BENTO GONÇALVES | 15 MAIO 2020 | EDIÇÃO 226 | ANO 18

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ALERTA DE SOBREVIVENTE DA COVID-19

A porto-alegrense Patricia Freitas Marques, 56 anos, foi uma das vítimas do coronavírus e, por 10 dias, lutou pela vida num Centro de Terapia Intensiva (CTI). Hoje, em casa, a sobrevivente continua o processo de recuperação, aprendendo a lidar com o trauma causado pelo período em que ficou internada. Confira a entrevista especial.

Angústia,drama e CTI

PANDEMIA JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020

Por: Rodrigo De Marcorodrigo@integracaodaserra.com.br

Empresa Jornalística Integração da Serra Ltda. Rua Refatti, 101 - Maria Goretti - Bento Gonçalves - RS | Fone: (54) 3454.2018 | 3451.2500 | E-mail: katia@integracaodaserra.com.br | www.integracaodaserra.com.br

Periodicidade: Bimensal | Diretora e Jornalista responsável: Kátia Bortolini - MTB 8374 | Jornalista e Social Media: Rodrigo De Marco - MTB 18973 | Área Comercial: Moacyr Rigatti | Atendimento: Sinval Gatto Jr. |

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Conheça a história de Patrícia Freitas Marques, sobrevivente da Covid-19

pandemia do coronavírus (Covid-19) tem silenciado ci-dades, isolando pessoas e acendido um alerta verme-lho quanto o seu poderio de destruição. Mais de 200

mil pessoas morreram por complicações da Covid-19 em todo o mundo. A porto-alegrense Patricia Freitas Marques, 56 anos, foi uma das vítimas do coronavírus e, durante 10 dias, lutou pela vida num Centro de Terapia Intensiva (CTI) de Porto Ale-gre. Patricia começou a adoecer no dia 23 de março e, o que

CORONAVÍRUSCOVID-19

Imagem: Reprodução Web

parecia ser apenas uma gripe comum, em questão de poucos dias, evoluiu para pneumonia. Hoje, em casa, a sobrevivente continua o processo de recuperação, aprendendo a lidar com o trauma causado pelo período em que ficou internada. Pa-tricia está curada, mas o medo e a ansiedade têm refletido na sua rotina. O pulmão segue se recuperando, assim como as forças de uma mulher guerreira. Confira a entrevista exclusiva concedida por Patricia ao Jornal Integração da Serra.

Foto: Arquivo Pessoal

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020 PANDEMIA 3

Relatos de Patrícia, umasobrevivente da Covid-19

O agradecimento de Patrícia à equipe médica e de enfermagem,em sua alta hospitalar: “O mérito é de vocês. #Gratidão”

Fotos: Arquivo Pessoal

...no CTI, ficamos longe de quem amamos, sem saber o que

acontece do lado de fora, sem

saber se estão bem ou não...

Quais foram os primeiros sintomas do vírus e quais foram as primeiras medidas que tomou?

Patricia: Os primeiros sintomas foram muito sutis. Uma leve irritação na garganta e poucos episódios de tosse seca. Assim permaneceu du-rante cinco dias, quando a tosse au-mentou um pouco e tive o primeiro episódio de aumento de temperatu-ra. 37,4 graus foi quando liguei para a emergência do hospital do meu plano de saúde e a recomendação foi de ficar em casa e tomar antitér-mico, e que se agravasse aí sim ir até lá. Dois dias depois tive uma piora nos sintomas, com muito cansaço, dor no corpo, tosse, enjoo, inape-tência, desânimo e alguns episódios de pouco aumento de temperatura. Foi quando fui até a emergência do hospital e fazendo uma tomografia fui diagnosticada com pneumonia e “suspeita “ de covid-19. Fui me-dicada com antibiótico, tamiflur e medicação pra enjoo. Não foi feito exames para o covid-19 pois estava em falta. Eu tive grande piora nos sintomas nos três dias que se segui-ram, e aí sim um grande aumento na temperatura. Foi quando retornei ao hospital e fazendo nova tomografia a pneumonia agravou e já tendo os testes foi feito os exames compro-vando o coronavírus.

Como foi receber o diagnóstico de coronavírus?

Patricia: Na verdade, quando recebi o resultado da Covid-19 já es-tava na CTI fazendo oxigênio. É um grande aparato de cateteres, inje-

ções, exames e monitoramento e já tinha certeza que era o vírus. Inclu-sive tinha a indicação de ser entuba-da a qualquer momento pois minha saturação era muito baixa (oxigena-ção). Então não me surpreendi com o resultado e estava calma, apesar de tudo.

A internação ocorreu quantos dias após adoecer e por quanto tempo ficou em tratamento intensivo?

Patricia: A minha internação ocorreu dez dias após o primeiro sintoma que foi a leve irritação na garganta e fiquei na CTI por dez dias, indo depois para um quarto quando já estava negativada da Covid-19.

Os médicos chegaram a cogitar um tratamento com cloroquina?

Patricia: Sim, o médico conver-sou comigo e com meus filhos sobre a hidroxicocloroquina e a possibi-lidade do seu uso, e que inclusive tanto eu como meus filhos teríamos que assinar um termo de autoriza-ção do seu uso, mas felizmente foi quando logo depois começou a mi-nha melhora.

Tiveste medo de morrer? Conte sobre o período de internação.

Patricia: Bem, nunca tive medo de morrer e essa possibilidade real não me assustou em nada. Minha preocupação era com meus filhos, família e com meu namorado que teve contato direto comigo e com o vírus. Estar internada em uma CTI de isolamento não é nada agradável. Ficamos longe de quem amamos e sem saber o que acontece do lado de fora, sem saber se estão bem ou não, e isso preocupa muito, inclusi-ve porque nesse caso tanto um dos meus filhos como meu namorado tiveram contato comigo, portanto com o vírus também. Essa preocupa-ção durou dias e também eu me pre-ocupava muito com minha mãe, em como ela teria reagido em saber que eu estava com o vírus e mal na CTI, até que foi permitido que entrasse uma carta dos meus filhos dando notícias deles, da família. Para quem não sabe, a CTI para casos da Covid é completamente isolada com sérias normas de proteção.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020PANDEMIA4

Já em casa, recuperando-se da Covid-19, Patrícia faz um alerta:

“Use máscara. Se puder, fica em casa”

“O vírus é real e pode matar”

...O mais difícil

foi ver meu filho

Pedro pelo vidro

da porta de

emergência... ver

a preocupação

em sua

fisionomia...

Foto: Luciano André Lemos

Quais foram os piores momentos durante o tratamento?

Patricia: Ainda em casa sofri muito com os sintomas. Na CTI pas-sei por várias injeções, gasometrias diárias, cateteres, entre outras coi-sas, que judiam quem já está frágil e debilitado. Mas, de tudo que passei fisicamente e apesar de tudo, o mais difícil foi enquanto ainda estava na emergência (que também era isola-da para a Covid-19) ver pela porta de vidro meu filho Pedro. Ver ele me vendo mal me fez sofrer bastante. Saber a preocupação visível em sua fisionomia causada por mim e que o risco de morte era grande. Para mim o que mais me fez sofrer foi imagi-nar a dor que ele e os outros filhos teriam. Isso foi o pior de tudo.

Como está sen-do o processo de recuperação?

Patricia: Já em casa a recupe-ração está bem, faço exercícios de fisioterapia res-piratória, boa ali-mentação. Ainda me canso depen-dendo do esforço feito, mas evo-luindo bem. Pos-teriormente terei que fazer exames para avaliar pul-mões, fígado, ane-mia, pois estão comprometidos pela doença e tra-tamento.

Houve impacto psicológico? Tens ficado em isolamento domiciliar?

Patricia: Psi-co l o gi c a m e n te estou afetada sim. Tudo que passei

me afetou e já estou tratando. Quan-to ao isolamento domiciliar penso que estar isolada em casa é infinita-mente melhor que estar isolada em uma CTI. Portanto, é muito bom es-tar em casa. Continuo com todos os cuidados e medidas de prevenção. Aliás, muito mais cuidadosa que an-tes.

Antes de ser infectada tu temia passar por essa situação ou pensava que não iria ocorrer contigo?

Patricia: Antes de ser infecta-da e conhecer de perto o bichinho, (vírus) e o “estrago” que ele faz, não tinha medo de contrair. Meu medo era de contaminar outras pessoas e por isso estava tomando os cuida-dos necessários, mas mesmo assim contrai a Covid-19.

Após vencer essa batalha tão árdua, qual é o teu maior medo?

Patricia: Após vencer essa ba-

talha e sentir e conhecer o quão mal pode fazer o vírus, meu maior medo é de perder as pessoas que amo, especialmente meus filhos que permanecem trabalhando, inclusive com missões humanitárias pela Co-vid-19 e, portanto, bem expostos.

Como tu define a Patrícia Freitas Marques frente a essa situação?

Patricia: Como me defino? É bem difícil falar de mim mesma. Mas acho que posso me definir sim como guerreira, pois apesar de tudo, me esforcei tanto com os exercícios que precisava fazer de fisioterapia quan-to principalmente não deixando a moral cair, apesar de tudo. E, ainda lutando psicologicamente.

Que mensagem tu deixaria para os leitores do Jornal Integração da Serra e para quem ainda está resistente quanto Pà gravidade de uma contaminação por Covid-19?

Patricia: Bem, digo e peço aos leitores do Integração da Serra que o vírus é real e mata. Eu não tive contato com ninguém que estives-se sabidamente contaminado. Mas muitas pessoas estão contaminadas “assintomaticamente” ou seja: estão contaminadas e não desenvolvem os sintomas e essas são as pessoas que mais estão contaminando ou-tras pessoas. Daí então a importân-cia do isolamento social e para quem precisa sair de casa ter o máximo de cuidado usando máscara, manten-do a distância e cumprindo com to-dos os rituais de higiene que já sabe-mos quais são. Eu particularmente já contraí, mas isso não evita que eu seja uma condutora, então sigo com todos esses cuidados mesmo estan-do negativada do vírus. Saliento que nosso clima está mudando e com o frio chegando os casos respiratórios naturalmente aumentam e a imuni-dade baixa é uma porta escancarada para o “bichinho“ (vírus) entrar. Re-forço: Não ter sintomas não significa que não esteja contaminado e essa tem sido a maior causa de propaga-ção do vírus. É como uma roleta rus-sa, ninguém sabe se está ou será o próximo. E, pode ser fatal.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020 PANDEMIA 5

Para o quê o vírusCovid-19 te faz olhar?

screver sobre saúde mental não é algo iné-dito, mas abordar o tema em um contexto de pandemia, sem dúvida o é. Fomos todos

assaltados abruptamente, pegos desprevenidos por um vírus altamente contagioso e com poten-cial letal... noticiários, álcool gel, máscaras, limpeza redobrada, isolamento social, mudança de rotina... tudo na tentativa de nos mantermos saudáveis e cuidarmos uns dos outros. Afinal, em nenhum outro momento, o conceito sistêmico de estarmos interli-gados uns aos outros ficou tão em evidência, já que nos preservando, preservamos os outros.

Os cuidados em relação à saúde e ao corpo físi-co receberam um grande destaque, devido, natural-mente, à demanda que se coloca frente ao cenário. Porém, precisamos lembrar que somos um todo, mente e corpo unidos. Portanto, o adoecimento de uma das partes pode comprometer a outra parte também, sendo prudente nos mantermos aten-

tos para não deixarmos de lado (em alguns casos mais e novamente) as ex-pressões psicológicas e a saúde mental, tanto em nível individual, como co-letivo.

O que, então, cada um de nós pode fazer nesse momento de modo re-lativamente simples em relação à saúde mental? Em primeiro lugar, preste atenção às suas emoções,

LetíciaSimioni

Psicóloga - CRP 07/23986

Especialista em Psicologia Clínica - Ênfase em Psicanálise

Especialização em Constelações Familiares - Hellinger Schule (em

andamento)

Contato: (54) 99121.3633

@psicologaleticiass

Schossler

tome consciência, exercite olhar ora para dentro de si, ora para fora, considerando também o contexto. Quando sofremos perdas em geral (convivência fa-miliar e social, trabalho, renda), não apenas em situ-ações extremas (morte), é esperado que experimen-temos algumas fases comuns aos seres humanos durante um processo de luto, como a negação, rai-va, barganha/negociação, tristeza, até a aceitação, que ocorrem de maneira concomitante. Além disso, estados de ansiedade, solidão, insônia, medo e ten-são também podem se fazer presentes, tornando-se motivo de preocupação, na medida em que passam a ser desproporcionais ou crônicos, sendo necessá-rio a busca por escuta atenta e auxílio psicológico e psiquiátrico qualificado. É importante salientar que, justo nos momentos de crise, os aspectos que foram mais negligenciados ao longo da história de cada um (sejam eles físicos, mentais, sociais, espirituais) e que, portanto, ficaram mais frágeis e vulneráveis é que passam a chamar mais e mais a nossa atenção. Por consequência, a nos demandar um olhar atento e ações eficazes.

É chegada a hora de nos questionarmos: o que para mim é salutar, o que me faz bem, o que desejo manter e investir em minha vida (relacionamentos, trabalhos, vínculos, estilo de vida) e o que talvez posso agradecer e compreender que já não seja mais compatível com quem sou, e claro, qual é re-almente a minha essência e o meu propósito em meio a tudo isso? Essas são algumas questões que podem nos auxiliar a dar um sentido frente ao fim das certezas que, até pouco tempo atrás, acreditá-vamos existir.

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020PANDEMIA6

Álcool em gel disponívelà população de Bento

O combate à pandemia do coronavírus ganhou um novo aliado em Bento Gonçalves. Na última quarta-feira (13), foram instalados na cidade totens que fornecem álcool em gel de for-ma gratuita à população. O Icegel é uma iniciativa da startup Icehot, idealizadora também do dispositivo que fornece água quente e gelada sem custo para as pessoas, já instalado em di-versos pontos da cidade. A ação conta com apoio da Prefeitura, através da Secretaria do Meio Ambiente.

Inicialmente, são dois totens oferecendo o desinfetante para higienização das mãos: um em frente ao Shopping Ben-to e outro próximo à Prefeitura. O novo equipamento permite ao usuário fazer a higiene das mãos de forma prática e segura: basta pressionar o pedal de acionamento e uma porção de ál-cool em gel é disponibilizada para esterilização, sem qualquer contato manual com o dispositivo.

Cada totem disponibilizará um litro do produto por dia, su-ficiente para 1,5 mil aplicações. A iniciativa foi viabilizada por uma parceria com a Unimed Nordeste e a Saif, que fornece o álcool em gel.

Foto: Divulgação Prefeitura Bento Gonçalves

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020 7PANDEMIA

Bento Gonçalves tem 270 casos confirmados de coronavírus

A Secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social e a Equipe de Aten-dimento Imediato (Eaì) na última quarta-feira (13), entregou de kits de ali-mentos, máscaras e sabão caseiro em comunidades do interior do Município. Foram visitadas as comunidades de Veríssimo de Matos, Jabuticaba, São Luis das Antas e KM2. Na oportunidade, também foi entregue material informati-vo com orientações de prevenção contra o coronavírus.

O município de Bento Gonçal-ves está pintado de laranja no mapa do Rio Grande do Sul, assim como a maioria das cidades gaúchas. A cor representa risco médio de con-taminação por Covid-19. Segundo dados do Informe Epidemiológico nº 77, divulgado na última quinta--feira (14), pelo Comitê de Atenção ao Coronavírus, em Bento Gonçalves há 270 casos confirmados. Entre es-ses, cinco pessoas morreram e 149 se reestabeleceram. Atualmente, 15 pessoas estão internadas na Uni-dade de Tratamento Intensivo (UTI)

Através da Central de Monitoramento ao Coronavírus (Covid-19), a Secre-taria Municipal de Saúde realiza o acompanhamento de pacientes que apre-sentam sintomas da doença ou para casos confirmados de infecção. Uma das orientações é que as pessoas mantenham o isolamento domiciliar, que requer cuidados específicos, como usar máscara em ambientes compartilha-dos; separação de indivíduos em cômodos diferentes, se possível separar um quarto e banheiro exclusivo para o paciente; não dividir itens pessoais; de-sinfetar áreas comuns; limpeza imediata dos banheiros após o uso com água sanitária e álcool 70%; a própria pessoa infectada ou suspeita deverá trocar a sua roupa de cama e lavar as suas roupas; lixeira exclusiva para seu uso e não sair de casa.

Em uma ação da Secretaria de Saúde, em parceria com a Secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social, por meio do Núcleo de Ação Social (NAS), estão sendo realizadas visitas domiciliares de orientação sobre o coronavírus para famílias de imigrantes haitianos. As visitas, iniciadas na última quarta--feira, 13, estão sendo feitas pela coordenadora do NAS, Lisiane Pires, e pelo servidor da Saúde, Jonel Pierre, responsável por fazer a interlocução entre o poder público e os imigrantes. Por ocasião das visitas, as famílias recebem kits- com água sanitária, detergente, sabão, máscaras e luvas, e material in-formativo traduzido para o Criolo, por Pierre, sobre as formas de prevenção e sobre a importância do isolamento social. Além disso, estão sendo distribuí-das cestas básicas para as famílias em situação de vulnerabilidade social, que atendem ao critério da Lei dos Benefícios Eventuais, com renda “per capita” familiar igual ou inferior a meio salário mínimo.

com a confirmação da doença. Em isolamento hospitalar há 14 pesso-as. Em isolamento domiciliar são 87 pessoas.

Casos suspeitos

Entre os casos suspeitos há 804 pessoas, entre elas, cinco em UTI adulto, um em UTI pediátrica, oito em isolamento hospitalar na UPA e 790 em isolamento domiciliar. So-mente na última quarta-feira (13), a UPA prestou 98 atendimentos a pes-soas com sintomas respiratórios.

Máscaras e sabão àcomunidades do interior

Foto: Divulgação Prefeitura Bento Gonçalves

Isolamento domiciliar

Foto: Divulgação Prefeitura Bento Gonçalves

Orientação aosimigrantes haitianos

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020EDUCAÇÃO NA PANDEMIA8

As 44 escolas da Rede Municipal de Educação, a partir da segunda--feira, 18 de maio, retomam o ano letivo, de forma remota, através da plataforma Educar Web. O siste-ma de gestão escolar possibilita ao aluno manter o contato com a sua escola e professores. Desde o início

Educação remota para rede municipal inicia no dia 18da suspensão das aulas, a Secretaria Municipal de Educação vem traba-lhando com entidades educacionais com a finalidade de realizar o proce-dimento correto para a recuperação das aulas.

As equipes diretivas e os profes-sores já receberam as orientações

em relação ao Educar Web. “A Rede Municipal está pronta para trabalhar com o ensino remoto. Nossas 44 es-colas estão devidamente orientadas frente a essa nova realidade e terão controle e gestão das atividades pro-gramadas, com a finalidade de dar continuidade ao calendário escolar estabelecido no início de 2020”, res-salta a secretária de Educação, Iraci Luchese Vasques.

Diferentes projetose estratégias

A diretora da EMI Mamãe Coruja, Eridiane Aparecida Guterres de Sou-za, destaca que os pais e os alunos terão acesso ao planejamento de atividades diariamente. Aqueles que não têm acesso à internet, precisam retirar as atividades e o material pe-dagógico na escola. “Sempre terá uma atividade diversificada como contação de histórias, atividade físi-ca, música, brincadeiras. Poderemos solicitar uma devolutiva, em forma de vídeo, fotos, desenhos”, observa.

A Supervisora Escolar, Luciane Piccin Comparin atenta que o ide-al não é só depositar conteúdos e arquivos em PDF para as crianças lerem, mas sim estimular pesquisas e pensar em temáticas criativas. As escolas estão sendo convidadas a pensar em diferentes estratégias e projetos que motivem os estudan-tes a utilizar diferentes recursos tec-nológicos, indo além da diversão e das redes sociais.

23% dos alunos não têm acesso à internet

De acordo com dados da Secre-taria, 23% dos alunos não têm aces-so à internet, os quais devem entrar em contato com a sua escola para realizar o agendamento de retira-da do material impresso. O diretor ou orientador escolar irá informar o passo a passo para as famílias. Nes-se período de ensino remoto, as es-colas estarão abertas das 8h às 14h para atendimento.

Foto: Divulgação Prefeitura Bento Gonçalves

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020 9EDUCAÇÃO NA PANDEMIA

Estudantes de Jornalismo da Universidade de Caxias do Sul (UCS) criam projeto fotográfico para retra-tar o dia a dia no isolamento social, que ocorre devido à pandemia do coronavírus. O projeto consiste em um trabalho de produção, curadoria e edição de fotografias que são pu-blicadas em uma conta na rede so-cial Instagram, com usuário que leva o nome do projeto: @imagenscola-terais. Ao final do semestre letivo, os estudantes farão uma exposição das fotografias no Bloco M da Universi-dade.

As fotos estão sendo produzidas não somente pelos próprios estu-dantes, mas também por amigos, familiares ou outras pessoas que desejam contribuir com o projeto

Como enfrento: fotografias que mostrem as alternativas adotadas por cada pessoa para suportar as restrições impostas pela pandemia.

Cômodos: imagens que mostram como as habitações durante o isolamento social, compondo a rotina das pessoas dentro de suas ca-sas.

Instagram: seleção de fotografias publicadas por internautas nos perfis individuais do Instagram, a partir do ícone Home/Em casa.

Janelas: fotografias que retratem o que as pessoas veem a partir das janelas de suas casas. As fotografias podem ser enviadas para o e-mail afmbenej@ucs.br ou por mensagem direta para o Instagram @imagenscolaterais, com nome do autor e cidade, até 30 de maio de 2020

Estudantes da UCS criam projeto para retratar cotidiano em isolamento social

Fotografias serão publicadas na rede social Instagram

registrando seu dia a dia de forma voluntária. As imagens podem ser captadas por smartphone ou câme-ra profissional, conforme o que cada participante tiver ao seu alcance. O projeto não terá como foco a técnica de cada fotografia, mas sim a essên-cia do momento registrado.

O projeto tem como base o res-peito às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de isola-mento social, por isso, as imagens serão registradas pelos próprios indivíduos em suas casas, evitando visitas, rompimento da quarentena ou aglomerações. Depois disso, se-rão analisadas e selecionadas para que se enquadrem ao propósito do projeto, bem como às cinco edito-rias definidas.

Foto: Natália Zucchi

Foto: Rafael Martha

Foto: Polly Casoti

Conversas e carências: fotografias sobre as relações interpessoais na quarentena

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020SOLIDARIEDADE10

Bandas oriundas de Bento Gonçalves farão apresentações online, com o objetivo de arrecadar doações que serão destinadas para pessoas em situação de vulnerabilidade social

Foto: Divulgação

Por Rodrigo De Marcorodrigo@integracaodaserra.com.br

Rainha de Espadas e Elixir, Incse unem em projeto solidário

Rainha de Espadas

Os tempos de pandemia têm gerado um clima de incertezas nos últimos meses, mas a cultura, de alguma forma, está viva em Bento Gonçalves. A cidade que conta com dezenas de bandas do cenário ro-queiro está com um novo presente para os fãs de boa música. Nos dias 31 de maio e 1º de junho, o projeto virtual “Rock for All” reúne as bandas Rainha de Espadas e Elixir, Inc em prol da solidariedade e da empatia frente ao cenário que a comunidade está enfrentando por causa do coro-navírus.

A banda Rainha de Espadas vai realizar a live no dia 31 de maio, às 20h, que será transmitida via You Tube e Facebook. No mesmo horário e nas mesmas redes sociais, a Elixir, Inc realiza sua transmissão no dia 1º de junho. Durante a transmissão fi-cará disponível na tela um QR Code para que as pessoas possam contri-buir.

O projeto funcionará da seguin-

Rock for All

te forma: durante o período que antecede as lives os integrantes das bandas estarão à procura de empre-sas e pessoas que tenham interesse e possam colaborar com doações de alimentos ou valores em dinheiro (que serão convertidos para a com-pra de cestas básicas), produtos de higiene e limpeza, máscaras e aga-salhos. Todos esses itens serão des-tinados e distribuídos pela Secreta-ria de Esportes e Desenvolvimento Social – SEDES através do programa Cultura do Bem. Além dos itens ci-tados anteriormente, também arre-cadarão ração que será destinada a ONG Amigos Pet BG.

A junção de duas das principais bandas da cidade gerou frutos e de acordo com a vocalista da Rainha de Espadas, Quellin Parisotto, a ideia da live ganhou força quando os bateris-tas das duas bandas, Dudu (Rainha de Espadas) e Bruno Neves (Elixir) conversaram sobre o assunto.

“Quando a pandemia começou a se espalhar pelo Brasil e começamos ver o quão devastadora ela poderia ser para muitas famílias e pesso-

as em situação de vulnerabilidade social, nós da Rainha de Espadas começamos a bolar uma forma de fazer a nossa parte para ajudar. Fo-mos tendo várias ideias para montar uma live e arrecadar itens básicos. Nosso baterista, Dudu, em uma con-versa com o baterista da Elixir Inc., Bruno Neves, comentou sobre essas ideias e de imediato houve interesse de ambas as partes em firmar uma parceria para poder unir forças e am-plificar o potencial de arrecadações. Com o auxílio da Secretaria de Cultu-ra, aos poucos fomos estruturando e idealizando o projeto que recebeu o nome de ROCK for ALL - A solidarie-dade faz diferença”, conta.

Um ponto importante e que Quellin faz questão de ressaltar, é que a ação é totalmente voluntária, com o propósito de arrecadar doa-ções de diversos itens para destinar a pessoas em situação de vulnerabi-lidade social.

“Nosso propósito é arrecadar doações de itens como: alimentos ou valores em dinheiro (que serão convertidos para a compra cestas

básicas), produtos de higiene e lim-peza, máscaras e agasalhos. Todos esses itens serão destinados e distri-buídos pela Secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social – SEDES através do programa Cultura do Bem. Além dos itens citados ante-riormente, estaremos arrecadando também ração que será destinada a ONG Amigos Pet BG”, salienta.

Ainda segundo a cantora “nós acreditamos que a solidariedade pode fazer a diferença na vida de todas as pessoas, não só de quem recebe a doação, mas também de quem contribui. Pensando nisso, re-solvemos não esperar que as pesso-as chegassem até nós somente nos dias das lives e decidimos arregaçar as mangas, buscando por parceiros durante todo o período que antece-de as apresentações. Como forma de agradecimento iremos divulgar as empresas na página do evento (Facebook), nas mídias sociais das duas bandas e também durante as transmissões”.

O secretário de Cultura e presi-dente da Fundação Casa das Artes,

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 2020 11SOLIDARIEDADE

Como tornar uma empresa parceira do projetoSerão aceitas doações de alimentos, ração, máscaras, produtos de higie-ne e limpeza, agasalhos e contribuições em dinheiro que serão revertidas para a compra de cestas básicas. Todas as doações arrecadadas serão des-tinadas a Secretaria de Esportes e Desenvolvimento Social - SEDES através do Programa Cultura do Bem e a ONG Amigos Pet BG.

Programa Cultura do BemO Programa Cultura do Bem é uma iniciativa da Secretaria de Cultura de Bento Gonçalves que visa fomentar a cultura e ainda colaborar com a as-sistência social através da formação de público (presencial ou virtual).

Rainha de Espadas - 31 de maio - 20h(Transmitido via Facebook e YouTube)Facebook: https://www.facebook.com/bandarainhadeespadasInstagram: https://www.instagram.com/rainha_de_espadas_YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCjSNo5x3ynbi_beOhbfE0YwSpotify: https://open.spotify.com/artist/4An0pbzEUhyIuIDkhioVJZ

Elixir, Inc - 1º de junho - 20h(Transmitido via Facebook e YouTube)Facebook: https://www.facebook.com/elixirincorporatedInstagram: https://www.instagram.com/elixirincorporatedYouTube: https://www.youtube.com/user/ElixirIncorporatedSpotify: https://open.spotify.com/artist/56ATpKJcOZoj5aXI1lWk32

Foto: Divulgação

Elixir, Inc

Evandro Soares, destaca a iniciativa do setor da Música: “é uma alegria poder contar com esse pessoal que está se organizando. As pessoas au-xiliam com as armas que tem. Desta forma, a área da Música vem trazer sua contribuição a esse mosaico de solidariedade, exercendo sua verve e talento em prol da vida em face dessa pandemia”.

A arrecadação de valores em di-nheiro, mantimentos, entre outros

itens importantes, será feita antes e durante a realização das lives com o auxílio de empresas parceiras e pessoas interessadas em participar dessa causa. Veja abaixo como con-tribuir.

“Rock for All” é uma realização da Secretaria de Cultura e do estúdio Cosmic Music e conta com o apoio do programa Cultura do Bem e da Secretaria de Esportes e Desenvolvi-mento Social.

Quer ajudar? Para quem tiver interesse em doar qualquer item citado acima, haverá pontos de coleta em estabelecimen-tos que já são apoiadores desde o iní-cio do projeto:l Bar do Alce - De quarta a sábado a partir das 18h.l Jimmy Eagle Pub - De terça a sába-do, das 10h às 13:30h e das 18h às 22h. Nos domingos das 18h às 22h.l De Toni’s Bar - Todos os dias, das 10h às 13h e das 16h às 22h.l Cosmic Music - Contato pelo Whats--app do estúdio: (54) 99140-0301

Mais informações:l Quellin Parisotto - (54) 99140-3466l Jonatan da Silva (Dudu) - (54) 99126-4464l Bruno Neves - (54) 99684-0520

JORNAL INTEGRAÇÃO DA SERRA | 15 de Maio 202012

FLUXO CONTABILIDADE54 2621.4868 | www.fluxocon.com.br

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