidas pelos estabelecimentos submetidos ao regime de vigilância sanitária (ANVISA, 2004:9).”

Segundo Barreto (2002:27), o “poder de polícia é a faculdade discricionária que

se reconhece à Administração Pública, de condicionar e restringir o uso e gozo dos bens

e direitos individuais, em benefício do bem-estar da coletividade”. Notadamente, as

Page 18: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

8

ações de Vigilância Sanitária possuem o peso das ações de cunho proibitivo e

disciplinador impostas pelo poder público, com o intuito exclusivo de proteger a

sociedade.

Analisando-se a definição de Vigilância Sanitária contida na Lei 8080/90, pode-

se observar um conceito de caráter preventivo dado às ações de VISA, a partir do

momento em que se diz que suas ações objetivam também “prevenir riscos à saúde”

“Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde (Brasil, 1990).”

A Atual Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), divulga, como

sendo a missão deste órgão, “proteger e promover a saúde da população, garantindo a

segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso”

(ANVISA, 2004b).

Por prevenção e promoção da saúde, entendemos ações que visam a intervir nos

condicionantes dos processos de saúde e adoecimento. As ações de prevenção seriam

aquelas tomadas no início da cadeia da história natural da doença, em uma concepção

de adoecimento referente à existência de um agente etiológico causador deste processo,

e teriam o intuito de prevenir, ou seja, de agir antes que a doença se estabeleça. As

ações de promoção da saúde seriam aquelas cujo objetivo seria o de impulsionar, de

propiciar, de promover condições de vida saudáveis (Czeresnia, 2003), onde seriam

incluídas ações que extrapolam o campo da saúde propriamente dito, adentrando

questões ligadas ao ambiente, à economia e às políticas públicas que propiciem uma

vida com mais saúde. Entendendo-se estes conceitos no contexto da Vigilância

Sanitária, é possível perceber que suas ações, de fato, ultrapassam o caráter

exclusivamente “policialesco” tradicionalmente conhecido.

A Vigilância Sanitária, segundo Rozenfeld & Porto (apud Costa, 1999:173), é

considerada como sendo “a forma mais complexa de Saúde Pública”, pois para ela

convergem inúmeros campos do saber (Medicina, Farmácia, Química, Nutrição), além

de que seu objeto de ação é composto por setores da saúde e outros que extrapolam a

este, abrangendo os mais variados tipos de tecnologias: médicas, do ramo farmacêutico,

nutricionais, do ambiente, etc. (Eduardo, 2002).

Costa (1999), em suas considerações sobre a construção teórica para o estudo da

Vigilância Sanitária, nos diz que a VISA há que se basear em normas técnicas e leis

para que a concretude de seus objetivos de proteção e defesa da saúde sejam alcançados.

Porém, nos lembra que, para que a Vigilância Sanitária possa ser efetiva e alcançar os

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9

resultados a que se propõe, deve-se valer de outros meios que não apenas o seu poder de

polícia, e ainda que instrumentos tradicionalmente utilizados na Saúde Pública devem

ser incorporados a sua prática, tais como monitoramento, vigilância epidemiológica,

pesquisa, educação, informação sanitária e comunicação social.

Dado o caráter abrangente da Vigilância Sanitária, além de sua complexidade, e

em uma tentativa de tornar suas ações mais efetivas, esta tem incorporado

modernamente conceitos de monitoração, avaliação em saúde e qualidade.

3.2 Avaliação em Saúde e Qualidade

A inspeção sanitária constitui-se em uma importante etapa do conjunto de ações

da Vigilância Sanitária. É também entendida como uma atividade de avaliação, onde é

realizado um julgamento de valor em relação aos produtos e serviços de modo a

fornecer subsídios para as ações em VISA: concessão de autorização de funcionamento,

de licenças sanitárias, de revalidações de licença, dentre outras.

O objetivo é essencialmente o da prevenção do agravo, o que pode ser obtido

mediante a monitoração (acompanhamento) e avaliação continuada dos produtos e

serviços relacionados direta ou indiretamente com a saúde.

Faz-se necessária a introdução de alguns conceitos referentes aos termos

utilizados nesta monografia, de maneira a facilitar o entendimento destes, os quais serão

elucidados no decorrer deste texto.

Segundo Contandriopoulos et al. (apud Hartz, 2002), o processo de avaliação

consiste, fundamentalmente, na realização de julgamentos de valor a respeito de uma

determinada intervenção. O objetivo seria o de auxiliar na tomada de decisões. Este

julgamento pode ser resultante da aplicação de critérios e normas (Avaliação

Normativa) ou ser elaborado a partir de um procedimento científico (Pesquisa

Avaliativa).

Levando-se em conta a definição de Contandriopoulos et al. para o primeiro tipo

de avaliação, temos que a VISA pode ser considerada uma prática de Avaliação

Normativa, a partir do momento em que emite juízos de valor levando-se em conta

critérios e normas definidas (normas jurídicas e técnicas).

Alguns autores são unânimes em afirmar que variadas são as metodologias,

tipologias e vocabulário utilizados nas práticas avaliativas, sendo que a mesma pode ser

considerada, na verdade, um processo em construção (House apud Novaes, 2000; Silva

& Formigli, 1994).

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10

A avaliação deve ser considerada como a terceira etapa de um processo que se

inicia com o planejamento, continua com a gestão, tendo na monitoração e avaliação,

formas de se garantir o andamento do primeiro, bem como a efetividade do segundo.

Assim, a avaliação tem, atualmente, tomado forma e espaço próprios (Malik &

Schiesari, 2002).

Segundo Raupp & Reichle (2003:86), o propósito de uma avaliação, dentre

outros, pode ser entendido como: “o de fornecer informações para substanciar uma

variedade de decisões gerenciais e políticas”.

Nos caminhos da VISA como prática avaliativa, alguns pontos devem ser

observados: a VISA não é a responsável “pela garantia da qualidade” (Pepe et al., 2003)

de um determinado produto ou serviço, mas deverá monitorar, ou seja, acompanhar o

desenvolvimento deste processo. Quem deve garantir a qualidade é o próprio fornecedor

ou prestador do serviço.

A monitoração ou monitoramento pode ser entendido como

“a revisão contínua do processo de implementação das atividades do programa de modo a verificar se os objetivos estão sendo atingidos, permitindo ações corretivas durante a implantação do programa (MSH, 1997)”

Extrapolando este conceito para a Vigilância Sanitária, este se torna importante

para que o paradigma de uma VISA que apenas atuava com um enfoque avaliativo da

estrutura física dos estabelecimentos possa ser mudado para o de uma Vigilância que

possa ser capaz de monitorar também os processos em saúde e a obtenção dos objetivos

propostos. É bem verdade que a verificação do alcance dos objetivos deveria se traduzir

em observação de resultados. Observar ou mensurar resultados, ou melhor dizendo,

mudanças nos padrões de saúde da população, é uma tarefa um pouco mais complexa

do que a princípio se imagina.

Devemos levar em conta que, em um primeiro momento, a observação dos

processos de trabalho de maneira mais precisa e sistemática nos estabelecimentos

assistenciais de saúde já poderá contribuir para a detecção precoce de “falhas” neste

processo. Segundo Cosendey & Luiza (2004), “a monitoração costuma ser feita de

maneira informal” e para que venha a ser de fato eficaz, deverá possuir um plano para a

sua execução, uma ligação clara com os objetivos e metas do que se pretende

acompanhar e a utilização dos resultados obtidos com a intenção inequívoca de

promover melhorias. Dizem ainda que “o sistema de monitoração deve centrar-se nas

principais atividades e objetivos do programa”. Neste caso, esta monitoração será capaz

de permitir a tomada de decisões em Vigilância Sanitária antes que o agravo ocorra,

Page 21: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

11

desmistificando a idéia de uma VISA que somente conseguia atuar “apagando

incêndios”.

Outro conceito importante quando se fala de um modelo de Vigilância Sanitária

onde as ações fiscalizatórias eram calcadas basicamente na atenção à estrutura física, no

que havia se convencionado chamar de “fiscalização de rodapé, piso e parede”

(Eduardo, 2002) é o da tríade proposta por Donabedian: estrutura, processo e resultados.

A estrutura pode ser entendida como: “os recursos humanos, físicos e financeiros

utilizados na provisão dos cuidados em saúde, bem como os arranjos organizacionais e

os mecanismos de financiamentos destes recursos”, o processo como sendo: “as

atividades que constituem a atenção à saúde, e envolvem a interação de profissionais de

saúde e população assistida” e os resultados: “dizem respeito às mudanças do estado de

saúde da população, promovidas pelos cuidados recebidos” (Donabedian apud Portela,

2000:262).

Silva & Formigli (1994:83), referem-se à maneira como o autor “descreve e

busca apreender o real”, como sendo a abordagem ou approach e mencionam ainda que

o esforço mais bem sucedido de classificação destas abordagens foi o proposto por

Donabedian.

Porém, todo este referencial teórico de abordagem para a avaliação da qualidade

em saúde elaborado por Donabedian levando-se em conta a tríade de estrutura, processo

e resultado, foi concebido, a princípio, para a avaliação da qualidade do cuidado

médico.

Os resultados refletiriam os efeitos conjuntos do sistema de cuidado.

Donabedian (apud Silva & Formigli, 1994) também ressalta a importância da estrutura

como fomento para o desenvolvimento dos processos e conseqüentes resultados. Ainda

segundo as observações de Silva & Formigli (1994) acerca dos trabalhos de

Donabedian, este ressalta que, para uma adequada avaliação da qualidade, seria

importante a construção de indicadores que levassem em conta itens representativos

dessas três abordagens.

Silva & Formigli (1994:84) referem como sendo algumas limitações a este

referencial, as “inconsistências decorrentes da concepção sistêmica para a análise do

real”, nos dizendo, ainda, que este enfoque teórico por muitas vezes promove a

homogeneização de aspectos distintos sob o mesmo conceito e dão como exemplo o

fato dos recursos “humanos” e “materiais” estarem incluídos no mesmo conceito de

“estrutura”. Nos dizem também que este referencial supõe uma hierarquia entre os

conceitos da tríade, como uma linha vertical ascendente, onde na base estaria a

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12

estrutura, fazendo-se seguir do processo até o alcance dos resultados, porém na “prática

concreta dos serviços de saúde não se verifica: a estrutura necessariamente não influi no

processo e o processo nem sempre guarda relação com o resultado”.

Concluem com os registros do próprio Donabedian, onde o mesmo alerta ser este

paradigma uma “versão simplificada da realidade” e continua

“Sua validade relaciona-se com a existência de relação causal entre os pares adjacentes (estrutura, processo e resultados), relação esta que é de probabilidade e não de certeza (Donabedian apud Silva & Formigli, 1994: 84).”

Sublinham ainda que as dificuldades encontradas para a distinção entre as três

categorias do paradigma surgem mais freqüentemente quando se separa o mesmo do

âmbito clínico para o qual ele foi desenhado e se tenta utilizá-lo em outros tipos de

avaliação.

Segundo Portela (2000), a pressuposição de que uma adequada estrutura

propiciaria um bom processo de atenção à saúde, com os conseqüentes resultados

favoráveis observados nos níveis de saúde da população, não deve ser considerado

como obrigatoriamente verdadeiro, pois na verdade não existe de fato um nexo ou

vínculo causal obrigatório em todos os casos, entre os componentes da tríade, e que

possam ser comprovados em todas as situações. Segundo esta mesma autora, não deve

ser confundida a “capacidade de um serviço gerar serviços de boa qualidade com a

qualidade da atenção em si mesma” (Portela, 2000:263). Diz ainda que a “a avaliação

da estrutura é a que menos quantidade de informações oferece sobre a qualidade da

atenção” (Portela, 2000:262), mas que esta pode ser de crucial importância caso seja o

único aspecto possível de ser avaliado.

Apenas o enfoque de uma avaliação na estrutura física ou em seus recursos

humanos não irá demonstrar, necessariamente, toda a dimensão da qualidade do serviço

prestado por uma determinada instituição (Eduardo, 2002; Portela, 2000).

Silva & Formigli destacam também o que chamam de “baixa especificidade

destes termos”. Levando-se em conta uma abordagem mais complexa, como por

exemplo um município, os autores abordam as seguintes considerações

“É preciso explicitar qual estrutura, qual processo e quais resultados pretende-se estudar. É a estrutura física das unidades sanitárias? É a estrutura organizacional da rede de serviços? É a estrutura social nas suas relações com os serviços? (Silva & Formigli, 1994:84).”

Percebe-se uma aproximação da Vigilância Sanitária com os conceitos

estabelecidos na Avaliação em Saúde na tentativa de se desenvolver metodologias e

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13

tipologias que tornem as práticas de avaliação em VISA mais capazes de acompanhar o

desenvolvimento dos processos em saúde.

Um outro conceito importante seria o da qualidade. Cunha (apud Malik &

Schiesari, 2002) a define como sendo “propriedade, atributo ou condição das coisas ou

das pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza”.

Essa idéia de qualidade, segundo Novaes (2000), está presente como questão

nuclear na avaliação, onde é estabelecido um determinado juízo de valor acerca de uma

intervenção, comparando-a com um determinado padrão existente. Quando este “juízo”

tem uma característica positiva, se diz que o produto ou serviço possui qualidade.

Outros conceitos bastante importantes para a compreensão de alguns termos

utilizados correntemente em Qualidade em Saúde seriam os de padrão, referente e

indicador.

Ao pressupor que um determinado serviço ou produto possui ou não a qualidade

necessária ou desejável, é preciso que façamos comparações. O que irá possibilitar a

realização de comparações é a existência de padrões previamente definidos. Segundo

Portela, o estabelecimento destes padrões pode se dar da seguinte forma, havendo perda

na qualidade da informação de 1 para 3

“1) A evidência científica da associação entre condições da estrutura e do processo de atenção e resultados na saúde do indivíduo ou da população; 2) Os valores médios, ou medianos, de indicadores de interesse em centros de referência internacionais ou nacionais; 3) Os melhores resultados em realidades de perfil semelhantes (Portela, 2000:261).”

Pepe et al. (2003:16), nos dizem que quando os padrões não correspondem a

números ou seja, não são “quantitativos”, ele equivalem à “própria norma”, isto é, são

um “dever ser”.

Se existe uma determinada realidade e um padrão de qualidade para ela, isto é,

valores quantitativos ou dados qualitativos que nos tragam a informação se aquele

determinado produto ou serviço se encaixa dentro dos “padrões de qualidade

esperados”, esta “comparação” poderá ser facilitada por intermédio da utilização do que

se vem a chamar de indicadores: “critérios para a avaliação da qualidade da assistência à

saúde a uma população, seja em termos de procedimentos específicos ou de uma rede de

serviços” (Portela, 2000:260). Estes indicadores podem também ser qualitativos ou

quantitativos. Indicadores são constituídos de informações. Figuram entre os critérios

para sua aplicabilidade, além de sua coerência, clareza, fácil entendimento e

reprodutibilidade, o de que as informações necessárias para a sua construção estejam

disponíveis.

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14

Quando se fala em VISA, os indicadores qualitativos constituem-se na própria

norma sanitária ou técnico-científica utilizada. Temos o seguinte exemplo: a literatura

técnico-científica da área nos dá como padrão para a segurança do Sistema de

Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária, a fim de diminuir os erros de

medicação, que os medicamentos unitarizados devem estar corretamente identificados e

rotulados até o momento de sua administração. Pode-se construir um indicador

qualitativo onde se identificará o cumprimento ou não deste padrão de qualidade. O

avaliador emitirá o seguinte julgamento: cumpre-se este padrão, esta regra, ou não? De

que forma ele influi no serviço? Mais ou menos criticamente? Mas poderão ser criados

também indicadores que irão trabalhar com valores numéricos. O SDMDU estipula que

uma das características deste sistema para que o mesmo possa ser seguro para o paciente

é a etapa de avaliação e validação da prescrição médica pelo farmacêutico. Para que isto

possa ser feito, uma série de dados do paciente precisa constar da prescrição ou estarem

disponíveis ao farmacêutico dentro de um sistema informatizado ou outro meio de

acesso rápido. E então poderíamos criar o seguinte indicador: “qual a porcentagem de

prescrições dentro de uma determinada unidade hospitalar que possui todos os dados

necessários para que seja elaborado o perfil farmacoterapêutico do paciente?” O

desejável é que 100% estejam com estes dados completos. Valores muito abaixo deste

padrão estabelecido podem indicar falhas na etapa da elaboração da prescrição médica.

Um outro conceito importante, de maneira a possibilitar a homogeneização do

que está sendo avaliado, é o conceito de “referente”. Pode ser definido como: “a

condição (situação) que caracteriza o fenômeno a ser avaliado e torna válida a

comparação” (Pepe et al., 2003:18). Esta comparação torna-se possível de ser realizada

através de pequenos ajustes entre os padrões utilizados para estas comparações.

Transportando-se a questão do referente para a da discussão em torno do

Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária, temos que este sistema

possui alguns objetivos principais, metas a serem alcançadas objetivando um sistema de

distribuição racional, em termos de custos com gastos em medicamento, e de maior

segurança para os pacientes, evitando e diminuindo ao máximo os chamados erros de

medicação.

Alguns autores só consideram existir o SDMDU quando todas as formas

farmacêuticas são fracionadas8 (SDMDU pleno). Outros consideram que, se ao menos

8 Em sua dissertação de Mestrado, Camuzi (2002:7) faz uma exposição a respeito da questão do conceito de quem pratica ou não o SDMDU, chegando a falar na existência de um SDMDU parcial e de um SDMDU pleno ou integral (Santell apud Camuzi, 2002:7). Comenta que a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (SBRAFH) apenas considera uma Farmácia Hospitalar como sendo praticante do SDMDU se todas as formas farmacêuticas são

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15

uma forma farmacêutica é fracionada, já se pode falar em SDMDU (SDMDU parcial).

Para serviços distintos, existirão objetivos parciais de aplicação e implantação deste

sistema. Níveis diferentes de implantação e implementação do mesmo é que deverão ser

levados em conta na hora de uma avaliação. Uma Farmácia Hospitalar que “unitarize”

apenas os sólidos orais deverá e terá que ser avaliada ao final, de forma diferenciada

daquela que possui uma estrutura para “unitarização” de todas as formas farmacêuticas

possíveis (sólidos orais, líquidos orais, injetáveis), mesmo porque a complexidade do

serviço e os riscos nele existentes são muito maiores. O fracionamento de

medicamentos injetáveis (estéreis) exige todo um aparato em termos da estrutura física e

do processo de trabalho que é diferenciado em relação a um serviço que apenas fracione

os sólidos orais. Ainda segundo Portela (2000:262), o conceito de referente serve como

“contexto da avaliação e de garantia de coisas diferentes não serem tratadas como

iguais”.

Donabedian (apud Portela, 2000) propõe uma série de atributos ligados à

qualidade do atendimento médico, chamados por ele de “pilares da qualidade”. São eles:

eficácia, efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e eqüidade.

Para fins desta monografia, os conceitos que nos interessam são o da eficácia e o da

efetividade. Tanto a eficácia quanto a efetividade medem os benefícios advindos de uma

determinada intervenção em saúde. A diferença básica seria a de que a eficácia mede ou

propõe fórmulas para mensuração em condições ideais e a efetividade em condições

reais de aplicação desta mesma intervenção ou tecnologia em saúde (Portela, 2000).

Por fim, em termos de Avaliação em Saúde, cabe também abordar a

Acreditação. A Acreditação9 se constitui em um tipo de avaliação externa, baseada na

determinação de padrões e realizada pelo setor privado. O objetivo é o de fornecer um

diferencial positivo aos serviços de saúde que se submetem a este tipo de processo

(Malik & Schiesari, 2002).

Segundo Silva (2003:97), a Organização Nacional de Acreditação (ONA)

ressalta a existência do Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose

Individualizada (SDMDI) ou do SDMDU como critérios para a “avaliação da qualidade

da instituição, classificando como padrão nível 210”.

fracionadas. Mas lembra que a própria Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) considera praticante do SDMDU a instituição que fracione apenas algumas formas farmacêuticas. 9 A Acreditação trabalha levando-se em conta a existência de padrões. Segundo Malik & Schiesari (2002:36) “o processo avaliatório se dá a partir de padrões previamente estabelecidos, isto é, compara-se o que é encontrado nos serviços com o padrão considerado referência”. Estes padrões são estabelecidos atualmente pela Joint Comission on Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO). 10 No sistema de acreditação da ONA, os Hospitais podem ser classificados nos Níveis 1, 2 ou 3. O Nível 2 corresponde à “Evidências de adoção do planejamento na organização da assistência hospitalar, referentes à

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16

É importante ainda destacar que todos os resultados obtidos a partir da

monitoração e de sua análise (avaliação) deveriam de fato ser utilizados em prol da

melhoria dos serviços. É o papel positivo e fundamental da VISA aplicada aos serviços

de saúde. É importante também mudar o conceito que se faz dos agentes fiscalizadores e

do poder público. O objetivo é oferecer segurança e proteção à sociedade, sendo esta

uma função social e inegavelmente de responsabilidade do Estado.

3.3 Os Sistemas de Distribuição de Medicamentos e o SDMDU em foco

A distribuição de medicamentos em um hospital pela Farmácia Hospitalar pode

ser dividida em interna, a distribuição propriamente dita, e externa, aquela realizada

para os pacientes ambulatoriais. Esta última é designada dispensação.

A dispensação aos pacientes ambulatoriais é entendida como uma atividade de

caráter técnico-científico (Lima et al., 2000), pois não se trata apenas do ato mecânico

da entrega do medicamento ao paciente, e sim, da valoração deste ato através da

participação ativa do farmacêutico, onde será informado ao paciente todo o necessário

para a correta utilização do medicamento prescrito e o conseqüente alcance dos

objetivos desta terapia.

Já a distribuição de medicamentos realizada aos pacientes internos, constitui-se

numa das mais importantes etapas que irá caracterizar a Farmácia Hospitalar como um

importante setor de apoio logístico daquela unidade de saúde. Sem o suporte da

farmacoterapia o paciente não poderá alcançar plenamente, na maioria das vezes, o

restabelecimento por completo de sua saúde, ou seja, os objetivos de toda terapia

medicamentosa, quais sejam: a cura da enfermidade, redução ou eliminação de

sintomas, interrupção da progressão de uma enfermidade ou a prevenção da doença ou

de seus sintomas (Hepler & Strand, 1990).

É sabido que os gastos com medicamentos estão entre os maiores custos para o

adequado funcionamento de um hospital e para a prestação de uma assistência à saúde

com qualidade aos usuários deste serviço. Segundo Ryan (apud Wilken & Bermudez,

1999), estes gastos, em relação aos custos totais do hospital, representariam um valor

em torno de 5% a 20% com crescimento médio de 25% ao ano.

Portanto, torna-se de extrema importância a existência de sistemas de

distribuição de medicamentos que racionalizem este processo. Os objetivos seriam,

documentação, corpo funcional (força de trabalho), treinamento, controle, estatísticas básicas para a tomada de decisão clínica e gerencial e práticas de auditoria interna.” P. 16

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17

além da redução de custos com este insumo dentro do ambiente hospitalar, também uma

participação ativa do farmacêutico como gestor deste processo, além do aumento da

segurança do sistema no tocante à diminuição dos erros de medicação. O Farmacêutico

irá atuar também como dispensador de informações sobre o uso seguro e racional dos

medicamentos, diminuindo assim os erros relacionados ao uso destes e os conseqüentes

agravos decorrentes, que podem incluir lesões e mesmo a morte. Ainda, os erros de

medicação constituem também um fator de aumento de custos, uma vez que geram,

muitas vezes, aumento do tempo de internação ou necessidade de tratamento dos

agravos. Podemos verificar a existência de trabalhos publicados que relatam a

prevenção destes erros quando ocorre a participação ativa do Farmacêutico no processo

(Lustig, 2000; Silva, 2003, Napal et al., 2002).

Os erros de medicação podem, segundo o National Coordinating Council for

Medication Error Reporting and Prevention (apud FIP, 1999), ser definidos como

“qualquer fato previsível que possa causar ou conduzir ao uso inapropriado do

medicamento em um determinado paciente”.

Os erros de medicação podem ser classificados da seguinte forma (Ribeiro,

Draft, Cassiani apud Silva, 2003:10; NCCMERP apud FIP, 1999:2,3,4):

• “Erros de omissão: qualquer dose não administrada até o próximo horário de medicação;

• Erros na administração de um medicamento não autorizado: administração de um medicamento não prescrito pelo médico;

• Erros em dose extra: administração de uma ou mais doses do medicamento prescrito;

• Erros referentes à via: administração do medicamento pela via errada; • Erros com a dosagem: administração do medicamento com dosagem

diferente daquela prescrita pelo médico; • Erros devido ao preparo incorreto do medicamento; • Erros devido à utilização de técnicas incorretas na administração:

procedimentos incorretos, técnicas impróprias, inadequadas assepsia e lavagem das mãos;

• Erros por administração de medicamentos deteriorados;”

Ainda como outros erros de medicação, temos os erros durante a elaboração da

prescrição (utilização de abreviações, siglas, sistema de unidades não oficiais); erros

durante a preparação do medicamento (manipulação, rotulagem, etiquetagem, envase);

erros durante a dispensação/distribuição do medicamento e os erros decorrentes da

administração do medicamento.

Desta forma, a idéia predominante é a de que se alcancem sistemas de

distribuição de medicamentos cada vez mais seguros para o paciente.

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18

Os sistemas de distribuição dispõem sobre o trajeto do medicamento até o

paciente e sobre a forma como os mesmos são separados, organizados e dispostos para a

administração a estes pacientes. Segundo Wilken & Bermudez (1999), o método de

distribuição de medicamentos pela farmácia é um dos mais importantes pontos dentre as

atividades realizadas pela mesma. Dependendo do método de distribuição utilizado,

podemos antecipar com alguma margem de segurança o funcionamento adequado ou

não da farmácia e se o paciente está recebendo os seus medicamentos dentro de critérios

que possam assegurar a sua qualidade e segurança.

Segundo o Guia Básico para Farmácia Hospitalar (Brasil/MS, 1994), a moderna

Farmácia Hospitalar, com seu objetivo de promover o uso racional de medicamentos,

tem entre os seus pilares básicos de sustentação o estabelecimento de um sistema

racional de distribuição de medicamentos.

Segundo o dicionário Aurélio (1988), um sistema pode ser definido como “a

disposição das partes ou dos elementos de um todo coordenados entre si, e que

funcionam como estrutura organizada”. Pode-se inferir daí que os sistemas de

distribuição devem consistir de etapas e elementos que possibilitem a integração entre a

Farmácia Hospitalar, a Administração do Hospital, os demais setores assistenciais

envolvidos e seus recursos humanos (médicos, enfermeiros), de modo a alcançar o

objetivo de racionalidade e segurança no uso dos medicamentos, identificado como

característica desejável para um sistema de distribuição de medicamentos.

A evolução nos conceitos dos sistemas de distribuição até o alcance de fato de

sistemas que possibilitem maior segurança, efetividade e diminuição de custos, tem sido

uma constante desde o processo iniciado com o advento da Farmácia Clínica nos

Estados Unidos, por volta da década de 50 do século passado. Após o boom da

industrialização de medicamentos e a conseqüente crise da profissão farmacêutica, este

profissional viu a transição de sua importância como boticário para a de mero

“dispensador” de medicamentos e “almoxarife” dentro da Farmácia Hospitalar. Camuzi

(2002), também descreve esta situação e nos diz que nesta época o sistema de

distribuição de medicamentos em voga era o coletivo, onde o farmacêutico não possuía

nenhum tipo de participação, a não ser a de separar os medicamentos solicitados pelos

enfermeiros a partir da transcrição da prescrição médica.

Segundo o “Guia Básico para a Farmácia Hospitalar”, as principais desvantagens

do método coletivo seriam:

• “Aumento potencial dos erros de medicação; • Perdas econômicas devidas à falta de controle;

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19

• Aumento do estoque de medicamentos na Farmácia Hospitalar e Unidades Assistenciais;

• Incremento das atividades do pessoal de Enfermagem; • Facilidade de acesso aos medicamentos por qualquer pessoa; • Difícil integração do Farmacêutico à equipe de saúde (Brasil/MS,

1994:50).” Pontua-se como vantagens para este método a baixa necessidade de recursos

para a infra-estrutura da Farmácia. Mas é considerado um dos métodos de distribuição

de medicamentos mais obsoleto, embora, segundo Osório- de- Castro & Castilho (2004)

ainda seja utilizado por mais de 50% das Farmácias Hospitalares brasileiras. Este

sistema denota também falta de planejamento e gerenciamento não apenas por parte da

farmácia, mas de todo o hospital. Os gastos com medicamentos são extremamente altos

e também não há a preocupação em se estipular uma padronização mínima de

medicamentos a serem utilizados na instituição hospitalar. Tal sistema faz com que

existam medicamentos “espalhados” por quase todos os setores do hospital e

infelizmente é o mais usado nos hospitais brasileiros.

Um outro sistema que surge para fazer o contraponto entre o coletivo e o por

dose unitária é o individualizado (SDMDI). Como já foi visto nesta monografia, o

mesmo pode ser divido em SDMDI direto e indireto. Neste sistema os medicamentos

são separados por paciente e para 24 horas (na maioria das vezes), sendo dispensados

em suas embalagens originais. Como as embalagens estão identificadas com nome do

paciente, leito e demais dados necessários, diminui-se de forma considerável a

possibilidade de erros de medicação no tocante à administração equivocada de

medicamentos. Segundo Berman (apud Camuzi, 2002), este sistema iniciou-se por volta

do fim da década de 50. O “Guia Básico para a Farmácia Hospitalar” pontua como

principais vantagens para este método as seguintes:

• “Diminuição do estoque nas unidades assistenciais; • Redução potencial de erros de medicação; • Facilidade para devoluções à Farmácia; • Reduz o tempo do pessoal de Enfermagem quanto às atividades

com medicamentos; • Redução de custos com medicamentos; • Controle mais efetivo sobre medicamentos; • Aumento da integração do Farmacêutico com a Equipe de Saúde

(Brasil/MS, 1994:51).”

No Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária, a solicitação de

medicamentos é feita a partir da cópia da prescrição (ou por algum tipo de sistema

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20

informatizado), por paciente e para 24 horas11. A medicação é preparada em dose e

concentração determinadas na prescrição médica, sendo administrada ao paciente

diretamente de sua embalagem “unitarizada”, ou seja, “dose prescrita como dose de

tratamento a um paciente em particular, cujo envase deve permitir administrar o

medicamento diretamente ao paciente” (D’Alessio & Aguilar, 1997:1).

Segundo o mesmo “Guia Básico para a Farmácia Hospitalar” as vantagens para

o SDMDU são:

• “Redução do estoque nas unidades assistenciais ao mínimo necessário;

• Diminuição drástica de erros de medicação; • Otimização das devoluções à Farmácia; • Redução do tempo de pessoal de Enfermagem dedicado às

atividades com medicamentos; • Promoção do acompanhamento de pacientes; • Controle mais efetivo sobre medicamentos; • Integração do Farmacêutico à equipe de saúde; • Oferta de medicamentos em doses organizadas e higiênicas; • Aumento de segurança para o médico; • Otimização da qualidade assistencial (Brasil/MS, 1994:56).”.

A diminuição em termos de gastos com medicamentos e a diminuição drástica

dos erros de medicação estão entre as vantagens mais ressaltadas. Mas é preciso levar

em conta que os custos de investimento necessários para se montar uma estrutura

adequada na Farmácia Hospitalar de modo a permitir que o sistema alcance todos os

seus objetivos é de certa forma um fator a ser considerado. O Farmacêutico também

precisa estar à frente do processo, tomando parte com atitudes pró-ativas e de caráter

gerencial e técnico bastante marcantes. Além de todo o conhecimento técnico necessário

a fim de realizar o que se chama de acompanhamento farmacoterapêutico, já que o

próprio sistema (como será visto mais adiante) propicia e estimula a intervenção prévia

do Farmacêutico como forma de se garantir e aumentar a segurança no que diz respeito

ao uso dos medicamentos.

Mas é preciso levar em conta que dentro de um hospital e principalmente na

farmácia hospitalar, existe uma série de outros fluxos de processos que irão competir

pelo tempo disponível da equipe de Farmacêuticos: seleção e aquisição de

medicamentos, manipulação de antineoplásicos ou parenteral, escrituração e registro de

medicamentos sujeitos a controle especial, participação em comissões (CCIH, Farmácia

e Terapêutica, Padronização de Medicamentos), controle do estoque em serviços não

informatizados, dentre outras. Atualmente, ainda é grande a quantidade de tempo gasto

11 Na teoria, para que o SDMDU alcance um dos seus objetivos principais, que é a diminuição dos erros de medicação, a idéia é a de que a medicação seja preparada tão logo seja prescrita. Tendências atuais mostram a diminuição deste prazo de 24 horas para a preparação da medicação (ASHP, 2002; Napal et al., 2002).

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21

com serviços e atividades de cunho administrativo. Esta situação pode, muitas vezes, vir

a inviabilizar a realização de atividades de atenção farmacêutica, essenciais ao

desenvolvimento e implantação de sistemas de distribuição de medicamentos onde as

etapas para uma maior segurança do sistema sejam requeridas (avaliação e validação da

prescrição, acompanhamento farmacoterapêutico, etapas de revisão e conferência das

prescrições e do processo como um todo).

Segundo Sansalvador & Andrés (2001), a existência de sistemas automatizados

de distribuição de medicamentos, aliados a recursos de informática (que se adaptam de

maneira adequada ao modelo proposto pelo SDMDU), seriam extremamente favoráveis

para que o tempo disponível ao Farmacêutico para a realização de atividades de

validação, acompanhamento ao paciente, dentre outras estabelecidas de modo a se

alcançarem resultados seguros em relação à farmacoterapia fosse aumentado.

A existência de programas informatizados para a prescrição, podem também

diminuir consideravelmente os erros relacionados a esta etapa do sistema. Na medida

em que estes softwares possuam mecanismos de maneira a conter a entrada de dados

não compatíveis, como por exemplo: siglas, entradas com nome comercial do

medicamento, falta da via de administração, dentre outros dados importantes.

De acordo com o manual publicado pela Sociedad Española de Farmacia

Hospitalaria (Napal et al., 2002), ao se pensar no SDMDU, além da redução de custos

com medicamentos devido à diminuição de perdas por mau uso, perda de validade e

extravio dos mesmos (desvantagem observada principalmente no sistema coletivo de

distribuição de medicamentos), a palavra chave para a utilização deste sistema seria a

segurança deste modelo de distribuição para o usuário de medicamentos, principalmente

no tocante à diminuição dos erros de medicação. Segundo os autores, é de mais valia

iniciar por refletir sobre os princípios, do que sobre os procedimentos propriamente

ditos. Ainda segundo o manual publicado pela SEFH, estes princípios têm sido

abordados nos boletins da American Society of Health-System Pharmacists (ASHP) em

1980 e 1989 e poderiam ser resumidos em (apud Napal et al., 2002:390, 392):

a) Identificação dos medicamentos do início ao fim do processo, como etapa

importante para garantir a segurança do mesmo e diminuição dos erros de

medicação devido à administração de medicamentos trocados de um paciente para o

outro;

b) A responsabilidade pela identificação e rotulagem dos medicamentos em dose

unitária é do serviço de Farmácia, o que deverá ser feito sob supervisão do

Farmacêutico;

Page 32: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

22

c) Idealmente, a dispensação do medicamento deveria ser realizada para somente um

horário. Devido aos horários e circuitos de visita dos médicos aos pacientes, isto é

geralmente realizado para 24 horas, mas sempre se tendo em conta que isto ainda

pode originar erros;

d) O Farmacêutico deve receber o original da prescrição ou no máximo uma cópia;

e) Os medicamentos não devem ser dispensados até que o Farmacêutico tenha validado

a prescrição, sendo, por isto, conhecido como um sistema de distribuição com

intervenção prévia do Farmacêutico, cujo objetivo é aumentar ainda mais a

qualidade e segurança do processo;

f) Tanto o pessoal da Enfermagem quanto o da Farmácia deverão receber diretamente

a prescrição, onde o Enfermeiro realizará o plano de aprazamento da medicação e a

Farmácia, a dispensação. O Enfermeiro irá ainda conferir mais uma vez a medicação

antes da administração ao paciente, como mais uma etapa a fim de garantir a

qualidade e segurança do processo.

Ainda como outros objetivos adicionais do sistema, teríamos (Napal et al., 2002):

• racionalização da distribuição de medicamentos;

• garantia do cumprimento da prescrição médica;

• garantia da correta administração de medicamentos ao paciente;

• aumento da participação e integração do Farmacêutico na equipe de saúde.

Os demais aspectos do SDMDU serão minuciosamente detalhados no decorrer desta

monografia, a começar com a elaboração do fluxograma teórico do processo e a

descrição das etapas deste mesmo processo.

Para fins de avaliação por parte da VISA é importante salientar que as observações

serão dirigidas principalmente ao fato deste sistema estar sendo capaz ou não de

cumprir com seus requisitos de segurança em relação ao uso dos medicamentos para o

paciente. Esta será a questão chave a ser abordada durante todo este trabalho, que

culminará com a elaboração de um esboço de lista de verificação que possa vir a

possibilitar reflexões sobre a avaliação do SDMDU.

Page 33: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

23

4 Metodologia

Realizada proposição de modelo de lista de verificação das etapas do processo

do SDMDU para avaliação de serviço de distribuição de medicamentos por dose

unitária a pacientes internados.

Uma revisão bibliográfica ofereceu os subsídios para a construção de um

fluxograma teórico, com a finalidade de expressar as etapas do processo de distribuição

de medicamentos por dose unitária. Conforme Malik & Schiesari (2002), um

fluxograma é a representação gráfica de todos os passos de um processo.

A revisão bibliográfica incluiu fontes terciárias de referência na área, manuais

técnicos publicados pela Sociedad Española de Farmacia Hospitalaria e o da American

Society of Health-System Pharmacists (Lima et al., 2000; Maia Neto, 1997; ASHP,

2002; Napal et al., 2002, 2002; Aguilar & D’Alessio, 1997), assim como artigos de

revisão.

Com base neste fluxograma teórico, a reflexão acadêmica permitiu identificar os

princípios, objetivos e os pontos críticos do SDMDU.

Os pontos críticos podem ser entendidos como as causas mais importantes para a

resolução de um determinado problema e também como aqueles que irão influir de

maneira crítica e determinante sobre todo o processo.

Ainda como forma de auxiliar posteriormente a elaboração do modelo de lista de

verificação para a monitoração e avaliação do SDMDU, foi elaborado um quadro

teórico com as etapas do fluxo, onde serão expostos os objetivos e metas do sistema

(Quadro 2).

Procurou-se refletir sobre os possíveis obstáculos ao alcance de cada um dos

objetivos listados. Tal fato (o não alcance dos seus objetivos) pode se constituir em um

problema, pois implica em riscos para o usuário. Como já mencionadas, estas causas

mais importantes para a compreensão de um determinado problema serão chamadas de

pontos críticos.

Tais pontos críticos poderão também expressar a possibilidade de desvios de

qualidade do sistema, principalmente em relação à eficácia ou ao alcance dos objetivos

do SDMDU.

Na lista de verificação das etapas do processo do SDMDU procurou-se contemplar

todos os pontos críticos considerados mensuráveis, de forma a se constituir em

instrumento de monitoração e avaliação do SDMDU.

Page 34: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

24

Segundo Malik & Schiesari (2002), uma lista de verificação constitui um formulário

especialmente preparado para que os dados sejam coletados de forma simples, sendo

também utilizado para a detecção de erros e suas causas, permitindo posterior tabulação

destes mesmos dados.

As questões a serem abordadas nesta lista de verificação para o SDMDU foram

elaboradas utilizando-se o seguinte raciocínio: sendo os princípios e metas deste sistema

entendidos como o seu referencial, o não alcance destes objetivos poderia ser entendido

como um problema, ao constituírem-se como obstáculo para que o SDMDU não atinja o

que se propõe a ser, um sistema de distribuição de medicamentos seguro e racional. Às

causas para a não consecução destes objetivos, chamamos “pontos críticos”. A partir de

cada ponto crítico será elaborada uma questão ou questões, e para cada uma delas será

proposta uma estratégia para avaliá-la. Estas questões formarão ao final, a lista de

verificação a ser utilizada.

Page 35: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

25

5 Resultados e Discussões

5.1 Fluxograma Teórico do SDMDU e Descrição das Etapas do Fluxo

Quando se fala na questão da monitoração, é importante relembrar a importância

da existência de um plano, um direcionamento, de modo que o objeto a ser

acompanhado seja conhecido em termos do alcance de suas metas, dos seus objetivos e

dos seus princípios.

Para a construção do fluxograma proposto neste trabalho havia uma expectativa

inicial de que pudéssemos de fato realizar uma visita para observação em um serviço de

Farmácia que praticasse o SDMDU. No caso, o hospital contato, e que havia

concordado em permitir a visita, pratica o SDMDU parcial com unitarização

(fracionamento) de sólidos orais. Pretendia-se que este procedimento nos

proporcionasse uma melhor aproximação do contraste entre os postulados teórico e a

realidade possível em um hospital público brasileiro. O tempo exíguo não permitiu a

concretização desta etapa deste plano, de forma que o fluxograma que aqui é proposto

foi baseado apenas nos postulados teóricos.

O fluxograma aqui proposto apresenta de forma sintética as etapas do processo

do Sistema de Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária (SDMDU), da

prescrição, passando pela preparação do medicamento e distribuição pela farmácia, até a

sua administração ao paciente. É importante observar que dentro dos sistemas de

distribuição, podemos também chamar de processos (como processos dentro de

subsistemas que compõem o sistema maior) as etapas de prescrição,

preparação/distribuição e administração do medicamento e que os mesmos podem ser

descritos ainda por uma série de outras etapas, a partir das quais serão elaborados os

seus respectivos fluxogramas. Silva (2003), em seu estudo sobre os sistemas de

medicação em um hospital universitário no estado de Goiás, chegou à elaboração de 14

fluxogramas que procuravam contemplar as diversas etapas envolvidas nos processos de

prescrição, preparação/distribuição e administração do medicamento.

Como já dito anteriormente (página: 19) no capítulo sobre os sistemas de

distribuição de medicamentos e citado no manual publicado pela Sociedad Española de

Farmacia Hospitalaria (Napal et al., 2002), quando se fala no SDMDU é de mais valia

iniciar por refletir acerca dos seus “princípios” do que nos procedimentos propriamente

ditos. Pode-se até dizer que é um sistema de distribuição de medicamentos, que, além de

envolver uma “filosofia” farmacêutica de trabalho, envolve também a participação de

Page 36: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

26

toda a equipe de saúde. Esta filosofia ou paradigma implica no comprometimento da

equipe de farmácia na qualidade do cuidado e com os resultados em saúde, tanto

clínicos quanto gerenciais. Se os princípios são de fato importantes no aspecto

filosófico, não se deve prescindir deles na elaboração das etapas do fluxo e na

discriminação a mais próxima possível da realidade, das etapas que irão aumentar a

segurança do processo diminuindo os erros de medicação. Além do mais, é preciso levar

em conta a caracterização do SDMDU como um sistema onde o farmacêutico atua

previamente avaliando e validando a prescrição médica.

Segundo Malik & Schiesari (2002), dentro de um fluxograma, um processo

(ação), representado por um retângulo, usualmente apresenta uma só “saída” ou direção

de fluxo, enquanto a decisão, representada por um “losango”, pode apresentar duas

“saídas” ou direções de fluxo. Ou seja, uma etapa de decisão, por envolver uma

avaliação, um julgamento, pode originar o retorno a uma etapa anterior.

Após a elaboração do fluxograma teórico do processo do SDMDU, segue a

descrição de cada uma das etapas deste fluxograma (Quadro 1). Pretende-se, desta

forma, facilitar ainda mais a compreensão de maneira geral, sobre os objetivos de cada

etapa deste sistema de distribuição de medicamentos, assim como, posteriormente, dos

pontos críticos envolvidos.

5.2 Etapas do Fluxo, Objetivos/Metas do Sistema e Pontos críticos

Como segundo objetivo deste trabalho, tem-se a elaboração do Quadro 2, onde

estão explicitadas as etapas do SDMDU e listados de maneira geral, alguns objetivos

principais para estas etapas, além dos seus respectivos pontos críticos.

Este quadro inicia-se com a listagem de algumas metas possíveis para cada

etapa, em uma espécie de “brainstorming” ou tempestade de idéias. A mesma técnica

foi utilizada, ainda que sem a intenção de estar seguindo uma metodologia específica,

para a listagem dos pontos críticos. A revisão da literatura técnico-científica, a

experiência profissional da autora como Farmacêutica Fiscal do CRF-RJ e a

possibilidade de ter passado um dia observando o trabalho na Farmácia de uma

instituição (não oficialmente) onde é praticado o SDMDU parcial com o fracionamento

de sólidos orais, também auxiliaram nesta tarefa.

Estes pontos críticos são uma lista de causas, que não pretende ser exaustiva, e

que podem explicar alguns problemas a serem apresentados pelo sistema de modo a

fazer com que o mesmo não atinja os objetivos propostos.

Page 37: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

27

Page 38: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

28

FLUXOGRAMA TEÓRICO DO SDMDU

Farmacêutico avalia a prescrição e elabora o Perfil Farmacoterapêutico. Há PRM?

Elaboração da prescrição do paciente pelo Médico.

Enfermeiro elabora o Plano de aprazamento da prescrição.

Prescrição é enviada até a Farmácia.

NÃO

SIM

Farmacêutico verifica se existem fluxos específicos de distribuição de medicamentos (antimicrobianos, sujeitos a controle especial).

Atendem às normas específicas para liberação?

Cálculo das quantidades e verificação do estoque.

SIM

NÃO

Separação das doses unitárias já prontas. Há necessidade de preparação de doses unitárias no momento?

SIM Prepara dose unitária.

Revisão e conferência pelo Farmacêutico (rotulagem, integridade da embalagem, características visuais). Existem inadequações?

Transporte das doses unitárias aos Postos de Enfermagem e posterior recolhimento dos medicamentos não utilizados.

Conferência da prescrição pelo Enfermeiro. Existem inadequações?

Administração da dose unitária ao paciente pela equipe de Enfermagem.

NÃO

NÃO

NÃO

SIM

SIM Descarte.

Correção caso seja possível.

Page 39: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

29

Quadro 1. Etapas do fluxo de processo do SDMDU

A- Prescrição. Etapa realizada pelo médico. Segundo Lima et al. (2000), o formulário

de prescrição (manual ou informatizado) deverá conter dados que possibilitem a

elaboração do perfil farmacoterapêutico do paciente (idade, peso, diagnóstico, data

de admissão, número do leito e nome da unidade assistencial) que é um dos

objetivos do sistema.Em hospitais onde existe implantado o prontuário eletrônico do

paciente e a prescrição é feita através de um sistema informatizado, algumas das

etapas de avaliação da prescrição em relação aos erros destas realizado pelo

Farmacêutico, poderiam ser verificadas pelo próprio programa, formulado de modo

a contingenciar falhas humanas durante a elaboração da prescrição (ilegibilidade,

entrada de dados equivocados, utilização de siglas ou abreviaturas, dentre outros).

Segundo Silva (2003:62), 75% dos erros de medicação em relação às falhas de

prescrição deveram-se (no hospital observado), a problemas relacionados ao

ambiente (interrupções para conversas e telefone, distrações e conversas, ambiente

pequeno para muitas pessoas, abafado, sem ventilação, organização do fluxo de

trabalho). O perfil farmacoterapêutico é elaborado ao se iniciar a chamada história

medicamentosa do paciente. São dados coletados através do formulário de

prescrição ou através de entrevista feita pelo farmacêutico com o paciente,

utilizando-se metodologias onde se privilegiam questionários semi-estruturados

contendo perguntas abertas e fechadas. Os dados em relação à história

medicamentosa do paciente permitirão ao Farmacêutico verificar se as condições

relacionadas ao uso do medicamento encontram-se satisfeitas: indicação clínica para

o uso do medicamento, segurança, efetividade e adesão, além do conhecimento do

tratamento por parte do paciente ou do seu cuidador. Caso algumas destas condições

não estejam satisfeitas, se diz que existe um problema relacionado a medicamento

(PRM) (Cipolle et al., 2004). A prescrição deverá também estar legível, além de

utilizar nomenclatura genérica, não conter abreviações ou siglas, utilizar o sistema

de unidades oficial e caso a unidade de saúde seja do SUS, utilizar,

obrigatoriamente, a denominação comum brasileira.Sabendo-se que o SDMDU

propicia a informatização do processo, entende-se que a “prescrição” poderá ser

feita por este sistema informatizado. Em relação aos dados necessários para a

elaboração do perfil farmacoterapêutico, estes não precisam estar necessariamente

no formulário de prescrição informatizado, porém acessíveis ao farmacêutico dentro

deste sistema;

B- Plano de Aprazamento da Prescrição. Constitui-se em uma etapa do plano de

Page 40: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

30

cuidados elaborado pelo enfermeiro, onde serão determinados os horários de

tomada do medicamento, geralmente seguindo uma padronização adotada no

hospital;

C- Envio da Prescrição. A prescrição é levada à farmácia para a preparação da

medicação (dose unitária) e para as avaliações pertinentes ao processo pelo

farmacêutico. O envio pode se dar através de fax, fotocópia, cópia carbonada ou por

meio eletrônico. Quando o envio da prescrição ocorre por meio físico é, usualmente,

realizado por um auxiliar de farmácia, auxiliar de enfermagem ou administrativo.

No Brasil, o Conselho Federal de Farmácia não reconhece o registro de

profissionais de nível médio em Farmácia. Em sua dissertação de mestrado, Camuzi

(2002) já falava a respeito destes profissionais de nível médio que não possuem suas

atividades regulamentadas ou reconhecidas em nosso país;

D- Avaliação/Validação da Prescrição. Etapa de avaliação da prescrição pelo

farmacêutico em relação às possíveis interações medicamentosas, à verificação da

dosagem do medicamento dentro da margem terapêutica estabelecida, ao emprego

do sistema de unidades oficial e à existência de duplicidade de doses e de classes

farmacológicas. Nesta etapa, realiza-se também a elaboração do perfil

farmacoterapêutico, onde será avaliada a medicação que está sendo utilizada pelo

paciente, nele incluída a detecção de possível relação do uso do medicamento e

reações adversas, além do acompanhamento do tratamento medicamentoso do

paciente visando o alcance dos objetivos da farmacoterapia. Esta é uma etapa de

grande importância dentro do SDMDU, pois se trata de um dos principais objetivos

do sistema em termos de racionalidade no uso dos medicamentos, qualidade do

processo e diminuição de erros de medicação e problemas relacionados a

medicamentos (PRM). Os problemas relacionados aos medicamentos podem ser

entendidos como qualquer evento experimentado pelo paciente e que envolva, ou

suspeite envolver a terapia medicamentosa, vindo a interferir com o alcance dos

objetivos esperados para esta terapia segundo Cipollle et al. (2004). Ainda segundo

o manual publicado pela SEFH (Napal et al., 2002), a intervenção do Farmacêutico

dentro desta etapa de avaliação pode ainda se dar em relação às substituições de

medicamentos, seja pelo medicamento genérico correspondente ou ainda a chamada

substituição terapêutica, a qual permitirá a troca de um medicamento por outro com

distinto princípio ativo mas que possua as mesmas indicações clínicas. Nesta etapa,

caso seja detectado algum PRM, o Farmacêutico entrará em contato com o médico

(prescritor) para adequação da prescrição. Existem algumas considerações

Page 41: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

31

filosóficas a respeito da diferença entre erros de medicação e problemas

relacionados a medicamentos. Os problemas relacionados aos medicamentos

estariam mais ligados a não satisfação de algum dos quatro itens já mencionados:

indicação clínica para o tratamento, efetividade, segurança e adesão. E seriam

também entendidos como falhas no tratamento farmacoterapêutico por conta do não

atendimento a alguma destas condições. Os erros de medicação seriam entendidos

como todo e qualquer evento adverso que possa causar danos ao paciente e esteja

ligado à terapia medicamentosa. Desde erros grosseiros na prescrição (erros de

escala ou unidades) até erros de administração do medicamento ou troca deste;

E- Verificação de Fluxos Específicos de Distribuição de Medicamentos. Alguns

medicamentos possuem fluxos de distribuição específicos por ser necessário o

atendimento a algumas regras pré-determinadas para a sua liberação. Estão entre

eles os antimicrobianos, cujo problema crescente da resistência bacteriana faz com

se exija um grande rigor em relação ao uso dos mesmos, evitando a utilização

irracional destes medicamentos. Outros tipos de medicamentos inclusos nestes

fluxos específicos de distribuição são os medicamentos sujeitos a controle especial.

Para a sua liberação é necessário o atendimento a algumas normas sanitárias em

vigor (SVS/MS, 1998). Em outros casos o hospital pode implementar protocolos

definidos em função de necessidades específicas;

F- Cálculo das Quantidades e Verificação do Estoque. Nesta etapa são realizados os

cálculos das quantidades dos medicamentos e a verificação da existência dos

mesmos, no estoque. Esta etapa é realizada geralmente por auxiliares de farmácia,

mas pode também ser feita pelo farmacêutico.

G- Separação/Preparação das Doses Unitárias. Os medicamentos “unitarizados”, ou

seja, dispostos em quantidade, dosagem e concentração pré-determinados na

prescrição e embalados e já apropriados para a administração do conteúdo ao

paciente, em geral já se encontram fracionados, sendo apenas separados para 24

horas por paciente e encaminhados ao setor de enfermagem. Quando não, este

processo de preparação poderá ser feito concomitantemente ao de separação das

formas farmacêuticas já fracionadas. É importante lembrar que em algumas

farmácias hospitalares, o fracionamento das formas farmacêuticas de maior

rotatividade é feito pelo setor de manipulação galênica (farmacotécnica), sendo

então estocados até a sua utilização. Nos dois casos é fundamental que exista um

local adequado para a preparação ou apenas a separação das doses. Esta etapa do

processo é fundamental para racionalização dos custos com os medicamentos,

Page 42: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

32

gerando impacto positivo também em relação à segurança e qualidade do sistema

devido à precisão das doses unitarizadas. Estes fatores, em conjunto, evitam

desperdício de doses e perda dos medicamentos por extravio ou expiração do prazo

de validade, já que o medicamento encaminhado ao setor de enfermagem para

posterior administração ao paciente já se encontra embalado na quantidade,

dosagem e concentração pré-determinada pela prescrição médica, restando apenas a

etapa de administração do medicamento ao paciente. Pode ser entendido como uma

etapa crítica do processo, pois o fracionamento e a reembalagem do medicamento,

sendo este retirado de sua embalagem primária original, requerem procedimentos

que permitam preservar as características de integridade, estabilidade e assepsia

deste mesmo medicamento;

H- Conferência e Revisão das Prescrições e Doses Unitárias. Os medicamentos já

unitarizados são conferidos pelo farmacêutico ou pelo auxiliar de farmácia em

relação à prescrição e às condições visuais com as quais se apresentam. Esta é uma

etapa bastante importante, pois é mais uma que visa garantir a qualidade do

processo, bem como a diminuição dos erros de medicação, principalmente os de

dispensação. Segundo Silva (2003:67), cerca de 19,4% dos erros de medicação

relacionados a etapa de distribuição, estiveram relacionados (no hospital observado)

a falhas durante o processo de revisão e conferência das prescrições. Caso existam

inadequações, as doses unitárias poderão ser recuperadas. Caso não, serão

descartadas. Caso haja possibilidade de correção (ex.: falta de dados no rótulo), a

mesma será procedida e o medicamento será então reencaminhado para o transporte

até os postos de enfermagem onde serão administrados ao paciente;

I- Transporte/Entrega das Medicações e Recolhimento dos Medicamentos não

Utilizados. Os medicamentos em dose unitária são encaminhados ao setor de

enfermagem. Neste momento, os auxiliares de farmácia realizam o estorno dos

medicamentos não utilizados e que estejam nos postos de enfermagem;

J- Conferência da Prescrição antes da Administração do Medicamento. Os

enfermeiros realizam nova conferência dos medicamentos em relação à prescrição.

Caso existam inadequações, estas podem ser devidas a falhas do processo na

farmácia e então os medicamentos devem retornar à mesma. Podem também ser

devido a erros de prescrição por parte do médico, devendo então retornar a este;

K- Administração do Medicamento. Os medicamentos em dose unitária são

administrados ao paciente. A dose unitária mostra-se vantajosa nesta etapa, pois o

medicamento já vem pronto, não necessitando que a equipe de enfermagem gaste

Page 43: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

33

seu tempo preparando as doses do paciente. Já vêm também identificados e com os

horários de administração determinados em seu rótulo, o que mais uma vez propicia

segurança para o paciente e qualidade do processo, com conseqüente diminuição de

erros de medicação. Porém, nesta etapa é preciso garantir que a equipe de

enfermagem esteja ciente e colaborando com o sistema, de modo que a integridade

das embalagens em doses unitárias seja preservada até o momento da administração

do medicamento ao paciente, sob pena de que o SDMDU não alcance os objetivos a

que se propõe.

Page 44: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

34

Quadro 2. Etapas do fluxo, objetivos/ metas do sistema e pontos críticos. Etapas Objetivos/metas Pontos críticos

A. Prescrição. (Médico) A.I Definição clara e inequívoca do plano terapêutico em conformidade com a legislação, de forma a ensejar a compreensão e o cumprimento da prescrição;

A.II Disponibilidade da prescrição original ou cópia fiel na Farmácia, de forma a evitar erros por transcrição;

A.III Preenchimento de dados que possibilitem elaboração de perfil farmacoterapêutico, de forma a permitir a revisão de uso de medicamentos pela farmácia;

A.IV Permitir informatização do processo, da prescrição à dispensação;

A.1 Preenchimento incompleto dos dados do paciente e do medicamento na prescrição;

A.2 Má qualidade da prescrição: ilegibilidade, uso de siglas e/ou abreviações, utilização de sistemas de unidades não oficial, problemas na identificação do medicamento (não indicação de dose, diluição ou posologia) ou da forma de aplicação;

A.3 Não envolvimento, colaboração e conhecimento da equipe médica em relação aos objetivos do sistema;

A.4 Mudanças na prescrição durante o processo de elaboração das doses unitárias;

A.5 Atrasos na elaboração das prescrições;

A.6 Não elaboração da prescrição.

B. Plano de Aprazamento da Prescrição. (Enfermeiro)

B.I Determinação e indicação dos horários de administração/ tomada dos medicamentos.

B.1 Erros de determinação/ anotação dos horários;

B.2 Atrasos ou perdas.

C. Envio da Prescrição. (Auxiliar de Farmácia, Enfermeiro, Farmacêutico, meio eletrônico)

C.I Encaminhamento da prescrição à Farmácia.

C.1 Atraso no encaminhamento das prescrições;

C.2 Perda das prescrições.

D. Avaliação/ Validação da Prescrição (Farmacêutico).

D.I Elaboração do Perfil Farmacoterapêutico;

D.II Substituição por genéricos ou substituição terapêutica;

D.III Identificação e correção dos erros de prescrição.

D.1 Falta de pessoal Farmacêutico capacitado;

D.2 Quantitativo de Farmacêuticos insuficiente;

D.3 Dificuldade de contactar o Médico para correção da prescrição;

D.4 Falta de acesso às referências bibliográficas e dificuldade de documentação da intervenção (inexistência de formulário próprio ou formulário complexo e difícil de preencher).

E. Verificação de Fluxos Específicos de Distribuição de Medicamentos. (Farmacêutico ou Auxiliar de Farmácia)

E.I Atendimentos às normas sanitárias (medicamentos sujeitos a controle especial) e aos padrões da CCIH (controle do uso de antimicrobianos) ou protocolos específicos do hospital.

E.1Não utilização dos formulários específicos (medicamentos sujeitos a controle especial);

E.2 Não atendimento às regras específicas para o uso racional dos antimicrobianos;

E.3 Formulários complexos e difíceis de preencher.

Page 45: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

35

Etapas Objetivos/metas Pontos críticos

F. Cálculo das Quantidades e Verificação do Estoque. (Auxiliar de Farmácia)

F.I Possibilita um melhor controle de estoque dos medicamentos.

F.1 Falta dos medicamentos em estoque.

G. Separação/ Preparação das Doses Unitárias. (Auxiliar de Farmácia, Farmacêutico)

G.I Racionalização dos gastos com medicamentos;

G.II Segurança e qualidade do processo, através da garantia da rastreabilidade e da completa identificação das doses por paciente e horário de administração antes, durante e após a administração do medicamento;

G.III Diminuição dos erros de medicação;

G.IV Preservação da integridade, estabilidade, e assepsia/ esterilidade dos medicamentos;

G.V Estruturação do processo de administração dos medicamentos ao separá-los por doses.

G.1 Local não adequado às operações de preparação, separação e distribuição das doses unitárias;

G.2 Estrutura organizacional não adequada ao fluxo de trabalho;

G.3 Falta de treinamento e de procedimentos operacionais padrão para o processo;

G.4 Inadequadas rotulagem e identificação dos medicamentos “unitarizados”;

G.5 Embalagens que não garantam a integridade, estabilidade e assepsia do medicamento.

H. Conferência e Revisão da Prescrição e Doses Unitárias. (Farmacêutico/ Auxiliar de Farmácia)

H.I Diminuição dos erros de dispensação.

H.1 Quantitativo insuficiente de auxiliares e/ ou Farmacêuticos;

I. Transporte/ Entrega das Medicações e Recolhimento dos Medicamentos não Utilizados. (Auxiliares de Farmácia ou meio mecânico)

I.I Entrega dos medicamentos unitarizados aos setores de enfermagem para posterior administração ao paciente.

I.1 Atraso na entrega dos medicamentos em dose unitária;

I.2 Meios inadequados de transporte dos medicamentos.

J. Conferência da Prescrição antes da Administração do Medicamento. (Enfermeiro)

J.I Verificação de erros antes da administração do medicamento ao paciente.

J.1 Organização das prescrições de forma que dificulte a conferência.

K. Administração do medicamento.

(Enfermagem)

K.I Diminuição do gasto de tempo da Enfermagem com a preparação dos medicamentos;

K.II Diminuição de erros de medicação, uma vez que as doses estão identificadas e separadas por horário.

K.1 Não conhecimento do SDMDU por parte da Enfermagem;

K.2 Não preservação da integridade das embalagens dos medicamentos em doses unitárias, bem como a identificação dos mesmos;

K.3 Resistência à adequação ao novo sistema pela equipe de Enfermagem;

K.4 Dificuldades de identificação dos medicamentos em nomenclatura genérica com os seus respectivos similares.

Page 46: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

36

5.3 Quadros com as Etapas do Fluxo, Proposição das Questões para a Lista de Verificação, Estratégias para Avaliação e a Lista de Verificação

No Quadro 3 foram dispostas as seguintes informações: pontos críticos, questões

elaboradas, estratégias para avaliação, propostas de indicadores (quantitativo ou

qualitativo) e o método de cálculo no caso dos indicadores quantitativos.

Esta etapa do trabalho foi iniciada com a elaboração de vários indicadores

quantitativos. Porém, tivemos a impressão de que o trabalho de coleta e identificação de

dados que seriam necessários para a construção destes indicadores talvez tornasse o

mesmo um tanto quanto complexo, levando-se em conta a realidade de nossas

instituições hospitalares e lembrando que, dentre os critérios necessários a um indicador

(MSH, 1997), além da clareza (facilidade de entender e calcular) é preciso que as

informações estejam disponíveis para este cálculo.

Na cultura das organizações hospitalares do Brasil, principalmente dentro de uma

Farmácia Hospitalar, não é ainda habitual haver o registro de muitos dados,

informações, existência de procedimentos operacionais padrões (POP) escritos, registros

de treinamento de funcionários, ou seja, uma série de informações que seriam relevantes

para o cálculo de indicadores quantitativos. Foi por este motivo que, ao levarmos em

conta a monitoração para uma avaliação normativa realizada pela VISA, concluiu-se, a

princípio, que seria mais fácil trabalhar com indicadores qualitativos, que podem ser

obtidos através da identificação de respostas do tipo Sim/Não, tendo-se como padrões as

normas sanitárias que por um acaso já existam ou a literatura técnico-científica da área.

Algumas questões elaboradas têm o formato de entrevista e envolvem

profissionais e ambientes que extrapolam o da Farmácia Hospitalar. Seriam bastante

interessantes para um enfoque de diagnóstico do SDMDU, mas talvez não sejam tão

exeqüíveis no dia-a-dia de uma inspeção, onde a evidência objetiva é mais adequada. É

importante também lembrar que as questões da assistência farmacêutica e da

distribuição de medicamentos, sendo a Farmácia Hospitalar um setor de apoio técnico

dentro da instituição de saúde, não estão restritas a ela e aos Farmacêuticos.

Durante uma inspeção, o técnico muitas vezes utiliza-se de questionamentos

concisos e breves aos profissionais envolvidos, para que possa ter maior clareza dos

processos que estão sendo desenvolvidos. Para a proposta final da lista de verificação

das etapas do processo do SDMDU, retiramos todas as questões que surgiram durante a

elaboração dos quadros e que possuíam o formato de entrevista, por julgarmos que não

se adaptavam ao modelo de trabalho em VISA exposto anteriormente.

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37

Também foram retiradas as questões que solicitavam justificativas do profissional,

por acharmos que não se adequavam ao conceito de lista de verificação mencionado

neste trabalho, como sendo o de um formulário especialmente preparado para que os

dados sejam coletados de forma simples, sendo também utilizado para a detecção de

erros e suas causas, permitindo a tabulação posterior destes mesmos dados, segundo

Malik & Schiesari (2002). Mas para todas as questões elaboradas originalmente, a sua

pertinência poderá ser observada e analisada através dos quadros a seguir.

A maioria das estratégias propostas para obtenção de evidências baseia-se na

observação direta do avaliador, que deve ser um técnico com treinamento específico

para esta atividade. A amostragem deve ser, de maneira geral, retrospectiva. Podem ser

também observados grupos de amostras do dia (prescrições, registro dos medicamentos

fracionados).

Os padrões utilizados são baseados na literatura técnico-científica da área.

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38

Quadro 3. Pontos críticos, questões e estratégias de avaliação segundo os aspectos abordados.

A. Prescrição

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

A.1.a’ Os seguintes dados do paciente e do medicamento constam da prescrição ou são de fácil acesso à farmácia?12 • Idade; • Peso; • Diagnóstico; • Número do leito; • Data de admissão; • Nome da unidade assistencial; • Nomenclatura genérica; • Forma farmacêutica; • Via de administração; • Concentração e dose; • Duração do tratamento.; Número total de doses entregues/dia por paciente.

Observação das prescrições do dia por paciente, em relação aos itens abordados.

Quantitativo n. º de prescrições em que todos os itens abordados estejam completos, divididos pelo número total de prescrições avaliadas, multiplicados por 100.

A.1. Preenchimento incompleto dos dados do paciente e do medicamento na prescrição;

A.1.a Existem os dados do paciente e do medicamento na prescrição de modo a possibilitar a elaboração do perfil farmacoterapêutico?

Observação das prescrições do dia por paciente e verificação do cumprimento deste item. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

A.2 Má qualidade da prescrição: ilegibilidade, uso de siglas e/ou abreviações, utilização de sistemas de unidades não oficial, problemas na identificação do medicamento (não indicação de dose, diluição ou posologia) ou da forma de aplicação;

A.2.a As prescrições médicas encontram-se legíveis e em acordo com a legislação sanitária em vigor (ausência de siglas e/ou abreviações, utilização do sistema de unidades oficial)?

Observação das prescrições do dia por paciente, em relação aos itens abordados. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Quantitativo e Qualitativo

n.º de prescrições em que todos os itens abordados sejam respeitados, divididos pelo número total de prescrições avaliadas, multiplicados por 100.

12 Dados do paciente e do medicamento na prescrição baseados em D’Alessio & Aguilar (1997:8), Lima et al. (2000:353) e ASHP (2002:94). Além disto, estes dados disponíveis na prescrição ou sendo de fácil acesso para a Farmácia através de algum sistema informatizado, irão possibilitar a elaboração do perfil farmacoterapêutico do paciente onde poderá ser detectado qualquer tipo de problema relacionado ao medicamento. O problema relacionado ao medicamento (PRM) pode ser entendido como uma falha da farmacoterapia que faz com que não se alcancem os resultados esperados do tratamento medicamentoso (ASHP, 2002: 95; Cipolle et al., 2004)

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

A.3. Não envolvimento, colaboração e conhecimento da equipe médica em relação aos objetivos do sistema;

A.3.a. Qual a opinião dos médicos em relação ao SDMDU? • É de fato um sistema que propicia maior segurança e diminuição dos erros de

medicação; • Depende da cooperação da equipe médica em relação a elaboração da prescrição dentro

dos horários padronizados pela instituição; • Depende do adequado preenchimento da prescrição com todos os dados do paciente e do

medicamento necessários para elaboração do perfil farmacoterapêutico e detecção dos PRM;

• De fato diminui os custos com medicamentos na instituição evitando perdas dos mesmos por desvios ou expiração do prazo de validade.

Entrevista a membros da equipe médica. Espera-se que o grau de coerência a estas questões, identificando respostas positivas, possa indicar, qualitativamente, o conhecimento da equipe médica em relação ao SDMDU, e conseqüentemente, a possibilidade de colaboração da mesma para o bom andamento do sistema.

Qualitativo

A.4.a. Qual a quantidade de mudanças realizadas nas prescrições dos pacientes durante o processo de separação ou preparação das doses unitárias?

Identificação de mudanças ocorridas nas prescrições durante o processo

Quantitativo

n.º de prescrições modificadas no dia, divididos pelo número total de prescrições do dia, multiplicados por 100.

A.4. Mudanças na prescrição durante o processo de elaboração das doses unitárias;

A.4.a’.Há registros das alterações destas mudanças de prescrições? Observação dos registros destas mudanças.

Qualitativo

A.5.a. Ocorrem atrasos na elaboração das prescrições dos pacientes? Identificação de atrasos na elaboração das prescrições. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

A.5.a’. Há registros destes atrasos? Observação dos registros destes atrasos.

Qualitativo

A.5. Atrasos na elaboração das prescrições;

A.5.a”. Qual a quantidade de atrasos na elaboração das prescrições dos pacientes? Identificação quantitativa destes atrasos no setor de Enfermagem, de acordo com os horários previamente padronizados pela instituição.

Quantitativo n.° de atrasos na elaboração das prescrições por paciente por enfermaria, divididos pelo número total de prescrições por enfermaria, multiplicados por 100.

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

A.6. Não elaboração da prescrição.

A.6.a. Ao fim do processo, algum paciente deixou de ter sua prescrição elaborada? Esta questão pode ser dirigida aos Enfermeiros, que são os profissionais responsáveis pela elaboração do Plano de Cuidados do Paciente.

Quantitativo n.º de pacientes por enfermaria que deixaram de ter sua prescrição elaborada, divididos pelo número total de pacientes internados por enfermaria que estejam recebendo medicamentos, multiplicados por 100.

B. Plano de Aprazamento da Prescrição

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

B.1.b. Existem erros de anotação dos horários de administração dos medicamentos no Plano de Aprazamento da prescrição?

Observação das prescrições onde tenham ocorrido erros de anotação de horários referentes à elaboração do Plano de Aprazamento da prescrição. Observação das prescrições referentes aos últimos três dias por exemplo.

Qualitativo

B.1.b’ Existem registros destes erros? Observação dos registros destes erros.

Qualitativo

B.1. Erros de determinação/ anotação dos horários;

B.1.b”. Qual a quantidade de erros de anotação dos horários de administração dos medicamentos no Plano de Aprazamento da prescrição?

Identificação da quantidade de prescrições por paciente, onde tenham sido detectados os erros de anotação de horários. Esta identificação de erros de anotação de horários será feita na Farmácia. O SDMDU pressupõe a conferência e revisão da prescrição em várias etapas do processo.

Quantitativo n.º de prescrições onde tenham ocorrido erros de anotação dos horários de administração dos medicamentos no Plano de Aprazamento da prescrição por paciente, divididos pelo número total de prescrições do dia, multiplicados por 100.

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

B.2.b. Ocorrem atrasos na elaboração do Plano de Aprazamento da prescrição? Identificação de atrasos na elaboração do Plano de Aprazamento da prescrição na Farmácia. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão através da observação dos registros destes atrasos nos últimos três dias por exemplo.

Qualitativo

B.2.b’. Existem registros destes atrasos? Observação do registro destes atrasos.

Qualitativo

B.2.b”. Qual a quantidade de atrasos na elaboração do Plano de Aprazamento da prescrição? Identificação da quantidade de atrasos na elaboração do Plano de Aprazamento da prescrição, na Farmácia, através da observação do registro destes atrasos e de acordo com os horários previamente padronizados pela instituição.

Quantitativo n.º de atrasos na elaboração do Plano de Aprazamento da prescrição por paciente, divididos pelo número total de prescrições do dia, multiplicados por 100.

B.2.b”’. Ocorrem perdas de prescrições durante a elaboração do Plano de Aprazamento? Esta identificação de perdas (extravio) de prescrições durante a elaboração do Plano de Aprazamento da prescrição será observada ao final do processo, no momento da administração do medicamento ao paciente ou da verificação do Plano de Cuidados do paciente. Esta avaliação será feita por intermédio do Enfermeiro.

Qualitativo

B.2. Atrasos ou perdas.

B.2.b”” Existe o registro da ocorrência destas perdas? Observação do registro destas perdas (extravios) de prescrição pela equipe de Enfermagem.

Qualitativo

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C.Envio da Prescrição

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

C.1.c Existem atrasos no encaminhamento das prescrições à Farmácia? Identificação de atrasos no encaminhamento das prescrições para a Farmácia, de acordo com os horários previamente padronizados pela instituição.

Qualitativo

C.1.c’ Existe o registro destes atrasos? Observação dos registros destes atrasos.

Qualitativo

C.1 Atraso no encaminhamento das prescrições;

C.1.c” Qual a quantidade de atrasos no encaminhamento das prescrições? Identificação da quantidade de atrasos no encaminhamento das prescrições à Farmácia, através da observação dos registros destes atrasos e de acordo com os horários previamente padronizados pela instituição. Observação realizada na Farmácia.

Quantitativo n.º de atrasos no encaminhamento das prescrições por paciente, divididos pelo número total de prescrições por dia, multiplicados por 100.

C.2.c Ocorrem perdas de prescrições durante o envio das mesmas à Farmácia? Identificação de perdas (extravio) de prescrições durante o envio das mesmas à Farmácia. Esta situação poderá ser observada durante a administração do medicamento ao paciente ou da verificação do Plano de Cuidados do paciente. Esta avaliação será feita por intermédio do Enfermeiro.

Qualitativo C.2. Perda das prescrições.

C.2.c’ Existe o registro destas perdas? Observação da existência dos registros destas perdas (setor de Enfermagem).

Qualitativo

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

C.2.c” Quantas perdas de prescrições ocorrem por dia durante o envio das mesmas à Farmácia?

Identificação da quantidade das perdas de prescrição durante o envio das mesmas à Farmácia, através dos registros destas perdas. Avaliação feita por intermédio do Enfermeiro ao ser constatada a não administração de medicamentos a algum paciente.

Quantitativo n.º de perdas (extravios) de prescrição durante o envio das mesmas à Farmácia por paciente por enfermaria, divididos pelo número total de pacientes por enfermaria que estejam recebendo medicamentos, multiplicados por 100.

D. Avaliação/Validação da Prescrição

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

D.1.d A Farmácia conta com equipe de Farmacêuticos que possua o conhecimento técnico necessário para a elaboração do perfil farmacoterapêutico?

Questão dirigida ao Farmacêutico Responsável Técnico que é o profissional que possui o conhecimento da equipe com a qual trabalha. São desejáveis conhecimentos na área de Farmacologia, Farmacocinética e Fisiologia.

D.1Falta de pessoal Farmacêutico capacitado;

D.1.d’ Os Farmacêuticos conhecem o conceito e os princípios do SDMDU? Pergunta aberta dirigida aos Farmacêuticos. Na prática, observa-se que muitos Farmacêuticos desconhecem os conceitos que definem os sistemas de distribuição existentes (coletivo, individualizado e por dose unitária) (Camuzi, 2002). Tal situação pode contribuir para que o SDMDU não alcance os objetivos propostos, a medida que o Farmacêutico não possui o conhecimento técnico suficiente para planejar sua implantação e efetiva implementação.

Qualitativo

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

D.2.d A Farmácia conta com número suficiente de profissionais para a implantação do SDMDU?13

Julgamento do Farmacêutico Responsável Técnico acerca da suficiência de pessoal Farmacêutico no setor para implementação do SDMDU.

Qualitativo D.2 Quantitativo de Farmacêuticos insuficiente;

D.2.d’ Em caso negativo justifique a sua resposta. Respectiva justificativa e apreciação da mesma caso a resposta à questão anterior seja negativa.

Qualitativo

D.3.d Existem dificuldades para entrar em contato com o médico em caso de necessidade de correção na prescrição após a avaliação da mesma?

Questão dirigida aos Farmacêuticos. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo D.3 Dificuldade de contactar o Médico para correção da prescrição;

D.3.d’ Quais as dificuldades existentes? Respectiva justificativa a esta questão e apreciação da mesma.

D.4.d Há dificuldade de acesso às referências bibliográficas para utilização como material de apoio à avaliação técnica da prescrição?

Questão dirigida aos Farmacêuticos. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

D.4.d’ Quais as dificuldades existentes? Respectiva justificativa a esta questão e apreciação da mesma.

D.4.d” Existem formulários apropriados para o registro da intervenção farmacêutica realizada?

Questão dirigida aos Farmacêuticos. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

D.4.d’” Estes formulários são de fácil preenchimento? Questão dirigida aos Farmacêuticos. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

D.4 Falta de acesso às referências bibliográficas e dificuldade de documentação da intervenção (inexistência de formulário próprio ou formulário complexo e difícil de preencher).

D.4.d’’’’ Quais as dificuldades observadas?

Justificativa à questão anterior e apreciação da mesma.

Qualitativo

15 Segundo D’Alessio & Aguilar (1997), o número de Farmacêuticos necessários varia de acordo com o tipo e especialidade do hospital, além do nível de capacitação do pessoal de apoio (auxiliares de farmácia). A literatura costuma fazer referência ao número de Farmacêuticos/Leito. Este cálculo também levará em conta o número de dias da semana em que o sistema funcionará e se a Farmácia irá funcionar por 24 horas ou não. Em alguns países, reconhece-se que o número de Farmacêuticos seria de 1 profissional para cada 100 leitos, mas lembrando que se deve considerar a disponibilidade de serviços de atenção ambulatorial, além do tipo de hospital (Bonal J. et al., 1986 apud D’Alessio & Aguilar, 1997:10). A SEFH (2003:395) estipula um quantitativo de Farmacêuticos de um para cada 30.000 doses dispensadas ao mês, e de pessoal técnico qualificado, quatro para cada 30.000 doses dispensadas por mês. Camuzi (2002:39), em sua dissertação de Mestrado sobre a análise da implantação do SDMDU, diz que nos hospitais objeto de seu estudo este número ideal foi obtido por comparação em relação a outras instituições que já praticavam o SDMDU, a partir de dados da literatura e em cálculos baseados no tempo de execução das tarefas e respectiva conciliação com carga horária de cada profissional.

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

D.4.d’’’’’ Os seguintes itens são observados na prescrição durante a sua avaliação técnica? • Duração inadequada do tratamento; • Interações farmacológicas; • Estabelecimento da dosagem do medicamento dentro da margem terapêutica; • Utilização do sistema de unidades oficiais; • Duplicidade de classes farmacológicas; • Necessidade de substituição do tratamento (substituição terapêutica); • Via de administração; • Forma farmacêutica adequada; • Contra indicações; • Cumprimento de condições administrativas de uso (ensaios clínicos)14.

Questão dirigida aos Farmacêuticos. Identificação de respostas positivas ou negativas a cada um destes itens em comparação com referências da literatura técnico-científica da área.

Qualitativo

E. Verificação de Fluxos Específicos de Distribuição de Medicamentos

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

E.1 Não utilização dos formulários específicos (medicamentos sujeitos a controle especial);

E.1.e A prescrição de medicamentos sujeitos a controle especial é feita nos formulários específicos padronizados pela instituição?15

Questão dirigida aos Farmacêuticos ou Auxiliares de Farmácia. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão e comparação com literatura técnico-científica da área ou normas sanitárias existentes.

Qualitativo

E.2 Não atendimento às regras específicas para o uso racional de antimicrobianos;

E.2.e A prescrição de antimicrobianos atende às regras da instituição para a utilização racional dos mesmos16?

Questão dirigida aos Farmacêuticos ou Auxiliares de Farmácia. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão e comparação com literatura técnico-científica da área ou normas sanitárias existentes.

Qualitativo

E.3 Formulários complexos e difíceis de preencher.

E.3.e Há dificuldades no preenchimento dos formulários padronizados pela instituição para a dispensação de antimicrobianos e medicamentos sujeitos a controle especial?

Questão dirigida aos Médicos. Identificação de resposta

Qualitativo

14 Itens para avaliação da prescrição baseados em Napal et al. (2002), ASHP (2002), D’Alessio & Aguilar (1997) e ANVISA (2000). 15 A Portaria 344/98 (SVS/MS, 1998) determina formulários específicos para a prescrição de medicamentos controlados (notificações de receita azul, amarela, branca para retinóides de uso sistêmico e receita branca de controle especial). Porém, dentro das unidades hospitalares, esta mesma Portaria preconiza que não há necessidade de utilização dos formulários conforme modelos padronizados pela norma. Desta forma, dentro de um hospital, a prescrição destes medicamentos poderá ser realizada utilizando-se formulários padronizados pela própria instituição. 16 A Resolução 1552 de 20 de agosto de 1999 do CFM diz que as prescrições de antimicrobianos nas unidades hospitalares serão feitas obedecendo às normas emanadas pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar).

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

E.3.e’ Quais as dificuldades existentes? positiva ou negativa a esta questão e respectiva justificativa.

F. Cálculo das Quantidades e Verificação do Estoque

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

F.1. Falta dos medicamentos no estoque.

F.1.f Costuma ocorrer falta de medicamentos prescritos no estoque? Questão dirigida ao Auxiliar de Farmácia. Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

G. Separação/Preparação das Doses Unitárias

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

G.1. Local não adequado às operações de preparação, separação e distribuição das doses unitárias.

G.1.g O espaço físico da Farmácia permite a divisão da mesma nos seguintes setores?17 • Área de recepção, avaliação, validação da prescrição médica e elaboração do perfil

farmacoterapêutico; • Área para conferência dos medicamentos em estoque e a respectiva baixa dos mesmos; • Área de separação das doses unitárias, enchimento das caixinhas (bins) de transporte das

doses de cada paciente e revisão das mesmas, bem como o enchimento dos carros de medicação com os respectivos bins e parada dos mesmos até serem transportados aos postos de enfermagem e outros setores;18

• Área para reembalagem e reenvase das doses unitárias caso não haja na Farmácia um espaço já adequado para estas operações farmacotécnicas;

Identificação de respostas positivas ou negativas a cada um destes itens através de observação direta. Respostas negativas à maioria dos itens abordados indicam planejamento não adequado da área destinada à distribuição de medicamentos na Farmácia Hospitalar. A referência utilizada é a literatura técnico-científica da área.

Qualitativo

17 Estes itens referentes ao planejamento e setorização da estrutura física das Farmácias Hospitalares necessários ao SDMDU podem ser encontrados nas seguintes referências: D’Aléssio & Aguilar (1997:5); Napal et al. (2002:395). 18 Dependendo das condições financeiras de determinados serviços de Farmácia e do porte do hospital, as doses unitárias são acondicionadas em modernos carrinhos para transporte compostos por pequenas “caixinhas” (bins) com a identificação individual de cada paciente. As caixinhas são em número par, pois enquanto uma está sendo cheia e será transportada até o posto de enfermagem a “caixinha” vazia será devolvida à Farmácia. Modernos carros, existindo até carros de dispensação completamente informatizados, realizam o transporte dos medicamentos em doses unitárias. Entendemos que estes tipos de carros de transporte não são considerados condições indispensáveis para que o SDMDU possa existir. Desde que o sistema de transporte das doses permita a preservação da integridade das mesmas, poderão ser utilizados sistemas e materiais alternativos. Outro sistema bastante moderno e utilizado atualmente são os chamados tubos pneumáticos, onde as prescrições e os medicamentos unitarizados são transportados por meio de tubos por sistema de vácuo para todos os setores do hospital (Napal et al., 2002:403; ASHP, 2002:96)

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

G.1.g’ Estes setores encontram-se em adequadas condições de higiene e estrutura física? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão através de observação direta.

Qualitativo

G.1.g’’ O local de armazenagem das doses unitárias a serem distribuídas ou a área de preparação das mesmas possui controle e registro da temperatura e umidade?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão tendo como padrão a literatura técnico-científica da área. Respostas positivas indicam o cumprimento às regras de Boas Práticas de Distribuição e Preparação de Medicamentos.

Qualitativo

G.1.g’’’ A temperatura e umidade registradas estão dentro dos padrões para a garantia da integridade dos medicamentos?19

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão tendo como padrão a literatura técnico-científica da área.

Qualitativo

G.1.g’’’’ Justifique a resposta em caso negativo. Apreciação da justificativa em caso de resposta negativa a esta questão, referenciando com padrões existentes na literatura específica da área. Pode indicar descomprometimento do serviço de Farmácia em relação às regras de Boas Práticas de Preparação, Distribuição e Estocagem de Medicamentos.

Qualitativo

G.2.g A estrutura física e organizacional permite adequado fluxo de processo de trabalho? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão através da observação direta do avaliador.

Qualitativo G.2 Estrutura organizacional não adequada ao fluxo de trabalho;

G.2.g’ Em caso negativo, justifique: Apreciação da justificativa em caso de resposta negativa , referenciando com padrões existentes na literatura específica da área.

Qualitativo

19 Referências: Manual de Boas Práticas de Estocagem de Medicamentos do MS/1984, Marin et al. (2003:201). Segundo Marin et al. (2003), os medicamentos que necessitam de temperatura fria, deverão estar armazenados com temperatura entre 2ºC e 4ºC. Os medicamentos de maneira geral, em temperatura não superior à 25ºC e teor de umidade não ultrapassando os 70%, de modo a que possam ser preservadas as condições de estabilidade, integridade e eficácia dos medicamentos.

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

G.3.g Existem procedimentos operacionais padrões escritos para o desenvolvimento das etapas do processo do SDMDU?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão. Observação dos procedimentos operacionais padrões. Escolha de um POP para verificação de sua adequação à realidade do processo desenvolvido.

Qualitativo G.3 Falta de treinamento e procedimentos operacionais para o processo;

G.3.g’Existe o registro do treinamento dos Auxiliares de Farmácia envolvidos no processo? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão. Observação dos registros destes treinamentos.

Qualitativo

G.4.g A rotulagem dos medicamentos em dose unitária atende aos seguintes itens?20 • Nomenclatura genérica; • Nome comercial; • Concentração; • Concentração do conteúdo total e volume total; • Indicações especiais referentes ao armazenamento, preparação e administração; • Data de validade;21 • Número de lote.22

Identificação de respostas positivas ou negativas a cada um destes itens através de observação direta tendo como padrão a literatura técnico-científica da área.

Qualitativo

G.4.g’ A rotulagem dos medicamentos em dose unitária encontra-se perfeitamente afixada à embalagem e legível?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão através de observação direta.

Qualitativo

G.4 Inadequadas rotulagem e identificação dos medicamentos “unitarizados”;

G.4.g’’ Existe o registro do fracionamento dos medicamentos unitarizados? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão através de observação direta dos registros solicitados.

Qualitativo

20 As referências em relação aos itens que devem constar de um medicamento em dose unitária adequadamente rotulados foram retirados de D’Alessio & Aguilar (1997:24) e ASHP (2002:101). Ainda de acordo com D’Alessio & Aguilar (1997), as etiquetas ou rótulos das doses unitárias devem estar adequadamente afixadas às embalagens, visíveis, bem como serem feitas de material que garanta a durabilidade e integridade das mesmas até o momento da administração do medicamento ao paciente. 21 A data de validade pós-fracionamento deverá ser menor do que a data de validade originalmente calculada pelo fabricante (D’Alessio & Aguilar, 1997). 22 De acordo com a ASHP (2002:94), um número de lote deve ser atribuído a cada produto e sua respectiva produção finalizada.

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

G.4.g’’’ Os seguintes itens constam dos registros dos medicamentos fracionados?23 • Amostra da etiqueta/rótulo; • Descrição completa do produto fracionado (nomenclatura genérica, concentração e

volume total, etc.); • Data de validade original e pós-fracionamento (quando da retirada da embalagem

primária original); • Número de unidades reembaladas ou reenvasadas; • Assinatura do auxiliar de farmácia responsável pelo fracionamento.

Identificação de respostas positivas ou negativas a cada um destes itens através de observação direta.

Qualitativo

G.5.g Existem dados/registros de que os materiais e embalagens utilizados nas doses unitárias atendam aos seguintes itens?24 • Definição de composição química em relação a atoxicidade; • Transmissibilidade de luz; • Permeabilidade; • Tamanho adequado; • Espessura; • Temperatura de selagem da embalagem; • Requisitos para armazenagem.

Identificação de respostas positivas ou negativas a cada um destes itens através de observação direta da documentação solicitada e utilizando como referência os padrões encontrados na literatura técnico-científica da área.

Qualitativo G.5 Embalagens que não garantam a integridade, estabilidade e assepsia do medicamento.

G.5.g’ As embalagens das doses unitárias mostram-se resistentes ao ato de manusear as mesmas?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão através da observação e manuseio das embalagens.

Qualitativo

H. Conferência e Revisão das Prescrições e Doses Unitárias.

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

H.1.h Esta etapa é realizada por Farmacêuticos ou auxiliares de farmácia?25 Questão apenas descritiva. H.1 Quantitativo insuficiente de auxiliares e/ou Farmacêuticos.

H.1.h’ Sendo esta etapa realizada por auxiliares de Farmácia, julga-se o quantitativo destes profissionais como sendo suficiente?26

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

23Sugestão e contribuição da autora desta monografia. 24 Referências em relação às características desejáveis para as embalagens dos medicamentos em dose unitárias retiradas de D’Alessio & Aguilar (1997:26) e ASHP (2002:96) 25 Entendemos que esta etapa não necessariamente precisa ser realizada pelo Farmacêutico. Com certeza, é mais uma etapa de conferência entre a dose unitária preparada e o solicitado na prescrição, além de serem também verificadas as características organolépticas possíveis (cor, odor, marcas), e que irão influenciar na segurança do processo, principalmente no que diz respeito à diminuição de erros de dispensação, porém, um bom profissional técnico com a qualificação adequada pode cumprir esta tarefa satisfatoriamente. Desta forma, o Farmacêutico poderá então se ocupar com tarefas indelegáveis, quais sejam: validação e avaliação da prescrição, elaboração de perfil farmacoterapêutico, acompanhamento farmacoterapêutico..

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Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

H.1.h’’ Em caso negativo, justifique a sua resposta. Apreciação da justificativa em caso de resposta negativa, referenciando com padrões existentes na literatura específica da área.

Qualitativo

H.1.h’’’ Qual o nível de formação do pessoal auxiliar de farmácia?27 • 1º grau completo; • 2º grau completo; • 2º grau completo com especialização em nível técnico; • 3º grau incompleto; • 3º grau com desvio de função.

O padrão desejável a esta resposta seria o profissional com 2º grau completo e especialização técnica em Farmácia.

Qualitativo

H.1.h’’’’ Sendo esta etapa realizada por Farmacêuticos, julga-se o quantitativo destes profissionais como sendo suficiente?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

H.1.h’’’’’ Em caso negativo, justifique a sua resposta. Apreciação da justificativa em caso de resposta negativa, referenciando com padrões existentes na literatura específica da área.

Qualitativo

I. Transporte/Entrega das Medicações e Recolhimento dos Medicamentos Não Utilizados.

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

I.1.i Existe um horário padronizado pela instituição para a entrega das medicações? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo I.1 Atraso na entrega dos medicamentos em dose unitária.

I.1.i’ Ocorrem atrasos nas entregas dos medicamentos em dose unitária pela Farmácia? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Qualitativo

26 Segundo o Manual publicado pela SEFH (Napal et al., 2002:395), há a indicação de que seria necessário, em termos de pessoal auxiliar ou técnico qualificado, cerca de quatro destes funcionários para cada 30.000 doses dispensadas. Novamente, temos que Camuzi (2002:39) ressalta como um método de se chegar ao número suficiente de profissionais não Farmacêuticos ou até mesmo de Farmacêuticos necessários ao estabelecimento das atividades na Farmácia, o tempo de execução de cada tarefa, levando-se em conta questões como férias, possibilidades de licenças de saúde, dentre outras. Ressalta também que é importante considerar as escalas de trabalho de cada profissional, além do que o autor chama de “picos de demanda”, a depender do tipo de hospital (emergência), onde a procura aumenta em determinadas épocas do ano. 27 Silva (2000 apud Camuzi, 2002:44), não faz distinção aos cargos de técnico ou auxiliar de farmácia, e diz que teoricamente o termo “auxiliar de farmácia” seria utilizado para os dois profissionais. Porém, o chamado técnico é o profissional de nível de 2º grau e o auxiliar, o de nível de 1º grau. O que acontece no Brasil é que o Conselho Federal de Farmácia (CFF) não prevê o registro de técnicos de nível médio nos CRF’s (Brasil, 1960) apenas sendo prevista a inscrição dos técnicos em patologia/análises clínicas. Entendemos porém, que a falta de profissionais não Farmacêuticos capacitados para atuação nas farmácias dificulta o trabalho do Farmacêutico, que precisa então desenvolver atividades que seriam desnecessárias caso tivesse pessoal de apoio qualificado.

Page 61: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

51

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

I.1.i’’ Existem registros destes atrasos? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão.

Quantitativo n.º de doses unitárias entregues com atraso por prescrição por paciente para 24 horas, divididos pelo número total de prescrições por paciente, multiplicados por 100.

I.2.i Os tipos de transporte para as doses unitárias utilizados durante o deslocamento da Farmácia até os Postos de Enfermagem são:28 • Bandejas com divisões; • Carros de dispensação para o transporte das doses unitárias; • Tubos pneumáticos; • Outro

Identificação de respostas positivas ou negativas a cada um destes itens. O desejável é que o transporte utilizado contemple algumas das referências encontradas na literatura específica da área. Porém, meios alternativos, desde que cumpram satisfatoriamente a função, poderão ser aceitos.

Qualitativo

I.2.1’ Os transportes utilizados permitem preservar a integridade dos medicamentos? Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão. O desejável e o padrão esperado é a resposta positiva, a fim de a qualidade da dose unitária preparada possa ser preservada.

Qualitativo

I.2 Meios inadequados de transporte das doses unitárias.

I.2.i’’ Em caso negativo, justifique sua resposta.29 Qualitativo

J. Conferência da Prescrição antes da Administração do Medicamento.

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

28 O Manual publicado pela SEFH (Napal et al., 2002:405) faz menção ao transporte das doses unitárias em carros de dispensação contendo “caixinhas” (bins) de modo a possibilitar a correta identificação do paciente e propiciando um transporte seguro das medicações. A idéia é a de que estes bins existam em “dupla”, pois enquanto um é cheio na Farmácia, o que se encontra no Posto de Enfermagem é devolvido à Farmácia após a sua substituição pelas “caixinhas” individuais de cada paciente com as respectivas medicações do dia. Mencionam também a existência de grandes carros de dispensação que funcionariam no sistema de troca dos bins e que possibilitariam inclusive o transporte de doses unitárias de nutrição parenteral. Há também o transporte por meio dos chamados “tubos penumáticos”, que como mencionados em nota anterior, seriam um sistema de transporte das medicações em dose unitária por sistema de tubos à vácuo, (ASHP, 2002:96; Napal et al., 2002: 403). 29 Em relação aos tipos de transporte utilizados, os mesmos devem permitir a preservação da integridade das doses unitárias preparadas, bem como a sua organização (ASHP, 2002:96).

Page 62: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

52

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

J.1.j O Enfermeiro realiza a conferência da prescrição e da dose unitária antes da administração do medicamento ao paciente?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão

Qualitativo J.1 Organização das prescrições de forma que dificulte a conferência.

J.1.j’ Em caso negativo, explique o porquê.30 Apreciação da justificativa em caso de resposta negativa, referenciando com padrões existentes na literatura específica da área..

Qualitativo

K. Administração do Medicamento

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

K.1 Não conhecimento do SDMDU por parte da Enfermagem.

K.1.k Grau de conhecimento do Enfermeiro em relação ao SDMDU. Entrevista aos Enfermeiros. Espera-se que o grau de coerência a esta resposta possa indicar qualitativamente, o conhecimento do Enfermeiro em relação ao SDMDU e conseqüentemente, a possibilidade de colaboração deste profissional para o bom andamento do sistema.

Qualitativo

30 Como já visto, o SDMDU tem como um dos seus principais objetivos a segurança deste sistema de medicação para o paciente, procurando evitar ao máximo os erros de medicação. Desta forma, durante o desenrolar do processo, uma série de etapas de avaliação, validação, conferência e revisão da prescrição médica e das doses unitárias preparadas deverão ser seguidas. Umas das etapas importantes é também a participação do Enfermeiro que fará mais uma vez a revisão da prescrição em relação ao plano de cuidados do paciente, bem como a conferência desta em relação às doses unitárias preparadas, (Lima et al, 2000:355 ; D’Alessio & Aguilar, 1997:22).

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53

Ponto crítico Questões Estratégias para Avaliação Indicador Método de Cálculo do Indicador

K.2.k A disposição das doses unitárias nos Postos de Enfermagem permite a preservação da integridade das embalagens e dos medicamentos31?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão sob comparação com referências da literatura técnico-científica da área.

Qualitativo

K.2.k’ A disposição das doses unitárias nos Postos de Enfermagem permite a correta identificação das medicações, preservando a rotulagem e identificação feita pela Farmácia32?

Identificação de resposta positiva ou negativa a esta questão sob comparação com referências da literatura técnico-científica da área.

Qualitativo

K.2 Não preservação da integridade das embalagens dos medicamentos em dose unitária, bem como a identificação dos mesmos.

K.2.k’’ O que acontece com as doses unitárias após serem entregues nos Postos de Enfermagem?33 • São mantidas dispostas em suas embalagens originais permanecendo íntegras até o

momento da administração ao paciente; • São violadas, fazendo liberar o seu conteúdo e novamente reembaladas; • São reidentificadas em relação ao paciente e horário de administração, seguindo um

padrão de trabalho próprio do serviço de enfermagem; • Outros.

Identificação de resposta positiva ou negativa a cada um destes itens em comparação com referências da literatura técnico-científica da área.

Qualitativo

K.3 Resistência à adequação ao novo sistema pela equipe de Enfermagem.

K.3.k Qual a opinião do Enfermeiro em relação ao SDMDU:34 • É um sistema seguro em relação à diminuição dos erros de medicação? • Não se pode opinar em relação à segurança do sistema, pois não se sabe como os

medicamentos foram reenvasados ou reembalados;

Supõe-se que uma resposta negativa ou de desconfiança, possa mostrar algum tipo de resistência do Enfermeiro ao SDMDU.

Qualitativo

K.4 Dificuldades de identificação dos medicamentos em nomenclatura genérica com os seus respectivos similares.

K.4.k Há dificuldades em se identificar a rotulagem das doses unitárias (em nomenclatura genérica) com os nomes de “marca” de seus similares, gerando confundimento no momento da administração dos medicamentos?35

Dificuldades observadas desta natureza, sugerem necessidade de maior treinamento do pessoal de nível técnico ou auxiliar de Enfermagem.

Qualitativo

31 Da mesma forma que no serviço de farmácia, as doses unitárias preparadas, não sendo administradas imediatamente ao paciente, deverão estar armazenadas em local que possa garantir a preservação da integridade dos medicamentos, atendendo aos requisitos do Manual de Boas Práticas para Estocagem de Medicamentos (Brasil/MS, 1989) e de Marin et al. (2003:201), com manutenção da temperatura em torno dos 25º C e a umidade não devendo ultrapassar os 70%. Para os medicamentos que necessitem de refrigeração (temperatura fria), deverão ser mantidas as condições ideais de armazenagem com faixa de temperatura entre 4º à 8º C ou 2º à 8º (Brasil/MS, 1984 e Marin et al., 2003:201). O local de armazenagem deve também permitir que a embalagem permaneça íntegra até o momento de sua administração. Não deve ser cortada ou aberta antes de sua administração. Uma das características das embalagens do SDMDU é a de que a mesma permita que o medicamento seja administrado diretamente desta ao paciente (ASHP, 2002:96). 32 Nos postos de enfermagem é ideal que a disposição e a arrumação dos medicamentos em doses unitárias acompanhe a logística do serviço de farmácia, estando estes organizados na “caixinhas” individuais (bins) de cada paciente e sendo mantidas íntegras as embalagens e a correta identificação e rotulagem até o momento de sua administração (Napal et al., 2002:405; Maia Neto, 1997:63) 33 Como já foi visto, as doses unitárias devem ser mantidas em suas embalagens originais com a rotulagem feita na farmácia e mantidas íntegras até o momento de administração ao paciente. É um dos pontos cruciais para a manutenção do bom andamento e segurança do sistema 34 Em sua dissertação de Mestrado, Silva (2003), tendo discorrido sobre a análise dos sistemas de medicação em um hospital universitário e a sua relação com os erros de medicação, afirma ser o SDMDU uma recomendação a fim de que possam ser diminuídos estes tipos de erros. 35 Existe obrigatoriedade legal de que todas as prescrições dentro do âmbito hospitalar sejam realizadas em nomenclatura genérica (RJ, Lei 3429/00). Tal fato auxilia também a elaboração do formulário farmacoterapêutico, com a padronização de todos os medicamentos da instituição.

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54

Page 65: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

55

Proposta de Lista de Verificação para o Sistema de Distribuição de

Medicamentos por Dose Unitária

Caracterização do Hospital

Razão Social:___________________________________________________________

Endereço:______________________________________________________________

CNPJ:_____________________N.º/Ano da Licença Sanitária:____________________

Farmacêutico Responsável Técnico:_________________________________________

I. Tipo de estrutura física do hospital:

1. vertical; número de pavimentos: ____

2. horizontal

3. monobloco

4. pavilhonar; número de prédios: ____

5. outro _____________________

II. Número total de leitos: __________

III. Número total de leitos ativos: __________

IV. Localização da farmácia:

Dentro do prédio de enfermarias/unidades de internação do hospital

Fora do prédio de enfermarias/unidades de internação do hospital, com acesso coberto

Fora do prédio de enfermarias/unidades de internação do hospital, com necessidade de

circulação por área descoberta/ao ar livre

V. O setor de farmácia está localizado

Subsolo

Térreo

Outro andar

Page 66: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

56

VI. Possui farmácia satélite36?

Sim

Não

VII. Quantas são as Farmácias Satélites? ________________

VIII. Onde se encontram localizadas? ___________________

IX.Qual o sistema de distribuição de medicamentos realizado pelas Farmácias Satélites?

Coletivo

Individualizado

Por Dose Unitária

X. Número de farmacêuticos: ______ Total de horas trabalhadas: ____________ 37

XI. Número de pessoal auxiliar: ______ Total de horas trabalhadas: ____________

XII. Horário de funcionamento da farmácia

Números de dias da semana: _____________

Total de horas de funcionamento por semana: ___________

A. Questões referentes à etapa da Prescrição Médica

A.1 Existem os dados do paciente e do medicamento na prescrição de modo a possibilitar a

elaboração do perfil farmacoterapêutico?

Sim

Não

A.2 Os seguintes dados do paciente e do medicamento constam da prescrição ou são de fácil acesso

para a farmácia?

Idade Sim Não 36 Segundo Girón e D’Alessio (apud Osório-de-Castro & Castilho, 2004), define-se por Farmácia Satélite posto avançado, localizado nos serviços de atenção aos pacientes hospitalizados, ligado técnica e administrativamente à Farmácia Central, recebendo apoio para envase e preparação de doses, transporte e fornecimento de informações sobre medicamentos. 37 Total horas = �Farmacêuticos x Horas semanais

Sim Não

Sim Não

Sim Não

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57

Peso Sim Não

Diagnóstico Sim Não

Número do leito Sim Não

Data de admissão Sim Não

Nome da unidade assistencial Sim Não

Nomenclatura genérica Sim Não

Forma farmacêutica Sim Não

Via de administração Sim Não

Concentração e dose Sim Não

Duração do tratamento Sim Não

Número total de doses entregues/dia por paciente Sim Não

A.3 As prescrições médicas encontram-se legíveis e em acordo com a legislação sanitária em vigor

(ausência de siglas e/ou abreviações, utilização do sistema de unidades oficial)?

Sim

Não

A.4 Há registros de alterações de mudanças nas prescrições?

Sim

Não

A.5 Ocorrem atrasos na elaboração das prescrições dos pacientes?

Sim (vá para A.6)

Não (vá para A.7)

A. 6 Há registros destes atrasos?

Sim

Não

A.7 Ao fim do processo, algum paciente deixou de ter sua prescrição elaborada?

Sim

Não

Page 68: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

58

B. Questões referentes à etapa do Plano de Aprazamento da Prescrição B.1 Existem erros de anotação dos horários de administração dos medicamentos referentes à

elaboração do plano de aprazamento da prescrição?

Sim (vá para B.2)

Não (vá para B.3)

B.2 Existem registros destes erros?

Sim

Não

B.3 Ocorrem atrasos na elaboração do plano de aprazamento da prescrição?

Sim (vá para B.4)

Não (vá para B.5)

B.4 Existem registros destes atrasos?

Sim

Não

B.5 Ocorrem perdas de prescrições durante a elaboração do plano de aprazamento?

Sim (vá para a B.6)

Não

B.6 Existe o registro da ocorrência destas perdas?

Sim

Não

C. Questões referentes à etapa do Envio da Prescrição C.1 Existem atrasos no encaminhamento das prescrições à farmácia?

Sim

Não

C.2 Ocorrem perdas de prescrições durante o envio das mesmas à farmácia?

Page 69: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

59

Sim (vá para a C.3)

Não (vá para a D.1)

C.3 Existe o registro destas perdas?

Sim

Não

D. Questões referentes à etapa de Avaliação/Validação da Prescrição D.1 A farmácia conta com equipe de farmacêuticos que possua o conhecimento técnico necessário

para a elaboração do perfil farmacoterapêutico?

Sim

Não

D.2 A farmácia conta com número suficiente de profissionais para a implantação do SDMDU?

Sim

Não

D.3 Existem dificuldades para entrar em contato com o médico em caso de necessidade de correção

na prescrição após a avaliação da mesma?

Sim

Não

D.4 Há dificuldade de acesso às referências bibliográficas para utilização como material de apoio à

avaliação técnica da prescrição?

Sim

Não

D.5 Existem formulários apropriados para o registro da intervenção farmacêutica realizada?

Sim (vá para a D.6)

Não

D.6 Estes formulários são de fácil preenchimento?

Page 70: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

60

Sim

Não

D.7 Os seguintes itens são observados na prescrição durante a sua avaliação técnica:

Duração inadequada do tratamento Sim Não

Interações farmacológicas Sim Não

Estabelecimento da dosagem do medicamento dentro da margem terapêutica

Sim Não

Utilização do sistema de unidades oficiais Sim Não

Duplicidade de classes farmacológicas Sim Não

Necessidade de substituição do tratamento (substituição terapêutica)

Sim Não

Via de administração Sim Não

Forma farmacêutica adequada Sim Não

Contra indicações Sim Não

Cumprimento de condições administrativas de uso (ensaios clínicos)

Sim Não

E. Questões referentes à Verificação de Fluxos Específicos de Distribuição de

Medicamentos

E.1 A prescrição de medicamentos sujeitos ao controle especial é feita nos formulários específicos

padronizados pela instituição?

Sim

Não

E.2 A prescrição dos antimicrobianos atende às regras da instituição para a utilização racional dos

mesmos?

Sim

Não

E.3 Há dificuldades no preenchimento dos formulários padronizados pela instituição para a

dispensação de antimicrobianos e dos medicamentos sujeitos ao controle especial?

Sim

Page 71: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

61

Não

F. Cálculo das Quantidades e Verificação do Estoque F.1 Costuma ocorrer falta dos medicamentos prescritos no estoque?

Sim

Não

G. Questões referentes à Separação/Preparação das Doses Unitárias G.1 O espaço físico da Farmácia permite a divisão da mesma nos seguintes setores?

Área de recepção, avaliação, validação da prescrição médica e elaboração do perfil farmacoterapêutico

Sim Não

Área para conferência dos medicamentos em estoque e a respectiva baixa dos mesmos:

Sim Não

Área de separação das doses unitárias, enchimento das caixinhas (bins) de transporte das doses de cada paciente e revisão das mesmas, bem como o enchimento dos carros de medicação com os respectivos bins e parada dos mesmos até serem transportados aos postos de enfermagem e outros setores

Sim Não

Área para reembalagem e reenvase das doses unitárias caso não haja na farmácia um espaço já adequado para estas operações farmacotécnicas

Sim Não

G.2 Estes setores encontram-se em adequadas condições de higiene e estrutura física?

Sim

Não

G.3 O local de armazenagem das doses unitárias a serem distribuídas ou a área de preparação das

mesmas possui controle e registro da temperatura e umidade?

Sim

Não

G.4 A temperatura e umidade registradas estão dentro dos padrões para a garantia da integridade

dos medicamentos?

Sim

Não

Page 72: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

62

G.5 A estrutura física e organizacional permite adequado fluxo de processo de trabalho?

Sim

Não

G.6 Existem procedimentos operacionais padrões escritos, para o desenvolvimento das etapas do

processo do SDMDU?

Sim

Não

G.7 Existe o registro do treinamento dos auxiliares de farmácia envolvidos no processo?

Sim

Não

G.8 A rotulagem dos medicamentos em dose unitária atende aos seguintes itens?

Nomenclatura genérica Sim Não

Nome comercial Sim Não

Concentração Sim Não

Concentração do conteúdo total e volume total Sim Não

Indicações especiais referentes ao armazenamento, preparação e administração

Sim Não

Data de validade Sim Não

Número de lote Sim Não

G.9 A rotulagem dos medicamentos em dose unitária encontra-se perfeitamente afixada à

embalagem e legível?

Sim

Não

G.10 Existe o registro do fracionamento dos medicamentos unitarizados?

Sim

Não

Page 73: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

63

G.11 Os seguintes itens constam dos registros dos medicamentos fracionados?

Amostra da etiqueta/rótulo Sim Não

Descrição completa do produto fracionado (nomenclatura genérica, concentração, concentração final e volume total, etc.)

Sim Não

Data de validade original e pós-fracionamento (quando da retirada da embalagem primária original)

Sim Não

Número de unidade reembaladas ou reenvasadas Sim Não

Assinatura do auxiliar de farmácia responsável pelo fracionamento Sim Não

G.12 Existem dados/registros de que os materiais e embalagens utilizados nas doses unitárias

atendam aos seguintes itens?

Definição de composição química em relação à atoxicidade Sim Não

Transmissibilidade de luz Sim Não

Permeabilidade Sim Não

Tamanho adequado Sim Não

Espessura Sim Não

Temperatura para selagem da embalagem Sim Não

Requisitos para armazenagem Sim Não

G.13 As embalagens das doses unitárias mostram-se resistentes (íntegras) ao ato de manusear as

mesmas?

Sim

Não

H. Questões referentes à Conferência e Revisão das Prescrições e Doses

Unitárias H.1 Esta etapa é realizada por farmacêuticos?

Sim

Não

H.2 Esta etapa é realizada por auxiliares de farmácia?

Sim

Não

Page 74: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

64

H.3 Sendo esta etapa realizada por auxiliares de farmácia, julga-se o quantitativo destes

profissionais como sendo suficiente?

Sim

Não

H.4 Qual o nível de formação do pessoal auxiliar de farmácia?

1º grau completo Sim Não

2º grau completo Sim Não

2º grau completo com especialização em nível técnico Sim Não

3º grau incompleto Sim Não

3º grau com desvio de função Sim Não

H.5 Sendo esta etapa realizada por farmacêuticos, julga-se o quantitativo destes profissionais como

sendo suficiente?

Sim

Não

I. Questões referentes ao Transporte/Entrega das Medicações e Recolhimento

dos Medicamentos Não Utilizados I.1 Existe um horário padronizado pela instituição para a entrega das medicações?

Sim

Não

I.2 Ocorrem atrasos na entrega dos medicamentos em dose unitária pela farmácia?

Sim

Não

I.3 Existem registros destes atrasos?

Sim

Não

I.4 Os tipos de transporte para as doses unitárias utilizados durante o deslocamento da farmácia até

os Postos de Enfermagem são:

Page 75: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

65

Bandejas com divisões Sim Não

Carros de dispensação para o transporte das doses unitárias Sim Não

Tubos pneumáticos Sim Não

Outro Sim Não

I.5 Os transportes utilizados permitem preservar a integridade dos medicamentos?

Sim

Não

J. Questões referentes à Conferência da Prescrição antes da Administração do

Medicamento J.1 O enfermeiro realiza a conferência da prescrição e da dose unitária antes da administração do

medicamento ao paciente?

Sim

Não

K. Questões referentes à Administração do Medicamento K.1 A disposição das doses unitárias nos postos de enfermagem permite a preservação da

integridade das embalagens e dos medicamentos?

Sim

Não

K.2 A disposição das doses unitárias nos postos de enfermagem permite a correta identificação das

medicações, preservando a rotulagem e identificação feita pela farmácia?

Sim

Não

K.3 O que acontece com as doses unitárias após serem entregues nos postos de enfermagem?

São mantidas dispostas em suas embalagens originais permanecendo íntegras até o momento da administração ao paciente

Sim Não

São violadas, fazendo liberar o seu conteúdo e novamente re-embaladas

Sim Não

Page 76: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

66

São reidentificadas em relação ao paciente e horário de administração, seguindo um padrão de trabalho próprio do serviço de enfermagem

Sim Não

K.4 Há dificuldades em se identificar a rotulagem das doses unitárias (em nomenclatura genérica)

com os nomes de “marca” de seus similares, gerando confundimento no momento da administração

dos medicamentos?

Sim

Não

Page 77: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

67

6. Considerações Finais

A idéia foi a de propormos uma lista de verificação das etapas do processo do Sistema de

Distribuição de Medicamentos por Dose Unitária que pudesse ser o mais abrangente possível e que

representasse a filosofia e os princípios do SDMDU, principalmente no que diz respeito às suas

várias etapas e que lhe conferem racionalidade e segurança, diminuindo os erros de medicação.

Fazendo um retorno às questões que serviram de justificativa para a realização deste trabalho

(página 1), podemos dizer que, dentro das limitações existentes (tempo exíguo, não possibilidade de

validação da lista de verificação, não possibilidade de adequação do instrumento proposto),

acreditamos ter conseguido contemplar o objetivo de realizar um enfoque do sistema que não se

limitasse estritamente às questões do fracionamento/unitarização dos medicamentos realizadas

dentro da Farmácia. Estas questões foram, de fato, um dos aspectos contestados na atual legislação

sanitária em vigor.

Acreditamos que, dentro de uma farmácia, o sistema de distribuição de medicamentos é um

importante componente a ser observado durante uma inspeção, até porque ele extrapola (como já foi

visto) o ambiente da farmácia hospitalar e termina por envolver a qualidade dos serviços prestados

no hospital como um todo. Lembramos também que esta lista de verificação procura contemplar os

padrões ideais para o sistema, partindo do princípio de que o mesmo foi elaborado tendo por base a

revisão da literatura técnico-científica da área.

A nosso ver, para o SDMDU, os quesitos básicos de verificação, monitoração e avaliação por

parte da VISA, seriam as questões referentes à manutenção da integridade, estabilidade, assepsia e

correta identificação dos medicamentos durante e pós-fracionamento. Estes aspectos devem ser

observados tanto no ambiente da Farmácia, quanto durante o seu trajeto e por fim, estocagem nos

postos de enfermagem, onde posteriormente serão administrados aos pacientes internados. Além

destes, a integração das diversas etapas do sistema, como forma de ratificar a preocupação com os

princípios e filosofia do SDMDU.

Vale ressaltar que uma lista de verificação, um roteiro inspeção, não prescinde da capacidade

de observação do avaliador e de sua experiência profissional, de modo que o mesmo possa realizar

as suas próprias anotações. Assim, é de extrema importância, em nossa concepção, que o avaliador

externo, no caso a VISA, possa conhecer profundamente o objeto que pretenda monitorar, mas

sempre, no caso de um estabelecimento assistencial de saúde, dentro de uma perspectiva integrada

entre os vários atores envolvidos dentro de uma instituição hospitalar.

Page 78: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

68

Dada a complexidade deste sistema, requer que tenha sido bem planejado e que seja

adequadamente gerenciado para que seus princípios de fato possam ser uma realidade. Assim, é

importante comentar que, em termos de sistemas de distribuição de medicamentos, talvez seja de

mais valia para a maior parte das farmácias hospitalares brasileiras uma transição segura passando

pelo sistema de distribuição de medicamentos por dose individualizada (SDMDI).

Devido ao tempo exíguo para a elaboração desta monografia, não foi possível testar esta

proposta de lista de verificação em situação real, ou seja, farmácias hospitalares que praticassem o

sistema de distribuição de medicamentos por dose unitária (SDMDU), o que certamente

possibilitaria adequações.

Espera-se, porém, que o material apresentado sirva, como dito já anteriormente, de fomento à

reflexão para que novas propostas e estudos possam ser feitos neste sentido.

Ressalta-se a importância de incutir em nosso sistema de Vigilância Sanitária a monitoração

constante dos processos desenvolvidos em saúde, principalmente aqueles com grande potencial de

impacto nos resultados em saúde, de forma que os resultados das avaliações possam ser o mais

consistentes possíveis, influenciando, definitivamente, na segurança e qualidade dos serviços

prestados.

Page 79: Alessandra_russo2005 Dose Unitaria

69

7. Referências Bibliográficas

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planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos

assistenciais de saúde. Disponível em <http://www.cvs.saude.sp.gov.br/02rdc50.pdf>, acessado

em 08/07/2004.

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BRASIL, 1990. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Publicado no D.O.U. Diário Oficial da

União; Poder Executivo, de 20 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a

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correspondentes, e dá outras providências. Disponível em < http://e-

legis.bvs.br/leisref/public/showAct.php?id=181&word=>, acessado 22/03/2004.

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70

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Publicado no D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 31 de dezembro de 1998.

Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial.

Disponível em < http://e-legis.bvs.br/leisref/public/search.php>, acessado em 14/09/2004.

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8. Anexos38

8.1 Excerto do Roteiro de Inspeção para Farmácia Hospitalar que não foi publicado no Diário Oficial do Estado, referente às questões sobre distribuição/dispensação de medicamentos:

6. DISPENSAÇÃO

6.1 N 0 revestimento de piso, paredes e teto e de fácil limpeza e esta bem conservado?

S N

6.2 N As condições de higiene e limpeza são boas? S N

6.3 N As instalações elétricas estão em bom estado de conservação? S N

6.4 N A ventilação é adequada? S N

6.5 N Os funcionários estão devidamente treinados para atendimento ao publico?

S N

6.6 N Existem procedimentos escritos que garantam a dispensação correta do produto?

S N

6.7 I Existe supervisão contínua e adequada no momento da dispensação:? S N

6.8 I Existe, no horário de funcionamento do estabelecimento, um farmacêutico que preste assistência aos usuários do serviço?

S N

6.9 INF Existe relação de produtos em estoque mínimo para fins emergenciais? S N

6.10 INF Existe fracionamento de especialidades farmacêuticas? S N

6.10.1 INF Que formas farmacêuticas são fracionadas?

6.11 Como é feita a dispensação dos medicamentos para os setores?

6.12 INF Existe estoque de medicamentos nos setores do hospital? S N

6.12.1 INF Em que setores?

6.12.2 A farmácia verifica como esses medicamentos são estocados nos setores? S N

6.13 N Existem normas para devolução de medicamentos à farmácia? S N

6.14 INF São dispensados medicamentos à pacientes externos e/ou com alta hospitalar?

S N

38 Disponíveis na página eletrônica do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Rio de Janeiro http://intranet.ensp.fiocruz.br/visa/index.cfm.

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75

8.II Excerto da Portaria 06 de 08 de dezembro de 1998 da SES/RJ/CFS sobre a questão da distribuição/dispensação de medicamentos:

SETOR DE VENDAS / DISPENSAÇÃO S N

5.1 INF Área física: __________________m2

5.2 O revestimento do piso, paredes, teto é:

5.2.1 N De fácil limpeza?

5.2.2 N Está bem conservado?

5.3 N As condições de higiene são boas?

5.4 INF Tipo de iluminação:

( ) natural ( ) artificial

É adequada?

5.5 N As instalações elétricas estão em bom estado de conservação?

5.6 N A ventilação é adequada?

5.7 N As prateleiras são em número suficiente?

5.7.1 R Há controle da temperatura ambiental?

5.7.2 N Estão em bom estado de conservação?

5.8 I Existem áreas separadas para exposição à venda de : medicamentos

Correlatos

produtos homeopáticos

ervas medicinais

cosméticos, produtos de higiene, perfumes

produtos dietéticos

desinfetantes hospitalares

detergentes

5.9 INF A distribuição dos medicamentos nas prateleiras é feita por algum tipo de

ordem?

Qual? _____________________________

5.10 N Os produtos estão protegidos da ação direta da luz solar?

5.11 N Existem instruções escritas para o recebimento dos produtos sujeitos à

condições especiais de armazenamento?

5.11.1 N Elas são seguidas?

5.12 I O acesso aos medicamentos de venda sob receita médica é restrito aos

funcionários?

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76

5.13 I Os medicamentos sujeitos ao controle especial estão guardados separados

dos demais medicamentos, em compartimento fechado e sob a

responsabilidade do farmacêutico ou de pessoa autorizada por ele?

5.13.1 N A área é apropriada?

5.14 I Existem livros de registro de produtos controlados?

5.14.1 I Foram autenticados pelo órgão sanitário competente?

5.14.2 N Os registros estão atualizados?

5.14.3 I O preenchimento está correto?

5.15 I As notificações de receita estão devidamente arquivadas?

5.16 N Foram conferidos os balanços de produtos sujeitos a controle especial?

5.17 N Foram verificadas as Notas Fiscais contendo produtos sujeitos a controle

especial e seus respectivos lançamentos nos livros de registro?

5.17.1 INF Qual o procedimento quanto à produtos controlados vencidos?

_______________

_________________________________

5.18 INF Existem produtos que dependem de condições especiais de temperatura e

armazenamento?

5.18.1 I Existem geladeiras?

5.18.1.1 N Possuem controle de temperatura?

5.18.1.2 N Existem registros?

5.18.1.3 N O preenchimento é adequado?

5.18.1.4 N Os geladeiras são usados apenas para esses produtos?

5.19 INF Existem critérios para a compra de produtos?

5.19.1

I

I

I

I

I

I

Esses critérios incluem:

Que os produtos estejam registrados?

No caso de isentos de registro, que a isenção tenha sido concedida pelo

órgão competente?

Que tenham nas embalagens n° de lote, data de fabricação e prazo de

validade?

Que o n° de lote seja declarado na nota fiscal?

Que exista uma margem de segurança entre a expiração do prazo de

validade e a compra?

Que os fornecedores estejam regularizados no Conselho Regional de

Farmácia e no Órgão Estadual e/ou Municipal de Fiscalização Sanitária?

5.20 I Todos os produtos estão registrados ou com isenção de registro, se for o

caso?

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77

5.21 N Existe local apropriado para produtos com prazo de validade vencido ou

com a sua comercialização/dispensação proibida?

5.21.1 INF Qual o procedimento quanto a produtos e lotes de produtos que tiveram

sua comercialização/dispensação proibida?

____________________________________________________________

________

5.22 R É observada a ordem cronológica de entrada e saída de produtos?

5.23 INF Na Farmácia Hospitalar existe fracionamento de medicamentos?

5.23.1 INF Que formas farmacêuticas são fracionadas?

5.24 INF Existe estoque de medicamentos nos setores do hospital?

5.24.1 INF Em que setores?

____________________________________________________________

________

5.25 N Existem normas para a devolução de medicamentos à Farmácia

Hospitalar?

5.26 INF Existe farmácia ambulatorial para dispensação de medicamentos à

pacientes externos e/ou com alta hospitalar?

5.26.1 R O farmacêutico orienta o paciente na farmácia ambulatorial?

5.26.2 INF Qual a origem dos medicamentos dispensados na farmácia ambulatorial?

__________________________________

5.27 R Existem registros das perdas de medicamentos?

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78