Alderico Jefferson da Silva

Corpo, Alma e Corao

Mabel Medeiros

Alderico Jefferson da Silva Corpo, Alma e Corao

omo poderia eu com minhas pobres palavras dizer qualquer coisa de belo, de grande e de nobre sobre um homem

cujas obras por si mesmas testemunham beleza, grandeza e nobreza sem igual? Ande por Caxias, pare em frente ao

palacete na antiga Rua do Sol e o encare. Ali voc ver refletida a face de um esprito refinado, de uma alma que

buscava transcender seu tempo, seu espao. Passeie por entre aquelas esttuas brancas de corpos nus e elmos de

guerreiros; sente-se entre as flores, junto fonte; toque a parede arredondada, com rosas em alto-relevo, cuja

delicadeza faz lembrar um sonho. Visite sua biblioteca a parte mais nobre do esprito humano est ali: escritores brasileiros, estrangeiros,

vivos e imortais cantando seus versos, contando suas histrias. Pise os degraus, observe a mobilha requintada. Oua o silncio e voc sentir

uma msica muito suave que sai das paredes, das peas de decorao: o maravilhoso som da memria. Pois a memria uma cano que

nunca para, que toca no silncio e nos conta histrias mesmo quando tudo est quieto. E os grandes homens, quando a morte lhes reclama,

se transformam em acordes desta cano, em captulos nesta histria. Por isso eu me aquieto pra ouvir sobre Seu D, Comendador

Alderico Jefferson da Silva, porque s as palavras inefveis da memria podem dizer algo sobre ele as minhas palavras so pobres

demais.

E o que eu ouo? Ouo sobre um empresrio? Sobre um menino pedreirense que chegou em Caxias ainda sem barba e aqui

aprendeu as artes do comrcio? Ouo sobre o garoto que frequentou pouco a escola, mas aprendeu com sbios do seu tempo? O jovem

visionrio que enriqueceu pelo prprio esforo e foi o responsvel por grandes obras durante a vida? No, no isso que ouo e no sobre

isso que gostaria de falar. Eu ouo sobre um ser humano, sobre um homem de carne, osso e corao. Porque Alderico Silva era um

caxiense, mas no por ter morado tanto tempo aqui e realizado a maior parte de sua obra nestas terras. Ele era um caxiense porque tinha

em si a mais caxiense de todas as propenses: a infinita capacidade de sonhar. E a est o que ouo sobre Alderico, vindo das profundezas

do silncio e da memria: o empresrio, o filantropo, o escritor, o editor todas estas facetas do grande homem eram apenas manifestaes

de uma essncia, e a essncia era o sonho.

Ele nasceu praticamente junto com o sculo XX, no dia 06 de outubro de 1908, na cidade de Pedreiras. Seus pais se

chamavam Delfino Jos da Silva e Maria de Jesus da Silva, eles trouxeram a famlia para Caxias em 1914, quando Alderico contava

apenas cinco anos de idade. O menino fez o curso primrio na escolinha Jernima Medeiros e teria parado de estudar, pois em Caxias no

C

havia o curso ginasial. Mas, seus pais contrataram um preceptor para completar sua educao. E, como as histrias de homens especiais

costumam se cruzar, o professor particular do jovem Alderico Silva foi o renomado poeta Nereu Bittencourt. Paralelamente ao estudo

das letras, Alderico aprendia na prtica cotidiana como ser um negociante, um empresrio, pois trabalhava no armazm de seu irmo

mais velho Jos Delfino da Silva. Ali ficava evidente seu talento como comerciante e sua satisfao neste trabalho deve t-lo encorajado

quando, aos 24 anos, inaugurou na Rua do Sol (posteriormente Rua 1 de Agosto, e atualmente Rua Comendador Alderico Silva), seu

primeiro negcio, o Bazar do Japo.

V-se neste perodo da formao de Alderico Silva dois aspectos que se manteriam presentes, em toda a sua trajetria de vida: o

intelectual e o prtico. Ao contrrio de muitos homens de negcios que vivem como se o lucro fosse tudo o que importasse na vida, ele no se

deixou alienar pelo trabalho comercial. Mas, tambm evitou o extremo oposto, erro em que incorrem muitos homens de grande

inteligncia: afundar-se na teoria, nas pginas dos livros, e esquecer que a vida possui aspectos prticos, materiais, prosaicos, vindo a se

tornar homens de grandes ideias e raras realizaes. Alderico Silva conhecia o gozo de deixar o tempo parar para apreciar o detalhe quase

imperceptvel de uma obra de arte, o acorde surpreendente de uma msica ou o verso tocante de um poema, conhecia o prazer puramente

esttico, espiritual e desinteressado do conhecimento e da apreciao cultural. Mas, tambm era homem secular, homem de ao

conhecia um outro tipo de prazer: o prazer de ter uma ideia nascida em sua alma e v-la transformada em realidade, ver outras pessoas se

beneficiando com ela.

No nenhum exagero dizer que Alderico Silva foi um revolucionrio no setor comercial em Caxias se houve aqui uma

revoluo burguesa, ela se deu pela ao e influncia deste homem. Com ideias arrojadas e ousadia, ele trouxe novos parmetros de gosto e

requinte para a sociedade caxiense. Em parte, ele reativou e ressuscitou a sensibilidade aristocrtica, o sonho de grandeza de Caxias. Seus

artigos do mais fino luxo, tecidos orientais, modelos europeus Alderico Silva oferecia aos caxienses a oportunidade de experimentarem de

novo a nobreza, o requinte, como o que ouviam da poca em que a cidade era a Nova Manchester. Mas, para ele, a lembrana de um

tempo de riqueza e desenvolvimento no era suficiente era preciso construir um novo tempo de glria para Caxias. Alderico era um

progressista, em sua viso, era necessrio trazer para Caxias tudo de mais atual e de mais elevado que houvesse pelo mundo. Caxias

precisava possuir tudo o que possua uma grande e rica cidade. Sua vida foi a realizao deste projeto.

Homem jovem, inteligente, belo e precocemente rico, ele era alvo do interesse de muitas senhoritas solteiras. Mas, foi a beldade

Dinir Costa e Silva quem conquistou seu corao. Teria sido e beleza daqueles olhos ternos cheios de doura? Teria sido o sorriso de atriz

americana, como o sorriso de uma fantasia? Ou teria sido o fino intelecto, a aguada inteligncia e admirvel educao que a moa

possua, o que atraiu o rapaz para ela e a ela o amarrou definitivamente? O que sabemos que eles se casaram e nela Alderico teve sempre

companhia e apoio. Ela foi capaz de alar com ele os voos mais altos, compartilhando sonhos e experincias diversas. Esteve ao seu lado nos

momentos de maior enlevo e at o fim quando a velhice do corpo j lhes fazia definhar as foras. E, quando, enfim, a morte o levou, ela

no esperou muito para lhe seguir nesta ltima jornada.

Mas, voltemos aos anos da juventude de Alderico. Os negcios no Bazar do Japo iam bem, mas, ele era inquieto, insatisfeito e

arrojado. Decidiu, ento, iniciar um projeto maior. A prpria arquitetura do novo estabelecimento denunciava a grandeza de suas

intenes. Na Travessa Jos Guimares, ele adquiriu um prdio que ia desde a Rua Aaro Reis at a Praa Gonalves Dias, um edifcio

com trinta portas que tomava todo o quarteiro e abastecia no apenas Caxias e vizinhana, mas algumas das principais cidades do Norte

e Nordeste, como Belm, Teresina e Fortaleza, com artigos dos mais variados tipos, tanto nacionais quanto importados. Era um

monumento do empreendedorismo era a evidncia materializada da competncia, criatividade e capacidade de trabalho de um homem.

A nova empresa substituiu o Bazar do Japo e se chamava Armazns

Caxias.

Mas, essa exuberncia, em vez de contentar Alderico, lhe

motivava a alar voos mais altos. Decidiu ento seguir uma tendncia do

mercado internacional: a venda de automveis, negcio mais rentvel do

sculo XX (depois dos produtos blicos, bvio). Assim, em vez de um

simples comerciante, Alderico Silva passa a ser o lder de um grande

complexo empresarial que incorporava a concessionria Ford/Willys

Overland Brasil para o Norte e Nordeste, e posteriormente a representao

comercial das empresas Varig. E, como se j no fosse suficiente, passa a

investir tambm no setor industrial: funda a A. Silva Indstria e

Comrcio de leos Vegetais S.A, uma empresa que atuaria na extrao de

produtos e sub-produtos do coco babau.

V-se desenhar os traos de um homem incansvel, de tal forma

dedicado aos seus sonhos que nada para ele pareceria grande, distante ou

difcil demais. Mas, h mais: o que Alderico representa para Caxias no

pode ser apenas a figura de empresrio de talento cujas realizaes enfraqueceram e se deterioraram junto com sua sade e energia. Ele

tem uma contribuio muito maior do que a fundao de empresas ele mostrou a Caxias com seu trabalho o que o poeta infante

Rimbaud tentou mostrar Europa com seus versos: preciso ser absolutamente moderno. Alderico rompia com o provincianismo e o

interiorismo caxienses. Ele demonstrou que existia um mundo de ideias e possibilidades alm das fronteiras do cotidiano moroso e repetitivo

Alderico Silva, Seu D, ao lado de Joo do Vale e Lus Gonzaga

da cidade. Existiam inovaes aparecendo a todo momento, existiam novas formas de se locomover, de se curar, at de fazer as coisas

aparentemente mais naturais, como defecar.

Ora, Alderico Silva interferiu de tal modo no jeito de ser dos caxienses, que foi ele o responsvel por uma transformao radical

e, provavelmente, perptua, na higiene pessoal. Ele trouxe para a cidade o primeiro vaso sanitrio, e com isso suscitou discusses acerca do

saneamento, da higiene e da sade provocou mudana de hbitos. Mais do que um simples empresrio bem sucedido, Alderico Silva foi

um pensador progressista que contribuiu muito para o desenvolvimento de Caxias e dos caxienses. Para ele, no era suficiente comparar

Caxias a Manchester ou qualquer outra grande cidade, ele queria ver aqui todo o desenvolvimento cultural, econmico, social e tecnolgico

que se via nas metrpoles. As pessoas precisavam se comportar como metropolitanos, pensar como metropolitanos e ele era o padro

desse metropolitano alojado no interior: uma mente universal que tinha residncia na Rua 1 de Agosto.

Por exemplo, ele travou um luta rdua atravs dos meios de comunicao a fim de trazer um aeroporto para Caxias. E abriu

uma empresa de telefonia antes mesmo da existncia da TELEBRAS a Telefnica de Caxias. O efeito prtico disso vai muito alm de

uma inovao nos meios de comunicao o que Alderico provocou com isso foi a modernizao da prpria sociedade, acelerou os

processos e de comunicao, e com isso os negcios, e com isso criou a necessidade de maior preparo, mais estudos provoca-se uma reao

em cadeia que tende a desembocar num desenvolvimento conjunto de todo o corpo social. No aboliu a pobreza e a riqueza, mas

certamente, abriu possibilidades para que a distncia entre os primeiros e os ltimos fosse menor.

Um investimento em tecnologia e comunicao, do tipo feito por Alderico Silva, um verdadeiro investimento na inteligncia

das pessoas. Um outro exemplo deste tipo de investimento o jornal Folha de Caxias. Fundado em 1964, foi um rgo de comunicao

que agitou a intelectualidade local, ajudando mesmo a produzir novos intelectuais, revelar novos escritores, elevou o nvel da produo e da

crtica intelectuais na cidade e tudo isto ao alcance do povo. Sendo um escritor habilidoso, mas consciente de suas limitaes

(caracterstica fundamental a um homem de sucesso), ele convidou o jornalista teresinense Vtor Gonalves Neto. Edmilson Sanches

(que, alis, escreveu neste jornal ainda na adolescncia, a convite de Vtor) chamou a este grande escritor de o mais caxiense dos

teresinenses. At hoje, o jornal Folha de Caxias um instrumento valioso para o desenvolvimento da intelectualidade local. Na dcada de

1960, ele revelou a Caxias a produo de escritores como Gentil Meneses, Vtor Gonalves Neto, Do Silva, e muitos outros. Atualmente,

uma rica fonte de pesquisa a jovens historiadores, pedagogos, literatos e outros cientistas sociais.

Mas, ainda h mais. Como se disse anteriormente, Alderico Silva era um homem preocupado com o desenvolvimento social de

sua comunidade. Sua viso no era a viso de um empresrio, mas de um ser humano de altos valores morais e ticos. Preocupava-se com

a cultura, com as artes e com a poesia, mas sabia que sem as coisas materiais e brutas no podem existir as espirituais e finas. As pessoas

reais, com necessidades reais, precisavam san-las antes de manifestarem suas inteligncias e seus talentos especiais. Assim, em 1954,

observando as pssimas condies da sade pblica dos caxienses, decidiu intervir nesta rea tambm. Saiu s ruas buscando o apoio do

povo, traando estratgias e pondo-as em prticas. E em janeiro de 1955, foi fundado o Hospital Miron Pedreira, com 28 leitos, e

destinado a atender as famlias caxienses e de cidades vizinhas. Ressalte-se que o Hospital foi construdo e mantido atravs de uma

associao popular, sem qualquer interferncia do poder pblico.

Como era um esprito que buscava a completude, enxergava o ser humano de forma completa . Assim, alm da sade, da

cultura e da economia, contribuiu tambm para a educao dos caxienses. Doou dezenas de bolsas de estudos e conseguiu outras tantas de

outros mantenedores. Com isso, tornou-se tambm um grande patrono da educao no municpio. Em 1963, foi homenageado pela 1

turma do Colgio Caxiense, Escola Normal de Caxias, que assumiu seu

nome.

Como administrador, foi exemplar. Era exigente consigo

mesmo antes de cobrar seus funcionrios no desperdiava o prprio

tempo, a fim de ensin-los a no desperdiar o deles. Chegava cedo em

suas empresas, conversava com seus funcionrios, desde as funes mais

simples at os cargos mais altos. Procurava oferecer boas condies de

trabalho, manter-se informado sobre a vida e o cotidiano dos empregados.

Construa um ambiente de respeito, produtividade, mas com confiana e

conforto. Os princpios que s agora as modernas teorias da administrao

abordam, Alderico Silva j os praticava de forma instintiva e consciente desde os anos 1930.

A imagem dos grandes homens costuma ser maior do que eles seu nome se propaga sempre alm de onde toca sua sombra. E

onde faltam as informaes, as pessoas constroem lendas, histrias fantsticas que lhes envolvem, lhes explicam. Pode ser uma forma de

embelezar uma histria, ench-la de elementos mticos, poticos, simblicos; mas, tambm pode ser uma estratgia de inimigos que no

encontram motivo de escrnio e vergonha na conduta de um homem, criar narrativas aterrorizantes demonizadoras que manchem sua

imagem junto s mentes simples e crdulas. Como saber, depois que as histrias esto espalhadas ao ventos e surgem verses e verses sem

autor nem dono? O certo que o nome de Alderico Silva foi envolvido pela lenda, pelo misticismo, pelo sobre natural. Uma delas se

referia a um par de palmeiras na Praa Gonalves Dias. Segundo contam, estas palmeiras eram regadas com leite pelo prprio Alderico.

Uma delas representava sua vida, a outra, a de sua esposa; morrendo as palmeiras, morreriam eles. Trata-se de uma variao de um

tema recorrente em lendas europeias e na literatura de cordel, em que o heri guarda sua vida em um objeto, geralmente uma rvore de

grande porte (que representa sua grandeza) e comum na regio (que representa sua ligao com a terra). Este tipo de narrativa tende a

representar o heri de forma positiva, pois estabelece entre ele e a sua terra uma relao indelvel de dependncia mtua.

Alderico Silva recebendo comenda

Mas, no apenas a este tipo de histria que seu nome foi associado. Um outra histria diz que ele mantinha trancafiado na

torre de seu castelo um demnio que certa vez capturou, com quem fez um pacto, e que era a fonte de todo o seu sucesso e fortuna.

Reiterao de temas medievais, este tipo de histria provoca conotaes negativas, associando o nome do anti-heri s foras sombrias e

malficas do sobrenatural, criando antipatia e terror nas pessoas crdulas.

Mas, independente dessas histrias fantasiosas, Alderico Silva foi apenas um homem religioso. Catlico por formao e opo,

era grande amigo do bispo D. Lus Marelim, participava das cerimnias, comungava e tomava parte nos sacramentos. E isto at o fim de

sua vida. Humanista, era tolerante com a diversidade religiosa, sempre respeitando o credo alheio; mas, homem de f e conscincia crist,

nunca abriu mo das tradies e das convices herdadas de seus pais.

Recebeu em vida muitas homenagens. Entre suas comendas, podemos citar: a Ordem dos Timbiras, entregue pelo Governador

dson Lobo, maior comenda outorgada pelo estado do Maranho; a do Reconhecimento pelos Servios Prestados Nao, dada pelo

presidente Ernesto Geisel, aps uma pesquisa elaborada pelo Servio Nacional de Informao; e da Santa S, outorgada pelo vaticano e

entregue a ele atravs da Diocese de Caxias, na pessoa do Bispo D. Marelim. Mas, talvez, a maior homenagem que lhe foi prestada, a

que mais lhe encheu de orgulho, foi a referncia feita a ele no singelo e eterno baiozinho do poeta Joo do Vale, que, indo De Teresina a

So Lus, manda avisar Seu D (apelido de Alderico) que est muito apressado e s daquela vez no iria ficar.

Lembro-me com muita emoo e saudade de quando era mais jovem e desfrutava de sua amizade e companhia. Aquele par de

olhos verdes perscrutadores, cheios de austeridade e ternura, aquele porte elegante, gestos comedidos, linguagem polida e inteligente. Em

suas camisas impecveis de seda italiana e calas sociais de linho egpcio, ele era a imagem da elegncia. Ensinou-me muitas coisas sobre o

mundo, o ser humano; incentivou-me a estudar, aprender e a lutar. Pelo seu exemplo, ensinou a respeitar e a amar o ser humano, pois a

beleza da alma humana estava alm de toda riqueza e glria. E no final, sua alma revelou-se a maior de todas as suas riquezas.

Que mais de posso eu falar? Eu, que j iniciei minha fala anunciando incapacidade? Alderico foi um homem que amou

Caxias, dedicou a ela sua riqueza, suas foras, sua inteligncia. Os sonhos de grandeza que a cidade acalenta em seu peito h mais de um

sculo ele fez realizar, em grande parte, apenas pela fora de sua personalidade, por sua imensa dedicao e seu esprito sobretudo aplicado

s coisas superiores, belas e louvveis. No foi bem um poeta, no foi bem um escritor mas, fez pela cultura desta terra que de cultura

vive, respira e se alimenta, mais do que muitos versejadores que se arvoram como gnios e se enclausuram. Alderico construiu uma torre,

mas ele no se trancou no alto dela, pelo contrario, ele a ofereceu para que outros, olhando pra ela pudessem tambm se orientar no sentido

do alto. Alderico Jefferson da Silva, um filho adotivo que amou mais que muito filho de sangue. Nasceu em Pedreiras, sim, mas deu a

Caxias seu corpo, sua alma, e seu corao, e foi com corpo, alma e corao que ele desenvolveu em Caxias mais do que um projeto de vida: o

projeto de um sculo. E de corpo, alma e corao que lhe rendo em minhas linhas torpes e pobres essa pequena homenagem.