Aldeia da lomba

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Agrupamento de Escolas de Búzio Escola EB 2,3/S de Vale de Cambra Ano Letivo de 2012/2013 Curso de Educação e Formação de Adultos Nível Secundário

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Agrupamento de Escolas de BúzioEscola EB 2,3/S de Vale de Cambra

Ano Letivo de 2012/2013

Curso de Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário

Neste nosso trabalho sobre a Aldeia da

Lomba pretendemos, na primeira pessoa,

colher testemunhos, plenos de

sinceridade, das pessoas que, resistindo

ao êxodo rural, sempre ali viveram,

abdicando de uma melhor qualidade de

vida, privados de algumas condições,

pelo amor à sua aldeia.

Pretendemos, ainda, inteirar-nos dos

modos de vida da população local e da

sua forma de acesso aos centros

urbanos, assim como das condições de

habitabilidade existentes nesta aldeia

rural.

LOMBA

FIM DO MUNDO

Ocupa uma área de 3978 ha, fazendo

fronteira com os concelhos de Arouca,

Sever do Vouga, S. Pedro do Sul e

Oliveira de Frades.

Situa-se no extremo sudeste do concelho

de Vale de Cambra, a cerca de 25 Km da

sede do concelho, nas encostas da serra da

Gralheira, a cerca de 10 km da freguesia

de Arões, na direção dos lugares de

Salgueira, Mouta Velha e Cabrum.

8º 15`56 “W 40º49`57”N

Aldeia de população, que se resume a

cerca de 40 habitantes, bastante

envelhecida, na qual os mais jovens têm

enveredado pelos trilhos da emigração.

Foi-nos afirmado, por parte de

habitantes da aldeia, que esse

envelhecimento se deve à forte

emigração, no decorrer dos anos 70, para

vários países da europa, principalmente

para França.

Destes fenómenos são consequências

notórias:

O vasto abandono das casas, já com os

telhados caídos e as paredes em ruínas.

Aliada à emigração, a migração para

os centros urbanos, em especial os

situados no Litoral é uma causa

importante do despovoamento local.

O envelhecimento da População

As gerações jovens abandonaram esta

aldeia e ficaram quase só idosos. Existem

apenas duas crianças e duas adolescentes.

A idade média dos habitantes da aldeia é

superior a 65 anos.

As crianças são diariamente transportadas de

táxi (serviço suportado pelo estado), para

Arões onde frequentam as respectivas

escolas, juntamente com outros alunos de

outras aldeias da freguesia.

Degradação da escola primária

Apesar de existir o edifício escolar no cimo

da aldeia desde 1958, o reduzido número de

crianças não permite que a escola funcione

há cerca de vinte anos. O edifício encontra-

se, por isso, muito degradado. Em tempos,

funcionou a telescola, numa casa particular

no centro da aldeia.

n – é número de crianças nascidas no ano

p – é a média populacional do período em questão.

Abandono da agricultura

O abandono da agricultura é também uma

consequência da emigração.

Esse abandono não só causa a escassez de

produtos alimentares, como também

aumenta o risco de incêndios florestais e

destrói esta bela paisagem.

Tantos como os dedos

de uma mão, são os

quilómetros que os

habitantes desta aldeia

têm que percorrer até

à povoação de

Cabrum, para ali

encontrarem transpor-

te público para se

deslocarem à sede do

concelho.

Um percurso sinuoso, constituído por umaestrada em asfalto, de largura reduzida,situada entre ravinas. Um pequenodescuido do condutor poderá ser fatal.

.Esta dificuldade de acesso leva a que apopulação se veja obrigada a pagar oserviço de táxi para se deslocar aconsultas médicas ou a qualquer outrolocal, a fim de tratar de assuntosburocráticos básicos.

Por terem poucos recursos e estarem

relativamente distantes de outra

aldeia, os habitantes veem-se

obrigados a aguardar a chegada de um

comerciante que se faz transportar

numa carrinha, num único trajecto

semanal, e lhes faz chegar alguns bens

alimentares de primeira necessidade.

Nesta aldeia predominam as casas com

origens celtas, construídas em xisto e

com telhados de lousa. No entanto,

algumas dessas casas sofreram

alterações, tendo os proprietários

recorrido à telha para reparar as

antigas coberturas que se degradaram

ao longo dos tempos.

Por entre as construções com

características celtas, é notório o

romanismo na construção das

calçadas, tipicamente construídas

com pedras grandes.

Apesar de distante, também esta aldeia

tem acompanhado a modernidade,

recorrendo a novas e acolhedoras

construções.

Sinal visível dessa modernidade é a

existência de inovadores sistemas de

renovação de energia, para uso doméstico.

Capela de Nossa Sra. dos Milagres

À padroeira, Nossa Senhora dos

Milagres, a população pede, em

oração, que os proteja e os

socorra em horas de desespero e

aflição.

A festa em honra da padroeira é

anualmente festejada no Domingo da

Santíssima Trindade.

No corrente ano celebrar-se-á no dia

26 de maio.

A população dedica-se à agricultura,

principalmente ao cultivo de milho, centeio,

frutos (como azeitonas e uvas), vinho e produtos

hortícolas. Também praticam a pastorícia e a

pecuária.

Nesta aldeia, após a colheita da azeitona,

algumas pessoas curtem-na para

consumo próprio, enquanto outras

transportam-na ao "Lagar de Azeite”

situado na aldeia vizinha, onde através de

inovadores mecanismos se procede à

produção do azeite. O que sobra do

consumo próprio é vendido.

Alcino

Carlos Turma Sec 1/12